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J. J. Gremmelmaier Guerra e Paz VII Pai Primeira Edição Curitiba / Paraná Edição do Autor 2010

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Page 1: Guerra e Paz VII - Pai-Rev-6_05092014-10h09m46s

J. J. Gremmelmaier

Guerra e

Paz

VII

Pai Primeira Edição

Curitiba / Paraná

Edição do Autor

2010

Page 2: Guerra e Paz VII - Pai-Rev-6_05092014-10h09m46s

Autor; J. J. Gremmelmaier

Edição do Autor

Primeira Edição

2013

Nome da Obra: Guerra e Paz VII

- Pai

CIP – Brasil – Catalogado na Fonte

Gremmelmaier, João Jose Guerra e Paz VI - Loco,

Romance de Ficção, 192 pg./ João Jose Gremmelmaier / Curitiba, PR. / Edição do Autor / 2013

1 - Literatura Brasileira – Romance – I – Titulo

85 – 62418 CDD – 978.426

As opiniões contidas no livro, são dos

personagens, em nada assemelham as opiniões do

autor, esta é uma obra de ficção, sendo os nomes

e fatos fictícios.

É vedada a reprodução total ou parcial

desta obra.

Sobre o Autor;

João Jose Gremmelmaier, nasceu em

Curitiba, estado do Paraná, no Brasil, formação em Economia, empresário a mais de 15 anos, já

teve de confecção a empresa de estamparia,

escreve em suas horas de folga, alguns jogam,

outros viajam, ele faz tudo isto, a frente de seu

computador, viajando em historias, e nos levando

a viajar juntos.

Autor de Obras como a série Fanes,

Guerra e Paz, Mundo de Peter, os livros Heloise, Anacrônicos, cria em historias que começam

aparentemente normais, mundos imaginários,

interligando historias aparentemente sem ligação

nenhuma;

Guerra e Paz VII -

Pai Joaquim se depara com os

filhos nascendo, com a doença de

Rosa, com as desavenças com

Renata.

Agradeço aos amigos e

colegas que sempre me deram

força a continuar a escrever,

mesmo sem ser aquele escritor,

mas como sempre me repito,

escrevo para me divertir, e se

conseguir lhes levar juntos nesta

aventura, já é uma vitória.

Ao terminar de ler este

livro, empreste a um amigo se

gostou, a um inimigo se não

gostou, mas não o deixe parado,

pois livros foram feitos para

correrem de mão em mão.

J.J,Gremmelmaier

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Pai

J.J.Gremmelmaier

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J.J.Gremmelmaier

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©Todos os direitos reservados a J.J.Gremmelmaier

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Pai

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— § —

JJ esta em Tijucas, Ronaldo o presidente, vem a sua humilde

casa, com toda a comitiva do presidente, e muitos apoios políticos;

Rosa esta a sala quando um agito se faz a praça a frente, e se

vê uma leva de seguranças fecharem a rua, viu o carro do presidente

vir escoltado, e chegar a frente da casa, JJ estava dormindo, não tinha

descansado corretamente nos últimos dias, e Rosa recebeu Ronaldo e

foi ao quarto acordar o marido;

JJ chega a sala ainda sonolento, e vê Ronaldo sentado a sala

lhe perguntar;

— Pensei que você nunca dormisse?

— Só quando vou enfrentar monstros, como não é todo dia,

raramente!

— Sei, espero que não esteja me chamando de monstro?

— Não, mas o que o traz aqui, presidente?

— Temos alguns impasses políticos, já que pelo jeito arranjou

uma forma de não enfrentar problemas jurídicos nos Estados Unidos!

— Impasses?

— Sim, me fez nomear Sandra, lembra-se do banco?

— Sim, mas o que ela aprontou enquanto estava fora?

— Não é que ela tenha aprontado, mas muitos estão

perguntando por que ela, e não Márcia, que parece quebrar as metas,

por mais incríveis que pareçam, mesmo com você fora do banco!

— Márcia é muito competente, mas não a vejo tentando algo

político como a presidência do banco?

— Realmente ela não, mas o governador do Rio Grande do Sul

esta querendo forçar uma mudança, já que tem no quadro do banco

local, alguém que ele acha ser melhor!

— Cretino, ele nem entende o que esta acontecendo!

— Sei disto, mas tem uma idéia?

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— Tenho, mas nada que um telefonema não ajeite!

— Depende, não quero parar, você fala assim, geralmente vai

ameaçar alguém, e isto vai gerar um grande impasse!

— Nada grave, ele tem um grande nome no sul, não é este o

problema?

— Sim!

— E se o Centro Oeste bater os números do sul, lhe facilitaria

manter tudo como esta?

— Desde que o governador de lá não me pressione!

JJ riu e falou;

— Mas não se arrastaria até aqui por isto?

— Não, alguns ficaram preocupados se estava bem, umas

imagens não muito boas circulam na Internet, mas vejo que fizeram

um estrago legal em você, sabe que imagem é muito!

— Estes arranhões, em um mês estou bem, mas vou dar uns

pontos em São Paulo, que vão melhorar a aparência!

— Bom, sabe que todos estão apostando em você!

— Não entendi presidente, parece que vou ter de guerrear

sempre para ficar por cima, toda vez que me acalmo, os demais me

prendem, quando mostro a cara, querem me apoiar!

— Por ultimo preciso de uma ajuda!

— Finalmente, o que esta precisando? – Rosa riu a porta, JJ

estava impossível;

Ronaldo olha para a moça, depois para JJ e fala;

— Andei brigando com alguns presidentes, e preciso de

alguém assoprando, não consigo lidar com eles com o senado me

pressionando!

— Alguns já falei, o Argentino, esta tranquilo, Venezuela,

sempre um acordo de toma lá da cá, Peru, gente muito honesta, tem

de saber que ele não vai lhe prometer o que não pode cumprir, Chile,

a presidente é nova na política, mas muito competente!

— Como você consegue, esta em guerra e mantêm tudo ao

alcance das mãos?

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Pai

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— Presidente, estou estruturando uma empresa, a Reciclando,

que tem em área de atuação uma área duas vezes o tamanho deste

pais, e é só uma empresa, deve terminar o ano como a maior empresa

no ramo de reciclagem, reflorestamento e controle ambiental do

planeta, não entendo como pode ter problemas em tocar uma nação

onde só se fala uma língua, certo que fui estes dias a Tubarão, em

Santa Catarina, e quase não entendi o que falavam, mas é apenas

uma nação grande, mas que tem um povo trabalhador, ordeiro e

progressista!

— Sabe que muitos não vêm nosso povo assim?

— Em parte minha culpa, mas tudo bem! – Ri JJ;

Ronaldo sorri e termina;

— Então fala com aquela sua amiga Chilena?

— Sim, mas ela não é o problema lá, aquele congresso é que é

o problema, mas falo com alguns, as vezes as pressões veem de lugar

errado!

— E vai morar nesta casa?

— Estou reconstruindo a antiga, deve estar novinha em 6

meses!

— Só você, tem casas imensas por ai, e vem para uma casinha

destas!

— Fazer o que, mas depois temos de falar de política e leis!

— Já pensando em se eleger?

— Não sei se sou o candidato certo, mas se vocês querem

arriscar, eu também, mas temos problemas legais, aqui, nos Estados

Unidos, e quero os por a mesa antes de começarmos!

— Estão dizendo por ai, que é um Guerrilheiro, é um Fascista,

um Mulherengo, um Assassino, um Narcotraficante, e um

Contrabandista, algo que não tenha defesa?

— Sim, sou um mulherengo!

Ronaldo sorri e fala;

— Só você, preocupado com a parte fácil!

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J.J.Gremmelmaier

8

— Não Ronaldo, estou preocupado com a parte que pode me

tirar a presidência, você votaria num pais onde as pessoas são

moralistas da boca para fora, em alguém que tem filhos com 6

mulheres diferentes?

— Esta falando serio?

— Sim, se pensar perdi duas filhas este ano, de mães

diferentes, e tenho uma terceira, tenho 3 adotados, estes não tem

como ser meus geneticamente, mas mesmo assim, uma moça me deu

duas meninas ontem, e dentro de 3 meses nasce o menino de Sena,

serão três mulheres, 4 crianças, mais duas perdidas, e provavelmente

posso ter um com Rosa, seriam 6 mulheres, 7 crianças, mesmo com

as duas mortas, não vão deixar isto barato!

— Quer dizer que teve 2 filhos fora do casamento atual, e vem

mais um por ai, mas isto, sempre tem-se jeito, não é problema!

— Presidente, sei o que quero fazer, mas teremos de conversar

melhor sobre isto!

— Certo, mas quem sabe destas coisas?

— Todos vão saber, Ronaldo, não quero perder a eleição na

ultima semana, em um ano, todos saberão, pois dentro de 4, quero

que seja uma informação normal, escândalo é quando a noticia é

escondida ou recente, quando é antiga, as pessoas nem ligam!

— Mas tem parâmetros legais!

— Sim, mas por isto temos de conversar, senão você não se

elege Senador, e não posso lhe indicar para o que falei!

— Entendo, mas pretende o que, sabe que temos leis bem

conservadoras?

— Sei que temos direito de culto, tenho uma das maiores redes

de monumentos de oração, não são igrejas pois não tem padres,

rabinos ou pastores a frente, temos apenas lugares para as pessoas

chegarem e orarem, isto quer dizer que tenho uma leva de locais

destinados a adoração a deus de uma forma diferenciada, e estamos

num pais com liberdade de religião!

— Esta dizendo que vai assumir tudo isto, e se por como uma

regra de sua religião?

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Pai

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— Não exatamente, vou dar corda, para eles desviarem a

atenção para isto até os últimos dias de campanha, depois, uma

cartada os tira do páreo!

— Pelo jeito já sabe até quem vai lhe atacar?

— Sei, e vou começar com meus próprios meios a me atacar,

mas primeiro quero estacionar o burro um pouco na sombra, tenho

ainda coisas a decidir, em Moscou, Tóquio, Seul, Camberra e

Pequim antes de começar a me dedicar a isto!

— Mas o que pretende?

— Tenho de terminar de sair, sabe que isto quer dizer por

alguém tocando, Máfias, Contrabandos, Falsificações, e terminar

alguns acordos!

— Fala como se todos soubessem o que faz?

— Não sabem, mas a Cia esta no meu pé, isto quer dizer que

terei de mexer os meus homens rapidamente, tenho pouco tempo

para ajeitar tudo isto!

— Mas não esquece de sua amiga?

— Não, eu falo com a Manuella antes de tudo!

— Obrigado, acha que a Cia vai continuar fazendo burrada?

— Acho, mas agora perderam um pouco da noção de minha

dimensão e estão fazendo um plano tão elaborado, que precisariam

dos 100 homens perdidos aqui para dar certo!

— E vai usar quem para se safar?

— Trinity que agora tem o que perder!

— Ele odeia quando o chama assim!

JJ sorri, se despede e vê a cara de Rosa lhe olhando e

perguntar;

— Quem é esta Manuelle?

JJ riu e falou;

— Presidente do Chile, senhora de 61 anos, antiga exilada

política, agora uma grande líder e com idéia muito boas para seu

país!

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— Que papo é este de 6 mulheres?

— Sabe bem o que quis dizer, tem de parar de ficar insegura

Rosa, esquece o que passou, senão não vou conseguir esquecer!

Rosa olha serio para ele, tenta sorrir mas não consegue, algo

mudou, ela talvez, mas se estava ali ainda era para tentar, o abraçou e

perguntou;

— Vai mesmo falar a todos o que fez?

— Tudo, nunca poderei falar, sabe disto!

JJ levanta-se e para a frente de Rosa, ela estava linda, a relação

deles realmente perdeu um pouco da magia depois de tudo, estavam

a entrar em campos perigosos, mas ele queria a guerra, não mais a

acomodação, muitos vão a presidência como fim de carreira, JJ era

jovem e queria muito ainda a vida, deixando claro, Jovem para a

política, abraçou a moça a frente e falou;

— Sabe que te amo, o que esta remoendo, Rosa?

— Você esta diferente!

— Estamos, sabe disto, tem coisa que temos de recuperar, mas

estou aqui para isto, e vou lhe arrastar por ai até conseguirmos, acha

que agüenta, que quer isto?

— Não fazendo mais coisas como na Vila da Gloria, ficaria

mais fácil!

— Aquilo eu precisava fazer, as pessoas acham fácil algo

assim, mas para mim não foi, mas precisava ser feito, e não pretendo

me machucar mais, fazendo coisas como aquilo!

— Você arrisca de mais, arrisca perder duas para por uma no

lugar!

— Sabe que algumas me matariam, e eu deixaria, então estas

precisam estar ou dentro, ou fora, não no meio do caminho, você é

uma delas, mas não entende!

Rosa olha serio para JJ, o abraça e os dois vão a pequena

cozinha tomar um café;

— § —

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Pai

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— § —

Os dias seguintes foram de ajustes e projetos sendo

terminados de implantar, as empresas estavam começando a andar

sem ele, e sem Sena, a assoprar os problemas, JJ andou passeando e

batendo em portas em Moscou, em Tóquio, em Camberra, teve de

dar uma passada em Istambul, e acertar acordos que estavam indo

parte para a legalidade, parte para a Máfia Russa, alguns estavam

felizes, alguns invejando e outros, sempre querendo encrenca, as

guerras de JJ não eram poucas, a Cia por um lado tinha informações

de que JJ estava em mais de um lugar, por outra, tinha o casal a

visitar todos os cantos, estavam a quase 2 meses a viajar, JJ sabia que

queria estar no Brasil, mas na volta de Camberra passa em Cali na

Colômbia e para primeiro em um hotel ao centro, deixa Rosa e Cris,

estas estavam a somar milhas em viagens e conhecimento, poucos no

mundo conheciam 3 países, elas estavam voltando de uma viajem

entre 3 continentes, e JJ mostrando os detalhes e cantos de cada

lugar;

JJ sai em direção a um hotel na região de Buenaventura, e

adentra sozinho, antes passou em uma casa e pegou suas amigas, pôs

as costas, colocou a jaqueta de couro, ajeitou a camisa pólo e com

uma cara de bons amigos foi a guerra;

— Como esta, Horst?

— JJ em pessoa a porta, não tem medo de morrer?

— Nunca tive, sabe bem disto, por isto não tremo quando atiro,

já seu menino esta tremendo demais, melhor pedir para ele se

acalmar!

Horst olha para o rapaz e o mesmo sai;

— O que o traz aqui?

— Vim ver se lhe passaram tudo direitinho, não quero dar

espaço a acomodados!

— Sempre me disseram que era um apoio, nunca entendi?

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— Horst, quando o provocava era por que estava por fora, sabe

disto, aquela operação que armou para sair, foi uma comedia, até

achei o corpo que era para ser o seu, e dei sumiço!

— Você sempre dois passos a frente! Mas o que veio de

verdade fazer aqui?

— Dizer que sou ainda apoio a muitas coisas, estou agora na

legalidade, mas não vou deixar de apoiar os grupos que sempre

estiveram sobre a cobertura de empresas que eram de fachada, agora

são reais, mas não vou aceitar provocações, fui a alguns lugares no

mundo e avisei isto, e se chegar perto de uma de minhas mulheres, eu

implodo um pais ou outro, não me custa gerar guerras que me fazem

ganhar mais dinheiro ainda!

— Sei que foi uma má idéia atacar Sena, mas tinha matado

Robert, tivemos de reagir!

— Robert teve a chance de recuar, raramente converso com

alguém, dei a opção dele recuar, não quis, então não me sinto

culpado por ele, muitos nem sabem meu rosto, e morreram assim

mesmo!

— Sabe que quando falavam em você atirando, nunca pensei

que aqueles homens não eram suficiente?

— Vocês nem viram de onde veio os tiros, senão teriam

implodido a casa, mas ai a ação teria sido diferente!

— Mas vamos falar de futuro, então vai continuar a nos dar

cobertura?

— Sim, e se precisar legalizar o dinheiro, tenho algumas

empresas de fachada, e continuo tendo empresas de segurança e

armamento, precisando de algo, me fala!

— Bom ver que não guarda rancor!

— Rancor não dá dinheiro, gera problemas como ter de

implodir 300 prédios!

— Ainda bem que não estavas lá, eles devem estar em

polvorosa!

— Devem, mas deles cuido com calma! – Ri forçadamente JJ;

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Os dois falam de detalhes que JJ não havia ainda passado a

Horst e este comenta depois de quase uma hora de conversa;

— Quer dizer que estava sofrendo a toa?

— Fazer o que, se quiser tocar o esquemas de uma ilha no

caribe é possível, e muito mais seguro!

— Agora entendo por que não o pegávamos, mas por que me

passa isto?

— Faz parte do negocio, quando assumi parte, as pessoas

morriam todo ano, ou a cada dois no máximo, os grandes ficavam

escondidos de medo, e o negocio tinha atraso, cheguei a ganhar

500% em carregamentos no inicio do negocio, com custos

elevadíssimos por que se matavam entre eles, mas isto gerava atraso,

perda de pessoas boas no que fazem, mais atraso, e no fim ganhos

insignificantes, ganhar 3 no lugar de 15 eu acho desperdício!

— I Don’t understand?

— Não o quero morto, vivo faz tudo andar certo, e isto quer

dizer, paz para mim!

— Certo, quer que me mantenha aqui por anos, é isto!

— Sim, não exatamente aqui, onde achar mais confortável e

seguro, mas na posição que está!

— Será que um dia nos entenderemos, esqueceremos o

passado?

— Eu já esqueci Horst, não pretendo perder tempo com isto, as

coisas já estão complicadas sem isto, não preciso de problemas onde

não existe!

— Vai ficar muito tempo?

— Apenas o necessário nada mais!

Os dois se despediram e JJ volta a Cali, falou com alguns,

confirmou o apoio, era próximo das 20 horas quando voaram para

Bogotá, e de lá para Caracas, a noite estava caindo quando o foi

recebido pelo presidente em sua residência, e conversaram sobre

investimentos locais, compra de armas pela Venezuela e coisas do

gênero, Rosa estranhava como alguém conseguia sair de guerras em

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certos países e entrar em paz em outros, ganhara muitos pontos nas

ultimas guerras, entre elas, com o presidente Venezuelano que

sempre teve receio com JJ o empresário, sentiu que as coisas estavam

diferente e lhe deu apoio, se desconfiava dele a ponto de perder bons

negócios em armas, virou parceiro de empresas do grupo;

Dormiram em Caracas em um hotel da rede, e na manha

seguinte, voltaram para casa, os vários JJ faziam acordos no mundo,

mas JJ real, sabia que teria de os parar, e dá suas ordens, assim que

pousa em Brasília, fala com o presidente, deixa Rosa e Cris em um

shopping e voa para Cuiabá, adentra a sede do banco, após pedir

permissão de acesso, Tatiana o recebe com desconfiança, meio arisca,

estranha e fala de negócios, de metas, passa uma pasta de prováveis

bons negócios para ela, falam sobre metas bem audaciosas, parte

delas seria empurradas pelos sócios de JJ em outras empresas, mas o

clima estava estranho, falava de negócios, mas Tati estava arisca,

esquiva, ficou a lhe olhar certa hora e perguntou;

— Mas entendeu os planos, tem algum problema em os

executar?

— Não, eu os entendi! – Fala bem secamente;

— Então o problema é pessoal?

Tati olha para JJ, não queria discutir, e fala;

— Pessoal, mas não referente a você!

— Ótimo! – JJ pega a pasta que esta a sua mão, abre, põem

algumas folhas sobre a mesa, e estende para ela, eram nomes e

telefones, pôs o computador pessoal a mesa e acessou o seu sistema,

anotou as coisas a fazer e não olhou para a moça, sabia que tinha

algo errado, mas só se envolveria se ela pedisse, e salvou os arquivos,

desligou o mesmo, guardou, fechou a pasta e levantou-se;

— Agora tenho de voltar a meu mundinho! – JJ;

Tati olha para o empresário, ainda tinha marcas da cirurgia

plástica, mas estava quase invisível aos olhos, estava a olhar para ela,

falou;

— Estou indo, se precisar de algo, sabe onde me achar!

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Pai

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— Então nos vemos qualquer dia! – JJ a deu um beijo no rosto,

e se direcionou a porta, estava quase saindo quando ela falou. – Já

tem onde jantar?

JJ olha para ela, não tinha como dizer que pretendia até aquele

segundo, jantar em Brasília, olhou seriamente e sacudiu

negativamente a cabeça;

— § —

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— § —

JJ se deixou levar, saíram do Centro Norte no sentido de

Goiabeira, e poucos minutos estava pedindo um Peixe a Pantaneira,

estranhou pois Tati não era muito de quantidades, mas o pedido dava

para umas 5 pessoas comerem, uns dois Joaquim se alimentariam

bem com a quantidade, sentou-se e estava esperando a moça falar,

pensou em problemas com o marido, coisas do gênero, faziam quase

4 meses que não falava com ela, viu ela comer com uma fome que

nunca havia visto, e a ouviu falar;

— JJ, tenho de lhe falar uma coisa, só não sei como?

— Quantos meses? – Fala JJ quase sem sentir;

— Quatro!

— E o que esta pretendendo, sabe quem é o pai, já decidiu o

nome, coisas assim?

— Não pretendo fazer teste de paternidade, mas sei que não é

de quem deveria ser!

— Sabe ou desconfia?

— Sei, eu pedi para ele fazer uma vasectomia a 5 anos!

— Ele deve estar bravo!

— Com razão, não posso nem me defender desta vez, sempre

fui a que pôs as regras, agora não sei o que fazer!

— Poderia ter me avisado para usar uma camisinha, se não

queria!

— Sabe que não somos assim, o que pensa que sou!

— Uma das pessoas mais incríveis que já conheci, mas como

estão as coisas com ele?

— Bem, soube que Kely teve gêmeas, e que são suas!

— Sim, e vem um irmão por estes dias!

— Rosa não havia perdido?

— Sim, mas Priscila vai ter um menino!

— Não perdoou ninguém?

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— Isto não é pecado e nem errado para perdoar, aconteceu,

quer que faça o que, você decide, pois para mim é uma felicidade a

viver, mas tem de ver como fica seu casamento!

— Esta na corda bamba, não sei ainda, demorei para acreditar,

demorei para tomar coragem e fazer o teste e depois a primeira

consulta, é tudo muito recente!

JJ estica a mão sobre a mesa, afastando seu prato e pegando

nas mãos da moça, estava na duvida de o que fazer, as mulheres de

sua vida, estavam lhe dando filhos, ele meio perdido, falou;

— Se quiser eu o assumo, não é problema para mim!

— Mas como fica seu casamento, como você fica saindo a

presidente?

— Terei mais um filho de presidente, nada mais, o importante

é o educar com carinho, mas como você esta, sempre disse que não

queria filhos!

— Estranhando, quase tirei, depois não tive coragem, agora

estou começando a ter reações, dias com muita fome, dias com enjoo,

dias irritada, mas não sei ainda, sabe que se fosse fácil para mim,

nem lhe falava!

— Sei disto, vi que queria falar algo, mas não sabia como!

— E iria embora, sem falar nada?

— Deixei Rosa e a filha em um Shopping em Brasília e vim

para cá, não esperava demorar, depois vi você com aquela cara de

que queria me chutar, mas não sabia por que!

— Esqueço que me meti com um mulherengo!

— Você se meteu, não vi isto acontecer!

— Nem eu, mas aconteceu!

— O que vai fazer? – JJ;

— Tenho de me ajeitar no casamento, depois falamos, sei que

estar aqui com você não facilita!

— Mas se precisar me liga, que venho correndo, esta faltando

algo, precisa de alguma coisa?

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— Não, você me pôs no cargo mais elevado de um estado, mas

veio me dar o que fazer, por sinal, por que faz isto, me facilita a

vida?

— Isto é política, mas nada de se esforçar, qualquer coisa faço

outro fazer a meta!

— O que me passa não dá trabalho para mim, e sim para o

grupo, mas todos fechamos as metas, eles ficam feliz quando

interfere, mesmo não falando!

Os dois conversam mais um pouco, e JJ se despede e pega um

taxi no sentido do Aeroporto Marechal Rondon, e decola para

Brasília, e encontra com Rosa e a filha já no hotel, no restaurante.

— § —

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— § —

JJ senta-se com uma cara de quem ia falar mais merda,

estavam Rosa, Cris e ele sentados ao restaurante do hotel e ela falou;

— Foi ver Tatiana, por isto está estranho?

— Sim, o casamento dela está ameaçado!

— E ficou feliz?

— Fiquei, mas não por este motivo, estou preocupado!

— Ela esta grávida!

— Quatro meses!

— É seu? – Perguntas alto Rosa, ela estava furiosa, estava a

ficar para traz, e ouve ele falar;

— O marido dela fez vasectomia a 6 anos!

— Mas é seu?

— Não sei, mas não é do marido!

— Certo, pode ser seu, mas ela vai fazer o que?

— Esta tentando salvar o casamento!

— E você foi lá fazer o que, apoiar ela?

— Não, fui lá por que o presidente pediu que fosse, problemas

no banco!

— Você não presta mesmo!

JJ olha para Rosa e fala;

— Já sabia disto, vai gritar mais alto?

— Vou! – Meio restaurante olhou para ela após isto, JJ sorriu,

o que a irritou mais ainda, ele estava jogando, pensou ela, e ameaçou

a levantar-se, empurrando a cadeira para trás e falou;

— Quantos mais?

— Esta acabando as opções, faltam 3!

— Três, quem é a terceira?

— Você!

Rosa estava irritada, olha no fundo dos olhos dele;

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— Estou me enchendo disto! – Rosa;

— Sei disto, a 4 meses já não era fácil, mas parecia estar se

achando, o que esta acontecendo!

— Não vou engravidar para sua felicidade!

JJ olha para a moça, estava seria, mas tem coisas que ainda não

tinham conversando;

— Então por que está tão incomodada?

— Você poderia usar camisinha, cuidar, o que esta pensando?

— Que não queria perder nenhuma, e quase perdi todas, sabia

que era suicídio tentar, sabia que era o mesmo não tentar, não vou

negar isto, não neguei antes, os 3 maiores amores de minha vida,

foram as traições mais doidas, você acha que foi fácil, que é fácil,

que vai ser fácil?

— Não, mas pensei que havia superado?

— Rosa, enquanto não for sincera, como quer que seja

sincero?

— No que quer que seja sincera?

— Você.. – JJ fica quieto, se fosse para ele falar, não seria

sinceridade, olha para ela e termina – se não tem nada a falar, deve

ser minha paranoia!

Rosa não sabe o que, ou não desconfia, talvez fosse algo que

ele queria ouvir, não sabia como aquela cabeça pensava, ele sempre

teve informação demais, às vezes isto o induziu a alguma coisa que

ela não sabia e indaga;

— Tem algo errado, sei que você deve estar confundindo algo

J, sei que te amo, mas não quero saber a cada semana que tenho mais

uma a me preocupar, mais um filho a visitar, a ver, a dividir!

JJ se cala, não adiantava, mas mesmo sua posição era cômoda,

estava a aprontar o tempo todo, e querendo coisas como entender,

difícil para a maioria, não eram mulheres fáceis, não eram crianças

mais, mas JJ estava em um sonho, não em um mundo, quando o

mundo se acalmou, estava a cada dia sobrando mais tempo, ele

começava a se preocupar, mas antes de esfriar a conversa fala;

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Pai

21

— Sei que não vai ser fácil, Rosa, sei que estou pedindo

demais, sempre pedi, sou muito rápido nas cobranças mas não

facilito em nada, mas temos de achar um meio termo, senão vamos

nos machucar!

— Você quer todas, e não quer nem que tenha segredos, você

esta centralizando tudo em você, mas não admite que tenhamos nada!

— Verdade, tenho de lhe dar mais espaço, mas sei por que não

quero lhe dar espaço, embora esteja sendo egoísta!

— Por que, se você pode, por que não posso?

— Foi quando dei liberdade a Nádia que a perdi, mas você tem

razão, tenho que afrouxar as pontas!

— Não quero que afrouxe, mas quero saber o que esta

acontecendo, você disse que queria outra chance, mas vamos ter de

ter dois lados neste negocio de ceder!

— Sei disto, as vezes esqueço que estou pedindo demais!

Rosa sorriu, JJ resolveu ir para a defesa, lugar onde ela não

achava bom enfrenta-lo, quando ele avançava, ela sempre descobria

o que ele queria, mas na defesa, não adiantava brigar;

— Quer mesmo ter um filho com cada? – Provoca Rosa,

queria ele no ataque, não na defesa;

— Não depende só de eu querer, como você disse, então não

vou forçar, já que nem estava na negociação de casar com alguém

que não queria filhos, os mesmos!

— Mas acha que vai ter quantos?

— Sonia esta grávida, quase certeza!

— Seu filho da puta! Então falta só eu e Renata, daí estaria

feliz?

— Não depende de mim, já falei!

— Você quer dizer o que com isto?

— Sabe o que quero dizer, ou não sabe? – Falou pensando JJ, e

se Rosa nunca se tivesse dado conta, exames se fazem, as pessoas as

vezes não os lêem, ou não entendem, mas como ela disse que não

queria, não teria como forçar algo assim;

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J.J.Gremmelmaier

22

— Se eu quiser, no que mudaria a historia, tentamos por quase

um ano, e não aconteceu!

— Mas você disse que não queria, por que mudaria de idéia?

— Por que você não disse que só faltava eu e a Renata, ouvi

você dizer para o presidente 6 mulheres e seus filhos!

— Renata nunca foi um relógio como Sonia, não é fácil saber!

— Você fala coisas que não ouço ninguém nem pensar por ai!

— Então terei de cuidar com os meus pensamentos, não sabia

que os estava ouvindo!

Cris riu a mesa, as vezes esqueciam que a menina estava ali;

— Então pode ser que Renata esteja grávida?

— Este sim, espero que seja meu!

— Certo, pode ser daquele traficante do Rio, deixaria ela ir

para o lado dele?

— Rosa, aquele traficante morreu a 3 meses!

Rosa olha assustada, não estava acostumada com JJ ser tão

direto nestes assuntos de vida e morte;

— Mas se for seu, tem uma pontaria terrível!

— Terrível não, eficiente! – Riu meio sarcástico JJ;

— E se quiser ter um filho, como falei, já tentamos, não

aconteceu!

— Se quiser mesmo, pega aquele exame que esta sobre sua

penteadeira a mais de 3 meses e lê, vai ao seu ginecologista, e

falamos depois!

— O que diz lá, pelo jeito você leu!

— Sabe que leio tudo que fica a vista, 3 meses pulando lá, foi

inevitável!

— Certo, o que diz lá?

— Diz que você tem uma Endometriose, tem tratamento, mas

isto você deveria ter lido!

— Então sabia que não podia engravidar?

— Nunca lhe cobrei isto, mas pensei que lesse os seus exames!

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Pai

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— Ler e entender é diferente, quer dizer que sou estéril?

— Não, quer dizer que os óvulos não são liberados,

Endometriose é uma formação de pele, geralmente provocada por

hormônios, se entendi direito, no seu caso é na trompa, então você

não libera o ovulo, pode ate acontecer a gravidez, mas seria de

trompa!

— E não me falaria isto?

— Pensei que sabia, tem ido normalmente ao ginecologista, ele

não lhe falou?

Rosa tenta lembrar de algo, não que lhe tenha vindo a

perceber;

— Não lembro dele ter falado nada!

— Então melhor trocar de ginecologista, sei que isto é difícil,

mas teria de ser alguém que também lesse os exames!

— Você achou que eu sabia disto?

— Pense Rosa, vai ao ginecologista, a cada 30 dias, isto não é

o normal, normal é uma ida a cada 90, foi isto que me fez ler o

exame, pensei que estava tratando, ou fazendo exames, não que

ignorava!

— Pensou que podia ser grave, por isto estava esperando eu

falar?

— Sim, você foi lá, não vi nenhum exame depois daquele,

pensei que estava escondendo e não que não os tinha feito!

Os dois conversam, a conversa ficou seria, desviada do

problema inicial, Rosa até ficou preocupada, JJ estava pensando em

uma possibilidade negativa, pois ele esperou os resultados, sinal que

poderia ter algo mais grave e não conseguiu dormir direito aquela

noite;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

24

— § —

JJ e Rosa chegam com Cristiane a Tijucas, estavam a mais

de 3 meses fora, quando ele deixou a menina na casa da avó e levou

Rosa ao ginecologista, pegou o exame na cômoda, e foi com ela lá;

— Mas agora vai junto?

— Pensei que sabia se cuidar, pelo jeito vou ter de voltar a

ligar as câmeras!

— Esqueci que havia desligado a maioria, que não olhava mais,

nos acostumou mal!

— Sei disto, mas já estamos quase chegando!

— Ele pediu para que fizesse uns exames para verificar as

dores que estava sentindo, mas nunca falou nada!

— Dor é um dos sintomas, Rosa!

JJ foi quieto e o ginecologista estranhou ele vir junto, JJ estava

com o exame antigo e o novo e entrou junto, o medico perguntou se

ele não poderia esperar do lado de fora;

— Não, viemos conversar, mas se não puder acompanhar,

vamos a outro!

O medico estranhou, Rosa passou os exames para o medico e

os dois sentaram-se na frente do medico, o mesmo olhou os exames,

e perguntou; — Continua com as dores, Rosa?

— Sim, dói mesmo se relação sexual!

— Os exames não me mostram nenhum sinal de infecção,

tenho de pedir mais uns exames!

Rosa olha para JJ e este fala; — Vamos procurar um

especialista!

O medico olha para JJ e fala;

— Mas desconfiam de algo, pois dor algumas mulheres

sentem!

— Sim, sabe o que é Endometriose doutor?

— Sei, uma doença normal entre as mulheres!

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Pai

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— Então lê o exame e não fica a pensar em besteira, se uma a

cada dez, que é a media normal, entrar por aquela porta com este

problema, e o senhor não ler o exame, não adianta fazer o exame!

JJ se levantou, o medico estava lendo o exame, estava agora

claro, mas competência não se adquire, se nasce com ela, mas aquele

parecia não conhecer algo que era básico para um ginecologista;

Os dois saem pela porta e o medico viu o senhor sair, sabia que

teria problemas, uma coisa é deixar uma destas moças da cidade com

dor, mas JJ não era qualquer um, e sua esposa, o medico olhou os

demais exames com calma, mesmo com a mente bem longe dali;

Deram entrada em uma clinica especializada no Centro de

Curitiba, o medico ao ver os exames, pediu para prepararem uma sala

de exames, queria uma amostra, fez uma laparoscopia e fez todas as

verificações, precisava verificar se não existia nada nos órgãos

circunvizinhos, saber se não estava se formando um cisto, Rosa

soube nesta hora qual podia ser o problema, algo tratável que pode

gerar um cisto, e as vezes o ter de tirar do útero inteiro, o medico

recomendou um medicamento, para interromper momentaneamente

os hormônios, desaconselhou sexo nos dias seguintes, e foram para

casa, e JJ ligou para os advogados processarem o ginecologista de

Rosa, ela olhou para ele e perguntou;

— Vai descontar nele?

— Não é isto, 10% dos atendimentos ginecológicos tem este

motivo Rosa, quantas estão achando que não é nada, e o rapaz nem ai

para olhar os exames!

— Entendo, mas é tão normal assim?

— É, lógico que perde de longe para doenças sexualmente

transmissíveis, mas infecções na maioria são tratadas apenas com

remédio, o seu caso não, precisa de uma micro cirurgia, mas vai dar

tudo certo!

Passaram na casa da mãe de Rosa, e a mesma alertou a mãe do

que tinha acontecido, no dia seguinte em uma cidade pequena,

estavam aos montes marcando consulta em Curitiba, e o consultório

do ginecologista estava vazio;

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J.J.Gremmelmaier

26

— § —

Dois dias se passaram, muitas ligações, algumas idas a

Curitiba, e voltam ao medico e Rosa ouve;

— Senhora Rosa, como estão as dores?

