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GUSTAVO LOPES DUARTE OLIVEIRA APLICAÇÃO DE UM MODELO DE ROTEIRIZAÇÃO DE VEÍCULOS EM UMA EMPRESA DO SETOR ALIMENTÍCIO Trabalho de Formatura apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para a obtenção do Diploma de Engenheiro de Produção São Paulo 2017

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GUSTAVO LOPES DUARTE OLIVEIRA

APLICAÇÃO DE UM MODELO DE ROTEIRIZAÇÃO DE VEÍCULOS EM UMA

EMPRESA DO SETOR ALIMENTÍCIO

Trabalho de Formatura apresentado à Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo para

a obtenção do Diploma de Engenheiro de

Produção

São Paulo

2017

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GUSTAVO LOPES DUARTE OLIVEIRA

APLICAÇÃO DE UM MODELO DE ROTEIRIZAÇÃO DE VEÍCULOS EM UMA

EMPRESA DO SETOR ALIMENTÍCIO

Trabalho de Formatura apresentado à Escola

Politécnica da Universidade de São Paulo para

a obtenção do Diploma de Engenheiro de

Produção

Orientador: Prof. Dr. Hugo T. Y. Yoshizaki

São Paulo

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA

Oliveira, Gustavo Lopes Duarte

Aplicação de um modelo de roteirização de veículos em uma empresa do setor alimentício / G. L. D. Oliveira -- São Paulo, 2017.

141 p. Trabalho de Formatura - Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo. Departamento de Engenharia de Produção. 1.Logística 2.Pesquisa operacional 3.Roteirização I.Universidade

de São Paulo. Escola Politécnica. Departamento de Engenharia de Produção II.t.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Leda e Ricardo, pela educação que me deram, pelos valores que me

transmitiram, pelo apoio e incentivo às minhas decisões, pelos conselhos oferecidos, pelos

amigos que são e por todo o amor.

Ao professor Hugo Yoshizaki, por me oferecer a oportunidade de desenvolver este

trabalho, pela orientação fornecida e pelos ensinamentos que contribuíram para a minha

formação acadêmica.

Ao professor Celso Hino, pelo suporte técnico necessário para o desenvolvimento deste

trabalho, pelas sugestões, dicas e orientações a respeito das análises realizadas.

Ao professor Fabiano Stringher, por compartilhar seus conhecimentos em logística e

por colaborar com parte da metodologia utilizada neste trabalho.

Ao Renan Iwayama, pela ajuda oferecida, pela atenção demonstrada em ouvir o meu

projeto, por me apresentar a ferramenta utilizada neste trabalho e por me auxiliar em sua

utilização.

À Denise Dutra, pela disponibilidade em me receber, pela atenção em ouvir minha

proposta, pela confiança depositada, por viabilizar o desenvolvimento deste projeto junto à

empresa e por todo o suporte oferecido durante a execução do trabalho.

Ao Sr. Roberto, por confiar no meu trabalho e por permitir que este projeto fosse

desenvolvido na empresa.

À equipe de logística e expedição - Tiana, Fábio, Thiago e Silva -, pela colaboração com

o projeto realizado, por me receberem tantas vezes na operação, pela paciência com meus

questionamentos e solicitações de informações e, principalmente, por compartilharem suas

experiências profissionais comigo.

Aos motoristas - Aparecido, Claudir, Estácio, Gabriel, Geberson, Geraldo, Jairo, João,

Leandro, Luca, Robson, Salvador -, pela colaboração durante a fase de coleta de dados.

Ao meu irmão Guilherme, pelo companheirismo, por ouvir minhas ideias, por dar

sugestões pertinentes sobre o assunto, por se interessar pelo trabalho realizado e por sempre me

ajudar.

À minha cunhada Aline, pela ajuda oferecida e por me auxiliar na revisão do texto deste

trabalho.

À minha namorada Marina, pela preocupação com o andamento deste trabalho, pela

compreensão com relação às minhas ausências, pela ajuda com a revisão do texto e pela

companhia durante todo esse período.

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RESUMO

Este trabalho utiliza técnicas e conceitos do campo da Pesquisa Operacional para a

resolução do problema decisório de roteirização e programação de veículos no âmbito da

distribuição física de mercadorias de uma empresa de médio porte do setor alimentício. O

objetivo do estudo é otimizar os recursos disponíveis da área da logística para reduzir os custos

da operação e melhorar o nível de serviço oferecido aos clientes. O sistema de entregas da

empresa foi modelado como um Vehicle Routing Problem (VRP) com restrições de capacidade

dos veículos, frota heterogênea, janela de tempo, carga fracionada e demanda determinística. A

ferramenta utilizada para a resolução do problema foi o VRP Spreadsheet Solver, uma planilha

em Microsoft Excel elaborada por Güneş Erdoğan (2017) capaz de solucionar uma grande

variedade de problemas do tipo VRP. A programação do código é realizada no Visual Basic for

Applications (VBA), que utiliza uma adaptação do algoritmo meta-heurístico Adaptive Large

Neighborhood Search proposto por Pisinger e Ropke (2007) para a realização da roteirização.

O programa utilizado apresenta interface familiar ao usuário, facilidade de uso, flexibilidade e

acessibilidade, características desejáveis para o desenvolvimento do presente trabalho devido a

possibilidade de implantação futura na operação da empresa. Os parâmetros utilizados no

modelo foram baseados nos dados históricos fornecidos pela empresa e uma simulação da

aplicação do modelo foi realizada para o período de um mês. Os resultados obtidos foram

comparados com os indicadores operacionais reais da logística e evidenciam um potencial de

redução de 15% dos custos e eliminação dos atrasos, que representam atualmente 17% das

entregas realizadas. Por fim, faz-se uma discussão a respeito dos resultados obtidos, com

recomendações e sugestões para a empresa com relação a implantação da ferramenta

apresentada e de estudos futuros.

Palavras-chave: Logística. Pesquisa Operacional. Roteirização.

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ABSTRACT

This work uses techniques and concepts from the field of Operational Research to solve

the decision problem of routing and scheduling of vehicles with in the scope of the physical

distribution of goods of a medium-sized company in the food sector. The goal of the study is to

optimize the available resources of the logistics area to reduce operation costs and improve the

service level offered to costumers. The company’s delivery system was modeled as a Vehicle

Routing Problem (VRP), with vehicle capacity constraints, heterogeneous fleet, time windows,

fractional loads and deterministic demand. The tool used to solve the problem was the VRP

Spreadsheet Solver, a worksheet in Microsoft Excel prepared by Güneş Erdoğan (2017),

capable of solving a wide variety of VRP type problems. The code programming is performed

in Visual Basic for Applications (VBA), which uses an adaptation of the meta-heuristic

algorithm Adaptive Large Neighborhood Search proposed by Psisinger e Ropke (2017) to

perform the routing. The program used presents familiar interface to the user, easy of use,

flexibility and accessibility, desirable characteristics for the development of this work due to

the possibility of the future deployment in the company operation. The parameters used in the

model were based on historical data provided by the company and a simulation test of the model

application was performed for a period of a month. The results obtained were compared with

actual operational logistic indicators and show a potential reduction of 15% of costs and

elimination of delays, which currently represent 17% of deliveries. Finally, a discussion is made

about the results obtained, with recommendations and suggestions for the company regarding

the implementation of the presented tool and future studies.

Keywords: Logistic. Operational Research, Routing.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Distribuição geográfica dos clientes da Empresa X na Grande São Paulo .......... 22

Figura 2.2 – Pedidos diários ao longo do mês .......................................................................... 23

Figura 2.3 – Média de pedidos por dia da semana ................................................................... 24

Figura 2.4 – Fluxo de atividades da operação da Empresa X................................................... 25

Figura 2.5 – Tipos de embalagens utilizadas pela Empresa X ................................................. 26

Figura 2.6 – Tipos de veículos utilizados pela Empresa X ...................................................... 28

Figura 2.7 – Agrupamento dos pedidos realizado em 06/03/17 entre os veículos ................... 30

Figura 2.8 – Histograma – Tempo disponível para entrega dos produtos ................................ 32

Figura 2.9 – Histograma – Tempo de descarregamento dos produtos ..................................... 32

Figura 3.1 – A evolução da logística para a cadeia de suprimentos ......................................... 34

Figura 3.2 – Representação da cadeia de suprimentos para a Empresa X ................................ 35

Figura 3.3 – Custos e receitas em função do nível de serviço logístico ................................... 40

Figura 3.4 – Maximização dos lucros ....................................................................................... 41

Figura 3.5 – Modelo de depreciação mensal do veículo .......................................................... 43

Figura 3.6 – Ilustração de um problema do caixeiro viajante (TSP) ........................................ 48

Figura 3.7 – Ilustração de um problema clássico de roteirização de veículos (VRP) .............. 50

Figura 3.8 – Heurística de economia ........................................................................................ 56

Figura 3.9 – Heurística de varredura ........................................................................................ 58

Figura 4.1 – Estrutura do VRP Spreadsheet Solver.................................................................. 66

Figura 4.2 - Histograma – Tempo considerado para entrega dos produtos .............................. 75

Figura 5.1 – Quantidade diária de veículos utilizados – CB .................................................... 83

Figura 5.2 – Custo diário das entregas (mil R$) – CB ............................................................. 84

Figura 5.3 – Status diário das entregas - CB ............................................................................ 84

Figura 5.4 – Diagrama de Pareto das regiões com atrasos ....................................................... 85

Figura 5.5 – Distância diária percorrida (mil km) – CB ........................................................... 86

Figura 5.6 – Tempo diário gasto com as entregas (horas) - CB ............................................... 86

Figura 5.7 – Ocupação média dos veículos – CB ..................................................................... 87

Figura 5.8 - Quantidade diária de veículos utilizados – CR ..................................................... 89

Figura 5.9 - Custo diário das entregas (mil R$) – CR .............................................................. 89

Figura 5.10 - Status diário das entregas – CR .......................................................................... 90

Figura 5.11 - Distância diária percorrida (mil km) – CR ......................................................... 90

Figura 5.12 - Tempo diário gasto com as entregas (horas) - CR .............................................. 91

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Figura 5.13 - Ocupação média dos veículos – CR ................................................................... 92

Figura 6.1 – Quantidade diária de veículos utilizados – Agregados ........................................ 93

Figura 6.2 – Quantidade mensal de veículos utilizados ........................................................... 94

Figura 6.3 – Custo diário das entregas (mil R$) - Agregados.................................................. 95

Figura 6.4 – Custo diário das entregas (mil R$) – Frota própria ............................................. 96

Figura 6.5 – Custo mensal das entregas (mil R$) .................................................................... 97

Figura 6.6 – Status diário das entregas – No horário ............................................................... 97

Figura 6.7 – Status diário das entregas – Adiantada ................................................................ 98

Figura 6.8 – Distribuição mensal do status de entrega ............................................................ 99

Figura 6.9 – Status mensal das entregas .................................................................................. 99

Figura 6.10 – Distância diária percorrida (mil km) ............................................................... 100

Figura 6.11 – Distância mensal percorrida (mil km) ............................................................. 101

Figura 6.12 – Tempo diário gasto com as entregas (horas) – Direção ................................... 102

Figura 6.13 - Tempo diário gasto com as entregas (horas) – No cliente ............................... 102

Figura 6.14 – Distribuição do tempo mensal gasto com as entregas ..................................... 103

Figura 6.15 – Tempo mensal gasto com as entregas (horas) ................................................. 103

Figura 6.16 – Ocupação média dos veículos .......................................................................... 104

Figura 6.17 – Quantidade mensal de veículos utilizados – Impacto da JT ............................ 107

Figura 6.18 – Custo mensal das entregas (Mil R$) – Impacto da JT ..................................... 107

Figura 6.19 – Tempo diário gasto com as entregas (horas) – CT .......................................... 108

Figura 6.20 - Distribuição do tempo mensal gasto com as entregas – Impacto da JT ........... 108

Figura 6.21 – Tempo mensal gasto com as entregas (horas) – Impacto da JT ...................... 109

Figura 8.1 – Janela de tempo para recebimento das entregas por cliente .............................. 121

Figura 8.2 – Janela de tempo ajustada para recebimento das entregas por cliente ................ 122

Figura 8.3 – Aba VRP Solver Console .................................................................................. 123

Figura 8.4 – Aba Locations .................................................................................................... 123

Figura 8.5 – Aba Distances .................................................................................................... 124

Figura 8.6 – Aba Vehicles...................................................................................................... 124

Figura 8.7 – Aba Solution ...................................................................................................... 124

Figura 8.8 – Aba Visualization .............................................................................................. 125

Figura 8.9 – Análise e ajuste da JT dos clientes fixos ........................................................... 130

Figura 8.10 – Índice de utilização do veículo por dia ............................................................ 134

Figura 8.11 – Exemplo de roteiro – 08/03/2017 - CB ........................................................... 141

Figura 8.12 - Exemplo de roteiro – 08/03/2017 - CR ............................................................ 141

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Capacidade das embalagens por tipo de produto ................................................. 27

Tabela 2.2 – Quantidade de veículos próprios e terceiros da Empresa X ................................ 29

Tabela 4.1 – Dimensões e volume ocupado pelas embalagens ................................................ 73

Tabela 4.2 – Volume líquido do baú dos veículos ................................................................... 77

Tabela 4.3 – Análise estatística do IU por tipo de veículo ....................................................... 77

Tabela 4.4 – Volume útil dos veículos ..................................................................................... 78

Tabela 4.5 – Valor de frete dos agregados ............................................................................... 79

Tabela 4.6 – Dia de rodízio dos veículos.................................................................................. 81

Tabela 5.1 – Resumo dos indicadores operacionais do CB ...................................................... 88

Tabela 5.2 – Resumo dos indicadores operacionais do CR ...................................................... 92

Tabela 6.1 – Análise de custos dos veículos agregados ........................................................... 95

Tabela 6.2 – Análise de custos dos veículos próprios .............................................................. 96

Tabela 6.3 – Análise estatística dos percentuais de ocupação dos veículos ........................... 105

Tabela 6.4 - Resumo comparativo dos indicadores operacionais ........................................... 105

Tabela 6.5 – Teste de impacto do tempo de processamento do modelo ................................ 110

Tabela 8.1 – Latitude e longitude do CD e dos clientes da empresa ...................................... 127

Tabela 8.2 – Matriz origem-destino ....................................................................................... 128

Tabela 8.3 – Volume diário dos pedidos por cliente .............................................................. 129

Tabela 8.4 - Janela de tempo diária dos clientes .................................................................... 132

Tabela 8.5 – Tempo de serviço por cliente ............................................................................. 133

Tabela 8.6 – Custo da frota própria ........................................................................................ 135

Tabela 8.7 – Roteiros do cenário base .................................................................................... 137

Tabela 8.8 – Rotas do cenário base ........................................................................................ 138

Tabela 8.9 – Roteiros do cenário roteirizado .......................................................................... 139

Tabela 8.10 – Rotas do cenário roteirizado ............................................................................ 140

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 17

1.1. Definição do problema ................................................................................. 17

1.2. Objetivo do trabalho ..................................................................................... 18

1.3. Organização do trabalho ............................................................................... 19

2. A EMPRESA ........................................................................................................ 21

2.1. Clientes e demanda ....................................................................................... 21

2.2. Organização da operação .............................................................................. 24

2.3. Armazenagem e expedição ........................................................................... 26

2.4. Roteirização dos veículos ............................................................................. 28

2.5. Distribuição dos produtos ............................................................................. 31

3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................ 33

3.1. Logística e cadeia de suprimentos ................................................................ 33

3.2. Valor e vantagem competitiva ...................................................................... 36

3.3. Serviço e nível de serviço ............................................................................. 37

3.4. Custos e receitas ........................................................................................... 39

3.5. Custos do veículo.......................................................................................... 42

3.5.1. Custos fixos .............................................................................................. 43

3.5.2. Custos variáveis ........................................................................................ 45

3.6. Modelos de roteirização................................................................................ 47

3.6.1. Problema do Caixeiro Viajante (TSP) ...................................................... 48

3.6.2. Problema Clássico de Roteirização de Veículos (VRP) ........................... 50

3.6.3. Restrições adicionais ao VRP ................................................................... 52

3.6.4. Abordagens heurísticas ............................................................................. 54

4. METODOLOGIA ................................................................................................. 59

4.1. O modelo unificado do VRP ........................................................................ 60

4.2. Abordagem heurística ................................................................................... 64

4.3. A ferramenta do VRP Spreadsheet Solver ................................................... 66

4.4. Coleta de dados e premissas de input ........................................................... 70

4.4.1. Configuração do VRP Solver Consol ....................................................... 71

4.4.2. Localização dos clientes ........................................................................... 72

4.4.3. Matriz OD ................................................................................................. 72

4.4.4. Demanda ................................................................................................... 72

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4.4.5. Janela de tempo ........................................................................................ 73

4.4.6. Tempo de serviço ..................................................................................... 75

4.4.7. Disponibilidade de veículos ..................................................................... 76

4.4.8. Capacidade dos veículos .......................................................................... 76

4.4.9. Custo dos veículos ................................................................................... 78

4.4.10. Restrições da operação ............................................................................ 80

4.4.11. Rodízio .................................................................................................... 80

4.5. Estruturação dos dados e execução da roteirização ..................................... 81

5. RESULTADOS .................................................................................................... 83

5.1. Cenário base (CB) ........................................................................................ 83

5.2. Cenário roteirizado (CR) .............................................................................. 88

6. ANÁLISES E DISCUSSÕES .............................................................................. 93

6.1. Análise comparativa dos cenários ................................................................ 93

6.1.1. Quantidade de veículos ............................................................................ 93

6.1.2. Custos dos veículos .................................................................................. 94

6.1.3. Status das entregas ................................................................................... 97

6.1.4. Distância percorrida ............................................................................... 100

6.1.5. Tempo de operação ................................................................................ 101

6.1.6. Ocupação média dos veículos ................................................................ 104

6.2. Impacto da restrição da JT ......................................................................... 106

6.3. Impacto do tempo de processamento ......................................................... 109

7. CONCLUSÃO ................................................................................................... 113

8. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 117

APÊNDICE A – JANELA DE TEMPO DOS CLIENTES ....................................... 121

APÊNDICE B – ABAS DO VRP SPREADSHEET SOLVER ................................. 123

APÊNDICE C – DADOS E PARÂMETROS DE INPUT ........................................ 127

APÊNDICE D – RESULTADOS .............................................................................. 137

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1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, a disputa entre as empresas por uma fatia do mercado tem se

tornado cada vez mais desafiadora. Inseridas em um ambiente marcado pela forte concorrência,

surgimento constante de novas tecnologias, velocidade no fluxo de informações e elevada

exigência dos clientes, as empresas buscam por modelos de gestão e estratégias que lhes

proporcionem um diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes. Nesse contexto, a

logística ganha um papel de destaque dentro do mundo coorporativo, pois é capaz de agregar

valor aos produtos ofertados e oferecer uma importante vantagem competitiva

(CHRISTOPHER, 1997).

De forma geral, o valor da logística se manifesta em termos de “tempo” e “lugar”. Bens

e serviços não possuem o mesmo valor se eles não estiverem disponíveis para o consumo

quando (tempo) e onde (lugar) os clientes quiserem. O serviço logístico tem por objetivo

garantir essa disponibilidade ofertando o produto certo ao cliente certo na hora certa (BALLOU,

2006). Atender a essas expectativas, garante à empresa um diferencial extremamente valorizado

pelos clientes.

Dentre as atividades que tradicionalmente são de responsabilidade da logística em uma

empresa, o transporte é parte fundamental da estratégia adotada. O seu gerenciamento envolve

decisões referentes, principalmente, à roteirização e à programação de veículos. Segundo

Ballou (2006), o transporte é responsável por um a dois terços dos custos logísticos totais de

uma empresa. A boa gestão dos recursos disponíveis pode trazer benefícios significativos para

as empresas em termo de redução de custos e melhoria no nível de serviço ao cliente.

O presente trabalho foi realizado em uma empresa do setor alimentício que, por questões

de confidencialidade, será denominada de “Empresa X”. Essa empresa vem enfrentando

dificuldades para gerenciar o seu sistema de distribuição física e é de interesse da diretoria

reduzir a quantidade de atrasos nas entregas realizadas e os custos operacionais envolvidos.

Trata-se da aplicação de um modelo de roteirização em um caso real no qual técnicas de

Pesquisa Operacional serão utilizadas para auxiliar a empresa na escolha por melhores roteiros.

1.1. Definição do problema

A entrega dos produtos ao cliente final faz parte da estratégia competitiva da Empresa

X, que busca manter a qualidade e a confiabilidade de seu serviço. Devido às características da

demanda e do mercado em que está inserida, há uma necessidade por um transporte rápido,

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18

dinâmico e confiável. Entretanto, durante as visitas técnicas que foram realizadas pelo autor

para a realização deste trabalho, alguns problemas referentes à distribuição física dos produtos

foram relatados e/ou observados:

• dificuldade na determinação dos roteiros a serem definidos no dia;

• quantidade elevada de entregas realizadas com atraso;

• elevados custos com o pagamento de fretes a terceiros;

• desconhecimento e falta de controle dos custos da frota própria;

• baixa utilização da capacidade de alguns veículos.

A Empresa X não possui uma metodologia institucionalizada de roteirização de

veículos. Sua definição é feita empiricamente com base na experiência adquirida pelos

funcionários ao longo dos anos. Há rotas pré-definidas com base em regiões geográficas da

cidade e pedidos recorrentes que são realizados pelos clientes fixos da empresa. Entretanto, é

comum o surgimento de pedidos pontuais provenientes de alguns clientes esporádicos e/ou a

alteração do volume do pedido de um cliente fixo, que devem ser encaixados nos roteiros pré-

estabelecidos. Sem a utilização de alguma ferramenta matemática ou software para auxiliar na

tomada de decisão, a definição desses roteiros se torna um desafio para os profissionais da

logística.

É evidente que existem oportunidades de melhoria no setor de logística da empresa. A

adoção de uma ferramenta de auxílio à roteirização de veículos, por exemplo, pode colaborar

com a otimização dos recursos disponíveis, reduzindo os custos envolvidos na operação,

melhorando o nível de serviço oferecido e ajudando nas análises e decisões inerentes à

roteirização.

1.2. Objetivo do trabalho

O objetivo deste trabalho é aplicar um modelo de roteirização de veículos no sistema de

distribuição da empresa de forma a otimizar os recursos disponíveis e buscar por oportunidades

de melhoria no atual processo. Busca-se por uma forma alternativa de alocar os veículos em

roteiros e programá-los para que o atendimento da demanda da empresa seja feito ao menor

custo possível e respeitando as características da operação, como o horário de recebimento dos

clientes, a capacidade dos veículos, entre outros.

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Os ganhos decorrentes da utilização do modelo poderão ser mensurados com base em

critérios objetivos previamente estabelecidos como o custo mensal da distribuição, o percentual

de entregas realizadas com atraso, o percentual de redução do tempo de operação e/ou a

distância total percorrida pelos veículos, entre outros. Uma análise comparativa será realizada

entre o cenário atual e o roteirizado pelo modelo, de forma a se discutir cada um dos critérios

envolvidos. Espera-se, ao final dessa discussão, demonstrar a existência de um potencial de

redução de custos e melhoria no nível de serviço oferecido pela empresa.

Caso seja de interesse da empresa, a ideia é que, posteriormente, ela possa implantar o

modelo de roteirização utilizado por esse trabalho em sua operação diária. Assim, busca-se por

uma ferramenta que seja prática, ágil e de fácil utilização, de tal forma que a experiência dos

funcionários seja utilizada para a análise e ajuste dos resultados obtidos e não para criação de

roteiros sem nenhuma metodologia. O processo de implantação do sistema, entretanto, não faz

parte do escopo desse trabalho.

1.3. Organização do trabalho

A estrutura do trabalho a seguir está organizada em capítulos da seguinte maneira:

• Capítulo 2: será realizada a apresentação da empresa na qual o trabalho foi

desenvolvido com destaque para questões operacionais pertinentes ao tema do trabalho

como análise da demanda e atividades relacionadas à logística (armazenagem,

expedição, roteirização e distribuição);

• Capítulo 3: serão apresentados, com base em referências da literatura acadêmica, os

conceitos necessários para o desenvolvimento do trabalho como definições de logística

e nível de serviço, aspectos relevantes sobre roteirização, modelos de roteirização, entre

outros;

• Capítulo 4: será apresentada a metodologia que foi utilizada no trabalho, como a

explicação da heurística adotada, as premissas utilizadas pelo modelo, os cenários

gerados, a forma como os dados foram estruturados, entre outras questões práticas;

• Capítulo 5: serão apresentados os resultados obtidos pela aplicação do modelo

proposto, como a quantidade de veículos utilizados, os custos incorridos na operação, o

nível de serviço obtido, entre outros indicadores pertinentes às análises futuras;

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• Capítulo 6: serão apresentadas as análises dos resultados obtidos e as discussões

pertinentes ao assunto como o ganho potencial da aplicação do modelo proposto, as

limitações da ferramenta utilizada, os trade-offs envolvidos nas escolhas, entre outros;

• Capítulo 7: são apresentadas as conclusões do estudo realizado, com recomendações à

empresa e sugestões de trabalhos futuros sobre o tema.

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2. A EMPRESA

A Empresa X é uma empresa de médio porte do setor alimentício que atua no preparo e

distribuição de sanduíches e kit lanches. Com atuação no mercado de São Paulo há mais de 12

anos, a empresa dispõe atualmente de uma infraestrutura de aproximadamente 2.000 m2 e conta

com o trabalho de mais de 80 colaboradores.

O nível de serviço oferecido aos clientes bem como a qualidade dos produtos faz parte

da estratégia competitiva da empresa. Dessa forma algumas atividades chave, como

atendimento ao cliente, controle de qualidade e distribuição dos lanches, são de extrema

importância para a Empresa X. Por se tratar de perecíveis, a logística ganha uma importância

ainda maior, pois os alimentos devem ser armazenados adequadamente em locais refrigerados

e entregues aos clientes o mais rápido possível após a sua produção para que sejam consumidos

ainda frescos.

A seguir, faz-se uma apresentação dos principais aspectos da empresa, com destaques

para a área da logística, tema do presente trabalho. Os dados apresentados são referentes ao mês

de março de 2017.

2.1. Clientes e demanda

A Empresa X apresenta sede única localizada na zona sul do município de São Paulo,

onde estão concentradas as funções de administração, produção, armazenagem e distribuição.

Atualmente, a empresa possui aproximadamente 150 clientes ativos, que estão distribuídos pelo

município de São Paulo e cidades arredores, como o ABCD Paulista, Osasco, Guarulhos,

Campinas, Jundiaí e Mogi das Cruzes.

O mapa da Figura 2.1 mostra a distribuição geográfica dos clientes da Grande São Paulo

em relação à empresa. Desses, cerca de 40% estão situados dentro da zona do rodízio municipal,

área na qual veículos não podem circular, das 7 às 10h e das 17 às 20h, durante os dias de

restrição, que são definidos em função de suas respectivas placas (CET, Rodízio Municipal,

2017).

A empresa atende a um perfil diversificado de clientes: escolas, indústrias, comércios,

hospitais, laboratórios e eventos. Aproximadamente 67% dos clientes são fixos, ou seja,

realizam pedidos semanais regulares (todos os dias, três vezes por semana, uma vez por

semana), cuja demanda é constante e previsível. Os 33% restantes são clientes esporádicos, que

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realizam pedidos pontuais de acordo com sua necessidade (apenas uma vez por mês, por 4 dias

consecutivos de uma semana).

Figura 2.1 – Distribuição geográfica dos clientes da Empresa X na Grande São Paulo

Fonte: Elaborado pelo autor

Os pedidos esporádicos são frequentes na empresa e representam um desafio constante

tanto para a área de produção de lanches quanto para a área de logística (embalagem,

armazenagem, expedição e distribuição). Apesar de representarem um percentual pequeno em

relação ao número de pedidos do mês, cerca de 5%, esses pedidos podem representar um

percentual elevado em termos de volume a ser produzido e distribuído no dia. Essas diferenças

ao longo do mês, em relação à quantidade de pontos de entrega no dia e do volume a ser

distribuído, representam um desafio constante para a logística, que precisa redefinir

constantemente as rotas que tradicionalmente são feitas.

A Figura 2.2 (a) e Figura 2.2 (b) representam, respectivamente, a distribuição dos

pedidos ao longo do mês de março de 2017 em relação à quantidade de entregas e volume.

Nota-se que, no último sábado do mês, por exemplo, apesar dos pedidos esporádicos terem

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representado apenas 13% das entregas (5 em 39), eles somaram 81% do volume transportado

(33 em 41).

Figura 2.2 – Pedidos diários ao longo do mês

(a) Quantidade

(b) Volume (mil L)

Fonte: Elaborado pelo autor

Analisando a demanda por dia da semana na Figura 2.3 (a) e Figura 2.3 (b), pode-se

notar uma certa sazonalidade dos pedidos. Segunda-feira é o dia em que há uma maior

quantidade de pedidos e, consequentemente, maior volume de entrega. Na sequência, essa

representatividade é ocupada pelos dias de quarta, quinta, terça e sexta-feira, nessa ordem.

