guia de procedimentos ppcaam

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PPCAAM Presidência da República Secretaria Especial dos Direitos Humanos Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente Programa de Proteção às Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte Esplanada dos Ministérios, Anexo II do Ministério da Justiça, Bloco T, 4 a . Andar, sala 424, Brasília, DF, CEP 70064-900. Telefone: (61) 3429-3225 – Fax: (61) 3223-4889. Email: [email protected] . Sítio: www.presidencia.gov.br/sedh . 1 GUIA DE PROCEDIMENTOS ETAPAS 1. Pré-Avaliação 2. Solicitação de Inclusão 3. Entrevista de Avaliação 4. Análise para Inclusão 5. Inclusão 6. Modalidade de Proteção 7. Acompanhamento 8. Desligamento dos Incluídos 9. Acompanhamento Pós-Desligamento 10. Permuta 1. PRÉ-AVALIAÇÃO Os casos que solicitam inclusão no PPCAAM devem ser encaminhados ao Programa pelas Portas de Entrada: Poder Judiciário, Conselhos Tutelares e Ministérios Públicos, responsáveis pela realização da pré-avaliação. As solicitações que chegarem diretamente ao PPCAAM devem ser orientadas a buscar as Portas de Entrada. As solicitações de inclusão ao PPCAAM devem conter as informações básicas para a identificação da situação de ameaça de morte. 1.1 Identificação da situação da ameaça de morte realizada pela Porta de Entrada 1. Quem está ameaçado; 2. Quem é o representante legal; 3. Quem está ameaçando; 4. Motivos da ameaça; 5. Locais onde existe a ameaça; 6. Quando ocorre ou ocorreu a ameaça; 7. Necessidade da proteção se estender a demais familiares, quais; 8. Impossibilidade da proteção pelos meios convencionais. 2. SOLICITAÇÕES DE INCLUSÃO As solicitações de inclusão realizadas pelas Portas de Entrada devem ser encaminhadas ao PPCAAM através de documento oficial, por meio de

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Como incluir alguém no ppcaam

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  • PPCAAM Presidncia da Repblica

    Secretaria Especial dos Direitos Humanos Subsecretaria de Promoo dos Direitos da Criana e do Adolescente

    Programa de Proteo s Crianas e Adolescentes Ameaados de Morte

    Esplanada dos Ministrios, Anexo II do Ministrio da Justia, Bloco T, 4a. Andar, sala 424, Braslia, DF, CEP 70064-900. Telefone: (61) 3429-3225 Fax: (61) 3223-4889. Email: [email protected]. Stio: www.presidencia.gov.br/sedh. 1

    GUIA DE PROCEDIMENTOS

    ETAPAS

    1. Pr-Avaliao 2. Solicitao de Incluso 3. Entrevista de Avaliao 4. Anlise para Incluso 5. Incluso 6. Modalidade de Proteo 7. Acompanhamento 8. Desligamento dos Includos 9. Acompanhamento Ps-Desligamento 10. Permuta

    1. PR-AVALIAO

    Os casos que solicitam incluso no PPCAAM devem ser encaminhados ao Programa pelas Portas de Entrada: Poder Judicirio, Conselhos Tutelares e Ministrios Pblicos, responsveis pela realizao da pr-avaliao.

    As solicitaes que chegarem diretamente ao PPCAAM devem ser orientadas a buscar as Portas de Entrada.

    As solicitaes de incluso ao PPCAAM devem conter as informaes bsicas para a identificao da situao de ameaa de morte.

    1.1 Identificao da situao da ameaa de morte realizada pela Porta de Entrada

    1. Quem est ameaado; 2. Quem o representante legal; 3. Quem est ameaando; 4. Motivos da ameaa; 5. Locais onde existe a ameaa; 6. Quando ocorre ou ocorreu a ameaa; 7. Necessidade da proteo se estender a demais familiares, quais; 8. Impossibilidade da proteo pelos meios convencionais.

    2. SOLICITAES DE INCLUSO

    As solicitaes de incluso realizadas pelas Portas de Entrada devem ser encaminhadas ao PPCAAM atravs de documento oficial, por meio de

  • PPCAAM Presidncia da Repblica

    Secretaria Especial dos Direitos Humanos Subsecretaria de Promoo dos Direitos da Criana e do Adolescente

    Programa de Proteo s Crianas e Adolescentes Ameaados de Morte

    Esplanada dos Ministrios, Anexo II do Ministrio da Justia, Bloco T, 4a. Andar, sala 424, Braslia, DF, CEP 70064-900. Telefone: (61) 3429-3225 Fax: (61) 3223-4889. Email: [email protected]. Stio: www.presidencia.gov.br/sedh. 2

    comunicao rpido e seguro.

    3. ENTREVISTA DE AVALIAO

    Aps o recebimento da solicitao de incluso com as informaes bsicas a respeito da ameaa de morte, com a urgncia que o caso requer, dois profissionais do PPCAAM se deslocaro at um local neutro, agendado pelo Programa ou pelo rgo solicitante, para a realizao da entrevista de avaliao.

