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GUIA PARA PROJETOS DE ARQUITETURA DE MUSEUS Ministério do Turismo Instituto Brasileiro de Museus

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Page 1: GUIA PARA PROJETOS DE ARQUITETURA DE MUSEUS · ARQUITETURA DE MUSEUS 1. INTRODUÇÃO O presente documento destina-se a orientar o planejamento para a construção, adaptação, reforma

GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA DE

MUSEUS

Ministério do Turismo

Instituto Brasileiro de Museus

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA DE

MUSEUS

Ministério do Turismo

Instituto Brasileiro de Museus

Ministério do Turismo

Instituto Brasileiro de Museus

Departamento de Processos Museais

Coordenação de Espaços Museais e Arquitetura

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PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Jair Messias Bolsonaro

MINISTRO DO TURISMO

Marcelo Álvaro Antônio

PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Pedro Machado Mastrobuono

DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE PROCESSOS MUSEAIS

Carolina Vasconcelos Vilas Boas

DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE DIFUSÃO, FOMENTO E ECONOMIA

DOS MUSEUS

Eneida Braga Rocha de Lemos

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO INTERNA

Dênio Menezes da Silva

COORDENADOR GERAL DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO MUSEAL

Alexandre Cesar Avelino Feitosa

ORGANIZAÇÃO

Coordenação de Espaços Museais e Arquitetura

COORDENADORA

Rafaela Alves Felício

ASSISTENTE

Marcos Calebe Passos Borges Barcellos

TÉCNICA EM ASSUNTOS CULTURAIS – ARQUITETURA

Dianna Izaias Amaral

ESTAGIÁRIO

George Lucas Pereira Brandão

APOIO ADMINISTRATIVO

Marinei Nascimento Aires

PROJETO GRÁFICO

Rafaela Alves Felício

REVISÃO

Marcos Calebe Passos Borges Barcellos

AGRADECIMENTOS

Ana Cecília Lima Sant’Ana

Renata Carleial de Casimiro Otto

Flávia Pedrosa Pereira

Luciana de Oliveira Coelho Albuquerque

Violeta Pires Vilas Boas

Léa Therezinha Alves de Carvalho

Eneida Carvalho Ferraz Cruz

Claudia Maria Pinheiro Storino

Newton Fabiano Soares

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS

Coordenação de Espaços Museais e Arquitetura -

Cema

SBN, quadra 2, lote 8, bloco N, Edifício CNC III

Brasília – DF – CEP 70040-020

www.museus.gov.br

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APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 5

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 6

2. ARQUITETURA DE MUSEUS ....................................................................... 7

2.1. PROGRAMA ARQUITETÔNICO-URBANÍSTICO ........................................................... 8

3. EDIFÍCIOS DE MUSEUS ............................................................................... 9

3.1. MUSEUS EM EDIFÍCIOS NOVOS ............................................................................ 10

3.2. MUSEUS EM EDIFÍCIOS ADAPTADOS ...................................................................... 11

4. PROJETOS ................................................................................................ 13

4.1. PREMISSAS TÉCNICAS ........................................................................................ 13

4.2. ETAPAS DE PROJETO DE EDIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES ............................................... 16

4.2.1. ETAPAS PRELIMINARES ...................................................................................... 18

4.2.2. ETAPAS DE PROJETO .......................................................................................... 21

5. PROJETOS COMPLEMENTARES ............................................................... 29

5.1. PROJETO DE FUNDAÇÕES E ESTRUTURAL ............................................................. 30

5.2. PROJETOS DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS ................................................... 30

5.3. PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E ELETRÔNICAS ........................................... 31

5.4. PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO .................................................. 32

5.5. PROJETO DE INSTALAÇÕES MECÂNICAS ................................................................. 33

5.6. PROJETO DE VENTILAÇÃO, EXAUSTÃO E CLIMATIZAÇÃO ........................................... 33

5.7. PROJETO LUMINOTÉCNICO ................................................................................. 34

5.8. PROJETO PAISAGÍSTICO ...................................................................................... 34

5.9. PROJETO DE COMUNICAÇÃO VISUAL PARA EDIFICAÇÃO ........................................... 35

5.10. ACESSIBILIDADE CULTURAL ................................................................................ 35

5.11. PROJETO DE EXPOSIÇÃO .................................................................................... 36

6. APRESENTAÇÃO GRÁFICA ......................................................................... 37

6.1. PEÇAS GRÁFICAS ............................................................................................... 37

6.2. TEXTOS ........................................................................................................... 38

6.3. RECURSOS VISUAIS .......................................................................................... 39

6.4. CUSTOS .......................................................................................................... 39

7. APROVAÇÃO EM ÓRGÃOS ....................................................................... 40

8. COORDENAÇÃO E RESPONSABILIDADES .................................................. 41

8.1. REGISTRO PROFISSIONAL ................................................................................... 41

8.2. RESPONSABILIDADE TÉCNICA .............................................................................. 41

9. FORMAS DE CONTRATAÇÃO DOS PROJETOS E SERVIÇOS ........................ 43

9.1. CONTRATANTE PRIVADO .................................................................................... 43

9.2. CONTRATANTE PÚBLICO ..................................................................................... 43

9.3. CONCURSOS .................................................................................................... 45

10. NORMATIVA ............................................................................................ 46

11. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 47

SUMÁRIO

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

APRESENTAÇÃO

Os museus desempenham um importante papel na preservação e na proteção

das memórias, seja pelo fortalecimento dos laços culturais que caracterizam os

grupos sociais, seja pela disseminação de conhecimento e cultura. Pouco mais

de dez anos após a criação do Instituto Brasileiro de Museu - Ibram, o campo

museal brasileiro se fortaleceu com a expansão conceitual do fazer museológico

e com a consolidação de uma legislação própria e inédita no país. Este Instituto

tem como uma de suas principais atribuições a busca constante por melhorias

dos serviços do setor, bem como o dever de incentivar o planejamento, difundir

conhecimentos, ampliar o acesso, propor ações de educação e comunicação,

fomentar políticas de aquisição e de preservação de acervos, entre outras.

Como forma de contribuição no campo da arquitetura de museus, esta

publicação apresenta o resultado das reflexões e do acúmulo de experiências do

Departamento de Processos Museais e da Coordenação de Espaços Museais e

Arquitetura sobre planejamento e contratação de novas construções,

adaptações, reformas e restauros de museus. Neste Guia buscou-se contemplar

os aspectos teóricos e técnicos da arquitetura de museus, possibilitando assim

a qualificação das propostas de intervenção nos edifícios, tendo como principal

elemento a função museológica desses espaços e sua integração com os

planejamentos institucionais, em especial, o Plano Museológico.

A ideia é abrir um diálogo ampliado com o campo e ampliar caminhos para novos

estudos e aprofundamentos sobre a temática.

Tenha uma boa leitura!

Pedro Machado Mastrobuono

Presidente do instituto brasileiro de museus

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

1. INTRODUÇÃO O presente documento destina-se a orientar o planejamento para a construção,

adaptação, reforma e restauro de museus por meio da elaboração de projetos

que se destinam a sua edificação e suas instalações. Essas recomendações

contemplam aspectos teóricos e técnicos da arquitetura de museus,

possibilitando assim a qualificação das propostas de intervenção nos edifícios

em questão.

Conduzir adequadamente a elaboração do projeto arquitetônico para um museu

apresenta-se como um grande desafio para os profissionais envolvidos no

processo. Um bom projeto arquitetônico, além de propor soluções espaciais

para as funções básicas das instituições, como pesquisa, comunicação,

educação e preservação, deve também equacionar questões específicas do

contexto, do plano museológico, dos públicos e dos acervos.

Este documento foi preparado com o objetivo de atender aos profissionais de

museus e busca apresentar e sistematizar procedimentos na elaboração de

projetos de arquitetura e complementares, contribuindo, assim, com todos os

agentes envolvidos nas ações, possibilitando atingir níveis de qualidade

progressivamente maiores nas obras de museus. Trata-se de um documento

baseado na experiência desta Coordenação, de seus técnicos, além de manuais

produzidos por órgãos ligados a projetos e a preservação do patrimônio cultural.

Este guia é, portanto, a consolidação dessas informações, passível de contínuo

aprimoramento, devendo ser adaptado ao contexto e as realidades de cada

instituição. Espera-se ainda que abranja a totalidade dos museus brasileiros,

cumprindo assim uma das funções deste Instituto na elaboração de políticas

públicas. Contamos com a colaboração dos museus, portanto, na tentativa de

ampliar e disseminar essas práticas e procedimentos.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

2. ARQUITETURA DE MUSEUS Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins

lucrativos que conservam, investigam, comunicam, interpretam e

expõem, para fins de preservação, estudo, pesquisa, educação,

contemplação e turismo, conjuntos e coleções de valor histórico,

artístico, científico, técnico ou de qualquer outra natureza cultural,

abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento.

(BRASIL, 2009)

A arquitetura de museus consiste na sistematização do conjunto de

necessidades funcionais e sociais de um museu no espaço, prevendo-se, no

mínimo, os trabalhos relacionados à conservação, pesquisa, educação e

comunicação.

