grupos ecolÓgicos e distribuiÇÃo das espÉcies em ... · continental, pela diversidade e...

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Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.09, n.03, p.87 - 97, set/dez. 2016. GRUPOS ECOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES EM PECULIARES E ACESSÓRIAS DE TRÊS ÁREAS DE CERRADO SENSU STRICTO, TOCANTINS Rômullo Quirino de Souza Ferreira 1* , Marilia Oliveira Camargo 1 , Paulo Ricardo Teixeira 1 , Priscila Bezerra de Souza 1 , Rodney Haulien Oliveira Viana 1 RESUMO: O objetivo deste trabalho foi classificar as espécies presentes no estrato arbustivo arbóreo de três áreas de cerrado sensu stricto em peculiares ou acessórias, como também classificá-las quanto aos grupos ecológicos, procurando traçar um perfil sucessional destas áreas, e verificar se existe ou não uma exclusividade por parte das espécies que compõe estes fragmentos. Este estudo foi conduzido na cidade de Gurupi - TO, na Fazenda Experimental da UFT Campus de Gurupi sob as coordenadas UTM 11”46’25 S e 49”02’54 W e na cidade de Aliança do Tocantins TO na Fazenda Nossa Senhora Aparecida sob as coordenadas UTM 11”46’25 S e 49”02’54 W. A classificação das espécies em peculiares ou acessórias foi embasada na metodologia proposta por Rizzini, e o agrupamento ecológico das espécies foi baseado em consultas a literatura especializada. A maior parte das espécies e dos indivíduos está presente nos grupos sucessionais das pioneiras e secundárias iniciais, sendo 57,13% 62,35% e 67,18% do total de espécies, e 68,56% 65,40% e 72,08% do total de indivíduos respectivamente. Mais da metade das espécies amostradas foram classificadas como peculiares, apresentando ocorrência restrita ao Domínio Cerrado, sendo 66,24% 69,41% e 50,75% do total de espécies encontradas respectivamente. Palavras chave: Pioneiras, Ocorrência, Exclusividade ECOLOGICAL GROUPS AND SPECIES DISTRIBUTION AS PECULIAR AND ACESSORY, IN THREE STRICTO SENSU CERRADO AREAS ABSTRACT: The objective of this study was to classify the species in shrub-tree layer of three areas of sensu stricto cerrado, in peculiar or accessory as well as classification due to the environmental groups, thus seeking to trace a succession profile of these areas, and check whether or not there is a uniqueness by the species that make up these fragments. This study was conducted in the city of Gurupi - TO, at the UFT Experimental Farm Campus of Gurupi in UTM coordinates 11"46'25 S and 49"02'54 W and in the city of Aliança do Tocantins - TO on Farm Nossa Lady Aparecida under its UTM coordinates 11"46'25 S and 49"02'54 W. The classification of the species in peculiar or accessory was based on the methodology proposed by Rizzini, and the ecological grouping of species was based on consultations with specialized literature. Most species and individuals are present in successional status of pioneer and early secondary, and being 57.13% 62.35% and 67.18% of the total species, and 68.56% 65.40% and 72.08% individuals respectively. More than half of the species were classified the peculiar, or have restricted occurrence to the Cerrado domain, and 66.24% 69.41% and 50.75% of the total of species found in each area respectively. Keywords: Pioneers, Occurrence, Exclusivity ____________________________________________________________________________________________________ 1 Universidade Federal de Tocantins UFT, Campus de Gurupi, TO. *E-mail: [email protected]. Autor para correspondência. Recebido em: 01/02/2016. Aprovado em: 05/12/2016.

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Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.09, n.03, p.87 - 97, set/dez. 2016.

GRUPOS ECOLÓGICOS E DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES EM PECULIARES E

ACESSÓRIAS DE TRÊS ÁREAS DE CERRADO SENSU STRICTO, TOCANTINS

Rômullo Quirino de Souza Ferreira1*

, Marilia Oliveira Camargo1, Paulo Ricardo Teixeira

1,

Priscila Bezerra de Souza1, Rodney Haulien Oliveira Viana

1

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi classificar as espécies presentes no estrato arbustivo arbóreo

de três áreas de cerrado sensu stricto em peculiares ou acessórias, como também classificá-las quanto

aos grupos ecológicos, procurando traçar um perfil sucessional destas áreas, e verificar se existe ou

não uma exclusividade por parte das espécies que compõe estes fragmentos. Este estudo foi conduzido

na cidade de Gurupi - TO, na Fazenda Experimental da UFT Campus de Gurupi sob as coordenadas

