Guilherme José Purvin de Figueiredo

Religiões unifamiliares• Culto aos antepassados• Sacralidade dos cemitérios e dos marcos divisórios• Propriedade coletiva (familiar) e inalienável• Abundância de espaços a ocuparEscassez de terras férteis•“Flexibilização” dos preceitos religiosos•Enfraquecimento dos clãs •Advento do direito de propriedade (direito romano)

Direito Medieval Decadência do Império Romano• Relação de dominação e subordinação entre senhor e vassalo• Obrigações do possuidor da terra: inalienabilidade e intransmissibilidade

por sucessão

Revolução Francesa• Revolução Industrial• Produção agropastoril: lã / algodão• Movimentos sociais: Proudhon, Saint-Simon, Marx, Engels, Bakunin• Positivismo – Augusto Comte

Leon Duguit• Evolução do pensamento de Comte• Passagem pelo Sul do Brasil, Uruguai e

Argentina• Propriedade: função social• Constituição de Weimar

• Decreto-lei 25, de 30 de novembro de 1977• Art. 17: Proibida a destruição, demolição ou mutilação e a reparação ou

restauração sem prévia autorização do órgão de proteção do patrimônio cultural

• Art. 18: Efeitos no entorno do bem tombado (redução da visibilidade, poluição visual)

• Constituição de 1946• Estatuto da Terra (Lei 4.503, de 30/11/1964) – Art.2º: Função social

da propriedade: • a) favorecimento do bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que

nelas labutam, assim como de suas famílias; • b) manutenção de níveis satisfatórios de produtividade do imóvel; • c) conservação dos recursos naturais;• d) observância das disposições legais que regulam as justas relações de

trabalho entre os que a possuem e a cultivam.

• Mera referência na CF 67/EC 01/69• Redemocratização do país – CF 05/10/88

• Art. 5º, inc. XXIII – “a propriedade atenderá sua função social”• Art. 170, inc. III – A ordem econômica observará o princípio da função

social da propriedade• Art. 182, § 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando

atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

• Art. 186 – A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

• I – aproveitamento racional e adequado;• II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do

meio ambiente;• III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;• IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

• Dimensão ambiental: Estatuto da Cidade• Arts. 39 e 40: O plano diretor é o instrumento básico da política

urbana e deve assegurar o atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida.

• Art. 2º - A política urbana tem por diretrizes: I – a garantia do direito a cidades sustentáveis (v.g. saneamento ambiental); IV – planejamento do desenvolvimento de modo a evitar efeitos negativos sobre o meio ambiente; VI – ordenação do solo, de forma a evitar: g) a poluição e a degradação ambiental; VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites de sustentabilidade ambiental; XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído e do patrimônio cultural; XIV – regularização fundiária e urbanização de favelas em obediência às normas ambientais etc.

• Inclusão da área no Plano Diretor• Art. 5º - Lei municipal específica determinando parcelamento, edificação ou

utilização compulsórios do solo urbano• Art. 5º, § 2º - Notificação do proprietário e averbação da notificação no

cartório de registro de imóveis• Art. 5º, § 3º - Notificação por edital somente quando frustradas três

tentativas• Art. 5º, § 4º - Inc. I – Prazo mínimo de 1 ano, a partir da notificação, para

mero protocolo do projeto• Art. 5º, § 4º - Inc. II – Prazo mínimo de 2 anos, a partir da aprovação do

projeto, para início das obras do empreendimento• Art. 6º - IPTU progressivo no tempo: 5 anos sucessivos, não podendo ser

superior a 15% do valor venal do imóvel• Art. 8º - Desapropriação do imóvel com pagamento em títulos da dívida

pública, resgatáveis em até 10 anos, assegurado o valor real da indenização e os juros legais de 6% ao ano.

Lei n. 8.629/93 Exclusão de áreas especialmente protegidas A produtividade deve obedecer aos quatro

requisitos constitucionais.

Art. 1228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

§ 1º. O direito de propriedade deverá ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.

Art. 1° As florestas existentes no território nacional e as demais formas de vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.

§ 1o  As ações ou omissões contrárias às disposições deste Código na utilização e exploração das florestas e demais formas de vegetação são consideradas uso nocivo da propriedade, aplicando-se, para o caso, o procedimento sumário previsto no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil.

REsp 46.163-4, que teve como relator o Min. Nilson Naves (DJ de 26/9/1994) : “Direito de vizinhança. Uso nocivo da propriedade. O direito a que se refere o art. 554 do Código Civil pode, também, ser exercido pelo possuidor do prédio. Ilegitimidade da parte autora repelida. Recurso especial não conhecido”.

REsp 480.621/RJ, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJ de 12/08/2003: “PROPRIEDADE. Uso nocivo. Legitimidade passiva. A ação do proprietário pelo uso nocivo do prédio vizinho pode ser dirigida contra o dono, ainda que locada a coisa. Art. 554 do CCivil. Peculiaridades do caso. Recurso conhecido e provido.”

Constituição Federal

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

Art. 5º XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

COLANGES, Fustel de. A Cidade Antiga, 4ª Ed. São Paulo : Martins Fontes, 1998 COMPARATO, Fábio Konder. A Função Social da Propriedade dos Bens de Produção. In: Anais

do XII Congresso Nacional de Procuradores de Estado. Salvador : PGE-BA, 1986 DUGUIT, Leon. Las Transformaciones del derecho publico y privado. Buenos Aires : Editorial

Heliasta S.R.L., 1975 ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do estado, 5ª ed. Rio de

Janeiro : Civilização Brasileira, 1979 FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A Propriedade no Direito Ambiental, 4ª Ed. São Paulo :

Editora Revista dos Tribunais, 2010 FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Curso de Direito Ambiental, 3ª Ed. Curitiba : Editora

Arte & Letra, 2009 GORZ, André. O Imaterial: Conhecimento, Valor e Capital. São Paulo : Annablume, 2005 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 19ª ed. São Paulo : Malheiros,

2001 SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. Bens Culturais e Proteção Jurídica, 2ª ed. Porto

Alegre : Unidade Editorial, 1999

Guilherme José Purvin de Figueiredo

Professor nos Cursos de Pós-Graduação em Direito Ambiental da PUC-SP, PUC-Rio e PUC-PR e Professor Adjunto Doutor de Direito Ambiental nos Cursos de Graduação da Universidade São Francisco

Presidente do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública (www.ibap.org)Procurador do Estado de São PauloE-mail: gpurvin@gmail.com