— Reduziram, mas ninguém me deixa nem me mexer!

— Certo, mas o caso da senhora esta no inicio, tem tratamento,

um conjunto de remédios e um tratamento com laser por

laparoscopia, mas preciso fazer algumas perguntas!

— Sim?

— Tem intenção de ter filhos?

Rosa olha para JJ e depois para o medico;

— Se fosse possível! É tão grave?

— Teremos primeiro de enfrentar o problema, então

geralmente recomendamos antes do tratamento salvar alguns óvulos

para uma fecundação em vitro se necessário, depois fazemos o

tratamento a laser, com medicamentos, e no fim teremos de fazer

todos os exames de volta, as vezes formam cistos no ovário, não é

seu caso ainda, mas por isto sempre fazemos recomendações

anteriores, outra coisa, isto causou uma infecção em uma das

trompas, temos de enfrentar isto também!

— Acha que podemos ter um filho, se tudo der errado?

— O seu caso não é grave, mas gostamos de tomar cuidados

extras, cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém!

JJ sorriu e Rosa o abraçou, entendeu que ainda poderia tentar,

e JJ estava ali ao seu lado, o medico marcou o dia da incisão a Laser,

deu alguns remédios, pediu uns exames, e a moça sentiu-se melhor,

as dores diminuíram, JJ a acompanhou até em casa, mas passaram

nas obras da antiga casa, reformas dizem sempre demorar mais, não

era o caso desta casa, uma vez restaurada as paredes, já se viam as

armações novas, os vidros externos, JJ mandou trazer as coisas que

havia guardado antes do incidente, começaram a refazer acabamentos,

e os dois ficaram a olhar os pedreiros um pouco e tomaram o

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Pai

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caminho do centro de Tijucas, JJ cuidou de Rosa naqueles dias, sabia

que dentro em pouco teria que se ausentar, então estava dedicando

tempo a ela, sabia que algumas pessoas estavam estranhando o seu

sumiço, mas os dias aceleraram e depois da seção a laser, Rosa ouviu

do medico as boas noticias, estava tudo em ordem, teria um

tratamento com remédio, não havia cisto, parecia que teria de

controlar alguns hormônios, tinha que ter consciência que a maioria

das pessoas passavam isto geneticamente aos filhos, como ela tinha

uma menina, teria de falar com ela quando adulta do riscos, fez todas

as recomendações, e ela sorriu ao sair do hospital.

— § —

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J.J.Gremmelmaier

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— § —

Rosa sabia que JJ estava segurando tudo, mas quando o

telefone tocou, no caminho para casa, ele virou-se para ela e

perguntou;

— Como você esta?

— Bem, vamos para onde?

— Porto Alegre!

— Estou bem, vai nascer hoje?

— Estava esperando que ficasse bem! – Sorriu JJ;

— Só tenho de pegar umas coisas em casa, acha bom levar

Cris?

— Eu acho, ela aprende mais em uma viajem que numa aula

de historia, de geografia, sei que tem outro nome, como é agora?

— Não sei, mudaram o nome o ano passado, não me acostumei,

e ela esta na nota, não me mandaram o boletim para assinar!

— Pegamos ela e vamos, desta vez vai ser melhor que da

ultima vez que passeamos por lá!

— Espero que seja, da ultima tivemos duas perdas!

— Mas desta vez acho que esta calmo!

Os dois sorriram, e embarcaram com a menina para Porto

Alegre, foram ao centro, Sociedade Brasileira de Pediatria, e Carlos

estava a ajeitar as coisas a recepção e sorriu ao ver JJ, e falou;

— O sumido apareceu!

— Como estão as coisas?

— Bem, esta Pri é teimosa, sabe bem disto!

JJ sorriu e os dois subiram a um quarto, e JJ perguntou;

— Mas por que ela quis dar o parto aqui, tem até clinicas dela

melhor que esta?

— Ela nasceu aqui, e quer que o filho também nasça!

— Esta é ela, sabe disto, mas o que podemos fazer! – Sorri JJ,

Rosa vê que Carlos recebia bem a presença de JJ, estranhou esta

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Pai

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relação, quase de pai e filho, os dois se davam bem, mesmo a

distancia;

Todos chegam ao quarto, uma enfermeira havia saído a

minutos e olha JJ entrando pela porta e fala;

— Este veio ver se não foge?

— Esta bem, sinal que já posso ir! – JJ;

— Nem se atreva, não pense que vim desarmada por que vou

dar a luz!

JJ levanta as mãos e sorri, como se tivesse sendo assaltado;

— Quer o quer, a carteira, desculpe esta vazia!

Sena sorriu e fez uma cara de dor após isto, JJ chegou perto e

falou;

— Melhor parar de lhe provocar, este é dos meus, vai lhe fazer

sofrer!

— Engraçado, por que diz isto?

— Fiz minha mãe sofrer quando nasci, comecei as dores e

contrações as 7 da noite de domingo, nasci as oito da manha de

segunda!

— Quando me falaram que você era ruim, não me contaram

esta! – Fala meio dolorida, e a enfermeira entra novamente, vê a cara

de dor, o medico ao lado olha para JJ e pergunta;

— O que esta sentindo senhora, sei que esta hora deve ser

doido!

— Doido, quando me falaram que crise renal doía, tive de

experimentar, agora vou ao parto, já posso escrever um livro sobre

isto!

— As contrações estão acelerando!

A enfermeira entra com a maca e JJ fala;

— Vai assistir? – Perguntando para Carlos;

— Não, vão ter de cuidar de mim, vou desmaiar, desmaio até

em sutura de dedo!

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J.J.Gremmelmaier

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JJ sorriu e não se fez de desentendido quando lhe ofereceram

um avental azul, entrou para ver o nascimento de seu primeiro

menino, mesmo que tivesse visto todos os partos, coisa que não o fez,

seria o primeiro menino, desconfiava que este iria sofrer, sentia como

se ele fosse o varão no meio de um tumultuo de meninas, parto

natural, mais sofrido, mas com sorrisos sinceros ao fim da força, os

olhos de Sena se encheram de lagrimas quando viu o menino, JJ não

gostou do que Sena havia falado, mas como negar a ela isto, ela quis

dar o nome de Junior ao menino, Joaquim Jose Moreira Junior, este

teria um peso as costas, não era fácil ser alguém normal, mas levar

este nome, seria o desafio, ou não, mas ter uma mãe destas, já seria

um desafio;

Sena sorriu ao ver o sorriso de JJ, pensou estar ali sozinha

neste dia, sabia que Carlos não iria, mas ao ver JJ ali, ficou mais

relaxada;

Tudo correu bem, Sena era forte, alguém capaz de enfrentar

exércitos, tirou isto de letra, e quando foi ao quarto com JJ ao lado,

ela perguntou;

— Por que veio?

— Não era para vir?

— Não foi ver os de Kely, qual a diferença?

— Sabe a diferença, mas é hora de descansar, não de falar!

— Sei, mas vai ficar ou sair passeando?

— Melhor não sair, posso querer levar o menino, e alguém

atirar em mim!

— Não brinca, quero que saiba que sempre lhe amei!

JJ sorriu, não entedia o que estava acontecendo, mas chegando

ao quarto viu Rosa e Carlos esperando, Cris estava ao corredor, e JJ

falou olhando para Carlos;

— Realmente, veio mais um joelho ao mundo!

Rosa sorriu, JJ não poupava nem os próprios filhos, Carlos riu

e falou;

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— Espero que puxe a mãe, dois feios assim é muita difamação

dos Brasileiros!

— Prefiro que saia ao pai, mas não queira se parecer com a

mãe!

— Não brinca, qual o nome que vão dar a criança? – Pergunta

Rosa;

— Sena quer que tenha o nome do pai, já chega este carma, a

cara não!

Rosa olha para JJ e pergunta;

— Sabia disto?

— Sim, se tivesse me perguntado, lhe tinha falado!

— Joaquim Jose Moreira Junior, este ou vai ser um grande

homem, ou um grande homem, não tem opção, ou a mãe capa, se o

pai não capar antes! – Carlos;

Rosa sorri forçado, vendo a cara da enfermeira com a criança

ao colo, chegando ao quarto, Carlos olhou aqueles olhos e sorriu,

Rosa viu mais uma criança perfeita, Sena olhou a criança, deu de

mamar e dormiu, quando fazia umas duas horas que ela tinha pego

no sono, Junior veio com a esposa, as filhas, e as duas irmãs, Rosa

olhou para a barriga das duas, qual era Sonia, Sonia sorriu e Renata

estava com cara de poucos amigos, isto que tem facilitado aos

demais diferenciar as duas, JJ estava a olhar da sacada, quando Sonia

foi até ele e falou;

— Como esta este mulherengo cheio de filhos, que disse que

não queria?

— Bem, e você, já foi no medico? – Fala passando a mão na

barriga da moça;

— Já sabia?

— Não tive tempo ainda de ir ao Rio, mas como você esta?

— Torcendo por um menino!

— Um menino?

— Sim, assim continua me devendo uma menina!

— Não a quero apenas para filhos, Sonia, não entendeu?

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J.J.Gremmelmaier

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— Mas nos abandonou lá!

— Tive umas idas a Moscou, Tóquio, onde entrei por mar,

pois meu visto esta caçado, Camberra, estou acalmando ainda as

coisas!

— Estava longe, o que estava pensando?

JJ olha para dentro e olha para Renata e fala;

— Como esta sua irmã?

— Ela esta com medo de falar que esta grávida!

— Diz para ela para não se preocupar!

— Mas sabe qual o medo?

— Sei, uma irresponsável, como você falou!

Sonia sorriu e o abraçou, olhou para fora e os dois ficaram ali,

a olhar a praça de cima;

Junior chega até JJ e fala;

— Soube do incidente no oriente?

— Soube, como estão os sobreviventes e as famílias?

— Assustados, mas devem chegar amanha!

— Bom saber, sabe quem foi?

— Dizem que foi o Resbolah mas acho que foi a Cia!

— Sei que foi a Cia, mas não podemos falar, eles querem nos

forçar a fazer burrada, ou contra eles, ou contra o Resbolah!

— E o que vai fazer!

— Como sei que foi a Cia, vou liberar uns armamentos que

estavam presos em um deposito na Palestina, mas ainda não sei se

libero a munição!

— O que esta pensando?

— Não pretendo matar Israelenses por uma irresponsabilidade

da Cia, eles querem nos transformar em terroristas, pois precisam nos

tirar credibilidade!

— Mas sabe o que vai fazer?

— Sim, o deposito na Palestina é da Cia, não nosso!

— Você é maluco, vai os jogar contra Israel?

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— Não, eles que vão liberar a carga, a autorização esta

assinada, os olheiros de Israel foram avisados, e prontos para

aprender as armas!

— Sempre fui a favor dos Palestinos, não gosto disto!

— Também não, mas ninguém esta preocupado com eles, e

poderia ser pior, bem pior!

Junior olha para Sena e pergunta;

— Ela esta feliz!

— Estranho, dois seres que diziam não querer filhos, tendo um

menino!

Junior sorriu e viu que Sonia foi falar com Sena que acordava,

Renata veio a ele e falou;

— Preciso falar com ele, me daria um minuto?

— Ninguém pulando, tudo bem! – Junior olhou para fora –

Dois andares, tem de ser bom para se matar em uma queda assim!

Junior foi falar com Sena e Renata falou;

— Pelo jeito já sabe que Sonia esta grávida!

— Parece que sim, e você?

— Eu o que?

— Vai me contar ou tenho de acessar o sistema!

— Não sei se vou ter, pode não ser seu!

— Você não tem jeito Renata, gosta de sofrer!

— Do que esta falando!

— Não importa quem é o pai, tem de decidir se você quer, o

pai, isto é uma questão de pontaria, de dogma, de sorte, ou mesmo,

de cuidados!

— E o que você acha?

— Quer que de o nome, tudo bem, não importa para mim,

quem é o pai, sei quem é a mãe!

— Não foi o que perguntei!

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— Renata, vou amanha ao Rio, e conversamos mais calmos

sobre isto, não é o melhor lugar! – Fala JJ olhando os demais

olhando os dois;

— Mas se não for seu?

— Mas é meu, não entendeu!

Renata olhou para ele e entrou, ela abandonou o sorriso nos

últimos meses, Sena olha para ele e o chama, estava a entrar, mas

antes olhou para a praça, não tinha sinal de que algo estivesse errado,

e olhou para Junior e falou;

— Sabe que não estou lhe mandando embora, mas se não for,

vou ter de ir!

Junior olha pela janela, olha para Sena a cama e fala;

— Eu vou, pensei que você não vinha!

— Obrigado, ela vai entender!

Junior sorriu, e despediu-se e saiu pela porta, Sena olhou serio

para JJ, ele sorriu, mas sabia que o que estava acontecendo, a regra

básica, sempre alguém em um lugar seguro, ele chegou e sentou-se a

beira da cama e perguntou;

— Como esta mais este Joaquim?

— Bem, dizem que tem a cara da mãe, o que acha?

— Acho que quando tiver 3 meses darei minha opinião, bem

vaga!

— Mas eu acho que parece com você, aparência de calmo, mas

todos se calam quando ele quer!

— Se tiver a sua aparência, e minha personalidade, coitada das

moças, vamos ter netos daqui a 16 anos!

Sena riu, avó não, mas este era o caminho inevitável;

— Queria que soubesse, que mesmo dizendo o contrario, estou

feliz! – Sena;

JJ passa a mão pelo rosto de Sena e sorri;

— Você esta linda, difícil saber o que fazer dentro de alguns

anos, mas por que quer dar meu nome a ele?

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— Elimino esta possibilidade, assim só terá um Junior, o meu!

JJ sorri, estava diante de uma criança linda, a cor dos olhos

poderia mudar, mas algo dizia a ele que manteriam a cor dos olhos

da mãe, pegou o menino no colo, sorriu, estava atordoado, as coisas

estavam tomando um caminho que ele nem pretendia tomar a 2 anos,

mas JJ estava feliz, e passou ao colo da mãe, e sorriu, Renata estava a

sacada olhando ao longe, Sonia sentada ao lado oposto da cama,

Carlos ao lado de Sonia, e Rosa as costas do empresário com a filha;

— § —

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— § —

Dois dias e estavam todos chegando a casa de Sena,

adentraram a casa e Carlos estava a cuidar da segurança, fazia varias

coisas funcionarem na cidade, a informação de que alguém assim

nascia, estava desde os Jornais do Brasil, aos dos USA, a relatórios

da Cia, e lista da Forbs, não era todo dia que nascia um descendente

deste patamar, JJ ri ao ler as noticias na imprensa local, e fala

olhando para Cris sentada a cozinha, tomando um café;

— Como esta menina, as vezes esqueço que deveria estar na

aula!

— As vezes sinto falta, mas a mãe me ajuda depois a

recuperar!

— Bom, mas sabe que tem de ter freqüência, esta regra nunca

entendi, você reprova se não tiver presença, e depois lhe dizem que

se fizer uma prova, que já fez, já passou, pois havia reprovado por

falta, daí eles lhe aprovam e lhe certificam!

— JJ, não complica a cabeça da criança!

A porta Sena havia falado, todos olharam, deveria estar

descansando, mas estava ali, a querer retomar tudo;

— Não deveria estar descansando? – Carlos;

Sena sorriu e sentou-se a cozinha e falou;

— Me serve um café, aquele do hospital era horrível!

JJ riu, foi ela que escolheu dar a luz lá, e agora reclama;

— Como esta? – Pergunta JJ;

— Bem, mas acho que vamos ter de lhe internar! – Fala para JJ,

seriamente;

JJ olhou esperando a bomba, sabia que vinha uma;

— Não vai querer saber por que? – Sena – Vamos lhe amarrar

e fazer o medico fazer uma vasectomia, senão não vai sobrar para

dividir, vai querer por quantos no mundo?

JJ sorriu e falou;

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Pai

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— Não sei, quer quantos?

Carlos sorriu, JJ estava provocando Sena, Rosa estava a entrar

pela porta e vê os dois se olhando;

— Estão brigando?

Sena olha para Rosa e fala;

— Tem de segurar este seu marido, esta impossível!

— Esta falando de que?

— De Sonia! – Sena;

Rosa olha para JJ e fala;

— Não contou para ela ainda?

Sena olha para JJ e pergunta;

— Quantos irmãos ainda vem por ai para Joaquim? – Sena

encara JJ que fala;

— Não respondeu a minha pergunta, por que tenho de

responder a sua?

— E nem você a minha?

— Mas tenho de saber se vai querer mais, para poder

responder quantos!

Sena balança a cabeça negativamente, e olha para Rosa e fala;

— O que ele andou aprontando?

— As gêmeas estão grávidas, e Durval fez vasectomia a 6

anos!

Sena balança a cabeça negativamente e olha para Carlos e fala;

— Se não fosse rico, teríamos de o ajudar a criar este time de

crianças!

Carlos riu, olhando JJ a tomar o café e passar a mão na cabeça

de Cris, que se irritava com isto, parecia que ele fazia para provocar

mesmo, mas o que JJ ouviu depois lhe fez pensar;

— Certo JJ, quer dizer, gêmeos de Sonia, o filho de Renata, a

menina de Tatiana, mas o que queria saber, é se tenho de me

preocupar com o que Louis falou outro dia, que a mãe voltou a Paris

e esta grávida!

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JJ olha serio para Sena e pergunta;

— Angeline esta grávida? – JJ pôs as mãos a cabeça, esta era

uma coisa que ele nem pensou, as vezes esquece de detalhes

importantes, Rosa olhava assustada, e Carlos abriu um sorriso;

— Fazia tempo que não via alguém pegar Loco de surpresa! –

Riu Carlos;

— Sim, ela esta grávida, a pergunta é, quem é o pai?

JJ olha para Sena, sabia que Rosa o estava triturando com um

olhar que evitou, e falou;

— Provavelmente o ―Fou‖!

— Verdade, o ―Fou‖, ti não presta mesmo!

Rosa não entendeu a conversa, mas ficou claro que havia

alguém a mais, o nome era Angeline, Paris, quem seria esta mulher,

JJ não falou nada, olhou o café, tomou um gole, se perdeu em um

pensamento e lembrança, os seus lábios sorriram e sentiu um tapa no

ombro e ouve;

— Poderia pelo menos tirar o sorriso da cara! – Fala Rosa

sentando-se ao lado, que pensou, 6 mulheres, com filhos que podem

ser de JJ, pelo jeito a sexta não era ela, mas se preocupou, pessoas

como Kely, sempre lhe puseram medo por ele não falar dela, agora

tinha outra, surge do nada, e ai vem outro filho;

— Vou ter de ir a Paris pelo jeito! – Fala olhando Rosa;

— Quem é Angeline?

— Uma antiga amiga, Un anarchiste belle femme!

— Uma o que? – Rosa;

— Uma anarquista bonita! – Sena;

— E quando andou vendo a moça?

— Eles se viram nos Estados Unidos, quando ele foi a

Washington por ultimo!

Rosa olha para Sena e pergunta;

— E o que ele pretende com isto?

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Pai

39

— Uma grande família, ele sempre foi louco mesmo, agora

pense, mandamos as crianças para ele cuidar no fim de semana, e

vamos todas passear, ele que se vire!

Rosa riu, casara com um sem vergonha, que não tinha jeito, e

olhou para ele, estava perdido nos pensamentos, pegou o celular e

ligo;

— Pour gentilesa, M. Louis Vince!

A secretaria demorou um momento e Louis veio a ligação;

— Sim?

— Louis, como estão as coisas em Paris?

— JJ, soube que falou com minha mãe, não havia me falado

que a conhecia?

— Ela sempre foi teimosa, ela esta bem?

— Sim, mas as empresas estão bem, tivemos problemas em

algumas entregas vindas dos USA, mas tudo bem!

— Temos de conversar, estarei depois de amanha em Paris!

— Lhe espero, algo urgente?

— Não, mas melhor não deixar para depois!

JJ se despede e vendo as duas o olhar fala;

— Algum problema?

— Vai voar tão rápido para lá, o que tem como ela? – Rosa;

— Provavelmente um filho, mas Louis, não posso perder como

funcionário, vou ter de falar!

— Quando penso que esta pensando na mulher pensa na

empresa, quando esta na guerra, pensa em mulher, quando vai parar?

– Sena;

JJ sorri, tinha alguns complicantes, nesta historia, mas agora

teria de enfrentar;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

40

— § —

JJ voa para Curitiba com Rosa, e quando ela lhe olha ele

fala;

— Sei que fiz merda, mas agora tenho de evitar problemas!

— Você não a ama?

— Nos nunca falamos de amor, não no sentido sentimento,

aconteceu, mas por isto vou lá!

— Poderia ir junto?

— Poder pode, mas não vai facilitar nada, mas sempre pode,

sabe disto!

— Fala como se não quisesse que eu fosse?

— Rosa, quando falei em 6 mulheres, era você a sexta, não

tem nada a ver com Angeline!

— Pensei que estava falando dela, sabe disto!

— Sei, mas o filho de Angeline era até esta informação, minha

aposta para as empresas na Europa, jovem, rápido em idéias e

soluções, uma carta que vou ter de tentar manter, não sei nem o que

fazer ainda!

— Você fala de empresas, mas será que ela vai ver assim?

— Nem vou perguntar a ela, pois ela é uma teimosa como

Sena, não me falou nada, não me ligou, mas acho que falou algo para

Louis, ele pareceu muito estranho ao telefone!

— Acha que ela vai esconder?

— Ela sabe dos sistemas de câmera, acha que já sei, e de uma

forma incomum, acabei sabendo, mas Louis não fala muito com Sena,

aquilo me parecia um recado!

— Vai lá, mas vê se não se complica mais, sempre que o

deixamos sozinho, se complica!

JJ sorri, chega em casa, prepara a mala para inverno e se

manda para Paris;

— § —

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Pai

41

— § —

Aeroporto di Parigi-Roissy, sem demora, JJ olha em volta,

Paris, primavera, uma cidade linda em qualquer situação, mesmo em

guerra ela sempre foi bonita, pega um taxi e vai a sede da JJ, sede de

Paris que há um ano passou a centralizar toda a parte da União

Européia, unindo os comandos de 42 cedes regionais, 502 cedes na

Europa, JJ entra na cede e a secretaria já o esperava, JJ não ia todos

os dias a cede, muitos viam naquele homem uma ameaça, mas seus

funcionários, com 16 salários ao ano, o viam como o empresário,

Louis o recebeu em sua sala;

— JJ, o que o faz se locomover a Paris?

— Precisamos conversar!

— Sente-se!

— Poderia me acompanhar num café, Louis?

O rapaz, olhou estranhando a colocação;

— Sim, quer ir aonde?

— Pode ser no Café Médicis, sei que esta hora é calmo!

— Esta me deixando preocupado!

JJ sorriu e saíram, Louis desmarcou ou remarcou os

compromissos, que não eram muitos, já que sabia que JJ viria, não

deixaria o empresário esperando;

Andaram 6 quadras e entraram no Café, e Louis falou;

— Algum problema JJ?

— Eu que queria lhe perguntar isto?

Louis olhou serio para JJ e perguntou;

— Não entendi!

— Louis, queria que soubesse que o tenho como o rapaz que

por mim tocariam estas empresas na Europa quando não puder mais,

é uma aposta audaciosa, bem a frente de tudo que acontece por ai!

— Obrigado, mas não me chamou para me elogiar?

— Deux cafés! – Pediu para a moça que chegava;

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J.J.Gremmelmaier

42

— Tenho que lhe agradecer, mas fora o ter convencido minha

mãe a voltar, quer dizer, parar de se esconder, ela disse que estava

longe, mas o apartamento dela esta lá, impecável! Não estou

entendendo!

— Louis, eu conheço sua mãe a mais de 10 anos!

— Você conhece minha mãe?

— Sim, eu, Sena, muita gente conheceu sua mãe!

— Esta a dizer que sabia onde ela estava?

— Ela fugiu algumas vezes, toda a vez que a achava, ela sumia,

e iam mais dois anos a procurando, sabia onde ela estava a mais de

um ano, não tinha ido lá para ela não fugir!

— Você já sabia onde ela estava, quando lhe pedi que a queria

achar?

— Sim, eu já sabia, mas queria que fosse decisão dela voltar,

não minha, não sua!

— E a convenceu como?

— Falamos muito de você a 3 meses atrás, ela sempre teve

medo de seu pai, por sinal como ele esta?

— Subindo pelas paredes, parece que ela tinha razão em não

querer voltar, mas vi que pôs a Guerra a lhe dar proteção e fazer a

segurança!

— Quem fez isto foi o próprio Carlos Guerra!

— Ela conhece o Carlos?

— Sim, como falei, algumas pessoas a conheciam, mas o que

quero falar é complicado!

— Você tem algo com minha mãe?

JJ põem a mão a cabeça, vê a moça trazer o café e fala após

tomar um gole;

— Não sei, tive, tenho, não sei exatamente!

— Como não sabe exatamente?

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Pai

43

— Louis, sempre me considerei culpado pela separação dela e

de seu pai, mas isto foi a 10 anos, não a via a mais de 3 anos, e de

repente aconteceu, e ela esta grávida!

Louis deixa o corpo encostar nas costas da cadeira e olha para

JJ e fala;

— Esta a me dizer que meu irmão que esta por vir, é seu filho!

— Sim, é o que estou dizendo!

— Mas por que ela não me disse nada?

— Ela também não me disse nada, Louis!

O rapaz levantou, socou a mesa e olhou para JJ e falou;

— Tenho de pensar!

— Sei disto, e sei que mesmo o perdendo, precisava lhe falar!

— Já falou com ela?

— Não, ainda não!

— E por que veio me falar antes?

JJ olha para o rapaz, ciúmes da mãe era algo comum, não

racional, mas comum, pegou a xícara, tomou um gole e falou;

— É consideração a você, me desloquei do Brasil até aqui para

lhe falar, acha o que?

— Que fui enganado!

— Foi enganado?

— Sim, quando você me trouxe para a empresa, nunca falou de

minha mãe, quando comprou a empresa e me manteve na presidência,

não falou, quando conversamos a um ano, e me propôs esta união,

audaciosa, não me falou, quando iria falar?

— Não ia, se sua mãe não engravidasse, não estávamos

falando de família antes, estávamos falando de empresa, você não foi

escolhido por ser filho de Angeline, e sim, por ser competente, não

foi escolhido por ser filho de Jean, isto não o poria dentro de

nenhuma empresa na Europa, foi sua forma de pensar, que o fez ir ao

cargo, mas se não consegue ver isto, desculpe, repense sua vida

menino!

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J.J.Gremmelmaier

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— Mas você disse que sente como responsável pela separação

de minha mãe?

— Sim, mas na época não tivemos nada, mas antes de me

conhecer, ela estava presa à agressividade de seu pai, não tinha como

sumir, sair, se proteger, você não era mais uma criança, deve ter visto

muito ela apanhar dele, e ninguém na cidade fazer nada!

— Lembro, e o que você fez?

— Apenas ofereci proteção, mas não por mim, e sim por ―Fou‖,

e seu pai não teve como a proibir sair mesmo a querendo matar!

— Esta a me dizer que minha mãe conhece ―Fou‖, o caso mais

complicado da policia local?

— Sim, estou dizendo isto!

— E você que os apresentou, você conhece mesmo o

submundo desta cidade?

— Louis, eu sai do submundo, não precisa saber de detalhes

como estes!

— Mas preciso!

— Não, não precisa, isto pode lhe custar à vida, e mesmo não

querendo, vai sempre ser do grupo, mesmo que saia, nós protegemos

os nossos!

— Sei disto, mas preciso saber, você que apresentou ―Fou‖ a

minha mãe?

— Por que quer saber?

— Por que meu pais diz que ele é muito violento, que é um

bandido, traficante, um desequilibrado, se ela saiu da relação de meu

pai para se envolver como ―Fou‖, tenho de saber!

— Desequilibrado, seu pai sabe o que é isto?

— Serio JJ, qual a relação de minha mãe com ―Fou‖ hoje?

— Um filho que esta por vir!

Louis sentou-se, pareciam discutindo, mas o rapaz sentou-se e

olhou para JJ e falou algo impensável;

— Você é ―Fou‖?

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Pai

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JJ acenou com a cabeça e o rapaz sentou-se de vez, olhou para

JJ e perguntou;

— Meu pai lhe conhece?

— Sim, todos me conhecem, mas nunca fiz parte dos negócios

ilícitos de seu pai!

— Que negócios?

— Os que afundaram a empresa, você assume aos 20 a direção

da empresa, mas ele mantinha tudo em rédea curta, mas não parou de

tentar ganhar dinheiro com o contrabando de armas, no Egito,

Etiópia, Angola, Moçambique, Nigéria, daí a dois anos ele tentou um

negocio na Nigéria, ele já havia pago e enviado o armamento, e um

produtor de armas Americano atravessou o negocio, ele perdeu o

cliente, as armas e havia retirado recursos da empresa para pagar as

armas, e se viu sem alternativa, e teve de achar parceiros para manter

a empresa, só daí entrei em campo!

— Então ele perdeu em um negocio ilegal aquele capital, mas

por que não me disse?

— Isto só ele pode lhe responder, nem todos são suicidas como

eu, que jogo as bombas ao ventilador!

— Mas também não iria me contar isto?

— Louis, não gosto de falar disto, é seu pai!

Os dois terminam o café e o rapaz pergunta;

— Et que dois-je faire?

— Que voulez-vous?

— Je ne sais pas!

JJ olhou para o rapaz e falou;

— Deve estar estranhando tudo isto, mas quando soube tive de

vir lhe falar, não sou de deixar as coisas estourarem por si, as faço

estourar, sou assim!

— Estava pensando em problemas nos Estados Unidos, não

problemas pessoais!

— Não pense que vai ser fácil, ainda tenho de falar com sua

mãe!

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J.J.Gremmelmaier

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— Ela não lhe contou?

— Não diretamente, mas deu um jeito de você falar para Sena

que estava grávida, não fez?

— Nem sei, falei com ela, estava falando que você tinha

conseguido a fazer voltar, nem sei como falei naquela hora!

— Sei que isto chegou a mim ontem, e estou aqui, tenho esposa,

o filho de Sena é meu filho, estou mais complicado do que parece,

rapaz!

— Esta fazendo o que com isto, vão ter tantos herdeiros que

vai me deixar uma bomba a mão!

— Sei disto, mas alguém como você não vai ter medo de uma

empresinha destas!

Louis sorriu e JJ relaxou, pediu algo para comer, e depois de

um tempo, cada qual foi por um caminho, JJ foi a rua Bonaparte 78,

quarto andar, cobertura, e bateu na porta, mesmo tendo a chave;

JJ esperou no corredor, até uma menina atender a porta, e

olhou para a menina e falou;

— It is in the wrong country?

Kara olhou para dentro e falou;

— Angeline, é para você!

Angeline veio de dentro, estava a cozinhar algo, e viu JJ a porta,

sorriu primeiro, depois fechou a cara e falou;

— O que esta fazendo por aqui?

— Só vim ver se estava tudo bem antes de voltar ao Brasil!

— Chegou quando?

— Hoje cedo!

— E já esta indo, veio tratar de negócios?

— Sim, acabei de sair da sala de seu filho, ele esta feliz com a

sua volta!

— Falaram muito?

— Sim, estamos tendo problemas de embarque de produtos nos

Estados Unidos, e ele queria saber se poderia desviar parte para o

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Pai

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México, ou para o Canadá, e falei que as estradas estão piores do que

os portos!

— Pensei que iriam falar de mim?

— Sabe que não tenho como falar nada, mas parece feliz!

— Estou, vi que Carlos pôs segurança para mim, tem sua mão

nisto?

— Não, até estranhei ao ver os carros a frente, o pessoal a rua,

mas nunca é demais ter segurança!

— Fica para o almoço?

— O que esta fazendo?

— Caillé brebis et de pomme de terre croustillante!

— Onde ficaram as coisas leves?

— Engraçado, fica para comer ou não?

— Esta me enxotando?

— Não, mas teria de fazer mais!

— Não se preocupe comigo, estava tomando café a pouco, não

tenho fome!

— Então já esta indo?

JJ sorriu para Angeline e falou;

— Eu venho com mais calma no inicio do mês que vem, daí

passeamos um pouco, faz tempo que não passeio por esta sua cidade!

Angeline sorriu, se despediram e quando a porta Kara falou;

— Will not talk to him?

— Non!

JJ continuou saindo, se despediu de Kara e antes de sair

perguntou;

— Quando tiver um esboço do livro, lhe apresento um bom

editor!

Kara sorriu e saiu;

JJ já estava a rua quando Kara perguntou;

— Não vai falar mesmo?

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J.J.Gremmelmaier

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— Quando ele quiser vai ficar sabendo, não vou dar este prazer

a ele!

— Não entendo você!

— E nem eu ele!

— § —

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Pai

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— § —

JJ foi de avião a Frankfurt e se encontrou lá com a primeira

ministra, depois voou para Arabia Saudita, estava a chegar no

aeroporto internacional de Jiddah, e foi falar com alguns homens e

dar o encaminhamento dos familiares, muitos estavam há dias, 4 dias,

sem saber como retornar, mas quando JJ adentrou o hospital, a

imprensa mundial esperava que JJ falasse, e um árabe perguntou;

وش — ان رب ي ف هو ما ، ال لى Marítima موق ك؟ ع ذل

— Não tenho posição, estamos ajudando as famílias, depois os

seguros serão acionados!

— Dizem que foi um atentado do Hesbolah!

— Dizem não me resolve o problema, nunca imaginei ter

inimigos de uma empresa Brasileira no Hesbolah, mas como

ultimamente tenho me enganado!

— Acha que foi eles?

— Não acho!

— Tem alguma suspeita, senhor?

— Não, aceito as determinações de Ala, e cuido dos de minha

família!

Os seguranças abriram para ele falar e ouviu uma ultima

pergunta;

— Alguns dizem que foi a Cia, o que acha? – Pergunta uma

moça da CBN;

— Pergunta para o rapaz de preto a suas costas, não para mim!

JJ saiu e a moça olhou para o rapaz, e o mesmo encarou o

empresário se retirando, se hospedou em um hotel da rede na North

Corniche, ligou para uns amigos e quando em dois dias tinha

resolvido os problemas retorna ao Brasil;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

50

— § —

JJ foi a casa de Kely, e viu Roberto a porta que lhe falou;

— Temos de conversar!

— Tudo bem! – JJ;

Roberto o conduz a frente da casa, e JJ encosta-se no seu carro

e espera Roberto falar;

— Não é por que ela resolveu que é seu, que vou aceitar que

venha aqui!

— Entendo, mas vim mesmo falar com você!

— O que quer falar?

— Vou ter mesmo de me afastar um pouco, queria saber como

vocês estão?

— Bem, você longe ficamos bem!

— Ótimo, estou indo no inicio do mês para Paris, e vou ficar lá

uns meses, como estão as empresas?

— Bem, mas o que vai fazer lá?

— Arrumar uma bagunça, mas esta tua atitude não vai a manter,

mas você que manda!

— O que quer dizer?

— Quero dizer que ainda não a conhece, esta arranjando

problemas, mas são adultos, se entendam, pois eu desisti de entender!

— Ela vai se acostumar com você longe, sei disto!

— Bom, sabe que quando as pessoas se entendem fica melhor

para mim, quero ver ela feliz, isto que me importa, então não pense

que não estou de olho!

— Prefiro o empresário, não o galinha, ainda mais um irmão!

— Deve ser genético!

Roberto engoliu a raiva, e olhou para JJ e perguntou;

— Mais alguma coisa?

— Não, só diz que mandei um abraço para ela, e não esquece

que ela esta na janela, ela sabe que eu vim!

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Pai

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— Não vai insistir em entrar?

— Não, vim apenas acenar e dizer que espero que se

entendam!

Roberto vê JJ entrar no carro, acenou para a janela sorrindo e

ligou o carro, estava a menos de 50 metros e o celular tocou;

— Vem até o portão e não entra?

