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ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS DAS ARMAS
2° Sgt Art Eberson Jesus Antunes Martins
2° Sgt Inf Fauris dos Santos Garmendia
2° Sgt Eng José Claudionor Gomes Filho
2° Sgt Cav Luis Alfredo Molins Pinheiro
2° Sgt Com Oscar Santana Domenech
2° Sgt Inf Pedro Luiz Costa Couto
2° Sgt Inf Ronan Scolari Depra
A IMPORTÂNCIA DA CONTRAINTELIGÊNCIA PARA O SISTEMA EXÉRCITO
Projeto Interdisciplinar
Cruz Alta - RS
2015
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2° Sgt Art Eberson Jesus Antunes Martins
2° Sgt Inf Fauris dos Santos Garmendia
2° Sgt Eng José Claudionor Gomes Filho
2° Sgt Cav Luis Alfredo Molins Pinheiro
2° Sgt Com Oscar Santana Domenech
2° Sgt Inf Pedro Luiz Costa Couto
2° Sgt Inf Ronan Scolari Depra
A IMPORTÂNCIA DA CONTRAINTELIGÊNCIA PARA O SISTEMA EXÉRCITO
Projeto Interdisciplinar apresentado por término
de Curso do CAS, na Escola de Aperfeiçoamento
de Sargentos das Armas.
Orientador: 2° Tenente Valdir Camargo de Oliveira
Cruz Alta – RS
2015
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LISTA DE ABREVIATURAS
ABIN Agência Brasileira de Inteligência
Av Ex Aviação do Exército
Bda AAAe Brigada Artilharia Antiaérea
Bda Op Esp Brigada de Operações Especiais
BE Boletim do Exército
C Intlg Contrainteligência
C Mil A Comando Militar de Área
CIE Centro de Inteligência do Exército
Cmt Comandante (C)
COTER Comando de Operações Terrestres
EB Exército Brasileiro
EE Estabelecimento de Ensino
EM Estado-Maior
EME Estado-Maior do Exército
FAB Força Aérea Brasileira
FAR Força de Ação Rápido
G Cmdo Op Grande Comando Operativo
GE Guerra Eletrônica
GU Grande Unidade
Intlg Inteligência
MB Marinha do Brasil
ODG Orgão de Direção Geral
ODS Orgão de Direção Setorial
OM Organização Militar
OMCT Organização Militar de Corpo de Tropa
PDCI Plano de Desenvolvimento de Contrainteligência
PITCIC Processo de Integração do Terreno, Condições Climáticas e Meteorológicas,
Inimigo e Considerações Civis
PNPC Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento
Rec Reconhecimento, Reconhecer
Seç Seção (S)
SISBIN Sistema Brasileiro de Inteligência
Vig Vigiar, Vigilância, Vigia (V), Vigilante
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 4
2 RESUMO LITERÁRIO....................................................................................................... 5
2.1 O SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DO EXÉRCITO ......................................................... 5
2.2 A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA MILITAR .............................................................. 6
2.3 O CICLO DE INTELIGÊNCIA MILITAR ........................................................................ 8
2.4 A CONTRAINTELIGÊNCIA............................................................................................. 9
2.5 AS AMEAÇAS E A ESPIONAGEM ............................................................................... 11
3 ANÁLISE DA CONTRAINTELIGÊNCIA NA FORÇA ............................................... 12
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 13
REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 14
APÊNDICE N° 1 - A Contrainteligência na Força ............................................................ 15
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1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista que a Atividade de Contrainteligência (C Intlg) deve ser exercida em
todos os níveis e de responsabilidade de todos os integrantes da Força, torna-se
imprescindível a conscientização dos militares em razão das possibilidades e da importância
que a informação resulta no combate moderno. Para uma instituição do porte do Exército
Brasileiro, com tantas ramificações e o com a missão de garantir a soberania e a defesa da
Nação, é extremamente importante a preocupação com a segurança de seus membros e
servidores, bem como com a segurança de suas instalações, do seu patrimônio, de seus dados
e informações.
