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1 SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO OBRIGAÇÕES GERAIS A QUE OBRIGAÇÕES LEGAIS ESTÁ SUJEITO O EMPREGADOR? Assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em todos os aspetos do seu trabalho; Zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta os princípios gerais de prevenção estabelecidos no artigo 15.º da Lei nº 3/2014; Implementar medidas de prevenção tendo em conta o resultado das avaliações dos riscos em todas as fases do processo produtivo; Fornecer informação e formação necessária ao desempenho das tarefas por parte dos trabalhadores em condições de segurança e de saúde; Assegurar a vigilância da saúde dos trabalhadores em função dos riscos; Estabelecer as medidas a adotar em matéria de primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação e identificar os trabalhadores responsáveis pela sua aplicação; Organizar os serviços de SST, para aplicação das medidas de prevenção, mobilizando os meios necessários (atividades técnicas de prevenção, formação, informação, equipamento de proteção); Considerar, na organização dos meios de prevenção, não só os seus trabalhadores, como terceiros que possam ser abrangidos pelos riscos da realização dos trabalhos, quer nas instalações quer no exterior; Adotar medidas e dar instruções aos trabalhadores em caso de perigo grave ou iminente; Suportar todos os encargos com a organização e funcionamento do serviço de SST e outros sistemas de prevenção. COM QUE PERIODICIDADE DEVEM OS TRABALHADORES SER CONSULTADOS EM MATÉRIA DE SST? Anualmente (no mínimo), o empregador deve consultar por escrito os representantes dos trabalhadores para a SST ou, na sua falta, todos os trabalhadores. Esta consulta tem como objetivo a obtenção de parecer sobre: Avaliações de riscos, medidas de segurança e saúde a implementar, formação na área da SST, designação dos responsáveis pelo desempenho de tarefas relacionadas com a SST, modalidade de serviços a adotar, equipamento de proteção, riscos para a segurança e saúde, bem como medidas de proteção e prevenção e seu modo de aplicação, listas e relatórios de acidentes de trabalho mortais ou que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a 3 dias úteis. As consultas, respetivas respostas e propostas devem ser registadas em livro próprio organizado pela empresa, podendo ser em suporte informático. QUE INFORMAÇÃO DEVE SER PRESTADA AOS TRABALHADORES E EM QUE MOMENTOS? Os trabalhadores devem dispor de informação atualizada, sobre: Riscos para a segurança e para a saúde; Medidas de proteção e prevenção e forma como se aplicam; Medidas e instruções a adotar em caso de perigo grave ou iminente; Medidas de emergência e primeiros socorros, de evacuação de trabalhadores e de combate a incêndios e quais os trabalhadores encarregues de as por em prática.

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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO OBRIGAÇÕES GERAIS A QUE OBRIGAÇÕES LEGAIS ESTÁ SUJEITO O EMPREGADOR?

Assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em todos os aspetos do seu trabalho;

Zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta os princípios gerais de prevenção estabelecidos no artigo 15.º da Lei nº 3/2014;

Implementar medidas de prevenção tendo em conta o resultado das avaliações dos riscos em todas as fases do processo produtivo;

Fornecer informação e formação necessária ao desempenho das tarefas por parte dos trabalhadores em condições de segurança e de saúde;

Assegurar a vigilância da saúde dos trabalhadores em função dos riscos;

Estabelecer as medidas a adotar em matéria de primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação e identificar os trabalhadores responsáveis pela sua aplicação;

Organizar os serviços de SST, para aplicação das medidas de prevenção, mobilizando os meios necessários (atividades técnicas de prevenção, formação, informação, equipamento de proteção);

Considerar, na organização dos meios de prevenção, não só os seus trabalhadores, como terceiros que possam ser abrangidos pelos riscos da realização dos trabalhos, quer nas instalações quer no exterior;

Adotar medidas e dar instruções aos trabalhadores em caso de perigo grave ou iminente;

Suportar todos os encargos com a organização e funcionamento do serviço de SST e outros sistemas de prevenção.

COM QUE PERIODICIDADE DEVEM OS TRABALHADORES SER CONSULTADOS EM MATÉRIA DE SST? Anualmente (no mínimo), o empregador deve consultar por escrito os representantes dos trabalhadores para a SST ou, na sua falta, todos os trabalhadores. Esta consulta tem como objetivo a obtenção de parecer sobre:

Avaliações de riscos, medidas de segurança e saúde a implementar, formação na área da SST, designação dos responsáveis pelo desempenho de tarefas relacionadas com a SST, modalidade de serviços a adotar, equipamento de proteção, riscos para a segurança e saúde, bem como medidas de proteção e prevenção e seu modo de aplicação, listas e relatórios de acidentes de trabalho mortais ou que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a 3 dias úteis.

As consultas, respetivas respostas e propostas devem ser registadas em livro próprio organizado pela empresa, podendo ser em suporte informático. QUE INFORMAÇÃO DEVE SER PRESTADA AOS TRABALHADORES E EM QUE MOMENTOS? Os trabalhadores devem dispor de informação atualizada, sobre:

Riscos para a segurança e para a saúde;

Medidas de proteção e prevenção e forma como se aplicam;

Medidas e instruções a adotar em caso de perigo grave ou iminente;

Medidas de emergência e primeiros socorros, de evacuação de trabalhadores e de combate a incêndios e quais os trabalhadores encarregues de as por em prática.