— Eu te amo menina, não é hora de briga!

— Mas o que Roberto esta fazendo?

— Lhe protegendo, qual o problema nisto?

— Eu quero lhe ver!

— Vai ter de esperar, mas tem uma mensagem na sua caixa de

mensagem, e obrigado por deixar aquela câmera no quarto das

meninas!

— Sabe que tenho saudades de nossas conversas!

— Também tenho, mas depois pomos em dia, e pelo jeito o

natal no ano que vem, vai ser numa creche!

— Soube que viu o parto de Sena!

— Lá eu podia ir, o que queria, que pusesse Roberto para

correr?

— Não, mas quem mais esta grávida!

— Digamos que apenas Rosa não está!

— Você realmente vai querer encher os 60 quartos?

— 54, vocês não vão querer dormir no chão! – Fala rindo JJ;

— Se cuida, mas não some!

— Não, só tenho de resolver um pulo de cerca em Paris, em

um mês no máximo estou de volta!

— Então tem mais um ai?

— Tem, vou mesmo montar uma creche, a creche do JJ, ou

pode ser a Creche do Loco, uso a figura do personagem do Mauricio

e abro uma franquia!

— Não para de pensar em dinheiro nunca?

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J.J.Gremmelmaier

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— O que posso fazer, com tantos filhos, vou ter de roubar na

presidência, pois como vou dar um bilhão de herança para cada um!

— Sabe que os meus já tem mais que isto, você providenciou,

Junior toca uma empresa de alguns bi, Sena não vai precisar, mas

sabe que direito é direito, mas e não vai ter o seu com Rosa?

— Talvez, tenho de a convencer a tentar!

— Sei, o que mais andou aprontando?

— Nada, mas dentro de um mês estou no Brasil de novo!

Os dois desligaram e Kely olha Roberto a porta e fala;

— Algum problema?

— Não, mas ele lhe faz sorrir, não sorri assim para mim!

— É que não escolhi ele, é você que tento conviver o dia a dia,

ele é apenas alguém que ficou no passado, mas que respeito muito!

Roberto a abraça, e os dois ficam a olhar as duas meninas;

— § —

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Pai

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— § —

JJ passa em Curitiba, vai a cede da Ponto e depois liga para

Rosa dizendo que estava a ir ao Rio, e chega lá com dois dias de

atraso, foi ao apartamento da Barra da Tijuca das gêmeas, e sobe

direto, e Sonia quando olha a porta sorri, ele nem bateu, subiu direto,

se abraçaram e Renata veio a sala, olhou de atravessado e ele fez

sinal para sentar, ela ficou a porta o olhando;

— Ela esta bem? – Pergunta para Sonia;

— Acho que esta, ela não fala nem mais comigo!

— Re, podemos conversar?

— Sim, você esta espalhando filhos pelo mundo, daqui a pouco

vai aparecer um em cada nação que tem a empresa!

— 190 a mais é demais, sabe disto!

— Sei, a casa só tem 60 quartos!

— Senta aqui, ou vai começar tudo de novo?

— Não tem o que começar, o pai de minha criança esta morto,

você o matou, e quer o que, que sorria?

— Não, quero conversar, demorei para poder ficar o tempo que

fosse necessário, não saindo correndo a qualquer chamado!

— Mas foi a França antes de vir aqui!

— Sim, passei lá, 4 horas, 3 conversando com Louis, qual o

problema, você já deve ter olhado isto!

— Você não esta facilitando! – JJ olha para Sonia, não queria

discutir com Renata, e perguntou;

— Como estão nossas meninas?

— Já sabe que são duas?

— Sim, mas não considero pago! – Sorri JJ;

Sonia sorri e brada com Renata;

— Senta aqui de uma vez!

Renata abriu os olhos, e sentou-se e Sonia falou;

— Tem de parar de criar guerra onde não tem!

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J.J.Gremmelmaier

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— Ele provoca!

JJ sorriu, lembrou de uma criança de 7 anos, fazendo birra, a

própria Renata;

— Que papo é aquele de não sei quem é o pai? – JJ;

— Sabe que tem mais chance de não ser seu, do que ser!

— Não pensei nisto quando dei fim nele, poderia o ter deixado

vivo, mas também não era uma boa idéia!

— Fala como se não se arrependesse?

— Re, você não me deu saída, ou eu me livrava dele, e dos

seus, ou poderia mais uma vez sobrar para ou para So, ou seus filhos,

sei a lógica disto, uma ameaça armada, sempre mata alguém!

— Mas e se for dele?

— Gosta de sofrer mesmo, não existiria esta discussão se você

não a tivesse erguido!

— Mas você pensaria sempre nisto?

JJ balança a cabeça e fala;

— Parece que não me conhece, vocês duas são das pessoas que

mais conviveram comigo, das pessoas que são parte de minha vida, e

não me conhecem!

— Na verdade estamos conhecendo um novo JJ!

— Verdade, senão já teria resolvido isto, quando vocês

começaram a se complicar, tinham o que, 15 para 16!

— Você não cedeu antes, mas cedeu, não muda o fato!

— Re, não é uma guerra, é uma conversa, apenas sobre

assuntos mais complicados, mas estamos no começo, e não no fim

das discussões!

— Mas cedeu!

— Sim, todos sabem disto, nunca escondi, assim como disse

para muitos, que manteria Sonia afastada em respeito a sua paranóia,

mas quando vi que não adiantava, a aproximei de novo, quer uma

guerra a cada filho que nascer, vai ficar maluca! – JJ abraça Sonia, e

esta se encosta nele;

— Ela aceita isto, eu não!

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Pai

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— E o que faço com você, é mais maleável que eu, quer um

dia, não quer no outro, quer pela manha, não quer a tarde, quer as

duas e não mais as três!

— Não quero nada mais com você!

— E o filho não é meu?

— Sim, ele não é seu!

— E vai começar a trabalhar quando para sustentar a criança?

Renata olha brava, JJ sempre falava merda, deveria ter

acostumado, mas não tinha, e fala;

— Quer que deixe o apartamento também?

— O apartamento não é meu, sabe disto, não mando aqui, mas

se acha que não quer, se acha que não faz parte disto, eu estaria me

preocupando, tentando me achar, nem que tivesse que suar!

— Eu te odeio!

— Eu não te odeio, sabe disto!

Sonia sorri, era sempre a mesma crise, quando aquilo acabaria,

JJ pega na mão de Renata e ela tenta puxar, ele sorri segurando a

mão dela, e fala;

— Filha, deixa de cena!

— Não quero que me chame assim!

— E como quer que a chame, Renata?

— Sim, é menos pessoal!

— Teremos um filho, que verá que é meu assim que nascer, e

quer algo menos pessoal!

— Não é seu!

— Renata, você sabe que é, não sei por que dizer que não, mas

não vai lhe levar a nada isto, quer que me afaste, desculpa, vou vir

ver Sonia do mesmo jeito!

— Eu.. – tentando puxar a mão;

— Me odeia, e o que mais!

— Me solta!

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J.J.Gremmelmaier

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— Pensei que tinha esquecido! – JJ solta a mão, olha para

Sonia e fala;

— Vamos dar uma volta?

— Vamos, quer ir aonde?

— Nem idéia, passear de lancha!

— Eu não vou! – Renata;

— Alguém lhe convidou? – JJ;

Renata entra brava, e Sonia fala;

— Pensei que vinha por panos quentes, veio brigar! – JJ puxa

Sonia e a beija e fala;

— Quero uma briga longa hoje! – E a beija de novo;

— Sabe que ela pode fazer burrada!

— Quer que fale com ela, pois na sua frente ela sempre ataca!

— Percebi, ela não cede, fica no ataque o tempo todo! – Solta

as costas dele e fala. – Vai lá, me preocupo com ela!

JJ se levanta, como tinha um quarto ali, primeiro foi ao seu,

perdeu um tempo lá, atravessa a sala que estavam e a de jantar, entra

em um pequeno corredor e bate em uma porta, e ouve Renata falar;

— Eu não vou!

JJ entrou no quarto, ela olhou ele e falou;

— Veio terminar a briga?

Renata estava deitada a cama, JJ passou o olhar pelo corpo da

moça e parou em seus olhos azuis e falou;

— Esta ficando mais difícil lhe entender a cada dia!

— Eu não quero que me entenda!

— Mas eu quero lhe entender! – JJ dá dois passos na direção

da cama, Renata atira o abajur sobre ele e fala;

— Não chega perto!

JJ ajeita o abajur sobre o piso de madeira e dá mais dois passos

em direção a cama, Renata se levantou e foi à sacada, odiava isto, ele

deu as costas e foi sair, tem hora que tem de saber recuar, JJ não era

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Pai

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bom nisto, não com quem amava, estava quase a porta quando ela

falou;

— Pensei que teria de me jogar para entender que não lhe

quero!

JJ olha para ela e fala;

— Só um aviso, se matar meu filho, melhor morrer junto,

estou me enchendo de ameaças, de não quero, de provocações que

depois você se faz de desentendida, ainda estou tentando Renata,

mesmo quando você não havia me deixado espaço para isto!

— Vai desistir!

JJ não respondeu, qualquer resposta ia ter contra-ataque, e saiu

pela porta;

Renata se jogou na cama, e começou a chorar, JJ fica do lado

de fora do quarto, Sonia chega perto, ouve a irmã chorando, ia falar

algo, ele pôs a mão em sua boca, pediu um momento, ele queria

pensar, sabia que não tinha acabado, mas não quis arriscar, teriam

pessoas que iria até o fundo do posso, mas Renata, sabe que a muito

deixou de ser apenas ciúmes, ela não se recuperara, pediu para Sonia

voltar a sala, abriu a porta e sentou-se junto a ela, e ficou a olhar para

Renata;

— Voltou, acha que vai conseguir o que?

— Queria acabar com as brigas, mas não estou conseguindo,

você ainda mexe muito comigo, menina, para lhe deixar fazer

besteira!

— Eu lhe odeio!

— Sei disto, pedi outro dia para me deixar tentar transformar

isto em amor de novo, mas não esta dando certo, você não precisa

apenas de mim, precisa se cuidar menina!

— Não sou mais menina!

— Sabe que sempre chamei vocês assim, vícios de linguagem,

mas queria tentar conversar, sem brigar! – JJ a olhava mas de longe,

não chegaria perto, não dera certo a primeira tática, estava em outra,

ele vê Renata se erguer e ir a janela, estava estático, e ela falou;

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J.J.Gremmelmaier

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— O que faria se pulasse?

— Não teria o que fazer, sabe disto, destruiria sua vida, a

minha, a da sua irmã, talvez seja isto que precise fazer, como posso

dizer para não fazer o que tem vontade!

— Não me proibiria de pular?

— Estou aqui para saber o que posso fazer para que não pule,

para que volte a sorrir, mas você não esta querendo isto!

— Quem disse que não quero?

— Você, não com palavras, mas disse, mas o que posso fazer

para que não pule?

— Você não vai fazer!

— O que preciso fazer?

— Larga todas elas, fica comigo, só comigo!

— E o que isto adiantaria? Depois vai querer me proibir de

viajar, ligar, falar, qual o total deste pedido, pois tenho de ver se não

ficaremos negociando uma vida para que não pule!

— Sabe que sou ciumenta, o que espera de alguém assim?

— Esperava não me envolver, mas aconteceu!

— Você não largaria todas, ou largaria?

— Sabe que não tenho como fazer isto, quer o que, ser feliz e

me fazer infeliz, isto lhe que lhe faria feliz!

— Mas eu lhe faria feliz!

— Sim, me afastaria de todos, ate de filhos, e acha que poderia

suprir tudo!

— Sabe que o filho não é seu!

— Renata, para de ser boba, esta no quinto mês, vai nascer um

mês antes do de Sonia, e quer dizer que estava com Quinho todo este

tempo!

— Estava!

— Então realmente não é meu, mas quer me tirar de todas,

para não pular, por um filho que vai jogar na minha cara que matei o

pai dele, o que pretende?

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Pai

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— Ser feliz!

— Eu também, sua irmã também, todos também querem, mas

acho que errei ao me aproximar de você quando as minhas filhas

morreram, sempre faço estas burradas, no talvez, iríamos longe, no é,

não tenho como a ter, e não tenho como a deixar pular, quer o que,

ser internada!

— Não sou maluca!

— Mas se tentar pular, sinal que passou do limite do real, do

aceitável, sabe que isto não vai ter volta!

— Não lhe entendo, esta ai sentado, me chama de maluca, não

concorda com minha imposição, quer o que?

— Lhe entender!

— Mas não esta claro, quero lhe machucar!

— Esta, mas não esta dando certo, você é que esta cada vez

mais machucada, não consegue ver isto?

— Não estou me machucando!

— Eu é que estou, isto que vai dizer?

— Sim, isto que vou dizer!

— Então como lhe chamo, de Renata?

— Por que quer saber, isto não esta em pauta!

— Mas tenho de começar por algum lugar!

— Pode ser de Renata!

— Acha que vai pular quando, Renata!

— Assim que me der vontade!

— Bom, sinal que não deu vontade ainda, podemos examinar

as opções?

— Sim, podemos, mas não chegue perto!

— Sei que não devo chegar perto, e sei por que, então vou

ficar por aqui!

— Por que acha que não lhe quero por perto?

— Você sabe, mas tenho uma proposta, já que não tenho como

largar todas, isto as magoaria, não tenho como lhe deixar pular, pois

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J.J.Gremmelmaier

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me mataria por dentro, não tendo meia opção, me ofereço a pular no

seu lugar, 22 andares deve ser suficiente até para um casca dura

como eu, morrer!

— Você não pularia, você ama a vida!

— Mas já vivi muito, a ponto de ver filhas morrerem, de ver

filhos nascerem, de ganhar dinheiro, de muita coisa que a maioria

nem imagina, você não, ainda tem uma vida a viver, eu já vivi mais

do dobro que você, é uma troca justa!

— Me parece realmente justa, mas teria coragem!

— Se você me convencer que não pula depois!

— Mas por que eu pularia?

— Por que não sei, mas me convença que não vai pular se me

matar pulando!

— Estaria alegre, por que pularia?

— Por que? Não sei, muitas pessoas lhe olhando atravessado,

ter perdido de vez a irmã, o irmão lhe isolando, muita gente lhe

apontando na rua e falando, olha foi aquela que fez Alemão se matar,

você agüentaria isto, se sim, eu pulo!

— Então pule!

— Apenas vou pular da minha sacada, pois a sua, pode parecer

que estou armando, pois vou ter de passar por você!

— Tudo bem!

JJ se levantou, abriu a porta, a cara assustada de Sonia no

corredor, ele piscou para ela, e foi ao seu quarto, Renata foi a

varanda, e ficou a olhar, dava para ver JJ da varanda, ele subiu no

parapeito da janela, olhou para Renata, olhou para traz, e falou,

olhando para Sonia;

— Nos vemos no outro mundo?

— Não pode me deixar assim!

— Não vou lhe deixar, estarei sempre por perto, sabe disto!

— Mas as meninas vão precisar de você!

JJ olhou para Renata, parecia feliz em ver a cena, olhou para

Sonia e falou;

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Pai

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— Sabe que temos um problema?

— Sim, você esta de pé na sacada!

— Não este problema, estamos com alguém feliz a janela ao

lado por que vou pular, isto não é normal, não pode ser tido como

normal!

— Nisto tem razão, mas como vou enfrentar isto sozinha?

— Sonia, confia em mim, olha para mim!

Sonia olhou e viu pela primeira vez o para-quedas as costas,

mas era muito baixo, e falou;

— É maluquice!

— Sim, é maluquice!

JJ inclinou na janela e deixou o corpo pender a frente, Renata

gelou e gritou de pânico, achava até aquele momento que ele não iria,

mas vendo o corpo pender a frente, viu o corpo pender a frente,

fechou os olhos, Sonia correu ao quarto vizinho para que a outra não

fizesse besteira e a puxou pelo cabelo para dentro e falou;

— Acabou, e agora!

— § —

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J.J.Gremmelmaier

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— § —

Renata estava assustada, apavorada, olhou a barriga, pensou

em o que dissera, o que falou, e por um segundo sentiu o chão se

perder e começou a chorar, e soluçar, abraçou a irmã, e esta olhou

com uma cara de até onde ela foi, olhou para a sacada, pensou em

pular, levantou-se, e Sonia a puxou pelo cabelo de novo para a cama;

— Vai aonde?

— Me deixe pular!

— Não posso, você prometeu para ele que não pularia!

— Eu não posso ter ido até tão longe?

— Foi, e ria enquanto ele pulava, sabe que vou lhe internar!

— Não pode fazer isto, eu o amava!

— Sim, mais pela criança, pois quando ela nascer, vai

enfrentar Sena de frente!

— Ela vai me matar!

— Isto não sei, ela me deixou uma noite amordaçada, e

vendada só para aprender a não fugir mais, você deveria ter recebido

uma surra para aprender!

— Mas ele... – Renata tentou dizer a palavra morreu mas não

saiu – você não esta brava comigo?

— Teria motivo para isto, você pediu para ele abandonar todas,

e nem coragem de dizer que é dele o filho teve, ele queria uma saída,

apontou a mais drástica, você não recuou, ele também nunca soube

recuar, não sei como falar para Sena, Kely, Rosa, que ele pulou pela

janela, a seu pedido!

— Eu vou ... – Renata escapou das mãos de Sonia e foi a porta

da sacada, abriu pensando em pular, foi com tudo, estava totalmente

fora de si, e bate com tudo em Alemão, que estava a sacada, camisa

do morro, gorro na cabeça, duas automáticas visíveis a frente, ela

recuou, ele viera assombrar-lhe, voltou assustada para dentro, Sonia

segurou o riso, sabia que Renata iria ficar mais furiosa ainda, mas

como se tivesse algo que JJ fazia por inteiro era irritar, nunca o fez

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Pai

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pela metade, ele adentra o quarto, Renata sentou-se na cama e olhava

assustada para ele, Sonia olhou para ele e falou;

— Pensei que demorava 3 dias para voltar!

— Querendo também se livrar de mim!

— Sabe que não, mas o que fazemos com esta ai?

— Vamos ter de mudar de apartamento, acho que

retornaremos para a Lapa!

— Aquele lugar não quero voltar, Alemão!

— Então que tal a casa de seu pai no morro?

— Também não é uma boa idéia, sempre alguém querendo nos

matar!

Alemão senta-se a cama, e olha para Renata e fala;

— Sabe que você acabou de me matar, para você!

— Você pulou!

— Sim, mas quero deixar claro, que lhe dei todas as chances,

fiz até o limite de tudo, para ver se voltava a si, não tem limite, então

me esquece Renata, pois este tipo de amor não me serve!

— Você pulou, mas eu não queria que pulasse!

— Não ouvi você dizer isto, na verdade a vi rir, torcendo para

eu me esborrachar lá em baixo! – JJ olha para Sonia e fala;

— Então compramos uma casa, não podemos é ficar no 22º

andar esperando que ela acabe com nossas vidas, eu não deixaria

nenhuma de suas filhas perto dela, num apartamento destes!

Renata ouviu, tudo quieta, JJ deixara de a poupar, mas ele

tinha de se convencer que havia acabado, ele sempre cedera a

química que rolava com Renata, estava a tentar se afastar de novo, e

Sonia fez as malas enquanto JJ olhava a moça a cama, estava de

Alemão, não tirou a mascara nenhum momento, ela estava encolhida

na cama, ligou para Junior e explicou o que estava fazendo, e saíram

em direção a região dos lagos, JJ tinha um sitio na região, ele

acomoda as duas, e desta vez abraça Sonia, o passeio do dia,

novamente adiado, mas pretendia fazê-lo;

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— § —

JJ ligou para algumas pessoas, falou com vários enfermeiros,

seguranças e marcou para o fim da tarde daquele dia uma ida ao

medico de Renata, queria saber como estavam as coisas, Sonia foi

junto, sentaram-se a sala do medico, bem atencioso, deveria ter a

idade de JJ, e o senhor perguntou;

— Boa tarde Renata, não tem aparecido!

— Tenho estado ocupada!

— Fez os exames que pedi?

— Não, estes dois me arrastaram para cá, eu não ia vir!

O medico olhou para os dois e perguntou;

— O que esta acontecendo?

— Boa tarde, doutor Cláudio, desculpe incomodar, mas

preciso saber como esta meu filho!

— Você é o pai?

— Ela diz que não, mas tenho quase certeza que sim, mas o

que nos trouxe aqui é outra coisa!

— O que o incomoda?

— Ela esta agressiva, e hoje cedo não parava de falar que ia

pular pela janela, mudamos hoje mesmo para uma chácara, mas estou

preocupado!

O medico olha para Renata e pergunta;

— O que esta lhe incomodando, Renata?

— Estes dois, eles se metem em tudo, agora até no médico

estão me trazendo!

— Mas tem de cuidar da criança!

— Eu não quero a criança!

O medico olhou para JJ e falou;

— Ainda bem que a trouxeram, mas teremos de fazer uns

exames!

— Eu não vou fazer nenhum exame!

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Pai

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— Ela vai, não se preocupe com isto, senhor, viemos bem por

isto!

O medico ligou para a secretaria e pediu para marcar 3 exames,

precisariam ainda de exame de sangue e de urina, e os dois

acompanharam cada exame, nem todos ficariam prontos para o dia

mas estavam começando entender o diagnostico, quando

acomodaram ela num quarto particular da clinica e o medico veio a

eles;

— Senhor Joaquim, temos de conversar!

— É grave? – Renata;

— Sim, é grave, ela tentou um aborto, pelos exames a criança

esta viva, mas ela esta desnutrida, a tentativa de aborto desregulou os

hormônios do corpo, esta com uma infecção causada por isto, que

esta causando uma pequena febre, e por ultimo, são gêmeos!

— E o que o senhor recomenda?

— Acho que a idéia de a internar, em parte é boa, mas dentro

de 3 dias, terá de fazer isto em casa, ela precisa ganhar massa física,

ela parece estar definhando por causa disto!

— Eu sei o que a aflige, doutor, teria como fazer um teste de

DNA nas crianças?

— Mas por que?

— Ela pensa que pode não ser meu, daí seria de um rapaz que

morreu, teríamos de estar prontos para lidar psicologicamente com

isto!

— Entendo, ela gostava do rapaz?

— Não sei ao certo, mas como ele esta morto, ela esta jogando

tudo fora, por pensar que o filho é dele!

— Vou pedir para coletar material para amostra, teria o

material dele?

— Não, mas se não for meu, é dele!

— Vou providenciar, e realmente se for isto, ela vai precisar de

um psicólogo!

JJ concordou e Sonia lhe abraçou e falou;

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J.J.Gremmelmaier

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— Pensei que ela estava se cuidando!

— Ela deveria estar maior que você, nem parece que passou do

terceiro mês, ela esta definhando, temos de cuidar dela!

— E que papo é aquele de pular pela janela!

— Queria ver até onde ia minha loucura, passei dos limites!

Sonia sorriu e falou;

— Mas arrisca demais, se ela pula junto!

— Este era o menor dos problemas, ela vai precisar de

cuidados, o medico disse que ela tentou o aborto a quase 3 meses, e

eu viajando por ai, sem cuidar direito de vocês!

— Re esta totalmente fora de si!

— Sei disto, ela não se recuperou de Murcia ainda, e no lugar

de cuidar dela, fui colocando mais problemas nas nossas vidas, ela

estava tentando se achar, e não conseguiu, engravidou, e quis se

livrar disto, é uma irresponsável mesmo!

Os dois entraram no quarto e ela estava sentada a cama,

olhando os dois entrarem;

— Vão ficar de amaço no corredor, enquanto eu como esta

porcaria?

— O nosso já chega também! – Falou JJ;

— Vocês vão me internar aqui, eu fujo!

— Só se por cima do meu cadáver, então come que assim que

todos os exames estiverem prontos, vamos para casa, mas vai

demorar uns 3 dias!

— Eu quero ir para casa!

— Para pular pela janela? – JJ;

— Não, hospital me deprime!

— A mim também, mas chegamos juntos até aqui, vamos sair

juntos, entendeu! – Sonia;

— Vocês me odeiam, por que estão aqui!

JJ baixou a cabeça, segurou as palavras à língua e Sonia falou;

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Pai

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— Vai continuar batendo nos únicos que lhe amam, quer o que

com isto!

— Vocês armaram aquilo, ele pulou só para me fazer pular

atrás!

Sonia riu, a lógica mostrava isto, mas ela com calma falou;

— Sim, armamos, e você caiu como uma patinha, pensei que a

Renata era a mais esperta das gêmeas, mas não, só faz burrada, uma

atrás da outra, agora vamos tratar de você, se depois de tudo, quiser

pular, pelo menos teremos feito tudo ao nosso alcance!

— Eu odeio vocês dois!

Sonia riu, Renata estava mais infantil que uma criança, parecia

querer ser mimada, mas passou esta época, teria de crescer na marra,

e olhando para JJ ao lado Sonia perguntou;

— O medico falou o que fiz?

— O que você fez?

— Eu tirei seu filho!

— Acha que este é o problema, Renata?

— E qual seria?

— Você esta desnutrida, esta com uma infecção no útero, esta

com os hormônios todos desregulados, e mesmo assim, pensa em me

agredir!

— Mas eu tirei seus filhos, você disse que era bom eu morrer

junto se fizesse isto!

— Sim, mas falei isto a algumas horas, você os tentou tirar a

quase 3 meses!

— Então já sabe o que fiz?

— Agora sei, havia esquecido o que a mãe daquele desgraçado

faz, foi ai que você se aproximou dele, as vezes as coisas passam

desapercebidas da gente!

— E vai fazer o que?

— Não sei, o que faço, você parece querer se matar de

qualquer jeito!

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J.J.Gremmelmaier

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— Eu matei seu filho, vai querer me matar?

— Renata, isto é para você pensar, não para que eu pense, você

pode ter tentado, mas tem duas crianças ai dentro, o medico disse que

estão na metade do tamanha que deveriam estar, você só esta fazendo

burrada uma atrás da outra, agora espero que não tente de novo as

tirar, se não as quer, eu crio, não se preocupe com isto!

Renata olhou para os dois e falou;

— Mas então pode ser que...— Renata olhou a barriga, agora

sim tinha chance de ser do marginal as duas crianças, e olhou para JJ

e falou. – mas e o pai delas, você o matou!

— Você é terrível, mas tudo bem, eu dou um jeito, marginal

nesta cidade, tem de monte, pego um parecido com o desgraçado e o

caso com ele!

— Você não pode fazer isto!

— Verdade, isto já deixou de ser regra, e ainda teria de pagar

um dote, pois com duas crianças de tira colo iriam querer um dote

alto, tudo bem, — JJ olha serio para Renata e fala – Eu crio, não se

preocupe!

— Você..

— Quer parar de brigar comigo, estou tentando ajudar, você

não esta facilitando!

— Eu quero que você morra!

— Isto eu sei, vi que preferia que me matasse, não vou

esquecer isto!

Renata se calou, estava assinando em baixo do que fez mais

sedo, e vê Junior entrar pela porta, veio sozinho, JJ foi para fora com

ele, explicou tudo que estava acontecendo, e Junior entrou no quarto

olhando para Renata;

— Como esta a mais desmiolada de minhas irmãs?

— Eu não sou desmiolada!

— Não, sou eu que tento aborto, que não me alimento direito,

que não vou ao ginecologista, que fica brigando com que lhe ama,

mas parece pelo menos mais animada!

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Pai

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— Onde Alemão foi?

— Disse que tinha de falar com o medico, já volta!

— Pensei que já ia correndo aos braços de Rosa?

— Para de fazer isto com você, irmã, o chuta e depois se faz de

traída, não lhe cai bem!

— E você, não deveria estar cuidando da esposa?

— Sim, mas o que posso fazer, descubro que meu pai pulou do

prédio hoje, é o assunto no prédio inteiro, depois descubro que

abortou meu sobrinho, mas que esta grávida, quer dizer, vou ter de

ajudar a criar dois pequenos seres, e chego aqui, e você nem me deu

um abraço ainda, irmã!

Renata sorri, Junior sempre fora uma peça de ligação

importante das duas irmãs, depois que casou, algumas coisas

mudaram, mas sempre esteve por perto, ela o abraçou e falou baixo;

— Desculpa, sempre lhe trazendo preocupações!

Os dois ficaram abraçados, Junior era um apoio importante

nesta hora, alguém para não brigar, para a deixar calma, mas o

simples entrar de JJ pela porta já mudou o clima do ambiente, Renata

soltou o irmão, sentou-se a cama e falou;

— Junior, quando vai me tirar daqui?

Junior riu e JJ deu meia volta e saiu pela porta;

— Onde ele foi?

— Você não é mais uma criança, Renata, você e ele estão se

comportando como duas crianças!

Renata olhou para o sorriso de Junior e falou;

— Acha que ele vai embora?

— Acho que esta tentando não ir, mesmo você o mandando

embora todo tempo!

— Mas eu quero que ele vá!

— Então esta quase conseguindo! – Sorriu Junior;

Sonia entrou com o medico que falou;

— Você deve ser o irmão?

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— Sim, Manuel Junior!

— O escritor, sabia que conhecia estes rostos de algum lugar!

— Como esta minha irmã?

— Tem de cuidar dela, esta desnutrida, tentou um aborto, — o

medico olhou para a menina e falou – para isto que tem métodos

anticoncepcionais, não quer o filho, evita, mas aborto clandestino,

pode muitas vezes levar a morte da própria mãe!

Renata abaixou os olhos;

— Mas a minha preocupação é com as crianças, pela formação,

estão entrando no sexto mês mas estão com o tamanho de 4 meses,

vamos ter de alimentar bem esta sua irmã, sem a engordar, comidas

saudáveis, balanceadas, e vamos ter de reverter o quadro de anemia!

— Acha que ela tem de ficar internada?

— Acho que em casa se come melhor que num hospital,

poderiam tentar, assim que eu der alta para ela, por em uma casa

térrea, ouvi dizer que ela quis pular de uma janela, e contrata uma

nutricionista, a recuperação geralmente é mais rápida, e dentro do

saudável, não de exageros que só engordam e não nutrem nem a mãe

nem as crianças!

Renata olhou para o medico e perguntou;

— Tem certeza que estão entrando no sexto mês?

— Absoluta, mas tem de se cuidar moça, temos uma infecção

também a conter, mas isto, com antibiótico conseguimos!

Renata vê JJ entrar pela porta, estava ao celular, e olha para ela,

parecia mais calma, termina de falar algo em Francês, se despede e

desliga;

— Como esta nossa criança, doutor Cláudio? – JJ;

— Medicada, não tenho todos os exames ainda, mas assim que

tiver teremos de verificar a condição total, mas ela esta bem?

— E os meus filhos?

— Estão bem formados, apenas muito pequenos, mas nada

muito grave!

— Obrigado doutor!

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Pai

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JJ falou o tempo inteiro encarando a moça a frente, o clima dos

dois não estava bom, JJ sorriu e falou;

— Minha criança irresponsável, espero que não tenha de pular

de uma janela de novo!

O medico não entendeu, mas Junior riu, Renata olhou brava, e

Sonia segurou a risada;

— Vai mesmo continua a insistir que o filho é seu?

— Desculpe, eles são seu, não meus!

— Assim é melhor!

JJ passou pelo medico e sentou-se a beira da cama e falou;

— Teimosa, o que quer? Fora que vá embora!

— Mas é o mais importante!

JJ sorriu e falou;

— 6 meses, estava me traindo a muito tempo menina!

— O que estava falando em Francês?

— Estava falando com um amigo, especialista em recuperação

de pessoas teimosas!

— Mas por que tão longe?

— Para mim, foi só discar, e ele só atender, não existe

distancia nisto!

— Achou engraçado?

— Não, mas conheço apenas dois especialistas, um esta em

Dallas, lá eu nem passo perto, outro esta na França, e temos de saber

a opinião de vários médicos – JJ vira-se para o medico e fala –

Desculpe a sinceridade Doutor, mas minha esposa estava com uma

Endometriose, e o ginecologista dela não via nada de errado nos

exames!

— Entendo sua precaução, mas realmente não gostamos de ser

comparados!

— Sei disto doutor, não estou tirando os seus méritos, mas

temos de verificar as melhores opções, pelo menos sempre faço

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J.J.Gremmelmaier

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assim, mas era apenas uma troca de informações em Francês com um

amigo!

— Certo, mas sua esposa já foi tratada?

— Sim, ela mora em Curitiba, achamos melhor um tratamento

próximo de casa!

Foi inevitável olhar para a moça a cama e os pensamentos do

medico devem ter sido lido por todos no quarto e quando Cláudio

olhou para Renata ela falou;

— Não precisa perguntar Doutor, ele não presta mesmo!

— Desculpe, tenho outros pacientes a ver!

O doutor saiu pela porta e todos se olharam com uma cara de o

que fazemos, e JJ pegou na mão de Renata e falou;

— O que quer saber, não estava ao telefone com nenhuma

delas, mas sabe que isto não lhe diz mais respeito, eu lhe quero bem,

mas tem de se achar antes de achar que ama alguém, estava falando

com ele referente a um psicólogo para você!

— Eu não estou maluca!

— Mas não superou Murcia ainda, e me preocupo com isto,

deixei muito tempo correr livre, parecia que tinha superado, mas de

uma hora para outra, parece que tudo veio à tona!

— Eu não quero que cuide de mim!

— Mas eu vou cuidar, não esta em discussão isto, todos vamos

cuidar de você, acha que vai ficar pulando da janela, como um

maluco a sua frente!

— Você me enganou, cai direitinho, posso jurar que o vi cair!

— Mas eu cai, mas acha que uma quedinha de pouco mais de

60 metros me mata?

— Engraçado, caiu, morreu, bateu as asas e subiu de novo ao

quarto?

— Desculpe, mas onde fui, não se usam asas e sim chifres!

— Esqueci que seu deus é diferente!

— Deus, este não me quer ver nem de relance, sabe disto!

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Pai

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Junior riu, e abraçou Sonia, e falou;

— Estes dois falam assim desde sempre, será que um dia

tomam jeito!

— Acho que ou Renata toma jeito ou vamos ter de deixar os

dois longe um do outro, um diante do outro, é loucura atrás de

loucura, não tem meio termo, tudo ou nada!

— Ele é seu, não se preocupe! – Renata olhando para a irmã;

Sonia estava estranhando ainda, não condizia com a irmã

inteligente, rápida, dinâmica, aquela que conquistava todos, até

Alemão, e olhou de volta e falou;

— Isto já sei, estou tentando descobrir o que fazer com você!

— Eu vou ficar bem!

— Sim, quando a internarmos num manicômio, amarada, pode

ser que me convença!

Renata olha para a irmã, as duas se pareciam muito, mas para

quem tem como imagem de si, o espelho, gêmeas sempre se acham

diferente uma da outra, mas nunca param para pensar no que os

demais acham, pois tem certeza de quem é quem, JJ olha para Renata

e fala;

— Acha que consegue seguir uma dieta?

— O medico disse que tenho de ganhar peso, e não perder!

— Agora foi você que deve ter se achado engraçada!

Renata sorri e fala;

— Por que, vai sair correndo?

— Tem duvida?

— Não, mas se estiver longe, eu prometo comer!

— Comer e vir ao medico, agora com uma freqüência maior!

— Prometo, mas tem de ir mesmo?

— Se não for, não vamos parar de brigar, e tem de ter mais

tempo para mastigar, do que para bradar!

— Verdade, você me irrita, pula de um prédio para me irritar!

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J.J.Gremmelmaier

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— Pensei que foi a única hora que falamos a mesma

linguagem, pois sabe que louco, entendo muito melhor que de

mulher grávida!

— As vezes esqueço que assina o seu apelido todo o ano, este

deve ter sido o deste ano!

— Não, o deste ano fiz a alguns meses, esqueceu que implodi

300 prédios?

— Verdade, não quiseram deixar você pular, você os

implodiu!

