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1 SEGURANÇA SOCIAL ENQUADRAMENTO QUAIS SÃO OS REGIMES CONTRIBUTIVOS DO SISTEMA PROVIDENCIAL DE SEGURANÇA SOCIAL? O regime geral dos trabalhadores por conta de outrem compreende: a) O regime aplicável à generalidade dos trabalhadores por conta de outrem b) O regime aplicável aos trabalhadores integrados em categorias ou situações específicas; c) O regime aplicável às situações equiparadas a trabalho por conta de outrem. O regime dos trabalhadores independentes As pessoas singulares que exerçam atividade profissional sem sujeição a contrato de trabalho ou a contrato legalmente equiparado, ou se obriguem a prestar a outrem o resultado da sua atividade, e não se encontrem por essa atividade abrangidos pelo regime geral da segurança social dos trabalhadores por conta de outrem. O regime do seguro social voluntário Os cidadãos nacionais, maiores, considerados aptos para o trabalho e que não estejam abrangidos por regime obrigatório de proteção social ou que, estando os mesmos não relevem no âmbito do sistema de segurança social português. Os cidadãos nacionais que exerçam atividade profissional em território estrangeiro e que não estejam abrangidos por instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado. Os estrangeiros e apátridas, residentes em Portugal há mais de um ano. QUAL O REGIME QUE SE APLICA ÀS EMPRESAS DE TRANSPORTE? Em regra, aplica-se o regime geral de Segurança Social dos trabalhadores por conta de outrem: Vinculados por contrato de trabalho ou contratos legalmente equiparados, independentemente da respetiva nacionalidade; Cuja atividade, mesmo que eventual, seja exercida com subordinação hierárquica e funcional ainda que o vínculo contratual assuma a forma aparente de prestação de serviços e qualquer que seja o modo de remuneração; Expressamente referidos na lei como abrangidos pelo regime geral dos trabalhadores por conta de outrem, designadamente: o Membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas; o Trabalhadores em situação de pré-reforma; o Formandos a frequentarem ações de formação promovidas pelas respetivas entidades empregadoras; o Trabalhadores deficientes em regime de emprego protegido.

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SEGURANÇA SOCIAL ENQUADRAMENTO QUAIS SÃO OS REGIMES CONTRIBUTIVOS DO SISTEMA PROVIDENCIAL DE SEGURANÇA SOCIAL?

O regime geral dos trabalhadores por conta de outrem compreende: a) O regime aplicável à generalidade dos trabalhadores por conta de outrem b) O regime aplicável aos trabalhadores integrados em categorias ou situações

específicas; c) O regime aplicável às situações equiparadas a trabalho por conta de outrem.

O regime dos trabalhadores independentes As pessoas singulares que exerçam atividade profissional sem sujeição a contrato de trabalho ou a contrato legalmente equiparado, ou se obriguem a prestar a outrem o resultado da sua atividade, e não se encontrem por essa atividade abrangidos pelo regime geral da segurança social dos trabalhadores por conta de outrem.

O regime do seguro social voluntário Os cidadãos nacionais, maiores, considerados aptos para o trabalho e que não estejam abrangidos por regime obrigatório de proteção social ou que, estando os mesmos não relevem no âmbito do sistema de segurança social português. Os cidadãos nacionais que exerçam atividade profissional em território estrangeiro e que não estejam abrangidos por instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado. Os estrangeiros e apátridas, residentes em Portugal há mais de um ano. QUAL O REGIME QUE SE APLICA ÀS EMPRESAS DE TRANSPORTE? Em regra, aplica-se o regime geral de Segurança Social dos trabalhadores por conta de outrem:

Vinculados por contrato de trabalho ou contratos legalmente equiparados, independentemente da respetiva nacionalidade;

Cuja atividade, mesmo que eventual, seja exercida com subordinação hierárquica e funcional ainda que o vínculo contratual assuma a forma aparente de prestação de serviços e qualquer que seja o modo de remuneração;

Expressamente referidos na lei como abrangidos pelo regime geral dos trabalhadores por conta de outrem, designadamente:

o Membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas; o Trabalhadores em situação de pré-reforma; o Formandos a frequentarem ações de formação promovidas pelas respetivas

entidades empregadoras; o Trabalhadores deficientes em regime de emprego protegido.

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QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES DA EMPRESA FACE À SEGURANÇA SOCIAL? Inscrever a empresa na Segurança Social e comunicar as alterações de elementos

da empresa; Comunicar a admissão de novos trabalhadores/estagiários; Comunicar a cessação e suspensão do contrato de trabalho; Entregar uma declaração aos trabalhadores; Entregar a declaração de remunerações (DR); Pagar as contribuições. A regulamentação nacional estabelece normas para assegurar a inscrição das entidades empregadoras nos sistemas de solidariedade e Segurança Social, do processo de cobrança e pagamento das contribuições e quotizações devidas à Segurança Social. QUAIS OS APOIOS À CONTRATAÇÃO NO ÂMBITO DA SEGURANÇA SOCIAL? As empresas podem beneficiar, mediante requerimento:

Redução de taxas contributivas: o Emprego a deficientes; o Emprego a reclusos em regime aberto; o Programa Trabalho Seguro; o Recuperação de regiões com problemas de interioridade.

Dispensa temporária do pagamento das contribuições: o 1º Emprego e desemprego de longa duração; o Emprego a reclusos em regime aberto; o Rotação Emprego-Formação; o Recuperação de regiões com problemas de interioridade.

A concessão de dispensa temporária do pagamento de contribuições depende da situação contributiva regularizada perante a Segurança Social e cessa se não se verificar o cumprimento da obrigação contributiva (declaração de remunerações e pagamento de contribuições). INSCRIÇÃO NA SEGURANÇA SOCIAL E COMUNICAÇÃO DE ALTERAÇÕES DAS EMPRESAS COM TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM ONDE DEVE SER EFETUADA A INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA DA EMPRESA NA SEGURANÇA SOCIAL? A inscrição é feita diretamente à Segurança Social sempre que as pessoas coletivas sejam criadas através da criação on-line de sociedades. Nestes casos, a comunicação é feita oficiosa e gratuitamente, por via eletrónica, através das conservatórias do registo comercial quando as pessoas coletivas (sociedades) se inscrevem no registo comercial. Nas demais situações, a inscrição das pessoas coletivas continua a ser feita oficiosamente, mas por transmissão de dados pela Administração Fiscal e Aduaneira (AT) à Segurança Social.

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Para a inscrição e o enquadramento das entidades empregadoras, são competentes:

O Instituto de Segurança Social, I.P, se o local de trabalho for no território continental;

O Instituto de Segurança Social da Madeira, IP–RAM, se o local de trabalho for na Região Autónoma da Madeira;

O Instituto para o Desenvolvimento Social dos Açores, se o local de trabalho for na Região Autónoma dos Açores.

QUAL O PRAZO PARA A INSCRIÇÃO? A inscrição, sendo feita oficiosamente pela AT deverá ocorrer na data da:

Participação de início do exercício de atividade;

Constituição, nos casos de regime especial de constituição imediata de sociedades e associações, constituição online de sociedades ou criação imediata de representações permanentes de entidades estrangeiras;

Comunicação pelos serviços das entidades empregadoras inscritas no regime comercial e que constem no ficheiro central de pessoas coletivas, no caso de entidades não sujeitas a registo comercial obrigatório;

Com a admissão do primeiro trabalhador. No caso de pessoas singulares que beneficiem da atividade profissional de terceiros, prestada em regime de contrato de trabalho;

Com base em ações de inspeção ou de fiscalização (no caso de entidades irregularmente constituídas que tenham trabalhadores ao seu serviço).

No entanto e à cautela, as pessoas coletivas podem confirmar junto da Segurança Social, se esta comunicação oficiosa foi feita. QUAIS OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS? Modelo Próprio (MOD. RV1011-DGSSS no website http://www.seg-social.pt/ |

Formulários), onde tem que constar, nomeadamente: o Identificação completa da empresa (incluindo o ramo de atividade) e de

estabelecimentos para além da sede; o Identificação completa dos responsáveis pela administração ou gerência; o Fotocópia de pacto social de constituição da empresa com as assinaturas

devidamente reconhecidas. QUAL O PRAZO E QUE ALTERAÇÕES NA VIDA DA EMPRESA TÊM QUE SER COMUNICADAS À SEGURANÇA SOCIAL? Têm que comunicar no prazo de 10 dias úteis, a contar da data dos factos que lhe deram origem, nomeadamente as seguintes alterações:

De quaisquer dos elementos relativos à identificação (por ex: morada);

Membros dos órgãos estatutários (MOE – diretores, administradores, gerentes);

Alterações do pacto social;

Cessação da atividade;

Dissolução da empresa;

Cessação do exercício de atividade de qualquer trabalhador ao seu serviço.

