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GUIA PRÁTICO DO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E JARDIM BOTÂNICO DA UFMG. DESTINADO AOS EDUCADORES QUE ESTÃO INICIANDO SUAS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E JARDIM BOTÂNICO DA UFMG. Pesquisa e Textos: Equipe de educadores do MHNJB-UFMG Elaboração e Revisão: Robson de Paula Santos Júnior

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Guia

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  • GUIA PRTICO DO

    PROGRAMA DE

    EDUCAO AMBIENTAL

    DO MUSEU DE

    HISTRIA NATURAL E

    JARDIM BOTNICO DA

    UFMG.

    DESTINADO AOS EDUCADORES QUE ESTO INICIANDO SUAS ATIVIDADES DE

    EDUCAO AMBIENTAL NO MUSEU DE HISTRIA NATURAL E JARDIM BOTNICO

    DA UFMG.

    Pesquisa e Textos: Equipe de educadores do MHNJB-UFMG

    Elaborao e Reviso: Robson de Paula Santos Jnior

  • INCIANDO UMA VISITA

    Para iniciar uma visita com um grupo, o educador deve se apresentar e pedir para

    que os integrantes do grupo se apresentem. Este procedimento cria uma identificao

    maior entre o educador e seu grupo. Logo em seguida, o educador deve apresentar

    rapidamente o Museu ao grupo, ressaltando seus principais aspectos como rea e

    funes. Finalizando essa etapa, o educador deve apresentar o roteiro a ser realizado ao

    grupo, com exposies a serem percorridas, prespio e caminhada pela mata.

    Antes de iniciar a caminhada pela mata, deve-se realizar alguns combinados com

    os visitantes, como no jogar lixo no cho, no recolher frutos da mata, no alimentar os

    animais, no tecer conversas desnecessrias durante a apresentao e andar

    preferencialmente atrs dos educadores.

    A CAMINHADA PELA MATA

    A caminhada pela mata/jardim botnico do Museu constitui, normalmente, o incio

    de uma visitao mediada ao MHNJB. O educador que realizar esta atividade deve

    ressaltar, inicialmente, que o espao de 60 hectares (aproximadamente 60 campos de

    futebol) de rea verde que constitui o Jardim Botnico do Museu se trata de uma reserva

    de Mata Atlntica secundria (regenerada), e considerada a terceira maior rea verde

    de Belo Horizonte.(a mata do parque das Mangabeiras e o Jardim Botnico da Fundao

    zo-botnica so ainda maiores). interessante ressaltar a importncia dessas reas

    reas verdes em centros urbanos, sobretudo sua influncia microclimtica. preciso

    mencionar, tambm, as interaes ecolgicas que ocorrem entre as diversas espcies

    presentes nessa mata, alm de citar as espcies da fauna que podem ser encontradas

    nesse tipo de ambiente (Cutias, Macacos-prego, Micos-estrelas, Teis, Cobras, etc.).

    Caminhadas realizadas a partir do centro de visitantes

    Em uma visitao durante a semana, os grupos escolares geralmente partem do

    Centro de Visitantes, podendo o educador optar, de acordo com o tempo e com o nmero

    de grupos presentes na mata, por realizar diversos trajetos possveis. Os trs mais

    utilizados so:

  • Trajeto Normal: Trilha do Jequitib + Trilha da Sapucaia + Trilha da Corticeira + Lago da

    Paineira + Bosque

    Trajeto Extendido: Trilha do Jequitib + Trilha do Tronco cado + Trilha da Caratinga +

    Trilha da Sapucaia + Trilha da Corticeira + Lago da Paineira + Bosque

    Trajeto Curto: Trilha das Borboletas + Trilha da Corticeira + Lago da Paineira + Bosque.

    Ressalta-se que, em todos os trajetos, o educador pode intercalar as paradas

    mencionadas abaixo com explicaes diversas acerca do ambiente e outras que por

    ventura sejam solicitadas pelo grupo que est sendo atendido. Uma boa interao com o

    grupo durante a caminhada na mata pode facilitar significativamente o restante da visita

    ao Museu.

    Trajeto Normal:

    Parada do Jequitib:

    Comumente a primeira parada neste trajeto. Nesse ponto costuma-se explicar

    que os Jequitibs so rvores nativas da Mata Atlntica brasileira, ainda existentes

    apenas na regio sudeste e em alguns estados vizinhos. Suas folhas apresentam

    tom avermelhado na primavera e suas flores podem ser claras ou vermelhas. Em

    tupi-guarani significa gigante da floresta, o que compreensvel, pois pode atingir

    60 metros de altura e uma circunferencia de at 16 metros. Essa rvore est na

    relao das maiores rvores do Brasil. conhecida como a rvore dos Desejos

    mito derivado dos indgenas que a abraavam e faziam seus pedidos, pois estes

    acreditavam que ela alcanava o cu, j que, por vezes, no conseguiam enxergar

    o fim da rvore. Ela possui tambm um fruto lenhoso que protege a semente,

    chamado de apito do curupira, pois pode produzir um som de apito, se assoprado.

    Parada do Cupinzeiro:

    As diversas interaes ecolgicas presentes neste ambiente comeam a ser

    exemplificadas nesta parada. Os cupins, juntamente com formigas, bactrias

    saprfitas e fungos constituem umas das bases desse ecossistema. So os

  • chamados seres decompositores. Sem a presena desses organismos

    impossvel a perpetuao de uma floresta exuberante como essa.