A difusão dos objetivos, conceitos e das técnicas utilizadas no ramo da C Intlg, bem
como, a plena compreensão dos diferentes tipos de ameaças e da perfeita valorização das
informações resultam na antecipação às ações hostis. Para o sucesso dessa fórmula há a
necessidade de uma concepção preventiva e pró-ativa, que viabilize a conquista do objetivo
anteposto, possibilitando o emprego desta atividade no dia-a-dia das Organizações Militares.
Na Idade Média na figura de Gêngis-Khan, na Idade Moderna na figura de
diplomatas, já se configurava a busca por informações, porém somente na Idade
Contemporânea, a atividade de Inteligência (Intlg) adquiriu uma organização aperfeiçoada,
podendo assim ser considerada como instituição dotada de estrutura e metodologia próprias.
A necessidade de conhecimento para sobrevivência do homem é tão antiga quanto ele próprio
(EME, 1999). Esta citação e a apreciação histórica supracitada destacam a importância da
Atividade de Inteligência Militar, tanto no ramo da Contrainteligência na segurança do
Sistema Exército, quanto no ramo da Inteligência na obtenção de informações e do
conhecimento.
O embasamento teórico sobre a Atividade de Inteligência Militar apresentado, mais
especificamente do ramo da C Intlg, é proveniente de Manuais do Exército Brasileiro e
publicações sobre o assunto. O projeto consiste em uma Pesquisa Bibliográfica em face aos
problemas infracitados, ampliando o conhecimento do leitor sobre o ramo da C Intlg e
apresentando sugestões para implementar uma consciência baseada na segurança.
A falta de conhecimento nos pequenos escalões integrantes de uma OMCT, sobre as
atividades ligadas a Contrainteligência em conjunto com a mentalidade do jovem que presta o
Serviço Militar obrigatório, de difundir informações da vida pessoal e profissional em redes
sociais, aspectos esses que dificultam a obtenção dos objetivos propostos por este ramo da
Atividade de Inteligência Militar.
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Complementando as informações supracitadas, cabe destacar a falta de
conscientização de modo geral, sobre a importância da salva-guarda de informações do
Sistema Exército. Essa característica é principalmente destacada nos militares recém
formados em Estabelecimentos de Ensino da Força Terrestre e nos recém incorporados às
Fileiras do Exército.
2 RESUMO LITERÁRIO
2.1 O SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DO EXÉRCITO
O Sistema de Inteligência do Exército (SIEx) produz, continuamente, os
conhecimentos necessários para que o EB permaneça preparado e em condições de ser
empregado contra quaisquer ameaças em relação a soberania ou a integridade do país. Esse
sistema atua em Operações no Amplo Espectro atendendo as situações de emprego previstas
na Constituição e na Estratégia Militar de Defesa.
Fig 1 - O ambiente de emprego da Inteligência.
A concepção do SIEx é baseada em três funções gerais, que são desenvolvidas por
todos os componentes da estrutura do sistema: a obtenção, situada no ambiente operacional, a
análise, que consiste em subsidiar os Comandos, e o suporte, que se baseia na otimização das
ações. O SIEx estrutura-se em todos os escalões do EB para produzir os conhecimentos
necessários a cada um dos níveis decisórios. O Centro de Inteligência do Exército é o órgão
central do SIEx, proporcionando uma estrutura de suporte para o fluxo de conhecimento e
para o gerenciamento do Sistema.
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Fig 2 - Estrutura do SIEx.
2.2 A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA MILITAR
A Atividade de Inteligência Militar consiste no emprego de métodos e ações
permanentes que com base em uma gama de princípios, tais como, segurança, objetividade,
controle, flexibilidade, clareza, amplitude, imparcialidade, oportunidade, integração, precisão,
continuidade, relevância e predição, viabilizam a análise de perspectivas e conhecimentos
relativos a assuntos internacionais e nacionais. Fundamentalmente consiste na coleta e busca
de conhecimento, dados e informações, bem como a proteção destas determinantes contra
incursões de elementos de inteligência adversos, principalmente em proveito do Estado.