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QUAIS OS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS?

Modelo Próprio (MOD. RV1011-DGSSS no website http://www.seg-social.pt/ | Formulários)

Certidão de registo comercial comprovativa da nomeação dos membros dos órgãos estatutários;

Cópia do pacto social ou da ata da Assembleia Geral em que constem os elementos necessários à comprovação da exclusão do enquadramento no regime dos membros dos órgãos estatutários, nomeadamente, do exercício não remunerado da gerência dos administradores de pessoas coletivas sem fim lucrativo;

Fotocópia do cartão de contribuinte fiscal (NIF) dos membros dos órgãos estatutários da sociedade;

Número de Identificação da Segurança Social (NISS);

Documento comprovativo das alterações a efetuar (por exemplo: para mudar a morada tem de apresentar um documento comprovativo da atual morada – fatura do gás, água, luz, telefone etc.).

INSCRIÇÃO NA SEGURANÇA SOCIAL E COMUNICAÇÃO DE ALTERAÇÕES DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS QUAIS OS MEMBROS DOS ORGÃOS ESTATUTÁRIOS (MOE) QUE TÊM DE SE INSCREVER NA SEGURANÇA SOCIAL E PAGAR AS RESPETIVAS CONTRIBUIÇÕES COMO MOE? São os:

Administradores, diretores e gerentes das sociedades e cooperativas,

Administradores de pessoas coletivas gestoras ou administradoras de outras pessoas coletivas, quando são contratados a título de mandato para exercerem funções de administração, desde que a responsabilidade pelo pagamento das remunerações, seja assumida pela entidade administrada;

Gestores de empresas públicas ou de outras pessoas coletivas, com ou sem fins lucrativos, que não se encontrem abrangidos pelo regime de proteção social convergente dos trabalhadores em funções públicas e que não tenham optado, nos termos da lei, por outro regime de proteção social obrigatório:

Membros de órgãos internos de fiscalização das pessoas coletivas (empresas, cooperativas, etc.) que não se encontrem abrangidos pelo regime de proteção social convergente dos trabalhadores em funções públicas e que não tenham optado, nos termos da lei, por outro regime de proteção social obrigatório;

Membros dos demais órgãos estatutários das pessoas coletivas (empresa, cooperativas, etc.) que não se encontrem abrangidos pelo regime de proteção social convergente dos trabalhadores em funções públicas e que não tenham optado, nos termos da lei, por outro regime de proteção social obrigatório.

QUAIS OS MEMBROS DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS QUE PODEM FICAR EXCLUÍDOS DO PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES COMO MOE? A exclusão aplica-se aos:

MOE de entidades de pessoas coletivas sem fins lucrativos que não recebam qualquer tipo de remuneração pelo exercício dessa atividade;

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Sócios que nos termos do pacto social tenham a qualidade de gerentes, mas não exerçam de facto essa atividade nem recebem por ela;

Trabalhadores por conta de outrem, eleitos, nomeados ou designados para cargos de gestão, nas entidades a cujo quadro já pertenciam como contratados pelo menos há 1 ano, e por esse motivo (TCO) foram inscritos em regime de proteção social;

Sócios gerentes de sociedades constituídas por pessoas que exercem todas a mesma profissão e cujo fim social seja o exercício dessa profissão (por ex.: sociedades de advogados, de médicos, etc.);

Gestores oficiais e revisores oficiais de contas;

MOE de sociedades de agricultura de grupo e das cooperativas de produção e serviços;

Liquidatários judiciais;

Administradores, diretores e gerentes de uma sociedade ou cooperativa que sejam estrangeiros e que exerçam atividade temporária em Portugal por um período limitado e provem que estão enquadrados na Segurança Social de outro país.

É POSSÍVEL A EXCLUSÃO DE PAGAMENTO DE CONTRIBUIÇÕES COMO MOE NOS CASOS DE ACUMULAÇÃO COM OU OUTRA ATIVIDADE OU SITUAÇÃO DE PENSIONISTA? Sim é possível quando são MOE de pessoas coletivas sem fins lucrativos que não recebam qualquer tipo de remuneração por essa atividade e se encontram numa das seguintes situações: a) Acumulam a função de MOE com outra atividade profissional e, através desta,

estão abrangidos por um regime obrigatório de proteção social e recebam salário superior a uma vez o valor do IAS (419,22€).

Consideram-se regimes obrigatórios de proteção social:

Regime geral da segurança social dos trabalhadores por conta de outrem;

Regime de segurança social dos trabalhadores independentes;

Regime de proteção convergente dos trabalhadores que exercem funções públicas;

Regime que abrange os advogados e solicitadores;

Regime de proteção social estrangeiros relevantes para efeitos de coordenação com os regimes de segurança social portuguesa.

b) São pensionistas de invalidez ou de velhice de regimes obrigatórios de proteção

social, nacionais ou estrangeiros. COMO SE COMPROVA QUE OS MOE SÃO OU NÃO REMUNERADOS POR ESTAS FUNÇÕES? A prova é feita com a apresentação à Segurança Social da cópia do pacto social ou da ata de Assembleia Geral, onde conste que são ou não remunerados. No caso de não serem remunerados pela atividade de gerência e passarem a sê-lo, têm de apresentar à Segurança Social cópias da ata da Assembleia Geral, onde conste essa alteração.

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COMO SE COMPROVA QUE UM MOE JÁ DESCONTA POR OUTRA ENTIDADE? Se o desconto for feito para a Segurança Social, não tem de provar; já no caso de descontar para um outro organismo (ex.: Caixa Geral de Aposentações - CGA) terá de ser apresentada uma declaração comprovativa, emitida por essa entidade. COMO SE COMPROVA QUE UM MOE JÁ DESCONTA PARA UMA ENTIDADE ESTRANGEIRA? Se se tratar de um MOE estrangeiro, sujeito a legislação de Segurança Social de outro Estado-Membro europeu, para ficar excluído do regime de Segurança Social português, tem de apresentar o documento portátil A1, emitido pela instituição de segurança social competente do outro país. COMO SE COMPROVA QUE UM MOE É UM PENSIONISTA? Se receber pensão de outro sistema de proteção social, português ou estrangeiro (ex.: é pensionista da CGA ou tem uma pensão de um pais estrangeiro) tem de apresentar à Segurança Social portuguesa a prova dessa situação de pensionista, através de documento emitido, ou pela CGA, ou pela entidade estrangeira da qual recebe a pensão. Se receber uma pensão da Segurança Social portuguesa, não é preciso provar, uma vez que é do conhecimento dos serviços. COMO É FEITA A INSCRIÇÃO/COMUNICAÇÃO NA SEGURANÇA SOCIAL DOS MOE? Os membros de órgãos estatutários não estão obrigados a comunicar o início de atividade, como acontece com os trabalhadores por conta de outrem, dado que a comunicação do respetivo início de atividade profissional é feita oficiosamente aos serviços do ISS,I.P., pelos serviços da justiça. Os serviços competentes da Segurança Social, ou seja, o Centro Distrital que abrange a morada da sede da empresa, ao receber a comunicação, inscreve o membro de órgão estatutário caso este não se encontre inscrito, ou atualiza os seus dados, caso este já se encontre inscrito. Os serviços da Segurança Social pedem à entidade empregadora para entregar, no prazo de 10 dias, cópia do pacto social e da ata da Assembleia Geral em que constem os dados relativos aos membros dos órgãos estatutários, a fim de proceder ao enquadramento ou exclusão neste regime, nomeadamente:

Identificação dos membros dos órgãos estatutários;

Se estão ou não a exercer atividade na pessoa coletiva onde são membros de órgãos estatutários;

E se são ou não remunerados;

Se já estão abrangidos por outro regime de proteção social obrigatório, nacional ou estrangeiro.