    Uma colnia tpica de cupins constituda de um casal reprodutor, rei e rainha,

    que se ocupa apenas de produzir ovos; de inmeros operrios, que executam todo

    o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que so responsveis pela

    defesa da colnia.

    Pode-se dizer que o cupinzeiro como um iceberg. A parte que visvel

    corresponde a aproximadamente do cupinzeiro. O cupim se alimenta da madeira

    em busca da celulose, que no capaz de digerir sem o auxilio de

    microorganismos que vivem no seu aparelho digestor.

  • Parada do Pau Ferro Explicar que esta rvore muito til no paisagismo urbano em geral devido ao seu

    caule esbranquiado e manchado e pelo formato amplo de sua copa,

    proporcionando uma boa sombra. Diz-se que seu nome provm das fascas e do

    rudo metlico produzidos por machados quando se atrevem a cort-las. A madeira

    do Pau ferro muito dura, sendo considerado o bano brasileiro.

    Parada da Sapucaia Explicar aos visitantes que a Sapucaia (do tupi: rvore dos olhos que

    saltam/abrem) uma rvore nativa da Mata Atlntica brasileira e uma de suas

    curiosidades a forma de seu fruto, popularmente conhecida como "cumbuca", que

    abriga grande quantidade de castanhas, bastante apreciadas pela fauna local. Na

    primavera surgem as folhas novas de cor rosa-avermelhada, juntamente com as flores de

    cor lils, conferindo sua copa beleza indescritvel. interessante nesta parada

    mencionar um ditado que diz: Macaco velho no bota mo na cumbuca. Tal ditado se

    deve ao fato de que contrabandistas colocavam alimentos nas cumbucas para atrair

    macacos que, ao tentar apanh-los, ficavam com as mos presas no fruto, sendo ento

    capturados.

    v

  • Parada do Cansano- Arre Diabo

    Esta parada importante para se salientar os perigos que algumas rvores podem

    oferecer aos seres humanos. Esta rvore possui algumas adaptaes que impedem

    alguns predadores de se alimentarem de suas folhas e frutos. uma planta muito

    urticante (causa coceira e ardor na pele) e lactescente, com espinhos espalhados

    esparsamente pelos ramos. Seus frutos possuem uma casca dura tambm dotada de

    espinhos urticantes, alm do seu caule que possui espinhos que causam bastante dor se

    em contato com a pele humana. O Arre-diabo ou Cansano ocorre principalmente na

    caatinga arbrea. Uma curiosidade o seu nome popular de Arre-Diabo, derivado de um

    xingamento comumente proferido pelas pessoas aps esbarrarem nos espinhos

    dolorosos dessa rvore.

    Explicao sobre Lquens e Musgos

    Nesta trilha e durante quase todo o percurso, possvel observar a presena de

    liquens e musgos. A explicao sobre tais organismos pode ser importante em diversos

    aspectos. Os liquens so associaes simbiticas de mutualismo entre fungos e algas,

    onde o primeiro basicamente fornece proteo e o segundo produz alimento. Os liquens

    so extremamente sensveis poluio, servindo como bioindicadores da qualidade do ar

    (principalmente os de cores mais vivas, vermelho, laranja, etc.). Os Musgos so vegetais

    primitivos representantes do grupo das brifitas (desprovidos de vasos de conduo e

    tecidos).

    Tanto os liquens como os musgos so bons indicadores de direo geogrfica, j

    que por caracterstica biolgica buscam sempre se esconder do Sol , tomando a direo

    preferencial Sul Sudeste em nossa latitude.

  • Parada do Angico

    Nesta parada, convm explicar que esta espcie nativa pioneira e tpica do

    cerrado brasileiro, adaptada a terrenos secos, decdua (perde suas folhas na estao

    seca), helifita (acostumada a presena de sol forte) e seletiva xerfita (adaptao

    escassez de gua). Essa espcie apresenta caractersticas ornamentais, podendo ser

    utilizada no paisagismo. Isso se deve caracterstica retorcida de seus ramos, alm de

    sua casca suberosa. Seu tronco apresenta algumas protuberncias e suas folhas podem

    ser utilizadas como formicidas, alm de ter sido muita utilizada no curtimento de couro, j

    que sua casca possui tanino, substncia adstringente muito utilizada para esta finalidade.

    Parada da Corticeira: A rvore possui este nome devido extrao da casca ou cortia (Sber) de seu

    tronco. A finalidade da cortia o fabrico de isolantes trmicos e sonoros de aplicao

    variada, mas especialmente na produo de rolhas para engarrafamento de vinhos e

    outros lquidos. Nessa parada interessante que os visitantes apertem a casca da rvore

    a fim de comprovam sua maciez e resistncia.

    Parada da Palmeira Jussara Encontrada na Mata atlntica e tambm no cerrado a Palmeira Jussara bastante

    conhecida no sul e sudeste do Brasil pela explorao do seu palmito (chamado Palmito-

    Doce). O palmito retirado da zona de crescimento da rvore (gema apical), onde ocorre

    a diviso celular. Sem essa parte a rvore no se desenvolve mais. Devido explorao

    comercial do palmito, essa espcie est ameaada de extino, j que preciso matar a

    planta para a sua retirada.

    Nessa parada deve-se abordar como a explorao desmedida dos recursos

    naturais pode levar diversas espcies da nossa flora extino.

