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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ ESCRITÓRIO REGIONAL DE PARANAVAÍ PLANO DE MANEJO RESERVA FLORESTAL DE JUREMA “ 1ª REVISÃO - 1996” PARANAVAÍ, 1996

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS

INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ ESCRITÓRIO REGIONAL DE PARANAVAÍ

PLANO DE MANEJO RESERVA FLORESTAL DE JUREMA

“ 1ª REVISÃO - 1996”

PARANAVAÍ, 1996

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ Jaime Lerner Governador HITOSHI NAKAMURA SECRETÁRIO DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS JOSÉ ANTONIO ANDREGUETTO DIRETOR PRESIDENTE DO INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ JOSÉ TADEU MOTTA DIRETOR DE BIODIVERSIDADE E ÁREAS PROTEGIDAS MÁRIO SÉRGIO RASERA DIRETOR ?????? HERD??????? DIRETOR?????

EQUIPE EXECUTORA

. Juarez Cordeiro de Oliveira (Engº Florestal) - IAP . Francisco Adyr Gubert Filho (Engº Agrônomo) - IAP . Rosimeri Carvalho (Engª Florestal) - IAP . Lourival Sanches Espejo (Técnico em R.N.R.) - IAP. . Doraci Ramos de Oliveira (Técnico R.N.R.) - IAP. Levantamento da Vegetação . Profº Carlos Velozo Roderjan ( Engº Florestal, M. Sc. ) - UFPR Levantamento de Fauna . Mauro de Moura Britto ( Biólogo) - IAP

EQUIPE REVISORA

. Doraci Ramos de Oliveira (Técnico em R.N.R.) Gerente da Unidade - IAP . Rubens Lei Pereira de Souza (Técnico em R.N.R.) - IAP. . Carlos Alberto Schicoski (Técnico em R.N.R.) - IAP. . Harvey Frederico Schulenker (Técnico em R.N.R.) - IAP

AGRADECIMENTO

A todos os funcionários do ITCF, atual IAP que colaboraram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho e, em especial a Srtª Maria Noszczyk pelo excelente trabalho de datilografia e ao Sr. Roberto Vinicius Canestraro pela execução dos desenhos.

SUMÁRIO Equipe Executora................................................................................ i i i Agradecimentos.................................................................................. i v Sumário.............................................................................................. v Lista de Quadros................................................................................ v i i Lista de Figuras.................................................................................. v i i i 1 - Introdução............................................................................................ 1 2 - Criação, Localização e Limites da Unidade de Conservação................ 2 3 - Enquadramento Fisiográfico e Geopolítico da Reserva Florestal de Jurema................................................................................................. 2 4 - Análise da Reserva no contexto Regional e no Contexto da Unidade de Conservação................................................................................... 6 4.1 - FATORES BIOFÍSICOS............................................................. 6 4.1.1 - Geologia.......................................................................... 6 4.1.2 - Geomorfologia e relevo.................................................... 7 4.1.3 - Hidrografia...................................................................... 7 4.1.4 - Solos................................................................................ 7 4.1.5 - Clima............................................................................... 9 4.1.6 - Vegetação da Região.......................................................10 4.1.6.1 - Caracterização da vegetação da Reserva Flo- restal de Jurema.............................................11 4.1.7 - Fauna.............................................................................15 4.1.8 - Aspecto paisagístico-ambiental da Reserva....................15 4.2 - FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS...........................................16 4.2.1 - Características da população..........................................16 4.2.2 - Economia Regional.........................................................17 4.2.3 - Meios de relação - transporte e comunicação..................17 4.2.4 - Recreio e Turismo...........................................................21 4.2.5 - Valores Culturais............................................................21 4.2.6 - Usos da Reserva Florestal de Jurema..............................23 4.2.6.1 - Uso anterior da área.........................................23 4.2.6.2 - Uso atual da área.............................................23 4.2.6.3 - Usos conflitantes.............................................23

5 - MANEJO E DESENVOLVIMENTO..................................................24 5.1 - REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE............................................24 5.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO...............................24 5.3 - ZONEAMENTO........................................................................25 5.3.1 - Zona Primitiva................................................................25 5.3.2 - Zona de Recuperação......................................................27 5.3.3 - Zona de Uso Intensivo....................................................28 5.3.4 - Zona de Uso Extensivo...................................................29 5.3.5 - Zona de Uso Especial.....................................................30 5.4 - PROGRAMA DE MANEJO......................................................31 5.4.1 - Programa de Manejo do Meio Ambiente.........................31 5.4.1.1 - Sub-programa de investigação.........................31 5.4.1.2 - Sub-programa de manejo e recursos................32 5.4.1.3 - Sub-programa de monitoramento....................32 5.4.2 - Programas de Uso Público............................................33 5.4.2.1 - Sub-programa de recreação, interpretação e educação.........................................................33 5.4.3 - Programa de Operação.................................................34 5.4.3.1 - Sub-programa de proteção..............................34 5.4.3.2 - Sub-programa de manutenção........................35 5.4.3.3 - Sub-programa de administração.....................36 6 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO.........................................38 ANEXOS 1) Relação das espécies vegetais coletadas e observadas na Reserva Flo- restal de Jurema.................................................................................41 2) Lista parcial das espécies de mamíferos.............................................43 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................46

LISTA DE QUADROS I - Dados Pluviométricos do Municipio de Amaporã........................... 10 II - Ocupação econômica da população de Amaporã por setor de ativi- dade............................................................................................... 18 III - Situação fundiária do Municipio de Amaporã, considerando núme- ro e tamanho de propriedades........................................................ 19 IV - Estrutura fundiária do Município de Amaporã, segundo a situação dos proprietários............................................................................. 20 V - Esquema básico do plano de ação para a implementação do plano de manejo........................................................................................ 37

LISTA DE FIGURAS 1 - Divisão fisiográfico do Paraná......................................................... 3 2 - Divisão microrregional do Paraná.................................................... 4 3 - Localização e acesso........................................................................ 5 4 - Relevo e hidrografia da Reserva Florestal de Jurema....................... 8 5 - Vegetação da Reserva Florestal de Jurema......................................14 6 - Zoneamento da Reserva Florestal de Jurema................................... 26

I - INTRODUÇÃO Historicamente, entre as décadas de 40 e 60 foram criadas 33 áreas naturais protegidas no estado, das quais 24 Reservas Florestais e dois Parques Florestais que acabaram não sendo implantados efetivamente. Em 1985 uma avaliação global das áreas protegidas estaduais apontou a seguinte situação: 24 Unidades representando 0,09% do território estadual (MILANO, s.d.). Foi nos últimos anos que a política de manejo de áreas silvestres no Estado mostrou avanços significativos. De 0,09% da área protegida passou-se para 0,2%. Em 22/08/90 foi encaminhada à Assembléia Legislativa, mensagem do Executivo Estadual contendo anteprojeto de lei estadual do meio ambiente (Atualmente em vigor) na qual se propõe a criação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), anseio de longa data da comunidade conservacionista. O SEUC prevê a modificação na nomenclatura das categorias de Unidades de Conservação, e, antecipando a reclassificação das áreas do Estado, esta proposta de manejo considera a Reserva Florestal de Jurema, como um Parque Estadual, o que efetivamente acontecerá com a implantação do Sistema, muito embora ela ainda apareça no presente plano de manejo com o nome de Reserva Florestal por questões de ordem legal. A Reserva Florestal de Jurema (Futuro Parque Estadual) é uma das poucas áreas criadas na década de 50 que realmente foram implantadas. Hoje ela assume um cunho de significativa importância, pois preserva um dos últimos remanescentes da Florestal Pluvial Tropical do Terceiro Planalto e é uma opção de lazer de educação para uma população que vive no meio rural, que tem acesso apenas a áreas já muito degradadas e de paisagem estética e ecologicamente pobres. Considerando que o plano de manejo é instrumento básico para efetivo ordenamento das ações em uma Unidade de Conservação e o seu caráter iminentemente dinâmico, a proposta leva em consideração, principalmente a sua viabilidade prática de execução num prazo de tempo relativamente curto, aberta a novas informações que possibilitem a sua constante melhoria.

