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Paráfrases de grupos nominais complexos e avaliação de lisibilidade

Ana Sousa Martins

CLUNL

[email protected]

28/06/2017

mailto:[email protected]

Paráfrase?

1. Operação enunciativa

▪ retoma de fala do alocutário

▪ no movimento de reformulação e síntese do discurso próprio

2. Enquanto género

▪ resumos de artigos

▪ revisão da literatura

3. Linguística computacional

▪ criação de corpora de paráfrases na extração de dados

▪ geração automática de texto

4. Simplificação textual

▪ Graded readers (L2)

▪ Adaptações de obras literárias por autores consagrados (L1)

Grupos nominais complexos (GNC)

• Quais os mecanismos de paráfrase de GNC?

• Quais as alterações de sentido, ênfase, estilo, coesão, proeminência textual (1.º plano/plano de fundo), equilíbrio entre informação conhecida-informação nova, topicalização?

• Quais os efeitos da versão parafrástica na lisibilidade/compreensão da leitura?

Vale a pena parafrasear/simplificar?

Os ganhos justificam os custos?

Sequência 1

Texto A (modificado)

A revolução Liberal de 1820

Em 1811, os invasores franceses foram expulsos de Portugal. Contudo, a população estava profundamente descontente com a situação do país. Os franceses tinham pilhado e destruído campos, manufaturas e outras infraestruturas e isso provocou uma grave crise económica no país.

Texto B (original)

A revolução Liberal de 1820

Em 1811, os invasores franceses foram expulsos de Portugal. Contudo, a população estava profundamente descontente com a situação do país. A pilhagem e destruição de campos, manufaturas e outras infraestruturas provocou uma grave crise económica no país.

Sequência 2


Portugal na 2.ª metade do séc. XIX –Os meios rurais

Nos meios rurais, por um lado, a população aumentou e, por outro, começaram a ser usadas máquinas na agricultura. Consequência: havia muito pouco trabalho manual e muita gente para trabalhar. O desemprego passou a ser muito elevado.

Texto B (original)

Portugal na 2.ª metade do séc. XIX – Os meios rurais

O aumento da população e a introdução de máquinas na agricultura provocaram desemprego, porque havia muitos trabalhadores e poucas tarefas agrícolas não mecanizadas.

Sequência 3


Mudanças nos transportes

Construíram-se estradas e linhas férreas e instalaram-se redes de telégrafo. Estas iniciativas eram extremamente necessárias ao desenvolvimento do País. Contudo, eram obras que só o Estado poderia suportar, pois exigiam gastos muito elevados.

Texto B (original)

Mudanças nos transportes

A construção de vias de comunicação - estradas, linhas férreas - e a instalação de redes de telégrafo, iniciativas tão necessárias ao desenvolvimento do País, exigiam gastos muito elevados que só poderiam ser suportados pelo Estado.

Sequência 4

Texto A (modificado)A 1.ª República

A proclamação da República em Portugal ocorreu no dia 5 de outubro de 1910. Os governos republicanos pretendiam melhorar as condições de vida e de trabalho dos portugueses. Por isso, levaram a cabo várias reformas, nomeadamente no ensino e no trabalho. Ao nível do ensino, desde o pré-primário até ao universitário, houve várias alterações. Por exemplo, o ensino primário passou a ser gratuito e obrigatório para todas as crianças, pois o principal objetivo era reduzir o analfabetismo.

Texto B (original)A 1.ª República

A proclamação da República em Portugal ocorreu no dia 5 de outubro de 1910. Os governos republicanos pretendiam melhorar as condições de vida e de trabalho dos portugueses. Por isso, levaram a cabo várias reformas, nomeadamente no ensino e no trabalho. Ao nível do ensino, desde o pré-primário até ao universitário, houve várias alterações. Destaca-se, contudo, a gratuitidade e obrigatoriedade do ensino primário, quando o principal objetivo era a redução do analfabetismo.

Sequência 5


Salazar e o Estado Novo

Nos primeiros anos do seu governo, Salazar conseguiu equilibrar as finanças. Com as contas equilibradas, foi possível planear um programa de construção de obras públicas fundamentais para o desenvolvimento do País.

Texto B (original)

Salazar e o Estado Novo

O equilíbrio das finanças conseguido nos primeiros anos do governo de Salazar permitiu planear um programa de construção de obras públicas fundamentais para o desenvolvimento do País.

Questionário

1. A Revolução Liberal de 1820: O que é que aconteceu depois de os invasores franceses serem expulsos?

Re: crise económica

2. Portugal na segunda metade do séc. XIX - os meios rurais: Porque é que havia desemprego nos meios rurais?

Re: a população aumentou + mecanização

3. Portugal na segunda metade do séc. XIX - mudanças nos transportes: Dá exemplos de mudanças nos transportes e comunicações.

Re: estradas, linhas férreas, redes de telégrafos

4. A Primeira República: Depois de 1910, houve especial interesse em reduzir o analfabetismo. Que principal alteração foi feita no ensino?

Re: obrigatório e gratuito

5. Salazar e o Estado Novo: Como é que o governo Salazar conseguiu ter dinheiro para mandar fazer obras públicas?

Re: equilibrando as finanças

Resultados

Teste A (com base na leitura do texto modificado)

Respostas 1,2,3,4 e 5N.º total de respostas classificadas: 280

Respostas certas Respostas erradas

167 59,6% 113 40,3%

Resposta 1N.º de respostas classificadas:

56


56

certas erradas certas erradas

20 35,7% 36 64,2% 26 46,4% 30 53,5%

Teste B (com base na leitura do texto original)

Respostas 1,2,3,4 e 5N.º total de respostas classificadas: 265

Respostas certas Respostas erradas

145 54,7% 120 45,2%


53


53

certas erradas certas erradas

25 47,1% 28 52,8% 11 20,7% 42 79,2%

Resultados

Respostas certas

Total Resposta 1 Resposta 5

Teste A: 4,9% + Teste B: 11,4% + Teste A: 25,7% +

Interpretação

(i) Respostas 2, 3 e 4: sem diferencial

▪ Textos 2 e 3: eventos ou situações não agentivas

▪ Texto 4: deadjetivais

(ii) Resposta 1: 11,4% a favor do teste B

Topicalização da causa => nominalização

(iii) Resposta 5: 25,7% a favor do teste A

GNC: múltiplas relações de domínio

Conclusão

▪ Não parafrasear

GN cujo núcleo seja um deverbal de evento

GN cujo núcleo seja um adjetival

▪ Parafrasear

GN cujo núcleo é deverbal de ação; múltiplas relações de domínio

grato17 ana-sousa-martins

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