Caso a entidade empregadora não envie os documentos que lhe foram pedidos, o membro de órgão estatutário fica automaticamente enquadrado e é fixada como base

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de incidência contributiva a remuneração correspondente ao valor do indexante dos apoios sociais (IAS) - 419,22€. QUAIS AS OBRIGAÇÕES DOS MOE PARA COM A SEGURANÇA SOCIAL? Caso não se verifique nenhum dos casos de exclusão, devem proceder ao pagamento das respetivas contribuições/quotizações para a Segurança Social. QUANDO DEVEM SER PAGAS AS CONTRIBUIÇÕES/QUOTIZAÇÕES? Do dia 10 até ao dia 20 do mês seguinte àquele a que dizem respeito as contribuições e as quotizações. EXISTE ALGUMA SITUAÇÃO EM QUE OS MOE PODEM TER DIREITO AO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO? Sim, é possível nas seguintes situações:

Trabalhador de uma empresa, que já parte do seu quadro de pessoal há pelo menos 1 ano, é nomeado membro do órgão estatutário dessa mesma empresa;

Trabalhadores contratados que, cumulativamente, são gerentes (sócios ou não) numa entidade sem fins lucrativos (ex.: uma sociedade recreativa sem fins lucrativos), desde que não recebam pelo exercício dessas funções qualquer tipo de remuneração;

Quando exerçam funções de gerência ou de administração e ocorra o encerramento da empresa com fundamento num dos motivos indicados legalmente (Decreto-Lei n.º 12/2013, de 25 de janeiro).

COMUNICAÇÃO E INSCRIÇÃO DE TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM NA SEGURANÇA SOCIAL QUAIS AS OBRIGAÇÕES DA EMPRESA AQUANDO DA ADMISSÃO DE NOVOS TRABALHADORES? É da responsabilidade da empresa:

Comunicar à Segurança Social a admissão de novos trabalhadores/estagiários;

Inscrever na Segurança Social os trabalhadores não inscritos;

Entregar uma declaração aos novos trabalhadores com a data da respetiva admissão. Esta declaração, que pode ser substituída pelo contrato de trabalho, tem sempre de indicar:

o A data de admissão do trabalhador o Os números de identificação de segurança social (NISS) e fiscal (NIF) da

entidade empregadora.

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COMUNICAÇÃO DE ADMISSÃO DE NOVOS TRABALHADORES ONDE TEM QUE SER COMUNICADA A ADMISSÃO DE NOVOS TRABALHADORES? No Serviço da Segurança Social Direta, se a entidade empregadora já tiver uma palavra-chave. Caso a entidade empregadora nunca se tenha registado no serviço DRI ou no serviço DRO deverá ser efetuado o respetivo registo e assim obter-se a palavra-chave de acesso à Segurança Social Direta. QUAL O PRAZO PARA A COMUNICAÇÃO? A empresa é obrigada a comunicar a admissão de novos trabalhadores:

Regra: nas 24 horas anteriores ao início da atividade ou

Exceção: até ao fim da primeira metade do período normal de trabalho do 1º dia útil seguinte nas 24 horas seguintes ao início da atividade, nos casos de contratos de muito curta duração ou caso se trate de prestação de trabalhos por turnos.

A comunicação não dispensa as empresas da inserção dos novos trabalhadores admitidos na Declaração de Remunerações, mesmo aqueles não inscritos na Segurança Social, correspondente ao mês em que iniciam a prestação da atividade. QUAIS OS MEIOS QUE PODEM SER UTILIZADOS PARA A COMUNICAÇÃO? A comunicação de ser feita online no Serviço Segurança Social Direta, com exceção dos trabalhadores do serviço doméstico, caso em que a comunicação pode ser efetuada através de qualquer meio escrito. Deve ser sempre indicado o Número de Identificação da Segurança Social (NISS) se o houver e a modalidade de contrato de trabalho a termo resolutivo ou sem termo, a tempo parcial. COMO COMUNICAR O CONTRATO DE TRABALHO DE MUITO CURTA DURAÇÃO? Quando o contrato de trabalho de muito curta duração não ultrapasse 15 dias, a entidade empregadora tem de o comunicar à Segurança Social, através do formulário Mod. RV1009-DGSS. A entidade empregadora deverá:

Preencher os campos do formulário;

Imprimir, assinar e recolher a assinatura do trabalhador;

Digitalizar o documento e guardar o ficheiro. O envio deverá ser feito através da Segurança Social Direta, escolhendo a opção “Documentos eletrónicos”, enviar, seleccionar o assunto “Celebração de contrato de muito curta duração” e anexar o formulário da comunicação Mod.RV1009-DGSS, premindo a opção “Enviar”. COMO COMUNICAR O CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE? A entidade empregadora deverá enviar, à instituição da Segurança Social competente, cópia do contrato intermitente ou em exercício intermitente da prestação de trabalho com os requisitos exigidos na lei laboral.

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Este documento deve ser entregue no prazo de 5 dias contados a partir da comunicação da admissão do trabalhador ou da conversão do respetivo contrato. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE COMUNICAÇÃO? Na contratação de trabalhadores por conta de outrem: A falta de comunicação de início de atividade de novos trabalhadores no prazo estabelecido implica ficar sujeito à aplicação de:

Contraordenação leve, quando o dever for cumprido nas 24 horas subsequentes ao termo do prazo;

Contraordenação grave, nas restantes situações.

Classificação da contraordenação

Tipo de infração

Montantes das coimas

Pessoa Singular

Pessoa Coletiva

Com menos de 50 trabalhadores

Com 50 ou mais trabalhadores

Leve

Negligência 50,00€ a 250,00€ 75,00€ a 375,00€ 100,00€ a 500,00€

Dolo 100,00€ a 500,00€ 150,00€ a 750,00€ 200,00€ a 1.000,00€

Grave Negligência 300,00€ a 1.200,00€ 450,00€ a 1.800,00€ 600,00€ a 2.400,00€

Dolo 600,00€ a 2.400,00€ 900,00€ a 3.600,00€ 1.200,00€ a 4.800,00€

Por outro lado, presume-se ainda,

Que o trabalhador iniciou a sua atividade na empresa, no dia 1 do 6.º mês anterior ao da data em que a empresa deveria ter efetuado a comunicação, o que implica que a empresa pague as contribuições à Segurança Social relativas a esses 6 meses, exceto se apresentar prova da data em que efetivamente se iniciou a prestação do trabalho.

Na contratação de trabalhadores a receber subsídio de doença ou subsídio de desemprego: A falta de comunicação de início de atividade de novos trabalhadores no prazo estabelecido implica ficar sujeito à aplicação de contraordenação muito grave e cuja coima será nos seguintes valores:

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Classificação da contraordenação

Tipo de infração

Montantes das coimas

Pessoa Singular

Pessoa Coletiva

Com menos de 50 trabalhadores

Com 50 ou mais trabalhadores

Muito Grave

Negligência 1.250,00€ a 6.250,00€ 1.875,00€ a 9.375,00€ 2.500,00€ a 12.500,00€

Dolo 2.500,00€ a 12.500,00€

3.750,00€ a 18.750,00€

5.000,00€ a 25.000,00€

O valor das coimas pode ser reduzido para metade nas situações em que a entidade empregadora fundamente o desconhecimento da situação.

As entidades empregadoras que beneficiem da atividade profissional de trabalhadores a receber prestações de desemprego e que não comuniquem a sua admissão ou, tendo-o feito, não os incluam na declaração de remunerações, podem ver ser-lhes aplicável acessoriamente a privação, até um período máximo de 2 anos, ao acesso a medidas de apoio à contratação e regimes especiais de isenção ou dedução da taxa contributiva global.

A Segurança Social presume que o início da prestação de trabalho ocorreu na data em que começaram a ser concedidos os respetivos subsídios de doença ou de desemprego, o que implica que a empresa pague as contribuições relativas a esse período, exceto se apresentar prova:

o Da data em que efetivamente se iniciou a prestação do trabalho e da comunicação à Segurança Social da cessação da baixa por doença ou do direito ao subsídio de desemprego. A prova poderá ser feita através da apresentação de declaração escrita do trabalhador ou da declaração dos serviços de Segurança Social, situação que implica a redução do valor das coimas para metade.

No ato de admissão de novos trabalhadores, as entidades empregadoras podem solicitar aos trabalhadores informação comprovativa da sua situação perante o sistema de segurança social, designadamente no âmbito da relação jurídica prestacional. O trabalhador que não apresente as provas referidas à Segurança Social e/ou à empresa, é obrigado a devolver à Segurança Social os montantes correspondentes aos subsídios de desemprego ou de doença recebidos, durante o período em que se encontrava em trabalho efetivo.

