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HISTÓRIA DA IGREJA NO BRASIL Helio de Medeiros Vale

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Page 1: H ISTÓRIA DA I GREJA NO B RASIL Helio de Medeiros Vale

HISTÓRIA DA IGREJA NO BRASILHelio de Medeiros Vale

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INTRODUÇÃO Os portugueses aportaram no Brasil em 22 de abril de 1500. A Europa

estava vivendo em plena História Moderna (1453-1789). Os nossos indígenas viviam na Idade da Pedra Polida (Neolítico). Eram nômades. Viviam socialmente organizados em tribos. Moravam em tendas (ocas) fabricadas com material coletado na floresta, agrupadas em uma área escolhida para proteção da tribo. Este agrupamento era chamado de Taba. Os nossos indígenas estavam iniciando a agricultura de subsistência com o plantio de milho e mandioca. Seus utensílios, armas e ferramentas eram fabricadas com pedra polida e madeira. Dominavam o uso do fogo. O trabalho na tribo era sexualmente dividido, isto é: havia atividades masculinas e femininas. A religião era natural e mágica. Identificavam os deuses com os elementos da natureza: com a Lua, o Trovão, etc. Preservavam a cultura indígena (da tribo) através de mitos que eram transmitidos oralmente de pai para filho. Não conheciam a escrita, muito menos as invenções modernas (pólvora, bússola, caravela, imprensa, armas, utensílios e ferramentas de ferro/aço) que o homem europeu já usava, no quotidiano, com total domínio e familiaridade. Finalizando: Os nossos indígenas estavam culturalmente vivendo na Idade da Pedra Polida (Neolítico) por volta de 10.000 A.C. – 4.000 A.C., em plena Idade Moderna dos povos europeus.

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ETAPAS DA HISTÓRIA DO BRASILPeríodo

Pré-Colonial 1500-1530 Extrativismo do

Paul-Brasil Idade Moderna (1453-1789)

Período Colonial

1530-1808

Produção de Açúcar (1530-1700).

Produção do Ouro

(1700-1790)

Decadência Econômica (1790-

1808)

Idade Moderna

(1453-1789)

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

Reino Unido

Brasil-Portugal

1808-1822

Renascimento da Agricultura e do Comércio Marítimo.

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

Primeiro Reinado

D.Pedro I

1822-1831 Idem. Início da cultura do café

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

Período Regencial

1831-1840 Expansão do café na região sudeste.

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

Segundo Reinado

D. Pedro I I

1840-1889

Café – Economia mais importante.

Renascimento da cana-de-açúcar: Nordeste.

Algodão: São Paulo.

Fumo: Bahia.

Borracha-

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

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ETAPAS...CONTINUAÇÃO:

República Velha

1889-1930

Monocultura do café.

Crise 1929(N.Y).

1º Grande surto Industrial (1ª Guerra: 1914-1918).

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

República Nova

(1930-1945)

Governo Provisório da

República (1930-1934)

Governo Constitucionalista Republicano (1934-1937)

Estado Novo (1937-1945)

Crise do Café (1930).

Revolução Constitucionalista (1932)

Implantação definitiva da Indústria no Brasil (1ª Guerra Mundial 1938-1945)

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

República Democrátic

a

(1945-1964) Políticas desenvolvimentistas.

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

República Militar ou Regime Militar

(1964-1989) Políticas desenvolvimentistas e ideologia do nacionalismo.

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

Nova República

(1989 até os dias de hoje)

Globalização da economia.

Idade Contemporânea

(1789-até hoje)

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CONCEITOS: Instituição da Concordata – acordo assinado entre

os Reis e o Papado. No Brasil denominado de Padroado e Beneplático.

Padroado: O Rei é o protetor da Igreja Católica no seu país e o clero recebe salário dos cofres do Estado e o dízimo e as espórtulas pertencem ao erário público.

Beneplácito: O Rei, por bondade permite tal súdito ser padre, bispo, ou irmão (irmã) na ordem religiosa. Inclusive o Rei nomeia ou escolhe seus Bispos.

Com o Padroado as normas emanadas de Roma só são aplicadas no país por ordem expressa do Monarca.

Lembrando a Palavra de Jesus: Mt. 28, 16-20 (A missão universal da Igreja).

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HISTÓRIA DA IGREJA NO BRASIL (IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA)

Os Papas que vivenciaram as mudanças históricas da Igreja no Brasil:

1. 1492 - 1503: Alexandre VI (Rodrigo de Bórgia); 2. 1503: Pio I I I (Francesco Todeschini-Piccolomini); 3. 1503 - 1513: Júlio I I (Giuliano della Rovere); 4. 1513 - 1521: Leão X (Giovani de Medici); 5. 1522 - 1523: Adriano VI (Adriano de Utrecht); 6. 1523 - 1534: Clemente VI I (Giulio de Medici); 7. 1534 - 1549: Paulo I I I (Alessandro Farnese); 8. 1550 - 1555: Júlio I I I (Giovanni Maria del Monte); 9. 1555: Marcelo I I (Marcelo Cervini); 10. 1555 - 1559: Paulo IV (Gianpetro Caraffa); 11. 1559 - 1565: Pio IV (Giovanni Angelo de Medici); 12. 1566 - 1572: Pio V (Michele Ghislieri); 13. 1572 - 1585: Gregório XI I I (Ugo Boncompagni); 14. 1585 - 1590: Sisto V (Felici Peretti); 15. 1590: Urbano VI I (Giambattista Castagna); 16. 1590 - 1591: Gregório XIV (Niccolo Sfondrati); 17. 1591: Inocêncio IX (Giovanni Antonio Facchinetti); 18. 1592 - 1605: Clemente VI I I (Ippolito Aldobrandini); 19. 1605: Leão XI (Alessandro Ottaviano de Medici); 20. 1605 - 1621: Paulo V (Camillo Borghesi); 21. 1621 - 1623: Gregório XV (Alessandro Ludovisi); 22. 1623 - 1644: Urbano VI I I (Maffeo Barberini); 23. 1644 - 1655: Inocêncio X (Giambattista Pamphili); 24. 1655 - 1667: Alexandre VI I (Fabio Chigi); 25. 1667 - 1669: Clemente IX (Giulio Rospigliosi); 26. 1670 - 1676: Clemente X (Emilio Altieri); 27. 1676 - 1689: Inocêncio XI (Benedetto Odescalchi); 28. 1689 - 1691: Alexandre VI I I (Pietro Ottoboni); 29. 1691 - 1700: Inocêncio XI I (Antonio Pignatelli); 30. 1700 - 1721: Clemente XI (Giovanni Francesco Albani); 31. 1721 - 1724: Inocêncio XI I I (Michelangelo Conti); 32. 1724 - 1730: Bento XI I I (Pietro Francesco Orsini); 33. 1730 - 1740: Clemente XI I (Lorenzo Corsini); 34. 1740 - 1758: Bento XIV (Prospero Lambertini); 35. 1758 - 1769: Clemente XI I I (Carlo Rezzonico); 36. 1769 - 1774: Clemente XIV (Lorenzo Ganganelli); 37. 1775 - 1799: Pio VI (Giovanni Angelo Conte Braschi);

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CONTINUAÇÃO...

38. 1800 - 1823: Pio VI I (Luigi Barnaba Chiaramonti); 39. 1823 - 1829: Leão XI I (Annibale della Genga); 40. 1829 - 1830: Pio VI I I (Francesco Saverio Castiglioni); 41. 1831 - 1846: Gregório XVI (Bartolomeo Cappellari); 42. 1846 - 1878: Pio IX (Giovanni Conte Mastai-Ferretti); 43. 1878 - 1903: Leão XI I I (Giocchino Vincenzo de Pecci); 44. 1903 - 1914: Pio X (Giuseppe Sarto); 45. 1914 - 1922: Bento XV (Giacomo Marchese della Chiesa); 46. 1922 - 1939: Pio XI (Achille Ratti); 47. 1939 - 1958: Pio XI I (Eugenio Pacelli); 48. 1958 - 1963: J oão XXI I I (Angelo Giuseppe Roncalli); 49. 1963 - 1978: Paulo VI (Giovanni Battista Montini); 50. 1978 (agosto/setembro)J oão Paulo I (Albino Luciani); 51. 1978 - 2005: J oão Paulo I I (Karol Woitylla); 52. 2005 - : Bento XVI (19/04/2005 - O cardeal alemão J oseph

Ratzinger, 78 anos, é o novo papa. Bento XVI foi o nome escolhido pelo pontífice para assumir a Igreja Católica.).

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IGREJAS CATÓLICASNa lista que se segue, encontram-se enumeradas as 23 Igrejas católicas, os seus respectivos ritos litúrgicos e a sua respectiva data de fundação (ou de comunhão com a Santa Sé). Esta lista baseia-se no Anuário Pontifício da Santa Sé.

Ritos Ocidentais

São os utilizados pela Igreja Católica Latina. Existem vários ritos litúrgicos ocidentais, sendo o mais utilizado o Rito Romano.

Rito Romano (a anterior forma deste rito litúrgico - a Missa tridentina - é permitida como uma "forma extraordinária");

Uso Anglicano (uma variante do rito romano); Rito Ambrosiano; Rito Bracarense; Rito Galicano; Rito Moçárabe; Rito dos Cartuxos. Rito Bizantino

É utilizado pelas seguintes Igrejas:

Igreja Greco-Católica Melquita (1726); Igreja Católica Bizantina Grega (1829); Igreja Greco-Católica Ucraniana (1595); Igreja Católica Bizantina Rutena (1646); Igreja Católica Bizantina Eslovaca (1646); Igreja Católica Búlgara (1861); Igreja Greco-Católica Croata (1611);

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CONTINUAÇÃO.... Igreja Greco-Católica Macedónica (1918); Igreja Católica Bizantina Húngara (1646); Igreja Greco-Católica Romena unida com Roma (1697); Igreja Católica Í talo-Albanesa (esteve sempre em comunhão com

a Igreja Católica); Igreja Católica Bizantina Russa (1905); Igreja Católica Bizantina Albanesa (1628); Igreja Católica Bizantina Bielorrussa (1596). Ritos de Antioquia

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

Igreja Maronita (união oficial reafirmado em 1182); Igreja Católica Siro-Malancar (1930); Igreja Católica Siríaca (1781). Ritos da Síria oriental (ou da Caldeia)

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

Igreja Católica Caldeia (1692); Igreja Católica Siro-Malabar (1599). Rito Arménio

É utilizado pela Igreja Católica Arménia (1742)

Ritos de Alexandria

São utilizados pelas seguintes Igrejas:

Igreja Católica Copta (1741); Igreja Católica Etíope (1846).

