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Tema Critério de classificação de doença de planta com base: No agente causador; Tipo de sintomas que causam ocorrência de doenças; Órgãos atacados e; Tipos de plantas afectados; Elementos do Grupo 6: Ivaristo, Inocêncio, Miqueias e Suleimane.

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Tema

Critério de classificação de doença de planta com base:

No agente causador; Tipo de sintomas que causam ocorrência de doenças; Órgãos atacados e; Tipos de plantas afectados;

Elementos do Grupo 6: Ivaristo, Inocêncio, Miqueias e Suleimane.

Introdução

• Doença é um processo dinâmico resultante da interacção entre

hospedeiro, agente causal e ambiente, onde se influenciam

mutuamente acabando por resultar em modificações

morfológicas e fisiológicas”.

• Sintoma é qualquer manifestação das reacções da planta a um

agente nocivo.

• Sinais são estruturas do patógeno quando exteriorizadas no

tecido doente.

• Sintomatologia é a parte da Fitopatologia que estuda os

sintomas e sinais, visando a diagnose de doenças de plantas.

• Fitopatologia é a ciência que estuda as doenças de plantas,

abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose,

sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle.

Critérios de classificação da doença

no geral

• O critérios de classificação das doenças divide-se em

dois: causa e planta afectada.

• O critério causa: quando forem parasitárias

infecciosas (bióticas), assim como não parasitárias

(abióticas).

• Critério planta afectada: quando for uma cultura ou

grupos taxonómicos, onde a interferência é no

aspecto fisiológico sobretudo nos processos vitais da

planta.

Critérios de classificação da doença

com base no agente causador

• Diversos critérios, baseados no hospedeiro e/ou no

agente causador, têm sido usados para classificar

doenças de plantas.

• Quando o hospedeiro é tomado como referência, a

classificação reúne as doenças que ocorrem numa

determinada espécie botânica.

• Quando o patogeno é tomado como base refere-se a

doenças causadas por um determinado agente

causador a uma determinada cultura.

Critérios de classificação da doença com

base na planta afectada

• O processo doença envolve alterações na fisiologia do hospedeiro.

• Com base neste aspecto, George L. McNew, em 1960, propôs uma classificação para as doenças de plantas baseada nos processos fisiológicos vitais da planta interferidos pelos patógenos.

• Os processos fisiológicos vitais de uma planta, em ordem cronológica, podem ser resumidos nos seguintes:

• I - Acúmulo de nutrientes em órgãos de armazenamento para o desenvolvimento de tecidos embrionários.

Cont.

• II - Desenvolvimento de tecidos jovens às custas dos nutrientes armazenados.

• III - Absorção de água e elementos minerais a partir de um substrato.

• IV - Transporte de água e elementos minerais através do sistema vascular.

• V - Fotossíntese.

• VI - Utilização, pela planta, das substâncias elaboradas através da fotossíntese.

Critérios de classificação da doença

com base no sintomas

Os sintomas foram classificados com base nos

seguinte itens:

1. A localização em relação ao patógeno;

2. As alterações produzidas no hospedeiro;

3. A estrutura e/ou processos afectados.

Classificação das doenças em plantas

com base no agente causador

• As doenças das plantas com base no agente causador

podem ser classificadas em:

• Doenças causadas por fungos;

• Doenças causadas por baterias;

• Doenças causadas por vírus e viróides ;

• Doenças causadas por nematóides.

• Doenças causadas por fito plasmas

• Doenças causadas por protozoários e

• Doenças causadas por plantas parasitas superiores.

Classificação das doenças em plantas

com base nos sintomas

• 1. Em relacao a localização dos sintomas em

relação ao patógeno

• Sintomas primários - resultantes da ação direta do

patógeno sobre os tecidos do órgão afetado.

• Sintomas secundários ou reflexos - exibidos pela

planta em órgãos distantes do local de ação do

patógeno.

Exemplo de Sintomas primários Exemplo de Sintomas secundarios

Mancha: cercosporiose do caupi (Cercospora cannescens )

Verrugose: Verrugose do maracujá (Cladosporium herbarum)

Murcha: Murcha bacteriana do pimentão (Ralstonia solanacearum

Murcha: Murcha-de-esclerócio do feijoeiro (Sclerotium rolfsii )

Classificação das doenças em plantas

com base nos sintomas

• 2. Em As alterações produzidas no hospedeiro

• Sintomas habituais - a doença pode provocar alterações no hábito de crescimento da planta, como superbrotamento, nanismo, esverdeamento das flores e escurecimento dos vasos.