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Figura 2.3 – Média de pedidos por dia da semana

(a) Quantidade

(b) Volume (mil L)

Fonte: Elaborado pelo autor

Já aos finais de semana, a dinâmica é um pouco diferente: apesar do número de pedidos

diminuir consideravelmente em relação à quantidade, principalmente aos domingos, o volume

entregue continua sendo elevado. Isso ocorre pois nesses dias costumam ocorrer pedidos

esporádicos para o atendimento de eventos, em que a relação volume/pedido é maior do que

nos pedidos convencionais.

2.2. Organização da operação

As principais atividades da operação da Empresa X, desde o recebimento do pedido do

cliente até a sua entrega, estão representadas na Figura 2.4 de acordo com a área responsável

por sua execução.

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Figura 2.4 – Fluxo de atividades da operação da Empresa X

Fonte: Elaborado pelo autor

• Comercial: a área comercial da empresa é responsável por negociar as características

dos pedidos junto ao cliente como os tipos de lanches e kits que serão produzidos,

quantidades necessárias, valores e prazos de entrega;

• Planejamento: os pedidos recebidos são encaminhados para a área de planejamento,

que é responsável por compilar essas solicitações e planejar a produção. Depois de

verificada a disponibilidade de matéria-prima em estoque e planejada a capacidade

produtiva da linha de produção, as ordens de execução são emitidas para a produção;

• Produção: o manuseio dos sanduíches e a montagem dos kits lanches são realizados no

dia anterior à entrega em uma linha de produção semi-automatizada. Esteiras levam os

pães previamente cortados por uma série de estações em que operadores fazem o seu

preparo: passagem do recheio (manteiga, patê, maionese, requeijão), inclusão dos frios

(queijo, presunto, mortadela, peito de peru), embalagem (os lanches são embalados

individualmente) e montagem dos kits (inclusão de bebidas e outros produtos, como

frutas e doces);

• Armazenagem: os alimentos são acomodados em embalagens pré-definidas pelo

cliente (caixas de papelão, isopores ou cestos plásticos) e armazenados em câmaras

refrigeradas;

• Expedição: a expedição dos pedidos ocorre na madrugada entre a produção e a data de

entrega do pedido. As embalagens são retiradas do estoque para conferência e são

agrupadas de acordo com os roteiros definidos pela área de logística;

• Distribuição: quando os caminhões chegam na madrugada para carregamento, os

pedidos já estão separados. O motorista recebe o roteiro que deverá executar, carrega o

veículo e parte para fazer as entregas.

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A área de logística da empresa é responsável pelo planejamento e controle das atividades

de armazenagem, expedição e distribuição. Ela define como os produtos e kits serão embalados,

qual o tamanho das caixas e quais serão utilizadas; como será a organização do estoque dentro

das câmaras refrigeradas e os procedimentos de conferência na expedição; qual será o

agrupamento dos pedidos nos carros disponíveis, a ordem de carregamento dos veículos, a

ordem de entrega dos pedidos, quando serão realizadas as manutenções e abastecimento dos

veículos, dentre outras atividades.

2.3. Armazenagem e expedição

A definição do tipo de embalagem para recebimento dos produtos é feita pelo cliente de

acordo com suas necessidades de consumo no local. Depois de serem montados pela linha de

produção, os sanduíches e kit lanches já são acomodados nessas embalagens, onde serão

armazenados e entregues ao cliente.

Figura 2.5 – Tipos de embalagens utilizadas pela Empresa X

(a) Caixa plástica

(b) Cesto plástico

(c) Caixa de isopor

(d) Caixa de papelão

Fonte: Elaborado pelo autor

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A Figura 2.5 apresenta os tipos de embalagens utilizadas pela Empresa X. A caixa

plástica (a) e o cesto plástico (b) apresentam tamanho único e mantém os alimentos frescos em

ambientes refrigerados devido às vazões existentes nas embalagens. São utilizadas quando o

cliente possui um local adequado para guardar os lanches do momento do recebimento até o

consumo, como isopores ou geladeiras, uma vez que os lanches são retirados dessas caixas e

alocados em outro lugar no momento da entrega. Os isopores (c) apresentam 4 tamanhos e são

utilizados quando o cliente não possui estrutura para guardar os lanches. Dessa forma, entrega-

se ao cliente o isopor com os produtos e retiram-se os isopores vazios de entregas anteriores.

Assim, os alimentos são conservados até o momento do consumo. Por fim, as caixas de papelão

(d), disponíveis em três tamanhos, são utilizadas em eventos (clientes esporádicos), nos quais

não há necessidade de se recolher a embalagem por ser descartável e/ou quando o consumo dos

alimentos será feito rapidamente após a sua entrega.

Tabela 2.1 – Capacidade das embalagens por tipo de produto

Fonte: Elaborado pelo autor

Os produtos oferecidos pela Empresa X podem ser divididos em quatro grandes

categorias, de acordo com o seu tamanho e forma de embalagem individual: mini lanches,

sanduíches, kit lanches e produtos. Dentro de cada grupo pode haver diferenças em relação ao

tipo de recheio do lanche, sabor do suco, marca do chocolate de sobremesa, fruta escolhida, etc.

Porém, o tamanho entre eles é relativamente constante devido a forma como são embalados e

organizados. Dessa forma, pode-se determinar a capacidade das embalagens de acordo com os

produtos do pedido, conforme relacionado na Tabela 2.1.

Após feita a embalagem dos produtos, as caixas são armazenadas em câmaras

refrigeradas, onde permanecerão até o momento da expedição. Nessa etapa do processo os

Embalagem Mini Lanches Sanduíches Kit Lanches Produtos

Cesto plástico 120 50 30 90

Caixa plástica 120 50 30 80

Cx. Isopor 21L 60 30 10 45

Cx. Isopor 45L 110 50 20 80

Cx. Isopor 60L 160 70 35 120

Cx. Isopor 80L 230 100 50 180

Cx. Papelão Pequena 50 30 10 30

Cx. Papelão Média 60 40 15 35

Cx. Papelão Grande 100 70 30 65

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pedidos são conferidos (quantidades, valores, roteiros) e separados por roteiros para facilitar o

carregamento dos veículos quando chegarem.

2.4. Roteirização dos veículos

A Empresa X dispõe de uma frota fixa de 10 veículos para a distribuição de seus

produtos aos clientes finais. São utilizados carros pequenos e ágeis como utilitários, furgões e

caminhões baú do tipo VUC. Eles são indicados para entregas urbanas e não possuem restrição

à circulação na Zona de Máxima Restrição de Circulação de São Paulo (CET, Restrição à

Circulação, 2017). A Figura 2.6, meramente ilustrativa, mostra os modelos utilizados: (a)

Fiorino, (b) Ducato, (c) Kombi e (d) HR.

Figura 2.6 – Tipos de veículos utilizados pela Empresa X

(a) Fiorino

(b) Ducato

(c) Kombi

(d) HR

Fonte: Elaborado pelo autor

Dessa frota, três veículos (duas HRs e uma Ducato) são da empresa e, portanto,

conduzidos por funcionários registrados da Empresa X. São utilizados para a entrega dos

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pedidos aos clientes durante os períodos da madrugada e da manhã, quando dispõem de três

funcionários para fazer a distribuição. Durante à tarde, apenas um motorista fica à disposição

da empresa para realização de viagens pontuais como a realização de uma entrega de

emergência, retirada de matéria-prima em algum fornecedor ou a condução de algum veículo

para a manutenção. Aos domingos, devido à escala de descanso dos funcionários, fica à

disposição apenas um carro da frota própria para ser utilizado nas entregas do dia.

Os demais veículos (cinco Fiorinos, uma HR e uma Kombi) pertencem a motoristas

terceirizados que são contratados para as entregas do dia, conforme a necessidade da empresa,

por um valor previamente negociado com a área de logística. Todos esses carros estão

disponíveis para trabalho praticamente todos os dias do mês. A Tabela 2.2 mostra a quantidade

de veículos à disposição da empresa por modelo e tipo de frota.

Tabela 2.2 – Quantidade de veículos próprios e terceiros da Empresa X

Fonte: Elaborado pelo autor

Devido a regulamentações da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)

quanto ao transporte de produtos alimentícios perecíveis, todos os veículos utilizados possuem

um sistema de refrigeração interno e baús com isolamento térmico. Essas exigências garantem

que os alimentos cheguem aos seus destinos conservados e frescos para o consumo.

A roteirização dos veículos é de responsabilidade da área de logística que deve,

diariamente, agrupar os pedidos recebidos entre os veículos que estão à disposição e determinar

a ordem de entrega que deve ser realizada por cada um deles. Não há uma metodologia

formalmente estabelecida pela empresa para a realização desse procedimento, ficando a cargo

do funcionário responsável roteirizar os veículos.

Através de métodos empíricos e com base na experiência no assunto desses

funcionários, alguns roteiros fixos foram estabelecidos ao longo dos anos com base na

distribuição geográfica desses clientes e em aspectos práticos da operação como horário de

recebimento do cliente, tempo de deslocamento e descarregamento dos veículos, entre outros.

Quantidade de veículos Próprio Terceiro Total

HR 2 1 3

Fiorino 0 5 5

Ducato 1 0 1

Kombi 0 1 1

Total 3 7 10

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Dessa forma, existem algumas rotas pré-definidas em função dos pedidos que são feitos pelos

clientes fixos.

O surgimento de pedidos esporádicos acaba representando um desafio para a logística.

Normalmente procura-se encaixar esse pedido em uma rota pré-determinada. Entretanto, essa

prática costuma fazer com que a capacidade do veículo seja ultrapassada ou os horários de

recebimento dos pedidos não sejam atendidos. Dessa forma o funcionário procura redesenhar

as rotas a fim de atender as exigências da operação.

Figura 2.7 – Agrupamento dos pedidos realizado em 06/03/17 entre os veículos

Fonte: Elaborado pelo autor

A Figura 2.7 mostra como os pedidos realizados em 06/03/17 foram agrupados: cada

cor representa clientes que foram atendidos pelo mesmo veículo. Nesse dia, foram utilizados os

10 carros da frota para a entrega de 90 pedidos. Pode-se notar que há uma divisão relativamente

clara dos pontos de entrega de acordo com uma determinada região geográfica. Porém, essa

divisão não necessariamente garante que os pedidos sejam atendidos dentro do horário de

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recebimento estabelecido ou que o percurso realizado seja o mais eficiente. Nesse dia, 27% das

entregas foram realizadas com atraso.

Apesar de haver uma legislação que prevê a livre circulação caminhões para o transporte

de produtos alimentares perecíveis, a Empresa X ainda não conseguiu a Autorização Especial

necessária para que os seus veículos sejam liberados do rodízio (CET, Rodízio Municipal,

2017). Dessa forma, uma atenção especial deve ser tomada para que os veículos que estejam

no dia de seu rodízio não circulem pelas áreas restritas entre às 7h e 10h. Como grande parte

dos pontos de entrega estão fora da zona do rodízio e/ou o horário de recebimento dos clientes

de dentro da zona do rodízio, podem ser realizados antes das 7h ou após às 10h, caso haja

necessidade, uma troca de roteiros entre veículos é realizada para que o Rodízio Municipal seja

respeitado.

2.5. Distribuição dos produtos

A distribuição dos produtos ocorre da seguinte maneira: o motorista se apresenta na

empresa no horário definido pela logística para fazer o carregamento de seu veículo e receber

o roteiro que deve ser realizado, estando os pedidos já separados pela expedição no momento

em que chega; inicia-se então a distribuição dos produtos, que é feita de forma sequencial de

acordo com as definições do roteiro; após a conclusão das entregas, o veículo retorna à empresa

para a devolução das caixas vazias e das documentações de recebimento dos pedidos

devidamente assinadas pelos clientes.

A sequência das entregas é determinada em função da janela de tempo para recebimento

dos produtos, definida por cada cliente, e o tempo necessário para o veículo se deslocar de um

ponto de entrega a outro. Na Figura 8.1 do APÊNDICE A é possível consultar essa janela de

tempo média por cliente. Pode-se observar que há uma grande concentração de horários de

entrega entre às 7h e às 10h e que apenas alguns clientes permitem o recebimento antes das 5h

ou após às 12h.

A Figura 2.8 mostra um histograma com a distribuição do tempo disponível para a

realização das entregas dos produtos. Nota-se que há uma concentração elevada de clientes,

aproximadamente 83%, que disponibilizam menos de 2 horas do dia para que o pedido seja

entregue.

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Figura 2.8 – Histograma – Tempo disponível para entrega dos produtos

Fonte: Elaborado pelo autor

Os motoristas não dispõem do auxílio de ajudantes para a realização das entregas,

ficando responsáveis por todas as etapas do processo: procurar local para estacionar, anunciar

sua chegada junto ao cliente, descarregar o pedido e recolher a assinatura de recebimento do

responsável. Devido às características da carga, o processo de descarregamento torna-se ágil e

rápido, como é possível observar no histograma do tempo de descarregamento dos produtos da

Figura 2.9. Nota-se que em 68% das entregas realizadas no mês de março o tempo de

descarregamento registrado foi menor ou igual a 10 minutos. Os casos em que esse tempo é

elevado, mais do que 30 minutos, ocorrem devido a imprevistos (como necessidade de aguardar

um responsável para o recebimento dos produtos) ou a peculiaridades da entrega junto ao cliente

(como recebimento por ordem de chegada)

Figura 2.9 – Histograma – Tempo de descarregamento dos produtos

Fonte: Elaborado pelo autor

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3. REVISÃO DA LITERATURA

Nesse capítulo são apresentados os principais conceitos necessários para o entendimento

e realização do trabalho.

3.1. Logística e cadeia de suprimentos

A logística empresarial tem o propósito de gerenciar a movimentação de materiais ao

longo do processo produtivo de uma empresa, desde a aquisição da matéria-prima até o

consumo final do produto acabado. Trata-se do planejamento, implantação e controle de todas

as atividades de movimentação e armazenagem de bens físicos de forma a garantir que os

produtos e serviços oferecidos aos clientes sejam realizados de acordo com suas necessidades

e exigências (Ballou, 2006).

Na literatura, encontram-se as seguintes definições para logística:

A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem,

que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o

ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos

em movimento, com propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes

a um custo razoável (BALLOU, 2009, pág. 24)

A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e

armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e o fluxo de informações

correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder

maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a

baixo custo (CHRISTOPHER, 1997, pág. 2).

Além do tradicional conceito do fluxo de materiais, as definições de logística englobam

questões envolvendo o fluxo de informações necessário para que essas atividades ocorram e o

enfoque em redução de custos, o que irá demandar processos logísticos mais eficientes e

eficazes.

Segundo Ballou (2006), as atividades logísticas que devem ser gerenciadas pelas

empresas podem ser divididas em dois grandes grupos: (1) atividades-chave, que são aquelas

que apresentam um maior grau de importância / criticidade para a coordenação da tarefa

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logística final e são responsáveis pela maior parcela do custo total (transporte, gerenciamento

de estoques, fluxo de informação e processamento de pedidos); (2) atividades de suporte, que

são aquelas que contribuem para a realização da missão logística, mas que não são tão críticas

quanto as atividades-chave (armazenagem, manuseio dos materiais, compras, embalagens

utilizadas, manutenção de informações).

Até a década de 1960, essas atividades eram administradas pelas empresas de forma

isolada. Tradicionalmente, a cadeia de suprimentos era dividia em compras / gerenciamento de

materiais (área responsável pela previsão de demanda, compra de insumos e matérias-primas,

planejamento de produção e gerenciamento dos estoques de produção) e distribuição física (área

responsável pelo gerenciamento do estoque de produtos acabados, planejamento da

distribuição, processamento de pedidos e transporte). Com o passar do tempo, as empresas

passaram a adotar estratégias de gestão mais integradas e coordenadas entre as atividades

logísticas, introduzindo no mercado um conceito mais moderno da logística empresarial, que é

o do gerenciamento da cadeia de suprimentos (BALLOU, 2006).

Figura 3.1 – A evolução da logística para a cadeia de suprimentos

Fonte: Adaptado de Ballou (2006)

Esse conceito integra a gestão das atividades tradicionais de movimentação e

armazenagem de materiais com atividades correlatas inter-relacionadas. Dessa forma, a

empresa passa a gerenciar seus processos de forma mais integrada, levando em consideração as

interações com outras áreas de interesse no planejamento e tomadas de decisão, como o

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marketing, planejamento estratégico, tecnologia da informação e financeiro. A Figura 3.1

mostra essa evolução da logística para a cadeia de suprimentos (CS).

Segundo Chopra e Meindl (2011), a CS “consiste em todas as partes envolvidas, direta

ou indiretamente, na realização do pedido de um cliente”. Além de todas as atividades logísticas

executadas internamente por uma empresa, ela engloba também as relações com outras

empresas pertencentes aos canais que ligam os fornecedores de matéria-prima aos clientes

finais: fornecedores, fabricantes, transportadoras, armazéns, varejistas e clientes. Não

necessariamente todos os níveis precisam estar presentes na cadeia de suprimentos. A Figura

3.2 representa um modelo de CS adaptado para o estudo de caso da Empresa X, em que há

apenas uma unidade da empresa que concentra as atividades de produção e armazenagem e

transportadoras realizando as entregas dos produtos diretamente aos clientes finais (sem o

intermediário do varejista).

Figura 3.2 – Representação da cadeia de suprimentos para a Empresa X

Fonte: Adaptado de Chopra e Meindl (2011)

Diversas decisões devem ser tomadas para que a cadeia de suprimentos seja gerenciada

com sucesso. São questões envolvendo fluxo de informações, produtos e fundos que podem ser

organizadas em três grandes grupos (CHOPRA; MEINDL, 2011).:

I. Estratégia ou projeto de cadeia de suprimentos: são decisões que a empresa deve

tomar para que a CS suporte os objetivos estratégicos da empresa no longo prazo, sendo

muito caras para serem alteradas no curto prazo. Envolvem o planejamento da

configuração e da estruturação da cadeia como definição da localização e capacidade

das instalações de produção e armazenagem, escolha do modal de transporte a ser

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utilizado ao longo das diferentes rotas de remessas, tipo de sistema de informação a ser

utilizado e opção por terceirizar ou não parte das funções exercidas;

II. Planejamento da cadeia de suprimentos: são decisões referentes ao planejamento da

utilização da capacidade produtiva no médio prazo em torno de um trimestre ou um ano.

Nessa etapa, a empresa deve realizar uma previsão de demanda para o período, definir

estratégias para o mercado de atuação, desenvolver estratégias de preços e promoções,

estabelecer as políticas de estoque, planejar a produção, entre outras atividades. O

objetivo é otimizar os recursos disponíveis (que foram definidos na etapa anterior) para

atender à demanda pretendida;

III. Operação da cadeia de suprimentos: são decisões de curto prazo que a empresa deve

tomar para garantir a execução das atividades no dia-a-dia. O objetivo dessa etapa é

garantir o processamento dos pedidos dos clientes, executar as ordens de produção,

manusear os materiais ao longo da cadeia produtiva, definir os roteiros que serão

realizados, programar os veículos, entre outros.

O objetivo da cadeia de suprimentos é maximizar o valor agregado por ela gerado, ou

seja, maximizar a diferença entre o valor do produto acabado para o consumidor final e os

custos incorridos no processo produtivo. Quanto menor forem os custos operacionais da

empresa, maior será o valor gerado por um produto de mesmo valor (CHOPRA; MEINDL,

2011).

3.2. Valor e vantagem competitiva

A logística agrega valor aos produtos e serviços oferecidos pelas empresas em termos

de “tempo” e “lugar”. A armazenagem é responsável por garantir o aspecto temporal. Os bens

adquiridos pelos clientes demoram um certo tempo para serem produzidos, entretanto eles

normalmente estão disponíveis para o consumo imediato graças aos níveis de estoques de

produtos acabados que as empresas mantêm para abastecer essa demanda. Já a questão espacial

é garantida pelo transporte, que disponibiliza os produtos para o consumo no local em que são

demandados. De acordo com Ballou (2005), “qualquer produto ou serviço perde quase todo seu

valor quando não está ao alcance dos clientes no momento e lugar adequados ao seu consumo”.

A logística também pode proporcionar vantagem competitiva às empresas na medida

em que garante uma posição de destaque da organização frente aos seus concorrentes em termos

de preferência dos clientes. Segundo Christopher (1997), essa vantagem se manifesta do ponto

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de vista de produtividade e de valor, que são atributos que contribuem para a empresa se

diferenciar:

• Vantagem em produtividade: há uma forte relação entre o volume de produção e o

custo unitário dos produtos acabados. São duas grandezas inversamente proporcionais,

ou seja, à medida que se aumenta a quantidade de itens produzidos, menor é o seu custo

unitário. Isso ocorre, pois os custos fixos da empresa são diluídos em uma quantidade

maior de produtos, fenômeno denominado de economia de escala. O gerenciamento

logístico eficiente pode proporcionar ganhos de produtividade extremamente relevantes

para a empresa, contribuindo, portanto, com reduções significativas de custos.

• Vantagem em valor: está cada vez mais difícil a competição no mercado baseado

apenas na força da marca ou através de inovações tecnológicas. A experiência do cliente

com relação aos serviços oferecidos pelas empresas tem se tornado um fator de

desempate nessa competição, pois cria um outro tipo de relacionamento com o cliente,

que enxerga um valor adicional no produto consumido. Dessa forma, alguns serviços,

dentre eles soluções logísticas personalizadas, são oferecidos ao cliente como um

diferencial em relação à concorrência: suporte técnico especializado, relacionamento de

pós-venda, soluções de financiamento, entregas personalizadas, entre outros.

3.3. Serviço e nível de serviço

A relação entre um comprador e um vendedor envolve diferentes pontos de interface

que estão relacionados com o processo de prestação de serviço ao cliente. De uma maneira

geral, o serviço é composto por diferentes atividades que vão desde a solicitação do produto à

empresa, até a sua entrega ao cliente final (CHRISTOPHER, 1997).

Diversas definições são encontradas na literatura sobre o conceito de serviço, como por

exemplo:

Todas as atividades necessárias para receber, processar, entregar e faturar os pedidos

dos clientes e fazer o acompanhamento de qualquer atividade em que houve falha

(CHRISTOPHER, 1997, pág. 29)

Pontualidade e confiabilidade na entrega de materiais, de acordo com a expectativa do

cliente (CHRISTOPHER, 1997, pág. 29)

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O processo integral de atendimento do pedido do cliente. Isso inclui a recepção do

pedido (por meio físico ou eletrônico), a determinação da forma de pagamento, seleção

e embalagem de mercadorias, embarque, entrega, disponibilização dos serviços ao

usuário final e acerto de eventuais devoluções de produtos (BALLOU, 2006, pág. 94)

Existem diferentes elementos envolvidos no processo do serviço ao cliente e muitas das

atividades executadas estão sob responsabilidade. Segundo Ballou (2009), esses elementos

podem ser classificados em três grupos de acordo com sua relação com a transação do produto:

• Pré-transação: são elementos relacionados às políticas ou programas formais

da empresa em relação ao serviço prestado, como definição de procedimentos,

adequação da estrutura organizacional e criação de flexibilidades no sistema.

São declarações escritas que garantem um ambiente propício para a realização

de um bom nível de serviço e que transmitem ao cliente o que ele pode esperar

do serviço oferecido;

• Transação: são elementos diretamente envolvidos no desempenho da função de

distribuição do produto ao cliente, como definição de níveis de estoque, seleção

do modal de transporte, procedimentos de processamento de pedidos e

roteirização de veículos. Essas atividades influenciam diretamente o tempo de

entrega, as condições de recebimento do produto, exatidão das ordens que foram

realizadas, entre outros fatores que são percebidos diretamente pelo cliente e que

fazem parte de seu julgamento em relação à qualidade do serviço;

• Pós-transação: são elementos relacionados com atividades posteriores a entrega

do produto ao cliente, como suporte técnico, retorno de embalagens (garrafas

retornáveis, estrados ou paletes), recebimento de reclamações e devoluções de

itens com defeitos. São considerados serviços de apoio que, se bem executados,

colaboram para que o cliente tenha uma boa imagem da empresa.

Cada empresa deve avaliar qual é a definição de serviço que mais se adequa às

necessidades de sua organização para estabelecer uma estratégia competitiva adequada. O

planejamento e execução das atividades envolvidas no processo contribuirão para o

oferecimento de um bom nível de serviço e, consequentemente, a fidelização de clientes e

elevação de vendas / receitas (BALLOU, 2009).

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Segundo Ballou (2009), “nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de

bens e serviços é gerenciado”. Sua essência envolve diversos fatores como disponibilidade de

produtos, tempo de atendimento ao cliente, facilidade e flexibilidade de realização dos pedidos,

entre outros. Algumas métricas utilizadas para mensurar o nível de serviço são:

• tempo decorrido entre o recebimento de um pedido no depósito do fornecedor

e o despacho do mesmo a partir do depósito;

• lote mínimo de compra ou qualquer limitação no sortimento de itens de uma

ordem recebida pelo fornecedor;

• porcentagem de itens em falta no depósito do fornecedor a qualquer instante;

• proporção dos pedidos de clientes preenchidos com exatidão;

• porcentagem dos pedidos de clientes atendidos ou volume de ordens entregue

dentro de um intervalo de tempo desde a recepção do pedido;

• porcentagem de ordens dos clientes que podem ser preenchidas completamente

assim que recebidas no depósito;

• proporção de bens que chegam ao cliente em condições adequadas para venda;

• tempo despendido entre a colocação de um pedido pelo cliente e a entrega dos

bens solicitados;

• facilidade e flexibilidade com que o cliente pode gerar um pedido.

3.4. Custos e receitas

Há uma relação característica entre o nível de serviço oferecido e o custo logístico

associado, conforme pode ser observado na Figura 3.3 (a). Para que a empresa possa atender

melhor seus clientes ela irá precisar, por exemplo: manter níveis de estoques mais elevados para

garantir a disponibilidade de seus produtos; escolher meios de transporte mais rápidos e

eficientes para que as entregas ocorram dentro do prazo; adotar procedimentos e tecnologias de

processamento de pedidos mais modernos para ganhar agilidade no tempo de entrega; entre

outras práticas. Essas medidas naturalmente irão elevar o custo necessário para manter o nível

de serviço desejado (BALLOU, 2009).

De acordo com Ballou (2009), esses custos tendem a aumentar com taxas crescentes em

relação à melhoria do nível de serviço, pois as oportunidades mais baratas que geram ganhos

no atendimento ao cliente são escolhidas primeiro pela empresa para serem implantadas. Dessa

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forma, os incrementos de serviço passam a ser mais caros a medida que o nível oferecido já

está em um patamar elevado.

Figura 3.3 – Custos e receitas em função do nível de serviço logístico

(a) Custo vs. Nível de Serviço

(b) Receita vs. Nível de Serviço

Fonte: Adaptado de Ballou (2009) e Christopher (1997)

De forma geral, compradores se baseiam em três características na hora se selecionar

seus fornecedores: preço, qualidade e serviço. Embora não haja como mensurar exatamente os

impactos, pesquisas mostram que a melhora do nível de serviço logístico é responsável pelo

incremento de vendas em uma empresa. Esse impacto positivo em receitas pode ser observado

pela curva em forma de “S” apresentada na Figura 3.3 (b), que possui três estágios

característicos (BALOU, 2009; CHRISTOPHER, 1997):

I. Limiar: estágio inicial no qual o baixo nível de serviço oferecido pela empresa

prejudica suas vendas. Na maioria dos mercados, há um nível mínimo de

qualidade no serviço considerado como aceitável. À medida em que o serviço

vai melhorando e se aproximando dos níveis oferecidos pelos concorrentes, as

vendas da empresa passam a apresentar leve crescimento;

II. Retornos decrescentes: ultrapassado o limiar, as melhorias no nível de serviço

passam a representar aumentos significativos no volume de vendas. Após um

determinado ponto, entretanto, esse crescimento passa a ser cada vez menor em

função do incremento em serviço. Essa região, denominada de retornos

decrescentes, é onde a maioria das empresas procura operar;

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III. Declínio: estágio final no qual a empresa passa a não conseguir mais tirar

proveito em vendas em função da melhora do nível de serviço. Em situações

extremas como essas, nas quais o cliente está saturado com demasiados serviços,

a adição de um serviço extra pode representar em sua preferência por outros

fornecedores, resultando um declínio nas receitas da empresa.

Analisando conjuntamente os impactos em custos e receitas, há um nível de serviço

considerado ótimo que maximiza os lucros obtidos pela empresa, como pode ser observado na

Figura 3.4 (a). Inicialmente, à medida em que se melhora o nível de serviço oferecido, as

receitas obtidas com as vendas crescem mais do que os custos incorridos no atendimento da

demanda. Entretanto, a partir de um determinado ponto esse comportamento se inverte e os

custos passam a crescer mais rapidamente do que os ganhos em receitas. Se o custo da melhoria

do nível de serviço for maior do que o aumento de receita de vendas no longo prazo, então o

investimento não se justifica (BALLOU, 2009).

Figura 3.4 – Maximização dos lucros

(a) Nível de serviço ótimo

(b) Impacto da redução de custos

Fonte: Adaptado de Ballou (2009) e Christopher (1997)

Caso se encontrem soluções capazes de reduzir o custo da operação logística para

oferecer o mesmo nível de serviço aos clientes, o lucro obtido pela empresa será, naturalmente,

maior, conforme pode ser observado na Figura 3.4 (b). Algumas estratégias de serviço são

responsáveis por deslocar a curva de custos para a direita, como por exemplo, otimizar os

recursos disponíveis para a distribuição física dos produtos, acelerar o fluxo de informações

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sobre as exigências dos clientes, utilizar meios de transportes mais rápidos, entre outras

(CHRISTOPHER, 1997).

3.5. Custos do veículo

Os custos do transporte utilizado para a distribuição física dos produtos acabados estão

ligados às particularidades de cada tipo de serviço realizado. Em geral, esse tipo de operação

incorre em uma série de custos como mão-de-obra, combustível, manutenção, terminais de

carga e descarga, administrativos, entre outros (BALLOU, 2006).

Saber calcular o custo do transporte é importante para a que a empresa consiga mensurar

o desemprenho e a eficiência de sua operação. Mesmo que a frota utilizada não seja própria, o

conhecimento do sistema de custos envolvido auxilia a logística a negociar os fretes na

contratação de terceiros, comparar valores oferecidos por diferentes fornecedores e procurar

oportunidade de melhoria que tragam benefícios mútuos para os prestadores de serviço e para

a empresa contratante (STRINGHER, 2014).

Esses custos podem ser classificados de acordo com o seu comportamento em relação

ao volume de produção em dois grupos: custos fixos e custos variáveis. Custos fixos,

normalmente expressos em R$/mês, são aqueles que não variam diretamente com a produção,

quantidade ou volume: depreciação do veículo; remuneração do capital investido no veículo;

salário e encargos dos motoristas e ajudantes; licenciamento, IPVA e seguros. Já os custos

variáveis, normalmente expressos em R$/Km, são aqueles que variam com o volume de

produção e quilometragem percorrida pelos veículos: combustível; óleos e lubrificantes dos

veículos; pneus; lavagem; manutenção e revisões (STRINGHER, 2014; BALLOU, 2006).

O gerenciamento dos custos de transporte requer um sistema eficiente de apontamento

e controle de despesas. Diversos fatores da operação influenciam nos gastos da empresa:

tamanho da frota; tipo, tamanho, modelo e idade dos veículos; condições de utilização, como

rota realizada, e tipo de via (rodovia asfaltada, estradas de terra, trechos urbanos); preço dos

insumos utilizados, como peças, combustível e óleos. É importante que a logística faça um

acompanhamento dos dados históricos da operação, realize comparações com o mercado e

utilize fontes especializadas no assunto para auxiliar os cálculos realizados (STRINGHER,

2014).

O cálculo do custo mensal da operação de um veículo pode ser realizado com base na

metodologia do Custo Padrão, que é definido em função de preços unitários e índices unitários

de consumo / utilização (STRINGHER, 2014; GUIA DO TRANSPORTADOR, 2017). A

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Equação (3.1) define esse cálculo, onde: 𝐶𝑇 = custo mensal (R$/mês); 𝐶𝐹 = custo fixo (R$/mês);

𝐶𝑉 = custo variável (R$/Km) e 𝑑 = distância percorrida no mês (Km).

𝐶𝑇 = 𝐶𝐹 + 𝐶𝑉 ∗ 𝑑; (3.1)

3.5.1. Custos fixos

Depreciação do veículo

A depreciação do veículo representa o capital que a empresa deveria guardar por mês

para fazer a reposição do bem após sua vida útil. Esse valor pode ser calculado através de uma

função linear, conforme a equação (3.2), que leva em consideração a vida economicamente útil

(período em que a utilização do veículo é mais vantajosa do que sua substituição) e o valor

residual do veículo (valor de mercado do veículo após sua vida útil) (STRINGHER, 2014). As

variáveis da equação são: 𝐷𝑒𝑝 = depreciação (R$/mês); 𝑉𝐴 = valor de aquisição do veículo

(R$); 𝑉𝑅 = valor residual do veículo após sua vida útil (R$) e 𝑛 = vida útil do veículo (meses).

𝐷𝑒𝑝 = (𝑉𝐴−𝑉𝑅)

𝑛; (3.2)

Figura 3.5 – Modelo de depreciação mensal do veículo

Fonte: Adaptado de Stringher (2014)

A Figura 3.5 apresenta o modelo de depreciação mensal do veículo. Normalmente, o

tempo de depreciação utilizado nas planilhas de cálculo de custo de frete é de 60 meses (5 anos),

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mas pode variar dado às condições da operação em análise (GUIA DO TRANSPORTADOR,

2017).

Remuneração do capital

O valor de remuneração representa o retorno ou remuneração mínima do investimento

da frota, ou seja, o custo de oportunidade de imobilizar o capital em veículos ao invés de realizar

outros investimentos, como colocar o dinheiro em uma aplicação. A taxa de remuneração

utilizada deve ser no mínimo igual à taxa de retorno médio da empresa (STRINGHER, 2014).

Esse custo pode ser determinado pela equação (3.3), onde: 𝑅𝐶 = remuneração do capital

(R$/mês); 𝑉𝐴 = valor de aquisição do veículo (R$); 𝑡 = tempo considerado no custo de

oportunidade, entre 12 e 24 (meses) e 𝑖 = taxa de juros da remuneração do capital (% a.a.).

𝑅𝐶 = 𝑉𝑎

𝑡∗ 𝑖; (3.3)

Salário da tripulação

Esse custo leva em consideração o valor mensal que a empresa gasta com os salários e

encargos dos motoristas e ajudantes de entrega da operação. A equação (3.4) representa de

forma genérica o cálculo do salário da tripulação (GUIA DO TRANSPORTADOR, 2017),

onde: 𝑆𝑇 = salário da tripulação (R$/mês); 𝑛 = quantidade de funcionários; 𝑆𝑙 = salário do

funcionário ou ajudante (R$) e 𝐸𝑆 = percentual de encargos sociais (%).

𝑆𝑇 = 𝑛 ∗ 𝑆𝑙 ∗ (1 + 𝐸𝑆); (3.4)

Taxas, impostos e seguros

Algumas despesas obrigatórias incidem sobre a operação dos veículos em função de leis

que regulamentam o sistema de transporte e distribuição de mercadorias. É o caso do IPVA

(imposto sobre veículos automotores), da taxa de licenciamento anual e de alguns seguros que

cobrem contra danos pessoais, riscos contra terceiros, colisões, incêndios e roubos

(STRINGHER, 2014). Seguros adicionais facultativos que venham a ser contratados pela

empresa devem ser incorporados nos custos desse bloco, representado pela equação (3.5), onde:

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𝐶𝑜 = custos obrigatórios (R$/mês); 𝑇𝑋 = taxa anuais, como o licenciamento (R$/ano); 𝐼𝑚𝑝 =

impostos anuais, como o IPVA (R$/ano) e 𝑆𝑒𝑔 = seguros obrigatórios, como o DPVAT

(R$/ano).

𝐶𝑜 =(𝑇𝑋+𝐼𝑚𝑝+𝑆𝑒𝑔)

12; (3.5)

3.5.2. Custos variáveis

Manutenção

Os custos com manutenção são aqueles decorrentes de consertos devido a falhas e/ou

de revisões preventivas. Deve-se considerar tanto os gastos com as peças de reposição, quanto

os gastos com a mão-de-obra utilizada. A equação (3.6) define o cálculo desse custo. Caso a

empresa não possua a informação do gasto médio com manutenção, ela pode utilizar um

percentual do valor do veículo zero quilômetro para computar esse custo entre 0,5% e 1,0%

(GUIA DO TRANSPORTADOR, 2017). As variáveis da equação são: 𝑀𝑇 = manutenção

(R$/Km); 𝐶𝑚𝑒𝑑 = gasto mensal médio com manutenção (R$/mês) e 𝐾𝑚𝑚𝑒𝑑 = quilometragem

média mensal percorrida (Km/mês).

𝑀𝑇 =𝐶𝑚𝑒𝑑

𝐾𝑚𝑚𝑒𝑑; (3.6)

Pneus

Os custos com pneus são definidos em função do seu tempo de utilização e durabilidade.

Mesmo quando deixam de ser novos, após terem completado o tempo de rodagem estipulado,

eles podem ser recapados e utilizados por mais um tempo. A equação (3.7) apresenta o método

de cálculo para essa componente do custo (STRINGHER, 2014), onde: 𝐶𝑃 = custo dos pneus

(R$/Km); 𝑃𝑃 = preço do pneu novo com câmara e protetor (R$/unid.); 𝑁𝑟 = número de

recapagens; 𝑃𝑟 = preço da recapagem (R$/unid.); 𝑉𝑃 = vida útil do pneu nodo (Km); 𝑉𝑟 = vida

útil da recapagem (Km) e 𝑁𝑃 = quantidade de pneus do veículo.

𝐶𝑃 =(𝑃𝑃+𝑁𝑟∗𝑃𝑟)

(𝑉𝑃+𝑁𝑟∗𝑉𝑟)∗ 𝑁𝑃; (3.7)

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Combustível

O custo do combustível leva em consideração o valor gasto com gasolina, álcool e/ou

diesel por quilômetro rodado pelo veículo. Essa despesa depende de dois fatores: o preço médio

do combustível utilizado no mercado e a eficiência de consumo do veículo. Naturalmente, os

carros com mais tempo de utilização irão consumir mais combustível por quilômetro rodado.

A equação (3.8) apresenta o cálculo desse custo (STRINGHER, 2014), onde: 𝐶𝐶 = custo do

combustível (R$/Km); 𝐶𝑆 = eficiência de consumo do veículo (Km/L) e 𝑃𝐶 = preço do litro do

combustível utilizado (R$/L).

𝐶𝐶 = 𝐶𝑠 ∗ 𝑃𝐶; (3.8)

Óleo

Os gastos com óleos de lubrificação, de câmbio e diferencial do veículo são computados

com base no tempo médio necessário para a sua troca. Também influenciam nesse custo,

conforme apresentado na equação (3.9), a quantidade de litros utilizadas por troca e o preço

médio do litro do óleo (STRINGHER, 2014). As variáveis da equação são: 𝑂𝑙 = custo dos óleos

de lubrificação (R$/Km); 𝐿 = quantidade de litros utilizados pelo veículo (L); 𝐾𝑚 =

quilometragem rodada entre as trocas (Km) e 𝑃𝑜 = preço do litro do óleo utilizado (R$/L).

𝑂𝑙 =𝐿

𝐾𝑚∗ 𝑃𝑜; (3.9)

Lavagem

Gasto decorrente da lavagem do veículo, que normalmente ocorre periodicamente em

um determinado intervalo de quilômetros rodados. A equação (3.10) apresenta seu cálculo

(STRINGHER, 2014), onde: 𝐶𝐿 = custo com a lavagem do veículo (R$/Km); 𝑃𝐿 = preço da

lavagem do veículo (R$) e 𝐾𝑚 = intervalo entre as lavagens (Km).

𝐶𝐿 =𝑃𝐿

𝐾𝑚; (3.10)

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3.6. Modelos de roteirização

Segundo Cunha (2000), roteirização é o termo utilizado para designar o processo de

“determinação de um ou mais roteiros ou sequências de paradas a serem cumpridos por veículos

de uma frota, objetivando visitar um conjunto de pontos geograficamente dispersos, em locais

pré-determinados, que necessitam de atendimento”. Quando esse processo envolve, além dos

aspectos espaciais, restrições temporais com relação aos horários de atendimento dos clientes a

serem visitados, então esse processo passa a ser denominado de roteirização e programação de

veículos (CUNHA, 2000).

O objetivo do problema é definir roteiros que minimizem o custo total do atendimento

de tal forma que todos os clientes sejam visitados exatamente uma vez, que a demanda da rota

não ultrapasse a capacidade do veículo que a atende e que os pontos de partida e de término do

roteiro sejam o centro de distribuição (CD) da empresa (LAPORTE et al., 2000).

O primeiro problema de roteirização estudado na literatura é conhecido como o

problema do caixeiro viajante, em inglês "traveling salesman problem" (TSP). Consiste em

encontrar uma sequência de cidades a serem visitadas por um viajante que deve passar por todos

os destinos exatamente uma vez, de tal forma que a distância total por ele percorrida seja a

menor possível. Ao longo dos anos, diversos modelos de roteirização foram desenvolvidos a

partir do TSP com a adição de restrições pertinentes ao problema a ser resolvido, sendo

definidos como um problema de múltiplos caixeiros viajantes. Algumas das restrições

incorporadas são: horário de atendimento (janela de tempo); capacidade dos veículos; frota

heterogênea (composta por veículos de diferentes tamanhos); duração máxima dos roteiros

(tempo ou distância); tipos de veículos que podem atender a determinados clientes (CUNHA,

2000).

A demanda pela utilização desses modelos tem crescido muito nos últimos anos nas

empresas brasileiras, que buscam encontrar soluções capazes de atender às dificuldades

encontradas nas operações de distribuição de mercadorias, principalmente nos centros urbanos,

como: exigências dos clientes com relação a prazos, datas e horários de entregas; o agravamento

dos problemas de trânsito, acesso, circulação e estacionamento de veículos; o aumento da

competição pelo mercado e a busca de eficiência; o custo de capital levando à redução de

estoques e ao aumento da frequência de entregas (CUNHA, 2000).

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3.6.1. Problema do Caixeiro Viajante (TSP)

O TSP pode ser entendido como um problema de roteirização de apenas um veículo,

sem capacidade máxima, que deve atender a um conjunto de clientes geograficamente dispersos

do estoque da empresa, conforme ilustrado na Figura 3.6. O veículo em questão deve partir do

CD e visitar apenas uma vez cada um dos clientes (de C1 até C12), de tal forma que se minimize

a distância total por ele percorrida. Após a operação, o veículo deve retornar à empresa.

Figura 3.6 – Ilustração de um problema do caixeiro viajante (TSP)

Problema não resolvido

Problema resolvido

Fonte: Elaborado pelo autor

O sistema de roteamento é composto por um conjunto de pontos (clientes a serem

atendidos) interligados por arcos (vias de acesso existentes no sistema de transporte para ir de

um cliente a outro), denominado de grafo, malha ou rede. A resolução do problema consiste em

encontrar uma solução que otimize uma função objetivo definida no atendimento da demanda

dos clientes (GOLDBARG; LUNA, 2000).

Segundo Winston (2004), o problema do caixeiro viajante pode ser modelado da

seguinte maneira:

Índices

𝑖 = origem do arco;

𝑗 = destino do arco.

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Parâmetros

𝑁 = número de pontos a serem atendidos, onde 0 representa o CD e de 1 a 𝑁 os clientes;

𝑐𝑖𝑗 = custo associado ao deslocamento de 𝑖 para 𝑗;

𝑆 = subgrafo qualquer do problema, excluindo o centro de distribuição.

Variáveis

𝑥𝑖𝑗 = {1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑜 𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑖𝑗 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

Função objetivo

𝑀𝑖𝑛 ∑ ∑ 𝑐𝑖𝑗 𝑥𝑖𝑗𝑗𝑖 (3.11)

Restrições

∑ 𝑥𝑖𝑗𝑖 = 1; 𝑗 = 1, … , 𝑁; (3.12)

∑ 𝑥𝑖𝑗𝑗 = 1; 𝑖 = 1, … , 𝑁; (3.13)

∑ 𝑥𝑖𝑗𝑖,𝑗∈𝑆 ≤ |𝑆| − 1; 𝑆 ⊆ {1, … , 𝑁}; 2 ≤ |𝑆| ≤ 𝑁 − 1; (3.14)

𝑥𝑖𝑗 ∈ {0, 1}; 𝑖 = 1, … , 𝑁; 𝑗 = 1, … , 𝑁; (3.15)

A função objetivo (3.11) do TSP tem como meta minimizar o custo da viagem realizada

pelo veículo ao atender a demanda dos clientes. Esse custo pode ser mensurado em termos de

valor financeiro, tempo ou distância percorrida, dependendo do interesse da operação da

empresa.

As equações (3.12) e (3.13) são restrições de fluxo que garantem que o veículo, ao

chegar em um determinado cliente, necessariamente saiam dele. Em outras palavras, garantem

que o veículo termine sua operação no CD de início.

A restrição (3.14) impede o aparecimento de sub rotas no problema, ou seja, não permite

que se formem circuitos isolados, e a restrição (3.15) garante que a variável 𝑥𝑖𝑗 seja binária (1,

caso o veículo percorra o caminho do cliente 𝑖 para o cliente 𝑗, e 0, caso contrário).

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3.6.2. Problema Clássico de Roteirização de Veículos (VRP)

O problema clássico de roteirização de veículos, em inglês “vehicle routing problem”

(VRP), pode ser definido como um problema de múltiplos caixeiros viajantes com restrições

adicionais. Essa abordagem metodológica se deve à similaridade do problema com o TSP em

termos conceituais e pelo forte teor combinatório encontrado (GOLDBARG; LUNA, 2000).

A solução do VRP consiste em definir um conjunto de roteiros para os veículos de uma

frota, que partem e retornam do CD da empresa, de forma a atender a demanda dos clientes,

conforme ilustrado na Figura 3.7. Assim, como no problema anterior, os clientes estão

geograficamente espalhados com localizações pré-definidas e a meta é minimizar a função

objetivo, que pode ser definida em termos de custo, tempo ou distância. A principal diferença

é que o VRP considera uma restrição de capacidade dos veículos utilizados e que os clientes,

que possuem demanda conhecida, devem ser atendidos apenas uma vez e por um único veículo

(CHRISTOFIDES, 1985).

Figura 3.7 – Ilustração de um problema clássico de roteirização de veículos (VRP)

Problema não resolvido

Problema resolvido

Fonte: Elaborado pelo autor

Segundo Fisher e Jaikumar (1981), o problema clássico de roteirização de veículos pode

ser modelado da seguinte maneira:

Índices

𝑖 = origem do arco;

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𝑗 = destino do arco;

𝑣 = veículo utilizado.

Parâmetros

𝑁𝑉 = número de veículos disponíveis;

𝑁 = número de pontos a serem atendidos, onde 0 representa o CD e de 1 a 𝑁 os clientes;

𝐶𝑣 = capacidade (em peso ou volume) do veículo 𝑣;

𝑐𝑖𝑗 = custo associado ao deslocamento de 𝑖 para 𝑗;

𝑑𝑖 = demanda do ponto 𝑖;

𝑆 = subgrafo qualquer do problema, excluindo o centro de distribuição.

Variáveis

𝑥𝑖𝑗𝑣 = {

1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑜 𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑖𝑗 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑣0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

𝑦𝑖𝑣= {

1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑎 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑖 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑎𝑙𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑣0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

Função objetivo

𝑀𝑖𝑛 ∑ ∑ ∑ 𝑐𝑖𝑗𝑘𝑗 𝑥𝑖𝑗𝑣

𝑖 (3.16)

Restrições

∑ 𝑦0𝑣

𝑣 = NV; (3.17)

∑ 𝑦𝑖𝑣

𝑣 = 1; 𝑖 = 1, … , 𝑁; (3.18)

∑ 𝑑𝑖 𝑦𝑖 ≤ 𝐶𝑣𝑖 ; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.19)

∑ 𝑥ij𝑣

𝑖 = 𝑦𝑗𝑣; 𝑗 = 1, … , 𝑁; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.20)

∑ 𝑥ij𝑣

𝑗 = 𝑦𝑗𝑣; 𝑗 = 1, … , 𝑁; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.21)

∑ 𝑥𝑖𝑗𝑣

𝑖,𝑗∈𝑆 ≤ |𝑆| − 1; 𝑆 ⊆ {1, … , 𝑁}; 2 ≤ |𝑆| ≤ 𝑁 − 1; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.22)

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𝑥𝑖𝑗𝑣 ∈ {0, 1}; 𝑖 = 1, … , 𝑁; 𝑗 = 1, … , 𝑁; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.23)

𝑦𝑖𝑣 ∈ {0, 1}; 𝑖 = 1, … , 𝑁; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.24)

A função objetivo (3.16) do VRP tem como meta minimizar os custos das viagens

realizadas pelos veículos ao atender a demanda dos clientes. Esses custos podem ser

mensurados em termos de valor financeiro, tempo ou distância percorrida, dependendo do

interesse da operação da empresa.

As equações (3.17) e (3.18) são restrições que garantem, respectivamente, que os

veículos iniciem e terminem seus roteiros no CD (𝑖 = 0) e que os clientes 𝑖 sejam atendidos por

apenas um único caminhão. Já a restrição (3.19) limita o carregamento do veículo a sua

capacidade máxima, que pode ser definida em termos de peso ou volume.

As equações (3.20) e (3.21) são restrições de fluxo que garantem que o veículo, ao

chegar em um determinado cliente, necessariamente saia dele, impedindo que a rota termine

em um ponto que não seja o CD.

A restrição (3.22) impede o aparecimento de sub rotas no problema, ou seja, não permite

que se formem circuitos isolados, e as restrições (3.23) e (3.24) garantem que as variáveis 𝑥𝑖𝑗𝑣 e

𝑦𝑖𝑣sejam binárias.

3.6.3. Restrições adicionais ao VRP

Algumas características operacionais da logística são extremamente relevantes e

influenciam na determinação dos roteiros dos veículos da empresa. Esses aspectos podem ser

incluídos no VRP para que o modelo formulado capture melhor a realidade da operação

estudada e traga melhores resultados. Na prática, é muito comum que isso ocorra com a adição

de restrições ao modelo, resultando em variações do VRP apresentado na seção anterior. Os

principais aspectos que podem ser incorporados ao problema são (BELFIORE, 2006; BASSI,

2009):

• Função objetivo: minimizar os custos de distribuição (fixos e variáveis),

minimizar a distância total percorrida, minimizar o número de veículos

utilizados, maximizar o lucro da operação (receitas menos custos);

• Restrições de demanda: determinística ou probabilística; localizada nos nós,

nos arcos ou em ambos;

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• Restrições da frota: limitada ou ilimitada; homogênea ou heterogênea;

capacidade máxima dos veículos; disponibilidade de veículos de cada tipo;

• Restrições dos clientes: janela de tempo; atendimento parcial ou total das

demandas; restrição de serviço em algum dia da semana;

• Restrições da operação: quantidade de CDs; carga fracionada ou de lotação;

coleta, entrega ou entregas e coletas simultaneamente; duração da jornada de

trabalho;

• Outras restrições: cliente pertencente a uma ou mais rotas; quantidade de vezes

que o veículo pode visitar o cliente; tipo de veículo que pode atender a um

determinado cliente;

A adição de restrições ao problema diminui a quantidade de soluções viáveis e dificulta

o esforço necessário para sua resolução (ARENALES et al., 2007). Muitas vezes, o nível de

complexidade resultante das restrições faz com que se opte por abordagens heurísticas (assunto

da próxima seção) na determinação dos roteiros. A empresa deve, portanto, definir

adequadamente quais são os aspectos operacionais realmente relevantes que devem ser

considerados para que não se complique a resolução do problema desnecessariamente.

Um exemplo de restrição operacional bastante comum no contexto da distribuição física

de materiais é a janela de tempo (JT). Esse termo é utilizado para definir os limites temporais

de atendimento a um cliente, ou seja, o intervalo de tempo (mínimo e máximo) no qual o serviço

pode ser iniciado, seja para uma entrega ou coleta de materiais. Cada ponto da malha estudada

pode possuir uma JT própria de atendimento, devendo o modelo de roteirização respeitar cada

uma dessas restrições. A adição desse aspecto da operação no VRP implica na determinação de

novos parâmetros e equações na formulação elaborada, conforme abordagem apresentada por

Arenales et al. (2007):

Parâmetros

𝑆𝑖𝑣 = instante de chegada do veículo 𝑣 ao cliente 𝑖;

𝑆𝑗𝑣 = instante de chegada do veículo 𝑣 ao cliente 𝑗, visitado logo após 𝑖;

𝑡𝑆𝑖 = tempo de atendimento ao cliente 𝑖

𝑡𝑖𝑗 = tempo de trajeto entre os clientes 𝑖 e 𝑗;

𝑎𝑖 = início da janela de tempo do cliente 𝑖;

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𝑏𝑖 = término da janela de tempo do cliente 𝑖;

Restrições

𝑥𝑖𝑗𝑣 (𝑆𝑖

𝑣 + 𝑡𝑆𝑖 + 𝑡𝑖𝑗 − 𝑆𝑗𝑣) ≤ 0; 𝑖 = 1, … , 𝑁; 𝑗 = 1, … , 𝑁; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.25)

𝑎𝑖 ≤ 𝑆𝑖𝑣 ≤ 𝑏𝑖; 𝑖 = 1, … , 𝑁; 𝑣 = {1, … , 𝑁𝑉}; (3.26)

A equação (3.25) garante que o instante de chegada do veículo 𝑣 ao cliente 𝑗 seja, no

mínimo, igual à soma do instante de chegada no cliente 𝑖 com o tempo de trajeto entre os clientes

𝑖 e 𝑗 e o tempo de atendimento ao cliente 𝑖. Já a equação (3.26) restringe a chegada do veículo

𝑣 no cliente 𝑖 à sua janela de tempo definida.

3.6.4. Abordagens heurísticas

Os problemas de roteirização de veículos pertencem à classe de problemas do tipo NP-

difícil (do inglês NP-hard), ou seja, possuem um alto grau de complexidade para sua resolução

do ponto de vista de otimização. A quantidade de pontos de atendimento e as restrições impostas

ao modelo fazem com que o esforço computacional necessário para a resolução do problema

cresça exponencialmente. Isso significa que não é possível a determinação do ponto ótimo

matemático para situações reais pertencentes a essa classe de dificuldade. Por esse motivo, a

maioria dos softwares comerciais encontrados no mercado para roteirização de veículos utiliza

metodologias de solução heurísticas (CUNHA, 2000).

Esse tipo de abordagem se baseia em algoritmos matemáticos que exploram de forma

inteligente e intuitiva maneiras de se obter uma solução adequada para o problema proposto.

Normalmente, são propostas bastante específicas e particulares para o tipo de situação em que

foi elaborado, devendo ser customizado para aplicações diferentes. Embora o ótimo do ponto

de vista matemático não seja assegurado, as heurísticas propiciam soluções muito próximas da

solução ideal com um tempo de execução muito menor (CUNHA, 2000; SOLOMON).

Recorrendo à literatura, encontram-se muitos trabalhos de roteirização desenvolvidos

com base em soluções heurísticas. Solomon (1987) propõe a utilização de algumas abordagens

heurísticas para a solução de problemas de roteamento de veículos com restrições de janela de

tempo. O autor se utiliza das seguintes heurísticas construtivas, que podem ser combinadas para

a resolução de determinados tipos de problemas:

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• Heurística de economia: baseado no raciocínio proposto por Clark e Wright

(1964), busca agrupar um conjunto de clientes a serem visitados em um único

veículo de tal forma que a demanda total não ultrapasse sua capacidade;

• Heurística de economia com tempo limite de espera: parte da heurística

anterior com a inclusão de um tempo máximo de espera para evitar que pontos

com distância temporal muito elevadas sejam agrupados em uma mesma rota;

• Heurística do vizinho mais próximo com orientação temporal: método que

busca adicionar na mesma rota o próximo ponto mais próximo, com

ponderações de distância, tempo e urgência;

• Heurística de inserção I1, I2 e I3: algoritmo que inicia a rota pelo ponto mais

distante, analisando seu limite superior de janela de tempo e pontos que

poderiam ser adicionados à rota resultando na menor soma de tempo e distância

com relação ao CD, segundo critérios de ponderação;

• Heurística de varredura com orientação temporal: método proposto por

Gillet e Miller (1974), faz o agrupamento de clientes através da adição dos

pontos que vão sendo varridos por uma linha imaginária que rotaciona em um

determinado sentido, com centro no CD, de tal forma que a capacidade do

veículo não seja excedida.

Problemas de roteirização com frota heterogênea também apresentam dificuldades

operacionais para serem solucionados, pois são considerados como NP-hard. Dullaert et al.

(2002), por exemplo, propõe uma abordagem para a heurística de inserção de Solomon (1987),

utilizando uma metodologia para solucionar problemas que, além da restrição de janela de

tempo, possuem operações com frota heterogênea. O autor inicia o algoritmo com um passo

adicional caso haja um cliente cuja demanda ultrapasse a capacidade do maior veículo. Nesse

caso, o modelo envia um caminhão inteiramente carregado a esse cliente antes que o restante

do modelo seja executado.

Outro exemplo é o trabalho de Belfiore (2006), que utiliza uma combinação de

heurísticas para a solução de um problema com frota heterogênea, entregas fracionadas e janela

de tempo, cujo objetivo é minimizar o custo total da operação. O autor aplica as heurísticas de

economia e inserção para a obtenção de soluções iniciais do problema e depois utiliza a meta-

heurística Scatter Search para aprimorar os resultados encontrados. Esse refinamento é feito

através de ponderações entre as combinações das soluções iniciais do problema.

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Diversas abordagens e aplicações encontradas nos trabalhos de muito autores no

contexto da roteirização de veículos têm como ponto de partida algumas heurísticas-base de

sucesso. Esses algoritmos, como é o caso a heurística de economia e a heurística de varredura,

são base para a compreensão de várias resoluções de problemas do tipo NP-hard. É interessante,

portanto, que se conheça o raciocínio utilizado por essas heurísticas, que serão apresentadas a

seguir.

Heurística de economia

O algoritmo de economia proposta por Clarke e Wright (1964), em inglês savings

algorithms, fornece uma solução aproximada do ótimo matemático através de uma abordagem

rápida e simples. Ele parte de uma solução inicial não otimizada e vai melhorando o resultado

através de iterações que visam, por exemplo, minimizar a distância total percorrida na rota.

Figura 3.8 – Heurística de economia

(a) Entrega não otimizada

(b) Entrega otimizada

Fonte: Adaptado de Clarke e Wright (1964)

O princípio básico dessa abordagem consiste em determinar a economia gerada pela

união de dois pontos de entrega em uma mesma rota. Parte-se de uma situação inicial em que

são utilizados, por exemplo, dois veículos para realizar as entregas aos clientes A e B, conforme

ilustrado na Figura 3.8 (a). Esse é o pior caso de aproveitamento dos recursos disponíveis, no

qual a distância total D percorrida, calculada pela equação (3.27), é a máxima possível

(CLARKE; WRIGHT, 1964).

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Utilizando o princípio da desigualdade triangular, que diz que, num triângulo, a soma

de dois lados é sempre maior ou igual que o comprimento do terceiro lado, o algoritmo busca

realizar a união direta entre dois clientes, conforme ilustrado na Figura 3.8 (b), no qual foi

adicionado o percurso 𝑑𝐴𝐵 na rota realizada. Nesse caso, a entrega pode ser realizada por um

único veículo, desde que sua capacidade máxima não seja ultrapassada, que passará a percorrer

a distância D′, calculada pela equação (3.28). A economia e gerada por essa união é

representada pela equação (3.29).

D = 2𝑑𝐴𝑂 + 2𝑑𝐵𝑂; (3.27)

D′ = 𝑑𝐴𝑂 + 𝑑𝐴𝐵 + 𝑑𝐵𝑂; (3.28)

e = D − D′ = (2𝑑𝐴𝑂 + 2𝑑𝐵𝑂) − (𝑑𝐴𝑂 + 𝑑𝐴𝐵 + 𝑑𝐵𝑂) = 𝑑𝐴𝑂 + 𝑑𝐵𝑂 − 𝑑𝐴𝐵; (3.29)

O raciocínio proposto sempre melhora a solução final, desde que os três pontos

analisados (os dois clientes e o CD) não estejam alinhados sobre uma mesma reta, situação em

que a distância inicial D será igual à distância final D′ (CLARKE; WRIGHT, 1964).

Em uma rede mais complexa, com uma quantidade elevadas de nós a serem analisados,

o algoritmo propõe o cálculo e ordenação decrescente das economias geradas para cada par de

clientes. Faz-se, então, a união dos pontos que geram maior economia para a operação. Esse

processo iterativo é realizado repetidas vezes até que se encontre uma solução melhor que

atenda os objetivos e restrições do problema (CLARKE; WRIGHT, 1964).

Heurística de varredura

O algoritmo de varredura proposto por Gillet e Miller (1974), em inglês sweep

algorithm, consiste em fazer uma “varredura” dos pontos a serem atendidos a partir de um

depósito para agrupar clientes em um mesmo roteiro, desde que a capacidade máxima do

veículo utilizado não seja ultrapassada.

A partir do mapa de localização dos clientes, a heurística propõe a definição de uma

semirreta, com origem no CD, que irá girar em um determinado sentido de rotação (horário ou

anti-horário), conforme ilustrado na Figura 3.9 (a). Na medida em que essa semirreta vai

passando sobre os pontos de atendimento, os clientes correspondentes vão sendo alocados à

rota do veículo que está sendo utilizado, desde que a inclusão da demanda desse ponto não

exceda a capacidade do veículo. Caso isso ocorra, o roteiro daquele veículo é finalizado e se

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inicia, a partir daquele ponto, o roteiro de um novo veículo. A Figura 3.9 (b) ilustra a resolução

do problema a partir desse método (GILLET; MILLER, 1974).

Figura 3.9 – Heurística de varredura

(a) Definição da semirreta de origem e o

sentido de rotação

(b) Problema resolvido pelo método de

varredura

Fonte: Adaptado de Gillet e Miller (1974)

Os algoritmos propostos por Clarke e Wright (1964) e Gillet e Miller (1974) foram

inicialmente propostos para lidar com situações de frota homogênea e sem restrição de janela

de tempo. São necessárias adaptações e combinações com outras heurísticas para serem

utilizados em problemas que possuam outras características.

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4. METODOLOGIA

Esta seção apresenta a metodologia utilizada para otimizar o sistema de distribuição

física da Empresa X: modelagem do problema, abordagem heurística, ferramenta utilizada,

coleta de dados, definição das premissas, estruturação dos dados e a execução da roteirização.

O objetivo é aplicar um modelo de roteirização e programação de veículos para reduzir o custo

operacional das entregas dos produtos (aumentar o lucro) e melhorar o nível de serviço

oferecido (diminuir a quantidade de entregas com atrasos). A ferramenta utilizada deve auxiliar,

de forma ágil e simples, as decisões de nível operacional da logística da empresa.

As características da operação que deverão ser consideradas no modelo são:

• CD único;

• Operação de entrega;

• Clientes atendidos por um único veículo;

• Carga fracionada;

• Demanda determinística;

• Frota heterogênea;

• Janela de tempo;

O desenvolvimento de um algoritmo de solução para o VRP com diversas restrições é

uma tarefa extremamente complexa e apresenta alguns desafios de implantação e execução. A

maioria dos softwares disponíveis no mercado apresenta alguma desvantagem para as empresas

de pequeno e médio porte, como: custo de aquisição do produto elevado; necessidade de

conhecimento especializado interno; dificuldade de integração com a infraestrutura do software

existente na empresa; treinamento do pessoal da operação e gerência da empresa para utilização

do programa; ausência de ferramentas de suporte que, em alguns casos, permitem calcular o

custo da rota, visualizar e comparar as diferentes soluções encontradas; falta de conhecimento,

por parte da empresa, do algoritmo utilizado pelo programa; dificuldade de manutenção do

software, necessitando a manutenção de um vínculo com a empresa que o desenvolveu

(ERDOGAN, 2017).

Visando solucionar e/ou minimizar essas dificuldades, Güneş Erdoğan (2017)

desenvolveu uma ferramenta de otimização gratuita baseada em Excel capaz de resolver uma

grande variedade de problemas de roteirização do VRP. A ferramenta, denominada de VRP

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Spreadsheet Solver, além de possuir código aberto, o que permite um maior entendimento do

modelo utilizado e possibilidade de adaptações para a realidade da operação, apresenta uma

interface familiar ao usuário e facilidade de uso. A programação do código é realizada no Visual

Basic for Applications (VBA), uma extensão do Microsoft Excel, que é um programa padrão

para análise quantitativa de pequena e média escala muito utilizado no meio corporativo. Muitos

softwares possuem funcionalidades integradas para trocar informações com o Excel, garantindo

assim maior acessibilidade da ferramenta desenvolvida (ERDOGAN, 2017).

O VRP Spreadsheet Solver, por reunir diversas das características necessárias para o

desenvolvimento do presente trabalho, será utilizado na resolução do estudo de caso da Empresa

X. As próximas seções serão dedicadas à apresentação da utilização dessa ferramenta, bem

como o modelo e a heurística utilizados.

4.1. O modelo unificado do VRP

Güneş Erdoğan (2017) propõe uma formulação unificada com flexibilidade para

resolver mais de 64 variações do VRP de acordo com as características e restrições consideradas

no problema: quantidade de depósitos, composição da frota, entregas e/ou coletas, janela de

tempo, limite de distância e/ou jornada de trabalho, destino final dos veículos, entre outros. O

modelo proposto é o seguinte:

Índices utilizados

(𝑖, 𝑗) ∈ 𝐴: índices associados aos arcos;

𝑖 ∈ 𝑉𝐶: índice associado aos clientes no vértice 𝑖;

𝑗 ∈ 𝑉𝐶: índice associado aos clientes no vértice 𝑗;

𝑘 ∈ 𝐾: índice associado aos veículos;

Parâmetros do modelo

V𝐷: conjunto de vértices que contêm o(s) depósito(s);

V𝐶: conjunto de vértices que contêm os clientes;

V = V𝐷 ∪ V𝐶: conjunto de vértices da rede;

V𝑀 ⊆ V𝐶: conjunto de clientes que devem ser visitados;

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A: conjunto de arcos da rede;

𝐺 = (V, A): rede a ser resolvida pelo VRP;

p𝑖: lucro associado ao atendimento do cliente 𝑖;

q𝑖: demanda da coleta associada ao cliente 𝑖;

q′𝑖: demanda da entrega associada ao cliente 𝑖;

s𝑖: tempo de atendimento associado ao cliente 𝑖;

[𝑎𝑖 , 𝑏𝑖]: janela de tempo (JT) associada ao cliente 𝑖;

K: conjunto de veículos disponíveis;

𝑜𝑘 ∈ 𝑉𝐷:depósito de origem associado ao veículo 𝑘;

𝜏𝑘: tempo de início do trabalho associado ao veículo 𝑘;

𝑓𝑘: custo fixo associado à utilização do veículo 𝑘;

Q𝑘: capacidade associada ao veículo 𝑘;

D𝑘: limite de distância percorrida associada ao veículo 𝑘;

D′𝑘: limite de tempo de condução associado ao veículo 𝑘;

𝑊𝑘: limite de tempo de trabalho associado ao veículo 𝑘;

𝑟𝑘: depósito de retorno associado ao veículo 𝑘;

𝑑𝑖𝑗: distância entre os vértices 𝑖 e 𝑗;

𝑑′𝑖𝑗: tempo associado ao deslocamento de 𝑖 para 𝑗;

𝑐𝑖𝑗𝑘 : custo associado ao deslocamento do veículo 𝑘 através do arco (𝑖, 𝑗);

Π: custo de penalização por unidade de tempo associado à violação de uma JT;

𝑤𝑖𝑗𝑘 : quantidade de mercadoria coletada transportada por k através do arco (i, j);

𝑧𝑖𝑗𝑘 : quantidade de mercadoria a ser entregue transportada por k através do arco (i, j);

𝑡𝑖𝑘: tempo associado à chegada do veículo k no cliente i;

𝑣𝑖: tempo associado à violação da janela de tempo do cliente 𝑖;

Variáveis da operação

Ω = {1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑜𝑠 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜𝑠 𝑣 𝑡𝑒𝑛ℎ𝑎𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑎𝑟 𝑎𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑝ó𝑠𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑠0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

β = {1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 ℎ𝑎𝑗𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑡𝑟𝑖çã𝑜 𝑑𝑒 𝑏𝑎𝑐𝑘ℎ𝑎𝑢𝑙0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

Θ = {1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑎𝑠 𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑎𝑚 𝑠𝑒𝑟 𝑣𝑖𝑜𝑙𝑎𝑑𝑎𝑠, 𝑎𝑜 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 Π0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

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Variáveis de decisão

𝑥𝑖𝑗𝑘 = {

1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑜 𝑎𝑟𝑐𝑜 (𝑖, 𝑗) 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑘0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

𝑦𝑖𝑘= {

1, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑎 𝑑𝑒𝑚𝑎𝑛𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑖 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑜 𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 𝑘0, 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

Função objetivo

∑ ∑ p𝑖𝑦𝑖𝑘

𝑘∈𝐾𝑖∈𝑉𝐶

− ∑ 𝑐𝑖𝑗𝑘 𝑥𝑖𝑗

𝑘

(𝑖,𝑗)∈𝐴

− ∑ ∑ 𝑓𝑘𝑥𝑜𝑘,𝑗𝑘

𝑘∈𝐾𝑗∈𝑉𝐶

− Π ∑ 𝑣𝑖

𝑖∈𝑉

(4.1)

Restrições

∑ 𝑦𝑖𝑘

𝑘∈𝐾 = 1; ∀i ∈ V𝑀 (4.2)

∑ 𝑦𝑖𝑘

𝑘∈𝐾 ≤ 1; ∀i ∈ V𝐶\V𝑀 (4.3)

∑ 𝑥𝑖𝑗𝑘

𝑗∈𝑉\{𝑖} ≤ ∑ 𝑥𝑗𝑖𝑘

𝑗∈𝑉\{𝑖} ; ∀j ∈ V𝐶, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.4)

∑ 𝑥𝑝𝑞𝑘

p∈S,q∈V\S ≥ 𝑦𝑖𝑘; ∀i ∈ V𝐶, k ∈ K, 𝑆 ⊂ 𝑉: 𝑜𝑘 ∈ S, i ∈ V\S (4.5)

∑ 𝑥𝑝𝑞𝑘

p∈S,q∈V\S ≥ Ω𝑦𝑖𝑘; ∀i ∈ V𝐶, k ∈ K, 𝑆 ⊂ 𝑉: 𝑖 ∈ S, 𝑟𝑘 ∈ V\S (4.6)

∑ 𝑥𝑜𝑘,𝑗𝑘

𝑗∈𝑉𝐶≤ 1; ∀𝑘 ∈ 𝐾 (4.7)

∑ 𝑥𝑖𝑗𝑘

𝑘∈𝐾 ≤ 1 − β; ∀(i, j) ∈ A: q𝑖 > 0, q′𝑖 > 0 (4.8)

∑ 𝑤𝑖𝑗𝑘

𝑗∈𝑉\{𝑖} − ∑ 𝑤𝑗𝑖𝑘

𝑗∈𝑉\{𝑖} = q𝑖𝑦𝑖𝑘; ∀i ∈ V𝐶, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.9)

∑ 𝑤𝑖,𝑟𝑘𝑘

𝑖∈𝑉𝐶= ∑ q𝑗𝑦𝑗

𝑘𝑗∈𝑉𝐶

; ∀𝑘 ∈ 𝐾 (4.10)

∑ 𝑧𝑗𝑖𝑘

𝑗∈𝑉\{𝑖} − ∑ 𝑧𝑖𝑗𝑘

𝑗∈𝑉\{𝑖} = q′𝑖𝑦𝑖𝑘; ∀i ∈ V𝐶, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.11)

∑ 𝑧𝑜𝑘,𝑗𝑘

𝑖∈𝑉𝐶= ∑ q′𝑖𝑦𝑖

𝑘𝑖∈𝑉𝐶

; ∀𝑘 ∈ 𝐾 (4.12)

𝑡𝑖𝑘 + (𝑑′𝑖𝑗 + s𝑖)𝑥𝑖𝑗

𝑘 − 𝑊𝑘(1 − 𝑥𝑖𝑗𝑘 ) ≤ 𝑡𝑗

𝑘; ∀(i, j) ∈ A: 𝑗 ∈ 𝑉𝐶, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.13)

𝑎𝑖 ≤ 𝑡𝑖𝑘 ≤ 𝑏𝑖 − s𝑖 + v𝑖; ∀i ∈ V𝐶, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.14)

v𝑖 ≤ 𝑀. Θ; ∀i ∈ V𝐶 (4.15)

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𝑡𝑜𝑘𝑘 = 𝜏𝑘; ∀𝑘 ∈ 𝐾 (4.16)

𝑡𝑖𝑘 + (s𝑖 + 𝑑′𝑖𝑗)𝑥

𝑖,𝑟𝑘𝑘 ≤ 𝑏𝑟𝑘 + 𝑣𝑟𝑘 + 𝑀(1 − Ω); ∀(i, j) ∈ A: 𝑗 ∈ 𝑉𝐶, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.17)

𝑤𝑖𝑗𝑘 + 𝑧𝑖𝑗

𝑘 ≤ Q𝑘𝑥𝑖𝑗𝑘 ; ∀(i, j) ∈ A, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.18)

∑ 𝑑𝑖𝑗𝑥𝑖𝑗𝑘

(𝑖,𝑗)∈𝐴 ≤ D𝑘; ∀(i, j) ∈ A, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.19)

∑ 𝑑′𝑖𝑗𝑥𝑖𝑗𝑘

(𝑖,𝑗)∈𝐴 ≤ D′𝑘; ∀(i, j) ∈ A, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.20)

∑ s𝑖𝑦𝑖𝑘

𝑖∈𝑉𝐶+ ∑ 𝑑′𝑖𝑗𝑥𝑖𝑗

𝑘(𝑖,𝑗)∈𝐴 ≤ 𝑊𝑘; ∀(i, j) ∈ A, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.21)

𝑥𝑖𝑗𝑘 ∈ {0,1}; ∀(i, j) ∈ A, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.22)

𝑦𝑖𝑘 ∈ {0,1}; ∀i ∈ V𝐶, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.23)

𝑣𝑖 ≥ 0; ∀i ∈ V𝐶 (4.24)

𝑤𝑖𝑗𝑘 ≥ 0; ∀(i, j) ∈ A, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.25)

𝑧𝑖𝑗𝑘 ≥ 0; ∀(i, j) ∈ A, 𝑘 ∈ 𝐾 (4.26)

A função objetivo (4.1) busca maximizar o lucro total arrecadado, descontando os custos

relacionados ao percurso realizado, à utilização dos veículo e às penalidades por violação da

janela de tempo.

Em relação às restrições que definem as regras de visita dos veículos aos clientes, a

equação (4.2) garante que cada ponto seja visitado no máximo uma vez e a equação (4.3) obriga

que se visitem os clientes que devem ser atendidos. Já as equações (4.4) e (4.5) garantem,

respectivamente, a conservação de fluxo da solução e a conectividade entre o depósito de

origem do veículo 𝑘 e os clientes por ele visitados. Por fim, a equação (4.6) determina que o

veículo termine no depósito especificado, quando necessário, a equação (4.7) define que cada

veículo só pode ser utilizado uma vez e a equação (4.8) define a restrição de backhaul.

Com relação às restrições que definem os requisitos dos clientes, as equações (4.9) e

(4.10) garantem a conservação do fluxo dos produtos coletados e as equações (4.11) e (4.12)

garantem a conservação do fluxo dos produtos a serem entregues. A equação (4.13) elimina o

surgimento de sub rotas e fornecem a estrutura necessária para as janelas de tempo. Já as

equações (4.14) e (4.15) definem os limites inferiores e superiores da JT dos clientes bem como

a variável que permite a violação desse intervalo de tempo.

Por fim, em relação às restrições envolvendo os veículos, as equações (4.16) e (4.17)

definem, respectivamente, o tempo de início de trabalho do veículo 𝑘 e o limite de tempo para

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o seu retorno ao depósito, quando necessário. A equação (4.18) garante que a capacidade do

veículo não seja ultrapassada e as equações (4.19), (4.20) e (4.21) restringem, respectivamente,

a distância, o tempo de condução e o tempo de trabalho de cada veículo. Já as equações de

(4.22) a (4.26) definem a integridade e não-negatividade das variáveis utilizadas.

A roteirização dos veículos da Empresa X não necessita que todas as restrições e

características abordadas pelo modelo sejam utilizadas, assim como alguns ajustes devem ser

feitos para que detalhes da operação sejam contemplados na solução. As restrições

consideradas, os parâmetros de input do modelo e as premissas utilizadas serão abordados nas

próximas seções.

4.2. Abordagem heurística

O alcance computacional para a resolução exata de problemas do VRP, que é do tipo

NP-hard, é limitado a aproximadamente 200 clientes para as variáveis mais básicas estudadas

sobre o tema. Entretanto, para lidar com problemas maiores e/ou com restrições operacionais

mais detalhadas, como operação com frota heterogênea e restrição de janela de tempo, são

necessárias abordagens heurísticas mais sofisticadas (ERDOGAN, 2017).

O VRP Spreadsheet Solver utiliza uma adaptação do algoritmo meta-heurístico Adaptive

Large Neighborhood Search proposto por Pisinger e Ropke (2007), devido a sua flexibilidade

para acomodar diversas variantes do VRP. O algoritmo diversifica a pesquisa através da

remoção aleatória de clientes da solução obtida até o momento e de análises de reinserção. O

algoritmo LNS implementado na planilha do VRP, em linguagem de alto nível, é definido da

seguinte maneira (ERDOGAN, 2017):

• 1. Definições do algoritmo LNS: depósito, clientes, distâncias, durações,

veículos;

• 2. Construção de uma Solução Incumbente, adicionando clientes às rotas

através de escolhas que resultem no máximo aumento de lucro (equivalente ao

incremento mínimo de custo) por etapa;

• 3. Melhoria da Solução Incumbente através de buscas locais definidas pelos

operadores EXCHANGE, 1-OPT, 2-OPT e VEHICLE-EXCHANGE;

• 4. Registro da Solução Incumbente como a Melhor Solução Conhecida;

• 5. Introdução ao loop:

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o 5.1. Destruição da Solução Incumbente com a remoção aleatória de

vértices;

o 5.2. Restituição da Solução Incumbente através de heurísticas de adição

de vértices;

o 5.3. Melhoria da Solução Incumbente através de buscas locais definidas

pelos operadores EXCHANGE, 1-OPT, 2-OPT e VEHICLE-

EXCHANGE;

o 5.4. Critério de decisão: a Solução Incumbente é melhor do que a

Melhor Solução Conhecida?

▪ Se sim, então registe a Solução Incumbente como a Melhor

Solução Conhecida;

▪ Caso contrário, substituir Solução Incumbente pela Melhor

Solução Conhecida com probabilidade p;

• 6. Execução do loop até que o tempo decorrido seja maior do que o tempo de

CPU permitido;

• 7. Retorna a Melhor Solução Encontrada;

• 8. Fim do algoritmo LNS;

Os quatro operadores de pesquisa local utilizados na melhoria da solução incumbente

executam as seguintes tarefas (ERDOGAN, 2017):

I. EXCHANGE: procura por todos os possíveis pares de clientes em uma data

solução e verifica se a troca deles resultaria em um resultado melhor para a

função objetivo definida;

II. 1-OPT: examina a possibilidade de remover cada cliente dentro de uma

determinada solução e reinserí-lo em uma posição diferente nas rotas para

melhorar o resultado da função objetivo;

III. 2-OPT: procura remover dois arcos da solução de cada vez, por exemplo os

arcos (𝑎, 𝑏) e (𝑐, 𝑑), e substituí-los por outros dois, os arcos (𝑎, 𝑑) e (𝑏, 𝑐),

procurando por um resultado melhor para a função objetivo;

IV. VEHICLE-EXCHANGE: tenta trocar todos os clientes das rotas de dois

veículos de diferentes tipos a procura de melhores soluções.

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Duas abordagens são utilizadas na restituição da solução incumbente realizada no passo

5.2. do algoritmo denominadas greedy insertion e max regret. Esta última heurística se baseia

na seleção do cliente de tal forma que a diferença entre o custo de inserção mais barato com as

segundas opções seja a maior possível. Ambas as abordagens são escolhidas com a mesma

probabilidade e definem uma série de melhores candidatos (segundo parâmetros definidos pelo

algoritmo) que serão selecionados aleatoriamente em cada etapa. A probabilidade de rejeição

de uma solução estabelecida é fixada em 10% no início e diminui linearmente com o tempo

para atingir 0% no final do tempo de CPU (ERDOGAN, 2017).

4.3. A ferramenta do VRP Spreadsheet Solver

O VRP Spreadsheet Solver é composto por um conjunto de planilhas que abrigam os

dados utilizados pelo modelo para a execução da roteirização. Há um fluxo incremental de

informações que vão sendo preenchidas pelo usuário da ferramenta e que se inter-relacionam,

conforme ilustração da Figura 4.1. O Excel, que inicialmente possui apenas o VRP Solver

Console, vai recebendo as demais abas ao longo do processo na seguinte ordem: 1.Locations;

2.Distances; 3.Vehicles; 4.Solution; 5.Visualization (ERDOGAN, 2017).

Figura 4.1 – Estrutura do VRP Spreadsheet Solver

Fonte: Adaptado de Erdoğan (2017)

Um sistema de cores foi adotado por Güneş Erdoğan (2017) para auxiliar o usuário final

sobre quais células da planilha ele deve trabalhar:

• Células pretas: são definidas pela ferramenta e não devem ser modificadas pelo

usuário;

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• Células verdes: abrigam os parâmetros ou decisões do modelo e devem ser

preenchidas pelo usuário;

• Células amarelas: são os resultados de cálculos realizados pela planilha e que

podem ser editadas pelo usuário caso ele queira realizar alguma análise sobre o

resultado obtido;

• Células laranjas: sinalizam algum tipo de aviso ao usuário como, por exemplo,

a chegada de um veículo a um cliente antes da janela de tempo estipulada;

• Células vermelhas: sinalizam algum tipo de erro ao usuário como, por exemplo,

a violação de capacidade máxima imposta a um veículo.

A seguir são apresentadas de forma resumida as principais funcionalidades de cada uma

das planilhas que compõem o VRP Spreadsheet Solver. Para maiores detalhes sobre a

ferramenta, consultar Güneş Erdoğan (2017).

Controle

O VRP Solver Consol é a planilha inicial de controle responsável pela definição dos

parâmetros macro do modelo e pela geração das demais planilhas, processo realizado através

dos botões de Setup enumerados. Esses botões foram inseridos pelo autor do presente trabalho

para facilitar o uso da ferramenta. A Figura 8.3 do APÊNDICE B ilustra a estrutura dessa aba.

Nessa planilha são definidos os seguintes parâmetros: número de depósitos da empresa;

quantidade de clientes atendidos; unidade utilizada para as distâncias (km, milhas); tipo de rota

considerado (menor tempo ou menor distância); número de tipos de veículos disponíveis; se os

veículos precisam retornar aos CDs após as entregas; tipo de tratamento que será dado à janela

de tempo (sotf ou hard); se há restrição de backhauls (caso haja, as entregas são executadas

antes das coletas); forma de visualização da resolução gerada (Bing Maps); tempo limite da

CPU para a roteirização. Há ainda uma opção de recuperação de dados através de serviços web

de informações geográficas (GIS) que podem ser utilizados (ERDOGAN, 2017).

Localizações

A planilha Locations, gerada pelo botão ‘1- Setup Locations’, contém as informações

relacionadas aos clientes que serão atendidos: nome do cliente; endereço de entrega / coleta;

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coordenadas geográficas (latitude e longitude); janela de tempo (início e fim); necessidade de

ser visitado (deve ser visitado, pode ser visitado ou não deve ser visitado); tempo de serviço

(para carga ou descarga); demanda de pedidos a serem entregues e/ou coletados (em unidades,

peso ou volume) e lucro gerado. A Figura 8.4 do APÊNDICE B ilustra a estrutura dessa aba.

As coordenadas podem ser inseridas manualmente pelo usuário (copiando as

informações de uma outra planilha) ou preenchidas através do serviço web GIS com base nos

endereços fornecidos pelo usuário. É importante que seja considerado o endereço completo do

local de entrega para que não sejam utilizados no modelo pontos inacessíveis (ERDOGAN,

2017).

Distâncias

A planilha Distances, gerada pelo botão ‘2- Setup Distances’, contém as informações

de distância e duração de viagem entre todos os pares de pontos das localidades (CDs e clientes)

especificados na aba Locations. Novamente, essas informações podem ser inseridas

manualmente pelo usuário (copiando as informações de uma outra planilha) ou preenchidas

pelo serviço web GIS, caso ele esteja habilitado (ERDOGAN, 2017). A Figura 8.5 do

APÊNDICE B ilustra a estrutura dessa aba.

Em distribuições urbanas, devido aos diversos roteiros permitidos pela malha viária para

se deslocar entre dois pontos e as restrições de circulação existentes (vias contra-mão, retornos

proibidos e restrições de circulação), é importante que a distância considerada seja calculada

sobre o percurso das vias. Da mesma forma, o tempo de deslocamento deve levar em

consideração a velocidade média dessas vias, que podem sofrer influências de tráfego carregado

ou de velocidade máxima permitida (CUNHA, 2000).

O parâmetro sobre o tipo de rota considerado no modelo, trajeto mais curto ou mais

rápido, é crucial na resolução do problema. Rotas mais curtas geralmente passam pelos centros

das cidades, locais que estão sujeitos a velocidades médias mais baixas. Por outro lado, as rotas

mais rápidas normalmente acabam utilizando percursos periféricos através de vias de alta

rolagem. Güneş Erdoğan (2017) recomenda a utilização do tipo de rota mais rápida para a

execução da roteirização.

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Veículos

A planilha Vehicles, gerada pelo botão ‘3- Setup Vehicles’, contém as informações

relacionadas aos tipos de veículos disponíveis para a roteirização. São definidos os seguintes

parâmetros: capacidade (mesma unidade utilizada na definição de demanda - unidades, peso ou

volume); custo fixo de utilização; custo variável definido em função da distância percorrida

(mesma unidade utilizada na definição da distância entre pontos – km ou milhas); limites

operacionais de distância percorrida, jornada de trabalho e tempo de direção; CD de retorno

após a realização da operação e número de veículos disponíveis daquele tipo (ERDOGAN,

2017). A Figura 8.6 do APÊNDICE B ilustra a estrutura dessa aba.

Solução

A planilha Solution, gerada pelo botão ‘4- Setup Solution’, é estruturada para receber a

relação dos clientes que serão atendidos por cada um dos veículos. Essa aba utiliza as

informações fornecidas anteriormente para, dada uma lista de paradas, apresentar um descritivo

completo do roteiro: sequência de paradas; distância percorrida acumulada; tempo de direção;

tempo de chegada e saída em cada um dos clientes; duração acumulada da jornada de trabalho;

valor acumulado da demanda de produtos a serem entregues e produtos coletados; lucro líquido

(lucro acumulado com os clientes atendidos menos o custo da rota). Recursos de formatação

condicional são utilizados para a identificação visual de soluções inviáveis e facilitação da

construção de soluções manuais (ERDOGAN, 2017). A Figura 8.7 do APÊNDICE B ilustra a

estrutura dessa aba.

Visualização

A planilha Visualization, gerada pelo botão ‘5- Setup Visualization’, é uma aba adicional

que permite a visualização gráfica dos locais atendidos e das rotas obtidas pela solução. Esse

recurso é feito através de um gráfico de dispersão do Excel que utiliza as coordenadas de latitude

e longitude dos clientes para a definição dos pontos e um mapa da região analisada para o plano

de fundo. As opções do VRP Solver Console permitem a configuração dos detalhes que serão

exibidos nessa planilha, como inclusão dos valores de coleta / entrega em cada ponto ou os

tempos de serviço executados. A Figura 8.8 do APÊNDICE B ilustra a estrutura dessa aba.

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Tratamento de soluções inviáveis

Uma solução inviável é aquela em que uma ou mais restrições do problema são violados.

Essa situação é bastante comum no campo do desenvolvimento de algoritmos. Muitos softwares

de otimização retornam uma mensagem de erro quando problemas desse tipo ocorrem sem, no

entanto, dar alguma sugestão ao usuário em relação ao tipo de problema ocorrido e/ou sugestões

de correções que possam ser adotadas. Do ponto de vista prático, essas situações são percebidas

como tempo desperdiçado pelo usuário (ERDOGAN, 2017).

Matematicamente não há como comparar duas soluções inviáveis, porém muitas

soluções que seriam declaradas como inviáveis pelo programa de otimização poderiam ser úteis

na realidade. O VRP Spreadsheet Solver prioriza as soluções consideradas inviáveis através de

um método de penalização que objetiva apresentar a melhor solução possível ao usuário, mesmo

que seja inviável do ponto de vista matemático, a fim de que ele possa fazer uma análise sobre

a viabilidade prática da execução dos roteiros gerados e fazer os ajustes que julgue necessários.

O algoritmo utilizado é um método de escala quadrática de penalização no qual as violações de

janela de tempo, capacidade do veículo, limite de distância, tempo de condução e/ou de trabalho

recebem uma determinada pontuação em função da gravidade da penalidade. A única solução

que necessariamente deve ser respeitada pela roteirização é a obrigatoriedade de se visitar os

clientes que devem ser atendidos (ERDOGAN, 2017).

O VRP Spreadsheet Solver executa uma verificação de viabilidade dos dados antes da

execução da roteirização e procura por possíveis inconsistências que possam gerar soluções

inviáveis. Se algum problema for detectado, o usuário é alertado através de uma mensagem de

aviso na tela com a opção de parar o processamento ou prosseguir. Caso opte por prosseguir, a

solução encontrada certamente será inviável, porém poderá ser útil na prática (ERDOGAN,

2017).

4.4. Coleta de dados e premissas de input

Esta seção é dedicada a apresentação dos dados utilizados e premissas consideradas para

o input do modelo de roteirização proposto. Foi utilizado um histórico de demanda de um mês

(março de 2017), conforme breve descrição realizada no Capítulo 2. As informações utilizadas

foram fornecidas pela Empresa X e/ou coletadas / mensuradas pelo autor deste trabalho durante

as visitas técnicas realizadas na operação da empresa.

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4.4.1. Configuração do VRP Solver Consol

As configurações do VRP Solver Consol que foram utilizadas para a roteirização da

demanda da Empresa X podem ser visualizadas no exemplo apresentado pela Figura 8.3 do

APÊNDICE B. Foram preenchidas, para cada dia do mês, as quantidades relativas aos recursos

disponíveis na operação:

• Quantidade de CDs = 1: a empresa possui apenas um centro de distribuição

para atender a demanda de seus clientes;

• Quantidade de clientes = n: a quantidade de clientes atendidos varia em função

do dia analisado. No mês do estudo, esse número variou entre 10 e 94, com uma

média de 56 pedidos por dia;

• Quantidade de veículos = 10: a empresa sempre conta com a utilização de seus

três veículos da frota própria (exceto domingo, em que só se utiliza um deles) e

os sete carros agregados que são contratados mediante a necessidade.

A roteirização foi realizada considerando o tipo de rota mais rápido. No deslocamento

entre dois clientes, quando existe a possibilidade de se realizar o trajeto através de uma via

rápida, como é o caso de algumas vias principais da cidade de São Paulo (Marginal Pinheiros,

Avenida 23 de Maio), esse percurso é preferível, mesmo que seja executado por uma rota

periférica, pois contorna regiões centrais em que o trânsito é mais carregado. A definição dos

tempos e distâncias de percurso entre os pontos do problema considerado serão apresentados

mais à frente, entretanto a ferramenta web GIS não foi utilizada para tais finalidades. Foi ativada

a opção de visualização do resultado gerado através do recurso Bing Maps, conforme ilustrado

na Figura 8.8 do APÊNDICE B.

Por fim, foram selecionadas as opções de retorno dos veículos ao CD de origem após a

realização das entregas, de tratamento mais suavizado em relação às restrições de janela de

tempo e ausências de restrições de backhauls na operação. O tempo de CPU destinado a

resolução do problema foi de 60 segundos, tempo considerado suficiente para a determinação

de uma boa solução viável, capaz de viabilizar a resolução do histórico analisado e de permitir

a realização de testes ao longo do estudo.

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4.4.2. Localização dos clientes

A Empresa X possui aproximadamente 150 clientes ativos em sua base de cadastros dos

quais 139 foram atendidos no mês de março de 2017. Os endereços dos locais de entrega desses

clientes foram fornecidos pela empresa e transformados em coordenadas geográficas (latitude

e longitude) através do Google Maps (GOOGLE, 2017). A Tabela 8.1 do APÊNDICE C

apresenta esses valores acrescidos de um fator constante k para a garantia do sigilo da localidade

da empresa e de seus clientes, porém com a manutenção das distâncias lineares relativas entres

eles. A Figura 2.1 apresentada ilustra a distribuição geográfica desses clientes na região da

Grande São Paulo.

4.4.3. Matriz OD

A distância e o tempo de deslocamento entre os pares de pontos do problema foram

definidos a partir de aplicações do Google Maps e consolidados em uma matriz origem-destino

(matriz OD) conforme apresentado na Tabela 8.2 do APÊNDICE C. A distância entres os

endereços leva em consideração os trajetos disponíveis pela malha viária da cidade e suas

características, como a direção de circulação na via. Dessa forma, a distância para ir do cliente

A ao B não é a mesma distância para ir de B a A. O trajeto considerado, dentre as diversas

possibilidades existentes, foi aquele em que o tempo médio de deslocamento, que considera o

registro histórico do trânsito no local, era o menor possível.

4.4.4. Demanda

As características gerais da demanda, como a quantidade diária dos pedidos recebidos e

a sazonalidade semanal existente, foram apresentadas no Capítulo 2. Cada pedido, após a

realização da produção, é acomodado em embalagens pré-definidas pelo cliente, como isopores,

caixas de papelão e cestos / caixas plásticas (Figura 2.5), em quantidades que variam de acordo

com a capacidade de cada caixa em acomodar a quantidade de produtos solicitados (Tabela

2.1).

Determinar a quantidade de caixas que cabem em cada um dos veículos não é uma tarefa

trivial. Em uma Fiorino, por exemplo, cabem aproximadamente 4 isopores de 80 L ou 40 caixas

de papelão pequenas, de acordo com informações fornecidas pela empresa. Já para uma HR,

esses números são de 54 unidades para o isopor de 80 L e 120 unidades para a caixa pequena

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de papelão. Entretanto, a combinação de diferentes tipos de embalagens em um mesmo

carregamento dificulta a determinação de quantas unidades cabem em cada veículo devido às

diversas possibilidades existentes. Com o objetivo de viabilizar as análises necessárias e possuir

base de comparação com a capacidade dos veículos, buscou-se transformar os pedidos

realizados de unidades para volume ocupado.

Com base nos registros da Empresa X em relação a quantidade de caixas utilizadas por

pedido e nas medições das dimensões das caixas realizadas pelo autor desse trabalho, conforme

valores apresentados na Tabela 4.1, essa transformação foi feita. A Tabela 8.3 do APÊNDICE

C apresenta o volume diário dos pedidos realizados por cliente.

Tabela 4.1 – Dimensões e volume ocupado pelas embalagens

Fonte: Elaborado pelo autor

4.4.5. Janela de tempo

A janela de tempo para o recebimento dos pedidos é definida pelo cliente e deve ser

respeitada pela empresa. Embora possam haver algumas alterações de um dia para o outro,

devido a imprevistos ou necessidades pontuais, essas janelas são praticamente estáveis ao longo

do mês para cada cliente. A Figura 8.1 do APÊNDICE A mostra a JT média definida para cada

um dos clientes com base nos registros de roteiros realizados pela logística da Empresa X. Esses

intervalos, considerando todos os pedidos do mês, possuem um tempo médio de 1 hora e 48

minutos, com 83% dos casos com disponibilidade de até 2 horas para a entrega, conforme

Figura 2.8.

Entretanto, a utilização desses valores como parâmetros de input do modelo de

roteirização deve ser analisada com cuidado, pois, na prática, a JT registrada nos roteiros diários

correspondem a uma fração da JT teórica definida entre o cliente e a empresa: é comum que

Embalagem Comp. (cm) Larg. (cm) Alt. (cm) Volume (L)

Cesto plástico 71,0 59,0 16,5 69,1

Caixa plástica 54,5 36,5 31,0 61,7

Cx. Isopor 21L 43,5 33,0 24,0 34,5

Cx. Isopor 45L 45,0 38,0 36,0 61,6

Cx. Isopor 60L 65,5 33,5 43,6 95,7

Cx. Isopor 80L 70,0 35,0 55,5 136,0

Cx. Papelão Pequena 39,0 26,5 20,0 20,7

Cx. Papelão Média 37,5 31,0 22,0 25,6

Cx. Papelão Grande 52,5 29,0 29,5 44,9

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sejam anotados horários um pouco mais estreitos para pressionar os motoristas quanto ao

cumprimento de prazos e/ou por serem os horários estimados pela logística para a chegada do

veículo no cliente, conforme roteiro definido.

Os parâmetros de JT utilizados no modelo devem refletir o real intervalo de tempo

disponível para o recebimento dos produtos sem nenhuma inferência da logística com relação

aos horários que serão de fato praticados. Quanto mais restritas forem as JT utilizadas no

modelo, menor será a quantidade de soluções viáveis para o problema e maior será o custo da

operação. Como não há nenhum registro formal da JT teórica definida para cada cliente, alguns

ajustes foram realizados nos valores originais registrados pelos roteiros diários com base em

análises comparativas com os horários de entrega realizados.

Para os clientes esporádicos, em que normalmente a janela de tempo definida é maior

do que as observadas nos clientes fixos, por se tratarem de eventos e/ou pelo desconhecimento

do tempo necessário para o carregamento no local, a JT não sofreu ajuste, permanecendo

conforme definição da logística da empresa. Já para os clientes fixos, em que há um histórico

diário maior para ser analisado, os ajustes realizados foram definidos, conforme exemplos da

Figura 8.9 do APÊNDICE C, da seguinte maneira:

• clientes com entregas realizadas dentro do horário estipulado pela JT do roteiro

não tiveram nenhum ajuste, conforme ilustrado pela Figura 8.9 (a);

• clientes com entregas realizadas com atraso em relação ao horário estipulado

pela JT do roteiro não tiveram nenhum ajuste, conforme ilustrado pela Figura

8.9 (b). Nesses casos, é comum que o cliente tenha uma JT mais elástica e receba

os produtos após o horário final estipulado pelo roteiro, não sendo de fato atrasos

de entrega. Porém, por conservadorismo, não foi feito um ajuste da JT para cima;

• clientes com entregas realizadas antecipadamente em relação ao horário

estipulado pela JT tiveram ajustes para baixo em relação ao início da JT

considerada. Quando essa antecipação era consistente, conforme exemplos da

Figura 8.9 (c) e Figura 8.9 (d), esse ajuste foi realizado. Porém, quando apenas

alguns pontos de antecipados foram observados e/ou essa antecipação pareceu

não se concretizar devido a necessidade de espera para descarregamento em

função da chegada antecipada do veículo, conforme exemplo da Figura 8.9 (e),

o ajuste não foi realizado.

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Os ajustes realizados foram conservadores e procuraram representar melhor a realidade

da operação realizada. Procurou-se, na medida do possível, antecipar as entregas para os

clientes que permitem o recebimento antecipado sem, no entanto, modificar o limite final da JT

para não atrasar horário do consumo dos produtos. Dessa forma, o tempo médio considerado

para as entregas passou a ser de 2 horas e 42 minutos, sendo 84% dos casos com até 3 horas,

conforme Figura 4.2. A nova JT média definida por cliente pode ser consultada na Figura 8.2

do APÊNDICE A.

Figura 4.2 - Histograma – Tempo considerado para entrega dos produtos

Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 8.4 do APÊNDICE C apresenta a janela de tempo diária considerada para cada

cliente.

4.4.6. Tempo de serviço

O tempo de serviço definido para o atendimento de cada cliente foi realizado com base

no histórico dos tempos de descarregamento observados na operação. Para os clientes fixos, em

que há uma quantidade de dados relevantes para serem analisados, o valor considerado foi a

mediana dos tempos de atendimento registrados nas planilhas dos motoristas, em que os

horários de chegada e saída em cada cliente são anotados. Essa métrica garante a eliminação de

outliers e representa de forma relativamente fiel o tempo necessário para realizar toda a

operação de descarregamento no cliente em questão: estacionar o veículo, descarregar e

acomodas as caixas, preencher e assinar a documentação necessária. Já para os clientes

esporádicos, o tempo considerado foi definido pela logística da Empresa X em função do

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conhecimento das características do atendimento em questão e da expectativa do que seria um

tempo considerado ideal e suficiente.

A Tabela 8.5 do APÊNDICE C apresenta os tempos de serviço considerados para cada

um dos clientes. Esses tempos, devido a simplicidade da operação, são considerados baixos:

68% dos pedidos são atendidos em menos de 10 minutos, conforme Figura 2.9 apresentada.

4.4.7. Disponibilidade de veículos

A operação da Empresa X conta com a disponibilidade diária de três veículos da frota

própria e sete veículos terceirizados, conforme distribuição por tipo de carro apresentada na

Tabela 2.2. Aos domingos, em que há apenas um motorista trabalhando, a frota própria

considerada naturalmente é reduzida. Nesses dias, a escolha de um dos carros como input do

modelo pode influenciar no resultado final da roteirização. Dessa forma, foram utilizados os

três carros próprios, além dos agregados, nos inputs dos modelos executados para os domingos

e, após a solução encontrada, dois dos carros próprios foram substituídos manualmente por

terceiros, com prioridade para os de menor custo, de tal forma que as capacidades dos veículos

fossem respeitadas.

4.4.8. Capacidade dos veículos

Os carros utilizados pela Empresa X, por transportarem produtos perecíveis, possuem

um refrigerador interno para a conservação dos alimentos, o que diminui o espaço útil para a

acomodação das embalagens do carregamento. As dimensões internas dos baús, bem como dos

aparelhos refrigeradores instalados, foram medidas pelo autor do presente trabalho para a

definição do volume interno bruto do veículo e do espaço perdido por conta do aparelho. Dessa

forma, é possível a determinação do volume interno útil para utilização através do cálculo

definido pela equação (4.27). A Tabela 4.2 resume os valores de volume bruto, volume do

refrigerador e volume útil, em litros, definidos para cada um dos veículos.

Entretanto, não é possível ocupar todo o espaço líquido disponível pelo veículo devido

às possíveis combinações existentes com relação aos tipos de embalagens utilizadas e às

diferentes disposições internas dos baús (existência de quinas, desníveis do piso, diminuição da

largura em função da altura, posição da instalação do refrigerador). Na prática, apenas um

percentual do volume líquido, denominado de índice de utilização (IU), é ocupado pelas caixas

do carregamento que, após serem acomodadas, deixam espaços vazios no interior do veículo.

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Volume Líquido = Volume Bruto − Volume do Refrigerador; (4.27)

Volume Útil = Volume Líquido ∗ IU; (4.28)

Tabela 4.2 – Volume líquido do baú dos veículos

Fonte: Elaborado pelo autor

Através do IU é possível determinar a real capacidade do veículo (volume útil),

parâmetro que será utilizado como input do modelo de roteirização, conforme equação (4.28).

Com base no histórico dos carregamentos registrados, apresentado na Figura 8.10 do

APÊNDICE C, é possível fazer uma análise estatística descritiva do IU de cada um dos tipos

de carro.

Tabela 4.3 – Análise estatística do IU por tipo de veículo

Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 4.3 apresenta um resumo dessa análise. No geral, é possível notar que, na

média, os veículos são carregados com menos da metade de sua capacidade líquida e que há

uma considerável dispersão, com exceção da Kombi que geralmente faz sempre o mesmo

roteiro, entre esses valores ao longo do mês. Em termos práticos, nota-se que é possível ocupar

Veículo Modelo FrotaVolume

Bruto (L)

Volume

Refrig. (L)

Volume

Líquido (L)

V1 HR Própria 7.429 107 7.322

V2 HR Própria 7.541 75 7.466

V3 Ducato Própria 7.983 58 7.925

V4 Kombi Terceiro 4.005 74 3.931

V5 Fiorino Terceiro 2.242 69 2.173

V6 Fiorino Terceiro 2.242 69 2.173

V7 Fiorino Terceiro 2.242 69 2.173

V8 Fiorino Terceiro 2.242 69 2.173

V9 Fiorino Terceiro 2.242 69 2.173

V10 HR Terceiro 7.541 75 7.466

Modelo Min µ Máx σ Out.

Fiorino 7% 43% 78% 13% 70%

HR 4% 19% 68% 13% 45%

Ducato 6% 36% 70% 12% 59%

Kombi 38% 45% 54% 4% 53%

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melhor o veículo com carregamentos mais compactos que permitem um IU de mais de 70%,

conforme o caso. Dessa forma, optou-se por utilizar o máximo observado de IU por tipo de

veículo para a determinação do volume útil, com exceção da Fiorino que, por conservadorismo,

foi estabelecido um valor de 70% (valor de corte do outlier superior).

A Tabela 4.4 apresenta os valores considerados de IU para cada um dos veículos e o

volume útil calculado.

Tabela 4.4 – Volume útil dos veículos

Fonte: Elaborado pelo autor

4.4.9. Custo dos veículos

Os custos decorrentes da utilização da frota própria e da contratação dos agregados são

computados de formas distintas. De forma geral, os agregados são contratados por um custo

fixo diário conforme tabela de fretes apresentado na Tabela 4.5. Apesar de não haver um valor

variável definido em função da distância percorrida, a logística costuma pagar um valor

adicional aos motoristas contratados, 50% do valor do frete, quando a rota realizada apresenta

uma quilometragem elevada. Da mesma forma, quando o número de clientes atendidos

ultrapassa a quantidade habitual das rotas realizadas pelo motorista, um valor adicional é pago

ao agregado, em geral R$ 20,00 por cliente adicional.

Nem sempre os algoritmos conseguem levar em consideração todas as parcelas dos

custos da operação. Na prática, nenhum software de roteirização disponível no mercado permite

considerar uma estrutura de custos variáveis desvinculadas da distância percorrida, prática

bastante comum na contratação de terceiros no Brasil (CUNHA, 2000). Como o VRP

Spreadsheet Solver não é capaz de receber restrições de custos por cliente visitado ou através

de um escalonamento em função da distância percorrida, apenas os valores fixos foram

Veículo Modelo FrotaVolume

Líquido (L)IU (%)

Volume

Útil (L)

V1 HR Própria 7.322 68% 4.955

V2 HR Própria 7.466 68% 5.052

V3 Ducato Própria 7.925 70% 5.529

V4 Kombi Terceiro 3.931 54% 2.117

V5 Fiorino Terceiro 2.173 70% 1.516

V6 Fiorino Terceiro 2.173 70% 1.516

V7 Fiorino Terceiro 2.173 70% 1.516

V8 Fiorino Terceiro 2.173 70% 1.516

V9 Fiorino Terceiro 2.173 70% 1.516

V10 HR Terceiro 7.466 68% 5.052

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imputados para a execução da roteirização e, após a definição da solução, os custos variáveis

foram computados conforme a situação.

Tabela 4.5 – Valor de frete dos agregados

Fonte: Elaborado pelo autor

Em relação à frota própria, foi utilizado o modelo de custo padrão para determinar os

valores de custo fixo e variável dos veículos. Com base nas informações fornecidas pela

logística da Empresa X referentes aos custos da operação do mês analisado, como salários,

benefícios, taxas, seguros e insumos, foi possível elaborar os cálculos apresentados na Tabela

8.6 do APÊNDICE C: a depreciação do veículo foi determinada a partir do seu valor na tabela

FIPE depreciado em 60 meses (não foram consideradas recapagens nos pneus, remuneração de

capital e lavagens dos carros e a distância percorrida utilizada foi a determinada pelo modelo

de roteirização aplicado).

As equações (4.29), (4.30) e (4.31) mostram as componentes dos custos fixos e variáveis

obtidas, respectivamente, para os veículos V1, V2 e V3:

𝐶𝑉1 = 4.741 + 1,00 ∗ 𝑑1; (4.29)

𝐶𝑉2 = 4.770 + 1,08 ∗ 𝑑2; (4.30)

𝐶𝑉3 = 4.811 + 0,90 ∗ 𝑑3; (4.31)

Como os custos obtidos para os veículos da frota própria são, na média, superiores aos

custos necessários para a contratação de terceiros, é natural que o modelo de roteirização

priorize a utilização dos agregados, dado que o objetivo é maximizar o lucro da operação. No

entanto, não faz sentido a empresa pagar por uma frota que não será utilizada. Os veículos

próprios fazem parte da estratégia da Empresa X, pois garantem flexibilidade à operação em

Veículo Veículo Valor de Frete

V4 Kombi 150,00R$

V5 Fiorino 140,00R$

V6 Fiorino 140,00R$

V7 Fiorino 140,00R$

V8 Fiorino 140,00R$

V9 Fiorino 180,00R$

V10 HR 200,00R$

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caso de imprevistos e necessidade de coletas esporádicas junto aos fornecedores. A discussão

de terceirizar a frota própria está fora do escopo do presente trabalho, dessa forma foram

utilizados custos zerados como parâmetros de input do modelo para forçar a utilização da frota

própria e, após a definição da solução, os custos foram computados.

4.4.10. Restrições da operação

As restrições referentes aos horários e distâncias da operação foram definidas da

seguinte maneira:

• Início da operação: todos os veículos estão disponíveis para iniciar a jornada

de trabalho a partir das 00:00. Entretanto, para alguns roteiros é possível que

esse horário seja ajustado para mais tarde em função do início da JT do primeiro

cliente da rota. Após a solução gerada, esse ajuste foi realizado para evitar que

o veículo chegue muito antes no primeiro cliente e espere até a abertura da JT;

• Distância percorrida: não há restrição de distância percorrida pelos veículos.

Dessa forma, foi utilizado um valor elevado como parâmetro de input do modelo

(1.000 km) para que essa variável não fosse na prática uma restrição a ser

considerada;

• Tempo de direção e jornada de trabalho: não há também restrição com

relação ao tempo de trabalho dos motoristas. Na prática, caso a solução gerada

seja elevada em termos de duração, horas extras serão pagas aos funcionários da

empresa e/ou valores adicionais serão cobrados nos fretes dos agregados. Além

disso, por conta da possibilidade de ajustes nos horários de início do roteiro, não

foram consideradas restrições de tempo de direção e de jornada de trabalho,

sendo imputados no modelo valores elevados para não impactarem as soluções

(23:59).

4.4.11. Rodízio

Os veículos utilizados pela Empresa X não são isentos do Rodízio Municipal da cidade

de São Paulo. Dessa forma, uma atenção especial deve ser tomada para que os veículos que

estejam no dia de seu rodízio não circulem pelas áreas restritas entre as 7 e 10h ou entre as 17

e 20h. A Tabela 4.6 apresenta a relação do dia de rodízio para cada veículo.

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Tabela 4.6 – Dia de rodízio dos veículos

Fonte: Elaborado pelo autor

O VRP Spreadsheet Solver não é estruturado para receber restrições desse tipo, capazes

de limitar a circulação de um veículo em uma determinada região durante um certo período de

tempo. Como grande parte dos clientes da empresa estão fora da zona do rodízio

(aproximadamente 60% dos casos) e/ou, mesmo que estejam na região do rodízio, possuem

uma JT que permite o recebimento dos produtos antes das 7h ou após as 10h, na prática existem

diversos roteiros que são gerados e que não infringem o rodízio. Dessa forma, todos os veículos

foram imputados como disponíveis para a roteirização e, após a solução gerada, trocas de

roteiros foram realizadas caso houvesse necessidade. Essa troca foi feita de tal forma que as

capacidades dos veículos fossem respeitadas e, na medida do possível, procurou-se não elevar

o custo da operação.

4.5. Estruturação dos dados e execução da roteirização

Os dados coletados sobre a operação realizada ao longo do mês de março de 2017 foram

estruturados em duas tabelas. A primeira, apresentada na Tabela 8.7 do APÊNDICE D, reúne

informações referentes aos roteiros que foram realizados como a alocação dos pedidos aos

veículos e os tempos de chegada e partida em cada um dos clientes. A segunda, apresentada na

Tabela 8.8 do APÊNDICE C, traz informações referentes às rotas que foram executadas, com

o volume total transportado, a distância percorrida e os horários de início e término da jornada

de trabalho. Essas informações foram fornecidas pela Empresa X através dos relatórios que a

logística preenche diariamente a respeito da operação.

O modelo de roteirização do VRP Spreadsheet Solver apresentado foi aplicado a cada

um dos dias do mês analisado, conforme parâmetros de input explicitados na seção anterior.

Veículo Modelo Frota Rodízio

V1 HR Própria Ter

V2 HR Própria Sex

V3 Ducato Própria Qui

V4 Kombi Terceiro Qui

V5 Fiorino Terceiro Qua

V6 Fiorino Terceiro Qui

V7 Fiorino Terceiro Qui

V8 Fiorino Terceiro Seg

V9 Fiorino Terceiro Seg

V10 HR Terceiro Sex

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Foi utilizado um computador com 8 GB de memória RAM, processador Intel Core i5 de 2.2

GHz e Sistema Operacional Windows 10 (x64). Os resultados obtidos, apresentados na Tabela

8.9 e a Tabela 8.10 do APÊNDICE D, foram compilados e estruturados no mesmo formato das

informações coletadas.

Com essas informações, foram criados dois cenários operacionais para a Empresa X:

• Cenário base (CB): refere-se à operação que foi realizada pela logística da

Empresa X durante o mês de março de 2017, conforme dados coletados;

• Cenário roteirizado (CR): refere-se à operação que seria realizada pela

Empresa X com a aplicação do modelo de roteirização utilizado;

Essas visões foram criadas para permitir a mensuração dos possíveis impactos que a

utilização do modelo de roteirização causaria na empresa. Para tanto, um conjunto de

indicadores operacionais foram criados para permitir a comparação entre os cenários e simular

qual teria sido o resultado da empresa caso ela tivesse roteirizado os veículos de acordo com os

resultados da ferramenta utilizada para atender à demanda do mês de março de 2017.

Os próximos capítulos são dedicados à apresentação e comparação desses indicadores

operacionais gerados: quantidade de veículos utilizados, custos de distribuição, nível de

serviço, distância percorrida, tempo de operação e nível de ocupação dos veículos.