2 - CRIAÇÃO, LOCALIZAÇÃO E LIMITES DA UNIDADE DE

CONSERVAÇÃO. Segundo o Decreto nº 20.847 de 28 de janeiro de 1.956, a Reserva destinada à proteção de manancial no Patrimônio Jurema, foi considerada protetora nos termos dos artigos 3º e 4º do Código Florestal da União. Pelo Decreto nº 8.013 de abril de 1962, a Reserva foi transferida à jurisdição do Departamento de Produção Vegetal da Secretaria de Agricultura. Conforme Lei nº 7.055/78, artigo 33, em 08 de junho de 1981, a área é regularizada e incorporada ao patrimônio do ITCF, para fins constituição de reserva florestal. A Reserva Florestal de Jurema, com área de 204,56 ha está localizada na Região Noroeste do Paraná, no Município de Amaporã. Dista l km da cidade de Amaporã, 33 km de Paranavaí, 507 km de Curitiba, tendo acesso pela rodovia PR 218 e situa-se geograficamente, entre as coordenadas 23º 04´ a 23º 06´ latitude Sul e 52º 46´ a 52º 48´ longitude oeste. (Fig. 3) Apresenta os seguintes limites: - Norte : divisa por linha seca, numa extensão de 1.100 m - Leste : divisa por linha seca, numa extensão de 2.040 m - Sul : divisa por faixa de domínio da PR 218 por 1.060 m - Oeste : divisa por linha seca, numa extensão de 1.900 m

3 - ENQUADRAMENTO FISIOGRÁFICO E GEOPOLÍTICO DA RESERVA FLORESTAL DE JUREMA

O Estado do Paraná, segundo MAACK (1968), está dividido em cinco grandes regiões geográficas, baseadas nas posições das escarpas, vales dos rios, divisores de água e caráter fisiográfico unitário da paisagem. Estas cinco regiões correspondem ao litoral , serra do mar, primeiro planalto ou planalto de Curitiba, segundo planalto ou Ponta Grossa, Terceiro Planalto ou de Guarapuava. A Reserva Florestal de Jurema situa-se no Terceiro Planalto, entre os Rios Tibagi, Paranapanema e Ivaí, região denominada por MAACK (1968) de Planalto de Apucarana (Fig 1). Deve-se considerar toda região Noroeste do Paraná como região fisiográfica diversa do Planalto basáltico em função da ocorrência do Arenito Caiuá, como no caso, a região do baixo Ivaí, onde se insere a Reserva. Geopoliticamente, localiza-se na Microregião Homogênea do Norte Novíssimo de Paranavaí, (MRH 283), Município de Amaporã (Fig. 2).

4 - ANÁLISE DA RESERVA NO CONTEXTO REGIONAL E NO

CONTEXTO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 4.1. - Fatores Biofísicos 4.1.1. - Geologia Segundo MAACK (1968) no bloco planáltico de Apucarana, ao Norte de Londrina, nas proximidades de boa vista do Paraíso, Cruzeiro do Norte, Jaguapitã, Colorado e Sabáudia, a leste do rio Pirapó, fazem vestígios do arenito vermelho São Bento Superior “Supratrapp” ou Caiuá. As eruptivas mergulham a 580 m s.n.m. a oeste de Maringá abaixo da capa do arenito Caiuá, que avança muito para leste desde o rio Paraná, com uma camada média de 350 metros de espessura. No Paraná, a camada de arenito Caiuá se desenvolve a partir dos últimos derrames de lava e representa a continuidade do processo de sedimentação eólica terrestre iniciada no Triássico Superior com a deposição de arenito Botucatu no deserto merozóico, que perdurou até o Eo-Cretáceo. A sedimentação não cessou durante todo o período do vulcanismo gondwânico, e foram depositados sedimentos ecólidos em bancos ou lentes nos derrames de lava e nas fendas maiores. A ascensão rápida de gases nas fendas de diáclases elevou consigo grãos de areia posterior ente silicificados. Em virtude deste fenômeno encontram-se atualmente faixas estreitas e veios maiores de arenitos cozidos nas diversas camadas eruptivas. No bloco planáltico de Campo Mourão o arenito Caiuá evidencia a mesma espessura entre os cursos inferiores dos rios Ivaí e Piquiri, estendendo-se para leste como uma larga faixa sobre os derrames de “trapp”. As capas de arenitos vermelhos terminam numa altitude de 600 m s.n.m., aproximadamente a 8 km a leste de Campo Mourão. Todavia, ocorrem ainda a Sudeste e Sudoeste, cobrindo inúmeros platôs e pequenas mesetas entre os rios Cantu e Goioerê com uma espessura de 20 a 60 m. No bloco planáltico de Guarapuava o arenito Caiuá ocorre apenas num pequeno triângulo ao sul da foz do rio Piquiri, terminando 4 km ao norte de Guaira, onde cruza o mesmo rio em direção leste. Em direção oeste atravessa o rio Paraná penetrando no interior do Paraguai.

O Arenito Caiuá penetra no Estado de São Paulo pelo vale do Paranapanema, logo abaixo da Corredeira do Diabo, sendo que as elevações na margem esquerda do Rio Paraná, entre o Paranapanema e o Piquiri são constituídas por camadas do arenito eólico Caiuá com estratificação cruzada. 4.1.2 - Geomorfologia e relevo Na região do Arenito Caiuá predominam ondulações suaves com raras mesetas estruturais, o que contrasta vivamente com a vizinha região do basalto. Consequentemente o relevo apresenta-se bastante suavizado com predominância de classes de relevo menos enérgicas (suave ondulado a ondulado) e plano no vale dos grandes rios (Paraná, Paranapanema e Ivaí). 4.1.3 - Hidrografia O Municipio de Amaporã situa-se na bacia do rio Ivaí, e é cortado pelo Ribeirão Lica e Ribeirão Paixão. O rio Ivaí abrange uma bacia hidrográfica de 35.845 km2 em um percurso total de 685 km, recebendo mais de 100 afluentes. De sua nascente até a foz no rio Paraná, sofre um desnível de 893 m. Sua vazão, segundo os Irmãos Keller, oscila no mínimo de 200 m3/seg. a 3000 e 3.500 m3/seg. na época das enchentes (MAACK, 1968). A Reserva Florestal é banhada pelo córrego Jurema, do qual empresta o nome, tributário do Ribeirão Lica, que foi represado formando um lago artificial (fig. 4). 4.1.4 - Solos Segundo a Carta de Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado do Paraná (EMBRAPA, 1981), ocorrem com predominância no Municipio de Amaporã os seguintes solos: - Latossolo Vermelho-Escuro-Distrófico, A moderado, textura média, fase floresta tropical subperenifólia, relevo suavemente ondulado a praticamente plano.

- Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico, A moderado, textura arenosa a média, fase floresta tropical subperenifólia, relevo suave-ondulado. São solos formados predominantemente a partir de materiais provenientes de decomposição do Arenito Caiuá, do grupo São Bento, do Cretáceo. Quanto à utilização, são de baixa fertilidade natural e bastante susceptíveis à erosão, o que faz com que além de adubações para elevar e manter uma boa fertilidade, sejam necessárias também práticas conservacionistas intensas. 4.1.5 - Clima Segundo a classificação climática de Koeppen o clima da região é do tipo Cfa (mesotérmico úmido, sem estação seca e com verão quente), sendo a temperatura média do mês frio abaixo de 18ºC e temperatura média do mês mais quente acima de 22ºC. Segundo MAACK (1968) o setor mais setentrional do Terceiro Planalto do Paraná se enquadra no símbolo Cfa da classificação de Koeppen. Todavia após o desaparecimento da mata pluvial a zona Cwa (com período seco no inverno) se infiltra periodicamente desde São Paulo, muito para o sul do rio Paranapanema, ocasionando grandes estremos climáticos durante um decêndio. Dados da Faculdade Estadual de Paranavaí indicam: - Precipitação: média anual (1.200 a 1.400 m) - Trimestre mais chuvoso: dezembro, janeiro, fevereiro (250 a 400 mm) - Temperatura: média anual 21 a22ºC; média do mês mais quente 24 a 25ºC, fevereiro - Média do mês mais frio 17 a 18ºC - julho; média anual máxima: 28 a 29ºC; média anual mínima: 15 a 16ºC - Umidade relativa do ar: média anual 75%; evapotranspiração potencial anual: 1.000 a 1.100 mm. O quadro a seguir revela dados pluviométricos relativos ao Município de Amaporã observados em um período de 10 anos, onde a precipitação média anual fica em torno de 1.495 mm.