  • Parada da Lagoa da Paineira

    A parada na lagoa artificial da Paineira importante devido grande presena da fauna

    residente e migratria que pode ser observado nesse ecossistema. A presena de peixes,

    anfbios (anuros), rpteis (cgados e teis), aves, insetos e mesmo mamferos (cutias e

    macacos) torna esse ambiente um local ideal para a apreciao da fauna. Pode-se

    tambm salientar nesse espao a importncia dos corpos dgua nos microclimas e da

    vegetao como fator de refgio e alimento nesse tipo de ambiente, alm desta ltima

    proporcionar certo controle erosivo das bordas dessa lagoa.

    Cgados: Esses rpteis semi-aquticos so comumente confundidos com as tartarugas,

    mas se diferenciam desta por possurem unhas e outras caractersticas de adaptao

    vida terrestre. De acordo com a espcie, a base da alimentao dos indivduos jovens

    carnvora e quando adultos a maior parte da alimentao vegetal. Vivem em mdia 30

    anos numa nica regio, saindo apenas para hibernar ou desovar.

    Entrada no Bosque:

    Parada da Barriguda

    A Barriguda uma rvore da caatinga (do Tupi : Mata Branca) mineira. Seu tronco

    desproporcional copa devido ao armazenamento de gua nessa parte da rvore, uma

    adaptao para suportar secas prolongadas, e chega a atingir mais de 1,5 metros de

    dimetro. Da provm seu nome popular mais difundido. tpica de matas secas, como a

    caatinga arbrea, preferindo solos calcrios de boa fertilidade.

  • Parada do Araxix

    Devido sua beleza e seu rpido crescimento, esta espcie nativa muito utilizada

    no paisagismo e no plantio misto para recuperao de reas degradadas. Seus frutos so

    tambm utilizados na manufatura de artesanatos.

    Parada do Cipreste

    Esta rvore uma das nicas Gimnospermas que se encontram na rea do MHNJB da

    UFMG. O termo gimnosperma deriva do grego Gymnos (nu) + Sperma (semente). Nestas

    plantas o plen atinge diretamente o vulo que, depois de fecundado produz sementes

    nuas, isto , no encerradas em frutos.

    Parada da Sumama

    A Sumama, ltima rvore j na sada do bosque, uma espcie da floresta

    aberta, abundante nas florestas tropicais e pantanosas e nas margens dos rios de guas

    "barrentas". Cresce tambm na terra firme com solo argiloso.

    A sumama, conhecida como rainha da floresta, encanta pelo seu porte e pelas

    suas lendas, com seu esprito invocado pelos pajs em rituais de cura. tambm utilizada

    como meio de comunicao na floresta: ao bater em suas sapopemas (razes tabulares) o

    som ecoa, anunciando a presena de algum em seu tronco. Suas sementes so

    comumente usadas para encher travesseiros e colches.

    FINAL DA CAMINHADA PELA MATA

  • ESPAOS EXPOSITIVOS

    PALEONTOLOGIA

    O termo Paleontologia, usado na literatura geolgica pela primeira vez em 1834, foi

    formado a partir das palavras gregas: palaios= antigo, ontos= ser, logos=estudo. J a

    palavra fssil originou-se do termo latino fossilis= extrado da terra. A exposio de

    Paleontologia do MHNJB convida o visitante a refletir sobre a histria da vida na Terra por

    meio de registros fsseis de vrias espcies, de esqueletos de grande mamferos como

    as preguias gigantes e at de uma rplica de Titanossauro. O salo conta, ainda, com

    um diorama, em que se simula uma escavao paleontolgica e com que se presta uma

    homenagem ao Pai da Paleontologia Brasileira, o dinamarqus Peter Lund, que, durante

    anos, realizou escavaes na regio de Lagoa Santa, em Minas Gerais.

    Na entrada da exposio existe um enorme quadro sobre a evoluo biolgica da

    vida no planeta. A abordagem sistemtica desse quadro deve levar em considerao a

    faixa etria dos visitantes, no sendo indicado para crianas menores de 6 anos.

    O objetivo imediato da atividade educativa na exposio de Paleontologia consiste

    em mostrar os fsseis no tempo geolgico, a fim de elucidar como se deu a evoluo da

    vida no planeta, e, que a evoluo est marcada por eventos de extino em massa.

    Para realizar a atividade educativa nesse espao expositivo o educador pode se

    valer de diversas estratgias pedaggicas como a apresentao inicial do espao em

    suas caractersticas gerais, seguida de uma visita orientada ao mesmo. Tal visita pode

    iniciada com a explicao do quadro de evoluo da vida no planeta, seguida de um

    percurso onde sero apreciadas as salas do Paleozico (Idade dos Peixes) e Mesozico

    (Idade dos Rpteis) e depois a sala do Cenozico (Idade dos Mamferos). Sugere-se que

    tal visita seja encerrada com a apreciao dos painis referentes a histria evolutiva do

    homem (sala do Cenozico), a fim de propiciar a compreenso da histria da espcie

    humana relacionada histria do planeta. Durante a visita de suma importncia a

    compreenso, por parte dos visitantes, dos processos pelos quais os organismos mortos

    se tornam um fssil, dos processos de extino em massa e disseminao de espcies,

    relacionados aos fatores ambientais que propiciam um e outro processo.

    Outra metodologia possvel para este espao, indicada para visitas em um tempo menor,

    refere-se observao preliminar dos fsseis pelo grupo e a posterior explicao dos

    mesmos, ressaltando os aspectos que mais aguaram a curiosidade dos visitantes.

