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Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza Marcelo Garcia dos Santos de Paula A inter-relação de capital intelectual e desempenho organizacional em tempos de Pós-Modernidade São Paulo Janeiro/2015

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Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza

Marcelo Garcia dos Santos de Paula

A inter-relação de capital intelectual e desempenho organizacional em tempos de

Pós-Modernidade

São Paulo

Janeiro/2015

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Marcelo Garcia dos Santos de Paula

A inter-relação de capital intelectual e desempenho organizacional em tempos de

Pós-Modernidade

Monografia apresentada como exigência parcial para conclusão do Curso de Pós-Graduação MBA em Gestão de Projetos e Processos Organizacionais do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, sob a orientação do Prof. Me. Durval Cordas.

São Paulo

Janeiro/2015

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Eu, Marcelo Garcia dos Santos de Paula, autorizo o Centro Estadual

de Educação Tecnológica Paula Souza a publicar minha monografia

em versão eletrônica, além do e-mail, no site da Instituição e na

Biblioteca da Fatec-SP.

São Paulo, 4/12/2014

Nome do Aluno e Assinatura

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TERMO DE APROVAÇÃO

Marcelo Garcia dos Santos de Paula

A inter-relação de capital intelectual e desempenho organizacional em tempos de

Pós-Modernidade

Monografia apresentada e aprovada em 4/12/2014

Prof. Me. Durval Cordas — Orientador

Profa. Dra. Marta Fabiano Sambiase — Convidada

Prof. Dr. Edson Costa — Convidado

São Paulo

Janeiro/2015

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A Alessandra Paula F. Garcia,

companheira da vida, pela paciência,

dedicação e opiniões que serviram de

firmamento para concepção e conclusão

deste material.

Page 6: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado saúde suficiente para vivenciar experiências que

me possibilitaram o desenvolvimento deste material.

Ao mestre Durval Cordas, nas orientações ao longo da construção do mesmo.

Ao Dennis Marques Reis, por ter me incentivado a fazer um curso de MBA.

A Irlene Demeneck, que me presenteou com o livro “A Quinta Disciplina” e que me

abriu horizontes para refletir sobre a gestão do conhecimento e a sua relação com o

capital intelectual.

À Dra. Suzana Helena de Avelar Gomes, por ter me apresentado os livros de

Zygmunt Bauman que me despertaram novas formas de analisar a evolução da

sociedade e os impactos da Pós-Modernidade.

Aos meus pais, irmãos e amigos, que me inspiraram a ser uma pessoa de bem e me

ensinaram a batalhar para realizações na vida.

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“As organizações mais bem-sucedidas

serão as que aprendem”.

(Peter Senge)

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RESUMO

PAULA, Marcelo G. S. de. A inter-relação de capital intelectual e desempenho

organizacional em tempos de Pós-Modernidade. 2014. 46 f. Monografia (MBA em

Gestão de Projetos e Processos Organizacionais). Centro Estadual de Educação

Tecnológica Paula Souza, São Paulo, 2015.

O presente trabalho tem por objetivo geral identificar a inter-relação entre capital

intelectual e desempenho organizacional nas empresas, considerando a

diferenciação no posicionamento a partir do foco estratégico com base na análise de

ambientes de comercialização de produtos e serviços. Tem também o objetivo

específico de estimular reflexões sobre a Pós-Modernidade, distinguindo mudanças

de conceitos provenientes da evolução tecnológica, da redefinição de valores e do

desenvolvimento do pensamento humano na sociedade. Elenca conceitos de

Gestão do Conhecimento que converte a aprendizagem organizacional em capital

intelectual, identificando transformações nos processos ocasionadas pela economia

do Cliente através da construção da cadeia de valor sob sua perspectiva. A

metodologia utilizada a este estudo consiste em pesquisa exploratória, baseado na

literatura e na experiência profissional do autor, sobre assuntos relacionados ao

capital intelectual e à gestão do conhecimento na Pós-Modernidade com a aplicação

de arquétipos conectados nas estruturas que geram o desempenho organizacional.

Por meio de comparação de cenários, o posicionamento estratégico define de forma

distinta a estruturação do capital intelectual nas empresas e influencia o

desempenho organizacional nos dias atuais.

Palavras-chave: Capital Intelectual. Desempenho Organizacional. Gestão do

Conhecimento. Pós-Modernidade. Venda Direta.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Como se relacionam aprendizagem e conhecimento com a

modernidade líquida? .......................................................................... 15

Figura 2 Esquema da organização do conhecimento ...................................... 22

Figura 3 Processos essenciais para gestão do conhecimento ......................... 25

Figura 4 Relação dos sentidos em arquétipos sistêmicos .................................. 26

Figura 5 Relação com defasagem .................................................................... 26

Figura 6 Arquétipo sistêmico com ciclo de reforço e balanceamento ............... 27

Figura 7 Estrutura do capital intelectual ........................................................... 28

Figura 8 Exemplo de estrutura comercial da venda direta ............................... 35

Figura 9 Arquétipo sistêmico aplicado à venda direta ...................................... 37

Figura 10 Modelo de investigação – Comercialização de produtos ................... 41

Figura 11 Modelo de investigação – Comercialização de serviços ..................... 41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9

1.1 Questão de pesquisa ...................................................................................... 11

1.2 Objetivos da pesquisa .................................................................................... 12

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 12

1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 12

1.3 Metodologia ..................................................................................................... 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 14

2.1 Linha de raciocínio: percurso teórico ........................................................... 14

2.2 Conceitos de aprendizagem ........................................................................... 17

2.3 Pós-Modernidade ............................................................................................ 19

2.4 A economia do cliente .................................................................................... 20

2.5 Posicionamento estratégico para objetivos do Negócio ............................. 21

2.6 O fluxo de informação para Gestão do Conhecimento ................................ 22

2.7 A cadeia de valor na perspectiva do cliente ................................................. 24

2.8 Aprendizagem organizacional e a conversão em capital intelectual ........... 25

2.9 Arquétipos sistêmicos .................................................................................... 26

2.10 Estruturação do capital intelectual .............................................................. 28

3 COMPARAÇÃO DE CENÁRIOS ......................................................................... 30

3.1 Contextualização ............................................................................................. 30

3.2 Comercialização de produtos ........................................................................ 30

3.2.1 O mercado de venda direta ............................................................................ 30

3.2.2 Marca com segmentação por estilos de vida ................................................. 32

3.2.3 Estrutura comercial da força de venda ........................................................... 33

3.2.4 Aplicação de arquétipos sistêmicos ............................................................... 36

3.3 Comercialização de serviços .......................................................................... 38

3.3.1 Case do segmento bancário português .......................................................... 38

3.4 Síntese de hipóteses ........................................................................................ 40

3.5 Análise e discussão ......................................................................................... 43

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 45

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1 INTRODUÇÃO

Diante de um ambiente cada vez mais competitivo, as empresas identificaram

que a excelência de suas operações é consequência de uma estratégia bem

estabelecida, impondo às organizações uma nova ótica na administração de seus

recursos e na forma de disseminar informações críticas que garantam a

sustentabilidade do negócio (PORTER, 1992; CHOO, 2003; CARLZON, 2005).

A implantação de um modelo de atuação orientada por processos sem

considerar as dinâmicas do mercado e as nuances da evolução do indivíduo, que

refletem novas interações da sociedade nos dias atuais, já não assegura o sucesso

da gestão (ABPMP, 2014).

Segundo Porter (1992), a sobrevivência das empresas no mercado nos dias

atuais vai além das fronteiras da administração universal, dando oportunidades a

novas perspectivas. Muitas vezes, quando uma organização apresenta êxito em seu

mercado, o crescimento tornar-se inevitavelmente descontrolado e por consequência

um número elevado de admissões (e também desligamentos) de profissionais ocorre

em espaço de tempo menor do que o prazo médio de conclusão de projetos e

estruturação de processos.

Como visto em Crawford e Cabanis-Brewins (2006), a aderência à gestão por

competências incorporada aos papéis de profissionais responsáveis pela condução

de projetos dentro das organizações motiva não só a área de Recursos Humanos,

mas toda a empresa, a intensificar a preocupação com a perda de capital intelectual

decorrente da movimentação de estruturas funcionais na organização.

Considerando que as relações do homem com o trabalho e o inter-

relacionamento em tempos de Pós-Modernidade estão gradativamente mais

inconstantes, é comum que as empresas se deparem com novas problemáticas,

como alto turn over, baixo índice de comprometimento, dificuldades na execução de

projetos planejados para médio ou longo prazo, perdendo a eficiência e a

produtividade.

