guia de estilos para web
DESCRIPTION
Esse é um GUIA DE ESTILOS para criar web páginas de uso comercial. 15 anos depois republicamos a obra divulgada. Percebemos que desde então pouca mudou - ainda vemos pessoas empreendedoras,empresas, instituições e apresentarem os seus produtos por meio da exposição em sites e páginas WEB que não ajudam ao alcance dos objetivos. O presente trabalho visa a atender a essa demanda, qual seja, permitir aos criadores e gestores dos meios de comunicação, especialmente de páginas Web, tomarem conhecimento dos princípios que lhes permitirão criar ambientes gráficos, amigáveis e agradáveis de se ver e “navegar”.TRANSCRIPT
Fernando Antonio Dal Piero
Recife – PE 16 de dezembro de 1997
V itória – ES
02 de setembro de 2000
Série: Guia de Estilos para Web
2ª versão 2000
Série: Guia de Estilos para Web
2ª versão 2000
4
Guia de Estilos para Web 2ª versão 2000
® D a l P i e r o A s s e s s o r i a e m E s t r a t é g i a &
Po s i c i o n a m e n t o & P r o f e s s o r D a l P i e r o , F e r n a n d o
A n t o n i o .
C o n t e ú d o t é c n i c o : Equipe de implan tação : Fe rnando A . Da l P i e ro Fe rnando A . Da l P i e ro
Fab r i z z io B . Da l P i e ro Fab r i z z io B . Da l P i e ro
C a p a : F i g u r a r e p r e s e n t a t i v a d a f a i x a d e r a i o s
i n f r a v e r m e l h o s e ul t r a v i o l e t a a l c a n ç a d a p e l a
v i s t a h u m a n a ( 7 0 0 n m p a r a i n f r a v e r m e l h o s e
4 0 0 n m p a r a u l t r a v i o l e t a ) .
F a b r i z z i o B . D a l P i e r o
5
So b r e o s a u t o r e s
F e r n a n d o A n t o n i o D a l P i e r o é p ro f e s so r d e S i s t e m a s d e I n f o r m a ç ã o , G e o p o l í t i c a e J o g o s d e E m p r e s a s e m v á r i a s U n i v e r s i d a d e s b r a s i l e i r a s . F a b r i z z i o B . D a l P i e r o é e s c r i t o r d e i n s t r u ç õ e s m i l i t a r e s c o m a r t i g o s p u b l i c a d o s e m I n t e r n e t e m todo o mundo .
E d i t o r a ç ã o :
F a b r i z z i o B . D a l P i e r o
F e r n a n d o A . D a l P i e r o
Rev isão :
A l i n a d a S i l v a B o n e l l a
C o n s u l t o r i a d e s e r v i ç o s .
®D a l P i e r o A s s e s s o r i a e m E s t r a t é g i a &
P o s i c i o n a m e n t o
T e l e f o n e : ( 2 7 ) 3 3 7 2 5 8 1
F A X : ( 2 7 ) 3 4 7 1 5 1 0
e -m a i l : f p i e r o @ z a z . c o m . b r
d p i e r o @ z a z . c o m . b r
6
Agradecimentos
O s a u t o r e s d e s e j a m , a g r a d e c e r de mane i r a e spec i a l ao s a r t i s t a s q u e i n s p i r a r a m m u i t a s d a s o b s e r v a ç õ e s e r e c o m e n d a ç õ e s q u e e s t ã o t r a n s c r i t a s n e s t a o b r a . A g r a d e c e m o s t a m b é m à i n d u s t r i a d e s o f t w a r e e h a r d w a r e q u e n o s m a n t i v e r a m a t u a l i z a d o s c o m r e l a ç ã o a p r o g r a m a s e e q u i p a m e n t o s . P o r f i m , a g r a d e c e m o s à V a n e s s a C o r r e a , d a Edi tco C o m e r c i a l L t d a . ( i E d i t o r a ) , q u e s e d i s p ô s a c o m e r c i a l i z a r e s t a o b r a .
7
Sumário Apresentação _______________________ 10
Considerações ______________________ 13
Recomendações _____________________ 16
Hierarquia de Informação _________ 22
Foco e Ênfase ______________________ 25
Estrutura e Equilíbrio _____________ 27
Relacionamento de Elementos _____ 31
Unidade e Integração ______________ 32
Observações importantes sobre hierarquia da informação __________ 34
Cor _________________________________ 37
Considerações sobre a cor __________ 40 Branco _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 53 Preto _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 54 Cinza _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 55 Vermelho _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 55 Amarelo _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 57 Verde_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 59 Azul _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 60 Violáceas _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 61 Laranja _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 62 Marrom, ocre e terras _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 63
8
Percepção e Efeitos da Cor_________ 64 Recomendações _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 64
Observações ________________________ 68 Recomendações _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 69
Observações importantes ___________ 77
Fundo ______________________________ 80
Considerações ______________________ 80
Recomendações _____________________ 81
Observações ________________________ 83
Fontes ______________________________ 84
Considerações ______________________ 84
Esquema de Fontes _________________ 96
Recomendações _____________________ 96
Observações _______________________ 100
Texto ______________________________ 102
Considerações _____________________ 102
Recomendações ____________________ 103
Observações _______________________ 104
Ícones _____________________________ 107
Exemplos de Ícones _______________ 120
Considerações ___________________ 124
9
Recomendações ____________________ 125
Observações _______________________ 131
Como util izar esta obra ___________ 134
Glossário __________________________ 135
Referências bibliográficas ________ 139
1 0
Apresentação
O uso comerc ia l da In te rne t ho je é uma
a l te rnat iva rea l e economicamente v iáve l .
Cada vez ma i s a s empresas , ins t i tu ições e
pessoas apresen tam os seus p rodutos por
meio da expos ição em s i tes e pág inas WEB.
No en t an to, quando fazemos ta l opção , é
p rec i so encara r o f a to de que a té ho je não
ex i s t i a um gu ia de e s tudos sobre como
compor pág inas para a Internet . O presente
trabalho visa a atender a essa demanda, qual
se j a , pe rmi t i r aos c r i adores e ges tores dos
me ios de comunicação , espec ia lmente de
pág inas Web , tomarem conhec imento dos
pr inc íp ios que lhes permit i rão cr ia r
ambientes g rá f i cos , amigáve i s e agradáve i s
de se ve r e “navegar” . Oferece -se um
rote i ro para que cada
apresentador/expos i tor possa , s e o segu i r ,
1 1
assegurar que o usuár io/ass i s tente
in te ra t i vo t e r á o en tend imento pe r fe i to da
p ropos t a do s i t e ou pág ina , se j a comerc ia l
ou des t inado à Educação a Di s t ânc i a
(EAD) .
Por tanto , a função des te gu ia é reun i r a
in formação per t inente ao t ema de na tureza
documentá r i a que também será d i s t r ibu ído
em formato de s l ides para pa les t ra/curso
com duração de duas horas . Ao todo ,
apresentamos , em uma l inguagem c la ra e
conc isa , per to de uma centena de suges tões
e recomendações, que proporcionam a quem
pre tende in i c i a r- s e n a a r t e de compor ou
“ reengenhar i za r” s i t e s e pág inas na WEB
todas a s bases necessá r i a s pa ra começar a
t raba lhar .
1 2
A te rmino log i a cont ida nes t e documento
procura segu i r sempre a or i entação
c i en t í f i ca , no entanto reconhecemos que ,
em determinados momentos , as máx im as da
c iênc ia não são suf i c i entes para l idar com
fenômenos a s soc i ados à t r ans i ção de
pa rad igmas e , en tão , e sc revemos baseados
nos resu l t ados de vár ios anos de
observações .
Rat i f icamos o compromisso , como já v imos
fazendo, de manter o r i tmo de a tua l ização e
d i s seminação des t e conteúdo de mane i r a
suf ic ientemente i lus t rada e r i ca em
suges tões prá t icas .
Fernando Antonio Dal P ie ro
1 3
Considerações
O pro je to v i sua l de uma pág ina na Web é
uma fe r r amenta impor tan te pa ra a
comunicação humana . Esse t ipo de pro je to,
por empregar a v i são , um dos pr inc ipa i s
s en t idos humanos , como me io de
es tabe lecer a compreensão e a percepção ,
permi te contempla r , observar , r econhecer ,
v i sua l izar , examinar , l e r , admirar e mirar ,
i s so só para menc ionar a lguns dos seus
a t r ibutos .
Devemos ressa l t a r , a inda , o ca rá te r
un iversa l da informação v i sua l , po is é um
meio natura l , que não se necess i ta aprender .
Não prec isamos ser v isua lmente cu l tos para
emi t i r ou entender imagens v i sua i s . Essas
capac idades são in t r ínsecas aos se res v ivos
1 4
humanos. O o lho é t ambém capaz de
in formar a d i s t ânc i a , a d i r eção e a fo rma
dos ob je tos . Ent re tanto , a inda que o
processo de ver reque i ra pouca energ ia , a
mane i ra pe la qua l nós enxergamos e aqu i lo
que vemos inf luenc ia como sent imos e
t ambém o que en tendemos .
Nos tempos modernos, como a comunicação
é mui to r áp ida , su rge a necess idade de
recuperar a s formas pré -verbais e visuais da
comunicação , enfa t i zando o uso dos
recursos , que podem expressar funções e
operações . Também por i s so c resce a
impor tânc i a de se d i spor organizadamente a
in formação numa pág ina , e spec i a lmente na
WEB. A sua d i spos ição pode fazer a
d i f e rença en t re comunica r uma mensagem
ou de ixar o usuár io/ le i tor perp lexo e
sobreca r regado . Não bas t a s se , no caso da
1 5
In te rne t , a t é mesmo a func iona l idade da
pág ina pode se r a fe tada , se e l a não t ive r
uma apresen tação bem pro j e t ada .
De mane i ra gera l podemos d izer que um
bom l a y ou t depende do contexto em que está
inse r ido e cumpre uma propos ta ma ior do
que decora t iva , po i s todos os e l ementos
v i sua i s in f luenc iam uns aos out ros . Sendo
ass im, deve-se pr iv i leg iar o uso da es té t ica ,
dos ícones e das l e t ras , j á que a informação
v i sua l comunica de modo não-verbal e, para
i s so pode inc lu i r s ina i s emociona is que
mot ivem, d i r i j am ou d i s t ra i am.
1 6
Recomendações
Segundo mui tos au tores , a percepção e o
poder de organ iza r a in formação v i sua l
depende de mecan i smos na tura i s , das
neces s idades e p ropensões do s i s t ema
ne rvoso humano , t an to quanto de f a to res
t écn icos . No que toca aos fa tores t écn icos ,
pa ra uso em In te rne t , uma recomendação
que deve se r observada é no que d iz
r e spe i to aos f r am e s . Use f r am e s com cuidado.
O uso de f r am e s pode a judar a o r i en ta r o
usuár io a navegar no s i t e , mas cu idado com
o momento da impressão pa ra não c r i a r
fac i l idades que permi tam impr imir o f r ame
e r rado. Por outro lado, deve-se cons idera r
que os seres humanos organizam o que lêem
e o que pensam sobre uma in formação ,
a g rupando -a espac i a lmente . I s to é :
1 7
enxergamos como pensamos . O todo é
pe rceb ido de mane i r a d i s t in t a da soma das
carac te r í s t i cas de seus componentes .
Uma pessoa , quando comple ta uma f igura ,
não es tá apenas ad iv inhando por inferênc ia
de exper i ênc ia passada , mas rea lmente vê a
f igura completa . Um exemplo pode ser v is to
quando nos l embramos da f igura de pontos
em círculo.
Os o i to pon tos (não i lus t rados nes te
t raba lho) são percebidos como um c í rculo e
não como do i s quadrados en t recor tados .
Da mesma forma, podemos ver nas f iguras a
segu i r exemplos dos fenômenos de
percepção de “fechamento e agrupamento”.
1 8
P r o x i m i d a d e S i m i l a r i d a d e C o n t i n u i d ade F e c h a m e n t o Á r e a S i m e t r i a
Ass im, para f ac i l i t a r , na cons t rução de
mensagens v i sua i s , deve-se ag rupa r c ada
i t em de in formação em poucas ca tegor i a s .
No máx imo se te (Mul le t e Sano , 1995) .
Prec i sa - se a inda cons idera r que o processo
de ver é s imples . Os mecan i smos
f i s io lóg icos são au tomát i cos no s i s t ema
nervoso humano, como se pode constatar da
descr ição suc in ta apresentada por Arnhe im
para o processo v i sua l .
1 9
Segundo Arnhe im (1995) ve r é
e s senc ia lmente um meio de or i en tação
prá t i ca e pode se r r e sumido ass im: a luz é
emi t ida ou re f l e t ida pe los ob je tos do
ambiente . As l en tes dos o lhos pro je tam as
imagens desses ob je tos nas re t inas que
t r ansmi tem a mensagem ao cé rebro em
forma de imagens e cores .
F i g . 1 o l h o h u m a n o : c o r t e
l o n g i t u d i n a l
F i g . 2 e s q u e m a d a
r e t i n a o n d e s e
d e s e n c a d e i a o
p r o c e s s o d e
v i s i b i l i d a d e
c r o m á t i c a
Far ina (1990 , p .14) d iz que conhecer as
p ropr i edades da v i são é de fundamenta l
impor tânc ia aos que se va l em da imagem
2 0
para t r ansmi t i r mensagens . Todo o
conhec imento humano re l a t i vo a fo rmas e
cores é adquir ido pe la v isão . Vale , então ,
menc ionar que a v i são é sempre a t ra ída por
e lementos color idos antes dos e lementos em
pre to e b ranco e por desenhos an te s do
tex to . Por tanto , se dese j amos a t ra i r a
a tenção , devemos usar cores e í cones em
lugar de textos .
Por outro l ado , ao se usar tex tos , deve-se
sempre re spe i t a r a s convenções de layout de
l e i tura da informação .
Em países ocidentais isso s ignif ica dispor os
t ex tos da e squerda pa ra a d i r e i t a e de c ima
para ba ixo . As informações mais
impor tantes devem estar loca l izadas no
canto super ior esquerdo (OSF/Mot i f ,
1990) . Mas a tenção : quando a informação é
pos ic ionada ver t i ca lmente , os l i nks devem
2 1
es ta r a l inhados por suas ex t remidades
esquerdas , em pa í ses oc identa i s (Schr iver ,
1997) . I s so fac i l i t a a compreensão da
informação pe lo usuár io .
A lém d i s so , para todos que pre tendem
pro je t a r a o rgan ização e a compos ição de
e l ementos v i sua i s em pág inas na Web ,
r ecomenda-se respe i t a r os segu in tes
pr inc íp ios : h ierarquia de informação, foco e
ênfase , es trutura e equi l íb r io , re lação de
un idade de in tegração e e l ementos , todos
t emas que dos qua i s passamos a segu i r a
descrever os pr inc íp ios e a importânc ia .
2 2
Hierarquia de Informação
Esse pr inc íp io d iz respe i to à d i spos ição da
in formação , no caso , dent ro de uma pág ina
na Web, baseada em sua importância re lat iva
com os out ros e lementos v i sua i s . O
resu l t ado dessa d i spos i ção a fe t a todos os
out ros pr inc íp ios de organ ização e
compos i ção de um l a y ou t e de te rmina que
informação o usuár io vê e o que e le é
encora jado a fazer pr ime i ro . Para ut i l izar
esse pr inc íp io , responda a es tas perguntas :
• Qua l in formação é ma i s
impor tante para o usuár io? (Em
outras pa lavras , qua i s são as
pr ior idades de um usuár io
quando encont ra r o s i t e ? ) .
• O que o usuár io quer ou prec isa
ver em pr imei ro , segundo,
2 3
te rce i ro lugares e ass im por
d iante? (O que o usuár io vê
pr imeiro deve corresponder à sua
p r io r idade ) .
