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i GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL INFECÇÕES INTRAMAMÁRIAS EM NOVILHAS PRIMÍPARAS E AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIMICROBIANOS NO LEITE APÓS A PARIÇÃO FERNANDA LUCCI MUSSI Orientadora: Dra. Juliana Rodrigues Pozzi Arcaro Co-orientadora: Dra. Elizabeth Oliveira da Costa Freitas Guimarães Nova Odessa Fevereiro, 2011 Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação do Instituto de Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção Animal Sustentável.

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

INFECÇÕES INTRAMAMÁRIAS EM NOVILHAS PRIMÍPARAS E AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIMICROBIANOS NO LEITE

APÓS A PARIÇÃO

FERNANDA LUCCI MUSSI Orientadora: Dra. Juliana Rodrigues Pozzi Arcaro

Co-orientadora: Dra. Elizabeth Oliveira da Costa Freitas Guimarães

Nova Odessa Fevereiro, 2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Zootecnia, APTA/SAA, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Produção Animal Sustentável.

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Ficha elaborada pelo Núcleo de Informação e Documentação do Instituto de Zootecnia

Bibliotecária responsável – Ana Paula dos Santos Galletta - CRB8/7166

M989i Mussi, Fernanda Lucci

Infecções intramamárias em novilhas primíparas e avaliação de resíduos de antimicrobianos no leite após a parição. / Fernanda Lucci Mussi. Nova Odessa - SP, 2011.

70p. : il.

Dissertação (Mestrado) - Instituto de Zootecnia. APTA/SAA. Orientador: Dra. Juliana Rodrigues Pozzi Arcaro.

1. Mastite animal. 2. Novilhas - Doenças. I. Arcaro, Juliana

Rodrigues Pozzi. II. Título.

CDD 636.089 692

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE AGRICULTURA E ABASTECIMENTO AGÊNCIA PAULISTA DE TECNOLOGIA DOS AGRONEGÓCIOS

INSTITUTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL SUSTENTÁVEL

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

INFECÇÕES INTRAMAMÁRIAS EM NOVILHAS PRIMÍPARAS E

AVALIAÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIMICROBIANOS NO LEITE

APÓS A PARIÇÃO

FERNANDA LUCCI MUSSI

Orientadora: Dra. Juliana Rodrigues Pozzi Arcaro

Co-orientadora: Dra. Elizabeth Oliveira da Costa Freitas Guimarães

Aprovado como parte das exigências para obtenção de título de MESTRE em Produção

Animal Sustentável, pela Comissão Examinadora:

Juliana Pozzi Arcaro

Afonso Aurélio de Carvalho Peres

Cecília José Veríssimo

11/02/2011

Presidente da Comissão Examinadora Prof. Dra. Juliana Rodrigues Pozzi Arcaro

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“Viver é sempre dizer aos outros o quanto eles são importantes, porque um dia eles se vão e ficamos com a nítida impressão que não amamos o suficiente.”

Francisco Cândido Xavier

Dedico este trabalho:

Aos meus pais (in memoriam) Waldir (nosso Seresta) e Cidinha (nossa mãe):

Vocês foram os maiores exemplos de humildade, coragem e perseverança que já

conheci. Todas as minhas melhores referências vieram de vocês.

Ao Alexandre, por ter me ensinado o verdadeiro sentido do casamento:

Cumplicidade

e por ter

“carregado nosso mundo nas costas” durante minha ausência.

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Agradecimentos

À professora Dra. Juliana Rodrigues Pozzi Arcaro, pela confiança depositada,

orientação dedicada e generosidade em dividir tantas experiências.

À professora Dra. Elizabeth Oliveira da Costa Freitas Guimarães, co-

orientadora, pelos conhecimentos valiosos e conselhos excepcionais.

Ao professor Dr. Afonso Aurélio de Carvalho Peres, que participou ativamente

deste experimento, pela sua boa vontade, seu crédito e amizade.

Ao Instituto de Zootecnia – APTA-SP, em especial, Pólo APTA Vale do Paraíba

e seus funcionários, que tanto me ajudaram na execução desta pesquisa.

À Prefeitura Municipal de Pindamonhangaba e ao diretor do Departamento de

Agricultura, Eng. Agrônomo Pedro Aldo Amadei Júnior, pelo apoio durante todo este

trabalho.

Ao CNPq, pelo auxílio concedido para realização das análises de leite:

Contagem de Células Somáticas e composição.

Às meninas do laboratório de microbiologia do Instituto de Zootecnia, Thamires

e Aline, fundamentais durante a realização das análises.

Aos colegas do Centro de Criação de Matrizes Leiteiras em Pindamonhangaba:

Oswaldo, Roberto, Roque e Fábio, pela paciência durante minha ausência.

A todos os professores e funcionários do IZ que contribuíram de alguma forma,

na concretização deste sonho.

Agradeço a Deus todos os dias, pelas oportunidades e, principalmente, por me

ajudar a enxergar os pequenos milagres que orientam minha vida.

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SUMÁRIO

RESUMO ....................................................................................................................... vii ABSTRACT .................................................................................................................. viii 1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................1 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 4

2.1 Mastite ...............................................................................................................4 2.1.1 Prejuízos econômicos causados pela mastite ........................................... 5 2.1.2 Principais microrganismos envolvidos na mastite.................................... 7 2.1.3 Mastite por Staphylococcus aureus .................................. ......................10 2.1.4 Ocorrência de mastite em novilhas......................................................... 11 2.1.5 Tratamento antimicrobiano em novilhas no pré-parto ........................... 14 2.1.6 Resíduos de antibióticos no leite e riscos para a saúde pública ............. 16

3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 19 3.1 Rebanhos estudados.........................................................................................19

3.1.1 Manejo Nutricional..................................................................................19 3.1.2 Manejo de ordenha..........................................................................................20

3.2 Delineamento experimental e tratamentos ......................................................21 3.3 Coleta do material biológico das novilhas.......................................................22 3.3.1 Período pré-parto .................................................................................... 22 3.3.2 Parição .................................................................................................... 23 3.3.3 Após a limpeza do leite .......................................................................... 23 3.3.4 Acompanhamento mensal ...................................................................... 24

3.4 Análises laboratoriais ......................................................................................25 3.4.1 Isolamento e identificação de microrganismos ...................................... 25 3.4.2 Isolamento e identificação de Staphylococcus aureus ........................... 26 3.4.3 Contagem de células somáticas .............................................................. 27 3.4.4 Resíduo antimicrobiano no leite ............................................................. 27

3.5 Delineamento experimental e análise estatística .............................................29 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 30 5 CONCLUSÕES...................................................................................................... 59 6 REFERÊNCIAS .....................................................................................................60

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RESUMO

Infecções intramamárias em novilhas primíparas e avaliação de resíduos de antimicrobianos no leite após a parição Objetivou-se, visando uma produção animal sustentável, pesquisar a ocorrência de infecções intramamárias durante o período pré-parto em novilhas de primeira cria, sua evolução no período pós-parto, identificação microbiológica dos principais agentes etiológicos, avaliação do uso de tratamento na gestação e a verificação da presença de resíduos de antibióticos em amostras de leite no pós-parto dos animais tratados. O experimento foi realizado em duas propriedades leiteiras. Avaliaram-se 188 glândulas mamárias de 47 novilhas das raças Holandesa Preta e Branca e mestiças. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos, dois por propriedade: tratados por via intramamária cerca de sessenta dias antes da data estimada da parição e controles não tratados; Fazenda 1: A-Controle (sem tratamento) e B-(Penicilina G Potássica 500.000 UI, Penicilina G Procaína 1.000.000 UI, Neomicina 0,732 g); fazenda 2: C- Controle (sem tratamento) e D-(Sulfato de Gentamicina 677 mg). Nos grupos B e D foi usado medicamento para uso intramamário em vaca seca. No pré-parto, antes do tratamento, foram coletadas amostras de todos os quartos mamários dos animais para exames microbiológicos. Logo após o parto, 10 dias após e mensalmente durante a lactação foram coletadas amostras para exames microbiológicos, contagem de células somáticas (CCS) e quantificação de gordura, lactose e proteína. A pesquisa de resíduos de antimicrobianos foi realizada em amostras de leite coletadas dos quartos mamários dos grupos tratados, utilizando-se DelvotestSP. Foram realizados em todos os quartos mamários, durante toda a lactação, testes da caneca telada para detecção de mastite clínica,“Califórnia Mastitis Test” (CMT) para identificação de mastite subclínica e exames microbiológicos. Todos os quatro grupos avaliados demonstraram baixos níveis de infecção intramamária no pré-parto: 21,66% no grupo A, 13,33% no grupo B; 23,08% no grupo C e 28,58% no grupo D. Na parição, não foram detectadas diferenças estatísticas significantes em relação ao nível de infecção dos quatro grupos. Foram detectados resíduos de antimicrobianos em 5,43% das amostras de leite de novilhas tratadas. Na fazenda 1, a média de CCS durante a lactação do grupo A foi estatisticamente diferente (P= 0,0326) em relação ao grupo B, no entanto, o mesmo não foi observado na fazenda 2, onde não foram detectadas diferenças estatísticas significantes entre os grupos. Em relação à produção de leite, não foram detectadas diferenças estatísticas significantes em relação aos grupos. Os principais microrganismos isolados das amostras de leite de quartos mamários foram do gênero Staphylococcus: Staphylococcus aureus, SCN (Staphylococcus coagulase negativa) e SCP (Staphylococcus coagulase positiva). Em ambos os grupos controle, o isolamento de Staphylococcus spp. foi significativamente maior (P= 0,0062) em relação a outros microrganismos isolados. PALAVRAS-CHAVE: infecção no pré-parto, mastite, novilhas, produção de leite, resíduo de antibióticos.

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ABSTRACT

Intramammary Infections in Primiparous cows and antimicrobials residues evaluation in milk postparturition The objective of the present study, seeking a sustainable animal production, was to verify the occurrence of intamammary infections during the preparturition in primiparous heifers, their evolution at postparturition and the follow up during lactation, microbiological identification of the main mastitis pathogens. And, it was also performed treatment using commercial dry cow therapy approximately sixty days before parturition and the search for antimicrobial residues in post-partum milk samples of the treated groups. The study was performed in two dairy herds in a total of 188 mammary glands from 47 primiparous Holstein cows Black and White and crossbred. The animals were assigned randomly in four groups, being, two in Herd 1 and the other two in Herd 2, being respectively: A- Control (untreated) and the B (treated with Penicillin G Potássica 500.000 UI, Penicillin G Procain 1.000.000 UI, Neomycin 0.732 g) and, in Herd 2, C- Control (untreated): and D- (treated with Gentamicin Sulfate 677 mg). Both treated groups received the therapy by intramammary route. For microbiological analysis individual mammary gland secretion samples were taken from all four groups before the treatment administration. Samples for microbiological examination and somatic cell count were collected immediately after parturition, at the 10th day and monthly during all the lactation. The search for antimicrobials residues was performed inm ilk samples of the treated groups using DelvotestSP(Gis Brocades Food Ingredients, Inc). During all the lactation period strip cup test and Califórnia Mastitis Test were performed in all animals of the four groups to detect clinical and subclinical mastitis cases and milk samples were collected from positive quarters for microbiological examination. Monthly milk samples were taken during the experimental period to SCC analysis. All the four groups showed low infection level in the pre-partum evaluation, being respectively: 21.66% group A, 13,33% group B; 23.08% group C and 28.58% group D. At the parturition examination, it was not detected any statistically difference among four groups infection level. In respect of the occurrence of antimicrobial residue, five out the 92 milk samples of the treated heifers showed residue, i.e., 5.43% of them. In dairy herd 1, the mean of the lactation monthly SCC of group A, was statistically different (P= 0.0326), than SCC of B group however the same was not observed in dairy herd 2, it was not detected significant difference in SCC of C and D groups. In relation to milk production it was not detected any significant difference among the four groups. The main microorganisms isolated from the mammary quarter milk samples were Staphylococcus spp. either CNS (coagulase negative staphylococci), as well CPS (coagulase positive staphylococci), and among those S.aureus. In both control groups the isolation of Staphylococcus spp were significantly higher (P=0.0062) than the other isolated microorganisms. KEY WORDS: pre partum infection, mastitis, primiparous cows, milk production, antimicrobial residues.

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LISTA DE TABELAS Tabela 1. Frequências absoluta e relativa de isolamentos microbiológicos de novilhas tratadas e não tratadas no pré-parto. Fazendas 1 e 2. São Paulo. Brasil. 2010.................................................................................................................................28 Tabela 2. Frequências absoluta e relativa de isolamentos microbiológicos de amostras da secreção e do colostro dos quartos mamários de novilhas dos grupos tratado e não tratado, no pré-parto e na parição (Fazenda 1). São Paulo. Brasil. 2010.................................................................................................................................29. Tabela 3. Frequências absoluta e relativa de isolamentos microbiológicos de amostras coletadas da secreção e o colostro de quartos mamários de novilhas dos grupos tratado e não tratado, no pré-parto e na parição (Fazenda 2). São Paulo. Brasil. 2010.................................................................................................................................31 Tabela 4. Frequência relativa (%) dos Staphylococcus spp. isolados de amostras de leite coletadas de novilhas no pré-parto, parto e durante a lactação da Fazenda 1 e 2. São Paulo. Brasil. 2010...........................................................................................................34 Tabela 5. Microrganismos isolados das amostras de secreção e/ou leite das novilhas dos grupos não tratado A e tratado B da fazenda 1 e grupos não tratado C e tratado D da fazenda 2. São Paulo. Brasil. 2010..................................................................................38 Tabela 6. Análise entre quartos mamários positivos e negativos ao longo do acompanhamento dos grupos de novilhas (coletas realizadas no pré-parto, parto e amostras mensais na lactação) dos grupos não tratado e tratado das Fazendas 1 e 2. São Paulo.2010.......................................................................................................................40 Tabela 7. Avaliação quanto à influência do período entre o tratamento e a coleta de amostra de leite dos quartos mamários de novilhas tratadas na gestação com medicamentos comerciais* para vaca seca na ocorrência de resíduos de antimicrobianos. São Paulo. Brasil. 2010........................................................................42 Tabela 8. Produção média diária de leite (em litros) durante o período experimental das novilhas dos grupos não tratado e tratado, da Fazenda 1. São Paulo. 2010.................................................................................................................................46 Tabela 9. Produção média diária de leite (em litros) durante o período experimental das novilhas dos grupos não tratado e tratado, da Fazenda 2. São Paulo. 2010.................................................................................................................................46 Tabela 10. Contagem de Células Somáticas (CCS) em amostras de leite de novilhas primíparas dos grupos tratado e não tratado nas fazendas 1 e 2, avaliações no primeiro mês. São Paulo. Brasil. 2010...........................................................................................48