JJ riu e falou;

— Pelo menos já esta melhor! – Levantando-se, ele ia sair de

perto, mas Renata não soltou sua mão, ele olhou de volta e falou. –

Me daria um pouco minha mão?

— Ainda não!

— O que esta precisando!

— Que me prometa que não vai sumir, quem vou pedir para

pular de um prédio, e vai obedecer!

— Não pretendo sumir, mas acho que vamos passear um

pouco!

— Vai aprontar mais uma, não quero?

— Na verdade sei que não vai ouvir o psicólogo, então ele

pode até falar chinês, e vai dar o mesmo resultado!

— Pensando em juntar todos em algum lugar?

— Sim, comprei um castelo na região de Paris, e preciso

descansar, seu irmão precisa cuidar melhor da esposa, tirar uns dias,

e preciso deixar você longe dos problemas menina!

— Um castelo, mas pretende o que com isto?

— Não pretendo nada de especial, mas preciso relaxar sem ter

de pensar se tudo esta certo ou errado, e aproveito para por algumas

coisas em dia!

— Mas quem vai? – Renata;

— Você vai amarrada, mas vai, o resto, não lhe interessa!

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Pai

75

— Não vou então! – Renata;

— Eu disse que já deveria ter ido! – Fala olhando Junior;

O rapaz sorri e fala;

— Mas tenho que ajeitar as coisas?

— Sei disto, ela não vai amanha, tem mais três dias internada,

eles querem fazer alguns exames, esta sua irmã esta com inicio de

pneumonia, e com anemia profunda, e um pouco de febre, da

infecção, eles querem pelo menos estabilizar antes, mas se prepara,

vamos gastar um pouco de dinheiro!

— Mas por que comprou um castelo? – Sonia;

— Comecei um livro, agora preciso do lugar, quando vi o

lugar a venda, comprei, saiu mais barato que a casa de Fabiana, então

dá para comprar!

Junior riu, pois sabia que aquilo foi exagero, mas não entendeu

a idéia, sabia que ele queria fazer algo, o outono estava avançando, a

idéia da Europa no verão era sempre gostoso, Junior até lembrou sua

primeira viajem para lá;

JJ puxou a mão e falou;

— As coisas ajeitamos com calma, é para dentro de dois meses,

ainda estou ajeitando as coisas lá, preciso mesmo ficar atento as

coisas lá, então vou acelerar este desenrolar das coisas!

— Eu não lhe liberei!

— Mas não estava mais me segurando, então agora tenho de ir,

cansei de brigar por hoje, já esta noite, Junior, tem certeza que vai

passar a noite aqui, damos um jeito de conseguir uma camisa de

força!

— Daí ela não vai comer, melhor alguém ficar aqui para lhe

dar a comida na boca, pois com camisa de força não vai conseguir

usar as mãos!

— Verdade, mas qualquer coisa me liga!

— Agora as coisas estão tranqüilas, aquela Fátima, esta

pegando o jeito em Curitiba, e me sobra tempo para fugir um pouco!

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J.J.Gremmelmaier

76

JJ estica a mão para Sonia e os dois saem juntos, a cara de

Renata não era de quem gostava disto, mas não iriam mais ceder a

caprichos, Sonia sorriu e abraçou JJ saindo do hospital, pegaram o

carro e foram a um barzinho no Ipanema, sentaram-se e pediram algo

para comer, e depois tomaram uma cerveja, foram fotografados por

alguns repórteres, JJ fez que não viu, Sonia tentava parecer a vontade

até um rapaz chegar a eles e perguntar;

— Senhor Joaquim, podemos trocar uma idéia?

— Lhe conheço?

— Roberval do Globo!

— Senta ai, bebe algo?

— Não, estou trabalhando!

— Eu também, mas o que gostaria de trocar como idéia?

— Senhor, desculpe a intromissão, mas não é casado?

— Sim, sou! – Olha para Sonia e fala. – Conhece Sonia, ela

espera gêmeas que são minhas!

Roberval engasgou, e falou depois;

— Mas o senhor vai assumir isto?

— Roberval, talvez tenha problemas jurídicos dentro de alguns

meses, sempre disse para quem quisesse ouvir, para não mexer com

as minhas mulheres, acha que falava do que?

— Pensei em suas administradoras, sua mulher, a menina dela!

JJ chama o garçom e pede mais uma cerveja, e um refrigerante

para o rapaz;

— Rapaz, quer um furo de reportagem?

— Você vai falar algo mais bombástico que isto?

— Eu não vejo como bombástico, amor não se escolhe, se vive,

se você acredita no padre que diz que tem de ter um amor na vida, e

que não pode superar o amor a deus, eu discordo, amo as pessoas

pelas diferenças, não amo as pessoas por que querem, por que

alguém aceita, nem peço nada em troca!

— Mas quer dizer que assume que tem um caso fora do

casamento?

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Pai

77

— Poderia dizer que tenho um caso, mas estaria mentindo,

primeiro não é um ―caso‖, é uma relação, e não é uma, e sim 5

relações fora do casamento, mas vocês não vão entender isto!

— E acha que alguém votaria em alguém assim!

— Roberval, não quero que ninguém vote em mim por que sou

fiel, por que minha relação vai bem, por que entro em uma igreja

para fazer cena, mas por que as pessoas acreditem que posso somar,

fazer diferente, se elas acharem que não, peço sinceramente, votem

no melhor candidato!

— Mas não quer ser presidente?

— Roberval, eu ainda não sou o candidato, não houve ainda a

convenção, por sinal estamos longe dela, mas se sair não vai ser para

dizer que sou santo, que aceito acordos escusos para me apoiarem,

quem quiser vir, será bem vindo, na verdade se terminar com 7 votos,

estarei feliz, mas não entro em nada para perder, nunca entrei!

— Mas quem são estas mulheres, que disse ter um

relacionamento?

— A minha esposa é Rosa Silva, todos sabem disto, as demais,

elas sabem, não preciso falar, expor elas a repórteres que nem as

respeitariam!

— Mas acha normal? – Pergunta o repórter a Sonia, ela olha

para JJ e este sorri;

— Normal, o que vocês consideram normal, vocês adoram a

palavra amante, mas não entendem que existe uma diferença entre

estar em uma relação, ou apenas ser a amante, sem relação, apenas

sexo, presentes, a parte boa da vida!

— Você quer dizer que não é amante dele?

— Não, JJ me conhece há muito tempo, demorei anos tentando

o seduzir, não foi fácil fazer ele ceder, todos sabiam que tivemos

uma filha, que morreu a alguns meses, mas ninguém se perguntou o

que é estar ao lado de alguém como ele, as vezes o telefone toca, ele

sai correndo, as vezes, tem presidentes ao telefone, as vezes, esta

falando em Alemão com a primeira ministra, as vezes tratando de

problemas em Frances, Russo, Chinês, Coreano ou Japonês, ele não é

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J.J.Gremmelmaier

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homem para amantes, e sim para mulheres inteligentes, você não vai

achar pessoas com ele, que vão ao shopping no fim da tarde, para

gastar o cartão de credito dele, mas pode achar pessoas que

administram impérios, que tem impérios, que estão na estrutura

bilionária que ele montou, não vai achar alguém gritando ao mundo

que tem um filho de JJ, antes dele mesmo o ter assumido, não é uma

questão de moral, e sim, de caráter, sei de pelo menos três bispos no

Brasil que vão bater forte nesta declaração, mas queria saber se eles

são homens para assumir os filhos que tem, quando forem, podem vir

bater!

Roberval anotou, e olhou para JJ e perguntou;

— E o que ela quis dizer com administradoras, empresarias

com impérios?

— Priscila tem mais que eu, Dani toca parte da Brasil

Empreendimentos, Kely que me deu gêmeas lindas é minha sócia na

Ponto, Tati toca a regional do BB do Centro Oeste!

O repórter fala sem sentir;

— Esta a dizer que o filho de Priscila de Sena é seu?

— Sim, ela vai acrescentar o nome Junior para ele, como posso

negar!

— E esta dizendo que as filhas de Kely são suas, este é o

motivo do balançar da relação dela com o empresário Roberto Paz?

— Não deveria estar falando isto, mas meu irmão é burro se

deixar uma mulher daquela novamente livre, mas não a deixarei

desamparada se ele o fizer!

Roberval lembrou da noticia bombástica, ele mesmo escrevera,

que dizia que os dois eram irmãos, e olhando para JJ falou;

— O senhor afirmou que tem uma romance com Danielle da

Brasil Empreendimentos?

— Não, já tivemos a muito tempo, hoje temos uma filha, que

toca hoje a Girassol!

— E quem é esta moça que não peguei o nome?

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Pai

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— Deveria estar gravando rapaz! – JJ pega o celular e fala. –

Qual o seu numero?

— Por que?

— Lhe passo o integral da conversa em áudio, assim revisa

com calma!

O rapaz falou e depois JJ ligou para ele para confirmar se tinha

discado certo, e falou;

— Esta parte nem deveria ter falado, mas como dizia tenho 5

pessoas em minha vida alem de minha esposa, Dani é parte do

passado, não temos mais nada! – Pede mais uma cerveja, Sonia sorria,

ele lhe da um beijo, e depois disto continuou. – Nesta parte eu fui

bem irresponsável, e nisto terei de concordar com a maioria, vão

falar muito mal de mim, mas quando me envolvi com Sonia, me

deixei apaixonar pelas diferenças dela e da irmã, e me deixei seduzir,

ambas esperam gêmeos, e não posso negar isto!

— Teve um caso com as duas irmãs?

— Não, eu não tive um caso, isto é fácil, você escolhe

qualquer uma, bebe um pouco, vão a uma cama e nunca mais nem se

falam, temos uma relação desde que Alemão as tirou do morro, no

dia que mataram a mãe e os avós delas, mas na época, eram crianças!

— E desde quando vocês tem algo?

— Ela fugiu de mim, fiquei 3 anos a procurando!

Roberval olha para JJ e pergunta;

— Mas então confirma todas as fofocas sobre ter tirado Renata

de uma casa de prostituição da Espanha!

JJ olha o garçom por a cerveja a mesa, pensa em como

responder, olhou para Sonia, sorriu e falou;

— A entrevista acabou rapaz!

— Mas..

— Sem mas, respeito é tudo, se não entendeu isto, se manda!

JJ virou-se para um rapaz que o repórter não tinha visto, fez

um sinal, e o rapaz chegou discretamente e pediu para o repórter se

retirar;

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J.J.Gremmelmaier

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— Você esta maluco?

— Para quem pulou de um prédio, isto é fichinha!

— Você vai por tudo a perder!

— Sonia, quando a procurei, lembra da primeira coisa que lhe

perguntei?

— Se tinha certeza que queria isto!

— Sim, não vou esconder, pode ser que perca tudo, mas não

vou deixar de sentir, de fazer maluquices, de dizer o que penso, não

vou ser um santo no Palácio do Planalto, quero poder seu eu, se não

me quiserem assim, não irei!

— Você é maluco mesmo, o mais gracioso dos malucos,

amanha o pais vai estar em polvorosa!

— Sim, e dentro de dois meses, estaremos saído para passear,

vamos passar o verão na Europa, suas meninas vão nascer em Paris!

— Você é maluco mesmo, mas por que disto!

— Nem eu sei ao certo, preciso desligar, e só conheço um jeito

de fazer isto, escrever, e o lugar é ideal para isto!

— Vai escrever historia sobre o que?

— Anjos, com tantos filhos, não poderia escrever sobre outra

coisa!

Sonia o abraçou e falou;

— As vezes acho que estou sonhando!

— Amanha não será um sonho, estaremos em todos os sites de

fofoca, em 10 dias em revistas de fofoca, e se duvidar até alguns

programas de TV, vão aparecer com supostas mães de crianças

minhas!

— E fala com tranqüilidade?

— É só fazer DNA depois de 2 semanas, e processar a TV!

— Você não perde uma!

— Perco muitas, mas como esta, tem de parar de beber menina,

esta grávida!

— Já parei a tempos, estou só no refrigerante!

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Pai

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— Me engana, mas melhor cuidar!

— Sim, mas por que não respondeu a ultima pergunta?

— Eu que estava dando a noticia, não era para ele escolher o

que vai falar!

Sonia sorri, e o abraça, alguns conhecidos passaram pela mesa,

os dois saíram e foram andar a areia da praia, estavam a andar na

praia quando o celular tocou e JJ falou;

— O que esta aprontando, JJ?

— Estávamos falando de você, como esta o Joaquim!

— Falando com quem, pois me ligaram perguntando se ele era

seu filho?

— E tenho como negar ele tendo o nome que você deu!

Sena riu e falou;

— Mas perguntaram outras coisas estranhas, como se conhecia

Rosa, Renata, Sonia, Tati, Dani, Kely?

— Eu estava escancarando um escândalo em cadeia nacional,

mas queria falar com você!

— O que quer falar?

— Vou fazer uma reunião familiar nos arredores de Paris, e

vou mandar um convite para você e para Carlos, espero não ter de os

seqüestrar para que apareçam!

— Acha prudente, as coisas estão tão calmas!

— Calmas de mais, mas vou mandar um convite, não aceito

recusa!

— Para quando?

— Dois meses, espero vocês a partir de 24 de Junho em Paris,

e não quero ouvir desculpas como a Joaquim é tão novinho!

— Vou pensar! Mas o que pretende com isto, não ia sair a

presidente?

— Vamos, mas falamos disto em Paris!

— Vamos?

— Olha os dados que Roberto passou para você!

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— Olhei, teria chance em 8 estados, mas o que quer dizer com

isto!

— Olha a ultima pagina, e falamos depois, não a dos estados, e

sim a geral, mas é cedo para isto!

— Mas não respondeu, o que pretende com isto?

— Se eu não falar, Sena, eles vão fuçar, eu falando, esta parte

fica como informação antiga, conhece aquele ditado, que em política

vale, falem mal, mas só de mim!

— E que papo é este de ter pulado pela janela do prédio no

Rio?

— Estava querendo testar a minha loucura, ainda esta em alta!

— Mas por que fez isto?

— Renata esta internada, ela esta com começo de pneumonia e

anemia profunda!

— E a criança?

— Estão pequenas, mas o medico disse que estão bem, mas

temos de controlar aquela nossa filha!

— Se o problema fosse ser nossa filha, dava uns tapas e

resolvia!

JJ ouve o choro ao fundo e fala;

— Este tem uma garganta boa!

— Se cuida, vê se não some!

Sonia o abraça e o celular toca de novo;

— Tudo bem Rosa?

A ladainha foi a mesma, mas a quarta vez que tocou, JJ olhou

para Sonia, fez uma cara de poucos amigos e atendeu;

— Boa Noite!

— Seu desgraçado, eu vou te matar!

— Durval, como estão as coisas?

— Você declara que o filho é seu, em escala nacional, e atende

como se estivesse tudo bem!

— Para mim esta!

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Pai

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— O que pretende com isto?

— Simples, não quero ninguém encima do muro, ou esta para

dentro, ou para fora, não encima!

— Mas ganha o que com isto?

— Eu, talvez consiga que o partido desista de meu nome a

presidência!

— Esqueci que é maluco para topar isto, mas como eu fico?

— Fica como estava antes, o que mudou?

— Você engravida minha esposa e se faz de correto! Vai se

foder!

— Não gosto do Se como pronome, prefiro sem o mesmo!

— Não entendi?

— Esquece, Durval, imagino o que esta sentindo, mas melhor

se acostumar, ou sai do caminho, como disse, ou entra ou sai, não

quero ninguém encima do muro!

— Você não presta!

— Ouço isto o tempo inteiro, mas lê amanha a reportagem,

eles nem vão notar nas pessoas em terceira pessoa, então relaxa,

outra coisa, vou fazer uma reunião familiar na França a partir de 24

de Junho, você e a Tatiana estão convidados!

— Não faço parte da sua família!

— Infelizmente faz, já que é primo do Carlos, mas isto é outra

historia!

— Mas não nos espere!

— Sabe que se não aparecer, para mim é melhor!

— Não lhe entendo?

— Durval, como a Tati falou, desta vez tem toda a razão, não

tenho como me defender de algo assim, quer o que, que negue o que

agora é consumado, eu não vou fazer isto!

Os dois se despedem e Sonia sorri e pergunta;

— O que pretende reunindo todos em Paris?

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— Na verdade não é em Paris, mas todos sabem como chegar a

Paris, estes Brasileiros se falar em Fontainebleau , não vão saber onde

fica, então se dá um ponto de referencia!

— E onde fica esta Fontain do que?

— Fontainebleau fica ao sul de Melun, que fica a uns 40 km a

sudoeste de Paris, mas se quiser fazer eles se perderem, coloco no

convite, que fica no departamento Seine-et-Marne, ou na região

administrativa de Île-de-France!

— Você gosta disto né, fazer as pessoas ficarem lhe olhando

como se conhecesse cada canto deste mundo!

— Ainda não conheço, mas tenho uma noção básica, pelo

menos de onde tenho negócios, a culpa não é minha que tenho

negócios em mais de 190 países!

— E o lugar é bonito?

— A França é bonita, mas comprei estas terras a alguns anos,

mas resolvi mostrar as minhas maluquices, eu esperava um dia fazer

um hotel lá, comprei um terreno na região e ergui a minha versão do

Château de Fontainebleau, que foi uma das residências oficiais de

Napoleão, a diferença é que queria fazer algo parecido, não igual,

então tem a mesma estrutura arquitetônica, mas não tem como ter o

luxo, o ouro, obras de arte, isto quando estivermos lá visitamos o

Palácio original e você vê pessoalmente!

— Mas então não comprou um castelo, o construiu?

— Sim, assim como tenho dois no Brasil, que transformei em

hotel, um em Gramado, e outro em Petrópolis, mas lá foi em

Fontainebleau!

— Um dia me apresenta estes lugares?

— Vamos a Franca primeiro, mas não aquele esconderijo em

Paris, e sim algo mais bonito!

Sonia sorri, JJ a estavas colocando em seu mundo, sabia que a

pôs a frente de parte das empresas, mas com o esquema montado,

puxaram tudo para as regionais JJ, centralizaram as empresas de

Sena, as coisas estavam redondas, por mais que não tivesse alguém

para comandar;

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Pai

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Os dois estavam caminhando a praia, não se via a segurança,

mas JJ a reforçou, não queria mais traições, e se acontecesse, que ele

tivesse uma chance melhor que a ultima;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

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— § —

Na manha seguinte, JJ nem ligou a TV e nem olhou os jornais,

foi com Sonia logo cedo ao hospital, e mandaram Junior para casa

dormir, Renata tomava um café quando entraram no quarto, e a moça

olhou os dois e perguntou;

— E daí, a noite foi boa?

— Sempre é! – JJ;

— Foi ótima! – Sonia;

JJ desviou da bandeja voando em seu sentido, limpou a roupa,

e recolheu a bagunça, ligou na cozinha e pediu um novo café, pois

havia acontecido um acidente, olhou para Renata e falou;

— Tem de comer mais menina, senão não vai ter força para

nos acertar!

Renata olha irritada, e fala;

— Quem vai me fazer companhia hoje?

— Eu! – Falou JJ;

Sonia sorriu e falou;

— Tenho de ganhar um pouco de dinheiro, e esquematizar as

coisas, eu vou viajar, se você não for, o problema é seu!

— Mas eu não vou!

Sonia riu e se despediu com um beijo de JJ, e o mesmo

esperou chegar a comida, a serviu, e quando ela já estava cheia,

falou;

— Agora vamos conversar um pouco, ou quer dormir!

— Não me deu opção, quer dizer que se não quiser falar com

você, tenho de dormir!

— Pode ver as noticias, mas isto vai lhe irritar mais!

— Quero ver as noticias!

JJ ligou a TV, estava na programação infantil e ela falou;

— Isto que vai me irritar? Caverna do Dragão, de novo, não

cansam disto?

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Pai

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Ela estava a olhar a TV, JJ vai a sacada do quarto a conversar

no celular quando a repórter local entrou no ar com uma noticia;

— Temos cenas da maluquice do empresário JJ de ontem,

pulando pela janela de um prédio da Barra, foi filmada por um turista

na beira da praia, que quando viu o senhor na sacada, filmou tudo!

Passaram o trecho inicial da cena era uma chamada para o

jornal local, depois disto voltou a noticia normal, e no outro intervalo,

passou a chamada do jornal a nível nacional e a repórter falou;

— Temos hoje uma reportagem com um profissional de anos

de experiência, ele escreve para O Globo, e tem algumas

informações sobre a corrida a presidente de daqui a 5 anos, com uma

declaração do presidente do PMDB de que estava tirando seu apoio

ao empresário JJ, depois dos atos de ontem!

Falou de outras reportagens, e no fim viu JJ voltar ao quarto e

lhe falar;

— Como esta os desenhos animados?

— Bons, mas que papo é este de não sair a presidência?

— Quem disse que não vou sair!

— Ninguém, mas algo aconteceu ontem, depois que filmaram

você pulando da sacada?

— Filmaram? Esta nem eu vi!

— Vai provavelmente passar nos dois jornais, o local e o

nacional!

— Sinal que estão sem nada para passar!

Renata estava mais calma e perguntou;

— Quantos exames vou fazer hoje?

— Pelo que contei uns 12!

— Pelo jeito não estou bem!

— Não, as crianças levam tudo que tem de sobra no corpo, tem

de se alimentar melhor!

— Por que elas ainda estão ai, eu achei que elas tinham se ido!

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— São teimosos como o pai, se agarraram a vida, mas tem de

tomar jeito, não é mais uma criança!

— Não queria engravidar!

— Então não fosse lá me seduzir, mesmo eu sem consciência

de tempo, de acontecimentos!

— Sabe que foi das poucas vezes que o senti meu!

— Não, foi a única vez que você foi você, pois sabe bem que

terminei aquele dia com Sena!

— Verdade, você não presta mesmo!

— Renata, o que você quer mais, já perdeu tudo, já largou tudo,

o que quer mais!

— Ter prestado atenção naquela aula de tiro!

— Verdade, daí não precisava ter matado os demais, você faria

o trabalho sozinha!

— Não brinca!

— Quando esta calma, parece brincadeira, mas quando fica

furiosa, desculpe, você não se controla!

— Acho que vou aprender a atirar, e quando estiver nervosa,

saio por ai derrubando prédios!

— Sabe que é relaxante, mas vê se não vira mulher bomba,

pois é relaxante, mas apenas uma vez!

Renata sorriu, mas não tivera graça, e JJ olha para ela e fala;

— Vai querer almoçar o que?

— Vai dizer que não é o padrão de comida normal, que servem

no hospital?

— Sim, mas você pode andar, e podemos comer no restaurante

ali em frente, deve ter um gosto melhor!

— E o medico permite?

— Se tomar todos os remédios, e não atrasar para voltar, eles

nem vão desconfiar!

— Você é terrível, vão nos expulsar daqui!

— Desta é difícil, somos os donos!

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Pai

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— Somos?

— Desculpe, não é mais da família agora?

— Sou da família, mas estranho quando diz somos, parece que

faço parte!

— Quem largou tudo foi você, não fui eu, mas ainda acho que

é capaz de tocar a empresa, ganhar dinheiro e se aposentar aos 40 e

curtir a vida!

— Aposentar aos 40, mas o que vou fazer depois?

— Não sei, ainda não me aposentei!

— Mas vai chegar bem antes à aposentadoria que eu, ou não?

— Não sei, se parar posso morrer, sempre estive na ativa,

mesmo quando sem fazer nada aparentemente, estava a estruturar a

idéia em minha cabeça, somos o que criamos a mente, se não

projetamos nada, não conseguimos nada, se projetamos muito, muito

se faz!

— Acha que devo assumir a Reciclando?

— Agora tem de melhorar, depois cuidar dos filhos, somente

depois que estiverem todos bem, vamos falar de Reciclando!

— Mas acha que não deveria largar?

— Você tinha idéias, opiniões, é a sua praia, mas tem de ver se

quer, é a empresa mais gostosa de tocar que já criei, o castelo na

região de Fontainebleau, era uma região bonita, mas que a muito era

explorada, comprei como reserva, plantei umas arvores a 5 anos,

comecei a idéia de um hotel, que até hoje esta apenas na gaveta, mas

enquanto a idéia estava na gaveta, ergui o castelo, em meio a uma

floresta nova, lagos artificiais, jardim interno, hípica interna, quadras

de jogos, mas o principal, esta em meio a uma área de preservação,

que esta sobre comando da Reciclando!

— Você faz quantos negócios por dia?

— Ontem não fiz nenhum, quer dizer, fiz duas merdas, mas

isto, a imprensa vai cair matando, quando ganho dinheiro, ninguém

vê, e me divirto com isto!

— Você se diverte em ganhar dinheiro?

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— Sabe que sim, principalmente quando vejo que uma idéia

idiota dá dinheiro, ai que mais me divirto!

— Como assim?

— Quando estava começando, eu e alguns empresários

japoneses precisávamos testar a resistência das pilhas com recarga,

se resistiriam a quantidades imensas de recarga, lembro de um amigo

falar, vamos criar algo como um brinquedo, que precise que as

pessoas o alimentem, com energia!

JJ olha para a moça e estica a roupa para ela;

— Lembro de como demos risadas de tão idiota que era a idéia,

quem se proporia a fazer isto, virou febre nos anos seguintes, não só

testamos e aperfeiçoamos os níveis de recarga, que precisávamos

para os celulares novos, como testamos outros componentes, e

principal, nos deu um lucro danado de grande!

— Esta falando dos bichinhos virtuais?

— Sim, muitas crianças tiveram, mas pense, é idiotice, o que

as pessoas ganharam com aquilo?

— Noção de como cuidar das coisas!

— Deveria ter notado na época, que você deixou todos

morrerem!

— Verdade, eu deixei todos morrerem!

Renata termino de por a roupa, JJ nem estava a olhar para ela,

os dois saíram do quarto, e desceram como se fossem visitantes, e

adentraram um restaurante a frente do hospital;

A TV gritava a todos os presentes, quando os dois sentaram;

— A imagem que mostraremos agora, não recomendamos

fazerem em casa, as informações dizem que este apartamento é de

J.J.Moreira!

A cena mostrava ele chegando a sacada, se via Renata na outra

sacada, ele virar-se para traz, não dava a impressão que falara nada,

mas se vê o Pára-quedas, ele inclina, e o rapaz acompanha a queda,

não se vendo a janela mais, o para-queda abre, ele manobra o mesmo,

paira sobre a praia, mexe os comandos e usa o ar quente soprando do

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Pai

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mar e ganha altura de novo, e pousa sobre a sacada do lado, a

imagem volta para a redação e a moça fala;

— Esta cena foi feita ontem pela manha, mas mostra a loucura

do empresário, pular de uma sacada, por esporte, temos a declaração

da representante da empresa, que não soube onde poderia encontrar o

empresário para esclarecimentos!

Renata olha para ele e fala;

— Olha que tem gente que vai querer tentar fazer aquilo, você

é louco mesmo!

A moça que servia as carnes olhou para o senhor, depois para a

TV e perguntou;

— O senhor é JJ o empresário?

— Sim, sou eu!

— Sabe que muitos duvidam do que estão falando por ai?

— E o que estão falando por ai? – Renata;

— Que ele tem 6 mulheres, todas ou já tiveram filhos dele, ou

estão grávidas dele!

Renata sorri e fala;

— Aqui tem gêmeos! – Fala passando a mão na barriga;

A garçonete abre os olhos de espanto e os dois vão sentar, um

cochicho se fez, muitos olharam para a mesa, JJ sentou-se de forma a

ouvir a noticia;

— Quem esta falando que você tem 6 mulheres?

JJ não falou, mas dez minutos depois começou uma entrevista

no jornal local, com Roberval, e Renata olhou a noticia, e sorriu ao

porem sua foto na tela, e sorriu;

— Esta foi a segunda merda de ontem?

— Sim, estava tomando umas cervejas, sua irmã estava no

refrigerante, este repórter apareceu lá e resolvi fazer a noticia do dia!

— Sabe que não lhe entendo?

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J.J.Gremmelmaier

92

— Vai ver no Nacional o presidente do PMDB dizendo que

não pode apoiar um candidato assim, que não respeita as Regras

Cristãs, e a sociedade em si!

— Você deve estar se divertindo, e mesmo assim vamos a

França?

— Sim, vou somar uma sétima a lista, e estaremos prontos a ir

a presidência!

A moça do lado da uma olhada para o empresário, e Renata a

encara com cara de poucos amigos;

— Acha que esta fazendo o que? – JJ;

— Estou afastando as demais, mas que papo é este de uma

Francesa?

— Sabe como é, estava eu, numa praia americana, acabara de

derrubar os 3 primeiros prédios, tinha 45 minutos sobrando, daí

aconteceu!

— Você esta terrível, não vamos poder deixar você nem 10

minutos a solta, daqui a pouco!

— Fala menos e come, viemos comer, e começa pelas verduras,

a carne por ultimo!

— Sempre gostei de comer a carne primeiro!

— Se quer comer a carne primeiro, terei de a bater no

liquidificador!

— Não, assim fica sem gosto de carne, mas tenho de comer

tudo isto?

— Sim, começa pela salada, depois os carboidratos, feijão é

bom, viu que coloquei beterraba e berinjela, estas não podem sobrar

no prato!

— Com você no meu regime, vou engordar!

— Não estamos ainda na parte engordar, estamos no cuidar da

saúde!

— Eu como, mas que papo é este de dizer ao mundo que sou

uma das pessoas que tem um relacionamento?

— Estava bêbado!

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Pai

93

— Sei, esta a querer me por rédeas, eu não sou de aceitar bem

isto!

— Na verdade Rosa é que deve estar dando pulos em Tijucas,

Tatiana em Cuiabá, Danielle em Curitiba, mas muito mais que elas,

Durval me ligou bravo, Roberto me xingou, minha filha me ligou e

perguntou o que tinha falado, Carlos não me ligou, será que esta tudo

bem?

— Ele te vê como um pai, não briga com você!

— Meu pai me espancava, não me serve para referencia!

— Certo, mas o que queria?

— Preciso falar as vezes, não quero que me idolatrem, vou

jogar tudo que tenho contra a imagem de herói que me puseram!

— Mas por que?

— Por que herói só faz as coisas que a sociedade quer, eu

quero fazer o que acho necessário, mesmo que alguns achem ruim!

— O Fascista!

— Sabe como penso, falamos disto desde que era uma criança!

Renata estica a mão para frente, como fazia quando criança e

fala;

— Hai!

— Não brinca, não se pronuncia assim, mas tudo bem!

— Sei disto, a brincadeira estava na pronuncia!

— Vocês duas eram terríveis, como cresceram tão rápido?

— E quem cresceu, acho que esta sonhando!

JJ sorri e acelera o almoço, e os dois voltam ao quarto, o

enfermeiro estava a porta quando eles entraram e falou;

— Andaram onde?

— Eu precisava esticar a perna, acha fácil ficar na cama o

tempo todo!

O enfermeiro sorriu e falou;

— O medico quer falar com vocês, vou avisar que os turistas

voltaram!

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J.J.Gremmelmaier

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— Fazer o que, a culpa é dele, só queria esticar as pernas, mas

uma fila de fãs nas ala da terceira idade, no corredor abaixo, queriam

autografo, fiquei lá tentando proibir que elas o agarrassem!

O enfermeiro riu e ouviu JJ falar;

— É bom não falar para elas que subi, falei que precisava ir

embora!

O enfermeiro estava a sorrir quando o medico pareceu no

corredor, e foi até eles;

— Andaram fugindo?

— Boa tarde Doutor, dando uma volta, sabe como é, quando

todas as TVs falam da gente, temos de nos esconder um pouco!

— Só hoje entendi aquele papo maluco de ontem, achei que

estavam brincando!

— Estava praticando, sabe como é, se alguém pula, talvez

tenha de pular atrás!

— Não teve graça! – Renata;

— Vamos entrar, temos de conversar!

Os três entraram no quarto e o medico falou;

— Temos um quadro de desnutrição, de anemia, de disfunção

hormonal, infecção no colo do útero, quero você sobre cuidados até

amanha, vão trazer uns reforços alimentares, sei que não é bom

comer aquilo, mas queria que tentasse, estou pedindo atenção

máxima para você, não vale sumir, sei que as vezes temos vontades

de comer besteira, e geralmente é para onde os pacientes fogem na

hora do almoço, mas tem de comer coisas saldáveis!

— Não entendeu Doutor, ele me fez comer, beterraba, eu odeio

beterraba, berinjela, não gosto nada de berinjela, e arroz com feijão

reforçado, encheu um prato de verduras e legumes, e só deixou eu

comer um pouco de carne, e no fim de tudo, este ditador ai, quer me

forçar a comer verdura!

O enfermeiro riu, a forma que a moça falou ficou engraçada,

mas o medico falou;

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Pai

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— Melhor não exagerar, sei que a comida não é de restaurante,

mas tem mesmo que comer muitas frutas, verduras, legumes, coisas

ricas em ferro, como beterraba, berinjela e feijão, mas não precisam

fugir do hospital para isto, é só pedir a comida!

— Na verdade precisávamos dar uma andada, as vezes

brigamos demais, e precisamos andar!

— Exercícios são bons, mas tem de cuidar para recuperar

massa corporal, não é fácil ganhar massa, perder é mais fácil,

principalmente com duas bocas a mais!

— Mas acha que qual o quadro mais grave doutor?

— O risco de pneumonia foi descartado, menos mal, a

infecção amanha teremos uma idéia, tem de ter no mínimo dois dias

de medicação, o mais correto seria na segunda!

— Se for necessário eu amarro ela na cama até segunda!

Renata olhou atravessado, mas o medico falou;

— Enfermeiro, aqui não fala o plano de saúde deles, verifica se

cobre tudo, pois não vamos deixar eles descobertos!

O enfermeiro não fala nada, JJ se cala, os dois sentaram-se na

cama e quando o medico estava saindo, perguntou novamente para

ele;

— Por que não pôs o plano de saúde dele?

— Poderia por como dependente da Cassi, mas doutor, ele é o

proprietário do hospital!

O medico olhou para o enfermeiro e falou;

— Tem certeza disto?

— Sim, a direção pediu os melhores cuidados a moça, e a

quem a estiver acompanhando, mas neste momento o próprio J.J.

Moreira a esta acompanhando!

— Então esquece o que eu falei, mas disse que poderia por

como dependente da Cassi?

— Sim, ele tem convenio também, além de outros 3

convênios!

— Certo, mas se a direção mandou cuidar bem, vamos cuidar!

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J.J.Gremmelmaier

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O enfermeiro sorriu e falou;

— Viu o vídeo do senhor pulando do prédio?

— Não, me falaram, como foi isto?

— Ele saltou da cobertura que tem na Barra, ali perto do posto

5, ele saltou, abriu um paragliding, e foi de encontro ao mar, tomou

altura, novamente e voltou a sacada vizinha, estão chamando de

maluquice, mas acho que doidos não calculam algo assim tão bem

estruturado!

— Mas por que ele fez isto?

— Não sei, ninguém falou com ele referente a isto, e ainda tem

o escândalo da relação dele com 6 mulheres ao mesmo tempo, tem

gente querendo processá-lo por bigamia!

— E ele ali, sorrindo como se nada estivesse acontecendo!

— A moça esta mais animada, ontem parecia que teria um

ataque a cada exame, hoje os da manha foram calmos!

— Eles fugiram para comer fora do hospital, vê se melhoram a

comida da moça, melhor que ter ela escapando para comer!

— Peço, mas foram onde, na lanchonete?

— Pelo que ela descreveu, foi algum rodízio com bastante

verdura, viu ela reclamando de comer berinjela, eu também não

gosto muito!

O enfermeiro confirmou os exames e cada qual foi a sua

obrigação;

Sonia vaio ao quarto por volta das duas horas, ficou a cuidar de

Renata, e JJ saiu, tinha algumas coisas a fazer, e começou por passar

pela Reciclando, depois foi a sede da Marítima, e sentou-se, aquele

prédio era novo, sobre parte do antigo cais, espera Junior chegar e os

dois entram a sala do rapaz;

— Pelo jeito quer aparecer, todos estão falando de você de

novo!