A empresa é solidariamente responsável com o trabalhador pela devolução dos subsídios indevidamente recebidos da segurança social, desde que tal situação seja do seu conhecimento.

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INSCRIÇÃO DE TRABALHADORES NÃO INSCRITOS NA SEGURANÇA SOCIAL ONDE TEM QUE SER EFETUADA A INSCRIÇÃO DOS TRABALHADORES? Nos serviços do Instituto de Segurança Social, I.P. ou nos serviços da Segurança Social da Região Autónoma da Madeira ou da Região Autónoma dos Açores, que abrange a área da sede da empresa ou estabelecimentos, correspondente ao local onde o trabalhador exerce a atividade. QUEM PODE REQUERER A INSCRIÇÃO DO TRABALHADOR? Cabe à entidade empregadora, no caso em que o trabalhador não se encontre inscrito, proceder à respetiva inscrição. Contudo, existindo incumprimento quer por parte da entidade empregadora, quer por parte do trabalhador, a inscrição pode ainda ser feita:

Pela instituição da Segurança Social competente, com base em dados registados no sistema de informação da Segurança Social (SISS), nos sistemas de informação fiscal ou com base nos dados recolhidos pelos serviços de fiscalização da Segurança Social;

A pedido de familiar interessado na concessão de prestações, no caso de impedimento do trabalhador, desde que seja apresentado:

o Documento que comprove esse impedimento; o Cópia do contrato de trabalho ou do contrato de estágio; o Recibo de vencimento ou outro documento válido que comprove que

entre o trabalhador e a entidade empregadora existiu uma relação de trabalho.

COMO SE EFETUA A INSCRIÇÃO? Trabalhadores nacionais:

Através do preenchimento do modelo RV 1009-DGSS;

Apresentação de fotocópias de: o Um dos documentos de identificação civil válidos do trabalhador (cartão do

cidadão, bilhete de identidade ou passaporte); o Cartão de Identificação Fiscal.

Trabalhadores estrangeiros:

Através do preenchimento de modelo próprio (diferente do anterior - MOD.RV 1006-DGSS);

Apresentação de fotocópias dos seguintes documentos: o Passaporte válido e dentro do prazo de validade; o Cartão de Identificação Fiscal; o Contrato de trabalho carimbado pela entidade empregadora; o Documento de identificação do representante legal da identidade

empregadora; o Fotocópia do título de residência ou, no caso de trabalhadores fora da

União Europeia, do visto de trabalho.

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Caso não exista contrato de trabalho escrito, deve ser apresentado um documento comprovativo em como o trabalhador está ao serviço da entidade empregadora, devendo este indicar:

Nome e morada do trabalhador;

Denominação e sede do empregador;

Atividade do empregador;

Atividade para a qual o trabalhador foi contratado e quanto vai receber;

Local de trabalho e período normal de trabalho;

Quanto, com que frequência e de que forma vai ser pago;

Data em que começou a trabalhar. Este documento pode ser passado pelo Sindicato, Associação que faça parte do Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração ou pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). EM QUE CONDIÇÕES TERMINA A INSCRIÇÃO NA SEGURANÇA SOCIAL? A inscrição na Segurança Social só precisa ser feita uma vez e dura toda a vida. Mesmo que a pessoa deixe de trabalhar continua inscrita na Segurança Social. OBRIGAÇÕES DO TRABALHADOR EXISTEM ALGUMAS OBRIGAÇÕES PARA O TRABALHADOR? Sim. Tem que declarar o início da sua atividade profissional ou a sua vinculação a uma nova empresa à Segurança Social. Esta comunicação pode ser apresentada em conjunto com a comunicação da entidade empregadora, através do Mod.RV1009-DGSS, devendo dela constar o nome completo do trabalhador, o seu NISS (caso tenha), a data de início do exercício de atividade e o NISS da entidade empregadora. Caso o trabalhador não faça a comunicação em conjunto com a entidade empregadora pode então fazê-lo por qualquer meio escrito ou através do Mod.RV1009-DGSS. O prazo de apresentação da comunicação deverá ocorrer entre a data de celebração do contrato e o final do segundo dia da prestação de trabalho. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE DECLARAÇÃO DO TRABALHADOR? Para além da multa (coima) que possa vir a ser aplicada ao trabalhador, a falta de declaração implica que não seja considerado o período não declarado para efeitos de acesso ou de cálculo de prestações da Segurança Social, nomeadamente pensões e subsídios. Caso tenham sido pagas pela empresa as contribuições relativas ao período não declarado pelo trabalhador, não se aplica a regra referida e é considerado o período não declarado (pelo trabalhador) para efeitos das prestações sociais da Segurança Social.

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Compete sempre ao trabalhador provar que efetuou a declaração do início de atividade ou de vinculação à entidade empregadora. COMUNICAÇÃO DE ALTERAÇÕES, SUSPENSÃO E CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO QUAL O PRAZO E COMO DEVEM SER COMUNICADAS AS ALTERAÇÕES À MODALIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO? A alteração da modalidade do contrato de trabalho deve ser comunicada pela entidade empregadora à instituição de Segurança Social, até ao dia 10 do mês seguinte ao da sua ocorrência (caso, por exemplo, do trabalhador que passou de contrato de trabalho a termo certo para contrato de trabalho sem termo). Esta comunicação pode ser feita por qualquer meio escrito, não estando porém ainda disponível a possibilidade de fazer tal comunicação no serviço on-line da Segurança Social Direta. É OBRIGATÓRIO A ENTIDADE EMPREGADORA COMUNICAR A CESSAÇÃO E SUSPENSÃO DO CONTRATO DE TRABALHO? Sim, é. A entidade empregadora tem de comunicar à instituição de Segurança Social que o trabalhador cessou ou suspendeu o contrato de trabalho e qual o motivo, até ao dia 10 do mês seguinte em que ocorreu a cessação ou a suspensão. Se a comunicação da admissão do trabalhador foi feita através da Segurança Social Direta, então, poderá efetuar a comunicação da cessação através do mesmo meio. Caso não tenha, a entidade empregadora terá que entregar nos serviços de atendimento da Segurança Social, o Modelo RV1009 - DGSS, disponível na Internet em www.seg.social.pt, e nos serviços de atendimento da Segurança Social. No que diz respeito à suspensão do contrato de trabalho, esta terá que ser sempre comunicada aos serviços da Segurança Social, através do Mod.RV1009-DGSS, disponível na Internet em www.seg.social.pt, uma vez que, esta opção ainda não se encontra disponível na Segurança Social Direta. QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA NÃO COMUNICAÇÃO? Se a comunicação não for feita no prazo previsto (até ao dia 10 do mês seguinte em ocorreu a cessação ou a suspensão do contrato de trabalho), a entidade empregadora é obrigada a pagar as contribuições referentes ao trabalhador, até à data em que o comunique, ainda que o trabalhador já não esteja ao seu serviço. A SEGURANÇA SOCIAL DIRETA O QUE É A SEGURANÇA SOCIAL DIRETA E OS SEUS BENEFÍCIOS? A Segurança Social Direta (SSD) é um canal direto que permite às pessoas singulares e às empresas, através da internet, usufruir dos serviços da Segurança Social sem terem de se deslocar aos Serviços de Atendimento Presencial da Segurança Social.

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Este canal permite:

Consultar informação pessoal registada no sistema de informação da Segurança Social (SISS);

Alterar alguma informação ou propor à Segurança Social que a mesma seja alterada.

COMO ACEDER AO SERVIÇO? Para aceder ao serviço é necessário:

Ter acesso à internet;

Ter o Número de Identificação da Segurança Social (NISS);

Ter uma palavra-chave de acesso (que será a mesma que se utiliza no serviço de Declarações de Remunerações, seja DRI ou DR-Online).

OU

Proceder à autenticação na Segurança Social Direta (SSD) com o respetivo Cartão de Cidadão.

Após a obtenção da palavra-chave, haverá que aceder ao portal da Segurança Social na internet em www.seg-social.pt e selecionar o logótipo da “Segurança Social Direta” que se encontra no topo da página. QUE SERVIÇOS ESTÃO DISPONÍVEIS? Para as empresas:

Pagamentos e Recebimentos, tais como: o Consulta de Declarações de Remunerações entregues desde 2003; o Consulta das Contribuições à Segurança Social; o Consulta de Recebimentos da Segurança Social e solicitação de emissão da

declaração de prestações sociais atribuídas pelo sistema de segurança social;

o Consulta de Recebimentos Indevidas (ver, as notas de reposição); o Consulta dos valores em dívida ou solicitar a emissão dos documentos de

pagamento; o Consulta dos Planos Prestacionais; o Consulta da informação sobre dívidas em execução fiscal; o Solicitar a emissão do DUC (documento único de cobrança) necessário para

pagar as dívidas na tesouraria.