QUADRO I - Dados Pluviométricos do Município de Amaporã Ano Precipitação

Média (mm) Precipitação Baixa (mm)

Nº Dias Chuvas

Precipitação (mm)

Mês Máxima Precipitação

1977 941,66 194,2 85,0 1.135,9 Janeiro 1978 146,4 61,0 56,0 1.030,7 Janeiro 1979 124,5 226,6 92,0 1.494,8 Setembro 1980 114,6 224,6 75,0 1.375,1 Outubro 1981 108,5 319,8 68,0 1.302,7 Outubro 1982 123,5 214,7 94,0 1.480,4 Dezembro 1983 151,5 287,2 99,0 1.816,4 Junho 1984 91,0 262,5 50,0 1.092,0 Dezembro 1985 92,9 167,5 62,0 1.114,4 Março 1986 124,6 354,1 83,0 1.496,0 Dezembro 1987 134,6 394,8 85,0 1.615,3 Novembro FONTE: SUDERSHA 4.1.6. - Vegetação da Região Segundo MAACK (1968) existia um limite nítido entre o tipo de mata que cobria a camada arenosa subtrapp - Arenito Caiuá - e a associação florística da mata pluvial-tropical sobre a compacta terra roxa. Em virtude da menor fertilidade dos solos derivados do Arenito Caiuá, MAACK considerou as florestas do Noroeste paranaense como “mata pluvial tropical menos exuberante” onde o palmito (Euterpe edulis) seria bem mais raro, cedendo lugar à palmeira jerivá (Arescatrum romanzoffianum) e ao longo do rio Paraná à macaúba (Acrocomia sclerocarpa). Outro aspecto interessante dessa formação florestal seria o “acentuado predomínio das leguminosas com folhas pectinadas e espinhos, o que conferia à mata o aspecto de periodicamente seca ou “serradão”. MAACK também assinalou ao longo dos rios Ivaí, Piquirí e Paraná a ocorrência de laranjeiras asselvajadas (Citrus sinensis), logo extintas pelas devastações e ainda a ocorrência generalizada de altos taquaruçus (Bambusa gradua) na zona marginal do Rio Paraná e no curso inferior do Ivaí, ao longo das extensas várzeas e pântanos.

Atualmente considera-se tanto a floresta pluvial-subtropical sobre terra roxa como a floresta pluvial-subtropical sobre os solos derivados do Arenito Caiuá como Floresta Estacional Semidecidual, em virtude de muitas espécies apresentarem o caráter decíduo (queda das folhas) durante a estação seca, sendo que algumas possíveis diferenciações apontadas por MAACK (1968) seriam frutos de fatores edáficos próprios das duas regiões mas que em última análise não influenciaram a vegetação a tal ponto de se caracterizarem duas formações florísticas diferenciadas.

4.1.6.1 - Caracterização da Vegetação da Reserva Florestal de Jurema. - Região Fitogeográfica Natural. A Reserva Florestal de Jurema está situada na região da Floresta Estacional Semidecidual sob influência do vale do Rio Ivaí, a 310 m s.n.m., enquadrando-se na Região Bioclimática 7 ( EMBRAPA, 1985 ), com ocorrência de déficit hídrico anual no período desfavorável (inverno ). - Tipologia da Vegetação da Reserva. A maior parte da Reserva é ocupada por um remanescente alterado da floresta primitiva, cabendo o restante à áreas de capoeiras, pastagens antigas e áreas de uso comum. Segundo fotointerpretações ( 1:5.000 / 1980 ) e observações de campo, pode-se definir a seguinte tipologia para a vegetação da Reserva e as respectivas porcentagens de ocupação aproximadamente; a) Vegetação Primária: 49,58% F1: Floresta Estacional Semidecidual alterada b) Vegetação secundária: 46,10% F2: Floresta Secundária: 19,85% Cb: Capoeira: 2,73% C/CP: Capoeira/Capoeirão: 23,52% c) Área de uso comum: 4,32% Viveiro e instalações. 2,26%

CARACTERIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO DA RESERVA

- Vegetação Primária - Floresta Estacional Semidecidual alterada - apresenta dossel irregular em torno de 20 m de altura, sobre a qual emergem exemplares de peroba (Aspidosperma polyneuron) ( até 25 m ) e eventualmente outras espécies como a Canafístula (Peltophorum dubium) e a Gurucaia, (Parapíptadenia rígida) na maioria mal formados, possivelmente rejeitados por ocasião do corte seletivo. Abaixo das árvores emergentes ocorre um grupo heterogêneo de espécies, com diâmetros entre 20 e 50 (70) cm de DAP e alturas entre 10 e 20 m, onde são freqüentes o Guaritá,(Kleinodendron sp) o Marfim, a Gurucaia, (Parapíptadenia rígida) Guabiroba,(Campomanesia) o Cedro,(Cedrella fissilis) a Peroba (Aspidosperma polyneuron) e o Jerivá (Cocos romanzoffianum) além de outras eventuais como o Ariticum-cagão,(Annona cacans) a Cabreúva,(Myrocarpus frondosus) o Alecrim, (Holacalyx balansae) a Canafístula, (Peltophorum dubium) a Canjerana (Cabralea canjerana) e a Canela-guaicá, (Ocotea puberula) entre outras. Neste andar arbóreo são freqüentes as aráceas (cipó-imbó) e cipós ( Bignoniáceas e sapindáceas ) , caracterizando a fisionomia do interior da floresta. Um segundo andar arbóreo é composto por árvores e arvoretas relativamente jovens, que podem variar localmente em dimensões e variedades em função da interferência de incêndios no passado. Em geral apresentam diâmetros finos e alturas entre 5 e 10 m , entre as quais são comuns espécies do dossel superior em regeneração como a Canjerana,(Cabralea canjerana) o Marfim, (Balfourodendron riedelianum) a Guabiroba, (Campomanesia xantocarpha) o Cedro, (Cedrella fissilis) a Gurucaia (Parapiptadenia rígida) e o Amendoim, (Pterogyne nítens) e outras típicas deste andar ( tolerantes ao ambiente sombreado ) como a Canela-de-veado (Helietta longifoliata) (Marfinzinho), o Jaracatiá, (Jaracatiá spinosa ) o Ingá, (Ingá sp) a Pitanga, (Eugenia sp) Jerivá, (Cocos romanzoffianum) o Ariticum ( Annona cacans) e o Espeteiro. (Casearia sp.) Um terceiro andar herbáceo-arbustivo é caracterizado pela abundância de cipós como o Arranha-gato, (Mimosa sp.)entre as quais Manchas de taquara e mesmo do Capim-colonião (Panicum maximum) proveniente de pastagens próximas. Pteridófitas e epífitas são escassas em função da região bioclimática onde se encontra a Reserva ,com ocorrência de déficit hídrico estacional. O palmito não ocorre na área, pelo mesmo motivo

- Vegetação Secundária - Floresta Secundária. Na porção sul da Reserva ocorre uma associação diferenciada, secundária, proveniente do abandono de pastagens antigas. Apresenta-se no estágio mais evoluído da sucessão florestal ( Floresta Secundária ) e dificilmente diferenciável da Floresta Primária em fotos áreas 1.25.000. O dossel é uniforme ( 10-15 m de altura ) e amplamente dominado pelo Monjoleiro, (Acácia poliphylla) cuja característica de copa e folhagem permite a delimitação aproximada deste tipo florestal. Ocorrem também o Cedro, (Cedrella fissilis) o Ariticum-cagão, (Annona cacans) o Feijão-crú, (Lonchocarpus muehlbergianus) o Tapiá (Alchornea triplinervia) e a Canafístula, (Peltophorum dubium) além de Embaúbas (Cecropia adenopus) remanescentes da fase anterior (capoeirão). Um segundo andar arbóreo começa a se definir com o desenvolvimento de espécies tolerantes à sombra como a Guaçatunga, (Casearia sp.) a Canela-de-veado, (Helietta longifoliata) a Mamica-de-porca, (Zanthoxyllum hyemalis) o Vacum (Allophyllus sp.) e o Araçá, (Psidium sp) competindo com outras que irão concorrer ao dossel como o Miguel-pintado (Matayba elaeagnoides) a Canjerana, (Cabralea canjerana) o Feijão-crú (Lonchocarpus muehlbergianus) e o Capororocão (Rapenea umbellata). A elevada densidade dos estratos arbóreos condiciona um sub-bosque pouco iluminado, com a superfície coberta por densa serrapilheira (restos vegetais em decomposição lenta ), e abundante regeneração de espécies arbóreas tolerantes ao ambiente sombreado como o Miguel-pintado, (Matayba elaeagnoides) o Vacum, (Allophyllus sp) a Guabiroba, (Campomanesia xantocarpha) a Mamica-de-porca, (Zanthoxyllum hyemalis) a Canela-de-veado, (Helietta longifoliata) a Canjerana, (Cabralea canjerana) o Araçá (Psidium sp) e o Cedro, (Cedrella Fissilis) entre outras ambiente, dificultando o deslocamento no seu interior. - Capoeira. Em duas áreas restritas, ocorrem uma formação arbórea baixa ( 3-5 m ), descontínua, resultante da ocupação de pastagens antigas por árvores e arvoretas de Leiteiro, (Sapium glandulatum) Aroeira, Açoita- cavalo, (Luehea divaricata) Miguel-pintado, (Matayba elaeagnoides) Monjoleiro (Acácia poliphylla) e Vassouras, (Baccharis spp.)sob as quais predomina o Capim-colonião, (Panicum maximum) limitando ainda a regeneração e o desenvolvimento do processo sucessional. Acredita-se apresentar a idade aproximada de 26 anos, coincidente ao ano de criação de reserva (1962). - Capoeira / Capoeirão. Dá área da Reserva, 23% aproximadamente apresenta-se densamente ocupada por capoeiras e capoeirões, num estágio