Nesse sent ido , os au tores Meyers &
Reynolds, tanto quanto Sant 'ana, re lacionam
o concei to de idé ias e imagem na memória e
a f i rmam que uma combinação de es t ímulos
pode produz i r out ras idé i a s e a s s im
sucess ivamente , de ta l mane i ra que se pode
prender a atenção de uma pessoa por longos
per íodos de tempo. Os autores c i tam quatro
le i s bás icas para a assoc iação de idé ias , que
ter iam s ido es tabe lec idas pe lo s g regos :
a) cont igüidade, quando a idé i a é
r epresentada pe l a prox imidade
ex i s tente ent re duas imagens . Por
exemplo , mar-nav io , pena-pássa ro ;
2 4
b) sucessão: quando uma idé i a segue
ou t ra . Como t rovão- t empes t ade ,
veneno-mor te ;
c ) contras te : quando as idé i a s s ão
an t agôn icas . Por exemplo : amor-ód io ;
d) semelhança: quando duas ou ma i s
imagens se superpõem: gado- tigre-leão.
Essas l e i s para a s soc iação de idé i a s podem
se r ap l i cadas t an to na c r i ação de peças
publ ic i t á r i as t rad ic iona i s (car tazes , peças
para t e l ev i são ou rád io ) como pa ra a
cons t rução de pág inas WEB.
2 5
Foco e Ênfase
O pr inc íp io do foco e ênfase aux i l i a o
usuár io na co locação de i tens pr ior i t á r ios .
Determinar o foco envolve ident i f icar a
idéia centra l , ou o ponto focal do objeto
(campo v isua l ) , no caso uma página na
WEB. Para de te rminar a ênfase , e sco lhem-
se os e l ementos que devem ser
proeminentes , i so lando-os de out ros ou
fazendo com que e les se sobressa iam. Para
fac i l i tar a lcançar esse resu l tado,
cons ideramos que onde o usuár io navega
pr imeiro , procurando por informação, é uma
importante s ina l i zação de qua l se rá o foco
da sua navegação . Ent re tan to , a s dec i sões
do p ro j e to de uma pág ina na Web podem
governar esse pr inc íp io . Por exemplo :
ac red i t amos que as pessoas de cu l turas
oc identa i s procuram, no canto super ior
2 6
esquerdo da te la de um monitor de v ídeo, as
informações mais importantes . Al iás , todos
os se res humanos inc l inam-se para t e rem
como referênc ia pr imár ia a re lação ver t ica l-
hor izonta l , po i s d iz respe i to ao seu bem-
es ta r e equi l íbr io . Nesse sent ido,
cons ide ramos ex t r emamente impor t an te o
e s tudo dos in te re s se s e dos a spec tos
cu l tura i s do públ ico a lvo para somente
então idea l izar uma pág ina ou s i te na WEB.
2 7
Estrutura e Equilíbrio
O equi l íbr io em uma composição v isua l é
uma combinação ce r t a de potenc i a i s
e lementos d e todas as direções. O equil íbrio
impõe a estabi l idade pela anulação mútua de
forças opostas . Quando existe equi l íbr io , há
ênfase à harmonia , caso contrár io , sobressa i
uma sensação de desagrado . O pr inc íp io de
es t rutura e equ i l íbr io é um dos mais
impor t an tes de um projeto visual , perdendo
apenas para o contras te . Sem uma es t rutura
que s i rva de base e sem equi l íbr io desses
e l ementos , há fa l t a de ordem e de
s i gn i f i cado , e i s to a fe ta todas a s out ras
partes do projeto v isua l . O mais importante
é que a fa l t a de es t rutura e equi l íbr io torna
uma pág ina na Web mais d i f íc i l de ser
entendida pe lo usuár io .
2 8
O equ i l íbr io pode ser obt ido em uma
compos ição de duas mane i ras : s imét r i ca ou
ass imétr i ca .
O equi l íbr io s imétr ico ocorre quando os
e l ementos es tão s imet r i camente distribuídos
em ambos os l ados de um e ixo imag inár io
f ixado pe la v i s ta . É per fe i t amente lóg ico e
s imples de se cr ia r , mas , pode resu l tar
e s t á t i co e a té aborrec ido . A ma ior i a das
vezes carece de ação, e não sendo dinâmico,
l eva ao des in te resse severo e repousado.
Já o equi l íbr io ass imétr ico , cons iderado
pe los gregos como um mau equi l íbr io , é
ob t ido va r i ando-se elementos e posições, de
mane i ra que se equ i l ibrem os pesos . Ainda
que as múl t ip las tensões provocadas pe la
inex i s t ênc i a de um cent ro def in ido
2 9
requei ram cons ideráve i s hab i l idades do
des igner , o resu l tado é mais che io de graça ,
t em mais ação e resu l t a in te ressante e r i co
em var iedades , sendo , por tanto , um a lvo a
ser persegu ido .
Contraste O cont ras te é a ju s t apos i ção de e l ementos
des igua i s que permite a t ra i r e re te r a
a t enção imed ia t amente . Ap l i ca r com bons
resu l tados os pr inc íp ios bás icos do
cont ras te requer t empo e prá t i ca . Podemos
d izer que os pr inc ipa i s recursos que o
cont ra s t e o fe rece s ão de “peso” , de
tamanho, de pos ição .
3 0
$9 , 9 9
N e s t e e x e m p l o , v e m o s a m a n e i r a p e l a q u a l s e p o d e f a z e r u m t í t u l o c o m u m f i c a r b e m e s p e c i a l , a p e n a s v a r i a n d o a d i m e n s ã o d e u m a l e t r a . É u m a u t i l i z a ç ã o d a t é c n i c a d e c o n t r a s t e d e t amanho .
O u s o m a i s c o m u m d o c o n t r a s t e é s i m p l e s m e n t e a q u e l e q u e e s t a b e l e c e d i f e r e n ç a s d e t a m a n h o e t on a l i d a d e s . E n t r e t a n t o , e x p a n d i n d o - se o l e q u e d e g r a d a ç õ e s , i n t r o d u z i n d o - s e s o m b r a s r e a i s d e c i n z a n u m documen to p r e to e b r anco , po r exemp lo , consegue - s e a “ m á g i c a ” d e c r i a r c o r e s . C o n t r a s t e d e p o s i ç ã o s e o b t é m q u a n d o s e d i s p õ e u m t e x t o o u f i g u r a e m â n g u l o s d i f e r e n t e s a o p r e d o m i n a n t e e u s u a l .
Ac ima de tudo devemos cons idera r que
qualquer t ipo de contraste deve ser apl icado
quando ex i s te uma boa razão para i s so .
3 1
Relacionamento de
Elementos
O princípio do relacionamento de elementos
reforça o anter ior . Para que uma
compos ição se j a e f i c i en te , prec i sa
apresenta r o predomín io de um ou ma i s
e l ementos sobre o con junto . Se todo o
con junto t ive r o mesmo va lor , a a t enção
será l eve e d i spersa . O des taque pode ser
determinado pelo peso, tamanho, posição ou
cor de um determinado e lemento em re lação
aos demais . Por i s so a co locação de um
e lemento v i sua l pode a judar a comunicar
uma re l ação/conexão espec í f i ca de uma
pág ina com o s i t e da qua l e la faz par te .
3 2
Unidade e Integração
A un idade é ver i f i cada na compos i ção
quando não existem elementos discordantes,
a s segurando subord inação a um mot ivo
pr inc ipa l . A unidade e a integração ref le tem
como ava l i a r uma dada pág ina na Web em
re lação ao s i t e ao qual e la pertence. Quando
uma pág ina na Web é v i sua lmente uni f i c ada
com o s i t e ( endereço) , o usuár io acha ma i s
fác i l navegar porque e la oferece um
ambiente cons is tente , previs íve l e permite a
sensação de tudo ser um obje to ún ico . Para
implementar esse pr inc íp io , cons idere o
segu in te :
• Como as d i f e ren tes pág ina s do
s i t e func ionam v i sua lmente?
3 3
• Como o pro je to v i sua l da pág ina
se re l ac iona com as out ras
pág ina s do s i t e ou de out ros s i t e s
em que é usado?
3 4
Observações
importantes sobre
hierarquia da
informação
Quando se dese j a pr ior i za r ou mesmo
hierarquizar uma informação a lguns i t ens
devem se r obse rvados :
1 . uma pág ina na Web prec i sa func ionar
in tu i t i vamente – e l a deve parecer do
modo como func iona e func ionar do
modo como pa rece ;
2 . a e s t ru tura v i sua l é impor tante para
comunica r a p ropos ta dos e l ementos
ex ib idos em uma pág ina na Web;
3 5
3 . cu idado com o t amanho , o
e spaçamento e a co locação da
in formação para que o ambien te se j a
v i sua lmente cons is tente e prev is íve l ;
4 . va l e usar cores para agrupar assuntos
corre la tos ;
5 . cons idere sempre que o in íc io ou a
base da te l a são os me lhores loca is
pa ra mos t ra r in formação sobre
or i entações , a s qua i s devem es ta r
sempre v is íve is ;
6 . por tan to , “ ins ta l e” a s á reas para
en t r ada de t ex to e r e spos t a pe r to da
base da te l a . Pense que a ma ior i a dos
usuár ios não são ex ímios da t i lógrafos
e prec i sam olhar para o tec l ado ;
7 . da mesma forma , pa ra min imiza r o
movimento dos o lhos , o usuár io deve
sempre ser inqu i r ido a responder em
3 6
uma á rea d i r e t amente ad j acen te à
ques tão ;
8 . out ras or i entações para o usuár io
podem ser colocadas em áreas f ixas ou
móve i s , ou apresentando-a s em menus
p o p -up s disponíveis sobre requisição do
usuár io ou do própr io er ro ;
9 . en t re tanto , use sempre o a l inhamento
ad j acen te pa ra l i nks que formam um
g rupo de opções de a s sun tos
exc lus ivos ;
10 . cons idere que o uso de t ex to deve se r
o mín imo, suf ic iente apenas pa ra
comunicar a in formação .
3 7
Cor
A cor é ao mesmo tempo s imples e
complexa , en t re t an to sempre é uma
impor tan te p ropr i edade e s t é t i ca em uma
pág ina na Web . Nenhuma cor é v i s t a do
mesmo modo por duas pessoas . S ign i f i ca
“co i sas d i f e ren tes” para pessoas d i f e rentes
em d i ferentes cu l turas . A cor é pessoa l e
un iversa l , t r ansmi te mensagens rep le tas de
inf ini tas var iações . Cada cor tem numerosos
s ign i f icados assoc ia t ivos e s imból icos . “A
cor não só t em um s ign i f i cado
un iversa lmente compar t ido a t ravés da
exper iênc ia , como também, um va lor
in format ivo independente , a t r avés dos
s ignif icados que descrevem simbolicamente”
(Dondis , 1988 ; p . 69) .
3 8
Além do s ign i f i cado c romát ico
t ransmiss íve l , o autor c i t a a inda a
ex is tência , de preferências de cor pessoais e
subje t ivas . Far ina (1990) ac rescenta que os
cos tumes soc ia i s , a cu l tura , são fa tores que
in te rvêm na e sco lha das cores (ves t ido de
no iva branco , enxova l de men ina rosa . . . ) .
Por outro lado , a lgumas exper iênc ias
ps icológicas têm provado que há uma reação
f í s ica do ind iv íduo à cor . O vermelho será
exc i tante ; o azu l , re f rescante .
A luz co lor ida ser ia capaz de es t imular a
c i rcu lação sangu ínea e ag i r sobre a
muscu la tura aumentando a sua força numa
seqüênc ia que va i do azu l , passando pe lo
amare lo e l a ran ja , cu lminando no ver melho.
Impor tante res sa l t a r que o s i s t ema de
le i tura ocu lar humano é es t imulado
3 9
sub l iminarmente . Por exemplo : nos
pr ime i ros t r in ta segundos de expos i ção à
cor , a s pessoas sof rem a ação da cor em s i ;
depois , as cé lu las ocu lares env iam nova
mensagem ao cé rebro , que passa a sofrer a
inf luênc ia da cor complementar . Ass im, no
caso dos hosp i t a i s que p in tam paredes e
t e tos dos quar tos em tons de azu l , o e fe i to
pre tend ido , após um tempo, passa a se
inver ter , jus tamente pe la inf luênc ia do
l a ran ja , que possu i vermelho em sua
compos ição e é ace le rador da f reqüênc ia
card íaca .
Sabemos que a cor não é necessá r i a pa ra a
c r i ação de mensagens v i sua i s , mas é o
e l emento que t em ma i s a f in idade com as
emoções e por i s so deve se r sempre usada
na comunicação . Nes te ponto , devemos
enfa t izar que o d e s i g n em pre to e b ranco
4 0
t ambém permi te “cores” , sendo a té mesmo
mais r i co e desaf i ador , a l ém de econômico .
Considerações sobre a
cor
Os es t ímulos que causam as sensações
c romát icas es tão d iv id idos em do is g rupos :
o das cores - luz e o das cores -p igmento .
Cor- luz , ou luz color ida , é a rad iação
luminosa v is íve l que tem como s íntese
ad i t iva a luz branca . Cor-p i gmento é a
subs tânc ia mater i a l que , conforme sua
na tureza , absorve , re f ra ta e re f l e te os ra ios
luminosos componentes da luz que inc ide
sobre e la . É o t ipo de luz ref le t ida que
de te rmina a sua denominação .
4 1
Um ob je to é d i to verde , en tão , quando
absorve quase todos os ra ios da luz branca ,
só ref le t indo nos nossos o lhos os verdes . A
mis tura das cores -p igmento produz um
c inza escuro e é denominada s ín te se
subt ra t iva .
Expl ica- se a v i são c romát i ca dos se res
humanos da segu in te mane i r a : o e spec t ro
e l e t romagnét i co é um campo vas t í s s imo de
ondas , das qua is apenas a lgumas percebidas
pe lo o lho humano.
Se um ob je to re f l e t i r todas as rad iações
luminosas que o a t ingem, essas rad iações
chegarão s imul t aneamente ao o lho e o
veremos como to ta lmente branco .
4 2
Quadro 1 – F iguras demons t ra t i vas da
es t imulação e propr iedades da luz e das
cores
D e m o n s t r a ç ã o d o g r a u d e e s t i m u l a ç ã o d o s
d i f e r e n t e s c o n e s s e n s í v e i s á l u z m o n o c r o m á t i c a .
A s c o r e s d i a m e t r a l m e n t e o p o s t a s s ã o
c o m p l e m e n t a r e s e n t r e s i . O t r i a n g u l o a s s i n a l a d o
r e p r e s e n t a a s c o r e s p r i m á r i a s d a l u z .
4 3
S í n t e s e a d i t i v a m o s t r a n d o a s d o z e c o r e s - l u z
p r i m á r i a s e s e c u n d á r i a s
T r i â n g u l o d a s c o r e s d e a c o r d o c o m o s i s t e m a M u n s e l l d e c o r e s .
4 4
As cores fundamenta i s ou pr imi t ivas são
aque las que compõem o espect ro so lar .
Conforme a nomenc la tura são e las : v io le ta ,
roxo, azul , verde , amare lo , laranja e
vermelho . Cor gera t r iz ou pr imár ia é cada
uma da s t rês cores indecomponíve i s que ,
mis turadas em proporções var i áve i s ,
p roduzem todas as luzes do espec t ro .
A inda que a cor não t enha ex i s t ênc i a
mater i a l , podemos usá - la para identif icar os
e l ementos que devem a t ra i r a a t enção das
pessoas . Entre tanto , quando usada
ind i sc r iminadamente , a cor pode t e r um
efe i to nega t ivo ou de d i s t r ação .
I s so pode a f e t a r não somente a r e ação do
usuár io em re l ação à pág ina , mas t ambém a
produt iv idade, pois se torna dif íc i l focal izar
na t a re fa (Windows , 1995 ) .
4 5
Para ex t ra i r todo o potenc ia l das cores e
apresen tá - l a s em um moni tor de
computador , é necessár io segu i r a lgumas
recomendações . A inda que es tabe lecer
regras gera i s ou espec í f i cas para o uso da
cor se ja d i f í c i l , dev ido à d ivers idade de
fa tores que a inf luenc iam, aqu i , vamos
t en ta r r e sponder à s ques tões ma i s
f reqüentes dos pro je t i s t as e usuár ios de
mon i tores g rá f i cos de computadores
co lor idos , como: que cores eu devo usar?