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Esta informação deve ser prestada nas seguintes situações:

Sempre que um trabalhador é admitido;

Mudança de posto de trabalho ou funções;

Introdução de novos equipamentos ou alteração dos existentes;

Nova tecnologia;

Atividades que envolvam trabalhadores de diversas empresas. É OBRIGATÓRIO EXISTIREM REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES NOS DOMÍNIOS DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM TODAS AS EMPRESAS? Não. Trata-se de uma opção. No caso de não existir nenhum representante dos trabalhadores, a legislação sugere alternativas, como se demonstra, por exemplo, no artigo 18.º da Lei 3/3014 de 28 de janeiro: “A consulta aos trabalhadores deve ser feita aos representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua falta, os próprios trabalhadores”. No caso de se optar por ter representante dos trabalhadores, deve ser cumprido todo o processo de eleição descrito no artigo 21.º e seguintes. QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES DOS TRABALHADORES?

Cumprir as prescrições de SST estabelecidas pela legislação, instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho e empregador;

Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela das outras pessoas que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho;

Utilizar corretamente e de acordo com instruções do empregador máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos e meios postos à sua disposição, nomeadamente EPC’s (equipamentos de proteção coletiva) e EPI (equipamentos de proteção individual);

Cumprir os procedimentos de trabalho estabelecidos;

Tomar conhecimento da informação prestada pelo empregador;

Comparecer às consultas e exames determinados pelo médico de trabalho;

Comunicar imediatamente as avarias e deficiências suscetíveis de originar perigo grave e iminente ou qualquer defeito verificado nos sistemas de proteção;

Adotar as medidas estabelecidas em caso de perigo grave e iminente. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SST PARA QUE SERVEM OS SERVIÇOS DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO? Servem para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores em todos os aspetos relacionados com o trabalho. DE QUEM É A RESPONSABILIDADE PELA ORGANIZAÇÃO DESTES SERVIÇOS? A responsabilidade da organização dos serviços de SST é do empregador, não sendo transferível, qualquer que seja a modalidade de organização ou de serviços.

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QUAIS AS MODALIDADES DE ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SST? O empregador tem que escolher uma das seguintes modalidades:

Serviços internos;

Serviços comuns;

Serviços externos. O QUE SÃO SERVIÇOS INTERNOS? São serviços criados pelo próprio empregador e que abrangem exclusivamente os trabalhadores por cuja segurança e saúde aquele é responsável. O QUE SÃO SERVIÇOS COMUNS? São serviços estabelecidos entre várias empresas ou estabelecimentos pertencentes a sociedades que não se encontrem em relação de grupo e abrangem exclusivamente os trabalhadores por cuja segurança e saúde são responsáveis. Tem que ser celebrado, entre elas, um acordo por escrito e comunicado à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e Direção Geral de Saúde (DGS), organismos competentes pelas áreas laboral e de saúde, respetivamente. O QUE SÃO SERVIÇOS EXTERNOS? São serviços contratados pelo empregador a outras entidades que asseguram a prestação de serviços de segurança ou de saúde no trabalho (desde que não sejam serviços comuns). É exigido um contrato escrito (para informações sobre entidades prestadoras de serviços externos de segurança e saúde no trabalho, consultar www.act.gov.pt e www.dgs.pt, respetivamente). EM QUE SITUAÇÕES AS ATIVIDADES DE SEGURANÇA PODEM SER EXERCIDAS PELO PRÓPRIO EMPREGADOR OU POR TRABALHADOR POR ELE DESIGNADO? Em empresas que empreguem no máximo 9 trabalhadores e cuja atividade não seja de risco elevado. Nestes casos, tem que ser obtida autorização por parte da ACT e o empregador ou trabalhador designado têm que possuir formação adequada e permanecer habitualmente nos estabelecimentos. QUAL A MODALIDADE DE ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SST A ADOPTAR? A escolha da modalidade dos serviços de SST terá que ter em conta os seguintes critérios:

N.º de trabalhadores da Empresa/Tipo de Atividade Modalidade dos Serviços

Menos de 10 trabalhadores

Expostos a atividades sem risco elevado (1)

Empregador ou trabalhador designado ou outro

Mais de 30 trabalhadores

Expostos a atividades de risco elevado (1)

Serviços Internos

Mais de 400 trabalhadores Serviços Internos

Restantes casos Serviços Internos, Externos ou Comuns

(1) Consideram-se atividades de risco elevado, as que envolvem, entre outras:

Utilização ou armazenagem de grandes quantidades de produtos químicos perigosos suscetíveis de provocar acidentes graves:

Transporte de explosivos e pirotecnia;

Transporte de gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos.

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EM QUE CASOS É OBRIGATÓRIO DESIGNAR UM REPRESENTANTE DO EMPREGADOR? Sempre que se opte por serviços externos ou comuns. O representante do empregador tem que ter formação adequada, e tem como função representar o empregador, acompanhando e coadjuvando a execução das atividades de prevenção. QUE FAZER SE OPTAR POR SERVIÇOS INTERNOS OU COMUNS? Estas modalidades implicam o cumprimento de alguns requisitos, nomeadamente:

Possuir instalações adequadas e equipadas para o exercício da atividade de SST;

Possuir equipamentos e utensílios de avaliação das condições de segurança e saúde no trabalho e equipamentos de proteção individual para o pessoal técnico utilizar;

Implementar procedimentos, nomeadamente para avaliação das condições de segurança e de saúde e planeamento das atividades;

Afetar o número de técnicos superiores e técnicos de segurança no trabalho, de acordo com a dimensão da empresa:

Estabelecimento industrial

Até 50 trabalhadores 1 Técnico

Acima de 50 trabalhadores (por cada 1500 trabalhadores)

2 Técnicos (pelo menos um deles tem que ser Técnico Superior)

Restantes estabelecimentos

Até 50 trabalhadores 1 Técnico

Acima de 50 trabalhadores (por cada 3000 trabalhadores)

2 Técnicos (pelo menos um deles tem que ser Técnico Superior)

Contratar um médico do trabalho para prestar atividade no estabelecimento, nas seguintes condições:

Estabelecimento industrial ou de outra natureza com risco

elevado Por cada 10 trabalhadores Mínimo 1 hora por mês

Restantes estabelecimentos Por cada 20 trabalhadores Mínimo 1 hora por mês

Nota: Não é permitido ao médico do trabalho assegurar a vigilância da saúde de um número de trabalhadores a que correspondam mais de 150 horas de atividade por mês.