Efetuar pedidos, designadamente: o Requerer a admissão de trabalhadores; o Conceder a autorização para as entidades públicas consultarem a situação

contributiva; o Pedir uma Declaração da situação contributiva; o Pedir uma Declaração de não Aplicação de Sanções; o Consultar as Declarações de Situação de Desemprego comunicadas através

da SDD; o Solicitar a Declaração do estado de uma determinada prestação familiar; o Pedidos de esclarecimento de dúvidas sobre os dados consultados;

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o Pedido de obtenção do Código de Segurança para Acesso ao Atendimento Telefónico da Segurança Social.

Pedidos de Consulta dos pedidos formulados e dos Dados de Identificação (Cadastro e Enquadramento no Sistema de Segurança Social);

Envio de Documentos e Comunicações, nomeadamente: o Admissão de Trabalhadores; o Cessação de Atividade de Trabalhadores; o Certificação para Efeitos de Requerimentos de Maternidade, Paternidade e

Adoção; o Prova de Situação Escolar; o Alteração à estrutura do Corpo Gerente (MOE); o Documentos de Prova; o Consulta de Notificações; o Gestão de Frequência Mensais de Utentes.

OBRIGAÇÃO CONTRIBUTIVA DAS EMPRESAS COM TRABALHADORES POR CONTA DE OUTREM QUEM É RESPONSÁVEL PELO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES CONTRIBUTIVAS PERANTE A SEGURANÇA SOCIAL? É da responsabilidade da empresa e compreende:

A declaração de remunerações dos trabalhadores ao seu serviço E

O pagamento das contribuições.

DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES - ENQUADRAMENTO O QUE É A DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES? É uma declaração obrigatória mensal que as entidades empregadoras têm que entregar e na qual, relativamente a cada trabalhador ao seu serviço, têm de indicar o valor da remuneração que está sujeita a descontos, os tempos de trabalho e a taxa contributiva aplicável. Desde fevereiro de 2013, a entrega das declarações de remunerações é feita através de um único canal de acesso, denominado Declaração Mensal de Remunerações (DMR), que permite às entidades empregadoras procederem, num mesmo momento, à entrega das Declarações de Remunerações à Segurança Social e da Declaração Mensal de Remunerações-AT à Autoridade Tributária e Aduaneira.

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QUAIS SÃO OS TRABALHADORES QUE TEM QUE CONSTAR NA DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES? Todos os trabalhadores vinculados à empresa, independentemente do facto de não lhes ter sido paga qualquer remuneração por motivo justificado (ex.: licença sem vencimento) ou impedimento para o trabalho (ex.: doença, maternidade). Nestas situações o campo do valor da remuneração é, obrigatoriamente, preenchido com zeros. O TRABALHADOR POR CONTA DE OUTREM PODE PAGAR DIRETAMENTE AS SUAS CONTRIBUIÇÕES À SEGURANÇA SOCIAL? Não. As contribuições do trabalhador têm que ser descontadas nas respetivas remunerações (retenção na fonte) e entregues pela empresa à Segurança Social. COMO OBTER O NOVO NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO DA SEGURANÇA SOCIAL (NISS)? As entidades empregadoras devem passar a mencionar nas declarações de remunerações os novos números de identificação atribuídos aos trabalhadores ao seu serviço. O novo NISS é constituído por 11 dígitos, sendo iniciado pelos números 1 – Pessoa Singular/Trabalhador, ou 2 – Pessoa Coletiva/Empresa. Para obter o novo NISS do trabalhador e da empresa, consulte www.seg-social.pt, através do serviço Segurança Social Direta. QUAIS AS REMUNERAÇÕES SUJEITAS A DESCONTOS PARA A SEGURANÇA SOCIAL?

Remunerações de carácter permanente (correspondentes à soma das contribuições pagas com carácter de regularidade), nomeadamente:

o Remuneração base, que compreende a prestação pecuniária e prestações em género (alimentação e habitação);

o Diuturnidades; o Montantes pagos ao abrigo da Cláusula 74º, nº 7 do CCTV ANTRAM-FESTRU

(correspondentes ao pagamento de 2 horas de trabalho extraordinário por dia de trabalho semanal aos motoristas que prestam serviço no transporte internacional);

o Ajuda de Custo TIR, de acordo com o previsto na Portaria n.º 932/2009, de 19 de agosto;

o Prémios de rendimento, de produtividade, de assiduidade, de cobrança, de condução, de economia e outros de natureza análoga, que tenham carácter de regularidade;

o Retribuição pela prestação de trabalho extraordinário em dias de trabalho normal;

o Retribuição pela prestação de trabalho em dias de descanso semanal ou em dias feriados;

o Remuneração por trabalho noturno; o Remuneração durante o período de férias;

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o Subsídios por penosidade, perigo ou outras condições especiais de prestação de trabalho (por ex.: o subsídio de risco devido aos motoristas de certas mercadorias perigosas);

o Subsídio de compensação por isenção de horário de trabalho ou situações equiparadas;

o Comissões ou bónus e outras retribuições de natureza análoga; o Subsídio de Férias; o Subsídio de Natal; o Subsídio de Páscoa ou outros subsídios de natureza análoga; o Remunerações referentes ao período de férias a que o trabalhador tenha

direito; o Subsídio de residência, de renda de casa e outras de natureza análoga, que

tenham carácter de regularidade; o Subsídios de refeição, quer sejam atribuídos em dinheiro, quer em títulos

de refeição, nos termos previstos no CIRS; o Remuneração correspondente ao período de suspensão do trabalho com

perda de retribuição, como sanção disciplinar; o Gratificações, devidas por força do contrato ou das normas que o regem,

bem como as que revistam carácter de regularidade e de permanência; o Ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte e outras

equivalentes, na parte em que excedam os limites legais ou quando não sejam observados os pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado, nos termos previstos no CIRS;

o Os abonos para falhas, nos mesmos termos previstos no Código do IRS; o As despesas resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador de viatura

automóvel que gere encargos para a entidade empregadora, nos mesmos termos previstos no Código do IRS;

o As despesas de transporte suportadas pela entidade empregadora para custear as deslocações em benefício dos trabalhadores, desde que não se traduzam na utilização de meio de transporte disponibilizado pela entidade empregadora, ou na medida em que excedam o valor do passe social, desde que tenham caráter geral;

o Os valores correspondentes às retribuições a cujo recebimento os trabalhadores não tenham direito em consequência de sanção disciplinar, nos termos previstos no Código do IRS. Aplica-se a base de incidência contributiva sobre as remunerações correspondentes ao período de suspensão;

o A compensação por cessação do contrato de trabalho por acordo, apenas na situação com direito a prestações de desemprego, nos termos previstos no Código do IRS;

o As importâncias auferidas pela utilização de automóvel próprio em serviço da entidade empregadora, nos termos previstos no Código do IRS;

o Todas as prestações que sejam atribuídas ao trabalhador, com caráter de regularidade, em dinheiro ou em espécie, direta ou indiretamente, como contrapartida da prestação do trabalho. Uma prestação reveste caráter de regularidade quando constitui direito do trabalhador e a sua concessão tenha lugar com uma frequência igual ou inferior a cinco anos.

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Outras remunerações sujeitas a contribuições para a Segurança Social, após regulamentação precedida de avaliação efetuada em reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, e nunca antes de 1 de janeiro de 2014:

o Os montantes atribuídos aos trabalhadores a título de participação nos lucros da empresa, desde que ao trabalhador não esteja assegurada pelo contrato uma remuneração certa, variável ou mista adequada (a ver caso a caso) ao seu trabalho;

o As prestações relacionadas com o desempenho obtido pela empresa quando, quer no respetivo título atributivo quer pela sua atribuição regular e permanente, revistam caráter estável independentemente da variabilidade do seu montante;

o Os valores despendidos obrigatória ou facultativamente pela entidade empregadora com aplicações financeiras, a favor dos trabalhadores, designadamente seguros do ramo «Vida», fundos de pensões e planos de poupança reforma ou quaisquer regimes complementares de segurança social, quando sejam objeto de resgate, adiantamento, remição ou qualquer outra forma de antecipação de correspondente disponibilidade ou em qualquer caso de recebimento de capital antes da data da passagem à situação de pensionista, ou fora dos condicionalismos legalmente definidos.