Quantas cores eu devo usar? Essas cores são
apropr iadas? Como eu posso me lhorá - las?
Como j á v imos , cada cor t em numerosos
s ignif icados associat ivos e s imból icos . Até a
c lasse soc ia l a que o ind iv íduo per tence
pode de te rminar sua pre fe rênc i a . Há uma
tendência para as cores v ibrantes , como
4 6
o vermelho , nas c lasses menos
favorec idas ; enquanto a camada socia l
mais e levada inc l ina-se para os tons
suaves .
Também as épocas do ano e a s e s t ações
geográ f i cas s ão f a tores a se r cons iderados
para o es tabe lec imento de re lações entre os
se res humanos e as cores .
Devemos c i t a r , a inda , os exper imentos
ps íquicos rea l izados por Hermann
Rorschach . Esses exper imentos l evam à
conc lusão de que ind iv íduos a legres
r e spondem in tu i t i vamente à cor ; enquanto
a reação de pessoas depr imidas é
gera lmente vo l tada à forma .
A pr e f e r ê n c i a p e l a c o r g e r a lmen t e d e nun c i a i n d i v í d u o s c om ma i s ab e r t u r a a e s t ímu l o s ex t e r i o r e s ; é p r i v i l é g i o da s p e s s oa s s en s í v e i s ,
4 7
qu e s e d e ixam i n f l u e n c i a r , e qu e e s t ã o p r o p e n s a s à d e s o r g an i z a ç ã o e o s c i l a ç õ e s emo c i o na i s . As r e a ç õ e s à forma indicam, ao c o n t r á r i o , o t emp e r amen t o f r i o , c o n t r o l a d o , i n t r o sp e c t i v o (Far ina , 1990 , p . 104) .
Um out ro ps i có logo chamado Ernes t
Schachte l comple ta conc lu indo que , ao
reag i r à cor , o ind iv íduo sof re a ação do
ob je to – é uma a t i tude pass iva . Quando
“percebe” a forma, ao contrár io , e le tem de
examinar o ob je to , def in i r sua es t ru tura ,
e l aborar uma respos ta – é uma atitude ativa.
Pesquisas semelhantes c i tadas por Arnhe im
(1995 ,p . 325-326) conc lu í ram que cores e
ob je tos podem produz i r conf l i tos no
cérebro . Por exemplo , ao serem
apresentados a cr ianças um quadrado azu l e
um c í rcu lo vermelho, quando fo i
pe rguntado se um quadrado verme lho e ra
ma i s pa rec ido com o quadrado ou com o
4 8
c í rcu lo , a maior ia de las faz ia a sua escolha
com base na fo rma .
E essa tendência aumentava com a idade. As
c r i anças pré -esco lares eram d i r ig idas pe la
fo r te a t r ação percept iva das cores .
Mas , à medida que a cu l tura começa a
t re inar as c r i anças nas hab i l idades prá t icas ,
a s qua i s dependem mui to ma i s da forma do
que da cor , e l a s se vo l tam cada vez ma is
pa ra a fo rma como um me io dec i s i vo de
ident i f i cação .
4 9
Quadro 2 . Conf l i tos ent re fo rma e cor
Merece se r expos ta , a inda , a pesqu i sa
rea l i zada pe lo ps icó logo Bamz (c i t ado por
Far ina , 1990 , p . 105) , que a l i a a preferênc ia
dos indiv íduos por determinada cor ao fator
idade .
Conflito no cérebroConflito no cérebroO lado direito do seu cérebro tenta dizer a cor, O lado direito do seu cérebro tenta dizer a cor, mas o lado esquerdo insiste em ler a palavra.mas o lado esquerdo insiste em ler a palavra.
5 0
Segundo esse es tudo , o verme lho
corresponder i a ao per íodo de 1 a 10 anos
( e fe rvescênc i a , e spontane idade ) ; o l a ran j a ,
de 10 a 20 anos ( imag inação , exc i t ação ,
aventura) ; o amarelo, de 20 a 30 anos (força,
po tênc i a , a r rogânc i a ) ; o ve rde , de 30 a 40
anos (d iminu ição do fogo juven i l ) ; o azu l ,
de 4 0 a 50 anos (pensamento , in te l igênc ia ) ;
o l i l ás , de 50 a 60 anos ( ju ízo , mist ic i smo,
l e i ) ; o roxo , a l ém dos 60 anos ( sabedor ia ,
exper iênc ia e benevo lênc ia ) .
Diante de tantas var iações , conc lu ímos que
não é poss íve l es tabe lecer cr i tér ios r íg idos
para o uso da cor . Portanto, o estudo da cor
e da sua inf luênc ia é de fundamenta l
impor tânc i a quando da c r i ação de uma
compos ição , se j a para um s i t e , um logot ipo
ou uma peça publ ic i t á r i a , porque as cores
t êm uma ação es t imu lante sobre os
5 1
ind iv íduos e são e f i c ientes em re te r a sua
a tenção , evocam sent imentos e sensações ,
p rovocam d i fe ren tes a s soc i ações de idé i a s
ou es t ados de e sp í r i to (Sant ' anna , 1989) .
Segundo Far ina (1990 ; p . 101) , a l ém de
a tua rem sobre a emot iv idade humana , a s
cores p roduzem sensação de mov imento,
uma d inâmica envo lvente e compuls iva .
“Vemos o amare lo t ransbordar de seus
l imi tes espac ia i s com uma ta l força
expans iva que parece invad i r os e spaços
circundantes; o vermelho, embora agressivo,
equi l ibra - se sobre s i mesmo; o azu l c r i a a
s ensação do vaz io , de d i s t ânc ia , de
profundidade .”
Há, também, sensações re lac ionadas com as
cores quentes e f r i as . As cores quentes
p roporc ionam uma sensação de
5 2
prox imidade , ca lor , dens idade , opac idade ,
secura , a lém de serem es t imulantes . Já as
cores f r i as , parecem d is tantes , leves ,
t r ansparentes , úmidas , aé reas e são
ca lmantes .
As cores , enf im, “const i tuem es t ímulos
ps ico lóg icos para a sens ib i l idade humana ,
inf lu indo no ind iv íduo , para gos tar ou não
de a lgo , para negar ou a f i rmar , para se
abs te r ou ag i r” (Far ina , 1990 ; p . 112) .
Desde a Ant i gü idade , o homem tem dado
um s ignif icado ps icológico às cores , e desde
en tão não ocor re ram d i fe renças de
interpretação s ign i f ica t ivas (Dondis , 1988) .
Passa remos , por tanto , ao es tudo dos
s ign i f i cados ps ico lóg icos das pr inc ipa i s
cores e t ambém das s ensações ac romát i ca s
5 3
brancas , p re tas e c inza , segundo Far ina
(1990 ) e Pedrosa (1982 ) .
Branco
Do ponto de v i s ta f í s ico , o branco é a soma
das cores . Ps ico log icamente , é a ausênc ia
de las . S imbol iza a luz . Para os oc identa is ,
s imbol iza a v ida e o bem; para os or ienta i s ,
é a mor te , o f im , o nada . Assoc i ação
mater ia l : bat i smo, casamento, c i sne , l í r io ,
pr imeira comunhão, neve, nuvens em tempo
claro, areia c lara. Associação afet iva: ordem,
s impl ic idade , l impeza , bem, pensamento ,
o t imismo, paz , pureza, inocência , modést ia ,
in fânc ia , a lma , harmonia , e s tab i l idade ,
d iv indade .
5 4
Preto
Ind ica a pr ivação ou ausênc ia de luz . O
pre to abso lu to não ex i s t e na na tureza . O
preto encontra sua maior força em oposição
ao branco . Nas ar tes gráf icas , t em emprego
ind i spensáve l como e l emento de cont ras te
para ressa l ta r os mat izes . As cores puras ,
con tornadas com pre to , ganham em
luminos idade e v ibração .
Quando é mis turado às cores c l a ras , c r i a
tona l idades desagradáve i s , su jas , de
in te rpre tação ps i co lóg ica nega t iva .
Assoc iação mater ia l : su je i ra , sombra ,
enter ro , no i te , carvão , fumaça , morto , f im,
co i sas escond idas . Assoc iação a fe t iva : ma l ,
misér ia , pess imismo, tr is teza , desgraça , dor ,
t emor , negação , me lanco l i a , angús t i a ,
5 5
in t r iga , mis té r io , suspense , se r i edade ,
nobreza .
Cinza
É cor neutra por exce lênc ia . S imbol iza a
pos ição in te rmed iá r i a ent re a luz e a
sombra . Não in te r fe re nas cores em gera l .
Assoc iação mater i a l : pó , chuva , neb l ina ,
máqu inas , mar sob tempes tade . Assoc iação
afe t iva : téd io , t r i s teza , decadênc ia , ve lh ice ,
desân imo, se r i edade , sabedor i a , passado ,
f inura , pena , aborrec imento .
Vermelho
É cor pr imár ia t anto em luz quanto em
p igmento . É a ma i s sa turada das cores ,
sendo , por tan to , a que ma i s se des taca
v i sua lmente e a ma i s r ap idamente
5 6
dis t ingu ida pe los o lhos . Ao l ado do verde ,
forma a dup la de complementa res ma i s
v ib ran te , a t ing indo a té a b ru ta l idade . Seu
escurecimento com preto dá or igem a vár ios
tons de mar rom. O escurec imento sem
perda de luminosidade é obt ido pela mistura
da púrpura , v io le ta ou azu l . É a única cor
que não pode se r c l a reada sem perder suas
carac ter í s t i cas essenc ia i s . C lareado em
mis tura com o amare lo , produz o l a ran ja e ,
dessa turado pe la mis tura com o branco ,
produz o rosa . Sua aparênc ia ma i s be la e
enérg ica é consegu ida quando ap l i cado
sobre fundo pre to , func ionando como á rea
luminosa .
Sobre o branco , torna-se escuro e ter roso .
Assoc iação mater ia l : rub i , cere ja , s ina l de
parada , per igo , v ida , so l , fogo , sangue ,
láb ios , mulher , fer idas , conquis ta ,
5 7
mascu l in idade . Assoc iação a fe t iva :
d inamismo, força , energ ia , revo l ta ,
mov imento , coragem, esp lendor ,
in tens idade , pa ixão , vu lgar idade , v igor ,
g lór ia , ca lor , v io lênc ia , exc i tação, i ra ,
in te rd ição , emoção , ação , agress iv idade ,
ex t roversão .
Amarelo
Em cor-p igmento , é uma das cores
pr imár i a s , t endo por complementar o
v io le ta . Em cor- luz , é secundár ia (mis tura
do ve rme lho com o ve rde ) , s endo a
complementar do azu l . É a mais c l a ra das
cores e a que ma i s se aprox ima do branco
numa esca la de tons . É a cor quente por
excelência . Misturado ao vermelho, exalta-se
produz indo o l a ran ja . Mis turado ao azu l ,
esfr ia - se e produz o verde . Escurec ido com
5 8
pre to , adqu i re co loração esverdeada pouco
agradáve l , p róx ima do verde-oliva sombrio.
C la reado com branco , não perde suas
qual idades intr ínsecas . Sobre fundo branco,
é pouco v i s íve l ; j á sobre o pre to , ganha
força e v ibração. Em contraste com o c inza ,
se enr iquece em qua l idade cromát ica e
be leza . Amplo e ofuscante , é a ma is
desconcer t an te das cores , t r ansbordando
dos l imites , parecendo sempre maior do que
é , dev ido à sua carac te r í s t i ca expans iva .
Assoc iação mater ia l : ouro , f ru to maduro ,
so l , f lores grandes , terra arg i losa , pa lha ,
luz , topáz io , verão, l imão chinês , ca lor de
luz so lar . Assoc iação afet iva : i luminação,
conforto , a ler ta , gozo, c iúme, orgulho,
esperança , idea l i smo, egoísmo, inveja , ódio,
adolescência , espontaneidade, var iabi l idade,
eufor ia , or ig ina l idade , expecta t iva .
5 9
Verde
É cor pr imár ia em luz , complementar do
magenta . Em pigmento, é secundár ia , sendo
a complementar do verme lho . É o ponto
idea l de equi l íbr io da mis tura do amare lo
com o azu l – duas cores opos tas , uma
quente outra f r i a , uma c la ra outra escura ,
uma expande -se out ra se cont ra i . Surge ,
en tão um repouso fe i to de t ensões . É a cor
ma i s ca lma . A pass iv idade é o ca rá te r
dominante do verde abso lu to .
O verde escurec ido com pre to torna -se
ac inzentado . C lareado com o amare lo ,
to rna -se ma i s a t i vo e pene t ra na va r i ada
gama de ve rde - l imão . Dessa turado com
branco, ganha em luminosidade. Associação
mater ia l : umidade , f rescor , pr imavera ,
bosque, águas c laras , fo lh agem, mar , verão ,
6 0
plan íc ie , na tureza . Assoc iação a fe t iva :
e sperança , saúde , t ranqü i l idade , segurança ,
natureza , equi l íbr io , l iberdade, c iúme,
suav idade , f i rmeza , juventude .
Azul
É pr imár i a t an to em cor- luz quanto em cor-
p igmento . Nas luzes , sua complementar é o
amare lo ; em pigmento, é o laranja . Por ser a
mais escura das cores pr imár ias , o azu l tem
analogia com o preto . Todas as cores que se
mis turam com o azu l es f r i am-se, por ser ele
a ma is f r i a das cores . Assoc iação mater i a l :
f r io , mar , céu , ge lo , feminil idade , águas
t ranqüi las , montanhas longínquas .
Assoc iação a fe t iva : in f in i to , nobreza ,
pureza , espaço , verdade , sent ido , a fe to ,
inte lectua l idade , paz , medi tação, conf iança ,
f ide l idade , sent imento profundo .
6 1
Violáceas
É o nome genér i co de todas a s cores
resu l t an tes da mis tura do verme lho com o
azu l . Chama-se v io leta , ou roxo, o ponto de
equ i l íbr io ópt ico da mesc la dessas duas
cores . Em p igmento , é cor secundár ia e
complementa o amare lo . Em luz co lor ida , a
mesc la equi l ibrada de azu l e vermelho é
denominada magenta , complementa r do
verde, tonal idade que se aproxima do violeta
purpur ino . É a cor que possu i a mais a l ta
freqüência e o menor comprimento de onda.
Quando reba ixado com pre to , to rna -se
desagradáve l e su jo . Escurec ido com azu l ,
esfr ia - se , o fe recendo poss ib i l idades tona i s
de ex t rema r iqueza c romát ica . Dessa turado
com branco , fo rma a ex t ensa gama dos
l i lases , tonal idades de extrema luminosidade
e beleza . A mais importante cor v iolácea é o
6 2
púrpura , a mis tura ópt i ca de 2/3 de
vermelho com 1/3 de azu l . Assoc ia ção
mater ia l : no i te , ig re ja , aurora , sonho,
v idênc ia , agressão , fur to , misér ia .
Assoc iação a fe t iva : t emperança , luc idez ,
saudade , c iúme, me lanco l i a , fé , d ign idade ,
poder, r iqueza, engano, calma, autocontrole,
v io lênc ia , mis tér io , de l icadeza .
Laranja
Quando produz ido por luzes co lor idas , é
t e rc i á r i a (2/3 de vermelho e 1/3 de verde ) .
Em p igmento , é cor secundár ia , resu l tante
da mis tura equ i l ib rada do vermelho com o
amare lo , e complementar do azu l . É cor
quente e , por tanto , d i spers iva .
As á reas co lor idas pe lo la ran ja parecem
maiores do que são . Quando reba ixado com
6 3
pre to , torna-se sujo. Misturado ao vermelho,
consegue-se um escurec imento tona l
re la t ivo , surge um vermelho a laran jado.
Clareado com amare lo , i lumina-se, ganha em
v ibração , mas perde a cons i s tênc ia .
Dessa tu rado com o branco , ganha em
luminos idade . Assoc iação mater ia l : outono,
l a ran ja , fogo , pôr-d o -sol , luz , chama, ca lor ,
fes ta , per igo , aurora , ra ios so lares .