A utilização de serviços comuns ou de serviços externos, não isenta o empregador da responsabilidade específica em matéria de SST que a legislação lhe atribui.

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PRIMEIROS SOCORROS E MEIOS DE COMBATE A INCÊNDIO O QUE É QUE O EMPREGADOR É OBRIGADO A GARANTIR EM MATÉRIA DE EMERGÊNCIA, PRIMEIROS SOCORROS, EVACUAÇÃO DE TRABALHADORES E MEIOS DE COMBATE A INCÊNDIO? É obrigado a:

Ter uma estrutura interna em número suficiente, tendo em conta a dimensão da empresa e os riscos existentes, que assegure as atividades de emergência, primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação de trabalhadores em situações de perigo grave e iminente, designando os trabalhadores responsáveis por essas atividades;

Assegurar a estes trabalhadores formação adequada em primeiros socorros, combate a incêndio e evacuação em situações de emergência, e facultar-lhes o material adequado;

Ter extintores devidamente dimensionados e adequadamente distribuídos, com agentes extintores adequados à classe de fogo a que se destinam e ao risco existente na área a proteger.

ONDE COLOCAR OS EXTINTORES DE COMBATE A INCÊNDIO? Têm que ser colocados:

Em locais acessíveis e bem visíveis em caso de incêndio, devidamente sinalizados;

Nas áreas de trabalho e ao longo dos percursos normais, incluindo as saídas, os acessos aos extintores não devem estar obstruídos e estes não devem estar ocultos;

Em suporte próprio de modo a que o seu manípulo fique a uma altura não superior a 1,2m do pavimento.

QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES DE COMBATE A INCÊNDIOS? Os extintores têm que:

Ser de cor vermelha;

Ostentar um rótulo com informação relativa ao agente extintor, carga nominal, eficácia do extintor, instruções de utilização e respetivos riscos e restrições, instruções complementares e nome e morada do fabricante e/ou do fornecedor do extintor;

Ostentar marca de conformidade;

Ostentar etiqueta com data da próxima manutenção ao extintor. O QUE SÃO AS MEDIDAS DE AUTOPROTEÇÃO? O Regulamento Geral de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE) (Decreto – Lei 220/2008 de 12 de novembro e Portaria 1532/2008 de 29 de dezembro), além das disposições relativas à construção dos edifícios, tem um capítulo de Medidas de Autoproteção “artigo 21.º”, aplicável a todos os edifícios, existentes ou a construir. QUAIS AS MEDIDAS DE AUTOPROTECÇÃO EXIGIDAS? O novo regulamento obriga que as Entidades Exploradoras/Proprietários implementem medidas de autoproteção nos edifícios ou partes de edifício que ocupem. Estas medidas de autoproteção serão determinadas em função da utilização-tipo em questão e respetiva categoria de risco. Poderão, no entanto, ser exigidas medidas mais gravosas para um dado edifício, se esse tiver não conformidades face à legislação.

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A autoproteção e a gestão de segurança contra incêndios em edifícios e recintos, durante a exploração ou utilização dos mesmos, baseiam-se nas seguintes medidas:

Medidas preventivas, conforme a categoria de risco tomam a forma de:

Procedimentos de prevenção;

Planos de prevenção;

Medidas de intervenção em caso de incêndio, conforme a categoria de risco tomam a forma de:

Procedimentos em caso de emergência;

Planos de emergência internos;

Registo de segurança onde devem constar:

Os relatórios de vistoria ou inspeção;

A relação de todas as ações de manutenção direta ou indiretamente relacionadas com a SCIE;

A relação das ocorrências direta ou indiretamente relacionadas com a SCIE;

Formação em SCIE, sob a forma de ações destinadas aos colaboradores das entidades exploradoras, ou formação específica, destinada aos delegados de segurança e outros elementos que lidam com situações de maior risco de incêndio;

Simulacros, para teste do plano de emergência interno e treino dos ocupantes com vista a criação de rotinas de comportamento e aperfeiçoamento de procedimentos.

SAÚDE NO TRABALHO QUAL A PERIODICIDADE DOS EXAMES MÉDICOS? Tem que ser realizados pelo médico do trabalho, com a seguinte periodicidade:

Exame de admissão:

Antes do início da prestação de trabalho ou

Nos 15 dias seguintes, quando a urgência da admissão o justificar;

Exames periódicos:

Anuais para menores de 18 anos e maiores de 50 anos;

De dois em dois anos para os restantes trabalhadores;

Exames ocasionais:

Sempre que ocorram alterações nos componentes materiais de trabalho capazes de provocar de efeitos nocivos para a saúde do trabalhador;

Aquando do regresso ao trabalho após uma ausência superior a 30 dias por motivo de acidente ou de doença.

OS TRABALHADORES PODEM SER DISPENSADOS DA REALIZAÇÃO DOS EXAMES DE ADMISSÃO? Sim, nos seguintes casos:

Transferência de titularidade da relação laboral, desde que o trabalhador se mantenha no mesmo posto de trabalho e não se verifiquem alterações substanciais nas componentes materiais do trabalho que possam ter efeitos adversos na saúde do trabalhador;

Quando o trabalhador é contratado, por período inferior a 45 dias para trabalho idêntico, sem que se tenha registado qualquer inaptidão desde o último exame médico efetuado nos 2 anos anteriores.