QUAIS AS DESPESAS ISENTAS DE DESCONTOS PARA A SEGURANÇA SOCIAL? Encontram-se isentas, nomeadamente:

Ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte e outras equivalentes, na parte em que não ultrapassam os limites legais e quando sejam observados os pressupostos da sua atribuição aos servidores do Estado, nos termos previstos no CIRS;

Subsídios de refeição, quer sejam atribuídos em dinheiro, quer em títulos de refeição, na parte em que não ultrapassam os limites legais;

Subsídios de refeição até ao montante do mesmo subsídio na função pública acrescido de 50%;

Subsídios concedidos para compensação de encargos familiares (ex.: lares de idosos e outros serviços ou estabelecimentos de apoio social);

Valores compensatórios pela não concessão de férias ou de dias de folga;

Importâncias atribuídas a título de complemento de prestações do regime geral de Segurança Social;

Subsídios eventuais para pagamentos de despesas com assistência médica e medicamentosa do trabalhador e seus familiares;

Subsídios de férias, de Natal e outros análogos relativos a bases de incidência convencionais (por ex.: trabalhadores do serviço doméstico, membros de órgãos estatutários, cujos descontos à Segurança Social são feitos com base no IAS - 419,22€ em 2015);

Valores das refeições tomadas pelos trabalhadores em refeitórios das respetivas entidades empregadoras;

Indemnização devida por força de declaração judicial da ilicitude do despedimento;

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Compensação por cessação do contrato de trabalho por despedimento coletivo, extinção do posto de trabalho, não concessão de aviso prévio, caducidade e resolução por parte do trabalhador;

Indemnização por cessação, antes do fim do prazo convencional, do contrato de trabalho a prazo;

Importâncias referentes ao desconto concedido aos trabalhadores na aquisição de ações da própria EE, ou de sociedades do mesmo grupo empresarial.

Caso específico do Setor: o Ajuda de Custo TIR, de acordo com o previsto na Portaria n.º 932/2009, de

19 de agosto integra a base para efeitos de sistema previdencial de segurança social. Contudo, foram sendo intentadas diversas ações junto dos tribunais administrativos quanto a esta questão da natureza desta prestação pecuniária. No ano de 2012 começam a ser proferidas as primeiras sentenças por parte do Supremo Tribunal Administrativo, segundo as quais, a Ajuda de Custo TIR “é uma verdadeira ajuda de custo pelo que, os montantes em causa não podem ser considerados retribuição”. A título de exemplo cite-se o Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo de 05-07-2012 in www.dgsi.pt.

o Ajudas de custo pagas a motoristas. Não serão sujeitas a IRC, IRS e Segurança Social desde que: a) Sejam descriminadas na faturação ao cliente

Ou b) Não sendo descriminadas na faturação ao cliente, desde que as

empresas possuam mapas passíveis de comprovar os encargos efetivamente suportados com o serviço em concreto e respeitantes a ajudas de custo, dando a conhecer o nome do beneficiário, o local para onde se deslocou, a data da deslocação, bem como o montante que lhe foi atribuído.

QUAIS SÃO AS TAXAS CONTRIBUTIVAS EM VIGOR?

Regime Geral de Segurança Social dos trabalhadores por conta de outrem:

Taxa

Empresa 23,75%

Trabalhador 11 %

Taxa Contributiva Geral 34,75%

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Regimes especiais (alguns)

Trabalhadores e atividade Taxa Contributiva

Empresa Trabalhador Global

Membros dos Órgãos Estatutários das Pessoas Coletivas

Geral

Que exerçam funções de gerência ou de administração

20,3% 23,75%

9,3% 11%

29,6% 34,75

Trabalhadores em regime de contrato de muito curta duração

26,1% - 26,1%

Trabalhadores ativos em condições de acesso à pensão completa (65 anos de idade e carreira contributiva de 40 anos)

17,3%

8%

25,3%

Pensionistas em atividade

Invalidez

Velhice

19,3% 16,4%

8,9% 7,5%

28,2% 23,9 %

Trabalhadores em situação de pré-reforma cujo acordo estabelece:

A suspensão da prestação de trabalho

Redução da prestação de trabalho

18,3% Mantem a taxa

aplicada no momento da pré-

reforma

8,6% Mantem a taxa

aplicada no momento da pré-reforma

26,9% Mantem a

taxa aplicada no momento

da pré-reforma

Outras: Dispensa ou redução da taxa contributiva.

A Lei instituiu o INDEXANTE DOS APOIOS SOCIAIS (IAS), que substitui a Retribuição Mínima Mensal Garantida (RMMG) enquanto referencial para fixação, cálculo e atualização de contribuições, pelo que as referências anteriormente feitas à RMMG passam a ser feitas àquele indexante. DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES – PREENCHIMENTO E ENTREGA COMO É PREENCHIDA A DECLARAÇÃO? QUAIS OS CONTEÚDOS DE PREENCHIMENTO? No preenchimento da declaração deverão ser indicadas:

Remunerações sujeitas a descontos para a Segurança Social na totalidade;

Remunerações sujeitadas a descontos para a Segurança Social após regulamentação precedida de avaliação efetuada em reunião da Comissão permanente de Concertação Social, e nunca antes de 1 de janeiro de 2014;

Códigos de remunerações a utilizar;

Valores excluídos da base de incidência contributiva;

Declarações de remunerações Neste campo caberá referir:

o Data de Referência das Declarações de Remunerações (o ano e o mês a que respeita a DR devem obrigatoriamente ser indicados);

o Data das Remunerações das Declarações de Remunerações (o ano e o mês a que se reportam as remunerações devem obrigatoriamente ser

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indicados sendo que, a data de remuneração não pode ser superior à data de referência e a data de referência não pode ser posterior à data de entrega nem inferior à data de entrega subtraída de 5 anos).

Tempos de trabalho a declarar Os tempos de trabalho são sempre declarados em dias, quer a atividade seja prestada a tempo parcial ou a tempo completo, de acordo com a tabela seguinte:

Tipos de contrato

de trabalho Trabalho a tempo

completo, prestado

diariamente (salvo dias de descanso

e folgas) com pelo menos 6 horas

diárias de trabalho

Trabalho a tempo parcial, prestado

diariamente (salvo dias de descanso

e folgas), com menos de 6 horas

diárias de trabalho

Situação de início, interrupção,

suspensão ou cessação de

trabalho a tempo completo

Contrato de muito curta duração ou

contrato intermitente

Número de dias declarados na Declaração de Remunerações

30 Dias 1 Dia por cada 6 horas de trabalho

*

Número de dias de trabalho

efetivamente prestado pelo trabalhador

1 Dia por cada 6 horas de trabalho

*

* No caso de o número ser excedente de múltiplos de 6, acresce meio-dia por um excedente igual ou inferior a 3 e 1 dia por um excedente superior a 3, sendo que nunca poderão ser declarados mais do que 30 dias.

EXEMPLO: Um trabalhador com contrato de trabalho a tempo completo esteve doente de 1 a 18 de maio, regressando ao trabalho dia 19 desse mês. Como teve 18 dias de doença, 30 – 18 = 10, declaram-se 10 dias de trabalho efetivamente prestado.

Declarações de remunerações autónomas Quando existe mais do que um estabelecimento, devem ser incluídos na DR, os trabalhadores que integram cada estabelecimento.