já avançado de desenvolvimento, apesar da existência de algumas moitas de Capim colonião (Panicum maximum) remanescentes da antiga pastagem, que foi dizimada pelo avanço de espécies nativas da flora através da regeneração natural. Na porção sudoeste da Reserva, entre o viveiro e a represa existente, foi implantado um arboreto que, pela escolha das espécies e pelos tratos culturais inadequados, não apresenta nenhum resultados significativo, sendo ocupado predominantemente por compostas (Assa-peixe e Vassourinhas) e Gramíneas. - Área de Uso Comum. Consitutui-se pelo Centro de Educação Ambiental, Quiosques, área de camping, estacionamento, além da área do viveiro e instalações, com algumas espécies frutíferas cultivadas, ( goiaba, mamão, limão, etc.) e um grupo de Canafístulas (Peltophorum dubium) (7-12 m de altura ), além existe um arboreto recente (6 anos ), pequeno porém relativamente bem conduzido, com as espécies Ipê-roxo, (Tabebuia heptaphylla) Canafístula, (Peltophorum dubium) Leucena, (Leucena leucocephala) Tipuana, (Tipuana tipu) Cassia-imperial, (Cassia sp.) Manduirana (Senna macranthera) e Sobrasil, (Colubrina triplinervia) apresentando em média 4-6 m de altura; carecem no entanto de manejo adequado ( desbastes ) e medições sistemáticas. 4.1.7 - Aspectos da Avi-Fauna O levantamento de dados para verificação da presença de animais através de observação direta ou de vestígios (principalmente de mamíferos), é trabalho gradativo que exige tempo e constância no campo. Estes dados foram obtidos, baseados em algumas horas de caminhada e informações de especialistas. A Reserva Florestal de Jurema, segundo MILANO, RIZZI e KANIAK ( 1986 ), é uma área de floresta primária fortemente alterada. Nessas condições, a mastofauna que resiste às modificações antrópicas e que frequenta a área pode ser restringida a algumas poucas espécies conhecidas,tais como o Cachorro-do-mato, o Gambá, o Coati, o Macaco-prego,Tatus,Cotias e roedores silvestres.

Como área protegida, com potencial de uso científico, foi introduzido um jacaré no açude artificial, que ali sobrevive em condições mais seguras. Em complemento ao levantamento da avifauna, baseado em informações de SCHERER NETO, chegou-se a uma lista parcial (anexo 1) com 33 espécies pertencentes a 18 famílias,sendo predominanantes nesta lista, espécies de passeriformes da sub ordem OSCINES, o que faculta à Reserva uma avaliação de área profundamente alterada, baseado em índice da relação SUBOSCINES / OSCINES (SLUD,1.976 ), com um baixo valor ( SO/O = 0,58 ), concordando com a avaliação supracitada de MILANO, RIZZI & KANIAK (op. cit. ) A alteração das áreas naturais, causa um profundo desiquilíbrio populacional, ocorrendo então uma diminuição de predadores e competidores naturais, causando aumento exagerado na população de outras espécies. Teoricamente, estes processos já estão ocorrendo na Reserva Florestal de Jurema, restando como tentativa de solução, um aprofundamento de conhecimento das relações entre as espécies ali existentes, no sentido de poder ser implementado no programa de manejo que o torne eficiente ao longo do tempo. 4.1.8- Aspecto Paisagístico - Ambiental da Reserva. A paisagem da Reserva florestal de Jurema é constituída de três ambientes básicos: a floresta original, as formações sucessoras, reflorestamentos (Projeto Madeira) e o lago. Na Floresta original, já significativamente alterada, observa-se infiltração e dominância de espécies integrantes da floresta secundária. A presença de centenários Ipês, (Tabebuia heptaphylla) Peroba, (Aspidosperma polyneuron) Cedros (Cedrela fissilis) e outros, além da exuberância e valor científico, configuram à paisagem um aspecto histórico, uma vez que encontra-se uma das últimas amostras representativas do ecossistema da região. As formações sucessoras (capoeira e capoeirão), resultado da utilização da área para pastagem, com invasão do capim - colonião, está num estágio bastante avançado atualmente, devendo no futuro integrar a floresta original que circunvizinha a área.

Conseqüência de dois represamentos, o lago com suas águas límpidas, apresenta um belo quadro, de forte potencial para a recreação, lazer, educação ambiental e interpretação da natureza. Às margens do lago encontra-se de um lado a floresta e de outro a área de lazer com quiosques cobertos e em seguida um arboreto com espécies nativas, e o antigo Centro de Reintegração de Fauna que está desativado e dará lugar a pequeno museu de flora. Na entrada da reserva é encontrado um plantio de espécies ornamentais (Cerca Viva), o que será totalmente reordenada tendo em vista projeto de readequação da estrada de acesso ao interior da Unidade. Há também um pequeno bosque de espécies nativas associadas a espécies exóticas Leucenas (Leucena leucocephala) que não interem na paisagem de forma negativa, pois as espécies nativas se sobrepoem as exóticas. 4.2 - FATORES SÓCIO-ECONÔMICOS 4.2.1- Características da População Em 1.980 o Município de Amaporã, contava com 350 habitantes, correspondendo a 1,1 % da população da Microregião 283, que é constituida por 29 municípios. Tem como municípios limítrofes Planaltina do Paraná com 4.692 habitantes; Guairaçá com 7.105 habitantes; Paranavaí com 65.290 habitantes; Mirador com 2.008 habitantes; Guaporema com 2.701 habitantes e Cidade Gaúcha com 8.241 habitantes, totalizando 90.037 habitantes em 1.980. Conforme os censos do IBGE, houve um decréscimo significativo na população de Amaporã, onde foi registrada uma população de 7.921 habitantes em 1960, 4.843 habitantes em 1970 e 3.250 em 1980, ou seja uma redução de 39% de 1960 a 1970 e de 59% de 1970 a 1980. Este resultado reflete o êxodo rural decorrente do sistema irracional de culturas, que empobreceu os solos, transformando-os em áreas de pastagem, trazendo com consequência a atual situação fundiária. Dos 3.250 habitantes de Amaporã, segundo o censo de 1980, 1.817 (56%) estão na área urbana e 1.433 ( 44% ) na área rural; 1.984 ( 52% ) são do sexo masculino e 1.566 (48%) do sexo feminino, registrando umrelativo equilíbrio, porém com destaque a uma população masculina maior na área rural em relação a população feminina 674 (21%) pessoas possuindo o nível elementar, l56 (5%) com o nível de Primeiro Grau, 87 (3%) com o nível de Segundo Grau e 18 (0,5%) com Curso Universitário

De acordo com levantamento de 1986 da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Amaporã (ADAMA), o muninicípio apresenta 797 pessoas analfabetas; 1212 pessoas com Primeiro Grau completo e 1511 pessoas com Primeiro Grau imcompleto; 427 pessoas com Segundo Grau completo e 376 pessoas com Segundo Grau incompleto. Atividades às quais a população local está ligada, bem como a expressão numérica das relações são apresentadas nos quadros 2,3 e 4 abaixo: 4.2.2 - Economia rural A economia da MRH é baseada na pecuária, com predominância do rebanho bovino, possuindo aproximadamente 1.140.000 cabeças, o que favorece às indústrias de laticínios da região, o aproveitamento de couros, peles e outros produtos de origem animal (FAFIPA, 1984 ). No tocante a produção agrícola, convém salientar a alta produtividade das culturas de mandioca, na industrialização da farinha, também como fins carburantes, do café e arroz irrigado (FAFIPA, 1984 ). Segundo a ADAMA, existem no município de Amaporã apenas 24,20 ha de pomares com frutas diversificadas e 35% da população cultiva horta no quintal. 4.2.3- Meios de relação - transportes e comunicação Amaporã dista 33 Km da cidade de Paranavaí, sede regional, e 533 Km da cidade de Curitiba, capital do Estado, tendo acesso à primeira pela PR 218 e à segunda pela BR 376. A Reserva fica a 500 m da cidade de Amaporã, entre esta e Planaltina do Paraná (fig. 3 ). A infra-estrutura de comunicação no município é razoável, sendo dotado de sistema telefônico DDD, com dois postos telefônicos e 52 terminais instalados nas residências, qutro canais de televisão sediados em Maringá, Londrina e Apucarana, três estações de rádio de Paranavaí, recebendo ainda jornais. A cidade de Amaporã conta com um posto de combustível e um terminal rodoviário. QUADRO II - Ocupação econômica da população de Amaporã por setor de atividades

Distribuição da população de Amaporã por setor de atividades econômicas Ano Atividades

