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UNICAMP UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE GEOCIENCIAS PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS ÁREA:METALOGÊNESE ESTUDOS MINERALÓGICOS E QUÍMICOS DO KIMBERLITO BATO VI 6 (MT) EM COMPARAÇÃO COM AS INTRUSÕES TRÊS RANCHOS 4 (GO) E LIMEIRA l(MG). cs23e 27985/SC Vicente Sérgio Costa a DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CAMPINAS- SÃO PAULO MAI0-19%

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UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS ~

INSTITUTO DE GEOCIENCIAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

ÁREA:METALOGÊNESE

ESTUDOS MINERALÓGICOS E QUÍMICOS DO KIMBERLITO

BATO VI 6 (MT) EM COMPARAÇÃO COM AS INTRUSÕES TRÊS

RANCHOS 4 (GO) E LIMEIRA l(MG).

cs23e I·

27985/SC

Vicente Sérgio Costa a

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

CAMPINAS- SÃO PAULO

MAI0-19%

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS A

INSTITUTO DE GEOCIENCIAS ' - A POS-GRADUAÇAO EM GEOCIENCIAS

' A

AREA: MET ALOGENESE

ESHJDOS MINERALÓGICOS E QUÍMICOS DO KIMBERLITO

BATO VI 6 (MT) EM COMPARAÇÃO COM AS INTRUSÕES TRÊS

RANCHOS 4 (GO) E LIMEIRA l(MG).

Vicente Sérgio Costa

Dissertação apresentada ao Instituto de Geociências como

requisito parcial para obtenção do título de Mestre em

Geociências.

Orientador: Prof Dr. Bernardino Ribeiro de Figueiredo - DMG!IG-UNICAMP

Co-Orientador: Prof Msc. Ricardo Kalikowski Weska- DRMIICET-UFMT

CAMPINAS- SÃO PAULO

MAI0-1996

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CM -ocos -;s.z

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA I.G. -lJNlCA\11'

Costa, Vicente Sérgio C823e Estudos minéralógicos e químicos do Kimberlito Batovi 6

(MT) em comparação as intrusõe Três Ranchos 4 (GO) e Limeira I (MG) I Vicente Sérgio Costa.- Campinas, SP.: [s.n],J996.

Orientador: Bernardino R, Figueiredo. Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de

Campinas, Instituto de Geociências.

L Kimberlito. 2. Diamante. 3. Geoquimica. I. Figueiredo, Bernardino R II. Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências. III. Título.

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UNICAMP

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

.~EA:METALOGÊNESE

ESTUDOS MINERALÓGICOS E QUÍMICOS DO KIMBERLITO

BA TOVI 6 (MT) EM COMP AR.\.ÇÃO COM AS L~TRUSÕES TRÊS

RANCHOS 4 (GO) E LIMEIRA l(MG).

AUTOR: Vicente Sérgio Costa

ORIENTADOR: Prof. Dr. Bernardino Ribeiro de Figueiredo

CO-ORIENTADOR: Prof. Msc. Ricardo Kalikowski Weska

COMISSÃO EXAMINADORA

'

PRESIDENTE o Prof, D,, S.m.,di"' ll .......... , • DMG!IG-UNlCAMP ~r t'" EXAMINADORES :

Prof. Dr. José Carlos Gaspar- DMPIIG-UnB

Prof. Dr. Asit Choudhuri - DMGIIG-UNICAMP

CAMPINAS, MAIO DE 1996.

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À Nadja e Belchior.

i

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'A CIÊNCIA É BUSCA DA VERDADE, NÃo UM JOOO NO QUAL UMA PESSOA TENTA BATER SEUS

OPONENTES, PREJUDICANDO OUTRAS PESSOAS11

Linus Carl Pauling

li

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

ÁREA:METALOGÊNESE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

RESUMO

ESTUDOS MINERALÓGICOS E QUÍMICOS DO KIMBERLITO

BA TOVI 6 (MT) EM COMPARAÇÃO COM AS INTRUSÕES TRÊS

RANCHOS 4 (GO) E LIMEIRA l(MG).

Vicente Sérgio Costa

As características texturais da intrusão Batovi 6 (MT), a sua composição mineralógica à base de olivina, granada, ilmenita, espinélio, flogopita e perovskita, e as suas assinatoras geoqulmica e isotópica ("'Ndi"'Nd = 0.512701; "Srt"Sr = 0.70440) indicam que essa rocha é lli"Tia brecha kimberlitica tufácea de fácies diatrema, pertencente à classe dos kimberlitos do Grupo IA.

Nessa rocha ocorrem granadas do tipo peridotítico de alta temperatura e pressão. Porém, alguns cristais de granada apresentam teores de Na,O, Al,O, e Si O, semelhantes aos de granada eclogítica inclusa em diamantes da mina kimberlítica de Monastery (Áfiica do Sul) e de depósitos aluvionares da regiãO de Juina, MT.

Apesar das indicações de que o kimberlito Batovi 6 se formou no manto astenosférico fértil, as composições químicas de ilmenita e granada sugerem a ocorrência de condições oxidantes desfavoráveis à preservação dos diamantes.

As intrusões Três Ranchos 4 e Limeira l apresentam características texturais de fácies hipoabissal e são classificadas como kimber!itos macrocristalinos. Os resultados de análise química de minerais indicadores ( olivina e eremita) da intrusão Três Ranchos 4 associados às estimativas anteriores de temperatura e pressão, apontam para a origem desta intrusão em uma porção do manto litosférico com condições favoráveis à formação e preservação de diamantes.

Embora as análises qulmicas indiquem altos teores de Cr e Mn em ílmenita da intrusão Limeira l (condições de JO, baixa), a ausência de granada e a baixa razão MgO/ÇaO nessa rocha sugerem que essa intrusão originou-se possivelmente em uma porção rasa do manto litosférico na quaJ o diamante não é estável.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

PÓS-GR.J\.DUAÇÁO EM GEOCIÊNCIAS

ÁREA: METALOGÊNESE

MASTER OF SCIENCE DISSERTA TION

ABSTRACT

MINERALOGICAL AND CHEMICAL STUDIES OF THE BATOVl 6

KIMBERLITE (MT) IN COMPARISON WITH THE TRÊS RANCHOS 4

(GO) Al"iD LIMEIRA 1 (MG) INTRUSIONS, BRAZIL.

Vicente Sérgio Costa

Mineralogical and textura! phase relations in the Batovi 6 (State ofMato Grosso, Brazil) kimberlite, together with geochemical and radiogenic isotope data ("'Ndi'"Nd = 0.5!2701, "Sri"Sr = O. 70440) indicate that this intrusion is a tuffisitic kimberlite breccia of diatreme facies, c!assified as a craton related Group lA kimberlite.

Garnet macrocrysts of peridotite type are abundant m Batovi 6 and their chemical compositions indicate equilibration under high temperature and pressure conditions. However, some garnet crystals separated from heavy mineral concentrate show Na, O, A!, O,, Si O, contents resembling Group B eclogitic garnet which occur as inclusions in diarnond from the Monastery kimberlite mine (South Afuca) and from alluvial deposits of Julna, MT (Brazil).

Although there a.-e indications that the Batovi 6 kimberlite was fonned in a fertile portion of the astenospheric mantle, the chemical compositions of i!menite and garnet suggest the occurrence of unfavorable conditions for diamond preservation.

The Três Ranchos 4 and Limeira 1 intrusions show petrographic characteristics ofhipabyssal facies and are classified as macrocrystaline kimberlites. Whole rock chemistry, and mineral compositions of the Três Ranchos 4 intrusion indicate its derivation from a portion of mantle with favorable conditions for the fonnation and preserVation of diarnond.

Jnasmuch as magnesian ílmenites in the Limeira 1 intrusion depicted relatively higher C r ,O, and MnO contents, indicating low JO~ the shsence of garnet and whole rock with low MgO/CaO ratios suggest that this iotrusion originated in a shallow lithospheric source, in which diamond is no! stable.

i v

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AGRADECIMENTOS

O autor deseja registrar inicialmente o seu mais sincero agradecimento ao prof Dr.

Bernardino R. de Figueiredo, pelo incentivo, confiança, sugestões e orientação desde o inicio

desta pesquisa.

Agradece ao Prof. Dr. Ricardo K. Weska, professor adjunto do Departamento de

Recursos l\1inerais/Instituto de Ciências Exatas e da Terra - Universidade Federal de Mato

Grosso, pela amizade, longas discussões sobre a geologia brasileira do diamante e co-orientação

deste trabalho.

Obrigado aos demais professores e funcionários do Instituto de Geociências - UNICA..\.1P

e do Departamento de Recursos Minerais/ICEI - UFMT através do Prof. Msc. Gerson de S.

Saes, pelo convívio amistoso e sincero durante os períodos de trabalhos de campo e de

laboratório nestas instituições.

O autor expressa agradecimentos ao Conselho Nacional de Pesquisa - CnPQ, à

Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP, e ao Fundo de Apoio ao Ensino e a Pesquisa­

F AEP. A primeira instituição, pelo suporte financeiro através de bolsa durante o período de

mestrado, a segunda por ter acolhido o autor durante o curso de pós-graduação no Instituto de

Geociências, possibilitando o uso de sua infra-estrutura, e a terceira por contribuir com apoio

financeiro para realização de viagens de campo e utilização de laboratórios em outras instituições.

Meus agradecimentos ao Departamento de Mineralogia e Petrologia (IG/UnB), através

do Prof. Dr. Jose Carlos Gaspar, ao Centro de Estudos em Petrologia e Geoquímica

(IGIUFRGS), através do Prof Dr. LeoA. Hartmann e a Companhia Brasileira de Metalurgia e

Mineração (CBMM) através do Dr. Bruno F. Riffel, pelo apoio na utilização dos laboratórios de

microscopia eletrônica e microssonda.

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Esta pesquisa contou com a colaboração imprescindível dos seguintes orgãos e pessoas

envolvidas:

Serviço de Mineração!M:Il>.'FRA- 00, através de seu diret:or Dr. Armando da Silva Neiva

e do geólogo Alberto Martins de Sá pela colaboração nos trabalhos de campo na região de Três

Ranchos, GO;

Ao Departamento de Geologia Geral (UFMT), pelo empréstimo dos equipamentos de

geofísica e automóvel para suporte em campo na região de Paranatinga, MT;

A empresa Rio Tinto Zinco (R TZ) pela utilização de suas instalações para alojamentos

durante os trabalhos de campo na provincia de Paranatinga, MT.

Agradeço aos geólogos compalhieiros de mestrado Carla, Edemilson, Flávio, Hector,

Márcio, Manoel, Paulo e Paulo Pires pela amizade, incentivo e contribuições nas discussões

técnicas, em especial à prof. Dr'. Elisabete Pascholati, Carla M. Lacerda e ao Takeo J. Fudihara

(Eng. químico), pela colaboração no aprendizado de software e contribuição nos trabalhos de

revisão e redação. Especial agradecimento também à secretária V aldirene pela amizade, dedicação

e presteza de seus serviços.

Os mais eternos agradecimentos aos meus pais e meus irmãos pelo incentivo e apoio ao

longo de tantos anos.

Agradecimentos são prestados a todos que contribuíram diret:a ou indiret:amente para a

realização deste trabalho.

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ÍNDICE

. DEDJCATORJA """~""••uoueoou•••eueeouuuoueoooo••••ouousunoooeoo~••••••••••••••••"•noootoo<'o•••••••••••••• Í

RESUMO •••••••••ooeeoeo•nououuouonouuouun•u••••u•••••••n••oouoo .. ooo••••••••••*••u•••••••••••••••u••••••••• iii

AGRADECIMENTOS ......... u........................................................................................ v

IN"DICE .................................. u....................................................................................... vii

IN"DICE DE FIGURAS ................................................................................................. X

lNDICE DE FOTOS .......................... h ................................................ ~...................... xiii

IN"DICE DE QUADRO ··~~·····u······· ................ ~u••n~•• .. ••••e•G······u···--· .. ••uu ........ u............. xiv

ÍNDICE DE TABELAS . . . . . . .. . .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . .. .. . .. . .. .. .. . .. . . .. .. .. .. .. .. .. xv

CAPÍTULO I - CONSIDERAÇÕES INICIAIS

1.1 - Introdução .. . . .. .. .. .. .. .. . . .. .. .. .. .. .. .. .. .... .. .. .. .. .. .. .... .. .. . .. .. .. .. .. . .. .. . .. .... .. . .. .. . . . . .. .. .. .. .. .. . .. 1

1.2 - Apresentação e Objetivos .. .. .. .. .. ..... .. .... .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. ... .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. . ... .. .. .. .. .. .. . 2

1.3 - Localização das Áreas Estudadas................................................................ .. .. . .. .. . 3

1.4- Etapas e Médotos de Pesquisa.............................................................................. 7

1. 5 - Alguns Conceitos Utilizados .. .. ...... .. .. . .. . .. .. .. . .. ... .. .... .. .. .. . .. .. . .. .. .. . .. .... .. .. .. .... .. . .. .. .. . 8

1.5. 1 - Kimberlitos .. . . .. . .. .. .... .. . .. . .. . .. . .. .. ... .. . .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . . . . .. .. . .. .. .. .. . 8

1. 5.2 - Lamproítos .. .. . .. .. .. . .. . .. . .. .... .. .. .... .. . .. .. .. . .. .. . .. .. . .. . .... ... .. . .. .. . .. .. .. ... .. .. .. .. . . .. .. . .. . .. . .. .. 11

l.S. 3 - Classificação Petrográfico-Textura! .. .. .. .. . .. . .. ... ... .... .. .. .. . .. ... .. . .. .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. ... .. .. 12

1.5.4- Os Xenólitos do Manto e sua Aplicação na Exploração

de Kimberlitos e de Diamantes .. .. . .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. .. . .. .. .. .. .. .. . .. . .. .. .. 16

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CAPÍTULO II - CONTEXTO GEOLÓGICO DAS PROVÍNCIAS DE

PARANATINGA E DO ALTO PARANAÍBA

2.1 - Introdução . . . .. . ... . .. . ... . . .. ................. .. . . . .. . .. . .. . . .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

2.2- Principais Províncias .Kimberliticas Brasileiras................................................... 22

2.3 - Província de Paranatinga (MT) . . ............... ... .. . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . 25

2.3 .1 - Geologia Regional . ........... ........... .. . . . . . . .. . . .. . . .. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

2.4 -Província do Alto Paranruba (MG eGO) ............... ... ......... ........... .... ...... ..... .. .. 33

2.4.1 -Geologia Regional........................................................................................... 37

CAPÍTULO III - ESTUDOS PETROGRÁFICOS

3. 1 - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

3.2- Materiais e Métodos.......................................................................................... 41

3.3 -O Diatrema Batovi 6- MT.................................................................................. 42

3.4 - A Intrusão Três Ranchos 4 - GO .. .. . . . .. ... . .. ... . .. . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . 49

3.5- A Intrusão Limeira 1 - MG ................................................................................. 52

CAPÍTULO IV- ESTUDOS DE QUÍMICA MINERAL

4.1 - Introdução ....... ........ ..... ... ... .............................. ....................... ........................... 56

4.2- Materiais e Métodos........................................................................................... 56

4.3- Química Mineral ................................................................................................. 57

vili

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CAPÍLUTO V- ESTUDOS LITOGEOQUÍMICOS

5 .I - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

5.2- Materiais e Métodos........................................................................................... 73

5.3- Resultados Obtidos............................................................................................. 74

CAPÍTULO VI -CONCLUSÕES .......................................................... 84

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......... ...... ...... ..... ... .. . .. .. .. .. .. .. .. .. ... 89

ANEXOS................................................................................................. 102

ix

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ÍNDICE DE FIGURAS

Página

Figura 1.3.1 - Mapa de localização das principais províncias alcalinas

cretácicas situadas nas bordas da Bacia do Paraná. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Figura 1.3.2 -Mapa de localização da província de Paranatinga, MT. .... .. ................... ... 5

Figura 1.3.3- Mapa de localização da Província do Alto Paranaíba (MG e GO). .. . ........ 6

Figura 1.5.3.1 -Modelo idealizado de um sistema magmático kimberlítico. .................. 13

Figura 1.5.3.2 - Classificação genético-textura! de kimberlítos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Figura 1.5.3.3 - Modelo de um pipe lamproítico da Austrália. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 15

Figura 2.2.1 -Mapa da América do Sul mostrando as principaís áreas cratônicas

da Plataforma Sul-Americana e suas provindas kimberlítica/lamproíticas. . . . 23

Figura 2.3.1 -Províncias geocronológicas do Craton do Amazonas. ............. .............. 28

Figura 2.3.2 - Mapa geotectônico simplificado da Bacia dos Pareeis. . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . 29

Figura 2.3.3- Mapa geológico da região de Paranatínga. .... ... ........................ ......... 30

Figura 2.3.4 - Mapa de isolinhas feitas a partir de respostas magnéticas

em perfil realizado sobre o diatrema Batovi 6. ............... ................... 34

Figura 2.4.1 - Mapa geotectônico da província ígnea do Alto Paranaíba,

localizada sobre rochas da Faixa Brasília entre o

X

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Craton do São Francisco e a Bacia do Paraná ................................ . 36

Figura 2.4.2 - Mapa geológico da província kimberlítica do Alto Paranaíba ........ . 38

Figura 4.1- Diagrama ternário MgTi03 - FeTi03 - F~03 (Haggerty, 1991)

com os macrocristais de ilmenita das rochas Batovi 6 e Limeira I. . . . . 59

Figura 4.2- Diagrama Cr20 3 versus CaO para granada do Batovi 6 e Três Ranchos 4. ... 60

Figura 4.3- Variação atômica de Si e AI+ Cr na base 12 oxigênios

para a granada do Batovi 6. .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .............. .. . . . . . . 63

Figura 4.4- Diagrama ternário Mg- Ca- Fe para granada e clinopiroxênio (a)

nas rochas estudadas (1 ). ............. ......... ......... .......................... ....... 65

Figura 4.5- Diagrama ternário AI - Mg- Fe para as micas das rochas estudadas. .... 66

Figura 4.6 -Diagrama Ti02 versus Cr/(Cr + AI) para os minerais

do grupo do espínélio nas rochas estudadas. .. .. . . . .. .. . . . . . . ... . . . . . . .. . . .. .. . 68

Figura 4. 7 - Diagrama Cr/(Cr +AI) versus Fe3+/(Fe3+ + Fe2) de

Ramsay & Tompkíns (1994) para cromita magnesiana das rochas estudadas. ... 69

Figura 4.8- Diagrama La,03 versus Ce20 3 para os microcristais de perovskita analisados .... 71

Figura 5.1 -Campos de kimberlitos, olivína 1amproítos e aillikitos

segundo o índice de contaminação versus

o índice de ilmenita de Taylor et ai., (1994) .................................. .

Figura 5.2 -Diagrama binário mostrsndo a relação de Fatores (1) e (2)

de Taylor et ai., 1991 apudTaylor et al. (1994) ........................... .

xi

75

77

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Figura 5.3 -Diagrama ternário KzO - Alp3 - Ti02 para as rochas Batovi 6 (BAT6-MT),

Três Ranchos 4 (fR4-GO) e Limeira I (LIMI-MG). .................... 78

Figura 5.4 -Distribuição da abundância de elementos normalizados aos valores

do manto primitivo (Taylor & McLennan, 1985) para as rochas

Batovi 6 (BAT6-MT), Três Ranchos 4 (fR4-GO)

e Limeira I (LIMI-MG) ............................................................ ..

Figura 5.5 - Padrão de distnbuição da abundãncia dos elementos terras raras

para as rochas Batovi 6 (BAT6-MT), Três Ranchos 4 (fR4-GO)

e Limeira I (LIMI-MG), nomalizados aos valores dos meteoritos

80

condritos (Taylor & McLennan, 1985). ...................................... 81

Figura 5.6 -Diagrama de razões isotópicas 87Sr/"6Sr versus 143Nd/144Nd para o

kirnberlito Batovi 6 (BAT6-MT). ................................................ 83

xii

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ÍNDICE DE FOTOS

Foto 3.3.1 -Aspecto brechado da facies de diatrema do kimberlito Batovi 6, MT. .... 44

Foto 3.3.2- Megacristal (1,2 cm) de olivina mostrando estágios diferenciados

de alteração secundária (lizardita + crisólito + calcita ± magnetita)

da rocha Batovi 6, MT. .............................................................. 44

Foto 3.3.3 - Textura granoblástica poligonal exibida por nódulo

policristalino (1,4 cm) de ilmenita da rocha

Batovi 6, MT (luz refletida). ..... .. ............................................... 46

Foto 3.3.4- Macrocristal (5 mm) de ilmenita exibindo bordas (- 50 fim)

de reação de perovskita e rutilo (luz refletida). ......................... 46

Foto 3.3.5- Macrocristal (5 mm) de ilmenita exibindo bordas(- 50 fim)

de reação de perovskita e rutilo (luz refletida com nicois cruzado). ... 47

Foto 3.3.6- Borda de megacristal (1,2 cm) de granada (cinza claro)

encapado por espessa (- 2 mm) margem de kelefita

(vermelho amarelado), em reação com a matriz de olivina,

serpentina, magnetita, calcita e perovskita (Batovi 6, MT). ........ ...... 47

Foto 3.3. 7- Textura do tipo pel/etallapilli, com macrocristal (4 mm)

euédrico de granada no centro, cercada por microcristais (- 40 fim)

de olivina, do diatrema Batovi 6, MT. ........................................ 50

Foto 3.4.1 - Amostras das rochas estudadas, da esquerda para direita:

Limeira 1 (MG), Três Ranchos 4 (GO) e Batovi 6 (MT). ........ .. 50

Foto 3.4.2 -Textura inequigranular caracteristica da rocha Três Ranchos 4 (GO). ... 51

xili

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Foto 3.4.3 - Macrocristal (7 mm) euédrico marrom avermelhado de crornita

magnésio-alurninosa, com fina borda(20 "m) de

magnetita titanífera, na rocha Três Ranchos 4, GO ................. .

Foto 3.5.1- Macrocristal de crornita contendo finas (10 "m)

lamelas paralelas de flogopita na rocha Limeira 1, M G. . ....... .

Foto 3.5.2 - Megacristal ( l, l cm) de flogopita da rocha Limeira l, MG,

contendo grande quantidade de rnicrocristais de espinélio

e perovskita nos seus planos de clivagens ............................ .

ÍNDICE DE QUADRO

Quadro 6.1 - Síntese da mineralogia, texturas petrográficas,

assinaturas isotópicas e idade para as rochas estudadas ....... .

xiv

51

54

54

85

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 4.1- Composições químicas médias de macrocristais (M) e

microcristais (m) de olivina das rochas Batovi 6 (BAT6),

Três Ranchos 4 (TR4) e Limeira I {LIMI) ........................... .

Tabela 4.2 - Composições químicas médias de macrocristais (M) e

microcristais (m) de ilmenita magnesiana das rochas

103

Batovi 6 (BAT6) e Limeira I (LIMI ). ............. ....... ....... ..... I 04

Tabela 4.3 - Composições químicas médias de macrocristais de granada

da rocha Batovi 6. . ........... .. . . . .. . . ....................................... I 05

Tabela 4.4 - Composições químicas de macrocristais de clinopiroxênio

das rochas Bato vi 6 e Limeira I. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 06

Tabela 4.5 - Composições químicas médias de flogopita das rochas estudadas. ... . I 07

Tabela 4.6 - Composições químicas de minerais do grupo

do espinélio das rochas estudadas ................................. .

Tabela 4. 7 - Composições químicas médias de microcristais de

perovskita nas rochas Bato vi 6 (análises I e 2 ),

108

Três Ranchos 4 (3 e 4) e Limeira I (5 e 6). .................... I 09

Tabela 5.1 - Análises químicas de rocha total dos kimberlitos Batovi 6 (BAT6),

Três Ranchos 4 (TR4) e Limeira I (LIMI ). ......... .. .. . . . . . II O

Tabela 5.2 - Coeficientes para o cálculo das funções discriminantes - fator (I) e

fator(2)deTaylor&Rock, I99I apud Tayloretal. (I994). ..... II2

XV

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1.1-INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os kimberlitos e lamproítos são internacionalmente conhecidos corno os únicos depósitos

primários de diamante em exploração no mundo.

Durante muito tempo, os kimberlitos foram considerados como a única rocha matriz do

diamante. Porém, com a descoberta de lamproítos australianos, no final da década de setenta,

portadores de elevados teores de diamante (Jaques et ai., 1984; Scott-Smith & Skinner, 1984), os

conceitos e definições de fonte primária de diamante foram amplamente revistos e alterados.

Entre os mais variados locais de ocorrência de diamante, pode-se citar as recentes descobertas

em rochas metamórficas de alto grau na Rússia e na China (Sobolev & Shatsky, 1990; Claoué-Long

etal., 1991; Xu etal., 1992; Okay, 1993); em lentes e/ou camadas de harzburgitos cromitiferos nos

complexos ofiolíticos na Russia, Canadá, Austrália, China e em Marrocos (Janse, 1991); diamantes

com formas hexagonais (lonsdaleita) encontrados em crateras produzidas por impacto de meteoritos

(Khar'kiv, 1992) e, mais recentemente, diamantes nanométricos encontrados compondo a matriz de

condritos (Huss & Lewis, 1995). No entanto, estas ocorrências não constituem depósitos com altos

teores como no caso de kimberlitos e lamproítos.

Durante muito tempo acreditou-se também que o diamante era cristalizado no magma parental

kimberlítico. Entretanto, parece haver hoje um consenso entre os principais pesquisadores, de que

o diamante é mesmo um xenocristal e que kimberlítos e lamproítos são meramente veículos de

transporte de diamantes originados em rochas do manto e trazidos para superlicie terrestre

(Robinson, 1979; Richardson ela/., 1984; Meyer, 1985; Mitchell, 1991, entre outros). Desta forma,

as rochas onde a maioria dos diamante foram originalmente gerados são os xenólítos ultramáficos e

eclogiticos desagregados do manto pelo evento intrusivo de kimberlitos e lamproítos.

Diante do exposto, verifica-se a importância que tem-se dado aos inúmeros estudos de

kimberlítos, lamproítos e seus xenólitos, pois estes materiais geológicos, além de economicamente

importantes são portadores de informações a respeito das condições de equihbrio de fases em altas

pressões e temperaturas no manto litosférico-astenosférico.

1

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1.2-APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS

A identificação correta e a caracterização de kimberlitos e lamproítos em províncias

brasileiras e mundiais, são de extrema importância para o sucesso da prospecção e avaliação do

potencial metalogenético-diamantífero de tais províncias.

