GUIAINFORMATIVO

PASA - Programa de Prevenção e Atendimento ao Sujeito em Relação ao Álcool e às Drogas

Como ajudar quem exagera?

Todo mundo conhece alguém que tem problemas com álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Mas como agir nesta situação? Confira as respostas das dúvidas mais frequentes:

O que são drogas?

Drogas ou substâncias psicoativas são substâncias que atuam no Sistema Nervoso Central, alterando e comprometendo o psiquismo*, além de provocar danos às funções fisiológicas.

*Psiquismo: o que sentimos, pensamos e fazemos.

Como saber se alguém tem problemas com drogas?

: : Mudanças de humor repentinas; : : Perda de interesse em atividades regulares; : : Queda do desempenho escolar e no trabalho;: : Afastamento da família; : : Reação explosiva a críticas; : : Repentina perda de peso; : : Segredos que não são usuais; : : Perda de energia e motivação; : : Fala confusa, pensamentos desorganizados; : : Dificuldade em lembrar de fatos recentes.

Quais são as justificativas mais comuns para o uso de drogas?

: : Pressão dos amigos: necessidade de ser aceito pelo grupo social.

: : Insegurança: compensar a timidez ou a falta de confiança em si mesmo.

: : Fuga: para evitar as tensões do dia a dia, as pressões do trabalho, as responsabilidades para com a família e/ou de determinado problema.

: : Curiosidade: desejo de saber dos efeitos das drogas no organismo.

: : Prazer: necessidade de obter prazer de modo artificial e rápido. As drogas aceleram o processo

de produção das substâncias químicas naturais do organismo humano, que são responsáveis pelo prazer, a saciedade e a satisfação, produzindo uma falsa sensação de bem-estar;: : Datas comemorativas: necessidade de associar

festas e encontros sociais com abuso de substâncias psicoativas.

Quais são os riscos de usar drogas?

: : Ter problemas familiares, financeiros, legais e sociais;

: : Apresentar deficiências no desempenho escolar, na prática de esportes e no trabalho;

: : Adquirir doenças fatais, como câncer e AIDS;: : Sofrer acidentes

no trânsito e no trabalho;

: : Alterar o humor e tornar-se violento;

: : Praticar crimes (ocorrências policiais, prisão e ficha policial);

: : Diminuir a capacidade do corpo para combater doenças;

: : Morte.

Quando o uso de álcool, tabaco ou outras drogas é exagerado?

Quando o consumo começa a interferir nas relações sociais e familiares, no desempenho escolar ou profissional, até na situação econômica, é certo que o padrão de uso já ultrapassou os limites. Não há um nível seguro ou recomendável de uso. Mesmo as drogas permitidas, como bebidas alcoólicas, cigarros e medicamentos, causam dependência e prejuízos à saúde.

Por que as pessoas se tornam dependentes?

A dependência química é uma doença e não tem nada a ver com o caráter da pessoa. Qualquer um pode se tornar dependente químico, basta que a pessoa tenha predisposição biológica, condição psicológica vulnerável e seja influenciado pelo seu meio social. A falsa sensação de bem-estar proporcionada pelas drogas diminui a intensidade com o passar do tempo, fazendo com que a pessoa passe a usar cada vez mais ou parta para outra substância mais potente, a fim de obter os efeitos de quando iniciou o uso.

Como identificar a pessoa dependente?

: : Sente desejo forte e insistente de usar a substância; : : Passa a usá-la com maior frequência e, na falta, apresenta mal-estar. : : Desenvolve tolerância com o passar do tempo. : : É preciso aumentar as doses para conseguir os mesmos efeitos, com várias tentativas fracassadas de interromper o uso. : : Continua a usar mesmo sabendo dos problemas sociais, psicológicos e físicos persistentes.

Como falar sobre tratamento?

Falar abertamente sobre o assunto, não julgando precipitadamente. Demonstrar que a intenção é ajudar e afirmar que o tratamento deve ser conduzido por profissionais, sendo esta a melhor alternativa.

