guiões pedagógicos "move-te pela mudança" - unidade letiva 12 - anexo 1

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Page 1: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

TRABALHO INFANTIL

Imagens enraizadas de mulheres e crianças que trabalham no cultivo do chá na Índia

O antigo presidente da Comissão do Chá de Bengala Ocidental descreve a forma como uma criança

começa a trabalhar: Os trabalhadores estão tão ligados à terra como a planta do chá. Eles nasceram

nos estados produtores de chá. É ali que vivem toda a sua vida. É ali que morrem. A mãe que trabalha nas

plantações de chá não tem onde deixar os seus filhos. Ela põe a sua criança às costas e carrega-a consigo

durante o trabalho. Não é de espantar que a criança queira saber o que a sua mãe está a fazer e que a

queira ajudar a colher o chá. É assim que a criança começa a trabalhar. Para as crianças colher é fácil. Os

seus dedos são ágeis e a planta está à sua altura. A criança colhe as folhas e põe-as no cesto da sua mãe.

Tudo o que a criança colhe aumenta o dinheiro que a mãe recebe. Não diria que as crianças trabalham. Elas

ajudam os seus pais. Depois, quando a criança faz doze anos, é-lhe entregue o seu próprio cesto e ela passa

a ganhar o seu próprio dinheiro. É-lhe pago metade do que um adulto receberia.»

Fonte: US Department of Labour: By the Sweat and Toil of Children, Volume II; The Use of Child

Labor in US Agricultural Imports and Forced and Bonded Child Labor. A Report to the Committee on

Appropriations, 1995, pág. 48; Retirado de Organização Internacional do Trabalho (2008)

Combater o trabalho infantil perigoso na agricultura. Orientações políticas e práticas. Manual do Utilizadores

(http://goo.gl/4sIvg)

UNIDADE LETIVA 12 | ANEXO 1

Page 2: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

“Férias” escolares na Ásia Central rural

As economias do Usbequistão, Turquemenistão e Tajiquistão, na Ásia Central, são agrárias, assentando

fortemente no sector do algodão. As exportações do Usbequistão em 2004 foram avaliadas em pelo

menos 1 bilião de dólares norte-americanos, sendo esta a produção mais significativa do país, conhecida

como “ouro branco”. Em certas partes do país, o algodão é virtualmente uma monocultura.

De Setembro a Dezembro, as autoridades oficiais fecham muitas das escolas rurais para que dezenas de milhares

de crianças no Usbequistão, Turquemenistão e Tajiquistão possam ser enviadas para a colheita nos campos de

algodão. Em Outubro de 2004, o ministro usbequistanês com a pasta do departamento de educação admitiu

que pelo menos 44.000 alunos do ensino secundário e outros estudantes tinham sido mobilizados para ajudar

na colheita do algodão do país. Os ativistas de direitos humanos locais afirmam que estes números não têm em

conta o número de crianças pequenas forçadas a ir para os campos e afirmam ter visto crianças com 7 anos

de idade a trabalhar nesses campos. Quem for aos campos de algodão verificará que as únicas pessoas que

ali trabalham são mulheres e crianças. As crianças com idades a partir dos 10 anos ajudam os adultos a colher

o algodão à mão por cerca de 2 a 5 cêntimos de dólar norte-americano por quilo. Uma criança pequena

poderá conseguir colher até 30kg por dia. Geralmente, os empregadores deduzem os custos da alimentação e

do alojamento sobre aquilo que ganharam, deixando-os com muito pouco.

Os três governos negam as acusações de que as crianças são forçadas a trabalhar, afirmando que são os

pais das comunidades rurais que enviam as suas crianças para os campos para ganharem o dinheiro de que

tanto necessitam. Algumas famílias dependem do trabalho sazonal, levando as crianças consigo para onde

existem condições para viverem. Muitas vezes, as crianças são oriundas de áreas rurais pobres onde não existem

oportunidades para ganhar dinheiro e assim, as crianças são retiradas das escolas para trabalhar por dinheiro.»