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EVANGELIZAÇÃO NO BRASIL

I dentidade da Colônia:

O Brasil foi escolhido pelos portugueses como colônia de exploração. I sto é: explorar as riquezas. Estas riquezas foram: açúcar, ouro, tabaco, drogas do sertão, comércio de escravos indígenas, negros, no império acrescente a agricultura do café a exploração da borracha (seringueira) e o cacau. Diferente dos E.U.A. que os ingleses expulsos da Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, I rlanda) foram para as Américas para residir. As 13 colônias americanas foram colônias de povoamento para os protestantes e católicos expulsos da Europa.

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OS EREMITAS: Os eremitas: leigos convertidos, normalmente

pertencentes à ordem terceira das grandes congregações evangelizaram regiões com o exemplo de vida e convivência, pregando o evangelho e as devoções a Nossa Senhora e aos Santos. Pedro Palácios, espanhol (chegou no Brasil em 1558 e morreu em 1570). Atuava em Vila Velha (Vitória-ES). Francisco de Mendonça Mar, convertido pelos sermões de Pe. Antonio Vieira, doou tudo aos pobres. Atuou na região da Bahia, no século XVII. Foi capelão da ermida que hoje é Bom Jesus da Lapa. Feliciano Mendes doou toda a riqueza para construção da Igreja Bom Jesus de Matosinhos. Irmão Lourenço de Nossa Senhora, atuou no arraial do Tijuco, hoje Diamantina. Atuou desde 1770 e morreu em 27/10/1819. Em 1774 criou o hospício de Nossa Senhora dos homens. Beato Antônio Conselheiro durante a República Velha.

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AS CONGREGAÇÕES RELIGIOSAS:

1. A Companhia de J esus – os padres jesuítas;

2. Os Franciscanos;

3. Os beneditinos;

4. Os carmelitas;

5. Os capuchinhos;

6. AS clarissas (Bahia 1644);

7. As concepcionistas fransciscanas (Rio 1678);

8. As ursulinas franciscanas (Bahia 1723);

9. Conventos no Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina.

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AS IRMANDADES E CONFRARIAS:

Confraria era associação religiosa que difundia a devoção de um santo.

As I rmandades eram associações com fins específicos:

Da misericórdia;

Do Santíssimo;

Do Rosário; e

As Ordens Terceiras.

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COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL

O que dá identidade à missão dos jesuítas é a forma como a realizam. Esse modo de concretizar a missão está fundado na experiência dos Exercícios Espirituais. Uma quinta parte de todos os jesuítas são missionários. A maior parte está na Ásia e na África. Mais da metade dos jesuítas em formação pertencem aos países em desenvolvimento. Os jesuítas distribuem-se em mais de cem países. O campo do ensino e a missão sempre tiveram grande destaque na missão da Companhia.

A presença no campo das ciências produziu nomes como os de Matteo Ricci e Teillard de Chardin, dentre outros.

Muitos jesuítas atuam no apostolado espiritual, orientando Exercícios Espirituais. Outros atuam em paróquias confiadas à Companhia de Jesus e na formação de lideranças para uma missão mais comprometida com a sociedade no campo da política, da economia, da cultura, contribuindo assim para a transformação da realidade. É bastante considerável o apostolado da Companhia de Jesus junto aos jovens das mais diversas realidades.

Podemos dizer de nossa missão atual: a fé que busca a justiça é a mesma fé que dialoga com outras tradições e que evangeliza a cultura.

Assim, empreendemos nossos trabalhos apostólicos com a confiança de que o Senhor nos acolhe como servidores de sua missão como aceitaram Inácio e os primeiros companheiros.

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JESUÍTAS NO BRASIL

Os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, na expedição de Tomé de Souza, tendo como Superior o Pe.Manuel da Nobréga. Desembarcam na Bahia, onde ajudaram na fundação da cidade de Salvador. Atendiam aos portugueses também fora da Bahia, percorrendo as Capitanias próximas. Com o 2º Governador Geral Duarte da Costa (1553), chega o jovem José de Anchieta.

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CONTINUAÇÃO.... Em 1554, no dia da conversão de São Paulo, funda em Piratininga um

Colégio. Aprendeu logo a língua dos índios e escreveu a primeira gramática, dicionário e doutrina em guarani. O Governador Geral Mem de Sá, em 1560 e 1567 expulsa os franceses do Rio de Janeiro e com seu sobrinho Estácio de Sá funda definitivamente a cidade. Até o fim do séc. XVI, os jesuítas firmam sua ação através dos seus três maiores colégios: Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco. Nesse tempo deram seu sangue por Cristo o Irmão João de Souza e o escolástico Pedro Correia (1554), mortos pelos índios carijós em Cananéia; o Beato Inácio de Azevedo e 39 companheiros, Mártires do Brasil pelos calvinistas perto das ilhas Canárias (1570). Outros 12 missionários jesuítas que vinham para o Brasil sofreram o mesmo martírio um ano depois (1571). No princípio do séc. XVII os jesuítas chegam ao Ceará, Piauí, Maranhão, Pará e daí para toda a Amazônia. As duas casas, fundadas em São Luís (1622) e em Belém (1626), transformaram-se com o tempo em grandes colégios e em centros de expansão missionária para inúmeras aldeias indígenas espalhadas pelo Amazonas. Antônio Vieira, apesar de seus triunfos oratórios e políticos, em defesa da liberdade dos indígenas, foi expulso pelos colonos do Pará, acusado e preso pela Inquisição.