Por que o tratamento é necessário?

Uma pessoa que usa drogas tem dificuldades de enxergar com clareza os prejuízos aos quais está exposto. Ainda que admita que tenha problemas, costuma dizer que pode parar de usar sozinho e quando quiser. Entretanto, a falta da substância no organismo causa ansiedade, irritação, depressão, entre outros sintomas da abstinência que dificultam para o dependente ter sucesso sem ajuda profissional. As drogas causam prejuízos à saúde física e mental. Portanto, há a necessidade de assistência médica e psicológica para conduzir a recuperação de uma pessoa dependente de forma tranquila e segura.

Apenas internar resolve a situação?

Não. Há muitos casos em que a internação não é necessária. Existem níveis diferentes de dependência e tratamento adequado para cada situação. A internação é uma das intervenções para a recuperação, mas é uma etapa do processo. É importante a avaliação de um profissional de saúde para diagnosticar o caso e estabelecer o projeto terapêutico individual.

O que caracteriza uma internação psiquiátrica?

Uma internação é uma intervenção que ocorre diante de uma urgência ou emergência que necessita de cuidados de maior complexidade, que compreende um acompanhamento especializado em tempo integral. As situações de internação em casos de

urgência ou emergência podem ser orientadas por diversos critérios. Podem ser de natureza clínica, social e/ou jurídica. A menos comum e muito interessante no campo da Psicologia é a internação oriunda de uma crise particular do sujeito, permitindo o surgimento de uma demanda subjetiva.

O que é uma indicação para internação em psiquiatria?

Na ocorrência de uma crise, a indicação para internação em clínica psiquiátrica contempla aspectos de auto e/ou heteroagressividade, risco eminente para o paciente ou para terceiros, necessidade de cuidados medicamentosos e local seguro para superar os sintomas da abstinência. O estado mental exige condições especiais de tratamento e observação, inspirando cuidados médicos em tempo integral.

O que é uma Comunidade Terapêutica?

Comunidades terapêuticas são instituições privadas ou públicas que trabalham para a reabilitação de dependentes químicos. Tem como objetivos a prevenção, a recuperação, a reestruturação de valores e a reinserção social. Desenvolve uma série de ações integradas do ponto de vista clínico, social e espiritual. A internação em uma comunidade terapêutica é uma opção para o dependente químico que se propõe estar abstinente do consumo de substâncias psicoativas e quer se afastar de seu meio de influência. É um local seguro, onde poderá exercer atividades produtivas e educativas no âmbito comunitário.

Quais são as modalidades de tratamento da dependência química em nossa sociedade?

: : Grupos de Mútua Ajuda;: : Hospitais e Clínicas Especializadas;: : Comunidades Terapêuticas;: : A rede de atenção no SUS – Sistema Único de : : Saúde (Hospitais gerais/ CAPS ad – Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas/ UBS - Unidades Básicas de Saúde).

E se a pessoa não aceita tratamento?

A família do dependente tem o direito – garantido por lei federal – de recorrer à internação involuntária para os casos graves, em que o dependente põe em risco a sua vida e de seus familiares. Essa intervenção deve ser realizada por uma clínica psiquiátrica, com profissionais qualificados da área de saúde. Exija registros e certificados legais e se possível faça uma visita às instalações da clínica antes da decisão.

O que é prevenção?

É uma intervenção a ser efetivada antes que determinado fenômeno ocorra.

Como se previne a dependência química?

A informação é a melhor forma de prevenir a dependência química.

Por que informar sobre esse tema no ambiente de trabalho?

Porque um(a) empregado(a) que apresenta um quadro de alcoolismo, tabagismo ou de drogadição apresenta maior risco de sofrer acidentes, pode alterar a rotina do seu setor de trabalho e comprometer os relacionamentos interpessoais e a qualidade geral do serviço prestado.

Como detectar os quadros de dependência química no ambiente de trabalho?