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PODE-SE RECORRER AO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE PARA A PROMOÇÃO E VIGILÂNCIA DA SAÚDE DOS TRABALHADORES? Sim, em grupos de trabalhadores específicos, nomeadamente os trabalhadores de microempresas que não exerçam atividade de risco elevado, trabalhadores do serviço doméstico, trabalhadores independentes, entre outros. Cabe, nestes casos, ao empregador ou trabalhador independente, o pagamento dos respetivos encargos.

ONDE SÃO REGISTADAS AS OBSERVAÇÕES CLÍNICAS RELATIVAS AOS EXAMES MÉDICOS? São registadas na Ficha Clínica de cada trabalhador (envolvendo segredo profissional) e só pode ser facultada às autoridades de saúde e aos médicos dos organismos competentes para a promoção da segurança e saúde no trabalho, podendo ser cedida uma cópia ao trabalhador quando este deixar de prestar serviço na empresa. O EMPREGADOR TEM ACESSO AOS RESULTADOS DOS EXAMES MÉDICOS? Sim, através da Ficha de Aptidão que é preenchida imediatamente pelo médico do trabalho e entregue uma cópia ao responsável dos recursos humanos da empresa, de acordo com os resultados dos exames de admissão, periódicos e ocasionais. A Ficha de Aptidão não pode conter elementos que envolvam o segredo profissional e deve ser dada a conhecer ao trabalhador (assinatura e data). Caso o resultado do exame de saúde revelar inaptidão do trabalhador, o médico de trabalho deve indicar se for possível, outras funções que ele possa desempenhar. ACIDENTES DE TRABALHO E DOENÇAS PROFISSIONAIS O QUE É UM ACIDENTE DE TRABALHO? Acidente de trabalho é o sinistro, acontecimento súbito e imprevisto, sofrido pelo trabalhador no local e no tempo de trabalho. Produz direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte. O QUE SE ENTENDE POR LOCAL DE TRABALHO? É todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do empregador. O QUE SE ENTENDE POR TEMPO DE TRABALHO? Designa-se por tempo de trabalho para além do período normal de trabalho, o que precede o seu início, em atos de preparação ou com ele relacionados, e o que se lhe segue, em atos também com ele relacionados, e ainda as interrupções normais ou forçosas de trabalho.

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EM QUE OUTRAS SITUAÇÕES TAMBÉM SE CONSIDERA QUE OCORREU UM ACIDENTE DE TRABALHO?

No trajeto de ida para o local de trabalho ou de regresso deste;

Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económico para o empregador;

No local de trabalho e fora deste, quando no exercício do direito de reunião ou de atividade de representante dos trabalhadores;

No local de trabalho, quando em frequência de curso de formação profissional ou fora do local de trabalho quando exista autorização expressa do empregador para tal frequência;

Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso;

Fora do local ou tempo de trabalho, quando verificado na execução de serviços determinados pelo empregador ou por estes consentidos.

QUE DEVO FAZER QUANDO OCORRE UM ACIDENTE DE TRABALHO?

Prestar os primeiros socorros e promover o transporte do trabalhador para o local onde possa ser clinicamente socorrido;

Possuir um seguro de acidentes de trabalho para cada um dos colaboradores da empresa;

Comunicar à ACT sempre que ocorra um acidente mortal ou que evidencie lesão física grave, nas 24 horas seguintes à ocorrência;

Juntar à comunicação a informação, e respetivos registos, sobre os tempos de trabalho prestado pelo trabalhador nos 30 dias que antecederam o acidente.

EM QUE SITUAÇÕES O EMPREGADOR NÃO TEM QUE REPARAR OS DANOS DECORRENTES DE UM ACIDENTE DE TRABALHO? Entre outras, nas seguintes situações:

For dolosamente provocado pelo sinistrado ou resulte da violação, sem causa justificativa, das condições de segurança estabelecidas pelo empregador ou previstas na lei;

Tiver origem exclusivamente na negligência grosseira do sinistrado;

Resulte da privação do uso da razão do sinistrado, salvo se tal privação derivar da própria prestação do trabalho, for independente da vontade do sinistrado ou se o empregador ou o seu representante, conhecendo o estado do sinistrado, consentir na prestação;

Seja provocado por forças inevitáveis da natureza, independentes de intervenção humana.

Os acidentes ocorridos nestas circunstâncias não dispensam, no entanto, a empresa da prestação dos primeiros socorros aos trabalhadores e do seu transporte para o local onde possam ser clinicamente socorridos. O QUE SÃO DOENÇAS PROFISSIONAIS? Consideram-se doenças profissionais as que constam da lista publicada no Decreto Regulamentar n.º 6/2001, de 5 de maio, alterado pelo Decreto Regulamentar nº 76/2007, de 17 de julho. No entanto, qualquer lesão corporal, perturbação funcional ou doença, não incluídas nesta lista, são indemnizáveis desde que se prove serem consequência, necessária e direta, da atividade exercida e não resultado do normal desgaste do organismo.

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QUE CONDIÇÕES SE TÊM QUE VERIFICAR PARA QUE O TRABALHADOR TENHA DIREITO À REPARAÇÃO RESULTANTE DE UMA DOENÇA PROFISSIONAL? O direito à indemnização resultante de doenças profissionais pressupõe que, cumulativamente, se verifiquem as seguintes condições:

Estar o trabalhador afetado pela correspondente doença profissional;

Ter estado a trabalhar exposto ao respetivo risco pela natureza da indústria, atividade ou condições, ambiente e técnicas do trabalho habitual.