Xavier (1998) afirma que para uma pessoa ser eficiente e produtiva nos

tempos atuais é necessário garantir sua realização pessoal. A mecanização

impostas ao trabalho definha diante dos cenários da complexidade humana. Hoje o

trabalhador preza mais por qualidade de vida diante de recursos tecnológicos que

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10

aceleram a velocidade do fluxo de informações, e só assim ele prorrogarará a

relação com a empresa. Em contrapartida, uma enxurrada de informações são

despejadas no mundo corporativo e cabe às empresas interpretarem as dinâmicas

que melhor se adequem a seus objetivos para transformação de desempenho

organizacional.

As dinâmicas impostas pelo mercado, evidenciadas em Carlzon (2005) e em

Kim e Mauborgne (2005), exigem ritmos mais acelerados, isso porque a

complexidade dos ambientes atuais é fruto de reordenações macroeconômicas

confrontadas com efeitos de mudança do comportamento e do pensamento humano.

Por esse motivo, em muitos casos, não há tempo suficiente de amadurecimento

para que a organização adquira sua aprendizagem. Desta forma, a perda com a

saída de pessoas durante o andamento do projeto ou a entrada de novas pessoas

após a inicialização pode significar defasagem no conhecimento, o que compromete

o domínio de seus processos e resulta na desconexão com os clientes, em razão da

não adaptação à velocidade exigida pelo mercado, e consequentemente na não

concretização de negócios.

Em paralelo, as opiniões de Bauman (2001; 2009) e Morin (2011) contribuem

para a identificação das mutações da sociedade que direcionam a nova ordem do

mercado consumidor. Os impactos da Pós-Modernidade na relação do homem com

o trabalho permitem reflexões que direcionam tratativas coincidentes com os

objetivos de toda empresa. Uma vez entendido que o processo de movimentações

nas estruturas funcionais tem tendência a aumentar, a arquitetura de pessoas e

sistemas para disseminar conhecimento dentro do ambiente organizacional é

fundamental para a propagação do capital intelectual.

Por esse motivo, novas propostas de soluções relacionadas à concepção da

cadeia de valor põem em xeque o entendimento que as empresas têm apresentado

ao relacionar a adequação estratégica na condução de seus projetos.

Seria isso quebra de paradigmas? Não seria justo afirmar que conceitos de

Porter (1992) estão ultrapassados, pois serviram e servirão de base para o ajuste

hodierno ao melhor modelo. Na verdade existe uma forte tendência das empresas a

começarem a implantar visões que podem complementar a sua estratégia original,

realizando trabalhos baseados no conhecimento.

As empresas que se baseiam no conhecimento têm se preocupado com a

aprendizagem organizacional e como isto se perpetua no longo prazo. A instauração

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11

de cultura de cooperação e o incentivo à troca de experiências, sistematizados por

Nonaka e Takeuchi (1995), determinam etapas de transformação do conhecimento

explícito em conhecimento tácito.

Dada a significância da criação de um ambiente que gere desenvolvimento

mútuo e incremento de capital intelectual na organização, há, segundo Stewart

(1997), três fases distintas que possibilitam o gerenciamento desse conhecimento.

Na primeira fase é identificado o poder do capital humano, dando maior

importância e reconhecimento a elementos que são chaves para o processo. Na

segunda fase são organizados os formatos para que o conhecimento seja

disseminado; na verdade esse é o único conhecimento de que a empresa é

realmente detentora, chamado capital estrutural. Na terceira fase, criam-se

monitores de desempenho dimensionados às necessidades dos clientes, que além

de indicar quanti e qualitativamente o nível de atingimento do objetivo, dão

direcionais para maior entendimento do conhecimento compartilhado; esses

direcionais referem-se ao capital do cliente.

Outro fator que justifica a importância do tema abordado é percebido no guia

PMBOK® (PMI, 2013), ao incluir em sua última versão um capítulo voltado para o

plano de gerenciamento das partes interessadas, complementando a gestão de

mudanças. A geração constante de novos cenários clama por base de informações

capaz de sustentar o conhecimento, identificando os pontos relevantes que

estruturam o capital intelectual dentro das organizações. Neste caso, é evidenciada

a cautela das empresas ao vincular as movimentações nas estruturas funcionais ao

desempenho organizacional, mesmo nos casos de saídas de funcionários durante o

projeto, ou ainda na substituição de envolvidos de forma que se comprometa menos

o nível de qualidade e o desdobramento de etapas posteriores.

Sabendo que as relações da Pós-Modernidade são fluidas, o presente estudo

pretende contribuir para a área de gestão de conhecimento e dar suporte à

administração de pessoas, considerando os conflitos de gerações no cenário

empresarial que corre ao ritmo da “Era da Informação”. A linha de raciocínio

estudado propõe a construção do conhecimento a partir de sistematização de ideias

de Senge (2011), Choo (2003) e Stewart (1997) para reflexão sobre recorrências

nas estruturas de capital intelectual que geram o desempenho organizacional em

tempos de Pós-Modernidade.

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12

1.1 Questão de pesquisa

Como se configura a inter-relação entre o capital intelectual e o desempenho

organizacional nas empresas em tempos de Pós-Modernidade?

1.2 Objetivos da pesquisa

Os objetivos da pesquisa foram divididos em duas partes: objetivo geral e

objetivos específicos.

1.2.1 Objetivo geral

Identificar a inter-relação entre o capital intelectual e o desempenho

organizacional nas empresas, considerando a diferenciação no posicionamento a

partir do foco estratégico com base na análise de ambientes de comercialização de

produtos e serviços.

1.2.2 Objetivos específicos

a) Apresentar percurso teórico para linha de raciocínio sistêmico a fim de

estimular reflexões sobre a Pós-Modernidade distinguindo mudanças de

conceitos provenientes da evolução tecnológica, redefinição de valores e

do desenvolvimento do pensamento humano na sociedade.

b) Elencar os conceitos de aprendizagem nas organizações, identificando as

mudanças ocasionadas pela economia por meio da construção da cadeia

de valor sob sua perspectiva.

c) Caracterizar a importância do fluxo de informação para a gestão do

conhecimento que transforma a aprendizagem organizacional em capital

intelectual, com a aplicação de arquétipos conectados nas estruturas que

geram o desempenho organizacional.

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13

1.3 Metodologia

A metodologia aplicada a este estudo caracteriza-o como pesquisa

exploratória.

Num primeiro momento, realiza-se pesquisa bibliográfica dos assuntos

relacionados ao capital intelectual e à gestão do conhecimento na Pós-Modernidade.

Em seguida, por meio de comparação de cenários relacionados a empresas

que apresentam posicionamento estratégico com foco na análise de ambientes, foi

explorada a partir da literatura e da experiência profissional do autor a inter-relação

entre os elementos que compõem o capital intelectual e o desempenho

organizacional nos dias atuais.

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14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Linha de raciocínio: percurso teórico

Para compreensão do percurso teórico utilizado neste este estudo, foram

aplicados métodos de análise por meio de dinâmicas de sistemas, nos quais os

levantamentos dos problemas partem de condições inerentes ao ambiente

corporativo nos dias atuais.

De acordo com Bauman (2001; 2009), o mundo atual possui desnivelamento

de conceitos e valores em relação a épocas passadas, o que resulta em vieses

interpretativos nas relações humanas e consequentemente nas organizações.

As principais transformações conceituais que refletem na heurística de

desencadeamento do capital intelectual organizacional na Pós-Modernidade são:

a) Tempo – no passado, por maior que fosse a carga de seu trabalho, o

profissional possuía limitações quanto à eficiência de execução, o avanço

tecnológico inclinou progressivamente o fator comparativo entre as gerações,

o ritmo imposto pelas nuances tecnológicas destoa qualquer possibilidade de

nivelamento. Exemplificando, um simples envio de informação via mensageiro

ou recursos tecnológicos como o telégrafo são insignificantes se comparados

com envio de um e-mail. Outro exemplo que demonstra variação no conceito

de tempo na Pós-Modernidade, é a gestão da carreira profissional. O

profissional bem sucedido era aquele que possuía um longo período de

trabalho na mesma empresa e com a mesma função, chegando ao nível de

excelência na execução por meio da repetição de atividades por longos

períodos. Atualmente, o profissional precisa ter um repertório de diversas

experiências e interações relacionadas às suas atividades e não

necessariamente na mesma empresa, para que alcance um nível satisfatório

de competitividade. Isto comprova a relação menos estável entre homem e

empresa no decorrer dos anos.

b) Espaço – com o advento da internet e da globalização, fronteiras foram

rompidas e em boa parte dos casos os recursos tecnológicos servem de

alternativas da presença do profissional no local de trabalho, visto a forte

tendência de homework, estruturas em que o empregado faz da sua própria

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casa, o escritório. Ainda em relação ao espaço é possível considerar

mudanças nos conceitos da Pós-Modernidade utilizando o exemplo: tamanho

e patrimônios pertencente às empresas. No passado, grandes galpões,

infinitos espaços fabris, estruturas gigantescas eram sinônimo de empresas

bem sucedidas, atualmente espaços virtuais, terceirizações e estruturas

enxutas mostram que a realidade é outra.

c) Comunidade – ondas pragmáticas sobre a cultura do consumo provenientes

de diversas fontes que visam à sustentabilidade, o equilíbrio ecológico e

movimentos contra a exploração do trabalho escravista, salientam a criação

de grupos com identidade própria baseada em ideologia discutida e conciliada

às interações da sociedade no mundo capitalista. É possível exemplificar

refletindo a economia de materiais e a preocupação com seu destino,

relevando a preocupação destas frentes com a utilização de recursos

renováveis e a construção de repositórios para otimizar sua utilização.