Além disso, devido ao fato de kimberlitos e lamproítos mostrarem composições

mineralógicas facilmente alteráveis durante os processos intempéricos, raramente encontram-se

afloramentos com rocha fresca em superficie. Desta forma, o emprego do antigo método de

rastreamento de minerais pesados, associado a uma investigação química desses concentrados,

tem sido de grande utilidade na prospecção e caracterização dessas rochas.

Embora imprescindível, uma avaliação baseada somente em estudos petrográficos não

é suficiente para identificação e classificação correta de kimberlitos e/ou lamproítos (Mitchell,

1986).

O estudo da natureza química da suíte mineralógica encontrada em kimberlitos, larnproítos

e seus xenólitos (granada, piroxênio, ilmenita e espinélio, principalmente), deve acompanhar

outros métodos empregados na identificação e avaliação de condições favoráveis à formação e

a preservação de diamante nesses tipos de rochas.

No Brasil, são conhecidas cerca de catorze províncias kimberlíticas (Almeida & Svisero,

1991; Gonzaga & Tompkins, 1991; Barbosa, 1991). Analogamente ao que ocorre em quase todas

as províncias kimberlíticas mundialmente conhecidas, grande parte dos kimberlítos brasileiros

apresenta-se intemperizada e geralmente recoberta por sedimentação recente. Desta maneira, os

trabalhos publicados estão, muitas vezes, restritos a descrições de minerais resistatos,

concentrados sobre as intrusões. Sobre kimberlitos brasileiros mineralizados a diamante, sabe-se

apenas que existem cerca de quatro corpos na província do Alto Paranaiba (teor subeconômico,

Barbosa, 1991; Gonzaga & Tompkins, 1991; Gonzaga et a/., 1994} e outros poucos na região

de Pimenta Bueno, RO e Juina, MT (Svisero & Chieregati, 1990; Janse, 1994).

Posto isto, o presente trabalho, que é o resultado de estudos petrográficos e

litogeoquímicos realizados nas intrusões Limeira-I, MG(Meyer & Svisero, 1991}, Três Ranchos-

4, GO (Danni et a/., 1991) e no kimberlito Batovi-6 (MT} e/ou Córrego da Boa Esperança (Pinho

et ai., 1994}, teve como objetivos principais:

-contribuir para caracterização petrográfica, mineralógica e lítogeoquímica do diatrerna Batovi-6,

visto que o mesmo não apresentava ainda tais estudos;

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-comparar a mineralogia, química mineral e litogeoquímica das três intrusões, visando a obtenção

de guias regionais para prospecção, sabendo-se que a intrusão Três Ranchos-4 apresenta-se

mineralizada;

-através de revisão bibliográfica, comparar as três intrusões estudadas com os principais

kimberlitos e lamproítos conhecidos no mundo.

1.3-LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS ESTUDADAS

As áreas, que fazem parte deste estudo pertencem às conhecidas províncias

kimberlíticasldiamantíferas de Paranatinga e/ou Batovi (Fragomeni, 1976; Gonzaga & Tompkins,

1991; Weska et a/. 1993) e do Alto Paranaíba e/ou Coromandel (Almeida & Svisero, 1991). A

primeira pro'l-incia encontra-se posicionada na porção centro-leste do estado de Mato Grosso. A

segunda província está localizada na porção sudoeste do estado de Minas Gerais, englobando

pequena parte do sudeste do estado de Goiás (Fig. 1.3 .I).

O kimberlito Batovi-6 é integrante da província de Paranatinga, a qual apresenta cerca de

quatro dezenas de intrusões distribuidas numa área de aproximadamente 4000 m2 (Santos &

Loguercio, 1984}. As intrusões distribuem-se nos vales dos altos cursos dos rios Batovi, Jatobá

e Coliseu, cabeceiras do rio Xingú.

O corpo Batovi-6 encontra-se a 32 km, norte da cidade de Paranatinga, MT (Fig.l.3.2),

com longitude 54°08'W e latitude 14°09'8. A intrusiio, que ocupa uma área com cerca de 2,4 ha.,

aproximadamente, está posicionada a 1 km da margem direita do rio Batovi, dentro dos limites

da Fazenda Boa Esperança.

A intrusão Limeira-I, que ocupa uma área com cerca de 3,5 ha (Meyer & Svisero, 1991),

esta localizada dentro da Fazenda Limeira (próximo a sede), 20 km ao norte da cidade de Monte

Carmelo, MG. Apresenta coordenadas geográficas 47°31 'W e l8°33'S, aproximadamente (Fig.

1.3.3).

A intrusão Três Ranchos-4, situada a 5 km, noroeste da cidade balneária de Três Ranchos,

MG (Fig.l.3) apresenta uma área com cerca de 0,5 ha (Danni et a/., 1991) e coordenadas

geográficas 47°49'W e 18°19'S. O corpo situa-se à cerca de 300m, sudeste da Fazenda

Alagoinha e expõe bons afloramentos junto à margem direita do córrego Barreiro.

Estas duas últimas intrusões fazem parte, junto com outras centenas de rochas intrusivas

e extrusivas máficas e potássicas, da província do Alto Parana~'ba, localizada nas cabeceiras do

3

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o PllOvfNnA

m: SALTA

(AllGE-VI'ISA) ,.. ... ,

28' {U1ll.M.)

y 2jl0

ou:ANO

N ATI.ÁNTICO

A 4f10 c;oo km

I

Figura 1.3.1 - Mapa de localização das principais províncias alcalinas cretácicas situadas nas bordas da Bacia do Paraná (modificado de Gibson et a/., 1995). Os círculos abertos e fechados indicam idades das rochas alcalinas (kimberlitos, lamproítos, carbonatitos e kamafugitos) do Cretáceo Inferior e Superior, respectivamente. Todas as idades foram extraídas de Gibson et ai., (1995), com exceção das da província de Salta, Argentina (Meyer & Villares, 1984) e de Paranatinga (Davis, 1977).

4

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13"35'

e KIMBERLITOS

BAT6 ~ BATOVI 6

-·- RODOVIAS

RESERVA INDIGENA

MARECHAL RONDON

3"35'

Figura 1.3.2 - Mapa de localização da província de Paranatinga, MT, indicando os campos kirnberlíticos dos Rios Batovi e Jatobá (modificado de Weska et a/., 1993).

5

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~· PÁNTANO

*

* KlMlWUlT08 X OUTRAS TNTI«IS(n:R 1\l.C/\UNA.S

0 CIDADES

Figura 1.3.3 - Mapa de localização da Província do Alto Paranat'ba (modificado de Danni & Scartezini, 1990).

6

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rio homônimo.

1.4-ETAPAS E MÉTODOS DE PESQUISA

O presente estudo compreendeu as seguintes etapas:

-Pesquisa bibliográfica sobre as principais fontes primárias de diamante no Brasil e no mundo;

-Trabalhos de campo na província do Alto Paranaíba, para reconhecimento geológico e coleta de

amostras nas áreas de ocorrência das intrusões Limeira 1 e Três Ranchos 4;

-Trabalhos de campo na província de Paranatinga, onde foram realizados os trabalhos de

mapeamento geológico na área de ocorrência do kimberlito Batovi 6 e levantamentos geofisicos

de gravimetria e magnetometria.

-Trabalhos de laboratório, que constaram de análises químicas qualitativa de microscopia

eletrônica de varredura (Stereoscan 200) na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração

(CBMM, Araxá, MG) e análises de microssonda eletrônica (Cameca SX-50) nos laboratórios dos

Institutos de Geociências da UnB (Brasília, DF) e da UFRGS (Porto Alegre, RS).

-Trabalhos de laboratórios no Instituto de Geociências da UNICAMP. Inicialmente, foram

descritas petrograficamente cerca de 26lâminas delgadas/polidas e 8 embutidos monominerálicos

de granada, ilmenita e espinélio. As análises químicas foram realizadas nos laboratórios de

geoquímica do IGIUNICAMP e GEOLAB (Belo Horizonte, MG). Nos trabalhos de análise

química de rocha total foram feitas três pastilhas de vidro e três pastilhas prensadas para as rochas

estudadas, que foram analisadas por espectrometria de fluorescência de raio-X ( espectrômetro

VRA-30). Alguns elementos foram dosados também por espectrofotometria de absorção atôrnica

(VARIAN AA12/1475).

As análises obtidas no GEOLAB, incluindo os elementos terras raras, foram dosados por

espectrometria de plasma (ICP).

Para a rocha Batovi 6, foram feitas análises químicas isotópicas para Sm - Nd e Rb - Sr

por espectrometria de massa, no Centro de Pesquisas Geocronológicas e Geologia Isotópica da

USP.

O detalhamento da metodologia utilizada e a relação dos elementos dosados para cada

método analítico são apresentados nos capítulo IV e V que trata de estudos de química mineral

e Iitogeoquímica, respectivamente.

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1.5- ALGUNS CONCEITOS UTILIZADOS

A seguir são comentadas algumas definições e classificações frequentemente empregadas

na literatura geológica internacional sobre kimberlitos e lamproitos e que são utilizadas neste

trabalho.

Devido a natureza explosiva de alguns estágios de colocação de kimberlitos e lamproitos

e a profundidade de formação destes magmas (mais de 150 km, campo de estabilidade do

diamante; Kennedy & Kennedy, 1976) no manto superior, estas rochas apresentam uma

mineralogia complexa. Os minerais formadores dessas rochas podem ter três diferentes origens,

segundo Mitchell (1986): i) desagregação de xenocristais de xenólitos do manto superior; ü)

minerais primários formados no magma kimberlítico e/ou lamproítico; e ili) suíte de megacristais

e/ou nódulos discretos que tanto são considerados como xenocristais (Boyd & Nixon, 1975) e/ou

fenocristais de alta pressão (Mitchell, 1979) e/ou produto de cristalização isobárica de um magma

protokimberlítico do manto (Gumey et ai., 1979; Dawson, 1980; Harte & Gumey, 1981).

Os nódulos discretos (discrete nodules, Níxon & Boyd, 1973 apudMitchell, 1986) e/ou

megacristais (Dawson, 1980) são normalmente grandes cristais (com diâmetro entre 1 e 5 cm,

podendo atingir até 30 cm, Haggerty, 1994b) de ilmenita, granada, olivina, piroxênio, espinélio

e zircão que ocorrem geralmente isolados destacando-se na matriz fina.

As diferentes hipóteses quanto à origem polêmica destes nódulos discretos, levaram a um

consenso entre os autores, para o uso do termo megacristais (Dawson, 1980). A utilização deste

termo na literatura é meramente descritiva (cristais maiores que 1,0 cm), não envolvendo portanto,

uma conotação genética para o termo.

A fragmentação de megacristais produz cristais menores dentro do magma, que são

denominados, segundo Mitchell, (1986), de macrocristais (0,5 a 10 mm) e microcristais (menores

que 0,5 mm).

1.5.1 - KIMBERLITOS

Segundo Mitchell (1989), kimberlitos são um grupo de rochas ígneas, ultrabásicas

(subsaturadas em sílica, Si02 = 25 a 35% em peso), com conteúdo baixo em alumínio (geralmente

menos que 5% em peso de Al20 3) de natureza potássica (razão N~O/K20s 0,5), afinidade

rniasquítica (razão molar N~O + ~O/Al203 < 1 ,0), rica em voláteis (dominantemente C02 ), e que

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ocorrem na forma de pequenos pipes verticais (subvulcânicos), diques e sills (hipoabissais).

Comumente exibem uma textura inequigranular tipica, resultante da presença de macrocristais em

uma matriz de granulometria fina.

Através de diferenças no posicionamento geográfico, idade, mineralogia, conteúdo de

megacristais, características químicas em rocha total e conteúdos isotópicos foram individualizadas

duas variedades de kimberlitos na África do Sul (Smith, 1983; Smith et al. 1985; Skinner, 1989;

Mitchell, 1991 ):

i) kimberlitos do grupo I (pobres em mica) e/ou monticelita-serpentina-calcita kimberlito (ricos em

olivina); e

ii) kimberlitos do grupo n (micáceos).

Os kimberlitos do grupo I, conhecidos também em outras províncias no mundo, apresentam

uma suíte mineralógica representada, segundo Mitchell (1991), por macrocristais e/ou megacristais

anédricos a arredondados de ilmenita magnesiana (entre 3 - 23% de MgO, normalmente maior que

8%), granada piropo titanífera pobre em cromio (O- 3% de Crz03), olivina forsteritica, enstatita,

diopsídio sub-cálcico e flogopita pobre em titânio (menor de 2% de Ti02) até flogopita eastonítica

(rica em alumínio). Micas na matriz nesse grupo de kimberlitos, quando ocorrem mostram

composição de tetraferriflogopita pobre em titânio. Os espinélios variam desde picrocromita

aluminosa pobre em titânio até a solução sólida magnetita - ulvoespinélio magnesiano. A olivina

é normalmente o macrocristal dominante desta assembléia mineralógica.

A matriz é composta principalmente por mna segunda geração de olivina euédrica primária,

juntamente com perovskita, espinélio, rnonticelita e/ou diopsídio, apatita, calcita e serpentina

primária de estágio tardio. A alteração intempérica de olivina, flogopita, rnonticelita e apatita por

serpentina (lizardita) e calcita secundária é muito comum. Sulfetos de ferro e níquel, e rutilo são

também minerais acessórios comuns.

Minerais que não ocorrem em kimberlitos do grupo I são principalmente diopsídio

aluminoso, augita, granada andradita, feldspato, anfibólio, leucita, nefelina e rnelilita (Mitchell,

1991).

Através de análises geoquímicas de rocha total, Smith et al. (1985), dividiram os

kimberlitos do grupo I em dois subgrupos distintos: kimberlitos do grupo IA e kimberlitos do grupo

ffi. Os kimberlitos do grupo ffi apresentam maiores conteúdos de ferro total, CaO, Ti02, P20 5,

C02, H20, Nb, Zr e Y , porém, conteúdos menores de Si02 e menor razão em elementos terras raras

leves relativo a terras raras pesadas (ETRUETRP) quando comparados aos kimberlitos do grupo

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IA (Smi1h et ai. 1985). Estes mesmos autores sugerem que, os kimberlitos do grupo IA representam

intrusões dentro de área cratônica, enquanto os kimberlitos do grupo lB são tidos como intrudidos

fora de área cratônica.

Os kimberlitos do grupo I apresentam valores de ENd com intervalo entre -0,5 a +6,0, baixa

razão 87Srf6Sr (0,703 a 0,705) e baixo conteúdo isotópico de chumbo, apresentam idades

normalmente negativas (futuras) em relação as idades conhecidas das intrusões (entre 70 e 114

M.a., Smi1h, 1983; Mitchell, 1989). Os kimberlitos do grupo I apresentam conteúdos de elementos

terras raras leves e Rb (Smi1h, 1983) relativamente menores do que da Terra Global (bulk earth)

indicativo de que foram derivados de fontes astenosféricas (Mitchell, 1989).

Segundo Haggerty (1994a), são conhecidas intrusões de kimberlitos do grupo I com idades

que variam desde o Proterozóico (África do Sul, Venezuela e Austrália), Ordoviciano (Canadá,

Sibéria, Zimbabwe e China) Devoniano (América do Norte e Sibéria), Carbonífero (Sibéria),

Jurássico (América do Norte e Sibéria), Cretáceo (África, América do Norte, Brasil e Sibéria) até

o Terciário (Namibia). Porém, os principais pulsos intrusivos de kimberlitos do grupo I estão

concentrados no Cretáceo.

Os kimberlitos do grupo II foram reconhecidos somente no craton do Kaapvaal, África do

Sul e formaram-se em um evento com intervalo restrito de tempo (entre 110- 200 M.a., Skínner,

1989). Os kimberlitos do grupo II são geralmente mais velhos que os kimberlitos mesozóicos do

grupo I, que ocorrem geograficamente associados na mesma província (Mitchell, 1991).

Segundo Mitchell & Meyer (1989) e Skinner (1989), a mineralogia dos kimber1itos do

grupo II consiste principalmente de macrocristais arredondados de olivina e macrocristais de

flogopita. A matriz dessa rocha é composta por microfenocristais de flogopita e diopsídio,

juntamente com espinélio (picrocrornita titanífera até a solução sólida magnetita- ulvoespinélio ),

perovskita e calcíta. A presença de silicatos ricos em zircónio (ex.: granada kimzeyítica) e titanatos

de potássio, vanádio e bário, como fases acessórias, são úteis também na diferenciação dessas

rochas com relação aos kimber1itos do grupo I.

Os kimberlitos do grupo II nonnalmente são pobres em macrocristais quando comparados

aos kimberlitos do grupo I. Megacristais de ilmenita magnesiana, diopsídio sub-cálcico, enstatita

e microcristais de monticelita, ulvoespinélio magnesiano não ocorrem nos kimber\itos do grupo II

(Skinner, 1989; Mitchell, 1991 ). Perovskita e espinélio são relativamente raros nessa rocha.

Os kimberlitos do Grupo II apresentam valores negativos de eNd com intervalos entre -7 ,O

a -12 e altas razões 87Srf6Sr (0,707 a 0,712) (Skinner, 1989). Os resultados geoquímicos (Smith,

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1983) indicam também que esse grupo de rocha derivou de urna fonte rica em Rb e elementos

terras raras leves em relação a composição da Terra Global (bulk earth), possivelmente de fonte

litosférica (Mitchell, 1991 ).

Mitchell (1994), considerando as diferenças petrográficas e litogeoquírnicas entre os

lcirnberlitos dos grupos I e ll, indicou que eles foram originados em diferentes regimes de pressão

e temperatura (origem astenosférica para o grupo I; e fonte litosférica metassomatizada para o

grupo ll), com diferentes conteúdos de voláteis (grupo I mais rico em COú grupo ll mais rico em

H20) e diferentes atividades de sflica (menor que o tampão diopsídio- rnonticelita para o grupo I

e maior para o grupo ll). Dessa forma, esses dois grupos de lcirnberlitos não podem ser

relacionados na mesma suíte de rocha. Sendo assim, Mítchell (1994) propõe a terminologia

"orangeitos" (Orange, África do Sul) para os kimberlitos do grupo ll.

Na África do Sul ocorrem também alguns kirnberlitos rnicáceos, que exibem características

petrográficas, geoquírnicas e razões isotópicas transicionais entre o grupo I e ll (Clark et al., 1991).

Essas intrusões foram consideradas por Skinner (1989) corno pertencentes aos kimberlitos do grupo

ll, posicionadas fora da área cratônica do Kaapvaal.

As fontes primárias de diamantes posicionadas tectonicamente sobre áreas cratônicas

arqueanas estão representadas preferencialmente por kimberlitos (mineralizados com altos teores).

Já os Iarnproítos mineralizados encontram-se confinados a cinturões móveis proterozóicos

acrescidos à núleos arqueanos (Tornpkins, 1994).

1.5.2 - LAMPROÍTOS

l..amproítos foram definidos por Míchell (1985) e Míchell (1991 ), corno rochas máficas,

ultrapotássicas (razão molar K20 /N~0;,3), peralcalinas (razão molar K20 + N~O/AI203 ;, 1) e

perpotássicas (K20/A120 3 ;, 1 ,0) que ocorrem normalmente de forma extrusiva e hipoabissal.

Os larnproítos são caracterizados pela presença de quantidade variável (5 a 90% do volume,

Mítchell, 1991) dos seguintes minerais primários ricos em titânio: fenocristais de flogopita titanífera

(2 a 10% Ti02) pobres em alumínio (5 a 12% de Al20 3); tetraferriflogopita titanífera (5 a 10%

Ti02) em textura poiquilítica na matriz; richterita potássica ( 4 a 6% de K20) titanifera (3 a 5%

Ti02); olivina forsterítica; diopsídio pobre em sódio (menor que 1,0% N~O) e alumínio (menor

que l ,0% Al20 3); leucita (não estequiométríca) rica em ferro (l a 4% F~03) e sanidina rica em

ferro (l a 5% F~03).

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Entre os minerais acessórios ou que ocorrem em menores proporções estão priderita

[(K,Ba)(fi,Fe3)80 16], wadeita (K.Zr2Si60 18), apatita, perovskita, picrocromita, picrocromita

titanífera e magnetita magnesio-titanífera. Minerais menos comuns, porém acessórios

característicos incluem jeppeita [(K,Ba)lTi,Fe3) 60 13], armalcolita [(Mg,Fe)Ti205], ilmenita,

enstatita e shcherbakovita [(Ba,K)(K,Na)Na(fi,Fe,Nb,ZrhSipl4].

Minerais caracteristicamente ausentes em Jamproítos incluem nefelina, sodalita, kalsilita,

melilita, feldspato alcalino, plagioclásio, monticelita e melanita (Mitchell, 1991)

Diferente quimicamente, os lamproítos são caracterizados por maiores conteúdos de Si02,

Al20 3 e K20, e menores em MgO, CaO, H20, C02, Ni, Coe Cr, em relação aos kimberlitos

(Mitchell, 1989). Os lamproítos apresentam notável enriquecimento em elementos incompatíveis

corno Ba (maior de 5000 ppm), Sr (maior de 1000 ppm), Zr(rnaior de 500 ppm), Rb (maior de 200

ppm), La (maior de 200 ppm) e F (0,2 a 0,8%).

As composições isotópicas (Nd e Pb) dos lamproítos, indicam que este magma derivou de

urna fonte que sofreu um longo período(;, 1 G.a., McCulloch et a/. 1983) de enriquecimento em

elementos terras raras leves e empobrecimento em urânio (Mitchell, 1991 ).

As manifestações lamproíticas variam desde o Pré-Cambriano (Argyle, oeste da Austrália),

Ordoviciano (Maping, China), Cretáceo (Praire Creek, E.U.A.) até o Terciário (Austrália).

1.5.3- CLASSIFICAÇÃO PETROGRÁFICA-TEXTURAL

Através de classificação petrográfica, baseada em texturas, feições e estilo de manifestação

magmática de kimberlitos, três diferentes fácies costumam ser enumeradas na literatura (Fig.

1.5.3.1): Fácies de Cratera, Diatrema e Hipoabissal (Ciement, 1975; Hawthome et a/. 1975;

Dawson, 1980; Clement et a/., 1984; Skinner & Clement, 1984; Scott Smith & Skinner, 1984;

Mitchel, 1986). As definições e caracterizações dos diferentes fácies foram extraídas de Michell

(1986, 1989 e 1991), como mostra a Figura 1.5.3.2.

A fácies cratera quando preservada, apresenta normalmente rochas kimberlíticas

(piroclásticas) associadas a sedimentos ( epicláticos) e possivelmente lavas. Entretanto, não foram

identificados aínda kimberlitos em forma de lavas (Mitchell, 1986). Lavas kimberlíticas foram

identificadas e somente confirmadas recentemente por Dawson (1994) em magmatismo de idade

quaternária sobre o craton da Tanzânia (Igwisi Hills). Este vulcanismo apresenta também tufos

e lavas que correspondem às fácies extrusivas dos kimberlitos.

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KIMBERLITO

Figura 1.5.3.1 -Modelo idealizado de um sistema magmático kimberlítico, ilustrando as relações entre as fãcies cratera, diatrema e hipoabissal (modificado de Mitchell, 1991).

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TERMINOLOGIA PADRAO CONFORME OTAMANHO DAPARTICULA

ICIMBERLITO TUFÁCEO COM VOLUME MENOR DE 1!% DE

CLASTOS (< 4 mm)

BRECHA KIMBERLÍTICA TUFÁCEA COM VOLUME MAIOR DE 1!% DE

CLASTOS (> 4 Dllll)

MATRIZ COM TEXTURA UNlFORME, K!MBERLITO CRillTALINOCLÁSTICO DE SEGREGAÇÁO OU PELLETAL COM MATRIZ LIMITADA

K!MBERLITO COM MENOS DE 1!% DO VOLUME

DE CLASTOS (> 4 -> CBAKIMBERLttlC

COMMAISDEl!%00 VOLUME DE CLASTOS (> S 1DJ8)

AUTOLÍTIÇO OU HETEROLttiCO

igura 1.5.3.2 - Classificação genético-textura! de kimberlitos (modificado de Mitchell, 1986).

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400m_

FÁCIES DE CRATERA

1000 '.!!...

LEGENDA

l;g:~=~ FOLHELHOS

(.!3 TUFOS

l:g:f\1 TUFOS ARENOSOS

!!:a} LAMPROITO (5!1 MAGMÁTICO MACIÇO

rn

LAMPROÍTO

... ..

+ ..

ELLENDALE CALWYNYRDAH

4 ARGYLE • AKl

~ PTEROPUSCREEK

FÁCIES HIPOABISSAL MAGMÁTICA

SKERRING -.:::1 WANDAGEE

MAUDECREEK

BOWHILL HADFIELDS

ZONA DE DI UES

Figura 1.5.3.3 -Modelo de um pipe lamproítico da Austrália (Atkinson et a/., 1983 apud Gonzaga & Tompkins, 1991 ), com as diferentes fãcies encontradas em cada corpo na região (por exemplo Argyle- AI<l).

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A fácies diatrema, localizada abaixo da cratera é caracterizada por seu aspecto

fragmentado, contendo abundantes xenólitos das rochas encaixantes e xenólitos de origem

mantélica. Os corpos de fãcies diatrema são classificados texturalmente como kimberlitos tufáceos

e brechas kimberlíticas tufáceas (Fig. 1.5.3.2). A diferença entre estas duas variedades está

somente no conteúdo de clastos, onde um limite volumétrico arbitrário(;;, de 15% do volume da

rocha contendo clastos maiores que 4 mm) marca a transição de tufos para variedade brechada.

A terminologia textura! normalmente utilizada para diferenciar estes litótipos é baseada no

tamanho das partículas. Na fácies diatrema, a matriz do kimberlito pode apresentar textura

uniforme ou de segregação, como também texturas de autólito ou heterólito. Textura do tipo

pellletallapi/li é característica desta fácies (Fig 1.5.3.2).

Kimberlitos de fácies hipoabissal formam-se na zona de raiz do diatrema (Fig. 1. 5.3 .1) e

são caracterizados por diques e sills complexos. A fácies hipoabissal pode ser dividida entre

kimberlitos e kimberlitos brechados como mostra a Figura 1.5.3.2. A diferença entre estes dois

litótipos também é marcada por um limite volumétrico arbitrário de clastos como no exemplo da

fãcies diatrema (Fig. 1.5.2). Nesta fãcies os kimberlitos podem ser divididos conforme a presença

ou ausência de macrocrístais: macrocristalino (mais de 5% do volume da rocha com macrocristais)

e afanitico (pequena quantidade de macrocristais, menos de 5% do volume total da rocha,

Mitchell, 1991).