    O local da avaliao nunca poder ser na comunidade onde o ameaado se encontra em situao de risco e a agenda de avaliao deve ser comunicada oficialmente ao rgo solicitante, que assumir a responsabilidade de garantir a presena do ameaado, dos seus responsveis legais e demais familiares que necessitem de incluso no Programa.

    O representante do rgo solicitante deve estar presente na entrevista de avaliao.

    A equipe do PPCAAM entrevistar todos em grupo, subgrupos ou individualmente, de acordo com a estratgia de anlise, para conhecimento do caso.

    Na entrevista de avaliao devem ser analisados temas como: histria e projeto de vida, vnculos familiares, histria da ameaa, quem o ameaador, locais de ameaa, delimitao do espao de circulao e influncia do ameaador, a fim de melhor identificar e conhecer o ameaado, a ameaa e definir o local de proteo para os includos.

    Todos os presentes na entrevista devero assinar documentao responsabilizando-se pelas informaes que forneceram e pelos acordos que assumiram.

    No documento tambm dever constar o conhecimento das regras do PPCAAM pelo interessado e sua anuncia em nele ser includo.

    4. ANLISE PARA INCLUSO

    Para avaliar a pertinncia da incluso do caso no PPCAAM, a equipe analisar os seguintes critrios:

    1. Existncia de grave ameaa ou coao integridade fsica; 2. Impossibilidade de prevenir ou reprimir os riscos pelos meios

    convencionais; 3. Anuncia do interessado em cumprir com as normas de segurana, as

    orientaes, os sigilos e as restries de comportamento que o PPCAAM requer para proteg-lo.

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    Esplanada dos Ministrios, Anexo II do Ministrio da Justia, Bloco T, 4a. Andar, sala 424, Braslia, DF, CEP 70064-900. Telefone: (61) 3429-3225 Fax: (61) 3223-4889. Email: [email protected]. Stio: www.presidencia.gov.br/sedh. 3

    Os tcnicos responsveis pela entrevista de avaliao apresentaro o caso aos demais membros da equipe PPCAAM e com a agilidade que o caso requer, deliberaro por sua incluso, localizaro uma comunidade segura para a insero dos ameaados, ou comunicaro ao solicitante os motivos da no deliberao de incluso, recomendando outros encaminhamentos pertinentes.

    No caso de cumprimento de medida scioeducativa, o PPCAAM e as autoridades envolvidas na execuo do cumprimento da medida construiro conjuntamente as alternativas para a proteo da vida do adolescente ameaado de morte.

    Caso o adolescente em questo esteja cumprindo medida scioeducativa em unidade de internao ou semiliberdade, o PPCAAM, se solicitado, prestar apoio tcnico, no podendo, pelos devidos motivos, assegurar a sua integridade fsica.

    4.1 Situaes Emergenciais

    Para os casos que necessitem de proteo imediata, as Portas de Entrada devero acionar a Segurana Pblica, responsvel constitucionalmente por preservar a ordem pblica e a incolumidade das pessoas e do patrimnio (Art. 144 / CF), a fim de garantir a proteo durante o perodo de anlise do caso pelo PPCAAM e localizao de local seguro para a proteo e insero social dos ameaados.

    5. INCLUSO

    Quando da incluso no PPCAAM, os ameaados sero afastados do local da ameaa a fim de garantir sua integridade fsica.

    A incluso no programa ser notificada ao rgo solicitante, bem como ao Poder Judicirio e ao Ministrio Pblico.

    Existem trs modalidades de incluso no PPCAAM:

    1. Criana ou adolescente includo com seus responsveis; 2. Criana ou adolescente includo sem responsvel legal, mas com sua

    autorizao (neste caso, o rgo solicitante dever ser comunicado); 3. Criana e adolescente includo sem a autorizao do responsvel legal

    (neste caso, a autoridade judiciria da comarca de moradia do ameaado dever ser consultada para autorizar incluso no PPCAAM).

    No ato do ingresso oficial no PPCAAM, os includos devero assinar, segundo a pertinncia do caso, Termo de Compromisso para com as regras de proteo, Termo de Inventrio com descrio dos bens dos includos e Termo de

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    Comodato para uso dos bens que podero vir a ser emprestados temporariamente famlia pelo programa.

    6. MODALIDADE DE PROTEO

    1. Abrigo; 2. Instituio de drogadio; 3. Famlia acolhedora; 4. Famlia do ameaado.

    7. ACOMPANHAMENTO

    O PPCAAM funciona articulando a rede protetora de crianas e adolescentes para alocar os protegidos em local seguro e incentiv-los a construir um projeto de vida seguro, digno e saudvel.

    O Conselho Tutelar e demais rgos integrantes da rede de proteo do novo local de moradia sero acionados segundo as necessidades de cada caso. Esta aproximao dever ser realizada com cautela para evitar que os protegidos sejam estigmatizados e a sua proteo fragilizada.

    No novo local de moradia, os includos sero acompanhados por uma equipe interdisciplinar que ir colaborar no processo de reinsero social segura, apresentando os equipamentos sociais locais.