    A dinmica Que fssil sou eu tambm pode ser utilizada neste espao, a fim de facilitar

    a compreenso para crianas.

  • MAIS INFORMAES

    A IDADE DA TERRA E A ORIGEM DA VIDA

    Atravs dos estudos feitos por paleontologos descobriu-se, atravs da datao de

    rochas, que o planeta Terra existe h aproximadamente 4,5 - 6 bilhes de anos. Estudos

    indicam que a vida surgiu na gua. Tratava-se de organismos simples, que podem habitar

    a Terra at os dias atuais. Esses organismos foram evoluindo e dando origem a

    organismos mais complexos.

    OS DINOSSAUROS

    Dinossauros so rpteis que surgiram no final do perodo trissico, cerca de 225

    milhes de anos atrs, e viveram na terra at cerca de 70 milhes de anos atrs, quando

    foram extintos. Diversas teorias tentam explicar esse fato, sendo que uma delas a de

    que um grande asteride tenha cado na Terra e desencadeado uma srie de mudanas

    ambientais impedindo inclusive que a luz do Sol alcanasse a superfcie. Como

    conseqncia disso, muitas espcies vegetais que necessitam fazer fotossntese para

    viver teriam morrido e, por fim, os dinossauros herbvoros. Sem os dinossauros

    herbvoros para se alimentar todos os carnvoros tambm morreram, marcando assim o

    fim da era dos dinossauros. Acredita-se que nesse perodo cerca de 60% da vida na Terra

    se extinguiu.

    O DOMNIO DOS MAMFEROS

    A partir da extino dos Dinossauros tm-se a intensificao do processo de

    seleo natural, no qual os mamiferos comeam a se desenvolver e dominar a Terra. Os

    mamiferos constituem uma classe de animais vertebrados, que se caracterizam pela

    presena de glndulas mamrias que, nas fmeas, produzem leite para alimentao dos

    filhotes (ou crias), e a presena de plos ou cabelos. So animais endotrmicos, (ou seja,

    de temperatura constante, tambm conhecidos como "animais de sangue quente"). Os

    primeiros mamferos, ou mamaliformes como so tipicamente conhecidos, apareceram no

    perodo Trissico. A extino em massa do Holoceno, inclui o desaparecimento notvel

    de grandes mamferos, conhecidos como megafauna, ao fim da ltima glaciao, de

    9.000 a 13.000 anos atrs. Tais desaparecimentos tem sido considerados como uma

    resposta s mudanas climticas e no adaptao s mudanas ambientais

    subsequentes.

  • ARQUEOLOGIA

    Para compreender o passado da humanidade, no basta ler a respeito dele. Muita

    informao sobre os ancestrais do homem est depositada em objetos, pinturas e demais

    vestgios deixados por eles no ambiente em que viviam. A exposio de Arqueologia do

    MHNJB permite que o visitante observe e analise, de perto, utenslios e manifestaes

    artsticas produzidas, h muitos anos, pelos seres humanos. O acervo exposto compe-

    se de materiais em pedra polida, picoteada e lascada, de painis, em que se reproduzem

    pinturas rupestres encontradas em diferentes regies de Minas Gerais, e, tambm, de

    vrios artefatos e peas de cermica.

    A Arqueologia uma cincia que estuda as culturas humanas do passado a partir

    da anlise de vestgios materiais. A atividade educativa desenvolvida nesse espao

    expositivo tem como objetivo principal propiciar a compreenso da evoluo da cultura,

    sobretudo das tcnicas, do homem pr-histrico. Constitui objetivo de uma visita a este

    espao compreender o modo de vida do homem antigo (sedentarismo, alimentao,

    comunicao, moradia, ferramentas) e relacion-lo ao processo de evoluo da espcie

    humana.

    A visita a este espao expositivo deve ser iniciada com uma breve explicao sobre

    a cincia Arqueologia e seus objetivos. Em seguida, podem ser utilizadas diversas

    estratgias de mediao a fim de assegurar a compreenso e o envolvimento do grupo no

    processo dialgico. Pode-se optar, por exemplo, por uma visita orientada levando-se em

    considerao o aspecto cronolgico. Dessa forma, inicia-se com a apresentao da vitrine

    relativa s peas picoteadas e lascadas (tcnicas mais antigas para se produzir

    utenslios) seguida da apreciao das vitrines com pedras polidas e cermicas (tcnicas

    mais recentes). Tambm pode ser explorado o quadro e a maquete de sedimentao,

    onde se explicita o processo de soterramento de vestgios humanos e sua posterior

    escavao. Finalizar com a apresentao de duas tcnicas de comunicao muito

    utilizadas pelo homem pr-histrico, quais sejam o entalhe (figuras em pedras picoteadas)

    e a pintura rupestre (tinta a partir de pigmentos minerais) que antecederam a escrita

    contempornea.

    Arte rupestre, pintura rupestre ou ainda gravura rupestre, o nome que se d

    s mais antigas representaes pictricas conhecidas, as mais antigas datadas do

    perodo Paleoltico Superior (40.000 a.C.) gravadas em abrigos ou cavernas, em suas

  • paredes e tetos rochosos, ou tambm em superfcies rochosas ao ar livre, mas em

    lugares protegidos, normalmente datando de pocas pr-histricas.

