guião espiritual caminho

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1 Caminhar-ME “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo… e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Pessoa)

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Guião Espiritual para o Caminho de Santiago - 6 dias

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  • 1

    Caminhar-ME

    H um tempo em que preciso abandonar as roupas usadas, que j tm a forma do nosso corpo

    e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. o tempo da travessia:

    e, se no ousarmos faz-la, teremos ficado, para sempre, margem de ns mesmos.

    (Fernando Pessoa)

  • 2

    O Corao do Alfaiate

    Dia 1: Eu sou o meu tempo

    O velho alfaiate tinha dedicado toda a sua vida a coser fatos e vestidos luxuosos para os senhores e as senhoras

    do palcio. Mas, apesar de as suas mos terem costurado as peas mais bonitas do reino, nunca havia posto nelas

    o seu corao. Depois de uma vida inteira a coser, o velho alfaiate sentia um vazio imenso. Precisava de mudar de

    ares. Sentir que dentro do seu peito um msculo fazia pum-pum. Ao amanhecer, enquanto o palcio dormia depois

    de uma noite de festa, abandonou a sua casa sem olhar para trs. Como nica bagagem escolheu o cofre onde

    guardava os seus instrumentos de trabalho: carrinhos de linhas, um retalho de tecido, um pedao de couro, agulhas

    de vrios tamanhos e a sua velha tesoura.

    Retalhos Orientadores para um Corao que quer Refletir

    - O alfaiate, apesar de ser grandioso nas suas obras, nunca ps em cada uma delas o seu corao, o seu amor, o seu todo. E por isso, nele, existia um

    grande vazio. Tal como tu, ele decidiu partir para longelonge do conforto, do previsvel, da rotinalonge do conhecidolonge com o objectivo de ouvir

    o seu ntimo e encher o vazio que existia no seu corao. E tu? Porque deixaste o teu castelo? O que te fez partir? Como foi o teu caminhar ao longo

    deste ano? Como te construste? (Que tipo de pensamentos/sentimentos predominaram em ti? Que acontecimentos, relaes, viagens te marcaram? O

    que te fez crescer? Puseste o teu corao e o teu todo nas obras que fizeste ao longo deste ano?

  • 3

    - Conhecermo-nos tomarmos conscincia dos tempos que existem em ns, mesmo no seu contraste. Tempo com a famlia, tempo com os amigos, tempo

    de festas e de desiluses, tempo de felicidade, tempo de estudo e tempo de orao. Tempo que nos falam das memrias passadas, longnquas e

    prximastempo presente! s vezes desejvamos parar o tempo, outras vezes sentimos vontade de o acelerar.

    Como geriste o teu tempo? Atropelaste-te na quantidade de coisas que tiveste para fazer? Ou viveste com inteireza e plenitude o que fizeste?

    Pede ao senhor dos tempos o dom da inteireza e do amor.

    Para tudo h um momento e um tempo para cada coisa que se deseja debaixo do cu.

    Tempo para nascer e tempo para morrer;

    Tempo para plantar e tempo para se arrancar o que se plantou;

    Tempo para matar e tempo para curar;

    Tempo para destruir e tempo para edificar;

    Tempo para chorar e tempo para rir;

    Tempo para se lamentar e tempo para danar;

    Tempo para atirar pedras e tempo para as juntar;

    Tempo para abraar e tempo para evitar o abrao;

    Tempo para procurar e tempo para perder;

    Tempo para guardar e tempo para deitar fora;

    Tempo para rasgar e tempo para coser;

    Tempo para calar e tempo para falar,

    Tempo para amar e tempo para odiar;

    Tempo para a guerra e tempo para a paz. (Eclesiastes, 3)

  • 4

    Linhas que Escrevo do Corao

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  • 5

    Dia 2: Eu sou o que sinto

    Caminhou durante dois dias em direo a noroeste, at que chegou a uma aldeia situada numa plancie

    rida. No havia rio nem fontes, mas os habitantes ofereceram-lhe gua em abundncia para matar a sua

    sede. Entre gole e gole, o velho alfaiate perguntava-se onde que aquela gente iria buscar a gua. Na

    manh seguinte, a sua curiosidade foi satisfeita. Todos os dias, antes de amanhecer, mulheres, meninas

    e meninos caminhavam descalos durante vrias horas at nascente mais prxima. Ali enchiam baldes e

    jarros. O caminho de regresso, sob o sol do meio-dia, era longo e difcil. Os que o percorriam, ficavam com os

    ps magoados. O sofrimento daquela gente fez palpitar o corao do alfaiate. Tinha chegado o momento de voltar a trabalhar.