: : Aumento do nº de faltas e atrasos; : : Aumento do nº de licenças médicas; : : Problemas no relacionamento com os colegas e Superiores Hierárquicos; : : Aumento do nº de acidentes de trabalho; : : Queda da produtividade; : : Erros no desempenho; : : Desperdício de materiais; : : Desmotivação para as atividades diárias.

Por que uma pessoa consome substâncias psicoativas (álcool, tabaco e outras drogas), mesmo sabendo que fazem mal, chegando ao ponto de desenvolver uma dependência química?

As dependências químicas são fenômenos humanos aprendidos durante o processo de socialização. São construídas com pelo menos três elementos básicos: a constituição biológica, os fenômenos psíquicos e as interações sociais.

A dependência química pode ser considerada uma resposta às condições e organização do trabalho, bem como à interação psicossocial existente nesse contexto?

A Organização Mundial de Saúde define saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Este conceito na vida de uma empresa

relaciona-se às qualidades de vida de forma individual e coletiva. Portanto, a dependência química pode ser considerada uma resposta ao contexto que as pessoas estão inseridas, interagindo, submetendo-se e transformando-as. A dependência química não é uma doença ocupacional, mas o ambiente de trabalho pode representar um “terreno fértil” para que ela se desenvolva. Os fatores organizacionais podem ser elementos desencadeadores desse tipo de resposta ou mesmo podem agravar patologias já existentes.

Como os colegas devem ajudar o(a) empregado(a) que apresenta quadro de dependência química?

Ser cordial e respeitoso, não tendo atitudes preconceituosas, evitando críticas e/ou brincadeiras.

O que a gerência pode fazer ao descobrir que algum(a) empregado(a) faz uso abusivo de álcool, tabaco e/ou outras drogas?

Conversar com o(a) empregado(a) abertamente sobre o seu problema. Incentivar a procura de tratamento e informar-lhe sobre o Programa PASA. O(a) empregado(a) precisa ser lembrado(a) que, assim como os outros, ele tem responsabilidades no seu trabalho e que o descumprimento de suas atividades traz consequências à sua vida profissional.

O que é o Programa PASA?

Programa corporativo de promoção da saúde, com ênfase na prevenção e tratamento das dependências químicas.

Por que o termo “sujeito” no nome do Programa?

Na sustentação do trabalho desenvolvido noPrograma PASA nos referimos ao Sujeito comoefeito de linguagem. O Sujeito se constitui e se revelasimultaneamente pelo ato de falar. No lugar do ato defalar, impedido por diversos motivos de se apresentarverdadeiramente quem é, aparece o ato de beber,fumar, se drogar. O PASA é um espaço para a palavra do trabalhador, poisé no campo da linguagem que se estrutura o Sujeitopropriamente dito. Através do discurso se abre àpossibilidade que ele, à sua maneira, se depare comsua verdade e com a necessidade de responsabilizaçãopelos seus atos.O acompanhamento pelo PASA exige uma lógicaparticular de abordagem, implicando o empregadoem sua condição de Sujeito responsável pelas suasescolhas.

Quem são os colaboradores do PASA?

O PASA conta com o apoio de profissionais de saúde da Divisão de Saúde e Segurança do Trabalho – DVSS e dos empregados recuperados pelo programa que são designados “Conselheiros” para auxiliar no processo de recuperação daqueles que iniciam o tratamento. Os “Agentes Multiplicadores de Informações – AMI” são os empregados voluntários que se interessam pelo tema e auxiliam as gerências de suas unidades na identificação dos casos que necessitam de encaminhamento para o programa, além de atuarem em diversas atividades de prevenção.

O que os Agentes Multiplicadores de Informações - AMI e os Conselheiros do Programa PASA podem fazer em suas unidades de trabalho?

: : Agir com base no conhecimento científico sobre o assunto, com segurança e ponderação. Em caso de dúvidas, reportar à Coordenação do Programa.

: : Auxiliar a gerência na identificação dos casos que necessitam de encaminhamento para tratamento.

: : Orientar a gerência para conversar com o(a) empregado(a), prestando informações sobre o Programa PASA e sobre a necessidade de avaliação do(a) empregado(a) pela DVSS/PASA.