    Para fins didticos, pode-se dividir a chamada Pr-Histria nos seguintes perodos (tal

    diviso mais vlida para o continente europeu e asitico e menos valida para o

    continente americano) :

    Idade da Pedra:

    Paleolitico: Pedra Lascada, refere-se ao perodo pr-histrico quando os

    ancestrais do homem comearam a produzir os primeiros artefatos em pedra

    lascada, at cerca de 10000 a.C. Os homens eram nomades, caadores e

    coletores. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caa feitos em madeira,

    osso ou pedra lascada

    Mesolitico: De 20 a 10 mil anos, tambm vulgarmente conhecido como Idade da

    Pedra Intermediria. Ocorre o domnio do fogo. Com o fogo, o ser humano pde

    espantar os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitao

    alm de conseguir calor nos momentos de frio intenso.

    O Neoltico, tambm chamado de Idade da Pedra Polida (por causa de alguns

    instrumentos, feitos de pedra lascada e pedra polida). o perodo da Pr-Histria

    que comea em 8000 a.C.. Durante esse perodo surge a agricultura, e a fixao

    resultante do cultivo da terra e da domesticao de animais para o trabalho

    culmina no sedentarismo (moradia fixa em aldeias). Era comum usarem roupas de

    l ou de linho, pois foi um perodo muito frio. As primeiras aldeias so criadas

    prximas a rios, de modo a usufruir da terra frtil e gua potvel.

    Idade Dos Metais:

    Denomina-se Idade dos Metais o perodo da Pr-Histria do homem compreendido entre

    5000 a 4000 anos antes de Cristo. marcado pelo incio da fabricao de instrumentos

    metlicos. O ser humano comeava a dominar, ainda que de maneira rudimentar, a

    tcnica da fundio. A princpio, utilizou como matria prima o cobre, o estanho e o

    bronze, metais cuja fuso mais fcil. O ferro era usado principalmente para a fabricao

    de armas. As esculturas tambm foram bastante comuns no perodo e eram feitas de

    barro com moldes de cera.

    Nesse perodo, o crescimento da populao se acentuou em algumas regies do planeta.

    As pequenas comunidades foram se desenvolvendo. Algumas delas passaram a dominar

  • grandes extenses de terra e outros grupos. Surgiram, assim, as primeiras cidades,

    principalmente no cruzamento de caminhos naturais. Algumas dariam origem s mais

    significativas civilizaes da histria da humanidade.

  • MINERALOGIA

    O visitante da exposio de Mineralogia do MHNJB convidado a conhecer o fascinante

    mundo das rochas, minerais e gemas brasileiros, principalmente os de Minas Gerais. A

    exposio convidativa e se inicia por uma rplica de caverna, onde o visitante pode

    vivenciar a experincia de perceber os aspectos particulares desse ambiente com seus

    espeleotemas, fauna especializada para viver em ambientes escuros como morcegos e

    aranhas, alm de pinturas rupestres.Ao sair da rplica da caverna o visitante entra em

    uma sala onde est exposto o fantstico mundo das rochas, minerais e gemas que so

    amplamente utilizados no nosso dia a dia. Alm disto, recentemente foi inaugurado um

    painel com a evoluo do tempo geolgico permitindo que as pessoas tenham ideia do

    quo antigo o planeta Terra e de como a vida evoluiu ao longo de milhes de anos.

    A mineralogia o ramo da cincia geolgica que estuda os diversos tipos minerais e suas

    propriedades, as quais so determinadas por caractersticas fsicas (dureza, clivagem,

    trao, etc), ticas (brilho, cor) e qumicas (composio). Os minerais so os principais

    constituintes das rochas e cada mineral pode ser classificado e denominado com base na

    sua composio qumica, na estrutura cristalina dos elementos que o compem e em

    seus diferentes usos. A atividade educativa na exposio de mineralogia tem por objetivo

    divulgar e tornar conhecida a coleo de minerais do MHNJB, assim como as riquezas

    naturais do Brasil e, principalmente, de Minas Gerais. Demonstrar como os minerais esto

    presentes na nossa vida, assim como as atividades relacionadas sua extrao e

    beneficiamento tambm constituem objetivos do trabalho educativo nesse espao

    expositivo.

    A visita ao espao de Mineralogia pode ser iniciada com a apreciao cientfica da rplica

    de uma caverna, onde podem ser abordados conceitos relativos formao das cavernas

    e de seus respectivos espeleotemas, alm de outros fatores ambientais como

    ecossistema, microclima e preservao de fsseis; incluindo tambm a questo destes

    espaos terem sido utilizados pelo homem primitivo como abrigo sendo que sua

    passagem por este ambiente pode ser atestada pela presena de pinturas rupestres. Em

    seguida, pode-se explorar as vitrines onde esto presentes os minerais, rochas e gemas

    de interesse cientfico e educativo, procurando: fazer a distino entre os grandes grupos

    de minerais (Silicatados e no silicatados), trabalhar assuntos relativos histria da

    minerao em Minas Gerais, ao valor econmico de alguns minerais, bem como sua

    aplicao.