UTM 11”46’25 S e 49”02’54 W e na cidade de Aliança do Tocantins – TO na Fazenda Nossa Senhora

Aparecida sob as coordenadas UTM 11”46’25 S e 49”02’54 W. A classificação das espécies em

peculiares ou acessórias foi embasada na metodologia proposta por Rizzini, e o agrupamento

ecológico das espécies foi baseado em consultas a literatura especializada. A maior parte das espécies

e dos indivíduos está presente nos grupos sucessionais das pioneiras e secundárias iniciais, sendo

57,13% 62,35% e 67,18% do total de espécies, e 68,56% 65,40% e 72,08% do total de indivíduos

respectivamente. Mais da metade das espécies amostradas foram classificadas como peculiares,

apresentando ocorrência restrita ao Domínio Cerrado, sendo 66,24% 69,41% e 50,75% do total de

espécies encontradas respectivamente.

Palavras chave: Pioneiras, Ocorrência, Exclusividade

ECOLOGICAL GROUPS AND SPECIES DISTRIBUTION AS PECULIAR AND ACESSORY,

IN THREE STRICTO SENSU CERRADO AREAS

ABSTRACT: The objective of this study was to classify the species in shrub-tree layer of three areas

of sensu stricto cerrado, in peculiar or accessory as well as classification due to the environmental

groups, thus seeking to trace a succession profile of these areas, and check whether or not there is a

uniqueness by the species that make up these fragments. This study was conducted in the city of

Gurupi - TO, at the UFT Experimental Farm Campus of Gurupi in UTM coordinates 11"46'25 S and

49"02'54 W and in the city of Aliança do Tocantins - TO on Farm Nossa Lady Aparecida under its

UTM coordinates 11"46'25 S and 49"02'54 W. The classification of the species in peculiar or

accessory was based on the methodology proposed by Rizzini, and the ecological grouping of species

was based on consultations with specialized literature. Most species and individuals are present in

successional status of pioneer and early secondary, and being 57.13% 62.35% and 67.18% of the total

species, and 68.56% 65.40% and 72.08% individuals respectively. More than half of the species were

classified the peculiar, or have restricted occurrence to the Cerrado domain, and 66.24% 69.41% and

50.75% of the total of species found in each area respectively.

Keywords: Pioneers, Occurrence, Exclusivity

____________________________________________________________________________________________________ 1 Universidade Federal de Tocantins – UFT, Campus de Gurupi, TO. *E-mail: [email protected]. Autor para

correspondência.

Recebido em: 01/02/2016. Aprovado em: 05/12/2016.

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Gl. Sci Technol, Rio Verde, v.09, n.03, p.87 - 97, set/dez. 2016.

INTRODUÇÃO

O Brasil detém aproximadamente

5,7% da superfície continental do planeta e

47,3% da área da América do Sul, além de

possuir um considerável patrimônio natural, o

que, o coloca no topo da lista dos países

megadiversos (CAMPANILI; SCHAFFER,

2010; ARAÚJO et al., 2015). O patrimônio

natural brasileiro apresenta grande relevância

mundial, expresso por sua extensão

continental, pela diversidade e endemismo

das espécies que o constituem e pela

variedade ecossistêmica de seus biomas

(RATTER et al., 2003). Esta imensa

diversidade biológica está distribuída em seis

biomas, dentre eles, o Cerrado, o qual é o

segundo maior em extensão do país e é

considerada a savana com maior diversidade

vegetal do planeta.

Um crescente número de estudos tem

demonstrado que a classificação de espécies

de plantas com base em sua função, e não

apenas quanto aos padrões florísticos, é um

caminho promissor para compreender os

processos ecológicos e as respostas da

vegetação às variações ambientais como

clima, uso do solo e regimes de perturbação

natural (CORNELISSEN et al., 2003).

O processo da retomada da vegetação

em um determinado ambiente florestal, que

ocorre em espaços alterados ou abandonados

é de extrema importância, por que é através

das etapas de sucessão ecológica que o meio

ambiente irá se restabelecer. A sucessão

ecológica é um processo de mudança gradual

na comunidade que envolve os padrões de

colonização e extinção de espécies de forma

direcional e não sazonal (BEGON et al.,

1988; SILVA et al., 2012).