    O Programa buscar intervir para o sustento e a autonomia dos includos, de acordo com as necessidades e possibilidades de cada caso.

    Os includos recebero, ao menos, uma visita tcnica mensal para acompanhamento do caso.

    Nos casos de transferncia para outro estado, a equipe do PPCAAM dever realizar o monitoramento atravs de contato com profissional de referncia no local.

    Os profissionais do PPCAAM discutiro permanentemente com os includos as dificuldades enfrentadas para permanncia no Programa e a concretizao da reinsero social.

    7.1 Orientaes para o Termo de Compromisso

    Durante a permanncia no PPCAAM, os includos assumiro o compromisso de:

    1. Seguir as orientaes passadas pelos profissionais do PPCAAM que tero a finalidade de garantir sua proteo;

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    2. Seguir as orientaes do Termo de Compromisso; 3. Manter sigilo da ameaa de morte na nova rede de proteo; 4. Manter sigilo da condio de includo no Programa, salvo quando

    autorizado pelos profissionais PPCAAM; 5. Comprometer-se a manter sigilo sobre o Programa, bem como sua rede

    de proteo, mesmo aps o seu desligamento; 6. No se comunicar com parentes e conhecidos fora do Programa sem

    orientao dos profissionais PPCAAM. 7. No voltar ao local de ameaa sob qualquer pretexto; 8. No sair do local de proteo, sem prvia comunicao e autorizao da

    equipe interdisciplinar; 9. No se expor atravs dos meios de comunicao; 10. Prestar contas atravs de documentos fiscais e/ou comprobatrios dos

    valores repassados famlia; 11. Comprometer-se com o processo de reinsero social.

    A quebra desses compromissos poder acarretar o desligamento do Programa de Proteo s Crianas e Adolescentes Ameaados de Morte.

    8. DESLIGAMENTO DOS INCLUDOS

    Os motivos para a concretizao do desligamento dos includos podem ser:

    1. Cessao da ameaa de morte; 2. Consolidao da insero social em local seguro; 3. Evaso; 4. Descumprimento do termo de compromisso ou normas de proteo; 5. Solicitao do includo; 6. Trmino do prazo de proteo.

    8.1 Condutas Conflitantes

    Agresso fsica cometida por includos;

    Envolvimentos do includo em eventos incompatveis com sua segurana pessoal;

    Alienar de qualquer forma, ou danificar objetos que constituam o patrimnio do PPCAAM;

    Prtica de ato infracional e/ou atividade crime;

    Usar o local de pouso para atividade outra que no a proteo, sem autorizao prvia dos profissionais PPCAAM;

    A adoo de conduta conflitante poder acarretar a informao ao poder

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    judicirio ou ao rgo solicitante.

    8.2 Procedimento de Desligamento

    Preferencialmente dever ocorrer na presena de autoridade competente;

    Quando do desligamento, o includo dever firmar declarao explicando as razes de sua sada e informando quais bens est levando consigo ao deixar o programa. Na ausncia da declarao, a autoridade solicitante dever ser acionada, para tomar conhecimento do caso;

    No desligamento do PPCAAM, o rgo executor fornecer ao Conselho Gestor parecer interdisciplinar informando os motivos que ensejaram o desligamento;

    Em caso de evaso, as autoridades envolvidas devero ser imediatamente informadas.

    9. ACOMPANHAMENTO PS-DESLIGAMENTO

    Quando do desligamento, os profissionais do PPCAAM devero identificar profissional na rede de proteo capaz de realizar o acompanhamento ps-desligamento.

    O tempo de acompanhamento ps-desligamento dever equivaler ao perodo de proteo, com prazo mnimo de trinta dias.

    10. PERMUTA

    necessrio comunicar Coordenao Nacional do Programa quanto necessidade de permuta, enviando sempre relatrio do caso e possvel destino.

    A Coordenao Nacional do Programa determinar, em conjunto com os demais programas, qual o estado de destino do caso e oficiar autorizao ao programa solicitante.

    A coordenao do programa solicitante dever acionar o estado de destino com ofcio e cpia da autorizao, repassando toda informao sobre o caso a ser encaminhado.

    O PPCAAM que encaminha a permuta dever acompanhar e assumir os gastos at a chegada do includo no estado destino, providenciando, para tal, profissionais responsveis.

    O relatrio do traslado deve ser feito pelo programa que encaminha a permuta, enviando-o para o estado de destino e para a Coordenao Nacional do

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    Programa.

    O estado de destino dever arcar com os custos de proteo a partir da chegada do includo.

    A permuta no implicar no desligamento do caso pelo estado de origem, devendo este ser acompanhado conjuntamente com o estado de destino.

    A nomenclatura a ser utilizada na quantificao de dados ser a seguinte: permuta enviada (quem encaminha) e permuta recebida (quem recebe).

    Os relatrios sobre o caso permutado sero enviados para o estado solicitante bimestralmente, com cpia para a Coordenao Nacional do Programa.

    Qualquer eventualidade dever ser imediatamente comunicada, de forma oficial, ao estado de origem e Coordenao Nacional do Programa.