  • MAIS INFORMAES

    Mineral um corpo natural slido e cristalino formado em resultado da interao de

    processos fsico-qumicos em ambientes geolgicos. Cada mineral classificado e

    denominado no apenas com base na sua composio qumica, mas tambm na

    estrutura cristalina dos materiais que o compem. Como resultado dessa distino,

    materiais com a mesma composio qumica podem constituir minerais totalmente

    distintos por conta das diferenas estruturais na forma como os seus tomos ou

    molculas se arranjam espacialmente (como por exemplo a grafite e o diamante). Os

    minerais variam na sua composio desde elementos qumicos, em estado puro ou quase

    puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas conhecidas. Embora

    em sentido estrito o petrleo, o gs natural e outros compostos orgnicos formados em

    ambientes geolgicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos orgnicos

    excluda. Tambm so excludas as substncias, mesmo que idnticas em composio e

    estrutura a algum mineral, produzidas pela atividade humana (como por exemplo os

    betes ou os diamantes artificiais).

    Rocha um agregado slido que ocorre naturalmente e constituido por um ou mais

    minerais ou mineraloides. A camada externa slida da Terra, conhecida por litosfera

    constituida por rochas. O estudo cientfico das rochas chamado de petrologia, um ramo

    da geologia. Os termos populares pedra e calhau se referem a um pedaos soltos de

    rochas, ou fragmentos.

    Minrio (do latim minera, mina) um mineral que economicamente vivel para a sua

    prospeco e explorao industrial (minerao). A sua explorao pode ser feita a cu-

    aberto ou ser subterrnea.

    As rochas podem ser classificadas de acordo com sua composio qumica, sua forma

    estrutural, ou sua textura, sendo mais comum classific-las de acordo com os processos

    de sua formao. Pelas suas origens ou maneiras como foram formadas, as rochas so

    classificadas como gneas, sedimentares, e rochas metamrficas. Nos casos onde o

    material orgnico deixa uma impresso na rocha, o resultado conhecido como fssil.

    Carste ou Carso ou ainda Karst, tambm conhecido como relevo crstico ou sistema

    crstico, um tipo de relevo geolgico caracterizado pela dissoluo qumica (corroso)

    das rochas, que leva ao aparecimento de uma srie de caractersticas fsicas, tais como

    cavernas, dolinas, vales secos, vales cegos, cones crsticos, rios subterrneos, canhes

  • fluviocrsicos, paredes rochosos expostos e lapis. O relevo crstico ocorre

    predominantemente em terrenos constitudos de rocha calcria, mas tambm pode

    ocorrer em outros tipos de rochas carbonticas, como o mrmore e rochas dolomticas.

    Cavernas so originrias de uma srie de processos geolgicos que podem envolver uma

    combinao de transformaes qumicas, tectnicas, biolgicas e atmosfricas. Devido s

    condies ambientais exclusivas das cavernas, esse ecossistema apresenta uma fauna

    especializada para viver em ambientes escuros e sem vegetao nativa. Outros animais,

    como os morcegos, podem transitar entre seu interior e exterior. As cavernas tambm

    foram utilizadas, em idades remotas, como ambiente seguro e moradia para o homem

    primitivo, fato comprovado pela imensa variedade de evidncias arqueolgicas e pela arte

    rupestre.

    Quando a gua rica em carbonato de clcio entra em contato com a atmosfera da

    caverna, ocorre liberao de gs carbnico (CO2) para a atmosfera, o que torna a soluo

    mineral supersaturada e faz com que ocorra precipitao. No caso do precipitado ser

    carbonato de clcio (CaCO3), ele forma cristais de calcita ou aragonita. O mesmo ocorre

    se os sais contm magnsio (como CaMg( CO3 )2), quando h precipitao de dolomita.

    As formas construdas pelos cristais dependem de diversos fatores. Elas podem se formar

    no teto, nas paredes e no cho, podem ser resultado de gotejamento por frestas no teto,

    por disseminao da gua atravs da porosidade de paredes e teto (exsudao) ou

    tambm pela sedimentao e decantao em poas e represamentos. As formaes mais

    comuns so: Estalactites, Estalagmites, Colunas, Escorrimentos, Helictitas, Cortinas

    e Represas de travertino.

  • MORCEGOS VERDADES E MITOS

    Os morcegos so animais que pertencem ordem Chiroptera, palavra de origem

    grega, cujo significado cheir = mo + ptery = asa, sendo estes os nicos mamferos

    voadores. considerado um animal mtico e mesmo folclrico, exatamente por terem

    hbitos noturnos e por serem pouco vistos, alm de no serem considerados muito

    bonitos. Ao longo do tempo criaram-se ento diversos mitos a respeito deles. Existem

    pessoas que ainda acreditam que eles so ratos voadores, que sugam o sangue das

    pessoas transformando-as em vampiros. muito difundida tambm a crena de que eles

    so cegos e que podem alar vo do cho como pssaros. Contudo, pouco se conhece a

    respeito das caractersticas fsicas desses mamferos voadores que, em muitos aspectos,

    se assemelham at mesmo aos seres humanos. Nessa exposio explica-se o que mito

    e o que verdade acerca desses animais to importantes para o equilbrio ecolgico.