— Sei disto, mas deixa eles falarem merda mais dois dias!

— Como esta Renata?

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Pai

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— Descartaram a pneumonia, o que já é bom, mas temos de

cuidar dela direito!

— Pretende fazer o que?

— Tenho de ir a Curitiba, devo estar amanha a tarde de volta!

— Certo, dou um jeito, Sonia esta lá?

— Sim, mas temos de cuidar das duas!

— Vai acalmar as coisas lá?

— Sim, sabe que qualquer dia, é mais fácil morrer de um tiro

de marido ciumento que de um marginal conhecido!

Junior sorriu os dois trataram de detalhes e de direcionou ao

Aeroporto na Ilha do Governador, e embarcou para Curitiba as 4 da

tarde;

As 17:30h, estava a pegar um caro locado e ir a Tijucas,

quando parou em frente a sua casa, Rosa não estava, a casa estava

vazia, entrou, sentou-se no chão, e ligou para o hotel e reservou um

quarto, não foi a casa de Rosa, atravessou a praça, entrou na capela, e

desceu os 6 andares, acessou o sistema, olhou os acontecimentos,

passou algumas instruções, e ficou a observar tudo, pegou o telefone

e ligou para Rosa;

— Boa Noite?

— Não quero falar com você!

— Então não atende!

— Você não presta, achei que estava cuidando de mim, mas

vai lá e escancara para todos, os filhos!

— Falei que iria fazer, sei que deve ter sido pega de surpresa,

mas precisava fazer!

— E quando voltar, não vou estar em casa!

— Onde você vai estar?

— Não lhe interessa!

— Queria que soubesse, que continuo a lhe amar!

— Eu não sei mais o que sinto por você!

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J.J.Gremmelmaier

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— Vim lhe convidar a me acompanhar ao Rio, mas não lhe

achei em casa!

— Você esta em Tijucas?

— Sim, mas não sei onde você esta!

— Não quero lhe ver, volta as suas gêmeas!

— Quer que faça isto, eu faço!

— Você vai fazer de qualquer forma!

— Eu te amo, quando voltar então nos falamos!

— Não vai insistir?

— Rosa, não estava passeando, mas se não entende o que nem

eu entendo, não tenho como condenar, julgar, pedir nada!

— Vai voltar aos braços delas?

— Elas estão num hospital do centro, mas com o tempo você

fica sabendo!

— Hospital?

— Sim, mas com calma Renata se recupera, esta fraca, mas é

forte!

— Mas o que aconteceu?

— Quando voltar falamos, já que não esta aqui para ir comigo,

ainda vou render Sonia hoje a noite, para ela ir dormir! Te amo! – JJ

desliga a ligação e o celular na seqüência;

Pega outro sobre a mesa e olha Kely a cede da JJ e liga;

— Boa noite, por gentileza senhora Kely?

A secretaria a foi chamar e a mesma atendeu;

— Onde esta escondido?

— O que esta fazendo ai, teria de estar cuidando de nossas

filhas, ainda é cedo para voltar!

— Não agüento mais ficar em casa, fazer o que?

— Então vou deixar você se divertir ai, mas só por uns dias!

— Soube que nos quer todos na França em dois meses!

— Mas como esta o Roberto?

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Pai

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— Viajou, deve estar chegando em New York neste instante!

— Não foi o que perguntei!

— Ele esta bravo, mas você sabe o irritar, esta aonde?

— Tijucas, na Capela, Rosa esvaziou a casa, nem sei ainda

onde ela se escondeu!

— Brigaram?

— Não, cheguei agora pouco do Rio, e me deparei com a casa

vazia!

— E foi dar uma olhada, não resistiu!

— Na verdade tinha duas opções, vir para cá, ou para o hotel,

já que nem cama tem lá mais!

— Poderia ter a avisado que ia fazer isto!

— Ela foi a única a ficar sabendo, que um dia faria, mas teria

de parecer natural, como foi ontem, não tenho como saber quando

um repórter vai me cercar, sei que provoquei, mas ela sabia!

— Acho que ela pensava que nunca falaria!

— Sei, mas o que posso fazer!

— Já jantou? – Kely;

— Não, alguma idéia?

— Passo ai em 20 minutos!

Kely desligou o celular e o mesmo tocou novamente;

— Fala?

— Preciso falar com você, para ontem!

— Urgente?

— Sim, nunca vi Durval tão abalado!

— Onde ele esta?

— Foi para Curitiba, deve estar chegando na sua casa em

Tijucas por esta hora!

— Vou amanha cedo a Cuiabá e falo com você!

— Mas vai fazer o que?

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J.J.Gremmelmaier

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— Estova no Rio de Janeiro, Rosa esvaziou a casa de Tijucas,

ainda não sei onde ela se escondeu!

— Ela não gostou?

— Amanha falo com ela, deixa acalmar seu marido!

— Ele disse que vai pedir a separação!

— Você quer separar?

— Não, mas ele tem seus motivos!

— Deixa eu falar com ele, depois passo ai!

JJ desliga e liga para Kely;

— Oi menina, pode me fazer um favor!

— Estou quase decolando!

— Poderia adiar 20 minutos para sair daí?

— Posso, algum problema?

— Não, é que tem uma pessoa querendo falar comigo, mas

nada demorado!

— Pego você em 40 minutos!

— Beijo!

JJ pegou as armas e as pôs as costas, pôs um colete a prova de

bala, a jaqueta de couro, dois celulares, e subiu com o elevador,

sentou-se a capela, se tinha uma coisa que uma cidade pequena tinha

de vantagem, é que mesmo tendo apenas uma pessoa na capela,

quando ele apareceu lá, e sentou-se, sabia que a cidade falaria onde

ele estava, já que todos viram Rosa esvaziar a casa, todos esperavam

isto dela, e ela fez, ficou a pensar, Rosa estava certa, estava a olhar a

estrutura, quando ouviu uma voz;

— Seu desgraçado, vim acabar com isto hoje!

JJ nem olhou para traz e falou;

— Durval, o que pretende?

— Eu vou lhe matar, tenho de lavar minha alma, limpar minha

honra!

JJ levantou-se e olhou para ele, esticou os braços para cima, e

falou;

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Pai

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— Então me mate!

— Acha que não vou puxar o gatilho! – Durval tremia, e JJ

falou;

— Acha que muda o que, eu morto!

— Me sinto melhor!

— Preso você não vai sentir-se melhor, mas se acha que me

matar muda algo, puxa o gatilho!

JJ estava de mãos para cima quando um segurança chegou por

trás de Durval e falou;

— Melhor baixar a arma!

Durval olhou assustado para o segurança, tirou a arma da mira

de JJ, que virou-se para o segurança e falou;

— Rapaz, pode ir, Durval é uma amigo! – JJ.

— Senhor, ele esta armado!

— Rapaz, pode ir!

O segurança olhou assustado, mas cumpria ordens, e se retirou,

Durval voltou a esticar a arma par JJ e falou;

— Esta achando que não vou puxar o gatilho!

— Durval, se for atirar, atira de uma vez, mas se quiser

conversar, baixa isto!

— Eu vou te matar!

— Não seja burro, vai acabar com sua vida por algo que não

tem como mudar!

— Eu posso lhe matar, depois mato ela!

— Você pode até ter uma chance de me matar, mas no

primeiro tiro, este lugar enche, eu morro, mas ela vai ter a criança, e

não tem como evitar isto, acha que pretendia que fosse assim?

— Não, soube que Rosa lhe deixou!

— Sabe que as coisas são tão previsíveis, mas pensei que

amava Tati, não é verdade, quando tinha os casos fora do casamento,

achava que era para sentir-se melhor, mas sinceramente achei que

amava ela!

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J.J.Gremmelmaier

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— Eu a odeio, você me fez a odiar!

— Ninguém que ama de verdade, transforma amor em ódio, eu

mesmo pensava que era fácil transformar amor em ódio, mas o

verdadeiro amor, deixa-nos uns idiotas, deixamos elas nos matar por

este amor!

— Você não sabe o que é amar, só sabe possuir, vem com este

papo de amor, mas só sabe cobiçar!

— Durval, eu realmente cobiço o que quero, desejo, não minto,

eu mato quem odeio, não lhe odeio, eu roubo se for necessário, eu

minto normalmente, até para mim mesmo, eu não amo deus acima de

minha existência, não sou capaz de imaginar um deus, que para me

salvar, exige que o ame acima de mim mesmo, mas se o amar acima

de minha existência, para que quero me salvar, ele que se salve, pois

amar é isto, eu amo algumas poucas pessoas, acima de mim, acima

de deus, mas não nego isto!

— Você fala contra deus dentro de uma capela!

— Durval, isto esta dentro de minha propriedade, esta capela,

repassa para instituições de caridade o montante que deixam nas

caixinhas!

— Isto é seu?

— Lógico, acha que a segurança me acompanha a rua?

— Eu vou te matar!

JJ ainda estava com os braços para cima, sabia que era uma

arapuca, quando se estica os braços, se abre um pouco as pernas, a

pessoa tende a mirar no peito, e não na cabeça, mas sempre era

arriscado, pois o rapaz tremia demais, JJ encara Durval e fala;

— Se vai atirar, atira de uma vez!

Durval o mirava, os rapazes da segurança estavam ao longe, se

via eles pela armação de vidro, JJ estava se enchendo e fala;

— Decide, ou me mata, ou abaixa esta arma!

— Eu..

— Vou te matar...! — Fala JJ;

— Esta tirando sarro, você não sai vivo daqui!

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Pai

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— Durval, tenho um compromisso em vinte minutos, esta me

tomando tempo!

— Você não vai sair!

JJ vira-se para o rapaz e fala;

— Quer uma motivação, eu amo Tatiana Guerra, ela é especial,

inteligente, não treme diante de ameaças ou de coisas que ela quer!

Durval esticava a arma mas ainda não tinha atirado;

— Pelo jeito não esta motivado ainda! – JJ puxa uma das

automáticas e mira nele e fala;

— Tem 10 segundos, ou atira, ou abaixa a arma!

Durval tremeu mais, os seguranças estavam lá fora, um deles

até sorriu, e JJ vê o rapaz puxar o gatilho, ele abre levemente o braço,

sente o impacto da bala no peito, dá um passo atrás, dá um tiro com a

outra mão que puxou a arma as costas e a arma de Durval voou longe,

deu não mais de dês passos e falou, colocando a arma as costas;

— Muito bem, esta sentindo-se melhor!

Durval tremia, olhava assustado, os tiros fizeram varias

pessoas chegar a capela;

— Você não morreu!

JJ vira-se para o segurança e diz;

— Tem um quarto no hotel dos Mergulhões, reservado para

mim, acompanham o rapaz e acomodem lá, devo estar de volta em

umas 5 horas!

Durval olhou meio perdido para JJ, via-se o furo na camisa, e

falou;

— Eu ainda lhe mato!

— Eu sei, mas temos de falar a serio, mas os rapazes vão

proibir que faça besteira antes de eu voltar, esteja pronto, voamos

para Cuiabá as 8 da manha!

JJ olha os seguranças e vê Kely entrar pela porta da frente da

Capela, olha Durval e pergunta;

— Tudo bem?

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— Sim, ele tentou me fazer um buraquinho! – Fala pondo o

dedo no buraco da camisa;

— Você é maluco!

JJ sorriu e abraçou ela e falou;

— O que tem em mente?

— As meninas estão no carro, queria lhe mostrar um lugar!

JJ a abraçou e saiu pela porta, o olhar de Durval estava fixado

nele, viu ele entrar em um helicóptero, e sair ao norte, achou ser o

norte;

JJ olha as filhas em um carrinho adaptado ao helicóptero, mal

tinham decolado, e o helicóptero começou a descer, era uma praça,

olhou em volta, sorriu e olhando ao longe, viu as grandes estatuas,

Horus, com uma imensa pedra a mão, outra esticada ao teto, uma

imensa imagem holográfica se estendia ao céu, olhou nos olhos de

Kely e falou;

— Isto é quase entrar em um sonho!

— Imaginei, terminaram de instalar hoje, sabe que eu achei

que ficou incrível!

JJ olha em volta, ajuda a soltar o carrinho duplo das meninas,

as cobriu, olhou elas, estavam lindas, uma tradição estava se fazendo,

as crianças de JJ puxaram até então as mães, o que era um grande

alivio ao pai, as pôs ao chão e virou-se ao piloto e falou, se quiser ver

algo em primeira mão?

O mesmo estava a olhar do comando, pareciam mesmo estar

dentro de uma cúpula de pedra, uma grande caverna, JJ olhou a

estatua da menina, e sorriu, um parque temático, pronto, JJ virou-se

para Kely e falou;

— Ficou melhor do que pensei!

— Estamos esperando um mês para inaugurarmos!

— Mas se esta pronto!

— A casa do Mikey não esta pronta! – Apontando no sentido

da pedreira, sua casa, JJ riu e Kely estava o conduzindo, chegaram a

praça de alimentação, tinha muitos funcionários ainda ali, olhando

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admirados a cúpula, estavam a refeição da noite, ainda tinham muitos

detalhes a implantar, mas estava a cada vez mais bonito. – Boa parte

já esta com os treinamentos feitos para tocar os brinquedos, devemos

começar a montar as estatuas que chegaram ontem de navio, os

contêineres estão chegando, montamos apenas Horus ainda!

— Estou vendo, ficou muito bom, sabe que quando pensei em

erguer este parque a 10 anos, parecia um sonho, hoje sei que esta

quase pronto, um sonho virando real, não sei se viu os novos projetos

que passei para a parte norte!

— Vi, nunca pensei em algumas idéias pareciam tão malucas

como esta cúpula noturna, e a vendo sei que suas idéias sempre

estiveram a frente de tudo, o prefeito já aprovou o metro aéreo com

parada na praça principal, estamos erguendo as torres, deve estar

instalado em 20 dias, temos as duas montanhas ao fundo, sabe bem o

que estou dizendo?

— Sei, a montanha do rei, uma replica da pedra da gávea, mas

no da imaginação antiga, com a entrada para a caverna interna,

aquela suposta caverna!

— Tão suposta como aquele seu buraco lá!

JJ sorriu e falou;

— Mas vamos comer aqui?

Kely olhou JJ e falou;

— Nem viu nada ainda!

Um segurança trouxe um carinho e os dois entraram, foram no

sentido da grande imagem de um rei esculpida num morro diferente

do que é o da gávea atual, e sim uma suposição antes do seder da

terra que formou alguns lugares incríveis no rio, chegaram pelo lado

que tinha um grande lago, de pouco mais de 20 centímetros de água,

como se fosse um mar de água transparentes, mas era água, areia e

vidro, estavam a subir por uma estrada lateral, e chegam ao portal da

pedra da gávea, um grande portal, azulado, Kely solta o carrinho das

meninas, e entram por pressão, pressionando um dos tantos pontos da

pedra, ela sedia como um liquido azulado, tinha de se ir empurrando,

e ia se abrindo, aquilo não era algo para pessoas claustrofóbicas, mas

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J.J.Gremmelmaier

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depois se via uma grande sala, com 12 portais, cada qual dava a uma

atração, JJ viu que Kely passou fácil com o carrinho, a idéia de até

deficientes poderem se divertir poderia funcionar, escolheu a porta

ao meio, a com o símbolo Fanes, e foi mais um pouco de força e

quando saíram do portal, primeiro a escuridão, depois um rapaz

passou aos dois, óculos de visão noturna, foram andando pelas ruas

esculpidas, prédios vazios, criados em fibra, mas pareciam reais, a

idéia dos prédios ao centro serem mais alto, e na saída do portal

serem baixos, dava para acompanhar a falsa gruta, algo gigantesco, a

estatua não estava lá, não a de Horus, e sim uma pequena estatua em

tamanho natural de Lili,

Tinha uma restaurante no lugar, com muitos equipamentos,

com idéia ao escuro, e quando sentaram-se ao restaurante, não estava

funcionando, mas Kely pegou uma sacola no carrinho de Mirelle e

pôs na mesa dois refrigerantes, pegou duas mamadeiras, e dois

sanduíches de mortadela, sentaram-se e Kely falou;

— Hoje é um dia importante, mas ninguém iria comemorar!

— O que comemoramos hoje!

— J, o parque assume sua ultima fase, pode ver, falta apenas as

estatuas, legal que neste lugar, não foi usado um centímetro cúbico

de tinta, esta tudo no bruto, mas no escuro, com a mascara, ficou

ótimo, e se a tirar, tudo fica negro, tem de ver como ficou o mundo

dos ninfas, ficou ótimo!

— Quando falei em criar 6 morros artificiais nestes campos de

arroz, ninguém nem entendeu!

— Verdade, mas a idéia de criar tudo, e depois sobrepor, fez as

idéias tomarem forma aos poucos! – Kely alcançou um sanduíche

para ele e falou;

— Mas uma comemoração assim, somente com uma comida

no mesmo nível!

JJ sorriu e falou;

— Verdade, lembro quando sentávamos ao campo de futebol,

lá no politécnico, colocávamos os refrigerantes naquele tronco ao

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lado do campo, e ficávamos a sonhar com dias que hoje parecem ser

mais que aqueles sonhos!

— Olha em volta, você falava deste mundo, quem não leu, vai

se interessar em ler, quem não gosta de ler, vai pelo menos saber que

um louco como você existe!

— Pensei que estaria brava com o que fiz ontem, todas

parecem estar!

— Todas não, Rosa e Renata, as demais nem ficaram tão

surpresas, certo que Danielle estranhou quando tirou o castelo da

Brasil hoje cedo, ela ainda não entende como você consegue mexer

em algo assim, mesmo não estando em seu nome!

— Ela vai ainda achar, mas sabe que quero reunir o pessoal

naquele castelo, aquilo foi um sonho também, e agora esta na hora de

escrever aquele sonho!

— Vai mesmo levar a frente aquele projeto?

— Kely, esta me sobrando tempo, ou escrevo e desenvolvo

projetos novos, ou vou por filhos aos montes no planeta!

— Soube que Renata tentou abortar, sabe por que fez isto?

— Desconfio, mas melhor não estragar este momento, sabe

que quando comprei estes equipamentos, foi um parto para liberarem,

achavam que estava querendo entrar em guerra!

— Mas como conseguiu, eles pareciam que não iriam liberar!

— Expliquei que precisava, para que precisava, mas eles não

me ouviram!

— E como fez?

— Comprei dos Separatistas de Angola, e eles compraram de

novo!

— Você não presta, eles nem sabem que estão aqui?

— Não, mas comprei legalmente, embarcou em Luanda, e

desembarcou aqui, legalmente!

Kely riu, JJ comeu o seu sanduíche, ajudou a dar de mamar as

meninas, e levantou-se olhando tudo em volta com a mascara, tirou

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J.J.Gremmelmaier

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ela uns segundos, não se via nada mesmo, olhou alguns brinquedos, e

imaginou o que faltava, voltou e abraçou Kely e perguntou;

— E como esta o coração?

— Estranhando, esperava que Roberto estivesse mais próximo,

que entendesse, mas parece bem mais distante, ele tem uma amante

em Dallas, mas estranho o afastar dele, pensei que fosse alguém para

a vida, mas o que fazer, gosto de irmãos mulherengos!

— Como posso eu condenar alguém de ter outra!

— Mas você nunca se propôs a entrar de cabeça, ou se propôs,

foi quando estava perdido, mas fazer o que, ninguém me ama!

— Sabe que fica linda, quando carente?

— Eu precisava de alguém que mexesse comigo, alguém a

conquistar, algo diferente, não estes dois irmãos mulherengos!

— E esta esperando o que para procurar?

— Estou confusa, sei o que falava que quando se tem dinheiro,

muitos se aproximam por motivos fúteis!

— Mas por isto que criei meus personagens, até Agatha

Christie que era boa em criar personagens, em certa hora teve de se

esconder em um, para se achar, ela se achava na musica!

— Mas não sei não ser eu!

— Não disse para não ser você, disse que tem de achar alguém,

pega uma parte de você, vai a uma aventura, e esquece a empresaria

um pouco, você não nasceu empresaria, por sinal esta é uma parte

muito recente de sua personalidade!

— A maioria dos homens estaria me puxando para eles, você

parece sempre querer me empurrar para longe!

JJ sorri e a puxa para perto;

— Você sabe que vive em mim, não tenho como estar mais

perto, você que não esta olhando direito!

— Você me deseja, mesmo gorda?

— Kely, não desejo o corpo, isto tem aos montes as ruas,

desejo o ser lindo que você é!

— Sabe que é covardia, estou carente!

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Pai

109

— Sei, mas como você disse, é um dia especial, temos de

comemorar!

JJ beijou Kely que falou após;

— Sabor mortadela! – Sorriu;

Estavam a acariciar as crianças, quando o rapaz veio a ele e

falou que tinha um segurança querendo falar com ele, os 5 saíram e

foram a entrada, onde o segurança os esperava;

— Senhor JJ?

— Sim!

— Tenho um recado para o senhor!

Kely nem viu o senhor puxar a arma e apontar para JJ, o rapaz

ao lado ficou estático, mas JJ acompanhou cada segundo do

movimento, que o rapaz se mantivesse estático, mas o que o

preocupava era as três pessoas desprotegidas que estavam ali,

enquanto o senhor esticava a arma, JJ deu dois passos a frente e

empurrou-o, estavam em um pequeno aclive, o senhor teve de se

concentrar em não cair, a apontar a arma, quando chegou ao chão, se

protegendo com uma das mãos, sentiu a automática de JJ engatilhada

em sua cabeça, JJ pegou a arma e passou ao rapaz, e falou;

— Ajuda a senhora Kely a chegar lá em baixo, e me chama a

verdadeira segurança!

O rapaz estava estático, só mexeu-se quando Kely começou a

empurrar o carrinho, JJ estava sobre o senhor, o fez virar-se de costas,

e baixou a camisa do senhor com força, imobilizando os braços,

presos pela pressão da camisa, virou ele de frente e perguntou

calmamente;

— Para quem trabalha rapaz?

O senhor ficou quieto, mas JJ viu o celular do senhor e

verificou as ultimas ligações, pôs no seu computador pessoal os

números e fez uma pesquisa rápida, um principiante, olhou em volta,

não tinha sinal de outros, estava ficando velho, teria de ter pensado

nisto antes, encosta o senhor a parede e pergunta;

— Quanto esta ganhando para fazer isto?

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J.J.Gremmelmaier

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— Não vou falar, sei que vai me matar!

— Não sabe, pois não vou, só queria saber quanto?

— Não vai saber, e não vou falar!

JJ vê os seguranças chegando e fala;

— Chama a policia e informa o acontecido, quero ver quem

paga o advogado dele!

O segurança estranhou, não eram métodos JJ, mas cumpriam

ordens, pega o telefone e liga para Roberto e fala;

— Boa Noite Roberto, como estão as coisas?

— Estou em New York!

— Sei disto, estou vendo as meninas, estranhei não estar aqui!

— Esta ai?

— Sim, e melhor trocar de numero de celular, a policia vai

rastrear aquele mané que mandou me matar!

— Do que esta falando?

— Só faz o que falei, senão vou ter de explicar amanha para

Kely algo que não quero, troca o numero, e espero que não tenha

registrado aquele celular com o seu CPF!

— Não estou entendendo?

— É só ver de que numero estou ligando, Roberto, esperava

algo mais profissional, nem pagou o reforço!

JJ desliga o telefone e fala;

— Leva ele, e entrega este celular e diz que é o dele, pede para

cuidarem melhor, sorte minha que era um principiante!

JJ vê os rapazes olhando para ele, e fica a pensar em o que

estava acontecendo, o rapaz não atirou, não era para o matar, era para

filmar, tinha quase certeza disto, chama o rapaz da segurança e fala;

— Faz um favor?

— Sim! – JJ passa as instruções e depois de alguns momentos

encontra Kely na parte baixa e fala;

— Tudo bem com você? – JJ;

— Sim, o que aconteceu?

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Pai

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— Não sei ainda, mas o rapaz não queria atirar, sabe quando

parece que alguém queria filmar algo, ou provocar uma reação!

— Não entendi!

— Nem eu, a arma estava descarregada, o rapaz é um ator, não

um assassino!

— Esta não entendi mesmo!

JJ riu e falou;

— Vamos sair daqui, quero lhe mostrar uma coisa!

— A sua casa?

— Não, a sua casa!

— Não entendi!

— A empresaria do ano, vai morar até quando em um sobrado!

— Não preciso mais que um sobrado!

— Sei disto, mas queria lhe dar um presente, você me deu

estas duas lindas meninas!

— Não quero presente!

JJ olhou para ela serio e falou;

— Deixa eu lhe mostrar, se não gostar, se não quiser, tudo

bem!

Saíram de helicóptero e sobrevoaram a cidade, no sentido do

Pilarzinho, um bairro de Curitiba, quando desceram sobre uma área

na imediação da Universidade do Meio Ambiente, ali tinha uma

antiga pedreira, Kely viu a pedreira ao fundo quando o helicóptero

desceu dentro de um terreno grande, os muros frontais escondiam a

casa uma casa térrea de frente a pedreira, JJ dispensa o piloto, a casa

não era imensa, era uma casa de 6 peças, 3 suítes, uma sala, um

banheiro e a cozinha, que tinha a parte lateral como se fosse a área da

lavanderia mas no canto da cozinha, Kely olhou a casa, não era

luxuosa, era uma casa térrea, obvio que não era pequena, tinha seus

200m² mas mesmo assim, grandes peças, aconchegante, verdade,

tinha uma sétima peça, a varanda que cercava toda a casa, Kely desce

desconfiada, e firme a dizer não, desce para ver a casa, JJ apresenta a

pequena grande casa, ele liga as luzes do grande paredão de pedra ao

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J.J.Gremmelmaier

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fundo, não tinha uma queda de água, mas tinha 3 nascentes menores,

que faziam o lago, ele havia colocado 20 grandes holofotes alógenos

apontando para cima, aos paredões de pedra, Kely estava olhando a

região, ao contrario da casa de JJ, aquela era uma casa simples, de

complicado, o muro de 6 metros cercando toda a casa, o heliporto, a

própria garagem era um dos lados da varanda, se prolongando um

pouco mais, JJ cuidava das meninas, enquanto a moça olhava a casa,

não estava mobiliada, com a exceção da cozinha sobre medida, com

tampos de granito, e um dos quartos, tudo era muito simples. Grades

Pufs na sala;

— Sabe que não posso aceitar algo assim!

— Não quero que aceite, mas isto fiz pensando em você, em

eu, aquela casa em Tijucas, uma casa para quando preciso mostrar

que tenho, mas a verdade, sou mais um lugar assim, gostava da casa

na serra, mas não me autorizaram construir uma casa nova lá, dizem

que é área de proteção!

— Mas se não é para aceitar, por que esta me mostrando?

— Se um dia quiser pensar, vem passear, se quer conquistar

alguém diferente, lugares assim são mais fáceis de conhecer as

pessoas, as suas frescuras, os seus vícios, até mesmo suas fraquezas!

— Esta me dizendo que é um lugar para momentos especiais?

— Sim, as vezes até para reconquistar amores, mas lugares

assim são para pessoas especiais!

JJ abraça Kely e lhe beija, as meninas estavam dormindo ao

carrinho, os dois vão até o lago e sentam-se em um trapiche que tinha

um banco de madeira e ficam a olhar o lugar e ele fala;

— Tem de parar de pensar que a quero comprar, nunca penso

nisto, tem gente que dá flores, eu não gosto de flores, acho que é um

trauma!

— Sei disto, mas não entendi o que é este lugar!

— Você não sei, mas considero nosso lugar, sem câmeras, sem

ninguém nos vigiando, um lugar para escrever, estou começando

projetos novos, um com base na França, outro com base nesta cidade

que acho que só eu gosto!

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Pai

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— Não seja assim, também adoro ela!

JJ sorri e a beija, por que ele se complicava tanto, em algumas

a guerra, em algumas os sonhos compartilhados, em outras, a

violência, e por fim a calma, mas como poderia ele querer amar

somente uma, este era o dilema de JJ, amava diferenças, as coisas

que não são padrão, mas que o fazem feliz, olha tudo em volta,

estava com aquilo, a fixar raízes, sua parte anárquica estava cada vez

menor, sua parte Kely estava a cada dia maior, Kely olha para o

senhor a frente e fala;

— Sabe que me pergunto o que você quer comigo, sempre que

estamos juntos?

— Não sabe?

— Não, você é uma incógnita!

— Eu quero tudo, eu sou assim, não sei largar e nem deixar

ninguém, mas não é isto que me trás a você, é este seu sorriso, nós

compartilhamos sonhos, com quem faria um lanche de mortadela,

quem recusa tudo que lhe dou, mesmo quando a querendo agradar!

— Sabe que lhe amo, maluco, vi que as pessoas estão

totalmente incrédulas, você pula de prédio como aparece na vida da

gente, sem aviso!

Ela o beija, os dois adentram a casa, Kely viu que a cozinha

tinha tudo para fazer apenas a comida das meninas, este era JJ,

deixava as coisas armadas para nada acontecer, ou tudo acontecer,

prepararam a comida para as duas, Kely lhes deu de mamar, e JJ

sentou-se em um Puff e ficou a olhar para ela, as crianças dormiram

e ela chegou até ele e perguntou;

— O que esta querendo aprontar!

— Muita coisa, somei os personagens que criei, tenho 802

personagens, 46 personagens com personalidade própria, nunca tinha

lido meu livro como um leitor desligado, vou cria 22 seqüências da

historia, e por uma produtora para produzir desenhos animados,

revistas, e daqui a 5 anos, filmes sobre cada uma destas

continuações!

— Não tinha dito que havia superado?

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J.J.Gremmelmaier

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— Sim, vou a frente, a historia anterior acabou, mas tem muita

coisa a descrever, a incrementar e explicar, vi que muitos não

entenderam e nem conseguiram visualizar certos mundos!

— E pretende fazer o que referente a isto?

— Na verdade marketing, produção e dinheiro, mas alguns

projetos estão a tomar tamanho!

— Quais?

— Vou transformar Heloise em uma seqüência, achei o

caminho que me faltava, vamos a uma aventura fora dos padrões,

vamos viajar de vez, Laikans vai decolar, e todo o resto que esta

ligado a ele, mas Heloise vai me gerar um parque escola, vou ensinar

física e química, e um pouco de biologia, mostrando as falhas e

incoerências da historia, mas tem gente que não vai entender!

— O JJ volta a ação, pesei que a idéia era parar?

— A idéia é criar os filhos, sabe como é, montei uma creche,

agora o coruja do papai vai ter de ficar rodando o país para ver todos!

— Rosa esta grávida?

— Não, ela esta se cuidando, estava com um probleminha, mas

nada que não tenha tratamento!

— E você sabia muito antes dela?

— O exame estava lá, tenho culpa de saber ler!

Kely riu e o beijou, estavam a tentar manter algo, complicado,

sem parâmetros, quer dizer, tinham duas meninas como parâmetros,

os dois passaram a parte da noite nos Puff e depois foram ao quarto

de casal, o único montado na casa, Kely acordou por volta das 6 com

as crianças chorando, olhou para o lado, e foi a cozinha onde JJ

preparava algo para comer, já estava de banho tomado, pegou uma

camisa no armário, aquele tiro tinha lhe estragado uma camisa de 20

reais, ele olha para Kely e sorri, e ela fala;

— Não entendo você, J, Roberto usa camisas de 500 reais,

você se contenta com uma pólo de 20 reais!

— É que ele não leva tiro nas de 500 reais, senão começava a

usar pólos!

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Pai

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Kely sorriu e JJ lhe serviu um café enquanto ela dava o peito

para Jamille, os dois tomaram café e ele falou;

— Infelizmente tenho de lhe deixar, tem um carro na garagem

com a chave na ignição, e o controle do portão, mas tenho de ir!

— Mas já?

— Queria ficar mais, mas tenho de verificar algumas coisas, e

você poderia aproveitar melhor os próximos 3 meses de licença, no

lugar de ir a empresa!

— Estou ensinando elas já cedo o que vão ter de trabalhar!

— Sei, outra coisa, vou mandar convite para você e para o

Roberto, para irem a França, não aceito não!

— Não entendi esta idéia ainda!

— Volto outro dia para falarmos disto! – JJ dá um beijo na

moça e nas duas crianças, e ouve o helicóptero vindo a eles, sai, e

embarca no sentido do centro era aproximadamente 6:40h;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

116

— § —

Não eram 7 da manhã ele estava a porta da casa que Danielle

estava usando desde que mudou para a cidade, e ela estranha a

campainha tão cedo e vê JJ a porta e fala;

— Loco a minha porta, o que aprontou além de falar de mais!

— Eu, nada de mais, vim lhe ver, e tenho apenas meia hora!

— Correndo, o que aconteceu!

— Estou vendo você se bater nesta casa a alguns meses, tem

de pedir as coisas às vezes!

— Não pretendo comprar nada na cidade, sabe que não gosto

muito desta cidade!

— Você gostava, mas não vim discutir, tenho uma casa inteira,

vazia, mobiliada e esperando por você!

— Não sei se devo aceitar!

— Dani, é melhor do que pagar aluguel, melhor do que

imobilizar um dinheiro neste momento! – JJ pega a chave e põe a

chave na mãe dela e fala. – Alguém tem de cuidar da casa!

— Não me cantando, está ótimo!

— Dani, eu nunca lhe cantei, talvez tenha lhe facilitado

naquela época!

A senhora sorriu e viu ele se despedir e fala na saída;

— Leva ela junto, esta casa não comporta vocês!

JJ dá as costas e adentra o helicóptero que fazia a praça em

frente encher de curiosos, Dani olha para traz e fala;

— Se achava que ele teria dificuldades, já lhe achou!

Rosa sorri e fala;

— Vai aceitar a oferta?

— Sua menina esta dormindo num sofá, não é justo!

Rosa sorriu e as duas ouviram o helicóptero decolar, com JJ

que chega 8 minutos depois no aeroporto, os rapazes chegaram um

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Pai

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pouco antes, e antes de decolar atende ao telefone, e olhando para

Durval fala;

— Bom dia delegado!

— Bom dia, teríamos como ter uma declaração do senhor!

— Delegado, estou indo a Cuiabá agora, mas devo voltar logo,

ainda hoje!

— Tem idéia do que aconteceu?

— Não tenho idéia, senhor, alguma novidade?

— Achamos que era uma armação, algo que alguém deve ter

gravado, parecia uma cena montada, o rapaz é um ator!

— Obrigado por esta informação, fico mais tranqüilo!

JJ se despede e liga para Tati e fala;

— Oi menina, teria como esperar eu chegar a Cuiabá, para

depois ir ao banco?

— Teria de ser hoje?

— Estou saindo de Curitiba, de Jatinho, direto, estou levando

seu marido de carga!

— Certo, espero vocês!

JJ faz sinal para porem Durval no avião, e decolam logo após,

JJ estava sentado de frente para Durval e perguntou;

— Dormiu bem?

— Vai se danar, sei que não esta nem ai comigo!

— Durval, se não estivesse nem ai, teria respondido com

jumbo mortal o seu tiro, nem viu eu sacar, muito menos acertar seu

revolver, então melhor se acalmar!

— Porque não me matou!

— Carlos ia ficar magoado comigo, não é nem por você,

rapaz!

— Por que esta me levando para Cuiabá?

— Por que quero ver o que faço com você!

— Mas por que?

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— Você atirou em mim, quero perguntar a quem respeito, o

que fazer!

— Mas o que quer com isto?

— Durval, não gosto de dar a chance às pessoas de puxarem

uma segunda vez à arma para mim, toda vez que algo assim acontece,

alguém morre, e sou azarado, acabam acertando pessoas que amo, e

não morro, fico para sofrer!

— Não entendi?

— Já vai entender, já estaremos lá!