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CONTINUAÇÃO... Em 1638, Pernambuco é tomada por holandeses protestantes,

liderados pelo conde Maurício de Nassau. A resistência se organiza numa aldeia jesuítica. Dos 33 jesuítas de Pernambuco, mais de 20 foram capturados, maltratados e levados para a Holanda; cerca de 10 faleceram em conseqüência dessa guerra. No séc. XVII, quando da descoberta das minas e do povoamento do sertão, os jesuítas passavam periodicamente por esses locais em missão volante. Quando Mariana (MG) foi elevada à diocese (1750), foram chamados para dirigir e ensinar no seminário. Em 1749 já estavam em Goiás, fundando aldeias. No séc. XVIII, Paranaguá tornou-se centro de atividades sacerdotais e pedagógicas, através de uma residência (1708) e do Colégio em 1755. Na ilha de Santa Catarina, visitada pelos jesuítas já desde 1635, se fundou a residência dos jesuítas (1749) e um colégio (1751). Em 1635, os missionários chegaram à aldeia de Caibi, próximo à atual Porto Alegre. Quando voltaram em 1720, já então se tratava do tratado de permuta entre a Colônia do Sacramento e os territórios das missões jesuíticas espanholas sediadas no Rio Grande. Os jesuítas trabalharam na Colônia do Sacramento desde 1678 até 1758, quando foram expulsos. Chegaram a ter uma residência de ministérios apostólicos e um próspero colégio por vários anos.

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 SUPRESSÃO DA COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL (1760-1843)

Aparece nesta altura da história dos jesuítas o Marquês de Pombal. Ab-roga todo o poder temporal exercido pelos missionários jesuítas nas aldeias indígenas. Para esconder os fracassos da execução do Tratado de Limites da Colônia do Sacramento, culpou os jesuítas desencadeando contra eles uma propaganda terrível. No grande terremoto de Lisboa (1755), os jesuítas foram censurados por pregarem a penitência ao povo e ao governo. Por ocasião do atentado (1757) contra D. José I, rei de Portugal, os jesuítas foram acusados de alta traição.

Em fim, o velho e santo missionário do Nordeste brasileiro, o Pe. Gabriel Malagrida, foi condenado publicamente pela Inquisição como herege, e queimado vivo em praça pública de Lisboa. Preparado o terreno, veio a lei de expulsão dos jesuítas dos domínios de Portugal. Foram postos incomunicáveis, condenados e privados de todo o direito de defesa. Do Pará e de outros portos, foram embarcados e encarcerados em Lisboa. Naquele momento havia no Brasil 670 jesuítas. De Portugal alguns foram transladados para os Estados Pontifícios, onde o Papa Clemente XIII os recebeu com afeto e hospedou em antigas casas romanas. Com a morte de D. José I em 1777 e a subida ao poder de Dona Maria I, o Marquês de Pombal foi processado e condenado. Só escapou à prisão e à morte por respeito à sua idade e achaques.

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RESTAURAÇÃO DA COMPANHIA E NOVA VITALIDADE NO BRASIL (1843)

O Papa Pio VII restaurou a Companhia de Jesus em 1814. Alguma influência exerceu no ânimo do Papa a amizade de um jesuíta brasileiro, o Pe. José de Campos Lara, que profetizara sua eleição papal. Em 1842 os jesuítas espanhóis que trabalhavam na Argentina, começaram a ter dificuldades com o ditador Rosas. Em 1845, expulsos da Argentina, abriram um colégio em Florianópolis, que prosperou rapidamente. Em 1847 abriram uma escola de latim em Porto Alegre. Em 1849 constituíram residência entre os índios Bugres, Coroados e Botocudos. Em 1858 começaram a chegar jesuítas alemães em S. Leopoldo e outras vilas do interior gaúcho.

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CONTINUAÇÃO.... Também vieram alguns padres jesuítas italianos. Em 1862

chega outro grupo de padres italianos e alemães. Em 1865 funda-se de novo o colégio de Florianópolis, que, por diversas circunstâncias, não vingou. Os religiosos se retiraram, pouco a pouco, para Nova Trento, terra habitada por colonos italianos. Em 1867 funda-se o Colégio S. Francisco Xavier do Recife, fechado em 1873 por causa das perseguições da Maçonaria, pois os jesuítas apoiavam o bispo D. Vital, nas questões religiosas de então. Neste ínterim, o Pe. Razzini, considerado o restaurador da Companhia de Jesus no Brasil, vencendo todas as oposições, começa o Colégio S. Luiz, na cidade de Itú, onde se fixara o Pe. Campos Lara. A partir daí surgiram o colégio Anchieta (Nova Friburgo/RJ) e o Santo Inácio do Rio de Janeiro. Mais tarde a missão dos japoneses com seu Colégio S. Francisco Xavier e a dos russos e lituanos em S. Paulo.

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CONTINUAÇÃO.... Desde 1894 fundara-se o Noviciado de Campanha em Minas.

Ocupando o grande prédio do Colégio Anchieta, fundava-se ao mesmo tempo a Faculdade de Filosofia, mais tarde transferida para S. Paulo, Rio de Janeiro e ultimamente em Belo Horizonte (1981). Com a Missão Alemã no sul do Brasil surgiram diversos Colégios: Anchieta (1890) em Porto Alegre; Ginásio Gonzaga (1895) de Pelotas; Sagrado Coração de Jesus na cidade do Rio Grande. O Ginásio Catarinense (1906), tornou-se centro de ensino e cultura científica. Mais tarde ainda vieram os Colégios Medianeira em Curitiba, Santo Inácio em Salvador do Sul e o Ginásio de Itapiranga. Novas gerações de jesuítas são formadas na casa de formação de Pareci Novo e no Colégio Cristo Rei (S. Leopoldo), onde brilhou a santidade do Pe. João B. Réus. Merece especial atenção o apostolado social através de cooperativas, fundadas por toda parte, entre os colonos alemães. Em 1911 os jesuítas portugueses voltam ao território norte do Brasil, formando assim a Missão Portuguesa. Fundaram logo o Colégio Antônio Vieira (1911) em Salvador e o Instituto S. Luiz de Caiteté; o Colégio Nóbrega (1917) no Recife, que preparou a atual Universidade Católica de Pernambuco.