Assoc iação a fe t iva : força , luminos idade ,
dureza , eufor ia , energ ia , a legr ia ,
adver tênc i a , t en tação , prazer , senso de
humor.
Marrom, ocre e terras
Não ex i s tem como luzes co lor idas . Em
p igmento , são resu l t an tes da mis tura de
amare lo e pre to ou amare lo , vermelho e
pre to . Assoc iação mater ia l : t e r ra , l ama ,
6 4
outono, doença , sensua l idade , desconforto .
Assoc iação a fe t iva : pesar , me lanco l i a ,
res i s tênc ia , pen i tênc ia , t ra ição , humi ldade .
Percepção e Efeitos da
Cor
Recomendações
Por tudo o que es tudamos , recomenda-se
que a s cores de uma pág ina na Web n ão
se j am se l ec ionadas separadamente e s im,
den t ro de um contexto gera l que pr iv i l eg ie
t ambém a v i s ib i l idade . (Rober t son , 1993) .
Far ina (1990) c i ta a lguns contrastes
interessantes para uma fácil visibil idade:
o pre to sobre amare lo o verde ou azul ; o
ve rmelho sobre amare lo ou branco ; o
6 5
branco sobre azu l ou pre to ; e o amare lo
sobre o pre to .
Vale lembrar que o estudo desses contrastes
é a inda ma i s impor tan te pa ra a cor re t a
u t i l i zação de carac teres . As combinações
mais v is íve is são c i tadas por Ribeiro (1993) :
l e t ras pre tas sobre fundo branco ; l e t ras
verme lhas sobre fundo branco ; l e t ras
amare las sobre fundo pre to ; letras brancas
sobre fundo azu l ; l e t ras vermelhas sobre
fundo pre to ; l e t ras brancas sobre fundo
ve rme lho ; l e t ras azuis sobre fundo branco.
Segundo o autor , o grau de l eg ib i l idade das
l e t r a s co lor idas sobre fundos de cor se rá
ma i s ou menos acen tuado dependendo do
t ipo de le t ra . “Em gera l , uma le t ra escura
sobre um fundo c laro é leg íve l de mais
longe do que o inverso e se ut i l izarmos uma
cor c la ra em fundo escuro , a l e t ra tem de
6 6
ser ma is for te , porque a cor escura do fundo
absorve a cor c lara da le t ra” (Ribe i ro , 1993;
p . 192) .
A inda sobre combinações de cores , Far ina
(1990) cons idera de pouca v i s ib i l idade as
duplas azul-verde e verde-vermelho, que ,
a l ém de inef i cazes podem a té i r r i t a r a
s ens ib i l i dade óp t i ca . O branco-pre to t em
v i s ib i l idade méd ia , comparado com o
amarelo -preto .
O autor t ambém c i t a a impor tânc i a de se
cons ide ra r o t amanho do t ipo pa ra a
ap l i cação de uma cor ma is l eve ou mais
pesada . Dessa forma , a s cores e scuras em
t ipos sobre fundos t ambém escuros , mas
d i ferentes , resu l tam prat icamente i l eg íve i s
qua lquer que se ja o tamanho do t ipo . “As
cores c l a ras devem co locar- se em t ipos não
mui to pequenos , espec ia lmente se o fundo
6 7
for vermelho , verde ou roxo. O c inza
ge ra lmente não apresenta mui t a
vis ibi l id ade” (Far ina , 1990 ; p . 37 ) .
É fa to que a lgumas l imi tações podem ser
contornadas . Por exemplo , no caso de
pág inas na WEB, a aparênc ia de uma j ane la
pode ser a l te rada quando outras j ane las são
aber ta s na mesma te l a . Ent re tanto ,
re comenda -se sempre que se j am respeitadas
as d i ferenças cu l tura i s e f i s io lóg icas entre
os ind iv íduos (Rober t son , 1993) .
Cons idere - se , a inda , que as pessoas idosas
têm uma sens ib i l idade reduz ida para cores ,
o que , por sua vez , pode requerer o uso de
cores mais br i lhantes .
Por outro lado, ev i te usar azul para
pequenas á reas (Rober t son , 1993) . Uma
pequena área em azu l va i parecer ma is
6 8
desbotada do que uma g rande á r ea da
mesma cor . Ev i te o uso do azu l e do
verme lho , s imul taneamente (Rober t son ,
1993) .
Cons idere a inda que o azu l e o vermelho
t êm d i fe ren tes p rofund idades de foco e ,
para o o lho humano , o processo para
encont ra r o foco cor re to é f a t i gan te .
Observações
1 . Quando cores do espectro amplamente
separadas , como o vermelho e o azu l ,
s ão apresentadas na t e l a , e l a s
apa ren ta rão e s t a rem em d i fe rentes
p l anos de profund idade (Rober t son ,
1993 ) .
2 . Recomenda -se que as cores se j am
se lec ionadas em d i fe rentes
i luminações , ou se ja , com a presença
6 9
de luz f luorescente , incandescente e à
luz do d i a (Rober t son , 1993) .
Recomendações
a ) As cores que você usar devem sa t i s fazer
à s p ropos ta s da pág ina na Web (Windows,
1995 ) .
As cores não devem se r usadas
ind i sc r iminadamente , somente como
e lemento decorat ivo . Recomenda -se o uso
de um grupo l imi t ado de cores , dando ao
usuár io a opção de mudá- las (Windows,
1995 ) . Desse modo as páginas de um mesmo
s i t e e s t a rão ma i s p ropensas a t e rem um
“padrão” cons i s t en te .
Atenção : quando se for permi t i r que o
usuár io mude as cores de uma pág ina na
Web, é preciso considerar a complexidade da
7 0
t a re fa e a hab i l idade média do “públ i co”
usuár io (Windows, 1995) . Portanto, permita
sempre que o con junto de cores -padrão
possa ser recuperáve l e res tabe lec ido para
que o usuár io não se perca na rea l i zação da
t a re fa dev ido ao uso ind i sc r iminado da cor
( ISO 9241-8 ) .
b ) Use a cor como uma forma de
in formação ad ic iona l ou aumentada .
(Windows , 1995) . Ev i te conf i a r na cor
como o ún ico me io de expressa r um
va lor ou uma função par t icu lar .
c ) Use cor para rea lçar ao invés de usar
subl inhado (e use subl inhado ao invés de
i t ens p i scando) (Nie l sen , 1996). Restrinja
o uso do sub l inhado para l inks ev i t ando
ass im confundir o usuár io .
7 1
d ) Evi te usar cores mui to quentes , t a i s
como, o rosa e o magenta . (Rober t son ,
1993) .
As cores mui to quentes parecem pu lsar na
te la e f icam dif íce is de foca l izar . Se for
usado um fundo colorido, se lecione as cores
do t ex to de modo a ob te r o con t r a s t e ma i s
for te ent re o tex to e o fundo . Isso aumenta
a v i s ib i l idade e a l eg ib i l idade do texto .
e ) Não use vár i a s cores em uma ún ica
pág ina . I sso d i s t ra i a a tenção do usuár io
e causa a pe rda de foco na a t i v idade
pr inc ipa l .
f ) Sobre um fundo escuro , recomenda-se o
uso da cor ve rde pa ra o t ex to
(Robertson, 1993) . O verde es tá no meio
do espec t ro so l a r e o compr imento de
onda que produz a sensação do verde é o
7 2
ponto ma i s a l to de sens ib i lidade do olho
humano (Pedrosa 1982 ) .
g ) Cons idere que a forma, a loca l i zação e
os ró tu los de t ex to são out ras mane i ra s
de d i s t ingu i r a in formação (Windows ,
1995) A cor não deve se r o pr inc ipa l
e l emento para esse f im.
h ) Recomenda -se o uso mnemôn ico da cor
(Rober t son , 1993 ) que é empregado
respe i t ando os e s te reót ipos para c r i a r
for tes a s soc iações que a judam no
reconhec imento , na l embrança e no
t empo de busca .
i ) Use cores br i lhantes e contrastantes com
caute la . Esses e lementos a t raem a
a tenção do usuár io e o seu emprego deve
se r r e se rvado para á reas impor tan tes ;
caso cont rá r io , o usuár io pode achar
7 3
mais d i f íc i l saber para onde o lhar e f icar
confuso .
j ) Use cores monocromát i cas para o t ex to ,
s empre . As cores monocromát i cas s ão
ma i s n í t idas aumentando a l eg ibi l idade e
a v i s ib i l idade do tex to .
k ) Recomenda -se o uso de uma cor neut ra
para fundos . As cores neut ras (por
exemplo , c inza-c l a ro ) aumentam a
v i s ib i l idade das outras cores .
l) Ev i te á reas p i scando . Quando i s so for
rea lmente necessár io , l embre-se de não
usar ma i s que uma á rea p i scando ao
mesmo tempo .
m ) No que d iz respe i to à cor é melhor ser
conse rvador . Recomenda-se usar o
máx imo de c inco cores . Para usuár ios
novatos o uso de quatro cores d is t intas é
7 4
mais apropr i ado . Es ta quant idade
pe rmi t e e spaço ex t r a na memór i a de
cur ta duração .
n ) Não use s imul taneamente a l to c roma e
cores que es te j am mui to d i s t an tes no
espectro so lar . Para re lações f igura -
f igura e mui tas f igura - fundo, for tes
cont ra s te s de ve rme lho/verde ,
azul/amare lo , verde/azul e
vermelho/azul cr iam v ibrações , i lusões
de sombras e imagens pos te r iores .
o ) Use um cód igo de cores cons i s t en te e
famil iar , com referências apropriadas . As
denotações comuns no oc iden te s ão a s
segu in tes :
V e r m e l h o : p a r e ,
p e r i g o , q u e n t e , f o g o ;
A m a r e l o : c u i d a d o ,
d e v a g a r , t e s t e ;
V e r d e : a n d e , O K , l i v r e ,
v e g e t a ç ã o , s e g u r a n ç a ;
A z u l : f r i o , á g u a ,
c a l m o , c é u ;
7 5
Cores quentes : ação , resposta requer ida ,
proximidade; cores fr ias : s tatus , informação
de fundo, d is tânc ia ; c inzas , brancas e azuis :
neutra l idade .
Recomenda -se o uso da mesma cor pa ra
agrupar e lementos re lac ionados . (Marcus ,
1992) . É impor tan te se r cons i s t en te no
agrupamento de cores . Não use uma cor
par t i cu la r para um e lemento que não es te ja
re lac ionado com outro e lemento .
p ) Use o mesmo cód igo de cores pa ra
t re inamento , t e s te , ap l i cação e
publ icação.
Uma vez es tabe lec ido o cód igo de cores , as
mesmas cores devem se r usadas por todo o
c i c lo de v ida de d i s seminação e ge ração de
conhec imento .
7 6
Por outro lado, lembre-se de que o moni tor
do computador usa mis tu ras ad i t i vas de
cores , e que a soma das cores gera o branco.
Por i sso , deve-se sempre usar um cód igo
redundante de forma e cor . Essa abordagem
aux i l i a os usuár ios com def ic iênc ia em
v isua l izar cores , po is a forma é a var iáve l
v i sua l mais fác i l de ser reconhec ida .
q) Use a cor pa ra aumenta r a in formação
mos t rada em pre to e b ranco .
No que concerne ao aprend izado e
compreensão , a cor é super ior ao pre to e
b r anco em t e rmos do t empo de
processamento e de reações emoc iona i s ,
mas não há d i f e rença na hab i l idade em
in te rpre ta r a in formação . A cor é ma i s
aprec i áve l e a memór ia para in formação
color ida também parece ser super ior do que
aque la em pre to e branco . Entre tanto ,
7 7
r ecomenda-se pro je ta r pr ime i ramente em
pre to e branco e , en tão , ad ic ionar a cor . A
cor aumenta o p roces samento cogn i t i vo e
v isua l de uma informação que funciona bem
em preto e branco , po is a juda a loca l izar ,
c lass i f i car e assoc iar imagens .
Observações
importantes
Ao mesmo tempo em que você pode usa r
cor para most ra r re l ação ou agrupamento ,
assoc ia r uma cor a um s ignificado particular
não é sempre óbv io ou fác i l de aprender .
1 . Cores monocromát i cas parecem se r
ma i s n í t idas do que as cores
po l i c romát icas . (Rober t son , 1993) .
2 . As pes soas gos t am de d i s p l a y s
co lor idos (Guimarães , 1997) .
7 8
3 . Cor é uma propriedade muito subjet iva
e o que é agradável para você pode ser
desagradáve l para out ro (Windows ,
1995 ) .
4 . A in te rpre tação da cor pode va r i a r
cu l tura lmente , e , a té mesmo em uma
ún ica cu l tura , as assoc iações
ind iv idua i s podem d i fe r i r (Windows ,
1995 ) .
5 . Aprox imadamente 8% dos homens e
0 ,5% das mulheres têm def ic iênc ia em
v isua l izar cores . A mais f reqüente é a
fa l t a de hab i l idade para d i s t ingu i r o
vermelho , o amare lo e o verde ( ISO
9241-8 )
6 . Cores mui to quentes podem parecer
pu l sa r na t e l a (Rober t son , 1993) .
7 . Cores complementares , como
ver me lho e ve rde , podem tornar- se
d i f íce is para o olho foca l izar .
7 9
8 . Cores e scuras t endem a re t roceder o
espaço v i sua l , enquanto que cores
c la ras fazem o espaço v i sua l v i r para
f rente .
9 . Para ev i ta r problemas com usuár ios
com v i são def i c i ente em cores , a s
cores como verme lho e ve rde devem
ter luminânc ias suf ic ientemente
d i ferentes .
10 . Cores de fundo ou adjacentes afetam a
sombra ou a luminânc ia perceb ida de
uma cor part icular .
8 0
Fundo
O fundo de uma pág ina na Web é composto
por padrões de t ex turas e/ou cores . A
t ex tura pode se r pe rceb ida t an to pe lo t a to
quanto pe la v i são , mas é poss íve l que uma
tex tura não tenha nenhuma qua l idade t á t i l ,
somente ót ica , como é o caso dos desenhos,
por exemplo. Já quando há uma textura real ,
coex i s t em ambas a s sensações . A ma ior
pa r t e da nossa exper iência com as texturas é
visual .
Considerações
A maior i a dessas t ex turas que vemos não
es tá rea lmente a l i . “Se tocamos a fotograf ia
de um sedoso ve ludo não t emos a
conv incente exper iênc ia t á t i l que nos fo i
promet ida pe la v i são . O s ign i f i cado se
8 1
base ia no que vemos” (Dondis , 1988 , p .
71) . Por i s so , a esco lha do fundo
desempenha um pape l mui to importante no
resu l tado f ina l de uma compos ição . Ele
pode aumentar o in te resse pe lo pro je to
v i sua l . No caso de pág inas em WEB, para
que e s se fundo se j a harmonioso , e l e deve
segu i r a s r ecomendações e obse rvações
sobre cores .
Recomendações
Recomenda -se usar cores neut ras para o
fundo de uma pág ina na Web . ( ISO 9241-8).
Cores neut ras , usadas para fundos ,
aumentam a l eg ib i l idade do tex to .
1 . Não use fundo mui to “ca r r egado”
(Kr i s to f e Sa t r an , 1995 ) . I s so f az com
que sua pág ina f ique demorada para
carregar .
8 2
2 . Não use cores mui to escuras para
fundo de toda a pág ina (Kr i s to f e
Sa t ran , 1995) . Em pequenas á reas , e l as
a judam a d i r ec ionar a a t enção do
usuár io , mas em toda a pág ina e l a s
aumentam o cansaço v i sua l .
3 . Não ut i l i ze e lementos a lea tór ios como
fundo de uma pág ina na Web (Kristof e
Sa t ran , 1995) . O e lemento de fundo da
pág ina deve aumenta r o en tend imento
do seu conteúdo . Se for usado um
fundo co lor ido , se lec ione as cores do
texto de modo a obter o contraste mais
fo r t e en t re o t ex to e o fundo
(Rober t son , 1993 ) . I s so aumenta a
v i s ib i l idade e a leg ib i l idade do texto .