    Retirou do cofre a sua tesoura, uma agulha, o pedao de couro e um carrinho de linha, e coseu sem descanso durante toda a noite.

    Ao amanhecer, uns reluzentes mocassins esperavam junto cama de cada menina, de cada menino e de cada mulher.

    Havia at um par para o passarinho que, com o seu piar, alegrava os que caminhavam at nascente.

    Satisfeito, o alfaiate decidiu continuar a sua viagem.

    Antes de partir, atou a ponta do carrinho de linha a uma pedra e foi soltando o fio medida que se afastava. Se um dia decidisse voltar, o fio

    indicar-lhe-ia o caminho.

  • 6

    Retalhos Orientadores para um Corao que quer Refletir

    - O alfaiate comoveu-se com o sofrimento daquelas pessoas e o seu corao palpitou. Este sentir do alfaiate f-lo trabalhar de uma outra forma, com

    gratuitidade, inteireza e amor.

    Cada pessoa tem uma sensibilidade sensibilidade individual que a torna nica e especial. Sendo por isso fulcral conseguirmos identificar e relacionar o

    que sentimos. Conhecer o meu mundo emocional permite-me encontrar e confirmar a minha maneira de estar no mundo. atravs da forma que identifico

    e relaciono os meus sentimentos que percebo qual a importncia que as coisas e as pessoas tm para mim. Na ausncia dessa informao, como

    tentar resolver um problema sem ter os dados na mo, sem saber o que se passa comigo, sem me conseguir situar. Se no me consigo orientar, a dada

    altura, no sei quais so os meus laos. E se no conheo os laos que me ligam, fica aberta a porta para no saber quem sou. (Alberto Brito sj)

    - O que conheo do meu mundo emocional? Consigo identificar e admitir todos os meus sentimentos com clareza: a coragem e a vergonha, a saudade e o

    amor, a angstia e o medo, o cime e a vergonha? O que fao com os meus sentimentos? Reprimo-os, ignoro-os e desprezo-os, percorrendo com isso um

    caminho que me desgasta e atormenta? Ou admito-os, relacionando-os e relativizando-os, com liberdade interior? Eu penso sobre mim prprio, estou

    aberto a mim prprio e ao conhecimento do meu eu?

    - O sentir no depende do querer, nem depende do dever. No sentimos aquilo que devemos, nem o que queremos. Os sentimentos no so bons nem

    maus. Os sentimentos so um sinal, do-nos uma informao preciosa: fala-nos da importncia que os acontecimentos ou as pessoas tm para ns! O

    bem ou o mal moral s aparece naquilo que depende da prpria liberdade humana.

    No relacionamento interpessoal, a linguagem mais importante a que se emite atravs dos sentimentos. precisamente este plano que ignoramos com

    frequncia. Ao chamar os sentimentos pelo seu nome, torna-nos possvel aprender a conviver com eles, a relacion-los, a relativiza-los.

    Tal como o alfaite se compadeceu com o sofrimento daquelas pessoas, Jesus tambm se compadece com o nosso sentir mais profundo. Olha de frente

    para ELE e entrega-lhe todos os teus sentimentos com verdade interior.

  • 7

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    Linhas que Escrevo do Corao

  • 8

    Dia 3: Eu sou a minha coerncia

    Depois de trs dias de viagem em direco a sudoeste, chegou a uma aldeia na margem de um grande rio. Uma terrvel

    ameaa preocupava os habitantes. As chuvas no tardariam a chegar. O rio galgaria as margens. sua passagem levaria

    as casas, as colheitase at o porquinho do Avelino! O velho alfaiate ps mos obra. Escolheu uma agulha grossa e

    uma linha resistente. Durante horas coseu e recoseu as margens do rio, at ter a certeza de que no deixariam

    escapar nem uma gota de gua. E como lhe sobrou tempo e quase metade do carrinho de linha, tricotou com uma

    agulha uma linda ponte suspensa. Sob o cu vermelho do entardecer, o alfaiate retomou a sua viagem. Antes de partir atou a

    ponta do carrinho de linha a um choupo, e foi soltando o fio medida que se afastava. Se um dia decidisse regressar, o fio

    indicar-lhe-ia o caminho.