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5. RESULTADOS

Este capítulo apresenta resumidamente os principais indicadores operacionais do

cenário base e do cenário roteirizado pelo VRP Spreadsheet Solver.

5.1. Cenário base (CB)

A operação logística da Empresa X realizou 227 viagens no mês de março de 2017 para

atender à demanda de seus clientes, dos quais 85 viagens (37%) foram realizadas pela frota

própria e as outras 142 viagens (63%) pelos agregados. O gráfico da Figura 5.1 mostra a

quantidade diária de veículos utilizados no cenário base. Em média, foram 7,3 carros por dia.

Figura 5.1 – Quantidade diária de veículos utilizados – CB

Fonte: Elaborado pelo autor

Segunda e quarta são os dias da semana com maior quantidade de pedidos, tanto em

número de solicitações, Figura 2.2 (a) quanto em volume, Figura 2.2 (b). Pode-se observar que

essa característica se reflete na quantidade de veículos utilizados no CB, assim como nos

indicadores de custos, distância percorrida e tempo da operação que serão apresentados a seguir.

Com relação à utilização da frota própria, nota-se que todos os carros à disposição foram

utilizados (3 de segunda a sábado e 1 aos domingos), com exceção de dois dias em que houve

a troca da folga de um dos motoristas.

O custo diário da operação gira em torno de R$ 1.600, dos quais, aproximadamente,

51% são referentes aos gastos com a frota própria e 49% são referentes ao pagamento de fretes

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a terceiros. A Figura 5.2 apresenta o custo diário das entregas do cenário base que, no mês de

março, totalizou um valor de R$ 50 MM.

Figura 5.2 – Custo diário das entregas (mil R$) – CB

Fonte: Elaborado pelo autor

No último sábado do mês, observa-se um pico nos gastos da operação, em torno de R$

3 mil, referente à contratação de uma carreta dedicada à realização de um evento. Neste caso,

foi utilizado um veículo diferente daqueles que normalmente estão à disposição da Empresa X,

pois o volume do pedido excedia a capacidade dos veículos da empresa.

Figura 5.3 – Status diário das entregas - CB

Fonte: Elaborado pelo autor

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O gráfico da Figura 5.3 apresenta a distribuição diária dos status de entrega dos pedidos,

divididos nas seguintes categorias:

• Entrega adiantada: aquela em que o veículo realiza todo o serviço de entrega

e parte para o novo destino antes do horário de abertura da JT do cliente;

• Entrega com atraso: aquela em que o veículo chega ao cliente após o horário

de término da JT estipulada;

• Entrega no horário: corresponde às demais possibilidades, ou seja, são aquelas

entregas em que o horário de atendimento ao cliente sobrepõe a JT estipulada

em algum ponto.

O status de entrega está diretamente relacionado ao nível de serviço percebidos pelos

clientes em relação à Empresa X. No mês analisado, das 1.720 entregas, 271 (17%) foram

realizadas com atraso, 356 (21%) foram realizadas antecipadamente e 1.073 (62%) foram

realizadas no horário. Em média, 9,4 clientes são atendidos com atraso todos os dias.

A Figura 5.4 apresenta um diagrama de Pareto contendo as principais regiões da cidade

em que os clientes mais recebem seus produtos com atraso. Os bairros de Pinheiros, Cidade das

Monções, Alphaville Industrial, Itaim Bibi e Osasco registraram, juntos, aproximadamente 50%

dos registros de atraso no mês (142 ocorrências). Nesse gráfico é possível identificar as regiões

em que a Empresa X tem maior dificuldade de cumprir a JT estabelecida.

Figura 5.4 – Diagrama de Pareto das regiões com atrasos

Fonte: Elaborado pelo autor

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Figura 5.5 – Distância diária percorrida (mil km) – CB

Fonte: Elaborado pelo autor

A distância diária total percorrida pelos veículos da Empresa X pode ser observada na

Figura 5.5. Ao todo, os veículos percorreram 21,6 mil km no mês de março, dos quais 11 mil

km (51%) foram percorridos pela frota própria (V1 a V3) e 10,6 mil km foram percorridos pelos

agregados (V4 a V10). Na prática, isso significa que cada veículo próprio percorre, em média,

uma distância muito maior do que um veículo terceirizado: são 3,6 mil km contra 1,5 mil km,

um valor 44% superior. As rotas mais longas, aquelas que possuem clientes de outras cidades,

como Mogi das Cruzes, Campinas e Jundiaí, normalmente são realizadas pelos funcionários da

empresa.

Figura 5.6 – Tempo diário gasto com as entregas (horas) - CB

Fonte: Elaborado pelo autor

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Os veículos trabalham diariamente, em média, 44 horas somando as jornadas de trabalho

de todos os motoristas. Desse tempo, 891 horas (65%) correspondem ao tempo de direção, ou

seja, tempo de trajeto entre os clientes, e 476 horas (35%) correspondem ao tempo de serviço,

composto pelos tempos de espera e de descarregamento. Nos registros dos roteiros da Empresa

X, os motoristas anotam os horários de chegada e saída em cada um dos clientes atendidos.

Entretanto, não é possível diferenciar o quanto desse tempo corresponde à operação de descarga

dos produtos e quanto corresponde a espera para atendimento. A Figura 5.6 mostra o tempo

diário gasto com as entregas ao longo do mês no CB.

Figura 5.7 – Ocupação média dos veículos – CB

Fonte: Elaborado pelo autor

Com relação à ocupação dos veículos, nota-se um aproveitamento médio de 52% do

volume útil, conforme pode ser observado Figura 5.7. De uma maneira geral, os veículos menos

aproveitados são aqueles que possuem os maiores volumes internos disponíveis (HR) e que

normalmente são utilizados nos maiores percursos dos roteiros realizados. Há uma variação

considerável entre as ocupações mínimas (alguns valores inferiores a 10%) e máximas (alguns

valores de quase 100%) observadas no histórico, resultando em um desvio padrão médio de

16%.

A Tabela 5.1 resume os principais indicadores operacionais do cenário base para o mês.

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Tabela 5.1 – Resumo dos indicadores operacionais do CB

Fonte: Elaborado pelo autor

5.2. Cenário roteirizado (CR)

O cenário roteirizado pelo VRP Spreadsheet Solver resultou em um total de 202 viagens

para o atendimento dos pedidos realizados pelos clientes da Empresa X, dos quais 85 viagens

(42%) foram atendidas pela frota própria e 117 viagens (58%) foram atendidas pelos terceiros.

Em média, foram utilizados 6,5 veículos por dia. A Figura 5.8 mostra a quantidade diária de

carros utilizados ao longo do mês. Pode-se observar que foi respeitada a quantidade de veículos

próprios utilizados em cada dia.

O custo diário médio necessário para a realização dessa operação é de R$ 1.400,00, dos

quais R$ 650,00 (47%) são referentes aos fretes pagos aos agregados e R$ 750,00 (53%)

referentes aos custos incorridos pela frota própria. Nesse cenário, há uma previsão de gastos de

R$ 42,7 mil para a realização de todas as entregas ao longo do mês, conforme distribuição diária

apresentada no gráfico da Figura 5.9.

Valor Dist. %

Total 227 100%

Frota Própria 85 37%

Agregados 142 63%

Total 50,1 100%

Frota Própria 25,4 51%

Agregados 24,6 49%

Total 1720 100%

Adiantada 356 21%

No horário 1073 62%

Atrasada 291 17%

Total 21,6 100%

Frota Própria 11,0 51%

Agregados 10,6 49%

Total 1367 100%

Direção 891 65%

Descarga

Espera

Total 52% -

Frota Própria 35% -

Agregados 60% -

476 35%

Indicadores OperacionaisCenário Base

Número de Veículos

Utilizados (qtd.)

Custo Total das

Entregas (Mil R$)

Distância Total

Percorrida (Mil Km)

Ocupação Média dos

Veículos (%)

Distribuição do Status

das Entregas (qtd.)

Distribuição do Tempo

de Operação (horas)

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Figura 5.8 - Quantidade diária de veículos utilizados – CR

Fonte: Elaborado pelo autor

Como não há nenhum veículo capaz de atender à demanda do pedido esporádico de um

dos clientes do último sábado do mês, optou-se por não o incluir na roteirização, mantendo a

decisão de alocar uma carreta dedicada para o seu atendimento sendo o custo de R$ 1.100.

Figura 5.9 - Custo diário das entregas (mil R$) – CR

Fonte: Elaborado pelo autor

Uma das restrições impostas ao modelo de roteirização é a obrigatoriedade de o veículo

atender o cliente durante sua janela de tempo estipulada. Dessa forma, todos os atendimentos

são realizados no horário, conforme JT imputada no VRP Spreadsheet Solver. Entretanto, para

a manutenção do critério de comparação com o CB, foram utilizados os horários definidos nos

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90

roteiros da logística para a definição do status da entrega, conforme explicado no capítulo

anterior. A Figura 5.10 mostra os status diários das entregas no CR ao longo do mês.

Figura 5.10 - Status diário das entregas – CR

Fonte: Elaborado pelo autor

A distância total percorrida pelos veículos para o atendimento dos clientes foi de 17,1

mil km, dos quais 8,3 km (49%) foram realizados pela frota própria e 8,8 km (51%) foram

realizados pelos agregados. Em média, cada veículo próprio percorre 2,7 mil km no mês,

número 21% superior à média dos terceiros, que percorrem 1,2 mil km cada. A Figura 5.11

mostra a distribuição diária da distância percorrida ao longo do mês neste cenário.

Figura 5.11 - Distância diária percorrida (mil km) – CR

Fonte: Elaborado pelo autor

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Quando um veículo chega a um cliente antes do horário inicial estipulado pela janela de

tempo imputada no modelo, ele fica aguardando até a abertura desse período de atendimento

para iniciar o descarregamento. Dessa forma, diferentemente do CB, é possível segregar o

tempo de permanência no cliente em tempo de espera e tempo de descarga.

Figura 5.12 - Tempo diário gasto com as entregas (horas) - CR

Fonte: Elaborado pelo autor

No CR foram necessárias 1.096 horas para o atendimento de todos os clientes do mês, das

quais 525 horas (48%) estão relacionadas com o tempo de direção, 419 horas (38%) ao tempo

de descarregamento e 152 horas (14%) ao tempo de espera para o atendimento. Em média, os

veículos ficam 4,9 horas diárias aguardando a abertura da JT para iniciarem suas atividades. O

gráfico da

Figura 5.12 mostra o tempo gasto ao longo do mês com cada uma das etapas da

operação.

Por fim, a ocupação média dos veículos do CR é de 64%, conforme distribuição por

carro apresentada na Figura 5.13. Há uma variação considerável entre os pontos mínimos e

máximos observados, resultando em um desvio padrão médio de 17%. Os carros com menor

aproveitamento são os veículos da frota própria (V1, V2 e V3), que apresentam ocupações

inferiores a 50%.

A Tabela 5.2 resume os principais indicadores operacionais do cenário roteirizado para

o mês analisado.

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Figura 5.13 - Ocupação média dos veículos – CR

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 5.2 – Resumo dos indicadores operacionais do CR

Fonte: Elaborado pelo autor

Valor Dist. %

Total 202 100%

Frota Própria 85 42%

Agregados 117 58%

Total 42,7 100%

Frota Própria 22,5 53%

Agregados 20,2 47%

Total 1720 100%

Adiantada 453 26%

No horário 1267 74%

Atrasada 0 0%

Total 17,1 100%

Frota Própria 8,3 49%

Agregados 8,8 51%

Total 1096 100%

Direção 525 48%

Descarga 419 38%

Espera 152 14%

Total 64% -

Frota Própria 42% -

Agregados 74% -

Indicadores OperacionaisCenário Roteirizado

Número de Veículos

Utilizados (qtd.)

Custo Total das

Entregas (Mil R$)

Distância Total

Percorrida (Mil Km)

Ocupação Média dos

Veículos (%)

Distribuição do Status

das Entregas (qtd.)

Distribuição do Tempo

de Operação (horas)

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93

6. ANÁLISES E DISCUSSÕES

Neste capítulo são apresentadas as análises e discussões a respeito dos resultados

obtidos. Primeiramente, uma análise comparativa dos principais indicadores operacionais dos

cenários gerados é realizada e, em seguida, algumas análises pertinentes ao desenvolvimento

desse trabalho são apresentadas.

6.1. Análise comparativa dos cenários

6.1.1. Quantidade de veículos

A quantidade média de veículos utilizados pela operação diminuiu de 7,3 carros/dia no

CB para 6,5 carros/dia no CR, redução de 11%. Esse impacto está todo concentrado nos carros

dos agregados, pois, ao realizar a roteirização, a utilização da frota própria foi forçada com o

input de custos zerados para os veículos V1, V2 e V3. Ou seja, todos os veículos próprios que

foram colocados à disposição foram utilizados, mesmo que o custo incorrido pela sua utilização

fosse superior ao frete de algum terceiro.

Figura 6.1 – Quantidade diária de veículos utilizados – Agregados

Fonte: Elaborado pelo autor

A Figura 6.1 mostra um comparativo da quantidade diária de veículos terceiros

utilizados ao longo do mês. Na média, houve uma redução da quantidade de veículos agregados

em 18%, passando de 4,6 carros/dia para 3,7 carros/dia.

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94

Ao longo dos 31 do mês analisado, o modelo encontrou a oportunidade de reduzir um

veículo para a realização das entregas em 17 oportunidades (55%) e de reduzir dois veículos

em 5 oportunidades (16%). Nesses casos, a metodologia utilizada conseguiu otimizar os

recursos disponíveis para o atendimento da demanda, ou seja, conseguiu atender o mesmo

número de clientes respeitando as restrições de janela de tempo com uma quantidade menor de

veículos. Essa redução, naturalmente, irá impactar nos custos da empresa, porém sem uma

contrapartida negativa no nível de serviço oferecido, conforme será discutido mais adiante.

A Figura 6.2 apresenta um resumo da quantidade de veículos utilizados no mês em

ambos os cenários.

Figura 6.2 – Quantidade mensal de veículos utilizados

Fonte: Elaborado pelo autor

6.1.2. Custos dos veículos

Os custos decorrentes da contratação de terceiros estão diretamente relacionados com a

quantidade de veículos utilizados. Embora existam pagamentos extras em decorrência de

características adicionais ao roteiro, como maior quantidade de pontos de entrega, longas

distâncias percorridas e tempo de trabalho adicional (normalmente em eventos, quando o

motorista tem que ficar aguardando por um tempo maior para realizar a entrega dos lanches),

esses valores são responsáveis por apenas 12% do custo total. Dessa forma, a não ser que a

dinâmica de pagamentos extras aos motoristas seja alterada, a redução de veículos implica em

um menor gasto com fretes. Os roteiros gerados pelo CR mantiveram as principais

características dos roteiros do CB, de tal forma que a proporção entre custo fixo e custo variável

se manteve estável, conforme pode ser observado na Tabela 6.1.

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95

Tabela 6.1 – Análise de custos dos veículos agregados

Fonte: Elaborado pelo autor

A Figura 6.3 mostra a redução diária dos custos relacionados aos agregados. Em média,

o CR gasta R$ 145,00 a menos do que o CB, resultando em uma economia de,

aproximadamente, R$ 4,5 mil no mês.

Figura 6.3 – Custo diário das entregas (mil R$) - Agregados

Fonte: Elaborado pelo autor

O custo mensal decorrente da utilização da frota própria, por sua vez, está diretamente

relacionado à distância total percorrida, dado que o custo fixo do veículo não se altera. A

escolha por melhores roteiros permite a otimização do percurso realizado, evitando

deslocamentos desnecessários. A Tabela 6.2 mostra as componentes dos custos da frota própria.

Pode-se observar que a queda percentual do custo variável está na mesma ordem de grandeza

da redução da distância percorrida.

Valor Dist. % Valor Dist. % Abs. Rel.

Qtd. Veículos 142 - 117 - 25- -18%

Custo Total (R$) 24.647 100% 20.150 100% 4.497- -18%

Custo Fixo 21.760 88% 17.620 87% 4.140- -19%

Custo Variável 2.887 12% 2.530 13% 357- -12%

# Clientes Atendidos 1.355 47% 1.040 41% 315- -23%

Km Percorrido 882 31% 1.190 47% 308 35%

Horas de Trabalho 650 23% 300 12% 350- -54%

Veículos AgregadosCB CR ∆ CR x CB

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96

Tabela 6.2 – Análise de custos dos veículos próprios

Fonte: Elaborado pelo autor

Em média, o CR tem um potencial de economia de 94 reais/dia em relação ao CB,

totalizando uma redução de, aproximadamente, R$ 2,9 mil no mês. A Figura 6.4 apresenta o

custo diário incorrido pela frota própria.

Figura 6.4 – Custo diário das entregas (mil R$) – Frota própria

Fonte: Elaborado pelo autor

Analisando a frota total conjuntamente, o CR apresenta uma economia de,

aproximadamente, R$ 7,4 mil em relação ao CB, o que representa uma redução de 15%. A

Figura 6.5 apresenta um resumo mensal dos custos das entregas. Considerando que a demanda

e as características da operação se mantenham próximas das observadas no mês de março, a

utilização do modelo de roteirização apresenta um potencial de economia em torno de R$ 89

mil por ano.

Valor Dist. % Valor Dist. % Abs. Rel.

Custo Total (R$) 25.435 100% 22.521 100% 2.914- -11%

Custo Fixo 14.322 56% 14.322 64% - 0%

Custo Variável 11.113 44% 8.199 36% 2.914- -26%

Distância Percorrida (Km) 11.025 - 8.316 - 2.709- -25%

Frota PrópriaCB CR ∆ CR x CB

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97

Figura 6.5 – Custo mensal das entregas (mil R$)

Fonte: Elaborado pelo autor

6.1.3. Status das entregas

A quantidade de entregas realizadas dentro do horário estipulado pelo cliente aumentou

em 18% do CB para o CR, o que corresponde a 194 ocorrências. Esse ganho em nível de serviço

está associado à restrição de JT imposta ao modelo do VRP utilizado. A Figura 6.6 mostra o

status diário das entregas realizadas no horário ao longo do mês.

Figura 6.6 – Status diário das entregas – No horário

Fonte: Elaborado pelo autor

Com relação às entregas realizadas antecipadamente, observa-se um aumento de 97

casos (27%) de um cenário para outro. A Figura 6.7 mostra um comparativo diário da

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98

quantidade de entregas com o status de adiantada. Esse resultado mostra que, ao realizar os

ajustes na janela de tempo dos clientes, conforme explicado no Capítulo 4, o modelo encontrou

soluções que priorizaram o atendimento dos clientes nesses horários mais cedo. Caso fossem

utilizados como parâmetros de input as JT definidas pelos roteiros da logística, intervalos muito

mais estreitos, certamente a solução encontrada seria pior do que o CR. Mais adiante uma

análise a respeito desse tipo de restrição será apresentada.

Figura 6.7 – Status diário das entregas – Adiantada

Fonte: Elaborado pelo autor

Com relação aos atrasos, o CR não possui nenhuma entrega com esse status, ou seja, as

restrições de JT foram atendidas em 100% dos casos. Dessa forma, observa-se uma redução

dos 291 clientes que tinham sido atendidos com atraso no CB. Na prática é bastante difícil

operacionalizar um sistema de distribuição que não apresente nenhum registro de atraso, pois

imprevistos como trânsito acima do normal, quebra do veículo, atraso para ser atendido em

algum cliente, entre outros, podem ocorrer. Entretanto, com a utilização de um modelo de

roteirização, a tendência é que os atrasos fiquem muito próximos de zero.

Os parâmetros de tempo de percurso entre os clientes utilizados no modelo levam em

consideração a duração média do percurso ao longo do dia. Além disso, a empresa pode realizar

ações que visem mitigar os riscos de atrasos, como a utilização de aplicativos de navegação que

auxiliem os motoristas na escolha de rotas com menos trânsito (como o Google Maps e Waze),

realização de manutenção preventiva nos veículos para evitar quebras, negociação clara com os

clientes em relação ao horário de descarregamento para evitar que o motorista fique esperando

para ser atendido, entre outros.

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99

Figura 6.8 – Distribuição mensal do status de entrega

Fonte: Elaborado pelo autor

A Figura 6.8 mostra a distribuição mensal do status de entrega em cada um dos cenários.

Observa-se que o nível de serviço oferecido pelo CR é superior ao oferecido pelo CB. Há um

potencial de redução de 100% dos atrasos e de elevação das entregas realizadas no horário e

com adiantamento. Esse resultado é obtido sem elevação dos custos de operação, apenas com

a otimização dos recursos disponíveis.

A Figura 6.9 apresenta um resumo do status mensal das entregas.

Figura 6.9 – Status mensal das entregas

Fonte: Elaborado pelo autor

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100

6.1.4. Distância percorrida

A distância total percorrida no CR reduziu em relação ao CB, tanto para os veículos da

frota própria quanto para os agregados. Em média, conseguiu-se uma redução de 146 km por

dia para o atendimento dos clientes. A Figura 6.10 mostra os valores diários em cada um dos

cenários gerados.

Figura 6.10 – Distância diária percorrida (mil km)

Fonte: Elaborado pelo autor

A utilização de um modelo de roteirização permite essa otimização nos deslocamentos

realizados, evitando trajetos desnecessários causados por rotas que se sobrepõem por

sequenciamentos de entregas equivocados, por definição de rotas muito longas, entre outros. A

operação do dia 8 de março pode exemplificar os ganhos obtidos em decorrência da

roteirização, como explicado a seguir.

O atendimento aos clientes C081, C090, C101 e C102 foi realizado apenas pelo veículo V2

no CB, conforme ilustrado pela Figura 8.11 do APÊNDICE D. Nesse caso, o mesmo veículo

viaja, nessa sequência, para Campinas, Jundiaí, Guarulhos e Mogi das Cruzes. Já a proposta

gerada pelo CR, apresentada na Figura 8.12 do APÊNDICE D, quebra o atendimento desses

clientes em dois roteiros distintos, que são atendidos pelos veículos V2 e V3:

CB (V2): CD – C081 – C090 – C101 – C102 - CD

CR (V2): CD – C016 - ... – C101 – C102 – C118 – CD

CR (V3): CD – C010 - ... – C081 – C090 - ... – C066 – CD

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101

O CR, apenas com essa modificação, traz uma economia de, aproximadamente, 17 km

percorridos. Ao todo, o cenário roteirizado traz os seguintes ganhos operacionais para esse dia:

redução de 2 veículos utilizados; economia de R$ 250,00 de gastos; diminuição de 84 km

percorridos pelos veículos; necessidade de 10 horas a menos de trabalho; eliminação do atraso

de 13 entregas.

Figura 6.11 – Distância mensal percorrida (mil km)

Fonte: Elaborado pelo autor

A redução das distâncias percorridas é responsável pela diminuição de custos, conforme

apresentado anteriormente. No mês de análise, a distância total percorrida pelos veículos do CR

foi 4,5 mil km menor do que no CB, uma economia de 21%. A maior redução está concentrada

na frota própria que deixou de fazer percursos muito longos, como no exemplo anterior, e

economizou 2,7 mil km no mês. A Figura 6.11 apresenta um resumo das distâncias mensais

percorridas em ambos os cenários.

6.1.5. Tempo de operação

O tempo médio de direção necessário para a realização da distribuição dos produtos é

12 horas menor no CR em comparação com o CB, totalizando uma economia de 271 horas no

mês. Esse resultado é decorrente do menor número de veículos utilizados pela operação e da

escolha por melhores roteiros, que priorizam os trajetos mais rápidos no deslocamento entre os

clientes. A Figura 6.12 apresenta o tempo de direção diário gasto entre os cenários.

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102

Figura 6.12 – Tempo diário gasto com as entregas (horas) – Direção

Fonte: Elaborado pelo autor

O tempo de permanência nos clientes, entretanto, aumenta de um cenário para outro,

conforme ilustrado na Figura 6.13. Em média, o CR gasta 3,1 horas a mais por dia nos clientes

do que o CB, totalizando um acréscimo de 95 horas no mês.

Figura 6.13 - Tempo diário gasto com as entregas (horas) – No cliente

Fonte: Elaborado pelo autor

O modelo do VRP Spreadsheet Solver utilizado faz com que os veículos, ao chegarem

nos clientes antes do horário inicial da JT estipulada, aguardem para iniciar o descarregamento.

Dessa forma, o tempo de permanência no cliente é maior do que o tempo de serviço imputado

no modelo para esses casos. No CR gerado os veículos ficaram 152 horas parados aguardando

para serem atendidos, média de 4,9 horas.

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103

Figura 6.14 – Distribuição do tempo mensal gasto com as entregas

Fonte: Elaborado pelo autor

Como não é possível diferenciar o tempo de espera do tempo de descarregamento no

CB, o comparativo entre os cenários com relação ao tempo parado não fica explícito. Porém,

da forma como o parâmetro do tempo de serviço foi definido para os clientes, utilização da

mediana dos valores observados no histórico, os valores de tempo de descarregamento em

ambos os cenários devem ser muito próximos. Dessa forma, o tempo de espera é a componente

responsável por piorar o resultado do tempo gasto no cliente no CR, conforme pode ser

observado na Figura 6.14.

Figura 6.15 – Tempo mensal gasto com as entregas (horas)

Fonte: Elaborado pelo autor

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104

Na prática, alguns dos veículos que chegam adiantados no cliente com relação ao valor

de JT imputado no modelo podem ser recebidos por ele, caso este já esteja apto para receber os

produtos. Há, portanto, uma oportunidade de melhoria dos resultados obtidos pelo CR. É

importante que a Empresa X negocie com seus clientes a janela de tempo que de fato os

produtos possam ser entregues para que o modelo utilizado seja mais assertivo.

A Figura 6.15 apresenta um comparativo dos tempos mensais gastos com essas

componentes da operação em ambos os cenários. Embora haja uma melhoria de 41% com

relação ao tempo de direção, o tempo no cliente (elevação de 20%) faz com que o resultado

total não seja ainda melhor.

6.1.6. Ocupação média dos veículos

A ocupação média dos veículos subiu de 52% no CB para 64% no CR, conforme

comparativo apresentado na Figura 6.16. Os veículos da frota própria (V1, V2 e V3), apesar de

terem melhorado o percentual médio de ocupação, passando de 35% para 42%, continuam

sendo os veículos com menor aproveitamento do espaço interno. Esses são os veículos de maior

capacidade disponíveis para a operação, junto com a HR V10 (que foi utilizada apenas uma vez

no CR para a realização de uma entrega esporádica de demanda muito próxima de sua

capacidade). Esse resultado indica que o fator limitante para a escolha dos veículos durante a

execução da roteirização pelo modelo são as restrições de JT dos clientes e não a capacidade

dos carros.

Figura 6.16 – Ocupação média dos veículos

Fonte: Elaborado pelo autor

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105

A Tabela 6.3 apresenta um descritivo das principais estatísticas relacionadas ao

percentual de ocupação dos veículos. Apesar do desvio padrão total continuar relativamente

elevado no CR em relação ao CB, os parâmetros totais de mínimo, média e máximo são mais

altos no CR. Isso significa que, de uma maneira geral, o CR apresenta uma melhor ocupação

dos veículos com relação ao CB.

Tabela 6.3 – Análise estatística dos percentuais de ocupação dos veículos

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 6.4 - Resumo comparativo dos indicadores operacionais

Fonte: Elaborado pelo autor

Min µ Máx σ Min µ Máx σ

V5 61% 75% 96% 10% 16% 63% 96% 24%

V6 33% 54% 97% 19% 17% 65% 99% 26%

V7 9% 67% 100% 19% 27% 80% 98% 19%

V8 17% 49% 78% 16% 15% 56% 95% 25%

V9 42% 58% 76% 15% 94% 96% 99% 4%

V1 9% 33% 57% 13% 16% 46% 91% 19%

V2 6% 19% 85% 19% 8% 34% 77% 16%

V10 8% 34% 100% 29% 100% 100% 100% 0%

Ducato V3 9% 52% 100% 17% 6% 44% 100% 20%

Kombi V4 71% 83% 100% 8% 27% 61% 92% 21%

Total µ 26% 52% 89% 16% 33% 64% 95% 17%

ModeloCB CR

Fiorino

HR

Valor Dist. % Valor Dist. % Abs. Rel.

Total 227 100% 202 100% -25 -11%

Frota Própria 85 37% 85 42% 0 0%

Agregados 142 63% 117 58% -25 -18%

Total 50,1 100% 42,7 100% -7,4 -15%

Frota Própria 25,4 51% 22,5 53% -2,9 -11%

Agregados 24,6 49% 20,2 47% -4,5 -18%

Total 1720 100% 1720 100% 0 0%

Adiantada 356 21% 453 26% 97 27%

No horário 1073 62% 1267 74% 194 18%

Atrasada 291 17% 0 0% -291 -100%

Total 21,6 100% 17,1 100% -4,5 -21%

Frota Própria 11,0 51% 8,3 49% -2,7 -25%

Agregados 10,6 49% 8,8 51% -1,8 -17%

Total 1367 100% 1096 100% -271 -20%

Direção 891 65% 525 48% -366 -41%

Descarga 419 38%

Espera 152 14%

Total 52% - 64% - 12% 23%

Frota Própria 35% - 42% - 7% 20%

Agregados 60% - 74% - 14% 24%

∆ CR x CB

476 35% 95 20%

Indicadores OperacionaisCenário Base Cenário Roteirizado

Número de Veículos

Utilizados (qtd.)