QUAIS SÃO OS CÓDIGOS CORRESPONDENTES ÀS REMUNERAÇÕES PARA EFEITOS DE PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES? (Vide instruções de preenchimento do MOD.RC3008 em www.seg-social.pt)

Código Remunerações

A Ajudas de custo e transportes

B Prémios, bónus e outras prestações de carácter mensal

C Comissões

D Compensação por cessação do contrato de trabalho

F Subsídio de Férias

H Honorários por acumulação

M Subsídios de carácter regular mensal (prémios de rendimento, produtividade, assiduidade, cobrança, condução, economia e outros de natureza análoga, subsídios por penosidade, perigo ou outras condições especiais de trabalho e subsídios de residência, renda da casa e outros de natureza análoga)

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N Subsídio de Natal

O Prémios, bónus e outras prestações de carácter não mensal

P Remunerações de carácter permanente

R Subsídio de refeição

S Trabalho suplementar

T Trabalho noturno

X Subsídio de Páscoa, de carácter anual ou outros subsídios de natureza análoga

2 Remunerações referentes a férias pagas e não gozadas por cessação do contrato de trabalho

6 Diferenças de vencimento de meses anteriores, incluindo horas extraordinárias

I Compensação remuneratória do contrato intermitente

COMO SE EFECTUA O CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES? O montante das contribuições é calculado: Em geral, pela aplicação de uma taxa contributiva à remuneração ilíquida devida

em função do exercício da atividade profissional (base de incidência); Pela aplicação de uma taxa contributiva a bases de incidência convencionais

determinadas por referência ao valor do indexante dos apoios sociais (valor do IAS: 419,22€).

Quer o total das remunerações quer o montante das contribuições a pagar, têm que ser arredondados para o cêntimo superior, se a terceira casa decimal for igual ou superior a 5 e para o cêntimo inferior, se a terceira casa decimal for inferior a 5. Exemplo:

a) 1973,934€ é convertido em 1973,93€; b) 1973,935€ é convertido em 1973,94€.

COMO PROCEDER QUANDO EXISTEM TRABALHADORES COM TAXAS CONTRIBUTIVAS DIFERENTES E/OU A PRESTAR TRABALHO EM ESTABELECIMENTOS DIFERENTES? Nestes casos, cada estabelecimento/taxa deverá ser iniciado por um Registo R1 - Identificação da Entidade Empregadora. Deverão existir tantos registos (R1) quantos os diferentes estabelecimentos e diferentes taxas que a Entidade Empregadora tenha a declarar. QUANDO TEM QUE SER ENTREGUE A DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES? Até ao dia 10 do mês seguinte àquele a que dizem respeito, considerando-se entregue na data em que é considerada válida pelo sistema de informação da Segurança Social. Se houver um erro no preenchimento das declarações de remunerações, as entidades empregadoras podem corrigir os seus elementos, na declaração de remunerações no mês seguinte, com a referência ao mês a que as correções respeitam. Se não corrigirem o erro dentro desse prazo, o mesmo só poderá ser corrigido através de declaração de remunerações autónoma, sendo no entanto, considerada como entregue fora de prazo.

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QUAIS OS SUPORTES A UTILIZAR? A declaração de remunerações é apresentada por transmissão eletrónica de dados, no site da Segurança Social, através do canal de acesso DMR. As Entidades Empregadoras, ao fazerem a entrega das Declarações de Remunerações à Segurança Social, através do canal de acesso DMR, podem fazê-lo por um dos serviços on-line disponíveis. Entidades Empregadoras com 10 ou mais trabalhadores ao seu serviço:

Devem usar obrigatoriamente o serviço de Declarações de Remunerações por Internet (DRI).

Entidades Empregadoras com menos 10 trabalhadores ao seu serviço: Podem usar o serviço de Declarações de Remunerações por Internet (DRI) ou o serviço de Declarações de Remunerações On-line (DR On-line).

O QUE SÃO OS SERVIÇOS DR ON-LINE E DRI? Serviço DR On-line:

Destina-se a empresas com menos de 10 trabalhadores ao seu serviço à data de adesão;

Para utilizar este serviço é necessário efectuar um registo no Site da Segurança Social (www.seg-social.pt);

O site DR On-line está disponível em http://www.seg-social.pt, onde, estando no site, deverá escolher-se a opção Serviços Especiais>DR-Online e aceder ao serviço;

A adesão ao serviço implica a realização de um pré-registo;

Após a validação e aceitação do pré-registo é comunicada a palavra-chave para acesso ao serviço.

Serviço DRI: - Destina-se preferencialmente para as empresas com 10 ou mais trabalhadores; - Contudo, as empresas com menos trabalhadores também podem aderir e utilizar

este serviço; - Para utilizar este serviço é necessário efetuar um registo no Site da Segurança

Social (www.seg-social.pt). Depois, no site, deverá ser selecionado "Declaração de Remunerações" no menu "Em Linha" e de seguida "Adesão aos Serviços DRI". Aí deverá ser efetuado o pré-registo após o qual será enviada a palavra-chave que permitirá o acesso à área reservada;

- Após a adesão aos serviços deverá ser efetuada a instalação da Aplicação de Gestão de Ficheiros DRI (disponível para download no Website da Segurança Social), seguindo-se a sua validação estrutural.

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DO PREENCHIMENTO INCORRETO DA DECLARAÇÃO DE REMUNERAÇÕES? Para além da aplicação de uma eventual coima, caso a Declaração não se encontre bem preenchida, os serviços de Segurança Social podem elaborar a declaração com base nos dados que dispõe no respetivo sistema de informação, no sistema de informação fiscal ou ainda em dados recolhidos de ações de fiscalização.

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PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES QUEM TEM QUE EFETUAR O PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES? As Entidades Empregadoras são as responsáveis pelo pagamento das contribuições por si devidas à Segurança Social e das quotizações devidas pelos trabalhadores ao seu serviço. A obrigação contributiva das Entidades Empregadoras constitui-se com o início do exercício da atividade profissional pelos trabalhadores ao seu serviço. O pagamento fora de prazo, para além da multa (coima) que possa vir a ser aplicada, dá origem à aplicação de juros de mora. ONDE E COMO TEM QUE EFETUAR O PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES? O pagamento das contribuições à Segurança Social pode ser efetuado:

Nas instituições bancárias que tenham acordo com o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I.P. (canal ainda não disponível para as Entidades Contratantes);

Homebanking;

Nas tesourarias dos serviços da Segurança Social;

Nas Caixas Multibanco, obtendo a referência multibanco a partir da Segurança Social Direta.

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES? Para além da pena e/ou da multa (coima) que possa vir a ser aplicada, dá lugar à cobrança coerciva das contribuições através do processo de execução fiscal. Pode ainda determinar a cessação de determinados benefícios, bem como outras limitações legalmente previstas. O pagamento fora de prazo dá origem à aplicação dos seguintes juros de mora:

Até 31 de dezembro de 2010, paga 1% de juros ao mês;

De 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2011, paga 6,351% ao ano ou 0,5293 % ao mês;

De 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2012, paga 7,007 % ao ano ou 0,5839 % ao mês;

De 1 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2013, paga 6,112% ao ano, ou 0,5093% ao mês;

De 1 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2014, paga 5,535% ao ano ou 0,4613% ao mês;

A partir de 1 de janeiro de 2015, paga 5,476% ao ano ou 0,456% ao mês;

Os gerentes ou administradores são subsidiária e solidariamente responsáveis pelas contribuições e respetivos juros de mora das empresas em falta, relativamente ao período da sua gerência.

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DECLARAÇÃO DE SITUAÇÃO CONTRIBUTIVA O QUE É? A declaração de situação contributiva certifica que as empresas têm a situação contributiva regularizada perante a Segurança Social. A situação contributiva está regularizada quando: Não existem dívidas de contribuições, quotizações e juros de mora e de outros

valores devidos pelos contribuintes para com a Segurança Social; Se existirem dívidas, foi autorizado pagamento em prestações, enquanto

estiverem a ser cumpridas as condições da autorização; Existindo dívidas, o contribuinte tenha reclamado, recorrido, apresentado

oposição ou impugnado judicialmente a dívida, desde que tenha sido prestada garantia para o efeito.

QUEM PODE REQUERER A DECLARAÇÃO? O contribuinte ou o seu representante legal. Qualquer credor ou o Ministério Público (se for pedida por um credor, a Declaração indica apenas o número de meses em dívida). Se existir dívida a declaração é passada com o valor da mesma, incluindo o valor das contribuições e dos juros. COMO E ONDE OBTER A DECLARAÇÃO? A Declaração de Situação Contributiva pode ser pedida:

Por Internet - no serviço Segurança Social Direta através de preenchimento do pedido on-line;

Pelo correio – por carta dirigida ao Centro Distrital de Segurança Social da área da sede da empresa;

Presencialmente - num Serviço de Atendimento da Segurança Social que, se não for o da área da sede da empresa, remeterá o pedido ao Centro Distrital respetivo.

