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  • 7/25/2019 Guy Debord La Societe Du Spectacle Society of the Spectacle 1973 Fra Subeng Repack Divx Mp3 1Cd Situ

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    ---Toda a vida das sociedades nas quais reinamas condies modernas de produo

    se anuncia como uma imensaacumulao de espetculos.

    Tudo o que era diretamente vividose afastou numa representao. (1)

    As imagens que se desligaram de cada aspecto da vida----

    O espetculo no um conjunto de imagens,mas uma relao social entre pessoas,

    mediada por imagens. (4)

    O espetculo, compreendido na sua totalidade, ao mesmo tempo o resultado e o projetodo modo de produo existente.

    o espetculo a afirmao da aparnciae a afirmao de toda a vida humana,isto , social, como simples aparncia.

    O espetculo apresenta-se como uma enormepositividade indiscutvel e inacessvel.Ele nada mais diz seno que"o que aparece bom, o que bom aparece".

    A atitude que ele exige porprincpio esta aceitao passiva

    que, na verdade, ele j obteve pela sua maneirade aparecer sem rplica,

    pelo seu monoplio da aparncia. (12)

    O espetculo o mau sonho dasociedade moderna acorrentada,

    que finalmente no exprime senoo seu desejo de dormir.

    O espetculo o guardio deste sono. (21)

    O trabalhador no se produz a si prprio,ele produz um poder independente.

    [...]

    Todo o tempo e o espao do seu mundo se tornam

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    estranhos para ele.

    com a acumulao dosseus produtos alienados.

    [...]

    O homem separado do seu produtoproduz cada vez mais

    poderosamente todos os detalhes doseu mundo

    e, assim, encontra-se cada vez maisseparado do seu mundo.

    Quanto mais a sua vida agora seu produto,tanto mais ele est separado da sua vida. (33)

    Aquilo que o espetculo tira da realidadeprecisa ser devolvido a ela.

    A expropriao espetacularprecisa, por sua vez, ser expropriada.

    O mundo j foi filmado. Falta agora mud-lo.

    Os especialistas do poder do espetculo,

    poder absoluto no interior do seusistema de linguagem de mo nica,

    esto absolutamente corrompidos pela suaexperincia do desprezo e do xito do desprezo;

    porque reencontram o seu desprezo

    confirmado pelo conhecimento do homem desprezvelque realmente o espectador. (195)

    Neste movimento essencial do espetculo

    que consiste em ingerir tudo o que existe naatividade humana em estado fludo

    para depois vomit-lo em estado coagulado,

    para que as coisas assumam seu valorexclusivamente pela formulao

    em negativo do valor vivido

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    pelo princpio do fetichismo da mercadoria,a dominao da sociedade

    por "coisas supra-sensveis embora sensveis",que o espetculo se realiza absolutamente.

    O mundo sensvel substitudo por uma seleode imagens que existem acima dele

    ao mesmo tempo em que se fazreconhecer como o sensvel por excelncia. (36)

    O mundo ao mesmo tempo presentee ausente que o espetculo apresenta

    o mundo da mercadoriadominando tudo o que vivido.

    O mundo da mercadoria mostrado como ele ,

    com seu movimento idntico ao afastamento doshomens entre si,

    diante de seu produto global. (37)

    O espetculo uma permanenteguerra do pio para fazer aceitar

    a identificao dos bens s mercadorias; eda satisfao sobrevivncia,

    aumentando segundo as suas prprias leis.

    Mas se a sobrevivncia consumvel algo que deve aumentar sempre,

    porque ela no cessa de conter a privao.

    uma pseudojustificaose torna necessria falsa vida. (48)

    O resultado concentrado do trabalho social,no momento da abundncia econmica,

    toma-se aparente esubmete toda a realidade aparncia,

    que agora seu produto.

    A sobrevivncia da religio e da famlia - que permanecea forma principal da herana do poder de classe,

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    e, portanto, da represso moral que elas asseguram,

    podem combinar-se como uma mesma coisa,com a afirmao redundante do gozo deste mundo,

    este mundo no sendo justamente produzido senocomo pseudogozo que conserva em si a represso.

    A aceitao beata daquilo que existepode juntar-se como uma mesma coisa

    revolta puramente espetacular:

    isto traduz o simples fato de que a prpriainsatisfao se tornou uma mercadoria

    A ditadura da economia burocrtica

    no pode deixar s massas exploradasnenhuma margem notvel de escolha,

    visto que ela teve de escolher tudo por si prpria,

    e que toda outra escolha exterior,quer diga respeito alimentao ou msica, j a escolha da sua destruio completa. (64)

    Portanto, a satisfao j problemtica,que reputada pertencer ao consume do conjunto,

    est imediatamente falsificada pelo fato

    de o consumidor real no poder receber diretamente

    mais do que uma sucesso defragmentos desta felicidade mercantil,

    fragmentos dos quais a qualidade atribudaao conjunto est evidentemente ausente. (65)

    Cada mercadoria determinada luta para si prpria,no pode reconhecer as outras,

    pretende impor-se em toda a partecomo se fosse a nica.

    O espetculo , ento, o canto pico deste afrontamento,que a queda de nenhuma lion poderia concluir.

    O espetculo no canta os homens e as suas armas,mas as mercadorias e as suas paixes.

    nesta luta cega que cada mercadoria,ao seguir a sua paixo,

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    realiza, de fato,na inconscincia algo de mais elevado:

    o devir-mundo da mercadoria,que tambm o devir-mercadoria do mundo.