JJ olha para o segurança e pergunta;

— Fez o que pedi?

— Sim, pegamos duas gravações, eram pessoas da montagem,

pessoas da parte da publicidade, estavam a filmar e montar as

imagens da propaganda, pegamos tudo, e achamos 6 câmeras

miradas naquela ponto o filmando!

— Certo, conseguiram uma copia para mim?

— Sim, mas deixamos lá como se nem tivéssemos mexido!

— Tudo bem! Vamos ao jogo, manda alguém filmar Roberto

em Dallas, ele não esta em New York, que quero falar com esta

mulher, que o esta tirando do serio!

O segurança olha para o senhor e pergunta;

— Ele pode ouvir isto?

— Acho que não teremos problemas depois de hoje com este!

O segurança riu, e Durval olhou serio, não sabia com quem

mexia;

Desceram e foram direto a casa de Tati e a mesma olhou os

dois entrarem, após os seguranças tirarem Durval do carro, e

adentraram e sentaram-se a sala, JJ pediu para os seguranças saírem;

— O que ele aprontou?

— O previsto, me deu um tiro!

— Ele o que?

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Pai

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— Eu provoquei até ele puxar o gatilho, mas quero saber de

você o que faço com ele!

— Não sei, ele me jurou de morte, e foi até Curitiba!

— O que faço com você? – Fala JJ olhando para Durval;

— Você não pode fazer nada comigo, acha que é quem?

— Alguém que tem o vídeo de você atirando em mim, posso

parar o vídeo no momento que puxo a arma, e dizer a todos que foi

legitima defesa!

— Você não teria como me matar!

JJ olha para Tati e fala;

— O que faço com ele, entrego a fita a policia, eles podem

fazer teste de pólvora e prender ele, posso apenas dar fim nele, ou se

quiser outra coisa, peça!

— Não sei, JJ, ele acha que não pode o matar!

— Vou ter problemas com esta morte, Carlos é um bom amigo,

quase um filho!

— Esqueci que tinha um problema em dar fim nele! – Fala

friamente Tati;

— Você quer que ele me mate?

— Não foi você que disse que iria me matar assim que

voltasse!

— Mas eu não.. – Durval se cala e Tati olha para ele e

pergunta;

— Você o que?

Durval olhou para JJ e Tati completou;

— Se não queria que ele ouvisse, não o metesse nisto!

— Eu não quero lhe perder, ele é JJ, o empresário assassino, o

empresário do ano, 3 anos seguidos, o pai de filhos que sempre quis e

sempre disse não querer!

JJ olha para Tati e fala levantando-se;

— Vou deixar os dois decidirem o que faço, não quero ter de

ouvir isto!

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Tati sorriu e JJ se retirou, e a mesma olhou para Durval e

perguntou;

— O que fez, a muito não o vejo assim!

— Eu.. – Não saiu a continuação da frase;

— Fala, já que foi lá, arriscando a vida, agora quero saber!

— Eu atirei nele, bem no peito!

— E o que aconteceu, ele não me parece morto!

— Ele estava de colete a prova de bala, atirou em minha arma,

que voou longe, os seguranças dele me detiveram enquanto ele saia

com aquela Kely, ele nem te ama, e lhe dá um filho, eu te amo, e

nunca nem pensou em me dar um!

— Não se resolve coisas com uma arma de fogo, não aprendeu

nada?

— Eu te amo, tenho ciúmes, e você me trai com ele!

— Durval, eu não queria ter filhos, você sabe disto a muito,

aconteceu, bobeei, também te amo, já falei isto, mas não vou tirar, já

falei que você tem razão, mas sabe com quem você foi se meter, em

quem você deu um tiro, alguém capaz de derrubar um grupo inteiro

da Cia, e vai lá, ele deixou você atirar, sinal que queria que não o

fizesse, ele dá uma chance para a gente mudar o caminho, eu sempre

fui teimosa, quantos cortes e não ele me disse, quantas vezes me

deixou falando sozinha, apenas por saber onde aquilo levaria, quer

condenar alguém, me condena, eu provoquei ele nos últimos 10 anos,

ele me disse muito mais não que sim, o conheço antes de te conhecer,

sabe disto, quando rolou, abriu-se uma porta perigosa, quando tudo

aconteceu, era para não ter filhos, era aventura, era algo que não

consigo explicar!

— Fala de novo assim, não entende que isto me machuca?

— Sei, por isto não briguei, quando você disse que queria a

separação, meu coração se despedaçou, mas o que posso falar, você

tem razão, não tenho como dizer que não tem!

— Você quer separar-se de mim?

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Pai

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— Não, mas você tem razão Durval, vai acontecer de novo, e

você não precisa viver isto!

— Você não me esta dando opção Tatiana!

— Sei disto, mas prefiro viver só a continuar a te machucar!

— Acha certo ele acabar com o nosso casamento assim!

— Já falei que não foi ele, mas não gosto de falar com você

sobre isto, acabo lhe machucando mais!

— Mas como podemos tentar recomeçar, se você não fala!

Tatiana pensa na palavra, recomeçar, e fala;

— Quer mesmo tentar de novo, recomeçar?

Durval olha para ela com uma cara se cachorro molhado, e

fala;

— Sim, já que não consigo viver sem você, fui lá para ele

reagir, e o desgraçado abriu os braços e disse para atirar!

— Ele é loco, mas não quero falar dele, quero saber o que

posso fazer para ter uma chance a mais!

— Temos de conversar, muito!

— § —

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J.J.Gremmelmaier

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— § —

JJ pega um vôo e volta a Curitiba, e dá entrada a delegacia e

pede para falar com o responsável, era 10:15h, e esperou um pouco

sentado a recepção;

— Senhor Moreira, veio falar sobre o acontecido?

— Sim!

Os dois entraram na sala e JJ puxou o computador pessoal e

mostrou as 5 senas da mesma ação, e o policial perguntou;

— Mas quem filmou isto?

— Não sei quem mandou, mas foi a empresa responsável pelo

marketing de lançamento do parque temático, esperavam que fizesse

alguma burrada, matariam um ator para me incriminar!

— Já se inteirou do que o rapaz faz?

— Sou bom em fisionomia, ele fez umas propagandas, vira e

volta esta na TV!

— Verdade, mas estamos investigando, saber que alguém

filmava, estabelece a intenção, mas não sei quem pode ter sido ainda,

estou verificando algumas ligações que ele fez, mas tem 3 números

que ninguém esta atendendo, e estão catalogados por um mesmo CPF,

todos laranjas com certeza!

— Eu não sei, investigue, se tiver alguma novidade, estarei no

Rio de Janeiro, tenho uma pessoa que preso muito que esta internada

lá!

— Sabe que aquela sua entrevista ontem esta dando o que falar

nas rodas da cidade?

— Qual delas!

— A que tem 6 mulheres em sua vida!

— Uma delas acabou de bater a porta na minha cara por isto,

recebi ligação de dois maridos furiosos, mas acho que a ação de

ontem não tem nada a ver com isto, não deu tempo de armar algo

assim!

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Pai

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— Verdade, algo muito bem armado para se fazer de uma hora

para outra!

— E ninguém sabia que viria a Curitiba, nem eu sabia, então

deveria estar armado a alguns dias, esperando que eu aparecesse!

— Isto é outro bom dado, pois se montaram com antecedência,

estreita as pessoas, nem todos tem acesso tanto tempo assim!

— Queria pedir discrição, delegado, não quero que saiam

acusando alguém que depois se mostra inocente, e nem que o

culpado sinta-se acuado, gente que se acha inatingível apronta de

novo!

— Pelo que vi gosta de um perigo!

— Levei sorte ontem, mas estava apenas comendo um

sanduíche com uma amiga, aquele projeto esta ficando lindo, mais 20

dias inauguramos!

— Mandei o meu pessoal lá, não tínhamos uma descrição, mas

as imagens deixam claro o que aconteceu!

— Deixar claro Delegado que não tirei os originais, lhe estou

passando as copias, não quero nem que desconfiem que sei que

filmaram!

— Você parece um ótimo investigador, mas quer o que

deixando os originais!

— Não sei, mas saberemos quem foi, ou para o que foi, pois

posso estar enganado, mas o rapaz vai inverter a historia na defesa, a

arma estava sem balas, era tudo encenação!

— Reparei nisto, mas vou verificar e vamos ficar de olho, algo

mais?

— Por enquanto não, tenho ainda que resolver problemas

pessoais e viajar para o Rio no fim do dia!

Os dois se despediram e JJ foi a casa no Hugo Lange, e

chegando lá bate a porta e espera que Rosa atenda, e fala;

— Podemos falar?

— Não temos nada a falar?

— Então acabou, assim sem direito a defesa?

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J.J.Gremmelmaier

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— Você sabe que não tem defesa, e usa isto sempre como

defesa!

— Queria você ao meu lado, mas se acha que acabou, o que

faço?

— Vai aos braços de qualquer uma!

— Rosa, não estou lhe entendendo!

— Você fala para todos que tem outras 5, meteu até Danielle

nisto, espera o que com isto?

— Acabar com minha candidatura, apenas isto!

— Acabar com a candidatura, tem formas mais fáceis, é só não

concorrer!

— Não entendeu, eu vou concorrer, mas não quero que votem

para um pseudo herói!

— Esta denegrindo sua própria imagem, e acha que pode

mexer com a vida de todas, sem nem nos consultar!

— Nunca consultei, mas não queria lhe perder!

— Mas perdeu, não sou de me vender como as outras, você

passou do ponto, achei que estávamos nos entendendo, e você

apronta isto, você no momento que achava que estava lhe

reconquistando, me afasta de vez, bem o seu estilo!

— Queria só lhe dizer que lhe amo, mesmo que da minha

forma torta, desculpa por ontem, mas não estava em um bom dia,

mas não vou tomar mais seu tempo!

JJ sem saber o que fazer, apenas sacode a mão e sai, lhe dando

as costas;

Cristiane chegou até a Rosa e perguntou;

— Pensei que iria se entender com o pai!

— Ele tem de sofrer um pouco!

— Ele não vai sofrer mãe, você mesmo disse que ele nunca vai

definir por uma ou outra!

— Sabe que as vezes falo muita coisa sem sentido!

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Pai

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As duas foram a dentro, e JJ seguiu sua maratona, ele sempre

fizera maratonas, mas estava ficando bom em estar em vários lugares

ao mesmo tempo;

JJ adentra a Brasil Empreendimentos e pede para falar com

Danielle;

— Veio fazer o que aqui?

— Também esta brava?

— Não, se tivéssemos algo ainda, estaria furiosa, mas isto faz

o que, 24 anos!

— 25!

— Verdade, mas o que veio fazer aqui?

— Vim conversar, saber se esta tudo bem, como vão as

empresas, se esta tudo pronto para a inauguração do parque temático!

— Esta andando muito bem, aquele Roberto, seu irmão,

desculpe, não acostumei ainda, pediu para fazer a publicidade, deve

ser idéia de Kely, ele contratou uma porção de profissionais, estão a

acompanhar a fase final de construção, fazendo um documentário,

estão ajeitando os detalhes de marketing também!

— Bom saber, e as demais coisas, como estão?

— Bem!

— Tem visto Fabiana?

— Pouco, mas parece que esta tentando se entender com

Fernando, é um bom rapaz, mas são como água e vinho!

— E você, como esta o coração!

— Livre depois de anos, mas nem vem para perto, não quero

complicação!

— Nem pensei nisto, se precisar de algo, fala, aquela Rosa é

teimosa, como ela lhe procurou!

— Estava a terminar o dia quando ela apareceu com a filha e

pediu para falar comigo, e que não tinha para onde ir!

— Não entendi por que você?

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J.J.Gremmelmaier

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— Também não, acho que ela achou que como havia falado de

mim, que iria tentar algo comigo, e se aproximou!

— Não entendi isto ainda, mas tudo bem!

— O que esta fazendo no Rio?

— Renata tentou abortar as crianças, tentou num destes de

fundo de quintal, não conseguiu, mas ela conseguiu uma infecção

uterina, esta com anemia profunda, e desnutrição, mas acredito que

ela vai ficar bem, embora não tenha a posição do medico!

— Mas quando ela fez isto?

— A 3 meses, achava que tinha abortado, e não se alimentava,

as crianças estão bem pequenas, mas o medico disse que bem

formadas!

— Por isto estava descontrolado, vi você pular pela janela,

quer dizer, o mundo viu você pular pela janela!

— Estava mesmo, mas tinha brigado com Renata, tinha que

anuviar!

— Sabe que Rosa pensa em você o tempo inteiro, deveria ir lá

falar com ela!

— Fui e ela disse que estava tudo acabado!

— Você não acreditou, por acaso?

— Sabe que sou teimoso, recebo os não sem me abalar, mas

vou dar um tempo para ela!

— E que papo é este de irmos todos a França!

— Quero pensar, mas cercado de todos os meus problemas,

com poucos não vale!

Danielle riu e perguntou na saída;

— Esta indo para onde?

— Tenho algumas coisas a resolver aqui na cidade, mas fim da

tarde estou indo para o Rio de novo!

JJ sai pela porta, acessa o sistema e vê que Kely ainda estava a

casa, se direciona para lá e a abraça a porta, e fala;

— Gostei de ver, relaxando um pouco!

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Pai

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— Eu não sei relaxar como você!

— Não entendi?

— Não saio atirando por ai!

— Pode tentar escrever, foi a minha primeira fuga, tentei o

violão, mas realmente, não tem nada como dar uns tiros!

— Não tem graça!

JJ a beija e fala;

— Tem outra coisa que podemos fazer para relaxar!

— Sabe que deveria estar de resguardo?

— Resguardo, por que não me lembrou disto ontem a noite!

Kely riu e o beijou, ele foi e cumprimentou as pequenas,

estavam tão calmas, ligou para Junior e explicou que teria de sair de

Curitiba na manha seguinte, abraça Kely e os dois ficam a curtir as

crias naquele dia, estavam a olhar a pedreira, e Kely falou;

— É serio que este seria um lugar nosso?

— Sim!

Kely o abraçou e falou;

— Sabe que já descobri algumas coisas referente a casa?

— O que descobriu?

— Que tem sistema, que mobiliou apenas o que precisava, mas

acho que algo esta errado!

— Não entendi?

— Você não constrói coisas para uma única função, você

sempre tem surpresas em coisas assim!

— Por que ninguém acredita apenas nas boas intenções!

— Por que você nunca tem boas intenções!

JJ puxou Kely e a beijou, e falou;

— Ainda bem que alguém me conhece, realmente não tenho

boas intenções! — Tirou a blusa dela e a beijou inteira, estava frio e

ela foi o puxar para dentro, ele a segurou e falou;

— Realmente, não tenho boas intenções apenas! – Foi a parte

interna e em uma parede entre a casa e a lavanderia, tinha um grande

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J.J.Gremmelmaier

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quadro, ele tirou o mesmo e se viu uma porta atrás dele, ele o abriu, e

empurrou—a abrindo, um pequeno elevador, e Kely puxou as filhas,

e entraram nele, desceram um pouco, pararam não mais que um

andar abaixo, o elevador abriu no sentido oposto, se acendeu um

corredor, Kely foi andando, e quando terminaram o grande corredor,

haviam passado por um trecho que era de vidro, se via a pedreira por

baixo do lago, o corredor entrou mais 200 metros na pedreira, e

entram em uma sala, simples, mas grande, alta, uns 8 metros de

altura, havia um computador, na ponta com servidor, mas não tinha

muito mais que isto, havia uns puf, e JJ que ajudava a empurrar

falou;

— Este é um dos pontos que nunca implantei, sabe quando o

lugar lhe inspira, mas nunca foi terminado!

— Ou não queria terminar?

JJ a beijou, puxou por cima do puf, e os dois rolaram no chão,

só interrompidos pouco mais de uma hora depois, pela boa sincronia

de em Mirelle e Jamille;

JJ as fez carinho, pos a roupa e voltaram pelo caminho,

estavam em um lugar que não estava no sistema, não estava em nome

de JJ e nem de suas empresas, o dono era um laranja, que nunca

saberia que tem algo em Curitiba, e os dois preparam a comida das

meninas, Kely lhes dá o peito novamente, e quando perto das 8 da

noite o celular toca, ele atende;

— Tudo bem Sonia?

— Sim, queria saber se esta tudo bem!

— Esta, estou só ajeitando algumas coisas, mas amanha cedo

volto para o Rio!

— Lhe espero, mas algo grave?

— Nada que de para falar para a policia federal!

— Certo, mas esta tudo bem?

— Sim, agora esta bem!

— Esta com quem?

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Pai

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— Estou chegando na casa de Kely, aproveitar e ver as

meninas, mas Rosa esta furiosa, nem quis falar comigo!

— É boba, mas se quiser eu tomo a posição de primeira dama!

— Sei bem que adoraria isto, mas vou desligar, amanha estou

ai!

— Vê se não vai engravidar ninguém por ai!

— Verdade, esqueci as camisinhas no Rio, como fez isto

comigo Sonia!

— Falo serio, mas manda um abraço para Kely e dá um beijo

nas crianças!

— Assim que chegar lá dou um beijo na Kely e nas meninas!

Os dois se despedem e Kely fala;

— Marcação serrada?

— Disse que voltava hoje a tarde, ainda estou aqui!

— Um antigo amigo dizia, nunca prometa o que não vai

cumprir!

— E o que aconteceu com este antigo amigo?

— Virou pai de minhas lindas filhas!

Os dois foram a cama da casa e por lá ficaram até amanhecer,

Rosa não ligou, então JJ embarcou direto para o Rio, e por volta das

11 da manha estava a entrar o hospital de novo;

— § —

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— § —

Sonia sorri ao o ver entrar no quarto, a abraça e ouve Renata

falar;

— Pensei que não ia sair da asa da Rosa?

— Quem dera estivesse com ela, mas como você esta?

— O medico disse que vem daqui a pouco, para falar dos

exames!

— E como estão as coisas em Curitiba? – Sonia;

— Calmas como sempre, Rosa saiu de casa, o marido de

Tatiana foi a Curitiba só para me dar um tiro, e as gêmeas estão bem!

— Durval lhe deu um tiro?

— Sim, ele teve coragem, ele precisava descarregar a raiva,

entendo o que ele estava sentindo!

— Mas esta tudo bem com você?

— Lógico! – JJ abre a camisa e se vê o colete.

— Você vai morrer qualquer dia disto! – Riu Sonia;

— Morro feliz – olhou para Renata e perguntou – mas o que o

medico falou ontem?

— Ampliou os reforços nutricionais, fiz uma bateria de

exames que repetirei amanha!

— Tem de ter calma agora!

— Sei que esta só preocupado com seus filhos!

JJ balançou negativamente a cabeça e falou;

— Se acha que o mais importante são as crianças, não

entendeu nada ainda!

Olha para Sonia e pergunta;

— E você, não esta descuidando das meninas?

— Não, estas estão bem, mas e como fica Rosa?

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Pai

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— Iria trazer ela junta, mas ela resolveu sair de casa, tentei ir

lá conversar, ela se escondeu na casa da Dani para que não a

encontrasse!

— Esta é outra maluca, você não escolhe ninguém normal? –

Sonia;

— Sim, olha o normal deitada a cama! – Ri JJ;

Sonia olha a cara de Renata e sorri, e obvio teve resposta;

— Sô, o que um anormal poderia conseguir, só anomalias!

Sonia viu que a agressão era para ela e abraçou JJ e falou;

— Anomalias como Priscila, Kely, Danielle, Rosa, Tatiana,

andei vendo uma foto desta Angeline, você sabe escolher anomalias!

— Verdade, 8 anomalias com você!

Renata ficou quieta, esta foi direta, mas Sonia pôs panos

quentes;

— Mas vai mesmo deixar esta anomalia de fora?

— Não, sabe disto, mas ela que não me quer por perto!

Sonia sorriu, JJ não estava a fim de por panos quentes na ferida,

estava afim de limpar a ferida, para ter uma boa cicatrização, e não

dar pontos em carne deteriorada e infeccionada;

— Mas como é esta Angeline? – Pergunta Renata;

— Uma exuberante Francesa, mas terei de cuidar dela,

gravidez depois dos 40 não é como quando novas, tem seus riscos!

— 40, mas já falou com ela?

— 43, e não, ela não me contou nada ainda, mas falei com

filho dela, era o que mais me preocupava, esta cuidando dela direito,

se quer manter segredo, tudo bem!

— Não acha que exagerou desta vez?

— No que?

— Entra um ano com apenas uma filha, e termina o seguinte

com Dez! – Renata;

JJ sacode a cabeça negativamente, e a moça entende que não

era assunto simples, na verdade ele começou o ano com 3 filhas, das

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quais duas morreram, JJ olha o medico que entrou em hora propicia,

para desviar os pensamentos para longe;

— Bom Dia doutor Cláudio!

— Bom dia, bom ver o senhor aqui, queria trocar uma idéia

sobre esta paciente!

— Problemas doutos?

— Ela esta nos enganando na hora de comer, ou tem algo

tomando mais energia do que prevemos, queria poder a observar

mais uns 4 dias!

— Sem problema doutor, já disse que qualquer coisa

amarramos ela a cama!

— Não vai precisar algo tão drástico!

— Mas algo o preocupa!

— Sim, mas tem de dar tempo ao tempo, ela esta em

recuperação só agora, a infecção parece ter recuado, mas temos de

ficar de olho, mas a anemia parece não querer ceder!

— Entendo, vamos com calma, ela vai comer bem, e vai

melhorar, nem que tenha de cozinhar beterraba todo dia! – JJ sabia

que uma das coisas as quais Renata não gostava era beterraba, dizia

não ter gosto, e que cozido não tinha gosto e cru parecia que estava

comendo mato;

— Quero fazer um exame mais profundo referente ao caso

dela, mas tenho de ter autorização da moça, não queremos deixar

passar nada sem olhar!

JJ olha para o medico e fala;

— O senhor esta tentando dizer algo, dar voltas não vai aliviar,

pode falar, ela agüenta, só parece fraca, mas é alguém forte!

— Parece que ela tem um cisto no ovário, mas não tenho

certeza, e mesmo que fossemos tratar, seria depois do nascimento das

crianças!

Renata se encolhe e fala;

— Cisto, benigno ou maligno?

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Pai

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— Não tenho o resultado da coleta de ontem, assim que tiver

nos falamos!

Sonia chegou ao lado da cama e pegou na mão de Renata e a

puxou para ela, encostando sua cabeça em seu peito, e viu-se uma

lagrima no rosto da moça, o medico terminou;

— Temos de tomar cuidado, tem alguns que conseguimos

retirar mesmo durante a gravidez, mas como sempre é recomendado

a Quimioterapia após, melhor esperar as crianças nascerem, só se

representar perigo a vida da mãe é que mexemos antes!

— Obrigado doutor, assim que tiver uma posição nos avise! –

JJ;

O medico saiu, às vezes sentia-se o mundo perder o chão, e JJ

chegou ao lado de Renata e sentou na ponta da cama, pegou a outra

mão dela e falou; — Vai dar tudo certo!

— Tudo é culpa sua!

— Eu sei, mas deixa eu e sua irmã cuidarmos de você, depois

brigamos!

— Mas e se não tiver depois!

— Rê, sempre vai ter depois, mas vamos cada passo a sua vez,

temos de comer bem, fazer as coisas andarem bem, e no fim de tudo,

as coisas vão dar certo, acredite, sei que acredita em algo superior,

seja o nome que der, sempre lhe disse, se me der uma alavanca movo

o mundo, usa a fé como alavanca menina, e tudo vai dar certo!

Renata aperta a mão de JJ, se estica para o lado do senhor e o

abraça, e fala;

— Vou sair desta, nem que seja para provar a você que sou

forte!

Uma lagrima agora correu os olhos de JJ e Junior entrava a

porta, o clima não estava bom, sentiu que algo tinha acontecido, veio

com as duas filhas, Renata as abraçou e ela sorriu, JJ conversou com

Junior do lado de fora, explicou a situação, não queria falar de novo a

frente da moça, os dois acertaram as coisas, estavam mais uma vez

como família, mas parecia que as crises sempre eram fortes nesta

família;

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— § —

Em Curitiba Danielle foi almoçar na casa nova, e Rosa

estava a cozinha a comer brigadeiro, em lata, estava a se encher de

doce, e olhou para a senhora entrando e perguntou;

— Ele falou com você?

— Sim, ontem a tarde!

— Eles esta onde?

— Por que não perguntou para ele, no lugar de me perguntar!

— Ele deve estar nos braços de Sonia, nem esta mais

preocupado comigo!

— Para de infantilidade Rosa, ele veio lhe falar, mas não tem

como ficar aqui agora, Junior pediu para segurar a inauguração do

Parque temático, parece que Renata pode estar com câncer no ovário,

em meio a uma gravidez de gêmeos, sei que ele estava a cuidar de

você, mas ele também gosta daquelas crianças!

— Ela esta com câncer?

— Não foi confirmado se é maligno ainda, mas esta!

— Isto que ele esta fazendo lá, e eu me enchendo de doce?

— Rosa, vocês tem uma casa, tem uma vida, não joga tudo

fora, JJ que eu conheci não existe mais, a pessoa que me atraia,

morreu a anos, alguém carinhoso, que não sabia atirar direito, que

cuidava da mãe, um rapaz que não tinha o que vestir, mas tinha o

dom de pensar, mesmo sem cultura nenhuma, na época!

— Você conhece um Joaquim que não existe mais, sabe que

muitos falam dele assim, mas nunca o vi assim, quando o conheci, já

era alguém que sabia o que queria, alguém comprando o mundo em

volta e crescendo!

— Ele lhe ama, mas sabe que não vai deixar de cuidar de

Renata, agora entendo quando ele falou em reunir todos em

Fontainebleau, lá tem uma clinica especializada, mas ele não espera

nunca que todos tenham suas posições para começar a se preparar

para o amanha!

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Pai

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— Fontainebleau?

— Sim, as pessoas estão falando que ele vai reunir as pessoas

na França, mas ele comprou terras em Fontainebleau e construiu lá

algo que era para ser um hotel, baseado no castelo local ele construiu

lá um castelo próprio!

— Como você sabe disto?

— Fazia parte até dois dias dos patrimônios tocados pela

Brasil Empreendimentos!

— Mas o que ele quer com isto?

— Reunir os seus, alguém que não tinha ninguém além da mãe

e de dois irmãos que nunca se importaram com ele, hoje quer unir o

que acha importante, e você esta na lista de convidados!

— Mas o que faço?

— Espera ele voltar, ele não desistiu de você ainda!

— Mas eu disse que tinha acabado!

— Rosa, parece que não conhece ele, quantas vezes você tinha

dito não antes de dizer o primeiro sim!

Rosa riu parecendo lembrar, Danielle almoçou, Rosa estava

cheia de doce, e as duas conversaram mais um pouco;

— § —

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— § —

Em Porto Alegre Sena recebe a noticia de Junior, ficou triste,

mas não teria como correr para lá, e mandou Carlos dar apoio a filha,

deu alguns telefonemas e confirmou uma vaga na clinica que abriram

a alguns meses de Fontainebleau, ligou para JJ e confirmou que

estava tudo pronto, para quando ele quisesse, os dois conversaram e

decidiram que era melhor ter uma posição melhor, e fazer ela ganhar

um pouco de peso, antes de mandá-la para longe;

Sena alerta Kely, Roseli e Fátima do acontecido, Carlos alerta

os demais, e no fim daquele dia, uma leva de pessoas estava avisada,

Rosa pega a filha e se manda para o Rio, sabia que não era hora de

frescura, JJ viu ela entrar no hospital as 14:30h, sentou-se a cama, e

falou;

— Como esta menina?

— Um misto de raiva e arrependimento, não sei o que fazer!

— Sei disto, mas agora tem de se cuidar, falei com Sena, ela

mandou um abraço, não tem como sair de Porto Alegre assim, tão

rápido!

— Não queria incomodar!

— Não é incomodo, tem de ficar boa, depois você escalpela

este ai! – Rosa olhou para JJ e completou. – Não vai ter muito

escalpo mesmo!

Renata sorriu, e falou;

— E você, esta se cuidando?

— O meu caso não formou um cisto, você tem de cuidar disto!

— Mas se cuida! – Renata olhou Cris e falou. – E você,

matando aula de novo!

— Sim, mato mais aula que qualquer outro!

— Se prepara, vamos pelo jeito matar um mês de aula!

— Meu professor vai ficar assustado!

— Diz para ele que vai voltar falando Francês!

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Pai

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Cristiane sorriu e JJ se manteve afastado, o apoio não era para

ele, esta era Rosa, alguém que sempre cuidara de todas, mesmo

odiando isto, alguém que tinha um coração muito grande, amava

mesmo quem a queria matar;

— E vocês dois, vão parar de brigar? – Renata;

— Não brigamos ainda, estamos no antes disto, ainda vai

pegar fogo!

— Cuidado, assim que se engravida!

Rosa riu, e falou;

— Tem de tomar jeito menina, sabe que não é mais criança!

— Sei, e você também tem de tomar jeito, é menos criança

ainda!

As duas sorriram, e JJ aproveitou e deu uma volta, as vezes

hospital trazia lembranças que ele não gostava, ele nunca gostou de

hospitais;

— § —

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— § —

JJ deu uma volta a pé no centro, ele era mais de andar a pé

para pensar, ou uma estrada, não uma cidade com semáforos e

pedestres, deu alguns passos no sentido de equilibrar suas emoções,

as vezes as pessoas esquecem que viver tem partes assim, mas o

empresário estava a fim de fazer historia, e não ficar a ver as coisas

acontecendo, liga para algumas pessoas e adentra a sede da

Reciclando, Kiko o esperava, a noticia de JJ lá já mudava o

andamento da grande empresa, mas JJ estava querendo desafios, e

virou-se para Kiko e falou;

— Vamos trabalhar?

— Vamos, o que pretende?

— Vamos criar uma empresa aos moldes do Greenpeace, mas

com estrutura e objetivo, não sou de apenas acenar com uma solução,

vamos encarar de frente!

— Quer dizer que a Reciclando vai apoiar esta empresa?

— Quero dizer que vai fazer parte disto Kiko, a empresa esta

muito redonda, tem de ter desafios, estou pensando em 45 projetos de

recuperação da Baia de Guanabara, temos muito o que fazer, vou

desviar todo o lucro para coisas assim!

— Você é maluco mesmo, não chega ser a maior empresa de

reciclagem, quer ser a maior encrenqueira do planeta!

— Sim, quero poder se um navio afundar um do Greenpeace

poder jogar um maior lá e o afundar como retaliação, sabe que nunca

fui bonzinho!

— Sei, quer tirar isto do papel quando?

— Ontem é uma boa data!

Kiko sorriu, e JJ trocou idéias com ele e voltou para o hospital;

— § —

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Pai

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— § —

JJ volta ao hospital, alguns repórteres estavam a recepção, JJ

deu de cara com eles, não teve como recuar, olhou em volta

esperando que o assunto fosse outro, mas quando o primeiro o

apontou, viu a leva de pessoas vindo a ele, e um repórter falou;

— Senhor Moreira, poderia nos dar uma declaração?

— Sim, mas se puder ser na parte externa, isto é um hospital,

não sei se alguém entre vocês notou!

JJ deu as costas e começou a andar para fora e a recepcionista

falou;

— Parece que teremos paz!

— Viu como ele tratou os repórteres, quase disse para irem

para casa!

— Eles não tem noção mesmo!

JJ chega a entrada e vira-se para o rapaz que o fizera a

pergunta e fala;

— O que gostaria de saber?

— Senhor, o que o senhor tem a dizer sobre a impetração do

juiz do 7º lhe acusando de bigamia?

— Só perguntar para ele se esta trabalhando, eu estava, pois

tenho um processo no sétimo parado a mais de oito meses, ele passou

quantos processos importantes para traz para me processar, quero ver

os demais julgados antes, se o juiz acha que esta brincando de justiça,

dá o lugar para gente seria!

— O senhor nega a acusação?

— Não li ela, mas não nego ter mais de uma mulher em minha

vida, sobre bigamia, eu tenho direito a culto neste país, espero que o

juiz não esqueça disto!

— O senhor é de que religião?

— Não acredito em religião, elas tendem a igrejas, a dizimo, a

forçar as pessoas a pensarem o que o pastor, rabino, padre, bispo

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querem, acredito que deu me deu liberdade a ser feliz, ter as

mulheres que concordarem em me dividir entre elas, não escondo

nada delas, sabem das demais, e as amo por isto?

— Senhor, verdade que atentaram ontem contra sua vida?

— Qual das duas vezes?

O repórter para e pergunta;

— Tentaram duas vezes, senhor?

— Sim, mas foram encenações, alguém queria uma cena de

minha ação e quis me pegar de surpresa, gravavam de surpresa, o

ator levou sorte, de estar desarmado!

— O senhor quer dizer que foi encenação?

— Sim, o atirador era um ator de propagandas, mas isto foi

apenas um susto, daqueles que dou graça de não sofrer do coração,

pois estava totalmente relaxado naquele momento!

— Senhor, poderia confirmar o nome das mulheres de sua

vida?

— Não, vocês já perturbaram bastante elas nas ultimas horas!

— O que o traz ao hospital senhor?

— Renata Camargo esta com um cisto no ovário, temos de

verificar a gravidade, pois ela esta grávida de 5 meses!

— Os filhos são seus?

— São, mas o importante neste momento é garantir a saúde

dela!

— Existem informações não confirmadas que o senhor vai a

França?

— Sempre vou a Europa, estive lá pouco a pouco tempo!

— Sabe quando ela terá alta?

— Não sei, mas se não respeitarem o hospital, peço

transferência para um lugar onde os repórteres tem de seguir a lei e

bom senso como na Europa!

— Senhor, estamos fazendo nosso trabalho, liberdade de

imprensa!

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Pai

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— Então pense, vocês querem liberdade para fazer e falar o

que querem, e não respeitam a vontade e liberdade dos demais,

liberdade é uma via de mão dupla, senão é fascismo, a imprensa

nacional em muitas vezes é fascista, falando em liberdade!

— O senhor tem idéia erradas sobre liberdade de imprensa

senhor!

— Sim, repensei e não serei candidato a presidência, não no

momento, o que vocês chamam de democracia no Brasil, permite

vocês darem apenas a versão que lhes interessa, não quero presidir

um pais onde uma minoria fala o que os demais tem e podem fazer, e

chamam de democracia!

— O senhor então não é candidato a presidência?

— Como já falei varias vezes, não o era por estar longe das

eleições, muita coisa tem de mudar, quero enfrentar a justiça em

casos sérios, como o do incidente em Curitiba, mas para juízes que

usam acontecimentos assim para aparecer, lembro eles que usar um

cargo publico, e ser Juiz é cargo publico, usar isto para ganhos

pessoais, de qualquer espécie é crime!

— Vai entrar contra o juiz da sétima?

— Não sei nem o que contem no processo, pode ser que peça

cestas básicas, daí confesso só para ajudar alguma grande instituição

de caridade do país!

JJ olha a porta e fala;

— Agora peço a compreensão de vocês eu tenho de entrar, e

peço que respeitem os demais pacientes, isto é um hospital, lembrem

que um dia podem precisar!

JJ voltou para dentro e subiu direto, o segurança nem o barrou,

era melhor ele não ficar na recepção muito tempo, a entrevista daria

destaque nos noticiários da noite, ele sorria quando subia o elevador;

Chegou ao quarto e Renata chorava, Sonia estava a abraçá-la, e

vendo JJ a porta o esticou a mão, ele sentou-se ao lado da cama,

lembrou de Sonia no dia da morte de Larissa, estava triste, não sabia

o que falar quando Rosa falou;

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— Confirmaram, maligno, e crescendo!

— Crescendo quanto?

— Tem de operar, e tem de ser urgente!

JJ se levantou e foi falar com o medico, todos viram que ele

faria algo, chega e o médico o esperava e falou;

— Senhor Joaquim, temos de falar!

— Fala senhor?

— É câncer, esta se alastrando, ela não vai resistir se

esperarmos mais 3 meses!

— Onde é o câncer?

— No ovário esquerdo!

— O direito esta preservado senhor?

— Sim!

— Teria como, desculpe falar assim doutor, mas ela sempre

sonhou em ter um filho, tenho de lhe dar alguma coisa para se

agarrar nesta hora, vocês são bons com palavras, tento o ser na

intenção, mas teria como armazenar os óvulos bons, para futura

inseminação?

— Mas sabe que precisaria de uma mãe de aluguel, a urgência

é que se for além do útero, podemos perder a moça, considero os

seus filhos perdidos, desculpe a sinceridade!

— Sei disto senhor, mas teria como ser feito?

— Sim, mas sabe que pode estar gerando uma esperança que

pode gerar outros problemas depois!

— Sei, mas o principal é a esperança, mas antes da esperança

vem a vida dela, não me adianta tentar algo que me tire tudo dentro 4

meses!

— Então o senhor autoriza?

— Prepara tudo, vou ter de falar com ela, mas como minha

mãe falava, se não tem remédio esta remediado!

JJ volta ao quarto, estava Rosa, Renata, Sonia, Junior chorando

quando ele falou;

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Pai

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— Posso falar com você a sós?

Estava a olhar para Renata, Sonia entendeu que ele queria falar

com ela a sós, mas olhou para ela e falou;

— Sonia, quero falar com você depois, mas depois de falar

com ela!

Rosa passou por ele e juntou Junior e saiu, ele viu Sonia sair, e

chegou ao lado da cama, ela estava linda, mas sabia que tinha alguns

riscos, ela estava fraca, e teria de passar pela quimioterapia, a parte

psicológica estava aos cacos, ela já não reagia bem antes mesmo de

saber de tudo aquilo e pegou em sua mão e falou;

— O que esta passando nesta cabeça?

— Eu disse que não lhe daria um filho, esqueci que deus podia

ouvir!

JJ a abraça, e olhando para ela fala;

— Quer fazer as pazes?

— Eu não estou brigando com você! – Ela disse;

— Estou falando paz com deus, não comigo, posso parecer um

deus, mas só para quem não conhece deus!

— Mas ele ... – Renata não terminou a frase;

— Ele nos mostrou o caminho, mas nunca entendemos antes

de o viver, mas queria lhe dizer uma coisa!

Renata olha para ele com lagrimas nos olhos;

— Você é muito mais importante para mim, filhos, podemos

ter outros, adotar outros, inventar outros, criar outros, mas você não

tenho como recriar, você é o que me preocupa!

— Não entendeu, não vou mais poder lhe dar um filho?

— Eu entendi, mas como disse, nunca fale alto o que não quer,

apenas o que quer!

— Você me amaria mesmo se não pudesse lhe dar filhos?

— Sabe que lhe amo, por quem mais pulo de prédios, apanho

de traficantes, levo tiro e fico desaparecido por 45 dias!

— Vai me culpar disto também?

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J.J.Gremmelmaier

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JJ a abraçou e falou;

— Não posso lhe culpar de nada, sei que a culpa foi minha,

ainda bem que a achei!

Renata o abraçou, os dois estavam sempre entre tapas e beijos,

mas estiveram entre sorrisos e lagrimas muito tempo, ela lhe olha e

pergunta;

— Mas podemos adotar um se fizer questão?

JJ olha serio para ela e fala;

— Se quisermos podemos sempre nos complicar mais!

— Do que esta falando?

— Podemos salvar seus óvulos e fertilizar em vidro, mas você

que tem de saber se quer!

— Eu quero, mas por que seria nos complicar mais!

— Porque alguém levaria sua cria por nove meses na barriga, e

como não é ciumenta, não teríamos problemas!

— Verdade, mas se for para lhe ver sorrir, Joaquim, eu faço?

— Não é por mim, sempre soube que queria um filho, desde

pequena, mas esqueci que era mais maluca que apenas isto, não lhe

vigiei, e olha onde acabamos!

— Eu tento lhe vigiar, mas isto só me magoa, esqueço que

você não presta!

— Mas te amo, menina, não adianta fazer tudo na vida, e

perder um amor, mas pelo jeito deus me esta testando, esta me

tirando coisas, para me dar outras, mas não quero lhe perder, mas teu

ciúmes me enerva, e sabe disto!

— Eu também te amo, você não vai ficar bravo?

— Bravo?

— Eu tanto fiz que perdi seus filhos!

— Não é reflexo do que você fez, o medico diz que iria

acontecer independente de estar grávida, eu demorei para lhe achar, a

culpa é minha!

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Pai

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JJ abraça a moça, e chora, os dois ficaram abraçados e depois

de um tempo ela falou;

— Da próxima vez me escondo em um lugar mais visível!

— Não te falaram que pus um sinalizador por baixo de sua

pele, para que não fuja!

Renata bate no peito de JJ e ele segura a mão dela e fala;

— Se me bater, eu agüento, mas vê se não me isola!

Renata olhou para aquele homem, o viu ainda um marginal, o

viu enterrado, o viu empresário, e mesmo assim parecia não ser para

ela, mas ainda estava a trilhar este caminho, a irritava como ninguém

mais, o ver com outras, a tirava do serio, mas o ódio não era pelas

outras, era por ele, mas quando estava assim, diante dela, parando o

seu mundo para cuidar dela, não sabia dizer que não sentia, não

queria o dividir, mas também não queria o perder, pensou em quantas

vezes ainda brigaria com ele, e respondeu;

— Sabe que não me controlo, talvez tenha razão, como seria se

tivéssemos uma menina, será que teria ciúmes dela?

— Não sei, mas não é o ciúmes que me preocupa nesta hora, é

você, estava a pensar a frente, mas agora temos de pensar no hoje, e

estarmos preparados para o amanha!

— Se você estiver aqui, eu prometo tentar ser forte!

— Eu vou estar onde você estiver, as vezes tenho de sair

correndo, mas volto!

— Sei que não tem como parar tudo para me bajular!

— Não estou bajulando ainda, agora é cuidado, você precisa

de todo o apoio que precisar!

Os dois se abraçam e assim estavam quando o medico entrou

no quarto, os dois olharam e o mesmo olhou para a moça e falou;

— Podemos falar?

— Temos! – Renata;

— Sabe o que será o procedimento?

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J.J.Gremmelmaier

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— Não, nem quero pensar nisto, mas se precisa ser feito,

melhor fazer, não quero falar, depois falo com um psicólogo se for o

caso, mas não quero falar e nem ver nada!

— Entendo, mas teremos dois processos, um que faremos hoje,

e um amanha, que será o mais demorado, hoje faremos um estudo do

que esta atingido, coletaremos os óvulos para um banco de óvulos, e

deixaremos tudo pronto para amanha, que pode ser uma cirurgia

simples, mas tem toda a complexidade de uma cirurgia!

— Certo doutor, estou pronta, sei que não vai ser fácil, é só o

começo! – A voz tentava ser forte, mas era de alguém com medo, o

medico pediu para falar com JJ e ele deu um beijo na mão dela antes

de sair e falou;

— Já volto!

Os dois saíram e os demais entraram ao quarto, e o doutor

falou das providencias, JJ nem se preocupou em perguntar quanto,

mas o doutor falou sobre procedimentos, e sobre riscos, mas às vezes

as pessoas se firmam em palavras que querem ouvir, não nas que se

fala, JJ estava mantendo o pensamento aberto e quando o medico

perguntou;

— Alguma duvida, senhor Moreira?

— Só uma, tem profissionais competentes para fazer isto?

— Temos, tem de confiar na excelência do hospital!

JJ olha para o doutor e nada fala, excelência sem bons

profissionais não me vale nada, mas não falou nada, e assinou as

autorizações, alguém tinha de o fazer;

— § —

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Pai

147

— § —

JJ foi no sentido do quarto e Sonia o esperava do lado de fora,

ele sorriu e a abraçou;

— O que quer falar?

— Não sei nem se vou falar, estava nervoso, tem de ser forte

menina, sua irmã vai precisar!

— Sei disto, pelo menos não brigaram, ela parece calma!

— Sim, mas é aparência, segura a mão dela, vai ver que ela

esta tremendo, esta com medo, e quem de nós não estaria, crescemos

ouvindo historia de gente que morreu disto, ou de outro destas coisas

chamadas de Câncer!

— Mas você esta bem?

— Estou, pelo menos as pessoas estão ai para a apoiar, quando

pedi para saírem, foi pois estavam muito tristes, ela precisa que

tentamos ser fortes, pois estamos ainda do lado de fora daquele corpo,

e temos de pensar que ela esta apavorada!

— Eu cuido dela! – Sorriu Sonia;

Os dois entram no quarto e a moça olha para os dois, JJ senta-

se do lado da cama, estivera com alguém lhe olhando assim a alguns

meses, mas o caso era diferente, a noticia foi confirmada a imprensa

na recepção e o pais ficou sabendo que algo ruim estava acontecendo,

Sena vê a confirmação do acontecido e pega um avião particular e se

manda para o Rio de Janeiro, Kely fica pensando em como JJ estava

sentindo-se, Tatiana ouve a noticia e lembra da menina, Durval olha

para ela sem falar nada, o homem estava ali a poucas horas, agora

estava a enfrentar problemas bem mais complexo;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

148

— § —

JJ senta-se ao corredor, um momento antes de os demais irem,

estava tomando fôlego, tinham a levado para a primeira parte, não

falaria que as crianças já haviam sido retiradas, a moça estava a

sofrer as conseqüências de uma vida, não sabia se poderia ter feito

algo na vida que mudasse aquilo, Rosa senta-se ao lado dele e lhe dá

a mão, e ele aperta sua mão;

— Pensei que estava me traindo, fiz papel de boba!

— Na verdade você tem razão, sempre tem, eu não presto!

— Você deve estar se culpando, sempre se culpou por ela ter

fugido!

— Não é questão de me culpar, as coisas seriam diferente se o

passado tivesse sido diferente, mas não posso mudar aquilo, por mais

que queira, as vezes a vida nos dá perdas, para aprendermos que

somos seres insignificantes diante dos planos maiores!

— Esta precisando descansar!

— Não, descansei ontem, hoje é meu dia de enfrentar, se não

revezarmos, ficamos acabados, Sonia esta a quase 24 horas no

hospital, estão Junior esta tentando a convencer a ir dormir, você

também, dorme bem que amanha vai ser um dia longo!

— Que horas vão operar amanha?

— Começa as oito da manha, só deus sabe que hora vai

acabar!

— E vai ficar a noite?

— Preciso, vai, descansa que amanha vai ser tenso, lembro

quando amputaram a perna de minha mãe, hospitais me lembram isto,

sempre tenso, sem noticias antes do fim, não falam nada, ficamos

sempre na apreensão!

— Tenta dormir um pouco, mesmo que só um pouco!

— Tento, mas vai, você também tem de descansar, e Cris esta

dormindo no sofá lá dentro!

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Pai

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Junior chegou com Sonia, ofereceu a casa para Rosa dormir, e

foram todos deixando JJ ali, a olhar para Renata, que voltara do

primeiro procedimento a pouco, que estava ainda dormindo da

cirurgia;

JJ abriu o computador e começou a escrever, tinha de por para

fora, sempre dizia que nestas horas somente lixo saia, mas estava

querendo por as emoções para fora, e chorou para ele mesmo

enquanto escrevia, a pedra suava mais uma vez;

O celular vibrou no bolso, ele foi a sacada para atender, falou

por alguns momentos, desligou e sentou-se a frente do computador,

sempre com um olho no computador outro na moça, viu ela abrir os

olhos e levantou-se, pegou um copo d’água para ela, a sentou um

pouco, o silencio se fazia no hospital, mas a rua se ouvia lá fora,

Renata olhou para JJ e perguntou;

— Você não esta bravo mesmo?

JJ olhou para a moça, repetindo a pergunta, e a abraçou, queria

a beijar, mas não achou propicio, ele a acariciou e ajeitou o

travesseiro, e Renata pediu, a muito não ouvia isto;

— Pai, podia me contar uma historia, daquelas malucas que

você contava quando criança?

Ele riu e falou;

— Alguma preferência?

— Não sei!

JJ senta-se e pega a mão da menina e começa;

— Esta historia é de um menino, de 12 anos, ele estudava em

sua cidade, pode ser qualquer cidade de tamanho pequeno americana,

tinha seus amigos, dois desajustados como ele, que gostavam de ler,

não tinha corpo físico para ser um jogador de futebol americano, com

seus quase um metro e cinqüenta não pesava mais de 29 quilos, ele

adorava escrever, e sua personagem predileta, era uma menina

chamada Sheila, ele adorava a fantasia de ter um personagem que

fazia o que ele queria, ela era uma feiticeira, que tinha poderes

mágicos!

Renata dá uma bocejada e fala;

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J.J.Gremmelmaier

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— Continua, esta pelo jeito é das longas!

— Sim, a menina aprendera tudo que sabia nos livros

escondidos no soto da casa da avó, livros que estavam muito

empoeirados quando ela encontrou, mas os ajeitou bem arrumados e

organizados em seu quarto, ela vestia preto em quase todas as

ocasiões, a chamavam de Dark, mas ela não sentia-se assim, o

menino sempre inventava historias referente as desventuras da escola,

que viravam aventuras de Sheila, mas os finais dela eram sempre

bons, bem diferente dos que ele passava na escola, um dia ele

voltando da escola, viu que a casa dos James, havia sido vendida, e

vê o carro de mudança pondo varias coisas para dentro, não viu os

moradores, mas viu que os carregadores levaram muitas caixas para

dentro, no dia seguinte o assunto da casa era que teriam novos

vizinhos, o nome do menino era Josef, e enquanto esperava o ônibus

do colégio, viu do outro lado da rua, uma menina que poderia ser a

sua descrição pessoal de menina linda, o ônibus chegou e tampou sua

visão dela, subiu rápido para a ver novamente, mas não estava mais

lá, ficou como bobo olhando para fora, .....— JJ olha para Renata a

dormir, ajeita o travesseiro, e fica a olhar ela dormir;

JJ encosta na poltrona e continua a escrever a historia que

começou narrar, ele dizia sempre que historias nasciam assim,

naturalmente, quando menos se esperava;

— § —

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Pai

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— § —

A moça acordou 3 vezes a noite com sede, dormiu

profundamente, o que deixou JJ mais calmo, ela precisava estar forte,

ele viu pela sacada o dia vir a eles, a moça do café encontrou e ele

ainda estava escrevendo, levantou-se e arrumou o café, acordou sua

menina e a serviu, estava a cuidar dela quando o enfermeiro trouxe o

suplemento, os remédios, e Renata agradeceu, o rapaz fez suas

anotações normais, de pressão, febre, e algumas coisas que não via,

deveriam ser os remédios, horários e coisas assim, Renata tomou o

café e perguntou;

— Não trabalha mais?

JJ segurou a língua para não responder a provocação, e ela

perguntou;

— E o que aconteceu na historia?

— Depende, em que trecho dormiu?

— Não sei, algo de a chamarem de Dark!

— Depois lhe conto com calma a historia inteira, pelo menos a

parte que esta pronta!

— Pensei que estava inventando?

— Estava, mas sabe como é, anotei para não esquecer, sabia

que iria me perguntar, sempre dormia no meio das historias mesmo!

— Verdade, lembro de uma historia que teve 3 finais

diferentes, você não lembrava do final anterior!

JJ riu, o médico veio, falou com a menina, e era 7:30h quando

a levaram para a sala de cirurgia, com os preparativos, deveria ficar

lá pelo menos 3 horas, JJ não estava disposto a ficar esperando, mas

não tinha nem a quem recorrer, desceu, atravessou a rua e pediu um

pingado e um misto quente para comer, e ficou a olhar o relógio que

parecia parado a parede;

As horas se arrastaram, a cabeça não conseguia se concentrar,

adentrou ao hospital novamente, começaram a chegar as pessoas,

perguntas iguais, respostas iguais, aguardar, o silencio em si o

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J.J.Gremmelmaier

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incomodava neste momento, ele que sempre gostou de toda a forma

de expressão, estava a sentir um aperto que não lhe cabia no peito,

foram quase 4 horas de operação, mas os procedimentos de pré e pos

operatório, sabia que em si, nem a presença dele facilitava, pressão

sobre os médicos nestas horas não era bom, era perto do meio dia,

quando o medico veio lhe falar;

— Senhor Moreira!

— Sim! – O sim pareceu fazer uma força imensa para sair;

— Acabei de falar com o cirurgião, tudo correu como esperado,

agora ela vai ficar dois dias de observação na UTI, e depois, volta ao

quarto, venho pessoalmente apresentar o especialista que vai cuidar

dela!

— Que horas posso vê-la?

— A visita na UTI, é as 16h, mas ela estará dormindo no

horário de visita de hoje, terá de ter um pouco mais de paciência, mas

ela esta bem, enfrentou com bravura esta operação, mesmo com todo

o quadro de desnutrição!

— Compreendo, mas correu tudo como esperado?

— Sim, retiraram o útero, as trompas, e não apresentava

nenhum sinal de ter afetado os demais tecidos, mas o especialista lhe

explica isto com calma depois!

JJ voltou a sentar-se, sabia que seria assim, não tinha nenhuma

ilusão de a poder ver, mas não custava perguntar, abraçou Sonia ao

seu lado, respirou fundo, olhou todos e falou;

— Agora se alguém souber rezar, pois sempre briguei com

deus!

Rosa senta-se ao lado dele, e ele sente dois corpos o abraçando,

respirou fundo e terminou;

— Agora vamos sair daqui, se não podemos fazer nada, vamos

a um lugar menos depressivo!

— § —

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Pai

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— § —

JJ levanta-se e sai pela porta, cheia de repórteres, estava

abraçado com as duas, e passou sem falar nada, dirigiu pelo

Flamengo e parou do lado do Pão de Açúcar, e andou até a praia

Vermelha, uma praia curta, brava, ele sentou-se na areia, e chorou, as

vezes mesmo pedras choram, Junior olhava de longe, com sua esposa

ao lado;

— Ele é forte, vai ficar bem!

— Sei disto, estou preocupado com todo resto, Sena esta no

apartamento esperando noticia, vou ligar para ela, ainda tem todo a

resto, ele montou um esquema para cobrir Sena, mas Renata fazia

parte disto, se não fosse Kely ter voltado, estaria um caos!

Os dois se abraçam, JJ estava a recuperar o fôlego, Rosa e

Sonia estavam o abraçando ainda, Junior se retirou com a esposa, JJ

sente o celular ao bolso, e atende;

— Tudo bem JJ?

— Não, mas vou sobreviver, qual o problema!

— Meu filho continua tendo seus ataques em Washington!

— E esta pretendendo o que?

— Lhe alertar que parecem querer usar sua fraqueza para

atacar!

— Sabe quando?

— A qualquer momento!

— Obrigado!

JJ liga para algumas pessoas e Carlos chega as costas e fala;

— Acha que seriam malucos?

— Eles são malucos, avisa os militares amigos, já falei com o

presidente, temos de proteger o hospital, mesmo que eu tenha de não

aparecer lá!

— Certo, acha um lugar seguro a ficar?

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J.J.Gremmelmaier

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— Nenhum lugar é seguro, mas como digo, deus esta me

mandando agir, nunca me dá tempo para chorar!

Levanta-se e ajuda as duas a levantarem-se, olha para Carlos e

fala;

— Poe elas naquele esconderijo na Rocinha, pede para

Pedrinho ficar atento, vamos proteger as pessoas, e tira Sena e Junior

da Cobertura!

— Sena já esta saindo de lá com Joaquim, Junior eu falo, não

deve ter chego lá!

— Tira as minhas netas de lá também, eu não sei, mas tenho

impressão de ataque sem objetivo, sabe quando querem uma reação,

mas não vamos reagir de imediato, quero ver a maluquice que eles

farão, depois entro em ação!

JJ pega o celular e liga para cada uma das peças importantes e

dá as instruções, JJ vai com as duas ao buraco na Rocinha, passam

pela gruta principal, JJ para um momento pensando nas coisas que ali

aconteceram, olha em volta, mas andam mais alguns metros,

adentram um corredor apertado, Cris olhava aquilo com curiosidade,

e chegam a uma sala não muito grande, e encontram lá Sena, com o

menino no colo, Junior e as meninas, a esposa, estava tudo lá, sua

preocupação era com Renata, não tinha como a tirar do hospital,

acessou o sistema enquanto os demais se ajeitavam, olhou as câmeras,

verificou se todos já estavam protegidos, invadiu as câmeras do

hospital, só verificou ela dormindo, mudou de cena, foi para a do

satélite de defesa aérea, um objeto não identificado voando alto, bem

alto, rumava para o Brasil, olhou mais atentamente, aproximou a

imagem, eram 3 em formação, avisou o comando aéreo, tentou

acessar o sistema das naves, teve acesso mas não conseguia alterar o

rumo, estava no manual, olhou o que as naves tinham, e soltou tudo

sobre o mar, torcendo para não matar nenhum pescador desavisado,

as naves vêm a manobra, mas quando perceberam já estavam sem

munição, JJ desvia a atenção destas, tinha um porta avião na costa

Francesa, pensou rápido, ligou para Angeline e fala algumas coisas,

ninguém entendeu, pois ele não falou em inglês, desligou e ficou a

observar se as coisas se manteriam daquele jeito, olha para o sistema,

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Pai

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seria uma retaliação contra as empresas, quando olhou caças indo

para Seul, caças indo para Sidney, eles perderam a noção do que é

envolver outros em suas guerras, viu autorização dos comandos

militares locais, entendeu que teria muitas represarias, pegou o

telefone e mandou esvaziar o mais rápido possível, qualquer coisa,

que fosse da empresa, não sabia exatamente onde seriam todos os

ataques, mas mandou esvaziar, e pela primeira vez, acionou um

grupo que sempre quis deixar no silencio, quando na fronteira do

Turquemistão começaram a ajeitar uma leva de pilotos, armas e

contra-ataque, dez minutos depois estava com mais de 300 aviões no

ar, 100 Mirages, 100 F18, e outros menos potentes, partindo em

vários sentidos, quando acionado o grupo, era desencadear uma

defesa, isto era acima de JJ pessoa, era apenas para as empresas,

helicópteros de combate se ergueram em silencio em vários países, se

posicionando em proteção as empresas, submarinos apareceram no

meio do atlântico, vindos de bases desconhecidas, não oficializadas,

e quando os pontos começam a aparecer no ar, JJ abre uma linha

direta com o primeiro ministro de Seul, ameaça e desliga, faz o

mesmo com cada um dos presidentes, primeiros ministros e reis que

apoiaram esta idéia, e um olho de JJ sempre no hospital, quando

estava com tudo nos ares, mares ou terra, preparados para a guerra

ligou para a cede provisória do pentágono;

— Senhor Horst Junior?

— Sim!

— Não aprendeu ainda, ou vou ter realmente de pegar pesado

desta vez!

— Acha que vai se dar bem?

— Não sei, acabo de falar com alguns representantes da União

Européia, eles não vão lhe apoiar, falei com alguns apoios na África,

Oriente Médio, e Ásia, se quer começar uma guerra mundial, eu

assumo meu papel, mas desta vez não vou deixar destruir outro lugar

e imperar depois, vamos desmontar o seu pais, e depois, vamos ver

se eles sabem reerguer as coisas!

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— Você matou 6 mil pessoas no pentágono, quer que

esqueçamos disto?

— Eu, acho que esqueceu que me matou duas vezes!

— Acha que acredito nisto?

— Certo, não acredite, mas tem 2 minutos para desviar os

aviões, depois, não reclame!

— Vai fazer o que?

JJ acessa o sistema de armas americanas e dá um comando de

ativação das bases automáticas, assinatura do presidente americano e

fala;

— Tem os mesmo 2 minutos, depois os mísseis estarão no ar,

não vou poder fazer mais nada!

Um agente vem a ele e fala;

— Dez ogivas em contagem regressiva, travadas em Los

Angeles, Washington, e mas 8 capitais!

— Como ele tem acesso?

— Esta com assinatura presidencial, não tenho como

desarmar!

— Cancela as operações!

— Mas estão quase lá!

— Estamos quase mortos, quer continuar?

O rapaz corre e desfaz a operação, e volta ao telefone;

— Estou recuando, vai fazer o que?

— Desculpe, falou o que?

— Que estou cancelando a operação!

O sistema confirma o desativar das bases, e Horst vira-se para

o comandante ao lado e pergunta;

— Como vamos deter esta ameaça?

— Melhor conversarmos, nunca havia olhado a situação que

ele mostrou hoje!

Horst olha assustado para o comandante e fala;

— Qual o problema?

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Pai

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O comandante chama os demais, sentam-se em uma mesa e o

rapaz trás um relatório, do que estava chegando, e põe a mesa;

— Horst, temos um problema maior que o que pensávamos!

— Maior?

— Sim, os satélites estão confirmando os dados ainda, mas ele

acessou o sistema de nossos aviões e simplesmente desarmou eles no

ar, ele acessou o sistema de segurança e os travou sobre nós, ele tinha

mais de 300 aviões indo a Europa tentar rechaçar o ataque, temos

registro dos 10 porta-aviões com submarinos com armas travadas

neles!

— Esta a me disser que ele tem um exercito?

— Sim, e nenhum saiu do Brasil, os de lá só se prepararam

para se defender!

— Mas o que esta insinuando?

— Que pode ser que cada JJ existente, olhou em volta, e

acionou suas defesas, ele não teria como acionar algo a nível de Seul,

Austrália, Japão, tudo ao mesmo tempo, uma coisa é enfrentarmos o

que sabemos onde esta, mas toda vez que o atacamos, ele defende-se

diferente!

— Mas por que agora ele mostrou os armamentos e antes não?

— Antes montamos um esquema para o pegar, pessoa física,

desta vez iríamos atacar as empresas, as empresas parecem ter

prioridade aos supostos JJ!

— Mas por que?

— Lembra da gravação, ele afirmou que nunca saberíamos sua

imagem, provavelmente todos os demais são personagens, com um

mais ativo para nos confundir, mas nenhum é ele!

— E como descobriríamos?

— Não sei, estávamos a por os nossos rapazes em campo, o

dirigente Francês jura que JJ é francês, o Chinês jura que é Chinês de

Macau, que era uma colônia Portuguesa, o do nosso pais, acha que

ele é Norte Americano, por mais que tentemos, temos de ter mais

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J.J.Gremmelmaier

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informação, e acho que vamos ter de rever a segurança nos dez

pontos de lançamentos que ele ativou!

— Mas por que ele nos atacaria, se fosse daqui?

— Alguém se reergueria, mas olhe, nenhuma bomba sobre

New York, e nem sobre o Alaska, este ser pode ser do Alaska, e

reside em New York, como o presidente da JJ local!

Os senhores se olham, novamente dados um nó por um

empresário, que já nem sabiam se era Brasileiro;

JJ só relaxa quando os satélites confirmam, cada ponto

recuando, um esquema de mudança de bases foi iniciado, pois com

certeza, estariam visíveis se partissem do mesmo ponto, JJ das as

coordenadas, mas deixa todos de sobre aviso, teriam retaliações, mas

olha para os demais e fala;

— Será que não aprenderam ainda a lição?

— Não, e caíram como patinhos na sua encenação!

— Caíram, vão tentar mudar todo o sistema daqueles pontos,

mas como podem tirar algo, que não existe!

Sena e JJ se olham como se estivessem alegres, ele chega ao

lado dela e pega o menino, olha para ele, que abre o berreiro, Sena

pega ele de novo, e fala;

— Ele não gosta de homens!

— Bom menino! – Responde JJ, que vira-se a Carlos e fala;

— Como estão as coisas?

— Fizeram as coisas bem armadas, não vazou informação,

temos de infiltrar gente lá!

JJ olhou Renata pelo sistema, olhou Rosa, pensou em quantas

guerras, estava ao ponto de implodir tudo e recomeçar do nada, duas

pistolas, muita munição, e tomar a força o que lhe for oferecido, por

outro, querendo um mundo onde os filhos pudessem viver, calmos e

com estrutura, nem precisava de todo o dinheiro que o cercava,

quando Nádia lhe convenceu a não ter herdeiros, ele não estava

preocupado, pois ele já tinha as suas, agora a coisa mudara de figura

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Pai

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em sua mente, foram para o apartamento de JJ na Barra, era a porta

da frente da cobertura de Sonia e Renata, JJ foi tomar um banho e

deitou um pouco, por um lado querendo matar, por outro, sumir;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

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— § —

JJ descansou até a manha seguinte, poderia ver Renata apenas

a tarde, estava impaciente, mas sabia que era o melhor para a moça,

sentou-se a mesa, onde Cris olhava para ele, e perguntou;

— O que esta acontecendo, Joaquim?

— Tia Renata esta doente, não vai ser fácil o tratamento!

— E é grave?

— É grave, muito grave, por isto estão todos segurando

lagrimas, mas não podemos deixar ela perceber, temos de fazer ela

sentir-se melhor!

— Mas por que?

— Por que se ela estiver achando que já perdeu a corrida, não

vai querer correr!

— Não entendi!

— Pense qual a maior lição da corrida da lebre e da tartaruga?

— Que o importante é competir, disse meu professor!

— Na verdade, tem muito mais no conto que apenas isto, tem a

afirmação que se você perde o foco de qualquer coisa, enquanto a faz,

acaba não terminando de fazer, e segundo, se você acreditar que pode,

mesmo com todos os demais dizendo que não vai conseguir, um dia

você consegue, eu contaria um conto após e um antes, da mesma

tartaruga, na primeira, ela perderia, e veria que o importante é

competir, na segunda, venceria, mostrando que o importante é não

perder o foco, e por ultimo, uma terceira corrida, ela perderia

novamente, mas mostrando que mesmo perdendo, mais tartarugas

estavam a começar a praticar a corrida, pois tinham um ídolo,

ganhara uma corrida contra uma lebre, por mais que perdesse todas

as demais, aquela vitória era dela! – JJ pensa um pouco e fala - E

tem uma que nunca havia pensado antes deste momento!

Cris olhou como não entendera e JJ termina, sem se preocupar.

— E a afirmativa de que a Tartaruga ganharia todas as corridas,

se estas fossem da vida, pois enquanto a tartaruga com calma vai

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Pai

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viver uns 100 anos, não precisa da pressa, a lebre vai morrer no

máximo aos 4 anos!!

— Joaquim, você fala tudo muito rápido, não entendi, mas não

é só uma corrida?

— Não, o conto se faz do que dá certo, não do errado, mas isto,

tira a determinação e o exemplo em muitos casos, mesmo que um dia

você perca uma corrida, não é para desistir, pois sempre existiram

outras corridas, mas quando é a sua vida que esta em jogo, como no

caso de Renata, não quero deixar ela pensar em momento algum que

vai perder a corrida, pois se ela parar, desistir, ela morre, entendeu!

— Entendi, temos de a animar a continuar a correr, mesmo que

ela não queira!

— Sim, e se precisar, eu a pego no colo e termino a corrida se

isto a fizer chegar a linha de chegada!

— Você já fez as pazes com a mãe?

— Não, mas não estamos brigando no momento!

Cris ri ao ver a mãe atrás de JJ que sabia que ela estava ali,

ouvira ela, mas deixou a menina pensar que fora tudo como ela

queria, Rosa chega ao lado dele e pergunta;

— É tão grave assim?

— Não sei ao certo, ela esta fraca, desnutrida, com um quadro

de anemia profunda, difícil encarar um tratamento deste tendo a

saúde a toda, assim, difícil de exatificar!

— Ouvi o que falou, mas não estamos mais brigados!

— Eu não briguei, sabe disto!

— Mas eu briguei, esvaziei a casa, nem te ouvi!

— Rosa, nós não brigamos, sabe disto, estamos nos adaptando

a novos tempos, mas não brigamos!

Rosa sorriu, uma visão romântica do que havia acontecido,

mas sabia que as diferenças estavam se acentuando, e falou;

— Joaquim, quando vai me por em seus planos?

— Eu, que saiba nunca saiu deles, mas o que esta pensando?

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J.J.Gremmelmaier

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— Você pôs todas a trabalhar, e eu, estou cheia de cuidar de

uma casa vazia, de uma vida certinha!

JJ sorriu;

— Desculpe, com calma lhe falo de meus planos, senhora

futura Primeira Dama!

— Não quero só ser a primeira dama!

— Ninguém disse que será apenas a primeira dama, mas ainda

tenho muito a construir, se estiver ao meu lado, se não, vou ter de

refazer minha vida de novo!

Rosa o abraça e olhando aos olhos daquele ser mais

enigmático que ela conhecera, pensa em quanto viveu nos últimos

meses, quanto aprendeu, quanto cresceu como pessoa, e fala;

— Sei que estou cobrando coisas que talvez não tenha pensado

para mim, mas preciso me sentir a altura das demais!

— Rosa, — JJ pensou antes de falar, segurou as palavras a

boca mas interveio – você não tem de se comparar a ninguém, você é

especial por ser você, as vezes penso sentir mais por uma que por

outra, mas quem pensa assim, não sabe o dilema que vivo, de amar

mais de uma, não entende o problema que é não querer machucar

uma, quando duas estão presentes, não tente se comparar a ninguém,

seja você, e se quiser fazer algo, me fala, adoro idéias novas, desafios

intrigantes, pois pode não saber, mas tem um bom pedaço em todas

as mudanças de minha vida, nos últimos meses!

— Você poderia ter me avisado daquilo?

— Eu avisei, mas do meu jeito torto, sempre faço da pior

forma!

Rosa o beija e olha para a filha, e diz;

— E você tem de comer, esta só enrolando!

JJ ri, Rosa sempre foi protetora e antenada, se ele fosse somar

idéias boas que ela deu nos últimos meses e anos, teria de pagar um

salário a ela só por isto, mas a abraçou e falou;

— Vê se tem mais calma comigo, tem coisa mais complicada

do que o que aconteceu aqui, sei que o problema é que era Renata,

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Pai

163

todas tem um medo desta menina, que esta se mostrando muito

imatura, mas agora teremos de dar força a ela!

— Sei disto, ela é uma criança ainda, passar pelo que vai

passar não vai ser fácil!

Os dois se abraçam e a campainha toca, era Sonia e Sena que

estavam a porta;

— Já pararam de brigar? – Sonia;

— Sim, já paramos de brigar, alguma noticia do hospital?

— Sim, esta inteiro e sem ataques Norte Americanos, relaxa, a

vemos no inicio da tarde! – Sena;

— Sabe como esta meu irmão?

— Sei, ele esta lá em Dallas como disse, mas teve 3 reuniões

como Phill!

— Bom, acha que vai acontecer o que agora? – Pergunta JJ a

Sena;

— Não sei, soube que pediu um GeenCard, mas isto todos

pedem!

— Todos não!

— Verdade, você ainda é 100% brasileiro, visto de negócios,

por isto lhe caçam!

— Verdade, mas sabe do que trataram?

— Da estratégia americana de tomar as empresas, ele abriu sua

pretensão de me tornar presidente, o que os deixou preocupados, mas

não entendi o que ele ganha com isto!

— Ele vai tentar jogar um jogo de dois lados, o que ganha, não

sei, aquela amante dele é gente da Cia, mas ele que sabe onde se

coloca, espero não ter de perder mais um irmão!

— Quer que o afaste?

— Não, mas mantêm a atenção nos contratos que ele passar,

acredito que vão tentar primeiro um ataque, o que quer dizer,

comprar a parte que esta no nome dele aqui, acham pouco provável

você se eleger lá, eles vão tentar me barrar aqui!

— Mas eu não quero sair presidente lá, sabe disto!

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J.J.Gremmelmaier

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— Sei, mas eles não sabem!

Sena sorriu, JJ sempre dois passos a frente, sempre gritando

para um lado, e correndo para o outro, Rosa só ouvia a historia com

Sonia, historia sem sentido para as duas, era por volta das 13h

quando serviram o almoço.

Kely chegou com as duas meninas, e pede para falar com JJ;

— Podemos conversar?

JJ sacudiu a cabeça e foram ao escritório do apartamento, e lá

chegando ele perguntou;

— Algum problema?

— Sim! – Kely esticou um papel para JJ que o leu;

— Quem tentou isto?

— J, tem de ficar entre nós!

— Sim!

— Roberto pôs entre os pedidos para as compras para a Ares,

são pedidos de venda da parte dele, com compradores já certos,

normalmente eu nem olho o que ele me põe a mão, eu ia assinar

normalmente quando Roseli me atentou a ler, ela sempre lê, pois

pode ter parâmetros ilegais ou mal escritos que geram problemas

futuros, são determinações da venda dos 30% que ele tem da Ares,

parece que tem comprador, pois antes de eu assinar algumas pessoas

entraram em contato com Fátima para verificar o andamento das

negociações!

— Acha que o que esta acontecendo?

— Ele tem outra, e esta vendendo tudo para ficar com ela, só

pode ser isto!

— Calma, você sempre achando o pior, o papel diz que ele

esta vendendo os 30% da empresa, e não tem um pedido de

afastamento dele do cargo!

— Verdade, mas o que ele quer com isto?

— Kely, vamos fazer assim, você assina, e eu compro, e

vamos ver o que acontece, não adianta se precipitar!

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Pai

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— Mas ele tem uma amante em Dallas, você sabe disto!

— Sei, e sei que a moça é agente da Cia!

— Ele esta envolvido com uma agente da Cia?

— Não, ela se passou por uma funcionaria, fizeram um monte

de armações para ela conhecer ele, provavelmente ela que o

convenceu a vender, mas sinal que querem comprar, e não vamos

deixar, você autoriza a venda, e a compra ao mesmo tempo, quando

vier a informação, faz a compra em nome da JJ da Europa, não da

local, e se ele for vender a parte norte americana faz em nome da JJ

de Moscou, não centraliza aqui, pois eles vão ter trabalho de

acompanhar os recursos, entendeu!

— Sabia que ela era da Cia e não falou nada para ele?

— Kely, não precisa saber de tudo que desconfio!

— Acha que é pior do que me falou?

— Sim, acho, mas não tenho certeza, temos de ir com calma!

— Preciso saber o que você acha?

— Não sei se devo lhe contar, pois é apenas uma

desconfiança!

— Vai me contar, preciso!

— Hoje a tarde a moça vai levar ele a um encontro que não

tenho como saber se ele sabe do que se trata, mas estarão presentes

os 3 atuais grandes, da Cia, Exercito e FBI!

— Mas ele corre perigo?

— Os atiradores de Sena estão lá, para dar proteção se preciso!

— Mas desconfia que ele não vai precisar?

— Se você fosse a um encontro destes, sabendo, não sei se ele

sabe, mas não avisaria a retaguarda?

— Sim, mas disse que ele pode não saber!

— Por isto não tenho como lhe falar nada ainda, amanha

saberei, mas hoje não, e não gostaria de ser eu a lhe contar isto!

— Acha que ele vai sabendo do encontro?

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J.J.Gremmelmaier

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— Tinha duvida antes disto! – Bate no papel que a moça o

estica;

— Mas por que?

— Eles tentaram comprar o Cartel de Cali, não deu certo,

precisam de algo a interferir no Brasil, se não é droga, é

comunicação, o velho dito de circo e pão, se não tem o pão, dão

circo!

— Acha que ele vai lá apenas confirmar que pôs a venda?

— Sim, mas nós não venderemos!

— Por que?

— Kely, é só pensar, ele esta com você a mais de seis meses,

as empresas são tocadas por você, mas ele tem eu, Sena como sócios

da Ares, você tocando a JJ, se ontem eles tivessem atacado os pontos

que atacaram da JJ, poriam eu e Sena em uma reestruturação

econômica, teríamos de buscar dinheiro no mercado, com certeza

esperam que já tenha assinado isto, você mesmo disse que

normalmente já estaria assinado, eles teriam 30% da Ares com eu e

Sena precisando se desfazer de algo, compram 5% das ações da Ares

e viram sócios com maior poder do que eu e ela na Ares,

desarticulam minha campanha, a campanha de Sena, e se infiltram na

empresa que nos dá posição de mercado, a empresa que montamos

para crescer, seria uma cartada de mestres!

— Seria uma traição dupla!

— Ele esta se sentindo traído, eu entendo ele!

— Acha que quer se vingar pelos filhos serem seus?

— Acho que ele não parou para pensar, esta a jogar as coisas

pela janela, tem algo que depõem contra ele, ele entrou com pedido

do GreenCard, a duas semanas, saiu hoje sedo o nome dele na lista, é

bem suspeito, mas ele nem sabe que a moça é da Cia, pelo menos

parece não saber!

— Mas ele estaria jogando tudo pela janela!

— Não, ele estaria novamente jogando a família pela janela, o

dinheiro vai entrar na conta dele do mesmo jeito, aqui, ele pagaria

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Pai

167

quase 28% por ganhos de capital, nos Estados Unidos, vai pagar

perto de 49% na mesma transação, ele esta perdendo ai, mas

comparado a não ter nada, é um grande ganho!

— Mas não tem certeza ainda?

— Não, tudo pode ser coincidência ainda, mas sabe o que

penso sobre coincidência!

— Sei!

Kely olha para o papel e fala;

— Quer mesmo comprar isto?

— Tenho, qualquer coisa, se ele estiver sendo enganado ou

pressionado, pois se pressionaram até Sena, podemos depois por ele

no lugar que ele está abrindo mão, se não, ele me enganou direitinho!

Kely abraça JJ e fala;

— Será que os seus maiores problemas sempre serão a

família?

— Na verdade eu sempre confio nas pessoas, algumas me

retribuem com gratidão, outras, com uma tentativa de punhalada,

mas não dou espaço para metade disto, sei que ele queria que estes

filhos fossem dele, mas começo a pensar se não foi melhor assim!

— Pensando em ele tentar me tirar parte que estaria em meu

nome?

— Roberto pai, sempre agiu assim em muitos negócios,

estranho falar de alguém que é meu pai como alguém tão distante!

— Verdade, mas vai ter esta posição quando?

— Amanha cedo, pois daqui a pouco vou ver Renata, e não

quero pensar nisto antes do dia de amanha!

— Preocupações, guerras, e negócios mal resolvidos, esta

conseguindo relaxar?

— Consigo, já almoçou?

— Comi algo no avião, mas aceito um pouco!

Os dois foram a mesa e pelo olhar entre JJ e Sena, a moça

entendeu que estava confirmado o que imaginavam, comeram e JJ foi

com Sonia ao hospital, foi uma tarde difícil mas cheia de esperança,

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J.J.Gremmelmaier

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falou com o medico por mais de uma hora, estava muito preocupado,

mas o sorriso de Renata lhe animou, as vezes precisamos de pouco

para recompor as energias, aquele sorriso o recompôs, a visita foi

rápida, e logo após voltaram ao apartamento;

— § —

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Pai

169

— § —

Foram dias difíceis, primeiras seções de quimioterapia, depois

o raspar do cabelo, depois os enjôos, as dores de cabeça e todas as

reações adversas, o primeiro mês foi o mais difícil, Rosa retornou a

Curitiba, a menina precisava estudar, Roberto não retornou de Dallas,

JJ sabia que Kely precisava de apoio, mas estava ocupado demais,

Sena tenta ficar longe dos negócios, mas estava cada vez mais

interferindo na Ares, estavam a quase dois meses do começo do

tratamento, quando Roberto chega a cede da JJ Empreendimentos e

pede para falar com Kely;

— Entre, o que o traz aqui?

Kely mede Roberto, bem vestido, perfumado, mas perdeu o

principal, o brilho no olhar quando a olhava, parecia até meio

atordoado, ela ficou a olhar esperando reações;

— Kely, precisamos conversar!

— Sim, mas esta disposto a conversar, ou apenas a falar!

— Preciso lhe pedir desculpas, sumi e não dei nem satisfação!

— Verdade, pensei que ia a New York e já voltava, e sumiu, o

que aconteceu?

— Eu tenho outra, mas precisava acertar as coisas com você!

— Acertar?

— Eu passei uns papeis para você, para vender minha parte da

empresa Ares, mas não recebi ainda a minha parte, nem sei se foi

vendida?

— Foi, mas não sabia se queria que depositasse aqui ou lá fora,

fiquei esperando você pedir!

— Foi vendida?

— Sim, assim que você pôs a venda, JJ e Sena compraram a

sua parte, nem vi isto acontecer, eles que me falaram que você havia

vendido, nem lembro de ter assinado isto!

— Mas então eles compraram a própria empresa?

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J.J.Gremmelmaier

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— Por que, esperava que outra pessoa comprasse?

Roberto olha para Kely e fala;

— Pensei que estavam descapitalizados depois do acontecido

nos prédios nos Estados Unidos!

— Sena tinha os recursos e emprestou a JJ, os dois estão muito

próximos com Joaquim os aproximando muito!

— Como estão as meninas?

— Bom que perguntou, elas estão ótimas!

— Mas então poderia me liberar o recurso?

— Sim, assim que assinar os documentos de venda, e o recibo,

estará na sua conta!

— Bom, libera naquela conta em New York?

— Sim, achava que iria manter os recursos por aqui?

— Prefiro lá!

— Algo mais?

— Não, foi bom lhe ver!

Kely segurou as lagrimas no olho, tudo que JJ falou estava se

realizando, viu o rapaz sair pela porta e Roseli entrou logo após e

perguntou, vendo que Kely chorava;

— Desculpe, vim numa má hora?

— Não, mas queria que as pessoas respeitassem um pouco

mais o que sinto!

— Me disseram que o Roberto esteve por aqui, brigaram?

— Não, seu irmão veio dizer que tinha outra, e perguntar do

dinheiro dele da venda da Ares!

Roseli viu que o tom não foi nada amistoso, e perguntou;

— Quer um copo d’água?

Kely olhou para Roseli e falou;

— Desculpa, você não tem culpa, JJ me avisou que ele iria

fazer isto, mas não acreditei!

— Ele vendeu mesmo a parte dele da Ares?

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Pai

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— Pior, ele esperava que a Cia tivesse comprado a parte dele,

mas como JJ fala, cada um colhe o que planta!

— Pensei que ele estivesse tomando jeito!

— Todos pensaram Roseli, sei que a magoa dele é as meninas

serem de JJ, mas não tinha como esconder isto, estava a evitar

problemas futuros, ele pode achar fácil, mas não foi, seria cômodo

para mim dizer que eram dele, pois uma coisa é ter seu irmão como

pai delas, mas JJ é muito mais complicado!

— Os dois são meus irmãos, Kely!

— Desculpa, isto não acostumei ainda!

— Mas não chore por isto, às vezes é melhor acontecer algo

assim no começo, que você é jovem, pode recomeçar uma relação,

do que daqui alguns anos!

— Mas o que me dói é a traição, não física, e sim ele tentar

usar uma maquina que foi dada a ele, por JJ e Sena para os prejudicar,

é como se alguém achasse que atirar no pé não vai doer, mas seu

irmão agora esta por conta!

— Acha que JJ vai cair matando?

— Não, mas ele monta seus esquemas, assim como desmonta,

Roberto tinha a proteção de Sena e JJ, agora terá de justificar a não

venda para eles, das empresas, mas quem esta do outro lado é Cia e

Exercito Americano!

— E fala com esta naturalidade?

— Roseli, não conhece JJ, ele não tem problema em perder

dinheiro, mas com traições ele tem problemas, sei que o pessoal de

Sena ainda esta na segurança dele, Carlos ordenou, senão estaria por

conta própria, mas JJ é dono do banco que ele pediu para por o

dinheiro, é um banco onde os grandes lavam dinheiro, Cia, FBI,

Exercito, grandes banqueiros, Narcotráfico, deve entender o que JJ

vai fazer?

— Vai se fazer de morto, dar segurança, e em alguns meses,

quando não estiver mais no nome dele, vai falir o banco, em prejuízo

aos americanos, não a ele!

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J.J.Gremmelmaier

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— Sim, perguntei se Roberto não queria deixar aqui os

recursos, ele disse que preferia lá, mostra que seu irmão não

aprendeu nada, ele vai pagar quase o dobro de imposto pela

negociação de venda lá do que aqui, mas pense, os impostos são

calculados, cobrados, e quando vem a cobrança, o banco não tem

recursos, acho que isto que JJ vai fazer!

— E quem ver vai dizer que ele fez tudo de caso pensado, até o

pedido de venda de Roberto!

— Sim, mas seu irmão escolheu desafiar JJ, ele não vai matar

um irmão, mas vai o por no mesmo lugar de onde o tirou, quando o

resolveu ajudar!

— Mas acha que é justo?

— Roseli, Roberto tem hoje no currículo ter montado uma das

maiores empresas de comunicação do mundo, se ele não se acomodar,

isto pode ser mais do que tudo que ele tinha na vida, mas se for ficar

chorando como seu pai, desculpe a sinceridade, vai afundar como seu

pai!

— Mas então sabe que ele batera a porta dentro de alguns

meses?

— Sei, mas daí as meninas estarão um pouco maior, posso até

jurar quando JJ vai fazer isto?

— Quando?

— Perto de 1º de Agosto!

— Por que?

— Balanço semestral da empresa, e lembre que ele nos

convidou, a estar na França nesta data!

— Acha que ele vai abrir o jogo?

— Alguma vez Roseli, ele não o fez com as cartas a mesa!

— Não, ele sempre jogou limpo, podemos reclamar, mas ele

foi sempre bem sincero em seus planos, mas o convite foi anterior a

ordem de venda?

— Foi, mas aprenda com seu irmão, já que o pôs assim, ele

adapta, tinha um plano para Fontainebleau, mas ele adapta parecendo

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Pai

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sempre para alguém distraído, que ele planejou aquilo, mas não, ele

adaptou!

Roseli sorri e pergunta;

— Mas como vai ficar Renata, esta no meio de um tratamento?

— Isto sim vai parecer coisa de deus, pois Sena e JJ tem uma

hospital em excelência em câncer em Fontainebleau!

— Esta sim parece ajustado demais, mas ele não teria como

saber do câncer, ou tinha?

— Não, mas a clinica é especializada em recuperação de

pessoas em vários tipos de enfermidades, os dois estavam pensando

em uma recuperação lá, pois é verão na Europa, a melhor época para

isto!

— Entendi, mas então você vai a Fontainebleau?

— Você também vai, acha que vai escapar?

— Mas temos coisas a resolver!

— Temos, mas estou segurando o inicio de todas as obras

novas para Setembro, e nada esta em ponto de atraso, podemos ir lá e

ver o que ele quer!

— Mas..

— Sem mais ou menos, nós duas vamos, e levaremos Danielle,

Fátima e Patrícia, Mauricio agüenta trabalhar um pouco, não se

preocupe!

— Mas vai sobrecarregar!

— Mas quando não sobrecarrega Roseli, estamos diante de

empresas que nunca nem imaginamos existir, então sempre

sobrecarrega, e podemos sempre dar nossas olhadas, pelo sistema!

— Acha que ele quer que eu vá?

— Ele queria até Roberto lá, quando digo que ele não esperava

isto, é por que o convite meu, era para o casal! – Roseli vê uma

lagrima no rosto de Kely;

— E as crianças?

— As minhas minha mãe se ofereceu a olhar por mim, mas

não sei, dois meses é muito tempo, pensando em as levar!

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J.J.Gremmelmaier

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Roseli sorriu, não conhecia a França, seu irmão já tinha ido lá

duas vezes, ela não, pensara quantas vezes as coisas mudariam ainda,

foi a cede da Ponto e ajeitou as coisas, estava querendo ir, mas ainda

faltavam 10 dias para dia 24 de Junho;

Roseli abriu pela primeira vez o convite, e o leu, junto uma

passagem de ida e volta para Paris, e um pequeno recado;

―Irmã, não aceito desculpas, dia 22 sai o vôo, não quero ter de

voltar para lhe buscar, mas se for o caso, por uma irmã especial, o

faço. JJ.‖

Roseli sorriu, olhou as passagens, o passaporte dela com visto

para a França, tudo ajeitado, olhou em volta e sorriu, o seu mundo

crescera, iria conhecer alguns lugares incríveis, e olha a porta o seu

irmão entrar e falar;

— Podemos conversar?

— Entre Roberto!

— Queria lhe pedir desculpas!

— Desculpas?

— Sim, você sempre foi especial, mas sempre a coloquei de

lado, sabe que sempre torci que desce certo para você, e finalmente

esta conseguindo!

— Sim, mas como você e Kely estão?

— Acabou, ela teve filhos com JJ, não posso passar por cima

disto!

— Pensei que a amava!

— Ela ama JJ, então que ela sofra com este amor, pois ele

nunca será dela!

— Pensei que tinha mudado irmão!

— Vim dizer que vendi a minha parte da Ares, quero montar

uma empresa em New York, e gostaria de saber se você estaria

disposta a tentar comigo este projeto!

— Mas pretende fazer o que?

— Construção civil, mas em um pais de primeiro mundo!

— Acha que tem conhecimento nesta área?

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Pai

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— Não, mas você tem, sei que já toca uma das grandes de lá,

queria ter você no meu lado, irmã!

Roseli olha para o irmão, estava querendo a usar, e ela falou;

— Mas vai inaugurar quando?

— Espero começar os planos em Setembro, quero conhecer

um pouco os Estados Unidos antes disto, aprender quais as regiões

mais valorizadas!

— Então em Setembro falamos, eu ainda tenho que trabalhar!

— Vi que estava olhando o convite, vai a França?

— Acho que não! – Mentiu Roseli. – Alguém tem de tocar, e

Fátima vai também!

— Estão lhe explorando, você sabe disto, você toca tudo e eles

que ficam com o dinheiro!

— Roberto, não é por que brigou com Kely e JJ, que vou fazer

o mesmo, se sair, vai ser em paz, não em guerra, JJ me apoiou

quando todos, até você me culpava pelo fracasso da RR, vocês

brigaram, mas não pretendo brigar, mas se tiver as coisas montadas,

em Setembro nos falamos!

Roberto sorriu, achava que estava sendo esperto, prestes a por

a corda do pescoço e pular no desfiladeiro, se ele tivesse ido lá para

conversar, talvez Roseli adiantasse a idéia, mas como foi lá para

tentar a usar, a moça ficou quieta e entendeu onde tudo levaria seu

irmão, vira JJ fazer isto com Ricardo da Girassol, agora era a hora de

Roberto da Ares;

Roberto cumprimentou Roseli e olhou a câmera, pensando

estar prejudicando a irmã, a forçando a ir para seu lado, pois JJ a

poria para correr;

Roseli viu o irmão sair pela porta e ligou para JJ e falou que

precisava conversar, JJ estava no Rio de Janeiro e disse que passava

lá no fim do dia;

— § —

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J.J.Gremmelmaier

176

— § —

No Rio JJ vira-se para Sena e pergunta;

— As coisas estão prontas em Paris?

— Sim, tenho tudo ajeitado!

— Vão quando?

— Saímos em 2 horas, algum problema?

— Roberto foi tentar aliciar Roseli para tocar uma empresa

que ele vai criar!

— E você vai lá falar com ela, ou com ele?

— Ele conversamos depois de 5 de Agosto, não antes!

— Certo, estou passando a empresa de lá para aquele laranja,

acha que vamos fazer o anuncio quando?

— Dia 31 de Julho, retiro os 12 trilhões do Banco, dia 2 de

Agosto, ele dá o pronunciamento!

— Sabe que a Cia vai ficar feliz?

— Sei, eles tem 400 bilhões lá!

— Mas tudo bem, não estará nem em nosso nome, a mais de

mês, você pode ser acusado de ter tirado o dinheiro antes do banco

afundar, mas nada além disto!

JJ a beijou e foi ao seu apartamento, cruzou o corredor, Rosa

estava já com a mala pronta, e falou;

— Não vai com a gente?

— Ainda não, tenho ainda coisas a resolver, mas Sena lhes

mostra o lugar!

— Sabe que não falo Francês, naquela vez em Paris, quase

falei tudo errado!

— Pedi para Angeline receber vocês no aeroporto, ela fala bem

português!

— Você quer brigar antes de sairmos?

— Não, outra coisa, ela não sabe que sei, então não me estraga

tudo!

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Pai

177

— Mas você vai quando?

— Tenho de verificar se esta tudo redondo, quero conseguir

que Márcia consiga ir, preciso de alguém do banco ao sul para saber

o que vamos fazer, quero ver se Danielle aparece, e vou

pessoalmente falar com alguém em Londrina!

— Vai confirmar os convidados, mesmo que os tenha de

arrastar?

— Sei que não poderia os arrastar, mas vou confirmar com

eles!

Os dois se beijaram e JJ as levou ao aeroporto, esperou

embarcarem para Paris, prometeu a Renata que estaria lá o mais

rápido possível, deu um beijo em Sonia, Sena e Rosa, assim que o

avião subiu, pegou um para Curitiba.

— § —

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J.J.Gremmelmaier

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— § —

Uma hora depois estava a entrar na sede da Ponto;

— Como vai irmã?

— Na duvida do que fazer?

— O que a preocupa?

— Roberto me ofereceu um emprego numa empresa que vai

montar, mas Kely me disse que provavelmente ele nem vai conseguir

montar ela, estou na briga entre dois irmãos, e não sei o que fazer!

JJ sentou-se e falou;

— Roseli, o que vou falar fica entre nós, mas — JJ pega o

computador pessoal e mostra a cena gravada da conversa deles, e

Roseli fala;

— Certo, você já sabia!

— Olhe a forma que ele verifica se a câmera esta ligada, a

forma que olha para ela quando sai, ele queria que eu soubesse, a

pergunta é o que ele quer com isto?

— Que você ache que vou sair da empresa, e cai direitinha!

— Ele acha que esta aprontando, mas sinceramente esperava

menos infantilidade, voltou a como era antes da Ares, aquele menino

mimado!

— Mas o que vai fazer?

— Vou brigar com você?

— Não entendi!

JJ põe a câmera da frente do prédio e mostra Roberto e uma

moça, sentados em um carro a observar a entrada, e termina;

— Ele acha que vamos brigar, ele veio para que isto

acontecesse!

— Mas por que?

— Ele fez uma proposta na compra da parte Norte Americana

da Ponto, obvio que não vez para mim ou para você, fez para Sena!

— Mas o que falou?

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Pai

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— Vamos entrar em negociação, mas não pretendo fechar nada

antes de voltar da França!

— Ele não vai ter dinheiro, mas você esta fazendo de conta

que vai vender, e ele precisa alguém para tocar!

— Sim, já que derrubei 300 prédios da Ponto nos Estados

Unidos!

— Entendi, Sena tem a seguradora, Roberto esta se oferecendo

a comprar, algo que pode ser um problema, os contratos e licitações

estão todas estacionadas, parece que o governo deles não vai liberar!

— Sim, mas os já aprovados me dão movimento de 12 meses,

suficiente para nos manter no negocio, mas eles estão apoiando as

ações de seu irmão, a moça ao lado dele é a Cia!

— Acha que eles vão pegar pesado com ele?

— Vão, nesta hora que você vai o apoiar, mas isto, em

Setembro!

— Eu vou o apoiar?

— Sim, vai oferecer um emprego para ele na Ponto dos

Estados Unidos, dizendo que estará o fazendo sem eu saber, mas isto,

em Setembro, se você não o apoiar, ele vai ser preso, e nos Estados

Unidos, não pagar dividas, dá cadeia, mas isto é uma suposição ainda

irmã, pode ser que aconteça um pouco diferente!

Roseli sorri e fala;

— E ele lhe querendo mal, ele é infantil mesmo!

— Sim, mas sabe que o por para dentro, terá de manter a

atenção, ele ainda vai ter a mim como um inimigo, só não quero ele

muito mal, mas o salário dele lá, não dará para muita coisa!

— Quer que ele trabalhe, mas se ele pedir um cargo melhor?

— Vai falar a verdade, para cargos maiores ele sabe que o

sistema indica, e que eu ficaria sabendo, quando o contratar o fará

como terceirização, para não aparecer no quadro de funcionários, ou

inventamos outra coisa, não sei ao certo!

— Como consegue olhar lá a frente?

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J.J.Gremmelmaier

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— Roseli, mesmo tentando não consigo prever tudo, mas o que

seria deste momento sem você na empresa, estaríamos no desespero,

mas se realmente quiser ir trabalhar com ele, dou um jeito dele não

falir em Agosto!

— Irmão, sei que quero o ajudar, mas estava a ponto de por

meu pescoço na guilhotina, não iria lembrar das câmeras, e iria falar

para ele dos planos, mas ele veio com aquele papo de montar

empresa, e me levar a trabalhar com ele, entendi que estava a querer

me usar, não vi até onde, ele me forçou manter-me fiel a você, não

que goste de o ver falir!

— Roseli, eu não estou o sacaneando, quem deu 80% do que

esta em nome dele, foi Sena, ela daria outro fim ao mesmo caso, não

o esta fazendo por ser meu irmão, ela sentiu-se mais traída que eu,

pois ela falou para ele que estava tudo ligado, que ela manteria ele lá

pois acreditava que ele amasse Kely, ela olhou a forma que ele fez,

foi para lá, não falou nada, não voltou nem para dar satisfação, pois

se voltou hoje, foi por causa do dinheiro, ela tomou as dores de Kely,

não as minhas, sabe que eu não iria sofrer por isto!

— Realmente Kely esta tentando ser forte, mas quanto é 30%

da Ares, desculpa a pergunta!

— 400 bilhões de dólares, não é trocado!

— Uma bolada, é quase um roubo, com conotação legal, mas

esperavam dele o retorno!

— Sim, mas ele não terá os 400 bilhões em 2 dias, então

Carlos pos o pessoal dele para proteger seu irmão!

— Não entendi?

— A Cia queria ter comprado, iriam comprar com dinheiro

ilegal, queriam me complicar ao legalizar o dinheiro, e ao mesmo

tempo assumir parte da Ares, que pode não parecer, mas foi bem

projetada para indicar para onde vamos crescer, diariamente, uma

empresa importante para as empresas do grupo, para a família, para

quem esta no poder!

— Esta dizendo que a Cia vai querer um abono pelo prejuízo?

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Pai

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— Sim, e Roberto como deixou nos Estados Unidos os

recursos, vai precisar estar com eles como aliados, não vai querer ter

Eu e Sena num lado, e ele sem apoio no outro lado, acho que metade

deste dinheiro vai parar na mão da Cia, por isto vou falir aquele

banco, mais para evitar que usem este dinheiro contras nós!

— Quando penso que você vê lá na frente, sempre me

surpreende, as vezes consigo enxergar um pouco a frente, mas não

consigo acompanhar desta forma!

— Teria de os conhecer, tem partes de minha vida, que não

desejo a ninguém, para que entendesse como estes grupos

funcionam!

Roseli olha para JJ e fala;

— Mas vai fazer o que com isto?

— É fácil, você vai dizer para Kely que brigou comigo, e que

não vai a França por isto!

— Mas o que tem a ver?

— Só faz isto, o resto, as pessoas fazem por si, espero você lá,

não me faça vir lhe buscar!

Roseli sorriu e JJ se levantou, despediu-se e saiu a porta da

empresa como se tivesse chutando o mundo, a secretaria confirma

para Roberto que JJ saiu chutando tudo, e Roseli liga para Kely e

fala;

— Kely é Roseli, podemos falar?

— Algum problema?

— Sim, Roberto veio aqui a pouco, falei com ele, mas o

problema é que JJ veio depois, e discuti fundo com ele, decidi que

não vou a França!

— Mas o que aconteceu?

— Desculpe, é entre eu e ele!

— Mas..

— Sem mas, não vou, ele vai entender!

Roseli desliga o telefone;

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Kely olha o telefone, pensa rapidamente, pega o telefone e liga

para JJ, deu fora de área, pensou mais um pouco, não queria ligar

para Roberto, mas não permitiria que ele interferisse na vida da irmã,

e ligou para ele e falou;

— Roberto?

— Fala Kely, algum problema nas assinaturas?

— Não, queria saber o que andou aprontando?

— Eu não aprontei nada, por que?

— Por que só pode ser você o responsável pela briga de Roseli

e JJ!

— Agora tudo é minha culpa, eu só fui ver minha irmã, se eles

brigaram deve ser por que ele briga com todos, você sabe bem disto!

— Não sei de nada, o que falou para ela?

— Nada, este seu namorado que é muito descontrolado!

— Não vai me dizer?

— Não falei nada, por que não pergunta para ele?

— Assim que conseguir pergunto!

Os dois desligam, e Roberto vira-se para a moça ao lado e fala;

— Go?

— Sin!

Os dois se mandaram para o aeroporto, e embarcam para São

Paulo, e JJ liga para Kely e pergunta;

— Tudo bem menina?

— Não sei, o que esta acontecendo?

— Desculpa, mas tenho de lhe perguntar uma coisa?

— Fala, ai vem bomba!

— Ele mordeu a isca?

Kely riu e viu o senhor entrando pela porta dela, com o celular

a mão;

— Você sabia que ligaria para ele?

— Pensei vagamente na possibilidade, mas você tinha de ser

convincente!

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Pai

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— Eu não gosto disto!

JJ chega perto dela e fala;

— Cheirosa, tem compromisso para hoje?

— Você não presta!

— Queria poder ter vindo antes, mas não consegui, como esta

o coração?

— Em pedaços, aquele desgraçado nem se deu ao trabalho de

aparecer, ligar, falar, veio como se estivesse tudo decidido a tempos,

ainda bem que ando desarmada!

— Não vale a bala, mas é um motivador muito bom!

JJ a puxa bem perto e ela fala;

— E como fica a esposa?

— Que esposa, estou aqui, não lá!

Kely riu e o beijou;

— § —

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— § —

Em Cuiabá Tatiana fala com Durval;

— Vai ou não via?

— Pensei que já tinha dito que não vou!

— Tati, por que não ir?

— Você quase o matou, acha pouco, da ultima vez que

estiveram juntos!

— Não se despreza uma férias destas!

— Você quer ir, vai, não vou! – Tatiana;

— Você vai, por que não?

— Primeiro, sete meses não é para sair voando por ai, o

convite é de 2 meses, não tenho como ficar tanto tempo, e não

pretendo um filho francês!

— Não quer que a veja com ele, entendo, mas vai sim!

— Eu já disse que não vou!

— Tatiana Guerra, você vai, quero ver se isto acabou mesmo!

Este era o medo da moça, nunca havia começado, como

poderia ter acabado, ela fala meio sem sentir;

— Você quer que vá?

— Não quero, você vai, não vou sozinho!

— Mas tem de me prometer que não vai brigar, não quero

confusão na casa dos outros!

— Não prometo, mas preciso ver até onde vai isto, Tati!

Os dois se olham e Tatiana passa a mão na barriga, pensa que

teria de se controlar respira fundo e olhando para o marido, fala;

— Certo, mas vou ao medico ver se esta tudo bem antes de

viajar, me leva?

Durval sacode a cabeça afirmativamente;

— § —

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— § —

Em Londrina Danielle passa na casa de Fernando, e o rapaz

estranha ao ver ela a porta e fala;

— Algum problema, Dani?

— Não, vi confirmar se vai com a gente, ou antes?

— Ir?

— França, lembra de algo?

— Não posso ir, tenho algumas coisas a resolver!

— Joaquim não vai aceitar um não, eu ajudo a arrumar as

coisas!

— Não é coisas como as roupas, mas não tenho nem

passaporte, não tenho visto, e nunca pensei em conhecer a França!

Danielle estica o passaporte e o rapaz abre e vê o visto

aprovado, olha e pergunta;

— Mas se não quiser ir?

— Vai deixar sua filha ir sem o pai, pois vou eu Fabiana e a

pequena Ester!

— Mas tenho compromissos!

— Já adiei todos, eles entenderam, não querem perder alguém

famoso apenas por não remarcar uma data!

— Eu não pedi isto!

— Não, mas JJ me pediu, e eu o fiz, qualquer coisa, ele esta

em Fontainebleau, terá de ir lá reclamar!

— O encontro é em Fontainebleau?

— Sim, conhece?

— Não, mas sempre sonhei em conhecer o Château de

Fontainebleau, dizem ser uma obra de arte em forma de castelo, mas

por que lá?

— Vários motivos, mas a casa de JJ na França fica em

Fontainebleau, apenas isto!

— Casa, mas por que em Fontainebleau, entre tantas?

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— Fernando, JJ construiu seu castelo no modelo do Château,

não o vi pessoalmente, mas tenho curiosidade, e você vai com a

gente, nem que tenha de embarcar como carga para França!

Fernando riu e falou;

— Eu vou, mas Fabiana esta bem para ir, Ester é tão pequena

para uma viajem desta!

Danielle sorriu e os dois acertaram os detalhes de embarque;

— § —

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— § —

Em Brasília, Sandra estava a falar com o presidente da nação

sobre as metas do Centro Oeste, e ouviu ele falar;

— Sandra, esta é uma autorização da direção do banco para

ficar 2 meses afastada!

Sandra olha assustada, e pergunta;

— Mas o que fiz de errado?

Ronaldo estica o envelope para a moça e esta abre, estava

tensa, e quando abre lê no envelope;

―Sandra, lhe espero em Fontainebleau, como minha convidada,

não se atrase, JJ!‖

Sandra olha o presidente e pergunta;

— Mas o que vai acontecer lá?

— Nem eu sei, ele pediu para liberar você, Márcia, Cezar e

Tatiana, mas não sei exatamente o que ele pretende, mas algo ele vai

antecipar a vocês, e sei que a maioria das vezes é planos de

crescimento, não conheço este lugar, tive que ir no Google para ver

onde ficava, mas não encontrei nada que pudesse dar de referencia!

— Certo, ligo para ele e verifico, mas vou ter de arrumar as

coisas para meu afastar momentâneo!

— Não se preocupe, a presidência é sua na volta, se conseguir

manter este crescimento mais 3 anos, com apoio dos bancos oficiais,

terá muitos presidentes a querendo como presidente!

Sandra sorriu e quando saia para o banco tentou falar com JJ,

mas deu desligado ou fora de área;

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Em Porto Alegre Márcia e Cezar recebiam a informação de

que seriam liberados para contatos bancários de interesse do banco, e

recebem os envelopes com um recado pessoal de JJ, estendendo o

convite a seus cônjuges, e Márcia riu;

— Este é JJ, já foi a França alguma vez, Cezar?

— Nem em sonho, mas este nosso amigo esta a aprontar

alguma, ele sempre apronta!

— Acho que ele quer dizer o que pretende!

— Mas tem idéia do que?

— Idéia, ele nunca obedece nossas idéias, ele esta um ano—

luz à frente, mas sempre nos levando a desafios, quando disse que

não queria a presidência, ele até fez os números do Centro Oeste

baterem os nossos, sem reduzir os nossos, nem podem nos acusar de

ter feito corpo mole!

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Em Curitiba Kely e JJ chegam a pedreira que ele fizera de

local para os dois, as meninas estavam com a mãe, e ele perguntou;

— Não vai inventar motivos para não ir?

Kely balançou a cabeça negativamente, e ele sorriu, ele pos

uma água para ferver e falou;

— Tem idéia do que faremos lá?

— Não, mas com certeza você esta aprontando, mas espero

que saiba o que esta fazendo?

— Eu? — lhe abraçando — como meu irmão é um burro!

Kely não gostou do comentário, se viu em sua feição, e ele

consertou;

— Desculpa, você esta linda, foi o que quis dizer!

Kely sorriu e os dois se abraçaram, estavam a se complicar

cada vez mais, mas JJ não estava a fim de deixar Kely fora de sua

vida, se Roberto não queria, estava a querer cada vez mais, aquele

homem estava saindo-se um galo de marca maior, Kely sabia que

estavam a querer quebrar as ultimas barreiras, e faltavam poucas a

quebrar;

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