A arquitetura (museal) define-se como a arte de conceber, de projetar e de

construir um espaço destinado a abrigar as funções específicas de um museu e,

mais particularmente, as de uma exposição, da conservação preventiva e ativa,

do estudo, da gestão e do acolhimento de visitantes. (DESVALLÉES; MAIRESSE,

2010, p. 29)

A conceituação dos espaços museológicos é essencial na compreensão das suas

dimensões institucional e arquitetônica e onde elas se interseccionam, sendo o

estudo da arquitetura de museus essencial na materialização ou compreensão

desses espaços, do acervo, da exposição, dos programas educativos e dos

diversos públicos.

A partir do planejamento institucional do museu, sistematizadas suas ações

administrativas, técnicas e políticas tanto no âmbito interno, quanto na sua

atuação externa, é possível caracterizar os espaços e instalações adequadas ao

cumprimento de suas funções, ao bem-estar e ao acesso universal dos usuários,

trabalhadores, prestadores de serviços e demais colaboradores do museu,

envolvendo, ainda, os critérios de conforto ambiental, circulação, identidade

visual, possibilidades de expansão e linguagem expográfica.

E para adequar o museu às demandas contemporâneas, esse conjunto de

necessidades deve estar descrito no programa arquitetônico-urbanístico do

plano museológico da unidade.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

O Plano Museológico é o principal instrumento para a compreensão das

funções dos museus. Por meio do planejamento institucional, é possível

definir prioridades, indicar os caminhos a serem tomados, acompanhar

as ações e avaliar o cumprimento dos objetivos. (...) (INSTITUTO

BRASILEIRO DE MUSEUS, 2016, p. 4)

2.1. Programa arquitetônico-urbanístico O Programa Arquitetônico-Urbanístico de um museu deve contar com um

diagnóstico, com referência em fatores externos e internos, que possibilitarão o

planejamento das ações necessárias para o museu, por meio de projetos, com

objetivo, descrição das atividades, justificativa, metodologia, cronograma de

execução, orçamento e medidas de avaliação dentre outros.

Na publicação Subsídios para a elaboração de planos museológicos (2016) é

proposta metodologia para elaboração desse plano, na qual é estabelecido um

paralelo com as etapas de preliminares de elaboração de projeto estabelecida

pelo Conselho de Arquitetura em sua publicação MÓDULO I – Remuneração do

Projeto Arquitetônico de Edificações (2013). Propõem-se, após o diagnóstico da

situação, a elaboração de um programa de necessidades simplificado, seguido

de um estudo de viabilidade, específicos para o programa.

Com esses produtos, ficam claros os limites e as possibilidades da instituição,

permitindo a identificação das intervenções necessárias, dos projetos a serem

desenvolvidos e de suas prioridades. Aqui estarão listados os projetos

relacionados à arquitetura de museu.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

3. EDIFÍCIOS DE MUSEUS Os edifícios de museus sofreram profundas alterações ao longo do tempo, tanto

devido aos percursos formais da arquitetura quanto pelas transformações dos

propósitos dos museus em relação aos bens musealizados e aos visitantes.

Atualmente, um projeto para museu deve prever mais do que espaços

adequados para conservar e expor seus acervos, deve pensar além do

compromisso histórico de salvaguarda, deve comunicar discutir e propor meios

de sua apropriação por diversos públicos.

Além disso, o potencial da arquitetura de museus é um dos elementos capazes

de aumentar a visitação das instituições, atribuir notoriedade para as cidades

que as abrigam, criar novas centralidades e incentivar transformações urbanas.

Nesse caso, a arquitetura passa a ser parte do objeto de interesse de visita,

funcionando de certa forma como acervo para o público.

Independentemente da tipologia arquitetônica adotada, ampliação,

restauração, adaptação ou nova construção, as demandas museológicas

contemporâneas trazem para o programa constantes atualizações, novas

dinâmicas de circulação da arte, novos suportes expositivos, pesquisas e

produções, além das políticas de divulgação e marketing institucional. Uma nova

rede de finalidades, tarefas e relações na complexidade desse novo museu.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

3.1. Museus em edifícios novos Dentre as muitas discussões sobre os museus contemporâneos, destacam-se a

valorização formal de seus edifícios e das novas práticas expositivas.

A singularidade dos edifícios de novos museus é uma das estratégias de

divulgação das instituições. A ênfase atribuída os seus edifícios reforça

sua dimensão icônica e a cooperação entre o patrimônio edificado e o

discurso museológico define um cenário no qual a arquitetura de

museus torna-se um meio comunicativo entre as instituições, os

públicos e as cidades. (AMARAL, 2014, p. 15)

Observados do ponto da arquitetura, os edifícios de museus projetados

conferem visibilidade às pesquisas conceituais e formais, constituindo-se lugares

de cruzamento prático entre as questões atuais da museologia, museografia e

da própria arte, refletidas em tipologias diferentes de espaços e edificações em

consonância com o programa concebido.

Segundo Barranha (2003), os edifícios de museus contemporâneos

costumam funcionar como polos dinamizadores da vida cultural e

turística das cidades. (...) A autora afirma que o protagonismo

arquitetônico não implica na desvalorização das exposições, pois ele

funcionaria como um fator suplementar na captação de públicos e na

divulgação das demais atividades promovidas pelas instituições.

(AMARAL, 2014, p. 37)

Nesse sentido, a estrutura do edifício do museu e os seus espaços contribuem

para a imagem da instituição e, consequentemente, para a impressão e para a

resposta do público. Por outro lado, segundo Amaral (2014), a percepção da

arquitetura do museu pelos visitantes não se limita ao interior dos espaços

museológicos e conteúdos expositivos, partindo antes de uma perspectiva

urbana, visto que, tal como outros equipamentos culturais, os museus tendem

a assumir uma posição de destaque na malha urbana e como estratégia de

requalificação nas cidades.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

3.2. Museus em edifícios adaptados A Arquitetura como disciplina teórica engloba referências projetuais que oscilam

entre a criação e a adaptação de edificações como plano alternativo ao cenário

concebido. Segundo Felício (2011), para atender ao novo uso museológico, esse

denominado “projeto de atualização”, apresenta práticas distintas dentro da

construção civil, tais como reforma, retrofit ou restauração.

A indiscriminada e acelerada especulação sobre os bens edificados deve ser

disciplinada através da destinação das edificações a novos usos que apresentem

uma função útil a sociedade e, por isso, sobrevivam ao mercado imobiliário.

Nesse sentido, a readequação de uso como simples ato comprovaria a

sustentabilidade arquitetônica, através do reaproveitamento do sistema

construtivo, materiais e reinvenção do uso.

A função original das edificações ocupadas pelos museus foi investigada

com o objetivo de verificar se o núcleo principal de cada instituição havia

sido projetado arquitetonicamente para a função museológica ou se

houve adaptação posterior. O resultado revela que 17,1% das estruturas

das instituições cadastradas foram originalmente construídas para

abrigar museus e que a maior parte das edificações foi adaptada para

funcionar como museu (Gráfico 28). (INSTITUTO BRASILEIRO DE

MUSEUS, 2011, p. 99 e 100)

Esse dado é importante na compreensão de que a maior parte dos museus

brasileiros está instalada em edifícios cujo uso original foi diverso ao

museológico. O número obtido comprova a demanda gerada pela elaboração

de projetos que sirvam efetivamente ao uso museológico proposto.

Ainda segundo a publicação Museus em Números (2011), do universo dos

museus brasileiros 28,8% estão instalados em edifícios tombados, a nível federal,

estadual ou municipal. Recupera-se aqui a valorização do patrimônio histórico

edificado, através de características que podem estar ligadas ao seu valor

hedônico, com valorização da composição arquitetônica originalmente

concebida, além de funcionar como testemunho físico da memória de um povo

tendo o uso museológico na complementação desse propósito. O valor

cultural é alcançado pela reinserção dessas edificações no contexto atual,

valorizando-as por sua importância histórica e integrando a sociedade neste

processo.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

A utilização de projetos para museus como âncoras de revitalizações urbanas e

sua interface no campo da arquitetura, está presente por meio de novos

museus, como já descrito, mas também em museus adaptados, seja na reforma,

restauração ou como uma constante nas ampliações de museus localizados em

edifícios emblemáticos da arquitetura.

Para todos esses casos, questões de segurança, conservação, conforto e

exposição necessitam ser bem resolvidas para o funcionamento adequado de

uma instituição museológica em um edifício pré-existente.

Ao longo desse documento, além das descrições de etapas de projeto, que se

aplicam aos museus novos e adaptados, para os casos dos museus localizados

em imóveis históricos e tombados são acrescentadas etapas adicionais,

demarcadas de modo específico, a ser contemplado quando realização a

contratação do projeto.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

4. PROJETOS O projeto dentro da arquitetura é o elemento que sintetiza e materializa todas

as necessidades e possibilidades de uma obra ou instalação, a ser realizada por

meio de princípios técnicos e científicos, visando à consecução de um objetivo e

adequando-se aos recursos disponíveis e às alternativas que conduzem à

viabilidade de sua execução.