Lembrando que a informação nos dias atuais é vista como um bem material, o

filme The story of Stuff (2007) retrata a perspectiva de produtos, porém é

possível utilizar a mesma referência para a informação e daí obter maior

compreensão da influência destes “guetos” na sociedade.

d) Emancipação – o acesso à informação nunca esteve tão presente na

sociedade, segredos industriais perderam sentido no mundo cada vez mais

monitorado. O maior atributo do papel de um líder, o papel mais requisitado

pelas empresas nos dias de hoje, é saber “passar o bastão”, ou seja,

compartilhar seu conhecimento e transformá-lo em diferencial no mercado.

Crawford e Cabanis-Brewin (2006) evidenciam o papel a ser desempenhado

pelo gerente de projetos dentro da organização, ele se torna o responsável

pela autonomia na construção do saber e do capital intelectual nas empresas.

e) Racionalidade Instrumental – novas perspectivas para qualidade de vida e de

trabalho são assumidas pela sociedade, percebe-se cada vez mais uma

propensão das áreas de recrutamento e seleção, principalmente em cargos

estratégicos, considerarem aspectos não apenas por competências

profissionais, mas também avaliam a forma de como o candidato enxerga o

mundo. Por sua vez, o profissional nos dias de hoje, antes de aceitar a função

da mesma forma estima se a nova proposta de emprego vai possibilitar um

estilo de vida condizente com suas crenças, sincronizando os objetivos

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16

pessoais aos valores da empresa. Do contrário, o desalinhamento destes

interesses reverterá em fruto de defasagem para todo ciclo que envolve o

conhecimento e a aprendizagem.

Assim, no período atual, a Pós-Modernidade, que é designada por Bauman

(2001) como a “Modernidade Líquida”, nada é feito para durar. Com a liquefação dos

sólidos, os fluidos aceleram o consumo, sendo que o conhecimento o conscientiza e

ao mesmo tempo enseja o equilíbrio entre segurança, determinado pela quebra de

paradigmas do espaço, e autonomia individual, propulsado pela fluidez que torna o

conhecimento obsoleto. A retroalimentação deste sistema se dá pela velocidade que

a própria fluidez dos dias atuais impõe às organizações que para alinhar o

conhecimento obsoleto requer ao sistema alta capacidade de selecionar

informações essenciais e suficientes para gerar aprendizagem. Este contraponto

repercute nas organizações que precisam da perpetuação de capital intelectual para

suplantar no mundo corporativo.

A figura utilizada por Bittencourt (2013) sintetiza a convergência disposta

pelos elementos que compõe a indagação proposta relativa à modernidade líquida,

conceituado por (BAUMAN, 2001).

Figura 1: Como se relacionam aprendizagem e conhecimento com a modernidade líquida?

Fonte: Bittencourt (2013, [on-line]).

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17

Com base neste contexto, a conjectura evidenciada por Choo (2003) reforça a

importância da criação de significado para geração do conhecimento e diante do

reestabelecimento da missão. Os valores que mais se aproximam aos princípios

pessoais dos participantes apresentam maior possibilidade de aderência aos

propósitos da organização.

Foi relacionada também a definição da criação de ambientes que propiciam a

aprendizagem organizacional compreendendo soluções na qual Morin (2011)

sobressai a utilização adequada da ideia de feedback retroativo positivo. Dentre as

possibilidades, um sistema incapaz de resolver seus problemas vitais se desintegra

criando novos contextos e referências, ou ainda quando o sistema é capaz dentro de

sua própria desintegração se metamorfoseia em um sistema mais rico, buscando

soluções para esses problemas.

Quanto mais divergentes as visões estabelecidas, maior a

complementariedade do arquétipo sistêmico. A proposta de montagem da cadeia de

valor na visão out side in corrobora para o aumento do capital intelectual. Penaforte

e Franco (2009) apontaram análise sistêmica dos problemas enfrentados na

implantação de um gerenciador durante a elicitação e validação de requisitos. No

estudo de caso, intenciona-se aplicar a mesma metodologia, maiores detalhamentos

serão apresentados posteriormente.

2.2 Conceitos de aprendizagem

A aprendizagem é um processo no qual o homem apresenta domínio

psicológico obtido por vivências ao longo de sua existência. O termo aprendizagem

em geral vem associado ao ato de aprender e está diretamente ligada a associação

do indivíduo aos eventos do mundo à sua volta. O aprendizado acontece quando

ocorre uma mudança de comportamento em resposta a uma experiência anterior.

De acordo com Senge (2011), para que o ciclo de aprendizagem se

concretize, é necessário uma mudança de mentalidade, a fim de expandir sua

capacidade de criar o futuro. A somatória de forças relacionadas entre si compõe

cenários complexos e devem ser consideradas para que haja continuidade no

aprendizado, de acordo com as cinco disciplinas citadas em seu trabalho, são elas:

Domínio pessoal – autoconhecimento, desenvolvimento pessoal, intelectual e

profissional com potencialização do máximo dos recursos preexistentes e

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18

consciência dos pontos a serem melhorados, e desta forma direcionando para áreas

de maior interesse e objetivos pessoais.

Modelos Mentais – formatações em que pensamentos, ideias e soluções

visualizados pelos envolvidos podem representar imagens distintas mas que não

necessariamente são contraditórias, na verdade podem ser complementares,

dependendo do grau de reflexão e amadurecimento dos envolvidos, é possível

estabelecer consenso frente a diversidade de opiniões melhorando o modelo mental

em todos os níveis da organização.

Objetivo Comum – compartilhamento com a equipe dos projetos e objetivos

condicionados a busca destes interesses. O direcionamento da visão e criação de

uma identidade em torno de um objetivo comum, um futuro para a organização,

obtendo assim o engajamento de todos os envolvidos.

Aprendizado em Grupo – capacidade de alinhamento e desenvolvimento em

grupo criam resultados que seus membros realmente desejam. Isto permite o

discernimento de questões complexas por meio de ações inovadoras

descentralizando a tomada de decisão do maior nível hierárquico. Com isso, o

cenário possibilita a autonomia das equipes.

Raciocínio Sistêmico – são as diversas análises que dão a compreensão de

um todo, evidenciando todas as etapas de um processo, visualizando de modo

sistêmico um quadro segmentado.

Para o tema aprendizagem no contexto organizacional existem duas

vertentes:

a) A primeira, que visa o desenvolvimento das pessoas com o objetivo de

tornar a organização mais competitiva e preparada para novos desafios;

b) A segunda fala da concepção das organizações que aprendem o que são

ações orientadas para a transformação no ambiente organizacional.

Segundo Xavier (1998), a capacitação do indivíduo vinculado ao

desenvolvimento da organização ocorre por estágios, porém nem sempre os

profissionais estão preparados para compreender o momento em que a empresa se

encontra, e por isto o ritmo pode ficar descompassado com os objetivos da

organização. A integração adequada viabiliza o potencial do profissional dando a este

maior visibilidade em suas demandas. A formação de uma boa rede de relacionamento

é indispensável para o sucesso do profissional, pois além de dar estimulo emocional em

horas difíceis, ajudam a resolver problemas que venham a surgir.

Page 21: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

19

Para estas situações não basta habilidade, a competência de inter-

relacionamento pessoal se sobrepõe a instâncias de um ambiente de aprendizagem.

O profissional para se mostrar apto às pretensões de sua coexistência, não deve se

limitar as técnicas e táticas recomendáveis para suas rotinas, ele deve ir além,

sendo capaz de interpretar cenários transmitindo artifícios que conduzem o

conhecimento na organização.

2.3 Pós-Modernidade

Vivemos no período de imposição da mentalidade relativista, como apontado

por Bauman (2001), as reflexões dos dias atuais caracterizam a troca de informação

e serviços como bem material, metaforicamente designado como “modernidade

líquida”, sendo esta a explicação que dá maior sentido à Pós-Modernidade, a

liquefação do sólido remete constante adaptação de fluidos nos formatos em que

são dispostos.

