guerra civil portuguesa (1828-1834)

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Data 1828 – 1834 Local Portugal Desfecho Vitória liberal Concessão de Évora Monte: → A monarquia constitucional é restaurada → Dom Miguel renuncia todas as suas pretensões ao trono e parte para o exílio Guerra Civil Portuguesa Batalha da Praia da Vitória, uma das batalhas da Guerra Civil Portuguesa I ntervenientes Liberais Miguelistas Principais líderes D. Pedro IV Duque da Terceira Duque de Saldanha D. Miguel I Visconde de Montalegre Visconde de Santa Marta Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. A Guerra Civil Portuguesa , também referenciada como as Guerras Liberais , teve lugar em Portugal entre 1828 e 1834, opondo o partido constitucionalista liderado pela Rainha D.ª Maria II de Portugal e o seu pai, o Imperador D. Pedro I do Brasil, ao partido tradicionalista de D. Miguel I de Portugal. Em causa estava o respeito pelas regras de sucessão ao trono português e a decisão tomada pelas Cortes de 1828, que aclamaram D. Miguel I como rei de Portugal. Í ndice 1 A sucessão de D. João VI 2A Guerra Civil 3 Protesto e Declaração de Génova ■ 4 Batalhas ■ 5 Referências ■ 6 Bibliografia A sucessão de D. João VI A morte de João VI de Portugal levantou um problema de sucessão. O rei tinha dois filhos adultos mas as relações com ambos eram complicadas. Pedro, o seu primogénito e herdeiro tinha sido deserdado na sequência dos eventos de 7 de Setembro de 1822 que levaram à independência do Brasil. Com Miguel, a relação não era mais fácil, visto que o príncipe já se tinha revoltado contra o pai pelo menos duas vezes e estava exilado. Após o assassínio de D. João VI, com a ideia de reunificar as coroas de Portugal e Brasil, a regência da Infanta Isabel nomeou D. Pedro, Imperador do Brasil, como seu sucessor. Em 1826, Pedro torna- se Rei de Portugal como Pedro IV, mas, como a constituição brasileira de 1824 impedia que governasse ambos os países, abdicou um mês depois para a filha menor, Maria da Glória (D. Maria II). O seu irmão Miguel foi nomeado regente de Portugal e foi contratado o seu casamento com a sobrinha. D. Miguel voltou do exílio e assumiu a regência em nome da sobrinha. Em 23 de Junho de 1828, as Cortes aclamaram porém D. Miguel como rei de Portugal, considerando-o legitimo herdeiro do trono e ilegítimos todos os actos praticados por D. Pedro em relação a Portugal após a declaração da independência do Brasil. A base para esta decisão foram as Leis Fundamentais do Reino, que à data ainda se encontravam em vigor, e à luz das quais D. Pedro e os seus descendentes tinham perdido o direito à Coroa a partir do momento em que, por um lado, aquele príncipe se tornara soberano de um estado estrangeiro (Brasil) e, por outro, levantara armas contra Portugal. Página 1 de 4 Guerra Civil Portuguesa (1828-1834) – Wikipédia, a enciclopédia livre 28-08-2011 http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Civil_Portuguesa_(1828-1834)

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Page 1: Guerra Civil Portuguesa (1828-1834)

Data 1828 – 1834Local PortugalDesfecho Vitória liberal

Concessão de Évora Monte:→ A monarquia constitucional érestaurada→ Dom Miguel renuncia todas as suaspretensões ao trono e parte para oexílio

Guerra Civil Portuguesa

Batalha da Praia da Vitória, uma das batalhas da GuerraCivil Portuguesa

IntervenientesLiberais Miguelistas

Principais líderesD. Pedro IVDuque da TerceiraDuque de Saldanha

D. Miguel IVisconde de MontalegreVisconde de Santa Marta

Guerra Civil Portuguesa (1828-1834)Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A Guerra Civil Portuguesa, tambémreferenciadacomo as Guerras Liberais, tevelugar em Portugal entre 1828 e1834, opondo opartido constitucionalista liderado pela RainhaD.ª Maria II dePortugal e o seu pai, o ImperadorD. Pedro I do Brasil, ao partido tradicionalista deD. Miguel I de Portugal. Em causa estava orespeito pelas regras de sucessão ao tronoportuguês e a decisão tomada pelas Cortes de1828, que aclamaram D. Miguel I como rei dePortugal.