Ao contrário dos kimberlitos, os lamproítos ocorrem principalmente como rochas

extrusivas e subvulcânicas (Fig. 1.5.3.3), sendo reconhecidas portanto somente as fácies cratera

e hipoabissal (Mitchell & Bergman, 1991 ). Em contraste aos kimberlitos, lavas e rochas

piroclásticas são manifestações características da atividade ígnea lamproítica (Mitchell, 1991 ).

Outra diferença importante entre os lamproítos autralianos e os kimberlitos ocorre na

fãcies cratera de ambos, pois nos lamproítos as manifestações magmáticas da fácies hipoabissal

chegam alcançar a superficie. Já nos kimberlitos, as fiícies hipoabissais estão restritas à zona de

raiz do diatrema na forma de diques e sills (Figs. 1.5.3.1 e 1.5.3.3).

1.5.4 - OS XENÓLITOS DO MANTO E SUA APLICAÇÃO NA EXPWRAÇÃO DE

KJMBERLITOS E DE DIAMANTES

Os kimberlitos, principalmente de facies diatrema e cratera, contêm frequentemente

fragmentos angulosos de rochas da crosta, próximas à intrusão (rochas encaixantes), que tanto

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podem ser anteriores a intrusão e/ou derivados posteriormente por erosão, entupimento e

sedimentação no interior da cratera. O evento intrusivo desagrega também xenólitos de rochas

granulíticas possivelmente de terrenos metamórficos de partes profundas da crosta.

Muito comum também em kimberlitos e lamproítos são os blocos arredondados a sub­

angulares de rochas ultramáfica e/ou eclogítica que mostram evidências texturais e mineralogía

em equihbrio químico com o manto superior. Alguns desses xenólitos apresentam teores elevados

de diamante, por vezes, maoires até que a rocha hospedeira (Nixon, 1994). Dessa forma, o estudo

desses xenólitos contribui em diferentes graus para o conhecimento do potencial diamantífero de

kimberlitos e lamproítos. Os xenólitos mantélicos mais comumentes encontrados em kimberlitos

e lamproítos são os ultramáficos (peridotitos e piroxenitos) e os eclogítícos.

A partir de experimentos para a transformar a grafita em diamante, Kennedy & Kennedy

(1976) observaram que o diamante é tennodinarnicamente estável em um regime de pressão

(maior de 47 kbar) e temperatura (a partir de 1100°C) somente alcançado a uma profundidade

(maior ou igual a ISO km) relativa ao manto superior. Além disso, durante a cristalização no

manto o diamante aprisiona, frequentemente, pequenos cristais de silicatos, óxidos e sulfetos

(inclusões), que representam hoje, considerável potencial para elucidação da evolução química do

manto superior e consequentemente da gênese do diamante. Semelhante aos xenólitos do manto,

foram também identificadas duas suítes mineralógícas preferenciais como inclusões em diamantes:

peridotitos e eclogítos.

Através de estudos termobarométricos, critérios rnicroestruturais e litogeoquírnicos foi

possível diferenciar tipos de xenólitos e indicar um posicionamento "estratigráfico" preciso dentro

do manto, no qual eles são formados. Segundo Nixon (1994), os principais tipos de xenólitos do

manto, encontrados principalmente em kimberlitos e lamproítos, são :

i) xenólitos peridotíticos de baixa temperatura (900 - 1200°C) são representados por dunitos,

harzburgítos e lherzolitos, inclusive alguns piroxenitos. Normalmente mostram rnicrotexturas

granoblásticas granulares bem equilibradas e são considerados como sendo formados num manto

litosférico extremamente refratário (altas razões Mg!Fe e Cr/ Al) pobre em elementos basálticos

(AI, Fe, Ca e Na). Os xenólitos de baixa temperatura têm sido interpretados como cumulatos ou

resíduos de extração de picritos e komatiitos;

ii) xenólitos peridotíticos de alta temperatura (1200 - 1500°C) são representados por granada

lherzolitos, mostrando rnicroestruturas de deformação média ou texturas petrográficas fortemente

aneladas e bordas de contato entre minerais com ângulos diedrais, podendo chegar a textura

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milonítica. São relativamente férteis em composição (alto Fe, AI e Ca), em parte devido a

metassomatismo e, são interpretados como amostras do manto astenosférico. Boyd & Mertzman

(1987) mostraram que alguns xenólitos de alta temperatura apresentam composição modal e

razões Mg!Mg+Cr e Cr/Cr+AI semelhantes aos de peridotitos oceânicos empobrecidos e de

harzburgitos ofiolíticos, podendo representar material subductado;

iii) xenólitos de peridotitos metassomatizados. Alguns xenólitos apresentam evidências de

penetração de fluidos ricos em Ti, Fe, Ca, K, Ba, Sr, Zr, REE, S, C02 e H20 que podem resultar

na formação de novos minerais (ex.: flogopita, richterita potássica, diopsídio, ilmenita e titanatos

raros. Essa suíte mineralógica normalmente é denominada M.A.R.I.D. (mica-anfibólio-rutilo­

ilmenita-diopsídio );

iv) xenólitos de eclogitos consistem de granada (piropo-almandina) + piroxênio onfacítico (ex.:

jadeíta NaA1Si20 6-diopsídio CaMgSi20 6} e minerais acessórios como cianita, corindon, ilmenita,

sanidina, coesita, sulfeto, grafita e diamante. Alguns xenólitos de grospiditos ( eclogitos

peraluminosos, com cianita, corindon e sanidina) contêm granada com percentagem alta de

grossularita. Segundo Kesson & Ringwood (1989}, o elo de ligação entre subducção de crosta

oceânica e a formação de diamante em rochas eclogiticas está hoje firmemente estabelecido. Ainda

segundo os autores, diamantes da suíte eclogitica são encontrados em kimberlitos e lamproítos

localizados principalmente nas margens de cratons arqueanos.

Os xenólitos mantélicos encontrados mais comumente em kimberlitos e lamproitos são os

da suíte ultramáfica (peridotito-piroxenitos ), como por exemplo harzburgitos e lherzolitos

(Dawson, 1980; Mitchell, 1986). Porém, em alguns kimberlitos e lamproítos os xenólitos da suíte

eclogítica são predominantes (Ex.: Roberts Victor e Monastery na Africa do Sul; Orapa,

Botswana; Zagadochanaya na Sibéria; Koidu, Serra Leoa; Argyle-AKl, Austrália; Mitchell, 1986;

Jaques et a/., 1990; Nixon, 1994).

Mais raros são os xenólitos de alta profundidade(> 300 km) definidos por solução sólida

de alta pressão de granada com piroxênio (granada majorita, acima de 100 kbar de pressão e

profundidade entre 400 e 900 km, Moore & Gurney, 1985; Haggerty & Sautter, 1990; Sautter

et ai. 1991; Wilding et a/, 1991 ). Estes xenólitos apresentam lamelas de exsolução de

ortopiroxênio ou clinopiroxênio (jadeítico) em granada. Átomos de silicio ocupam o sítio

octaédrico do alurninio na estrutura da granada, representando granadas com conteúdos maiores

de silício que uma granada normal.

Através de estudos termobarométricos em inclusões em diamantes estimou-se que os

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diamantes da suíte eclogítica parecem ter cristalizado em temperatura (1 050 - 1500°C) e pressão

(45 _ 140 kbar) relativamente maiores que os diamantes da suíte peridotítica (900- 1200°C; 45

-80 kbar, Kesson & Ringwood, 1989).

Alguns xenólitos em kimberlitos e lamproítos são portadores de diamantes. Além disso,

a concentração de diamantes em xenólitos em relação aos kimberlitos e lamproítos é de 5000 e

4,4 vezes maior, respectivamente (Nixon, 1994). Contudo, a grande maioria dos xenólitos

diamantíferos recuperados em kimberlitos são de natureza eclogítica, sendo encontrados somente

alguns xenólitos díamantíferos de natureza peridotítica (Ex.: Mothae, Lesotho; Schaffer, USA;

Finsch, Africa do Sul; Udachnaya, Aikhal eMir, província de Y akutia, na Sibéria; Jaques et ai.

1990). A proporção entre xenólitos eclogítos contendo diamantes (150 amostras) é relativamente

maior que xenólitos de peridotitos (75 amostras) diamantíferos (Nixon, 1994).

O teor de diamarites em xenólitos pode variar desde 22 quilates/tonelada (7 xenólitos

peridotíticos do lamproíto Argyle, Jaques et ai. 1990) até 5000 quilates/tonelada (30 xenólitos

eclogíticos do kimberlito Orapa, Robinson et a/. 1984 apud NIXon, 1994).

Os minerais indicadores mais comuns na prospecção e avaliação de kimberlitos e

lamproítos são também os megacristais e/ou xenocristais formadores dos xenólitos de peridotitos

e eclogítos do manto superior. Os seis minerais ( olivina, ortopiroxênio, clinopiroxênio, granada,

cromita e sulfetos) mais cumumente encontrados como inclusões em diamantes e como

megacristais e/ou xenocristais em kimberlitos e lamproítos, ocorrem também na paragênese

ultramáfica (peridotitos). Porém, somente quatro minerais (orto e clinopiroxênios, granada e

sulfetos) são mais abundantes em rochas da suíte eclogítica (Meyer, 1985; Gumey, 1989).

Além disso, o estudo da composição química de minerias primários, xenocristais e/ou

macrocristais de kimberlitos e/ou lamproítos permite hoje diferenciar suítes e prognosticar o

potencial diamantífero dessas rochas. Por exemplo, granadas da paragênese dos peridotitos são

caracterizadas por alto cromio e magnésio e baixo cal cio (granada G 1 O de Dawson & Stephens,

1975). Segundo Gumey, 1985; apudBoyd & Gumey, (1986), os kimberlitos diamantíferos da

África do Sul posicionados em áreas cratônicas arqueanas contêm necessariamente granada do

tipo G10, e intrusões localizadas fora do craton do Kaapvaal não contêm nem diamante nem

granada G10. Assim, esse tipo de granada apresentam correlação positiva com a presença de

diamantes da suíte peridotítica em kimberlitos na África do Sul.

Entretanto, embora presente em alguns kimberlitos diamantíferos do Colorado - Wyoming,

a granada do tipo G 1 O ( dunitos e harzburgítos) não ocorre em quantidades significativamente

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maiores que a granada do tipo G9 (lherzolitos) nesses corpos (Carlson & Marsh, 1989; apud

Mitchell, 1991 ). Além disso, a granada do tipo G 1 O ocorre tanto em kimberlitos diamantíferos

como estéreis na Austrália (Atkinson, 1989; Lucas et a/., 1989) e, que não foram identificadas

granada com essa composição em corpos diamantíferos (Somerset Island) no Canadá (Jago &

Mitchell, 1989). Portanto, é importante notar que a presença ou ausência dessa granada não é um

indicador infalível do potencial diamantífero de kimberlitos e/ou lamproítos.

Dessa forma, a ausência de granada do tipo GlO em kimberlitos e/ou lamproítos não

implica que o diamante não esteja presente na raíz do craton, mas apenas que rochas mantélicas

com esse tipo de granada não foram formadas e/ou não foram amostradas pelo evento intrusivo.

(Mitchell, 1991 ).

Entretanto, como em alguns kimberlitos e/ou lamproítos a paragênese do diamante é

predominantemente de eclogitos, e os minerais de peridotitos ocorrem somente como traços

nessas rochas, evidentemente, que esses últimos minerais não serão guias excelentes na

prospecção. Por exemplo, os minerais indicadores de kimberlito tais como diopsídio crorníferos,

picroilmenita e granada piropo cromífera ocorrem somente como traços nos concentrados dos

lamproítos na Austrália (Argyle) e Canadá (Jack). Portanto, lamproítos diamantíferos como esses

podem não ser encontrados se apenas minerais indicadores tradicionais de kimberlitos forem

usados (Fipke, 1994). Entre os minerais indicadores mais comuns de lamproítos estão granada

almandina magnesiana (G5 de Dawson & Stephens, 1975), ilmenita manganesífera, cromita, zircão

e turmalina dravita (Fipke, 1994).

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CAPÍTULO II

CONTEXTO GEOLÓGICO DAS PROVÍNCIAS DE PARANATINGA E

DO ALTO PARANAÍBA

2.1 -INTRODUÇÃO

Até o final da década de 60, mais de 80% em peso dos diamantes do mundo eram

extraídos de depósitos sedimentares do tipo placer. A partir, porém, das descobertas de depósitos

primários com altos teores, o quadro inverteu-se e atualmente cerca de 75% produção mundial

de diamantes naturais provém de depósitos primários do tipo kimberlito e/ou lamproíto (Levinson

et ai., 1992).

O Brasil, que dominou o mercado produtor mundial de diamantes apartir de 1728,

ocupando esta posição previlegiada que era da Índia, manteve-se nesta liderança por cerca de 150

anos, até as primeiras descobertas de kimberlitos mineralizados da África do Sul, por volta de

1870 (Rimann, 1917; Verwoerd, 1970).

No território brasileiro são conhecidas ocorrências de diamantes em depósitos secundários

com idades desde o Proterozóico inferior (Grupo Vila Nova, Amapá) até aluviões Terciários­

Quatemátios (Gonzaga & Tompkins, 1991). Entretanto, as províncias kimberlíticas conhecidas

mostram idades predominantemente Cretácicas, geralmente com diversos campos kimberlíticos

e/ou 1amproíticos.

O Brasil apresenta-se hoje como o oitavo maior produtor de diamantes naturais

(Tompkins, 1994), com uma produção de 1542.241 quilates em 1990 (40% de qualidade tipo

gema e 60"/o do tipo industrial, DNPM, 1991). Desse total de produção, 1100.000 quilates foram

extraídos do estado do Mato Grosso, representando 71,33% do diamante brasileiro. Minas Gerais

produziu 18,94% e o restante está dividido entre os estados de Roraima (6,48%), Goiás (1,30"/o),

Bahia (0,65%), Pará (0,52%), Rondônia (0,52%), São Paulo (0,26%) e Paraná (0,01%). Os

diamantes são extraídos diretamente de depósitos aluvinares do tipo placer. Outro dado

interessante é o de que até 1989 o total da produção brasileira era de 500.141 quilates, sendo 70%

dos diamantes do tipo gema e 30"/o do tipo industrial. Hoje, esse quadro encontra-se praticamente

invertido.

Entretanto, corpos portadores de diamantes com teores subeconômicos já foram

indicados na província do Alto Paranaíba (Gonzaga & Tompkins. 1991; Barbosa, 1991; Svisero

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& Chieregati, 1990; J. Davidson, 1993 apud Correia & Bastos, 1993), e nas regiões de Juína

(Janse, 1994; Svisero & Chieregati, 1990) e Pimenta Bueno (Barbosa, 1991; Svisero & Chieregati,

1990).

2.2- PRINCIPAIS PROVÍNCIAS KIMBERLÍTICAS BRASILEIRAS

A Plataforma Sul-Americana (Almeida et a/., 1981) foi palco de grande atividade ígnea

básica e alcalina principalmente durante o período Mesozóico. Um número superior a cem áreas

de intrusões de rochas alcaninas mesozóicas são conhecidas no Brasil, Argentina, Paraguai,

Uruguai e Bolívia (Almeida, 1983) localizados nas bordas da Bacia do Paraná. Após prolongada

calma tectônica do Paleozóico Superior, ocorreram novas manifestações tectono-magmáticas

(Evento Sui-Atlantiano, Schobbenhaus & Campos, 1984) responsáveis sobretudo por fenômenos

que levaram à ruptura da primitiva placa continental (Gondwanalândia, Almeida, 1983) sucedida

pela abertura do Oceano Atlântico Sul, formação das bacias da margem continental e por intenso

magmatismo toleítico intraplaca e intrusões potássicas associadas (Schobbenhaus & Campos,

1984).

A natureza ígnea dessa atividade ocorrida no mesozóico varia amplamente, indo desde,

rochas básicas a ultrabásicas, máficas a ultramáficas até potássicas a ultrapotássicas.

As primeiras descobertas de kimberlitos no Brasil devem-se aos trabalhos de pesquisa

realizados pela SOPEMI -Pesquisa e Exploração de Minérios S.A, no final da década de 60. A

Sopemi, empresa chefiada nessa época pelo Dr. M. G. Bardet (BRGM), pesquisava áreas

diamantíferas inicialmente no Estado de Minas Gerais, onde descobriu o kimberlito V argem em

1969 (Barbosa, 1991). Posteriormente, essa empresa estendeu suas pesquisas para os estados do

Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Piauí, Roraima, Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul (Barbosa, 1991).

Aproximadamente dezenove províncias kimberlíticas/lamproíticas são conhecidas na

América do Sul segundo Almeida & Svisero (1991), Barbosa (1991), Gonzaga & Tompkins

(1991), Svisero & Chieregati (1990), Nvmn et ai. (1994), Tompkins (1994), Janse (1994) e

Gibson et a/., (1995), conforme mostra a Figura 2.2.1.

A Província kimberlítica/diamantifera denominada Bolivar (Nown et a/. 1991 ), localizada

recentemente na bacia do Rio Guaniamo (Venezuela), apresenta cerca de 15 kimberlitos

conhecidos e posivelmente lamproítos (Baxter-Brown & Baker, 1991). A província de Bolivar

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Figura 2.2.1 -Mapa da América do Sul mostrando as principais áreas cratônicas da Plataforma Sul-Americana e suas províncias kimberlítica/lamproíticas (modificado de Janse, 1994). Os números representam: l-Escudo das Guianas; 2-Craton São Luiz; 3-Escudo do Guaporé; 4-Craton do São Francisco; 5-Craton La Plata (?). As letras indicam: A-Archon; P-Proton; T-Tecton. Províncias indicadas por círculo são de kimberlítos, quadrado são lamproítos e triângulo são lamprófiros alcalinos e ultramáficos. A-Arnorinópolis (GO); AR-Ariquemes (RO); B-Bambuí (MG); BA-Batovi (MT); C-Coromandel (MG); G-Rio Guaniamo, Venezuela; J-Juina (MT); L­Lajes (SC); LA-Los Alísios, Argentina; LP-Leste do Paraguai; P-Patrocinio (MG); PB-Pimenta Bueno (RO); PC-Picos (PI); PO-Presidente Olegário (MG); PX-Poxoréo (MT); R-Redondão (PI); R V-Rio Verde (GO); UP-Uruçuí Preto (PI); V-VIlhena (RO); JR- Jaguari- Rosário do Sul.

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contem os kimberlitos mais antigos (1730 M.a., Nlxon et a/., 1994) da Platafonna Sul-Americana.

Idade semelhante é atribuída aos kimberlitos da província de Kuruman da África do Sul (1694 ±

42 M.a., Shee et ai., 1989).

Segundo Nixon et ai. ( 1991) os kimberlitos da província Bolivar apresentam minerais

indicadores de corpos mineralizados e, Baxter-Brown & Baker (1991) reportam a recuperação

de quatro microdiamantes em material kimberlítico alterado. Desta forma, os kimberlitos do alto

rio Guaniamo, constituem a possível fonte primária dos diamantes proterozóicos encontrados em

conglomerados da base do Supergrupo Roraima (Fonnação Arai, Pinheiro, 1990 apud Souza,

1993) com idade de 1603- 1750 M.a. (Santos, 1984; apudRodrigues, 1991) e que ocorrem no

Brasil, Venezuela, Suriname e Guiana (Reid, 1974).

A província denominada Salta localizada próximo ao povoado de Los Alisos (Meyer &

Villar, 1984) no norte da Argentina tem sido associada à lamproítos segundo Dawson (1980). Na

província ígnea alcalina Guaira-Paraguari (Presser, 1991) localizada a 80 km à sudeste de

Asunção, Paraguai, foram caracterizados corpos lamproíticos por Presser (1994).

No Brasil estão localizadas a grande maioria dessas províncias kimberlíticasllamproíticas

que foram denominadas por Almeida & Svísero (1991), Gonzaga & Tompkins (1991) e Svisero

& Chieregati (1990): Alto Parana~ba (MG), Bambuí (MG), Amorinópolis (GO), Paranatinga e/ou

Batoví (MT), Aripuanã e/ou Juína (MT), Poxoréo (MT), Pontes e Lacerda (MT), Pimenta Bueno

(RO), Vilhena (RO), Ariquemes (RO), Urariquera (RR), Gilbués (PI), Picos (PI), Uruçuí Preto

(PI), Lages (SC) e Jaguari-Rosário do Sul (RS).

Alguns autores que participaram das pesquisas nessas áreas revelam somente o nome das

províncias, sem descrição ou localização das possíveis intrusões. Por exemplo, nas províncias de

Pontes e Lacerda, MT, Urariquera, RR (Svísero & Chieregati, 1990), Ariquemes, RO, Vilhena,

RO, Rio Verde, GO e Uruçuí Preto, PI (Janse, 1994) não há localização nem descrições dos

corpos aí citados.

A província do Alto Parana~ba, onde foram descobertos os primeiros diamantes e

kimberlitos brasileiros, que produziram grandes diamantes (Ex.: Presidente V argas = 726,7

quilates) é a província que apresenta-se mais estudada.

Com exceção de Lajes (SC), todas as províncias kimberlíticas estão associadas a

depósitos sedimentares diarnantíferos, entretanto, não se conhece ainda nenhum kimberlito dessas

províncias com teores econômicos de diamantes.

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2.3- PROVÍNCIA DE PARANATINGA (MT)

A garimpagem de diamantes na região de Paranatinga iniciou-se em 1951 ao longo dos

rios Batovi, Paranatinga, Teles Pires, Claro e Arinos, sendo que os maiores diamantes que se teve

notícia no estado do Mato Grosso, na época, foram extraídos nas áreas do rio Batovi (Padilha et

a/., 1974; apud Barros et a/., 1982).

No inicio da década de 70, a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM)

executou mapeamentos geológicos na região centro-oeste do Brasil para o Departamento Nacional

da Produção Mineral (DNPM), cadastrando diversas áreas diamantíferas no estado do Mato

Grosso. As primeiras notícias sobre a presença de kimberlitos no estado do Mato Grosso e

Rondônia, segundo Barros et a/., (1982) e Drago et al., (1981) constaram dos estudos realizados

por Correa & Couto, 1972; Oliva, 1974; Padilha et a/., 1974; Costa et al., 1975; Pena et al., 1975;

Ribeiro Filho et al., 1975; Schobbenhaus Filho et a/., 1975; Olivatti & Ribeiro Filho, 1976b, entre

outros.

A descoberta dos primeiros kimberlitos nesta província resultou de trabalhos de

prospecção desenvolvidos pela empresa SOPEMI -Pesquisa e Exploração de Minérios S.A, no

inicio da década de 70. A empresa que detinha quatro áreas requeridas para pesquisa (Piranhas,

Coliseu, Batovi e Jatobá) identificou corpos kimberlíticos intrusivos em arenitos da Formação

Diamantino (Barros et al., 1982).

Esta província foi descrita inicialmente em relatório (N2 803.162171) apresentado ao

Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM por Lopes, (1976). Posteriormente,

Fragomeni (1976) analisou o controle estrutural para a província de Paranatinga, descrevendo que

a área de ocorrência dos kimberlitos ocupa aproximadamente 100 km2• A empresa que estava

pesquisando as áreas (SOPEMI) já havia localizado cerca de 80 corpos, evidenciando tratar-se de

uma "Província Quimberlítica" (Fragomeni, 1976).

Trabalhos de datação U-Pb em zircão (traço de fissão) realizados por Davis, (1977)

apresentaram idades entre 120 - 121, 1 Ma., para a intrusão Batovi 9, situado dentro da Reserva

Indígena Marechal Rondon.

Drago etal. (1981) que mapearam aFolha SD-22- Goiás, do Projeto RADAMBRASIT...,

coletaram amostras de concentrados de bateia na região do rio Piranhas (limite com a Folha

SD.21-Cuiabá), revelando uma paragênese mineral típica de kimberlitos (ilmenita, granada e

diopsídio cromifero).

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Barros et al. (1982) que mapearam a Folha SD-21-Cuiabá, descrevem também os

kimberlitos da província de Paranatinga, relatando: "conforme observado pela equipe deste

relatório, na área do rio Bato vi - Paranatinga, as rochas da Formação Diamantino são hospedeiras

de intrusões quimberlíticas, as quais, em sua maioria, encontram-se no alto curso do rio Batovi,

sendo provavelmente as fontes primárias dos diamantes extraídos dos terraços e leito do mesmo

rio e de seus afluentes".

Svisero et al. (1983) através de reconhecimento geológico nas províncias de Paranatinga,

Juina e Pimenta Bueno, identificaram granada kimberlítica nesta última província. Posteriormente,

Svisero & Meyer, 1986 apresentaram dados preliminares da existência de ilmenita magnesiana (8,0

• 13,00/o MgO) e granada piropo (20,0% MgO e 1,25% de Cr20 3) nos kimberlitos da província

de Paranatinga.

Tompkins & Gonzaga (1989), Gonzaga & Tompkins (1991) e Tompkins (1994)

localizaram a província de Paranatínga na borda sul do craton Amazônico, considerando que os

kimberlitos poderiam ser diamantiferos. Esses autores, analisando a distribuição e o contrôle

tectônico das províncias kimberlíticas brasileiras em grandes lineamentos, incluem as intrusões da

região de Paranatinga e Juína (ou Aripuanã) no Segmento Parguazense (Lineamento 125° AZ).

Descrevem os autores que o último evento termotectônico que ocorreu no embasamento onde

estão localizadas as referidas províncias foi o Parguazense (1500- 1600 M.a.). Assim, segundo

Gonzaga & Tompkins ( 1991) a idéia da existência de mineralizações em kimberlitos instalados em

áreas antigas (> 1500 M.a.) é comprovada através de algumas intrusões com diamantes na

província de Juina como também na província de Paranatinga.

Durante a realização do I Simpósio Brasileiro de Geologia do Diamante em Cuiabá., MT,

W eska et ai. ( 1993) apresentaram um roteiro de excursão no qual localizava três intrusões (K 1,

K2 e K3) kimberlíticas com as respectivas descrições petrográficas.

Pinho et ai. (1994) em trabalhos de mapeamento geológico e geofisico das intrusões

loc.alizadas porWeska et al. (1993), determinaram os limites e áreas ocupadas por cada intrusão

denominando-as de Córrego da Boa Esperança (Kl ou Batovi 6) e Córrego do Lajeado (K2).

Próximo a esta última intrusão os autores identificaram novas intrusões denominadas kimberlitos

Gavíão 1 e 2.