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Tabela 11. Contagem de Células Somáticas (CCS) em amostras de leite de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado, durante todas as avaliações mensais. Fazenda 1. São Paulo. Brasil. 2010..................................................................................................48 Tabela 12. Contagem de Células Somáticas (CCS) em amostras de leite de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado durante as avaliações mensais. Fazenda 2. São Paulo. 2010...............................................................................................................49 Tabela 13. Teor de gordura (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 1. São Paulo. 2010.................................................................................................................................52 Tabela 14. Teor de gordura (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 2. São Paulo. 2010.................................................................................................................................52 Tabela 15. Teor de lactose (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 1. São Paulo. 2010.................................................................................................................................53 Tabela 16. Teor de lactose (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 2. São Paulo. 2010.................................................................................................................................53 Tabela 17. Teor de proteína (% m/m) em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 1. São Paulo. 2010.................................................................................................................................54 Tabela 18. Teor de proteína (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 2. São Paulo. 2010................................................................................................................................55

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Anti-sepsia do óstio papilar com álcool etílico 70% GL................................21

Figura 2. Teste CMT negativo........................................................................................22

Figura 3. Placas de Agar sangue cultivadas e técnica de coloração de Gram................24

Figura 4. Prova da coagulase e acetoína positivas.........................................................25

Figura 5. Amostras de leite colocadas em banho–maria no aparelho Delvotest.........26

Figura 6. Amostras de leite livres de substâncias antimicrobianas................................27

Figura 7. Isolamentos microbiológicos de amostras da secreção e do colostro coletadas dos quartos mamários de novilhas do grupo não tratado, no pré-parto e na parição (Fazenda 1)......................................................................................................................30

Figura 8. Isolamentos microbiológicos de amostras da secreção e do colostro coletadas dos quartos mamários de novilhas do grupo tratadas no pré-parto e na parição (Fazenda1).......................................................................................................................31

Figura 9. Isolamentos microbiológicos de amostras coletadas da secreção e do colostro dos quartos mamários de novilhas não tratadas no pré-parto e na parição (Fazenda 2).....................................................................................................................................32

Figura 10. Isolamentos microbiológicos de amostras coletadas da secreção e do colostro dos quartos mamários de novilhas tratadas no pré-parto e na parição (Fazenda 2)......................................................................................................................................33

Figura 11. Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras coletadas de secreção e de leite de quartos mamários não tratados da fazenda 1 entre o período de junho de 2009 a maio de 2010. São Paulo. Brasil.2010. ...........................................................................36

Figura 12. Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras coletadas de secreção e de leite de quartos mamários tratados da fazenda 1 entre o período de junho de 2009 a maio de 2010. São Paulo. Brasil.2010......................................................................................35

Figura 13. Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras coletadas de secreção e de leite de quartos mamários não tratados da fazenda 2 entre o período de junho de 2009 a maio de 2010. São Paulo. Brasil.2010.............................................................................36

Figura 14. Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras coletadas de secreção e de leite de quartos mamários tratados da fazenda 2 entre o período de junho de 2009 a maio de 2010. São Paulo. Brasil.2010.....................................................................................36

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1. INTRODUÇÃO

Entre todos os problemas relacionados à produção leiteira, o principal é a

mastite. As perdas econômicas geradas pela mastite superam os prejuízos causados por

infertilidade ou doenças reprodutivas. As perdas por leite descartado foram equivalentes

a seis vezes a produção média diária por vaca, para cada caso de mastite clínica

(HOLANDA JUNIOR et al., 2005).

A mastite é considerada a principal doença que afeta rebanhos leiteiros no

mundo, porém, em novilhas no primeiro parto é pouco estudada, devido ao conceito de

que esses animais estariam livres de infecções.

É de grande importância identificar a ocorrência de infecções intramamárias

em novilhas de primeira cria, pois comprometem o desempenho dos animais e estas

podem representar fontes de infecção para o plantel em lactação, determinando graves

perdas econômicas. A ocorrência de infecções intramamárias em primíparas na gestação

foi demonstrada no Brasil por Costa et al. (1996). Foram também relatadas em novilhas

infecções da glândula mamária e mastite ao parir ou logo após o parto por Costa et al.

(1999a), no Brasil e por Calvinho et al. (2007), na Argentina. Os principais agentes

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etiológicos envolvidos são microrganismos do gênero Staphylococcus, muito embora

outros microrganismos, como Streptococcus ssp. e Corynebacterim bovis tenham

também sidos descritos na etiologia das infecções intramamárias (IIM) em primíparas.

Em propriedades onde o problema ocorre com maior frequência, tem sido preconizado o

tratamento intramamário de todas as novilhas, entre sete e quatorze dias ou sessenta dias

que antecedem o parto.

A antibioticoterapia no período pré-parto para controle da mastite em novilhas

tem sido adotada, sendo imprescindível analisar os efeitos dessa prática sobre a

qualidade do leite. Além disso, devem ser avaliados os riscos de resíduos de

antimicrobianos presentes no leite, pois são conhecidos os danos que podem causar aos

consumidores e à produção de derivados lácteos. Na legislação brasileira, o leite

contaminado por resíduos de antibióticos é considerado adulterado e impróprio para

consumo humano, representando riscos para a saúde pública, riscos tecnológicos para

indústria de laticínios e riscos comerciais.

Esta prática tem sido amplamente utilizada e estudada, como medida de controle

e prevenção de mastite no período seco entre lactações em vacas multíparas. Em

novilhas, entretanto, ainda é pequeno o número de pesquisas realizadas nessa área, que

objetivaram verificar os riscos de resíduos de antibióticos no leite devido ao uso deste

protocolo terapêutico.

Para uma produção animal sustentável, as observações desse trabalho permitirão

avaliar se novilhas primíparas, usualmente consideradas livres de infecções, poderão

constituir fontes de infecção para o rebanho e se o uso de medicamentos intramamários

nessa categoria animal seria justificável. Avaliar a persistência de antibióticos presentes

no leite de novilhas tratadas, na gestação, passa a ser de extrema importância, uma vez

que é bem conhecida a nocividade desses resíduos para a saúde dos consumidores.

Nesse contexto, o propósito desse trabalho foi pesquisar, em duas propriedades

leiteiras localizadas no estado de São Paulo, a ocorrência de infecções intramamárias

em novilhas primíparas no pré, pós-parto e lactação subsequente, identificar e isolar

Staphylococcus aureus, agente de grande importância na etiologia da mastite e na saúde

pública, durante o período de junho de 2009 até maio de 2010. Avaliou-se ainda, a

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aplicação de medicamento intramamário recomendado para vacas secas em novilhas

primíparas, sessenta dias antes da data prevista da parição.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Mastite

A mastite é o processo inflamatório da glândula mamária, e como resultado, o

leite torna-se inadequado para o consumo humano e produção de derivados lácteos. Isso

ocorre devido a alterações em sua composição como menor teor de lactose, caseína,

gordura, cálcio, fósforo e aumento nas imunoglobulinas, cloretos e lípases (COSTA,

1998).

Para Radostits et al. (2002) mastite é a inflamação da glândula mamária que se

caracteriza por apresentar alterações patológicas no tecido glandular e uma série de

modificações físico-químicas no leite. As mais comumente observadas são: alteração de

coloração, aparecimento de coágulos e presença de grande número de leucócitos.

A mastite pode ser classificada quanto à sua forma, em clínica, quando os

sinais inflamatórios, como edema, dor, rubor e calor estão evidentes, e em subclínica,

quando não ocorrem mudanças visíveis no aspecto do leite ou úbere, (BRADLEY,

2002).

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As mastites clínicas são marcadas por respostas inflamatórias mais severas, que

resultam em mudanças no aspecto da secreção láctea, mudanças visíveis no tecido

mamário e, em alguns casos, efeitos sistêmicos como hipertermia, prostração e tremores

musculares. Nas mastites subclínicas são observadas reações sem alterações

macroscópicas detectáveis, porém, com alterações químicas e microbiológicas do leite

(PRESTES; FILAPPI; CECIM, 2003).

Barbalho e Mota (2001) relataram que a mastite subclínica apresenta maior

importância epidemiológica por alastrar-se silenciosamente pelo rebanho sem que sejam

percebidas alterações macroscópicas à inspeção do úbere ou de sua secreção.

Kirk, Degraves e Tyler (1994) referiram que as mastites subclínicas são

responsáveis por 10% a 11% de perda na capacidade produtiva/vaca/ano. No Brasil,

comparando a produção de leite entre quartos com mastite subclínica, com seus

homólogos negativos, verificou-se queda de produção significativa dos quartos

mamários positivos sendo: 16%, 21% e 31%, correlacionada, respectivamente, aos

diferentes escores (+), (++) e (+++) do CMT (DOMINGUES, 1993).

A principal característica percebida durante a mastite subclínica da glândula

mamária é o aumento da CCS no leite. O leite dos animais não infectados deve

apresentar CCS inferior a 200.000 células/mL. A CCS acima desse valor significa

presença da resposta inflamatória na glândula mamária (SMITH, 2001).

Na região Sudeste do Brasil, durante o período compreendido entre 1999 e

2003, a prevalência da mastite subclínica nos rebanhos bovinos foi de aproximadamente

40% e a taxa de novas infecções e infecções crônicas de 22% e 68%, respectivamente

(MACHADO, 2003). Para o autor, esses números demonstraram que os animais

infectam-se facilmente e a maioria permanece infectada, resultando em alta prevalência

da doença.

2.1.1 Prejuízos econômicos causados pela mastite

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A mastite bovina, sob o ponto de vista econômico, é a doença mais relevante

de bovinos leiteiros em todos os continentes, afetando drasticamente a produção e a

qualidade do leite e derivados (PYÕRÃLÃ, 2002).

De acordo com Smith (1994), a mastite é a síndrome patológica mais

frequente em vacas adultas, respondendo por 38% de toda a morbidade do rebanho e

que três em cada dez vacas leiteiras apresentam inflamação clinicamente aparente; 7%

dos animais afetados são descartados e 1% morre em consequência da doença.

A mastite bovina gera significativas perdas econômicas ao produtor rural

devido à rejeição do leite pela sua baixa qualidade, descarte precoce de animais, custos

antimicrobianos e honorários médico-veterinários (GRUET et al., 2001). Nos laticínios,

as alterações físico-químicas verificadas no leite acarretam redução da qualidade do

produto final e diminuição do rendimento industrial para a fabricação dos derivados

lácteos (LANGONI, 1999).

No Brasil, em função da alta prevalência nos rebanhos, estima-se ocorrer

perda de produção entre 12 e 15%, o que significa um total de 2,8 bilhões de litros/ano

em relação a uma produção anual de 20 bilhões de litros (FONSECA; SANTOS, 2000;

CARVALHO et al., 2004), enquanto que estimativas internacionais referem-se as

perdas de produção de leite variando entre 10 e 30% da produção leiteira por lactação

(AULDIST; HUBBLE, 1998).

Fatores como: perdas na produção leiteira, aumento nos custos de tratamento

dos casos clínicos, descarte e morte prematura de animais, somados aos prejuízos da

indústria láctea por redução na qualidade e rendimento na fabricação de derivados são

responsáveis pelo elevado impacto econômico das mastites (BUENO et al., 2002).

Costa et al. (1999b) em estudo realizado em propriedades leiteiras de São

Paulo e Minas Gerais, monitorando 2.204 vacas em lactação com mastite subclínica,

verificaram que o custo anual, em média por animal, foi de 317,38 dólares e o impacto

médio anual por rebanho, foi de 20.611, 32 dólares.

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A elevada ocorrência da mastite subclínica e as perdas econômicas decorrentes

principalmente da diminuição da produção láctea fazem com que esta enfermidade seja

considerada a mais dispendiosa nas propriedades leiteiras (COSTA et al., 1999c;

ANDRADE et al., 2000; RUEGG, 2003; ZAFALON et al., 2007).

Os principais fatores relacionados com a alteração dos componentes do leite na

mastite subclínica são as lesões das células produtoras de leite, que podem resultar em

modificações na concentração de lactose, proteína e gordura, e o aumento da

permeabilidade vascular, que determina maior passagem de substâncias do sangue para

o leite, tais como sódio, cloro, imunoglobulinas e outras proteínas séricas (STEFFERT,

1993). Coldebella (2003) citou que vacas multíparas sofrem maiores perdas, como

resultado dos danos permanentes à glândula mamária por infecções prévias, além de

apresentarem infecções mais prolongadas, que resultam em maiores danos ao tecido

mamário. Assim, a ocorrência de mastite pode resultar em perdas de produção não só na

lactação atual, mas também na lactação seguinte, comprometendo a produção total do

animal.

A indústria láctea mundial atravessa um período de intensas transformações em

sua estrutura, e podem-se identificar como principais tendências a diferenciação do

pagamento ao produtor por entregar um leite de melhor qualidade e o aumento nas

exigências de qualidade por parte das indústrias, assim como a maior preocupação dos

consumidores com relação à segurança alimentar (PRATA, 1998). Além disso, ressalta-

se a importância da mastite na saúde dos consumidores, uma vez que muitos dos

agentes etiológicos da doença e/ou suas toxinas presentes no leite podem ser

transmitidos ao homem (GUIMARÃES; LANGONI, 2009).

2.1.2 Principais microrganismos envolvidos na mastite

Mais de 80 diferentes microrganismos foram identificados como agentes

causadores de mastite bovina, sendo que as espécies mais frequentemente isoladas são

Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus dysgalactiae,

Streptococcus uberis e Escherichia coli (HARMON, 1994).

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A mastite pode ser contagiosa, quando a transmissão é feita de animal para

animal, sendo a glândula mamária infectada o mais importante elo na cadeia de

transmissão do patógeno. Os principais patógenos são: Staphylococcus aureus,

Streptococcus agalactiae, seguidos pelo Corynebacterium bovis, Streptococcus

dysgalactiae e Mycoplasma spp., enquanto que na mastite ambiental o patógeno está

localizado no próprio ambiente, que atua como via de transmissão. Neste caso, os

principais microrganismos causadores de mastite ambiental são bactérias Gram

negativas como: Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Pseudomonas spp.

e Proteus spp. (COSTA et al.,1998; RIBEIRO, 2001).

Os microrganismos ambientais, de maneira geral, podem infectar a glândula

mamária diretamente pelo contato com o solo e água, via equipamentos de ordenha

contaminados e demais instalações, bem como outros fômites (SANDHOLM;

KAARTNEM; OYORALA, 1990).