O processo de formação das

comunidades vegetais compreende uma troca

contínua, passando por diversas etapas

constituindo um conjunto de interações que

são responsáveis pela substituição das plantas

ao longo do tempo. São divididas em etapas,

sendo as serais responsáveis pelo

desenvolvimento incial da comunidade e o

clímax que é o sistema final, ou ápice do

equilíbrio ecológico (ODUM, 2004; SILVA

et al., 2012). Porém quando a formação da

comunidade acontece com o substrato

parcialmente sem vegetação onde não havia

vegetação antes, é denominada de sucessão

primária, por outro lado se a comunidade

começar num local antes ocupado chama-se

de sucessão secundária (ODUM, 1988;

SILVA et al., 2012).

O conhecimento produzido pelos

estudos sucessionais podem ser utilizados na

conservação, manejo e na restauração de

áreas degradadas (FERRAZ et al., 2004). A

sucessão ecológica é baseada em um

conjunto de informação do ecossistema, com

vários níveis tróficos e uma ampla

diversidade de espécies e formas de vida

(SILVA et al., 2012).

O Cerrado por apresentar sua

distribuição concentrada nas terras do Brasil

Central apresenta áreas de contato com todos

os biomas brasileiros, com exceção do

Pampa. Essa posição geográfica ao longo do

processo evolutivo favoreceu a ampla

ocorrência de muitas espécies que

naturalmente são encontradas em outros tipos

vegetacionais, aumentando de forma

significativa os valores de riqueza

verificados. A distribuição da flora arbustivo-

arbórea, comum do campo cerrado ao

cerradão, demonstra a unidade florística do

bioma (EITEN, 1972). A flora lenhosa do

Cerrado é dividida em peculiar e acessória,

sendo a primeira de ocorrência exclusiva ou

expressiva no bioma, enquanto que a segunda

está presente em diferentes formações

vegetacionais, ocorrendo no Cerrado de

maneira secundária ou esporádica (RIZZINI,

1963).

Diante desse contexto, esse trabalho

teve como objetivo classificar as espécies

presentes em três áreas de cerrado sensu

stricto em peculiares ou acessórias, como

também classificá-las quanto aos grupos

ecológicos, procurando assim traçar um perfil

sucessional das áreas avaliadas.

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Grupos ecológicos e distribuição... 89

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MATERIAL E MÉTODOS

Caracterização da área de estudo

O estudo foi realizado em três áreas

de cerrado sensu stricto no período de abril a

junho de 2013, sendo que as duas primeiras

áreas estão inseridas dentro do mesmo

fragmento com aproximadamente 14,40 ha

localizado na Fazenda Experimental da UFT,

Campus de Gurupi – TO, sob as coordenadas

UTM 11”46’25 S e 49”02’54 W. Já a terceira

área compreende a um fragmento florestal

inserido dentro na Nossa Senhora Aparecida

localizada na cidade de Aliança do Tocantins

– TO com tamanho de 4,42 ha sob as

respectivas coordenadas UTM 11”46’25 S e

49”02’54 W.

O clima da região é estacional tendo

duas estações bem definidas, com cerca de

seis meses de seca compreendendo o período

de inverno e seis meses de chuva que

correspondem ao verão (SEPLAN, 2012). A

temperatura média anual varia entre 25º a 29º

C° e a precipitação média anual varia de

1.200 a 2.100 mm sendo que os maiores

valores de precipitação ocorrem na região

norte do Estado que se encontra sobre

influência do Bioma Amazônico (SEPLAN,

2012). A altitude registrada nas áreas

avaliadas está situada entre as cotas de 250 a

300 metros, a temperatura média anual entre

os meses de Julho de 2014 a Junho de 2015

foi de 26,4 Cº e a precipitação média anual de

1276 mm (ESTAÇÃO METEOROLÓGICA

DA UFT, 2015).

Classificação ecológica, e distribuição em

espécies peculiares e acessórias

A classificação das espécies em

grupos ecológicos possibilita o manuseio de

forma simplificada de um grande número de

espécies, sendo agrupadas de acordo com as

suas exigências e funções ecológicas.

