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Inovação rumo ao desenvolvimento da bioeconomia no Brasil pauta discussões no 3º Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação De 14 a 16 de outubro de 2015, a Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, em parceria com a BIO e a Biominas, realizou a 3ª edição do Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação no Sheraton Rio Hotel & Resort, no Rio de Janeiro (RJ). O evento foi parte da BIO LatinAmerica Conference, contribuindo ainda mais com o debate sobre o futuro da bioeconomia no País. Participaram da abertura da BIO LatinAmerica Conference, o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, o CEO da Biominas, Eduardo Emrich Soares, o vice-presidente sênior de Relações Internacionais da BIO, Joseph Damond, o secretário de Políticas e Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jailson de Andrade, e o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcos Vinícius de Souza. As atividades da sala do Seminário da Abiquim foram divididas entre 15 e 16 de outubro, quando foram apresentados oito painéis e duas palestras. Paralelamente, houve salas específicas para debates sobre a área da saúde e rodadas de negócio na BIO LatinAmerica Conference. Da esq. para dir., secretário Jailson Andrade (MCTI), secretário Marcos Vinícius de Souza (MDIC), Joseph Damond (BIO), Eduardo Emrich Soares (Biominas) e Fernando Figueiredo (Abiquim, no púlpito), durante cerimônia de abertura da BIO LatinAmerica Conference. FOTO: Marcelo Vallin Na opinião do secretário de Inovação do MDIC, Marcos Vinícius de Souza, os instrumentos de apoio e as instituições necessárias para dar suporte à inovação no Brasil já foram criados. A meta agora é aperfeiçoá- los. Para o secretário, existe ainda uma necessidade de incentivar o desenvolvimento de startups. De acordo com Jailson de Andrade, secretário de Políticas e Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do MCTI, o ministério está definindo os eixos estratégicos para a gestão da ciência, tecnologia e inovação até 2019, focando na expansão, consolidação e integração do sistema, no apoio à inovação nas empresas e no desenvolvimento do domínio de tecnologias críticas. Andrade destacou também a necessidade de aumentar o relacionamento entre as universidades e as empresas. A fim de incentivar a inovação na indústria brasileira, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece instrumentos de crédito, como o Plano de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química (PADIQ), lançado em 31 de julho de 2015, fruto de uma parceria do BNDES com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Governo e financiadoras apoiam inovação na química e biotecnologia Painel debate panorama das políticas públicas para a inovação e as perspectivas para 2016.

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Page 1: Governo e financiadoras apoiam inovação na química e ... · Da esq. para dir., Naldo Dantas (Anpei), Felipe Pereira (BNDES), secretário Jailson Andrade (MCTI), José Luis Gordon

Inovação rumo ao desenvolvimento da bioeconomia no Brasil pauta discussões no 3º Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação

De 14 a 16 de outubro de 2015, a Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, em parceria com a BIO e a Biominas, realizou a 3ª edição do Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação no Sheraton Rio Hotel & Resort, no Rio de Janeiro (RJ). O evento foi parte da BIO LatinAmerica Conference, contribuindo ainda mais com o debate sobre o futuro da bioeconomia no País.

Participaram da abertura da BIO LatinAmerica Conference, o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, o CEO da Biominas, Eduardo Emrich Soares, o vice-presidente sênior de Relações Internacionais da BIO,

Joseph Damond, o secretário de Políticas e Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Jailson de Andrade, e o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcos Vinícius de Souza.

As atividades da sala do Seminário da Abiquim foram divididas entre 15 e 16 de outubro, quando foram apresentados oito painéis e duas palestras. Paralelamente, houve salas específicas para debates sobre a área da saúde e rodadas de negócio na BIO LatinAmerica Conference.

Da esq. para dir., secretário Jailson Andrade (MCTI), secretário Marcos Vinícius de Souza (MDIC), Joseph Damond (BIO), Eduardo Emrich Soares (Biominas) e Fernando Figueiredo (Abiquim, no púlpito), durante cerimônia de abertura da BIO LatinAmerica Conference.

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Na opinião do secretário de Inovação do MDIC, Marcos Vinícius de Souza, os instrumentos de apoio e as instituições necessárias para dar suporte à inovação no Brasil já foram criados. A meta agora é aperfeiçoá-los. Para o secretário, existe ainda uma necessidade de incentivar o desenvolvimento de startups.

De acordo com Jailson de Andrade, secretário de Políticas e Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped) do MCTI, o ministério está definindo os eixos estratégicos para a gestão da ciência, tecnologia e inovação até 2019, focando na expansão, consolidação e

integração do sistema, no apoio à inovação nas empresas e no desenvolvimento do domínio de tecnologias críticas. Andrade destacou também a necessidade de aumentar o relacionamento entre as universidades e as empresas.