    Seguindo um caminho em direo a sueste, o alfaiate chegou a uma aldeia habitada por meia dzia de pessoas. Poucas e aflitas.

    Uma mulher convidou-o para jantar. Enquanto comiam, explicou-lhe o motivo de tanta aflio: quase todos os habitantes da aldeia

    tinham ido para a guerra. O velho corao do alfaiate bateu com raiva. Levantou-se da mesa e dirigiu-se para o lugar da contenda.

    Era noite cerrada. Os soldados de ambos os exrcitos dormiam. O alfaiate tirou do cofre um carrinho de linha metlica e uma

    agulha muito resistente. Em seguida coseu a boca de todas as pistolas, de todos os rifles, de todos os canhes e de cada um dos

    generais. Na manh seguinte, no houve o retumbar dos tambores, nem se ouviram disparos; ningum gritou: AO ATAQUE! E quem

    tentou gritar, apenas conseguiu dizer: Ai, oi, ui!

    Contente e em paz, o alfaiate continuou a sua viagem, depois de atar a ponta do carrinho de linha mesa onde jantara. medida que se afastava foi

    soltando o fio. Se um dia decidisse regressar, o fio indicar-lhe-ia o caminho.

  • 9

    Retalhos Orientadores para um Corao que quer Refletir

    - O alfaiate no caminho que faz sente-se contente e em paz, porque em todos os seus gestos e atitudes existe coerncia. Ser coerente ser aberto para a

    realidade, deixar-se desafiar pela vida. agir e pensar no mesmo sentido, com conscincia, nos vrios contextos em que nos inserimos, com as mais

    diversas pessoas, nos mais distintos lugares. (Alberto Brito sj) E tu? s coerente nos vrios contextos que te envolvem? Ou somente naqueles que te

    convm?

    - Pode um cego guiar a outro cego? No cairo os dois nalguma cova? No est o discpulo acima do Mestre, mas o discpulo bem formado ser como o

    Mestre. Porque vs o argueiro que est no olho do teu irmo e no reparas na trave que est no teu olho? Como podes dizer ao teu irmo: Irmo, deixa-me

    tirar o argueiro do teu olho, tu que no vs a trave que est no teu? Hipcrita, tira primeiro a trave do teu olho, e ento vers para tirar o argueiro do olho do

    teu irmo. No h rvore boa que d mau fruto, nem rvore m que d bom fruto. (Lucas 7, 36 - 44).

    Linhas que Escrevo do Corao

  • 10

    Dia 4: Eu sou a minha misso

    Aps mais algumas jornadas de viagem, o velho alfaiate sentia-se cansado. Ao longe no horizonte, a nordeste, conseguiu distinguir uma aldeia de

    comerciantes. Os seus habitantes partiam todos os dias para mercados longnquos. Poucos regressavam. As noites eram to escuras que, aqueles

    que no aproveitavam a ltima luz da tarde para regressar, perdiam-se no bosque. A noite comeava a cair, e se ningum fizesse nada, a escurido

    tragaria os cinco jovens que tinham partido de madrugada com alhos e gatos, para fazer negcio com um famoso restaurante especializado em

    coelho com alho.

    O corao do alfaiate bateu com desassossego. Tirou do seu cofre um retalho dourado e recortou milhares de estrelas. Depois subiu ao campanrio

    e, com uma linha de ouro, coseu-as ao cu da noite. As estrelas indicavam o caminho de casa aos cinco jovens perdidos. Ao amanhecer, o alfaiate

    atou o carrinho de linha dourada a um sino da igreja e foi soltando o fio medida que se afastava. Se um decidisse regressar, o fio indicar-lhe-ia o

    caminho.

  • 11

    Retalhos Orientadores para um Corao que quer Refletir

    - incrvel como o alfaiate, em todos os caminhos que percorre, consegue pr os seus talentos a render, olhando, compreendo e agindo para ajudar o outro. Os

    talentos tornam-nos mais eficientes no que fazemos e levam-nos a identificar a nossa misso. Ser cristo partilhar a misso de Cristo, num caminho pessoal.