Sociais Administração

Pública Outras

Atividades Condições Inativas

Econom. Ativas

Econom. ñ Ativas

Econom. Ativas

Econom. ñ Ativas

Econom. Ativas

Econom. ñ Ativas

1970 63 11 03 10 24 21 128 1980 68 - 54 50 30 35 183 4.2.4. Recepção, Recreio e Turismo A Unidade assume significativa importância na questão recreativa e turística, além da educação ambiental, uma vez que na região praticamente existem atividades de lazer ligadas diretamente à natureza e dotadas de infra-estrutura. Com um centro de Educação Ambiental, trilha interpretativa áreas de lazer e camping dotadas de toda infra-estrutura básica, a área vem preencher esta lacuna ???????????????????????????? Como opção de recreação, a população regional freqüenta atualmente recantos naturais às margens do Rio Paraná, Paranapanema e algumas praias artificiais, no entanto sem qualquer condição de associar o lazer a questão ambiental. Com a abertura a visitação pública desde 1992, pode-se observar que há uma grande demanda de visitantes a utilização da estrutura de lazer existente, se considerarmos que não houve nenhum tipo de divulgação, apenas propagação natural, onde os visitantes por si mesmo de encarregam de divulgar as belezas naturais que observam nas visitas. Portanto, pode-se conclui que a área dispõe de um grande potencial a ser explorado, basta apenas fazer um bom trabalho adequado de divulgação na região. 4.2.5. Valores Culturais " Entre as últimas regiões do Estado do Paraná a serem povoadas e colonizadas, como decorrência do ciclo do café, está a imensa zona situada a noroeste, nas bacias do Rio Paraná e Paranapanema nos limites do Paraná com o Mato Grosso. Aindo no início do século XVI, Espanhóis e

Portugueses fizeram as suas primeiras lutas pela posse efetiva da terra (IBGE, 1959)". As primeiras terras a serem desbravadas e colonizadas por Mineiros e Paulistas com o intuito de achar novas terras para o plantio de café, foram as do Norte do Paraná, hoje conhecida como "Norte Pioneiro". Depois de feita uma análise do potencial das novas terras, a empresa colonizadora britânica "Paraná Plantations Company", através subsidiária, Companhia de Terras Norte do Paraná, adquiriu do Governo do Estado do Paraná e de diversos posseiros uma gleba de 515.000 alqueires, que viria a se constituir no "Norte Novo". Com o arrendamento da estrada de ferro no trecho Ourinhos-Cambará, no ano de 1929, ocorreu um processo considerável nesta região, chegando a antingir as terras que margeiam o Rio Tibagi. Quando houve a deflagração da Segunda Guerra Mundial, um grupo Paulista adquiriu dos ingleses a chamada Companhia de terras, que passou a ser denominada "Companhia Melhoramentos Norte do Paraná", somando esta nova estrutura mais 30.000 alqueires das terras existentes. Os princípios implantados para que houvesse um desenvolvimento satisfatório na região foram a construção de uma rodovia, afim de facilitar o acesso e dar maior segurança ao escoamento da produção, incentivar núcleos básicos de colonização, aproveitando o eixo rodoviário, sendo que deveria existir entre esses núcleos uma distância máxima de 100 km (FAFIPA, 1984). Entre os núcleos, fundaran-se pequenos patrimônios com a finalidade de abastecer a população rural. O último princípo adotado foi a divisão rural, em áreas não superior a 15 alqueires, ajustadas a produção dos solos (FAFIPA, 1984). Até o ano de 1928 toda região do vale do Ivaí era considerada despovoada, coberta de matas virgens, constituídas de terras devolutas de propriedades do Estado do Paraná. A partir de então foi que se iniciou o povoamento e a colonização dessa região. O Único meio de comunicação até então existente era uma estrada que partindo de Presidente Prudente, no Estado de São Paulo, cruzava o Rio Paranapanema e atingindo a localidade, onde mais tarde surgiu a cidade de Paranavaí (IBGE, 1959). Paranavaí surgiu na antiga Fazenda Montóia, onde hoje se encontra a fazenda experimental do IAPAR. em 1930 já existia um cartório de Registro Civil, o que significa que Montóia naquela época era distrito Juduciário. A partir de 1930, o povoamento deslocou-se rapidamente para a Fazenda Brasileira - atual zona urbana do Município - em cujas terras

viregns e férteis foi plantado nada menos que um milhão de pés de café. A inesgotável exuberância da Fazenda Brasileira atraiu, em curto espaço de tempo, pessoas de todos os quadrantes do País, que de uma ou outra forma vieram contribuir para o progresso e desenvolvimento da cidade nascente (FAFIPA, 1984). Amaporã inicialmente denominada "Jurema", foi elevada à categoria de distrito, pertecente ao Município de Paranavaí, em 23 de Agosto de 1955, segundo a Lei nº 116 de 25 de julho de 1960, de acordo com a lei nº 4.245 o Distrito foi elevado à categoria de Município, passando a denominar-se Amaporã, segundo a Lei nº 37, de 13 de junho de 1965. 4.2.6. Usos da Unidade 4.2.6.1. Uso anterior da área A área de propriedade do Estado do Paraná foi invadida por volta de 1950 pelo Sr. Percy Guimarães. Na mesma época iniciou-se o desmatamento de parte da área para fins de culturas agrícolas (Milho, feijão, arroz, etc.). Posteriormente, o primitivo ocupante Sr. Percy Guimarães, cendeu a posse do imóvel a Jaffer Felício.Jorge (década de 70), que utilizou-se da área desmatada para pastagens, até ser indenizado pelo Estado do Paraná em 1979. época em que passou a ser adminstrada pelo Estado, como Reserva Florestal de Jurema. Em 1980 iniciou-se as atividades de produção de mudas florestais na área, coma instalação deum viveiro. 4.2.6.2. Uso atual da área Atualmente desenvolve-se trabalhos de Educação Ambiental, Lazer e visitação pública com caminhadas e atividades ecológicas, envolvendo escolas, entidades e públicos em geral. A área onde funcionava o centro de reintegração de fauna (desativado)será transformado em um pequeno museu de flora. 4.2.6.3. Usos conflitantes Consideran-se conflitantes com os objetivos básicos de manejo de áreas silvestres a existência do viveiro florestal, muito embora venha a dar

suporte aos programas de recuperação das áreas degradadas, e as torres de transmissão da COPEL com a respectiva rede elétrica. 4.2.7. Patrimônio instalado e benfeitorias Encontran-se instalados na área da Unidade de Conservação as seguintes benfeitorias e equipamentos; - 6.000 mts de cercas com 5 fios de arame liso; - Duas rodas d'água; - 02 reservatórios d'agua com capacidade de 30.000 l cada; - 01 casa de madeira com edícula em alvenaria medindo 108 m2; - 01 casa em alvenaria medindo 72, 24m2; - 01 centro de visitantes medindo 72,36 m2; - 01 almoxarifado em alvenaria medindo 48 m2; - 01 barracão de madeira para trabalho medindo 180m2; - 01 refeitório de madeira medindo 45 m2; - 02 sanitários duplos em alvenaria medindo 3,5 m2 cada; - 10 conjuntos (quiosque) sem cobertura; - 06 conjuntos (quiosque) com cobertura; - 01 trilha interpretativa com 1.500 mts; - 03 pontos de água potável; - 01 estacionamento com 2400 m2; - 01 telefone e fax; - 01 sistema de comunicação interno VHF com três estações; - 01 Veiculo Fusca - 01 Motocicleta de 125 cc - 01 Trator CBT 10 65 com carreta 5 - MANEJO E DESENVOLVIMENTO 5.1 - Parque Estadual Conforme FUNATURA, Refúgios de Vida Silvestres podem ser áreas

terrestres e/ ou aquáticas em que a proteção e manejo são necessários

para assegurar a existencia e / ou a reprodução de determinadas espécies

ou comunidades de flora e / ou fauna, residentes ou migratórias, de

importância significativa.

A proteção daquelas pode requerer manipulação de habitat e

controle dos inimigos naturais para propiciar condições ótimas as

espécies ou comunidades a proteger.

A visitação pública pode ser permitida ou não, depedendo das

condições particulares de cada caso, devendo sempre prevalecer as

necessidades de conservação da natureza.

Os objetivos de manejo primários são: contribuir para a

preservação da diversidade biológica, mediante a proteção de

determinados sítios com características bióticas de particular interesse;

proteger espécies raras,endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extição;

propiciar fluxo genético entre áreas protegidas, quando as características

do sítio o permitirem; preservar recursos de flora e / ou fauna; e favorecer

pesquisas e estudos de caráter biológico ou ecológico.

Como objetivo de manejo secundário é considerada a proteção de

ecossistemas naturais relacionados com a espécie ou espécies que deseja

especialmente proteger.