Os desafios da atividade de Inteligência crescem exponencialmente em diversidade,
dimensão e celeridade. Ameaças mundiais como terrorismo, crime organizado e apropriação
indevida de conhecimento, dentre vários outros, devem fazer parte da agenda de todos os
Órgãos de Inteligência. A Inteligência Militar presta contribuição decisiva para salvaguarda
dos interesses nacionais.
O correto entendimento dos dados processados é essencial para o planejamento e
execução das operações. Os dados após serem processados, manipulados e organizados
resultam em informações. A matéria-prima da Intlg são as informações, sendo que as julgadas
relevantes serão analisadas e transformadas em conhecimento.
Nesse sentido, a Inteligência também tem a função de demandar análises a fim de
possibilitar a identificação tanto de oportunidades quanto de óbices referentes para
implementação das políticas nacionais.
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Fig 3 – Hierarquia cognitiva do conhecimento.
De posse do conhecimento e ciente do contexto, os Comandantes em todos os níveis
hierárquicos preconceberão ações determinantes na defesa do Estado e de sua soberania.
Somente com informações acerca de riscos e ameaças, os Comandos estarão aptos a definir o
melhor modo de tratar determinada situação. Em complemento a essa exposição, cabe
salientar ainda que segundo Tzu (1999, p. 9) “Se você se conhece e ao inimigo, não precisa
temer o resultado de uma centena de combates”.
Em junho de 2004, o Centro de Inteligência do Exército levantou informações sobre
um ataque ao Pelotão de Fronteira sediado em Querari-AM, planejado pelas Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia. O Comando Militar da Amazônia imediatamente após ser
informado pelo Orgão de Inteligência, enviou àquela unidade um reforço de 40 homens
especializados em combate no ambiente de selva. A ação desencadeada gerou como
consequência a desistência da coluna guerrilheira, a qual retornou para sua origem (SÃO
PAULO; ESTADO DE, 2004).
A Inteligência Militar desdobra-se em dois ramos: Inteligência e Contrainteligência.
Os ramos são parte de um contexto indissolúvel e sinérgico, ou seja, um complementa o
outro, pois somente em conjunto alcançam o êxito em prover a segurança do Estado.
Fig 4 – Ramos da Inteligência Militar.
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A tomada de decisão baseia-se no conhecimento, esse pode ser de diferentes tipos,
naturezas e níveis. Os níveis de decisão correspondem à amplitude das ações planejadas e
perpetradas, e ainda a seu alcance no tempo, tanto na duração quanto na projeção. Por isso, a
cada nível de decisão corresponde um nível de conhecimento necessário.
Fig. 5 - Hierarquia do nível de decisão/ação e do conhecimento associado.
2.3 O CICLO DE INTELIGÊNCIA MILITAR
O Ciclo de Inteligência é definido como uma sequência ordenada de atividades,
segundo a qual dados são obtidos, conhecimentos são produzidos e repassados ao Comando
de forma racional. Esse faseamento é cíclico, compreendendo a orientação, que trata das
diretrizes da atividade, a obtenção, fase na qual se inicia a coleta de dados e informações, a
produção, momento no qual há a transformação da informação em conhecimento, e a difusão,
atividade de divulgação para o comandante e seu estado-maior e para outros grupos de
decisão. A execução desse ciclo possibilita a garantia de que todos os aspectos sejam
considerados. Esse ciclo produz conhecimentos a partir de bases científicas, assegurando
credibilidade ao produto e padronizando procedimentos no âmbito do SIEx.
Fig 6 - O Ciclo de Inteligência Militar.
Nível operacional – relacionado com
execução de procedimentos e rotinas Inteligência – informação acionável que debate sobre desdobramentos futuros.