    - Se pudssemos descobrir a aspirao mais profunda do nosso corao, descobriramos que essa aspirao est em sintonia com a vontade de Deus. (Gerard

    Hughes). Deus tem uma misso importante e intransmissvel para cada um de ns: a felicidade plena! Para isso Ele d-nos as ferramentas mais adequadas, o

    tempo, os talentos, a liberdade para os gerir e uma presena permanente que no se apaga, no esvanece, no se cala Eu estou aqui! J alguma vez pensaste

    nos teus talentos? E a tua misso qual ? No silncio do teu ntimo reza ao Esprito Santo e descobre a tua misso, o caminho da fecundidade e da felicidade.

    Confia-lhe TUDO o que s.

    Orao ao Esprito Santo

    Esprito Santo. Tu s a alma da minha alma

    Cheio de humildade eu Te adoro.

    Ilumina-me, fortifica-me, guia-me e consola-me.

    Revela-me, tanto quanto corresponde ao plano do Pai Eterno,

    Revela-me os teus desejos.

    Faz-me entender o que devo fazer. Faz-me entender o que devo sofrer.

    Faz-me entender o que em silncio,

    Com modstia e reflexo, devo aceitar, carregar e suportar.

    Sim, Esprito Santo, faz-me entender a Tua vontade e a vontade do Pai.

    Pois a minha vida inteira no quer ser seno um contnuo e perptuo SIM

    Aos desejos e ao querer do Pai Eterno.

    Amn

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    Linhas que Escrevo do Corao

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    Dia 5: Eu sou os encontros de beleza que tenho com Deus

    O alfaiate continuou a viagem em direco a nordeste.

    Os dias eram mais frios.

    O terreno enrugava-se.

    Chegou a uma aldeia construda sobre uma lomba.

    O vento soprava com fora. Dezenas de crianas aproximaram-se do viajante. Uma disse-lhe:

    - Estamos tristes. O vento roubou-nos os brinquedos

    O velho alfaiate soube imediatamente o que fazer.

    Com tecidos e linhas de vrias cores, coseu muitos papagaios, e at as asas rasgadas de uma borboleta ferida.

    E o vento fez voar os papagaios, que, danando no cu, acabaram com a tristeza das crianas.

    O velho alfaiate atou a um cata-vento a linha multicolor e afastou-se da aldeia sob um luminoso arco-ris.

    Se um dia decidisse regressar, o fio indicar-lhe-ia o caminho.

    Retalhos Orientadores para um Corao que quer Refletir

    - Esta imagem das crianas a brincarem com papagaios multicolores que voam no ar, transmite-nos magia, encanto e beleza. E o vento fez voar os papagaios,

    que, danando no cu, acabaram com a tristeza das crianas. assim que este Deus universal se apresenta a todos, com ternura e encantamento, perante a

    humanidade. Muitos so os dias em que vivemos sem contemplar o sol que quando nasce, nasce para todos, num espectculo fascinante de cores. Muitos so os

    dias em que vivemos sem contemplar a brisa, as estrelas e a noite, a natureza e as coincidncias ou deuscendncias do dia-a-dia. Quando se cr em Deus

    no existe quotidiano sem milagres. (Nikos Kzantzakis). Consegues olh-LO? Senti-LO? Toc-LO? Consegues encontrar a sua beleza? Como vs Deus nos teus

    dias? Olha para ti e para o que te rodeia e contempla este Deus de beleza nas pequenas coisas que te envolvem e te constituem.

  • 14

    Deus de beleza

    Lembro-me de Ti

    Quando vejo estrelas

    Quando o sol brilha no mar.

    Meu Deus de beleza,

    Da noite e da luz

    Quando tenho a certeza

    De que tudo me seduz.

    S preciso saber ver,

    Bem para l do meu olhar,

    Para saber que Tu ests

    Sempre que eu me consigo dar.

    - Jesus, como homem, mostrou-se sempre ternurento com a humanidade. Mesmo numa situao de extremo sofrimento humano quando se encontrava na cruz

    no deixou de projectar toda a sua ternura para com a prpria me quando, tambm num gesto de consolo lhe indica o discpulo Joo como o seu substituto.

    Junto da cruz ao ver Sua me e junto dela, o discpulo que Ele amava, Jesus disse a Sua me: Mulher, eis a o teu filho. Depois disse ao discpulo: Eis a a tua

    me. (Joo 19, 25 - 27). A ternura tornam-nos mais prximo dos outros.

    Como tens expressado a tua ternura e a tua afetividade para com o outro?

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    Linhas que Escrevo do Corao

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