    O objetivo principal da atividade educativa na exposio Morcegos: Verdades e

    Mitos, como o prprio nome sugere, justamente esclarecer o que verdade acerca

    desse animal e desmistificar alguns conceitos que erroneamente so difundidos sobre o

    mesmo. Dessa forma, se busca ressaltar as funes ecolgicas desse mamfero,

    principalmente as relativas ao controle populacional de suas presas, polinizao e a

    disseminao de sementes. A atividade educativa desenvolvida na exposio deve levar

    em considerao, inicialmente, o conhecimento prvio dos visitantes sobre o assunto, a

    fim de considerar o que verdade e o que mito em suas falas. A fim de estabelecer um

    panorama sobre o conhecimento do grupo acerca desses animais, importante que o

    educador faa perguntas instigadoras aos visitantes,

    A apreciao dos painis afixados na exposio referentes aos diversos aspectos

    ecolgicos desse animal, assim como a apresentao dos referidos aspectos em

    equipamento de Data-show, salientando suas principais caractersticas em fotos de alta

    definio, o segundo momento da atividade educativa. Na apresentao em Power

    Point referente s diversas caractersticas dos morcegos, o educador deve levar em conta

    o conhecimento do grupo sobre o assunto, procurando ratificar ou retific-lo, explorando o

    material apresentado pelo dispositivo em questo. Finalizando a atividade, o educador

    deve retirar os espcimes conservados em lcool 70% e exibi-los aos visitantes, fazendo

    com que os mesmos possam se familiarizar com as diversas espcies e suas

    caractersticas morfolgicas.

  • OUTRAS INFORMAES

    Existe uma diversidade gigantesca de morcegos, cerca de 1120 espcies que

    habitam quase todo o nosso planeta, exceto as regies polares que so frias e o morcego

    encontraria dificuldades para achar comida, por exemplo. Essas 1120 espcies de

    morcegos so divididas por duas subordens: Megachiropteros e Microchiropteros.

    Os Megachiropteros so comumente conhecidos como Raposas Voadoras e so

    encontrados na frica, Oceania e sia. Como o seu nome indica, nesta subordem

    encontram-se os maiores morcegos do mundo, os quais chegam a 2 metros de

    envergadura.

    Todos os morcegos tm os sentidos do olfato, do paladar e da audio excelentes

    e, ao contrrio do que muitos pensam, morcegos possuem viso. Contudo, alguns tem

    maior sensibilidade a luz sendo de hbitos noturnos como os Microchiropteros.

    Pode-se dividir os morcegos de acordo com seus hbitos alimentares:

    Insetvoro:

    Alimenta-se de insetos, mas pode comer baratas, aranhas e outros artrpodes.

    bastante comum nas reas urbanas.

    Uma curiosidade interessante sobre esse tipo de morcego que ele em uma noite

    pode chegar a comer o dobro de seu peso, pois precisa de muita energia para voar e seu

    alimento facilmente absorvido.

    Carnvoro:

    O carnvoro vai se alimentar de sapos, camundongos, pssaros e morcegos

    menores. Mas pode chegar a comer insetos e outros alimentos caso haja necessidade,

    mas jamais ir se alimentar s de sangue.

    Piscivoros:

    Os piscivoros vo se alimentar de peixes, peixe carne, mas como vivem

    prximos a rios e lagoas assim so denominados. Mas podem comer insetos e crustceos

    tambm. Agora vamos pensar como o morcego pesca o peixe se ele no sabe nadar?

    Para captar sua presa o morcego usa seu sexto sentido, a ecolocalizao, ou seja,

    orientao por ecos. Este sentido funciona basicamente da seguinte maneira: O morcego

    emite ondas ultra-snicas (frequncia acima de 20 KHz, inaudveis para humanos)

    pelas narinas ou pela boca, dependendo da espcie. Essas ondas atingem obstculos

    no ambiente e voltam na forma de ecos com frequncia maior, pois ao voltar o eco

    somado velocidade do morcego. (Efeito Doppler). Com base no tempo em que os ecos

  • demoraram a voltar, nas direes de onde vieram, e na frequncia relativa dos ecos

    (efeito Doppler), os morcegos sentem se h obstculos no caminho, assim como suas

    distncias, formas e velocidades relativas.

    No s os piscivoros utilizam a ecolocalizao, os demais da ordem

    Microchiroptera tambm utilizam essa tcnica para caar e se esquivar de obstculos. Os

    raposas-voadoras no sabem captar ondas, dessa forma no dominam a tcnica da

    ecolocalizao.

    Os morcegos piscivoros, carnvoros e insetvoros so importantes porque eles

    ajudam a equilibrar a cadeia alimentar, pois se alimentam de populaes de animais

    como baratas, mosquitos e ratos evitando que essas cresam demais. Da mesma forma

    que servem de alimento para outros animais como corujas e cobras.

    Frugvoro:

    Os morcegos frugvoros vo se alimentar de frutas, mas podem chegar a comer

    outros alimentos. Possuem a lngua mais alongada que os morcegos que j vimos.

    So importantes dispersores de sementes, porque costumam levar as frutas que

    coletam para outras reas e no caminho vo deixando sementes, caso estas caiam em

    lugar propcio pode surgir uma nova rvore da fruta que ele se alimenta.

    Aqui em BH temos muitas dessas castanheiras e o Artibeus responsvel por

    aumentar o nmero delas, pois dessa frutinha que ele se alimenta e vai dispersando as

    sementes.

    Polinvoros/ Nectarvoros:

    Se alimentam de plen e nctar das flores. Tambm possuem a lngua alongada e

    so excelentes polinizadores, assim como os beija-flores, eles levam o plen de uma flor

    para outra ajudando a fecundao da mesma, isso faz com que gere o fruto e a partir do

    fruto surja a semente da plantinha.

    Hematfagos:

    Das 1120 espcies de morcegos existentes no mundo s trs se alimentam,

    exclusivamente, de sangue. Esses morcegos so microchiropteros e naturalmente tem

    como presas os animais silvestres como cutias, capivaras, garas. Mas como a expanso

    do homem por reas inabitadas vem aumentando esses morcegos acabam se

    alimentando de cavalos, boi e galinhas.