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE DA AVALIAÇÃO, GRADUAÇÃO E REPARAÇÃO DAS DOENÇAS PROFISSIONAIS DIAGNOSTICADAS? A certificação das doenças profissionais é da responsabilidade do Departamento de Proteção contra os Riscos Profissionais integrado no Instituto Segurança Social (ISS) – Mais informações em http://www4.seg-social.pt/doenca-profissional FORMAÇÃO EM SST QUAL A FORMAÇÃO ADEQUADA EM MATÉRIA DE SST? O empregador, dependendo do número de trabalhadores e do tipo de serviços de SST adotados, tem que manter na empresa, trabalhadores com formação adequada a cada caso, nas seguintes condições:

Tipo de Formação: Destinatários: Aplicável a:

Formação em SST

Todos os trabalhadores, tendo em atenção o posto de trabalho

e o exercício de atividades de risco elevado

Todas as empresas

Formação em primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação em situações de emergência

Trabalhadores responsáveis pela aplicação destas medidas

Todas as empresas

Formação em segurança, saúde, ergonomia, ambiente e organização do trabalho (*)

Representante do Empregador Empresas com Serviços

Externos ou Comuns

Empregador ou Trabalhador Designado

Empresas com menos de 10 trabalhadores

Formação permanente para o exercício das funções de Representante dos Trabalhadores para a SST

Representante dos Trabalhadores

Todas as empresas com representantes dos

trabalhadores eleitos

Formação em segurança contra incêndios Todos os trabalhadores Todas as empresas

Formação com certificado de aptidão profissional (*) em:

Técnico de Segurança no Trabalho e

Técnico Superior de Segurança no Trabalho

Empresas com Serviços Internos ou Comuns

(*) Esta formação tem que ser ministrada por entidade formadora certificada pela ACT

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SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA O QUE É QUE O EMPREGADOR É OBRIGADO A GARANTIR EM MATÉRIA DE SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA? É obrigado a:

Garantir a colocação da sinalização de segurança e de saúde no trabalho adequada, nos locais onde existam riscos para a segurança ou saúde dos trabalhadores;

Optar entre um ou mais dos sinais de sinalização de segurança e de saúde no trabalho:

Placas de Sinalização;

Cores de Segurança;

Sinais Luminosos ;

Sinais Acústicos;

Comunicação Verbal;

Sinais Gestuais;

Identificar no pavimento com faixas contínuas de cor branca ou amarela, as vias de circulação de veículos;

Sinalizar obstáculos e locais perigosos com faixas de cores alternadas (amarela e negra ou vermelha e branca).

QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA?

Placas de Sinalização (sinais que combinam uma forma geométrica, cores e um símbolo/pictograma), com o objetivo de fornecer uma indicação:

Sinais de Proibição – proíbem um determinado comportamento:

Sinais de Aviso – avisam da existência de um perigo ou de um risco;

Sinais de Obrigação – obrigam a um determinado comportamento;

Sinais de Salvamento ou de Emergência – indicam as saídas de emergência ou os meios de socorro ou salvamento;

Sinais relativos ao Material de Combate a Incêndios – indicam os locais onde se encontram os materiais de combate a incêndios;

Sinais Relativos a Obstáculos e Locais Perigosos – assinalam locais onde há riscos de choque contra obstáculos, de queda de objetos ou de queda de pessoas;

Cores de Segurança - cores às quais é atribuído um determinado significado;

Sinais Luminosos – sinais emitidos por um dispositivo específico;

Sinais Acústicos – sinais sonoros emitidos por um dispositivo específico;

Comunicação Verbal – mensagem verbal predeterminada que utiliza voz, por um locutor ou equipamento emissor;

Sinais Gestuais – movimentos dos braços ou das mãos, ou qualquer combinação entre eles, que oriente a realização de manobras que representem risco ou perigo para os trabalhadores.

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QUE FAZER PARA UMA CORRETA ADEQUAÇÃO DA SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA?

Identificar os perigos e riscos para a segurança ou saúde no trabalho;

Adquirir sinalização de segurança e de saúde apropriada e mantê-la limpa e conservada;

Colocar a sinalização de segurança e de saúde, tendo em conta o seguinte:

Colocar em locais bem visíveis e iluminados;

Não colocar um número excessivo de placas na proximidade umas das outras;

Não utilizar simultaneamente dois sinais luminosos que possam ser confundidos;

Não utilizar dois sinais sonoros ao mesmo tempo;

Não utilizar um sinal sonoro, quando o ruído ambiente for superior;

Informar os trabalhadores sobre o significado da sinalização de segurança e de saúde existente nos locais de trabalho e como agir perante tal sinalização.

DOCUMENTAÇÃO E COMUNICAÇÕES OBRIGATÓRIAS É OBRIGATÓRIA A ELABORAÇÃO DE ALGUM RELATÓRIO DE SST? Sim. Anualmente é da responsabilidade do empregador elaborar um relatório anual da atividade dos serviços de segurança e saúde no trabalho, por estabelecimento, incluído no Relatório Único. COMO DEVE SER ENTREGUE O RELATÓRIO ANUAL DA ATIVIDADE DO SERVIÇO DE SST? A entrega é efetuada exclusivamente por via eletrónica, através de formulário disponibilizado em https://www.relatoriounico.pt QUANDO DEVO ENTREGAR O RELATÓRIO ANUAL DA ATIVIDADE DO SERVIÇO DE SST? Tem que ser entregue durante o período de 16 de março a 15 de abril do ano seguinte àquele a que respeita. QUE DOCUMENTAÇÃO TEM QUE SE MANTER ATUALIZADA EM MATÉRIA DE SST? O empregador tem que manter à disposição das entidades fiscalizadoras, durante 5 anos, a seguinte documentação relativa à realização das atividades de SST:

Resultados das avaliações dos riscos profissionais relativos aos trabalhadores a eles expostos;

Lista e relatórios de acidentes de trabalho que tenham ocasionado ausência por incapacidade para o trabalho, bem como acidentes/incidentes que com gravidade;

Listagem das situações de baixa por doença e do número de dias de ausência ao trabalho e, no caso de doenças profissionais, a respetiva identificação;

Listagem das medidas, propostas ou recomendações formuladas pelo serviço de SST.