Exames microbiológicos em 6.315 amostras de leite, de quartos mamários de

1.609 vacas em lactação, originárias de 48 rebanhos localizados na Zona da Mata e

Campo das Vertentes do Estado de Minas Gerais. Foi isolado um total de 3.919

microrganismos, sendo 3.637 de quartos mamários com infecção por um único agente e

283 de infecção mista (BRITO et al., 1999). Os principais agentes isolados foram:

Staphylococcus aureus, 19,2%, Staphylococcus spp. coagulase negativa (SCN), 12,4%,

Streptococcus agalactiae, 6,9%, Streptococcus spp. esculina positiva (SESCPOS),

4,0%, Streptococcus spp. esculina negativa (SESCNEG), 2,1%, Corynebacterium spp.,

55,2%, leveduras, 0,1% e Pseudomonas spp., 0,1%.

Almeida et al. (1999) avaliaram 20 quartos mamários provenientes de vacas

em diferentes estágios de lactação, com mastite subclínica detectada por CMT.

Constataram que a frequência de microrganismos isolados foi de 40% de

Staphylococcus aureus, 30 % de Streptococcus spp., 15 % Bacillus spp., 10% E. coli e

5 % de Candida spp.

Na região Agreste do estado de Pernambuco, Freitas et al. (2005) analisaram 246

animais, totalizando 984 quartos mamários. Deste total, os autores encontraram mastite

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clínica em 10 quartos mamários (1,0%), 562 quartos mamários com mastite subclínica

(57,1%) e 412 quartos mamários foram negativos (41,9%) e verificaram que os agentes

prevalentes nos casos de mastite bovina foram Staphylococcus coagulase negativa 36%,

Corynebacterium spp. 34,8% e S. aureus 13,6%.

Em fazendas leiteiras da região de Garça, SP, Souza et al. (2008) analisaram

48 amostras de leite e verificaram que seis amostras foram positivas ao teste de CMT e

os microrganismos isolados foram Staphylococcus spp. e bastonete Gram negativo.

Em dois municípios localizados na região de Tabuleiros Costeiros em Sergipe,

893 amostras de leite foram coletadas por Oliveira, Melo e Azevedo (2009). Os autores

isolaram 433 microrganismos com os seguintes resultados: amostras de Staphylococcus

aureus (21,95%); Staphylococcus coagulase negativa (11,65%); Streptococcus

agalactiae (7,50%) e Streptococcus spp. (5,49%).

Medeiros et al. (2009) identificaram, em amostras de leite de vacas com

mastite subclínica, em 15 propriedades rurais localizadas na Região Metropolitana do

Recife, Agreste e Zona da Mata do Estado de Pernambuco, 291 agentes, sendo que 170

(58,4%) foram classificados como Staphylococcus coagulase negativa (SCN), 84

(28,9%) como Staphylococcus aureus e 37 (12,7%) como Staphylococcus coagulase

positiva (SCP).

Andrade, Hartmann e Masson (2009) coletaram amostras de leite não

pasteurizado de três rebanhos da raça Jersey na região de Curitiba, Estado do Paraná, no

período de janeiro a dezembro de 2009. Foram realizadas duas coletas mensais de todas

as vacas do rebanho, totalizando 1.132 amostras. Nos 966 isolamentos realizados, os

principais microrganismos encontrados foram: Staphylococcus spp. (32,7%),

Staphylococcus aureus (19,5%), Streptococcus agalactiae (14%), Eschericha coli

(13,6%) e Bacillus spp. (4,55%).

Martins et al. (2010), quanto à etiologia nos casos de mastite subclínica,

identificaram os agentes causais mais isolados na microregião de Cuiabá, MT:

Corynebacterium spp. (27,6%) e Staphylococcus aureus (21,5%). Dentre os casos de

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mastite clínica, isolaram-se com maior frequência S. aureus (44%) e Corynebacterium

spp. (12%).

Na Finlândia, Pitkãlã et al. (2004) observaram serem os agentes etiológicos de

maior ocorrência em casos de mastite bovina: Staphylococcus coagulase negativa

(49,6%) seguido por Corynebacterium bovis (34,4%).

2.1.3 Mastite por Staphylococcus aureus

Staphylococcus spp. são os microrganismos mais frequentemente isolados em

amostras de leite provenientes de vacas com mastite e podem progredir para

manifestações clínicas com sintomas evidentes e sistêmicos, particularmente nas

novilhas e no período pós-parto (RADOSTITS et al., 2002).

Entre as espécies do gênero Staphylococcus, S.aureus é considerada como

patógeno primário e tem sido o agente mais frequentemente isolado tanto de infecções

clínicas como subclínicas (BRITO; CAMPOS; BRITO, 2002).

Os quartos mamários infectados, a pele do úbere e dos tetos são os principais

sítios de localização desses agentes. Da mesma forma, os bocais da ordenhadeira e as

mãos dos ordenhadores são considerados como as mais importantes vias de transmissão

(FERREIRA, 2006). Chapaval (1999) ressaltou, além de estar presente em superfícies

de utensílios e equipamentos de ordenha, a importância do homem como fonte de

infecção de S. aureus e um dos principais disseminadores desse microrganismo durante

a manipulação de alimentos.

Staphylococcus aureus desponta como um dos agentes de maior importância na

mastite contagiosa pela sua prevalência, dificuldade de tratamento e por causar

toxinfecção alimentar (BRABES et al. 1999).

Zecconi e Hahn (2000) destacaram Staphylococcus aureus como os principais

microrganismos causadores de mastite devido a grande ocorrência nos rebanhos

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mundiais, em virtude das dificuldades de tratamento em função de elevada resistência

aos antibióticos. Essa alta resistência aos antimicrobianos também tem sido observada

em rebanhos brasileiros (COSTA et al., 2000).

Staphylococcus aureus é classificado como microrganismo mesófilo, porém,

pode apresentar crescimento em temperaturas compreendidas entre 7ºC e 47,8ºC (JAY,

1994).

Quando em condições favoráveis, Staphylococcus aureus produz vários

fatores de virulência: toxinas e enterotoxinas que são responsáveis por intoxicações

alimentares. Essas toxinas são proteínas hidrossolúveis e termoresistentes que mantém a

sua atividade mesmo após a pasteurização. A destruição da enterotoxina obtém-se pelo

tratamento a 100ºC durante pelo menos 30 minutos (FRANCO; LANDGRAF, 2003).

As enterotoxinas estafilocócicas são produzidas entre 10ºC e 46ºC (SMITH, 1983).

Em condições normais, a pasteurização elimina 97% a 100% dos

microrganismos presentes no leite, sem alterações da composição química, físico-

química, sabor e odor do produto (SANTOS; FONSECA, 2001).

2.1.4 Ocorrência de mastite em novilhas

Antigamente, as taxas de infecções intramamárias em novilhas primíparas

eram consideradas baixas, sendo dada pouca atenção a essa categoria animal,

acreditava-se que esses animais seriam totalmente livres de infecções intramamárias,

uma vez que a mastite, nessa categoria, não era diagnosticada até o início da lactação,

podendo permanecer não detectada por toda uma lactação. Nas últimas décadas, estudos

foram conduzidos com o objetivo de esclarecer este conceito, derrubando o mito aceito

pela maioria dos produtores de que as novilhas primíparas eram isentas de mastite.

Em geral, técnicos e produtores que atuam na produção leiteira, não adotam

qualquer medida preventiva por considerarem essa categoria de animais refratária às

infecções da glândula mamária (HALLBERG et al., 1995).

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As pesquisas têm demonstrado a ocorrência de infecção intramamária nestes

animais por patógenos causadores de mastite, durante a gestação, no momento do parto

e/ou no início da lactação (MAFF et al., 2010).

Têm sido diagnosticadas infecções intramamárias em novilhas primíparas com

grande frequência, por diversos autores (OLIVER; MITCHELL, 1983; BODDIE et al.,

1987; PANKEY; DRECHSLER; WILDMAN, 1991).

Nickerson (2001) em investigações sobre mastite em novilhas verificou uma

maior prevalência das infecções intramamárias em animais da raça Jersey (67,7%),

quando comparado à raça Holandesa (35%).

Oliver e Mitchell (1983) avaliaram 32 novilhas, examinadas aos 14 e 7 dias no

pré-parto e 7 e 14 dias após o parto, verificando que 77% dos quartos foram

bacteriologicamente negativos e 16% estavam infectados com Staphylococcus

coagulase negativa, 4% Streptococcus spp., 4% coliformes e 1%, Staphylococcus

coagulase positiva. Em outro estudo, Oliver (1987) relatou infecção intramamária em

64% de 75 novilhas primíparas examinadas.

Vários patógenos da glândula mamária foram isolados de novilhas. De acordo

com diversos autores, têm sido predominantemente isolados entre os "patógenos

maiores" (grande importância patológica e epidemiológica): Staphylococcus aureus e

Streptococcus agalactiae e entre os "patógenos menores" ou oportunistas, os

Staphylococcus coagulase negativa (SCN), além de coliformes e estreptococos

(McDONALD, 1982; DANIEL; BARNUM; LESLIE, 1986; OLIVER, 1987;

TRINIDAD; NICKERSON; ALLEY, 1990).

Pankey, Drechesler e Wildman (1991) determinaram a prevalência de

infecções intramamárias em 382 novilhas primíparas, sendo que em três dias

diagnosticaram mastite em 45,5% das novilhas e em 18,7% dos quartos mamários.

Espécies do gênero Staphylococcus foram as mais frequentemente isoladas (25,4% das

novilhas e 12,1% dos quartos), mas somente em 2,6% das novilhas foi isolado

Staphylococcus aureus.

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Giraudo et al. (1997) relataram que a porcentagem de novilhas infectadas antes

do parto pode chegar a 97% dos animais e 75% dos quartos, sendo que cerca de 37%

dessas infecções são causadas por Staphylococcus aureus. Aproximadamente 29% das

novilhas e 15% dos quartos podem apresentar mastite clínica na idade de cobertura, o

que pode ser identificado pela presença de grumos ou flocos nas secreções da glândula

mamária destes animais.

De acordo com Fox (2009), nos Estados Unidos, altos índices de mastite são

comuns em novilhas leiteiras, sendo que a prevalência de quartos infectados variou

entre 29 e 75% no pré-parto e entre 12 a 45% ao parto.

Em um estudo realizado por Compton et al. (2007) na Nova Zelândia, foram

avaliadas 708 novilhas de 30 rebanhos diferentes em relação a ocorrência de mastite no

período pré-parto. O monitoramento foi realizado por meio de coleta de amostras de

leite de todos os quartos antes (cerca de três semanas), depois (cinco dias) do parto e

dos casos clínicos nas duas semanas seguintes ao parto para cultura microbiológica e

identificação dos agentes patogênicos. Foram diagnosticadas IIM em 18,5% do quartos

no período pré-parto, dos quais 13,5% foram identificadas como Staphylococcus

coagulase-negativa (SCN) e 2,8% como Streptococcus uberis. No período pós-parto, a

prevalência de IIM aumentou para 21,5% dos quartos amostrados, principalmente em

função da maior ocorrência de IIM causadas por patógenos primários, como

Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Streptococcus agalactiae, Streptococcus

dysgalactiae, e Streptococcus uberis. Entre o período pré e pós-parto houve elevação de

quatro vezes a ocorrência de Streptococcus uberis, passando para 10% dos quartos. Em

termos de rebanho, cerca de 38% dos animais avaliados apresentaram pelo menos um

quarto infectado antes, e aproximadamente 49%, após o parto

Para McDougall et al. (2007), as novilhas são responsáveis por 20% dos casos

de mastite clínica no rebanho, ocorrendo principalmente nas 3 primeiras semanas de

lactação.

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As novilhas também são mais propensas a desenvolver edema de úbere próximo

ao parto, e isto tem sido associado ao aumento da incidência de mastite durante o

período periparturiente (WAAGE et al., 2001).

No Brasil, poucos são os relatos sobre infecções intramamárias em novilhas.

Costa et al. (1996) examinaram 467 glândulas mamárias de 120 novilhas primíparas de

seis rebanhos leiteiros e verificaram que 80% das novilhas apresentavam infecção

intramamária com 57% dos quartos mamários infectados. Foram isolados nesse estudo

49,2% de Staphylococcus spp., sendo 95% caracterizados como SCN,

Corynebacterium spp. (7%), Streptococcus spp. (4%) e microrganismos da Família

Enterobacteriacea (Klebsiella spp. e Escherichia coli) em 2% das glândulas mamárias.

Costa et al. (1999a) analisaram 179 amostras das secreções de 45 novilhas no

período pré-parto e pós-parto; em 26,8% das amostras das secreções no pré-parto os

resultados foram negativos. Das amostras positivas foram isolados Staphylococcus spp.

(64,25%), Streptococcus spp. (5,03%) e Corynebacterium spp. (2,23%), além de

Klebsiella spp. (2,23%) e E. coli (1,68%). No período pós-parto, Staphylococcus spp.

foram isolado em 19,05% das amostras, sendo 95% destes microrganismos SCN.

Streptococcus spp., Corynebacterium spp., leveduras e algas aclorofiladas do Gênero

Prothoteca foram isolados em 19,05%, 14,29%, 1,58% e 1,58%, respectivamente. Os

resultados negativos corresponderam a 52,38% do total das amostras.

Pardo et al. (1998) analisaram 664 amostras de leite de 83 primíparas da raça

Holandesa. As amostras foram coletadas no primeiro e no sétimo dia após o parto.

Destas, 488 (73,50%) foram bacteriologicamente negativas e 176 (26,50%), positivas

para microrganismos aeróbios. Foi observado alto índice de mastite clínica (20,48%).

Os agentes isolados com maior frequência foram Staphylococcus spp. coagulase

negativa (64,20%), Staphylococcus spp. coagulase positiva (8,52%), Streptococcus spp.

(7,96%), Actinomyces pyogenes (4,55%), Mycoplasma bovigenitalium (3,40%) e

Escherichia coli (2,84%).

2.1.5 Tratamento antimicrobiano em novilhas no pré-parto

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Devido à prevalência das infecções intramamárias em primíparas no pré-parto,

tratamentos em novilhas têm sido preconizados e avaliados por diversos pesquisadores

(TRINIDAD et al. 1990; FOX et al., 1995; OLIVER et al., 2000; SANTOS et al., 2004).

Oliver et al. (1992), trabalhando com novilhas primíparas, administraram

cloxacilina e cefapirina sódica sete dias antes do parto e avaliaram o início da lactação

destes animais quanto a ocorrência de resíduos de antibióticos no leite. Os resíduos de

cloxacilina foram encontrados em 17,4% das amostras obtidas meio dia pós-parto, mas

negativas nos dias três e dez pós-parto; por outro lado, o tratamento com cefapirina

resultou em resíduos no leite em 84,7%, 28,2% e 0% das amostras obtidas nos dias

meio dia após o parto, três e dez dias, respectivamente.