  • Os morcegos hematfagos vivem somente na Amrica Latina. Das 3 espcies s

    uma, o Desmodus rotundus pode se alimentar de sangue humano. Mas para isso os

    morcegos no sugam o sangue das presas, eles do uma mordida e vo lambendo o

    sangue que sai dessa mordida deferida por eles. Sua saliva contm uma substncia

    anticoagulante, que est sendo pesquisada para uso em doenas circulatrias, tambm

    anestsica. Estes morcegos so os nicos que conseguem caminhar no solo, apoiados

    em seus dedos e costumam morder suas presas nas orelhas, dedos e outras

    extremidades, pois so locais de difcil percepo.

    Ainda que o perigo de transmisso de raiva se resuma aos locais onde essa

    doena endmica, dos poucos casos relatados anualmente em algumas localidades, a

    maioria causada por mordidas de morcegos. Porm, na maioria dos lugares,

    especialmente nas cidades, os principais transmissores da raiva ainda so ces e gatos.

    Embora a maioria dos morcegos no tenha raiva, os que tm podem ficar pesados,

    desorientados, incapazes de voar, o que torna mais provvel que entrem em contato com

    seres humanos. Outras mudanas no comportamento do morcego contaminado so

    atividade alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de

    coordenao dos movimentos, contraes musculares e paralisia, seguida de bito. O

    maior problema relacionado raiva transmitida por morcegos so as mortes de animais

    de criao, principalmente bois.

    Outra doena que qualquer morcego pode transmitir a histoplasmose, doena

    adquirida pela inalao dos esporos do fungo Histoplasma capsulatum presente no guano

    (fezes) seco de morcegos. uma doena oportunista que s ataca pessoas com baixa

    resistncia, por isso recomendvel evitar a visitao de cavernas quando estiver com

    alguma doena que provoque queda imunolgica. Por tratar-se de uma doena de

    transmisso respiratria, recomenda-se a utilizao de mscaras em reas propcias

    presena do fungo.

    Os morcegos adoram viver em cavernas, ambiente que esto mais livres de

    predadores, escuro e onde podem localizar alimento: insetos e artrpodes. Lembrando

    que estes s vivem prximos entrada das cavernas, pois podem se perder se forem

    mais pra dentro dela. Nesses locais depositam o guano que muito rico em nitrognio,

    excelente para a adubao, pois um bom nutriente para as plantas. Mas deve se tomar

    cuidado com a inalao do guano seco, devido a doena.

  • PRESPIO DO PIPIRIPAU

    O Museu de Histria Natural e Jardim Botnico da UFMG guarda um importante

    tesouro da arte popular o Prespio do Pipiripau. Criado ao longo do sculo XX, pelo

    arteso Raimundo Machado, sincroniza 586 figuras mveis, distribudas por 45 cenas,

    que contam a histria da vida e da morte de Jesus Cristo, imbricada ao cotidiano de uma

    cidade, com sua variedade de artes e ofcios. O objetivo principal da atividade educativa

    realizada no Prespio do Pipiripau, cone da cultura popular em Minas Gerais, consiste na

    interpretao da obra do grande arteso Raimundo Machado, ressaltando todo o contexto

    de construo da mesma e o extenso uso de materiais reciclados em grande parte do

    prespio. Constitui tambm objetivo da atividade educativa nesse espao, a indicao de

    cenas bblicas relacionadas vida de Jesus Cristo, caracterstica inerente a todo

    prespio. A metodologia desenvolvida para a atividade educativa no Prespio do Pipiripau

    consiste em uma apresentao oral, onde so salientados todos os aspectos e contextos

    relativos obra, desde sua motivao at a sua atual conservao. Deve-se abordar

    aspectos biogrficos do artista e outros relativos s temticas representadas no prespio.

    Dependendo do dia em questo, aps a apresentao oral, o Prespio poder ser

    ligado, proporcionando uma apreciao da movimentao cnica do mesmo. Aconselha-

    se tambm que o educador convide os visitantes a apreciarem a estrutura do prespio

    atravs da janela que se encontra na varanda do mesmo, assim como os painis e a

    oficina do artista que se encontram no interior do espao expositivo.

    OUTRAS INFORMAES

    Construido a partir de 1906, por seu Raimundo Machado, que tinha na poca 12 anos. O

    nome vem de um vilarejo que fica no atual Sagrada Familia que se chamava Pipiripau.

    Como o Sr Raimundo no tinha dinheiro para comprar as peas utilizava-se de material

    reciclado para a construo de algumas peas. Este foi o primeiro prespio em

    movimento do mundo. O prespio ocupa uma rea de 20 m. H um mecanismo

    complexo e rudmentar construido por Sr Raimundo que movimenta 580 figuras

    distribuidas em 45 cenas, que referem-se a vida e morte de cristo e a lugares do cotidiano

    de Sr. Raimundo. Como o Lago do Parque municipal e a fonte da praa Raul Soares.

    Sr. Raimundo fez um acordo em 1976 com o museu emprestando o prespio, mas era ele

    que o manuseava e fazia as apresentaes.Em 1983 a UFMG comprou o prespio e no

  • ano seguinte ele foi tombado como patrimonio cultural, ou seja, no pode ser modificado,

    apenas restaurado. Em 1988 Sr. Raimundo faleceu.