Informação – dados avaliados, interpretados e integrados a uma situação.
Dados – fatos, tabelas, etc. que não
foram processados
Nível estratégico – relacionado à planos políticas nacionais ou internacionais
Nível tático – relacionado à planos e ações setoriais
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2.4 A CONTRAINTELIGÊNCIA
A Contrainteligência consiste na feitura de ações e medidas silenciosas que impeçam
a atuação de Organizações de Inteligência adversas e protejam as informações, instalações e o
pessoal da Força Terrestre (EME, 2015). O acompanhamento regular e permanente da
conjuntura internacional e nacional, possibilita a previsão e/ou antecipação de ações em
proveito da Força.
A conquista do objetivo proposto por esse ramo é baseada na ação de comando em
todos os níveis e na adoção consciente de medidas efetivas, com base na legislação vigente
sobre o assunto. A conscientização, hoje, é a forma mais eficaz no aperfeiçoamento dos
resultados já alcançados, assim como a maneira de alcançar os melhores resultados em ações
futuras. No sentido de ampliar e difundir a Atividade de Inteligência, cabe ressaltar a
possibilidade de incluir o assunto como disciplina, na grade curricular das Escolas de
Formação. Tal ação contribuiria para segurança do Sistema, e ainda, complementaria a
formação dos militares injetando uma consciência referente a importância não só pela busca
de informações, mas principalmente, na proteção do Sistema Exército Brasileiro.
A concepção desta atividade considera essencialmente que cada um dos integrantes
do EB tem responsabilidades para com as atividades e tarefas de proteção da Força, não se
limitando ao Sistema de Inteligência. A Contrainteligência envolve mentalidade,
comportamentos, atitudes preventivas, pró-atividade e adoção consciente de medidas efetivas,
que contribuem para o Sistema Exército (CIE, 2008).
Com base nessas características uma ação alternativa para proposta supracitada, é a
criação e realização do Estágio Básico de Contrainteligência a ser realizado nas OMCT. O
público alvo para tal atividade seriam os militares recém apresentados na Sede, e ainda como
forma de iniciar pela base, aqueles recém formados nos EE e os militares temporários recém
incorporados à Força.
Com a finalidade de complementar as instruções que tangem sobre Atividade de
Contrainteligência, previstas no Programa-Padrão de Capacitação Técnica e Tática do Efetivo
Profissional, uma vicissitude é a inclusão dos Cabos e Soldados do Efetivo Profissional, em
caráter obrigatório. Esta ação tem por objetivo difundir o conhecimento sobre os Objetivos
Individuais de Instrução, principalmente no tocante as atividades desenvolvidas e necessárias
a salva-guarda de informações do Sistema.
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As atividades e tarefas afeitas a esse ramo são desenvolvidas de forma constante e
ininterrupta, buscando-se a antecipação de possíveis ações hostis contra a Força, dentro de
uma concepção de postura preventiva. Para obtenção desse posicionamento é essencial a
criação, a execução e a manutenção de uma mentalidade de segurança ao longo de toda cadeia
hierárquica, objetivo que atualmente é alcançado através do Plano de Desenvolvimento de
Contrainteligência (PDCI).
No PDCI são abordados os principais aspectos e ações implementadas, aspirando a
Segurança Orgânica e a Segurança Ativa, segmentos da Contrainteligência, nos quais o
primeiro, baseia-se nas medidas adotadas para salvaguarda do Sistema, realizada por todos os
integrantes da Força, e o segundo, são as ações empregadas voltadas para finalidade principal,
realizada por pessoal especializado na atividade.
Esse plano por ter como objetivo principal nortear as ações de Contrainteligência que
deverão ser realizadas nas Organizações Militares, faz com que diminua a possibilidade de
ações que possam divulgar informações que sirvam de embasamento para uma ação
criminosa. Na compreensão atual da atividade o conceito de compartimentação da informação
resume a importância da divulgação somente para pessoa ou setor que fará daquilo algo
necessário. A não observância dessa ação poderá comprometer uma ação futura.