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2.3.1 - GEOLOGIA REGIONAL

A província de Paranatínga esta posicionada (Fig. 2.3.1) na borda sul do Craton

Amazônico ou do Escudo do Guaporé (Gonzaga & Tompkins, 1991). Desta forma, segundo

Tompkins, (1994) o embasamento Proterozóico abaixo da província de Paranatinga corresponde

ao Cinturão Móvel Rio Negro - Juruena de Teixeira et a/. {1989).

As intrusões localizadas mais a sul da província encontram-se encaixadas, em superficie,

em rochas sedimentares pouco deformadas da Formação Diamantino, topo do Grupo Alto

Paraguai {Faixa Paraguai). Entretanto, outras intrusões da porção norte da província (Fig. 2.3.2)

apresentam como rochas encaixantes os sedimentos do Grupo Pareeis {Cretáceo da Bacia dos

Pareeis, Barros et a/., 1982; Siqueira, 1989).

Assim, regionalmente ocorrem três principais unidades geotectônicas nas proximidades

da província kimberlítica de Paranatinga: Embasamento representado pelo Cinturão Móvel Rio

Negro- Juruena (Proterozóico Médio), Faixa de dobramentos Paraguai {Proterozóico Superior)

e Bacia intracratônica dos Pareeis {Fanerozóico).

As rochas desse embasamento Proterozóico não afloram próximo à província de

Paranatinga, entretanto, Siqueira {1989), ao referir-se às intrusões kimberlíticas e à relação com

a Bacia dos Pareeis, relata: "Adicional manifestação magmática quimberlítica do Cretáceo ocorre

em suas margens, dominantemente no embasamento, todavía são encontradas alguns quirnberlitos

atravessando a sequência sedimentar".

A Faixa de dobramentos Paraguai que delimita a borda sudeste do Escudo do Guaporé,

encontra-se representada, nas proximidades da província de Paranatinga {Fig. 2.3.3), por rochas

do Grupo Cuiabá e Grupo Alto Paraguai. As rochas do topo do Grupo Cuiabá e da base do Grupo

Alto Paraguai ocorrem em áreas próximas ao rio Culuene, e apresentam-se intensamente dobradas

e com vergência tectônica apontadas para a área cratônica. Nesta região ocorrem também grandes

falhamentos, como a Falha do Alto Paranatinga de extensão aproximadamente 62 km e direção

N60°E {Barros et a/., 1982). Este sistema de falhas coloca em contato os dolornitos e chert da

Formação Araras {mais antiga) sobre os arcóseos da Formação Diamantino (mais nova),

evídenciando tratar-se de uma falha de empurrão.

As intrusões posicionadas na Depressão interplanáltica de Paranatinga atravessam a

sequência sedimentar da Formação Diamantino. Fragmentos angulosos de siltitos e arenitos,

muitas vezes com bordas carbonatizadas, são encontrados frequentemente como xenólítos

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70" +

+

o•+

+

s•+

+

12"+

+ 70°

o

+

Venezuela

BACIADO AMAZONAS

Bolivia

4SOkm

+

62" +

+ 62°

c:J Cobertura Fanerozóica

1FB1JA Cintarão Móvel Rondonlano (1.25 -1.45 G.a.)

IIC?a Cintarão Móvel Rio Negro -~ Juruena (1.5 - 1. 75 G.a.)

54" + + +

+8"

+

+

+

+ + ~Cinturão Móvel Moroni - Itacaiunas ~ (1.9 -2.25 G.a.)

[Z;I Provinda Amazônica Central. (> 2.5 G.a.)

Figura 2.3.1- Províncias geocronológicas do Craton do Amazonas de Teixeira et a/., (1989) e ocorrências de diamantes localizadas por Branco (1985 apud Tomkins, 1994). Os losangos representam ocorrências de diamantes e os circulos fechados kimberlitos e/ ou rochas relacionadas. G, Província kimberlítica do Rio Guaniamo, Venezuela; A, Ariquemes, RO; P, Pimenta Bueno, RO; V, Vilhena, RO; J, Juina, MT (modificado de Tompkins, 1994).

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~TKRMÁRIO

m KIMBEALlTOS

0 SEillM!._,"TOS ~ClU:fÁCD

m VULCÀNICAS

D RJLURIAIIIO AO.mR.UmOO

m--CAMBIUANO o ltl 2otka

Figura 2.3.2 - Mapa geotectônico simplificado da Bacia dos Pareeis (modificado de Siqueira, 1989; Siqueira & Teixeira, 1993), mostrando a localização das províncias kimberlíticas de Paranatinga (PA), Juína (JU), Vtlhena (VL) e Pimenta Bueoo (PB). Os derrames basálticos estão indicados por Tapirapuã (BT) e Anari (BA). Os números 1, 2 e 3 indicam as sub-bacias de Rondônia, Juruena e Alto Xingu, respectivamente.

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Figura 2.3.3- Mapa geológico da região de Paranatínga modificado de Pinho et ai., (1994), mostrando rochas da Faixa Paraguai, da Bacia dos Pareeis e a localização dos campos kimberlíticos dos Rios Batovi e Jatobá.

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inclusos nas brechas kimberlíticas.

A Formação Diamantino segundo Barros et a/. (1982) é constituída por frequentes

intercalações de folhelhos marrom, siltitos arcoseanos e arcóseos em vários ciclos sucessivos,

evidenciando ritmos regressivos em seu ambiente de sedimentação. Na área de ocorrência dos

kimberlitos, as rochas da Formação Diamantino encontram-se suavemente dobradas, com

marcante padrão de fraturas e falhas de direção N1 0° - 30°W e NNE. Nas porções mais arenosas

e maciças é muito comum a ocorrência de blocos com superficies semi-esféricas, consideradas

por Barros et ai. (1982) como estruturas típicas de sobrecarga, que, como consequência do

intemperismo, apresentam disjunção ou esfoliação esferoidal.

Cordani et al., 1978 apud Barros et al. (1982), obtiveram urna isócrona Rb/Sr para os

folhelhos da Formação Sepotuba que está posicionada logo abaixo da Formação Diamantino, com

idades em tomo de 547 ± 5 M.a.

A Bacia dos Pareeis, que segundo Siqueira (1989) e Siqueira & Teixeira (1993)

apresenta cerca de 6000 m de sedimentos paleozóicos, mesozóicos e cenozóicos, ocupando uma

área aproximada de 450.000 km2, alongada na direção W-E (Fig. 2.3.2) foi compartimentada em

três sub-bacias (de oeste para leste): sub-bacias de Rondônia, do Juruena e do Alto Xingu. Esta

compartimentação esta limitada por arcos e altos estruturais verificados no interior da bacia , que

condicionaram a sedimentação, derrames toleíticos e intrusões kimberlíticas em suas bordas. A

sedimentação desta bacia desenvolveu-se inicialmente em um rift intracratônico, passando

subsequentemente para bacia do tipo sinéclise, ainda no Paleozóico (Siqueira, 1989).

As unidades geológicas pertencentes a Bacia dos Pareeis segundo Siqueira (1989) e

Siqueira & Teixeira (1993) são da base para o topo: As Formações Cacoal (Siluriano ), Fumas e

Ponta Grossa (Devoniano), Pimenta Bueno (Carbonífero Inferior), Formação Fazenda da Casa

Branca (Carbonífero Superior a Permiano), Botucatu (Triássico), Formações Anari e Tapirapuã

(Jurássico), Salto da Nuvens, Utiariti (Juro-cretácico) e Formação Araguaia (Terciário­

Quaternário).

O alinhamento desta anomalia - Baixo Gravimétrico - com o graben de Pimenta Bueno

e a confirmação através de furo de sondagem de que a sequência paleozóica da Fossa Tectônica

de Rondônia continua para leste, são indicativos da continuação por baixo da Chapada dos Pareeis

dos lineamentos magnéticos para o interior da bacia. Por outro lado, fica também sugerido que

a sedimentação dessa sub-bacia se desenvolveu inicialmente em um rift, evoluindo para sínéclise

ainda no Paleozóico.

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Os eventos magmáticos tanto intrusivo (kimberlitos) como extrusivo (basaltos toleíticos)

parecem estar perfeitamente sincronizados com a evolução geotectônica da sequência sedimentar

fanerozóica da Bacia Intracratônica dos Pareeis.

Seguindo-se o raciocinio de Fragomeni (1976), de que os kimberlitos de Paranatinga

esão localmente controlados por falhas de gravidade de direção geral Nl 0° - 30°W, resultantes

dos esforços distensionais do Geossinclíneo Paraguai - Araguaia, que condicionaram grabens e

horts permitindo que se conservasem restos da Formação Ponta Grossa em fossas estruturais da

Formação Diamantino. Assim, tanto em escala local, como escala regional a colocação dos

kimberlitos de Paranatinga foi condicionada por uma tectônica de fratura. Porém, aparentemente,

os kimberlitos não são contemporâneos ao sistema de rifts da Bacia dos Pareeis, pois este

ambiente tectônico já havia se instalado desde o Paleozóico. Possivelmente, a reativação cretácica

destas antigas linhas de fraquezas deve ter facilitado a subida de magmas ultrabásicos/potássicos

do manto astenosférico.

Baseado emNorthfleet etal., 1969; ~Fragomeni (1976) de que, paralelo ao eixo de

um Arco, ocorrem fraturas e falhamentos de gravidade, provocadas pela tensão desenvolvida

durante o arqueamento, pode-se inferir que os rifs intracratônicos iniciais de deposição da Bacia

dos Pareeis são reflexos de colisão e arqueamentos ocorridos no final do Brasiliano. Estas direções

de estruturas ocorrem tanto no embasarnento, nas Formações Diamantino (ENE), Cacoal (NE e

W - E}, Fumas (ENE e NE) e Ponta Grossa (NS e NNW - SSE), como das falhas Presidente

Hermes e Itapuã (NW, NNW, NE e W - E) que limitam os grabens de Pimenta Bueno e do

Colorado.

Desta maneira, tanto as vulcânicas toleíticas das Formações Anari e Tapirapuã (197

M.a., Montes-Lauar et ai., 1994) como as provindas kimberlíticas de Paranatinga (121 M.a.,

Davis, 1977), Juína e Pimenta Bueno instaladas nas bordas da Bacia dos Pareeis, são produtos de

magmatismo básico e alcalíno respectivamente, provocados pela reativações tectônicas de antigas

linhas de fraqueza do embasamento e na sedimentação Fanerozóica, como resposta aos pulsos

orogênicos dos Andes em colisão (Triássica- Jurássica).

Em resumo, considerando-se as diversas direções de fraturas e falhas provocadas pelos

Arqueamentos do Alto Xingu, do Rio Guaporé, de Vilhena e da Serra Formosa, associados a

intenso vulcanismo toleítico, poder-se-ia-se imaginar que magmas originados no manto

astenosférico como é o caso de Paranatinga e Juína, estariam concentrados possivelvente em

intersecção de desses falhamentos profundos. Como por exemplo, a intrusão Batovi 6, que

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encontra-se encaixada perfeitamente na junção de dois falhamentos ( direções geral NW • SE e

NE- SW e/ou N- Se E- W) nas rochas sedimentares da Formação Diamantino.

o kimberlito Batovi 6, segundo Pinho et al., (1993) apresenta uma anomalia magnética

do tipo bipolar complexa com amplitudes entre 365 e 960 gammas e duas direções de anomalias

lineares (NE -SW e NW- SE) como mostra a Figura 2.3.4. A partir da resposta das anomalias

magnéticas, os autores estimaram uma forma elipsóide para a intrusão com orientação NW - SE

e dimensão de aproximadamente 280 m ao longo do eixo maior. No seu eixo menor com rumo

NE- SW, foi estimado um distância de 80 m de largura. Assim, a fácies diatrema dessa intrusão

ocupa uma área de aproximadamente 2,2 ha. em superfície (baseado no halo de dispersão dos

minerais magnéticos) e, encontra-se encaixada na intersecção das duas falhas referidas, com

orientação e volume maior do magma condicionado localmente, ao falhamento N70 - 80°W.

2.4) PROVÍNCIA DO ALTO PARANAÍBA (MG eGO)

A partir de definições petrográficas iniciais realizadas por Hussak, 1906 apud Rimann

( 1917) e Rimann ( 1917) os autores caracterizaram as rochas ígneas da Serra da Mata da Corda

como de natureza alcalina e tentaram relacionar essas rochas como a possível fonte primária dos

depósitos aluviais diamantíferos da região de Romaria (antiga Água Suja). Rimann (op. cit),

também admite que as rochas da Serra da Mata da Corda são kimberlitos pertencentes às

variedade basáltica conhecida na África do Sul.

Com as descobertas de inúmeros corpos nessa província, localizados através de trabalhos

de prospecção realizados pela SOPEMI S.A, Barbosa et ai., 1976 e Svisero et a/. (1977)

reconheceram alguns kimberlitos. Entretanto, a primeira publicação sobre os kimberlitos deve-se

a Svisero et ai (1977) que caracterizaram quimicamente granadas, diopsídio e ilmenita

magnesianas da intrusão Vargem, próximo a Coromande~ como minerais semelhantes aos

encontrados em kimberlitos da África doS~ Sibéria e E.U.A

Mais tarde, com Svisero et ai. (1977), Svisero et ai. (1979), Svisero et a/. (1980), Svisero

et ai. (1982), Svisero et al.(1983), Svisero & Haralyi (1984), Svisero et ai. (1984), Svisero et ai.

(1986) e Svisero et al. (1987) essas intrusões são caracterizadas como fazendo parte da grande

província kimberlítica do Alto Paranaíba. Com a realização da Fifth International Kimberlite

Conference no Brasil (Araxá, 1991 ), novos estudos foram realizados nessa província, definindo

melhor a natureza química de cada campo de intrusões.

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560

520

480

440

400

360

320

280

240

200

160

120

80

40

o ARENITOS DA FORMAÇÃO DIAMANTINO

ARENITOS DA FORMAÇÃO

DIAMANTINO

520

480

440

400

360

320

280

240

200

160

120

80

40

o o o 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Distância (m)

ê -• .... u

= <«: ~ ... =

Figura 2.3.4 - Mapa de isolinhas feitas a partir de respostas magnéticas em perfil realizado sobre o diatrema Batovi 6 (modificado de Pinho et a/., 1994). A área ocupada pelo diatrema foi inferida através do halo de dispersão dos minerais magnéticos. Notar o posicionamento do diatrema na intersecção de dois falhamentos e a orientação preferencial (N70- 80°W) dessa intrusão.

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Além de intrusões kimberlíticas, a província ígnea do Alto Paranaíba (Fig.2.4.l) contém

aínda vários corpos carbonatíticos, diatremas tufáceos e lavas de afinidade kamafugítica ( olivina

leucitititos e olivína melilititos) e olívína lamproítos madupíticos (Ulbrich & Gomes, 1981;

Leonardos & Ulbrich, 1987; Leonardoset a/.,1991; Barbosa,1991; Bizzi et a/.,1994; Danni et

a/.,1991; Gonzaga & Tompkins,l99l; Meyer & Svisero,l99l; Ramsay & Tompkins, 1994; Gibson

et a/., 1995; Morbidellí et al., 1995, entre outros).

A fácies Patos da Formação Mata da Corda (Ladeira et ai., 1971; apudlnda et ai., 1984)

ocupa uma área de cerca de 2200 km2 extendendo-se ao longo do flanco ocidental da zona de

arqueamento do Alto Parana.tba, e é constituído de um conjunto de rochas vulcânicas (lavas, tufos,

aglomerados e rochas epiclásticas) de natureza kamafugítica (Danni & Scartezini, 1990;

Leonardoset a/.,1991 ). As ocorrências conhecidas são Pântano (Danni & Scartezini, 1990; Bizzi

et a/., 1991 ), Presidente Olegário (Leonardos & Ulbrich., 1987), Lagoa Formosa (Seer & Moraes,

1988), Patos de Minas- Carmo do Paranaíba, Quitinos, São Gotardo e Córrego Vatjão (Gibson

et ai., 1995).

Além dos complexos carbonatíticos Araxá, Tapira, Serra Negra, Salitre I e II e Catalão I

e II (Gomes et a/., 1990 apud Gibson et a/., 1995) já conhecidos, análises químicas de mineraís

residuaís (granada, ilmenita, diopsídio e espinélio) recolhidos sobre os diatremas permitiram

Svisero & Chieregati (1992) identificar os kimberlitos Vargem, Boqueirão, Coqueiros, Tamborete,

Japecanga, Morungá, Capão da Erva, Lagoa Seca, Santa Clara, Forca, Santa Rosa, Bonito,

Tabões, Mascate, Moura, Limeira, Sucuri, Indaíá, Poço Verde, entre outros.

Entretanto, Bizzi et a/. (1994) a partir de estudos petrográficos, litogeoquímicos (incluíndo

isótopos radiogênicos) das intrusões Japecanga, Três Ranchos, Presidente Olegário, Limeira,

Pântano, Carmo do Parana.tba e vulcânicas de Sucesso, consideram somente as intrusões Limeira

1 e Três Ranchos 4 como kimberlitos "verdadeiros". Porém, Gibson et a/. (1995) também a partir

de química mineral, litogeoquímica e de isótopos radiogênicos classificam e agrupam as rochas

dessa província da seguinte forma: Lavas kamafugíticas de Presidente Olegário, Patos de Minas -

Carmo do Parana.tba e São Gotardo; Intrusões kamafugíticas da Serra do Bueno, Córrego V atjão,

Pântano, Limeira I e II e Indaíá I e II; Intrusões olivina larnproítos madupíticos da Mata do Lenço,

Bocaina, Morro Alto, Córrego do Couro. Para os autores, somente a intrusão Três Ranchos foi

classificada como kimberlito típico.

As intrusões como Rio Preto 2 e 3, Pedras e Três Ranchos 4, são consideradas por

Gonzaga & Tompkins (1991) como kimberlitos verdadeiros, sendo que a última intrusão

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FAIXA BRASILIA

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• CARBONATITOS CRETÁCEO

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Figura 2.4.1 - Mapa geotectônico da província ígnea do Alto Paranatba, localizada sobre rochas da Faixa Brasília entre o Craton do São Francisco e a Bacia do Paraná (Gibson et ai., 1995). As intrusões são: B, Bocaina; CC, Córrego do Couro; CV, Córrego Vatjão; I, Indaiá; L, Limeira; MA, Morro Alto; ML, Mata do Lenço; P, Pântano; PV, Poço Verde; SB, Serra do Bueno e TR, Três Ranchos.

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apresenta-se mineralizada. As intrusões Cana Verde e Boa Esperança na província Bambuí e,

Fundão localizada no município de Romaria, são consideradas por Barbosa, (1991) como

kimberlito com mineralização de diamantes. Recentemente, granadas sub-cálcicas, com alto teor

de cromo e magnésio (GIO de Dawson & Stephens, 1977) foram indicadas no diatrema Vargem

por J. Davidson, apudCorreia& Bastos(l993), o que é compatível com o campo de estabilidade

do diamante em perídotítos.

2.4.1 - GEOLOGIA REGIONAL

A província carbonatítica, kimberlítica, kamafugitica e lamproitica do Alto Parana~ba

encontra-se encaixada (Fig. 2.4.2) tanto em rochas granito-gnaissicas que representam o

embasamento da Faixa Brasília como em mica-xistos e quartzitos da base de Faixa Brasília,

próximo ao contato com a Faixa de dobramento Uruaçu (Maríni et ai., 1984). Regionalmente,

ocorrem metassedimentos da Formação lbiá, do Grupo Canastra, calcários do Grupo Bambuí e

sedimentos Cretácicos das Bacias do Paraná e do Alto São Francisco.

As rochas ígneas cretácicas do Alto Pararnuba encontram-se balisadas por um arqueamento

de direção geral N50°W, regionalmente conhecido como Arco do Alto Paranlllba (Ladeira et ai.,

1971 apud Almeida, 1983) que separa a sedimentação cretácica das Bacias do Paraná á sul, e do

São Francisco à norte (Suguío & Baceles, 1980). Essa região arqueada separa também duas redes

de drenagens distintas, as que servem o rio Pararnuba, que por sua vez desaguam na bacia do rio

Paraná e, as que são formadas pelos rios Abaeté, Santo Antônio, do Sono e Indaiá por exemplo,

que correm em direção à bacia do rio São Francisco.

Brod et ai. (1991 ), a partir do mapeamento das unidades tectono-estratigráficas da Faixa

Brasília, na região do Alto Paranlllba, oeste de Minas Gerais, descrevem e subdividem a área em

quatro grandes blocos crustais alongados segundo a direção NW- SE: a) um embasamento para

o Grupo Araxá, composto por granito-gnaisses miloníticos, cortados por diques de anfibolitos,

admitidos como representativo do embasamento; b) Complexo Chapada das Perdizes, composto

por anfibolito grosso (metagabros), cortado por diversas intrusões graniticas deformadas. Essas

intrusões parecem fazer parte de uma suíte regional, datada entre 700 e 800 M.a. (Fuck et al.,

1993); c) Sequência Abadia dos Dourados que abrange anfibolitos finos (metabasaltos com a

finidade geoquímica de toleítos de cadeia meso-oceânica, Fuck et ai., 1993), micaxistos, metatúfos

ácidos, xistos carbonosos, metachert ferruginoso e pequenos corpos tectonícamente imbricados

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Figura 2.4.2 - Mapa geológico da província kimberlítica do Alto Paranaíba mostrando as principais intrusões localizadas nas imediações de Coromandel, MG e Três Ranchos, GO (Gonzaga& Tompkins, 1991).

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de anfibolito grosso (similar ao do bloco Chapada das Perdizes); d)Formação lbiá constituída por

filitos carbonáticos, cuja base é marcada por paraconglomerado com seixos de granitos, xistos e

quartzitos. Vários granitos, sina tardi-cinemáticos, intrudiram as zonas de cisalhamento durante

a deformação milonítica.

O contato entre estas unidades geralmente ocorre por zonas de cisalhamento, com algumas

centenas a poucos milhares de metros de espessura, onde as falhas mais importantes apresentam

direções NW - SE, colocando unidades mais antigas sobre unidades mais jovens. Os indicadores

cinemáticos fornecem um movimento inverso, de sudoeste para nordeste, com componente

direcional dextrógira subordinada (Brod et ai., 1991 ).

Os corpos granitóides de dimensões variadas, são injetados nas zonas de cisalhamento,

durante a fase de empurrões. Esses granitóides representam as rochas encaixantes de alguns

kimberlitos (Limeira, Indaiá, Três Ranchos 4, entre outros) nessa província. Ocorrem também

corpos menores de biotita granitóide tardi-cinemáticos. Esses granitóides que ocorrem em várias

porções do embasamento do Grupo Araxá, foram agrupados por Pereira et a/., 1983 apud Brod

et ai. (op. cit.) como Complexo granitico Monte Carmelo, e forneceram idades em tomo de 800

M.a. (Rb- Sr em rocha total, Cordani & Siga Jr., 1978 apudBrod et a/., op. cit.).

As rochas de idade cretácica consistem de diques de diabásios, arenitos eólicos da

Formação Areado, vulcânicas de afinidade kamafugíticas da Formação Mata da Corda e intrusões

kamafugíticas e kimberlíticas. Os diques de diabásio estão condicionados por um lineamento

regíonal (Arco do Alto Paranaíba) e coincidem com fortes anomalias magnéticas em mapas

geofísicos, tem em geral 50 metros de espessura e podem atingir vários quilômetros de extensão.

A intrusão Limeira I, encontra-se encaixada em granitóide, que segundo Brod et al.,

(1991), trata-se do granito Morro da Onça, de composição quartzo-monzonítica a monzogranítica,

porfiritica, milonitizado, de granulação grossa. Xenólítos desses granitóides ocorrem inclusos no

kimberlito.

Na parte norte da intrusão LIMI, ocorrem mica-xistos de coloração vermelha contendo

estaurolita (Svisero et ai., 1980). Regíonalmente ocorrem também pequenos si/Is de anfibolítos

grosseiros imbricados e encaixados nos rnicaxistos e quatzitos. Esta sequência foi denominada

por Brod et a/.,(!99!) como equivalente plutônica da sequência vulcaoo-sedimentar Abadia dos

Dourados, considerada como a base do Grupo Araxá para a regíão.

As rochas que ocorrem proximo a intrusão Três Ranchos 4 são granitóides semelhantes

aos descritos como encaixantes do corpo Limeira I. A intrusão Três Ranchos 4 também contém

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xenólitos deste granitóides. Para Leonardos et a/.,(1993), o embasarnento da região de Três

Ranchos é formado por granitóides tardios, deformados juntamente com a sequência de anfibolitos

(meta-gabros, meta-basaltos), xistos e quartzitos subordinados, que constituem a unidade basal

do Grupo Araxá.

A evolução tectônica da província do Alto Paranm'ba está diretarnente relacionada com a

reativação de estruturas paleozóicas (arqueamentos) desenvolvidas nessa borda nordeste da Bacia

do Paraná. O limite tectônico da Bacia do Paraná em sua parte nordeste é marcada pela Flexura

de Goiânia ou Arco da Canastra (Hasui et ai., 1975 apud Almeida, 1986), que apresentava

tendência ascensional desde o Paleozóico. Esses pulsos de ascensão do Arco da Canastra estão

registrados nos sedimentos da bacia, onde ocorre o desaparecimento dos Grupos Paraná, Guatá

e Passa Dois sobre o referido arco, com consequente deposição da Formação Botucatu

diretarnente sobre o embasamento cristalino (Almeida, 1986).

No final do Jurássico e início do Cretáceo desenvolveu-se outra estrututa positiva mais a

nordeste da Flexura de Goiânia denominada Arco do Alto Paranm'ba ou Soerguimento do Alto

Paranm'ba (Ladeira et a/., 1971 apud Almeida, 1986), separando as bacias do Paraná e

Sanfranciscana. Foi nesse arcabouço estrutural que se processou grande enxame de diques de

diabásio e as intrusões alcalinas, no Triângulo Mineiro.

O soerguimento do Alto Paranm'ba no qual se localiza as principais intrusões do Triângulo

Mineiro é bem evidenciada na carta gravirnétrica organizada por Harayi, 1978; apud Almeida,

1983). Diques de diabásio paralelos ao arco ocorrem preenchendo fraturas, alguns dois quais

afloram com mais de 20 km de extensão (Barbosa et al.,1970 apud Almida, 1986). Segundo

Almeida (1986), a essas fraturas no Arco do Alto Paranm'ba relaciona-se claramente a maioria das

intrusões alcalinas de vários tipos, associadas a kimberlitos e carbonatitos, do oeste de Minas

Gerais e de Catalão em Goiás. Todas apresentam idades Senonianas, constituindo portanto, a

segunda fase do magmatismo alcalino da região.