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CONTINUAÇÃO.... Ao mesmo tempo fundavam-se Residências importantes em

Belém do Pará e S. Luís do Maranhão. Para a formação de novos jesuítas construíram-se a Escola Apostólica e o Noviciado de Baturité no Ceará. Mais tarde fundou-se o Colégio Santo Inácio de Fortaleza. Salientemos ainda a tarefa da formação do Clero. Desde a fundação do Colégio Pio-Brasileiro em Roma (1934) para a formação de sacerdotes, os jesuítas do Brasil fornecem seus dirigentes, muitos professores e auxiliares. Neste século, fundaram-se Casas de Exercícios Espirituais, como a do Padre Anchieta no Rio; Vila Fátima, perto de Belo Horizonte; Vila Manresa (Porto Alegre); Morro das Pedras, perto de Florianópolis; S. José (Olinda); a de Baturité, no Ceará; a de Mar Grande na Bahia. Outras, são adaptações de antigas casas, como o Centro de Espiritualidade de Itaicí (SP) e o Centro de Espiritualidade Cristo Rei, em S. Leopoldo. Dois movimentos religiosos foram especialmente promovidos pelos jesuítas do Brasil: o Apostolado da Oração e a Congregação Mariana. Quanto à obra das missões indígenas, uma das primeiras preocupações foi restaurar as missões do Rio Grande do Sul (1848-52).

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CONTINUAÇÃO.... Outra tentativa foi feita em Goiás com os índios Apinagés

(1888-91) e no Mato Grosso (1923). Mas a empresa que vingou foi a Missão de Diamantino em Mato Grosso (1927), hoje Diocese. Trabalharam aí cerca de quarenta missionários, que conseguiram a pacificação paulatina de várias tribos. Distinguiu-se o Pe. João Bosco Penido Burnier, que sofreu o martírio em 1976. Outra missão, hoje também Diocese, foi a de Ponta de Pedras na ilha de Marajó, confiada aos jesuítas da Bahia. Os jesuítas se destacam também no apostolado intelectual, principalmente no ensino universitário. Diversas Universidades do país são dirigidas pelos jesuítas: a PUC (RJ), a UNISINOS (S. Leopoldo) e a UNICAP (Recife). Alguns jesuítas trabalham também em Universidades do Governo e em algumas Faculdades próprias ou de outras entidades. As três antigas Missões (Alemã, Italiana e Portuguesa) passaram a ser Vice-Províncias e posteriormente Províncias. Em 1952 os estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás constituíram a Vice-Província Goiano-Mineira, confiada à Província espanhola de León.

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CONTINUAÇÃO.... A Vice-Província do Norte tornou-se a Província do

Nordeste, cedendo os estados da Bahia, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas à Província da Bahia, constituída em grande parte por jesuítas italianos da Província de Veneza. Por seu lado, a Província do Nordeste foi ajudada por jesuítas do Canadá francês. Em 1973, tornaram-se a reunir as duas Províncias Central e Vice-Província Goiano-Mineira, formando a Província Centro-Leste. A Missão de Diamantino, fundada pela Província Central foi atribuída à Província do Sul. Em 1995 foi criado o Distrito Missionário da Amazônia, desmembrando da Província da Bahia os estados do Amazonas, Pará, Roraima, Amapá e Acre. Em 1999 foi criada a Região do Mato Grosso, desmembrando da Província do Sul os estados do Mato Grosso e Rondônia. Atualmente os jesuítas no Brasil estão distribuídos em 4 Províncias, uma Região e um Distrito.

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CLERO DIOCESANO

O Clero Diocesano e os seminários diocesanos eram formados pelos jesuítas. Com a expulsão a educação do clero nativo foi abortada. Com os lazaristas (1845) será reassumida e o Seminário de Mariana será exemplo para todo o Brasil.

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O AMBIENTE NO BRASIL:

Nas cidades e nos campos homens e mulheres semi-nuas; As escravas negras pertenciam ao senhor branco; As Virtudes morais não eram vivenciadas pela sociedade; A corrupção e roubo contra o erário público; O clero diocesano vivia isolado possuindo mais de uma escrava

com quem tinha filhos; O clero era mal formados e às vezes com dificuldades

administravam os sacramentos; O clero recebia salário do Governo Português (côngrua); O sacerdócio era uma opção profissional para que pudesse estudar,

torna-se fazendeiro ou político.

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A IMIGRAÇÃO EUROPÉIA – SÉCULO XIX

D.Pedro I abre o Brasil para imigração européia. D. Pedro II organiza um programa de “embraquecimento da raça brasileira”, com o objetivo de povoar o Brasil.

Com este movimento migratório europeu chegaram às novas congregações de missionários europeus para trabalhar no Brasil:

Os redentoristas (1824); Os lazaristas (1845); Os salesianos (1883); Os palotinos (1886); Os salvatorianos (1896); Os paulinos (1931).