Uma prática efetivada na atividade e que vem gerando excelentes resultados é o
“Minuto da Contrainteligência”, essa ação colabora para criação da mentalidade de proteção
de dados que podem comprometer tanto a Força quanto o Estado. Por ser sucinto e de fácil
entendimento, essa ação pode ser descrita como a ferramenta mais conhecida, visualizada e
compreendida nas OMCT, pela qual se obtém respostas rápidas e positivas.
A ABIN tem a competência legal de planejar e executar a proteção de conhecimentos
sensíveis, relativos aos interesses e a segurança do Estado e da sociedade (BRASIL, 1999).
Para cumprir essa atribuição, foi criado o Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento
(PNPC) em parceria com instituições nacionais, públicas e privadas, que geram e custodiam
conhecimentos considerados estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico do País.
O PNPC, realizado no contexto da atividade de Contrainteligência de Estado visa a
contribuir para a formação e manutenção de uma cultura de proteção do conhecimento no
País. Atividades de sensibilização têm sido priorizadas com o propósito de conscientizar
diferentes atores nacionais sobre ameaças aos conhecimentos sensíveis.
O desconhecimento sobre C Intlg faz com que empresários, líderes, cientistas e
pesquisadores deixem de conhecer mais uma forma de proteção de seus conhecimentos ativos
e até mesmo da própria integridade física contra atos de violência, sabotagem, espionagem e
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terrorismo, que existem de fato e são divulgados todos os dias. A juventude e a
insensibilidade serão características predominantes dos criminosos no futuro próximo. Os
crimes que testemunhamos até aqui são leves, em comparação com a onda de violência
esperada (STRONG; SANFORD, 2000).
2.5 AS AMEAÇAS E A BUSCA ILÍCITA
Em síntese, a instabilidade convulsiva na Amazônia e existente nas fronteiras do
país, principalmente com as nações latinas, obrigarão os Orgãos de Inteligência a intensificar
o acompanhamento do cenário nacional. Nesse sentido, aprofundar a precisão dos dados
obtidos e atualizá-los, para que as Forças Armadas possam planejar e agir com a maior
margem de antecipação possível torna-se de fundamental importância na segurança do
Estado. Em algumas hipóteses, o prazo crítico para envio das FAR poderá ser inferior a 24
horas, sob pena de expor o País a situações irremediavelmente constrangedoras.
Em 2008 ficou evidente essa instabilidade, quando os países do Paraguai e Bolívia
vedaram a presença de adidos da ABIN nas embaixadas brasileiras. Essa ação resultou na
intensificação da inteligência nos dois países, recaindo primordialmente sobre as Forças
Armadas (SÃO PAULO; FOLHA DE, 2008).
Na arena internacional é essencial para um país recolher e explorar de maneira
sistemática as informações a respeito da conjuntura internacional, buscando informações
referentes aos diferentes aspectos de outros países. Os itens de interesse abrangem condições
políticas, econômicas, industriais, geográficas e militares, entre outros. Essas informações
serão a base do processo de tomada de decisões, servindo de subsídios para as esferas
diplomática, militar, científica e econômica.
O conhecimento é o bem mais valioso no amplo espectro internacional e nacional, e
elemento-chave para obtenção de vantagens no qual interesses distintos conduzem para
políticas divergentes. Em face disto, grupos adversos podem lançar mão de ações a fim de
obter dados e/ou conhecimentos que se encontram sob medidas de proteção. Essa ação ilícita
na busca por conhecimentos sensíveis é denominada como espionagem.
Quando há proteção à informação, ao conhecimento e a dados, importantes e
determinantes, utilizam-se de todos os meios disponíveis e ações dos quais ainda ressalta-se
como principal a espionagem (FREGAPANI; GELIO, 2001).