Para o agrupamento ecológico das

espécies amostradas, foram realizadas

classificações em seis categorias sucessionais

diferentes, sendo elas: espécies pioneiras,

secundárias iniciais, secundárias tardias,

espécies sem classificação ecológica, clímax

tolerante a sombra, e clímax exigente a

luminosidade, sendo estas classificações

baseadas em diversos trabalhos (GANDOLFI

et al., 1995; LORENZI, 2002; LORENZI,

2002; SILVA et al., 2003; SILVA;

SCARIOT, 2004; LOPES et al., 2008;

SILVA JUNIOR, 2009; FRANCZAK, 2009;

SILVA JUNIOR, 2012; KUHLMANN, 2012;

MILHOMEM et al., 2013).

Os trabalhos que foram utilizados

como base para a classificação ecológica das

espécies, foram escolhidos por terem sido

realizados em áreas de cerrado sensu stricto e

em outras formações vegetais próximas do

ponto de vista fisionômico como áreas de

cerradão, e mata Seca. Isso se torna

necessário, pois a distribuição das espécies

não ocorre de forma exclusiva, sendo

associadas a outros tipos vegetacionais

também presentes na área de influência do

Cerrado.

A classificação das espécies em

peculiares ou acessórias foi embasada no

proposto por (RIZZINI, 1963). Foram

efetuadas consulta a literatura especializada

para fazer as classificações (ALMEIDA et

al.; 1998; SILVA JUNIOR, 2009; SILVA

JUNIOR, 2012; SILVA JUNIOR, 2012;

KUHLMANN, 2012; LORENZI, 2002;

LORENZI, 2002; SOUZA et al., 2008;

SOUZA et al., 2010). Essa classificação está

relacionada à ocorrência das espécies, se são

comuns a áreas de Cerrado, ou são espécies

generalistas e que ocorrem no Cerrado e em

outras formações vegetais do Brasil.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No que concerne aos grupos

ecológicos, do total de 77 espécies

encontradas na A1 20 ou 25,97% foram

classificadas como pioneiras, 24 ou 31,16%

secundárias iniciais, 12 ou 15,58%

secundárias tardias, uma ou 1,33% clímax

tolerante a sombra, 4 ou 5,19% clímax

exigente a luminosidade, e outras 16 ou

20,77% não foram classificadas. Na A2 das

85 espécies encontradas 28 ou 32,94% foram

classificadas como pioneiras, 25 ou 29,41%

secundárias iniciais, 12 ou 14,11%

secundárias tardias, uma ou 1,19% clímax

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tolerante a sombra, 8 ou 9,41% clímax

exigente a luminosidade, e outras 11 ou

12,94% não foram classificadas. Na A3

foram amostradas 67 espécies, sendo que 21

ou 31,34% foram classificadas como

pioneiras, 24 ou 35,82% secundárias iniciais,

8 ou 11,94% secundárias tardias, 8 ou

11,94% clímax exigente a luminosidade, 6 ou

8,96% não foram classificadas, e o grupo de

sucessão das espécies clímax tolerantes a

sombra não foi representado por nenhuma

espécie nesta área.

Do total de 490 indivíduos

mensurados na A1 210 ou 42,85% foram

representados pelas espécies pioneiras, 126

ou 25,71% secundárias iniciais, 87 ou

17,75% secundárias tardias, 30 ou 6,12%

espécies sem classificação quanto ao grupo

sucessional, 36 ou 7,34% clímax exigente a

luminosidade, e uma ou 0,23% clímax

tolerante a sombra. Na A2 foram encontrados

um total de 1145 indivíduos sendo, 294 ou

25,67% representados por espécies pioneiras,

455 ou 39,73% secundárias iniciais, 237 ou

20,69% secundárias tardias, 56 ou 4,89% não

foram classificadas, 102 ou 8,79 clímax

exigente a luminosidade, e uma ou 0,23%

clímax tolerante a sombra. Na A3 foi

mensurado um total de 584 indivíduos sendo

236 ou 40,41% composto por espécies

pioneiras, 185 ou 31,67% secundárias

iniciais, 71 ou 12,15% secundárias tardias, 28

ou 4,79% espécies sem classificação quanto

ao grupo ecológico, 64 ou 10,95% clímax

exigente a luminosidade, e o grupo ecológico

referente às espécies clímax tolerante a

sombra, não foi representado na A3.

Analisando o número de espécies e

indivíduos presentes em cada grupo

ecológico, nas três áreas avaliadas, os

fragmentos podem ser classificados em

estágio de sucessão inicial, em franco

desenvolvimento para estágios superiores.

Esta colocação parte do princípio que o

número de espécies e indivíduos presentes

nos grupos ecológicos referentes, as pioneiras

e secundárias iniciais apresentaram valores

altos, representando mais da metade das

espécies e dos indivíduos para as três áreas.