Enquanto os sólidos têm dimensões especiais claras, mas neutralizam o impacto e, portanto, diminuem a significação do tempo (resistem efetivamente a seu fluxo ou tornam irrelevante), os fluidos não se atêm muito a qualquer forma e estão constantemente prontos (e propensos) a mudá-la. (BAUMAN, 2001, p. 8).

Na simultaneidade ao chamado “capitalismo pós-industrial”, há a vertente que

rege o pensamento da sociedade interligada à globalização direcionada aos hábitos

de consumo que são dispostos por mecanismos difundidos pela comunicação e a

indústria cultural. Por esse motivo, a Pós-Modernidade privilegia os eventos

temporários e contingentes, onde são enfatizadas a fragmentação e a

descontinuidade, o que contrapõe os conceitos clássicos construídos no universo da

escassez de produtos.

Na ‘Era da Informação’, a obsolescência das estruturas ocorrem de forma

cada vez mais veloz, a superficialidade tende a utilizar cópias de elementos pré-

existentes que na maioria das vezes não são suficientemente compatíveis com a

realidade.

Esta desconexão é o principal motivo das dificuldades das empresas nos dias

de hoje. O que não é passível de ser armazenado num computador deixa de ser

potencial para construção de capital intelectual da organização.

Page 22: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

20

Mediante a convergência de informações, o grande desafio das áreas de

gestão é estabelecer objetivos do negócio de forma competitiva que possibilite o

aprendizado organizacional, frente uma estratégia com foco no cliente no período de

grandes transformações que é observada nos dias de hoje.

2.4 A economia do cliente

Inicialmente, para alinhamento de conceito, Carlzon (2005) afimar que cliente

é aquele que se beneficia ou adquire bens, produtos e serviços. Assim as empresas

devem estar voltadas para o cumprimento dos requisitos de satisfação, é entendido

que o cliente se dispõe a pagar maior valor por um produto ou serviço de acordo

com o grau de percepção de atendimento de suas necessidades.

Para a nova economia do Cliente, Kim e Mauborgne (2005) e Stewart (1997),

sugerem mudanças na mentalidade em modelagem de projetos e processos nas

organizações. Ao longo do século XX, no período de formação do mercado de

massa, as organizações que se estabeleceram no mercado com táticas baseadas

em período de escassez de produtos utilizaram modelos voltados aos processos

internos, na busca da otimização da produção, basicamente produtos fabricados

com a melhor qualidade ao menor custo. Assim que um produto era lançado no

mercado, a quantidade potencial de consumidores era relativamente maior do que a

capacidade produtiva, o tempo para que a concorrência chegasse a similaridade era

relativamente grande e por isso o poder de ditar as regras do mercado estava na

mão dos fornecedores, os ciclos de vida dos produtos perduravam em espaços de

tempos maiores.

Hoje, no entanto, com o aumento da disponibilização de informações, em

nível científico, de mercado e tecnológico, encontramos um período de abundância

de produtos onde é perceptível a migração de poder que sai da mão dos

fornecedores, passando para o cliente. Novos produtos assim que lançados são

facilmente copiados ou substituídos por alternativas. E a partir daí, novas dinâmicas

são estabelecidas. A preocupação em manter o foco no cliente revoluciona a

estratégia a ser aplicada nas empresas. O papel de processos não é mais

estabelecer fluxo de maior produtividade que por consequência chega-se a maior

rentabilidade, mas identificar e atuar sobre os atributos que permite dar maior

percepção de valor agregado ao cliente.

Page 23: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

21

No passado uma empresa para apresentar boa saúde financeira, bastava

apresentar resultados satisfatórios nos indicadores econômicos, financeiros e

operacionais. Atualmente, para que uma empresa seja considerada saudável é

necessário que ela apresente bons indicadores baseados no cliente, ou seja, ter um

alto grau de aprovação dos serviços prestados ou produtos oferecidos, ter evolução

na base de consumidores, saber avaliar o momento potencial de consumo do

cliente, como por exemplo, a influência da faixa etária, mudança de renda ou

mudança de hábitos, criando métricas para identificar outros potenciais públicos

alvos.

Na economia do cliente, o principal ativo que empresa possui é a base de

informações relacionadas à carteira. Desta forma, de acordo com Porter (1992), para

a sustentação desta carteira é primordial utilizar estratégia que não só fidelize seus

clientes, mas que através de escolhas da organização, a exploração de novos

nichos seja potencializada por meios de pesquisas que investigam a satisfação do

cliente.

No entanto, a definição de processos voltados a perpetuação de capital

intelectual nas organizações, requer considerar as intervenções relacionadas a Pós-

Modernidade, ou seja, o grau de adaptabilidade do modelo de negócio que norteia a

aplicação de conceitos e técnicas que devem estar interligadas a relações de todos

os envolvidos que fornecem o bem, produto ou serviço ao cliente.

2.5 Posicionamento estratégico para os objetivos do negócio

Novas concepções para o sucesso empresarial impulsionado pelo motor do

capitalismo demonstra a necessidade das empresas em se reinventarem quanto à

proposta de atuação no mercado ou ao menos considerarem perspectivas não

exploradas. O modelo estratégico é a escolha de percurso na qual os gestores

optaram por trilhar, o que eleva as condições da empresa à inovação e eficiência. A

busca incessante por diferenciação projeta operacionalização e a entrega de valor

do produto/serviço em níveis acima dos limites de satisfação dos clientes, que por

sua vez têm maior percepção de valor ao produto ou serviço oferecido, resultando

em vantagem competitiva.

A valorização do conhecimento como recurso relevante fortalece a integração

da tecnologia da informação e a comunicação entre as áreas envolvidas. A partir

Page 24: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

22

daí, a importância de estruturar um canal para compartilhar conhecimento

organizacional, onde a interação é o foco de resultados. Reuniões, fóruns de

discussão, benchmarking, opiniões dos próprios funcionários estabelecem o registro

de lições aprendidas e oportunidades de melhoria contínua dos processos.

Desta forma torna-se imprescindível o valor atribuído ao capital humano que

em conjunto com a capital estrutural e o capital do cliente (ou capital relacional)

compõe o capital intelectual da organização (STEWART, 1997).

2.6 O fluxo da informação para gestão do conhecimento

Choo (2003) afirma que o conhecimento adquirido e potencializado em

atributo mensurável é o que define a vantagem competitiva da organização do

conhecimento que parte de uma visão holística do uso da informação. O uso da

informação dentro da organização passa por um fluxo de três camadas concêntricas

que resultam em uma ação organizacional. Estas três camadas são: criação de

significado, construção do conhecimento e tomada de decisão.

O processo inicia-se pela interpretação dos membros da empresa sobre a

informação do ambiente em que estão inseridos. Quanto mais próxima a mensagem

interpretada estiver da realidade vivenciada pelos membros da organização maior

será o efeito de criação de significado.

A criação de significado está fortemente aliada aos valores e propósitos

comuns existentes entre empresas e colaboradores. De acordo com as

interpretações, crenças e representações adquire-se uma forma de uso da

informação, e isto determina a passagem para a próxima camada que é a

construção de conhecimento.

A construção do conhecimento é a capacidade de adaptação do saber do

indivíduo para o saber da empresa, e o quanto este saber resulta em vantagem para

a organização. É constituído da experiência de execução, reflexões e vivência de

pessoas que dominam suas atividades pelo histórico de informações adquiridas por

um longo período de tempo em ricas ocasiões de execução. Em outras palavras,

são os processos sociais que possibilitam a conversão de conhecimento tácito em

conhecimento explícito. O conhecimento tácito é o conhecimento pessoal de difícil

formalização, pois está muito no íntimo do indivíduo. E, portanto também difícil de

expressar.

Page 25: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

23

Nonaka e Takeuchi (1995) definem quatro formas de conversão do

conhecimento tácito em explícito. A aplicação do conhecimento é a essência para

boa administração que gera novos conhecimentos.

A tomada de decisão refere-se à última etapa pela qual a informação é

submetida. Ela é obtida da análise de contextos e processamento de informações

para solução de problemas ou para maximização dos resultados. A qualidade

depende das informações, do grau de assertividade e do domínio sobre os assuntos

relacionados; que servem de parâmetro para decisões concisas.

Figura 2: Esquema de organização do conhecimento

Fonte: Choo (2003, p. 31)

Hoje, na Era da Informação, com a facilidade ao acesso de informações e

abundância de dados provenientes de diversas fontes; os gestores de

conhecimento, dentro das organizações, para obterem êxito, precisam definir quais

são as principais estratégias que priorizam os alcancem dos objetivos da empresa;

identificando os potenciais que transformam o conhecimento explícito em

conhecimento tácito, em tempo de que o ciclo finalize antes de qualquer mudança

Page 26: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

24

ou condição de trabalho.

Conhecimento crítico envolve o discernimento específico de um ou mais

envolvidos, ligados à estratégia do negócio. E é no processamento deste

conhecimento essencial que a tomada de decisão e solução de problemas constrói

ambiente de ações organizacionais, com conexões da aprendizagem (como

observado em 2.2).

A releitura da cadeia de valor estabelece processos chaves que orientam as

atividades entre as áreas buscando a excelência no atendimento das exigências do

mercado. A divulgação da definição estratégica dos processos aos envolvidos,

garante o compartilhamento da visão e direciona todos ao mesmo objetivo.

Talvez Carlzon (2005) tenha sido um dos precursores que introduziu na

prática o conceito de estabelecer prioridade das atividades e direcionar os

processos-chave sob a perspectiva do cliente. Em sua experiência denominou como

momentos da verdade todas as situações em que interfaces do processo

apresentavam relação direta com o cliente. Estes momentos de contato com o

cliente são de extrema importância, pois qualquer desvio impacta negativamente a

percepção do cliente e, portanto o objetivo estratégico. A visão baseada no

conhecimento (Knowledge based view – KBV) também aborda este mesmo

princípio. Hoje teóricos que colaboram para construção de guias para gestão de

Projeto e Processos, já contemplam abordagens que envolvem a perspectiva do

cliente.

2.7 A cadeia de valor na perspectiva do cliente

Ao longo do século XX, as empresas que obtiveram êxito utilizaram estilos de

Administração com foco em aperfeiçoamento interno, otimizando processos, aliados

a técnicas para aumento de sua capacidade produtiva a menores custos.

Sabendo que hoje a economia encontra-se em fase de abundância de

produtos, o fator de vantagem é atribuir ao produto um diferencial que agrega o valor

na percepção do cliente. Dependendo do nível atingido de satisfação do cliente,

obtém-se maior valor na comercialização, pois o mercado está disposto a pagar

mais por atributos diferenciados da concorrência. E por isso, Carlzon (2005) afirma

sobre a inversão de papéis que as empresas devem estabelecer ao mapearem seus

processos, o foco parte dos objetivos estratégicos pautados em fases de interação

Page 27: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

25

com os clientes e quanto cada etapa agrega valor.

Na “Era da Informação” os ciclos de inovações, adaptação do modelo de

negócio, lançamento de produtos ou serviços apresentam velocidade muita vezes

superior ao tempo de implantação de projetos. Por esse motivo, a atualização de

informações e a flexibilização são fundamentais para que assertividade das entregas

seja alcançada.

Neste caso, toda etapa quando obtida pela perspectiva do cliente, as

soluções partem da causa raiz, toda oportunidade de melhoria implica diretamente

ao resultado do processo para cliente final, e não somente a clientes internos. Em

outros termos este posicionamento também é chamado construção da cadeia de

valor na perspectiva do cliente, mapeamento de processos ponta-a-ponta (ABPMP,

2014).

2.8 Aprendizagem organizacional e a conversão em capital intelectual

Não existe uma função específica nas organizações, que monitore

constantemente o nível da aprendizagem dos participantes da empresa. Os

processos mapeados com os devidos indicadores que direcionam a mensuração do

grau de efetividade para atendimento de requisitos dos clientes, geram o

conhecimento de todos os envolvidos de forma natural e intrínseca ao processo.

Assim o gestor de conhecimento assim como um líder situacional assume um papel

na condução de projetos, tendo como foco a otimização das atividades do

conhecimento em áreas individuais sem considerar efeitos mais amplos.

Boas práticas do processo para gestão de conhecimento mantêm um circuito

e que o conhecimento é orgânico e vivo, oxigenando novos conceitos com as

mudança que ocorrem e se multiplicam com número maior de olhares

complementares para cada informação. Probst, Raub e Romhardt (2000) propõe um

sistema de sucesso por meio de um sistema composto por elementos construtivos.

Esses elementos são: identificação, retenção, aquisição, utilização, desenvolvimento

e distribuição de conhecimento.

Page 28: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

26

Figura 3: Processos essenciais para gestão do conhecimento

Fonte: Probst, Raub e Romhardt (2000, p. 33)

A cada interação do indivíduo pertencente à empresa, agrega o

engendramento do conhecimento seja ele tácito ou explícito e resulta em estruturas

que viabilização a transformação do capital intelectual gerador de desempenho

organizacional.

2.9 Arquétipos sistêmicos

A palavra arquétipos vem do grego archetypos, que significa “primeiro da sua

espécie”. Arquétipos sistêmicos são estruturas sistêmicas genéricas compostas por

relações de causa-efeito cíclicas que se repetem em diferentes contextos,

geralmente, sem que as pessoas tenham consciência de seus efeitos na situação

em questão. Por terem um comportamento previsível, a revelação destas estruturas

pode inspirar estratégias de ação eficazes para as situações problemáticas que elas

representam (SENGE, 2011).

Conforme visto em Penaforte e Franco (2009), para introdução à dinâmica

dos arquétipos sistêmicos, o entendimento da construção dos diagramas ou loops

de casualidades, são necessários os esclarecimentos quanto alguns conceitos

essenciais:

a) Variáveis ou elementos do sistema: são as entidades ou fatores

relevantes do sistema, passíveis de quantificação e de variação ao

longo do tempo.

Page 29: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

27

b) Relações: setas que indicam as formas de relacionamento entre

variáveis e a direção ou tendência da variável. Graficamente, os

sinais “+” (mesmo sentido) indicam que a variação no fator causador

gera uma variação no mesmo sentido no fator que recebe o efeito. Já

os sinais “-” (sentido oposto) indicam que a variação no fator

causador gera uma variação no sentido contrário no fator que recebe

o efeito.

Figura 4: Relação de sentidos em arquétipos sistêmicos

(a) mesmo sentido (b) sentido oposto

Fonte: adaptado de Penaforte e Franco ( 2009)

c) Defasagem, atrasos, retardos ou delay: efeitos que somente são

sensíveis após um tempo de espera (ou tempo de retardo), e que são

simbolizados por uma ou duas barras paralelas cortando uma seta.

Figura 5: Relação com defasagem

Fonte: adaptado de Penaforte e Franco (2009)

d) Enlace, circuito, ciclo ou feedback: conjunto circular de causas em

que uma perturbação num elemento causa uma variação nele próprio

como resposta. Podem ser classificados como “reforço ou feedback

positivo” ou “balanceamento, equilíbrio ou feedback negativo”.

Graficamente no primeiro caso, o efeito resultante sobre o próprio

loop é no mesmo sentido representado pela bola de neve. Para o

segundo caso, o efeito resultante sobre o mesmo é no sentido oposto

sendo a consequência inversamente a origem do sistema e é

representado pela gangorra em equilíbrio .

(a) (b)

+ -

Page 30: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

28

Figura 6: Arquétipo sistêmico com ciclo de reforço (a) e balanceamento (b)

Fonte: adaptado de Penaforte e Franco (2009)

De acordo com o arquétipo sistêmico acima, a população mundial está

diretamente relacionada ao número de nascimentos, o maior número de

nascimentos resulta na maior população, assim ambos os sinais apresentam-se

positivos (+). Quanto maior a população maior também o número de mortes (+), no

entanto, quanto maior o número de mortes implica na redução da população,

portanto a relação é inversamente proporcional com sinal do fluxo negativo (-).

Segundo Senge (2011), num sistema com feedback de reforço uma pequena

ação pode gerar grandes consequências, para melhor ou para pior; trata-se do

conhecido “efeito bola-de-neve”. Já os feedbacks de balanceamento são

responsáveis pela limitação do crescimento infinito de qualquer sistema e, muitas

vezes, são caracterizados por serem direcionados para algum objetivo ou meta.

2.10 Estruturação do capital intelectual

As bases identificadas que geram o entendimento do ambiente em que o ser

humano está inserido, e que a partir desta compreensão criar significados por meios

da convergência de suas crenças e valores, propicia-se um sistema que possibilita a

construção de conhecimento e se retroalimenta por novas leituras de cenários e

decisões tomadas no mundo corporativo (CHOO, 2006).

O capital intelectual é resultado da capacidade de conversão de valor

ocasionado pelo o conhecimento adquirido. A experiência vivenciada por

conhecimentos tácitos transformados ou não em conhecimentos explícitos geram

ações/reação e que de acordo com os objetivos estratégicos direcionam a

intensidade, velocidade e qualidade da gestão do conhecimento organizacional.