    Assim, por uma astcia da razo mercantilo particular da mercadoria gasta-se ao combater,

    enquanto a forma mercadoria tendepara a sua realizao absoluta. (66)

    Na imagem da unificao felizda sociedade pelo consumo,

    a diviso real est somente suspensa at prxima no-completa realizao no consumvel.

    Cada produto particular que deverepresentar a esperana de um atalho fulgurante

    para aceder, enfim, terra prometidado consumo total,

    , por sua vez, apresentado cerimoniosamentecomo a singularidade decisiva.

    Mas como no caso da difuso instantnea das modasde nomes aparentemente aristocrticos

    que se vo encontrar usados por quasetodos os indivduos da mesma idade,

    o objeto do qual se espera um poder singularno pde ser proposto devoo das massas

    seno porque ele foi tirado

    num nmero de exemplares

    suficientemente grandepara ser consumido massivamente.

    O carter prestigioso deste produto

    decorre apenas do fato de ter sido colocadopor um momento no centro da vida social,

    como o mistrio reveladoda finalidade da produo.

    O objeto, que era prestigioso no espetculo,torna-se vulgar

    no instante em que entra em casa desse consumidor aomesmo tempo que na casa de todos os outros.

    Ele revela demasiado tarde a sua pobrezaessencial, que retira da misria da sua produo.

    Mas j um outro objeto que traz a justificao

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    do sistema e a exigncia de ser reconhecido. (69)

    A prpria impostura da satisfao denuncia-seno momento em que se desloca,

    ao seguir a mudana dos produtos edas condies gerais da produo.

    Aquilo que afirmou, com o mais perfeito descaramento,

    a sua prpria excelncia definitivamuda no s no espetculo difuso,

    mas tambm no espetculo concentrado,e s o sistema que deve continuar:

    Stlin, como a mercadoria fora de moda, denunciado por aqueles mesmos que o impuseram.

    Cada nova mentira da publicidade tambm a confisso da sua mentira precedente.

    Cada derrocada de uma figura do poder totalitrio

    revela a comunidade ilusriaque a aprovava unanimemente

    e que no era mais do que um aglomeradode solides sem iluses. (70)

    O espetculo absolutamente dogmticoe, ao mesmo tempo,

    no pode chegar a nenhum dogma slido.

    Para ele, nada pra; este seu estado natural e,no entanto, o mais contrrio sua propenso.

    A unidade irreal que o espetculo proclama a mscara da diviso de classe

    sobre a qual repousaa unidade real do modo de produo capitalista.

    O que obriga os produtores a participar naedificao do mundo tambm o que disso os afasta.

    O que pe em relao os homens libertosdas suas limitaes locais e nacionais

    tambm o que os distancia.

    O que obriga ao aprofundamento do racional

    tambm o que alimenta o racionalda explorao hierrquica e da represso.

    O que faz o poder abstrato da sociedadefaz a sua no-liberdade concreta. (72)

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    Companheiros proletrios, estamos realmente vivendo?

    Essa era, quando no temos absolutamentenada daquilo que precisamos para viver,

    pode ser chamado de vida?

    Quando que descobriremos que cada ano que passa mais um ano de vida jogado fora?.

    Descanso e comida no seriam remdios fracosdemais para essa doena crnica que nos aflige?

    Aquilo que chamamos de "ltimo suspiro"no seria o derradeiro e supremo ataque

    dessa doena que sofremos desdeo momento de nosso nascimento?.

    A produo capitalista unificou o espao,que no mais limitado pelas sociedades exteriores.

    Esta unificao , ao mesmo tempo,um processo extensivo e intensivo de banalizao.

    A acumulao das mercadorias produzidas emsrie para o espao abstrato do mercado,

    do mesmo modo que devia quebrartodas as barreiras regionais e legais,

    e todas as restries as corporativas da Idade Mdiaque mantinham a qualidade da produo artesanal,

    devia tambm dissolver a autonomiae a qualidade dos lugares.

    Este poder de homogeneizao a artilharia pesada

    que fez cair todas as muralhas da China. (165)

    para se tornar cada vez mais idntico a si prprio,

    para se aproximar o melhor possvelda monotonia imvel,

    que o espao livre da mercadoria , doravante,a cada instante modificado e reconstrudo. (166)

    Esta sociedade que suprime a distncia geogrfica,

    recolhe interiormente a distncia, enquantoseparao espetacular. (167)

    Subproduto da circulao das mercadorias, a circulaohumana considerada como um consumo, o turismo

    reduz-se fundamentalmente distrao de ir vero que se tornou banal.

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    A ordenao econmica da freqncia de lugares diferentes

    j por si mesma a garantia da sua equivalncia.

    A mesma modernizao que retirou da viagem o tempo,retirou-lhe tambm a realidade do espao. (168)

    "Uma sociedade baseada na expanso do trabalhoindustrial alienado torna-se, naturalmente,

    to completamente insalubre, barulhenta,feia e suja como uma fbrica"

    A sociedade que modela tudo o que a rodeiaedificou a sua tcnica especial

    para trabalhar a base concreta deste conjuntode tarefas: o seu prprio territrio.

    O urbanismo esta tomada de posse do meio ambientenatural e humano pelo capitalismo que,

    ao desenvolver-se logicamente emdominao absoluta,

    pode e deve agora refazer a totalidade do espaocomo seu prprio cenrio. (169)

    O homem est agora novamente retornando scavernas... Com a diferena de que o trabalhador

    tem apenas um precrio direitode habitar essas modernas cavernas:

    elas so habitaes alheias

    das quais ele pode ser despejado a qualquer

    momento se no tiver dinheiro para pagar.