5.2. - OBJETIVOS ESPECÍFICOS DE MANEJO Foram identificadas para a Reserva Florestal de Jurema os seguintes objetivos específicos de manejo: 1)Preservar o ecossistema Floresta- Estacional Semidecidual típico da região; 2)Preservar espécies importantes da flora, tais como peroba (Aspidosperma polyneuron ) , guaritá ( Apoleia leiocarpa ), canafístula ( Peltophorum dubium ), ipê roxo ( Tabebuia avellanedae ),etc.; 3)Preservarespécies importantes da fauna, tais como: lontra ( Lutra platensis ), paca ( Cuniculus paca ), capivara ( Hidrochaeris hidrochaeris ), bugio ( Alouatta fusca ), etc.; 4) Preservar as nascentes d`água existentes na Reserva Florestal de Jurema, formadoras do rio de mesmo nome, significativamente importante para o abastecimento d`água local; 5) estimular atividades de pesquisas dentro da Uniadade, como exemplo, o acompanhamento da evolução da flora nos seus diversos estágios sucessionais e levantamentos faunísticos; 6)Promover atividades de Educação Ambiental e interpretação da natureza;

7)Propiciar oportunidades de recreação moderada para a população usuária da Unidade, tais como passeios a pé observação de aves, fotografias da natureza, atividades esportivas, banhos, etc.; 8)Manejar áreas da Uniddade onde acorreram ações antrópicas, direta e indiretamente incorporando-as a zona primitiva; 9) Detrminar a capaciade de cerga da Zona de Uso Intensivo e Extensivo, garantindo um melhor aproveirtamento social com o mínimo impacto ambiemtal. 5.3. - Zoneamento Levando-se em consideração as diferentes necessidades de proteção, os vários níveis de intensidade de uso previstos para a área e o sistema de zoneamento adotado no Brasil, a Reserva Florestal de Jurema comporta cinco zonas distintas: Zona Primitiva, Zona de Recuperação, Zona de Uso Intensivo, Zona de Uso Extensivo e Zona de Uso Especial. ( Fig. 6 ). 5.3.1 - Zona Primitiva Definição e Objetivos Esta Zona consiste de áreas naturais onde a intervenção ocorrida tenha sido pequena ou mínima e pode conter ecossistemas únicos, espécies de flora e fauna ou fenômenos naturais de grande valor científico,que eventualmente podem tolerar o uso limitados do público. O objetivo geral de manejo é preservar o ambiente para que evolua naturalmente, podendo-se permitir a pesquisa científica autorizada, a Educação Ambiental e, eventualmente, o uso limitado do público para a Recreação ecológica: Os objetivos específicos de manejo são: a ) Proteger o ecossistema, já parcialmente alterado, para que através da evolução natural volte a sua situação original: b ) Proteger espécies da fauna raras ou ameaçadas de extinção;

c ) Possibilitar as atividades de pesquisas científicas que forneçam informações para o melhor conhecimento dos recursos naturais da Reserva e subsídios para seu manejo e para a interpretação da natureza. Descrição Ocupa a maior área da Reserva (cerca de 70% ), constituí da pela floresta primária alterada, e por uma parcela de floresta secundária. Normas a ) Não será permitida a visitação pública, à execeção de situações especiais que venham contribuir para o reconhecimento da importância da Reserva e da conervação da natureza, autorizadas pelo IAP, após análise do Departamento de Recursos Naturais Renováveis. b ) As atividades de pesquisas científicas deverão ter prévia autorização da Gerência e serem consideradas importantes para a Reserva Florestal, sem comprometer a integridade do ecossistema; c ) A infra-estrutura desta zona se restringirá às picadas necessárias ao desenvolvimento das atividades científicas de proteção, e de interpretação da natureza no desenvolvimento de educação ambiental orientada; d) As atividades de fiscalização serão exercidas na periferia das zonas principalmente, e dentro delas quando extremamente necessário; e ) Não será permitida a introdução de quaisquer espécies exóticas de flora e fauna. 5.3.2. - Zona de Recuperação. Definição e Objetivos É uma zona constituída de área significativamente alterada pela ação humana, de caráter provisório. Esta zona terá sua área parcial ou totalmente incorporadaa outras zonas, à medida que a recuperação tenha sido alcançada. O processo de recuperação deverá ser o mais natural possível, e as espécies exóticas introduzidas na área deverão ser gradativamente removidas.

O objetivo geral de manejo é a restauração da área, acompanhada de constante monitoramento para acompanhamento das mudanças que ocorrerem na flora e fauna dessas áreaa. Objetivos Específicos: a ) Manejar a área recuperada, para que futuramente ela possa intergrar a zona Primitiva: Descrição Esta zona abrange aproximadamente 20% da Unidade dividindo-se em duas áreas: a primeira constitui-se em um capoeirão em franca recuperaçáo natural e a segunda foi destina ao Projeto madeira que está sendo manejado: Normas a ) A visitação pública só será permitida com fins de Educação Ambiental e científico; b ) No manejo não será permitido o aparecimento de espécies exóticas; c ) Os técnicos do IAP dererão continuar monitorando a área; d ) As pesquisas científicas poderão ser executadas desde que compatíveis com os objetivos de manejo, a serem previamente autorizadas pelo IAP através da gerencia da área. OBS: Tendo em vista o processo de franca recuperação considera-se uma zona de transição, que deverá ser incorporada futuramente a outras

zonas. 5.3.3. - Zona de Uso Intensivo. Definição e Objetivos Esta zona é constituída de áreas naturais alteradas pelo homem, sendo que o ambiente deve ser mais natural possível e conter expedientes que estimulem a Educação Ambiental. Deve possuir toda a infra-estrutura

básica necessária à recepção, estadia de visitante, lazer e recreação intensa, harmonizada com o ambiente. O objetivo geral do manejo desta zona é promover uma maior integração entre o homem e a natureza e proporcionar lazer mais intensivo, com o mínimo de impacto negativo sobre o ambiente. Objetivos específicos: a) Dotar de infra-estrutura mínima ( sanitários, água potável, quiosques com bancos e mesas, centro de visitantes ) para propiciar a visitação pública a Educação Ambiental e lazer ; b) Fornecer ao visitante toda a informação necessária sobre a unidade, tais como: sua importância, possibilidades de recreação e normas de comportamento; c) Adequar o aspecto paisagístico de toda a área.??????????????????? Descrição Esta zona ocupa cerca de 5% da área da U.C. É composta do lago, da área acima deste, áreas de laze I e II, centro de visitantes e estacionamento, limitando-se com o viveiro florestal. Normas a) A visitação e uso da área será livre observando as normas e diretrizes da Unidade de Conservação. b) Os veiculos automotores terão acesso somente até o estacionamento, com exceção dos veículos da administração; c) Não será permitida a entrada e permanência de animais domésticos; d) O lixo produzidos nesta zona deverá ser retirado da Unidade e dada a destinação correta; e) Serão permitidos os esportes aquáticos, desde que tenha uma relação ou objetivos diretos com a interpretação ou educação ambiental ; f) O lago poderá ser utilizado para promoções organizadas pelo IAP e entidades afins (ex. concurso de pesca, devidamente regulamentado ) ; g) As construções necessárias dentro desta zona deverão primar pelo uso de material e estilo arquitetônico coerentes com o ambiente natural de Reserva.

h) As modalidades de recreação permitida serão fotografias, passeios a pé,observação da vida silvestre, camping, piqueniques, atividades esportiva,etc. i) Esta zona deverá ser fiscalizada constantemente: j) Não será permitdo o uso de fogueiras e churrasqueiras portátesi fora dessa área, pelo público visitante; k) Deverá ser respeitada a capacidade de carga da `rea. O Número de pessoas por caminhada está pervisto no regulamento interno da Unidade; l) A sinalização deverá ser de fácil leitura e harmônica com o ambiente natural da Unidade; m) Os visitantes que mantiverem comportamento não compatíveis com as normas internas de uso da unidade, deverão adequar-se ou retirar-se da área; n) Após as 22:00 horas não serão permitidas aparelhos sonoros que alterem o ambiente local, pertubando a as condoções naturais local. 5.3.4. - Zona de Uso Extensivo Definição e Objetivos Esta zona consiste principalmente de áreas naturais onde a intervenção humana tenha sido pequena, devendo englobar amostras significativas dos ambientes típicos da Unidade. Deve ser constituída de ambientes suficientetemente resistentes para permitir algumas facilidades educativas e recreativas. Constitui uma zona de transição entre as zonas primitivas e de uso intensivo. O objetivo geral de manejo é a manutenção do ambiente natural , porém, propiciando facilidades de acesso ao público com fins educativos e recreativos em escala extensiva. Objetivo especifico: a) Oferecer oportunidade aos visitantes de adentrar as florestas permitindo um contato direto com a natureza através das trilhas interpretativas ; b) Possibilitar que o vistante posa disntinguir um amobiente alterado com outro não alterado significativamente;

c) Mostrar aos vistantes algumas fases do processo de recupração de uma floresta a alguns benefícios diretos para o meio que floresta traz. Descrição Esta zona restringe-se a uma faixa de transição entre a zona de uso intensivo e zona primitiva de recuperação e uso extensivo e a trilha que adentra a floresta secundária e seu entorno, ocupando aproximadamente cerca de 2% da área total. Normas a) O acesso público será permitido , em escala extensiva; b) A fiscalização deverá ser regular; c) Deverão serem instalados um ponto de descanso em áreas de relevante interesse da interpretação da natureza, junto ao majestoso Ipê Roxo existente na trilha; d) A sinalização deverá ser de fácil leitura e harmônica com o meio. e) O acesso de grupos de visitantes devrá obedecer o número previsto no regulamento interno da unidade, objetivando minimizar os impactos ambientais, sempre acompanhados por um monitor devidamente habilitado; 5.3.5. - Zona de Uso Especial. Derfinição e Objetivos A esta zona pertencem as áreas necessárias à administração, manutenção e serviços da U.C, contando com as instalações básicas necessárias. O objetivo geral desta zona é a administração da área. Objetivos específicos: a ) Centralizar as atividades de administração e serviços da U.C, visando sua otimização funcional;

b ) Fazer a manutenção da faixa de segurança abaixo da linha de transmissão da COPEL, de forma a minimizar o impacto visual que ela provoca. Descrição Esta zona compreende o viveiro florestal, o centro de reintegração de fauna (desativado), a faixa sob a linha de transmissão da COPEL, o escritório de administração da Reserva e a casa do Guarda-parque e viveirista, além das instalações atinentes a essas áreas de trabalho; Normas a ) A presença de animais domésticos será permitida nesta zona, desde que comprovada sua necessidade; b ) O lixo gerado nesta zona deverá ser removido da Reserva e dade a destinação adequada; c ) Os funcionários da U.C e seus dependentes não poderão se valer dos recursos naturais renováveis do mesmo em proveito próprio; d ) Quando necessário, utilizar medidas preventivas contra a erosão; e ) Desenvolver pasiagismo como forma de integração da zona aos princípios ecológicos. 5.4. - PROGRAMAS DE MANEJO Para implementação de Plano de Manejo da Reserva Florestal de Jurema foram concebidos três programas de manejo: Programa de Uso Público, Programa de Administração e Programa de Manejo de Manejo de Meio Ambiente. 5.4.1. - Programa de Manejo do Meio Ambiente 5.4.1.1 Sub-programa de investigação Objetivos

a) Aprofundar os conhecimentos sobre os recursos naturais renováveis da área, visando otimizar o manejo da U.C Atividades a ) Promover convênios com instituições de pesquisa ou estimular pesquisadores para condução de estudos sobre os recursos naturais renováveis da U.C. Normas a ) As pesquisas a serem realizadas deverão ter a autorização da Gerencia da Unidade e ouvido o setor técnico competente se necessário. b ) Cópias de todas as pequisas e publicações relacionadas a área deverão ser arquivadas no DIBAP - DUC e no Centro de Visitantes da U.C; c ) Através da administração da Unidade e do Departamento DIBAP - DUC , será fornecido aos pequisadores os dados já disponiveis à pesquisa proposta. 5.4.1.2. Sub-programa de Maanejos e Recursos Objetivos a ) Manter uma amostra inalterada do ecossistema floresta pluvial tropical: b ) Manejar as áreas em processo de recuperação, alteradas por processos antrópicos, até atingir um estágio semelhante ao da floresta original, integrando-a a zona primitiva, posteriormente; c) Garantir o desenvolvimento de programas educativos e interpretação ambiental. Atividades a) Proteção integral das áreas de floresta primária alterada secundária e capoeira / capoeirão e áreas florestadas; b) Dar tratamento paisagístico na áreas fortemente alteradas, onde acontecerá moderada ou intensica visitação pública; c) Desenvolver atividades silviculturais adequadas a uma recuperação da forma mais natural possível;

d)Manejar as trilhas interpretativas, para propiciar o máximo de aproveitamento das atividades ali executadas. Normas a) Preferêncialmente serão usadas espécies regionais nos tratamentos paisagísticos; b) Para acelerar a recuperação das áreas alteradas poderão ser usados processos silviculturais de enriquecimento; 5.4.1.3. Sub-programa de Monitoramento Objetivos a) Avaliar periodicamente a situação dos recursos naturais da Unidade; b) Conhecer o visitante da Reserva quanto as características etárias, culturais, sociais e econômicas e sua influência sobre os recursos da Reserva e / ouno contexto regional. c) Monitorar a área de uso intensivo de modo que se otimize a relação uso/custo/benefício, principalmente no campo sócio mbiental. Atividades a) Elaborar fichas adequadas e manter registros estatísticos de fenômenos naturais que ocorram na Reserva ( dados fenológico, atividades estacionais da fauna, tais xomo: migração, nidificação,piracema, etc., inter- relações flora- fauna, processos de evolução da capoeira e capoeirinha e outros ); b) Elaborar fichas adequadas e manter registros estatísticos dos visitantes, seus interesses, ações predatórias, tipos de visitas. c) Manter registro fotográfico periódico dos locais de interesse. d) Capacitar pessoal para atendimento na área dd ecepção pública, monitoramento e tabulação de dados. Normas a) O material utilizado no monitoriamento ( fichas, fotografias ) deverá ser mantido na sede da Unidade e divulgação quando necessário.

5.4.2. Programa de Uso Público 5.4.2.1. Sub- programa de Recreação, Interpretação e Educação Objetivos a) Proporcionar oportunidades recreativas aos visitantes, compatíveis com os objetivos e recursos da Reserva, tais como: lazer, caminhadas ecológicas e passeios a pé, fotografias, observação da vida silvestre e dinâmicas ecológicas. b) Ajudar o visitante a entender e apreciasr os recursos naturais, bem como as consequências da ação humana sobre este, de modo que sua experiência seja agradável; c) Dar oportunidade de estudos práticos a estudantes e professores. Atividades a) Elaborar um plano de interpretação para a Unidade de Conservação, fundamentalmente para a trilha existente, viveiro, floresta, lago. b) Operacionalizar o centro de visitantes; c) Elaborar material explicativo e educativo sobre a Unidade de Conservação, tais como folders, folhetos, etc. d) Preparar um acervo audiovisual sobre a Unidade de Conservação para fins de educação ambiental. e) Divulgar a disponibilidade da Unidade de Conservação para utilização em estudos práticos por estudantes e professores; f) Implantar a trilha da aventura, na zona de uso intensivo, de forma a oferecer maiores atrativos aos visitantes g) Implantar áreas de descanso na trilha nos pontos maiores interesses; h) Viabilizar projeto de comunicação visual da U.C. j) Otimizar o uso das diversas áreas técnicas da Unidade de Conservação pra o desenvolvimento de um programa de Edicação Ambiental Abrangente.

Normas a) As placas de sinalização ou interpretação, deverão transmitir com clareza a mensagem desejada e primar pela harmonia com o ambiente; b) Não será permitida a coleta de lenha para uso em churrasqueira; c ) Os serviços sanitários contarão com tomada de água potável, pia e esgoto ligado a fossa séptica ; d) Toda as construções previstas deverão ser em estiloarquitetônico condizente com o ambente natural; e) Nas promoções que venham a ser realizadas pelo IAP as condições de segurança deverão ser incrementadas; f) Não será permitido aos visitantes dar alimentos aos animais silvestres em seu meio natural; g) Não será permitida a visita as trilhas sem o acompanhamento de monitores da U.C. 5.4.3. Programa de Operação 5.4.3.1. Sub-programa de Proteção Objetivos a) Proteger os recursos naturais e as instalações físicas da Unidade; b) Proporcionar segurança aos visitantes; c) Envolver as propriedades do entorno no Sistema Integrado de Prevenção e Combate a Incêndios - SIpreCI - da Unidade já elaborado; Atividades a) Manter patrulhas nas divisas da Unidade, coibundo a entrada de caçadores, pescadores ou outras pessoas que visem a deoredação da área; b) Manter limpa as trilhas de divisas da Unidade (Açeiros); c) Manter constante vigilância e orientação aos visitantes nos períodos de maior visitação nos locais que ofoerecem riscos (Lago, trilhas, etc.);

d) Colocar placas proibindo a coleta de plantas e outros elementos que compõem a flora e fauna; e) Identificar possíveis pontos problemáticos de vivitas e encaminhar soluções neste sentido; f) Manter na sede da Unidade equipamentos de primeiros socorros, bem como. treinar os funcionários que trabalham com visitantes; g) Implementar o SIpreCI - Sistema Integrado de Prevenção e Combate a Incêndios da Unidade ; Normas a) A Pesca e a caça são proibidas a qualquer pessoa e de qualquer forma, salvo para fins cintíficos com a devida autorização do orgão competente e promoções de concurso de pesca com fins de educação ambiental; b) A apreensão de animais, bemcomo a coleta de espécies vegetais, com fins de pesquisa científica só serão autorizadas pelo DIBAP-DUC, sendo que as pessoas autorizadas deverão ser devidamente credenciadas e por tempo determinada; c) Deverá ser mantido materias de combate a incêndios em locais de fácil acesso e treinamento periódicos; d) Monitorar o uso de fogo na área de entorno imediato. 5.4.3.2. Sub-Programa de Manutenção Objetivos a) Preservar as instalações e equipamentos da Unidadem matendo-as em condições de funcionalidade e limpeza; Atividades a) Cumprir todas as tarefas de rotina necessárias ao bom funcionamento da Unidade, tais como; manutenção dos equipamentos e instalações; b) manter limpos os caminhos, trilhas de interpretação e áreas de lazer

c) Manter estoque de material de limpeza; d) Coletar periodicamente o lixo existente e dar a destinação adequada a este material, preferencilamente, separando o biodegradável reciclável. Normas a) Prefencialmente todas as atividades previstas deverão ser exercidas por funcionários do IAP e/ou comunidade; 5.4.3.3. Sub-Programa de Administração Objetivos a) Dotar a unidade de pessoal capacitado para dar cumprimento aos programas de manejo; b) Implementar o Plano de Manejo da Unidade, conforme estabelecido e centralizar as infromações para posteriores revisões. Atividades a) Viabilizare treinar o corpo funcional da Unidade para o bom desenvolvimento das atividades a serem executas; b) Estabelecer as prioridades de serviços e/ou ações por parte do IAP necessários à implementação do presente palno; c) Estabelecer as prioridades de auisição de equipamentos e/ou materias à implementação do plano; d) Readequação na produção de mudas do viveiro, passando a produzir essências nativas e dando prioridade de atendimento a U.C., quando solicitado. Normas a) O Gerente da área será um técnico do quadro de pessoal de funcionários do IAP, com comprovado conhecimentos de manejo de áreas silvestres;

b) As atividades do viveiro florestal , deverão ser compatibilizadas com os objetivos da U.C., notadamente nas questões ligadas à conservação e execução ambiental; c) As construções necessárias ao bom desenvolvimento das atividades da Unidade, deverão ser construídas na Zona de Especial e com arquitetura compatível ao ambiente; d) Todos os funcionários da Unidade deverão serem treinados para as suas funções, bem como receber informações gerias sobre conservação da natureza e manejo de áreas silvestres; e) A determinação do numero total de funcionários será estabelecido com o decorrer da implementação do plano e com a execução de projetos específicos 6 - CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO O Plano de manejo determkina a exigência de uma escala de prioridades para exeucução que deverão ser implementadas conforme conograma de atividades. De acordo com o Plano Emergencial em fase final de implantação, fica estabelecida uma escala de prioridades I e II que deverão serem vencidas num prazo máximo de 06 meses, como segue; Prioridade I: - Elaborar e implnantar um projeto de comunicação visual, interno e externo à Unidade; - Readequar e pavimentar a entrada e acesso até o estacionamento para visitantes; - Implantar a trilha da aventura; - Construir passarela sobre a represa e modificar parte do traçado da atual trilha; - Produzir material de educação ambiental ( Reeditar e melhorar o que já existe). Prioridade II: - Projetar e executar obras de paisagismo na zona de uso especial, em especial no acesso ao estacionamento;

- Treinar os funionários da Unidade sob as atividades inerentes ao manejo da área; - Elaborar fichas para monitorar os recursos naturais (Através de observações casuais); - Adquirir uniformes e equipamentos esoecíficos para a Unidade; - Implemetar as atividades de relações públicas e divulgação da Unidade; - Implantar sistema de manutenção e reposição, no que tange a construções e ferramentas e equipamentos.

Relação das Espécies Vegetais Coletadas e Observadas na Reserva Florestal de Jurema ( Roderjan 1988 ). Siglas utilizadas: Hábito Estrato Ocorrência AV: árvore DO: dominante F1 : floresta primária AB: arbusto CD : codominante F2 : floresta secundária EV: erva DN : dominado Cb : Capoeira LI : Lima HA : Herbáreo-arbustivo P/Cc: Pastag./Capoeirinha EP: Epífita UC : área de uso comum. NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA HÁBITO OCORRÊNCIA EXTRATO Açoita-Cavalo Luehea divaricata Tiliaceae AV F1,F2,çb, p DO Alecrim Holocalyx balansae Leguminosae AV F1, F2 DO Amendoim Pterogyne nitens Leguminosae AV F1 DO Angico (ver gurucaia) Araçá Psidium sp. Myrtaceae AV F1, F2, Cb DN Ariticum-cagão Annona cacans Annonaceae AV F1, F2 Cb CD Arranha-gato Mimosa sp. Leguminosae LI F1, F2 HA -Mim. Assa-peixe Cernonia cf. twedieana Compositae EV Cb, p/Cc HA Borba-de-bode Tillandsia sp. Bromeliaceae EP F1 CD Branquilho Sebastiania sp. Euphorbiaceae AV F2 DN Cabreúva Myrocarpus frondosus Leguminosae AV F1, F2 CD Canafístula Peltophorum dubium Leguminosae AV F1,F2,Cb,Uc DO - Caes. Canela-de-veado Helietta longifoliata Rutaceae AV F1, F2 DN Canela-guaicá Ocotea puberula Lauraceae AV F1, F2 CD Canelão Lauraceae AV F1 CD Canjerana Cabralea canjerana Meliaceae AV F1, F2 CD Capim-colonião Panicum maximum Gramineae EV F1,F2,Cb,P/Cc HA Capororocão Rapenea umbellata Myrsinaceae AV F1, F2, Cb DN Cássia-imperial Cassia sp. Leguminosae AV UC - Caes. Cedro Cedrela fissilis Meliacear AV F1, F2 CD Cipó-imbé Philodendron sp. Araceae EP F1 CD Embaúba Cecropia adenopus Cecropiaceae AV F1, F2 DN Espeteiro Casearia sp. Flacourtiaceae AV F1 CD Eucalipto Eucalyptus sp. Myrtaceae AV UC Feijão-crú Lonchocarpus Leguminosae AV F1, F2 CD muehlbergianus - pap. Figueira Ficus sp. Moraceae AV F1, F2 DO Fumo-bravo Solanum erianthum Solanaceae AV F2, Cb,P/Cc CD Goiabeira Psidium guajava Myrtaceae AV Cb, p/Cc, Uc Gurucaia Parapíptadenia rigida Leguminosae AV F1, F2, Cb DO - Mim. Guabiroba Campomanesia Myrtaceae AV F1, F2 CD xantocarpha. Guaçatunga Casearia sp. Flacourtiaceae AV F1, F2, Cb DN

Guaritá Kleinodendron sp. Euphorbiaceae AV F1, F2 DO guatambu Esembeckia sp. Rutaceae AV F1 DN Ingá Ingá sp. Leguminosae AV F1, F2, Cb DN - Mim. Nome Popular Nome Científico Família Hábito Ocorrência Extrato Ipê Roxo Tabebuia heptaphilla Bignoniaceae AV F1-UC DO Jaracatiá Jaracatiá spinosa Caricaceae AV F1-F2 DN Jerivá Cocos romanzoffianum Plamae AV F1-F2 DN Leucena Leucena luecocephala Leguminosae-Mim. AV Uc Limão-rosa Citrus sp. Rutaceae AV Uc Leiteiro Sapium glandulatum Euphorbiáceae AV F1,F2,Cb,

P/cc DN

Mamica-de-porca Zanthoxyllun huemalis Rutaceae AV F1,F2,Cb DN Mamona Ricinus communis Euphorbiáceae AB Cb,P/cc,

UC

Manduirana Senna macranthera Leguminosae AV Uc Marfin Balfourodendron

riedelianum Rutaceae AV F1,F2 DO

Maria-preta Diatenopteryx sorbifolia Sapindaceae AV F1,F2 CD Miguel pintado Matayba eaeagnóides Sapindáceae AV F1,F2,Cb CD Monjoleiro Acácia poliphylla Leguminosae-Mim. AV F2,Cb DO Pata-de-vaca Bauhinia forficata Leguminosae AV F1,F2,Cb DN Peroba Aspydosperma

polyneuron Apocynaceae AV F1,F2 DO

Pitanga Eugenia sp. Myrtáceae AV F1,F2,Cb DN Santa bárbara Melia azedarach Meliaceae AV Cb,P/Cc CD Sopbrasil Colubrina glandulosa Rhamnaceae AV F1,F2,Uc CD Tapiá Alchornea triplinervia Euphorbiáceae AV F1,F2,Cb CD Taquara Graminea EV F1,F2 DN Tipuana Tipuana tipu Leguminosae - Pap. AV Uc Vacum Allophyllus sp. Sao«pindaceae AV F1,F2 DN Vassourinha Baccharis spp. Compositae AB Cb, P/Cc CD