• Sintomas lesionais - os sintomas caracterizam-se por lesões na planta ou em um de seus órgãos, como manchas necróticas, podridões e secas de ponteiro.

Exemplos de Sintomas habituais exemplo de Sintomas lesionais

subdesenvolvimento de Virose do pimentão (Geminivirus)

superbrotamento de Malformação floral da mangueira (Fusarium subglutinans)

Mancha: Cercosporiose da alface (Cercospora longissima)

Podridão: Podridão de antracnose Pêra

Classificação das doenças em plantas

com base nos sintomas

3. Em relação a estrutura e/ou processos

afectados

• 1. sintomas histológicos;

• 2. sintomas fisiológicos e;

• 3. sintomas morfológicos.

1. Sintomas Histológicos

• Quando as alterações ocorrem a nível celular, incluindo:

• Granulose: produção de partículas granulares ou cristalinas em células degenerescentes do citoplasma. Ex.: melanose em folhas e frutas cítricas, causada por Diaporthe citri.

• Plasmólise: perda de turgescência das células, cujo protoplasma perde água devido aos distúrbios na membrana citoplasmática. Ex.: podridões moles de órgãos de reserva causadas por Erwinia spp.

• Vacuolose: formação anormal dos vacúolos no protoplasma das células, levando à degeneração.

Exemplos de Sintomas Histológicos

Melanose dos citros Podridão mole em Batata Pectobacterium spp

Granulose Plasmólise Vacuolose

Podridão mole da alface (Pectobacterium spp.)

2. Sintomas fisiológicos

• Quando as alterações ocorrem na fisiologia do hospedeiro, incluindo:

• 1. Utilização directa de nutrientes pelo patógeno ( são heterotróficos necessitam de carbohidratos e proteínas para seu desenvolvimento);

• 2. Aumento na respiração do hospedeiro (o processo infeccioso nos tecidos do hospedeiro causa na área lesionada um aumento na taxa de respiração das células);

• 3. Interferência nos processos de síntese (directa ou indirecta).

3. Sintomas Morfológicos

• Quando as alterações exteriorizam-se ao nível de órgão, com modificações visíveis na forma ou na anatomia.

• Dependendo do tipo de modificação exibida pelo órgão afetado, os sintomas morfológicos podem ser qualificados como:

• I) necróticos e;

• II) plásticos.

I) Sintomas Necróticos

• Necroses são caracterizadas pela degeneração do protoplasma, seguida de morte de células, tecidos e órgãos. Dividem-se em:

• Plesionecróticos são sintomas necróticos presentes antes da morte do protoplasma são chamados. (Amarelecimento, Encharcamento, Murcha);

• Holonecróticos são denominados aqueles expressos após a morte do protoplasma. (Cancro, Crestamento, Tombamento, Escaldadura, Estria, Gomose, Mancha, Morte dos ponteiros, Mumificação, Perfuração, Podridão, Pústula, Resinose, Seca);

Exemplos

• Plesionecróticos Holonecróticos

Encharcamento

Amarelecimento Mancha

Morte dos ponteiros

II) Sintomas Plásticos

• Anomalias no crescimento, multiplicação ou diferenciação de células vegetais geralmente levam a distorções nos órgãos da planta. Dividem-se em:

• Hipoplásticos quando as plantas apresentam subdesenvolvimento devido à redução ou supressão na multiplicação ou crescimento das células. (Albinismo, Clorose, Estiolamento , Enfezamento, Mosaico, Roseta);

• Hiperplásticos ocorre nos casos de super desenvolvimento, normalmente decorrente de hipertrofia (aumento do volume das células) e/ou hiperplasia (multiplicação exagerada das células). (Bolhosidade, Calo cicatricial, Enação, Encarquilhamento, Epinastia, Fasciação, Galha, Intumescência, Superbrotamento, Verrugose, Virescência).

Exemplos

• Hipoplásticos Hiperplásticos

Mosaico Verrugose

Sintomas Morfológicos

Cercosporiose Cercospora capsici

NECRÓTICOS

Clorose variegada dos citros Xylella fastidiosa

PLÁSTICOS

Classificação das doenças em plantas

com base nos órgãos das plantas

• Considerando que estes processos vitais podem sofrer interferências provocadas por diferentes patógenos, McNew propôs grupos de doenças correspondentes:

• Grupo I - Doenças que destroem os órgãos de armazenamento;

• Grupo II - Doenças que causam danos em plântulas; • Grupo III - Doenças que danificam as raízes; • Grupo IV - Doenças que atacam o sistema vascular; • Grupo V - Doenças que interferem com a fotossíntese; • Grupo VI - Doenças que alteram o aproveitamento

das substâncias fotossintetizadas.