Essa instabilidade tectônica do Cretáceo encontra-se registrada em seus sedimentos tanto

na Bacia do Paraná (Formação Uberabá, Grupo Bauru) como na Bacia do Alto São Francisco

(Formações Areado e Mata da Corda). A sedimentação do Cretáceo na província do Alto

Paranmôa é marcada pela presença de produtos vulcânicos epiclásticos associados a blocos de

rochas vulcânicas alcalinas. As camadas basais da Formação Areado, por exemplo, apresentam

estruturas de escorregamento com dobras convolutas e englobam blocos de rochas vulcânicas de

4 a 5 m de diâmetro, algumas depositadas em leques aluviais (Suguio & Barcelos, 1980).

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CAPÍTULO III

ESTUDOS PETROGRÁFICOS

3.1 -INTRODUÇÃO

A mineralogia dos kimberlitos é resultado da cristalização de um magma parental híbrido

sob condições de temperatura e pressão registradas entre a crosta inferior e o manto superior

(Mitchell, 1986).

Dessa forma, a assembléia míneralógica dos kimberlitos é constituída por uma místura de

mineraís derivados de três diferentes origens: i) xenocristaís desagregados de xenólitos do manto

superior e transportado pelo magma kimberlítico; ü) míneraís primários como fenocristaís e

mícrofenocristaís formadores da matriz; e ili) megacristaís e/ou nódulos discretos que tem sua

origem incerta, podendo tanto ser considerados como xenocristaís (Nixon & Boyd, 1975) ou

como fenocristaís de alta pressão (Mitchell, 1986).

Entretanto, alguns critérios petrográficos como tamanho, morfologia, textura de

deformação, associação com outros mineraís e composição químíca podem ajudar na distinção

entre xenonocristaís e fenocristaís.

As descrições petrográficas que serão apresentadas foram individualizadas conforme cada

intrusão estudada seguindo-se os conceitos apresentados no capítulo I (item 1.5).

3.2 - MATERIAIS E MÉTODOS

Entre as amostras de rochas kimberlíticas, rochas encaíxantes e minerais pesados foram

confeccionadas 34 lâminas delgadas polidas, divididas entre as três áreas estudadas.

Devido ao fato de alguns megacristaís ocorrerem em pequenas quantidades em cada

amostra de rocha, foram coletados concentrados de mineraís pesados tais como granada, ilmenita

e espinélio sobre o kimberlito Batovi 6 e, confeccionados embutidos monominerálicos para

aumentar o número de míneraís em cada lâmina.

Para coleta de taís amostras foi aberto um poço com 1,0 m de diâmetro por 6,0 m de

profundidade sobre do diatrema Batovi 6 e, solos e fragmentos de rochas foram amostrados a cada

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metro. Cerca de 5 kg de material foi coletado em cada ponto de amostragem. Ainda em campo,

esse material foi lavado e separado em jogo peneiras e a fração menor que 2 mm foi

posteriormente concentrada em batéia.

No laboratório, esse material foi separado novamente em peneiras e as frações menores

de 0,5 (e/ou retido em 0,25 mm) foram analisadas e, em lupa binocular, sendo então separados

granada, ilmenita e espinélio para confecção dos embutidos monominerálicos.

Uma contagem estatística do número de granadas a cada metro, ao longo do perfil vertical

(poço), foi realizada em 100 g de material através de lupa. Verificou-se o aumento significativo

de granadas (de 1 O para mais de 100 grãos) a partir dos quatro metros de profundidade,

associadas a raras micas e piroxênio. Apesar das quantidades reduzidas das amostras analisadas

(1 00 g) em lupa, nenhum diamante foi encontrado nesse material.

3.3 - O DIA TREMA BATO VI 6- MT

A intrusão Batovi 6 ocorre com sua fácies de diatrema preservada, tendo sido erodida

somente a parte superior da cratera. As amostras apresentam-se com estruturas brechadas e

bastante alteradas.

As rochas encaixantes, próximo ao contato com o diatrema, apresentam pequenos planos

de deslizamentos (slickensides) a partir do horizonte de 4 m no poço. Os planos de deslizamentos

de baixo ângulo mergulham para o centro da chaminé. Nas proximidades dos kimberlitos, as

rochas sedimentares da Formação Diamantino mostram-se em camadas suavemente dobradas,

fraturadas, falhadas e com blocos arenosos apresentando estruturas de sobrecarga (disjunção

esferoidal).

Em amostra de mão, a rocha kimberlitica apresenta coloração cinza esverdeada,

contrastando com grande número de fragmentos angulosos (até 5,0 cm) marron chocolate de

rochas sedimentares encaixantes, conferindo um aspecto brechado à rocha (Foto 3.3.1). Visíveis

também são os pseudomorfos de megacristais (até 1,3 cm) de olivina, megacristais (1,2 cm) de

ilmenita e granada (1,8 cm) e, mais raramente megacristais (1,2 cm) de flogopita e macrocristais

(< 1,0 cm) de espinélios.

O volume abundante(> 15%) de fragmentos(> 4 mm) de rochas encaixantes inclusos no

kimberlito Batovi 6 (Foto 3.3.1) e as texturas do tipo pe//eta/ lapillí, permitem classificar a rocha

como uma brecha kimberlítica tufácea de fácies diatrema.

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Os clastos mais comumente encontrados são arenitos finos e siltitos marrom chocolate

parcialmente carbonatizados e xenólitos mantélicos ricos em granada. Os xenólitos angulosos de

siltitos mostram-se algumas vezes totalmente carbonatizados apresentando textura radial.

Entretanto, são visíveis os grãos de quartzo e plagioclásio, bem como fragmentos angulosos de

rocha sedimentar muito finas formando um material homogêneo de coloração verde escuro.

A presença também de xenólitos estirados com formatos alongados (3,0 x 0,5 cm),

compostos predominantemente por granada, e de abundantes megacristais de ilmenitas é

caracteristica do diatrema Batovi 6. Concentrações localizadas de macrocristais arredondados de

pseudomorfos (serpentina, carbonato e óxido) de olivina são também visíveis em amostra de mão.

Ao microscópio, a rocha Batovi 6 contém macro/megacristais de olivina, granada, ilmenita

e mais raramente flogopita e espinélio, em uma matriz fina de pseudomorfos de olivinas,

serpentina, calcita, perovskita e espinélio, definindo uma textura inequigranular caracteritica para

rocha. Os minerais secudários como produtos de alteração incluem calcita, serpentina, clorita,

talco, espinélio ferroso (magnesioferrita), hematita e outros minerais de argila. Essa mineralogia

é caracteristica de serpentina - perovskita - calcita kimberlitos do Grupo 1

A olivina que representa entre 30% a 40% do volume da rocha, ocorrem tanto como

megacristais (> 1,0 cm) e macrocristais (0,5 a 1,0 cm) isolados, subédricos a arredondados, e como

microfenocristais (<0,5 mm) formando a matriz dessa rocha.

Megacristais nessa rocha são caracterizados pelo tamanho (até 1,3 cm), forma sub­

arredondada, presença de fraturas e contêm uma rede de veios anastomosados de serpentina,

algumas vezes associados à minusculos cristais de sulfeto e magnetita, indicativo de xenocristal.

Pequenas inclusões de ilmenta e magnetita foram encontadas nos megacristais. Já nos

macrocristais a serpentinização esta restrita às bordas e a eventuais fraturas.

Devido aos estágios de alteração, os megacristais apresentam como de uma massa fina

verde amarelada, de serpentina {lizardita e crisotilo) e boulingita e, em estágio mais avançado, um

material marrom avermelhado (idingsita) com birrefringência elevada (goetita, como produto de

magnetita). A sequência mais comum dos estágios de alteração das olivinas são lizardita + crisotilo

± calcita ± magnetita (Foto 3.3.2). Semelhantes estágios de alteração ocorrem nos macrocristais

e microfenocristais de olivina, porém nestes restam somente as bordas de pseudomorfos de

serpentina estando o núcleo completamente substituído por calcita. Os pseudomorfos de olivina

compondo a matriz mostram-se completamente serpentinizados em uma massa muito fina de

coloração esverdeada (boulingita) associada a carbonatos, espinélios e perovskita. Alguns

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Foto 3.3.1- Aspecto brechado da fácies de diatrema do kimberlito Batovi 6, MT. Notar o abundante número de xenólitos (angulosos) de arenito e siltito das rochas encaixantes associados a megacristais de olivina.

Foto 3.3.2- Megacristal (1,2 cm) de olivina mostrando estágios diferenciados de alteração secundária (lizardita + crisólito + calcita ± magnetita) da rocha Batovi 6, MT.

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microfenocristais de olivina que ocorrem nas bordas de xenólitos de arenitos estão completamente

alterados para calcita e, possivelmente, monticellita.

A ilmenita que forma cerca de 5% a 1 00/o do volume da rocha ocorrem como megacristais

e/ou nódulos discretos (até 2,0 cm), arredondados, monocristalinos ou com formas alongadas

constituído de um agregado policristalino. Ocorrem também como macrocristais subédricos

isolados e como cristais primários euédricos na matriz.

Os mega/macrocristais de ilmenitas apresentam-se normalmente fraturados e com suas

bordas revestidas por perovskita. Da mesma forma que bordas kelifiticas em granadas indicam

proximidade da rocha fonte na prospecção de kimberlitos, bordas de perovskitas em ilmenitas

podem ser usadas com este mesmo objetivo. Pois, llmenitas angulosas, coletadas nos concentrados

sobre o corpo Batovi 6, preservam suas bordas com perovskitas, desta forma, podem ser usadas

como um guia regional para a província de Paranatinga.

As texturas de deformação exibidas pelos nódulos policristalinos de ilmenita incluem

formas alongadas, fraca extinção ondulante e textura granoblástica poligonal, com ângulos diedrais

de aproximadamente 120° (Foto 3.3.3). Nesses agregados policristalinos, além de textura

granoblástica ocorrem porções separadas por fraturas onde a granulometria é menor e a

anisotropia mais forte que nas bandas de granulometria mais grossa. O contorno dos grãos

menores são bem mais encurvados. Algumas fraturas são preenchidas por carbonatos.

Na borda de um macrocristal de ilmenita foram identificadas finas lamelas de exsolução

de espinélio orientadas paralelamente. Os macrocristais de ilmenita na matriz também são

circundadas por bordas de perovskitas, espinélio e possivelmente rutilos, como mostra as Fotos

3.3.4 e 3.3.5.

A granada, que representa cerca de 1% do volume da rocha, ocorre como megacristais

(1,8 cm) sub-arredondados a angulosos, como nódulos biminerálicos (2,0 cm) angulosos a

estirados associados com macrocristal de piroxênio e como macrocristal euédrico em textura do

tipo pe/leta/ lapilli. Normalmente esses cristais são encapados por um material fino vermelho

amarelado de kelefita (Foto 3.3.6). Em lupa, os macrocristais de granada exibem fraturas

conchoidais e alguns apresentam também uma fina abertura na borda onde se encaixam

perfeitamente os macrocristais prismáticos de piroxênios verde.

Texturas do tipo pelleta/ lapilli (Foto 3.3. 7) estão representadas por microxenólitos (5,0

mm) e/ou microautólitos subarredondados a angulosos, contendo um cristal euédrico de granada

no centro, e diversos cristais menores de olivina ao seu redor.

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Foto 3.3.3- Textura granoblástica poligonal exibida por nódulo policristalino (1,4 cm) de ilmenita da rocha Batovi 6, MT (luz refletida). Notar a forma sigmoidal do nódulo.

Foto 3.3.4 - Macrocristal (5 mm) de ilmenita exibindo bordas (- 50 t-tm) de reação de perovskita e rutilo (luz refletida). Notar também microcristais (- 30 t-tm) de espinélio na matriz, com um núcleo cinza escuro (menos refringente) e finas bordas(- 5 t-tm) cinza claro (mais refringente) em textura do tipo atoll.

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Foto 3.3.5 - Macrocristal (5 mm) de ilmenita exibindo bordas ( ~ 50 f..lm) de reação de perovskita e rutilo (luz refletida com nicois cruzado).

Foto 3.3.6- Borda de megacristal (1,2 cm) de granada (cinza claro) encapado por espessa ( ~ 2 mm) margem de kelefita (vermelho amarelado), em reação com a matriz de olivina, serpentina, magnetita, calcita e perovskita (Batovi 6).

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Alguns macrocristais de piroxênios em forma de pequenas placas ( < 2, O mm), de cor verde

esmeralda, foram identificados em lupa. Interessante é a similaridade entre o formato das placas

dos clinopiroxênios ( diopsídio) verde claros com as pequenas fendas encontradas nos

macrocristais de granada. Esse aspecto leva a supor que trata-se de um intercrescirnento de dois

macrocristais. Tal nódulo birninerálico arredondado (2 cm de diâmetro) foi identificado em lâmina,

onde os macrocristais de granada, extremamente fraturados subparalelamente, representam um

volume relativamente maior, e o diopsídio verde a verde escuro se concentra nas margens do

nódulo. Nesse nódulo a deformação foi tão intensa a ponto do megacristal de granada ter sido

esmagado, estirado e separado em vários fragmentos de cristais, formando uma sequência de

vários fragmentos menores alinhados, lembrando vários vagões de trens paralelos (comboio sub­

paralelos). Foram identificadas algumas ripas de flogopita associada à borda kelifitica de tal

nódulo biminerálico.

Raros megacristais (1,2 cm) isolados e subédricos de flogopita ocorrem espalhados pela

rocha. De coloração verde prateada a amarelada, este mineral apresenta alteração para clorita e

carbonatos, especialmente ao longo dos planos de fraturas. As margens dos megacristais ocorrem

corroídas e com pequenos cristais euédricos de espinélios.

Os minerais do grupo do espinélio, que representam cerca I 0% a 20% do volume da

rocha, ocorrem em grande quantidade na matriz, em cristais subédricos a euédricos, e como raros

macrocristais (6,0 mm) arredondados. Na matriz ocorrem normalmente concentrados ao redor de

microfenocristais de olivina, formando verdadeiros cordões de espinélios. Pequenos cristais

euédricos de espinélio são muito comuns como inclusão nas olivinas da matriz e associados às

bordas kelifiticas de granada e à perovskita nas bordas de ilmenita.

Espinélios na matriz exibem zonações composicionais do centro para borda, verificadas

em microscópio por um núcleo homôgeneo, com fraca birrefringência, rodeado por uma sequência

de bordas finas e descontinuas de espinélios de alta birrefringência, paralelos às faces do núcleo

(Foto 3.3.4). Normalmente, o núcleo é representado por cromita, com bordas de magnetita.

Pequenos cristais de perovskita e rutilo ocorrem associados aos espinélios da borda. Essas

modificações nas magens do cristal por reabsorção é denominada espinélio com texturas em atol/,

por lembrar uma ilha cercada por barreiras de recifes (Foto 3.3.4). Magnetitas e hematitas ocorrem

também associadas à serpentina e calcita, produtos de alteração das olivinas.

A serpentina que representa mais de 30% nessa rocha ocorre predominante na matriz,

geralmente alterada para minerais de argila, cal cita e óxido de ferro. A matriz forma uma massa

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fina verde escuro a verde amarelado de pseudomorfos de olivinas e serpentina, porções brancas

de carbonatos e concentrações de pontos pretos de óxidos.

3.4 - A INTRUSÃO TRÊS RANCHOS 4, GO.

Essa intrusão encontra-se encaixada em rochas granito-gnaisses e, as amostras de rochas

kimberlítica foram coletadas em um dique lateral, de formato tabular, com cerca de 1,5 m de

largura e direção N30° - 40°E, que aflora na borda do pipe.

Um pouco afastado do corpo principal ocorre uma zona de falha com aproximadamente

7 m de largura e direção Nl5°- 20°E, que contém aglomerados de fragmentos angulosos (5 cm)

de composição granítica. Material kimberlítico bastante alterado ocorre associado a essa brecha

de falha. Brecha de falha é caracteristica da zona de raíz da fácies hipoabissal (Clement & Reid,

1989}.

Macroscopicamente, a rocha kimberlítica exibe coloração cinza escuro a cinza esverdeado,

com alguns xenólitos (até 2 cm) angulosos de rochas graníticas de coloração clara e bordas

carbonatizadas, destacando-se na rocha (3.4.1 ). Visíveis também são pequenos (l ,O cm) xenólitos

arredondados de rochas ultramáficas e macrocristais (5,0 mm) de olívina e granada.

Efeitos de diferenciação magmática são mostrados por concentração localizada de

macrocristais de olívinas, algumas com formatos tabulares e/ou de bastonetes, visivelmente

orientados, sub-paralelos, indicando movimento de fluxo. Ocorrem também estreitos (2,0 mm)

veios de carbonatos, algumas vezes cortando macrocristais de olivina.

A forma de ocorrência em dique, possivelmente contemporâneo ao pipe, associado as

texturas de segregação magmática e um volume maior de 5% de macrocristais caracteriza a rocha

como kimberlíto macrocristalino de fácies hipoabissal.

Ao microscópio, os principais minerais identificados nessa rocha são rnacrocristais

arredondados a subédricos de olívina, granada, cromita e flogopita em uma matriz frna de olivina,

serpentina, calcita, flogopita, espinélío e perovskita. Texturas de segregações de flogopita,

serpentina e calcita ocorrem na matriz dessa rocha.

Macrocristais ( 1 a 6 mm) subédricos de olívina nesse dique apresentam-se cortados por

veios de serpentina contendo minusculos (5 ttm) globulos de sulfetos de niquei e ferro. A

serpentina ocorre também associada a carbonatos formando frnas bordas de alteração nesses

macrocristais (Foto 3.4.2). Alguns macrocristais de olivina exibem evidências de deformação

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Foto 3.3.7- Textura do tipo pelletallapilli, com macrocristal (4 mm) euédrico de granada no centro, cercada por microcristais (- 40 J.lm) de olivina, do diatrema Batovi 6, MT. Notar o aspecto tangencial dos microcristais de olivina ao redor da granada.

30cm

Foto 3.4.1- Amostras das rochas estudadas, da esquerda para direita: Limeira 1 (MG), Três Ranchos 4 (GO) e Batovi 6 (MT). Notar o fragmento(> 2 cm) arredondado de calcita na rocha Limeira 1, e xenólitos de granito e arenito nas rochas Três Ranchos 4 e Batovi 6, respectivamente.

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Foto 3.4.2- Textura inequigranular característica da rocha Três Ranchos 4, representada por macrocristais (5 mm) de olivina, cromita magnesio-aluminosa (marrom avermelhado) em uma matriz fina de serpentina, carbonato, monticelita, espinélio, perovskita e flogopita. Notar os microcristais de flogopita (alaranjados) ao redor dos macrocristais de olivina.

Foto 3.4.3- Macrocristal (7 mm) euédrico marrom avermelhado de cromita magnésio­aluminosa, com fina borda(20 ,um) de magnetita titanífera, na rocha Três Ranchos 4, GO. Notar também os macrocristais arredondados de calcita secundária de alteração de olivina em uma matriz rica em serpentina, espinélio e perovskita.

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como extinção em bandas ou planos de deslizamentos, extinção ondulante e formação de

subgrãos, texturas indicativas de xenocristais. Raras inclusões euédricas de cromita marrom

avermelhada ocorrem nos macrocristais de olivinas e, pequenas placas de flogopita, com

pleocroísmo marrom avermelhado ocorrem ao redor desses macrocristais de olivina (Foto 3 .4.2).

Uma segunda geração de olivinas ocorre como microcristais euédricos a subédricos na

matriz, geralmente associados a serpentina, calcita, flogopita, espinélio e perovskita.

Macrocristais (1 a 5 mm) de granada de cor vermelho vinho apresentam espessas (até 1

mm) bordas kelifiticas.

Macrocristais (4 mm) arredondados de espinélio opacos e macrocristais (0,5 a 1,0 mm)

euédricos de cromita marrom avermelhada à alaranjada ocorrem nessa rocha. Esses últimos

macrocristais exibem zonação composicional com um núcleo de cromita (0, 7 mm) marrom

avermelhada e uma pequena (- 50 J.lm) borda de magnetita titanífera, separado por fina matriz de

serpentina e carbonatos (Foto 3.4.3). Microfenocristais de cromita na matriz formam também

texturas em atol/. Não foram encontradas ilmenitas nessa rocha.

A flogopita ocorre como raros macrocristais (2 mm), pequenas placas ao redor de

macrocristais de olivina e presentes em porções enriquecidas da matriz. Ocorrem com muita

frequência texturas de segregações (até 1,2 cm) de serpentina, calcita e flogopita na matriz dessa

rocha. Essas segregações globulares formam uma mistura fina de serpentina e calcita associadas

a um mosaico de microfenocristais tabulares de flogopita. Ocorrem também na matriz pequenos

filetes ou veios tardios compostos por serpentina, calcita, flogopita e apatita prismática, às vezes

cortando macrocristais de olivina.

3.5 -A INTRUSÃO LIMEIRA 1, MG.

A intrusão encontra-se encaixada na borda de rochas graníto-gnáissicas em contato com

mica xisto. Além da ocorrência de afloramentos do pipe principal, pode ser observada uma espécie

de estrutura acamadada na qual, corpos tabulares de kimberlitos definem uma sequências de

pequenas (até 6 cm) placas achatadas. A base de cada placa (cerca de 3 a 4 placas) exibe

acumulações de macrocristais de olivina lembrando uma "sedimentação magmática".

A rocha apresenta cor cinza escura e contém fragmentos (2 cm ) angulosos de composição

granítica com bordas carbonatizadas e xenólitos de rochas máficas. Macrocristais (1 a 6 mm) de

olivina sub-arredondadas, ilmenita e mais raramente flogopita e espinélios contrastam com uma

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matriz fina de coloração escura. Ocorrem também alguns fragmentos arredondados (2 cm)

contendo cristais prismáticos de calcitas (Foto 3.4.1). Concentrações de macrocristais de olivina

principalmente, são visíveis na margem das amostras em forma de placas, lembrando, uma

"precipitação por densidade".

Considerando a forma de ocorrência, possivelmente em sill, a textura de segregação em

cumulatos arredondados de calcita e, o volume maior de 5% de macrocristais na rocha esse

kimberlito pode ser considerado macrocristalino de fácies hipoabissal.

Xenólitos com até 3 cm de diâmetro, inclusos no kimberlito, apresentam composições

peridotíticas ( dunitos, harzburgitos e espinélio lherzolitos ). Não foram identificados macrocristais

de granada nesta rocha nem xenólitos contendo granada.

Ao microscópio, a mineralogia dessa rocha é composta por macrocristais de olivina,

ilmenita, flogopita, espinelio e raramente piroxênio, em uma matriz fina de serpentina, calcita,

monticelita, perovskita, espinélio e apatita.

Evidências de esforços sofridos pelo macrocristais incluem kink band em flogopita,

extinção ondulante e formação de subgrãos em olivina. Fraturas ocorrem em macrocristais de

ilmenitas e olivinas. Alguns megacristais (5 mm) de olivina mostram em suas margens agregado

policristalino de olivinas (0,5 mm) formando textura porfiroclástica em mosáico. Raras margens

de agregados policristalinos podem conter ortopiroxênio e flogopitas, indicativo de desagregação

de xenólitos. Um xenólito (2,5 cm), constituído predominantemente por fenocristais de olivinas,

mostra parte de sua borda com intercrescimentos simplectíticos de cromita, flogopita,

ortopiroxênio e clinopiroxênio, formando texturas ti picas fingerprint. Próximo a este xenólito são

encontrados também macrocristais de cromitas intercrescidas por finas lamelas paralelas de

flogopitas (Foto 3. 5 .I).

Macrocristal de clinopiroxênio ocorre associado a macrocristal de flogopita. Esse último

exibe bordas corroídas e planos de clivagem contendo abundantes cristais pequenos de espinélio

e perovskita (Foto 3.5.2).

Macrocristais de ilmenitas (3 mm) monorninerálicas, fraturadas, exibem bordas contendo

perovskita e espinélio. Lamelas de exsolução de espinélios foram observadas também em bordas

de macrocristais de ilmenitas e cromitas. Pequenos espinélios ocorrem como inclusão em

macrocristais de olivina. Associados aos veios de serpentinização dos macrocristais de olivina

ocorrem raras magnetitas e sulfetos.

Microfenocristais de olivinas na matriz apresentam núcleos de alteração para carbonatos

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Foto 3.5.1- Macrocristal (7 mm) de crornita contendo finas(~ 10 ttm) lamelas paralelas de flogopita na rocha Limeira 1, MG.

Foto 3.5.2- Megacristal (1, 1 cm) de flogopita da rocha Limeira 1, MG, contendo grande quantidade de microcristais de espinélio e perovskita nos seus planos de clivagens. Notar também os estágios de alteração (azul) para clorita e serpentina nas bordas e planos de clivagens.

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e serpentina, algumas vezes monticellita. A matriz é composta principalmente por uma mistura fina

de serpentina, calcita, perovskita, espinélio, monticellita e raras segregações contendo cristais

prismáticos de calcita, apatita e possivelmente barita. Nódulos arredondados ou segregações

globulares (até 2 cm) de carbonatos e serpentina são formados por inumeros cristais prismáticos

de cal cita (Fig. 3.4 .I).

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CAPÍTULO IV

ESTUDOS DE QUÍMICA MINERAL

4.1 - INTRODUÇÃO

As rochas ígneas são comumente classificadas de acordo com a quantidade modal dos

minerais principais combinada à feições petrográficas características. Entretanto, dada a

similaridade petrográfica das rochas alcalinas, e em especial dos kimberlitos e lamproítos, faz-se

nessesário levar em conta também as variações composicionais de seus minerais principais e

acessórios.

A avaliação na composição química dos minerais primários presentes na rocha, que

refletem a composição química do magma, permite a identificação genética de magmas distintos

que eram anteriormente descritos (quantidades modais) petrograficamente como rochas de mesmo

nome. Por exemplo, um conflito entre classificação modal e a classificação genética, baseada em

conteúdos químicos de minerais, ocorreu no que se refere aos lamproítos australianos.

Originalmente, esses lamproítos foram classificados petrograficamente como kimberlitos devido

às quantidades modais de olivinas, micas e a presença de diamantes (Mitchell, 1994).

Dessa forma, províncias individuais, com diversidades petrográficas modais, são muitas

vezes compostas por um mesmo tipo de magma em fácies díferentes. Portanto, uma classificação

genética baseada na assembléia mineralógica e na composição química dessa assembléia, permite

o reconhecimento de suíte de rochas consanguineas derivadas de um tipo de magma particular.