    Sim, ele realmente tem que pagarpara viver nessas catacumbas.

    Marx, Manuscritos de 1844

    Se todas as foras tcnicas da economia capitalistadevem ser compreendidas como operando separaes,

    no caso do urbanismo trata-sedo equipamento da sua base geral,

    do tratamento do soloque convm ao seu desenvolvimento;

    da prpria tcnica da separao.(171)

    Pela primeira vez, uma arquitetura nova,que em cada poca anterior

    era reservada satisfao das classes dominantes,encontra-se diretamente destinada aos pobres.

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    A misria formal e a extenso gigantescadesta nova experincia de habitat

    provm em conjunto do seu carter de massa,

    que est implcito, ao mesmo tempo, na sua destinaoe pelas condies modernas de construo.

    O limiar transposto no crescimento dopoder material da sociedade

    e o atraso da dominao consciente deste poderesto expostos no urbanismo. (173)

    O meio ambiente est sendo transformadorpida e descuidadamente

    para benefcio do lucro e do controle repressivo,

    tornando-se ao mesmo tempo mais vulneravele mais propcio ao vandalismo.

    O capitalismo em sua fase espetacular transforma

    tudo com material inferior e cria os revoltosos.Seu aspecto to inflamvelquanto uma escola francesa.

    A histria que ameaa este mundo crepuscular tambma fora que pode submeter o espao ao tempo vivido.

    A revoluo proletria esta crtica dageografia humana, atravs da qual

    os indivduos e as comunidades tm a construiros lugares e os acontecimentos

    correspondendo apropriao, j nos do seu trabalho, mas da sua histria total.

    Neste espao movente do jogo, e das variaeslivremente escolhidas das regras do jogo,

    a autonomia do lugar pode reencontrar-sesem reintroduzir uma afeio exclusiva terra,

    e assim, restabelecer a realidade da viagem, tendoem si prpria todo o seu sentido. (178)

    O que toma, senhor?- Um whisky.

    javaneses, sumatranos, hindus, chineses,portugueses, filipinos, russos, malaios...,

    como um sabbath de bruxas!.

    Qualquer outro lugar parece um jardimda infncia comparado com isto.

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    O cheiro to inacreditavelmente mal. Eu jamaisimaginei que um lugar como esse poderia existir.

    Tem uma familiaridade horrvel,como um sonho lembrado pela metade.

    Qualquer coisa pode acontecer aqui,

    a qualquer momento.

    O tempo da produo, o tempo-mercadoria, uma acumulao infinita de espaos equivalentes.

    a abstrao do tempo irreversvel,

    de que todos os segmentos devem provar ao cronmetroa sua nica igualdade quantitativa.

    Este tempo , em toda a sua realidade efetiva,o que ele no seu carter permutvel. (147)

    O tempo geral do no desenvolvimento humano

    existe tambm sob o aspectocomplementar de um tempo consumvel

    que regressa vida quotidiana da sociedade,

    a partir desta produo determinada,como um tempo, pseudocclico.(148)

    O tempo pseudocclico o do consumo da sobrevivnciaeconmica moderna, a sobrevivncia aumentada,

    em que o vivido quotidiano continua privadode deciso e submetido, j no ordem natural,

    mas pseudonatureza desenvolvidano trabalho alienado;

    e, portanto, este temporeencontra muito naturalmente

    o velho ritmo cclico que regulava a sobrevivnciadas sociedades pr-industriais.

    O tempo pseudocclico apia-se ao mesmo temponos traos naturais do tempo cclico,

    e dele compe novas combinaes homlogas:

    o dia e a noite, o trabalho e o repousosemanais, o retomo dos perodos de frias. (150)

    O tempo pseudocclico consumvel o tempo espetacular,

    ao mesmo tempo como tempo deconsumo das imagens, no sentido restrito,

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    e como imagem do consumo do tempo,em toda a sua extenso.

    O tempo do consumo das imagens,mdium de todas as mercadorias,

    inseparavelmente o campo onde plenamenteatuam os instrumentos do espetculo

    e a finalidade que estes apresentam globalmente,como lugar e como figura central

    de todos os consumos particulares:

    A imagem social do consumo do tempo,por seu lado,

    exclusivamente dominadapelos momentos de cio e de frias,

    momentos representados distancia e desejveis,por postulado, como toda a mercadoria espetacular.

    Esta mercadoria aqui explicitamente dadacomo o momento da vida real

    de que se trata esperar o regresso cclico.

    Mas mesmo nestes momentos destinados vida, ainda o espetculo que se d a ver e a reproduzir,

    atingindo um grau mais intenso.

    O que foi representado como vida real,

    revela-se simplesmente como

    a vida mais realmente espetacular.(153)

    Enquanto o consumo do tempo cclicodas sociedades antigas

    estava de acordo com o trabalhoreal dessas sociedades,

    o consumo pseudocclico da economia desenvolvidaencontra-se em contradio

    com o tempo irreversvel abstrato da sua produo.

    Enquanto o tempo cclico era otempo da iluso imvel, realmente vivido,

    o tempo espetacular o tempo da realidade que setransforma, vivido ilusoriamente. (155)

    O que sempre novo no processo da produodas coisas no se reencontra no consumo,

    que permanece o regresso

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    alargado do mesmo.