Fonte: BBC News: 21/O2/2005; http://goo.gl/zPm00; Retirado de Organização Internacional do Trabalho (2008) Combater o

trabalho infantil perigoso na agricultura. Orientações políticas e práticas. Manual do Utilizadores (http://goo.gl/2uv7y)

Page 3: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

MULHERES E TRABALHO

As desigualdades salariais entre homens e mulheres

Apesar da importância e da participação crescente da mulher na vida do País, o certo é que persistem

desigualdades entre homens e mulheres, e que o peso de algumas tende até a aumentar. Neste estudo

chama-se a atenção para duas dessas desigualdades que se têm mantido invisíveis mas que, se não forem

denunciadas e tomadas medidas adequadas para as contrariar, tenderão com o tempo a ganhar maior

peso em Portugal.

Contrariamente ao que se poderia pensar as desigualdades de remunerações entre homens e mulheres em

Portugal não têm diminuído com o aumento do nível de escolaridade e das qualificações das mulheres;

muito pelo, contrário.

As mulheres são já claramente maioritárias entre a população empregada em 12 das 16 áreas de saber:

Letras e Ciências Religiosas; Ciências da Educação; Belas Artes; Direito; Administração das empresas e

Técnicas Comerciais; Jornalismo e Informação; Ciências Exactas e Ciências Físicas; Matemáticas e Estatísticas;

Ciências Médicas e Saúde; e Industria Transformadora. Só não são maioritárias ainda em quatro áreas:

Agricultura, Silvicultura e Pesca; Ciências de Engenharia; Ciências Informáticas; e Ciências Veterinárias.

Entretanto, apesar do nível médio de escolaridade da população empregada feminina ( 8,5 anos) ser em 2002

já superior à dos homens empregados (apenas 7,7 anos), esse aumento do nível de escolaridade não tem

determinado uma maior igualdade das remunerações entre homens e mulheres em Portugal; muito pelo contrário.

Os dados dos quadros de pessoal tratados e divulgados pelo novamente chamado Ministério

do Trabalho, mostram que quanto mais elevado é o nível de escolaridade da mulher maior é a

Page 4: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

desigualdade das remunerações entre homens e mulheres. Por exemplo, em 2002 (e este é o ultimo

ano em que existem dados disponíveis) para o nível de escolaridade mais baixo - “Inferior ao Ensino

Básico” - o ganho médio mensal das mulheres, que inclui tudo o que recebem, correspondia a 80,8%

do ganho médio mensal dos homens, enquanto em relação ao nível de escolaridade mais elevado -

“Licenciatura” - o ganho médio mensal das mulheres correspondia apenas a 66,7% do ganho médio

dos homens (quadro II).

Os mesmos dados dos quadros de pessoal das empresas também revelam que quanto mais elevado é

o nível de qualificação das mulheres maior é a desigualdade de ganhos (remunerações) entre homens

e mulheres. Assim, em 2002, o ganho médio mensal das mulheres do grupo “Praticantes e Aprendizes”

(o nível de qualificação mais baixo) correspondia a 94,1% do ganho médio mensal dos homens do

mesmo grupo, enquanto o ganho médio mensal das mulheres do grupo “Quadros Superiores” (o nível

de qualificação mais elevado) correspondia apenas a 70% do ganho médio mensal dos homens do

mesmo grupo de qualificação.

O nível de escolaridade e de qualificação das mulheres vai continuar a aumentar rapidamente (basta

lembrar que atualmente em cada 100 licenciados que saem anualmente das universidades portuguesas 65

já são mulheres), por isso, muitas mais mulheres alcançarão níveis elevados de escolaridade e de qualificação.

Se as desigualdades entre homens e mulheres que se verificam atualmente a nível de ganhos

(remunerações) nos níveis mais elevados de escolaridade e de qualificação se se mantiverem, então

a desigualdade de remunerações entre homens e mulheres tenderá a aumentar em termos nacionais

porque uma maior percentagem de mulheres será afetada por ela. E isso constituirá certamente um

obstáculo sério ao desenvolvimento do País, na medida em que impede a utilização plena das

capacidades da maioria da população e gera naturalmente sentimentos de grave injustiça social e

económica.

Page 5: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

Mas não é apenas nos campos anteriores que as desigualdades entre homens e mulheres continuam a ser

grandes. O mesmo sucede no acesso ao emprego. Em Janeiro de 2005, o número de mulheres desempregadas

inscritas nos Centros de Emprego com o 1º ciclo era superior ao número de homens inscritos nos Centros de

Emprego com igual nível de escolaridade em 12,3%; na mesma data o número de mulheres inscritas nos

mesmos Centros com o ensino superior era mais elevado do que número de homens com o mesmo nível de

escolaridade inscritos nos Centros de Emprego em 92%.»

Fonte: FENPROF - http://goo.gl/T0HvR

T

Page 6: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

TRABALHO FORÇADO

600 mil trabalhadores migrantes estão presos

pelo trabalho forçado no Oriente Médio, estima OIT

Cerca de 600 mil trabalhadores migrantes foram enganados e estão presos pelo trabalho forçado em

todo o Oriente Médio, disse nesta terça-feira (9) a Organização Internacional do Trabalho (OIT), durante

o primeiro dia de uma conferência regional sobre o tráfico humano.

No Catar, por exemplo, 94% dos trabalhadores são migrantes, enquanto na Arábia Saudita o registro supera

os 50%, de acordo com a OIT. Enquanto isso, os migrantes na Jordânia e Líbano também compõem uma

parte significativa da força de trabalho, particularmente em setores de construção e trabalho doméstico.

Esses setores são particularmente suscetíveis ao abuso de poder devido ao “Kafala”, ou sistema de

patrocínio. A maioria dos migrantes precisam ser auxiliados pelo seu empregador no país para obter visto e

estatuto jurídico, um sistema que a OIT chama de “inerentemente problemático”, pois cria uma dinâmica de

poder desigual entre o empregador e o trabalhador.

“A migração do trabalho no Oriente Médio é única em termos de escala e de crescimento exponencial nos

últimos anos”, disse a Chefe do Programa Especial da OIT de Ação de Combate ao Trabalho Forçado,

Beate Andrees, durante a conferência ocorrida em Amã, na Jordânia.

“O desafio é como colocar proteções nos países de origem e de destino para evitar a exploração e o

abuso desses trabalhadores”, afirmou Andrees.

As informações foram baseadas no relatório da OIT “Enganados e Presos: Tráfico de Pessoas no Oriente

Page 7: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

Médio“, que foi divulgado durante a conferência. O documento foi baseado em mais de 650 entrevistas

realizadas ao longo de um período de dois anos na Jordânia, Líbano, Kuwait e Emirados Árabes Unidos

sobre a forma como os trabalhadores são iludidos para trabalhos forçados e para a exploração sexual,

além de abordar as restrições que os impedem de sair.

Dentre as nacionalidades, foram entrevistados migrantes brasileiros trabalhando na construção civil, indústria,

comércio, serviços de apoio e agricultura, bem como em atividades no mar.

Fonte: ONU, Brasil - http://goo.gl/A5exy

Page 8: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

IMIGRAÇÃO/ EMIGRAÇÃO

Restrições à imigração na Suíça significam que “mercado de trabalho está saturado”

O deputado socialista Paulo Pisco disse hoje à Lusa que as restrições impostas pela Suíça à entrada

de imigrantes significam que “o mercado de trabalho está saturado” o que constitui um “sério aviso” aos

portugueses que queiram emigrar.

“Relativamente a Portugal, o que isto significa é que a decisão das autoridades federais suíças deve

constituir um sério aviso aos portugueses que queiram imigrar para a Suíça porque agora encontrarão muito

mais dificuldades para trabalhar e se o fizerem vão fazê-lo de uma forma muito limitada no tempo ou de

forma muito precária, talvez caindo nas malhas de alguma exploração e correrão mais riscos de cair em

situações sociais difíceis”, disse Paulo Pisco.

O governo suíço decidiu hoje manter durante mais um ano as restrições à entrada de imigrantes da Europa

central e oriental, alargando-as a partir de maio a todos os cidadãos de países da União Europeia.

O Conselho Federal decidiu ativar uma cláusula de salvaguarda prevista no acordo sobre livre circulação

de pessoas assinado com a União Europeia (UE) em 2002.