Os resultados de composição química dos minerais estudados serão apresentados de

maneira comparativa para as três intrusões pesquisada.

4.2- MATERIAIS E MÉTODOS

Seguindo-se os procedimentos normais de análises químicas para minerais, seis lâminas

representativas dos respectivos kimberlitos foram, preliminarmente, analisadas qualitativamente

ao microscópio eletrônico de varredura (Cambridge Stereoscan 200; C.B.M.M., Araxá, MG). Os

elementos químicos predominantes em cada fase mineralógica foram então determinados

quaotitativamente em rnicrossonda eletrônica (Cameca SX-50), nos laboratórios dos Institutos de

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Geociências da UnB (Brasília, DF) e da UFGRS (Porto Alegre, RS). Cerca de quinze lâminas

foram analisadas em microssonda eletrônica, divididas entre as três intrusões estudadas.

Ao microscópio eletrónico de varredura que opera com difratômetro de raio X (Ringaku

SG7) e espectrômetro de catodolumenescênciagamma acoplado com KE-Backscattered detector

e sistema analítico de energia dispersiva (Link Analytical), as condições de operação do raio X

incluíram uma corrente elétrica de 150 nA, potencial elétrico de aceleração entre 5 a I O kV e

tempo de contagem em I O segundos, em média.

As condições de operação da microssonda eletrônica para análises químicas de todos os

minerais incluíram, corrente de 3 nA e potencial elétrico de aceleração variando de I O a 25 kV,

com tempo de contagem de I O segundos por elemento, com exceção do Mg que foi de 5

segundos. Para algumas análises de granadas o potencial de aceleração foi estabelecido em 40 kV.

Os fatores de correção linear usados para organizar os resultado em linha na microssonda são de

Bence & Albee (1968) e Albee & Ray (1970). O nível de precisão para os elementos maiores é

de± 0,1% e de 0,01 %em peso para elementos traços.

4.3 - QUÍMICA MINERAL

A olivina, que forma cerca de 3 5 a 400/o do volume das rochas estudadas, apresentam altas

concentrações de magnésio. As frações molares de forsterita variam de Fo17• 90 para os

macrocristais do Batovi 6, Fo85 • 90 para Limeira! e Fo89 • 92 para Três Ranchos 4. Os macrocristais

de olivina para as três rochas analisadas mostram-se empobrecidos em Ti02, Al20 3, CaO, MnO

e Cr20 3 como mostra a Tabela 4.1. Entretanto, os microfenocristais exibem enriquecimento em

MgO eNiO em relação ao macrocristais. Os macrocristais e/ou megacristais de olivina da rocha

Batovi 6, na maioria das vezes, apresentam-se parcialmente e/ou totalmente alterados para

serpentina (lizardita, CaO = 0,12- 0,65 %; crisotílo, A120 3 = 0,44- 1,19%), calcita, rnagnetita

e possíveis sulfetos. Com a progressão dos estagios de alteração das olivinas ocorrem talco,

hematita e goetita.

Os macrocristais de olivinas das rochas Três Ranchos 4 e Limeira I, que mostram-se

pouco alterados, normalmente apresentam fraturas preenchidas por serpentina, geralmente

associada a verdadeiros cordões com blebs de sulfeto de níquel e ferro (S = 41,25%; Ni = 56,66%;

Fe= 1,93% eCo= 0,13% para olivinas do Três Ranchos 4).

Macrocristais de olivinas das rochas Três Ranchos e Batovi 6 mostram teores

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relativamente maiores de MgO e NiO que os do Limeira I.

As ilmenitas ocorrem como macrocristais e microcristais nos kimberlitos Limeira! e

Batovi 6. Megacristais e/ou nódulos policristalinos ocorrem somente nesse último corpo. Não

foram encontradas ilmenitas na rocha Três Ranchos 4.

Os macrocristais de ilmenitas apresentam-se enriquecidos em MgO com percentagens

molares de geikielita em intervalos que variam entre 37,54- 58,51% para o Batovi 6 e 33,29-

47,04 % para o Limeira!. Além de diferenças petrográficas texturais, os macrocrocristais de

ilmenitas nas duas rochas diferem também em seus conteúdos quimicos. Os macrocristais de

ilmenitas da rocha Batovi 6 mostram-se relativamente mais enriquecidos em Ti02 (51 ,95 -

56,62%), Al20 3 (0,17- 1,17%), MgO (10,86- 15,84%) e CaO (0,03- 0.13%), e empobrecidos

Cr,ü3 (0,19- 1,56%) e MnO (0,20- 0,45%) em relação aos da rocha Limeira 1 (48,64- 53,37%

deTiO:b 0,03- 0,60% de Al20 3; 11,15 - 13,29% de MgO; 0,01 - 0,09"/o de CaO; 1,09- 9,03% de

Cr20 3 e 0,35 - 0,61% de MnO). Os macrocristais de ilmenita das duas rochas exibem suaves

zonações quimicas do centro para borda, principalmente com relação aos óxidos de MgO, Cr20 3,

CaO, MnO e FeO total, como mostra a Tabela 4.2. Os microcristais mostram-se relativamente

mais enriquecidos nesses mesmos óxidos que os macrocristais.

Todos os macrocristais de ilmenita desse estudo quando posicionadas no sistema ternário

MgTi03 - FeTi03 - Fez03 seguem o trend magmático de Haggerty et a/., 1979 apud Haggerty,

(1991), indicado por aumento de MgO e Cr20 3 e decréscimo de Fez03, e correspondem a valores

de fugacidade de oxigênio UOJ entre as isóbaras de I 0-6 e 10-7 atm (Fig 4. 1 ). Esses valores

relativamente baixos, indicam condições de equilíbrio entre os tampões WM (magnésio - wustita,

30 kbar- 1300° C) e EMOG (enstatita- magnesita- olivina- grafita; 29,6 kbar- 1230° C;

Haggerty,1991). Alguns macrocristais de ilmenita da rocha Limeira 1 mostram valores

relativamente menores de fugacidade de oxigênio (10 .. atm) e, normalmente são mais enriquecidos

em MnO. Três mícrocristais de ilmenita de rocha Batovi 6 apresentaram elevados conteúdos de

Fez03 e cairam dentro do campo de ilmenita com solução sólida espinélio - pseudobrookita (Fig.

4.1), indicando assim, /02 elevada na subida do magma.

A granada ocorre somente nas rochas Três Ranchos 4 e Batovi 6, porém, foram analisadas

somente as granadas desta última rocha. Entretanto, análises anteriores de Darmí et a/. (1991) e

Leonardos et ai. (1993) indicaram para o corpo Três Ranchos 4 a presença de macrocristais e

xenocristais de granada da suíte dos peridotitos (lherzolitos e harzburgitos cálcicos) como

indicado na Figura 4.2

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O BATOVI6

a LIMEIRA I

Figura 4.1- Diagrama ternário MgTi03 - FeTi03 - Fez03 (Haggerty, 1991) com as ilmenitas das rochas Batovi 6 e Limeira 1. As linhas tracejadas indicam curvas de fugacidade de oxigênio com pressão e temperatura correspondentes. Os tampões WM (wustita-magnetita) e EMOG (enstatita - magnesita - olivina- grafita) estão também indicados. Sp, espinélio; Pb, pseudobrookita; llm, ilmenita e ss, solução sólida.

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16.89

9.89 HARZBURGITOS a BAT6

8.89 SUB-CÁLCICOS • 1R4(1)

• 1R4(2)

i 7.89 • IJ).B ~

a 6.89 'i:l

5.89 1.1 LHERZOLITOS

4.89

3.89

z.89 ,;;;::--r- - - - - -ECLOGITOS

1.89

z.89 4.00 6.89 8.00 16.00

CaO(%)

Figura 4.2- Diagrama Cr20 3 versus CaO para granada do Batovi 6 e Três Ranchos 4. A amostra TR4(1) é de Danni et aL (1991), as aniostras TR4(2) são de xenólito de Leonardos et ai. (1993), e a análise I.D.B., representa granada inclusa em dianiante brasileiro de Svisero (1984). Os limites para os Canipos dos eclogitos são de Ranlsay & Tompkins (1994) e dos peridotitos são de NIXon et ai., (1994). O canipo indicado por G.E.I.D., representa granada da suíte eclogítica inclusa em dianiantes das minas de Monastery (Moore et ai., 1991 ), Jagersfontein (Rickard et ai., 1991) e Finsch na África do Sul e Orapa, em Botswana (Richardson et ai., 1990).

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Todos os macrocristais de granada análisadas na rocha e nos concentrados (Tab. 4.3)

apresentam composições químicas que variam entre as soluções sólidas piropo (64,96% a 74,90%)

- almandina (10,55% a 18,49%) contendo também frações molares significativas de uvarovita

(0,79% a 19,95%) e andradita (0,02% a 7,31%).

Em uma contagem estatística, de onze macrocristais e/ ou xenocristais analisados na rocha

Batovi 6, seis (6) pertencem à suíte dos peridotitos (Cr20 3 ;;, 2,0%), classe dos lherzolitos e, cinco

(5) são granadas eclogíticas (Cr20 3 < 2,0 %) do grupo II (N~O < 0,09%), segundo as

classificações de Ramsay & Tompkins (1994) e McCandless & Gurney (1989). As granadas da

suíte peridotítica apresentam conteúdos de Ti02 entre 0,47 - 0,97%. Entretanto, um

enriquecimento relativamente maior em Ti02 ocorre nas granadas eclogíticas ( 0,56- 2,13%).

A proporção relativa entre granada das suítes peridotítica e eclogítica, encontradas nas

rochas, foi confirmada também através das análises desses minerais retirados dos concentrados,

coletados sobre o kimberlito Batovi 6. Desse total de amostras (20 grãos), 45% apresentaram

composições químicas de granadas peridotiticas classe lherzolítica, sendo apenas 1 cristal de

harburgíto cálcico (Fig. 4.2). Outros 45% correspondem às granadas da suíte eclogítica do grupo

II de McCandless & Gumey (1989) e 10% pertencem ao grupo I (N~O;;, 0,09"/o). A granada

classificada como Grupo I por McCandless & Gurney, (1989) representa composição química de

granada eclogítica inclusa em diamantes e/ou granada de xenólítos eclogíticos contendo diamantes.

A grande maioria dos macrocristais de granada eclogítica apresentaram conteúdos de Cr20 3 e CaO

semelhantes aos encontrados em granada de eclogíto inclusa em diamantes de kimberlitos da

Áfiica do Sul (campo G.E.l.D da Fig. 4.2).

As composições químicas da granada eclogítica deste estudo quando lançadas no diagrama

átomos de Si versus Ti+ AI+ Cr de Wilding et a/.,(1991) caracterizam-na como pertencente

tanto ao grupo IA como ao grupo m. Porém com predomínio das análises para esse último grupo.

Deve-se recordar que que granada eclogítica do grupo m ocorre como inclusões em diamantes

recuperados em aluviões na regíão de Juína, MT. Entretanto, alguns grãos de granada apresentam

valores elevados de Ti02 indicativos de metassomatismo na regíão do manto onde essas granadas

foram formadas (Griffin et a/., 1989a; Griffin et a/.,1994). Esse metassomatismo no manto

astenosférico também é sugerido pelas razões altas de Fe3+/ ~ Fe (0.05 a 0.24) apresentadas pelos

macrocristais de granada dessa rocha, indicativo de granada de alta temperatura e oxidação no

manto no momento da intrusão, o que deve ter prejudicado a preservação de diamantes (Luth et

ai., 1990; Griffineta/.,1994).

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A granada eclogítica desse estudo, quando normalizada à base de 12 oxigênios, apresentam

frações atôrnicas de Si e AI com intervalos (Si= 3,01 - 3,08; AI =1,74- 1,82) semelhantes às

encontradas em granada eclogítica inclusas em diamantes da mina de Monastery (Moore et

a/.,1991) e, de xenocristais de granada de xenólito do kimberlito Jagersfontein (Sautter et ai.,

1991 ), ambos localizados na África do Sul. Alguns macrocristais de granada eclogítica desse

estudo apresentam conteúdos de Na,O, CaO, Cr20 3, Si02 e Al20 3 semelhantes aos encontrados

em granada do grupo B de Moore & Gumey ( 1985) e, caem no campo de eclogítos do grupo B

quando representadas no diagrama (piropo - grossularita- almandina + espessartita) de Coleman

etal., 1965;apudQietal. (1994).

Tomando por base os experimentos de Irifune, 1987 apud Moore et a/. (1991) o qual

mostra que a fração atômica de Si em granadas aumenta significativamente de 3,0 Si (na base 12

oxigênios) a 50 kbar, para 3,393 Si para pressão de 150 kbar, pode-se estimar condições de

pressão entre 50 - 87 kbar e profundidade superior a 200 km durante a formação da granada

eclogítica do kirnberlito Batovi 6 (Fig. 4.3).

Aplicando-se o geotermômetro de Krogh (1989), modificado por Ai (1994), que utiliza

a variação de Mg- Fe em granada e piroxênio, e considerando uma pressão mínima de estabilidade

do diamante de 50 kbar, obteve-se uma temperatura minima de 1428°C para formação de um

xenólito de granada lherzolito incluso no kimberlito Batovi 6 (Tab. 4.3, análise n• 2). Um

geotermômetro semelhante de Ellis & Green (1979) foi utilizado, obtendo-se temperatura em

tomo de 1358°C para o mesmo par de xenocristais (piroxênio - granada). Esses valores

caracterizam tal nódulo como sendo xenólito de alta temperatura.

Dois macrocristais de clinopiroxênio foram analisados nas rochas Batovi 6 e Limeira 1.

O macrocristal da primeira rocha ocorre associado à granada e, da segunda ocorre associado à

macrocristal de flogopita. Os clinopiroxênios das duas rochas mostram composições químicas

semelhantes às de diopsídio cromífero, porém, o clinopiroxênio da rocha Batovi 6 apresenta-se

como de baixo cálcio (Tab. 4.4). Quando representados em gráfico binário de Al20 3 versus CaO

(Haggerty, 1994b) o piroxênio da rocha Batovi 6 cai no campo de megacristais e, o piroxênio da

rocha Limeira 1 no campo de xenólitos peridotíticos.

Entretanto, estes dois macrocristais apresentam substituições cationicas menores de Na-R3+

(R= soma de Cr, AI e Ftft), indicados por 2Nal (Ca + Mg + Fe2•) < 2, com presença de solução

sólida jadeíta- kosmochlor- aegírina (Ramsay & Tompkins, 1994). O clinopiroxênio da rocha

Limeira 1 apresenta menor conteúdo de Al20 3, Na,O e Na > AI + Cr, indicativo de presença de

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50 150 250 300km 2.0

• MONASTERY 1.8

:1 c BATOVI6-MT I. •' u I'

1.6 IJ I,

+ , I li I - 1.4 li

< 'I :I I I

1.2 : I ' I I '

1.0 ' ' ' I • I I

\ I

3.4 I ·-7J1 3.2

3.0 o 50 100 150 200

PRESSÃO (kbar)

Figura 4.3- Variação atômica de Si e AI+ Cr na base 12 oxigênios para as granadas do Batovi 6, representadas na curva calibrada experimentalmente por Irifune, 1987 apud Moore et ai., (1991) a temperaturas entre 1200 a 1400° C.

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Fe3• em sua estrutura. Usando-se o geotermômetro do piroxênio de Lindsley & Dixon, 1976 apud

Mitchel, ( 1986) obteve-se intervalos de temperaturas entre 900 a 1 000° C para o macrocristal de

piroxênio da rocha Limeira 1 e 1300 a 1400° C para o xenocristal de diopsídio do xenólito do

Batovi 6 (Fig. 4.4). Alguns macrocristais de granada eclogítica do concentrado da rocha Batovi

6 mostram composições químicas semelhantes as dos nódulos de griquaíta encontrados nos

kimberlitos de Thaba Putsoa (Lesotho) e Monastery (África do Sul), conforme mostra a Figura

4.4 de Mitchell (1986).

Os macrocristaís de flogopita da rocha Limeira 1 são empobrecidos em Cr20l, Ti02 e

Alz03 e apresentam elevados teores de FeO, composições químicas semelhantes ao macrocristaís

do grupo A de Mitchell (1986). Alguns macrocristais de flogopita da rocha Limeira 1 mostram

composição química semelhante a flogopita de xenólito da suíte M.AR.I.D, quando representados

em gráfico de Cr20l versus Ti02.

Os macrocristais de flogopita da rocha Batovi 6, devido à alteração para clorita,

serpentina, talco e carbonato, apresentam concentrações elevadas de MgO, CaO e FeO, porém

empobrecimento em Si02, Al20l e K20 (Tab. 4.5). Os microcristais da rocha Limeira 1 e os

microcristais das segregações na matriz da rocha Três Ranchos 4 são também empobrecidos em

CrzÜ"' AlzÜl e TiO:z, e apresentam composições semelhantes aos microcristais do Tipo II de Smith

et ai., 1978 apud Mitchell, (1986). As ripas de flogopitas intercrescidas com crornita no Limeira

1 mostram-se enriquecidas em Cr20 3 (1,17%) e apresentam composição equivalente à flogopitas

primárias de lherzolitos (Tab. 4.5, análise n° I).

Todos os cristais de micas das rochas estudadas possuem baixo aluminio, possivelmente

devido à ocupação de sítios tetraédricos por Fel+ (tetraferriflogopita), como mostra a Figura 4.5.

Os macrocristais de espinélio encontrados nas três rochas mostram composições que

variam desde cromita, cromita magnesiana (picrocromitas ), crornita alumínio - magnesiana até

espinélio crornifero (Tab. 4.6), considerados como espinélios de estrutura normal (Ti+ Fel+ < 8).

Esses macrocristais apresentam razões Cr/Cr +AI e Fe2+/Fel+ + Mg de 0,30 a 0,95 e 0.32 a 0,66

para rocha Limeira 1, de 0,40 a 0,98 e 0,33 a 0,62 para o Três Ranchos 4 e, de O, 76 e 0,45 para

o Batovi 6. O conteúdo de Ti02 é normalmente baixo nesses macrocristais extende-se no intervalo

de 0,03 a 0,47% Ti02• Alguns macrocristais marrom avermelhados com textura do tipo atol/ na

rocha Três Ranchos 4, mostram cromita alumínio-magnesiana no centro e bordas com magnetita

titanífera (Tab. 4.6, análises n• 5 e 6).

Os microcristais na matriz exibem composições entre ulvoespinélio magnesiano e

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Ca . ........,.., Fe • taA.&1.~) ' .. "

(b) • CPX-W.(l) ... c (a)

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• • • • Me~_,!!_'!__?_~;.

Ca(Wo)

5 10 15 (<)

~ .. .. lO 15 30 35 Fe (Fs)

igura 4.4 - Diagrama ternário Mg - Ca - Fe para granada e clinopiroxênio (a) nas roc dadas (1). As amostras CPX-LIM1(2)-(piroxênio de espinélio lherzolito) e I.D.B. (granad

clusa em diamante brasileiro) são de Svisero et ai. (1984) e Svisero (1984) respectivamente e PX-TR4(3)-(piroxênio de granada lherzolitos) são de Leonardos et ai. (1993); (b), isoterm e Lindsley & Dixon, 1976 apud Mitchell, ( 1986) a 20 kbar de pressão; (c) campos de nódulo e macrocristais de piroxênio e granada (griquaíta) dos kimberlitos de Thaba Putsoa (Lesotho Monastery (África do Sul), Mitchell (1986).

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AI

..

•BAU

xTIL4

oUM.l tmlAfllUU. PLOCOPIIA

Mg .. " 71 .. " Fe

Figura 4.5- Diagrama ternário AI- Mg- Fe para as rnicas das rochas estudadas. Os campos foram extraídos de Edwards et a/., ( 1992). O campo indicado por TR4 foi definido pelas análises de rnicas feitas por Danni et a/. (1991) na rocha Três Ranchos 4 (GO).

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magnetita titanífera até magnesioferrita. Ocorrem mícrocristais de cromíta magnesiana rica em

Ti02 (2, 11 a 4,56%) na matriz das rochas estudadas. Microcristais de cromíta alumino­

magnesianas também ocorrem espalhados na matriz da rocha Três Ranchos 4, porém,

apresentando teores de titânio mais elevados. Raros mícrocristais de cromítas magnesianas ricas

em titânio (Tab. 4.6, análise n° 2), porém, pobres em alumínio, estão intercrescidos com lamelas

de flogopita e, ocorrem próximos a xenólito de espinélio Jherzolito na rocha Limeira 1. Alguns

microcristais de espinélio da rocha Limeira I possuem conteúdos de MnO (0,30 - 1, 41%)

relativamente maiores que os mícrocristais das outras amostras, assemelhando-se aos conteúdos

de magnetita de kimberlitos ricos em carbonatos descritos por Gaspar & Wyllie (1984).

Os macrocristais de espinélio estudados nas três rochas, quando representados no prisma

de multicomponentes para espinélio"reduzido" de Haggerty (1991), seguem o trend dos

macrocristais e/ou cromíta alumínio-magnesiana de Mitchell (1986). Esse trend inicia-se na base

do prisma próximo à um dos lados (binário FeCr20 3 - MgCr20 3) com razão Cr/Cr + AI

relativamente elevada e razão Fe2+/Fé+ + Mg mediana, para seguir em direção ao membro

MgAI20 4. Parte dos macrocrocristais e mícrocristais, quando representados nesse mesmo prisma

desviam-se seguindo o trend magmático 1 e/ou do ulvoespinénio magnesiano de Mitchell ( 1986).

Esse trend evolui seguindo concentrações crescentes de titânio e razões Fe3+/Fe3+ + Fe2+mais altas,

subindo em direção ao binário Mg2Ti04 - F~Ti04. Esses dois trends são característicos de

kimberlitos do grupo I (Mitchell, 1986).

Os macrocristais de espinélio das rochas estudadas quando representados em gráfico Ti02

versus Cr/(Cr +AI) de Rarnsay & Tompkins (1994) caem tanto nos campos de espinélio peridotito

corno no campo de granada peridotito (Fig. 4.6). Porém, somente alguns rnacrocristais de

espinélio das rochas Três Ranchos 4 e Batovi 6 caem dentro do campo de espinélio associado com

diamantes.

Macrocristais de cromíta alumínio-magnesiana e cromita magnesiana da rocha Três

Ranchos 4, quando representadas no diagrama Fe3+/(Fe3+ + Fe2+) versus Cr/(Cr+A)l (Ramsay &

Tompkins,1994), indicam condições de equihôrio abaixo da curva QFM (Fig. 4.7), isto é,

condições relativamente redutoras e favoráveis à preservação dos diamantes. Esta feição foi

observada em apenas uma cromíta do corpo Batovi 6 e não observada em cromitas magnesianas

da rocha Limeira 1.

Perovskitas são encontradas em bordas de ilmenitas e na matriz das rochas Batovi 6 e

Limeira I. Na rocha Três Ranchos 4 os microcristais de perovskita ocorrem somente na matriz.

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6.00 ESPINÍLIO GRANADA

5.48 PERIDOmO: PERIDOmO •

• 4.00 I •

4.28 I • •

3.68 • ~ I • ';f!.. e.... • • .... 3.00 I t o

2.48 I • .. E-t

c BAT6 ESPINÍLIO 1.00

• TR4 I ASSOCIADO À

1.28 • TR-1(1) I DIAMANIE~ OLIMI

8.68 I • ra--- o •.. ..,

8.oo .~~~ !

8.oo 8.28 8.48 8.68 8.ae 1.00

Cr/(Cr+AI)

Figura 4.6 - Diagrama Ti02 versus Cr/(Cr + AI) para os minerais do grupo do espinélio nas rochas estudadas. As análises indicadas por TR4(1} foram extraidas de Danni et a/. (1991). Os campos para espinélio em xenólito de espinélio lherwlito e granada lherzolito, bem como espinélio associado à diamante são de Ramsay & Tompkins (1994).

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Figura 4.7- DiagramaCr/(Cr+ AI) versus Fe3+/(Fe3+ + Fe2

} de Ramsay & Tompkins (1994) para cromita magnesiana das rochas estudadas. Os tampões de fugacidade de oxigênio QMF (quartzo -faialita- magnetita), QFM- 1 (quartzo- faialita- magnetita, menos uma unidade logarítmica) e IW (ferro- wustita) são indicados.

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Os microcristais subarredondados de perovskita na matriz das três rochas foram analisados.

Zonações químicas em microcristais de perovskitas foram observadas ao microscópio eletrônico

para as três rochas. Os microcristais apresentam núcleos mais enriquecidos em C~03, ~03 e

N~O, principalmente, com relação ao suas bordas (Tab. 4.7). Ocorre um suave aumento no

conteúdo de Ti02 e CaO do centro para borda, nesses microcristais.

As composições químicas de perovskita analisadas, nas três rochas, mostram variações

principalmente nas concentrações de CaO, N~O, A120 3, MgO, Ti02, C~03 e ~03 (Tab. 4.7).

Os microcristais de perovskitas do kimberlito Batovi 6 mostram-se relativamente mais

enriquecidos em Ti02, A120 3, CaO e MgO que as perovskitas das outras duas rochas. Porém,

percentagens molares maiores de loparita ([Na,La, Ce ]Ti03) ocorrem nas perovskitas das rochas

Três Ranchos 4 e Limeira 1 (Fig. 4.8). Entretanto, as concentrações dos elementos terras raras

leves (Ce20 3 = 4,97% e L~03 = 2,18%) são bem maiores nos microcristais de perovskitas da

matriz do kimberlito Três Ranchos 4, que do Limeira I e Batovi 6.

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.-. ., ~

a 3

3.40

3.10

2.80

2.50

2.20

1.90 ~

1.60 ~

1.30 ~

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I ~, I

PI!ROVSmAS

• BATi-MI • '11f.4-Ç()

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2.30

I T I I I I

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-

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-I I I I I I

3.70 5.18 6.50 7.90

Ce203(%)

Figura 4.8 - Diagrama L~03 versus Cez03 para os microcristais de perovskita analisados.

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CAPÍTULO V

ESTUDOS LITOGEOQUÍMICOS

5.1 - INTRODUÇÃO

A investigação geoquímica de kimberlitos toma-se dificil muitas vezes devido à natureza

intrusiva do magma mantélico rico em voláteis, que traz consigo inúmeras porções de outras fases

mineralógicas durante a sua instalação na crosta. A absorção parcial ou total de pequenos

xenólitos desagregados do manto e da crosta durante o transporte pelo magma, e a facilidade de

alteração dos minerais formadores da rocha, tornam-se um problema básico de contaminação.

As análises químicas de rochas da fácies diatrema, que constitui verdadeira brecha com

grande números de xenólitos crustais, são simplificadas pela extração de fragmentos visíveis antes

dos procedimentos analiticos.