Estudos empíricos confirmam que, mais importante do que compreender e criar linhas de orientação para o reporte do capital intelectual é provar que

Page 31: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

29

este cria valor. Por isso, focamos a nossa investigação na identificação dos condutores de valor do capital intelectual e no modo como as suas diferentes componentes interagem para gerar riqueza. Embora apelando ainda a uma definição universal, o conceito de capital intelectual está essencialmente relacionado com “conhecimento que é capaz de ser convertido em valor”. Isto significa que são excluídos do conceito os intangíveis que potencialmente não concorrem para o desenvolvimento e renovação da empresa. (CABRITA, 2005)

Como mencionado na introdução deste material, o capital intelectual é

estruturados por três frentes distintas que são o capital humano, capital estrutural e

o capital do cliente, ou também chamado de capital relacional. Entender as

interpelações destes componentes, para medi-los e gerenciá-los é fundamental para

identificar impactos substantivos no desempenho organizacional.

Figura 7: Estrutura do capital intelectual

Fonte: do autor, com base em Stewart (1997).

Page 32: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

30

3 COMPARAÇÃO DE CENÁRIOS

3.1 Contextualização

Para comparação de cenários, foram analisadas as diferenças na

estruturação do capital intelectual em empresas que comercializam produtos e em

empresas que comercializam serviços. Para empresas que comercializam produtos,

foram consideradas as experiências profissionais do autor e, para empresas que

comercializam serviços, foram usados exemplos selecionados da literatura.

3.2 Comercialização de produtos

Para análise de empresas que comercializam produtos, foi explorado o canal

de venda direta, com base na experiência profissional que o autor adquiriu ao

participar de uma start-up, onde atuou na reestruturação de processos seis meses

após o lançamento no mercado. Essa start-up possui modelo de atuação multicanal,

mas tem a venda direta como principal canal de comercialização de seus produtos.

Outro fator que contribuiu para a escolha da venda direta como canal a ser

analisado em empresas que comercializam produtos é a pouca quantidade de

estudos acadêmicos existentes em nível nacional sobre o assunto, como relatado

em Moraes et al. (2013).

3.2.1 O mercado de venda direta

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Venda Direta (ABEVD,

[2014]), a venda direta é um sistema de comercialização de bens de consumo

baseado no contato pessoal entre vendedores e compradores, fora de um

estabelecimento comercial fixo. A ABEVD é uma entidade sem fins lucrativos

fundada em 1980 com o objetivo de promover e desenvolver a venda direta no

Brasil.

A ABEVD e suas associadas têm como princípios:

a) o compromisso de praticar uma relação saudável entre consumidores e

revendedores;

b) a preocupação com o aperfeiçoamento constante da força de vendas;

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31

c) a oferta aos consumidores de produtos e serviços de alta qualidade por

um preço competitivo e alinhado com as necessidades dos clientes.

As ações da ABEVD são apoiadas num código de ética que orienta a conduta

das empresas nos relacionamentos com os vendedores diretos, assim como no

relacionamento entre as próprias empresas e os consumidores. O objetivo maior

desse código é contribuir para a promoção da concorrência leal e a melhora na

percepção da sociedade sobre a venda direta como uma oportunidade de trabalho e

geração de renda.

A ABEVD é membro da World Federation of Direct Selling Associations

(WFDSA), organização que congrega todas as associações nacionais de vendas

diretas existentes no mundo. A WFDSA é uma organização não governamental e

voluntária. Atualmente, reúne entidades de vendas diretas de mais de 60 países. A

ABEVD é um membro atuante dessa entidade internacional.

As empresas associadas atuam nos mais diversos setores da economia – de

cosméticos e produtos de limpeza a recipientes plásticos para alimentos e

suplementos nutricionais.

O consumidor final acaba tendo contato com o produto final por meio da

oferta em catálogos, onde seleciona o produto que deseja comprar, e o

representante, por sua vez, o adquire direto da fábrica/empresa com valor

diferenciado e por fim o entrega ao seu cliente no preço fixado no catálogo.

Hoje, a venda direta atinge dimensões globais, é praticada de formas distintas

– pessoa a pessoa, por intermédio de catálogos –, está presente em todo o mundo e

envolve segmentos variados – de produtos de limpeza a automóveis. A venda direta

se destaca, entre outros fatores, por sua capilaridade e capacidade de expandir-se

geograficamente. Para as empresas, representa um canal de distribuição com

grande potencial de expansão geográfica, capaz de agregar valor aos seus produtos

e serviços por meio das relações pessoais.

O sistema de venda direta oferece vantagens para todos os envolvidos:

a) Para os revendedores: é uma ótima fonte alternativa de renda, aberta a

qualquer pessoa, independentemente de sexo, idade, escolaridade ou

experiência anterior. Os revendedores também têm o benefício de trabalhar

em horários flexíveis, ganhar conforme a dedicação e se desenvolver

pessoal e profissionalmente;

b) Para as empresas: uma das grandes vantagens para as empresas é o

Page 34: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

32

potencial de expandir o alcance geográfico de seus produtos;

c) Para o consumidor: a venda direta representa um atendimento

personalizado que não existe no varejo tradicional;

d) Para a sociedade: é uma forma de contribuir para minimizar o problema do

desemprego, além da oportunidade de complementação da renda familiar,

gerando mais riqueza para o país.

As modalidades mais praticadas de venda direta se veem na Tabela 1:

Tabela 1: Modalidades de venda Direta

“Door to door” ou porta a porta O revendedor vai até a residência ou local de trabalho do consumidor para demonstrar e vender os produtos

Catálogo O revendedor deixa o catálogo ou folheto na residência do consumidor e depois passa para retirar o pedido

Party plan O revendedor promove um chá na casa de uma consumidora para ela e suas amigas, em que demonstra e revende os produtos.

Fonte: Adaptado de ABEVD ([2014]).

No Brasil, esse mercado conta com mais de 4,5 milhões de pessoas em sua

força de vendas, gera cerca de 8 mil empregos diretos e atingiu, em 2013, US$ 14,6

bilhões em volume de negócios. O país ocupa a quarta posição no ranking da World

Federation of Direct Selling Associations (WFDSA), atrás apenas de Estados Unidos,

Japão e China.

3.2.2 Marca com segmentação por estilos de vida

Entende-se que empresas criadas recentemente que passaram por todo o

crivo de planejamento estratégico condizente com as considerações da atualidade já

foram concebidas nos moldes mais adaptáveis às soluções que propuseram para se

estabelecer no mercado. E por isso elas implementaram em seu plano estratégico a

segmentação de seus produtos com base no estilo de vida de seus potenciais

consumidores. Desta forma, atingem a concepção da marca mais adaptada aos

conceitos de fluidez, ou seja, da Pós-Modernidade. Nota-se que start-up’s (que são

as empresas criadas do “zero”) realizam a abordagem de seus produtos por

Page 35: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

33

conceitos fragmentados por público, enquanto players competidores tradicionais

utilizam o formato convencional para família de produtos direcionados a nichos

específicos.

Como constatado por Kim e Mauborgne (2005), quando o cuidado

apresentado em relação ao próprio processo de entendimento da estratégia

estabelecida resulta em diferenciação no mercado, surgem novos espaços

apartando da concorrência.

A emancipação destas novas marcas e o estabelecimento no mercado de

venda direta forçou que fabricantes tradicionais adaptassem seu portfólio para

oferecer ao mercado linhas que fizessem frente competitiva similar. Como também

os postos da força de venda se tornaram bastantes atrativos pelos concorrentes.

Principal motivador para que o presente estudo relacionasse a gestão de

capital intelectual aos tempos de Pós-Modernidade, muitas startup’s lançadas ao

mercado nos últimos anos foram concebidas diante deste contexto diferentemente

dos demais players que já possuíam anos de mercado e redirecionaram suas

estratégias.

Em Mondanez et al. (2009), os argumentos expostos sobre a segmentação

psicográfica e por estilo de vida referem-se à análise de conglomerados nos quais

clusters identificados coincidem com nomes das categorias de produtos utilizados

pelas start-up’s. A segmentação utilizada por critérios de personalidade e estilo de

vida engloba as áreas de marketing, pesquisa e comunicação, conceituando termos

relativos à sociologia, à psicologia e a outras áreas de conhecimento que

contribuíram para o estudo do comportamento do consumidor num canal de venda

com pouco aprofundamento acadêmico, a venda direta.

3.2.3 Estrutura comercial da força de venda

Dentro das organizações que atuam no mercado de venda direta, em geral há

duas formas distintas de estruturar a força de venda. A primeira consiste em

estruturar a força de venda direta, ou seja, utilizar vendedores próprios que atuam

no mercado com exclusividade e realizam as visitar diretamente nos clientes de

empresas e da sociedade, conforme o nicho de atuação. A outra forma é utilizar a

força de venda indireta, mais usada nos mercados atuais, pois tende a não carregar

custos fixos e consiste na utilização de representantes ou distribuidores ou, ainda,

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34

dos chamados vendedores autônomos, isto é, vendedores sem vínculo trabalhista

com a empresa, e realizam a mesma abordagem em nichos específicos.