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SÍNTESE DO QUADRO SANCIONATÓRIO (Lei n.º 102/2009, alterada pela Lei n.º 3/2014) CONTRAORDENAÇÕES MUITO GRAVES São consideradas infrações muito graves ao regime de SST, nomeadamente: Violação às obrigações gerais do empregador, previstas no art. 15.º da Lei 3/2014 de 28

janeiro; Violação pelo trabalhador do dever de zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela

segurança e saúde das outras pessoas que possam ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho;

Violação do dever de informação aos trabalhadores (aquando da admissão na empresa, mudança de posto de trabalho ou de funções, introdução de novos equipamentos de trabalho ou alteração dos existentes, adoção de uma nova tecnologia ou atividades que envolvam trabalhadores de outras empresas), nomeadamente nos seguintes domínios:

Os riscos para a segurança e saúde, bem como as medidas de proteção e de prevenção e a forma como se aplicam;

As medidas e as instruções a adotar em caso de perigo grave e iminente;

As medidas de emergência e primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacuação dos trabalhadores e os trabalhadores ou serviços responsáveis pela sua execução;

Violação do dever de organizar uma estrutura interna que assegure as atividades de emergência e primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação de trabalhadores;

Violação do dever de consultar por escrito os trabalhadores, pelo menos uma vez por ano;

Violação por parte de determinadas entidades, do dever de assegurar a segurança e a saúde dos trabalhadores, nos casos em que ocorram atividades simultâneas ou sucessivas no mesmo local de trabalho;

Não verificar a existência de agentes ou fatores que possam ter efeitos prejudiciais para o património genético e não avaliar os correspondentes riscos, trimestralmente ou quando haja alterações das condições de trabalho suscetíveis de afetar a exposição dos trabalhadores, os resultados da vigilância da saúde o justifiquem ou se verifiquem desenvolvimentos da investigação científica nesta matéria;

Não identificar os trabalhadores expostos aos riscos e aqueles que, sendo particularmente sensíveis, possam necessitar de medidas de proteção especial;

O exercício de atividades com exposição a agentes e condições de trabalho proibidos nos termos da Lei nº 3/2014;

O exercício, por menor, de qualquer das atividades proibidas definidas na Lei nº 3/2014; A não organização do serviço de segurança e saúde no trabalho de acordo com as

modalidades previstas na Lei nº 3/2014; Não instituir um serviço interno quando (salvo nos casos em que obtiver dispensa nos

termos do artigo 80.º da Lei nº 3/2014):

O estabelecimento tenha pelo menos 400 trabalhadores;

O conjunto de estabelecimentos distanciados até 50km daquele que ocupa maior número de trabalhadores e que, com este, tenham pelo menos 400 trabalhadores;

O estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos que desenvolvam atividades de risco elevado, a que estejam expostos pelo menos 30 trabalhadores;

O exercício, pelo próprio empregador, das atividades de segurança no trabalho, sem possuir formação adequada e que não permaneça habitualmente nos estabelecimentos;

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A designação de um ou mais trabalhadores, para se ocuparem de todas ou algumas das atividades de segurança no trabalho, que não possuam formação adequada e que não disponham do tempo e dos meios necessários;

O exercício da atividade por serviço externo sem autorização (é solidariamente responsável pelo pagamento da coima o empregador que contrate serviço não autorizado);

Os serviços internos, comum e externos não possuírem os meios suficientes que lhes permitam exercer as atividades principais de segurança e de saúde no trabalho;

Violação, por parte de cada empresa abrangida pelos serviços comuns, do estabelecimento de um acordo entre as várias empresas ou estabelecimentos pertencentes a sociedades que não se encontrem em relação de grupo, nem sejam obrigadas a ter serviços internos.

As contraordenações muito graves são sancionadas com as seguintes coimas: Negligência Dolo

Empresa volume de neg. < a 500.000 Euros 2.040,00€ a 4.080,00€

(20 UC a 40 UC) 4.590,00€ a 9.690,00€

(45 UC a 95 UC)

Empresa volume de neg. = ou > a 500.000 Euros e < a 2.500.000 Euros

3.264,00€ a 8.160,00€ (32 UC a 80 UC)

8.670,00€ a 19.380,00€

(85 UC a 190 UC)

Empresa volume de neg. = ou > a 2.500.000 Euros e < a 5.000.000 Euros

4.284,00€ a 12.240,00€

(42 UC a 120 UC)

12.240,00€ a 28.560,00€

(120 UC a 280 UC)

Empresa volume de neg. = ou > a 5.000.000 Euros e < a 10.000.000 Euros

5.610,00€ a 14.280,00€

(55 UC a 140 UC)

14.790,00€ a 40.800,00€

(145 UC a 400 UC)

Empresa volume de negócios = ou > a 10.000.000 Euros 9.180,00€ a 30.600,00€

(90 UC a 300 UC)

30.600,00€ a 61.200,00€

(300 UC a 600 UC) UC = Unidade de Conta Processual para efeitos das Contraordenações Laborais e SST fixada em 102,00€

CONTRAORDENAÇÕES GRAVES São consideradas infrações graves ao regime de SST, nomeadamente: Violação do dever de formação aos trabalhadores, sem prejuízo para os mesmos,

nomeadamente:

Formação adequada em SST, tendo em conta o posto de trabalho e o exercício de atividades de risco elevado;

Formação permanente para os trabalhadores/representantes dos trabalhadores que exerçam atividades de SST;

Formação aos trabalhadores responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação de trabalhadores, facultando-lhes o material adequado. Estes trabalhadores terão que ser em número suficiente, tendo em conta a dimensão da empresa e os riscos existentes.