57. (...) As atribuições profissionais são justificadamente mais amplas,

englobando a consultoria e a construção, mas o projeto é o elemento

agregador das diversas possibilidades da ação arquitetônica. Ele tem o

atributo central de conter a intenção que promove a forma. Já o

processo de projeto – a projetação – compõe a intenção, dá-lhe

conteúdo, e corresponde à distância entre o desejo e a elaboração da

forma. O projeto configura o desejo na forma. (CONSELHO DE

ARQUITETURA E URBANISMO, 2013, p. 16)

A arquitetura de museu adquire então o papel de coordenar os demais projetos,

avaliando se os diferentes desenhos são compatíveis entre si, ou seja, se todos

estão em concordância espacial, estética e funcional e se estão em sinergia em

seu conjunto.

4.1. Premissas técnicas Durante as etapas preliminares e etapas de projeto, todos os estudos deverão

ser desenvolvidos de forma harmônica e consistente, observando a

compatibilização entre os elementos dos diversos sistemas da edificação, e

atendendo às seguintes diretrizes gerais de projeto:

Os elementos produzidos, estudos e projetos, deverão viabilizar o

entendimento do objeto projetado de maneira integrada.

Apreender as aspirações do Museu em relação ao projeto, considerando seu

plano museológico, diagnósticos, programas e projetos a ele pertinentes.

Considerar o clima e o microclima da área de influência do Museu, assim

como a população e a região a serem beneficiadas, com vistas a proporcionar

conforto térmico, acústico e luminoso aos usuários da edificação.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

Adotar soluções que ofereçam facilidade de operação e de manutenção dos

diversos componentes e sistemas da edificação.

Adotar soluções técnicas que considerem as disponibilidades econômicas e

financeiras para o funcionamento do Museu.

Adotar, quando possível, estratégias de sustentabilidade ambiental aplicada

às edificações, como o aproveitamento de água de chuvas, o reuso de águas

cinza (provenientes de chuveiros, pias e lavatório de banheiro), o tratamento

local de águas negras (provenientes do vaso sanitário e das pias de cozinha),

o paisagismo produtivo com utilização de espécies nativas, o uso de fontes

alternativas de energia, a coleta seletiva de lixo, a compostagem de resíduos

orgânicos. Observar o programa socioambiental do Museu.

Adotar sempre que possíveis soluções arquitetônicas e ações de incentivo à

conservação e ao uso eficiente dos recursos energéticos nas edificações,

promovendo a racionalização do consumo de energia elétrica, combatendo

o desperdício e reduzindo os custos e os investimentos setoriais,

aumentando ainda a eficiência energética.

Adotar soluções técnicas que ofereçam segurança aos funcionários e

usuários e proteção contra roubos, furtos e vandalismo. Observar o

programa de segurança e Gestão de Riscos do Museu.

Levar em consideração no dimensionamento das esquadrias (janelas e

portas) a dimensão dos equipamentos e móveis dos ambientes, de forma a

evitar retrabalhos.

Projetar com respeito às legislações e princípios da acessibilidade cultural,

analisando possibilidade e condições de alcance para utilização, segurança e

autonomia, de espaços, mobiliários, informação e comunicação.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

MU

SEU

EM

BE

M T

OM

BA

DO

Quando o museu estiver instalado em bens imóveis protegidos por

tombamento, alguns aspectos adicionais a serem considerados nas

premissas técnicas do projeto são:

A compatibilidade do uso museológico deve ser considerada

previamente a elaboração de projeto no bem edificado.

Os projetos a serem desenvolvidos devem prever, quando

possível, o aproveitamento e compatibilização com as

instalações existentes.

“Os projetos deverão ser elaborados respeitando os valores

estéticos e culturais do Bem, com o mínimo de interferência

na autenticidade do mesmo, seja autenticidade estética,

histórica, dos materiais, dos processos construtivos, do

espaço envolvente ou outras.” (MINISTÉRIO DA CULTURA,

2005, p. 15)

“Tão importante quanto à manutenção dos materiais e dos

aspectos estéticos do Bem é a garantia da preservação da

autenticidade dos processos construtivos e suas

peculiaridades, evitando o uso de técnica que seja

incompatível e descaracterize o sistema existente.

”(MINISTÉRIO DA CULTURA, 2005, p. 15)

“É fundamental o conhecimento dos documentos

internacionais e dos princípios enunciados nas cartas

patrimoniais para elaboração de Projetos de Preservação.

”(MINISTÉRIO DA CULTURA, 2005, p. 16)

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

4.2. Etapas de projeto de edificação e

instalações

Figura 1. Etapas do projeto de edificações e instalações

60. O projeto é indivisível. O processo projetual organiza-se em etapas –

estudos iniciais, anteprojeto, projeto – mas elas não são autônomas.

Elas fazem parte de um todo, articulado, através da intenção que

permeia todo o processo.

65. Toda construção é precedida por um projeto. Ela não pode ser

erguida a partir de apenas uma das etapas do processo projetual.

(CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO, 2013, p. 17)

Um projeto possui etapas que permitem seu detalhamento e a evolução da

reflexão a respeito do objeto e, por isso, deverá ser elaborado por profissionais

capacitados, conforme disserta a Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966, que

regula o exercício das profissões de Engenheiro e Arquiteto, e, posteriormente,

a Lei nº 12.378, de 31 de dezembro de 2010, que regulamenta o exercício da

Arquitetura e do Urbanismo e a Lei no 7.287, de 18 de dezembro de 1984, que

regulamenta a profissão de museólogo, dentre outras.

LevantamentoPrograma de necessidades

Estudo de viabilidade

Estudo preliminar (EP)

Anteprojeto (AP)

Projeto executivo (PE)

ETAPAS DE PROJETO

ETAPAS PRELIMINARES

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

A divisão do projeto em etapas existe para facilitar o planejamento, definindo

uma forma de pagamento proporcional aos serviços prestados, ainda que o

objetivo final seja sempre a partir de um processo projetual, ficando claro o

caráter de indivisibilidade do projeto como um todo.

Além das normativas apresentadas pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo,

há duas normativas que merecem destaque:

NBR 13.532 - Elaboração de projetos de edificações – Arquitetura, que aborda

a confecção dos projetos arquitetônicos, descrevendo as etapas do projeto

arquitetônico e detalhando quais as informações de referência devem

constar do projeto.

NBR 13.531 - Elaboração de Projetos de Edificações - Atividades Técnicas, na

definição e sequência das etapas de projeto.

Assim, para que se tenha um projeto de possível execução, ele se divide em

diferentes etapas, que devem ser consideradas no planejamento estratégico e

na priorização das ações, além de ser contempladas no projeto básico, em caso

de licitações e contratos da Administração Pública. Essas etapas envolverão

todos os projetos listados no escopo do Museu, arquitetônicos e

complementares para que o processo projetual ocorra da maneira mais

compatível possível.

Um projeto completo deve contar com todas essas etapas, além do

detalhamento das definições construtivas à finalização da compatibilização, e à

finalização de toda a documentação necessária à execução do objeto de

projeto, que envolve o conjunto de desenhos, memoriais, memórias de

cálculo, orçamento detalhado e demais informações técnicas advindas das

especialidades totalmente compatibilizadas e aprovadas pelo Museu,

Importante destacar que o termo projeto executivo não é o mesmo que se

referir ao projeto completo.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

4.2.1. Etapas preliminares

Essa etapa poderá estar contemplada no plano museológico da unidade. Trata-

se do conjunto de informações e dados prévios, que caso o Museu já tenha,

fornecerá a quem contratar. Caso os dados não existam, poderá ser objeto de

contratação específica, de acordo com o serviço necessário.

4.2.1.1. Levantamento

Consiste no levantamento de dados e condições preexistentes, que são

essenciais enquanto referência de elaboração do projeto, podendo incluir

diferentes tipos de dados, a partir da caracterização de ser um museu em edifício

novo, adaptado, reforma ou se tratar de edificação histórica:

Físicos: topográficos, cadastrais (edificações, redes, etc.);

Geológicos (sondagens), hídricos, arqueológicos, outros;

Instalações prediais;

Informática e automação predial;

Aspectos de ergonomia, acessibilidade, conforto ambiental e

sustentabilidade;

Legais e jurídicos;

Sociais/históricos: número de funcionários, público;

Ações educativas e culturais;

Museográficos: acervo, exposições de longa e curta duração, outros.

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ARQUITETURA

DE MUSEUS

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De modo específico, quando o museu estiver instalado em bens imóveis

protegidos por tombamento, demanda nível de qualidade diferenciado, e

por isso são demandadas etapas adicionais nessa, referenciadas no Manual

de Elaboração de projetos de preservação do patrimônio cultural (2005).

Identificação e Conhecimento do bem Compreende os estudos necessários para propostas de intervenção ou

adaptação de edifícios históricos em museus. Busca compreender as

transformações espaciais que determinado edifício sofreu ao longo do

tempo e os significados adquiridos que permite seu reconhecimento como

patrimônio cultural. Deve conter as etapas de:

Pesquisa histórica

Levantamento cadastral

Prospecções

Análise tipológica, Identificação de materiais e Sistema

construtivo

Diagnóstico É a síntese dos estudos e pesquisas realizadas na identificação e

conhecimento do bem, que visa estabelecer um panorama detalhado e

criterioso do edifício em questão, analisando de forma pormenorizada

determinados problemas ou interesses específicos de utilização do Bem.