Esta cláusula é uma opção de controlo que permite à Suíça estabilizar de forma unilateral as quotas máximas

de títulos de residência, de curta e longa duração, decisão que vai afetar os cidadãos portugueses que

pretendem emigrar para a Suíça.

“Eu vejo esta posição como a maior evidência de que o mercado de trabalho está saturado porque se

não estivesse saturado a limitação das autorizações de residência não teriam sido alargadas a todos os

Estados da União Europeia”, sublinhou o deputado socialista eleito pela emigração.

Page 9: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

Segundo Paulo Pisco trata-se de uma “decisão soberana” do Estado suíço e que não é discriminatória

porque se vai aplicar a todo o espaço da União Europeia.

“Nem sequer se pode dizer que estamos perante uma situação em que o acordo de livre circulação entre a

União Europeia e a Suíça está a ser violado porque o acordo tem uma cláusula que permite às autoridades

suíças aplicar restrições quando o volume de autorizações de residência ultrapassa a média dos 10 por

cento dos últimos três anos”, explicou o deputado, alertando para as consequências da saturação do

mercado laboral.

“Todo este contexto não vem ajudar a quem não tem trabalho e não vem ajudar aqueles que lá estão

porque a Suíça é um país onde existe alguma reação xenófoba aos trabalhadores estrangeiros e, por isso,

é uma situação que tem de ser analisada e gerida com muito cuidado”, concluiu Paulo Pisco.

Fonte: http://goo.gl/Yay3E

Page 10: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

TRABALHO PRECÁRIO

Trabalho: Portugal é terceiro país da Europa com mais precários

22 por cento dos trabalhadores tem contrato a prazo

Portugal é o terceiro país da União Europeia (UE), depois da Polónia e da Espanha, que apresenta a mais

alta taxa de trabalhadores contratados a prazo, de acordo com os números avançados pelo Eurostat.

Portugal tem 22 por cento da população empregada contratada a prazo, sendo apenas ultrapassado

pela Polónia (26,5 por cento) e por Espanha (25,4 por cento), revela o gabinete de estatísticas europeu.

A média de trabalhadores com contratos a prazo (com mais de 15 anos) na União Europeia é de 13,5

por cento, enquanto na Zona Euro é de 15,2 por cento, acrescenta o relatório do Eurostat, Labour Force

Survey, que se baseia em dados de 2009.

Em 2009, a taxa de emprego em Portugal foi de 66,3 por cento, acima da média da UE (64,6 por cento)

e da Zona Euro (de 64,7 por cento).

Portugal abaixo da média em trabalhadores «part-time».

O relatório analisa ainda para cada país a percentagem de trabalhadores a «part-time» (tempo parcial)

existente no respetivo mercado de trabalho.

Em Portugal, essa percentagem é de 8,4 por cento, um valor bastante abaixo da média da UE (18,1 por

cento) e da Zona Euro (19,5 por cento).

Page 11: Guiões Pedagógicos "Move-te pela Mudança" - Unidade Letiva 12 - Anexo 1

A Holanda é o país da UE com a maior fatia de trabalhadores a «part-time», enquanto a Bulgária é onde

se encontram menos trabalhadores contratados neste regime.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho precário caracteriza-se por uma

combinação de diferentes factores, entre os quais, «uma duração limitada ou uma elevada probabilidade

de o trabalhador perder o emprego».

Metade das ofertas de trabalho por preencher.

Mesmo assim, e com uma taxa de desemprego nos 11%, há milhares de ofertas de trabalho por preencher:

todos os meses são criadas, em média, 11,38 mil vagas de trabalho, mas apenas 6.058 desempregados

são colocados. Ou seja, quase metade (47%) fica por preencher, revela o «Expresso».

Para os empresários a culpa é dos desempregados, já que acreditam que muitos deles preferem ganhar o

subsídio, enquanto os sindicatos apontam para as más condições de muitas destas ofertas.

No final de Outubro havia 19 mil postos de trabalho vagos, escreve o semanário.

Fonte: http://goo.gl/jmxZf