8 3
Observações
1 . Ut i l i ze fundo s imples para não
comprometer a compreensão da página ,
a l eg ib i l idade do tex to e o t empo pa ra
se r ca r regada .
2 . O fundo não deve chamar mais a tenção
do que a informação .
3 . Use f igura ( tex to , í cones e f iguras )
c romát ica (azu l , verde , vermelho , e
ou t ra s ) sobre fundo ac romát i co
(branco , pre to e c inza ) e v i ce - versa
( ISO 9241-8 ) .
8 4
Fontes
Fontes ves tem pa lavras . E pa lavras ves tem
idé ias . As fontes podem fazer pe las idé ias o
que as roupas fazem pe las pessoas . Não é
somente o chapéu, gravata , terno ou vest ido
que você ves te . É o j e i to como você ves te .
É a adequação a você e à ocas ião que fazem
a d i fe rença . E ass im é com as fontes .
Considerações
“Uma bib l ioteca de fontes é uma espéc ie de
guarda - roupa com al ternat ivas para diversas
ocas iões “ (Shushan e Wr ight , 1994 , p . 28 ) .
As fon tes t êm mui t a s funções de modo a
prop ic i a r formas de l e t ras para a le i tura .
Ass im como outros e lementos v i sua i s , a s
fontes o rgan izam a in formação ou c r i am
uma d ispos ição par t icu lar .
8 5
É verdade que a grande maior ia dos le i tores
não é conhecedora , nem fo i in fo rmada a
re spe i to do uso de fontes . Mas é e r rado
supor que e les não i r ão re sponder ao uso
adequado de las (Shushan e Wr ight , 1994) .
Há d iversos s i s temas de c l a ss i f i cação dos
t ipos . E e les são baseados gera lmente nas
suas or igens c rono lóg icas e geográ f i cas ao
invés do seu cará te r v i sua l . Como é esse
ca rá te r das fontes que rea lmente a fe ta o
le i tor , e não a sua histór ia , c i taremos apenas
um desses s i s temas de c l ass i f i cação , a
c l ass i f i cação gera l proposta pe lo gráf ico
f rancês Franc i s Th ibaudeau e descr i t a por
Ribe iro (1993) . Essa c lass i f icação é baseada
na presença , ou não , e nas carac ter í s t i cas
das ser ifas , l inhas ou curvas que se projetam
das ex t remidades de um t ipo .
8 6
Thibaudeau agrupou as fontes , en tão , em
quat ro grandes famí l i a s , denominando-as :
Bas tão , Eg ipc iana , E lzev i r e Didot . Dentro
de cada famí l i a , há d iversas var iações .
D i fe ren te t e rmino log i a é apresentada por
Col l a ro (1987) para a mesma c lass i f i cação
de Thibaudeau. O autor descreve as famíl ias
como Lap idár i a , Eg ípc i a , Romana Ant iga e
Romana Moderna , respect ivamente . Fontes
do t ipo Bas tão não possuem ser i fas e são as
mais s imples e leg íve is . Mas , em grandes
volumes de textos , a fa l ta de contraste entre
a s has te s a s to rna cansa t ivas .
A famíl ia Egipciana tem uma base
notadamente retangular que lhe empresta
equil íbrio e estabi l idade. Destaca-se pela
un i fo rmidade dos t raços , e a
8 7
predominância do pre to sobre o branco
em sua cons t rução .
As fontes Elzev i r possuem a base
t r iangular e d is t r ibuição per fe i ta de
t raços f inos e grossos , o que os
caracteres muito legíve l e e legante . A
famí l ia Didot é caracter izada pelo
exagero de t raços f inos e grossos em sua
cons t rução , que proporc ionam be leza e
d is t inção. A esse contras te junta-se uma
ser i fa de t raço f ino . Embora de le i tura
agradável , tem aspecto f rági l .
Os t ipos que pr imam pe lo novo, pe lo
d i ferente e que fogem a essa c la ss i f icação ,
mis turando e l ementos de ma i s de uma
famí l i a ou mesmo não possu indo re lação
com nenhuma , podem se r chamados de
Fanta s i a .
8 8
Var iando o tamanho e o peso de uma fonte ,
vemos um texto como sendo mais ou menos
importante e , também, percebemos a ordem
em que e le deve ser l ido.
Segundo Brady (1988) , ao esco lher uma
fonte , deve -se cons iderar a l eg ib i l idade e o
cará ter . Leg ib i l idade es tá re lac ionada com a
ve loc idade com que cada l e t ra ou uma
combinação de l a s pode se r r econhec ida .
Uma fon te pode se r ex t remamente leg íve l
quando i so lada , mas sua ap l i cação er rada
com re l ação a t amanho , e spaçamento de
ent re l inhas , cont ras te com o fundo , ent re
out ras ações , pode torná - la de difícil leitura.
San t ' anna (1989) c i t a c inco fa tores que
inf luenc iam na leg ib i l idade :
8 9
s impl ic idade: quanto mais s imples (menos
decora t ivo) um carac ter , ma is l eg íve l será ;
dimensões : l e t ras pequenas demais são
cansa t i va s e g r andes dema i s causam ma l-
es t a r . Ex i s t e um tamanho adequado para
cada ap l icação . Em um t í tu lo de car taz
publ ic i tár io, por exemplo , os carac teres
devem se r su f i c i en temente g randes para
chamar a a tenção , e pequenos para que
se jam l idos sem esforço ;
força : para que haja legibi l idade, deve haver
uma re l ação harmônica ent re a a l tu ra da
l e t ra e sua l a rgura . Let ras grossas e ba ixas
t onam-se e scuras dev ido ao pouco fundo
que aparece entre suas hastes , dif icultando a
l e i tura . Os carac teres mui to a l tos e f inos
também são pre jud icados , só que pe lo
excesso de fundo ;
9 0
or ientação: quanto mais obl íquos os
carac teres , menor a sua l eg ib il idade , o que
ta lvez se ja devido à nossa maior exper iência
com os caracteres or ientados vert ica lmente ;
harmonia : uma compos ição deve pr imar
por um es t i lo ún ico . Não é aconse lháve l
mis turar mui tos es t i los de fontes .
Brady (1988 ; p . 6 ) c i t a out ros f a tores
re l ac ionados com a l eg ib i l idade dos
ca rac te res . “Nós e s t amos cond ic ionados a
ler mais fac i lmente le t ras minúsculas com
t r aços moderadamente g rossos e f inos e
com ser i fas” . [ . . . ] Pa lavras em le t ras
maiúsculas , t ipos gót icos, t ipos sem ser ifa , e
t ex tos em it á l i co t endem a se r menos
l eg íve i s” . Os es tudos a t r ibuem às ser i fas a
capac idade de gu ia r o o lho de uma l e t ra à
9 1
segu inte . Mas , por out ro l ado , t ambém
concluem que as le t ras sem ser i fas são mais
f áce i s de l e r t an to em tamanhos mui to
g randes quanto mui to pequenos”. É dif íc i l
e laborar qualquer regra r íg ida e ina l teráve l ,
porque a leg ib i l idade é afetada não somente
pe lo es t i lo da fonte , mas por inúmeros
fa tores , inc lus ive , a qua l idade do pape l e a
resolução do monitor . Brady (1988) ressa l ta
que , quando combinados , t ipos d iversos
devem rea lmente parecer d i fe rentes . “Se
duas fontes são tão s imi la res que o l e i tor
não pode d i s t ingu i - las , por que usar duas
fontes?” (Brady , 1988) . Para s impl i f i car
procure combinar fontes se r i f adas com
fontes sem ser i fas . Até por que , quando se
dese j a uma fonte que chame à a tenção , o
me lhor não é esco lher fontes mui to
e laboradas .
9 2
As fontes t ipo fantas ia , s egundo o au tor ,
são de d i f íc i l l e i tura e gera lmente as
pa l avras não podem se r e sc r i t a s todas em
maiúscu las . Para dar ênfase à deter minada
fonte , o método ma i s comum é o seu uso
em tamanho grande . Mas o tamanho não é o
ún ico modo de cr i a r ênfase e nem sempre o
ma is corre to . Deve-se cons idera r o uso da
cor , das formas i t á l i co e negr i to , de
minúscu las ou maiúscu las , do espaçamento
en t re l e t ras , da pos ição na compos ição e ,
inc lus ive , do espaço em branco à sua vo l ta .
O cont ra s t e , en f im , é o f a to r-chave para que
de te rminado e l emento t ipográ f i co t enha
ênfase . Em uma pág ina , uma l inha que es tá
em minúscu las , sa l ta rá aos o lhos se as
dema i s e s t iverem em maiúsculas . Uma fonte
comum des t aca -se entre outras em i tá l i co .
Até mesmo um azu l ac inzentado ofusca um
9 3
vermelho br i lhante se for ún ico . Quanto ao
cará te r das fontes , Brady (1988) a f i rma que
e le é def in ido pe lo desenho das l e t ras e
refere- se à p ersonal idade ou humor que e las
pro je tam. Por i s so , é fundamenta l , em
te rmos de pub l i c idade , saber que imagem o
c l i ente quer pro je ta r de seu produto ou
serv iço e quem é o públ ico que deve ser
a t ing ido (ve lhos , jovens , execut ivos , donas-
de -casa . . . ) .
Cer tos ca rac te res dão a impressão de
pos i t ivos , ponderados , rac iona is . Outros ,
pe lo cont rá r io , dão uma impressão de
r ig idez , peso . Ex is tem a inda aque les de
natureza maleável , f lu ida , f lex ível , leve ,
persuas iva , podem i r a té o ponto de evocar
a a legr ia e fr ivol id ade . Qualquer que se ja a
opção é necessár io que a famí l i a de
ca rac te res e sco lh ida para compor um tex to
9 4
não só cor re sponda à na tu reza do t ex to ,
mas a inda f avoreça a expres são do
sent imento evocado .
Segundo Brady (1988) , em algumas fontes , o
ca rac te re é f ac i lmente reconhec ido ,
ent re tanto , pode ser mui to sut i l em outras .
I s so depende mui to da sua u t i l i zação na
compos i ção e , t ambém de in te rpre t ações
ind iv idua i s . A adequação do es t i lo à
mensagem, porém, não prec isa ser levada ao
ex t remo. Qua l idades como ant igü idade e
t r ad i ção não são neces sa r i amente bem
represen tadas por um tex to em romano
ant igo . Nem é essenc ia l usar fontes sem
ser i fas em negr i to porque o texto se refere à
maqu inar i a . Ass im como não há regra que
d iga que devam ser usadas fontes f lo r idas
pa ra pe rfumes. “Um exemplo clássico de um
bem-suced ido uso t ipográ f i co do que
9 5
parecer ia um t ipo não apropr iado é o rótu lo
do Chane l nº5 : com sua fonte sem ser i f a
t em s ido a marca da e l egânc ia há c inqüenta
anos” (Hur lbur t , 1986 ; p .107) .
Ma i s impor tan te é , por t an to , um conce i to
g loba l de d e s i g n que desper te o in te resse e
sug i r a o va lor do produto de um modo
cr ia t ivo e or ig ina l . Deve-se ob je t iva r a
p ro j eção de uma “ imagem cons i s t en te” da
companh ia ou do p roduto a t r avés de cada
e lemento gráf ico que a t inge o públ ico .
Ass im , todo d e s i g n deve se r gu iado pe la
mesma f i losof i a , en tão cada novo i t em
re força as mensagens anter iores .
Pela própr ia natureza e d iponib i l idade
t ecno lóg ica dos moni tores ex i s t en tes , a s
fontes são gera lmente menos leg íve is nesses
ve ículos do que quando impressas . Por i sso
9 6
va le segu i r ou cr i a r recomendações
espec í f i cas para uso em pág inas WEB que
se rão ex ib idas nas t e l a s de TV e
computador .
Esquema de Fontes
Recomendações
1 . Recomenda -se o uso de fon tes com
ser i f a . Es tudos most ram um pequeno
aumento de l eg ib i l idade quando são
ut i l i zados fontes com ser i fa .
2 . L imi te o número de fontes e es t i los
em uma mesma pág ina . (Rober t son ,
1993 ) .
Use o máx imo de duas fon tes (por
exemplo, Aria l e Time s New Roman ) ,
duas inc l inações ( romano e i t á l i co) ,
9 7
dois pesos ( regula r e negrito), e quatro
tamanhos ( t í tu lo pr inc ipa l , subt í tu lo ,
tex to e nota de rodapé) (Marcus , 1992
Mul le t e Sano, 1995) .
3 . Não é r ecomendado o uso de fon te s
mui to g randes (Nie l sen , 1996) . O uso
de fontes mui to grandes dá ao usuár io
a impressão de que o t ex to e s t á
“gr i t ando” com e le . Para ev i t a r e sse
e fe i to r ecomenda-se usa r fontes com
ca ixas a l t a e ba ixa .
Fontes com ca ixas a l t a e ba ixa usadas
juntas são mais l eg íve i s e
compreens íve i s . (Guimarães , 1997) .
4 . Recomenda -se que a se l eção da fonte
se j a f e i t a de acordo com o t ipo de
documento a se r executado (Marcus ,
1992 ) .
9 8
Tipos com ser i fa são mais
apropr iados para documentos
formais . Para l i tera tura em gera l ,
podem ser u t i l i zados os t ipos sem
ser i fa , He l v é t i c a ou Aria l .
5 . Use , sempre , o s i s tema-padrão de
fon te s pa ra e l ementos comuns do
s i t e (Windows , 1995 ) .
O uso de um s i s t ema padrão to rna a
in te r f ace ma i s cons i s t en te , ge rando
uma padronização .
6 . De pre fe rênc ia , use o con junto de
fon te s -padrão do seu b r ow s e r e ajuste a
fonte da sua página de acordo com ele .
I s so ev i t a que sua pág ina na Web
apresente prob lemas cada vez que o
usuár io a l terar o b r ow s e r .
9 9
7 . Em te rmina i s de v ídeo de ba ixa
reso lução , recomenda-se o uso de
fontes sem ser i fa e com est i lo regular .
Nesse caso , o uso da se r i f a deve se r
ev i t ado , po i s e l a pode não se r
v isua l izada .
8 . Recomenda -se de ixar um espaço antes
e depo i s da pa l avra para aumenta r a
v i s ib i l idade do v ídeo reverso .
(Rober t son , 1993) . Ta l p roced imento
aumenta a v i s ib i l idade da pa lavra .
9 . Recomenda -se o uso do i t á l i co para
a t ra i r a a tenção do usuár io . O uso do
i tá l ico desperta a a tenção do usuár io e
não causa quebras s ign i f i ca t ivas no
r i tmo de l e i tura , mas deve se r usado
somente para t ex tos cur tos .
10 . Ev i te o uso de carac te res br i lhando e
p i scando . E les d i s t raem e competem
pe la a tenção do usuár io . O usuár io
1 0 0
prec i sa de paz para a l e r as
in formações .
Observações
a) As fontes podem se r usadas pa ra
rea lça r uma pág ina na Web d a mesma
mane i r a que a cor (Rober t son , 1993) .
b) Os le i tores preferem a fonte a qua l
e l e s es tão ma is acos tumados a l e r
(Marcus , 1992) .
c ) As fon tes com ser i f a são ma i s
apropr i adas para documentos forma i s
(Marcus , 1992) .
d) Uma organ ização c la ra e regu lar de
t ipogra f i a na pág ina aumenta a
leg ib i l idade e a le i turabi l idade
(Marcus , 1992) .
1 0 1
e ) De preferênc ia , use ca ixa ba ixa ou
ca ixa mis t a ( ca ixa a l t a e ba ixa ) do que
ca ixa a l t a (Marcus , 1992) .
f) Usar mui t a s fontes norma lmente
resu l ta em polu ição v isua l (Marcus ,
1992 ) .
g) Fontes de d i fe rentes famí l i a s (por
exemplo , T imes New Roman e Ar ia l )
de um mesmo es t i lo ( com ou sem
se r i f a ) não devem se r mis turadas em
nenhuma c i rcunstância (Mullet e Sano,
1995 ) .
1 0 2
Texto
O tex to é o r e su l t ado do ag rupamento de
l e t ras de modo a formar pa lavras . Esse
agrupamento pode ser fe i to por meio de um
arran jo s imétr ico ou ass imétr ico .