Deve conter as etapas de:

Mapeamento de danos

Análise do Estado de Conservação

Estudos geotécnicos

Ensaios e testes

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

4.2.1.2. Programa de necessidades

O programa de necessidades de um museu é informação essencial para o

desenvolvimento de qualquer projeto. Consiste na listagem e descrição da

função de ambientes e espaços, seguido do pré-dimensionamento desses, que

podem ser organizados de forma setorizada, o que facilita sua adaptação

quanto aos diferentes usos e local de implantação.

Em geral se apresenta em forma de tabela, agrupada por setor, seguida de

descrição dos ambientes e um dimensionamento prévio desses. A listagem das

necessidades deverá ser apresentada pela equipe do Museu, como reflexão do

diagnóstico do programa arquitetônico-urbanístico da unidade.

Figura 2. Exemplo de programa de necessidades de um museu

4.2.1.3. Estudo de viabilidade

O estudo de viabilidade consiste na análise e avaliação por profissional

capacitado dos parâmetros e variáveis do projeto, avaliando os riscos e

considerando alternativas para a concepção arquitetônica e de seus elementos,

instalações e componentes.

Alguns parâmetros que serão analisados nessa etapa são o da seleção do

terreno, principalmente em caso de museu novo, análises técnico-legais,

ambientais, sociais e culturais, além de estudo de viabilidade econômico-

financeira e de prazo para elaboração dos projetos.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

4.2.2. Etapas de projeto

4.2.2.1. Estudo Preliminar (EP)

Etapa destinada à concepção e à representação das informações técnicas iniciais

do projeto, instalações, componentes e sua inter-relação. É a fase inicial de um

projeto e consiste no dimensionamento preliminar dos conceitos que nortearão

o projeto ao longo das etapas subsequentes.

As seguintes informações técnicas deverão ser consideradas, na apresentação

dos produtos:

Caracterização geral da concepção adotada, incluindo indicações das

funções, dos usos, das formas, das dimensões, das localizações dos

ambientes da edificação, bem como de quaisquer outras exigências

prescritas ou de desempenho;

Caracterização específica dos elementos construtivos e dos seus

componentes principais, incluindo indicações das tecnologias

recomendadas;

Informações relativas a soluções alternativas gerais e especiais, suas

vantagens e desvantagens, de modo a facilitar a seleção subsequente.

Os documentos técnicos produzidos nessa etapa deverão ser:

Peças gráficas do projeto de arquitetura: plantas-baixas de implantação e

dos pavimentos, cortes e fachadas principais esquemáticos, com

representação da compartimentação interna do museu, indicando, em

especial, localização, inter-relacionamento e pré-dimensionamento de

ambientes, circulações (verticais e horizontais) e acessos;

Peças gráficas dos projetos complementares: projetos técnicos que se

relacionam ao projeto arquitetônico que são desenvolvidos de forma

paralela, contemplando as etapas de estudos preliminares de acordo com

suas demandas específicas. Serão detalhados no item “5. Projetos

complementares” deste documento;

Textos: Memorial descritivo inicial, com justificativa da solução arquitetônica

proposta relacionando-a ao programa de necessidades, às características do

terreno e seu entorno, à legislação arquitetônica e urbanística pertinentes,

e/ou a outros fatores determinantes na definição do partido adotado;

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

Recursos visuais: Perspectivas, maquetes ou fotomontagens, que ilustrem a

solução para apresentação, representando a configuração espacial

projetada, sua implantação no terreno e relacionamento com o entorno

construído.

Custos: Estimativa preliminar que poderá ser baseada nos custos correntes

do metro quadrado da construção, custos globais dos serviços ou critério

equivalente, consideradas as características preliminares do projeto.

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Quando o museu estiver instalado em bens imóveis protegidos por

tombamento, a etapa de Projeto recebe o nome de Proposta de

Intervenção, referenciada de forma detalhada no Manual de Elaboração de

projetos de preservação do patrimônio cultural (2005).

Proposta de Intervenção

Compreende o conjunto de ações necessárias para caracterizar a

intervenção, determinando soluções, definindo usos e procedimentos de

execução, abordados técnica e conceitualmente. Para efeito de melhor

desenvolvimento das propostas, verificação de hipóteses, permitirem o

melhor acompanhamento, avaliação e orientação pelos órgãos

competentes, viabilizar a discussão com os diversos técnicos e setores

envolvidos no processo.

Estudo preliminar (EP)

Consiste na apresentação do conceito e fundamentos da Proposta de

Intervenção, com indicativos de soluções para os problemas e questões

levantadas no diagnóstico e no programa de uso para a edificação. Deverá

ser observada a coerência com o uso museológico bem como as

interferências na edificação existente. As etapas e documentos técnicos a

serem produzidos equivalem aos já descritos.

Tem também o propósito de subsidiar a consulta prévia, trâmite facultativo

aplicado a reforças e restaurações no cumprimento da Portaria nº 420, de

22 de dezembro de 2010 do IPHAN, que dispõe sobre concessão de

autorização para realização de intervenções em bens edificados tombados

a nível federal.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

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4.2.2.2. Anteprojeto (AP)

Trata-se de etapa destinada à concepção e à representação das informações

técnicas provisórias de detalhamento da edificação e de seus elementos,

instalações e componentes, necessárias ao inter-relacionamento das atividades

técnicas de projeto e suficientes à elaboração de estimativas aproximadas de

custos e de prazos dos serviços de obra implicados.

Esta etapa poderá incluir a elaboração dos Documentos Para Aprovação (ou

“Projeto Legal”), destinada à representação das informações técnicas

necessárias à análise e aprovação, pelas autoridades competentes, da

concepção da edificação e de seus elementos e instalações, com base nas

exigências legais (municipal, estadual, federal), e à obtenção do alvará ou das

licenças e demais documentos indispensáveis para as atividades de construção,

incluindo estudo de viabilidade ambiental.

Na apresentação dos produtos deverão ser consideradas as informações

técnicas relativas à edificação (ambientes interiores e exteriores), a todos os

elementos da edificação e aos componentes construtivos considerados

relevantes. Os documentos técnicos produzidos nessa etapa deverão ser:

Peças Gráficas do projeto de arquitetura: desenhos técnicos em nível de

anteprojeto e desenho técnicos em nível de projeto legal, para aprovações,

de acordo com as exigências de cada órgão/concessionária:

o Planta de situação;

o Planta baixa de implantação;

o Plantas baixas de pavimentos;

o Plantas de cobertura com diagrama, engradamento e detalhes;

o Cortes (longitudinais e transversais);

o Fachadas;

o Detalhes (de elementos da edificação e de seus componentes

construtivos).

Peças gráficas dos projetos complementares: projetos técnicos que se

relacionam ao projeto arquitetônico que são desenvolvidos de forma

paralela, contemplando as etapas de estudos preliminares e anteprojeto de

acordo com suas demandas específicas. Serão detalhados no item ”5.

Projetos complementares” deste documento;

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ARQUITETURA

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Textos: Memorial descritivo da edificação, incluindo conceituação, definição

do uso, viabilidade técnica e dos elementos da edificação, especificações dos

componentes construtivos e dos materiais construtivos;

Recursos visuais: Perspectivas, maquetes ou fotomontagens, que ilustrem a

solução para apresentação, representando a configuração espacial

projetada, sua implantação no terreno e relacionamento com o entorno

construído, além de imagens internas e humanizações, com indicação de

mobiliário e equipamentos básicos, entre outros;

Custos: Planilha orçamentária e Cronograma Físico-financeiro preliminar,

contendo orçamento analítico e composição dos custos.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

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Quando o museu estiver instalado em bens imóveis protegidos por

tombamento, alguns aspectos a serem considerados na etapa do projeto

referente ao Anteprojeto, referenciada de forma detalhada no Manual de

Elaboração de projetos de preservação do patrimônio cultural (2005).

Anteprojeto (AP)

É o resultado da Identificação e Conhecimento do Bem, das análises

processadas no Diagnóstico - quando alternativas começam a ser

sinalizadas - das alternativas técnicas e de materiais disponíveis, das

condições de prazo e outros. Os princípios abaixo devem estar

contemplados nos documentos técnicos produzidos:

Na conceituação devem estar claras as avaliações e soluções,

consideradas a preservação dos valores artísticos e históricos e a

integridade física da edificação, sendo bem definidos os níveis de

intervenção em função do seu aspecto atual e estado de

conservação.

Na inserção do uso museológico deve ser observada a vocação da

edificação, buscando a melhor adequação às novas necessidades,

compatibilizadas aos espaços da edificação, e representado

graficamente para compreensão do funcionamento proposto.

Quanto à viabilidade técnica, recomenda-se que se destaquem as

intervenções por áreas da edificação, pavimentos ou cômodos, de

acordo com a complexidade do projeto, de modo a apresentar e

justifica as soluções propostas confrontando-as com os preceitos

que fundamentam a Proposta de Intervenção.