A definição do tamanho da força de venda é uma decisão de profunda

importância estratégica, pois define a delimitação de territórios e devem ser

observadas as características de cada região para determinar o potencial de

lucratividade. A penetração no mercado vai depender diretamente da força

competitiva de que a empresa de venda direta dispõe e da relação entre a carga de

trabalho (que resulta do número de visitas que o representante vai efetuar) e o grau

de qualidade e engajamento dessa força de venda.

A força de venda é sustentada pela base da supervisão de campo ou dos

coordenadores de venda. A supervisão de venda tem a função de ampliar a

quantidade e a qualidade de revendedores ou representantes de vendas em seus

respectivos setores de atuação.

Os representantes de vendas podem lucrar de duas maneiras:

a) sistema mononível: o revendedor ou representante de vendas compra

o produto e o revende com uma margem de lucro médio de 30%;

b) sistema multinível: além da margem de lucro, o revendedor ou

representante de vendas que indicar outros revendedores também

ganha uma porcentagem sobre essas vendas; nesse sistema, os

ganhos são proporcionais ao esforço empregado.

É importante frisar que o sistema multinível distingue-se do sistema de

pirâmide, que é crime, por caracterizar a comercialização de produtos e serviços que

não possuem valor comercial ou que muitas vezes nem existem. No sistema de

pirâmide, o recrutamento é estimulado ao máximo com falsas promessas de

lucratividade fácil, mas quem realmente ganha são somente as primeiras pessoas

que entraram no negócio.

O sistema multinível, assim como o sistema mononível, caracteriza-se pela

comercialização de produtos e serviços que possuem valor comercial e que além de

gerar e recolher impostos têm a garantia de devolução ou desistência do negócio.

Pode-se ainda afirmar sobre o sistema multinível que é possível gerar lucratividade

inclusive na organização de vendas, tendo um percentual de ganho a cada venda, e

que não é restrito pelo tempo de entrada no negócio; ou seja, a mesma oportunidade é

oferecida a todos, e os ganhos são proporcionais ao esforço de cada pessoa envolvida

na comercialização e na organização dos seus respectivos grupos de vendas.

Page 37: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

35

A venda ao consumidor final se realiza por contato pessoal, virtual ou por

telefone do revendedor ou representante de vendas com a demonstração de

catálogos e amostra de produtos. Como já mencionado, os representantes de

vendas não possuem vínculo empregatício com a empresa, mas seu

posicionamento na estrutura comercial é fator-chave para a sustentação do canal de

comercialização da venda direta; sem a sua presença e comprometimento,

necessários, o canal de venda direta torna-se inviável.

Na mesma proporção de relevância, a supervisão de campo tem papel vital

para o canal de venda direta. No entanto, é comum que o comportamento da

supervisão de campo tenha a mesma caraterística de fluidez da Pós-Modernidade,

ou seja, baixa estabilidade no cargo e, por consequência, alta movimentação (turn-

over) dessa posição.

Os motivos para isso são diversos, e vão desde o assédio dessa posição no

mercado, realizado pela concorrência, até o alto nível de exigência sobre a

qualidade de trabalho, que muitas vezes não corresponde à velocidade esperada

por investidores/criadores das marcas, passando ainda pela dificuldade de medição

de evolução de mercados “clustterizados”. Considere-se, como visto em Mondanez

et al. (2009), que os critérios de segmentação propostos pelas novas marcas são

conceitos ainda muito novos e não dão visibilidade contundente para previsão

precisa de demandas.

Em razão da peculiaridade da posição desta função, para a definição do

escopo do estudo foi selecionada a posição de supervisão de vendas para aplicação

do arquétipo sistêmico. Para ilustrar, foi criado quadro representativo da estrutura

comercial de empresas que atuam com venda direta.

Page 38: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

36

Figura 8: Exemplo de estrutura comercial da venda direta.

Fonte: O Autor.

Desta forma, a estrutura comercial é subdividida por gerências regionais, com

coordenadores responsáveis por Estados e supervisão de campo que atuam na

captação de novos representantes em seus respectivos setores.

Assim como também observado em Moraes et al. (2013), empresas que

optam pela estratégia focada em venda direta apresentam uma preocupação na

gestão da sua força de venda, composta por estrutura similar, ou seja, por gerência,

coordenação e supervisão. A preparação para cada um desses cargos requer alto

investimento e demanda um acatamento crítico de não só como atrair talentos, mas

também sobre a forma de retê-los, “sobrevivendo às intempéries” das relações

menos compromissadas da Pós-Modernidade.

3.2.4 Aplicação de arquétipos sistêmicos

Entendendo que os resultados do canal de venda direta é consequência da

boa atuação da supervisão, pois são responsáveis por recrutar novos

representantes e desdobrar as estratégias para o front no período de venda,

Page 39: Gp16 d marcelo garcia dos santos de paula

37

pressupõe-se que quanto maior o nível de capital intelectual assumido a esta

função, maior é o feedback de reforço.

Desta forma o arquétipo sistêmico proposto parte do princípio de que o capital

intelectual da supervisão de vendas é diretamente proporcional ao êxito na

perpetuação de conhecimento crítico que gera ações estratégicas mais harmoniosas

aos objetivos da empresa. No mesmo sentido, os resultados de comercialização de

produtos pelo canal de venda direta também apresentam melhores resultados.

No entanto, para manter este cenário positivo, as equipes de processos,

treinamento e capacitação comercial devem estruturar projetos que desencadeiam

atividades apropriadas à realidade do Pós-Modernidade, ou seja, adaptáveis aos

cenários de constante mudança. O único problema é que para a manutenção de

uma estrutura moldável são demandados recursos financeiros que as empresas que

atuam no mercado atual não estão acostumados a alocar para tal destinação. Por

consequência, o investimento para obtenção desses meios é inversamente

proporcional ao sistema.

Havendo o equilíbrio entre o desempenho do canal de venda direta dentro do

orçamento assumido para investimento na capacitação, os resultados do mercado

tornam-se consequência e em contrapartida a concorrência, ao perceber o êxito em

decorrência de tal movimento, busca pessoas para supervisão de suas respectivas

empresas nesse mesmo mercado, que por sua vez interfere na substituição da

supervisão que gerou o desempenho, gerando maior assédio da concorrência e

ocasionando também maior movimentação nas estruturas comerciais.

Outro fator que contribui para o aumento das movimentações das estruturas

comerciais são baixo desempenho e o pedido de desligamento voluntário; ambos,

porém, não foram considerados no arquétipo, pois para o primeiro caso entende-se

que a supervisão não alcançou o nível de capital intelectual suficiente para atuação

do fluxo proposto e, nos casos de desligamento voluntário, nem sempre a

supervisão demonstra transparência ao anunciar o motivo de seu desligamento, pelo

constrangimento de informar que está saindo da empresa para uma nova

oportunidade na concorrência. Portanto, considera-se que parte dos casos de

movimentações gerados por transferência de supervisão é para a concorrência.

Quanto maior a movimentação das estruturas comerciais, maior a defasagem

do nível de capital intelectual da supervisão de venda, o que também se reflete na

perpetuação de conhecimento estratégico e nos resultados da venda direta. Para

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38

lograr resultados equilibrados entre eficiência e produtividade, o investimento na

estruturação que garante aprendizagem organizacional é fundamental para o fluxo

do arquétipo sistêmico.

Figura 9: Arquétipo sistêmico aplicado à venda direta

Fonte: O Autor.

3.3 Comercialização de serviços

A análise aplicada para empresas que comercializam serviços refere-se ao

estudo de oportunidade aplicado ao setor bancário português. De acordo com

Cabrita (2005), pela aplicação da metodologia de Venkatraman (1989 apud

CABRITA, 2005) é possível obter inter-relações entre as estruturas que formam o

capital intelectual e, a partir disso, determinar as consequências no desempenho

organizacional.

3.3.1 Case do segmento bancário português

Para contextualização do estudo de oportunidade utilizado para empresas

que comercializam serviços, Cabrita (2005) apresenta hipóteses para utilização no

modelo de investigação:

Capital intelectual da supervisão venda direta

Saída e recolocação

da supervisão

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39

CAPITAL HUMANO

O capital humano é considerado o principal elemento do capital intelectual, a mais importante fonte de vantagem competitiva sustentável (NONAKA; TAKEUCHI, 1995). [...] o desempenho dos empregados é o factor crítico diferenciador da actividade dos bancos, sendo que, a qualidade das relações com os clientes depende do “calibre” dos seus empregados e da capacidade destes para perceberem as necessidades dos seus clientes... o facto de que os bancos se deverão concentrar mais nas condições que conduzem a um desempenho superior, do que em criar barreiras competitivas, porque o ciclo de vida das inovações nos serviços financeiros é muito curto e a competitividade depende da existência de recursos, capacidades e competências difíceis de imitar. A revisão da literatura permite-nos definir as duas primeiras hipóteses de investigação:

• H1 – o capital humano influencia positivamente o capital estrutural;

• H2 – o capital humano influencia positivamente o capital relacional.