: : Prestar esclarecimentos sobre a necessidade de formalizar o pedido de avaliação, por meio de Comunicação Interna, anexando uma declaração de próprio punho do empregado que deseja se inscrever no programa.

: : Promover ambiente de trabalho acolhedor e respeitoso, explicando aos colegas que a dependência química é uma doença degenerativa, progressiva e incurável, assim como a diabetes, que, apesar de incurável, tem controle e tratamento.

: : Realizar palestras educativas, campanhas preventivas e pesquisas no âmbito da sua unidade, conforme orientações da coordenação do programa.

Como é realizado o tratamento para a dependência química no Programa PASA?

A avaliação diagnóstica é a primeira etapa do processo de recuperação e consiste em avaliar o grau de comprometimento físico e psíquico. O diagnóstico de dependência química considera diferentes níveis de intensidade. Para cada caso é recomendado um projeto terapêutico específico.

Grau leve: o uso habitual começa a afetar a vida de quem utiliza a substância, sem, contudo, afastá-lo de atividades cotidianas ou do convívio social e familiar.

Comportamento: apresenta sinais de motivação para mudança e aceita o tratamento.

Projeto terapêutico: tratamento ambulatorial (sessões de psicoterapia com médico psiquiatra e/ou psicólogo); acompanhamento em sessões de grupos terapêuticos. Não há necessidade de internação e a pessoa não experimenta sintomas severos do quadro de abstinência.

Grau moderado: acentuada falta de comprometimento com horários e atividades cotidianas e trabalho. Histórico de abusos no consumo de álcool, tabaco e/ou outras drogas. O dependente sofre com alterações de humor repentinas, motivadas pelo uso ou pela abstinência da substância.

Comportamento: apresenta predisposição para o tratamento por incentivo de familiares, amigos, colegas de trabalho e/ou gerência. Autocrítica preservada.

Projeto terapêutico: internação para desintoxicação em clínica especializada, pois há necessidade do afastamento do núcleo de influência e para “quebrar” a negação da doença. Após a internação, necessita de utilizar o serviço de hospital-dia da clínica; realizar sessões individuais de psicoterapia com médico psiquiatra e/ou psicólogo; participar de acompanhamento psicológico em sessões grupais e em grupos de ajuda mútua da própria comunidade onde mora.

Grau grave: apresenta sinais físicos e comportamentais de que já está vivendo em função da doença, com negligência total de compromissos sociais, familiares, profissionais ou educacionais. Não consegue ficar sem a substância por longos intervalos de tempo. Há perda momentânea da capacidade de decisão e discernimento.

Comportamento: rejeita qualquer possibilidade de ajuda profissional.

Projeto terapêutico: internação para desintoxicação em clínica especializada, pois há necessidade do afastamento do núcleo de influência e maior período para desintoxicação. Na maioria das vezes, a internação é involuntária, sendo o paciente levado até a clínica por equipe de resgate, a partir da decisão de familiares. Após a internação, necessita de utilizar o serviço de hospital-dia da clínica; realizar sessões individuais de psicoterapia com médico psiquiatra e/ou psicólogo; participar de acompanhamento

psicológico em sessões grupais e em grupos de ajuda mútua da própria comunidade onde mora. É necessário trabalhar a reestruturação de valores e a reinserção social.

O Programa PASA conquista a cada dia resultados significativos na recuperação do empregado dependente químico. A direção do tratamento consiste no restabelecimento da sua liberdade em escolher a relação que passará a ter com o objeto droga. Nessa perspectiva, o empregado da COPASA tem a possibilidade de construir experiências, de resignificar sua trajetória pessoal e profissional, considerando as suas particularidades e, principalmente, o contexto em que está inserido, que inclui todos os impasses da modernidade e suas saídas.

Divisão de Saúde e Segurança do TrabalhoContate-nos para mais informações:

E-mail: pasa@copasa.com.brTelefones: 3250 1512 / 3250 1895 / 3250 1596