No cumprimento da Portaria nº 420, de 22 de dezembro de 2010 do IPHAN,

que dispõe sobre concessão de autorização para realização de

intervenções em bens edificados tombados a nível federal, em seu artigo

6º, item IV, para intervenção do tipo reforma e construção nova deverá ser

apresentado anteprojeto. Para restauração, deverá ser apresentado o

anteprojeto com as etapas do Levantamento intituladas “Identificação e

Conhecimento do Bem” e “Diagnóstico”. Há exceção nos casos de

intervenção em bem tombado individualmente, seja qual for a categoria de

intervenção, onde deverá ser apresentado o projeto executivo.

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ARQUITETURA

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4.2.2.3. Projeto Executivo (PE)

Conjunto de informações resultante do processo de composição – a projetação.

Etapa destinada à concepção e à representação final das informações técnicas

da edificação e de seus elementos, instalações e componentes, completas,

definitivas, necessárias e suficientes à contratação e à execução dos serviços de

obra correspondentes.

Recomenda-se que esta etapa final do Projeto seja desenvolvida após aprovação

do Anteprojeto junto aos órgãos públicos, quais sejam Prefeitura Municipal,

concessionárias de serviços públicos, Corpo de Bombeiros, IPHAN, dentre outras

instituições que apliquem normativa federal, estadual ou municipal.

Deverá ser considerada nessa etapa a possibilidade de inclusão de um serviço

adicional denominado “Coordenação e compatibilização dos projetos”, no qual

estará contemplada a atividade técnica que consiste na análise e comparação

dos diferentes projetos, procurando solucionar interferências prévias a

execução da intervenção, integrando as soluções adotadas entre o projeto

arquitetônico e complementares.

Os documentos técnicos produzidos nessa etapa deverão ser:

Peças gráficas do projeto de arquitetura:

o Planta de situação;

o Planta baixa de implantação;

o Plantas baixas de pavimentos;

o Plantas de cobertura com diagrama, engradamento e detalhes;

o Cortes (longitudinais e transversais);

o Fachadas (frontais posteriores e laterais);

o Plantas, cortes e elevações de ambientes especiais (banheiros,

cozinhas, lavatórios, laboratórios, reservas técnicas);

o Detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas) de elementos da

edificação e de seus componentes construtivos (portas, janelas,

bancadas, grades, forros, beirais, parapeitos, pisos, revestimentos e

seus encontros, impermeabilizações e proteções);

Peças gráficas dos projetos complementares: projetos técnicos que se

relacionam ao projeto arquitetônico que são desenvolvidos de forma

paralela, contemplando as etapas de estudo preliminar, anteprojeto e

projeto executivo de acordo com suas demandas específicas. Serão

detalhados no item ”5. Projetos complementares” deste documento;

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Textos:

o Memorial descritivo da edificação, das instalações prediais, dos

elementos da edificação, dos componentes e materiais construtivos

e descrição dos procedimentos de execução;

o Caderno de especificações técnicas, contendo memorial quantitativo

dos componentes construtivos e dos materiais de construção;

o Caderno de encargos;

Recursos visuais: Perspectivas, maquetes ou fotomontagens realistas que

ilustrem a solução projetada, sua implantação no terreno e entorno, além de

imagens internas e humanizações, com detalhamento e/ou indicação de

mobiliário e equipamentos, para divulgação do projeto;

Custos: Quando se tratar de serviços contratados e executados com

recursos dos orçamentos da União, deverá ser observado cumprimento do

Decreto nº 7.983 de 8 de abril de 2013

o Planilha orçamentária e Cronograma Físico-financeiro

compatibilizada, contendo o orçamento analítico, as composições

unitárias de custos, memória de cálculo;

o ART/RRT específica de orçamento;

o Planilha de cálculo do BDI (benefícios e despesas indiretas).

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Quando o museu estiver instalado em bens imóveis protegidos por

tombamento, alguns aspectos a serem considerados na etapa do projeto

referente ao Projeto Executivo, referenciada de forma detalhada no

Manual de Elaboração de projetos de preservação do patrimônio cultural

(2005).

Projeto executivo (PE)

Consiste no desenvolvimento e detalhamento das informações prestadas

na etapa de Anteprojeto, revisadas, complementadas, acrescidas de todos

os detalhes construtivos e indicações necessárias à perfeita compreensão

dos serviços, técnicas e materiais empregados, com vistas à execução da

intervenção, definição de orçamento e fixação de prazo. Na conceituação

devem estar claras as avaliações e soluções, consideradas a preservação

dos valores artísticos e históricos e a integridade física da edificação, sendo

bem definidos os níveis de intervenção em função do seu aspecto atual e

estado de conservação.

No cumprimento da Portaria nº 420, de 22 de dezembro de 2010 do IPHAN,

que dispõe sobre concessão de autorização para realização de

intervenções em bens edificados tombados a nível federal, em seu artigo

6º, item IV, quando se tratar de bem tombado individualmente, seja qual

for a categoria de intervenção, onde deverá ser apresentado o projeto

executivo para aprovação.

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5. PROJETOS COMPLEMENTARES Projetos complementares são aqueles que se relacionam ao projeto de

arquitetura, essenciais para atendimento completo das necessidades do museu,

com complementação técnica necessária à materialização da obra, instalação ou

serviço técnico. Reitera-se aqui o caráter de coordenação de projetos que o

projeto arquitetônico tem com os demais projetos, motivo pelo qual é a

atividade técnica que coordena e compatibiliza o projeto arquitetônico com os

demais projetos a ele complementares.

Os projetos complementares elegidos devem relacionar-se ao estabelecido no

plano museológico do museu e de acordo com o item “4.2.1. Etapas

preliminares”, que permite analisar todas as demandas do conjunto

museológico quanto aos projetos necessários.

Cada um desses projetos deve ser elaborado por empresa e/ou profissionais

especializados nas respectivas áreas, avaliando a disponibilidade do mercado,

possibilitando que os elementos sejam dimensionados e especificados de

acordo com sua particularidade e complexidade.

As etapas descritas no item “4.2.2. Etapas de projeto” – Estudos preliminares,

anteprojeto e projeto executivo – deverão ser as mesmas na elaboração dos

projetos complementares, de forma que processo projetual ocorra da maneira

mais compatível possível.

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5.1. Projeto de fundações e estrutural O projeto de estrutura e fundações deve viabilizar técnica e economicamente a

intervenção ou obra que se pretende executar. De acordo com o caso, se

adapta, englobando novas fundações, arrimos e definição do tipo das

estruturas, ou, quando se aplicar, reforços, estabilizações, consolidações e

complementações das fundações existentes. De modo sucinto, visa “definir e

disciplinar a execução do sistema que transmite ao terreno as cargas da

edificação existente ou projetada. ” (MINISTÉRIO DA CULTURA, 2005, p. 48)

Pode demandar levantamentos como o cadastral, topográfico e sondagem do

terreno, incluído no item “4.2.1. Etapas preliminares”, além de ser precedido por

definições no projeto arquitetônico e de terraplanagem. Seus produtos

consistem no conjunto de peças gráficas, compostas por desenhos estruturais e

de elementos, pareceres ou relatórios técnicos, memoriais de cálculo e

descritivos e especificações técnicas que devem subsidiar as planilhas de

composição de custos.

5.2. Projetos de instalações

hidrossanitárias Água fria e quente: Deverá apresentar soluções para os sistemas de

abastecimento, reserva e distribuição de água fria, aquecimento, reserva e

distribuição de água quente.

Esgotos sanitários: Coleta, condução e destinação de esgotos sanitários

Drenagem de águas pluviais: Sistema de captação, condução e afastamento

das águas de superfície e de infiltração na drenagem de águas pluviais para o

conjunto edificado.

Deverão ser estudadas as possibilidades de aplicação de estratégias de

sustentabilidade ambiental aplicada às edificações, como o aproveitamento de

água pluvial, o reuso de água cinza (provenientes de chuveiros, pias e lavatório

de banheiro), dentre outras.

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Todos os projetos demandarão levantamentos como o cadastral,

especificamente em relação aos recursos locais e localização da rede mais

próxima e suas características, incluído no item “4.2.1. Etapas preliminares”,

além de ser precedido por definições no projeto arquitetônico e ter relação

direta com projeto de prevenção e combate a incêndio. Seus produtos

consistem no conjunto de peças gráficas, compostas por plantas de instalações,

desenhos isométricos, detalhes e esquemas gerais, memoriais de cálculo e

descritivos e especificações técnicas que devem subsidiar as planilhas de

composição de custos.

5.3. Projetos de instalações elétricas e

eletrônicas Energia e iluminação: Os projetos deverão apresentar soluções para as instalações

elétricas, visando definir e disciplinar a instalação de sistemas de recebimento,

distribuição e utilização de energia elétrica de maneira racional, segura e efetiva, a

transferência de energia elétrica desde a fonte de entrada até os pontos de utilização.

Nesse projeto poderá ser estudado o uso de fontes alternativas de energia.