Sendo na A1 57,13% do total de espécies e

68,56% do total de indivíduos inventariados,

na A2 62,35% do total de espécies e 65,40%

do total de indivíduos mensurados, na A3 o

comportamento foi similar às outras duas

áreas, porém apresentando valores ainda

maiores, sendo 67,18% do total das espécies

encontradas e 72,08% do total de indivíduos,

o que indica uma tendência à maior

adequação das condições para o sucesso no

recrutamento de espécies secundárias tardias,

sendo que este grupo depois das pioneiras e

secundárias iniciais foi o que apresentou os

maiores valores, sendo na A1 15,58% das

espécies e 6,12% dos indivíduos na A2

14,11% das espécies e 4,89% dos indivíduos

e na A3 11,94% das espécies e 4,79% dos

indivíduos.

Estes dados corroboram os

encontrados para um fragmento florestal na

zona urbana da cidade de Camaragibe – PE

onde 65% do total de espécies e 75,44% do

total de indivíduos inventariados, foram

representados pelo grupo das pioneiras e

secundárias iniciais. Neste estudo as

pioneiras apresentaram 29 indivíduos

agrupados em 8 espécies ou 20% e as

secundárias iniciais foram representadas por

269 indivíduos congregados em 18 espécies

ou 45% (SILVA, 2013). O grupo ecológico

das secundárias tardias apresentou o segundo

maior número de indivíduos, 93 ou 23,54%

reunidos em 12 espécies, o que também foi

constatado neste estudo nas três áreas

avaliadas. Da mesma maneira em um estudo

realizado na cidade de Gilbués – PI cerca de

87,50% das espécies foram classificadas

como pioneiras demonstrando que esta área

se encontra no início do estágio sucessional

com predomínio de espécies pioneiras e

secundárias iniciais, dados estes semelhantes

ao encontrados nos três fragmentos avaliados

(FERNANDES et al., 2014).

Foi observado que as espécies

secundárias iniciais e pioneiras apresentaram

elevada concentração de indivíduos,

indicando elevada regeneração, e

consequentemente um promissor avanço para

estágios sucessionais maduros (SOUZA et

al., 2012). Essas características evidenciam

um franco avanço da comunidade vegetal

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Grupos ecológicos e distribuição... 91

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para estágios mais avançados de sucessão,

criando assim condições mais favoráveis para

o estabelecimento de espécies de classes

sucessionais seguintes (SOUZA et al., 2012).

Analisando a composição florística e

os grupos ecológicos de uma floresta

semidecídual submontana, na fazenda São

Geraldo em Viçosa – MG, a área foi

classificada em estágio médio de sucessão

secundária, em franco desenvolvimento para

a fase madura. Esta suposição de acordo com

o autor parte da constatação de que 63% das

espécies encontradas são secundárias iniciais,

27% secundárias tardias e 10% pioneiras

(SILVA et al., 2003).

Isso indica um processo de sucessão

ecológica mais avançada do que a verificada

nas três áreas avaliadas neste estudo, isto

provavelmente está relacionado ao tipo de

vegetação, uma vez que as formações

florestais tendem a concentrar uma maior

quantidade de espécies secundárias, que

exploram de forma mais eficiente o

sombreamento, e os microclimas gerados no

seu interior, sendo que estes fatores estão

ligados à capacidade de fechamento do dossel

que as florestas apresentam característica esta

que as áreas de cerrado sensu stricto não

apresentam, pois são consideradas formações

savânicas, e por serem formações abertas

ocorre uma incidência maior de

luminosidade, o que favorece o

estabelecimento e desenvolvimento acelerado

de espécies pioneiras e secundárias iniciais, o

que foi verificado nas três áreas avaliadas. O

nível de luminosidade que chega ao solo da

floresta é um dado importante, pois neste

aspecto, o grau de caducifolia da floresta ou

em trechos dela interfere no recrutamento de

espécies em determinados grupos

sucessionais (GANDOLFI et al., 1995).