CAPITAL ESTRUTURAL

O capital estrutural é um activo estratégico valioso que compreende as infra-estruturas, os sistemas de informação, as rotinas e os procedimentos. É o esqueleto e a cola de uma organização porque ele fornece as ferramentas (filosofia de gestão, processos, cultura) que retêm, armazenam e mobilizam o conhecimento (gerado internamente e captado do exterior)... Por outro lado, a banca portuguesa tem respondido aos desafios da globalização financeira com um forte investimento nas tecnologias de informação e comunicação (TIC) e na aposta em competências, com o objectivo fundamental de responder às necessidades actuais e futuras dos seus clientes. Surgem, então, a terceira e quarta hipóteses de investigação:

• H3 - o capital estrutural influencia positivamente o capital relacional;

•H4 - o capital estrutural influencia positivamente o desempenho organizacional.

CAPITAL RELACIONAL

O capital relacional é o conhecimento embutido nas relações com os clientes, fornecedores, ou qualquer outro stakeholder que influencie a vida da organização. É o esqueleto e a cola de uma organização porque ele fornece as ferramentas (filosofia de gestão, processos, cultura) que retêm, armazenam e mobilizam o conhecimento (gerado internamente e captado do exterior). [...] Por outro lado, a banca portuguesa tem respondido aos desafios da globalização. [...] A literatura define “orientação para o mercado” como um conceito lato que, na organização, abrange a criação, dis- seminação e resposta à inteligência de mercado. [...] A “orientação para o competidor” e a “orientação para os stakeholders” [...] são ambas dimensões da orientação para o mercado com influência positiva no desempenho organizacional [...]. É difícil uma orientação para os clientes, excluindo os competidores, uma vez que estes influenciam directa ou indirectamente as preferências dos clientes... a orientação para os competidores emerge como a variável com mais forte associação com o desempenho organizacional, podendo ser uma fonte de inovação e de ideias para novos produtos. a utilização apropriada da competência dos

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clientes ajuda a empresa a pre- venir-se da sua rápida obsolescência. Surge, então, a quinta hipótese de investigação:

• H5 – o capital relacional influencia positivamente o desempenho organizacional.

Observa-se que o termo capital relacional utilizado por Cabrita (2005)

corresponde ao capital do cliente empregado por Stewart (1997).

3.4 Síntese de hipóteses

Parte-se do pressuposto de que para empresas que comercializam produtos

foi escolhido o canal de venda direta, ou seja, o modelo de venda mais fluido e

condicionado às relações da Pós-Modernidade, em que o cliente final, para efetivar

a compra ou fechar a negociação, é dependente do grau sensitivo abordado na

venda, ou ainda do nível de relacionamento e interação entre o cliente e vendedor.

Fica evidente a diferença no posicionamento estratégico entre a comercialização de

produto e serviço, sendo que no primeiro, de acordo com a fundamentação teórica, a

orientação dos processos é voltada para o cliente e, no segundo, a orientação dos

processos é voltada para a concorrência.

A partir da diferença de posicionamento estratégico evidenciados no

detalhamento de cada cenário e aplicando a mesma análise de inter-relação da

estrutura de capital intelectual e desempenho organizacional em empresas de

comercialização de produtos, são propostas hipóteses distintas das apresentadas

para empresas que comercializam serviços conforme o tópico anterior. São elas:

a) H1 – o capital humano influencia positivamente o capital do cliente.

b) H2 – o capital humano influencia positivamente o desempenho

organizacional.

c) H3 – o capital estrutural influencia positivamente o capital humano.

d) H4 – o capital estrutural influencia positivamente o capital cliente.

e) H5 – o capital do cliente influencia positivamente o desempenho

organizacional.

Na comercialização de serviços, os atributos do bem prestado ao cliente são

intangíveis, o que acarreta no capital relacional (ou do cliente) de forma mais

branda, em comparação com a importância do capital estrutural para a obtenção de

desempenho organizacional.

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Assim, sintetiza-se a aplicação de hipóteses sob a perspectiva de variância

com as premissas de posicionamentos estratégicos distintos que interferem na

construção dos modelos de investigação por tipo de comercialização do bem

(produto ou serviço).

Tabela 2: Aplicação de hipóteses sob a perspectiva de variância

Posicionamento

Estratégico Orientação voltada para o Cliente Orientação voltada para a concorrência

Estrutura do Capital

Intelectual

Comercialização de produtos

(venda direta)

Comercialização de serviços

(prestação de serviços bancários)

Influencia positivamente...

Capital Humano H1

H2

o capital relacional e o

desempenho organizacional

H1

H2

o capital estrutural e

o capital do cliente

Capital Estrutural H3

H4

o capital humano e

o capital relacional

H3

H4

o capital cliente e

o desempenho organizacional

Capital do Cliente H5 o desempenho organizacional H5 o desempenho organizacional

*capital relacional = capital do Cliente

Fonte: O Autor, com base nas hipóteses de Cabrita (2005).

Desta forma, a estruturação do capital intelectual entre empresas que

comercializam produtos difere da que ocorre entre empresas que comercializam

serviços, como se vê nas Figuras 10 e 11:

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Figura10: Modelo de investigação da comercialização de produtos

Fonte: Adaptado de Cabrita (2005).

Figura 11: Modelo de investigação Comercialização de serviços

Fonte: Adaptado de Cabrita (2005).

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3.5 Análise e discussão

De acordo com os modelos de investigação apresentados, o desempenho

organizacional sofre influências de perspectiva de variância de acordo com o

posicionamento estratégico, que repercutem nas estruturas que formam o capital

organizacional nas empresas. É objetivo desta pesquisa, longe de estabelecer um

modelo definitivo para relacionar o desempenho organizacional e as estruturas do

capital intelectual, propor uma reflexão sobre o assunto, uma vez que os gastos com

novos entrantes em projetos já iniciados necessitam de um período de adequação

ao ambiente para a geração de resultados esperados.

Cabe às organizações evidenciar os objetivos para criação de postos em

conjunto com a área de administração de pessoas, para identificar potenciais

desnivelamentos que ocasionam o alto giro de turn over em posições estratégicas e

priorização sobre as inconsistências nas estruturas que formam o capital intelectual

da organização.

Segundo Choo (2003), o consenso entre os valores pessoais e os valores da

empresa atribui maior significado aos envolvidos e a geração de conhecimento que

ocorre por consequência desse significado.

A perpetuação do conhecimento depende da estruturação dos argumentos

estratégicos inseridos no processo de comunicação da empresa com seus

stakeholders.

A definição do posicionamento estratégico é importante para estabelecer

prioridades entre os elementos que compõem o capital intelectual e de que forma

será desdobrado para atingir o máximo desempenho organizacional.

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4 CONCLUSÃO

Diante do desenvolvimento de conceitos da Pós-Modernidade e da implicação

das inter-relações das estruturas que compõem o capital intelectual nas empresas, é

possível propor um instrumento para análise e reflexão a partir do posicionamento

estratégico visando desempenho organizacional.

A busca por maior compreensão de cenários estabelece conexões com a

aprendizagem organizacional, resultando em melhores interpretações de ambientes

e auxiliando na tomada de decisão. A retenção de conhecimento reduz as lacunas

existentes quando situações de turn over evoluem em velocidade maior do que o

prazo para a implementação de projetos.

Assim, o maior desafio das organizações está em atuar sobre as defasagens

geradas pelo desnivelamento de conhecimento em função de suas necessidades, o

que incide em elementos críticos que possibilitam a perpetuação do conhecimento.

A metodologia aplicada a este estudo possibilitou identificar a diferença nas

estruturas do capital intelectual dentro das organizações entre empresas que

comercializam produtos e as que comercializam serviços, pois definem

posicionamento estratégico distinto.

As considerações da Pós-Modernidade foram relevantes para reflexões de

como as organizações podem se projetar dentro de ambientes onde o foco está no

cliente ou na concorrência. Como constatado na realidade de diversas empresas,

que sofrem com alto índice de turn over, a principal dificuldade é manter o

conhecimento ou ainda criar ambientes que retroalimentem o capital intelectual.

Neste caso, em ambientes com foco na concorrência, os componentes do

capital estrutural e do capital relacional precisam ser altamente estruturados, com

clareza e precisão.

Quando o posicionamento estratégico tem foco no cliente, o capital estrutural

tem sua importância, mas não será suficiente para garantir êxito no desempenho

organizacional, se não forem considerados o capital relacional e o capital humano.

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