Telefonia e rede lógica: Projeto relacionado à comunicação, com o uso de telefone,

internet, interfone, redes, dentre outras. O caminho da rede deverá ser o que oferece

menor dano e interferência física para a construção. Sempre que possível utilizar rede

estruturada (voz, dados, imagens e segurança).

Segurança eletrônica: O sistema de segurança deve garantir a integração entre todos

os subsistemas de forma a tornar automática a atuação da segurança frente a um

evento. Ele deverá proporcionar de forma automática a integração dos dispositivos

escolhidos como sensores, alarmes de intrusão e sistema de monitoramento CFTV,

além de registro dos atos, por meio de imagens ou relatórios e envio de registros

sonoros ou visuais a uma central de monitoramento e controle. Os pontos de registro

de imagens de maior interesse para a segurança, considerando o controle de acesso,

a forma e monitoramento de imagens, deverão ser definidos e justificados em função

da finalidade a que se destinam.

Sistema de proteção contra descargas atmosféricas/SPDA: Os projetos deverão

apresentar um sistema externo e interno de proteção contra descargas atmosféricas,

que por sua vez é interceptada por meio do sistema de captação, conduzida e

dispersada na terra, por meio do sistema de aterramento.

Sonorização: Dimensionamento, especificação e distribuição de equipamentos

sonoros pelo interior dos ambientes do Museu a partir do projeto de exposição.

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ARQUITETURA

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Todos os projetos demandarão levantamentos como o cadastral,

especificamente em relação aos recursos locais, localização da rede mais

próxima e suas características, como instalações preexistentes incluídas no item

“4.2.1. Etapas preliminares”, além de ser precedido por definições no projeto

arquitetônico e ter relação direta com projeto de prevenção e combate a

incêndio. Seus produtos consistem no conjunto de peças gráficas, compostas

por plantas, memoriais de cálculo e descritivos, planilhas quantitativas e

especificações técnicas que devem subsidiar as planilhas de composição de

custos.

5.4. Projeto de prevenção e combate a

incêndio O projeto deverá apresentar soluções para sistema completo de prevenção e

combate a incêndio, incluindo elementos para detectar, alarmar e combater

incêndios, entre eles portas corta-fogo, hidrantes, extintores e detectores de

gás.

Tem como referência os projetos de arquitetura, instalações hidrossanitárias e

instalações elétricas. Seus produtos consistem no conjunto de peças gráficas,

compostas por plantas, memoriais de cálculo e descritivos, planilhas

quantitativas e especificações técnicas que devem subsidiar as planilhas de

composição de custos. Deve ser observada a legislação do Corpo de Bombeiros

do estado na sua elaboração, e, caso se trate de edificação tombada a nível

federal, a legislação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional/IPHAN.

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5.5. Projeto de instalações mecânicas

Consiste na definição, dimensionamento e representação dos sistemas

mecânicos, dentre eles elevadores, monta-cargas e escadas rolantes para o

transporte de pessoas, materiais e cargas em geral no museu.

Demandarão levantamentos como o cadastral, especificamente em relação a

instalações preexistentes incluídas no item “4.2.1. Etapas preliminares”, além de

ser precedido por definições no projeto arquitetônico e ter relação direta com

projeto de instalações elétricas e estrutural. Seus produtos consistem no

conjunto de peças gráficas, compostas por plantas, memoriais de cálculo e

descritivos, planilhas quantitativas e especificações técnicas que devem

subsidiar as planilhas de composição de custos.

5.6. Projeto de ventilação, exaustão e

climatização O projeto objetiva a instalação de um sistema com condições de conforto

térmico e “consiste em regular a qualidade do ar interior, no que diz respeito às

suas condições de temperatura, umidade, limpeza e movimento. Para tal, um

sistema de condicionamento de ar inclui as funções de aquecimento,

arrefecimento, umidificação, renovação, filtragem e ventilação do ar.”

(CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO, 2013, p. 64) A manutenção do

sistema escolhido é ação imperativa e regulamentada por lei no Brasil.

Tem como referência os projetos de arquitetura, instalações hidrossanitárias e

instalações elétricas. Seus produtos consistem no conjunto de peças gráficas,

compostas por plantas, memoriais de cálculo e descritivos, planilhas

quantitativas e especificações técnicas que devem subsidiar as planilhas de

composição de custos.

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5.7. Projeto luminotécnico Projeto que consiste na definição das intenções e resultados de luz, levando em

consideração o uso de iluminação natural e artificial para os espaços internos e

externos à edificação do Museu. O projeto de luminotécnica, tanto para a área

externa quanto para a área interna do museu deve ser elaborado considerando

a necessidade de valorização das áreas expositivas, dos jardins e das fachadas.

Trata, portanto, de um projeto técnico de iluminação artística, que irá propor

equipamentos específicos para destacar a expografia do espaço, composta por

vitrines, painéis e acervo exposto. Deve ser prevista a utilização de métodos

variados de iluminação, como iluminação pontual, iluminação lavada e

iluminação de detalhes, além de sistemas de iluminação embutida e de trilhos

eletrificados, de acordo com as características dos forros de cada ambiente e

com os efeitos pretendidos. O baixo consumo, reprodução de cor, não emissão

de raios UV (ultravioleta) e IV (infravermelho) e a eficiência energética devem ser

preocupações nesse projeto.

Tem como referência os projetos de arquitetura, instalações elétricas, de

exposição e de acessibilidade. Seus produtos consistem no conjunto de peças

gráficas, compostas por plantas e detalhes, memoriais de cálculo e descritivos,

planilhas quantitativas e especificações técnicas que devem subsidiar as

planilhas de composição de custos.

5.8. Projeto paisagístico Para elaboração do projeto paisagístico deverão ser consideradas as

características do espaço em questão, através da análise do estilo arquitetônico,

dos tipos de solo, do clima predominante, da exposição ao sol/sombra, da

disponibilidade hídrica, da topografia, das espécies nativas e adaptáveis. A

depender da complexidade da área pode incluir projetos de drenagem e

pavimentação, até aqueles mais complexos, tais como plano de manejo e

conservação paisagística.

Demandará levantamentos como o cadastral, topográfico e terraplanagem,

incluídos no item “4.2.1. Etapas preliminares”. Tem como referência os projetos

de arquitetura e acessibilidade. Seus produtos consistem no conjunto de peças

gráficas, compostas por plantas, memoriais e especificações técnicas que

devem subsidiar as planilhas de composição de custos.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

5.9. Projeto de comunicação visual para

edificação O projeto tem por objetivo elucidar por meios gráficos e, através de signos

direcionais, a localização dos setores, serviços e/ou equipamentos presentes no

Museu, para orientação e obtenção de informações do usuário e bom

atendimento do público. A especificação dos elementos componentes do

sistema de sinalização deverá ser de alta durabilidade e resistência, bem como

de fácil remanejamento.

Tem como referência os projetos de arquitetura e de exposição. Seus produtos

consistem no conjunto de peças gráficas, compostas por plantas, detalhes,

desenhos esquemáticos de ambientes e instalações dos elementos, memoriais

e especificações técnicas que devem subsidiar as planilhas de composição de

custos.

5.10. Acessibilidade cultural O Estatuto de Museus estabelece que os museus devem caracterizar-se pela

acessibilidade universal dos diferentes públicos, na forma da legislação

vigente. No Plano museológico os projetos e ações relativas à acessibilidade

universal nos museus devem ser explicitados em todos seus programas ou em

programa específico resultado de agrupamento ou desmembramento.

Para viabilizar os princípios da acessibilidade e da inclusão social nos museus é

necessário que o projeto desenvolva estratégias para renovação de parâmetros

em uma expografia acessível, eliminando barreiras atitudinais, de comunicação

e acesso à informação.

Tem como referência os projetos de arquitetura e de exposição. Seus produtos

consistem no conjunto de peças gráficas, compostas por plantas, detalhes,

desenhos esquemáticos de ambientes e instalações dos elementos, memoriais

e especificações técnicas que devem subsidiar as planilhas de composição de

custos.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

5.11. Projeto de exposição O projeto de exposição conta com as etapas de definição da concepção

museográfica, compreendendo a concepção da sua temática, seleção do acervo

e definição de área expositiva, seguida pela concepção expográfica, composta

pela ocupação dos espaços, escolha de recursos expositivos, comunicação

visual e aspectos de conservação e controle ambiental das áreas. Assim, como

os demais, deve considerar os preceitos do plano museológico da unidade,

especialmente no que tange as etapas do Programa de Exposições.

Na publicação Subsídios para a elaboração de planos museológicos

Sob o ponto de vista formal, o projeto tratará de exposições intra ou

extramuros, de longa ou curta duração. As exposições de longa duração

apresentam o acervo de maior relevância, contendo necessariamente a

missão da instituição nos conteúdos contemplados. As de curta duração

poderão ser de autoria do museu ou de outros atores sociais,

apresentando temas correlatos à missão, à visão e aos valores da

instituição. (INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS, 2016, p. 60)

Tem como referência os projetos de arquitetura, comunicação visual,

acessibilidade, sonorização e luminotécnico. Seus produtos consistem no

conjunto de peças gráficas, compostas por plantas e detalhes, memoriais de

cálculo e descritivos, planilhas quantitativas e especificações técnicas que

devem subsidiar as planilhas de composição de custos.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

6. APRESENTAÇÃO GRÁFICA As etapas dos projetos apresentam em geral os seguintes produtos técnicos:

6.1. Peças Gráficas A representação gráfica adotada deverá apresentar as dimensões e

especificações dos materiais e serviços necessários para a perfeita execução da

obra.

Os projetos devem seguir as recomendações da Associação Brasileira dos

Escritórios de Arquitetura - Asbea para criação de camadas, penas e

nomenclatura de arquivos assim como deverão seguir as seguintes normas

vigentes: NBR 6492: 1994 - Representação de projetos de arquitetura e NBR

16752:2020 - Desenho técnico — Requisitos para apresentação em folhas de

desenho.

Todos os arquivos devem ser salvos em formato editável e em PDF. Os desenhos

devem ser salvos em formato RVT (no caso do uso indicado do software Revit),

DWG e PDF, acompanhados do respectivo arquivo de penas, em formato CTB.

Os arquivos digitais de imagem deverão ser salvos em formato JPG.

Os autores dos projetos deverão assinar todas as peças gráficas, memoriais,

especificações, relatórios, entre outros, mencionando o número de sua inscrição

no respectivo Conselho profissional ou outro órgão de classe, conforme for o

caso. Deverão ser observados os trâmites contratuais, mas sugere-se entrega

em via digital e em número de vias impressas suficiente para aprovação nos

órgãos públicos necessários e arquivamento nos setores do Museu.

Sugere-se, dependendo do volume, que os produtos impressos sejam entregues

em caixas de arquivo polionda ou fichários. Os CDs, DVDs e pendrives com os

arquivos digitais devem estar contidos em envelopes individuais de papel. Todos

os elementos devem estar devidamente identificados quanto ao seu conteúdo.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

6.2. Textos A elaboração dos memoriais, relatórios ou análises deverá seguir as normas

técnicas da ABNT e da Instituição/Museu quanto à diagramação, inclusão de

logomarcas e demais informações consideradas pertinentes.

Recomenda-se que a documentação fotográfica seja apresentada em cores, nas

dimensões mínimas de 5x10 cm, ou adequada à informação que se deseja exibir.

A documentação fotográfica apresentada deverá ser salva em formato digital

JPG e além de constar no relatório deverá ser entregue por meio digital.

Nos casos em que se apliquem, as imagens poderão ser exibidas em fichas,

quando será incluída planta esquemática do terreno ou edificação com a

indicação do ponto de tomada e ângulo da foto, número de ordem, autor, data,

nome e endereço.

Os arquivos digitais de texto deverão ser salvos em formato DOC e PDF e

entregue em via digital e número de vias impressas suficiente para aprovação

nos órgãos públicos necessários e arquivamento nos setores do Museu. Os

autores dos projetos deverão assinar todas as peças gráficas, memoriais,

especificações, relatórios, entre outros, mencionando o número de sua inscrição

no respectivo Conselho profissional ou outro órgão de classe, conforme for o

caso.

Sugere-se, dependendo do volume, que os produtos impressos sejam entregues

em caixas de arquivo polionda ou fichários, com os documentos textuais em

pastas com grampo trilho. Os CDs, DVDs e pendrives com os arquivos digitais

devem estar contidos em envelopes individuais de papel. Todos os elementos

devem estar devidamente identificados quanto ao seu conteúdo.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

6.3. Recursos visuais Os recursos visuais representados por perspectivas de maquetes eletrônicas ou

fotomontagens realistas que ilustrem a solução projetada devem ser realizados

por meio de apresentação em software que suporte o formato. Recomenda-se

que a apresentação seja feita em cores, com padronização de fontes e imagens

de tamanho que permitam a clara visualização. Deve ser observado o contraste

do slide com as letras e imagens. Recomenda-se o uso máximo de 30 (trinta)

slides.

Os arquivos digitais da apresentação deverão ser salvos em formato PPT e PDF

e entregue em via digital e número de vias impressas suficiente para aprovação

nos órgãos públicos necessários e arquivamento nos setores do Museu. Os

autores dos projetos deverão assinar todas as peças gráficas, memoriais,

especificações, relatórios, entre outros, mencionando o número de sua inscrição

no respectivo Conselho profissional ou outro órgão de classe, conforme for o

caso.

6.4. Custos A elaboração de planilha orçamentária, cronogramas físico-financeiros,

composições analíticas de custos, memória de cálculo de quantitativos e

detalhamento da composição do BDI deverá seguir as orientações da

Instituição/Museu quanto à diagramação, inclusão de logomarcas e demais

informações consideradas pertinentes.

Os arquivos digitais deverão ser salvos em formato XLS e PDF e entregue em via

digital e número de vias impressas suficiente para aprovação nos órgãos públicos

necessários e arquivamento nos setores do Museu. Os autores dos projetos

deverão assinar todas as peças gráficas, memoriais, especificações, relatórios,

entre outros, mencionando o número de sua inscrição no respectivo Conselho

profissional ou outro órgão de classe, conforme for o caso.

Sugere-se, dependendo do volume, que os produtos impressos sejam entregues

em caixas de arquivo polionda ou fichários, com os documentos textuais em

pastas com grampo trilho. Os CDs, DVDs e pendrives com os arquivos digitais

devem estar contidos em envelopes individuais de papel. Todos os elementos

devem estar devidamente identificados quanto ao seu conteúdo.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

7. APROVAÇÃO EM ÓRGÃOS A aprovação de projetos perante os órgãos competentes deve ser realizada de

acordo com as demandas locais, estaduais e federais. É necessário averiguar o

nível de proteção existente e sua repercussão legal prévia à execução. Essas

aprovações poderão ser contempladas no conjunto da contratação do projeto,

quando serão acompanhadas por meio de relatórios técnicos de

acompanhamento do trâmite dos projetos nos órgãos de aprovação,

justificativas de soluções adotadas perante os analistas, elaboração de atas de

reunião, dentre outras, com vistas a obter licenças dos projetos e/ou os projetos

com carimbos de aprovação pelos órgãos competentes.

Alguns dos órgãos que demandam aprovação dos projetos são: prefeituras

municipais, concessionárias de serviços públicos locais e unidades estaduais do

Corpo de bombeiros, dentre outras. Quando se trata de edificação tombada,

também deverão ser submetidos aos conselhos de patrimônio histórico,

institutos estaduais de patrimônio histórico e, a nível federal, ao Instituto de

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan.

A etapa na qual deve estar o projeto para aprovação é algo importante a ser

observado junto aos órgãos locais. Sabendo dessa informação, a fase de projeto

poderá ser incluída a elaboração dos Documentos Para Aprovação (ou “Projeto

Legal”), destinada à representação das informações técnicas necessárias à

análise e aprovação, pelas autoridades competentes, da concepção da

edificação e de seus elementos e instalações, com base nas exigências legais e à

obtenção do alvará ou das licenças e demais documentos indispensáveis para as

atividades de construção, incluindo estudo de viabilidade ambiental.

Destaca-se, que em alguns casos pode haver a exigência do projeto executivo,

como na hipótese de museus localizados em bem tombado individualmente,

onde o cumprimento da Portaria nº 420, de 22 de dezembro de 2010 do IPHAN,

que dispõe sobre concessão de autorização para realização de intervenções em

bens edificados tombados a nível federal, em seu artigo 6º, item IV, coloca essa

exigência.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

8. COORDENAÇÃO E

RESPONSABILIDADES A elaboração de projetos em museus deverá ser feita por profissionais

capacitados e legalmente habilitados nas suas respectivas áreas de atuação,

sendo a chave para um bom projeto a interdisciplinaridade do processo, levadas

em conta as diferentes especialidades e a constante consulta ao plano

museológico e demais normativos pertinentes do Museu. O projeto de

arquitetura tem o caráter de coordenador, por sua relação constante com todos

os demais projetos, motivo pelo qual é a atividade técnica a coordenar e

compatibilizar o projeto.

8.1. Registro profissional As empresas e profissionais especializados contratados para elaboração dos

projetos devem estar registrados no conselho profissional ou órgão de classe

relacionado à sua área de atuação, por meio de certidão de registro de pessoa

jurídica e/ou física.

8.2. Responsabilidade técnica A responsabilidade técnica é a atribuição concedida pelo conselho profissional

ou órgão de classe ao profissional habilitado, que assume o compromisso

profissional e legal na execução de suas atividades, compatível com a formação

e os princípios éticos da profissão, visando à qualidade dos serviços prestados à

sociedade. Trata-se de uma proteção à sociedade e confere legitimidade ao

profissional, fornecendo segurança técnica e jurídica para quem contrata e para

quem é contratado.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

Nesse sentido, os serviços de engenharia e arquitetura devem contar com a

emissão da Anotação de responsabilidade técnica – ART e Registro de

Responsabilidade técnica – RRT, que define para os efeitos legais os

responsáveis técnicos pelo serviço contratado. A ART e RRT comprovam que os

projetos possuem um responsável devidamente habilitado e com situação

regular perante o Conselho para realizar tais atividades.