Não salvaguardar o direito dos representantes dos trabalhadores para a SST reunirem com a gestão da empresa, pelo menos uma vez por mês, com registo em ata, assinada pelos presentes, dos assuntos tratados relacionados com a SST;

Não disponibilizar informação aos trabalhadores e aos seus representantes para a SST e ao médico de trabalho e a trabalhadores independentes e empresas que, nas mesmas instalações desenvolvam atividades em simultâneo com os seus trabalhadores, sobre:

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As substâncias e misturas perigosas, os equipamentos de trabalho e os materiais ou matérias-primas presentes nos locais de trabalho que possam representar perigo de agressão ao património genético;

Os resultados da avaliação dos riscos;

A identificação dos trabalhadores expostos. Sujeitar os menores com idade igual ou superior a 16 anos a atividades, processos e

condições de trabalho sujeitas a exposição dos agentes físicos, biológicos e químicos referidos na secção II da Lei 3/2014;

Não avaliar a natureza, o grau e a duração da exposição do menor a atividades ou trabalhos condicionados e tomar as medidas necessárias para evitar esse risco, dando desses factos conhecimento ao serviço com competência inspetiva das condições de segurança e saúde no trabalho;

Violação, da responsabilidade do empregador, dos deveres dos serviços internos ou comuns, em empresa onde este serviço violou os deveres em causa, de acordo com o descrito no artigo 73.º - B (1 a 3);

Sem prejuízo das obrigações do empregador, violação dos deveres dos serviços externos de SST, de acordo com o descrito no artigo 73.º - B (1 a 3);

Não estabelecer acordo por escrito, no caso de se adotarem serviços comuns e não comunicar esse acordo ao organismo competente para a promoção da SST, no prazo máximo de 10 dias úteis após a sua celebração;

Não fazer acompanhar a comunicação anterior de parecer fundamentado dos representantes dos trabalhadores para a SST ou, na sua falta, de todos os trabalhadores;

Não ministrar formação adequada ao representante do empregador, que permita a aquisição de competências básicas em matéria de segurança, saúde, ergonomia, ambiente e organização do trabalho e que seja comunicada previamente ao serviço com competência para a promoção da segurança e saúde no trabalho do ministério responsável pela área laboral;

Não fornecer aos serviços de segurança no trabalho os elementos técnicos sobre os equipamentos e a composição dos produtos utilizados;

Não informar os serviços de segurança no trabalho sobre todas as alterações dos componentes materiais do trabalho e não os consultar, previamente, sobre todas as situações com possível repercussão na segurança dos trabalhadores;

Em empresa com mais de 250 trabalhadores, o médico do trabalho não ser coadjuvado por um enfermeiro com experiência adequada;

Não assegurar a atividade dos serviços de segurança regularmente no próprio estabelecimento durante o tempo necessário. A afetação dos técnicos superiores ou técnicos às atividades de segurança no trabalho, por empresa, não ser estabelecida nos termos definidos no artigo 101.º;

Não promover a realização de exames de saúde adequados a comprovar e avaliar a aptidão física e psíquica do trabalhador para o exercício da atividade, bem como a repercussão desta e das condições em que é prestada na saúde do mesmo;

- Violação do dever de promoção dos exames saúde obrigatórios; - Utilização de serviço de médico não habilitado nos termos do artigo 103.º; - Não anotar as observações clínicas relativas aos exames de saúde na ficha clínica do

trabalhador; - Não sujeitar a ficha clínica ao segredo profissional, só podendo ser facultada às

autoridades de saúde e aos médicos afetos ao organismo com competência para a promoção da SST;

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- Incluir na ficha clínica dados sobre a raça, a nacionalidade, a origem étnica ou informação sobre hábitos pessoais do trabalhador, salvo quando estes últimos estejam relacionados com patologias específicas ou com outros dados de saúde;

- O médico responsável pela vigilância da saúde, não entregar ao trabalhador que deixar de prestar serviço na empresa, cópia da ficha clínica;

- Não enviar, em caso de cessação da atividade, as fichas clínicas para o serviço com competências para o reconhecimento das doenças profissionais na área da segurança social;

- O médico do trabalho não preencher de imediato, na sequência do exame realizado, uma ficha de aptidão e remeter uma cópia ao responsável dos recursos humanos da empresa;

- No caso do resultado do exame de saúde revelar a inaptidão do trabalhador, o médico do trabalho não indicar, sendo caso disso, outras funções que aquele possa desempenhar;

- A ficha de aptidão conter elementos que envolvam segredo profissional; - Não dar a conhecer a ficha de aptidão ao trabalhador, através da sua assinatura com a

posição da data de conhecimento; - Não comunicar ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável pela

área laboral os acidentes mortais, bem como aqueles que evidenciem lesão física grave, nas 24 horas a seguir à ocorrência;

- A comunicação anterior não conter a identificação do trabalhador acidentado e a descrição dos factos, devendo ser acompanhado de informação e respetivos registos sobre os tempos de trabalho prestado pelo trabalhador nos 30 dias que antecederam o acidente;

- O médico do trabalho não prestar atividade durante o número de horas necessário à realização dos atos médicos, de rotina ou de emergência e outros trabalhos que deva coordenar, de acordo com o nº 2 do artigo 105.º;

- O médico do trabalho não conhecer os componentes materiais do trabalho com influência sobre a saúde dos trabalhadores;

- O médico do trabalho assegurar a vigilância da saúde de um número de trabalhadores a que correspondam mais de 150 horas de atividade por mês.