Custo Total das

Entregas (Mil R$)

Distância Total

Percorrida (Mil Km)

Ocupação Média dos

Veículos (%)

Distribuição do Status

das Entregas (qtd.)

Distribuição do Tempo

de Operação (horas)

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106

A Tabela 6.4 apresenta um resumo comparativo entre os cenários gerados dos principais

indicadores operacionais discutidos.

6.2. Impacto da restrição da JT

A principal restrição para a resolução do problema estudado é o atendimento dos

requisitos dos clientes com relação à janela de tempo. O fato de as capacidades dos veículos

não estarem sendo muito bem aproveitadas indica que existe um fator limitante na roteirização

que faz com que o modelo comece a carregar um novo veículo sem, no entanto, ter terminado

de ocupar o volume disponível do anterior. Dado que o objetivo do problema é maximizar o

lucro e o custo da frota própria imputado foi zero, o modelo naturalmente iria procurar por

soluções que utilizassem ao máximo os veículos V1, V2 e V3 antes de começar a utilizar a frota

terceirizada, o que não aconteceu na prática.

As restrições referentes à JT diminuem as possibilidades de soluções viáveis para o

problema e dificultam a otimização da função objetivo definida. Para mensurar os impactos

dessa variável na resolução do problema em questão, um novo cenário, denominado de cenário

teste (CT), foi gerado com o objetivo de se realizar comparações dos principais indicadores

operacionais obtidos com os gerados pela solução do CR. Os parâmetros de JT utilizados no

CT foram os encontrados nos registros diários dos roteiros da logística da Empresa X, intervalos

de tempo mais estreitos do que os utilizados no CR.

Análise da solução

A solução gerada pelo CT necessitou de uma maior quantidade de carros para o

atendimento da demanda ao longo do mês. Na média, foram utilizados 7,6 veículos por dia,

contra 7,3 do CB e 6,5 do CR. Esse impacto está todo concentrado nos agregados, dado que a

utilização da frota própria se mantém com a utilização de custos zerados como input. A Figura

6.17 mostra um comparativo da quantidade mensal de veículos utilizados nos três cenários. Em

comparação com o CR, o CT piorou em 28% a utilização dos agregados, fechando o mês com

150 contratações de terceiros. Esse resultado revela a necessidade de se utilizar mais veículos

para o atendimento da mesma quantidade de clientes quando a JT considerada é mais rigorosa.

Nesse caso, a quantidade total de carros utilizados no CT é maior do que a realizada no CB.

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107

Figura 6.17 – Quantidade mensal de veículos utilizados – Impacto da JT

Fonte: Elaborado pelo autor

Embora tenham sido necessários mais veículos no CT, o custo final da solução gerada

foi mais baixo do que aquele realizado pela Empresa X no CB, conforme pode ser observado

na Figura 6.18. Há uma compensação entre os custos da frota própria e o dos terceiros. Se, por

um lado, a maior quantidade de agregados contratados gera um aumento dos custos

relacionados aos fretes pagos, a otimização dos percursos realizados pela frota própria reduz os

custos variáveis resultantes. Entretanto, a restrição da JT fez com que o resultado obtido

anteriormente pelo CR piorasse, aumentando de R$ 42,7 mil no CR para R$ 47,7 mil no CT

(acréscimo de 12%).

Figura 6.18 – Custo mensal das entregas (Mil R$) – Impacto da JT

Fonte: Elaborado pelo autor

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108

Com relação à distribuição do tempo de operação, o estreitamento da JT fez com que o

tempo de espera para o descarregamento aumentasse consideravelmente do CR para o CT. A

Figura 6.19 mostra a distribuição diária desses tempos no CT, em que os veículos ficam, em

média, 14,7 horas parados por dia, totalizando 457 horas no mês.

Figura 6.19 – Tempo diário gasto com as entregas (horas) – CT

Fonte: Elaborado pelo autor

O tempo de espera nesse novo cenário representa 32% do total de horas trabalhadas,

conforme pode ser observado na Figura 6.20. Esse valor é 2,3 vezes maior do que a obtida no

CR, resultado que evidencia a oportunidade de melhoria existente na operação com o

deslocamento do início da JT dos clientes para mais cedo.

Figura 6.20 - Distribuição do tempo mensal gasto com as entregas – Impacto da JT

Fonte: Elaborado pelo autor

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109

A Figura 6.21 resume o tempo gasto com as entregas para cada um dos cenários. O

tempo de permanência dos veículos nos clientes aumenta 53% no CT com relação ao CR,

passando de 570 horas para 875 horas.

Figura 6.21 – Tempo mensal gasto com as entregas (horas) – Impacto da JT

Fonte: Elaborado pelo autor

Por fim, com relação ao status das entregas, 100% dos clientes do CT são atendidos no

horário, ou seja, com as restrições de JT respeitadas. Esse resultado demostra que a redução da

quantidade de atrasos do CB ocorreu para a mesma JT considerada mediante a um aumento do

número de veículos na operação e, consequentemente, dos custos envolvidos.

Essa análise mostra os impactos da JT nos resultados da roteirização: quanto mais

estreito for o horário disponível para a entrega dos produtos, maior será o custo da operação de

distribuição. É importante que a Empresa X tenha clareza desses impactos para que negociações

possam ser realizadas junto aos clientes para a definição de um horário de entrega que seja, ao

mesmo tempo, bom para o cliente e financeiramente viável para a empresa. Dessa forma, a

empresa poderá utilizar parâmetros de input para a JT no modelo de roteirização que sejam

mais realistas do ponto de vista operacional e que garantam bons resultados.

6.3. Impacto do tempo de processamento

O tempo de processamento de CPU destinado para o VRP Spreadsheet Solver executar

a roteirização foi de 60s, tempo considerado suficiente para a determinação de uma boa solução

viável e capaz de viabilizar a resolução do histórico analisado e de permitir a realização de

testes ao longo do estudo.

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110

Güneş Erdoğan (2017) recomenda na aba VRP Solver Console que esse tempo não seja

superior a 480s, porém não há uma orientação clara em relação à qual seria o tempo ideal para

encontrar a melhor solução. Devido à natureza do modelo aplicado, que vai refinando a solução

encontrada caso encontre resultados melhores durante as iterações realizadas, a dedicação de

um tempo maior para a resolução do problema pode gerar melhores soluções. Há uma

recomendação para que se façam testes computacionais com relação ao tipo de aplicação que

será realizada, pois existem diversas variantes do VRP de acordo com as características e

restrições consideradas no problema e nem todas elas foram testadas na prática.

Um teste de impacto do tempo de processamento do modelo na solução do problema foi

realizado com o objetivo de identificar os possíveis ganhos que poderiam ser obtidos com a

elevação do tempo de CPU dedicado à resolução da roteirização. Para tanto, foram utilizados

os mesmos parâmetros de input utilizados na geração do CR, apenas com a alteração do tempo

de programa de 60s (1 minuto) para 300s (5 minutos). Esse teste foi realizado para 5 dias do

histórico do mês analisado e o resultado encontrado pode ser observado na Tabela 6.5.

Tabela 6.5 – Teste de impacto do tempo de processamento do modelo

Fonte: Elaborado pelo autor

CR (1 min) CR (5 min)

Valor Valor Abs. Rel.

60 300 240 400%

Total 36 36 0 0%

Frota Própria 15 15 0 0%

Agregados 21 21 0 0%

Total 7,4 7,3 -0,1 -1%

Frota Própria 4,0 3,9 -0,1 -3%

Agregados 3,4 3,4 0,0 0%

Total 342 342 0 0%

Adiantada 81 86 5 6%

No horário 261 256 -5 -2%

Atrasada 0 0 0 0%

Total 3,3 3,2 -0,1 -3%

Frota Própria 1,7 1,7 0,0 0%

Agregados 1,6 1,5 -0,1 -6%

Total 202 196 -6 -3%

Direção 99 96 -3 -3%

Descarga 71 71 0 0%

Espera 32 29 -3 -10%

Total 56% 56% 0% 0%

Frota Própria 43% 43% 0% 0%

Agregados 65% 66% 1% 2%

Ocupação Média dos

Veículos (%)

Tempo de Processamento (s)

Distribuição do Status

das Entregas (qtd.)

Distância Total

Percorrida (Mil Km)

Distribuição do Tempo

de Operação (horas)

Indicadores Operacionais∆ CR x CB

Número de Veículos

Utilizados (qtd.)

Custo Total das

Entregas (Mil R$)

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111

A elevação do tempo de processamento do modelo não trouxe ganhos significativos

para a solução do problema nos cinco dias analisados. Com relação aos indicadores

operacionais, observa-se uma ligeira melhora na distância total percorrida (redução de 3%) e

do tempo de operação realizado (redução de 3%), com destaque para o tempo de espera que

reduziu em 10%. Esse resultado decorre da definição de novos roteiros que acabam melhor

ajustando o sequenciamento das entregas dos veículos com os horários estipulados de JT.

Entretanto, os indicadores de quantidade de veículos utilizados, custos da operação e nível de

serviço se mantêm praticamente constantes.

Dessa forma, a elevação do tempo de processamento do modelo para fins de estudo, em

que há uma demanda maior para a realização de análises e necessidade de se rodar um histórico

mais longo, não se justifica e as conclusões obtidas não se alteram. Ou seja, o custo benefício

necessário para a melhoria da solução encontrada é baixo: aumento de 400% no tempo de

processamento para uma redução de 1% dos custos e manutenção do nível de serviço.

Entretanto, a utilização desse modelo na prática, em que os funcionários da logística tem a

disponibilidade para deixar um tempo maior de processamento, pode resultar em soluções mais

refinadas que tragam pequenos ganhos para a empresa.

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7. CONCLUSÃO

Este trabalho buscou solucionar o problema decisório de roteirização e programação de

veículos enfrentado pela área de logística da Empresa X. Atualmente não há uma metodologia

institucionalizada para a definição dos roteiros realizados para a distribuição física dos produtos

da empresa. As decisões envolvendo a execução dessa atividade são tomadas diariamente pelos

funcionários com base na experiência adquirida por eles no ramo da logística ao longo dos anos,

sem que haja o auxílio de nenhum software de apoio. O método utilizado se baseia na divisão

geográfica dos clientes que empiricamente são alocados em rotas que vão sendo ajustadas

conforme as percepções obtidas ao longo do tempo.

A entrega personalizada é considerada um diferencial competitivo para a estratégia da

empresa, que busca manter a qualidade e a confiabilidade do serviço prestado. Há uma

necessidade de manutenção de um sistema de transporte rápido, dinâmico e confiável para que

os pedidos sejam entregues dentro do prazo definido e em condições ideais para o consumo.

Entretanto, a empresa enfrenta alguns problemas decorrentes da forma como a roteirização é

realizada: dificuldade na determinação dos roteiros do dia; quantidade considerável de entregas

realizadas com atraso; custos elevados para a realização da operação e dificuldade na gestão

dos custos da frota própria. O desafio da logística se torna ainda maior devido à frequência de

pedidos esporádicos existentes.

O projeto desenvolvido teve por objetivo aplicar técnicas e conceitos do campo da

Pesquisa Operacional para otimizar os recursos disponíveis para reduzir o custo da operação e

melhorar o nível de serviço oferecido. Além disso, buscou-se utilizar uma ferramenta de apoio

para tomada de decisões que fosse fácil de ser manuseada, flexível para a manipulação de dados

e acessível para a empresa. Para tanto, foi utilizado o VRP Spreadsheet Solver, uma ferramenta

desenvolvida por Güneş Erdoğan (2017) capaz de solucionar problemas de roteirização e com

as características procuradas.

O sistema de entregas da empresa foi modelado como um VRP com restrições de

capacidade dos veículos, frota heterogênea, janela de tempo, carga fracionada e demanda

determinística. A ferramenta foi utilizada para roteirizar os veículos da empresa em uma

simulação de atendimento da demanda referente a um histórico de mês. Os resultados obtidos

foram comparados com os dados reais da empresa e demonstraram uma oportunidade

considerável de melhoria da operação atual:

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• redução da quantidade mensal de veículos utilizados para atender à demanda da

empresa em 11%;

• economia mensal dos custos relacionados com a entrega dos produtos em 15%;

• melhoria do nível de serviço oferecido com a eliminação da quantidade de

entregas realizadas com atraso, que atualmente correspondem à 17% do total;

• otimização dos percursos realizados pelos veículos, resultando em uma

diminuição de 21% na distância total percorrida;

• redução do tempo necessário para o atendimento dos clientes em 20% ao mês;

• melhoria no aproveitamento dos veículos, resultando em uma ocupação média

23% maior.

Além dos resultados tangíveis descritos acima, a utilização da planilha de roteirização

com a metodologia descrita por este trabalho poderá auxiliar os funcionários da logística a

realizar análises mais detalhadas sobre a operação, simular cenários com diferentes

possibilidades de roteiros, medir os impactos de cada um dos parâmetros utilizados, entre

outros. Dessa forma, a empresa irá economizar tempo na execução da roteirização, será mais

assertiva na escolha dos roteiros, irá ganhar qualidade nas decisões tomadas e obterá melhores

resultados.

Alguns desafios foram encontrados no desenvolvimento deste trabalho, principalmente

com relação à obtenção e compilação das informações necessárias para a aplicação da

metodologia proposta. Dessa forma, algumas sugestões são dadas à empresa para que ela

consiga implantar e utilizar a ferramenta apresentada da melhor maneira possível. Os

parâmetros utilizados para a roteirização podem ser constantemente acompanhados e ajustados

para que reflitam cada vez melhor a realidade da operação e alguns estudos podem ser

realizados para a tomada de novas decisões. Essas sugestões são as seguintes:

• Estruturar e armazenar os dados históricos da operação (roteiros realizados,

horários executados, distâncias percorridas, custos incorridos, etc...) em

arquivos eletrônicos, como planilhas em Excel, para que a implantação do VRP

Spreadsheet Solver possa ser realizada e estudos futuros possam ser

desenvolvidos. Existem muitas informações em papel que poderiam ser

utilizadas como insumos para a tomada de decisão, porém não são utilizadas pela

dificuldade de análise e por estarem espalhadas pela empresa;

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• Acompanhar de forma sistemática, mesmo que não seja implantada a planilha

de roteirização, os principais indicadores operacionais da distribuição da

empresa. O conhecimento desses indicadores colabora com uma gestão mais

direcionada para a melhoria dos resultados;

• Implantar a ferramenta do VRP Spreadsheet Solver para auxiliar os funcionários

na tomada de decisão diária e melhorar os resultados da operação. O output da

planilha não deve ser considerado como a única solução possível, devendo ser

analisada e interpretada pelos funcionários da logística que, com base em suas

experiências e conhecimentos dos detalhes da operação do dia, podem fazer

ajustes manuais nos roteiros que serão realizados;

• Negociar a janela de tempo para a entrega dos produtos junto aos clientes e

ajustar esses parâmetros para que eles reflitam a realidade. A restrição de JT,

como foi mostrada anteriormente, tem impacto diretos nos resultados da

operação. A planilha pode ser utilizada para que simulações de impacto da JT

possam ser aprimoradas e auxiliem a empresa nas conversas com os clientes;

• Utilizar a metodologia de custo padrão apresentada neste trabalho para

acompanhar mais de perto os custos da frota própria e negociar os fretes junto

aos motoristas terceirizados. É importante que esses fretes possuam regras mais

bem definidas com relação aos custos variáveis para que se possa realizar um

comparativo mais assertivo a respeito dos cenários de simulação;

• Realizar uma análise comparativa com relação à utilização da frota própria e da

frota terceirizada. Os carros da empresa são mais caros do que o dos agregados

e são pouco aproveitados em termos de capacidade. Talvez haja um potencial de

economia de custos com a venda de veículos e maior utilização da frota

terceirizada;

• Acompanhar e ajustar os parâmetros de índice de utilização dos veículos para

que eles reflitam cada vez melhor a capacidade útil dos carros e possam melhorar

o processo de roteirização. A segregação de índices conforme o perfil de carga

(apenas caixas de papelão; cestos plásticos e isopores; apenas isopores) pode ser

uma solução para refinar os valores desse parâmetro.

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APÊNDICE A – JANELA DE TEMPO DOS CLIENTES

Figura 8.1 – Janela de tempo para recebimento das entregas por cliente

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Figura 8.2 – Janela de tempo ajustada para recebimento das entregas por cliente

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APÊNDICE B – ABAS DO VRP SPREADSHEET SOLVER

Figura 8.3 – Aba VRP Solver Console

Figura 8.4 – Aba Locations

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Figura 8.5 – Aba Distances

Figura 8.6 – Aba Vehicles

Figura 8.7 – Aba Solution

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Figura 8.8 – Aba Visualization

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APÊNDICE C – DADOS E PARÂMETROS DE INPUT

Tabela 8.1 – Latitude e longitude do CD e dos clientes da empresa

Cod. Cli. Lat. S Long. W Cod. Cli. Lat. S Long. W Cod. Cli. Lat. S Long. W

CD -25,4021 -48,4071 C047 -25,3165 -48,5595 C094 -25,3356 -48,4134

C001 -25,3285 -48,3954 C048 -25,3222 -48,5602 C095 -25,3721 -48,4512

C002 -25,2939 -48,5368 C049 -25,2896 -48,5551 C096 -25,3948 -48,2888

C003 -25,3455 -48,4261 C050 -25,3057 -48,5486 C097 -25,4416 -48,3067

C004 -25,2962 -48,3837 C051 -25,2894 -48,5530 C098 -25,2901 -48,4260

C005 -25,4445 -48,4158 C052 -25,2764 -48,5190 C099 -25,3391 -48,4150

C006 -25,2749 -48,4582 C053 -25,2920 -48,5456 C100 -25,3044 -48,4668

C007 -25,2810 -48,4468 C054 -25,2815 -48,5502 C101 -25,2218 -48,2784

C008 -25,3247 -48,4168 C055 -25,3036 -48,5349 C102 -25,2788 -47,9480

C009 -25,2438 -48,5988 C056 -25,2977 -48,5535 C103 -25,2606 -48,3621

C010 -25,2520 -48,5932 C057 -25,3069 -48,5381 C104 -25,3230 -48,3939

C011 -25,2226 -48,4346 C058 -25,3248 -48,5450 C105 -25,2890 -48,4117

C012 -25,2739 -48,4513 C059 -25,3125 -48,5393 C106 -25,3192 -48,3952

C013 -25,3516 -48,4426 C060 -25,3011 -48,5668 C107 -25,3605 -48,2432

C014 -25,3486 -48,4267 C061 -25,3349 -48,5642 C108 -25,3599 -48,2638

C015 -25,2963 -48,3824 C062 -25,2942 -48,5563 C109 -25,4533 -48,4503

C016 -25,3231 -48,4020 C063 -25,3107 -48,5621 C110 -25,4538 -48,4509

C017 -25,3374 -48,4222 C064 -25,3098 -48,5448 C111 -25,3443 -48,3908

C018 -25,2916 -48,3921 C065 -25,3287 -48,5478 C112 -25,3417 -48,4379

C019 -25,3056 -48,4076 C066 -25,3089 -48,5265 C113 -25,3189 -48,4507

C020 -25,2262 -48,4147 C067 -25,2993 -48,5463 C114 -25,3360 -48,4334

C021 -25,3384 -48,4881 C068 -25,2910 -48,5359 C115 -25,3370 -48,4329

C022 -25,2620 -48,4165 C069 -25,3327 -48,5483 C116 -25,3385 -48,4326

C023 -25,3031 -48,4062 C070 -25,2999 -48,5181 C117 -25,3402 -48,4321

C024 -25,3373 -48,3530 C071 -25,3208 -48,5443 C118 -25,3045 -48,4672

C025 -25,2720 -48,4457 C072 -25,3296 -48,5526 C119 -25,3199 -48,4510

C026 -25,4177 -48,4782 C073 -25,3269 -48,5648 C120 -25,2700 -48,3635

C027 -25,3002 -48,3470 C074 -25,3452 -48,3600 C121 -25,3107 -48,4235

C028 -25,4125 -48,4094 C075 -25,3480 -48,4113 C122 -25,4700 -48,3513

C029 -25,2687 -48,2711 C076 -25,3851 -48,4090 C123 -25,2913 -48,0281

C030 -25,3237 -48,4485 C077 -25,2518 -48,5888 C124 -25,3523 -48,4288

C031 -25,2361 -48,4695 C078 -25,3114 -48,3104 C125 -25,1461 -48,0729

C032 -25,3030 -48,4549 C079 -25,3273 -48,4133 C126 -25,2786 -48,6515

C033 -25,2316 -48,3543 C080 -25,2542 -48,3910 C127 -25,2590 -48,3611

C034 -25,3502 -48,2627 C081 -24,6592 -48,8035 C128 -25,3333 -48,3618

C035 -25,2984 -48,3846 C082 -25,3673 -48,4256 C129 -25,2843 -48,4381

C036 -25,2514 -48,3413 C083 -25,3431 -48,3763 C130 -25,2376 -48,3768

C037 -25,3481 -48,3993 C084 -25,3368 -48,5889 C131 -25,2853 -48,5379

C038 -25,3681 -48,6912 C085 -25,3000 -48,4086 C132 -25,2655 -48,5385

C039 -25,2427 -48,5388 C086 -25,3363 -48,4135 C133 -25,4205 -48,2926

C040 -25,2352 -48,5331 C087 -25,3405 -48,4299 C134 -25,4177 -48,2817

C041 -25,2933 -48,5634 C088 -25,3173 -48,4249 C135 -25,3485 -48,4186

C042 -25,3185 -48,5556 C089 -25,3813 -48,4859 C136 -25,2663 -48,3932

C043 -25,2738 -48,5594 C090 -24,9297 -48,6463 C137 -25,3007 -48,3911

C044 -25,3059 -48,5589 C091 -25,3618 -48,4471 C138 -25,2657 -48,3905

C045 -25,2523 -48,5440 C092 -25,3377 -48,4490 C139 -25,2877 -48,3801

C046 -25,3075 -48,5500 C093 -25,3187 -48,3956

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* Devido ao grande volume de informações, foram disponibilizados apenas os primeiros registros

Tabela 8.2 – Matriz origem-destino

De Para Km ∆t De Para Km ∆t De Para Km ∆t

CD CD - 0:00 CD C049 27,4 0:41 CD C098 15,8 0:35

CD C001 10,2 0:17 CD C050 28,6 0:42 CD C099 11,3 0:23

CD C002 27,6 0:40 CD C051 27,3 0:40 CD C100 14,5 0:23

CD C003 8,9 0:24 CD C052 25,6 0:35 CD C101 31,6 0:43

CD C004 14,6 0:26 CD C053 26,7 0:39 CD C102 75,0 1:18

CD C005 6,5 0:20 CD C054 26,0 0:37 CD C103 20,3 0:35

CD C006 18,5 0:35 CD C055 28,4 0:42 CD C104 11,2 0:23

CD C007 17,3 0:33 CD C056 28,2 0:44 CD C105 18,6 0:38

CD C008 11,9 0:25 CD C057 28,4 0:42 CD C106 11,7 0:23

CD C009 30,9 0:37 CD C058 23,5 0:40 CD C107 25,1 0:53

CD C010 30,0 0:36 CD C059 24,0 0:43 CD C108 22,4 0:48

CD C011 28,1 0:48 CD C060 32,0 0:39 CD C109 9,7 0:30

CD C012 18,5 0:35 CD C061 26,1 0:40 CD C110 9,6 0:29

CD C013 8,7 0:19 CD C062 28,0 0:43 CD C111 9,2 0:20

CD C014 8,0 0:21 CD C063 33,4 0:44 CD C112 10,0 0:20

CD C015 14,6 0:26 CD C064 28,9 0:44 CD C113 12,4 0:22

CD C016 10,7 0:21 CD C065 23,1 0:38 CD C114 10,6 0:21

CD C017 11,6 0:25 CD C066 23,5 0:43 CD C115 10,9 0:22

CD C018 16,0 0:28 CD C067 27,7 0:41 CD C116 10,5 0:23

CD C019 13,9 0:32 CD C068 26,6 0:38 CD C117 10,7 0:24

CD C020 31,5 0:47 CD C069 22,7 0:37 CD C118 14,5 0:23

CD C021 17,0 0:33 CD C070 22,7 0:41 CD C119 12,0 0:21

CD C022 22,9 0:37 CD C071 24,1 0:42 CD C120 20,7 0:33

CD C023 15,1 0:34 CD C072 23,5 0:40 CD C121 13,6 0:31

CD C024 12,3 0:27 CD C073 27,6 0:43 CD C122 12,9 0:20

CD C025 18,6 0:38 CD C074 10,8 0:25 CD C123 65,8 1:19

CD C026 15,1 0:27 CD C075 8,7 0:18 CD C124 9,1 0:21

CD C027 17,5 0:28 CD C076 3,2 0:09 CD C125 54,8 0:59

CD C028 1,7 0:04 CD C077 30,8 0:39 CD C126 42,4 0:47

CD C029 29,7 0:45 CD C078 22,7 0:42 CD C127 20,2 0:34

CD C030 11,5 0:20 CD C079 10,4 0:19 CD C128 11,3 0:25

CD C031 28,8 0:43 CD C080 20,5 0:36 CD C129 18,7 0:38

CD C032 14,6 0:25 CD C081 108,0 1:25 CD C130 21,7 0:41

CD C033 22,8 0:41 CD C082 5,6 0:14 CD C131 25,7 0:35

CD C034 21,4 0:46 CD C083 10,5 0:24 CD C132 24,3 0:33

CD C035 14,4 0:25 CD C084 28,2 0:41 CD C133 17,2 0:34

CD C036 23,4 0:43 CD C085 17,5 0:32 CD C134 20,9 0:41

CD C037 8,1 0:17 CD C086 10,2 0:22 CD C135 7,9 0:21

CD C038 39,8 0:56 CD C087 10,7 0:23 CD C136 20,6 0:33

CD C039 28,0 0:40 CD C088 12,4 0:26 CD C137 14,9 0:27

CD C040 32,3 0:41 CD C089 12,2 0:23 CD C138 20,0 0:32

CD C041 33,6 0:41 CD C090 69,8 1:03 CD C139 16,6 0:27

CD C042 25,1 0:45 CD C091 7,0 0:17 C001 CD 12,2 0:23

CD C043 28,2 0:42 CD C092 11,8 0:23 C001 C001 - 0:00

CD C044 33,1 0:42 CD C093 11,8 0:24 C001 C002 24,4 0:35

CD C045 27,3 0:39 CD C094 10,2 0:22 C001 C003 6,1 0:14

CD C046 28,8 0:44 CD C095 9,1 0:24 C001 C004 4,4 0:09

CD C047 28,8 0:46 CD C096 17,8 0:33 C001 C005 17,6 0:35

CD C048 25,5 0:43 CD C097 18,6 0:32 C001 C006 20,3 0:29

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129

* Devido ao grande volume de informações, foram disponibilizados apenas os primeiros registros

Tabela 8.3 – Volume diário dos pedidos por cliente

Data Cliente Ped. (L) Data Cliente Ped. (L) Data Cliente Ped. (L)