Considerações
O uso de t amanhos e t ipos de fon te s
coerentes n o texto a judam na compreensão
e aprec i ação de uma pág ina na Web pe lo
le i tor , ou se ja , na leg ib i l idade e na
l e i turab i l idade dessa pág ina .
1 0 3
Recomendações
Recomenda -se que os tex tos se jam escr i tos
em uma fonte proporc iona l . Le t ras com
larguras var iáve i s consomem menos espaço
e c r i am um tex to ma i s f ac i lmente l ido do
que um tex to e sc r i to em uma fonte com
largura f ixa . (Marcus , 1992) .
Recomenda -se , a inda , o uso de ca ixa -a l ta e
ba ixa . Um tex to em ca ixas a l t a e ba ixa é
mais leg íve l do que um texto todo em ca ixa-
a lt a porque poss ib i l i t a a ident i f i cação da
forma, especia lmente da metade super ior da
pa lavra .
Não se deve usar o sub l inhado para rea lçar
o tex to . O uso do sub l inhado em um b loco
cont ínuo de tex to pode d i f i cu l ta r a l e i tura
1 0 4
da l inha super ior , a lém de confun di r o
usuár io.
Recomenda -se ev i t a r o uso do sub l inhado
para enfa t izar t í tu los . Reserve o uso do
sub l inhado para l i nks , que é o padrão
ado t ado na Web .
Ev i te o a l inhamento à d i re i t a . O
a l inhamento do texto à d i re i t a é pre jud ic ia l
à compreensão pe los l e i tores inexperientes .
Ev i te o uso de h í fen . O uso de h í fen reduz
a ve loc idade de l e i tura tanto para l e i tores
exper ientes quanto para l e i tores
inexper ientes .
Observações
1 . I t á l i co é ú t i l para a t ra i r a a tenção do
usuár io sem causar quebras severas no
r i tmo de l e i tu ra (Rober t son , 1993) .
1 0 5
2 . L inhas cur tas fac i l i t am a le i tura , po is
e l a s reduzem o movimento excess ivo
dos o lhos (Rober t son , 1993 ) .
3 . Letras leg íve is têm normalmente 10 ou
12 pontos de tamanho para moni tores
com reso lução de 800 por 600 pontos
por po legada (dp i ) .
4 . O compr imento ó t imo de uma l inha
para tex tos l eg íve i s é de 10 a 12
pa lavras ou de 40 a 60 carac te res por
l inha .
5 . Uma organ ização c la ra e regu lar de
fon te s na pág ina aumenta a
l eg ib i l idade e l e i turab i l idade do texto
(Marcus , 1992) .
6 . É poss íve l fazer tex tos com a r ran jos
s imét r i cos e ass imét r i cos , mas não se
devem misturar ta is arranjos dentro de
uma pág ina na Web .
1 0 6
7 . Cons idere sempre as l imi tações de
sof twares . Por exemplo , a versão
HTML 3 .2 não permi te o a l inhamento
à d i re i t a .
1 0 7
Ícones
Ícones , índ ices e s ímbolos são
f reqüentemente u t i l i zados em in ter faces
com o usuár io . Esses e lementos
proporc ionam um gu ia func iona l e es té t i co
para in ter faces gráf icas , por exemplo , uma
homepa g e que ut i l i za centenas de ícones
d i ferentes . Esses e lementos p ic tográf icos e
i deográf icos funcionam como um sistema de
s ignos . Est r i t amente fa lando, o que
chamamos í cones são uma mis tura de
ícones , índices e s ímbolos .
A noção de s i gno , s egundo Rabaça e
Barbosa (1987) , é bás i ca e e s senc ia l em
qua lquer c iênc ia re lac ionada com a
comunicação, em que se inc lu i a
comun icação não-verbal , e por i sso está em
1 0 8
cons t an te ap ro fundamento e
ques t ionamento .
De acordo com Eco (1990) , o s igno é usado
para t r ansmi t i r uma in formação .
Ele insere- se num processo de comunicação
do t ipo fon te -emis sor-c ana l-mensagem-
des t ina tá r io .
Uma mensagem pode ser (e quase sempre é)
a organ ização complexa de mui tos s ignos .
Mas o s igno não está inser ido apenas em um
processo de comunicação ; e l e en t ra num
processo de s ign i f i cação .
Saussure , antecipando e determinando t odas
as def in ições pos ter iores , def in iu s igno
como uma ent idade de dup la f ace , uma
re lação entre s ign i f icante e s ign i f icado com
base em um s i s tema de regras .
1 0 9
Sau s su r e j ama i s d e f i n i u c l a r amen t e o s i g n i f i c ado , d e ixando - o a me io caminho en t r e uma imag em men t a l , um c on c e i t o e uma r e a l i dad e p s i c o l ó g i c a não c i r c un s c r i t a d i v e r s amen t e ; em c omp en s a ç ã o , s ub l i nh ou e n e r g i c amen t e o f a t o d e o s i g n i f i c a d o ser a lgo r e la c i onado à a t i v idade menta l do s ind iv íduos no s e i o da s o c i e dad e (Ec o , 1976 , p .0 ) .
Nesse ponto , é ma i s compreens íve l a
def in ição dada por P ie rce segundo a qua l
s igno é “ tudo aqu i lo que , sob cer tos
a spec tos e em a lguma med ida , subs t i tu i
a lguma out ra co i sa , r epresentando-a pa ra
a lguém” Para e le , a re lação de s ign i f icação
envolve t rês su je i tos : um s igno, o seu objeto
e o seu interpretante ; jamais uma ação entre
duplas .
Outro d i fe renc ia l quanto à teor ia
saussur iana é que não requer , como
cond ição necessá r i a pa ra a de f in i ção do
s igno , que es te se j a emi t ido
1 1 0
in tenc iona lmente e produz ido
a r t i f i c i a lmente , como propunha Saussure
(Eco, 1976) .
O mesmo conce i to é ass im apresentado por
Coe lho Net to (1990 , p . 56 ) :
Um s i g n o ( ou r e p r e s e n t amen ) , p a r a P i e r c e , é aqu i l o qu e , s o b c e r t o a s p e c t o , r e p r e s e n t a a l guma c o i s a pa ra a l gu ém . Di r i g i ndo - s e a e s s a p e s s o a , e s s e p r im e i r o s i g n o c r i a r á na m en t e ( o u s em i o s e ) d e s s a p e s s o a um s i g n o equ i va l en t e a s i me smo ou , e v en tua lmen t e , um s i g n o ma i s d e s e n v o l v i d o . Es t e s e g undo s i g n o c r i a d o na men t e d o r e c e p t o r r e c e b e a d e s i g n a ç ã o d e i n t e r p r e t a n t e ( qu e n ã o é o i n t é r p r e t e ) , e a c o i s a r e p r e s e n t a d a é c o nh e c i d a p e l a d e s i g na ç ã o d e o b j e t o .
É fa to que fa tores pessoa i s l imi tam o
número de ob je tos que podem se r
pe rceb idos em de te rminado momento .
Sens ib i l i zam os mecan i smos de percepção
do ind iv íduo , f azendo com que es te dê
maior ou menor importânc ia a um o bjeto ou
1 1 1
a aspectos deste . Podem, então, deformar as
cogn ições desses ob je tos . É a chamada
deformação se l e t iva – ou , como propõe
Meyrs e Reyno lds (1972) , d i sc r iminação
percept iva em que emoções e dese jos fazem
com que o ind iv íduo se lec ione apenas
a lguns aspec tos do ob j e to -est ímulo,
desenvo lvendo , é impor tante que se d iga ,
inconscientemente, uma cognição distorc ida
da verdade i r a .
Gombrich (c i tado por Arnheim, 1995; p . 43)
d iz : “Quanto ma ior for a impor tânc i a
b io lóg ica que um objeto tem para nós , mais
e s t a remos ap tos a r econhecê - lo – e ma i s
to l e ran te se rá , por t an to nosso padrão de
correspondência formal” . Poster iormente , o
própr io autor exempl i f i ca : “um homem que
espera sua namorada numa esqu ina vê - la -á
em quase todas as mulheres que se
1 1 2
aprox imam, e es ta t i r a n i a do t r aço da
memór i a to rna r- se -á ma i s fo r t e à med ida
que os minutos passam” (Arnheim, 1995; p .
43 ) .
A c iênc ia que es tuda as re l ações dos s ignos
– cód igos e mensagens – e en t re s i gno e
d i scurso , é a Semiót ica , que se const i tu i
uma par te da Ps ico log ia soc ia l . Semiolog ia
fo i o te rmo cr i ado pe lo su íço Ferd inand
Saussure para ind icar a c iênc ia gera l dos
s ignos .
Pos te r io rmente , o f r ancês Ro land Bar thes
inverte essa def in ição , entendendo todos os
s i s temas de s ignos como repor táve i s às l e i s
da l inguagem. Af i rmava , en tão , que a
L ingü í s t i ca não e ra uma par te , mesmo que
pr iv i l eg iada , da c iênc ia gera l dos s ignos . A
Semiologia é que era parte da Lingüíst ica . A
1 1 3
gramát ica pura de te rminar i a o que deve se r
ve rdade i ro quanto ao s igno para que es te
possa ve icu lar um s ig n i f i cado ; o r amo da
lóg ica que es tudar ia o que é verdade i ro em
re l ação ao s igno para que possa ap l i ca r- se a
um obje to . E a re tór ica pura te r i a por
objet ivo estudar as le is pelas quais um s igno
dá origem a outro e um pensamento provoca
out ro (Coe lho Net to , 1990) .
Outra div isão da Semiót ica foi proposta por
Morr is e foi acolhida no domínio c ient í f ico.
Também é uma c l ass i f i cação segundo t rês
aspectos : s in tá t i co , que procura as re lações
dos s i gnos en t re s i , i ndependentemente do
que des ignam ou ident i f i cam; semânt ico ,
que l eva em cons ideração os s ignos em
re l ação com os ob je tos des ignados ; e
pragmát ico, os s ignos em re lação com quem
os ut i l iza .
1 1 4
A este t rabalho interessa a compreensão
da Semiót ica como um todo e por i sso
vamos avançar es tudando os t rês n íve is
pr inc ipa i s de c lass i f i cação para os s ignos ,
chamados t r i co tomias : em re l ação a s i
mesmos , em re lação ao ob je to e em re lação
ao in te rpre tan te .
A segunda t r i co tomia é a ma i s conhec ida e
importante . É a que mais se u t i l i za no
es tudo da comunicação , pr inc ipa lmente
comunicação visual . As demais serão c i tadas
v i sando , apenas , uma compreensão do
con junto da t eor i a p i e rc i ana expos ta .
Embora a s t r i co tomias t enham uma ordem
de te rminada , de ixa remos para ana l i s a r por
ú l t imo essa segunda t r i co tomia que
cons ide ramos vá l ida .
1 1 5
A pr imei ra t r i cotomia d iz respe i to ao s igno
cons iderado em s i mesmo. São espéc ies de
s ignos segundo es ta c l a s s i f i cação :
a) qua l i ss igno: uma qua l idade que é um
s igno. Por exemplo , uma cor ;
b) s ins igno : uma co i sa ex i s t en te , um
acontec imento rea l . Por exemplo, um
ca t a -ven to . Como só pode se
man i fes ta r por me io de suas
qua l idades , envolve um ou vár ios
qua l i ss ignos ;
c ) l eg i s s igno : não é uma co i sa ou evento
s ingu la r , de te rminada , mas uma
convenção ou le i es tabe lec ida pe los
homens . Por exemplo, as pa lavras .
Todo leg iss igno requer s ins ignos .
1 1 6
A te rce i r a t r i co tomia cons idera o s i gno em
re lação ao in terpre tante , ou se ja , re l ações
p ragmát i ca s de s i gno :
a) r ema : para o seu in te rpre tante ,
func iona como um s igno de uma
poss ib i l idade que pode ou não se
ver i f icar . Por exemplo, uma pa lavra
i so l ada , como “verme lho” .
b) d i c i s s i gno ou d icente : é um s igno de
uma exis tência rea l . Corresponde a um
enunc iado e envolve remas . Por
exemplo , “es te verme lho es tá
manchado” .
c ) a rgumento : é um s igno de razão , um
s igno de le i . Envolve a essência de um
ju ízo. Por exemplo, um s i log ismo do
t ipo “A é B , B é C , por tanto , A é C”
1 1 7
(Coe lho Net to , 1990 ; Rabaça e
Ba rbosa , 1987 ) .
A segunda t r i co tomia d iz r e spe i to à s
re l ações ent re o s igno e o seu ob je to e
d iv ide os s ignos em ícones , índ ices e
s ímbolos.
a) í cone : quando possu i a lguma
semelhança ou ana log ia com o seu
referente (o obje to representado) . Um
s igno é i côn ico na med ida em que
possui a propr iedade do seu denotado.
Por exemplo , uma fotograf ia , uma
estátua, um desenho e , sobretudo, uma
imagem menta l;
b) índ ice , índex ou ind icador : quando se
re fe re ao ob je to em v i r tude de se r
d i re tamente a fe tado por e l e . É um
1 1 8
s igno que tem uma conexão f í s ica com
o obje to que ind ica . Por exemplo , um
dedo apontado para um objeto, fumaça
que é ind íc io de fogo , um campo
mo lhado é ind icação de que choveu .
Ass im como também são índ ices os
pronomes demons t ra t ivos , a s
impressões dig i ta is , os nomes próprios
e comuns na med ida em que são
usados para ind ica r um ob je to ;
c ) s ímbolo : quando a re l ação com o
referente é arb i t rár ia , um a a s soc i ação
de idé i a s produz ida por uma
convenção . É marcado pe la
arb i t rar iedade . Por exemplo, qua lquer
das pa lavras de uma l íngua , a c ruz , a
suás t i ca , a s bande i ras , os s ina i s de
trânsi to (Coelho Netto, 1990; Rabaça e
Ba rbosa , 1987 ) .
1 1 9
Para ser entendido , o símbolo não exige que
seu receptor conheça o ob je to a que se
re fere (o que ocorre com o índ ice – s e não
conheço o fogo não podere i s aber o que a
fumaça ind ica ) . É , por tanto , um meio de
conhecer co i sas novas .
Também, ao cont rá r io do í cone , o
conhec imento do s ímbolo não impl ica o
conhec imento da co i s a r epresen tada como
e la é . I sso porque e le não tem l igações com
a co i sa s i gn i f i cada , independe des ta , o que
faz com que não se ja e fêmero .
Na rea l idade, d i f ic i lmente se pode constatar
a ocor rênc i a de um desses t r ê s t ipos de
s i gno em es tado puro . Freqüentemente um
ícone é t ambém um índ ice , a s s im como um
índice pode ser s imból ico. “Cada s igno pode
1 2 0
se r a s sumido como um índ ice e como um
ícone ou como um s ímbolo , segundo as
c i rcuns tânc ias em que aparece e o uso
s ign i f i ca t ivo a que se des t ina” (Eco , 1990) .
EXEMPLOS DE ÍCONES
Podemos ver nas f iguras a segu i r a lguns
exemplos de índices , ícones e s ímbolos . A
t í tu lo de exerc íc io , procure re lac ionar cada
imagem com a sua ca t egor i a “ t r i co tômica”
desc r i t a no i t em se te des t a obra .
F ig . 1 Ícones exce lentes de ap l i cações
comuns
1 2 1
F ig . 2 Ícones mui to bons de ap l i cações
comuns
F ig . 3 His tograma dos í cones ma i s usados
no Windows
Vale lembrar que as t rês t r icotomias , que
podem ser combinadas em inúmeras c lasses
de s i gnos ( leg i ss igno indic ia l remát ico ,
1 2 2
s ins igno d icente . . . ) , foram reun idas por
P ie rce em t rês ca tegor i a s cor respondentes ,
chamadas pr ime i r idade , s ecund idade e
te rce i r idade .
A pr imeir idade refere- se ao n íve l do
sens íve l , do qua l i ta t ivo . Abrange o ícone , o
qual iss i gno e o rema .
A secundidade diz respe i to ao n íve l da
experiência , da coisa ou do evento. Incluem-
se a í o índ ice , o s ins igno e o d ic i s s igno .
E , por f im, a te rce i r idade refere- se à
mente , ao pensamento, à razão. É o caso do
s ímbolo , do leg i ss igno e do argumento .
Depo i s de compreend idas todas e s sa s
c lass i f i cações , chega-se a um outro conceito
de s i gno desenvo lv ido pos te r io rmente por
P ierce . Um conce i to mais complexo, porém
1 2 3
mais amplo . Ne le , o s igno é apresentado
como um Primeiro (nível do sensível ) que se
co loca numa re l ação t r i ád ica com um
Segundo , seu ob je to (n íve l do evento) , de
modo a se r capaz de de te rminar que um
Terce i ro , seu interpretante (n íve l da razão) ,
a s suma a mesma re l ação t r i ád ica com seu
ob je to na qua l e le própr io es tá em re lação
com o mesmo ob je to . Essa propos ta de
P ie rce surge como res tabe lecedora do
t r i ângulo semiót ico em sua tota l idade , indo
ao encont ro de a lguns pensadores que
cons ide ravam impor tan te apenas o l ado
esquerdo do t r iângulo , exc lu índo o n íve l do
ob je to . Outra conc lusão que se pode t i r a r
dessa segunda pos ição de P ie rce é que um
s igno é uma re l ação t r i ád ica comple ta e
o rdenada , por t an to , nem tudo pode se r
s igno . “O s igno não é um dos e lementos do
t r i ângu lo , uma de suas pontas , um dos
1 2 4
membros da re l ação . O s igno é a reun ião
da s três pontas , a re lação toda e completa , a
to ta l i zação dos t rês vér t i ces do t r i ângu lo”
(Coe lho Net to , 1990 ; P . 66) .
Todos esses concei tos levam-nos a
concluir que é grande a importância dos
s ímbolos , ícones e índices para a
comunicação v isual , especia lmente na
WEB.
Considerações
Nenhum grupo de r eg ra s ou normas pode
garant i r que um ícone se j a per fe i t amente
pro je t ado , mas a s obse rvações e
r ecomendações c i t adas aqu i podem a judar
nes t a t a r e f a . Í cones s ão usados por toda a
Web para representar obje tos ou tarefas. Em
função de os í cones representa rem os
1 2 5
ob je tos de uma pág ina na Web , é importante
va lor izar aque les que efe t ivamente
comuniquem as suas propostas .
Recomendações
1 . Recomenda -se pro je ta r os í cones
c r i ando esboços ráp idos . Uma vez que
o con teúdo s emânt i co t enha s ido
organ izado , c r i e vár ios esboços que
va r i em da abs t ração lóg i ca à imagem
concre ta . Ind ique todos os e l ementos
v i sua i s , seu tamanho e sua loca l ização
aprox imada .
É impor tante não se r mui to prec i so ou
de ta lh i s t a no in íc io do pro je to ; o ma i s
im por tan te é exp lora r todas a s va r i ações
poss íve is . Ava l ie se os ícones vão ao
encont ro das neces s idades do emis sor , do
receptor e do meio em que e le será usado.
1 2 6
2 . Comece iden t i f i c ando a p ropos ta do
ícone e o seu uso . (Windows , 1995) .
Uma boa suges t ão é f azer um b ra i n s t o rm in g
sobre poss íve i s idé ias . Reconhecemos que
freqüentemente é d i f íc i l projetar ícones que
def inam operações ou processos , ou se j a ,
a t i v idades que dependam dos ve rbos ; por
i s so , recomenda-se o uso de subs tant ivos .
3 . Recomenda -se o uso de metá foras do
mundo rea l . I sso fac i l i t a o
reconhec imento , ident i f i cação e
a s soc i ação do í cone por pa r te do
usuár io que pode usar a exper iênc ia e
aprend izado prév io para in te rpre ta r o
ícone.
4 . Class i f ique os ícones por est i los . Os
es t i los devem ser es tabe lec idos de
modo que todos os í cones se j am
1 2 7
ag rupados por uma abordagem
cons i s tente ou pe la sua aparênc ia .
5 . Recomenda -se que se j a pro je tado um
gr id para organizar todos os e lementos
que compõem o í cone . O uso do grid é
impor tan te para e s t abe lece r padrões
de l inhas hor izonta i s , ver t ica i s e
obl íquas a lém de um número l imi tado
de t amanhos pa ra os ob je tos que
compõem o í cone .
6 . Use ob je tos grandes , l inhas grossas e
áreas s imples para d is t inguir os ícones
(Marcus, 1992). Uma vez selecionado o
es t i lo da apresentação , cont in ue a usar
a mesma abordagem den t ro de todo o
conjunto de ícones . Evi te que os
e lementos mais s ignif icat ivos do ícone
se jam muito pequenos em comparação
com o seu t amanho to ta l (Marcus ,
1992 )
1 2 8
7 . Recomenda -se que o í cone tenha uma
aparênc ia s impl i f icada . Um íc one
compos to de mu i t a s pa r t e s pode
confundi r o usuár io . As d i ferenças
v i sua i s devem ser s ign i f i ca t ivas sob o
ponto de v i s t a da comun icação . Não
devemos ad ic ionar e l ementos
decorat ivos sem necess idade, pois i sso
aumenta o t empo de p roces samento
pa ra a mente humana e c r i a a
poss ib i l idade de e r ros de
in terpretação .
8 . Ava l ie os pro je tos de ícones
mos t r ando-os para usuários potenciais.
Quando os p ro tó t ipos e s t i ve rem
disponíveis , e les devem ser revisados e
tes tados por usuár ios t íp icos . As
ava l i ações que podem afe t a r todos os
a spec tos do pro j e to do í cone devem
ser repet idas .
1 2 9
9 . Recomenda -se t e r p recaução com o
uso do an t i- a l i a s i n g . A técnica chamada
an t i- a l i a s i n g envolve a adição de pontos
co lor idos para suav izar as
ex t r emidades pont i agudas de uma
f igura gráf ica . Entre tanto , não use
an t i- a l i a s i n g sobre o l ado de fora da
ex t remidade de um ícone , po i s os
pontos con t r a s t an te s podem pa rece r
irregulares ou dentados quando houver
uma var i ação do fundo.
10 . Use um es t i lo comum para todos os
í cones . Repi ta as carac ter í s t i cas
comuns como o uso da mesma fon te
de luz (canto super ior esquerdo) e
ev i t e os contornos em pre to ; e l e s
aumentam a polu ição v isua l .
11 . Recomenda -se que se comece a
pro je ta r os í cones em pre to e branco .
Cons idere a cor como uma
1 3 0
propr iedade ad ic iona l . Também tes te
as imagens em d i ferentes fundos , po is
o usuár io pode mudar o padrão de
fundo do seu b r ow s e r .
12 . Recomenda -se o uso de cor com
discr ição. Para a cr iação de um ícone é
suf i c i en te o uso de c inco cores ou a té
menos , inc lu indo o pre to , o branco
e/ou o c inza . Mui t a va r i ação de cores
d i s t ra i a a tenção do usuár io .
13 . Recomenda -se o uso da pa l e t a de 256
cores . I s to permi te í cones com
aparênc ia mui to rea l í s t i ca e faz com
que eles possam ser corretamente l idos
em monitores conf igurados para exibir
256 cores ou mais .
14 . F ina lmente , l embre de cons iderar o
potencia l cu l tura l do impacto dos seus
í cones . O que pode ter um cer to
s ign i f icado em uma pa í s ou cu l tura
1 3 1
pode te r s i gn i f i cados imprev i s tos em
outro . É melhor ev i tar le t ras ou
palavras , se possível , pois podem fazer
com que o s desenhos se jam dif íce is de
apl icar em outras cul turas .
Observações
1 . Os ícones e s ímbolos podem subst i tuir a
l inguagem escr i t a e contr ibu i r para que
a s pág inas na Web tenham compreensão
in ternac iona l .
2 . Os espaços poupados em menus , mapas
e d i ag ramas com a ut i l i zação de ícones
podem ser s i gn i f i can te .
3 . Com uma boa se leção de í cones e
s ímbolos ma i s in formações podem ser
co locadas den t ro de uma de te rminada
j ane la ou de um espaço na te l a .
1 3 2
4 . Um ícone ocupa menos espaço do que o
seu equiva lente em pa lavras .
5 . Í cones bem conceb idos ,
s i s t emat i camente p ro j e t ados e
e fe t ivamente organ izados , devem ser
f áce i s e r áp idos de reconhecer em um
contexto v i sua l compl icado .
6 . Faça do í cone um documento
reconhec íve l e representa t ivo do
conteúdo da sua pág ina .
7 . Quando pro je ta r í cones , f aça como um
con junto , cons iderando o
re l ac ionamento de uns com os out ros e
com as t a re fas dos usuár ios .
8 . Cert i f ique-se de que as esca las
( t amanho) de seus í cones se j am
consis tentes com os outros objetos com
os quais e les estão re lac ionados e que se
enca i xam bem den t ro do s i t e .
1 3 3
9 . Procure usar perspec t iva e d imensão
( luz e sombra) para melhor comunicar a
representação do mundo rea l .
10 . Recomenda -se a pro jeção de imagens ,
a s sumindo que a fonte de luz venha do
canto super ior esquerdo .
11 . Um est i lo i lus t ra t ivo tende a comunicar
conceitos metafóricos mais efet ivamente
que s ímbolos abst ra tos .
12 . A g rande vantagem que os í cones t êm
sobre as pa lavras é que e les podem ser
a legres , inte l igentes e ter ape lo v isua l .
13 . O reconhec imento e a memór i a do
usuár io são do i s f a tores impor tan tes
pa ra se r cons ide rado no pro je to de
ícones.
1 3 4
como utilizar esta obra
Acred i t amos que são poucos os
mandamentos em d e s i g n e , a ss im, quase
todas a s r eg ra s podem e devem se r
quebradas . Recomendamos que a obra se j a
l ida in tegra lmente , caso apareçam dúv idas
e l a s podem se r encaminhadas aos au tores
por me io de mensagem env i ada aos e -mails:
fp ie ro@zaz .com.br, dp iero@zaz .com.br, ou
a inda por me io de ca r t a endereçada à Rua
Jú l ia Lacourt Penna, 325, Jardim Camburí ,
V i tór i a – ES, CEP 29090 210.
Por ú l t imo, faça exper iênc ias . Use os
exemplos apresentados , a ss i s ta às pa les t ras
do au tor e ace i t e a premissa de que gên io é
um por cen to insp i r ação e 99 por cen to
t ranspi ração .
1 3 5
Glossário
A r r a n j o s i m é t r i c o : c o m p o s i ç ã o q u e a p r e s e n t a
e l e m e n t o s s e m e l h a n t e s e m a m b a s a s m e t a d e s .
C a i x a a l t a : l e t r a s m a i ú s c u l a s .
C a i x a b a i x a : l e t r a s m i n ú s c u l a s .
Con teúdo s emânt i co : é compreend ido como sendo
o s i g n i f i c a d o d o t e r m o “ s i g n i f i c a d o ” ( M a r c u s ,
1 9 9 2 )
C o r e s c o m p l e m e n t a r e s : s ã o a s c o r e s q u e s e
e n c o n t r a m e m p o s i ç õ e s o p o s t a s n o c í r c u l o
c r o m á t i c o , p o r e x e m p l o , o v e r m e l h o e o v e r d e
( M a r c u s , 1 9 9 2 )
C o r e s m o n o c r o m á t i c a s : c o r e s p r o d u z i d a s p o r u m
ú n i c o c a n h ã o d e e l é t r o n s ( d i s p o s i t i v o e m i s s o r d e
l u z u s a d o n o s m o n i t o r e s d e v í d e o ) . A s c o r e s
po l i c romát i c a s s ão p roduz ida s por t r ê s c anhões de
e l é t r o n s d i f e r e n t e s ( R e d , G r e e n e B l u e ) .
C o r e s n e u t r a s : s ã o a s c o r e s q u e a u m e n t a m a
v i s i b i l i d a d e d a s o u t r a s c o r e s , c o m o o s v á r i o s t o n s
d e c i n z a .
C r o m a : s a t u r a ç ã o : p u r e z a d a c o r d e n t r o d a e s c a l a
d o c i n z a , a v a r i a n t e m a i s v i v a d a c o r p e r c e b i d a .
1 3 6
E s p e c t r o s o l a r : s ã o a s c h a m a d a s “ c o r e s d o a r c o -
í r i s ” e s e g u e m a o r d e m : V e r m e l h o - A l a r a n j a d o -
A m a r e l o - Ve rde - A z u l - A n i l - V i o l e t a
Fad i g a v i sua l : c an s aço v i sua l c au s ado pe lo número
e x c e s s i v o d e e l e m e n t o s v i s u a i s o u c o r e s e m u m a
ú n i c a p á g i n a .
F o n t e c o m l a r g u r a v a r i á v e l : f o n t e s q u e p o s s u e m
l a r g u r a s d i f e r e n t e s p a r a l e t r a s q u e a p r e s e n t a m
l a r g u r a s d i f e r e n t e s , p o r e x e m p l o o “ e ” e o “ i ” .
Fon t e : con jun to da s l e t r a s do a l f abe to , números e
s i n a i s d e s e n h a d a s d e u m m o d o c a r a c t e r í s t i c o .
F ó v e a : á r e a c e n t r a l d e f o c o d o o l h o h u m a n o
( M a r c u s , 1 9 9 2 )
G r i d : u m a g r a d e c o m p o s t a d e l i n h a s v e r t i c a i s e
h o r i z o n t a i s .
Í c o n e : a l g u m a c o i s a q u e s e p a r e c e c o m o s e u
s i g n i f i c a d o . E l e é r e p r e s e n t a t i v o e d e f á c i l
compreen s ão . Ex . : Um t r a ço de t i n t a s i gn i f i c ando
u m a l i n h a g e o m é t r i c a e m u m a i l u s t r a ç ã o n o l i v r o
t e x to .
Í n d i c e : u m s i n a l q u e f o i “ c a u s a d o ” p o r a l g o o u
p o r u m p r o c e s s o a o q u a l e l e s e r e f e r e . E x . : U m
r a s t r o d e l a m a n o s d e g r a u s é u m í n d i c e d e q u e
a l g u é m e n t r o u h á p o u c o ( M a r c u s , 1 9 9 2 )
1 3 7
L a y o u t O r g a n i z a ç ã o e s p a c i a l : d i a g r a m a ç ã o d e
e l e m e n t o s v i s u a i s q u e c o m p õ e m u m a p á g i n a n a
Web .
Leg ib i l i d ade : d i z r e spe i to à hab i l i d ade do l e i to r de
e n c o n t r a r , i d e n t i f i c a r , d i s c r i m i n a r e a b s o r v e r o
t e x t o c o m s u c e s s o .
L e i t u r a b i l i d a d e : d i z r e s p e i t o à f a c i l i d a d e d e
i n t e r p r e t a ç ã o e a p e l o d o t e x t o .
L u m i n â n c i a = b r i l h o = v a l o r : q u a n t i d a d e r e l a t i v a
d e c l a r o o u e s c u r o e m u m a e s c a l a d o p r e t o a o
b r a n c o ( t a m b é m c h a m a d o d e i n t e n s i d a d e ) .
M a t i z = t o m ( C o r ) : c o m p o s i ç ã o d o c o m p r i m e n t o
d e o n d a e s p e c t r a l d a c o r q u e p r o d u z a p e r c e p ç ã o
de s e r a zu l , l a r an j a , ma r rom e ou t r a s . É a v a r i a ç ão
q u a l i t a t i v a d a c o r .
M e m ó r i a d e c u r t a d u r a ç ã o : t a m b é m c h a m a d a d e
m e m ó r i a d e t r a b a l h o , d u r a c e r c a d e 2 0 s e g u n d o s ,
e é c a p a z d e a r m a z e n a r c i n c o p a l a v r a s o u f o r m a s ,
s e i s l e t r a s , s e t e c o r e s e o i t o d í g i t o s .
P e s o : q u a n t i d a d e d e m a s s a d e u m a f o n t e , p o r
e x e m p l o , u m a f o n t e c o m e s t i l o b o l d é p e s a d a .
P o l u i ç ã o v i s u a l : e f e i t o c a u s a d o p e l o u s o d e u m
n ú m e r o e x c e s s i v o d e e l e m e n t o s v i s u a i s e m u m a
ú n i c a p á g i n a n a Web .
1 3 8
P o n t o : u n i d a de d e m e d i d a d a l e t r a . U m p o n t o
e q u i v a l e a 0 , 3 2 5 m m .
P ro j e to V i sua l : o r gan i z ação e spac i a l , d i a g r amação
d e e l e m e n t o s v i s u a i s q u e f a z e m p a r t e d e u m s i t e
comp l e to .
S e r i f a : t r a ç o s q u e f a z e m o a c a b a m e n t o d e u m a
l e t r a ( S c h r i v e r , 1 9 9 7 )
S í m b o l o : u m s i n a l q u e p o d e s e r c o m p l e t a m e n t e
a r b i t r á r i o n a s u a a p a r ê n c i a . E x . : U m a b a n d e i r a
p a r a r e p r e s e n t a r u m p a í s .
1 3 9
Referências
bibliográficas
ARNHEIM, Rudol f . Ar te e Percepção
Visua l : Uma Ps ico log ia da
VisãoCr iadora . 9a ed . São Pau lo :
P ione i ra , 1995
BRADY, Phi l ip . Using TypeRight .
C inc inna t i : Nor th L ight Books , 1988 .
COELHO NETTO, J . Teixe ira . Semiót ica ,
In formação e Comunicação . 3a ed . São
Paulo : Perspect iva , 1990 . (Sér ie
Deba t e s )
COLLARO, Antonio Celso . Projeto Gráfico:
Teor ia e Prát ica da Diagramação. 2a ed .
São Paulo: Sum mus, 1987.
1 4 0
DONDIS, Donis A . La S in tax i s de l a
Imagen : In t roducc ión a l A l fabe to
Visual . 7a ed . Barce lona : Gustavo Gi l i ,
1988 .
ECO, Humberto . Tratado Gera l de
Semiót ica . São Paulo: Perspect iva , 1976.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das Cores
em Comunicação. 4a ed . São Paulo :
Edgar Blücher , 1990 .
GUIMARÃES, Lia Buarque Macedo.
Ergonomia cognit iva , Conferênc ia
profer ida no 8 o Congresso Bras i le i ro de
Ergonomia , F lor ianópol i s , 1997 .
HURLBURT, Al len . Layout : O Des ign da
Pág ina Impressa . 2a ed . São Pau lo :
Nobel , 1986 .
1 4 1
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR
STANDARDIZATION, Pro je to de
norma in te rnac iona l , R equ i r emen t s f o r
d i s p l a y e d c o l o u r s - ISO 9241 parte 8, final
draf t . , Genebra , Su íça ,1997 .
KRISTOF, Ray; SATRAN, Amy.
Interact iv i ty by des ign - Crea t i n g &
commun i ca t i n g w i th n ew med ia , Ind i ana ,
USA, 1995, Macmi l lan , ISBN 1 - 56830-
221-5 .
MARCUS, Aaron. Graphic des ign for
e lec t ronic documents and user
in ter faces , New York , 1992, ACM
Press , ISBN 0-201-54364-8 .
MEYRS, James H. e REYNOLDS, Wil l iam
H. Gerênc ia de Marke t ing e
Comportamento do Consumidor . Rio de
Janeiro: Vozes , 1972.
1 4 2
MULLET, Kevin e SANO, Darre l l .
Designing v isual inter faces ,
Commun i c a t i on o r i e n t e d t e c hn iqu e s , New
Jersey , 1995, SunSoft Press , ISBN 013-
303389-9 .
OSF/Mot i f SYTLE GUIDE. Guia de
es t i los para in ter face com padrão
OSF/Moti f , Cambr idge , USA, 1990 ,
Open Sof tware Foundat ion .
RABAÇA, Car los A. e BARBOSA, Gustavo
G. Dic ionár io de Comunicação . São
Paulo : Át ica , 1987.
ROBERTSON, Douglas . ( Ju ly 16 , 1993)
HCI Repor t .
SANT'ANNA, Armando . Propaganda :
Teor i a , Técn ica e Prá t i ca . 4a ed . São
Paulo : P ione i ra , 1989.
SCHRIVER, Karen A. Dynamics in
document des ign , USA, 1997, Jonh
Wi ley & Sons , ISBN 0-471-30636-3 .
1 4 3
SHUSHAN, Ronnie e WRIGHT, Don.
Desktop Pub l i sh ing by Des ign —
Everyone ' s Guide to Pagemaker 5 .
Wash ington : Microsof t Press , 1994 .
WINDOWS STYLE GUIDE, The Windows
inter face guide l ines - A gu i d e f o r
d e s i g n i n g s o f twa r e , USA, 1995 , Microsof t
Corpora t ion .
1 4 4
BIBLIOGRAFIA
ABIPEME. Fundação Getú l io Vargas .
Cent ro de Es tudos da Cu l tura e do
Consumo. São Paulo : FGV, 1991.
ALCÂNTARA, Eurípides. Emoção pra valer !
Veja , São Paulo, p . 64-67 , 1o se t .1993 .
AMANHÃ. Var ig na cabeça . Por to Alegre ,
Amanhã, v . 10 , n . 106 , p . 1 -20, abr.1996.
Espec ia l : As Marcas Campeãs .
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, Rio de j ane i ro . Normas
ABNT sobre documentação . R io de
Janeiro, 1978.
AZEVEDO, Wi l ton . Os S ignos do Des ign .
São Paulo : Global , 1994. (Coleção
Conta to Imed i a to ) .
1 4 5
BERLO, Dav id K. O Processo da
Comunicação : In t rodução à Teor i a e
à Prá t ica . São Pau lo : Mart ins Fontes ,
1991 .
BLECHER, Nelson. Era da Globa l ização
conver te marca em
pat r imônio b i l ionár io . Folha de São
Paulo, São Paulo, 27 out .1994. Especia l
Top o f Mind , p .A-2 .
___ . Omo ba t e Coca -Cola no 'Top of Mind'
95 . Folha de São Paulo, São Paulo, 13
nov.1995. Espec ia l Top of Mind , p .2 .
BORDENAVE, Juan D. e CARVALHO,
Horác io M. Comunicação e
Planejamento. 2a ed. Rio de Janeiro: Paz
e Terra , 1987 .
BRANDÃO, Vladimir . O Poder das Marcas .
Expressão, São Paulo , a .5 , n.56, p.14-20,
1995 .
1 4 6
CYBIS, Wal ter de Abreu. Ergonomia de
inter faces homem-computador ,
F lor ianópol i s , 1997 , Apost i l a para o
curso de Pós -Graduação em Engenharia
de Produção - Univers idade Federa l de
San ta Ca ta r ina .
COBRA, Marcos . Admin i s t ração de
Market ing . 2a ed ição . São Paulo : Atlas ,
1992 . COELHO NETTO, J. Teixeira.
Semiót i ca , In formação e Comunicação .
3a ed . São Pau lo : Perspect iva , 1990 .
(Sé r i e Deba tes )
COELHO, Teixe i ra . O que é Industr ia
Cul tura l? 8a ed. São Paulo : Bras i l iense ,
1986 . (Coleção Pr ime i ros Passos )
COSTA, Joan. Imagen Global : Evoluc ió n
de l Di seño de Ident idad . 2a ed .
Barce lona : CEAC, 1989.
1 4 7
EMERICH, Helc io . Valor secundár io da
embalagem. Folha de São Paulo , São
Paulo , 12 set .1994. Dinheiro , p . 2-5 .
___ . No re ino das f raudes . Fo lha de São
Paulo, São Paulo, 1o abr.
1996 . Negóc ios , p . 5-7 .
EXAME. Mais br i lho na maquiagem.
Exame, São Paulo , p .67-68, 20 abr.1988.
___. Perf i l Novo. Exame, São Paulo , p .111,
8 ju l .1992.
FARAH, Raphic J . Des igners põe a boca no
mundo. Publ i sh , R io de Janeiro, a .6 ,
n .22 , p .64-68 , j an ./fev .1996.
FERLAUTO, Clá ud io . Uma v i são da
logot ip ia bras i le i ra : 91/92. Abigraf , São
Paulo , a .17 , n .141, p .52-54 ,
ju l ./ago.1992.
1 4 8
FERNANDES, Fá t ima . Com 50% de
mercado , Consu l j á se tornou s inônimo
de ge lade i ra . Folha de São Paulo , São
Paulo , 27 out .1994. Espec ia l Top of
Mind , p.A-9 .
FRANÇA, Jún ia Lessa . Manua l para
Normal ização de Pub l i cações Técn ico-
c ient í f icas . 3a ed . Be lo Hor izonte :
UFMG, 1996.
FRANCO, Cél ia de Gouvêa . O mi l ionár io
segredo das marcas . Folha de São Paulo,
São Paulo , 31 mar .1996. Mais ! , p . 5-10 .
GEISSBUHLER, Stef f . 'Des ign g loba l é
ted ioso ' d iz Geissbuhler . Folha de São
Paulo, São Paulo, 27 fev.1996. I lustrada,
p. 5-4 .
GUILLAUME, Paul . Ps ico log ia da Forma.
2a ed . São Pau lo : Nac iona l , 1966 .
HOCHBERG, Jul ian E. Percepção. 3a ed.
Rio de Jane i ro : Zahar , 1982 .
1 4 9
HORTON, Wil l iam. The icon book - Visual
s ymbo l s f o r c ompu t e r s y s t em s and
d o cumen t a t i on , USA, 1994, Jonh Wiley &
Sons , ISBN 0471599018 .
INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA -
IBGE. Rio de Jane i ro . Censo
Demográf ico de 1991 . R io de Jane i ro ,
1991 .
JANSSEN, Hugo. Una breve h is tor ia de l
logot ipo . Orgyn , PMSI Bulgamor, Países
Ba ixos , a .5 , n .4 , p .33-35 , 1994 .
JORNAL DA ACOMACSUL. Ps ico log ia da
Cor . Pe lotas , a .1 , n .5 , se t .1995.
LAZZAROTTO, Gis ley e ROSSI , Janete .
Comunicação , Ges ta l t e Behav ior i smo.
IN: GUARESCHI, P .A. Comunicação e
Controle Soc ia l . Rio de Jane iro :
Vozes , 1991.
1 5 0
LESSA, Washington Dias . Dois Es tudos de
Comunicação Visua l . R io de Jane i ro :
UFRJ, 1995. p . 61-111 : A Marca
F igura t iva .
LUCCHESI , Cr i s t i ane . A moda do "Põe na
Consul" es tá de vo l ta . Fo lha de São
Paulo, São Paulo, 13 nov.1995. Especia l
Top of Mind , p .17 .
MARTINS, José S . O Poder da Imagem: o
uso estratégico da imagem cr iando valor
sub je t ivo para a marca . 4a ed . São
Paulo : Makron Books , 1995 .
MAYER, Mart in . Af ina l , o que aconteceu a
Madison Avenue? A publ i c idade nos
anos 90 . Por to Alegre : Ort iz , 1991 .
MUCCHIELLI , Roger . A Ps ico log ia da
Pub l i c idade e Propaganda :
Conhec imento do Prob lema . R io de
Janeiro , Livros Técnicos e Cient í f icos ,
1978 .
1 5 1
MULLET, Kevin e SANO, Darre l l .
Designing v isual inter faces ,
Commun i c a t i on o r i e n t e d t e c hn iqu e s , New
Jersey , 1995, SunSoft Press , ISBN 013-
303389-9 .
MURPHY, John e ROWE, Michael . Como
Diseñar Marcas y Logot ipos . 3a ed .
Barcelona: Editor ia l Gustavo Gil i , 1992.
OSF/Mot i f SYTLE GUIDE. Guia de
es t i los para inter face com padrão
PEDROSA, Is rae l . Da Cor à Cor
Inex is tente . Bras i l i a : UNB, 1982 .
PERISCINOTO, Alex . Et iqueta ou não, e i s
a questão. Folha de São Paulo, São
Paulo, 14 nov.1994. Dinheiro, p .2-5 .
PINTO, Ivan S . e TROIANO, Ja ime C. Na
esquina de Madison Av. e Wal l Street .
Mercado Global , São Paulo , n .89 , p .42-
46 , 1o t r im.1993 .
1 5 2
POLESI , Cass i ano . At i tude . Rev i s ta da
Cr iação, São Paulo , a . 2 , n .13 , p .12-15 ,
mar .1996.
RIBEIRO, Mi l ton. P lane jamento Visua l
Gráf ico . 3a ed . Bras í l i a : L inha , 1993 .
RICHARDSON, Roberto J . Pesquisa Socia l :
Métodos e Técn icas . 2a ed . São Paulo:
At las , 1990.
RICHERS, Ra imar . Oi to chaves de uma
marca . Folha de São Paulo, São Paulo,
13 nov.1995. Especial Top of Mind, p.2.
RIES, Al . As Le is Imutáve i s do Market ing .
Ex ame, São Paulo , a . 28 , n . 596 , p .71-
72 , 8 nov.1995.
ROSENBAUM, Alvin (ed. ) . U.S.A.
Trademarks - Logos: Stat ionery Systems
& Corpora te Iden t i t y - A Visual
Encyc loped ia . Tokyo : Graphic -Sha
Publ i sh ing , 1994 .
1 5 3
SALGADO, Eduardo . Resga te de marcas
cus ta t empo e d inhe i ro . Amanhã , Porto
Alegre , a .9 , n .90 , p .24-27 , nov.1994.
SAMPSON, Peter . Novas tendênc ias em
imagem e pesqu i sa de marcas . Mercado
Global , São Paulo , a .22 , n .97 , p .33-43 ,
1o t r im.1995 .
SANT'ANNA, Armando . Propaganda :
Teor ia , Técn ica e Prá t i ca . 4a ed . São
Paulo : P ione i ra , 1989.
SCALZO, Fernanda. MASP recebe acervo de
des ign gráf ico. Folha de São, São Paulo,
15 abr .1994 . I lus t rada . p .5-7 .
SCHRIVER, Karen A. Dynamics in
document des ign , USA, 1997, Jonh
Wi ley & Sons , ISBN 0-471-30636-3 .
- - - - , Tipos Gr á f i c o s - Le g i b i l i dad e , Rev i s ta
Ideogra f i a , São Pau lo , (02/04/1986) .
1 5 4
SHUSHAN, Ronnie e WRIGHT, Don.
Desktop Pub l i sh ing by Des ign -
Everyone ' s Guide to Pagemaker 5 .
Wash ington : Microsof t Press , 1994 .
SIMÕES, Edda Q . e TIEDEMANN, Klaus
B. Ps ico log ia da Percepção . IN:
RAPPAPORT, C .R . Temas Bás icos de
Ps icologia . v . 10-II . São Paulo: EPU,
1985 .
SOUZA, Marcos Gouvêa e NEMER, Artur .
Marca e Dis t r ibu ição : desenvo lvendo
dominação e s t r a t ég i c a e van tagem
compet i t iva no mercado g loba l . São
Paulo : Makron Books , 1993 .
VEJA. O Apelo Visual . Veja , São Paulo,
p .100-101 , 5 out .1994 .
____ . Ané is ba tem a c ruz . Ve ja , São Pau lo ,
a .29 , n .20 , p .103 , 15 mai . 1996 .
1 5 5
WHELAN, Br ide . Color Harmony 2 - A
Guide to Crea t ive Color Combina t ion .
Massachuse t t s : Rockpor t Publ i shers ,
1994 .
WINDOWS STYLE GUIDE, The Windows
inter face guide l ines – A gu id e f o r
d e s i g n i n g s o f twa r e , USA, 1995 , Microsof t
Corpora t ion .
NIELSEN, Jakob. ( s i t e )h t tp ://www.sun .com
/co lumns/a le r tbox/9605 .h tml
h t tp ://www.use i t . com (1996) .
1 5 6
Série: Guia de Estilos para Web 2ª versão 2000