Tabela 1: Classificação de doença de planta com base no tipos de doenças afectados

Grupo de plantas

Processo Interferido

Doenças/Sintomas

Patógeno

I Armazenamento de

nutrientes

Doenças pós-colheita,

podridões moles ou

secas em sementes,

frutos, etc.

Parasitas facultativos

ou acidentais

II Formação de tecidos

jovens

Damping-off” ou

tombamento de

plântulas

Parasitas facultativos

III Absorção de água e

nutrientes

Podridões de raízes e

do colo

Parasitas facultativos

IV

Transporte de água e

nutrientes

Murchas vasculares

com sintomas

externos e internos

Parasitas facultativos

V

Fotossíntese

a) Manchas e

crestamentos ;

b) Míldios;

c) Oídios;

d) Ferrugens.

Parasitas facultativos

Parasitas obrigados

Parasitas obrigados

Parasitas obrigados

VI

Utilização das

substâncias elaboradas

a) Carvões

b) Galhas

c) Viroses

Parasitas obrigados

Parasitas obrigados e

facultativos

Parasitas obrigados

Outras classificação das doenças das

plantas Outras pesquisas permitiram classificação também as doenças, por

uma ordenação dos agentes causais segundo os graus de agressividade, parasitismo e especificidade.

Tabela 2: classificacao das doencas de acordo com agressividade, parasitismo e

especificidade.

Exemplos de cada doencas dos grupos • Grupo 1: Doenças pós-colheita, podridões moles ou secas em sementes,

frutos.

Rhizopus spp Penicillium spp -Erwinia spp

• Grupo 2: “Damping-off” ou tombamento de plântulas

Pythium spp. Rhizoctonia solani Phytophthora spp

Cont. • Grupo3: Podridões de raízes e do colo

Fusarium solani Sclerotium rolfsii

Grupo 4: Murchas vasculares sintomas externos e internos

Ralstonia solanacearum

Verticillium albo-atrum

Cont.

• Grupo 5:Manchas e crestamentos

Alternaria spp Xanthomonas spp

Cucumber mosaic virus” - CMV Fitoplasmas

Grupo 6: Viroses

Outra classificação das doenças das plantas

• Assim, de um modo geral, à medida que se caminha do grupo I

para o grupo VI, constata-se menor grau de agressividade no

patógeno, maior grau de evolução no parasitismo e maior

especificidade do patógeno em relação ao hospedeiro.

• Em relação à agressividade, os patógenos dos grupos I e II

apresentam alta capacidade destrutiva, pois em curto espaço de

tempo provocam a morte do órgão ou da planta atacada.

• Quanto à evolução do parasitismo, os patógenos encontrados nos

grupos V e VI são considerados mais evoluídos, pois convivem

com o hospedeiro, não provocando sua rápida destruição.

• A especificidade dos patógenos em relação ao hospedeiro também

aumenta do grupo I para o VI.

Conclusão

• Finalmente, referir que as doenças nas plantas podem ocorrer nas raiz, no colo, na parte aérea e nos seus sistema internos.

• Dependendo do ataque, as essas doenças podem ocorrer ciclicamente, temporariamente ou permanentemente, podendo ser classificadas em: doenças que ocorrem devido as mudanças de estacões, mudanças ambientas (ocorrem geralmente nas hortícolas, etc.), doenças devido as infecções ( ocorrem geralmente na maioria das as culturas), doenças devido ao ataque directo ou indirecto de patogenos (ocorrem na maioria das plantas).

• Assim para o controlo de qualquer as doenças das plantas, requerem-se ao Enginheiro agronomo que aplique técnicas tais como: Rotação de cultura; Cultivares resistentes; Tratamento de sementes; Medidas de sanitização; Tratamento do solo; Controle biológico; Controle de vectores ; Eliminação de hospedeiros alternativos, etc.

Referencias bibliográficas

• BALMER, E.; GALLI, F. Classificação das doenças segundo a interferência em processos fisiológicos da planta. In: GALLI, F. (Ed.). Manual de fitopatologia: Princípios e conceitos. 2. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1978. v.1, p.261-288.

• BEDENDO, I.P. Classificação de doenças. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIM, L. (Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. ed. São Paulo: Agronómica Ceres, 1995. v.1, p.805-809.

• TOMAZ Ilidio Lucas. Doenças das plantas. Diagnostico das micosas dos seus agentes: Isapress editora. 1. ed. São Paulo: Nobel, 1986.

Obrigado pela atenção

• Fim