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PROTESTANTISMO:

Na colônia: com as invasões francesas no Rio de Janeiro e no Maranhão (século XVI) e em Pernambuco com a Invasão Holandesa (1630-1640). Esses invasores foram sucessivamente expulsos.

No império voltam no governo de D.Pedro II, sem direito a culto público.

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CRISE RELIGIOSA NO SEGUNDO IMPÉRIO

As prisões de D.Vital Maria Gonçalves de Oliveira – Bispo de Olinda e Recife (PE) e D. Antonio de Macedo Costa, Bispo de Belém (PA) – 1872-1875.

Com a primeira Constituição Republicana Brasileira (1890), o estado Brasileiro não possui religião oficial.

A Importância da D.S.I. (Doutrina Social da Igreja) para o compromisso social dos sacerdotes, religiosos e leigos.

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AÇÃO CATÓLICA BRASILEIRA A Ação Católica contava então com cinco organizações

destinadas aos mais jovens: a Juventude Agrária Católica (JAC), formada por jovens do campo, a Juventude Estudantil Católica (JEC), formada por jovens estudantes do ensino médio (secundaristas), a Juventude Operária Católica (JOC), que atuava no meio operário, a Juventude Universitária Católica (JUC), constituída por estudantes de nível superior e a Juventude Independente Católica (JIC), formada por jovens que não fossem abrangidos pelas organizações anteriores; as mais conhecidas são a JEC, JOC e JUC. O crescente envolvimento do movimento estudantil na discussão dos problemas nacionais e das chamadas "reformas de base", tais como a reforma agrária, acabou por engendrar a criação de uma organização política desvinculada da Igreja - a Ação Popular, constituída por antigos membros da JUC.

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CNBB

A CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil nasceu em 14 de outubro de 1952, como expressão forte e concreta do espírito de união e de colegialidade. Nasceu do sonho e do empenho em dar ao episcopado maior unidade de pensamento e ação. Sua criação foi aprovada pelo Papa Pio XII.

As conferências episcopais surgiram como uma forma de tornar mais concreta e atualizada a comunhão dos bispos entre si e com o papa. Já bem antes do Concílio Vaticano II, foram criadas algumas poucas conferências, no Brasil, na França, nos Estados Unidos, na Alemanha. A CNBB está assim entre as primeiras conferências episcopais nacionais. Depois o Concílio Vaticano II, realizado de 1962 a 1965, declarou obrigatórias as conferências episcopais em todas as nações e para isso muito contribuíram as experiências das já existentes. Assim, a Igreja católica em nosso país se antecipou e sua Conferência serviu de referência prática, no Concílio, para os bispos de todo o mundo.

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ORIGEM  A CNBB surgiu graças principalmente ao empenho do então

Monsenhor Helder Câmara (depois bispo-auxiliar do Rio de Janeiro e, a partir de 1964, arcebispo de Olinda e Recife) que, com seu dinamismo e constantes contatos com a Sé Apostólica, difundiu e tornou concreto esse ideal. A criação da entidade teve o apoio decisivo e muitas sugestões do Monsenhor Giovanni Battista Montini (que depois será o Papa Paulo VI). Ele era Substituto na Secretaria de Estado e imediato colaborador do Papa Pio XII, que aprovou a criação da CNBB.

Em 5 de maio de 1952, os dois cardeais brasileiros – Dom Jaime de Barros Câmara e Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta – escreveram carta a todos os bispos brasileiros, expondo o projeto de fundação da Conferência Episcopal, solicitando o seu parecer; enviaram também a proposta do 1º Regulamento, pedindo sugestões de emenda; finalmente convocaram os arcebispos metropolitanos para a assembléia de fundação, que aconteceu de 14 a 17 de outubro daquele ano.

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CONTINUAÇÃO... A rápida e positiva resposta dos arcebispos e bispos

impressionou muito a todos. A primeira resposta foi de Dom Vicente Scherer, datada em 10 de maio de 1952. As respostas chegavam de todos os recantos do nosso Brasil. É verdade que algumas delas mencionavam também preocupações quanto ao funcionamento e quanto ao acerto das deliberações, mas isto foi útil ao definitivo encaminhamento. Com todo esse rico material recolhido, foi então preparada à assembléia de instalação da Conferência, que se realizou nos dias 14 a 17 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro, no Palácio de São Joaquim.

No dia 14 de outubro nascia a CNBB. Assinaram a ata de instalação os cardeais Dom Jaime e Dom Carlos Carmelo, 17 arcebispos do Brasil e o Núncio Apostólico Dom Carlos Chiarlo, que participou da assembléia.

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CONTINUAÇÃO... Esta assembléia iniciou enviando um delicado telegrama

de adesão ao Santo Padre Pio XII. Foi constituída a Comissão Permanente, com o encargo de dirigir a Conferência Episcopal. Nessa reunião, também, a CNBB estabeleceu 6 Secretariados Nacionais: de Educação, da Ação Social, de Ensino Religioso, de Seminários e Vocações Sacerdotais, do Apostolado Leigo e da Liga Eleitoral Católica. Esses Secretariados foram depois sucessivamente desdobrados e organizados em outras modalidades. Ainda nessa reunião de fundação, foi decidida a realização de um Congresso Mariano Nacional em 1954, bem como estudados detalhes do Congresso Eucarístico Internacional no Rio de Janeiro em 1955. A solicitude com aspectos externos da Igreja foi manifestada por uma fraterna mensagem ao povo da Bulgária, vítima então de uma triste perseguição religiosa. O divórcio foi outro tema tratado, ao qual foi consagrado bom tempo de estudo.