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A espionagem pode ser entendida como sendo uma ação realizada individualmente
vinculada ou não a serviço de Inteligência, que tem por objetivo adquirir conhecimentos ou
informações capitais, nos quais há um elevado interesse de preservação (ABIN, 2002).
3 ANÁLISE DA CONTRAINTELIGÊNCIA NA FORÇA
Com base na pesquisa realizada na forma de entrevista, a falta de um sistema
integrado de informações entre as forças armadas, polícia federal e polícias estaduais, o
orçamento insuficiente para atender todas as atividades da contrainteligência e a falta de uma
cultura de segurança por parte dos militares, que muitas vezes desdenham a real necessidade
da C Intlg são os principais problemas existentes que impedem ou dificultam o total êxito nas
ações desenvolvidas nesse ramo. As ações adotadas pelos Orgãos de Inteligência do Exército
Brasileiro, no ramo da Contrainteligência, produzem resultado e cumprem com os objetivos
propostos para esta atividade de forma parcial. Esse resultado é conseqüência das limitações
que são impostas aos Órgãos de Inteligência, que ainda assim conseguem desenvolver as
atividades a contento.
Fruto da pesquisa, a hipótese de criação do Programa de Conscientização do Público
Interno, seria uma atividade direcionada a divulgação da importância da Contrainteligência na
proteção do Sistema Exército e com o objetivo de aperfeiçoar a execução e desenvolvimento
desse ramo na Força. Observou-se também que algumas das ações realizadas pela EASA, no
ramo da Contrainteligência, a fim de prover a segurança do conhecimento, instalações,
material e pessoal, como a troca das senhas do serviço, a troca da senha do alarme da reserva
de armamento, a seleção aleatória de veículos a serem revistados por ocasião da saída da OM
com base na respectiva placa e a atualização e constante vistoria dos procedimentos do PDCI
da OM também são realizadas em diversas OMCT.
Para fins de conhecimento e pesquisas futuras encontram-se relacionadas abaixo
algumas das principais legislações do ramo da Contrainteligência.
Decreto n° 3505, de 13 de junho de 2000, que institui a política de segurança
da informação nos Órgãos e nas entidades da Administração Pública Federal.
Instruções Gerais para Salvaguarda de Assuntos Sigilosos no Exército
Brasileiro, IG 10-51, aprovada pela Portaria n° 11, de 10 de janeiro de 2001, publicada no
Boletim do Exército n° 4, de 26 de janeiro de 2001.
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Decreto n° 4553, de 27 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a salvaguarda
de dados, informações, documentos e materiais sigilosos de interesse da segurança da
sociedade e do Estado, no âmbito da Administração Pública Federal, e dá outras providências.
Normas para Concessão de Credencial de Segurança, aprovada pela Portaria
n° 16, de 18 de janeiro de 2006, publicada no BE n° 21, de 26 de maio de 2006.
Instruções Gerais para Avaliação e Controle de Documentos Sigilosos do
Exército, IG 10-16, aprovada pela Portaria n° 170, de 03 de abril de 2007, publicada no
Boletim do Exército n° 14, de 4 de abril de 2007.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Divulgar conceitos e ações desenvolvidas, esclarecer os objetivos da atividade, bem
como conscientizar o público interno sobre o reflexo que o ramo da Contrainteligência resulta
no campo de batalha moderno, torna-se imprescindível para o sucesso desse ramo da
Inteligência Militar.
Diante de novas demandas sociais, econômicas, políticas, tecnológicas, militares e de
situações cada vez mais complexas, o Sistema Exército deve valer-se de profissionais cada
vez mais ambientados e capacitados nas atividades, tanto de Inteligência quanto de
Contrainteligência.
A criação e desenvolvimento de novos métodos, técnicas e ferramentas, como a
inclusão do assunto em EE, a criação de estágios e o aperfeiçoamento do Programa-Padrão de
Capacitação Técnica e Tática do Efetivo Profissional, sugestões citadas neste projeto,
auxiliam na produção do conhecimento de Inteligência e na segurança não apenas do sistema,
mas primordialmente do Estado, garantindo a continuidade e a renovação de uma atividade
que tem sua origem comparada com a do próprio homem.