Ao avaliar a alteração dos grupos

sucessionais ao longo de nove anos, na

Estação de Pesquisa, Treinamento e

Educação Ambiental - EPTEA da

Universidade Federal de Viçosa – UFV, foi

verificado que o grupo ecológico que mais se

destacou no período de nove anos de estudo,

foi o das secundárias iniciais, representado

por 97 espécies e 1.678 indivíduos, seguidos

das secundárias tardias 40 espécies e 331

indivíduos, e pioneiras 24 espécies e 298

indivíduos. Em 1992 o grupo das secundárias

iniciais apresentou 90 espécies e 1.378

indivíduos representando 62% e 71% do

total, as secundárias tardias foram 35 espécies

e 293 indivíduos 24% e 15% do total, e as

pioneiras, 21 espécies e 279 indivíduos 14%

do total. Em 2001, as espécies secundárias

iniciais obtiveram juntas 60% do total

representado por 90 espécies, às secundárias

tardias 25% 38 espécies, e as pioneiras 15%

22 espécies, e o número de indivíduos

correspondeu a 75% 1.485, 13% 260 e 12%

227 indivíduos do total presente nos grupos

ecológicos respectivamente (FERNANDES,

1998; ALMEIDA JÚNIOR, 1999;

PEZZOPANE, 2001; LOUZADA, 2002;

SILVA; SCARIOT, 2004).

Pode ser considerado comum em

áreas bem conservadas e em franco processo

de desenvolvimento sucessional o padrão de

distribuição onde o maior número de espécies

e indivíduos é classificado em pioneiras e

secundárias iniciais. Contudo isto precisa ser

analisado com certa cautela, uma vez que a

predominância de espécies típicas dos dois

estágios iniciais de sucessão (pioneiras e

secundárias iniciais) em maior número de

espécies ou, de indivíduos indica que a

sucessão está muito lenta na área e que as

espécies tardias não estão conseguindo

chegar até o local por algum motivo ou não

estão conseguindo se estabelecer, sendo

necessário algum tipo de intervenção, assim

cada situação deve ser avaliada com critérios

técnicos e científicos, procurando sempre

manter as características ecológicas e

funcionais dos variados tipos vegetacionais

(MARTINS et al., 2012).

As espécies não classificadas quanto

ao grupo sucessional, estiveram presentes nas

três áreas avaliadas sendo na A1 representada

por 20,77% do total de espécies e 6,12% do

número total de indivíduos, na A2 esses

valores foram menores sendo 12,94% do total

de espécies e 4,89% do número de indivíduos

mensurados, e na A3 foram 8,96% do total de

espécies e 4,79% do total de indivíduos

inventariados.

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A classificação de espécies nos

respectivos grupos ecológicos tem esbarrado

em dois fatores primordiais. O primeiro é que

os critérios utilizados diferem entre autores, o

que leva algumas espécies a serem

classificadas em grupos distintos. O segundo

refere-se ao fato de que uma mesma espécie,

dependendo de suas características genéticas,

pode responder de forma diferente, diante das

condições ambientais ocorrentes em regiões

com solos e climas distintos, uma vez que

estas respostas não se dão para um único

fator do meio isoladamente (SILVA et al.,

2003).

Muitas espécies por sua vez

apresentam padrão de distribuição amplo

podendo ocorrer em mais de um tipo

vegetacional ou até mesmo em biomas

diferentes isso faz com que muitas espécies,

cumpram funções ecológicas distintas, ou

seja, uma espécie que ocorre, por exemplo,

tanto no Cerrado como na Mata Atlântica,

pode utilizar as condições e os recursos de

formas diferentes, e isso faz com que as

funções ecológicas desempenhadas também

sejam distintas, uma vez que existem

variações quanto ao solo, temperatura,

pluviosidade dentre outras variáveis

ambientais que interferem no comportamento

das espécies e posterior classificação

sucessional.

A maioria dos problemas ligados à

silvicultura tropical está relacionada à

sucessão florestal, pois existe uma ampla

dificuldade em entender a dinâmica das

florestas e a forma de manejar esse tipo de

vegetação, situação essa que se agrava no

Brasil onde temos a presença de diversos

biomas, cada um apresentando peculiaridades

no comportamento e distribuição de suas

espécies. Por este motivo, diversos estudos

estão sendo iniciados com intuito de conhecer

um pouco mais sobre as espécies nativas,

processo de sucessão e os estágios de

sucessão da vegetação principalmente para o

Bioma Cerrado, onde temos um grande

complexo vegetacional subdividido em

fisionomias, cada uma apresentando

características específicas (ROSARIO, 2010).