Índice■ 1 A sucessão de D. João VI■ 2 A Guerra Civil■ 3 Protesto e Declaração de Génova■ 4 Batalhas■ 5 Referências■ 6 Bibliografia

A sucessão deD. João VIA morte deJoão VI de Portugal levantou umproblema de sucessão. O rei tinha dois filhosadultos mas as relações com ambos eramcomplicadas. Pedro, o seu primogénito e herdeirotinhasido deserdado na sequência dos eventos de 7 de Setembro de1822 que levaram àindependência do Brasil. Com Miguel, a relação não era mais fácil, visto que o príncipe já se tinharevoltado contra o pai pelo menos duas vezes e estava exilado.

Após o assassínio de D. João VI, com a ideia de reunificar as coroas de Portugal e Brasil, a regênciada Infanta Isabel nomeou D. Pedro, Imperador do Brasil, como seu sucessor. Em 1826, Pedro torna-se Rei de Portugal como Pedro IV, mas, como aconstituição brasileira de 1824 impedia quegovernasse ambos os países, abdicou um mês depois para a filha menor, Maria da Glória (D. MariaII). O seu irmão Miguel foi nomeado regente de Portugal e foi contratado o seu casamento com asobrinha. D. Miguel voltou do exílio e assumiu a regência em nome da sobrinha. Em 23 de Junho de1828, as Cortes aclamaram porém D. Miguel como rei de Portugal, considerando-o legitimo herdeirodo trono e ilegítimos todos os actos praticados por D. Pedro em relação a Portugal após a declaraçãoda independência do Brasil. A base para esta decisão foram as Leis Fundamentais do Reino, que àdata ainda se encontravam em vigor, e à luz das quais D. Pedro e os seusdescendentes tinhamperdido o direito à Coroa a partir do momento em que, por um lado, aquele príncipe se tornarasoberano de um estado estrangeiro (Brasil) e, por outro, levantara armas contraPortugal.

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Caricatura representando D. PedroIV e D. Miguel I disputando a coroaportuguesa, por Honoré Daumier,1833.

A Guerra CivilDe início o partido miguelista levou a melhor e a causapedrista parecia perdida. Miguel I procurou obterreconhecimento internacional, mas foi apenas reconhecidocomo rei pelos Estados Unidos da América e pelo Vaticano.As restantes monarquiaseuropeias mantiveram-se emsilêncio. Em 1831, o Imperador Pedro I foi forçado a abdicarda coroa do Brasil para o filho Pedro II e viajou paraPortugal para defender o alegado direito ao trono portuguêspor parte de sua filha. Em 1831, Pedro desembarca as suastropas nos Açores e toma diversas ilhas, estabelecendo oarquipélago como base de operações.

Conquistada a fortíssima posição militar e naval de Angra,nos Açores, por essa armada, D. Pedro partirá depois daí,mais tarde, para invadir o continente português, o queocorrerá a norte do Porto, na Praia dos Ladrões, depoisrebaptizada como Praia da Memória, que ficou conhecido

como Desembarque do Mindelo, onde actualmente se encontra o grande monumento aos mortos daGuerra Civil, em forma de obelisco colocado junto ao mar, nas rochas do desembarque.

Seguidamente, as forças pedristas desembarcadas entrincheiraram-se dentro dosmuros da CidadeInvicta, dando os miguelistas início ao duro e prolongado Cerco do Porto. Finalmente, conseguindofurar o bloqueio naval da barra do Douro, uma frota liberal fez-se ao mar e seguiu até ao Algarve,onde desembarcou uma divisão do seu Exército, que avançou para Lisboa rapidamente, protegidopela esquadra inglesa. Lisboa foi entregue ao comandante-chefe liberal, marechal Duque da Terceira,sem combate nem resistência, pelo Duque de Cadaval, antigo primeiro-ministro do rei D. Miguel, em24 de Julho de 1833.