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CONTINUAÇÃO... O documento de fundação foi chamado

simplesmente de “Regulamento”, nome que depois, por sugestão da Santa Sé, foi modificado para “Estatuto”, porque era constitutivo de uma entidade.

PRIMEIROS DIRIGENTES – Para dirigir a CNBB foi eleita a Comissão Permanente, constituída destes membros: Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta – presidente, Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, Dom Alfredo Vicente Scherer, Dom Mário de Miranda Vilas Boas, Dom Antônio Moraes Almeida Júnior e Dom Hélder Pessoa Câmara - Secretário Geral. O presidente fez a proposta de que Dom Helder fosse aclamado Secretário Geral. Essa comissão dirigiu a entidade por quase seis anos, pois em 1959 foram eleitos os novos dirigentes.

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CONTINUAÇÃO... A CNBB iniciava sua história. Já no ano seguinte, no mês de

agosto, realizava-se a 1ª Assembléia Geral Ordinária da entidade, em Belém (PA), logo após o 6º Congresso Eucarístico Nacional. Eis os itens daquela pauta ordinária: Estatutos da Ação Católica Brasileira, Programa de atividades do apostolado leigo, Responsabilidades em face da Imigração, A Igreja e a reforma agrária, Ajuda espiritual, cultural e econômica ao clero, e Espiritismo.

No início, só os 20 arcebispos metropolitanos, representando os demais bispos, tomavam parte. Bem depressa, porém, foram incorporados todos os bispos e os a eles equiparados. Em 1962, criaram-se os primeiros Regionais da CNBB que foram decisivos na dinamização da Conferência; hoje são 17 os Regionais, denominados Conselhos Episcopais Regionais (CONSER).

A sede da CNBB era o Rio de Janeiro; em 1977, transferiu-se para Brasília.

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CAMINHADA O Secretário Geral da CNBB escrevia alegre, logo depois da fundação: “O

que se deu no Palácio São Joaquim foi uma articulação que vai ter repercussão imediata nas 20 Províncias Eclesiásticas que congregam as 115 dioceses ou prelazias do país. Cessou para a Igreja no Brasil a fase de esforços, heróicos talvez, mas dispersos, descontínuos, sem planejamento. Não é preciso ser profeta para prever que, em breve, a Igreja entre nós estará em condições de trazer ajuda substancial ao exame dos mais agudos problemas da nacionalidade”.

A CNBB fez uma caminhada em sintonia com a Igreja governada por seis papas: Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I, João Paulo II e Bento XVI. Essa caminhada foi sempre marcada por profunda comunhão com o papa e estreita colaboração com a Santa Sé; por relações especiais com as conferências episcopais da América Latina e com o CELAM – Conselho Episcopal Latino-americano; e por relações de autonomia, diálogo e colaboração com as autoridades públicas, em tudo o que se refere ao bem comum do povo brasileiro.

Foram muitos os documentos produzidos, as tomadas de posições em momentos importantes da vida nacional, a promoção de eventos marcantes, sempre na defesa da fé, da unidade, da justiça, dos direitos humanos.

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NATUREZA E FINS

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja católica no País, na qual, a exemplo dos Apóstolos, conjuntamente e nos limites do direito, eles exercem algumas funções pastorais em favor de seus fiéis e procuram dinamizar a própria missão evangelizadora, para melhor promover a vida eclesial, responder mais eficazmente aos desafios contemporâneos, por formas de apostolado adequadas às circunstâncias, e realizar evangelicamente seu serviço de amor, na edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a caminho do Reino definitivo.

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MISSÃO

Respeitada a competência e a responsabilidade inalienáveis de cada membro, em relação à Igreja universal e à sua Igreja particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto colegial:

fomentar uma sólida comunhão entre os Bispos que a compõem, na riqueza de seu número e diversidade, e promover sempre a maior participação deles na Conferência;

concretizar e aprofundar o afeto colegial, facilitando o relacionamento de seus membros, o conhecimento e a confiança recíprocos, o intercâmbio de opiniões e experiências, a superação das divergências, a aceitação e a integração das diferenças, contribuindo assim eficazmente para a unidade eclesial;

estudar assuntos de interesse comum, estimulando a ação concorde e a solidariedade entre os Pastores e entre suas Igrejas.

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RELACIONAMENTO ECLESIAL

A CNBB, no âmbito de suas finalidades e competência:

manifesta solicitude para com a Igreja e sua missão universal, por meio de comunhão e colaboração com a Sé Apostólica e pela atividade missionária, principalmente ad gentes;

favorece e articula as relações entre as Igrejas particulares do Brasil e a Santa Sé;

relaciona-se com as outras Conferências Episcopais, particularmente as da América, e com o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).

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MEMBROS

São membros da CNBB, a partir da posse no ofício e enquanto ocupam:

Bispos diocesanos;

Bispos auxiliares;

Bispos titulares;

Prelados das Igrejas orientais católicas.