    Porque o trabalho morto continuaa dominar o trabalho vivo,

    no tempo espetacular o passadodomina o presente. (156)

    Como um outro aspecto da deficincia da vida histricageral, a vida individual no tem ainda histria.

    Os pseudo-acontecimentos que se amontoamna dramatizao espetacular

    no foram vividos pelos que delesso informados e, alm disso,

    perdem-se na inflao da sua substituioprecipitada a cada pulso da maquinaria espetacular.

    Por outro lado, o que foi realmente vivido est semrelao com o tempo irreversvel oficial da sociedade

    e em oposio direta ao ritmo pseudocclico

    do subproduto consumvel desse tempo.Este vivido individual da vida quotidianaseparada permanece sem linguagem, sem conceito,

    sem acesso crtico ao seu prprio passado,que no est consignado em nenhum lado.

    Ele no se comunica.

    Est incompreendido e esquecido em proveitoda falsa memria espetacular do no-memorvel. (157)

    a vida,voc perde uma e encontra outra.

    Toque algo para mim, Mr. Guitar.

    Algo em especial?

    Apenas cante com bastante amor.

    No cante to bem assim senotodo mundo vai cagar nas mesas!

    O que que este homem caprichoso est comendo?

    No sei no.

    Qual que Kid, algum problema?

    Eu no tenho problema algum. Ele tem.

    Enganar uma mulherestrangeira pode trazer muita aflio a um homem.

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    Voc estrangeira?

    Apenas para estrangeiros.

    O que est acontecendo com vocs dois?

    Apenas o que voc est vendo meu irmo.

    Oh, voc escolheu o lugar errado para vir, senhor!

    Foi ela quem me chamou, no voc

    Olha que posso matar voc, senhor.Cacete, voc pode tocar uma melodia para ela

    Toque qualquer outra coisa

    Toque qualquer outra coisa

    O espetculo, como organizao social presente daparalisia da histria e da memria,

    do abandono da histria que se erige sobre a base dotempo histrico, a falsa conscincia do tempo. (158)

    Sob os modos aparentes quese anulam e se recompem

    superfcie ftil do tempopseudocclico contemplado,

    o grande estilo da poca est sempre no que orientadopela necessidade evidente e secreta da revoluo. (162)

    A meia-noite se aproxima

    J que no posso usufruir das coisas boas dessa vida,

    estou determinado a provar de seusvis e podres prazeres.

    Este meu melhor amigo, Omar

    Senhorita Poppy Smith.

    Voc um mercador egipcio?

    No, sou um mdico

    Doutor Omar de Shangai... e Gomorra.

    Tem algo a ver com o poeta Omar?

    o livro de poemas proibido...

    ...muito po, um jarro de vinho

    e voc do meu lado cantando no deserto...

    Voc disse 'Doutor' Omar, doutor de qu?

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    Doutor de Nada, senhorita Smith.

    Apenas soa importante e no fere ningum,

    ao contrrio da maioria dos doutores.

    E seu manto real?

    Onde voc nasceu?

    Meu nascimento aconteceu durante a lua cheia

    nas areias perto de Damasco.

    Meu pai era um vendedor de tabaco armnio.

    E minha me

    o mnimo que posso dizer a respeito dela que foi a melhor me do mundo.

    Metade dela era francesa

    e a outra metade perdida na poeira do tempo.Em suma, eu sou um mongrel puro-sangue.

    Sou parente de qualquer pessoa na Terra

    e para mim nada que humano...

    estranho

    Ento talvez voc possa explicar como nossosamigos desapareceram de repente

    Estvamos sozinhos quando vimos o primeiro

    O raciocnio sobre a histria inseparavelmenteraciocnio sobre o poder.

    A Grcia foi esse momento em que o podere a sua mudana se discutem e se compreendem,

    a democracia dos Senhores da sociedade.

    L, era o inverso das condies conhecidas peloEstado desptico,

    onde o poder nunca ajusta as suas contasseno consigo prprio,

    na inacessvel obscuridadedo seu ponto mais concentrado:

    pela revoluo de palcio, que o xito ou o revspe igualmente fora de discusso. (134)

    Nas crnicas do Norte os homens agem em silncio;

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    declaram guerra, fazem acordos de paz,

    mas eles mesmos no dizem (nem suas crnicas)

    porque fazem a guerra ou porque razesassinam acordos de paz.

    Nas cidades ou nos tribunais do governonada se ouve, tudo silencio.

    Eles se renem por traz de portas fechadase deliberam entre eles mesmos;

    as portas abrem, os homens saeme sobem ao palanque.

    As aes que resolveram adotar,guardam para si em silencio.

    Soloviev, The History of Russiafrom the Earliest Times

    Quando a seca cronologia, sem explicao, do poder

    divinizado falando aos seus servidoresque no quer ser compreendida seno como execuoterrestre dos mandamentos do mito,

    pode sersuperada e se torna histria consciente,

    tornou-se necessrio que a participao real nahistria tivesse sido vivida por grupos extensos.

    Desta comunicao prtica entreaqueles que se reconheceram

    como os possuidores de um presente singular,

    que sentiram a riqueza qualitativados acontecimentos

    assim como a sua atividadee o lugar onde habitavam - a sua poca -,

    nasce a linguagem geral da comunicao histrica.