As contraordenações graves são sancionadas com as seguintes coimas: Negligência Dolo

Empresa volume de neg. < a 500.000 Euros 612,00€ a 1.224,00€

(6 UC a 12 UC)

1.326,00€ a 2.652,00€

(13 UC a 26 UC)

Empresa volume de neg. = ou > a 500.000 Euros e < a 2.500.000 Euros

714,00€ a 1.428,00€ (7 UC a 14 UC)

1.530,00€ a 4.080,00€

(15 UC a 40 UC)

Empresa volume de neg. = ou > a 2.500.000 Euros e < a 5.000.000 Euros

1.020,00€ a 2.040,00€

(10 UC a 20 UC)

2.142,00€ a 4.590,00€

(21 UC a 45 UC)

Empresa volume de neg. = ou > a 5.000.000 Euros e < a 10.000.000 Euros

1.224,00€ a 2.550,00€

(12 UC a 25 UC)

2.652,00€ a 5.100,00€

(26 UC a 50 UC)

Empresa volume de neg. = ou > a 10.000.000 Euros 1.530,00€ a 4.080,00€

(15 UC a 40 UC)

5.610,00€ a 9.690,00€

(55 UC a 95 UC) UC = Unidade de Conta Processual para efeitos das Contraordenações Laborais e SST fixada em 102,00€

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CONTRAORDENAÇÕES LEVES São consideradas infrações leves ao regime de SST, nomeadamente: - Violação do dever de facultar o acesso aos trabalhadores nomeadamente à seguinte

informação:

Informação técnica objecto de registo e aos dados médicos coletivos;

Informação técnica proveniente dos serviços de inspeção e outros organismos competentes;

- Violação do dever de manter o registo das consultas, respostas e propostas em livro próprio organizado pela empresa, nomeadamente em suporte informático;

- Violação do dever de fundamentar por escrito a não-aceitação do parecer relativo à designação do representante do empregador dos trabalhadores que desempenham funções específicas nos domínios da segurança no trabalho nos locais de trabalho e sua exoneração e a designação dos trabalhadores responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros socorros, combate a incêndios e evacuação de trabalhadores, bem como a modalidade dos serviços de SST adotados;

- Violação do dever de informar os trabalhadores com funções específicas no domínio da SST sobre a avaliação de riscos, medidas de segurança e saúde, o equipamento de proteção necessário, a lista anual de acidentes de trabalho mortais ou que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a 3 dias úteis e as informações técnicas objeto de registo e os dados médicos coletivos, assim como as informações técnicas provenientes de serviços de inspeção e outros organismos competentes no domínio da SST;

- Não informar os serviços e os técnicos qualificados exteriores à empresa que exerçam atividades de SST sobre os fatores que presumível ou reconhecidamente afetem a segurança e a saúde dos trabalhadores e as matérias referidas nas alíneas a) e g) do n.º 1 do artigo 18.º da Lei nº 102/2009;

- A empresa em cujas instalações é prestado um serviço não informar os respetivos empregadores e trabalhadores sobre as matérias referidas no ponto anterior;

- Não comunicar a admissão de trabalhadores com contratos de duração determinada, em comissão de serviço ou em cedência ocasional, ao serviço de SST e aos trabalhadores com funções específicas no domínio da SST.

As contraordenações leves são sancionadas com as seguintes coimas: Negligência Dolo

Empresa volume de neg. < a 10.000.000€ 210,00€ a 510,00€

(2 UC a 5 UC) 612,00€ a 918,00€

(6 UC a 9 UC)

Empresa volume de neg. = ou > superior a a 10.000.000€ 612,00€ a 918,00€

(6 UC a 9 UC)

1.020,00€ a 1.530,00€

(10 UC a 15 UC) UC = Unidade de Conta Processual para efeitos das Contraordenações Laborais e SST fixada em 102,00€

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SÍNTESE DO REGIME DE FISCALIZAÇÃO E PROCESSO DE CONTRAORDENAÇÕES

Se o pagamento ocorrer no prazo dos 15 dias1 Se o

(em ambos o casos o valor é

agravado em 1/3 caso exista rescindência)

1 Com exceção das contraordenações muito graves praticadas com dolo. 2 O recurso para Tribunal não tem efeito suspensivo a não ser que seja depositado o valor da coima e das custas do processo no prazo dos 20 dias, instituição bancária aderente, a favor da autoridade administrativa que proferiu a decisão de aplicação da coima.

Fiscalização e levantamento do auto de contraordenação pela GNR, PSP, em caso de verificação de uma infração ou diretamente pela ACT

Remessa, pela GNR ou PSP, do auto de contraordenação à ACT

Notificação da ACT ao transportador para, no prazo de 15 dias:

Pagar voluntariamente a coima aplicável

Ou

Apresentar defesa (contestar) junto da ACT

Decisão da ACT (em caso de apresentação de defesa do infractor ou em

caso de não pagamento voluntário e não apresentação de defesa pelo infractor)

com possibilidade, no prazo de 20 dias, de apresentação de:

Recurso para o Tribunal 2

(O pagamento voluntário da coima extingue o processo, à excepção dos casos em que possa ser aplicada a sanção acessória, situação em que conjuntamente com o pagamento voluntário o infractor pode ainda, no mesmo prazo, apresentar defesa relativamente à sanção acessória)

Pelo mínimo,

sem custas

Pelo mínimo,

com custas

Comparecer para ser ouvido junto da ACT no dia por esta

determinado