Outro ponto que merece destaque está

relacionado ao recrutamento das espécies e a

face de exposição dos fragmentos

remanescentes, bem como sua situação no

relevo, que pode, devido à intensidade e

quantidade da luz recebida ao longo do ano,

interferir na quantidade de água disponível no

solo, ou se o fragmento se encontra sobre

sítio plano ou movimentado. Assim fica claro

que são muitos os fatores que intervêm no

sucesso do recrutamento ecológico de

espécies, sendo de grande importância o

conhecimento desse comportamento para

auxiliar na tomada de decisões adequadas, em

outras áreas e regiões com características

similares (SILVA et al., 2003).

O conhecimento do processo de

sucessão ecológica contribui de forma

significativa para um maior entendimento

relacionado à fitocenose, principalmente para

as regiões do Cerrado. Devido o Cerrado

possuir uma grande extensão geográfica, é

constituído de uma dinâmica acentuada em

termos de sazonalidade e antropismo (SANO

et al., 2007).

O fogo também contribui para as

modificações nas mudanças sucessionais

(HENRIQUES; HAY, 2002). O fogo é

importante para a manutenção de certas

características do Cerrado, entretanto esse

fator isolado não avalia se uma determinada

espécie sujeita a regimes frequentes de fogo

irá sobreviver (HOFFMAN, 2000). Os

distúrbios que ocorrem no Cerrado são

importantes para o processo de sucessão, pois

tendem a iniciar, interromper e redirecionar o

sentido da mesma. No decorrer do tempo a

vegetação do Cerrado, vem mantendo o seu

equilíbrio quando comparado com a maioria

das florestas tropicais, por apresentar o

processo dinâmico de sucessão, e estar

sempre em processo de recuperação da flora

nativa.

No que concerne à classificação das

espécies em peculiares e acessórias, do total

de 77 espécies encontradas na A1 51 ou

66,24% foram classificadas como peculiares,

e 26 ou 33,76% como acessórias. Na A2

foram encontradas um total de 85 espécies

sendo, 59 ou 69,41% classificadas como

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peculiares e 26 ou 30,59% acessórias. Na A3

foram identificadas um total de 67 espécies,

sendo 34 ou 50,75% consideradas espécies

peculiares e 33 ou 49,25% acessórias.

Do total de 490 indivíduos

mensurados na A1 259 ou 52,85% foram

representados pelas espécies peculiares e 231

ou 47,15% por espécies acessórias. Na A2

dos 1145 indivíduos identificados 289 ou

25,24% foram representados por espécies

peculiares e 856 ou 74,76% por espécies

acessórias. Já a A3 de um total de 584

indivíduos 307 ou 52,56% são de espécies

peculiares e 277 ou 47,44% de acessórias.

Ao avaliar a composição florística de

um cerradão na Floresta Nacional de

Paraopeba – MG, dentre todas as espécies

identificadas 28% foram classificadas como

peculiares e 72% como espécies acessórias

(SOUZA et al., 2010). Em outro trabalho

também realizado na Floresta Nacional de

Paraopeba – MG foram identificadas um total

de 78 espécies sendo 13 ou 17% peculiares e

65 ou 83% como espécies acessórias,

apresentando assim valores diferentes dos

encontrados nas três áreas avaliadas neste

estudo (SOUZA et al., 2008). Isto pode estar

relacionado à proximidade fisionômica que o

cerradão apresenta com outras formações

florestais, fazendo assim com que o

compartilhamento de espécies seja maior

justificando o alto valor das espécies

acessórias. As espécies de formações

florestais encontradas no cerrado, como os

cerradões, matas secas, matas ciliares, e

matas de galeria parecem ocorrer em seu

limite de distribuição, caracterizando o

cerradão como uma possível área de transição

entre as outras fisionomias do bioma, sendo

este fator determinante no maior ou menor

número de espécies peculiares ou acessórias

encontradas (COSTA; ARAÚJO, 2001).

Ao avaliar a similaridade florística

entre áreas de cerrado sensu stricto de

diversas regiões do Brasil, foi verificado que

a formação dos grupos teve influência da

localização geográfica das áreas, e da

distribuição de espécies consideradas

peculiares e acessórias, sendo a área de Santa

Bárbara – SP influenciada pela flora

acessória de origem atlântica (SOUZA et al.,

2008). Em um estudo fitossociológico de um

sub – bosque de Eucalyptus grandis na

cidade de Bom Despacho – MG foi

encontrado um total de 39 espécies lenhosas

que se estabeleceram no sub-bosque, sendo

27 ou 69,23% consideradas peculiares do

Cerrado, e 12 ou 30,77% espécies acessórias,

vindas de florestas estacionais semideciduais

da região, sendo este um fenômeno comum

na flora do Cerrado (SAPORRETI JR et al.,

2003). Ao avaliar a vegetação da chapada

Pratinha – MG os estudos apontaram não

ocorrer espécies exclusivas de cerradão, quer

no estrato arbóreo, quer no estrato arbustivo

nessa região (FELFILI et al., 1994).