Como base nas atividades desenvolvidas e registradas, o profissional poderá

emitir a Certidão de Acervo técnico - CAT, que é o instrumento que certifica, para

os efeitos legais, as atividades registradas no Conselho, que constituem o acervo

técnico do profissional. A CAT é costumeiramente solicitada na comprovação da

capacidade técnico-profissional quando de licitações públicas, adaptada ao

produto que se pretende contratar.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

9. FORMAS DE CONTRATAÇÃO

DOS PROJETOS E SERVIÇOS Segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, na sua publicação “MÓDULO

I - Remuneração do Projeto Arquitetônico de Edificações (2013)”, há diferentes

modos de contratação de projetos e serviços de arquitetura, aqui agrupados por

contratantes públicos e privados:

9.1. Contratante privado Convite direto, ou mediante indicação, de um escritório para a elaboração de um

serviço profissional, ao qual se segue uma proposta técnica e financeira de uma

negociação, levando a uma subsequente contratação para a execução dos

serviços.

No caso de uma seleção restrita, esse convite pode ocorrer após a seleção de

diferentes escritórios, onde podem ser realizadas entrevistas escritórios sobre

conceitos da arquitetura e sobre o projeto específico a ser executado.

Ainda, na hipótese de seleção restrita, poderá ser solicitada aos convidados a

elaboração de uma proposta técnica envolvendo metodologia de trabalho e

conceito teórico do projeto a ser executado, a partir da qual o cliente escolhe a

que lhe parece mais compatível com o trabalho.

9.2. Contratante público A nível federal, importante destacar a Lei de Licitações, que trata dos produtos

relacionados a projetos de edificações e instalações:

Seção IV - Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. - Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos

profissionais especializados os trabalhos relativos a:

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;

IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos

para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados

deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de

concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que

couber, o disposto no art. 111 desta Lei.

§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que

apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em

procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa

ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos

integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do

contrato. (...)

(...) Art. 22. - São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer

interessados que, na etapa inicial de habilitação preliminar, comprovem

possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para

execução de seu objeto.

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados

devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições

exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do

recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados

em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual

afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o

estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade

que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e

quatro) horas da apresentação das propostas.

§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados

para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a

instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme

critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com

antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. (BRASIL, 1993)

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

As especificidades de natureza técnica e institucional dos museus, cujas

atividades igualmente demandam condições e cuidados especiais,

principalmente no que se refere à preservação dos seus acervos e às formas de

utilização dos seus ambientes pelo corpo técnico e pelo público em geral devem

ser consideradas para escolha da modalidade de licitação. Assim sendo, a

contratação de empresas deve ter como premissa a necessária especialização

em seu respectivo tipo de serviço, também experiência especifica no trato de

museus e, caso se aplique, a edificações de caráter histórico e cultural, sendo

tratados como serviços técnicos especializados que são.

MU

SE

U E

M B

EM

TO

MB

AD

O

Edifícios e/ou conjuntos arquitetônicos, urbanísticos ou paisagísticos

protegidos por meio de tombamento municipal, estadual ou federal, estão

protegidos por legislação específica e sujeitos à fiscalização dos órgãos de

proteção, o que implica a adoção de cuidados especiais para toda e qualquer

intervenção que neles se pretenda realizar. A condição de bem tombado exige

o tratamento do imóvel – seja ele de qualquer categoria, estilo ou época –

como obra de arte, impondo como diretrizes centrais para qualquer serviço a

ser nele realizado os princípios da reversibilidade, da preservação máxima dos

elementos e materiais originais e da intervenção mínima, conforme indicam as

cartas adotadas internacionalmente para a área do patrimônio.

9.3. Concursos A Lei 8.666 (BRASIL, 1993) prevê o concurso como modalidade preferencial para

contratação de projetos. Recomendado pela União Internacional de Arquiteto -

UIA e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

- UNESCO, sendo o Brasil um dos signatários do compromisso com a ONU na

década dos 1970, reafirmado em 2001, o concurso público de arquitetura é a

forma mais democrática para a contratação de projetos de arquitetura, sendo o

único processo licitatório que permite o conhecimento da proposta antes de sua

contratação.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

10. NORMATIVA Os Projetos deverão ser elaborados em observância a normativos e legislação

vigentes, nas esferas de governo pertinentes. Deverão ser consideradas,

juntamente com o que se estipula neste documento, todas as normas

publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,

compreendendo normas de execução de serviços, especificações, métodos de

ensaio, terminologias, padronização e simbologias

Destacam-se de maneira não exaustiva, algumas legislações, normas, bem como

publicações pertinentes:

Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009, institui o Estatuto de Museus;

Decreto nº 8.124, de 17 de outubro de 2013, regulamenta o Estatuto de

Museus;

Política Nacional de Museus – Memória e Cidadania, 2003;

Programa para a Gestão de Riscos ao Patrimônio Musealizado Brasileiro,

2013;

Cadernos Museológicos – Volume 1 - Segurança em Museus;

Cadernos Museológicos – Volume 2: Acessibilidade a Museus;

NBR 6492/1994 - Representação de projetos de arquitetura;

Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e

critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras

de deficiência ou com mobilidade reduzida;

Decreto federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, estabelece normas

gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas

portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida;

NBR 9050/2015 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e

equipamentos urbanos;

Instrução normativa n° 01 de 25 de novembro de 2003 do Iphan, dispõe sobre

acessibilidade aos bens culturais imóveis acautelados em nível federal;

Portaria nº 420, de 22 de dezembro de 2010 do Iphan, dispõe sobre

concessão de autorização para realização de intervenções em bens

edificados tombados a nível federal;

Normas das Concessionárias locais de Energia, Telefonia e água;

Normas da ABNT para materiais e componentes;

Especificações técnicas do Corpo de Bombeiros, ABNT e Leis vigentes.

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PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

11. BIBLIOGRAFIA

AMARAL, D. Novos Museus de Arte: entre o espetáculo e a reflexão. Brasília: Pós-Graduação da

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, 2014. 186 p. Dissertação (Mestrado

em Arquitetura e Urbanismo).

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13531: Elaboração de projetos de edificações

- Atividades técnicas. Rio de Janeiro, p. 10. 1995.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13532: Elaboração de projetos de edificações

– Arquitetura. Rio de Janeiro, p. 8. 1995.

BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição

Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública. Presidência da

República, 1993. Disponivel em:

<https://legislacao.presidencia.gov.br/ficha?/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.666-

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BRASIL. Lei nº 11.904, de 14 de janeiro de 2009 – Institui o estatuto dos museus e dá outras

providências. Presidência da República, 2009. Disponivel em:

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BRASIL. Decreto n° 8.124, de 17 de outubro de 2013 - regulamenta dispositivos da Lei nº 11.904, de 14

de janeiro de 2009, que institui oEstatuto de Museus, e da Lei nº 11.906, de 20 de janeiro de 2009,

que cria o Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM. Presidência da República, 2013. Disponivel em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d8124.htm>. Acesso em: 25

Junho 2020.

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO. MÓDULO I - Remuneração do Projeto Arquitetônico

de Edificações. Brasília: Conselho de Arquiteura e Urbanismo, v. 1, 2013. 84 p.

CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO. MÓDULO II - Remuneração de projetos e serviços

diversos. Brasília: Conselho de Arquitetura e Urrbanismo, v. 2, 2013. 84 p.

DESVALLÉES, André; MAIRESSE, François. Conceitos-chave de museologia. Paris: ICOM, 2010

Disponível em: <http://icom.

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DIRETORIA TÉCNICA - SUPERINTENDÊNCIA DE PROJETOS. Manual técnico de projetos. Companhia

de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU. São Paulo, p. 231. 2008.

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GUIA PARA

PROJETOS DE

ARQUITETURA

DE MUSEUS

FELÍCIO, R. Paralelismos e paradoxos na prática da readequação de edifícios: o conforto ambiental

entre a preservação e a intervenção. Rio de Janeiro: Pós-Graduação em Conforto e Edificações

Sustentáveis, Universidade Gama Filho, 2011. 65 p. Monografia (Curso de pós-graduação Lato sensu).

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Museus em Números. Brasília: Instituto Brasileiro de Museus,

v. 1, 2011. 240 p.

INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Subsídios para a elaboração de planos museológicos. Brasília:

Instituto Brasileiro de Museus, 2016. 113 p.

MINISTÉRIO DA CULTURA. Política Nacional de Museus - Memória e Cidadania. Política Nacional de

Museus, Brasília, p. 188, 2003. Disponivel em: <https://www.museus.gov.br/wp-

content/uploads/2010/02/politica_nacional_museus_2.pdf>. Acesso em: 25 Junho 2020.

MINISTÉRIO DA CULTURA. Manual de Elaboração de projetos de preservação do patrimônio

cultura. Instituto do Programa Monumenta. Brasília, p. 76. 2005. Elaboração José Hailon

Gomide, Patrícia Reis da Silva, Sylvia Maria Nelo Braga.

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