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COMISSÕES DA CNBB:

1. Ministros Ordenados;

2. Laicato;

3. Ação Missionária;

4. Bíblico-Catequética;

5. Doutrina da Fé;

6. Liturgia;

7. Ecumenismo;

8. Caridade, Justiça e Paz;

9. Educação e Cultura;

10. Vida e Família;

11. Comunicação

12. J uventude; e

13. Amazônia.

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REGIONAIS DA CNBB:

1. N1 – Norte 1: Norte de AM e RR;

2. N2 – Norte 2: AM e PA;

3. NE1- Nordeste 1: CE;

4. NE2 – Nordeste 2: AL, PB, PE e RN;

5. NE3 – Nordeste 3: BA e SE;

6. NE4 – Nordeste 4: PI ;

7. NE5 – Nordeste 5: MA;

8. L1 – Leste 1: RJ ;

9. L2 – Leste 2: ES e MG;

10. S1 – Sul 1: SP;

11. S2 – Sul 2: PR;

12. S3 – Sul 3: RS;

13. S4 – Sul 4: SC;

14. CO – Centro-Oeste: DF, GO e TO;

15. O1 – Oeste 1: MS;

16. O2 – Oeste 2: MT; e

17. NO – Noroeste: AC, Sul/AM e RO.

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AS DIFICULDADES DE EVANGELIZAÇÃO:

O ministro da Justiça, Ibrahim Abi-Ackel, e Sarney. Segundo a Folha de S. Paulo, o desentendimento era antigo, datando da época em que Abi-Ackel fora escolhido o substituto de Petrônio Portela, contrariando as pretensões de Sarney. Reunida durante duas horas, a comissão decidiu apoiar o diálogo do ministro com líderes e dirigentes dos partidos oposicionistas para alterar o Estatuto dos Estrangeiros. Aprovado em agosto de 1980, por decurso de prazo, o projeto, de autoria do governo, tornara passíveis de expulsão sumária os missionários de nacionalidade estrangeira, criando assim um ponto de atrito com a Igreja e com os setores oposicionistas.

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PROTESTANTES:

Os Luteranos (1824);

Os Presbiterianos (1859);

Os Metodistas (1867);

Os Batistas (1870);

O pentecostalismo no Brasil se divide em três grupos distintos que surgiram em três épocas diferentes. São eles: 1. Os pentecostais históricos que surgiram na primeira década deste século:

Congregação Cristã do Brasil(1910);

Assembléia de Deus (1911).

2. Os pentecostais da segunda geração, surgidos a partir da década de 50 (Quadrangular, Brasil para Cristo, Casa da Bênção, Deus é Amor);

3. Neopentecostais, surgidos a partir da década de setenta sendo a principal a Universal do Reino de Deus.

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DESAFIOS:

Os movimentos de leigos dentro da Igreja Católica e a Pastoral de Conjunto, Orgânica defendida pela CNBB.

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DESAFIOS: Podemos elencar vários: Corrupção, tráfico de drogas, prostituição masculina e

feminina, contrabando da fauna, flora, minérios e produtos industrializados; insegurança, saneamento básico, saúde pública desorganizada, educação pública precária. Acesso difícil aos serviços públicos importantes como a justiça, aposentadoria, previdência. Descriminação das minorias (indígenas, homossexuais, portadores de necessidades especiais, mulheres, crianças, idosos, divorciados, migrantes, imigrantes, negros, etc). Desvalorização dos valores humanos, éticos e morais, falta uma política pública de moradia adequada. Não valorização do homem no campo. Não existe uma Educação para a defesa do meio ambiente, do nosso planeta, das nossas florestas, rios, fauna, flora. Falta uma política clara para um desenvolvimento sustentável. Precariedade do transporte público, impunidade, uso indevido do erário público, etc.

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DOCUMENTO DE APARECIDA:

Encerrando lembramos Aparecida:

“Os melhores esforços das paróquias neste início do terceiro milênio devem estar na convocação e na formação de leigos missionários. Só através da multiplicação deles poderemos chegar a responder às exigências missionárias do momento atual. Também é importante recordar que o campo específico da atividade evangelizadora leiga é o complexo mundo do trabalho, da cultura, das ciências e das artes, da política, dos meios de comunicação e da economia, assim como as esferas da família, da educação, da vida profissional, sobretudo nos contextos onde a Igreja se faz presente somente por eles”. Aparecida nº 174. V CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINO-AMERICANO E DO CARIBE - APARECIDA, 13-31 DE MAIO DE 2007 - DOCUMENTO FINAL

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BIBLIOGRAFIA:

1. Matos, Henrique Cristiano J osé – “Eu estarei sem pré convosco” – São Paulo – Paulin as, ESP: Siquem, 2006 – Coleção Livros Básicos de Teologia, 13 – História da Igreja.

2. Frohlich, Roland. Curso básico de história da Igreja – tradução Alberto Antoniazzi – São Paulo; Paulinas 1987 – Igreja – História – Título.

3. Título original Pour lire l´histoire de lÉglise (Para ler a História da Igreja – tomo I I ) Du XV – XX siécle (do século XV ao XX) – Éditions Du Cerf, Paris, 1986 – Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1994.

4. História da Igreja no Brasil, CEHILA – Bogotá-Colômbia 1977 – Editora Vozes no Brasil. – Petrópolis-RJ – 1992 – Tomo I e I I .

5. Pierrard, Pierre – História da Igreja – tradução de Álvaro Cunha – São Paulo, Edições Paulinas, 1982. História – T´ titulo.

6. Reale, Giovanni e /Dario Antiseri – História da Filosofia – volumes I , I I e I I I - São Paulo – Edições Paulinas 1990.

7. Holme, Oscar – Brasil da Col}ônia ao Império – São Paulo – Editora Resenha Universitária – 1976.

8. Vianna, Helio – História do Brasil – Volumes I , I I e I I I – Edições Melhoramentos – São Paulo – Brasil -1972.

9. Fausto, Boris – História do Brasil – Editora USP – Fundação do Desenvolvimento da Educação 1995.