Oliver et al. (2000) avaliaram o uso de penicilina-novobiocina (Pharmacia

Upjohn, Kalamazoo, MI) ou hidrocloreto de pirlomicina (Pharmacia Upjohn,

Kalamazoo, MI) em novilhas primíparas e observaram que estes tratamentos foram

efetivos e reduziram a porcentagem de infecções intramamárias. Assim, dos quartos

infectados, 76% (19 de 25) apresentaram cura microbiológica entre as tratadas aos 14

dias do pré-parto com penicilina-novobiocina; 59% (17 de 29) das tratadas com

pirlimicina e 26% (5 de 19) do grupo não tratado (controle). Os autores ressaltaram que

há maior sucesso quando a terapia é administrada no último trimestre da gestação, uma

vez que nesse período observa-se maior ocorrência de infecções.

O benefício econômico do tratamento de primíparas, no pré-parto, com

antimicrobianos, tem sido avaliado e considerado compensador por alguns

pesquisadores por reduzir a ocorrência de mastite durante o início da lactação e

aumentar a produção de leite na lactação subsequente. Além disso, reduz o descarte

prematuro de animais, pois é preciso referir que o custo estimado em média de criação

de novilhas em propriedade leiteira está entre 800 a $1200 dólares (JAENICKE et al.,

1999; OLIVER, 2000).

No Brasil, Costa et al. (2004) compararam o nível de ocorrência de infecções

em primíparas em duas propriedades leiteiras e avaliaram a relação custo/benefício da

antibioticoterapia. Os autores concluíram que a relação custo/benefício é atrativa apenas

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em plantéis com alto nível de infecções intramamárias em novilhas e, portanto, não

deveria ser utilizada indiscriminadamente.

Além da relação custo/benefício, uma das preocupações com a administração

de antibióticos para controlar as infecções intramamárias em novilhas primíparas é o

potencial de risco de antibióticos no leite, particularmente em novilhas que antecipam o

parto, ou seja, o parto ocorre antes da data prevista, o que não é raro em primíparas.

A influência da duração do período seco na ocorrência de resíduos de

antimicrobianos no leite de vacas tratadas na interrupção da lactação foi avaliada por

Fagundes e Costa (2002). Verificaram que, em 190 glândulas mamárias tratadas, a

presença de antimicrobianos no leite foi significativamente maior nos animais com

período seco menor que 60 dias.

2.1.6 Resíduos de antibióticos no leite e riscos para a saúde pública

Poucos programas de prevenção de mastite estão disponíveis para novilhas de

primeira cria. Há, entretanto, recomendações preventivas consideradas úteis tais como:

manutenção das novilhas prenhes em ambiente limpo e seco, evitar a superlotação e o

controle de vetores. E ainda, evitar a inter-amamentação entre bezerros tem sido

preconizada (SHEARER; HARMON, 1993).

O tratamento profilático com infusão intramamária de antibióticos tem sido

recomendado (OWENS et al., 1994; OLIVER et al., 2003).

Contudo, diversos autores têm assinalado os riscos de resíduos de antibióticos

em alimentos para consumo, pela possibilidade do aumento da resistência aos

antimicrobianos por patógenos humanos e animais em geral (STOBBERING;

BOGAARD, 2000; RAJALA-SCHULTZ et al. 2004; COSTA, 2006).

Resíduos de antimicrobianos podem determinar outros riscos à saúde pública

como as reações alérgicas que podem desencadear choque anafilático em indivíduos

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particularmente sensíveis (MARTH; ELLICKSON, 1959; AURVALLE, 1981;

FAGUNDES; MOLIN, 1988; COSTA, 2006).

A importância da presença de resíduos de antimicrobianos no leite incentivou

o desenvolvimento de vários testes para detecção destes resíduos. O método de inibição

microbiana pela presença de resíduos de antimicrobianos no leite é o mais utilizado em

virtude do custo e da capacidade de evidenciar uma ampla gama de antibióticos e

quimioterápicos (BARBERIO; SIGNORINI, 1996)

Os principais fatores que podem afetar a taxa de excreção e a presença de

antibióticos no leite são: a quantidade de leite produzida pelo animal, o intervalo de

tempo entre o tratamento e a ordenha, os tipos de antibióticos, veículos utilizados, as

vias de administração e as doses administradas (MARTH; ELLICKSON, 1959;

CANNON; HAWKINS; WIGGINS, 1972; COSTA, 2006).

A presença de resíduos de antibióticos no leite decorre, principalmente, do

abuso destes medicamentos ou da sua utilização de maneira inadequada, como por

exemplo, uso de medicamentos não recomendados e com farmacocinética não

perfeitamente estabelecida; uso de doses excessivas e não obediência ao período de

descarte do leite de animais em tratamento, além de problemas idiossincrásicos de

animais que apresentam uma prolongada retenção do medicamento (COSTA, 2006).

Para Fagundes, Abreu e Viegas (2000), a quantidade de resíduo de antibiótico

excretada no leite varia entre os diferentes indivíduos, consoante à quantidade de leite

que o animal produz e o excipiente de preparo utilizado. A administração de doses

elevadas e a produção de quantidades escassas de leite determinam largas permanências

de antibióticos no úbere. Fagundes, Garino Jr e Costa (2004) verificaram que foi

principalmente o intervalo entre tratamento e parto menor que sessenta dias o que mais

influenciou a ocorrência de resíduos no leite em animais tratados na interrupção da

lactação, por via intramamária, com medicamentos de absorção lenta e eliminação lenta,

próprios para tratamento de vaca seca.

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Em relação aos tratamentos em lactação é importante ressaltar o risco da

utilização do leite de quartos mamários colaterais aos tratados por via intramamária

(COELHO; COSTA, 2004).

Raia Júnior (2006) estudou, em amostras de leite bovino, diversos protocolos-

tratamentos para vacas em lactação e vacas na secagem, verificando os diferentes

fatores anatômicos, fisiológicos, patológicos, manejo em relação aos animais,

formulação, esquema e via de administração, em relação aos protocolos terapêuticos,

que interferem direta e/ou indiretamente, na ocorrência de resíduos, além do período de

descarte pós-tratamento. Verificou-se a influência de fatores de várias naturezas,

destacando entre os fisiológicos, o volume de leite produzido, entre os patológicos, a

intensidade do processo inflamatório em animais e formulação, tanto em relação aos

excipientes e grupos farmacológicos dos antibióticos e intervalo entre tratamento e

parto. Em relação aos protocolos, ressaltou a grande influência detectada quando da

associação de vias de administração.

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19

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Rebanhos estudados

Foram utilizadas 47 novilhas, 188 glândulas mamárias, das raças Holandesa

Preta e Branca e mestiças (Mantiqueira x HPB), sendo 29 animais pertencentes à

fazenda 1 (Centro APTA Bovinos de Leite do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa,

SP) e 18 novilhas pertencentes à fazenda 2 (Pólo APTA Regional do Vale do Paraíba,

localizado no município de Pindamonhangaba, SP). A idade das novilhas variou entre

24 e 30 meses e o peso vivo entre 350 e 520 Kg. O experimento foi conduzido durante o

período compreendido entre junho de 2009 a maio de 2010.

3.1.1 Manejo Nutricional

Fazenda 1

1- Após serem inseminadas, as novilhas foram encaminhadas para o setor

Maracanã do Centro APTA Bovinos de Leite, Instituto de Zootecnia. Nesse setor, as

novilhas tinham acesso à área de pastagem com piquetes formados por capim Tanzânia

(Panicum maximum cv. Tanzânia) ou capim Vitória (Brachiaria brizantha cv. Vitória),

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20

manejados sob lotação rotacionada, com acesso a um banco de proteína formado por

Morus alba (Amora). Nesses piquetes, os animais permaneciam até alcançarem 60 dias

antes da parição. Tinham acesso a mistura mineral, água, áreas de sombra e descanso.

2- Com sessenta dias de pré-parto, as novilhas foram trazidas para o piquete

maternidade, localizado no setor Palmeiras, do Centro APTA Bovinos de Leite, Nova

Odessa. As novilhas recebiam dieta total no cocho e tinham acesso a área de pastagem

formada por gramínea do gênero Cynodon. A dieta fornecida era composta por silagem

de milho e 3 Kg de concentrado a base de milho triturado, farelo de soja, farelo de

algodão e sal mineral. A dieta foi formulada para atender as exigências nutricionais das

novilhas em crescimento e gestação. Após a parição, a dieta foi formulada para atender

as exigências de novilhas de primeira lactação (NRC, 2001).

Fazenda 2

1- Após serem inseminadas, as novilhas foram encaminhadas para área de

pastagem formada por capim Vitória (Brachiaria brizantha cv. Vitória), manejada sob

lotação rotacionada, localizada no estábulo 8 do Pólo APTA Regional do Vale do

Paraíba, Pindamonhangaba, permanecendo até alcançarem 60 dias antes da parição. A

dieta fornecida era composta de cana-de-açucar picada com uréia e concentrado. A dieta

foi formulada para atender as exigências nutricionais das novilhas em crescimento e

gestação (NRC, 2001).

2- Com sessenta dias de pré-parto, as novilhas eram trazidas para o piquete

maternidade, localizado no estábulo 7. O piquete era formado por capim Vitória

(Brachiaria brizantha cv. MG5 Vitória) e recebiam dieta total no cocho. A dieta era

composta de silagem de sorgo, capim picado e 2 Kg de concentrado por animal. A dieta

foi formulada para atender as exigências nutricionais das novilhas em crescimento e

gestação. Após a parição, a dieta foi formulada para atender as exigências de novilhas

de primeira lactação (NRC, 2001).

3.1.2 Manejo de ordenha

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21

Fazenda 1:

Os animais foram ordenhados diariamente, duas vezes ao dia (7 e 15 h) em

ordenhadeira mecânica, tipo Tandem. Os tetos eram lavados e enxutos com papel toalha

descartável. Não era utilizado outro produto como pré-dipping, apenas a lavagem com

água. Foram realizados testes de Tamis para identificação dos animais com mastite

clinica e, logo após a ordenha, foi realizado o pós-dipping com solução de iodo

glicerinado 0,5%.

Fazenda 2:

As ordenhas mecanizadas tipo Tandem eram realizadas duas vezes ao dia (6 e

15 h), e as novilhas eram alimentadas durante esse procedimento, com 1,5 Kg de

concentrado, durante cada ordenha. Os tetos eram lavados com água e a secagem com

papel toalha descartável, não sendo utilizado produto como pré-dipping. Foram

realizados testes de Tamis para identificação dos animais com mastite clinica. Logo

após a ordenha, era aplicado pós-dipping com iodo glicerinado 0,5%.

Em ambas as fazendas, quando detectada a mastite clínica, os animais eram

tratados com antibiótico por via intramamária para vacas em lactação, três dias

consecutivos, sempre no mesmo horário, após o esgotamento da glândula mamária. A

ordem de ordenha era assim constituída: novilhas, vacas e, por último, os animais com

mastite clínica.

3.2 Delineamento experimental e tratamentos

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualisado e os

animais foram distribuídos aleatoriamente nos seguintes tratamentos:

Fazenda 1

-A: Grupo não tratado (Controle);

-B: Grupo tratado (antibiótico de infusão intramamário recomendado para vaca-seca.

Composição química: Penicilina G Potássica 500.000 UI, Penicilina G Procaína

1.000.000 UI, Neomicina 0,732g; grupo dos beta-Lactâmicos).

Fazenda 2

-C: Grupo não tratado (Controle);

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22

-D: Grupo tratado (antibiótico de infusão intramamário recomendado para vaca-seca.

Composição química: Sulfato de Gentamicina 677mg; grupo dos aminoglicosídeos).

3.3 Coleta do material biológico das novilhas

3.3.1 Período pré-parto

Sessenta dias antes da data estimada do parto, foram coletadas, obedecendo a

uma rigorosa anti-sepsia, amostras de secreção dos quartos mamários de todos os

animais. Posteriormente, as novilhas pertencentes aos grupos B e D (Grupos Tratados)

receberam antibiótico por infusão intramamária recomendado para vaca seca de

eliminação e absorção lenta. As novilhas dos Grupos A e C (Grupos não tratados) não

receberam tratamento.

Os grupos A e B, alocados na fazenda 1 (Nova Odessa, SP) foram assim

constituídos:

- 14 animais tratamento A- Grupo não tratado (controle);

- 15 animais tratamento B- Grupo tratado.

Os grupos C e D, fazenda 2 (Pindamonhangaba) foram assim constituídos:

- 10 animais tratamento C – Grupo não tratado (controle);

- 8 animais tratamento D- Grupo tratado.

No início do experimento, os grupos eram formados por um maior número de

animais, no entanto, foram descartadas cinco novilhas no decorrer do projeto.

As amostras de secreção foram coletadas individualmente em tubos de ensaio

esterilizados, previamente identificados com o nome, número do animal e do quarto

mamário. Os tetos foram lavados com água e a secagem realizada com papel

descartável, individualmente. A anti-sepsia do óstio papilar, na fazenda 1, foi realizada

com álcool etílico 70% GL (Figura 1), conforme recomendações do National Mastitis

Council (HARMON, 1990). Na fazenda 2, a anti-sepsia foi realizada com álcool iodado.

O material foi congelado imediatamente após a coleta e posteriormente levado ao

laboratório para isolamento e identificação bacteriana.

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3.3.2 Parição

No dia da parição, foram coletadas amostras de colostro de cada quarto

mamário das 47 novilhas, alocadas nos grupos: tratados e não tratados (controle). As

parições ocorreram ao longo do período experimental.

Os procedimentos de coleta das amostras de colostro, logo após o parto,

seguiram a mesma metodologia descrita na coleta de secreção realizada no pré-parto. O

material foi congelado imediatamente após a coleta e posteriormente levado ao

laboratório para isolamento e identificação bacteriana.

3.3.3 Após a limpeza do leite

No dia em que o leite era liberado ao laticínio (ao redor de 10 dias da parição),

os quartos mamários das 47 novilhas foram submetidos aos testes de caneca telada

(Tamis) para diagnóstico de mastite clínica; ao Califórnia Mastitis Test (CMT)

conforme ilustrado na Figura 2, (SCHALM; NOORLANDER, 1957) e foram coletadas

FIGURA 1: Anti-sepsia do óstio papilar com álcool etílico

70% GL.

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24

amostras de leite para a contagem eletrônica de células Somáticas (CCS), para o

diagnóstico de mastite subclínica.

As amostras de leite foram coletadas individualmente em tubos de ensaio

esterilizados, previamente identificados com o nome ou número do animal e do quarto

mamário. Os tetos foram lavados com água; a secagem feita com papel descartável

individualmente a anti-sepsia do óstio papilar, na fazenda 1, com álcool etílico 70% GL.

Na fazenda 2, a anti-sepsia foi realizada com álcool iodado. O material foi congelado

imediatamente após a coleta e posteriormente levado ao laboratório para isolamento e

identificação bacteriana.

As amostras para realização da CCS foram coletadas individualmente, ou seja,

em todos os quartos mamários, após o término da coleta para a realização do exame

microbiológico. A determinação da CCS, teores de gordura, proteína e lactose do leite

foram realizadas na Clínica do leite ESALQ-USP, Piracicaba-SP.

3.3.4 Acompanhamento mensal

Durante o período de lactação, os quartos mamários das 47 novilhas

experimentais foram submetidos mensalmente ao teste de Tamis e Califórnia Mastitis

FIGURA 2: Teste CMT.

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Test (CMT). Foram coletadas amostras de leite, mensalmente, a partir do primeiro mês

até o final da lactação, para exames microbiológicos, seguindo as mesmas

recomendações adotadas no período pré-parto. Entretanto, as amostras de leite mensais

para realização da CCS e determinação dos teores de lactose, gordura e proteína foram

coletadas ao final da ordenha de cada animal no balão coletor e não mais por quarto

mamário individualizado, ou seja, coletou-se uma amostra composta de leite produzido

por cada novilha, individualmente.

3.4 Análises laboratoriais

3.4.1 Isolamento e identificação de microrganismos

Alíquotas de 100 µL de leite foram cultivadas em placas de ágar sangue de

carneiro a 5% (v/v), incubadas em aerobiose em estufa bacteriológica a 37ºC e

analisadas após 24 e 48 horas.

Após a incubação, foram registradas as características de crescimento das

colônias em ágar sangue, como produção de hemólise, pigmento, tipo de

desenvolvimento e pigmentação das colônias, observando-se a seguir os caracteres

morfo-tintoriais utilizando a técnica de coloração de Gram (Figura 3). As colônias que

se revelaram como cocos Gram positivos foram submetidas às provas de catalase e

coagulase lenta com plasma de coelho (HOLMERG, 1973). As leituras para a

verificação da produção de coagulase foram realizadas uma, duas, três, quatro e 24

horas após incubação das amostras a 37ºC (GARCIA; MORENO; BERGDOLL, 1980).

Foram realizadas provas bioquímicas para identificação de microrganismos isolados

(MURRAY et al., 1999).

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26

3.4.2 Isolamento e identificação de Staphylococcus aureus

As estirpes catalase e coagulase positivas foram submetidas à prova para

verificação de produção da acetoína (caldo MRVP) para a diferenciação do

Staphylococcus aureus e outros Staphylococcus coagulase positiva (Figura 4).

As estirpes produtoras de acetoína foram testadas quanto à utilização ou não

da maltose e trealose (MacFADDIN, 1976; MURRAY et al., 1999; APHA, 2001). As

estirpes que se mostraram positivas a essas provas foram classificadas como

Staphylococcus aureus (MacFADDIN, 1976; APHA, 2001).

FIGURA 3: Placas de Agar sangue cultivadas e técnica de coloração

de Gram.

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27

.

3.4.3 Contagem de células somáticas

As amostras de leite para as análises de CCS foram enviadas no mesmo dia da

coleta para serem analisadas na Clínica do leite ESALQ-USP, Piracicaba-SP.

Utilizaram-se para coleta frascos plásticos próprios fornecidos pela Clínica do leite

contendo conservante (Bronopol).

O bronopol é um conservante em forma de pastilha que em contato com o

leite, resulta em uma mistura de coloração rosa claro. Para a determinação de CCS das

amostras de leite foi empregada a técnica de citometria de fluxo, em aparelho

Somacount 500® - Bentley.

3.4.4 Resíduo antimicrobiano no leite

As análises para detecção de resíduos de antimicrobianos foram realizadas

com a utilização do teste comercial de inibição microbiológica (DelvotestSP, Gis

Brocades Food Ingredients, Inc). O DelvotestSP é um teste de difusão que mede a

FIGURA 4: Prova de coagulase e acetoína positivas

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inibição do crescimento bacteriano, sendo apresentado em ampolas contendo meio de

cultura sólido (glicose) com indicador ph e Bacillus stearothermophilus var. calidolactis

na forma esporulada. O teste obedeceu à seguinte metodologia: adicionaram-se volumes

de 0,1 ml das amostras de leite a serem analisadas em ampolas (DelvotestSP) com

Bacillus stearothemophilus var. calidolactis, em meio de ágar com indicador. Estas

ampolas permaneceram em banho-maria a 64ºC por 3 horas para o DelvotestSP

(Figura 5), segundo recomendação técnica, sempre acompanhada do controle do teste,

controle este, negativo feito com leite livre de substâncias inibidoras (Figura 6) e o

controle positivo com amostras de leite contendo antibiótico. Na ausência de resíduos,

depois da incubação, ocorre o crescimento bacteriano e pela utilização da glicose há

acidificação do meio evidenciado pela alteração da cor do indicador de ph de púrpura

para amarelo. Desta forma, consideram-se positivas para presença de resíduo de

antimicrobianos, os testes que não apresentaram mudança na cor púrpura inicial para

amarela, ou seja, onde não ocorreu acidificação do meio, conforme se observa no

controle positivo.

Para impedir a ocorrência de falso-positivos, pela interferência de substâncias

antimicrobianas naturais do leite (lisozima, lactoferrina), as amostras de leite

proveniente dos animais tratados foram aquecidas a 80ºC por 5 minutos em banho-

maria, antes dos testes (RAIA JR, 2001).

FIGURA 5: Amostras de leite colocadas em banho-maria no

aparelho Delvotest.

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29

.

3.5 Delineamento experimental e análise estatística

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualisado e para análise

estatística foram utilizados os testes exatos de Fisher (nível de significância 5%), teste

de Mann-Whitney e teste de Kruskal-Wallis utilizando o "software" GRAPHPAD

INSTAT (2003).

FIGURA 6: Amostras de leite livres de substâncias

antimicrobianas.

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30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente estudo, verificou-se a ocorrência de infecção intramamária nos

quatro grupos experimentais, tanto no pré-parto, quanto no pós-parto.

Tabela 1: Frequências absoluta e relativa de isolamentos microbiológicos de amostras

de secreção coletadas dos quartos mamários de novilhas do grupo tratadas e do grupo

não tratadas no pré-parto, Fazendas 1 e 2. São Paulo. Brasil. 2010.

Não tratados Tratados Grupos A C B D

FA FR FA FR FA FR FA FR

Cultura Negativa

47 78,34ª 30 76,92a 52 86,66a 25 71,42a

Cultura Positiva

13 21,66ª 9 23,08a 8 13,33a 10 28,58a

TOTAL 60 100 39 100 60 100 35 100

ª Valores com mesmas letras nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Fisher a 5%. FA= Frequência absoluta. FR= Frequência relativa (%).

As infecções intramamárias observadas nas novilhas no pré-parto dos quatro

grupos experimentais foram baixas (Tabela 1). Esses resultados são inferiores aos

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relatados por Fox (2009) que, em estudo de revisão sobre a ocorrência de mastite em

novilhas, apresentou índices de prevalência de quartos infectados variando entre 28,9 e

74,6% no pré-parto e entre 12,3 e 45,5% no parto. De acordo com Costa et al. (2004),

em propriedades em que a infecção de quartos mamários no pré-parto são reduzidas,

não se justifica o uso de antimicrobianos no pré-parto, o que evitaria gastos

desnecessários com medicamentos, além do risco de resíduos de antibióticos no leite.

Os autores recomendam que, na tomada de decisão quanto ao tratamento de novilhas,

faz-se necessário avaliar o nível de infecção dos animais, a partir da realização de

exames microbiológicos e/ou pela análise de indicativos como: elevado número de

novilhas primíparas na parição com quartos mamários afuncionais ou com mastite

clínica ou subclínica. Se os resultados dos exames microbiológicos e/ou os indicadores

de infecção intramamária forem baixos, não é aconselhável o uso de medicamentos

intramamários em novilhas. Além da avaliação da relação custo/benefício da adoção

deste tratamento, Costa et al. (2004) demonstraram ser desfavorável seu uso em

propriedades com baixa ocorrência de infecção intramamária em primíparas, devendo-

se ressaltar os risco do tratamento por via intramamária. Uma vez adotado, se não for

realizado com todos os cuidados de anti-sepsia e assepsia, pode ocorrer a contaminação

do canal do teto e posteriormente a penetração e multiplicação de patógenos na glândula

mamária, os próprios tratamentos poderão ensejar infecções iatrogênicas. Este

procedimento, portanto, pode acarretar até aumento de infecções ao invés de

diminuição, principalmente devido à dificuldade de aplicação dos medicamentos nesta

categoria animal e associada à deficiência em mão-de-obra que se observa em muitas

das propriedades brasileiras.

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Tabela 2. Frequências absoluta e relativa de isolamentos microbiológicos de amostras

da secreção e do colostro dos quartos mamários de novilhas dos grupos tratado e não

tratado, no pré-parto e na parição (Fazenda 1). São Paulo. Brasil. 2010.

Novilhas Não tratadas - A Novilhas Tratadas - B Pré-parto Parto Pré-Parto Parto

FA FR FA FR FA FR FA FR

Cultura Negativa

47 78,34ª 31 52,54b 52 86,66ª 26 48,14 b

Cultura Positiva

13 21,66ª 28 47,46 b 8 13,33ª 28 51,85 b

TOTAL 60 100 59 100 60 100 54 100

Valores com mesmas letras nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Fisher a 5%. FA= Frequência absoluta. FR= Frequência relativa (%). Não foram detectadas diferenças significantes entre os resultados dos grupos tratados e não tratados, quando foram comparados cultura positiva (quartos mamários infectados) do grupo não tratado e tratado no pré e no pós-parto (P = 0,4445) e também (P = 0,5062) em relação a cultura negativa. (Teste de Fisher 5%). P= 0,0038 (Teste de Fisher 5%) diferença significante entre cultura positiva (infectados) e cultura negativa (não infectados) no pré e pós-parto do grupo A novilhas não tratadas. P < 0,0001 (Teste de Fisher 5%,) diferença significante entre cultura positiva (infectados) e cultura negativa (não infectados) no pré e pós-parto do grupo B novilhas tratadas.

Não foram observadas diferenças significantes na Fazenda 1 entre os dois grupos

de novilhas não tratadas (A) e tratadas (B) quando comparados os isolamentos no pré-

parto em relação ao parto (Tabela 2). Entretanto, houve um aumento significante (P<

0,05) da frequência de isolamentos das novilhas não tratadas (A) no pré-parto de

21,66% para 47,46% no parto e também foi significante o aumento da frequência de

isolamentos no grupo das novilhas tratadas (B) que apresentaram no pré-parto uma

frequência de 13,33% e no parto de 51,85% (Figuras 7 e 8).

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33

78,34

21,66

52,54

47,46

0

20

40

60

80

100

Fre

quên

cia

Relativa (%

)

Pré-parto Parto

Quartos mamários não tratados

Negativo Positivo

86,66

13,33

48,14

51,85

0

20

40

60

80

100

Fre

quên

cia

Relativa (%

)

Pré-parto Parto

Quartos mamários tratados

Negativo Positivo

Figura 7: Isolamentos microbiológicos de amostras da

secreção e do colostro coletadas dos quartos mamários

de novilhas do grupo não tratadas, no pré-parto e na

parição (Fazenda 1).

Figura 8: Isolamentos microbiológicos de amostras da

secreção e do colostro coletadas dos quartos mamários

de novilhas do grupo tratadas, no pré-parto e na

parição (Fazenda 1).

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Tabela 3. Frequências absoluta e relativa de isolamentos microbiológicos de amostras

coletadas da secreção e colostro de quartos mamários de novilhas dos grupos tratado e

não tratado, no pré-parto e na parição (Fazenda 2). São Paulo. Brasil. 2010.

Novilhas Não tratadas – C Novilhas Tratadas - D

Pré-parto Parto Pré-Parto Parto

FA FR FA FR FA FR FA FR

Cultura Negativa

30 76,92ª 25 74,35ª 25 71,42ª 26 81,25ª

Cultura Positiva

9 23,08ª 10 25,65ª 10 28,58ª 6 18,75ª

TOTAL 39 100 35 100 35 100 32 100

ª Valores com mesmas letras nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Fisher a 5%. FA= Frequência absoluta. FR= Frequência relativa (%). P = 0,6062, não foram detectadas diferenças significantes no grupo C não tratado entre cultura positiva (infectados) e cultura negativa (não infectados) no pré e pós-parto (Teste de Fisher a 5%). P = 0,4004, não foram detectadas diferenças significantes no grupo D novilhas tratadas entre cultura positiva (infectados) e cultura negativa (não infectados) no pré e pós-parto (Teste de Fisher a 5%). P = 0,5001, não foram detectadas diferenças significantes entre os grupos C e D em relação à cultura positiva (quartos infectados) no parto e pré-parto (Teste de Fisher a 5%).

Não foram observadas diferenças significativas na Fazenda 2 entre as novilhas

não tratadas (C) e tratadas (D) quando comparados os isolamentos no pré-parto (23,08

% e 28,58% respectivamente) em relação aos isolamentos no parto (25,65% e 18,75%,

grupos C e D respectivamente). No grupo D tratado houve uma redução nos quartos

infectados no parto em relação aos infectados no pré-parto, o que seria esperado, mas a

diferença não foi estatisticamente significante. (Figuras 9 e 10).

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35

76,92

23,08

74,35

25,65

0

20

40

60

80

100

Frequên

cia

Relativa (%

)Pré-parto Parto

Quartos mamarios não tratados

Negativo Positivo

71,42

28,57

81,25

18,75

0

20

40

60

80

100

Frequencia

Relativa (%

)

Pré-parto Parto

Quartos mamarios tratados

Negativo Positivo

11

Figura 9: Isolamentos microbiológicos de amostras

coletadas da secreção e do colostro dos quartos

mamários de novilhas do grupo não tratadas, no pré-

parto e na parição (Fazenda 2).

Figura 10: Isolamentos microbiológicos de amostras

coletadas da secreção e do colostro dos quartos

mamários de novilhas do grupo tratadas, no pré-parto e

na parição (Fazenda 2).

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Na tabela 4 são apresentadas as frequências relativa (%) dos isolamentos de

Staphylococcus spp.das amostras coletadas de secreção e leite dos quartos mamários de

novilhas no pré-parto, parto e lactação nas fazendas 1 e 2.

Tabela 4. Frequência relativa (%) dos Staphylococcus spp. isolados de amostras de leite coletadas de quartos mamários de novilhas no pré-parto, parto e durante a lactação da Fazenda 1 e 2. São Paulo. 2010.