Na A2 apesar do maior número de

espécies 69,41% serem peculiares o maior

número de indivíduos 856 ou 74,76% foi

representando por espécies acessórias, isso

pode ser explicado pela maior densidade de

algumas espécies como Tapirira guianensis,

Protium heptaphyllum, Anadenanthera

peregrina, Astronium fraxinifolium, e

Copaifera langsdorffii que são espécies

generalistas e ocorrem em outras formações

vegetais tanto no Cerrado quanto em outros

biomas. Outro ponto que merece destaque é o

processo de transição entre fisionomias que

foi observado nesta área.

Ao avaliar uma área de cerrado sensu

stricto no mesmo fragmento, próximo as

parcelas que constituem a A2 foi verificado

um processo claro de transição entre

fisionomias, apontando que esta área pode se

tornar futuramente uma área pertencente à

fisionomia cerradão, uma vez que os

indivíduos encontrados apresentaram a

distribuição de suas alturas, concentradas nas

classes intermediárias, como também

apresentou uma altura média de 7,31 m o

que a coloca muito próxima do critério de

inclusão que é usualmente adotado, para

classificar as formações florestais presente no

Cerrado, que é de 8 metros, isto

provavelmente está relacionado ao maior

número de espécies acessórias, e

consequentemente refletiu no maior número

de indivíduos encontrados, uma vez que áreas

em processo de transição tendem a

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R. Q. de S. Ferreira et al. 94

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compartilhar um número maior de espécies

com outras formações vegetais próximas,

fazendo com que os valores de riqueza e

densidade sejam assim maiores (FERREIRA

et al., 2015).

O cerrado sensu stricto por ser uma

formação savânica, tende a apresentar um

número maior de espécies peculiares, ou seja,

as espécies que se desenvolvem nesta

fisionomia estão adaptadas às condições

específicas de sítio e a distúrbios de cunho

antrópico e natural que possam ocorrer.

Fatores como os tipos de solo, as frequentes

queimadas, tipos de dispersão, graus de

caducifolia dentre outros, são fundamentais

nessa determinação, isto justifica o maior

número de espécies peculiares presente nas

três áreas avaliadas. As diferenças

encontradas indicam que as espécies do

cerrado sensu stricto se caracterizam por se

distribuírem espacialmente em mosaicos,

sempre com uma combinação de menos de

100 espécies por área estudada, e mesmo as

comunidades situadas em áreas próximas

apresentam-se florística e estruturalmente

diferenciadas (FELFILI et al., 1993).

O Cerrado por ser um bioma ecotonal

e servir como elo com os outros biomas

brasileiros apresenta características próprias

quanto a sua vegetação, ficando evidente

assim que, independentemente da sua origem

florística, tanto o Cerrado, quanto os outros

biomas trocaram espécies ao longo do

processo de adaptação da flora, sendo esse

processo mais evidente nas áreas de transição

(RIZZINI, 1963; HERINGER, et al., 1977;

SOUZA et al., 2008).

Essa associação entre espécies

peculiares e acessórias é mais variada no

componente arbóreo e mais sensível a

mudanças de clima, solos, queimadas e

diversos outros fatores que atuam nas regiões

de sua ocorrência. Isso demonstra a

necessidade de levantamentos florísticos

intensos e sistemáticos ao longo do tempo

nessas áreas, para que se possa conhecer

adequadamente a sua flora e as ligações que

mantém com as outras formações vegetais

(LISINGEN et al., 2006).

CONCLUSÃO

Em todas as áreas avaliadas houve

uma predominância de espécies de estágios

inicias de sucessão, sendo representadas na

sua maioria pelo grupo sucessional das

pioneiras e secundárias iniciais,

caracterizando os fragmentos em estágio

inicial de sucessão em franco

desenvolvimento para fases posteriores.

As três áreas avaliadas apresentaram

um maior número de espécies peculiares,

caracterizando os fragmentos como

fisionomias tipicamente de Cerrado.

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