A fim de incentivar a inovação na indústria brasileira, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece instrumentos de crédito, como o Plano de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química (PADIQ), lançado em 31 de julho de 2015, fruto de uma parceria do BNDES com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Governo e financiadoras apoiam inovação na química e biotecnologiaPainel debate panorama das políticas públicas para a inovação e as perspectivas para 2016.

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Da esq. para dir., Naldo Dantas (Anpei), Felipe Pereira (BNDES), secretário Jailson Andrade (MCTI), José Luis Gordon (Embrapii), secretário Marcos Vinícius de Souza (MDIC) e Rodrigo Rocha Secioso de Sá (Finep), no painel sobre políticas públicas de incentivo à inovação em 2015 e perspectivas para 2016.

Da esq. para dir., Fernando Figueiredo (Abiquim), secretário Carlos Gadelha (MDIC), Gabriel Gomes (BNDES) e Rodrigo Mas (Bain&Company), no painel sobre políticas de incentivo ao desenvolvimento industrial e disponibilidade de matéria-prima.

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“O PADIQ é um plano de seleção para desenvolvimento e inovação da indústria química que busca induzir e apoiar projetos de desenvolvimento tecnológico e de instalação de novas capacidades produtivas”, como explicou Rodrigo Rocha Secioso de Sá, gerente do Departamento de Processos Industriais da Finep.

Felipe Pereira, gerente do Departamento de Indústria Química do BNDES, explicou que o escopo do PADIQ conta com a vantagem das experiências adquiridas no desenrolar dos Planos Inova anteriores a ele. O plano da indústria química visa apoiar projetos que dificilmente sairiam do papel sem o apoio do governo, embora as oportunidades tenham sido detectadas pelo Estudo do Potencial de Diversificação da Indústria Química, financiado pelo BNDES e realizado pelo consórcio formado pelas empresas Bain&Company e Gas Energy.

Detalhes sobre o estudo foram apresentados pelo sócio da Bain&Company, Rodrigo Mas. “Acreditamos que essa agenda de oportunidades pode reverter a balança comercial brasileira, e a virada definitiva deve vir dos químicos de base renovável, inclusive de segunda geração”, ressaltou Mas.

Outra entidade de apoio à inovação é a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Seu diretor de Planejamento e Gestão, José Luis Gordon, explicou que a empresa consegue dar celeridade à liberação de recursos para projetos de inovação, promovendo aproximação entre as empresas e as instituições de pesquisa.

Para o secretário executivo da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Naldo Dantas, o ano de 2016 deve ser visto como um momento de reflexão para dar continuidade aos projetos.

Ainda durante o evento, foi realizado um painel sobre incentivo a políticas públicas para o desenvolvimento industrial e disponibilidade de matéria-prima, moderado pelo presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo.

Na opinião de Carlos Gadelha, secretário de Desenvolvimento da Produção do MDIC, o País precisa trabalhar práticas de incentivo à biotecnologia industrial, a fim de dar um salto de produtividade e competitividade. É preciso também reduzir os custos sistêmicos e dos insumos básico produzidos aqui. Gadelha também ressaltou a

importância de diversificar a produção do País. “Se não investirmos em uma diversificação tecnológica e produtiva, o mundo muda e a nossa indústria será varrida do mercado. Precisamos transformar o nosso patrimônio biotecnológico em maior valor agregado, competitividade e produtividade, como eixos condutores da política industrial”, afirmou o secretário.

Já em relação ao potencial de competitividade da produção de bioquímicos no Brasil, o chefe do Departamento de Indústria Química do BNDES, Gabriel Gomes, afirmou que, em termos de carboidratos, o Brasil é o país que tem a matéria-prima mais barata do mundo. “Quando pensamos na segunda geração da biomassa, o valor fica ainda mais baixo. Se essa bioquímica tiver de se desenvolver em algum lugar, será no Brasil”, afirmou Gomes.

No entanto, as empresas ainda encontram obstáculos para investir na bioquímica. Por isso, neste ano o Brasil fez uma atualização da Lei de Acesso ao Patrimônio Genético, que entra em vigor em novembro, a fim de incentivar as pesquisas. Conforme explicou a advogada da Abiquim, Luiza Helena da Matta Ribeiro, moderadora do painel sobre o impacto do novo marco regulatório na biotecnologia industrial, a Abiquim vem trabalhando no auxílio e contribuições para o regulamento da lei. “Pretendemos garantir alguns direitos previstos na nova lei que trouxeram muitos avanços para a biotecnologia e P&D sobre a biodiversidade brasileira, como a descriminalização da atividade de pesquisa sobre o patrimônio genético, a segurança jurídica e a garantia da isonomia no acesso”, afirmou.