Fazenda 1 Quartos

mamários não tratados

Pre parto

Parto 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

SCP 69,24 39,28 42,85 36,36 40,00 23,52 40,00 28,58 0,00 22,22 0,00 28,57 20,00 26,67 0,00

SCN 15,38 28,58 35,71 18,19 30,00 41,18 30,00 57,14 40,00 44,44 60,00 0,00 0,00 0,00 0,00

S. aureus 15,38 10,71 7,14 0,00 0,00 5,90 0,00 0,00 0,00 11,12 10,00 35,71 20,00 6,66 0,00

Quartos mamarios tratados

SCP 100,00 39,28 15,50 0,00 9,09 16,66 0,00 0,00 0,00 0,00 33,33 0,00 0,00 10,00 25,00

SCN 0,00 25,00 30,75 25,00 27,27 50,00 50,00 71,44 80,00 42,85 0,00 60,00 50,00 10,00 0,00

S. aureus 0,00 14,29 7,60 8,34 9,10 0,00 10,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Fazenda 2

Quartos mamarios não

tratados

Pre parto

Parto 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª 9ª 10ª 11ª 12ª 13ª 14ª 15ª

SCP 11,11 40,00 28,57 57,14 50,00 0,00 37,50 0,00 50,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

SCN 88,89 60,00 42,86 28,57 25,00 0,00 62,50 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

S. aureus 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 100,00 50,00 42,86 10,00 33,33 30,00 25,00 0,00

Quartos mamarios tratados

SCP 0,00 50,00 20,00 57,14 50,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 10,00 0,00 0,00 7,14 0,00

SCN 100,00 33,33 40,00 14,29 0,00 0,00 0,00 0,00 25,00 0,00 10,00 0,00 0,00 0,00 0,00

S. aureus 0,00 16,67 20,00 14,29 33,33 0,00 0,00 0,00 50,00 80,00 60,00 80,00 100,00 57,14 44,44

Um grande número de gêneros e espécies de microrganismos tem sido isolado

de infecções intramamárias em novilhas, no pré e pós-parto, predominando os

estafilococos, estreptococos ambientais, enterobactérias e Corynebacterium bovis

(PANKEY; DRECHSLER; WILDMAN, 1991; SHEARER e HARMON, 1993;

WAAGE et al., 2000).

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37

0

20

40

60

80

100

Pre parto 3ª 5ª 7ª 9ª 11

ª13ª

15ª

Stap. Coag + Stap. Coag - Stap. Aureus

0

20

40

60

80

100

Pre parto 3ª 5ª 7ª 9ª 11

ª13ª

15ª

Stap. Coag. + Satp. Coag. - Stap. Aureus

Figura 11: Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras de

secreção e de leite coletadas de quartos mamários não tratados

da fazenda 1 entre o período de julho de 2009 a maio de 2010.

São Paulo. Brasil. 2010.

Figura 12: Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras de

secreção e de leite coletadas de quartos mamários tratados da

fazenda 1 entre o período de julho de 2009 a maio de 2010. São

Paulo. Brasil. 2010.

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38

0

20

40

60

80

100

Pre parto 3ª 5ª 7ª 9ª 11

ª13ª

15ª

Stap. Coag. + Satp. Coag. - Stap. Aureus

Figura 13: Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras

coletadas de secreção e leite de quartos mamários não tratados

da fazenda 2 entre o período de julho de 2009 a maio de 2010.

São Paulo. Brasil. 2010.

0

20

40

60

80

100

Pre parto Pa

rto 3 ª 4 ª 5 ª 6 ª 7 ª 8 ª 9 ª 10ª

11ª

12ª

13ª

14ª

15ª

Stap. Coag. + Satp. Coag. - Stap. Aureus

De acordo com os resultados, na fazenda1, nos quartos mamários não tratados,

foram isolados em maior número Staphylococcus coagulase positiva (SCP) no pré-parto

Figura 14: Isolamentos de Staphylococcus spp. nas amostras

coletadas de secreção e de leite de quartos mamários tratados

da fazenda 2 entre o período de julho de 2009 a maio de 2010.

São Paulo. Brasil. 2010.

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39

(69,24%) e parição (39,28%). No transcorrer da lactação, Staphylococcus coagulase

negativa (SCN) predominaram, enquanto que os Staphylococcus aureus, foram isolados

principalmente no terço final da lactação (Figura 11). Com relação aos quartos

mamários tratados (Tabela 4), Staphylococcus coagulase positiva (SCP) foram isolados

em maior número no pré-parto (100%); na parição foram isolados 39,28% de

Staphylococcus coagulase positiva (SCP), 25,00 % de Staphylococcus coagulase

negativa (SCN) e 14,29% de Staphylococcus aureus, no entanto, com o transcorrer do

período experimental, não mais foram isolados, prevalecendo os Staphylococcus

coagulase negativa (Figura 12). A porcentagem de Staphylococcus aureus entre quartos

mamários tratados (grupo B) foi menor do que em quartos não tratados (grupo A),

variando entre 10 e 14,29% no grupo B e entre 5,9 e 35,71% no grupo A (Tabela 4). Na

fazenda 2, nos quartos mamários não tratados, ocorreu a predominância de

Staphylococcus coagulase negativa no pré-parto (88,89%) e na parição (60%). No

decurso da lactação, não se observou predominância entre Staphylococcus coagulase

negativa e positiva e os Staphylococcus aureus foram isolados a partir da metade da

lactação até o final (Figura 13). Com relação aos quartos mamários tratados,

Staphylococcus coagulase negativa predominaram no pré-parto (100%); na parição

prevaleceram Staphylococcus coagulase positiva e Staphylococcus aureus foram

isolados em 16,67%, sendo isolados durante toda a lactação (Figura 14).

A ocorrência de Staphylococcus coagulase negativa, em novilhas no pré e pós-

parto, foi, em parte, correlacionada à presença na microbiota normal da pele e mucosa,

assim como na colonização do esfíncter e canal do teto dos bovinos (TRINIDAD;

NICKERSON; ALLEY, 1990). Alguns animais livram-se da infecção nas primeiras

semanas pós-parto em consequência dos procedimentos de ordenha, mas um número

elevado de vacas primíparas permanece infectado por longos períodos (DANIEL;

BARNUM; LESLIE, 1986; MATTHEWS; HARMON; LANGLOIS, 1992). As

infecções persistentes acarretam diminuição na produção de leite, podendo, ainda,

resultar em infecções clínicas (MATTHEWS; HARMON; LANGLOIS, 1992).

Com base nessas observações, o monitoramento das infecções intramamárias em

vacas primíparas pela contagem de células somáticas e exames microbiológicos, nos

primeiros meses de lactação, pode ser útil para a tomada de decisão na adoção de

medidas preventivas e terapêuticas.

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Tabela 5. Microrganismos isolados das amostras de secreção e/ou leite das novillhas dos

grupos não tratado A e tratado B, da fazenda 1 e grupos não tratado C e tratado D da

fazenda 2. São Paulo. Brasil. 2010.

Microbiológico Quartos mamários

Fazenda 1 Fazenda 2 Não tratado-A Tratado –B Não tratado –C Tratado –D

FA FR% FA FR % FA FR % FA FR %

Staphylococcus spp.

74 18,9ª 59 15,3ª 47 18,1ª 29 11,6ª

Corynebacterium spp.

18 4,4b 8 2,1b 2 0,7b - -

Streptococcus spp.

1 0,2b 1 0,3b - - - -

Bastonete G-

- 0,2b 2 0,5b 1 0,4b 5 2,0b

ªValores com mesmas letras nas linhas não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Fisher a 5%. ªValores com letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si pelo teste de Fisher a 5%. P = 0,4667, não foram detectadas diferenças nas glândulas mamárias infectadas por microrganismos do gênero Staphylococcus entre os quatro grupos . P = 0,0062, diferença foi significante entre glândulas mamárias infectadas por microrganismos do gênero Staphylococcus em relação a outros, quando foram analisados os grupos não tratados das duas fazendas A e C. (Ou seja, a ocorrência de infecções intramamárias por microrganismos do gênero Staphylococcus foi superior àquelas por outros microrganismos nos grupos não tratados das fazendas 1 e 2).

Costa et al. (2004), avaliando infecções intramamárias em duas fazendas do

estado de São Paulo, verificaram que, enquanto em uma das fazendas a porcentagem de

infecção intramamária em novilhas foi de 71,8, na outra foi de 15,8. Os animais foram

tratados no pré-parto e, ao se comparar o total de infecções no pré e no pós-parto, foi

detectada uma redução significante (P< 0,05) em ambas as propriedades. Em relação

aos agentes etiológicos foi observado o predomínio de infecções por microrganismos do

gênero Staphylococcus spp. Em relação aos outros gêneros de microrganismos, no pré-

parto observou-se que infecções por Streptococcus spp. ocorreram em 5,3% das

glândulas mamárias das primíparas em uma propriedade, não ocorrendo infecções por

microrganismos desse gênero na outra; foi detectada baixa ocorrência, em ambas as

propriedades, de infecções por outros microrganismos. O mesmo foi observado no

presente estudo, com predomínio de infecções intramamárias por microrganismos do

gênero Staphylococcus spp. nos grupos não tratados e tratados (Tabela 5). Quanto às

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infecções intramamárias por outros microrganismos, nos quatro grupos experimentais, a

porcentagem de ocorrência foi muito baixa, menos que 5% de ocorrência de

Corynebacterium spp, 0,3% de Streptococcus spp. (Tabela 5). Entre glândulas

mamárias infectadas por microrganismos do gênero Staphylococcus spp. e por outros

microrganismos, a diferença foi signifcante (P< 0,05) quando foram analisados os

grupos não tratados das duas fazendas 1 e 2, ou seja, a ocorrência de infecções

intramamárias por microrganismos do gênero Staphylococcus spp. foi superior àquelas

obtidas por outros microrganismos nas fazendas 1 e 2. Assim, estes resultados

corroboram não só com o observado por Costa et al. (2004) mas com os resultados de

outras pesquisa, nos quais os agentes etiológicos prevalentes pertenciam ao Gênero

Staphylococcus spp. (COSTA et al., 1996; COSTA et al. 1999a; FAGUNDES, 2001;

NICKERSON, 2001).

A porcentagem de novilhas infectadas antes do parto pode chegar até 97% dos

animais e 75% dos quartos, sendo que 37% destas infecções são causadas por

Staphylococcus aureus (NICKERSON, 2001).

Em um estudo realizado por Laffranchi et al. (2001), de 88 vacas primíparas,

oriundas de quatro rebanhos leiteiros, foram coletadas 1985 amostras de leite, ao longo

dos 120 dias pós-parto, das quais 457 (23,02%) apresentaram resultados

microbiológicos positivos. Os Staphylococcus coagulase negativa (SCN) foram isolados

em 316 amostras (69,14%), Corynebacterium bovis em 56 (12,25%), Streptococcus spp.

em 41 (8,97%) e Staphylococcus coagulase positiva (SCP) em 38 (8,31%). Mastite

clínica foi detectada em nove (10,23%) vacas. No primeiro dia pós-parto, 57 (64,77%)

animais e 114 quartos mamários (32,66%) apresentaram exames bacteriológicos

positivos. Até o décimo quarto dia, ocorreu um decréscimo acentuado no número de

vacas e quartos infectados, que posteriormente tendeu a estabilizar. SCN foram as

bactérias mais isoladas ao longo de todo experimento, enquanto o número de

estreptococos decresceu acentuadamente nas duas primeiras semanas pós-parto.

Não foram observadas diferenças significativas (P<0,05) entre os quartos

mamários microbiologicamente positivos dos animais não tratados (25,1%) e tratados

(23,7%) na fazenda 1. O mesmo se observou na fazenda 2, com 18,5% para os animais

não tratados e 14,9% para os tratados (Tabela 6). Em relação aos quartos mamários

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negativos, na fazenda 1, observou-se a ocorrência de 74,9% e 76,3% e na fazenda 2,

85,1% e 85,1%, para os grupos não tratados e tratados, respectivamente. De acordo com

esses resultados, o tratamento antimicrobiano 60 dias antes da data prevista do parto em

ambas as fazendas não foi um fator determinante na prevenção de mastite no pré-parto e

parto, sendo que alguns autores citaram esta prática como eficiente em tratamento

intramamário para vacas em lactação, 7 a 14 dias antes da parição (OLIVER et al.,

1992; OLIVER et al., 2000).

Tabela 6. Análise entre quartos mamários positivos e negativos ao longo do

acompanhamento dos grupos de novilhas (coletas realizadas no pré-parto, parto e

amostras mensais na lactação) dos grupos não tratado e tratado das Fazendas 1 e 2. São

Paulo. 2010.

Fazenda 1 Fazenda 2

Positivos Negativos Total Positivos Negativos Total % % % %

Não Tratado 25,1

74,9

409

18,5

81,5

271

Tratado

23,7

76,4

386

14,9

85,1

250

Total

24,4

75,6

795

14,8

85,2

521

P = 0,2432 (Fisher's Exact Test) não foram detectadas diferenças significantes quanto aos quartos mamários microbiologicamente positivos nos grupos tratados e não tratados da Fazenda 1 e 2. P = 0,2824, (Fisher's Exact Test) não foram detectadas diferenças significantes quanto aos quartos mamários microbiologicamente negativos nos grupos tratados e não tratados da Fazenda 1 e 2. P = 0,1064 (Fisher's Exact Test) não foram detectadas diferenças significantes, quanto à ocorrência de infecção entre os grupos não tratados das duas fazendas 1 e 2. P = 0,0836 (Fisher's Exact Test) não foram detectadas diferenças significantes na ocorrência de glândulas mamárias infectadas e não infectadas, entre os grupos tratados das fazendas 1 e 2.

A adoção de tratamento preventivo com antibiótico pode ser altamente efetiva

para diminuir o nível de infecção de novilhas do rebanho. Com esta finalidade existem

protocolos, que podem ser utilizados com sucesso, e que envolvem o tratamento

rotineiro de todas as novilhas da propriedade. Uma das propostas preconiza o

tratamento de todas as novilhas como se fossem vacas secas, com uma infusão

intramamária em cada quarto com um antibiótico específico para vacas secas, 60 dias

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antes do parto (NICKERSON, 2001). Cabe destacar que esse protocolo tem como

vantagens o fato de agir precocemente, antes dos microrganismos causarem lesões

significativas no tecido mamário, além disso, nesse regime de tratamento, o risco de

resíduos de antibióticos no leite após o parto é menor.

No Brasil, estudo realizado por Vargas (2005) para avaliar o efeito da

antibioticoterapia de vaca seca associada ou não à vacinação contra mastite ambiental

em novilhas resultou em avaliação custo-benefício favorável para estas estratégias.

Embora não tenha sido observada diferença significativa na produção média dos

animais dos diferentes grupos: G1- tratado com antibiótico específico para vaca seca a

base de penicilina G procaína 200.000 UI associado à novobiocina sódica 400 mg, em

base de liberação lenta (Albadry Plus); G2- tratado apenas com antibiótico Albadry

plus; G3- somente vacinado contra E. coli e G4- não vacinado e não tratado,

economicamente a produção foi menor no grupo controle, não vacinado e não tratado.