O reconhecimento do problema de contaminação de kimberlitos por xenólitos da crosta

levou Clement, 1982; apudMitchell, 1986) a introduzir o conceito de Índice de Contaminação

(C.I.) que é expressado pela razão (Si02 + AIP3 + N~O) I (MgO + 2 K20), com objetivo de

estimar o nível de contaminação ou alteração dessas rochas. Os óxidos de Si02, Al20 3 e N~O são

usados para medir o nível de alteração e contaminação do kimberlito por rochas de composição

granítica. Segundo Taylor et a/. (1994) valores de C.I. < 1, 7 para kimberlitos micáceos (grupo II)

e olivina lamproítos são indicativos de rochas sem contaminação e/ou alteração. Para os

kimberlitos do grupo I (pobres em mica) livres de alteração e contaminação os valores de C .I. são

menores que 1, 5.

Ainda para Taylor et ai. (op. cit.), kimberlitos e lamproítos que não apresentam

modificações por processos secundários de alteração e/ou contaminação exibem conteúdos de

Al20 3 entre 0,7 a 5,2% e CaO entre 2,8 a 20,0%. Entretanto, Mitchell (1986) considera

kirnberlitos livres de contaminação aqueles com baixos conteúdos de Al20 3 (O, O a 5,0%) e Si02

(25 a35%).

Análogo ao indice de contaminação (C.I.), Taylor et ai (op. cit.) consideram os

kimberlitos com elevados teores de FeOt e Ti02 como rochas contarnínadas por megacristais ou

xenocristáis de ilmeníta. Os autores introduziram o indice de ilmeníta (1. llm. ), expresso pela razão

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(FeOt + TiOJ I (MgO + 2 K20). Kimberlitos pobres em mica são considerados sem contaminação

por megacristais de ilmenita quando apresentar I.llm. < 0,52. Já para os olivina lamproítos e

kimberlítos micáceos sem contaminação esse valor é de I. llm. < 0,47.

5.2- MATERIAIS E MÉTODOS

Amostras representativas dos três corpos foram também analisadas quimicamente.

Levando-se em consideração os problemas de contaminação que normalmente ocorrem em

análises química de rocha total, xenocristais e xenólitos da crosta e do manto, inclusos nos

kimberlitos, foram cuidadosamente retirados.

As análises químicas de rocha total foram realizadas para amostras do diatrema Batovi 6,

do dique Três Ranchos 4 e de porção do pipe Limeira I. Cerca de 200 g de amostras de cada

rocha, previamente pulverizada, foram quanteadas e separadas em porções semelhantes (50 g),

para análises nos laboratórios de geoquímica do IG/Unicamp e Geolab (Belo Horizonte, MG). Ou

seja, uma porção da amostra foi submetida à analise para elementos maiores e traços (Cu, Ga, Nb,

Ni, Rb, Sr, Y, Zn e Zr) no laboratório do IG/Unicamp, e, outra porção da mesma amostra foi

dosada para elementos maiores, traços (F, C~ S, Th, Ba, Ta, Nb, Cs, U, Rb, Hf, Sr, Y e Zr) e

elementos terras raras, no Geolab (MG).

No laboratório do IG/Unicamp, os teores de MgO, Na20 e Cu para todas as amostras

foram obtídos por espectrometria de absorção atômica (AAS) após dissolução e solubilização das

amostras em HF+HCI04/HCI. Uma amostra de rocha (basalto- B.I.G.) de composição química

básica foi utilizado como material de referência (padrão interno do laboratório).

Os demais óxidos e elementos traços foram dosados por espectrometria de fluorescência

de raio-X (FRX), utilizando-se pastilhas de vidro (para elementos maiores), obtidas por fusão das

amostras, previamente calcinadas, com metaborato + tetraborato de lítio. Pastilhas prensadas de

todas as amostras, previamente pulverizadas foram utilizadas para leituras dos demais elementos

traços. Além do padrão interno de referência- B.I.G., foi utilizado um material kimberlítico de

referência internacional (SARM- 39) para calibração das curvas nesse método (Dutra & Gomes,

1984).

As análises obtidas no Geolab, incluíndo os elementos terras raras, foram dosados por

espectrometria de plasma (ICP), conforme o método de Dutra (1984).

Para a rocha total Batovi 6, foram feitas análises químicas isotópicas para Sm - Nd e Rb -

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Sr por espectrometria de massa ( espectrôrnetro de massa VG micromass 30) no Centro de

Pesquisas Geocronológicas e Geologia Isotópica da USP/São Paulo. A separação química de Srn

e Nd a partir de amostras de rochas pulverizadas é baseada nas técnicas apresentadas por Richard

et al (1976). O Sr fui separado das amostras de rocha total através do procedimento convencional

de Pankhurst & O'Nions (1973).

5.3- RESULTADOS OBTIDOS

Os conteúdos químicos de elementos maiores, traços e terras raras encontrados nas três

amostras analisadas, mostram-se semelhantes aos conteúdos pristínicos de rochas do manto e,

estão representados na Tabela 5.1.

As três amostras, analisadas quimicamente para elementos maiores, não apresentam

indícios de contaminação por xenólitos da crosta ou óxidos ricos em ferro e tiânio, indicados

(Tab. 5.1) por baixos indices contaminação (I. C. menor que 1, 13) e de ilmenita (I. Ilm. menor que

0,51), corno mostra a Figura 5.1. Embora, as amostras Limeira 1 e Três Ranchos 4 não

apresentem modificações secundárias de alteração, esses processos são visíveis na amostra Batovi

6 e, são também indicados por baixo conteúdo de CaO (menor que 2,6%) e alta porcentagem de

perda ao fogo (maior que 12% de P.F.).

Os conteúdos relativamente baixos de CaO, K,O, P20 5 e de outros elementos traços

incompatíveis (Ba, Sr, Zr, Rb) e, razão alta de FezOJFeO apresentados pela amostra Batovi 6,

podem dever-se ao fato de que essa rocha apresenta-se alterada (serpentinização de olivinas,

cloritízação de flogopitas). Já o alto conteúdo de CaO na rocha Limeira I deve-se an

enriquecimento da rocha em calcita. Ambas rochas, entretanto, apresentam enriquecimento em

óxidos na matriz, indicado também pelos altos conteúdos de FeOt e Ti02 (Fig. 5.1). Os valores

relativamente maiores de SiOz, KzO, A120 3 e Ba mostrado pelo Três Ranchos 4 são indicativos

de enriquecimento da matriz desta rocha em flogopita.

Todas as rochas mostram-se subsaturadas em sílica (29,1-33,8% SiOJ, ultrabásicas, com

natureza ultramáfica (MgO = 29,7- 33,8%), potássica (razão molar K20/Naz0 = 1,75 para o

Batovi 6) à ultrapotássica (razão molar K,O/NazO = 5,43 a 6, 77 para o Limeira 1; e 5,26 a 5,48

para o Três Ranchos 4) e alinidade miasquítica (razão molar NazO + K20/ Al20 3 menor que 0,88).

Essas rochas são caracterizadas também pelos baixos conteúdos de NazO (menor que 0,20%) e

de A120 3 (menor que 3,5%).

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3.5

3.0

2.5 KIMB~RLITOS

MICACEOS

2.0 OL~,-\ LAMPROIT

O LIMl

8l LIM1·(1)

+ TR4

* TR4 -(l)

e BAT6

0 BAT6-(3)

AlLLIKITOS

0.6 0.7 0.8 0.9 1.0 1.1 1.2

FeOt + Ti02/2 K20 + MgO

Figura 5.1 - Campos de kimberlitos, olivina lamproítos e aillikitos segundo o índice de contaminação versus o índice de ilmenita de Taylor et ai., (1994). Os vetores acima índicam os trends de contamínação. As análises químicas LIM1 - (1) foram extraídas de Meyer et ai., (1994), Bizzi et al., (1994) e Gibson et al., (1995). As análises indicadas por TR4 - (2) são de Bizzi et a/., (1994), l.eonardos et al., (1993) e Gibson et ai., (1995) e BAT6 (3) de Gibson et ai., (submetido).

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Razões F~O:/FeO muito elevadas para as rochas Limeira 1 (2,2) e Três Ranchos 4 (1,6)

em relação às rochas basálticas sem alteração ( O, 15 a 0,20; Taylor et ai., 1994), são indicativos

do alto grau de oxidação apresentado por essas rochas. A proporção dessa razão extremamente

elevadas para a rocha Batovi 6 (8,5), reflete na grande quantidade de serpentina e magnetita

produzidas durante os estágios de alteração de macrocristais de olivina como também de

microcristais de olivina na matriz dessa rocha.

Assumindo-se que a razão F~OJFeO inicial e/ou primária para kirnberlitos, tenha sido

normalmente mais baixa que atual (Taylor et a/., 1994), o número de magnésio (mg#, para razão

F~O:/FeO = 0,15) das rochas estudadas são extremamente altas (entre 82,63 a 86,62). Atestando

assim, a grande quantidade modal de olivina magnesiana e serpentina na matriz dessas rochas.

Para fins de diferenciação petrogenética, as composições químicas dessas rochas foram

representadas no diagrama de fatores (Fig. 5.2) de Taylor et ai., (1994), os quais são calculados

a partir das concentrações de elementos maiores (Tab. 5.2). Observa-se que os três corpos caem

preferencialmente no campo dos kimberlitos pobres em mica do Grupo IA (intrudidos em áreas

cratônicas, segundo Smith et a/. (1985). Amostras das mesmas intrusões estudadas, analisadas por

outros autores, foram representadas no mesmo gráfico. As rochas do Limeira 1 e Batovi 6

confirmam urna preferência para o campo dos kirnberlitos pobre em micas do Grupo IA enquanto

que a do Três Ranchos 4 situa-se no limite entre os kimberlitos micáceos e os pobres em mica.

Quando consideradas as variações químicas do gráfico ternário K20 - Al20 3 - Ti02

(Fig.5.3), as amostras Três Ranchos 4 caem fora do campo dos kimberlitos do grupo IA da África

do Sul, entre os kimberlitos do grupo IA e ll. Porém, análises de outros autores para essa mesmo

dique são mais enriquecidas em AIP3 e caem dentro do campo de kimberlitos do grupo IA Nesse

mesmo gráfico, as amostras do Limeira l caem dentro do campo dos kimberlitos do grupo m, que

também são confirmadas pelo alto CaO, P 20 5, Nb, Zr e Y (Smith et ai., 1985). Já as amostras da

rocha Batovi 6 caem dentro do campo de kirnberlitos de baixo potássio, semelhante aos

kirnberlitos encontrados na América do Norte.

As três rochas apresentam razões de NJ/MgO bastante similares as dos kimberlitos do

Grupo IA Porém, amostra do corpo Batovi 6 apresenta-se relativamente mais enriquecida em

NiO (0,17%), Cr20 3 (0,24%) e Cl (0,12%) que os corpos Limeira 1 (0,11% de NiO; 0,17% de

Cr20 3 e 0,005% de Cl) e Três Ranchos 4 (0,15% de NiO; 0,200/o de Cr20 3 e 0,004% de Cl). O

maior conteúdo de Cl na rocha Batovi 6 deve-se em parte aos estágios de alteração de olivina para

serpentina, possivelmente lizardita (a lizardita apresenta alto conteúdo de C~ Egorov &

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8

6

4 -...... - 2 ~ o KIMBERIJTOSPOBRE

~ o EM MICAS 00 GRUPO IA

r-. -2

-4 OLIVINA

LAMPROITOS

-6 -4 -3 -2 -1 o 1 2 3 4 5

FATOR(2)

Figura 5.2- Diagrama binário mostrando a relação de Fatores (I) e (2) de Taylor et al., 1991 qn«/Taylor et ai. (1994). Os valores para determinação dos fatores encontram-se na Tabela 5.2. Os símbolos estão representados na Figura 5 .1.

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9BAI6(eoeUU.) + BAI6(CIBSON n ai. S..lo.-t.) DTR4(....,UU.) IB TR4(BIZZI n ai. !Ml) ii TR4(CIBSON 1t al lm) • IR4(LEONA1IDOS n ai. 1m) .6. LlMl(e .. e irO.) .. L!Ml(BIZZI n aL 1"1) v Ullll(Jo!EYER 4 SVISI!II.O,m4) ~ Ullll(CIBSON n a/.1"')

BAJXO-ll:

Ir··~-·--.. -' .. ,~ .. : .... • ,.r----- ..... ~ : f ' '

/', i

'..J

IIJMIIEI!LIIOS DO

CEUPOm

Figura 5.3 - Diagrama ternário K20- Al20 3 - Ti02 para as rochas Batovi 6 (BAT6-MT), Três Ranchos 4 (TR4-GO) e Limeira 1 (LIM1-MG). Amostras analisadas por outros autores estão também indicadas. Os campos para os kimberlitos do grupo IA, m e II são de Smith et al., (1985). O campo dos Jarnproítos são de Mitchell (1989) e o campo dos kimberlitos de baixo potássio da América do Norte são de Alibert & Albarede (1988).

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Bogdanov, I99I). Razões MgO/CaO mais elevadas do Batovi 6 (I4.08) do que Três Ranchos 4

(6,26) e Limeira I (2,80), sugerem profundidade maior e/ou diferente origem para sua

formação.

O padrão de abundância de elementos (Fig. 5.4) indica enriquecimento em elementos

litófilos e terras raras leves nas rochas analisadas, quando normalizados ao manto primitivo

(valores de normalização de Taylor & McLennan, I985). Este padrão mostra pronunciados picos

positivos em Ba, La, Ce, Nd, Sm, Gd e Er, e picos negativos de K, Sr, Zr, Ti e Y. Na Figura 5.4

são também comparados os valores médios mundiais de kimberlitos e larnproítos (Mitchell, 1989)

com relação as rochas estudadas.

As rochas Três Ranchos 4 e Limeira 1 mostram padrões de abundância dos elementos Rb,

K, Nb, Y e Yb semelhantes a média mundial dos valores encontrados em kimberlitos por Mitchell

(I989), entretanto, as rochas citadas apresentam-se mais enriquecidas em Ba, La, Ce, Sr, Nd, Zr,

Eu, Sm, Er e Yb que a média mundial. Com relação ao padrão de distribuição médio mundial dos

lamproítos (Mitchell, I989), as rochas Três Ranchos 4 e Limeira I apresentam-se mais

enriquecidas em Nb, Ce, Sr, Nd, Sm, Eu e Gd e, empobrecidas em Rb, K e Zr. A rocha Três

Ranchos 4 apresenta empobrecimento em Ti, Yb e Lu em relação ao padrão de distribuição

mundial de lamproítos e, a rocha Limeira 1 mostra-se relativamente enriquecida em Er e

empobrecida em Ba com respeito ao padrão de distribuição dos Iamproítos mundialmente

conhecidos.

A rocha Batovi 6 mostra padrão de abundância de Nb, La, Nd, Sm e Eu semelhante à

média dos elementos apresentados pelo padrão de distribuição dos kimberlitos mundiais,

entretanto, hà uma abundância relativamente maior em Ce, Nd,Ti e, menor em Rb, Ba, K, Sr, Y,

Er, Yb e Lu na rocha Batovi 6 em relação a os valores mundiais. Razões elevadas de Ce/Sr e

Ba!Rb mostradas pelo Batovi 6, são indicativos de alterações mineralógicas (Taylor et ai., 1994),

porém, razões de Zr/Nb (I,1 Batovi 6, 1,57 Três Ranchos 4 e 3,7 Limeira 1) que são pouco

afetadas por alterações intempéricas, mostram-se semelhantes a dos kimberlitos mundiais

(Mitchell, 1989).

O padrão de distnbuição dos elementos de terras raras para as rochas estudadas (Fig. 5 .5)

é linear e enclinado, com forte enriquecimento nos elementos de terras raras leves em relação aos

terras raras médios e pesados, quando normalizado aos conteúdos dos condritos (Taylor &

McLennan, I985). O conteúdo de La encontrado nas rochas Batovi 6, Três Ranchos 4 e Limeira

I é 392, 1316 e 891 vezes maior, respectivamente, que o conteúdo desse mesmo elemento nos

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~ 100

i I ~ 10

• BAT6-MT c TR4-GO o LIMl-MG

* KIMBERLITOS • LAMPROITOS

Figura 5.4 - Distribuição da abundância de elementos normalizados aos valores do manto primitivo (faylor & Mcl.ennan, 1985) para as rochas Batovi 6 (BAT6-Mf), Três Ranchos 4 (fR4-GO) e Limeira 1 (LIMI-MG). A média dos conteúdos de elementos para os kimberlitos e Iamproítos são de Mitchell (1989).

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1000

"' i 0100

~ ~

10

• BAT6-MT

c TR4-GO o LIMl-MG

~ KIMBERLITOS

• LAMPROÍTOS

Figura 5.5 - Padrão de distribuição da abundância dos elementos terras raras para as rochas Batovi 6 (BAT6-MT), Três Ranchos 4 (TR4-GO) e Limeira I (LIMI-MG), nornalizados aos valores dos meteoritos condritos (Taylor & McLennan, 1985). A média dos valores dos elementos terras raras de kimberlitos e lamproítos são de Mitchell (1989).

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meteoritos condritos. O conteúdo de Yb é de aproximadamente 3, 3 e 5 vezes maior nas rochas

Batovi 6, Três Ranchos 4 e Limeira I, respectivamente, que o conteúdo dos condritos. As rochas

estudadas apresentam razões La~ de !56 para o Batovi 6, 470 para o Três Ranchos 4 e 165

para o Limeira I. Razões elevadas de La~ apresentadas pelas rochas estudadas são

indicativas do baixo grau de fusão parcial sofrido por essas rochas.

Sabendo-se que a abundâcia de elementos de terras raras, normalmente é maior em

kimberlitos de fácies hipoabissais e kimberlitos do grupo II (Mitchell, 1986) e que kimberlitos

localizados sobre área cratônicas apresentam maior abundância nesses elementos (N"txon et

a/.,1981 apud Mitchell, 1986), as rochas Três Ranchos 4 e Limeira I confirmam esse

enriquecimento, sendo relativamente maiores até que a média mundial de kimberlitos e lamproítos

(Fig 5.5).

Considerando as razões de Zr!Nb, Ba!Nb e Ce/Sr, Nb!La (Taylor et ai., 1994) os corpos

Três Ranchos 4 e Limeira 1 aproximam-se dos campos de kimberlitos do Grupo II e olivina

lamproítos, e o Batovi 6 do campo dos kimberlitos do Grupo IA.

A amostra Batovi 6 foi também analisada para os isótopos de Sm, Nd e Sr. Os conteúdos

de Rb, Sr, Sm e Nd foram 20 ppm, 343 ppm, 11 ppm e 84 ppm, respectivamente para essa

amostra. As razões isotópicas determinadas foram 147Sm/144Nd = 0.076932, 14~dP~d =

0.512701 e 87Srf6Sr = 0.70440, confirmando a sua assinatura de kimberlito do Grupo I

(Smith, I985), e diferindo portanto dos kimberlitos da província do Alto Paranaíba que apresentam

assinaturas isotópicas de kimberlitos transicionais entre os Grupos I e ll (Clark et a/.,1991),

representando assim um campo distinto e exclusivo para a província do Alto Paranlllba (Bizzi et

a/.,1994), como mostra a Figura 5.6.

Semelhante aos kimberlitos do grupo I da África do Sul (Smith, 1983), a intrusão Batovi

6, apresenta idade radiogênica futura (com valores negativos). A idade modelo pelo métodos Rb­

Sr e Sm-Nd em relação a uma fonte de reservatório uniforme (CHUR-Source) apresentou idade

de- 91 M.a. e -54 M.a, respectivamente.

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0.51J

"CC z 0.5128

~ ..... - 0.5126

~ ~ ..... 0.5124

•[LUII-MG Tlt4 · GO

~~==

(( ......... -u~--~~---.----cc----~---*

1.05 1.1 Lt! l.l IU5 U

B.UALTOS A!WU. T.......,..,Á

147 Sm 1144 Nd

0.51ll v/ JClMDJll.ITOS DOGRllPOD

0.512+-----,-----,-----~~~r---~~--~r---~-----T-----+ 0.7 0.702 0.704 8.706 8.7118 0.710 0.712 0.714 8.716 0.718

87 Sr/86 Sr

Figura 5.6- Diagrama de razões isotópicas 17Sr/'6Sr versus 14~d/144Nd para o kimberlito Batovi 6 (BAT6-MT). Os campos de kimberlitos do gupo I, TI, transicionais e os campos dos kimberlitos da provincia do Alto Paranaíba (Três Ranchos 4, TR4-GO e Limeira 1, LIM1-MG) foram modificado de Bizzi et a/., (1994). O quadro menor no canto superior direito mostra ENd versus 147Sm/1~d para o Batovi 6. O campo dos basaltos da Bacia dos Pareeis (Formações Anari, RO e Tapirapuã, MT) foram extraidos de Montes-Lauar et a/. (1991).

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CAPÍTULO VI

CONCLUSÕES

Uma síntese dos resultados obtidos nos trabalhos de revisão, no campo, estudos

petrográficos, química mineral, química de rocha total e isótopos radiogênicos, é mostrado no

Quadro 6.1. As informações desse quadro são resumidas a seguir.

O corpo Batovi 6 caracteriza-se como um kimberlito de facies diatrema, formado por uma

brecha tufissítica semelhante na mineralogia, química mineral e litogeoquímica aos kimberlitos

do Grupo IA, que indicam corpos situados sobre área cratônica na Áfiica do Sul.

Além das texturas resultantes de esforços apresentadas pelos xenocristais de ilmenitas e

granadas, esse último mineral mostrou alto conteúdo de sílica em sua estutura indicando pressão

(50 a 87 kbar) e temperatura (1358 a 1428° C) elevadas, semelhante a granadas deformadas de

alta temperatura. O kimberlito Batovi 6 apresentou assinatura isotopica (86Sri'17Sr e14'Nd/144Nd)

que confirma a sua formação em um manto astenosférico fértil em componetes basálticos. No

entanto, os conteúdos elevados de Ti02, Al20 3 e CaO apresentados pelas ilmenitas e o alto teor

de Ti02 em granadas, estão sugerindo a ocorrência de processos metassomáticos no manto, os

quais podem ter sido prejudiciais à preservação dos diamantes. Da mesma forma, as composições

químicas dos óxidos presentes no Batovi 6 podem estar indicando condições relativamente

oxidantes, favoráveis à grafitização total ou parcial dos diamantes, que podem ter sido

eventualmente amostrados no manto por esta intrusão.

As rochas Limeira 1 e Três Ranchos 4, além de apresentarem partes de seus condutos

principais (pipes} encobertos por sedimentação recente, afloram em campo também como sills e

diques respectivamente. Além de texturas de segregação globulares e texturas magmáticas de

fluxo, essas duas intrusões apresentam mineralogia semelhante aos kimberlitos macrocristalinos

(grupo I), de facies hipoabissal. Porém, com relação aos conteúdos de elementos maiores a

intrusão Limeira !assemelha-se aos kimberlitos do grupo m (ricos em CaO, P20 3, Nb, Zr e Y,

Smith et ai., 1985). Entretanto, estudos isotópicos (Sm-Nd, Rb-Sr e Pb-Pb) anteriores (Bizzi et

a/., 1991; Bizzi et a/.,1994; Meyer & Svisero, 1991; Meyer et a/., 1994) das intrusões Três

Ranchos 4 e Limeira 1, revelaram tratar -se de kimberlitos transicionais (Clark et a/., 1991) entre

o grupo I e II da Áfiica do Sul, caracterizando assim, um campo distinto e exclusivo para a

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PROVÍNCIAS KIMBERLÍTICAS I DIAMANTÍFERAS

PROVÍNCIAS PARANATINGA ALTO PARANAÍBA (MG eGO) (MT)

INTRUSÕES BATOVI6 TRÊS RANCHOS 4 LIMEIRA I

IDADES 120 M.a. (U-Pb, 95 ± 9 M.a. (Rb-Sr, 95 ± 8 M.a. (Rb-Sr, mica)2

zircão)' mica)2

GRUPO GRUPO I ( ESR- TRANSICIONAL ENTRE OS GRUPOS I e II (e SR ISOTÓPICO ENd) ENd)2

ROCHA FM.DIAMANTINO GRANITO GÁISSICOS (700- 800 M.a.) ENCAIXANTE (547 M.a.)

ÚLTIMO EVENTO PARGUAZENSE BRASILIANO (450- 750 M.aY (1.5 - 1.6 G.a)3

FÁCIES DIA TREMA lllPOABISSAL lllPOABISSAL (C/SIIL) (BRECHA) (C/DIQUE)

XENOCRISTAL GRANADA DE (GRANADA DE SEM GRANADA ALTA BAIXA TEMPERATURA TEMPERATURAt

MACROCRISTAL ILMENITA SEM ILMENITA ILMENITA

PRESSÃO E 50 a 87 kbar e (55,5 a 78kbar e 977° (20 kbar e 750° a 850°C)5

TEMPERATURA 1366° - 1428° c a 1273°Ct

MATRIZ SERPENTINA- SERPENTINA- SERPENTINA-CALCITA-PEROVSKITA- FLOGOPITA- MONTICELIT A CALCITA CALCITA

INDÍCIOS INDÍCIOS INDÍCIOS INDÍCIOS MINERALÓGICOS FAVORÁVEIS FAVORÁVEIS, DESFAVORÁVEIS P/ DIAMANTE (BAIXO TEOR DE

DIAMANTES)3•4

Quadro 6.1 - Síntese da mineralogia, texturas petrográficas, assínaturas isotópicas e idade para as roei estudadas. Estão apresentadas também as rochas encaixantes e a idade do último evento q1 possivelmente, rernobilizou o manto da região onde foram geradas essas íntrusões. 1, Davis (1977); 2, Bi et a/. (1991), 3, Gonzaga & Tompkíns (1991); 4, Leonardos et a/.(1993); 5, Svisero et a/. (1984).

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província do Alto Paranatba (Bizzi et a/.,I994).

Embora, os estudos de elementos maiores Si02, Al20 3, MgO, CaO e NazO de Meyer et

a/. (I994) e as razões elevadas Ca0/Al20 3 = 5.47 e La!YbN = 165 de Gibson et ai., (1995)

indicarem a rocha Limeira I como de afinidade kamafugítica, essa rocha mostra quantidades

modais maiores de olivína e teores de MgO maiores que os kamafugítos do leste da África.

Composições isotópicas (Rb-Sr e Sm-Nd, Meyer et a/., 1994) do Limeira I são diferentes dos

kamafugítos e sobrepõem o campo dos kimberlitos Transicionais (Bizzi et a/., 1994).