    Aqueles para quem o tempo irreversvel existiu

    descobrem ao mesmo tempo neleo memorvel e a ameaa do esquecimento:

    "Hrodoto de Halicarnasso apresenta aquios resultados do seu inqurito,

    para que o tempo no possa abolir ostrabalhos dos homens..." (133)

    Boa tarde, York.

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    Boa tarde, General.

    Tomamos um caf?

    Prepare-se para una campanha de inverno...

    mais longa ainda se for necessrio.

    H tempos que esperava suas ordens.Mas claro que no havia ouvido nada

    Claro que no, York.

    Se fracassa, posso assegurar que oconselho de guerra o julgar

    estar acompanhado por nossos antigoscompanheiros de Shenandoah.

    Escolherei eu mesmo

    Shenandoah

    Pergunto-me que escrevero os historiadores

    sobre Shenandoah.A vitria da burguesia a vitria dotempo profundamente histrico,

    porque ele o tempo da produo econmica quetransforma a sociedade,

    de modo permanente e absoluto.

    Durante todo o tempo em que a produo agrriapermanea o trabalho principal,

    o tempo cclico, que continua presenteno fundo da sociedade,

    alimenta as foras coligadasda tradio, que vo travar o movimento.

    Mas o tempo irreversvel da economia burguesa extirpaessas sobrevivncias em toda a vastido do mundo.

    A histria, que tinha aparecido at a como o nicomovimento dos indivduos da classe dominante,

    e portanto escrita como histria factual, agora

    compreendida como um movimento geral,

    e neste movimento severo, os indivduosso sacrificados.

    A histria que descobrea sua base na economia poltica

    sabe agora da existnciadaquilo que era o seu inconsciente,

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    mas que, no entanto, permanece ainda o inconscienteque ela no pode trazer luz do dia.

    somente esta pr-histria cega,uma nova fatalidade que ningum domina,

    que a economia mercantil democratizou.(141)

    Assim, a burguesia fez conhecer e imps sociedadeum tempo histrico irreversvel,

    mas recusa-lhe a utilizao.

    "Houve histria, mas j no h mais",porque a classe dos possuidores da economia,

    que no deve rompercom a histria econmica,

    deve recalcar assim como uma ameaa imediataqualquer outro emprego irreversvel do tempo.

    A classe dominante, feita de especialistas

    da possesso das coisas,que por isso so eles prpriosuma possesso das coisas,

    deve ligar a sua sorte manutenodesta histria reificada,

    permannciade uma nova imobilidade na histrica.

    Pela primeira vez o trabalhador, na base da sociedade,no materialmente estanho histria,

    porque agora pela sua base que asociedade se move irreversivelmente.

    Na reivindicao de vivero tempo histrico que ele faz,

    o proletariado encontra o simples centro inesquecveldo seu projeto revolucionrio;

    e cada uma das tentativas, at aqui destrudas,de execuo deste projeto

    marca um ponto de partida possvelda nova vida histrica.(143)

    Com o desenvolvimento do capitalismo,o tempo irreversvel unificado mundialmente.

    A histria universal torna-se uma realidade,

    por que o mundo inteiro est reunidosob o desenvolvimento deste tempo.

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    Mas esta histria, que em toda a parte ao mesmo tempo a mesma,

    ainda no mais do quea recusa intra-histrica da histria.

    o tempo da produo econmica, dividido emfragmentos abstratos iguais,

    que se manifesta em todoo planeta como o mesmo dia.

    O tempo irreversvel unificado o do mercado mundial e,corolariamente, do espetculo mundial. (145)

    O tempo irreversvel da produo , antes do mais,a medida das mercadorias.

    Assim, pois, o tempo que se afirma oficialmente em todaa extenso do mundo como o tempo geral da sociedade,

    no significando mais do que interessesespecializados que o constituem,

    no seno um tempo particular.(146)

    Como uma mesma corrente, desenvolvem-se aslutas de classes da longa poca revolucionria,

    inaugurada pela ascenso da burguesia,e o pensamento da histria, a dialtica,

    o pensamento que j no pra procurado sentido do sendo,

    mas que se eleva ao conhecimento

    da dissoluo de tudo o que ;

    e no movimento dissolve toda a separao. (75)

    Este pensamento histrico ainda no seno aconscincia que chega sempre tarde de mais,

    e que enuncia a justificao post festum. Assim,ela no ultrapassou a separao seno no pensamento.

    O paradoxo, que consiste em suspender o sentido detoda a realidade ao seu acabamento histrico,

    e em revelar ao mesmo tempo este sentidoconstituindo-se a si prprio em acabamento da histria,

    resulta do simples fato de o pensador das revoluesburguesas dos sculos XVII e XVIII

    no ter procurado na sua filosofia senoa reconciliao com o seu resultado.(76)

    Quando o proletariado manifesta,

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    pela sua prpria existncia em atos,

    que este pensamento da histria no foi esquecido,

    o desmentido da concluso igualmente a confirmao do mtodo. (77)

    A carncia na teoria de Marx naturalmente a carnciada luta revolucionria do proletariado da sua poca.

    A classe operria no decretou a revoluopermanente na Alemanha de 1848;

    a Comuna foi vencida no isolamento.

    A teoria revolucionria no pde, pois, atingir aindaa sua prpria existncia total. (85)

    Toda a insuficincia terica na defesa cientficada revoluo proletria pode ser reduzida,

    quanto ao contedo assim comoquanto forma do enunciado,

    a uma identificao do proletariado com a burguesia, doponto de vista da tomada revolucionria do poder.(86)

    -Tenente?