Em contrapartida, Waage et al. (2000) observaram que aproximadamente 11% das

novilhas que foram tratadas contra os patógenos causadores de mastite clínica no

periparto foram descartadas um mês após o tratamento. Entre as causas do descarte, a

principal foi a mastite, responsável por 96% dos casos. De acordo com Compton et al.

(2007), o isolamento de patógenos primários causadores de mastite entre o parto e cinco

dias de lactação foi associado com um risco maior de 60% de remoção dos animais

infectados do rebanho durante a primeira lactação. Entre as causas mais comuns de

descarte, destacaram-se os problemas relacionados à fertilidade. No presente estudo,

não foram detectadas diferenças estatísticas significantes (P= 0,2432) entre os quartos

mamários tratados e não tratados com relação aos isolamentos microbiológicos no pré-

parto e no parto (Tabela 6).

Foram analisados, respectivamente, amostras de leite dos grupos B da fazenda

1 e D da Fazenda 2, para a detecção de resíduo de antimicrobianos presentes no leite das

novilhas tratadas no pré-parto com medicamentos comerciais para vaca seca (tabela 7).

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Tabela 7: Avaliação quanto à influência do período entre o tratamento e a coleta de

amostra de leite dos quartos mamários de novilhas tratadas na gestação com

medicamentos comerciais* para vaca seca na ocorrência de resíduos de

antimicrobianos. São Paulo. Brasil. 2010.

Quartos mamários

Negativos

Quartos mamários

Positivos

%

ITCR < 70

39 1 2,50

70 < ITCR< 75

29 3 9,37

ITCR > 75

19 1 5,00

TOTAL

87 5 5,43

ITCR: intervalo entre o tratamento e coleta para resíduo. *Fazenda 1: Penicilina G Potássica 500.000 UI, Penicilina G Procaína 1.000.000 UI, Neomicina 0,732g. *Fazenda 2: Gentamicina 667 mg.

A porcentagem de quartos mamários que apresentaram resíduo positivo foi de

5,43%. Deve-se destacar que embora em baixa porcentagem, a detecção de resíduo no

leite de consumo, além de comprometer a qualidade do produto e prejudicar a produção

de derivados lácteos de considerável valor agregado, como, os queijos e iogurtes,

constitui risco à saúde pública.

Os testes positivos para resíduo foram detectados apenas nas amostras de leite

de novilhas tratadas com a formulação utilizada na fazenda 1 (Penicilina G Potássica

500.000 UI, Penicilina G Procaína 1.000.000 UI, Neomicina 0,732g).

Em um estudo realizado sobre a persistência de resíduos no leite no pós-parto,

em multíparas tratadas na secagem com medicamentos para vaca seca, Fagundes (2001)

verificou que a ocorrência de antimicrobianos em quartos mamários foi

significantemente (P<0,05) maior quando o período seco dos animais foi menor que 60

dias. E, quanto mais longo o período seco (maior que 70 dias), menor a ocorrência de

resíduos no leite. De acordo com a autora, tais resultados são esperados, uma vez que os

períodos de persistência nos tratamentos de vaca seca mais atuais são habitualmente de

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cerca de 60 dias, devido este ser o período seco reconhecido nacionalmente e

internacionalmente como o mais adequado.

Fagundes, Garino Jr e Costa (2004), analisando a presença de resíduo de

antimicrobianos em vinte e oito novilhas Holandesa Preta e Branca em uma propriedade

leiteira de São Paulo, utilizando protocolo semelhante, porém com medicamento

comercial diferente (penicilina benzetamina 280mg e 100 mg sulfato de framicetina)

verificaram resíduo de antimicrobianos em 79,5 % dos quartos mamários tratados.

Todos os positivos foram obtidos de amostras de leite das novilhas em que o intervalo

entre tratamento e teste para resíduo foram inferior a 65 dias. Os autores verificaram

que foi principalmente o intervalo entre tratamento e parto menor que sessenta dias o

que mais influenciou a ocorrência de resíduos no leite em animais por via intramamária,

com medicamentos de absorção lenta e eliminação lenta, próprios para tratamento de

vaca seca.

De acordo com os resultados de resíduos negativos obtidos (grupo tratado com

gentamicina 667 mg) sessenta dias antes da parição, verifica-se que estão concordantes

com os obtidos por Fagundes, Garino Jr e Costa (2004), que avaliaram o risco de

resíduo no leite em primíparas tratadas no pré-parto com medicamento para vaca seca e

referiram que foi principalmente o intervalo entre tratamento e parto menor que sessenta

dias o fator que mais influenciou a ocorrência de resíduos no leite. Esses autores

verificaram que quando o intervalo entre tratamento e coleta para teste de resíduo foi

maior que sessenta e cinco dias, não foram detectados resíduos de antimicrobianos no

leite das novilhas tratadas.

Raia Jr. (2006) em abrangente pesquisa sobre resíduo no leite de vacas tratadas

por várias vias de administração, avaliando antimicrobianos comerciais com princípios

ativos e formulações diversas, utilizados para tratamento de mastite na lactação e no

período seco, verificou que a persistência de resíduos, além do período de carência

preconizado pelo fabricante apresentou diferenças significantes entre os produtos.

Diferenças existentes na excreção de agentes químicos através do leite podem

ser devido às variações inter-espécies, tipo de formulação do antibiótico aplicado no

animal, quantidade de leite produzido e período de carência (MIDIO; MARTINS,

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2000). O tempo de eliminação de antibióticos, em quartos com mastite, pode ser maior

do que em quartos saudáveis (MOL, 1975; RAIA et al., 1999).

Em um trabalho realizado por Raia Júnior (2001), um total de 60 amostras de

leite de tanques resfriadores de diferentes propriedades leiteiras foi submetido à análise

com testes para resíduos de antimicrobianos (Delvotest P e SP). Destas, nove (15%)

mostraram-se positivas para resíduo.

Mercer et al. (1970) identificaram uma influência potencial da produção de

leite sobre a eliminação de 21 produtos antimicrobianos intramamários, compostos

principalmente, por penicilina, diidroestreptomicina e neomicina. Destes, dezesseis

produtos produziram resíduo no leite durante o período de carência estipulado pelos

fabricantes. No Brasil, Raia Jr. (2006) comprovou que animais com baixa produção de

leite apresentaram persistência mais longa de antibióticos no úbere. Nos resultados deste

trabalho não foi observada diferença significativa de produção de leite entre os grupos

tratados e não tratados na fazenda 1 (tabela 8), assim, não se pode atribuir ao volume de

produção papel relevante na persistência de resíduos de antimicrobianos.

Com o objetivo de evitar o descarte de leite devido ao tratamento de mastite

na lactação e assim minimizar o perigo dos resíduos de antimicrobianos no leite, foram

formulados medicamentos para uso no período de interrupção da lactação, conhecido

como tratamento da vaca seca. Desta forma, além de apresentar objetivos terapêuticos e

profiláticos de mastite no período seco e na lactação subsequente, o tratamento de vaca

seca é uma alternativa que visa também evitar resíduo de antibiótico no leite.

Entretanto, com a evolução tecnológica para atuar na prevenção de infecções na

glândula mamária durante todo o período seco, têm sido utilizadas concentrações e

excipientes que prolongam a persistência do antibiótico na glândula mamária, o que

determinou uma persistência prolongada na glândula mamária e, consequentemente,

aumentou o risco destes resíduos no pós-parto e liberação do leite para consumo,

principalmente ao se considerar eventualidades comuns nas fazendas brasileiras, tais

como falhas na estimativa das datas de parto e antecipação do parto, particularmente

frequentes em se tratando de novilhas.

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A presença de resíduos de antimicrobianos em intervalo superior a 70 dias

desperta atenção pela possibilidade de resíduos de antibióticos no leite, além do período

de 60 dias, contrariando a concepção de que o risco de resíduo após o parto ocorreria

particularmente em animais com período seco curto ou devido à antecipação da parição,

mas não exclui a ocorrência de outros fatores intercorrentes, ligados ao manejo desses

animais, fato este constatado no presente experimento.

Fica evidente, portanto, que a preconização da realização de tratamento

intramamário em novilhas no pré-parto merece maiores estudos. Costa et al.(2004)

estudaram duas diferentes propriedades leiteiras do estado de São Paulo, uma delas com

baixa e outra com alta ocorrência de infecções intramamárias em novilhas. Avaliaram

grupos de novilhas primíparas tratadas com o mesmo medicamento e concluíram que a

adoção de antibioticoterapia na gestação de primíparas, só se justifica em propriedades

leiteiras com alta ocorrência de infecções intramamária, ou seja, somente onde o

problema era real. No presente estudo, o nível de infecção em primíparas experimentais

no pré-parto foi baixo em todos os grupos avaliados nas duas propriedades leiteiras, o

emprego de tratamento não se mostrou efetivo, uma vez que, embora na fazenda 2 tenha

ocorrido uma discreta redução nos quartos infectados, esta redução não foi

estatisticamente significante, e na fazenda 1 ocorreu, inclusive, um aumento das

infecções intramamárias no parto. Os resultados obtidos poderiam, eventualmente,

provir de terem sido utilizados, nos grupos estudados, medicamentos com princípios

ativos diferentes; outros autores já demonstraram diferenças na persistência de resíduos

no leite em relação a diferentes medicamentos (OLIVER et al.,1992; RAIA JUNIOR,

2006).

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Tabela 8. Produção média diária de leite (em litros) durante o período experimental das

novilhas dos grupos não tratado e tratado, da Fazenda 1. São Paulo. 2010.

Parâmetros Grupo A- não tratado

(litros)

Grupo B- tratado

(Litros)

Média 13,24 14,21

Mediana 12,46 12,97

Desvio padrão 2,89 3,49

Erro padrão 0,87 1,05

Valor mínimo 9,75 10,17

Valor máximo 17,21 19,85

P = 0,4009, não significante (teste de Mann-Whitney). Não foram detectadas diferenças significantes na produção leiteira do grupo A não tratado (controle) em relação à produção do grupo B tratado. Tabela 9. Produção média diária de leite (em litros) durante o período experimental das

novilhas dos grupos não tratado e tratado, da Fazenda 2. São Paulo. 2010.

Parâmetros Grupo C- não tratado

(Litros)

Grupo D- tratado

(Litros)

Média 9,31 9,38

Mediana 9,48 9,45

Desvio padrão 1,61 1,52

Erro padrão 0,65 0,62

Valor mínimo 6,58 7,13

Valor máximo 9,47 9,45

P > 0,9999, não significante (teste de Mann-Whitney). Não foram detectadas diferenças significantes nas produções leiteiras dos grupos: C não tratado (controle) em relação à produção do grupo D tratado.

Novilhas tratadas com infusão intramamária de antibiótico para tratamento de

vacas em lactação, aos 7 ou 14 dias antes do parto, produziram significativamente mais

leite (531 kg a mais por animal, em lactações de aproximadamente 5.500 kg) e tiveram

contagens de células somáticas mais baixas que as novilhas não tratadas (OLIVER et al.

(1992). Entretanto, de acordo com os resultados apresentados nas tabelas (8 e 9), não

foram detectadas diferenças estatisticamente significativas em relação à produção média

de leite entre os grupos não tratados e tratados, nas duas fazendas analisadas.

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As taxas de cura espontânea para os principais patógenos causadores da

mastite não são altas. Dessa forma, alguns estudos realizados nos Estados Unidos têm

demonstrado o sucesso do tratamento de vaca seca para controlar e curar infecções

intramamárias de novilhas no pré-parto (McDOUGALL et al., 2009; FOX, 2009). Os

pesquisadores observaram que as infusões intramamárias de antibiótico durante a

gestação ou 60 dias antes do parto apresentaram uma eficácia superior a 90% na cura

das infecções. Além do maior percentual de cura de infecção, os autores têm observado

maior produção de leite de novilhas submetidas a tratamento com infusões

intramamárias de antibiótico no pré- parto quando comparadas com novilhas não

tratadas (WAAGE et al, 2000; SANTOS et al, 2004; PIEPERS et al, 2009). Para Owens

et al. (1994), os efeitos terapêuticos da infusão intramamária da cefapirina em dose

única, no pré-parto, em novilhas, corresponderam a taxas de cura de 94%, 97% e 100%

em infecções por Staphylococcus aureus, Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Os

resultados obtidos no presente estudo, entretanto, diferiram dos referidos pelos autores

acima citados.

Não foram observadas diferenças estatísticas na CCS dos grupos B tratado

(121,69 x 103 cels/mL) tratado e A não tratado (145,77 x 103 cels/mL), e entre os grupos

C – não tratado (92,667 x 103 cels/mL) e D – (122,5 x 103 cels/mL) tratado,

respectivamente para as fazendas 1 e 2 (Tabela 10). Entretanto, a CCS do grupo A (não

tratado) da fazenda 1 foi mais alta que a do grupo C (não tratado) da fazenda 2 e a

diferença foi significante (P<0,001).

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Tabela 10. Contagem de Células Somáticas (CCS) em amostras de leite de novilhas

primíparas dos grupos tratados e não tratados nas fazendas 1 e 2, avaliações no

primeiro mês. São Paulo. Brasil. 2010.

CCS/1o mês Grupos

Média

Mediana

Mínimo

Máximo

Desvio padrão

Fazenda 1

A - não tratado 145,77a 150 10 9999 795,31 B - tratado

121,69

91

4

9999

569,61

Fazenda 2

C - não tratado 92,66b

45 9 628 154,01

D - tratado 122,50 91 8 638 191,81 P = 0,001, significante. aDiferiram estatisticamente CCS do grupo não tratado (A) da fazenda 1. Foi superior a CCS do grupo não tratado (B) da fazenda 2 ( P<0001). Não foram detectadas diferenças entre os demais grupos experimentais.

Não foram detectadas diferenças estatisticamente significantes entre os quatro

grupos experimentais das duas fazendas, indicando que o tratamento não teve influencia

sobre a CCS (Tabelas 11 e 12).

Tabela 11. Contagem de Células Somáticas (CCS) em amostras de leite de novilhas

primíparas dos grupos não tratado e tratado, durante todas as avaliações mensais.

Fazenda 1. São Paulo. Brasil. 2010.

CCS (no células por mL x103)

Grupos A- não tratado

B- tratado

Média 367,94ª 265,40b

Mediana 121,0 84,0

Desvio padrão 804,38 569,91

Erro padrão 90,50 61,82

Valor mínimo 10,0 4,00

Valor máximo 5170,0 3441,0

P= 0,0326, diferença significante. CCS do grupo A não tratado foi superior à apresentada pelo grupo B tratado, consideradas as avaliações mensais da lactação.

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Tabela 12. Contagem de Células Somáticas (CCS) em amostras de leite de novilhas

primíparas dos grupos não tratado e tratado durante as avaliações mensais. Fazenda 2.