Levantado o Cerco do Porto graças à queda da capital nas mãos dos pedristas, a guerra continuou noentanto a marchas forçadas e dolorosas, em Coimbra, Leiria e pelo Ribatejo fora. D. Miguel Iestabelece então a sua corte em Santarém, onde entretanto morre de peste a infantaD. Maria daAssunção de Portugal, irmã dos dois príncipes inimigos.

Em 24 de Abril de1834, pelo Tratado de Londres, a Quádrupla Aliançadecide-se pela intervençãomilitar contra as forças do rei D. Miguel I. Enquanto o almirante Charles Napier desembarcou tropasna Figueira da Foz, avançando por Leiria, Ourém e Torres Novas, o general espanhol José RamónRodil y Campillo entrou em Portugal através da Beira e Alto Alentejo com uma expedição de 15 milhomens em apoio do partido de D. Pedro e de sua filha D. Maria da Glória. Vai dar-se a definitivabatalha da Asseiceira, ganha pelos pedristas, finda a qual o que restava do exército miguelista seretirou para o Alentejo. A paz assinada na Convenção de Évoramontedeterminou o regresso deMaria II à coroa e o exílio de Miguel para a Alemanha.

Protesto e Declaração de GénovaAo desembarcar emGénova, em 20 de Junho, D.Miguel protestouformalmente à face daEuropa contraa violência da

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Bandeira Nacional usada pelosMiguelistas.

Bandeira Nacional usada pelosLiberais.

Quádrupla Aliança, numdocumento que ficouconhecido como o "Protestoe Declaração de Génova",ponto de partida para a lutalegitimista que virá a duraraté 1932. Nesse documento,D. Miguel declarava "comonula e de nenhum valor" acapitulação a que, sobcoacção, fora forçado em

Évora-Monte. Apesar de vencido militarmente, D. Miguel não abdicava da sua legitimidade como reide Portugal Muitos miguelistas não depuseram as armas, tendo alguns passado a Espanha, emauxílio dos Carlistas, enquanto outros se dedicavam a actos de guerrilha contra o Governo emterritório nacional (destacando-se, neste contexto, a figura do Remexido, no Algarve).

D. Maria da Glória, a princesa do Grão-Pará, que entretanto se encontrava ao abrigo da corte deLondres, junto a sua prima, a rainha Vitória, pode finalmente chegar a Portugal, nesse ano de 1834,e, estando o vencedor daguerra, D. Pedro, tuberculoso e com pouca esperança de vida, houve queemancipar rapidamente a jovem princesa, de 15 anos de idade, jurando finalmente a CartaConstitucional, e subindo enfim ao trono de Portugal, pela declaração da sua maioridade em Cortes,e cessação da regência que em seu nome o pai exercia.

Batalhas■ Cerco do Porto (Julho 1832 - Agosto 1833)■ Batalha do Cabo de São Vicente (5 de Julho de 1833)■ Batalha da Praia da Vitória■ Batalha da Ponte Ferreira, freguesia deCampo, concelho deValongo (23 de Julho de 1832)■ Batalha de Alcácer do Sal (2 de Novembro de 1833)■ Batalha de Pernes (30 de Janeiro de 1834)■ Batalha de Almoster (18 de Fevereiro de 1834)■ Batalha de Sant’Ana (24 de Abril de 1834)■ Batalha de Asseiceira (16 de Maio de 1834)

Referências1. ↑ cf. A Nação, 20 de Junho de1907.

(http://www.angelfire.com/pq/unica/monumenta_1834_protesto_de_d_miguel.htm) .

Bibliografia■ Manique, Francisco Pina, A Causa de D. Miguel, 2ª ed., Lisboa, Caleidoscópio, 2007 (reedição

de Portugal desde 1828 a 1834, Lisboa, Tipografia de Sousa & Filho, 1872).■ Siebertz, Paul, Dom Miguel e a sua época - A verdadeira História da Guerra Civi l, Mem

Martins, ACTIC, 1986.■ Soriano, Simão José da Luz, História da Guerra Civil e do Estabelecimento do Regime

Parlamentar em Portugal, 1866-90.

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