    - De Jordan?

    Sim, leia-o

    -O qu?

    -Demasiado tardeJ nos localizaram.

    Desta vez seremos derrotados...

    Ruim... sim...Muito ruim...

    As duas nicas classes que correspondemefetivamente teoria de Marx,

    as duas classes puras s quais leva toda a anliseno Capital, a burguesia e o proletariado,

    so igualmente as duas nicas classes revolucionrias

    da histria, mas a ttulos diferentes:

    a revoluo burguesa est feita;a revoluo proletria um projeto,

    nascido na base da precedente revoluo,mas dela diferindo qualitativamente.

    Ao negligenciar a originalidadedo papel histrico da burguesia

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    encobre-se a originalidadeconcreta deste projeto proletrio,

    que nada pode atingir seno ostentando as suas prpriascores e conhecendo "a imensidade das suas tarefas".

    A burguesia veio ao poder porque a classe da economia em desenvolvimento.

    O proletariado no pode ele prprio ser o poder,seno tornando-se a classe da conscincia.

    O amadurecimento das foras produtivasno pode garantir um tal poder,

    mesmo pelo desvioda despossesso crescente que traz consigo.

    A tomada jacobina do Estado no podeser um instrumento seu.

    Nenhuma ideologia Ihe pode servir paradisfarar fins parciais em fins gerais,

    porque ele no pode conservar nenhumarealidade parcial que seja efetivamente sua. (88)

    Esta alienao ideolgica da teoriaj no pode, ento,

    reconhecer a verificao prtica dopensamento histrico unitrio que ela traiu,

    quando uma tal verificao surge naluta espontnea dos operrios;

    ela pode somente concorrer parareprimir-lhe a manifestao e a memria.

    Todavia, estas formas histricasaparecidas na luta

    so justamente o meio prtico que faltava teoria para que ela fosse verdadeira.

    Elas so uma exigncia da teoria,mas que no tinha sido formulada teoricamente.

    O soviete no era uma descoberta da teoria.

    E a mais alta verdade terica daAssociao Internacional dos Trabalhadores,

    era j a sua prpriaexistncia na prtica. (90)

    Voc aprender quo amargo

    o po estrangeiro,

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    e quo difcil escalar degraus alheios.

    E o fardo mais pesado no vale do exlio

    ser ver-se condenado na forma

    de uma companhia tola e desagradvel.

    Mas depois vir a honra pela coragem

    de se levantar sozinho e formarum partido de uma s pessoa.

    O mesmo momento histrico, em que o bolchevismotriunfou para si mesmo na Rssia,

    e onde a social-democracia combateu vitoriosamentepara o velho mundo

    marca o nascimento acabadode uma ordem de coisas

    que est no corao da dominao

    do espetculo moderno:a representao operria ops-seradicalmente classe. (100)

    Aqueles que se esforam na montagem de um estadototalitrio burocrtico capitalista

    sem esmagar os conselhos no iro muito longe.

    Tambm no iro muito longe aqueles que tentam

    abolir a sociedade de classes

    sem condenar todos os sindicatos e

    partidos hierrquicos especializados.

    Esta industrializao da poca estalinista revelaa realidade ltima da burocracia:

    ela a continuao do poder da economia,

    a salvao do essencial da sociedade mercantilmantendo o trabalho-mercadoria.

    prova da economia independente

    que domina a sociedade

    ao ponto de recriar para os seus prpriosfins a dominao de classe que Ihe necessria:

    o que se resume em dizer que a burguesiacriou um poder autnomo que,

    enquanto subsistir esta autonomia, podeir at ao prescindir de uma burguesia.

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    A burocracia totalitria no "a ltima classeproprietria da histria" no sentido de Bruno Rizzi,

    mas somente uma classe dominantede substituio para a economia mercantil.

    A propriedade privada capitalista enfraquecida substituda por um subproduto simplificado,

    menos diversificado, concentrado em propriedadecoletiva da classe burocrtica.

    Esta forma subdesenvolvida de classe dominante tambm a expresso do subdesenvolvimento econmico;

    e no tem outra perspectiva seno

    a de recuperar o atraso destedesenvolvimento em certas regies do mundo.

    o partido operrio, organizadosegundo o modelo burgus da separao,

    que forneceu o quadro hierrquico-estatala esta edio suplementar da classe dominante. (104)

    A classe ideolgica totalitria no poder o poder de um mundo reinvertido:

    quanto mais ela forte,mais ela afirma que no existe,

    e a sua fora serve-lhe antes do maispara afirmar a sua inexistncia.

    Ela modesta nesse nico ponto, porque

    a sua inexistncia oficial deve tambm

    coincidir com o nec plus ultra dodesenvolvimento histrico,

    que simultaneamentese deveria ao seu infalvel comando.

    Exposta por toda a parte a burocraciadeve ser a classe invisvel para a conscincia,

    de forma que toda a vidasocial que se torna demente.

    A organizao social da mentira absolutadecorre desta contradio fundamental. (106)

    Quanto mais nos aprofundamosna mentalidade burocrtica,

    mais nos surpreendemos com ela.

    Marx, Observaes sobre

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    a Recente Censura prussiana

    O estalinismo foi o reino do terrorna prpria classe burocrtica.

    O terrorismo que funda o poder destaclasse deve tambm atingir esta classe,

    porque ela no possuinenhuma garantia jurdica,

    nenhuma existncia reconhecidaenquanto classe proprietria

    que ela poderia estender a cada umdos seus membros.