Apesar de alguns óxidos (ilmenita) apresentarem enriquecimento em crôrnio e manganês

para a rocha Limeira I, indicativo de baixa fugacidade de oxigênio (lo-• atm), a ausência de

granada nessa rocha, a baixa razão MgO/CaO e a sua assinatura isotópica (Rb-Sr eSm-Nd),

sugerem que esta intrusão foi formada em uma porção relativamente rasa do manto litosférico,

possivelmente fora do campo de estabilidade do diamante.

Embora apresentando assinaturas isotópicas (Rb-Sr, Sm-Nd e U-Pb) de kimberlito

Transicional, a intrusão Três Ranchos 4 mostra porções da matriz relativamente ricas em flogopita,

o que, associado aos resultados de química de crornitas (Danni et a/., I99I) e de rocha total,

apontam para um kimberlito enriquecido em rnicas, semelhante aos kimberlitos do Grupo II.

Entretanto, são conhecidos fácies enriquecidas em rnicas mesmo em kimberlitos do Grupo I e

Transicionais (Mitchell, 1989). O kimberlitoTrês Ranchos 4 foi formado a temperaturas entre 977

e I273° C e pressões de 55,5 a 78 kbar (Leonardos et ai., I993), portanto, no intervalo de

temperatura de equihbrio do diamante no manto litosférico ("diamondwindow" de Griffin et al.,

I989b ). Essa rocha apresenta também assinaturas mineralógícas, por exemplo, olivína rica em

forsterita (Fo-J e crornita magnesiana (Cr20 3 > 60% ), semelhantes às encontradas em inclusões

em diamantes. Também apresenta crornita magnesiana indicando cristalização sob baixa

fugacidade de 0 2 e química de rocha total favoráveis à formação e preservação de diamantes.

Talvez o seu baixo teor em diamantes esteja relacionado à que somente se encontre preservado

o seu fácies hipoabissal e que outras porções mais ricas tenham sido erodidas. A descrição de

brecha de falha contendo frangmentos angulosos de rocha encaixante próximo ao kimberlitos Três

Ranchos 4 caracteriza a zona de raiz da fácies hipoabissal (Clement & Reid, 1989).

Além de diferenças litogeoquímicas (Rb-Sr e Sm-Nd) entre os tipos petrográficos

encontrados nas províncias de Paranatinga (ainda não identificado carbonatitos) e do Alto

Paranaíba, esses eventos intrusivos ocorreram também em diferentes idades. Aparentemente, o

evento tectono-magrnático ocorrido no Mesozóico na província de Paranatinga (121 M.a.,

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kimberlitos, Davis, 1977; 197 M.a. basaltos Anari e Tapirapuã, Montes-Lauar et ai., 1994), parece

ter-se iniciado um pouco antes do evento da provincia do Alto Paranaíba.

A respeito de prováveis guias de campo para prospecção de corpos kimberlíticos na

Provincia de Paranatínga podem ser feitos alguns comentários.

Além das feições estruturais da área que mostram rochas encaixantes levemente dobradas

e falhadas, as diferenças na coloração dos solos mais escuros e a vegetação mais densa sobre o

solo kimberlitico, deve-se atentar para o fato de que os minerais resistatos que representam fases

mineralógicas do manto superior, normalmente estão representados por granada, piroxênio,

espínélio e ilmenita.

A proximidade do corpo kimberlitico pode ser também estimada através da quantidade de

grãos dos minerais satélites, angulosidade e bordas de kelifita em granada e perovskíta em

ilmeníta.

Em campanha de prospecção através de concentrados de mínerais pesados torna-se

importante a procura de granada piropo, diopsídio cromífero, ilmeníta magnesiana, que são

mínerais índicativos de rochas peridotiticas do manto litosférico. Entretanto, deve-se ter em mente

que, se esses mínerais ocorrem somente como traços em alguns kimberlito e/ou lamproíto e seus

xenólitos, onde a suíte predominante seja de eclogitos. Assim, esses depósitos podem não ser

encontrados mediante utilização apenas de minerais índicadores da suíte peridotítica.

De acordo com a revisão bibliográfica, alguns guías de química míneral são normalmente

utilizados na prospecção, caracterização e avaliação de kimberlitos. Entre eles, o baixo conteúdo

de crômio e alto sódio em granada, semelhantes aos encontrados na rocha Batovi 6, caracterizam

diamantes da suíte eclogitica. Entretanto, elevados conteúdos de titânio e alta razão Fe3+/Fe, são

índicativos de evento metassomático com enriquecimento nesses elementos, e de fugacidade de

oxigênío relativamente alta, o que pode ter conduzido à oxidação (grafitizando) dos diamantes

amostrados no manto pela íntrusão.

Por outro lado, diamantes da suíte peridotítica podem ser índicados pelos mínerais do

manto formadores da rocha Três Ranchos 4, os quais apresentam conteúdos elevados de magnésio

e crômio, como os índicados pelas olivinas, flogopita e cromita dessa rocha, a qual também se

caracteriza pela ausência de ilmenita. Possivelmente, o estágio magmático tardio rico em titânio

não tenha sido suficiente para a cristalização de ilmeníta, ficando restrito à enriquecimentos de

bordas de flogopita e cromita na rocha Três Ranchos 4 (Danní et ai., 1991). Sendo assim, na

região do campo kimberlitico de Três Ranchos, GO, a ilmeníta não representaria um míneral guia

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determinante para prospecção de novos corpos.

Recorde-se que a maioria dos diamantes da suíte de eclogitos são encontrados

normalmente em kimberlitos e/ou lamproítos posicionados nas margens de cratons arqueanos e,

que os eclogitos têm sido considerados como antigas placas oceânicas subductadas (Kesson &

Ringwood, 1989). Considerando a borda sul do Escudo do Guaporé, essa afirmativa parece contar

com alguns pontos a favor. Primeiro porque é válido considerar o possível embasamento para

região de Juína e Paranatinga como sendo o cinturão móvel Rio Negro Juruena (Tompkins, 1994),

de acreção proterozóica a um núcleo arqueano, considerado como um ambiente de arco de ilha

com idade entre 1,5 - 1, 75 G.a (Teixeira et a/., 1989). Além disso, cerca de 50% das inclusões de

granada nos diamantes de Juína são de eclogitos (Wilding et a/., 1991) e 50% dos macrocristais

de granada do Batovi 6 também são de eclogitos (razão Cr/Cr + AI semelhante a granada de

eclogito subductado ), o que parmite concluir que há uma forte contribuição de diamantes da suíte

eclogitica nessa faixa, o que deve ser levado em conta na prospecção e avaliação de fururas

ocorrências.

Por outro lado, se uma paragênese contendo granada peridotito do tipo G 1 O ( subcálcica)

exclui uma suíte contendo clinopiroxênio (Boyd & Gumey, 1982; apud Jacob et a/., 1993), esse

tipo de granada não será de grande utilidade na prospecção para a região de Paranainga e Juína.

Finalmente, como os lamproítos ocorrem predominantemente em cinturões móveis proterozóicos

(Tompkins, 1994) e apresentam paragênese dominantemente de eclogitos (granada almandina, G5,

ilmenita manganesífera, cromita, zircão e turmalina dravita, Fipke, 1994), é bem provável a

ocorrência desse tipo de rocha na região de Paranatinga e Juina, e, sendo recomendável que os

minerais indicadores de lamproítos devam ser incluídos na prospecção e avaliação de tais

ocorrências.

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ANEXOS (TABELAS)

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ROCHA MBAT6 mBAT6 MTR4 mTR4 MLIMI mLIMI

n I I 8 I 5 I

OXIDOS(%)

Sí02 38.93 40.56 41.10 39.77 39.% 41.15

TiO, 0.05 0.01 0.01 0.00 0.03 0.02

A!, O, 0.00 0.00 0.01 0.01 0.02 0.00

Cr20 3 0.01 0.00 0.02 0.02 0.01 0.00

Mgü 46.71 49.02 49.59 50.84 44.41 46.49

CaO 0.02 0.03 0.02 0.03 0.05 0.02

MnO 0.15 0.09 0.10 0.11 0.19 0.20

Feü 12.75 9.65 8.72 8.31 15.33 12.77

NíO 0.34 0.39 0.41 0.36 0.27 0.34

TOTAL 98.96 99.75 99.% 99.45 100.26 100.99

N" A TOMOS NA BASE 4 OXIG~NIOS

Sí 0.981 0.997 1.003 0.978 1.002 1.011

Tí 0.001 0.000 0.000 0.000 0.001 0.000

AI 0.000 0.000 0.000 0.000 0.001 0.000

Cr 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000

Mg 1.755 1.797 1.805 1.863 1.661 1.703

Ca 0.001 0.001 0.000 0.001 0.001 0.001

Mn 0.003 0.002 0.002 0.002 0.004 0.004

Fe 0.269 0.198 0.178 0.171 0.322 0.262

Ní 0.007 0.008 0.008 0.007 0.005 0.007

TOTAL 3.018 3.003 2.997 3.022 2.997 2.988

Ní/Fe 0.026 0.039 0.045 0.042 0.017 0.026

%MOL.Fo 86.72 90.05 91.02 91.60 83.77 86.65

Tabela 4.1 - Composições químicas médias de macrocristais (M) e microcristais (m) de olivina das rochas Batovi 6 (BAT6), Três Ranchos 4 (TR4) e Limeira 1 (LIM1). Os símbolos %MOL. Fo e n, indicam porcentagem molar de forsterita e número de análises, respectivamente.

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ROCHA MCBAT6 MBBAT6 rnBAT6 MCLIM1 MBLIM1 mLIM1

n 8 8 6 3 4 2

ÓXIDOS(%)

Si O, 0.03 0.02 0.03 0.02 0.04 0.00

TiO, 54.13 54.63 54.19 52.22 51.77 52.44

AI, o, 0.53 0.52 0.65 0.08 0.21 0.10

Cr20 3 0.36 0.53 0.82 3.34 4.76 0.83

Fe,O, 6.13 5.51 13.97 4.88 4.00 7.88

MgO 12.20 12.94 15.99 11.59 12.09 10.68

CaO 0.04 0.08 0.15 0.04 0.06 0.05

MnO 0.25 0.30 0.43 0.40 0.51 0.48

Feü 27.22 26.37 13.91 27.53 26.89 28.11

TOTAL 100.89 100.90 100.15 100.10 100.33 100.58

N" DE ÁTOMOS NA BASE DE 3 OXIGÊNIOS

Si 0.001 0.000 0.001 0.000 0.001 0.000

Ti 0.932 0.936 0.903 0.914 0.902 0.918

AI 0.014 0.014 0.017 0.002 0.006 0.003

C r 0.006 0.009 0.014 0.061 0.087 0.015

Fe'"' 0.106 0.095 0.231 0.085 0.069 0.138

Mg 0.416 0.439 0.527 0.402 0.417 0.370

C a 0.001 0.002 0.004 0.001 0.001 0.001

Mn 0.005 0.006 0.008 0.008 O.oJO 0.009

Fe2+ 0.522 0.503 0.261 0.536 0.521 0.548

TOTAL 2.003 2.004 1.965 2.011 2.016 2.003

%MOLAR

ILMENITA 52.22 50.33 27.30 52.57 50.81 54.55

GEIKIELITA 41.66 43.88 57.64 39.43 40.61 36.86

HEMATITA 5.30 4.75 13.36 4.22 3.41 6.88

ESKOLAÍTA 0.33 0.47 0.81 3.00 4.20 0.76

PJROFANJTA 0.49 0.58 0.89 0.78 0.97 0.95

Tabela 4.2- Composições químicas médias de macrocristais (M) e microcristais (m) de ilmenita magnesiana das rochas Batovi 6 (BAT6) e Limeira 1 (LIMl ). n, representa o número de análises, C, análise realizada no centro do grão e B, na borda. As frações molares são: ilmenita (FeTi03);

geikielita (MgTi03); pirofaníta (MnTi03); hematita (F~03); e eskolaita (Cr20 3).

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AMOSTRA I 2 3 4 5 6

n' 6 8 9 ll 4 4

SiO, 41.10 41.86 43.09 43.04 41.64 42.97

TiO, 0.88 0.53 0.71 0.93 0.00 0.74

AI,O, 18.63 20.63 20.90 21.14 22.01 21.56

er,o, 5.43 3.46 2.27 1.47 2.36 1.30

Fe,O, 1.14 0.63 1.53 1.71 0.05 1.57

MgO 20.69 20.42 19.73 19.54 18.89 19.95

CaO 5.21 5.01 4.88 5.19 5.26 4.93

MnO 0.31 0.30 0.30 0.29 0.46 0.26

FeO 6.33 6.90 7.45 7.29 9.17 7.45

NiO 0.00 0.02 0.01 0.01 0.03 0.01

Na,O 0.08 0.04 O.G7 0.06 0.00 0.05

TOTAL 99.79 99.80 100.94 100.68 99.87 100.79

N' DE CÁTIONS NA BASE 12 OXIGtNJOS

Si 2.967 2.995 3.045 3.045 2.993 3.033

Ti 0.048 0.029 0.038 0.049 0.000 0.039

AI 1.584 1.740 1.741 1.762 1.865 1.793

Cr 0.311 0.196 0.127 0.082 0.134 0.073

Fe" 0.062 0.034 0.081 0.091 0.002 0.083

Mg 2.226 2.179 2.078 2.061 2.025 2.099

Ca 0.403 0.384 0.370 0.394 0.405 0.373

Mn 0.019 0.018 0.018 0.017 0.028 0.016

Fe" 0.382 0.413 0.440 0.431 0.551 0.440

Ni 0.000 0.001 0.000 0.001 0.002 0.001

Na 0.012 0.006 0.009 0.008 0.001 0.006

TOTAL 8.013 7.994 7.948 7.942 8.006 7.956

%MOLAR

PIROPO 69.15 73.03 71.86 71.89 67.28 72.27

ALMAND. 11.89 13.84 15.22 15.05 18.31 15.15

UVAROV. 14.14 9.85 6.60 4.08 6.67 3.77

ANDRAD. 4.22 2.57 5.39 6.02 0.14 5.52

GROSSUL. 0.00 0.10 0.30 2.38 6.67 2.75

ESPESS. 0.59 0.61 0.63 0.59 0.93 0.55

Tabela 4.3 - Composições químicas médias de macrocristais de granada da rocha Batovi 6. As análises 3 e 4 são amostras de concentrado, as demais são amostras de rocha. n, indica o número de análises.

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AMOSTRA BAT6 LIM1

ÓXIDOS(%)

Si O, 54.29 55.56

TiO, 0.30 0.21

AI, O, 2.59 0.31

cr,o, 1.28 1.08

Mgü 17.63 17.51

CaO 16.87 21.61

MnO 0.12 0.10

FeO 3.45 3.41

Na, O 1.57 0.76

K,O 0.05 0.00

TOTAL 98.15 100.55

N" DE CÁ TIONS NA BASE 6 O XI GÊNIOS

Si 1.986 2.006

Ti 0.008 0.006

AI 0.111 0.013

Cr 0.037 0.031

Mg 0.961 0.942

Ca 0.661 0.836

Mn 0.004 0.003

Fe 0.105 0.103

Na 0.111 0.053

K 0.002 0.000

TOTAL 3.988 3.993

%MOLAR

WOLASTONITA 38.18 44.66

ENSTATITA 55.51 49.87

FERROSILITA 6.31 5.48

Mg!(Mg + Fe'"') 0.90 0.90

Ca/(Ca+Mg) 0.41 0.47

2Na/(2Na+Ca+Mg+Fe'"') 0.11 0.10

Tabela 4.4 - Composições químicas de macrocristais de clinopiroxênio das rochas Batovi 6 (BAT6) e Límeira 1 (LIMl).

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AMOSTRA I 2 3 4

n I 11 2 6

ÓXIDOS(%)

SiO, 43.74 42.91 42.13 33.76

TiO, 0.21 l.S8 1.46 0.16

AI,O, 9.27 10.83 8.37 3.04

Cr,O, 1.17 0.49 0.08 0.00

MgO 28.20 23.09 24.26 33.12

CaO 0.06 0.03 0.06 0.24

MnO 0.10 0.02 0.06 0.11

FeO 3.38 3.31 7.69 0.12

Na,O 0.12 0.13 0.12 0.08

K,O 7.36 7.93 8.70 0.27

H,O 3.92 3.99 3.39 3.66

F 0.71 1.31 1.20 0.02

C! 0.00 0.00 0.00 0.33

O=F,K,Cl -0.30 0.59 1.92 -0.09

TOTAL 100.14 100.27 99.67 87.82

N" DE CÁTIONS NA BASE 24 OXIGJlNJOS

Si 6.163 6.117 6.233 3.694

Ti 0.022 0.170 0.163 0.019

AI U40 1.821 1.463 0.939

Cr 0.130 0.033 0.009 0.000

Mg 3.923 3.332 3.367 7.862

Ca 0.001 0.004 0.009 0.042

Mn 0.012 0.003 0.008 0.013

Fe 0.634 0.636 0.933 1.227

Na 0.033 0.036 0.034 0.024

K 1.339 1.441 1.647 0.033

H 3.683 3.797 3.337 3.897

F 0.316 G.610 0.364 0.010

C! 0.000 0.000 0.000 0.090

TOTAL 19.833 20.022 20.031 19.896

Mg'(Mg+Fe) 0.90 0.89 0.83 0.87

Tabela 4.5 - Composições químicas médias de tlogopita. As análises I e 2 são de macrocristais da rocha Limeira I; 4, macrocristal do Batovi 6; e 3, microcristais em segregação na matriz da rocha Três Ranchos 4.

I07

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1 2 3 4 5 6 7 8

n 1 3 4 4 9 1 1 2

Si02 0.03 0.07 0.33 0.03 0.07 0.04 0.03 0.07

Ti02 0.03 2.12 11.07 0.12 0.28 15.25 0.47 16.96

A203 41.73 0.25 0.85 28.22 14.21 0.60 11.61 11.43

Cr20 3 26.97 52.96 23.94 40.26 52.90 1.49 53.61 2.96

F~03 1.00 16.78 38.57 1.94 4.01 56.75 7.64 44.40

V203 0.1 0.64 0.31 0.17 0.26 0.05 0.28 0.12

MgO 15.52 7.01 11.82 13.53 10.89 7.10 11.31 16.08

MnO 0.30 0.74 1.17 0.39 0.53 0.90 0.50 0.69

FeO 14.22 20.40 11.90 15.16 16.91 19.70 16.39 7.49

ZnO 0.44 0.18 0.09 0.15 0.13 0.05 0.13 0.02

NiO 0.13 0.21 0.16 0.12 0.13 0.09 0.15 0.12

TOTAL 100.55 101.37 100.22 100.08 100.32 102.02 102.12 100.35

N" DE CÁTIONS NA BASE 32 OXIGÊNIOS

Si 0.007 0.019 0.089 0.007 0.017 O. OII 0.008 0.017

Ti 0.005 0.445 2.223 0.021 0.055 3.113 0.090 3.126

A 11.012 0.083 0.267 7.963 4.312 0.192 3.502 3.302

C r 4.774 11.667 5.051 7.621 10.769 0.320 10.847 0.573

Fe3• 0.168 3.522 7.747 0.349 0.776 11.591 1.471 8.189

v 0.032 0.142 0.066 0.033 0.053 0.011 0.057 0.024

Mg 5.180 2.916 4.704 4.831 4.181 2.873 4.315 5.875

Mn 0.057 0.174 0.264 0.079 0.116 0.207 0.108 0.144

Fe2• 2.663 4.759 2.657 3.035 3.641 4.472 3.508 1.535

Zn 0.073 0.038 0.018 0.026 0.024 O.oiO 0.025 0.004

Ni 0.023 0.048 0.035 0.024 0.028 0.020 0.031 0.025

TOTAL 23.995 23.823 23.122 23.989 23.972 22.819 23.963 22.813

Tabela 4.6 - Composições químicas de minerais do grupo do espiné"io. Aná"ises I e 2 são macrocristais e 3 microcrista". do Limeira 1; 4 e 5, macrocristais e 6, borda de textura em atol/ do Três Ranchos 4; 7 rnacrocrista·. e 8 microcrista·. do Bato vi 6.

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IC 2B 3C 4B 5C 6B

n 1 2 1 2 I 2

(%)

Si02 3.45 1.13 6.84 3.72 3.40 3.70

Ti02 54.92 56.61 51.16 53.98 54.49 54.41

c~ o, 1.83 1.03 7.44 3.74 3.47 2.66

Al203 0.32 0.30 0.03 0.04 0.07 0.05

L~~;z03 0.53 0.47 3.04 1.75 1.07 0.99

MgO 0.08 0.07 0.03 0.04 0.03 0.04

C aO 37.29 39.11 28.67 34.93 35.81 36.50

FeO 1.03 0.97 1.18 0.99 1.12 1.11

N~~;zO 0.48 0.26 1.58 0.80 0.54 0.51

TOTAL 99.93 99.94 99.97 99.99 100.00 99.97

N" DE CÁTIONS NA BASE 12 OXIGÊNIOS

Si 0.311 0.102 0.627 0.340 0.310 0.336

Ti 3.725 3.871 3.528 3.708 3.732 3.711

C e 0.058 0.033 0.238 0.119 0.110 0.084

AI 0.034 0.032 0.003 0.004 0.007 0.005

La 0.018 0.016 0.103 0.059 0.036 0.033

Mg 0.011 0.009 0.004 0.005 0.004 0.005

C a 3.604 3.810 2.817 3.419 3.494 3.547

Fe 0.078 0.074 0.090 0.076 0.085 0.084

Na 0.084 0.047 0.281 0.142 0.095 0.090

TOTAL 7.922 7.993 7.693 7.872 7.874 7.895

Lai(La+Al) 0.34 0.33 0.97 0.93 0.83 0.87

Cei(Ce+Na) 0.41 0.41 0.46 0.46 0.54 0.48

Ti!Fe 47.95 52.48 38.99 48.77 43.75 44.08

Tabela 4. 7 - Composições químicas médias de microcristais de perovskita nas rochas Batovi 6 (análises 1 e 2), Três Ranchos 4 (3 e 4) e Limeira 1 (5 e 6). As letras C e B, indicam centro e borda, respectivamente; n, o número de análises.

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AMOSTRAS BAT.61 BAT.62 TR.4t TR.42 LIM.1 1 LIM.12

ÓXIDOS(%)

Si02 32.4 32.67 33.8 33.69 29.1 29.30

Ti02 3.2 3.49 1.3 1.35 2.3 2.35

A1203 3.3 3.45 2.2 2.29 1.9 1.7

Cr20 3 0.24 - 0.20 - 0.17 -F~03 1l.l 12.76* 5.9 9.63* 7.5 12.1*

FeO l.3 - 3.7 - 3.4 -

MgO 31.7 31.76 32.0 31.48 29.4 29.07

MnO 0.21 0.32 0.19 0.21 0.20 0.23

C aO 2.3 2.59 5.4 5.68 10.4 10.65

NiO 0.17 - 0.15 - O.ll -N~O 0.09 0.09 0.18 0.19 0.07 0.08

K20 0.24 0.24 1.5 1.52 0.72 0.66

P20s 0.65 0.67 2.0 2.31 2.4 2.62

F 0.067 - 0.51 - 0.22 -CI 0.12 - 0.004 - 0.005 -

P.F. 12.69 12.71 10.19 9.64 11.38 11.03

H2o- - 0.53 - 0.61 - 0.62

O=F O.oJ - 0.21 - 0.09 -TOTAL 99.75 101.49 99.01 98.60 99.19 100.41

Mg# 0.83 0.83 0.86 0.86 0.83 0.82

I. C. l.l1 l.l2 1.03 1.05 1.01 1.03

I. ILM. 0.48 0.50 0.31 0.32 0.43 0.31

p.p.m.

Ba 874 - 3917 - 2226 -Ni - 1619 - 1532 - 1297

Th <5 - 24 - 8 -

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Ta <5 - <5 - <5 -Nb 135 185 2ll 292 133 195

Cs <5 - ll - 8 -

u <lO - <lO - <lO -Rb 22 17 86 lll 65 89

Hf <8 - <8 - lO -Sr 328 305 2381 2550 1668 1931

Zr 139 131 331 283 492 458

Cu - 183 - 47 - 60

Ga - 7 - <6 - 6

y 6 14 19 24 26 35

Zn - 78 - 75 - 94

La 144.3 - 483.8 - 327.0 -

C e 294.6 - 916.8 - 778.4 -

Nd 107.6 - 314.4 - 328.2 -

Sm 14.9 - 37.32 - 45.69 -Eu 2.8 - 6.02 - 8.89 -

Gd 7.3 - 14.62 - 21.48 -

Dy 3.7 - 7.0 - 10.74 -H o 0.6 - 1.04 - 1.83 -

E r 1.2 - 1.94 - 3.37 -Yb 0.6 - 0.7 - 1.34 -Lu 0.07 - 0.08 - 0.16 -

Tabela 5.1 -Análises químicas de rocha total dos kimberlitos Batovi 6 (BAT6), Três Ranchos 4 (TR4) e Limeira l (LIMl). As análises de amostras com expoente l foram realizadas pelo GEOLAB, MG e com expoente 2 pelo S.AI.GIUNICAMP. F~03" indica ferro total; Mg# representa o número de magnésio Mgi(Mg + Fe + Mn); (l.C.), Índice de contaminação e (I.llm).Índice de llmenita.

lll

Page 131: UNICAMPrepositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/287190/1/Costa_VicenteS… · granada apresentam teores de Na,O, Al,O, e Si O, semelhantes aos de granada eclogítica inclusa em diamantes

ELEMENTO FATOR(l) FATOR(2)

Sl02 -0,2733 0,1260

Ti02 -0,0643 0,7271

Al203 -0,0076 0,1057

FeOt 0,2366 0,0594

MnO 1,7709 - 0,6483

MgO 0,0003 -0,0770

C aO 0,3107 0,0245

Na, O 0,1970 0,6801

K20 -0,1979 -0,0156

P,O, -0,4078 0,3448

CONSTANTE 4,5961 -6,1568

Tabela 5.2 - Coeficientes para o cálculo das funções discriminantes - fator (1) e fator (2) de Taylor & Rock, 1991 apud Taylor et al (1994). A tabela apresenta os coeficientes utilizados para os cálculos baseados apenas em análises de elementos maiores (% em peso), como mostra a Figura 5.2. Os cálculos são feitos como mostra o exemplo: Fator (1) = Flx(SiO,) + Flx(TiO,) + Flx(AI20 3) + ... Constante.

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