Em face ao exposto, vislumbra-se a necessidade, inicialmente, de executar práticas
que eduquem os militares componentes da Força. Assim, modifica-se a mentalidade da
corporação, a fim de que a segurança tenha como pilar de sustentação não somente a
tecnologia, mas também o fator humano. O comprometimento de todos é imprescindível, mas
essa característica somente será injetada no militar e consequentemente na instituição, através
de um constante treinamento do pessoal. Inevitavelmente a segurança é um fator estratégico.
O êxito da atividade está na conscientização, no treinamento e na educação, pois o
conhecimento e a segurança são resultados da ação direta do homem.
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REFERÊNCIAS
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO. Manual de Fundamentos EB20-MF-10.107
Inteligência Militar Terrestre. Brasília-DF, 2ª Edição, 2015.
ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO. Instruções Provisórias A Atividade de Inteligência
Militar, 2ª Parte, A Inteligência nas Operações Militares IP30-1. Brasília, 1ª Edição, 1999.
ESTADO-MAIOR DE DEFESA. Manual de Abreviaturas, Siglas, Símbolos e Convenções
Cartográficas das Forças Armadas– MD33-M-02. Brasília, 3ª Edição/2008.
TZU, Sun. A arte da guerra. Tradução José Sanz. 21ª Edição. Rio de Janeiro: Record, 1999.
FREGAPANI, Gelio. Segredos da espionagem – A influência dos serviços secretos nas
decisões estratégicas. Brasília: Thesaurus, 2001.
AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA. A Inteligência em defesa da sociedade, do
Estado democrático de Direito e dos interesses nacionais. Brasília: ABIN, 2002.
CENTRO DE INTELIGÊNCIA DO EXÉRCITO. Fique Atento. Ano IV N° 3, 2008.
CENTRO DE INTELIGÊNCIA DO EXÉRCITO. A Lucerna. Ano II N° 4, 2013.
ESTADO DE S. PAULO. Guerrilha colombiana planeja ataques na fronteira. Disponível
em: http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/20040627-40430-nac-10-pol-a10-not. Acesso em:
13 de junho de 2015.
STRONG; Sanford. Defenda-se: um manual de sobrevivência contra a violência urbana.
Editora Harbra. São Paulo, 2000.
FOLHA DE S. PAULO. Paraguai e Bolívia vetam entrada de agentes da ABIN.
Disponível em: http://acervo.folha.com.br/fsp/2008/09/23/2//5321857. Acesso em: 16 de
junho de 2015.
BRASIL. Lei n.° 9.883, de 7 de dezembro de 1999. Institui o SISBIN, cria a ABIN, e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo.
Brasília-DF, 8 Dez 1999.
15
APÊNDICE N° 1 – Entrevista
A CONTRAINTELIGÊNCIA NA FORÇA
Nome do entrevistado:
P/G do entrevistado:
Função exercida:
OM vinculada:
Data da entrevista:
Local da Entrevista:
1. Hoje na Atividade de Inteligência Militar, na sua visão, quais são os problemas existentes
que impedem ou dificultam o total êxito nas ações desenvolvidas no ramo da
Contrainteligência?
2. As ações adotadas pelos Orgãos de Inteligência do Exército Brasileiro, no ramo da
Contrainteligência, produzem resultado e cumprem com os objetivos propostos para esta
atividade? Por quê?
3. Que atividades poderiam ser realizadas que favoreceriam uma melhor execução e
desenvolvimento da Contrainteligência na Força?
4. Quais as ações e métodos que são utilizados pela EASA, no ramo da Contrainteligência, a
fim de prover a segurança do conhecimento, instalações, material e pessoal deste EE?
5. Qual a importância da Contrainteligência, hoje no cenário nacional e internacional para o
Sistema Exército?