    A sua propriedade real est dissimulada, e ela no setomou proprietria seno pela via da falsa conscincia.

    A falsa conscincia no mantm o seu poder absolutoseno pelo terror absoluto,

    onde todo o verdadeiro motivo acaba por perder-se.

    Os membros da classe burocrtica no poder no tm odireito de posse sobre a sociedade seno coletivamente,

    enquanto participantes numa mentira fundamental:

    precise que eles desempenhem o papel doproletariado dirigindo uma sociedade socialista;

    que sejam os atores fiis ao textoda infidelidade ideolgica.

    Mas a participao efetiva

    neste ser mentiroso deve, ela prpria,

    ver-se reconhecidacomo uma participao verdica.

    Nenhum burocrata pode sustentarindividualmente o seu direito ao poder,

    pois provar que um proletrio socialistaseria manifestar-se como o contrrio de um burocrata;

    e provar que um burocrata impossvel, uma vezque a verdade oficial da burocracia a de no ser.

    Assim, cada burocrata est na dependncia absolutade uma garantia central da ideologia,

    que reconhece uma participao coletiva ao seu "podersocialista" de todos os burocratas que ela no aniquila.

    Se os burocratas, consideradosno seu conjunto, decidem tudo,

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    a coeso da sua prpria classeno pode ser assegurada

    seno pela concentrao do seu poderterrorista numa s pessoa.

    Nesta pessoa reside a nica verdadeprtica da mentira no poder:

    a fixao indiscutvel da sua fronteirasempre retificada.

    Stlin decide sem apelo quem finalmente burocrata possuidor;

    isto , quem deve ser chamado "proletrio no poder"ou ento "traidor a soldo do Mikado e de Wall Street".

    Os tomos burocrticos no encontram a essnciacomum do seu direito seno na pessoa de Stlin.

    Stlin esse soberano do mundo que sesabe deste modo a pessoa absoluta,

    para a conscincia da qualno existe esprito mais alto.

    "O soberano do mundo possui a conscincia efetiva doque ele - o poder universal da efetividade

    na violncia destrutiva que exerce contra o Eude seus sujeitos que lhe faz contraste."

    Ao mesmo tempo que o poder que define o terreno dadominao, ele "o poder devastando esse terreno".(107)

    -Camaradas!

    Uma notcia alarmante.

    O Reichstag est en chamas.

    A rdio fascista deu a entender que oscomunistas incendiaram o Reichstag.

    Uma monstruosa provocaodo governo nazista...

    -A reunio est dissolvida!

    -Querem proibir nosso partido

    sufocar a voz da classe operria...

    -Enquanto existir comunistas na Alemanhano cessar nunca a luta contra Hitler!

    -Lutemos pela paz entre todos os povos,

    j que Hitler, camaradas...Hitler a guerra!

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    H um vale na Espanhachamado Jarama,

    um lugar que todos nsconhecemos muito bem.

    Foi l que perdemosno apenas a coragem,

    como tambm os melhoresanos de nossas vidas.

    Esta paz social restabelecidacom grande dificuldade

    no durou mais do que algunspoucos anos quando apareceram,

    para anunciar seu fim,aqueles que entrariam

    na histria do crime sob onome de situacionistas.

    Quando o proletariado descobreque a sua prpria fora exteriorizada

    concorre para o reforopermanente da sociedade capitalista

    j no s sob a forma de trabalho seu,mas tambm sob a forma dos sindicatos,

    dos partidos ou do poder estatal que eletinha constitudo para se emancipar,

    descobre tambm pela experincia histrica

    concreta que ele a classe totalmente inimiga

    de toda a exteriorizao petrificadae de toda a especializao do poder.

    Ele traz a revoluo que no pode deixarnada no exterior de si prpria,

    a exigncia da dominao permanente do presentesobre o passado, e a crtica total da separao;

    e disto que ele deveencontrar a forma adequada na ao.

    Nenhuma melhoria quantitativada sua misria,

    nenhuma iluso de integrao hierrquica um remdio durvel para a sua insatisfao,

    porque o proletariado no pode reconhecer-severidicamente num dano particular que teria sofrido,

  • 7/25/2019 Guy Debord La Societe Du Spectacle Society of the Spectacle 1973 Fra Subeng Repack Divx Mp3 1Cd Situ

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    nem, portanto, na reparao de um dano particular,nem de um grande nmero desses danos,

    mas somente no dano absolutode estar posto margem da vida. (114)

    Camaradas: Considerando que a fbricade aviao de Nantes

    foi ocupada por dois dias pelostrabalhadores e estudantes daquela cidade

    e que hoje o movimento est se espalhando por diversasfbricas (NMPP em Paris, Renault em Clon, e outras),

    o Comit de Ocupao de Sorbonnechama para a imediata ocupao

    de todas as fbricas na Frana ea formao de Conselhos de Trabalhadores.

    Camaradas: Espalhem e reproduzam este apeloto rpido quanto possvel.

    Sorbone, 16 de maio, 15:00 horas.Ocupao de fbricasConselhos operrios

    De hoje at o fim do mundo do espetculo,

    o ms de maio nunca passar

    sem que evoque nossa memria.

    Ns poucos, poucos e felizes,unidos, irmanados.

    Camaradas, a humanidade noser feliz at que...

    ABAIXO COM A SOCIEDADE DOESPETCULO MERCANTIL

    No se iluda pensando queeles no tm um plano.