São Paulo. 2010.

CCS

(no células por ml x103)

Grupos Grupo C- não tratado

Grupo D- tratado

Média 340,73 ns 332,06 ns

Mediana 330,75 300,75

Desvio padrão 58,509 114,15

Erro padrão 18,502 40,358

Valor mínimo 277,50 517,50

Valor máximo 434,25 517,50

P = 0, 8589, não foram detectadas diferenças significantes entre a CCS do grupo tratado e não tratados da Fazenda 2. CCS do grupo C não tratado não diferiu da apresentada pelo grupo D tratado, nas amostras de leite durante as avaliações mensais da lactação. ns = não significativo.

Piepers et al. (2009) ao descreverem como as infecções intramamárias que

ocorrem durante a gestação e no início da lactação impactam a saúde da glândula

mamária e a produção de leite, revisaram as perdas econômicas da mastite em novilhas

quanto à produção de leite. Hortet e Seegers (1998) estimaram uma redução na

produção de leite de primíparas em 0,4 kg/dia por aumento de duas vezes na CCS acima

de 50.000 céls/mL. Na lactação, perdas de aproximadamente 80 kg na produção de leite

por aumento de duas vezes da média geométrica da CCS foram também descritos

(BENNEDSGAARD et al., 2003).

Estudos sobre a associação negativa entre CCS no início da lactação e

produção de leite são recentes. De Vliegher et al. (2005) observaram que uma novilha

com CCS de 50.000 céls/mL aos 10 dias de lactação produziu 119 a 155 kg de leite a

mais durante os primeiros 305 dias. Uma maior CCS entre 5 e 14 dias de lactação está

associada com maior número de casos de mastite subclínica. No entanto, diferenças

preditivas são menores para novilhas com diferentes CCS avaliadas com cinco dias de

lactação. Segundo Myllys e Rautala (1995), a taxa de descarte aumenta 4% no caso de

novilhas com mastite clínica próxima ao parto.

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A mastite subclínica causada por patógenos principais, predominantemente

Streptococcus uberis, aumenta a contagem de células somáticas de animais afetados

(COMPTOM et al., 2007) e se não tratada pode se tornar crônica; ou a infecção pode se

disseminar para quartos não infectados ou para outras vacas durante o processo de

ordenha (McDOUGALL et al., 2007). Oliver et al. (2003) mencionaram que a

ocorrência das infecções intramamárias em novilhas com a idade de acasalamento ou

gestantes pode assumir grau significativo e persistir por longos períodos de tempo,

estando associada à elevada contagem de células somáticas (CCS) e redução substancial

da produção de leite.

Sargeant et al. (2001) sugeriram que o ponto de corte para definir uma

glândula mamária como infectada deveria ser estabelecido na dependência do número

de dias em lactação e os patógenos envolvidos, uma vez que há variação na

sensibilidade e especificidade quando se tem pesquisado este tema. Djabri et al. (2002)

referiu CCS média de 420.000 células /mL para patógenos principais e de 100.000 para

outros patógenos. Costa et al. (2005) verificaram que o limiar de positividade para

diagnóstico do processo inflamatório da glândula mamária, baseado em CCS, mais

adequado seria o de 100.000 células/ mL de leite, levando-se a sensibilidade,

especificidade e concordância.

Na mastite subclínica, ao contrário da forma clínica, não ocorrem mudanças

visíveis no aspecto do leite ou do úbere (PERSSON WALKER et al., 2003).

Caracteriza-se por alterações na composição do leite, tais como aumento na contagem

de células somáticas (CCS), aumento nos teores de proteínas séricas; diminuição nos

teores de caseína, lactose, gordura e cálcio do leite (GIANOLA et al., 2004); fazendo

com que haja menor rendimento na produção de seus derivados, além de diminuir o

tempo de prateleira do produto (BRADLEY, 2002). Além disso, enzimas e minerais

também são afetados. A extensão do aumento da CCS e as mudanças na composição do

leite estão diretamente relacionadas com a superfície do tecido mamário atingido pela

reação inflamatória. Portanto, há uma relação direta entre a CCS e a concentração dos

componentes do leite (SHÃELLIBAUM, 2000).

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Os dados da literatura mostram resultados contraditórios em relação aos teores

de gordura no leite e aumento de CCS. Normalmente, a tendência é a diminuição dos

teores de gordura à medida que aumentam os níveis da CCS. Nos casos em que há uma

redução da produção de leite e uma elevação na CCS, ocorre um aumento da gordura

devido ao efeito de concentração. Enquanto a redução da gordura sugere diminuição de

sua síntese como resultado dos danos no epitélio glandular e diminuição da ação

lipolítica de enzimas leucocitárias, a elevação do conteúdo de gordura pode ser

explicada por uma forte redução da produção de leite, sem a mesma aparente redução da

síntese de gordura (SHÃELLIBAUM, 2000). O potássio, mineral predominante do leite,

decresce devido ao dano celular, enquanto há uma elevação nos níveis de cloro e sódio

que passam do sangue para o leite (KITCHEN, 1981; HARMON, 1994; PEREIRA et

al., 1997).

As alterações na composição e nas características físico-químicas do leite

produzido por uma glândula mamária inflamada são atribuídas a três fatores principais:

às alterações na permeabilidade vascular devidas ao processo inflamatório, à lesão do

epitélio secretor responsável pela síntese de alguns componentes do leite e à ação de

enzimas originadas das células somáticas e de microrganismos presentes no leite

(FONSECA; SANTOS, 2000).

Na tabela 13, os teores de gordura do leite produzidos pelos animais do grupo A

não tratado foi superior (p<0,05) ao do grupo B tratado, na fazenda 1 (3,92% e 3,62%,

respectivamente). A CCS do grupo A não tratado foi maior do que a CCS do grupo B

tratado (145,77 e 121,69 x 103), porém, estatisticamente, esta diferença não foi

significante, bem como em relação à produção de leite e quartos mamários infectados

durante todo período experimental.

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Tabela 13. Teor de gordura (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 1. São Paulo. 2010 Gordura (% m/m)

Parâmetros Grupo A não tratado

Grupo B tratado

Média 3,92ª 3,62b

Mediana 3,81 3,46

Desvio padrão 0,59 0,78

Erro padrão 0,067 0,08

Valor mínimo 2,82 1,69

Valor máximo 6,51 6,48

P = 0,0005, (Mann-Whitney Teste), diferença significante. O teor de gordura do leite produzido pelos animais do grupo A não tratado foi superior ao do grupo B tratado, consideradas as avaliações mensais da lactação. Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente. Tabela 14. Teor de gordura (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 2. São Paulo. 2010

Gordura (% m/m)

Parâmetros.

Grupo C não tratado

Grupo D tratado

Média 2,07 ns 2,37 ns

Mediana 1,82 1,52

Desvio padrão 1,47 2,59

Erro padrão 0,16 0,31

Valor mínimo 0,23 0,50

Valor máximo 7,44 11,50

P = 0,8354, (Mann-Whitney Teste), diferença não significante. Não foram detectadas diferenças estatisticamente significantes, quando se analisou o teor de gordura do leite produzido pelos animais do grupo C não tratado e grupo D tratado, consideradas as avaliações mensais da lactação. ns = não significativo.

Na tabela 14, foram apresentados os resultados de teor de gordura do leite

proveniente dos gupos C não tratado (2,07%) e grupo D tratado (2,37%) da fazenda 2.

Não foram detectadas diferenças estatísticas significantes entre os dois grupos.

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As tabelas 15 e 16 referem-se aos teores de lactose encontrados nas fazendas 1 e

2, nos quatro grupos experimentais. O grupo A não tratado apresentou um valor

superior (4,55% m/m) em relação ao grupo B tratado (4,41% m/m), na fazenda 1. Em

relação à fazenda 2, os grupos C e D não apresentaram diferenças estatísticas

significantes (4,34 e 4,39 m/m, respectivamente).

Tabela 15. Teor de lactose (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 1. São Paulo. 2010. Lactose (% m/m)

Parâmetros Grupo A não tratado

Grupo B tratado

Média 4,55ª 4,41b

Mediana 4,56 4,40

Desvio padrão 0,15 0,23

Erro padrão 0,02 0,02

Valor mínimo 4,24 3,49

Valor máximo 4,88 4,82

P = 0,0001 (Teste Mann-Whitney), diferença significante. O teor de lactose do leite produzido pelos animais do grupo A não tratado foi superior ao do grupo B tratado, consideradas as avaliações mensais durante o período de estudo. Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente. Tabela 16. Teor de lactose (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 2. São Paulo. 2010. Lactose (% m/m)

Parâmetros Grupo C não tratado

Grupo D tratado

Média 4,34 ns 4,39 ns

Mediana 4,48 4,43

Desvio padrão 0,37 0,36

Erro padrão 0,04 0,04

Valor mínimo 2,16 3,58

Valor máximo 4,93 5,69

P = 0,5981, não significante (Teste Mann-Whitney). Não foram detectadas diferenças significantes no teor de lactose do leite produzido pelos animais do grupo C não tratado e em relação ao grupo D tratado. ns = não significativo.

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As mudanças no nível e composição de gordura e lactose do leite causadas pela

mastite são relativamente pequenas e, em muitos casos, não irão ocorrer até que a infecção

se torne severa, isto é, o animal apresente altas contagens de células somáticas. A mudança

nos níveis de ácidos graxos livres não é marcante, até que a contagem de células somáticas

seja maior que 2,0 x 106 por ml (KITCHEN, 1981; FONSECA; SANTOS, 2000). A

mastite, acompanhada de altas CCS está associada à diminuição da concentração de lactose

no leite, no entanto, no presente estudo, os maiores valores encontrados para CCS foram

367,94 ml x103 no grupo A e 340,73 ml x103 no grupo C. Tais resultados demonstram que é

preciso uma CCS maior do que as encontradas no decorrer do período experimental para

que ocorram alterações significativas nos teores de lactose.

O teor de proteína do leite produzido pelos animais do grupo A não tratado

(3,5%) foi superior ao do grupo B tratado (2,88%), na fazenda 1 (tabela 17). O mesmo

ocorreu na fazenda 2 (tabela 18) em relação aos grupos C não tratado e D tratado

(3,23% e 2,91%, respectivamente).

Tabela 17. Teor de proteína (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 1. São Paulo. 2010. Proteína (% m/m)

Parâmetros Grupo A não tratado

Grupo B tratado

Média 3,05ª 2,88b

Mediana 3,03 2,79

Desvio padrão 0,21 0,28

Erro padrão 0,024 0,03

Valor mínimo 2,56 2,35

Valor máximo 3,70 3,61

P < 0,0001 (Teste Mann-Whitney), diferença significante. O teor de proteína do leite produzido pelos animais do grupo A não tratado foi superior ao do grupo B tratado, de acordo com os resultados das avaliações mensais da lactação. Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente.

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Tabela 18. Teor de proteína (% m/m) do leite em avaliações mensais na lactação de novilhas primíparas dos grupos não tratado e tratado. Fazenda 2. São Paulo. 2010. Proteína (% m/m)

Parâmetros Grupo C não tratado

Grupo D tratado

Média 3,23ª 2,91b

Mediana 3,11 2,90

Desvio padrão 0,62 0,35

Erro padrão 0,07 0,03

Valor mínimo 2,41 2,21

Valor máximo 7.01 3.9

P < 0.0001 (Teste Mann-Whitney), diferença significante. O teor de proteína do leite produzido pelos animais do grupo C não tratado foi superior ao do grupo D tratado, de acordo com os resultados das avaliações mensais da lactação. Médias seguidas de letras diferentes nas linhas diferem estatisticamente.

O conteúdo de proteína e sua composição são os fatores mais importantes na

determinação da qualidade do produto láctico final (NG-KWAI-HANG et al., 1993).

A inflamação na glândula mamária ocasiona uma mudança na permeabilidade da

membrana que separa o sangue do leite levando a um influxo de albumina, aumento de

252% no leite, e de imunoglobulinas, aumento de 316% para o interior da glândula,

resultando em elevação na concentração de proteína total e do soro do leite

(HAENLEIN et al., 1973; NG-KWAI-HANG et al., 1993; WEAVER; KROGER,

1977).

Ng-kwai-hang et al. (1993) reportaram aumento de 0,099% na concentração de

proteína total para cada aumento de unidade logarítmica de contagem de células somáticas.

Entretanto, este aumento da concentração de proteína não significa ser favorável

à qualidade do leite, pois deve ser, provavelmente, ao aporte de proteínas plasmáticas

para a glândula, a fim de combater a infecção. Durante o processamento industrial do

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leite, essas proteínas são perdidas, enquanto a caseína, que realmente interessa ao

processo industrial, é diminuída pela ocorrência da mastite (PEREIRA et al., 1997).

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5. CONCLUSÕES

A detecção de novilhas infectadas por agentes etiológicos de mastite, inclusive

por patógenos maiores, como Staphylococcus aureus, corroboram com a assertiva de

que primíparas podem atuar como fontes de infecção para o rebanho.

Foi possível concluir ainda, de acordo com os resultados obtidos, em que os

níveis de infecção das novilhas no pré-parto eram baixos, não ter sido favorável a

utilização de tratamento intramamário na gestação. O tratamento não exerceu uma

efetiva diminuição da infecção no pós-parto e não reduziu a mastite na lactação, apesar

de ter diminuído CCS em um dos grupos tratados. Também não interferiu,

significativamente, na produção e na composição do leite, no transcorrer desse estudo.

Além disso, foi detectada persistência de resíduo de antimicrobianos no leite.

Conclui-se que a decisão no uso de medicamentos intramamários em novilhas no

pré-parto deverá ser sempre avaliada criteriosamente, subsidiada por um levantamento

das características e da relevância do problema em cada propriedade leiteira. Não deve

ser administrado indiscriminadamente como rotina, quando se desconhece a real

necessidade na adoção desse procedimento.

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6. REFERÊNCIAS

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APHA (AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION). Compendium of methods for the microbiological examination of foods. Washington, 676 p., 2001. AULDIST, M.J.; HUBLLE, I.B. Effects of mastitis on raw milk and dairy products. Australian Journal of Dairy Technology, Melbourne, v. 53, p. 28-36, 1998. AURVALLE, A.E. Presença de antibióticos no leite. Hora Veterinária, Porto Alegre, v. 1, p. 20-27, 1981. BARBALHO, T.C.F.; MOTA, R.A. Isolamento de agentes bacterianos envolvidos em mastite subclínica bovina no estado de Pernambuco. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, Salvador, v. 2, p. 31-36, 2001. . BARBERIO, A.; SIGNORINI, F. Antibiotici e sulfamedicini nel latte. Obiettivi Veterinari, Bologna, v. 17, n. 12, p. 29-36, 1996.

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