Na opinião de Tiago Luz Farani, analista ambiental da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com a implementação da lei, a repartição de benefícios passará a ter um escopo mais claro. “O Brasil é extremamente rico em biodiversidade, mas essa riqueza é muito pouco aproveitada. A nova lei deve alavancar a P&D baseada na biodiversidade brasileira, promovendo novas descobertas e a geração de novos produtos. Esperamos que isso gere renda, maior repartição de benefícios e, no final, maior conservação da biodiversidade”, analisa Farani.

O advogado da Dannemann Siemsen, Gustavo de Freitas Morais, destacou os aspectos práticos da lei e os avanços conquistados a partir da adoção quase mundial da Convenção da Biodiversidade. Morais também falou sobre as novas definições dos conceitos de desenvolvimento tecnológico e acesso ao patrimônio genético.

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Desafios e oportunidades no desenvolvimento de tecnologias emergentes

As empresas de biotecnologia industrial, que buscam desenvolver e criar novos mercados para suas tecnologias, enfrentam uma série de obstáculos, como problemas no escalonamento, nas políticas públicas para a pesquisa e na conquista de investidores nessa área de alto risco. O diretor de P&D da Rhodia, Thomas Canova, moderou um painel sobre os desafios para o desenvolvimento de tecnologias emergentes.

Vinícius Nonino, diretor de Estratégia e Novos Negócios da Fibria, destacou duas tecnologias que avançaram na empresa, sobrepujando essas dificuldades: a pirólise que aproveita o bio-óleo resultante do processo para o refino, produzindo diesel e gasolina; e o reaproveitamento da lignina.

Ricardo Blandy, vice-presidente de Desenvolvimento de Mercado América do Sul da Nexsteppe, defendeu o sorgo – cereal também conhecido como milho zaburro – como biomassa para complemento de outras matérias-primas para a bioeconomia.

Gonçalo Pereira, cientista-chefe da Granbio, destacou o potencial da cana energia para fabricação de etanol de segunda geração e a importância das enzimas e leveduras brasileiras, que, segundo ele, são de altíssima qualidade, nesse processo. “As biorrefinarias conseguem fazer um conjunto de produtos de grande valor agregado”, defendeu.

Alda Lerayer, diretora de Assuntos Científicos e Regulatórios da Solazyme Brasil, explicou os processos regulatórios pelos quais as empresas que querem trabalhar com produtos geneticamente modificados precisam passar, a fim de garantir a biossegurança.

Eduardo Grytz, fundador da Performa Investimentos, afirmou que a empresa aposta em tecnologias limpas, sustentáveis e recursos renováveis no Brasil e destacou os principais riscos do setor. “O Brasil tem vocações claras para a área de bioeconomia. Estamos no lugar certo. Temos inúmeras vantagens competitivas”, ressaltou.

A área de biocombustíveis foi explorada mais a fundo no painel moderado pelo CEO da Globalyeast, Marcelo do Amaral. De acordo com o executivo, “mesmo num cenário de crise, há uma perspectiva de aumento de até 50% na demanda de etanol na próxima década. Combustíveis avançados de primeira e segunda gerações são parte necessária da solução para atender à demanda de energia do nosso País, e a nova tecnologia bioquímica é fundamental para resolver problemas industriais”, avaliou.

Jaime Fingueirut, gerente de Desenvolvimento Estratégico Industrial do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), destacou que o Brasil tem como grande vantagem o know how em produção de etanol de cana-de-açúcar. “Nossa tecnologia está madura, o que nos permite arriscar novas tecnologias”, observou.

Alan Hiltner, vice-presidente de novos negócios da Granbio, falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores de etanol 2G (de segunda geração), os impactos da imprevisibilidade do preço do petróleo e da instabilidade cambial e a necessidade de o País trabalhar as condições de demanda por bioquímicos e biocombustíveis.

Na opinião de Arthur Milanez, gerente Setorial do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, o índice de motorização do País deve crescer e, com ele, a demanda por combustíveis. “O etanol de segunda geração pode ser a solução para atender a demanda futura sem aumento da produção de cana”, concluiu.

Em relação aos desafios e oportunidades encontrados pelas empresas que estão investindo na química a partir de matérias-primas renováveis, o coordenador da Comissão de Tecnologia da Abiquim e gerente de Inovação da Braskem, Paulo Coutinho, moderou um painel no qual salientou o que falta para o Brasil desenvolver-se nessa área. Para ele, o alto custo e a burocracia são obstáculos a serem transpostos.

Maria Felipe Sueli, coordenadora de Desenvolvimento Tecnológico e Sustentabilidade da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ressaltou a importância de se fazer parcerias internacionais enquanto o País se estrutura internamente.

Luiz Cornacchioni, diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), destacou o quanto a produtividade do solo do Brasil melhorou, graças a investimentos em pesquisa para melhoramento de insumos e fertilizantes.