    Eles tm sim;

    se eles no tivessem,

    as circunstncias por si s osforaria a desenvolver um.

    Uma conquista conduz a outra; uma vitriaabre o apetite para mais vitrias.

    Machiavel, carta a Francesco Vettori

    Corra, camarada, o velho

  • 7/25/2019 Guy Debord La Societe Du Spectacle Society of the Spectacle 1973 Fra Subeng Repack Divx Mp3 1Cd Situ

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    mundo est atrs de voc!

    Desde 25 de fevereiro,milhares de sistemas estranhos

    afluem diante da imaginaoimpetuosa de inovadores

    e se espalham atravs damente agitada da multido...

    Parece que o choque da revoluoreduziu toda a sociedade em poeira,

    e que existe uma competio abertapara determinar

    a forma de uma nova estruturaa ser colocada em seu lugar.

    Cada um tem seuprprio esquema.

    Alguns esto impressos em jornais; outros

    em cartazes que logo so colados nos muros;outros ainda so proclamadosem encontros ao ar livre.

    Uns defendem a abolio da desigualdade da riqueza;outros a desigualdade na educao,

    um terceiro prope dar um fim mais velhade todas as desigualdades, entre homens e mulheres.

    So prescritos remdios contra apobreza

    e contra a maldio do trabalho que vem atormentandoa humanidade desde os primeiros dias.

    Alexis de Tocqueville,Lembranas da Revoluo Francesa de 1848.

    Nem a madeira nem o fogo

    acham qualquer pazou satisfao no calor,

    seja ele grande ou pequeno,

    ou semelhante a eles,

    at o momento em que o fogose torna um com a madeira

    e lhe d sua prpria natureza.

    Eles esto sendo acusados de vandalismo

    e denunciados por desrespeitar as mquinas.

  • 7/25/2019 Guy Debord La Societe Du Spectacle Society of the Spectacle 1973 Fra Subeng Repack Divx Mp3 1Cd Situ

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    Tais crticas teriam fundamentosse os trabalhadores

    estivessem buscando a destruiosistemtica em si mesma.

    Mas este no o caso!

    Se os trabalhadores esto atacando as mquinas,no por prazer nem por capricho,

    mas porque a urgente necessidadeos obriga fazer isso.

    Emile Pouget,Sabotage

    Aos novos sinais de negao, incompreendidose falsificados pela ordenao espetacular,

    que se multiplicam nos pases maisavanados economicamente,

    pode-se j tirar a conclusode que uma nova poca est aberta:

    depois da primeira tentativa de subverso operria, agora a abundncia capitalista que falhou.

    Quando as lutas anti-sindicais dos operrios ocidentaisso reprimidas primeiro que tudo pelos sindicatos,

    e quando as correntes revoltadas da juventudelanam um primeiro protesto informe,

    no qual, porm, a recusa

    da antiga poltica especializada,

    da arte e da vida quotidiana,est imediatamente implicada,

    esto a as duas faces de uma nova luta espontneaque comea sob o aspecto criminal.

    So os signos precursores do segundo assaltoproletrio contra a sociedade de classe. (115)

    Lembra-se de mim?

    Nunca me recordo de mulheres bonitas,so muito caras.

    Ento, Van Stratten,quer um iate novo?

    No sobre negcios, Sr. Tadeu.Queremos apenas que nos faa um favor

    Nunca concedo favores

  • 7/25/2019 Guy Debord La Societe Du Spectacle Society of the Spectacle 1973 Fra Subeng Repack Divx Mp3 1Cd Situ

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    Queremos apenas uma pequenainformao sobre a Polnia

    Nunca concedo informaes...

    Polnia!

    Mais uma vez a Polnia coberta de sangue

    e permanecemos como impotentes espectadores

    Declarao dos trabalhadores franceses na confernciade fundao da I Internacional, 28 de set. de 1864

    Quando a realizao, cada vez mais poderosada alienao capitalista em todos os nveis,

    tornando cada vez mais difcil aos trabalhadoresreconhecer e nomear a sua prpria misria,

    os coloca na alternativa de recusar a totalidadeda sua misria ou nada,

    a organizao revolucionriateve de aprender

    que ela j no pode combatera alienao sob formas alienadas. (122)

    O prprio desenvolvimento da sociedade de classesat organizao espetacular da no-vida

    leva, pois, o projeto revolucionrio a tornar-sevisivelmente o que ele j era essencialmente. (123)

    A teoria revolucionria , agora, inimiga

    de toda a ideologia revolucionria

    e sabe que o . (124)

    Mas considerando o contedo destaexperincia como um todo,

    notaremos que o trabalhodesaparece a olhos vistos...

    Este desaparecimento por si s bastante real:

    est estreitamente ligado aos seuslimites e desaparece com ele.

    O negativo perece junto com opositivo que o nega

    obviamente mais fcil fazer histria

    quando nos engajamos apenas em lutascom sucesso garantido.

  • 7/25/2019 Guy Debord La Societe Du Spectacle Society of the Spectacle 1973 Fra Subeng Repack Divx Mp3 1Cd Situ

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    Isto to bvio que destruiriacompletamente esta sociedade.

    Temos que estar prontos para lanar duziasou mais de assaltos como os de maio de 1968,

    e estar preparados para aceitarum certo nmero de derrotas e de guerras civis

    no apenas como desastresmas tambm como inevitveis.

    Na histria, o que faz diferena mesmo

    a energia e a determinao com queso perseguidos os objetivos que se quer alcanar.