O prazo de entrega da Declaração é de 10 dias úteis, após a entrada do pedido (com todos os elementos necessários), ou da notificação judicial (quando pedida pelo Ministério Público), quer o pedido seja feito através da intranet, no serviço Segurança Social Direta, pelo correio ou presencialmente. QUAL O PRAZO DE VALIDADE DA DECLARAÇÃO, APÓS A SUA EMISSÃO? O prazo de validade da Declaração de Situação Contributiva é de 4 meses.

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APOIOS À CONTRATAÇÃO NO ÂMBITO DA SEGURANÇA SOCIAL – ISENÇÃO OU REDUÇÃO DA TAXA CONTRIBUTIVA EM QUE SITUAÇÕES PODEM AS EMPRESAS BENEFICIAR DE REDUÇÃO DA TAXA CONTRIBUTIVA?

Trabalhadores e atividade Taxa Contributiva

Empresa Trabalhador

Trabalhadores deficientes 11,9% 11%

Trabalhadores reclusos em regime aberto com contrato a termo

Redução de 50% durante o período de duração do contrato

11%

Medida excecional de apoio ao emprego

Redução de 0,75%, relativamente às remunerações devidas nos meses de novembro

de 2014 a janeiro de 2016

11%

EM QUE SITUAÇÕES PODEM AS EMPRESAS BENEFICIAR DE DISPENSA TEMPORÁRIA DO PAGAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES? Trabalhadores e atividade

Taxa Contributiva

Empresa Trabalhador

Jovens à procura do 1º emprego e desempregados de longa duração

Duração máxima de 36 meses

11%

Trabalhadores reclusos em regime aberto com contrato sem termo

Durante 36 meses

11%

Adesão à medida de rotação de emprego-formação

Durante a ação de formação com limite máximo de 12 meses ou até ao fim da ação de formação, se o empregador celebrar novo contrato com o

trabalhador substituto.

Inscrito no Centro de Emprego

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SÍNTESE DO QUADRO SANCIONATÓRIO QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS PELO INCUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES PERANTE A SEGURANÇA SOCIAL? O não cumprimento das obrigações pode constituir: ­ Contraordenação, que determina a aplicação de coima (multa); ­ Crime contra a Segurança Social, que determina a aplicação de penas de multa e

prisão. QUAIS SÃO AS INFRAÇÕES CONSIDERADAS COMO CRIMES CONTRA A SEGURANÇA SOCIAL?

Tipo de Crime Penas aplicáveis

Fraude contra a Segurança Social Condutas das empresas, dos trabalhadores independentes e dos beneficiários que visem a não liquidação, entrega ou pagamento, total ou parcial, recebimento indevido, total ou parcial, de prestações de Segurança Social com intenção de obter para si ou para outrem vantagem patrimonial ilegítima de valor superior a 7.500,00€. A fraude pode ter lugar, nomeadamente, por:

Ocultação ou alteração de factos ou valores que devam constar das declarações apresentadas;

Ocultação de factos ou valores não declarados e que devam ser revelados à Segurança Social.

Prisão até 3 anos Multa até 360 dias

Fraude Qualificada Nomeadamente, quando se verificar a acumulação de mais de uma das seguintes circunstâncias:

Falsificação, viciação, ocultação, destruição, inutilização ou recusa de entrega, de exibição ou de apresentação de documentos, programas ou ficheiros informáticos e quaisquer outros elementos de prova exigidos;

Utilização consciente de documentos ou quaisquer outros elementos falsificados ou viciados por terceiros.

Prisão de 1 a 5 anos Multa de 240 a 1.200 dias

Abuso de Confiança

As entidades empregadoras que, tendo deduzido do valor das remunerações devidas a trabalhadores e membros dos órgãos sociais, o montante das contribuições por estes legalmente devidas, não o entrega, total ou parcialmente, à Segurança Social.

Os factos só são puníveis se tiverem decorrido mais de 90 dias sobre o termo do prazo legal de entrega da prestação.

Prisão até 3 anos ou multa até 360 dias. Prisão de 1 a 5 anos ou multa de 240 a 1.200 dias quando a entrega, não efectuada, for superior a 50.000,00€

QUE TIPO DE CONTRAORDENAÇÕES EXISTEM NA SEGURANÇA SOCIAL? Existem dois tipos de contraordenações relativas à Segurança Social:

As contraordenações relativas a regimes de segurança social, que resultam da violação de leis que impõem às entidades empregadoras e aos trabalhadores o cumprimento de certas obrigações perante a segurança social (por ex.: a obrigação da entidade patronal de inscrever os seus trabalhadores na segurança social, a obrigação de apresentar documentação obrigatória, a omissão de informações ou a prestação de informações falsas);

As contraordenações referentes a estabelecimentos de apoio social, que resultam da violação de leis que impõem determinadas obrigações a certas entidades, como são o caso dos Lares de Idosos, Creches, Lares para Crianças e Jovens e Centro de

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Atividades de Tempos Livres (por ex.: a obrigação de licenciamento das respetivas atividades ou a obrigação de cumprimento de certas regras relativas ao funcionamento do estabelecimento, às suas instalações e às condições de segurança ou de higiene do mesmo).

COMO SE DETERMINA A APLICAÇÃO DA COIMA? As contraordenações são classificadas em:

Leves;

Graves;

Muito graves. A aplicação da coima tem em consideração a gravidade da contraordenação e:

O tempo de incumprimento da obrigação;

O número de trabalhadores prejudicados com a atuação do agente;

A culpa do agente;

Os antecedentes do agente na prática de infrações ao Código Contributivo;

A situação económica do agente;

Os benefícios obtidos com a prática do facto. No caso de contraordenação leve a aplicação de coima pode ser dispensada, desde que:

A infração não prejudique o sistema de segurança social ou o trabalhador;

Esteja regularizada a falta cometida;

A falta tenha sido praticada por negligência. É o Código Contributivo ou a legislação que o regulamenta que prevê quais os factos ilícitos e mensuráveis sujeitos a aplicação de coima, procedendo nas suas disposições à classificação das contraordenações. QUAIS OS VALORES DAS COIMAS EM VIGOR?

Classificação da contraordenação

Tipo de infração

Montante das Coimas

Pessoa Singular

Pessoa Coletiva

Com menos de 50 trabalhadores

Com 50 ou mais trabalhadores

Leve Negligência

50,00€ a 250,00€ 75,00€ a 375,00€ 100,00 a 500,00€

Dolo 100,00€ a 500,00€ 150,00€ a 750,00€ 200,00€ a 1.000,00€

Grave Negligência

300,00€ a 1.200,00€ 450,00€ a 1.800,00€ 600,00€ a 2.400,00€

Dolo 600,00€ a 2.400,00€ 900,00 a 3.600,00€ 1.200,00€ a 4.800,00€

Muito Grave Negligência

1.250,00€ a 6.250,00€

1.875,00€ a 9.375,00€ 2.500,00€ a 12.500,00€

Dolo 2.500,00€ a 12.500,00€

3.750,00€ a 18.750,00€

5.000,00€ a 25.000,00€

29

EXISTEM ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE POSSAM DIMINUIR O VALOR DA COIMA A PAGAR? Se as seguintes obrigações indicadas forem cumpridas dentro dos primeiros 30 dias seguintes ao último dia do prazo estabelecido para o efeito, os limites máximos das coimas aplicáveis não podem exceder em mais de 75%, o limite mínimo previsto para o tipo de contraordenação praticada:

Comunicação da admissão de trabalhadores;

Cessação, suspensão e alteração da modalidade do contrato de trabalho dos trabalhadores da empresa;

Comunicação das alterações relativas à respetiva identificação e dos seus estabelecimentos;

Início, suspensão ou cessação da sua atividade;

Declaração de remunerações. Exceção: No caso de se tratar de trabalhadores do serviço doméstico e das respetivas entidades empregadoras, os limites mínimos e máximos são reduzidos a metade. QUAIS AS SITUAÇÕES EM QUE A COIMA OU A SANÇÃO ACESSÓRIA PODEM SER AGRAVADAS? Se a falta de comunicação da admissão de trabalhadores disser respeito a trabalhadores que se encontrem a receber prestações de desemprego ou de doença:

A contraordenação é considerada muito grave;

É aplicada uma sanção acessória de privação de acesso a medidas de estímulo à criação de postos de trabalho e à reinserção profissional de pessoas afastadas do mercado de trabalho em simultâneo com a aplicação da coima.

Se a entidade empregadora fundamentar o desconhecimento da situação através da apresentação de declaração emitida pela instituição de segurança social, o montante da coima é reduzido para metade.