01/03 C007 138 02/03 C042 62 02/03 C130 62

01/03 C009 69 02/03 C043 98 02/03 C131 205

01/03 C010 1.244 02/03 C044 173 03/03 C007 135

01/03 C016 66 02/03 C046 180 03/03 C008 66

01/03 C018 560 02/03 C047 77 03/03 C009 138

01/03 C075 39 02/03 C048 60 03/03 C010 1.244

01/03 C077 205 02/03 C049 62 03/03 C014 96

01/03 C078 90 02/03 C050 52 03/03 C016 123

01/03 C079 34 02/03 C051 60 03/03 C018 45

01/03 C080 153 02/03 C052 79 03/03 C030 1.370

01/03 C081 253 02/03 C053 207 03/03 C031 123

01/03 C082 140 02/03 C054 207 03/03 C035 200

01/03 C083 57 02/03 C055 173 03/03 C056 311

01/03 C084 70 02/03 C056 397 03/03 C075 48

01/03 C085 344 02/03 C057 76 03/03 C077 270

01/03 C086 262 02/03 C058 208 03/03 C078 135

01/03 C087 383 02/03 C059 176 03/03 C079 34

01/03 C088 130 02/03 C060 173 03/03 C080 157

01/03 C089 62 02/03 C061 243 03/03 C081 321

01/03 C090 96 02/03 C062 138 03/03 C082 96

01/03 C091 166 02/03 C063 171 03/03 C083 96

01/03 C092 62 02/03 C064 175 03/03 C084 79

01/03 C093 878 02/03 C066 185 03/03 C085 321

01/03 C094 70 02/03 C067 31 03/03 C086 267

01/03 C095 166 02/03 C068 128 03/03 C087 237

01/03 C096 96 02/03 C070 100 03/03 C088 157

01/03 C097 62 02/03 C071 56 03/03 C089 62

01/03 C098 96 02/03 C072 108 03/03 C090 96

01/03 C099 135 02/03 C073 185 03/03 C091 181

01/03 C100 135 02/03 C077 191 03/03 C092 34

01/03 C101 90 02/03 C078 90 03/03 C093 538

01/03 C102 66 02/03 C080 130 03/03 C094 86

01/03 C104 321 02/03 C082 130 03/03 C095 191

01/03 C105 62 02/03 C083 34 03/03 C096 96

01/03 C106 135 02/03 C085 306 03/03 C097 96

01/03 C107 553 02/03 C086 253 03/03 C098 96

01/03 C108 69 02/03 C087 253 03/03 C099 144

01/03 C128 62 02/03 C088 157 03/03 C100 146

01/03 C129 130 02/03 C089 62 03/03 C101 110

01/03 C130 102 02/03 C091 130 03/03 C102 66

01/03 C134 370 02/03 C093 816 03/03 C105 62

02/03 C006 138 02/03 C094 62 03/03 C106 135

02/03 C008 66 02/03 C095 219 03/03 C107 415

02/03 C009 69 02/03 C096 96 03/03 C108 69

02/03 C010 1.244 02/03 C098 96 03/03 C128 62

02/03 C013 123 02/03 C099 130 03/03 C129 191

02/03 C016 45 02/03 C100 157 03/03 C130 62

02/03 C018 311 02/03 C106 155 03/03 C134 370

02/03 C041 142 02/03 C129 130 04/03 C009 138

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130

Figura 8.9 – Análise e ajuste da JT dos clientes fixos

(a) Entregas realizadas dentro do horário definido pela JT do roteiro

(b) Entregas realizadas com atraso em relação ao horário definido pela JT do roteiro

(c) Entregas realizadas antes do horário definido pela JT do roteiro

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131

(d) Algumas entregas realizadas antes do horário definido pela JT do roteiro

(e) Espera para descarregamento por chegar antes da JT definida pelo roteiro

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132

* Devido ao grande volume de informações, foram disponibilizados apenas os primeiros registros

Tabela 8.4 - Janela de tempo diária dos clientes

Data Cliente Data Cliente Data Cliente

01/03 C007 1:00 6:00 02/03 C042 6:00 9:00 02/03 C130 6:00 7:00

01/03 C009 3:00 5:00 02/03 C043 6:00 9:00 02/03 C131 6:30 10:00

01/03 C010 0:00 3:30 02/03 C044 6:00 9:00 03/03 C007 1:00 6:00

01/03 C016 3:00 7:00 02/03 C046 6:00 9:00 03/03 C008 6:00 7:30

01/03 C018 4:30 5:30 02/03 C047 6:00 9:00 03/03 C009 3:00 5:00

01/03 C075 5:00 7:00 02/03 C048 6:00 9:00 03/03 C010 0:00 3:30

01/03 C077 3:30 6:30 02/03 C049 6:00 9:00 03/03 C014 6:00 7:30

01/03 C078 6:00 7:00 02/03 C050 6:00 9:00 03/03 C016 3:00 7:00

01/03 C079 5:00 7:00 02/03 C051 6:00 9:00 03/03 C018 9:00 13:30

01/03 C080 6:00 8:00 02/03 C052 6:00 9:00 03/03 C030 6:00 9:00

01/03 C081 5:00 6:00 02/03 C053 6:00 9:00 03/03 C031 6:00 11:30

01/03 C082 6:00 8:00 02/03 C054 6:00 9:00 03/03 C035 6:00 8:00

01/03 C083 5:00 6:30 02/03 C055 6:00 9:00 03/03 C056 6:00 9:00

01/03 C084 4:30 7:00 02/03 C056 6:00 9:00 03/03 C075 5:00 7:00

01/03 C085 5:00 9:00 02/03 C057 6:00 9:00 03/03 C077 3:30 6:30

01/03 C086 5:00 6:40 02/03 C058 6:00 9:00 03/03 C078 6:00 7:00

01/03 C087 5:00 6:00 02/03 C059 6:00 9:00 03/03 C079 5:00 7:00

01/03 C088 5:00 7:00 02/03 C060 6:00 9:00 03/03 C080 6:00 8:00

01/03 C089 5:00 7:00 02/03 C061 6:00 9:00 03/03 C081 5:00 6:00

01/03 C090 6:00 7:00 02/03 C062 6:00 9:00 03/03 C082 6:00 8:00

01/03 C091 5:00 6:00 02/03 C063 6:00 9:00 03/03 C083 5:00 6:30

01/03 C092 5:30 7:00 02/03 C064 6:00 9:00 03/03 C084 4:30 7:00

01/03 C093 5:00 6:30 02/03 C066 6:00 9:00 03/03 C085 5:00 9:00

01/03 C094 5:00 7:00 02/03 C067 6:00 9:00 03/03 C086 5:00 6:40

01/03 C095 5:00 7:00 02/03 C068 6:00 9:00 03/03 C087 5:00 6:00

01/03 C096 5:00 7:00 02/03 C070 6:00 9:00 03/03 C088 5:00 7:00

01/03 C097 6:00 7:00 02/03 C071 6:00 9:00 03/03 C089 5:00 7:00

01/03 C098 5:00 7:00 02/03 C072 6:00 9:00 03/03 C090 6:00 7:00

01/03 C099 5:00 7:00 02/03 C073 6:00 9:00 03/03 C091 5:00 6:00

01/03 C100 5:00 6:00 02/03 C077 3:30 6:30 03/03 C092 5:30 7:00

01/03 C101 1:00 5:00 02/03 C078 6:00 7:00 03/03 C093 5:00 6:30

01/03 C102 1:00 5:00 02/03 C080 6:00 8:00 03/03 C094 5:00 7:00

01/03 C104 6:30 9:00 02/03 C082 6:00 8:00 03/03 C095 5:00 7:00

01/03 C105 5:00 15:30 02/03 C083 5:00 6:30 03/03 C096 5:00 7:00

01/03 C106 4:00 7:00 02/03 C085 5:00 9:00 03/03 C097 6:00 7:00

01/03 C107 6:00 10:00 02/03 C086 5:00 6:40 03/03 C098 5:00 7:00

01/03 C108 6:00 10:00 02/03 C087 5:00 6:00 03/03 C099 5:00 7:00

01/03 C128 6:00 7:00 02/03 C088 5:00 7:00 03/03 C100 5:00 6:00

01/03 C129 5:00 6:30 02/03 C089 5:00 7:00 03/03 C101 1:00 11:30

01/03 C130 6:00 7:00 02/03 C091 5:00 6:00 03/03 C102 1:00 11:30

01/03 C134 5:00 6:00 02/03 C093 5:00 6:30 03/03 C105 5:00 15:30

02/03 C006 6:00 15:00 02/03 C094 5:00 7:00 03/03 C106 4:00 7:00

02/03 C008 6:00 7:30 02/03 C095 5:00 7:00 03/03 C107 6:00 10:00

02/03 C009 3:00 5:00 02/03 C096 5:00 7:00 03/03 C108 6:00 10:00

02/03 C010 0:00 3:30 02/03 C098 5:00 7:00 03/03 C128 6:00 7:00

02/03 C013 5:00 7:00 02/03 C099 5:00 7:00 03/03 C129 5:00 6:30

02/03 C016 3:00 7:00 02/03 C100 5:00 6:00 03/03 C130 6:00 7:00

02/03 C018 9:00 13:30 02/03 C106 4:00 7:00 03/03 C134 5:00 6:00

02/03 C041 4:30 9:00 02/03 C129 5:00 6:30 04/03 C009 3:00 5:00

JT JT JT

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133

Tabela 8.5 – Tempo de serviço por cliente

Cliente Fixo ∆t Cliente Fixo ∆t Cliente Fixo ∆t

C001 E 1:00 C049 F 0:10 C097 F 0:06

C002 F 0:20 C050 F 0:10 C098 F 0:05

C003 E 0:15 C051 F 0:10 C099 F 0:09

C004 E 1:00 C052 F 0:10 C100 F 0:15

C005 E 0:15 C053 F 0:10 C101 F 0:13

C006 F 0:10 C054 F 0:10 C102 F 0:15

C007 F 0:10 C055 F 0:10 C103 E 1:00

C008 F 0:05 C056 F 0:10 C104 F 0:30

C009 F 0:05 C057 F 0:10 C105 F 0:15

C010 F 0:45 C058 F 0:10 C106 F 0:10

C011 E 0:30 C059 F 0:10 C107 F 0:10

C012 E 0:15 C060 F 0:10 C108 F 0:10

C013 F 0:09 C061 F 0:10 C109 E 12:00

C014 F 0:15 C062 F 0:10 C110 E 1:00

C015 E 0:30 C063 F 0:10 C111 E 0:15

C016 F 0:10 C064 F 0:10 C112 F 0:17

C017 F 0:25 C065 F 0:10 C113 F 0:05

C018 F 0:18 C066 F 0:10 C114 F 0:09

C019 E 0:30 C067 F 0:10 C115 F 0:11

C020 E 0:30 C068 F 0:10 C116 F 0:11

C021 E 0:30 C069 E 0:15 C117 F 0:06

C022 E 0:30 C070 F 0:10 C118 F 0:07

C023 E 0:30 C071 F 0:10 C119 F 0:20

C024 E 0:30 C072 F 0:10 C120 F 0:20

C025 E 0:30 C073 F 0:10 C121 F 0:05

C026 E 0:30 C074 F 0:10 C122 E 1:00

C027 E 0:30 C075 F 0:05 C123 F 1:00

C028 E 0:30 C076 E 0:15 C124 F 0:30

C029 E 0:30 C077 F 0:15 C125 E 1:00

C030 E 0:30 C078 F 0:16 C126 E 0:15

C031 E 0:30 C079 F 0:05 C127 E 1:00

C032 E 0:30 C080 F 0:10 C128 F 0:10

C033 E 0:30 C081 F 0:15 C129 F 0:05

C034 E 0:30 C082 F 0:09 C130 F 0:10

C035 E 0:30 C083 F 0:10 C131 F 0:20

C036 E 0:30 C084 F 1:00 C132 E 12:00

C037 E 0:30 C085 F 0:10 C133 E 12:00

C038 E 0:30 C086 F 0:18 C134 F 0:15

C039 E 0:30 C087 F 0:15 C135 E 0:15

C040 E 0:30 C088 F 0:05 C136 E 2:00

C041 F 0:10 C089 F 0:08 C137 E 0:15

C042 F 0:10 C090 F 0:10 C138 E 1:00

C043 F 0:10 C091 F 0:18 C139 E 0:15

C044 F 0:10 C092 F 0:05

C045 F 0:10 C093 F 0:12

C046 F 0:10 C094 F 0:06

C047 F 0:10 C095 F 0:25

C048 F 0:10 C096 F 0:10

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134

Figura 8.10 – Índice de utilização do veículo por dia

Modelo Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

V5 45% 48% 51% 54% 55% 44% 50% 48% 48% 61% 63% 48% 57%

V6 64% 29% 46% 38% 56% 24% 28% 25% 40% 43% 35% 55% 23% 29%

V7 53% 35% 7% 41% 53% 41% 53% 57% 50% 60% 41%

V8 23% 54% 25% 23% 31% 35% 47% 26% 44% 21% 41% 40%

V9 53%

V1 9% 23% 30% 39% 29% 22% 27% 23% 15% 6% 6% 29% 24% 27%

V2 17% 8% 10% 23% 9% 6% 8% 4% 10% 20% 9% 8% 9%

V10 20% 52% 5% 14% 16% 16%

Ducato V3 27% 44% 26% 6% 20% 40% 41% 39% 43% 27% 25% 43% 44% 40%

Kombi V4 46% 39% 38% 42% 42% 47% 41% 53% 45% 39% 49%

... 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

V5 48% 51% 67% 62% 45% 51% 51% 46% 63% 60% 43% 50% 49% 56%

V6 32% 32% 39% 68% 26% 29% 28% 61% 38% 25% 30% 29% 38%

V7 40% 78% 41% 56% 45% 59% 30% 47% 25% 49% 58% 52% 62% 42%

V8 31% 44% 51% 40% 30% 39% 12% 27% 46% 23%

V9 29% 36% 44%

V1 19% 8% 27% 28% 27% 26% 33% 13% 18% 36% 25% 27% 25% 10%

V2 9% 10% 12% 6% 8% 5% 8% 9% 10% 56% 57% 15% 7% 9% 4%

V10 7% 15% 68% 21% 16%

V3 34% 25% 23% 41% 50% 41% 43% 29% 70% 29% 41% 44% 41% 42% 27%

V4 43% 49% 41% 44% 51% 44% 45% 46% 41% 42% 46% 46% 54%

Fiorino

HR

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135

Tabela 8.6 – Custo da frota própria

Veículo V1 V2 V3

Informações Gerais

Modelo - HR HR Ducato

Valor tabela FIPE R$ 51.263,00 56.121,00 63.475,00

Taxa IPVA % 2,00 2,00 2,00

Custos Fixos Anuais R$ 9.971,46 9.352,08 8.369,45

Taxa IPVA R$ 1.025,26 1.122,42 1.269,50

Licenciamento R$ 80,12 80,12 80,12

Seguro R$ 8.866,08 8.149,54 7.019,83

Informações Variáveis

Distânica Percorrida Km 2.921 5.057 3.047

Consumo de Combustível L 323 643 275

Preço do Combustível R$ / L 2,999 2,999 3,099

Quantidade de Pneus Unid. 4 4 4

Valor do Pneu R$ / Unid. 400 400 350

Troca dos Pneus Km / Troca 30.000 30.000 30.000

Valor da Troca do Óleo + Lubrificante R$ 200 200 200

Troca de Óleo + Lubrificante Km / Troca 10.000 10.000 15.000

Custo Fixo Mensal R$ 4.740,90 4.770,25 4.810,93

Salário + Encargos R$ 2.690,00 2.690,00 2.690,00

Benefícios R$ 365,56 365,56 365,56

IPVA R$ 85,44 93,54 105,79

Licenciamento R$ 6,68 6,68 6,68

Seguro R$ 738,84 679,13 584,99

Depreciação (60 meses) R$ 854,38 935,35 1.057,92

Custo Variável Mensal R$ 2.925 5.454 2.735

Revisões R$ 1.741,32 3.154,69 1.698,83

Combustível R$ 969,11 1.927,98 853,31

Consumo de Pneu R$ 155,79 269,71 142,19

Lubrificantes + Óleo R$ 58,42 101,14 40,63

Custo Total Mensal R$ 7.665,54 10.223,77 7.545,89

Custo Fixo R$ 4.740,90 4.770,25 4.810,93

Custo Variável R$ 2.924,64 5.453,52 2.734,96

Distância Percorrida Km 2.921 5.057 3.047

Custo por Km R$ / Km 1,00 1,08 0,90

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136

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137

* Devido ao grande volume de informações, foram disponibilizados apenas os primeiros registros

APÊNDICE D – RESULTADOS

Tabela 8.7 – Roteiros do cenário base

Cenário DataCod.

Cliente

Volume

Pedido (L)

Cod.

Veículo

Horário de

Chegada

Horário de

Partida

Tempo de

Serviço

CB 01/03 C007 138 V1 5:10 5:15 0:05

CB 01/03 C009 69 V3 4:00 4:10 0:10

CB 01/03 C010 1.244 V3 3:05 3:55 0:50

CB 01/03 C016 66 V4 5:50 6:00 0:10

CB 01/03 C018 560 V6 6:10 6:15 0:05

CB 01/03 C075 39 V5 6:08 6:13 0:05

CB 01/03 C077 205 V3 4:15 4:30 0:15

CB 01/03 C078 90 V2 6:50 7:15 0:25

CB 01/03 C079 34 V6 7:10 7:14 0:04

CB 01/03 C080 153 V4 7:20 7:30 0:10

CB 01/03 C081 253 V1 7:00 7:15 0:15

CB 01/03 C082 140 V5 6:22 6:30 0:08

CB 01/03 C083 57 V4 5:30 5:40 0:10

CB 01/03 C084 70 V3 6:25 6:35 0:10

CB 01/03 C085 344 V4 6:40 6:50 0:10

CB 01/03 C086 262 V5 5:12 5:29 0:17

CB 01/03 C087 383 V3 5:15 6:00 0:45

CB 01/03 C088 130 V6 7:00 7:05 0:05

CB 01/03 C089 62 V6 5:20 5:30 0:10

CB 01/03 C090 96 V1 6:10 6:15 0:05

CB 01/03 C091 166 V5 6:40 6:58 0:18

CB 01/03 C092 62 V6 5:45 5:47 0:02

CB 01/03 C093 878 V4 5:00 5:12 0:12

CB 01/03 C094 70 V5 5:33 5:44 0:11

CB 01/03 C095 166 V5 7:13 7:53 0:40

CB 01/03 C096 96 V2 5:20 5:30 0:10

CB 01/03 C097 62 V2 6:10 6:18 0:08

CB 01/03 C098 96 V6 6:45 6:50 0:05

CB 01/03 C099 135 V5 5:52 5:58 0:06

CB 01/03 C100 135 V3 4:50 5:00 0:10

CB 01/03 C101 90 V1 10:50 11:10 0:20

CB 01/03 C102 66 V1 9:46 10:00 0:14

CB 01/03 C104 321 V6 7:20 8:00 0:40

CB 01/03 C105 62 V3 7:35 8:10 0:35

CB 01/03 C106 135 V4 4:40 4:50 0:10

CB 01/03 C107 553 V2 8:15 8:25 0:10

CB 01/03 C108 69 V2 8:40 8:50 0:10

CB 01/03 C128 62 V4 6:00 6:20 0:20

CB 01/03 C129 130 V6 6:25 6:30 0:05

CB 01/03 C130 102 V4 7:20 7:30 0:10

CB 01/03 C134 370 V2 5:40 5:59 0:19

CB 02/03 C006 138 V2 8:00 8:10 0:10

CB 02/03 C008 66 V8 7:21 7:25 0:04

CB 02/03 C009 69 V3 3:55 4:00 0:05

CB 02/03 C010 1.244 V3 3:45 3:50 0:05

CB 02/03 C013 123 V5 6:54 7:03 0:09

CB 02/03 C016 45 V4 5:20 5:30 0:10

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138

* Devido ao grande volume de informações, foram disponibilizados apenas os primeiros registros

Tabela 8.8 – Rotas do cenário base

Cenário DataCod.

Veículo

Volume

Total (L)

Distância

(Km)

Horário de

Saída

Horário de

Chegada

Jornada de

Trabalho

CB 01/03 V1 642 358 4:40 12:30 7:50

CB 01/03 V2 1.239 106 4:48 10:20 5:32

CB 01/03 V3 2.168 130 2:20 8:20 6:00

CB 01/03 V4 1.797 60 4:20 10:00 5:40

CB 01/03 V5 978 51 4:45 8:50 4:05

CB 01/03 V6 1.395 74 4:35 8:00 3:25

CB 02/03 V1 1.663 88 5:00 11:00 6:00

CB 02/03 V2 635 102 5:00 11:23 6:23

CB 02/03 V3 3.484 98 2:30 11:30 9:00

CB 02/03 V4 1.549 66 4:10 12:00 7:50

CB 02/03 V5 1.047 51 4:38 8:20 3:42

CB 02/03 V7 1.155 70 5:15 11:00 5:45

CB 02/03 V8 510 50 5:29 8:09 2:40

CB 03/03 V1 2.183 92 5:07 11:38 6:31

CB 03/03 V2 728 361 4:50 12:40 7:50

CB 03/03 V3 2.042 112 2:10 10:55 8:45

CB 03/03 V4 1.494 57 4:20 11:00 6:40

CB 03/03 V5 1.108 57 4:37 9:05 4:28

CB 03/03 V6 640 54 4:40 7:28 2:48

CB 03/03 V8 1.180 93 5:19 14:31 9:12

CB 04/03 V1 2.838 94 2:20 10:25 8:05

CB 04/03 V10 1.524 76 5:30 11:00 5:30

CB 04/03 V2 1.709 69 4:10 8:05 3:55

CB 04/03 V3 515 53 4:15 9:15 5:00

CB 04/03 V5 1.184 55 4:50 8:28 3:38

CB 04/03 V6 990 70 5:00 7:52 2:52

CB 04/03 V7 771 150 5:45 12:25 6:40

CB 04/03 V8 539 81 5:52 11:30 5:38

CB 05/03 V10 3.904 41 6:30 9:00 2:30

CB 05/03 V11 847 - 5:30 10:40 5:10

CB 05/03 V3 1.559 133 4:50 11:45 6:55

CB 05/03 V6 817 41 4:55 7:00 2:05

CB 05/03 V7 142 60 5:25 10:30 5:05

CB 05/03 V8 497 84 6:19 11:00 4:41

CB 06/03 V1 2.123 71 5:05 11:30 6:25

CB 06/03 V10 383 40 6:00 11:35 5:35

CB 06/03 V2 670 139 4:25 12:48 8:23

CB 06/03 V3 3.164 137 2:15 11:00 8:45

CB 06/03 V4 1.641 69 4:20 10:20 6:00

CB 06/03 V5 1.197 64 4:57 10:40 5:43

CB 06/03 V6 1.207 95 4:30 10:00 5:30

CB 06/03 V7 898 70 5:25 11:05 5:40

CB 06/03 V8 665 424 2:22 9:44 7:22

CB 06/03 V9 1.157 119 5:20 9:50 4:30

CB 07/03 V1 1.596 75 5:00 11:45 6:45

CB 07/03 V2 455 90 4:31 11:46 7:15

CB 07/03 V3 3.229 92 2:20 10:50 8:30

CB 07/03 V4 1.646 68 4:20 11:00 6:40

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139

* Devido ao grande volume de informações, foram disponibilizados apenas os primeiros registros

Tabela 8.9 – Roteiros do cenário roteirizado

Cenário DataCod.

Cliente

Volume

Pedido (L)

Cod.

Veículo

Horário de

Chegada

Horário de

Partida

Tempo de

Serviço

CR 01/03 C007 138 V7 5:27 5:37 0:10

CR 01/03 C009 69 V1 1:28 3:05 1:36

CR 01/03 C010 1.244 V1 0:36 1:21 0:45

CR 01/03 C016 66 V3 3:00 3:10 0:10

CR 01/03 C018 560 V3 3:28 4:48 1:19

CR 01/03 C075 39 V2 6:31 6:36 0:05

CR 01/03 C077 205 V1 3:11 3:45 0:33

CR 01/03 C078 90 V3 6:36 6:52 0:16

CR 01/03 C079 34 V5 5:00 5:05 0:05

CR 01/03 C080 153 V7 7:00 7:10 0:10

CR 01/03 C081 253 V1 4:50 5:15 0:24

CR 01/03 C082 140 V2 6:46 6:55 0:09

CR 01/03 C083 57 V3 5:43 5:53 0:10

CR 01/03 C084 70 V5 6:00 7:00 1:00

CR 01/03 C085 344 V7 7:48 7:58 0:10

CR 01/03 C086 262 V2 5:49 6:07 0:18

CR 01/03 C087 383 V2 5:27 5:42 0:15

CR 01/03 C088 130 V5 5:12 5:17 0:05

CR 01/03 C089 62 V8 5:00 5:08 0:08

CR 01/03 C090 96 V1 5:48 6:10 0:21

CR 01/03 C091 166 V2 5:00 5:18 0:18

CR 01/03 C092 62 V5 5:28 5:35 0:06

CR 01/03 C093 878 V3 5:13 5:25 0:12

CR 01/03 C094 70 V2 6:07 6:13 0:06

CR 01/03 C095 166 V8 5:18 5:43 0:25

CR 01/03 C096 96 V6 3:31 5:10 1:38

CR 01/03 C097 62 V6 5:47 6:06 0:18

CR 01/03 C098 96 V7 6:00 6:05 0:05

CR 01/03 C099 135 V2 6:18 6:27 0:09

CR 01/03 C100 135 V7 5:00 5:15 0:15

CR 01/03 C101 90 V6 1:00 1:13 0:13

CR 01/03 C102 66 V6 2:00 2:16 0:15

CR 01/03 C104 321 V7 8:19 8:49 0:30

CR 01/03 C105 62 V7 7:25 7:40 0:15

CR 01/03 C106 135 V3 5:02 5:12 0:10

CR 01/03 C107 553 V3 7:39 7:49 0:10

CR 01/03 C108 69 V3 7:19 7:29 0:10

CR 01/03 C128 62 V3 6:00 6:10 0:10

CR 01/03 C129 130 V7 5:44 5:49 0:05

CR 01/03 C130 102 V7 6:36 6:46 0:10

CR 01/03 C134 370 V6 5:19 5:34 0:15

CR 02/03 C006 138 V1 5:54 6:10 0:15

CR 02/03 C008 66 V2 6:17 6:22 0:05

CR 02/03 C009 69 V3 1:28 3:05 1:36

CR 02/03 C010 1.244 V3 0:36 1:21 0:45

CR 02/03 C013 123 V5 5:23 5:32 0:09

CR 02/03 C016 45 V1 3:00 3:10 0:10

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* Devido ao grande volume de informações, foram disponibilizados apenas os primeiros registros

Tabela 8.10 – Rotas do cenário roteirizado

Cenário DataCod.

Veículo

Volume

Total (L)

Distância

(Km)

Horário de

Saída

Horário de

Chegada

Jornada de

Trabalho

CR 01/03 V1 1.867 236 0:00 7:17 7:17

CR 01/03 V2 1.195 25 4:42 7:12 2:30

CR 01/03 V3 2.469 76 2:38 8:41 6:02

CR 01/03 V5 296 62 4:40 7:45 3:04

CR 01/03 V6 683 162 0:16 6:36 6:19

CR 01/03 V7 1.482 63 4:36 9:13 4:36

CR 01/03 V8 227 25 4:36 6:03 1:26

CR 02/03 V1 2.196 74 2:38 9:34 6:55

CR 02/03 V2 1.886 79 4:36 9:05 4:29

CR 02/03 V3 2.833 77 0:00 8:54 8:54

CR 02/03 V5 1.081 26 4:42 7:17 2:35

CR 02/03 V8 688 71 4:26 9:48 5:22

CR 02/03 V7 1.359 60 4:35 9:02 4:27

CR 03/03 V1 2.006 46 4:36 7:59 3:23

CR 03/03 V3 2.299 248 0:00 9:48 9:48

CR 03/03 V2 1.141 167 3:36 9:55 6:19

CR 03/03 V5 1.062 29 4:42 7:20 2:37

CR 03/03 V6 1.046 69 4:26 7:55 3:29

CR 03/03 V7 1.285 60 2:38 8:19 5:40

CR 03/03 V8 536 70 4:36 7:56 3:20

CR 04/03 V1 812 33 4:41 7:24 2:43

CR 04/03 V2 1.509 91 4:38 9:29 4:50

CR 04/03 V3 4.048 92 0:00 10:42 10:42

CR 04/03 V5 1.420 63 3:36 9:57 6:21

CR 04/03 V6 705 29 4:42 6:51 2:09

CR 04/03 V7 970 74 4:26 8:57 4:31

CR 04/03 V8 607 151 4:01 10:09 6:08

CR 05/03 V1 4.529 79 1:42 10:13 8:30

CR 05/03 V4 1.521 82 4:36 9:56 5:19

CR 05/03 V6 447 69 5:32 10:37 5:05

CR 05/03 V5 1.270 33 3:36 8:16 4:40

CR 06/03 V1 2.508 249 0:26 9:29 9:03

CR 06/03 V2 2.170 66 4:35 9:35 5:00

CR 06/03 V3 1.870 67 2:38 10:12 7:33

CR 06/03 V4 1.068 35 4:41 7:55 3:14

CR 06/03 V5 683 45 4:42 7:49 3:07

CR 06/03 V6 1.157 85 4:26 8:47 4:20

CR 06/03 V9 1.504 79 4:01 9:31 5:29

CR 06/03 V8 1.211 78 3:48 9:41 5:52

CR 06/03 V7 933 165 0:16 9:10 8:53

CR 07/03 V2 2.095 45 4:42 10:06 5:24

CR 07/03 V1 3.428 80 0:00 9:37 9:37

CR 07/03 V3 1.638 67 4:35 9:33 4:58

CR 07/03 V5 625 98 4:26 9:20 4:54

CR 07/03 V6 1.368 29 4:36 7:50 3:14

CR 07/03 V7 1.172 69 4:24 8:58 4:34

CR 08/03 V1 1.056 85 4:26 8:47 4:20

CR 08/03 V2 2.940 218 2:38 12:41 10:02

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Figura 8.11 – Exemplo de roteiro – 08/03/2017 - CB

Figura 8.12 - Exemplo de roteiro – 08/03/2017 - CR