John Biggs, diretor de P&D da Dow, destacou a necessidade de ter visão de longo prazo nos investimentos em química e de buscar parcerias a fim de aproveitar oportunidades no Brasil.

Na opinião de Bernardo Silva, presidente-executivo da Associação Brasileira de Biotecnologia Industrial (ABBI), o que facilitaria a visão de longo prazo seria o desenvolvimento de uma política nacional para biotecnologia industrial.

Instituto Senai de Inovação em Biossintética investirá na engenharia de processos bioquímicos

O coordenador da Comissão de Tecnologia da Abi-quim e gerente de Inovação da Braskem, Paulo Cou-tinho, apresentou o Instituto Senai de Inovação em Biossintética, que será construído no Rio de Janeiro (RJ). Atualmente, o instituto opera dentro do Senai CETIQT.

O projeto é fruto do planejamento realizado pela Abiquim e Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o objetivo de desenvolver a ciência aplicada para a indústria em químicos de renováveis e biotecnolo-gia. De acordo com o palestrante, a ideia é que os ins-titutos Senai possam auxiliar na criação de startups no País. “Queremos desenvolver soluções sustentá-veis, seja para agregar valor às correntes petroquími-cas já existentes ou para desenvolver cadeias a partir de matérias-primas renováveis”, explicou Coutinho.

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Durante a 21ª Conferência do Clima (CoP-21), que será realizada em dezembro deste ano em Paris, na França, governantes de diversos países discutirão o futuro de baixo carbono. O painel moderado pelo diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto, debateu como a indústria, por meio do uso de matérias-primas renováveis e da biotecnologia, pode auxiliar o planeta a alcançar uma economia mais sustentável.

Carlos Augusto Klink, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), analisa que têm havido avanços significativos nas políticas públicas brasileiras relacionadas às mudanças do clima. Segundo o secretário, as últimas estimativas do governo apontam que reduzimos em 40% as emissões de gases causadores do efeito estufa entre 2005 e 2012. Nos últimos dez anos, reduzimos 82% do desmatamento no País.

O professor William Wills, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apresentou detalhes sobre estudo realizado na universidade, com base no qual foram propostas medidas de mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE). O professor Wills também explicou como a política de precificação do carbono pode aumentar a competitividade do Brasil no mercado internacional.

O professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, destacou o papel da agricultura, pecuária e silvicultura na redução das emissões.

Pedro Luiz Fernandes, vice-presidente da Novozymes América Latina, e Emiliano Graziano, gerente de Sustentabilidade Corporativa da Basf para a América do Sul, apresentaram cases de sucesso de suas empresas em redução

das emissões de GEE. De acordo com Fernandes, a Novozymes investe no desenvolvimento de enzimas eficientes e de baixo custo para a produção de etanol celulósico, que chega a emitir até 90% menos CO2 do que os combustíveis fósseis, e na análise do ciclo de vida dos produtos. A avaliação do ciclo de vida também foi destacada por Graziano, que ressaltou ainda a importância de se usar ferramentas de cocriação. “A Basf entende que não existe exclusividade quando se fala em desenvolvimento sustentável. A cooperação é o caminho”, afirmou o gerente.

A 4ª edição do Seminário Abiquim de Tecnologia e Inovação está programa para 2017. Não deixe de participar!

ExpedienteGerência de Comunicação AbiquimProdução: Adriana NakamuraCoordenação: Camila MatosEditoração: Rodrigo Silva (Fábrica C Comunicação)

Cosméticos avançam em performance e sustentabilidade com a biotecnologia

A indústria de insumos para cosméticos foi identi-ficada como um dos setores de maior potencial para investimentos no Brasil pelo Estudo de Diversificação da Indústria Química Brasileira. Com produtos de alto valor agregado, esse mercado demanda diferentes ma-térias-primas e intermediários químicos para o desen-volvimento de formulações com cada vez melhor per-formance e apelo sustentável.

O Seminário da Abiquim trouxe profissionais do setor para discutirem essas tendências no painel moderado pela gerente de P&D para Cuidados Pessoais e Limpeza Doméstica da Oxiteno, Cristiane Canto. Participaram do debate o diretor Comercial da Solazyme, Eduardo João de Palma; a gerente de Desenvolvimento de Produtos da Natura, Roberta Roesler; a analista de Pesquisa da L’Oreal, Ana Raquel Monteiro; e o diretor de Ciência e Tecnologia da Givaudan, Maurício Cella.

Da esq. para dir., Jorge Soto (Braskem), secretário Augusto Klink (MMA), prof. Carlos Eduardo P. Cerri (Esalq-USP), Emiliano Graziano (Basf), Pedro Luiz Fernandes (Novozymes) e prof. Willian Wills (UFRJ).

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Soluções da biotecnologia para o desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono