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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA CONDER – COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DA BAHIA PROGRAMA VIVER MELHOR II PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI Versão Final Ano 2005 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA

CONDER – COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DA BAHIA

PROGRAMA VIVER MELHOR II

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI Versão Final

Ano 2005

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SUMÁRIO

1. Apresentação

2. Introdução

3. Fundamentos

4. O Empreendimento e seu Contexto

5. Situação de Afetação

6. Perfil Sócio-econômico da População Afetada

7. Participação da Comunidade

8. Questão da Documentação

9. Política de Atendimento

10. Plano de Ação

11. Monitoramento

12. Pontos Chaves / Caminhos Críticos

ANEXOS

I. Definições Utilizadas

II. Experiências Municipais

III. Atas de Reuniões com as Comunidades

IV. Planta de Alagados VI – Com faixa de Afetação

1. Apresentação Este documento apresenta o Plano de Reassentamento Involuntário (PRI) para as Famílias e Atividades Econômicas, situados em Alagados VI / Salvador / Bahia e afetados, versão final, pelas obras de implantação do Programa Viver Melhor II, que objetiva melhorar a qualidade de vida da população, mediante a implantação de um conjunto de ações estruturais direcionadas à elevação das condições de habitabilidade da população. PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

2. Introdução A elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário foi baseada nos seguintes dados e procedimentos:

1. Utilização de todos os estudos, dados e informações disponíveis sobre a área do empreendimento, como exemplo, cita-se:

• Carta Consulta a COFIEX – Programa de Urbanização e Desenvolvimento

Integral de Áreas Carentes no Estado da Bahia – Viver Melhor II – Ano 2002; • Estudos Preliminares para Elaboração de Projetos de Engenharia e

Arquitetura com vistas à Recuperação Ambiental da Comunidade de Alagados VI e Mangueira;

• Diretrizes da Política de Reassentamento Involuntário do Programa Viver Melhor VI – Novembro/2004, Tomos I e II;

• Projeto básico das obras a serem executadas em Alagados VI; • Censo Social georeferenciado realizado de out./2003 a Jan./2004, em

Alagados VI; • Amostra da avaliação de imóveis afetados pelo empreendimento; • Pesquisa de preço de imóveis no mercado Alagados VI; • Estudo das áreas potenciais para implantação dos conjuntos visando o

reassentamento; • Atas e registro fotográfico das reuniões realizadas com a comunidade sobre o

projeto e a necessidade e forma de reassentá-los;

2. Desenvolvimento de uma base de dados específica para a fundamentação do Plano de Reassentamento Involuntário, que consta dos seguintes itens:

• Elaboração de planta com a poligonal de afetação; • Elaboração do perfil da população afetada a partir dos dados do censo social

georeferenciado e da planta com a poligonal de afetação;

3. Visitas técnicas à área de intervenção e contato com a comunidade;

4. Reuniões com o corpo técnico e de dirigentes da CONDER para elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário visando (i) sensibilizá-los da importância do tema e da necessidade de adoção de medidas mitigadoras, (ii) conhecer e estudar a atual política habitacional desenvolvida pelo órgão (iii) verificar os pontos de convergência entre as demandas de um projeto de reassentamento e a política habitacional em prática, (iv) alertá-los para os pontos chaves e/ou caminhos críticos de um projeto de reassentamento;

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

3. Fundamentos A política de atuação prevista por este Plano de Reassentamento Involuntário tem como meta, garantir a recomposição da qualidade de vida das famílias afetadas pelo empreendimento, tanto no aspecto físico, perda de moradia, quanto em outros, como perda de rendimentos financeiros (interrupção de atividades produtivas), perdas da quebra da rede de apoio social, das relações de vizinhança. O Programa Viver Melhor II possui uma Política de Reassentamento Involuntário1 a ser aplicada nas áreas de atuação do Programa nas quais surja à necessidade de se promover a relocação de população. Neste documento apresentam-se os fundamentos desta política uma vez que o Plano de Reassentamento de Alagados VI está fundamentado nestes princípios. 3.1 – Fundamentos da Política de Reassentamento Involuntário A relocação de pessoas pode gerar grandes transtornos à vida das pessoas afetadas, como por exemplo, empobrecimento, danos ambientais graves, quebra da rede de apoio social, a menos que medidas adequadas sejam devidamente planejadas e implementadas. A Política de Reassentamento Involuntário deve ter como meta maior, garantir a recomposição da qualidade de vida das famílias afetadas pelo empreendimento, tanto no aspecto físico, perda de moradia, como em outros aspectos, como perda de rendimentos financeiros (interrupção de atividades produtivas), perdas da quebra da rede de apoio social, das relações de vizinhança. Vale ressaltar que, o desejável é que a Política de Reassentamento Involuntário proporcione uma real melhoria de vida às famílias afetadas. Para isto determinados fundamentos deverão nortear à sua elaboração:

• Minimizar o número de imóveis a serem desapropriados. Os projetos de engenharia deverão buscar sempre soluções que viabilizem a implantação dos serviços e da infra-estrutura e que concomitantemente necessite do menor número de relocações.

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

1 Ver documento – Diretrizes da Política de Reassentamento Involuntário – Programa Viver Melhor II – Novembro 2004

• Garantir a oferta de diferentes opções de atendimento. É fundamental que a Política de Reassentamento Involuntário ofereça opções de atendimento à população afetada, isto se deve, porque as famílias possuem realidades diferentes e daí necessitarem de soluções diferentes.

• Garantia da melhoria ou da manutenção das condições de moradia. As moradias a serem ofertadas para o reassentamento deverão atender ao critério de habitabilidade, e devem ser compatíveis com a realidade local, ou seja, que respeite a forma de vida da população afetada. Recomenda-se que a arquitetura e os materiais empregados deverão seguir o padrão cultural local;

• Garantia da possibilidade de manutenção da renda. As famílias que tiverem suas atividades produtivas interrompidas ou reduzidas em função da alteração do “status quo” existente anterior a obra deverão ser compensadas por estas perdas, de forma a permitir-lhes que possam reconstruir suas vidas em menor tempo possível;

• Garantia de pagamento das indenizações pelo valor de reposição do imóvel incluindo todas as benfeitorias realizadas. Os laudos de avaliação deverão contemplar o levantamento de todos os imóvel(is) afetado(s) inclusive todas as benfeitorias realizadas pelo seu possuidor indiferente da natureza das mesmas, devendo ser avaliadas pelo método do valor de reposição. O pagamento deve ser antecipado ou no mínimo concomitante a desocupação do imóvel;

• Garantia da oferta de serviços sociais, como por exemplo: educação, saúde, transporte público, etc.;

• Busca permanente da minimização dos impactos sociais e/ou ambientais sobre a população;

Além dos fundamentos acima descritos, determinadas praticas consideradas “boas praticas” serão adotadas pela CONDER – agente empreendedor do Programa, que considera que estes procedimentos sob nenhuma hipótese deverão ser transgredidos, são eles:

As obras só se iniciarão após a relocação das famílias afetadas e diretamente envolvidas naquela etapa de obra;

A população afetada terá total liberdade de escolha quanto à sua

opção de atendimento, dentro dos critérios adotados pela política de compensação do Plano de Reassentamento Involuntário, a ser elaborado para cada área de intervenção;

Reconhecerá as reivindicações das comunidades envolvidas pelo

projeto; Não imporá condições de negociações que impeçam as famílias de

recomporem as suas vidas; Não pressionará à população visando atender ao cronograma da

obra, caso venha ocorrer atrasos no cronograma de reassentamento.

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

O Governo da Bahia através da CONDER se compromete, também a observar e buscar a pratica constante durante a execução do reassentamento as seguintes estratégias de atuação:

a. Apresentar de forma bastante elucidativa para a população afetada quais são as instituições responsáveis pela realização do projeto e a competência de cada uma;

b. Realizar campanhas de esclarecimento e divulgação do projeto; c. Fornecer suporte jurídico e social à população sem ônus; d. Fazer gestão para que haja um afinado entrosamento da equipe de

reassentamento e a equipe responsável pela execução da obra, de forma a compatibilizar todas as ações necessárias à execução das duas atividades;

As negociações com a população só acontecerão quando todas as opções de atendimento estiverem disponíveis.

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4. O Empreendimento e seu Contexto 4.1-Programa Viver Melhor II – Concepção O “Programa de Urbanização e Desenvolvimento Integral de Áreas Carentes no Estado da Bahia – Viver Melhor II” tem por objetivo a elevação das condições de vida da população de baixa renda, ocupante de assentamentos urbanos em Salvador e em cidades do interior do Estado da Bahia, através de intervenções articuladas sociais, econômicas e físicas, de cunho habitacional e de infra-estrutura, de educação e de requalificação ambiental. Os municípios e áreas serão selecionados por critérios que evidenciem a precarização das condições de habitabilidade e equilíbrio ambiental e a efetiva participação dos diversos segmentos da sociedade local.

São objetivos do programa: a. Executar a infra-estruturação de áreas carentes através da oferta de

saneamento, drenagem urbana, acessos viários, pavimentação e obras complementares de urbanização.

b. Dar solução às situações de ocupação de áreas de risco, removendo as famílias que se encontrarem nessa situação, desenvolvendo alternativas adequadas de reassentamento e dando uma destinação socialmente consensada às áreas previamente ocupadas, de modo a evitar novas invasões.

c. Melhorar e construir habitações e regularizar a propriedade fundiária comercializando as unidades e concedendo subsídios conforme um plano bem estruturado de subsídios e recuperação de custos.

d. Oferecer apoio técnico e creditício ao processo de melhoramento e ampliação das unidades habitacionais por parte dos próprios residentes, criando condições para o adensamento das ocupações existentes se dê de maneira ordenada e eficiente em termos de custos e qualidade do produto final.

e. Criar condições para evitar novas invasões através de empreendimentos que promovam a oferta de solo urbano, com urbanização gradual, para as camadas mais pobres.

f. Aumentar a capacidade dos municípios em termos de controle e fiscalização do uso do solo, de modo a evitar novas invasões e parcelamentos clandestinos do solo urbano.

g. Articular a implantação de equipamentos essenciais como escolas, creches, postos de saúde, e áreas de lazer, além de transporte e segurança, não somente de amplitude local, mas também de atendimento do bairro e da cidade, de forma a prover a necessária integração espacial.

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

h. Capacitar as famílias para inserção no mercado de trabalho através da ação direta e da articulação para promoção de alternativas como cooperativismo, associativismo, concessão de micro-crédito.

i. Promover o desenvolvimento integral da comunidade através de integração e articulação para a plena utilização das potencialidades e vocações individuais e grupais, bem como do patrimônio existente de cada família e comunidade.

j. Promover ações de acompanhamento pós-intervenção na comunidade, preferencialmente por agentes da própria comunidade capacitados.

4.2 – Seleção de Áreas Para seleção das áreas de intervenção do Programa foram adotados critérios estabelecidos em 3 estágios de seleção: (i) escolha dos 18 municípios, além de Salvador, que concentram 58% da população urbana da Bahia; (ii) conceito de macro-áreas – foram selecionadas as bacias hidrográficas com maior concentração de pobreza; (iii) seleção das micro-áreas de vulnerabilidade social e urbana. Atendendo os critérios de seleção e também fundamentado nos Planos de Desenvolvimento Locais Integrados, nos Planos Mestres e nos Projetos técnicos para as áreas operacionais, a área de Alagados VI / Salvador foi selecionada para intervenção no ano 1 do Programa. 4.3 - Alagados VI 4.3.1 - Situação Atual2 ALAGADOS VI localiza-se nos bairros de Massaranduba e Itapagipe, na Península Itapagipana, situados na parte baixa da cidade do Salvador, onde residem 6% da população do município de Salvador, cerca de 133.387 pessoas, e é considerada a região da Capital baiana com o maior grau de degradação urbana e ambiental. A região, formada por manguezais e áreas alagadiças, sofreu degradação ambiental desde a década de 70 devido a lançamentos de efluentes sanitários e industriais na bacia. A ocupação contínua e intensa, nas últimas décadas, não só ocupou toda terra firme como também avançou sobre os manguezais, que foram totalmente destruídos, onde foram implantadas milhares de palafitas, onde a população

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

2 Informações extraídas do documento – Estudos Preliminares para Elaboração de Projetos de Engenharia e Arquitetura com vistas à Recuperação Ambiental da Comunidade de Alagados VI e Mangueira

habita um ambiente crítico em termos sanitários, como pode ser observado na foto a seguir.

Vista Geral – Alagados VI Através de entrevistas semi-estruturadas com membros da comunidade, foi possível constatar, ainda, a ocorrência de peixes como a tainha, a carapeba, o robalo e o xaréu, cuja existência garante uma atividade para a subsistência das comunidades. A falta de ordenamento na ocupação do território implicou o desaparecimento por completo de ecossistemas naturais. Hoje esses ecossistemas são representados por uma limitada quantidade de espécies, com importância paisagística e pouca ou nenhuma função ecossistêmica. A análise da qualidade das águas na Região de Salvador, realizada pelo CRA (2001), mostra que a enseada dos Tainheiros apresenta altos níveis de contaminação bacteriológica e de metais pesados, levando risco à população que freqüenta as praias e às pessoas que retiram a sua alimentação da zona de entre-marés. Os problemas detectados na água da Enseada dos Tainheiros estão principalmente associados aos aportes volumosos de esgotos domésticos brutos, que ao longo do tempo vêm propiciando o desenvolvimento do fenômeno de eutrofização nas águas dessa área. Os estudos realizados, freqüentemente, no local, indicam o comprometimento sanitário severo de suas águas, bem como concentrações elevadas de nutrientes e efeitos negativos sobre o balanço de oxigênio.

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Observou-se uma grande variedade de impactos ambientais na área de intervenção e buscou-se identificar os focos generalizados dos problemas com o objetivo de construir mais um subsídio para a tomada de decisão por parte da equipe técnica e por parte das comunidades envolvidas no que se refere à recuperação da área. Os principais focos de degradação ambiental são eles:

a. Uso de Explosivo - A Enseada dos Tainheiros constitui uma das principais áreas onde as pessoas mais utilizam explosivo para capturar peixes (CRA, 2001). É uma atividade de grande impacto ambiental, pois promove as seguintes situações: Destruição dos recursos naturais no entorno de cerca de 500 m da explosão; Abalo e derrubada de palafitas e casas em terra firme localizadas no entorno; Perturbação e susto nos moradores; Acidentes ocorridos entre os próprios bombistas, que por vezes, são mutilados ou morrem.

b. Lançamento de Águas Residuárias em Galerias Pluviais - O modo de ocupação nos terrenos do entorno da Enseada dos Tainheiros, sem ordenamento e sem infraestrutura sanitária, provocou um comprometimento ambiental de vários compartimentos dos ecossistemas estuarinos. Devido à inexistência de sistema separador absoluto de esgoto, o sistema de drenagem serve como destino de parte das águas residuárias, saturando, no período de chuvas, o já precário sistema.

c. Acúmulo de Lixo – Ainda que a coleta seja realizada diariamente e tenha adotado um sistema alternativo para recolhimento que utiliza um sistema de redes e balsas, conforme informações da empresa de limpeza urbana, a comunidade continua a dispor o lixo no meio da rua ou lançando diretamente nas águas da enseada devido à quantidade de resíduos gerados e a dificuldade de acesso dos serviços de coleta em algumas vias. Esta situação indica que a questão da disposição do lixo é um problema bastante evidente na região.

d. Presença de Metais Pesados - Durante as décadas de 70/80, a CQR (Companhia Química do Recôncavo) lançou toneladas de mercúrio inorgânico na água. Em função das características do sedimento local, o mercúrio encontra-se atualmente indisponível biologicamente, porém este aspecto deverá ser considerado, caso seja necessário proceder escavações na área. Diante deste fato não se recomenda à recomposição dos manguezais do local, como parte do plano de recuperação. Esse ecossistema é capaz de alterar as condições físico-químicas do ambiente do sedimento e essas alterações também poderão re-disponibilizar os metais pesados do sedimento para a biota.

e. Pressão Urbana e Desordenamento - A falta de mecanismos político-institucionais e práticos para conter a pressão humana, principalmente no que se refere à pressão por solo-urbano para implantação de edificações, resulta na ocupação espontânea de áreas onde se concentram importantes ecossistemas como, manguezais, remanescentes de Mata Atlântica, praias e restingas. A ocupação destes locais, mais especificamente da área de estudo, se dá mediante ao emprego das mais diversas formas de aterro e sob a construção de palafitas. Tanto os aterros executados sem controle e a implantação de edificações que não possuem qualquer tipo de infra-estrutura sanitária, contribuem para a degradação dos recursos naturais ali existentes. Essa forma de aterro causa vários tipos de transtorno para o ocupante da área aterrada e pra o resto da comunidade. Freqüentemente ocorrem desmoronamentos e alagamento de casas e de ruas. A área de estudo apresenta desordenamento em sua ocupação que avança sobre a maré através de palafitas. Há um grande adensamento das construções que crescem irregularmente e de maneira aleatória, causando problemas não só ambientais como também de salubridade.

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

4.3.2 – Alagados VI - Proposta de Intervenção Desde a década de 80 que o Governo de Estado vem implementando projetos com vistas à redução da situação de extrema pobreza e ausência de infra-estrutura em Alagados sendo que a partir de 1994, com o Projeto Viver Melhor, as intervenções passaram a ter maior solidez com a garantia de financiamento e a do Banco Mundial e Ministério de Assuntos Exteriores da Itália – MAE através da AVSI – Associação de Voluntários para Assuntos Internacionais. As intervenções propostas no Programa Viver Melhor II consistem na implementação das intervenções realizadas pelo Programa Ribeira Azul, na área de Alagados. As ações compreendem:

1. Infra-estrutura Urbana Local a- Sistema Viário, urbanização e iluminação b- Abastecimento de água c- Esgotamento sanitário d- Drenagem pluvial e- Obras especiais f- Paisagismo e recuperação de áreas degradas g- Melhoria habitacional

2. Reassentamento de População 3. Equipamentos Sociais

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5. Situação de Afetação Um dos pontos chave para a elaboração de um Plano de Reassentamento Involuntário é determinar a situação de afetação das famílias pelo empreendimento, não só em número, mas também em grau. No caso específico deste projeto, foi elaborada uma planta contendo a poligonal de afetação a partir do projeto básico de engenharia e do lançamento sobre esta mesma planta do cadastro técnico georeferenciado dos imóveis afetados, vide anexo IV – deste documento. Vale lembrar, que o reassentamento de população, em Alagados VI, proposto pelas obras do Programa Viver Melhor II tem basicamente 2 motivações:

a. implantação do sistema viário de borda e melhoria do viário interno;

b. remoção das habitações de risco e de elevada precariedade de habitabilidade (sanitária, segurança, etc.);

Com a análise dos projetos e do cadastro técnico pode-se apurar os seguintes números de remoção apresentados no quadro a seguir:

MOTIVO DA REMOÇÃO Número

de Moradias

% por

Categoria

Risco e Implantação da Via de Borda - (Tipo de Habitação: Palafitas) 546 75,7

Melhoria do Sistema Viário Interno - (Tipo de Habitação: Edificações em alvenaria) 82

11,4

Melhoria do Sistema Viário Interno - (Tipo de Habitação: Edificações em madeira) 42

5,8

Desadensamento - (Tipo de Habitação: Edificações em alvenaria) 22 3,1

Desadensamento - (Tipo de Habitação: Edificações em madeira) 29

4,0

TOTAL 721

100

A remoção de 721 moradias num universo de 2245 é bastante significativa uma vez, que se trata de reassentar 32% do universo total de moradias da área. Esta situação se explica diante das seguintes considerações:

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

a. Do universo de 721 moradias a serem removidas 546 são palafitas, ou seja, moradias extremamente precárias, situadas em área de risco;

b. As 1699 (75,6% das unidades) moradias em alvenaria ocupam cerca de 81% da área total da vila enquanto as 546 ocupam 19%, demonstrando ai que apesar da densidade da vila ser alta na região das palafitas esta densidade é ainda mais elevada, e por via de conseqüência, o comprometimento da qualidade de vida muito maior;

c. Que a área de ocupação das 546 moradias não é terra firme e que as mesmas estão situadas sobre água e por isto mesmo classificadas como habitações em área de risco;

d. Diversas soluções de engenharia foram estudadas para área e em nenhuma delas apresentou-se à possibilidade de permanência das palafitas;

e. Os estudos e pesquisas realizados indicam que é também nas palafitas que estão situadas as famílias de maior vulnerabilidade social, vide capítulo 6 – deste documento, Perfil Sócio-Econômico da População Afetada;

A situação descrita neste capítulo é determinante para a elaboração da política de atendimento que esta apresentada no capítulo 9 – deste documento.

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

6. Perfil Sócio-Econômico da População Afetada No período de Outubro/ 2003 a Janeiro/2004 foi realizado o cadastro censitário, georeferenciado, de todas as famílias residentes na área de Alagados VI, onde se identificou a existência 2245 domicílios na área. No entanto, este cadastro não foi realizado com o objetivo específico de tratar do reassentamento, até mesmo porque seu universo era toda a área e não apenas as famílias afetadas pelo empreendimento. O objetivo era conhecer o perfil e identificar as famílias moradoras de Alagados VI. Portanto, a Conder se propõe a realizar um novo cadastro sócio-econômico e imobiliário de todas as famílias afetadas pelo empreendimento nos próximos meses, antes do início do processo de obras, a fim de melhor fundamentar o processo de negociação com as famílias, e com isto, garantir direitos. Este cadastro será a linha de base do projeto. Após seu encerramento, cuja execução deverá ser amplamente divulgada, as famílias que se inserirem na área não terão os mesmos direitos que as cadastradas. Vale ressaltar, que dados importantes como os indicadores de opção de atendimento deverão ser tratados quando da sua realização. Para elaboração do Plano de Reassentamento foram utilizados apenas os resultados obtidos junto às famílias habitantes das moradias afetadas pelas obras, além disto, para melhor conhecimento os dados foram processados considerando dois universos. O primeiro deles composto pelas famílias afetadas e moradoras em palafitas e o segundo formado pelas famílias afetadas e moradoras em terra firme, casas de alvenaria ou madeira (poucos casos). A seguir apresentam-se os resultados deste trabalho para os dois universos. PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

6.1 – População afetada – Moradia Palafitada 6.1.1 – Moradia e da Infra-estrutura Regime de Utilização – 98% unifamiliar, 2% multi-familiar.

Regime de Utilização

98%

2%

0% ResidencialUnifamiliarResidencialMultifamiliarOutros

Regime de Ocupação – 97% são de uso próprio e apenas 3% alugados. Domicílios Alugados

97%

3%

Não

Sim

Tipo de Risco – 88% possível desabamento, 11% não apresenta risco.

Tipos de Risco

88%

11% 1%

DesabamentoNão ExisteInundação

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

Estado de Conservação – 96% apresenta estado ruim de conservação, 2% estão em ruína, 1% em construção e 1% restante estado regular.

Estado de Conservação

1%

96%

2%

1% Emconstrução

Regular

Ruim

Ruína

Número de Pavimentos – 100% dois pavimentos (sobre palafitas). Número de Pavimentos

0%

100%

12

Material Construtivo das Paredes – 99% são construídas em madeiras e 1% em alvenaria.

Tipo de Parede

99%

1%

Madeira

Alvenaria

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

Número de Cômodos – 4% apresenta apenas 1 cômodo, 7% 2 cômodos, 11% 3 cômodos, 14% 4 cômodos, 18% 5 cômodos, 21% 6 cômodos, 25% 7 cômodos.

Número de Cômodos

4% 7%

11%

14%

18%21%

25%1234567

Nº de Pessoas por Domicílio – Em 13% dos domicílios habitam de 2 a 5 pessoas, em 33% habitam de 6 a 9 pessoas, e os 54% abrigam 10 ou mais pessoas.

N° de Pessoas por Domicílio

5%

6%

8%

9%

10%11%13%

14%

16%

3%1%0%

4%

12345678910111213

Unidade Sanitária – 1% possui unidade sanitária externa e completa, 15% externa e incompleta, 61% interna incompleta e 23% não possui.

Unidade Sanitária

1% 15%

61%

23%ExternoCompleto

ExternoIncompleto

InternoIncompleto

Não Tem

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

Abastecimento de Água – 13% tem ligação cedida, 84% possuem “gato”, 1% ligado à rede e 2% outros.

Abastecimento de Água

13%

84%

1%

2%

Cedida

Gato

Ligada àRedeOutros

Rede de Esgoto – 98% lançam na maré e 2% a céu aberto.

Rede de Esgoto

98%

0% 2%A Céu Aberto

Lança naMaréLigado àRede

Fornecimento de Energia – 81% possuem “gato”, 17% ligado à rede, 2% não possuem energia.

Fornecimento de Energia

81%

17%

2%

0%Gato

Ligado à Rede

Não Tem

Outros

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

Coleta de Lixo – 8% possuem coleta na porta, 78% lançam na maré, 12% lançam na via, 2% outros.

Coleta de Lixo

8%

78%

12%

2%Porta

Lançado naMaré

Lançado naVia

Outros

6.1.2 – Chefe da Família Sexo do Chefe da Família – 64% das famílias os chefes são do sexo masculino.

Sexo do chefe de família

64%

36%Masculino

Feminino

Idade do Chefe da Família – 29% dos chefes possuem idade entre 18 e 25 anos, 48% entre 26 e 40 anos, 15% entre 41 e 50 anos, 5% entre 51 e 60 anos, 2% acima de 60 anos e 1% são menores de idade.

Idade do chefe de família

29%

48%

15%

5%

2%

1%18 - 25

26 - 40

41 - 50

51 - 60

Acima de60Menoresde idade

PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

Grau de Instrução – 35% cursaram até a 4a série, 44% até a 8a série, 5% o 2o grau completo, 9% o 2o grau incompleto, 2% o supletivo de 1o grau, 5% não são alfabetizados.

Grau de instrução do chefe

de família

35%

44%

5%

9%

2%

5%

1º grau (1º a4º)

1º grau (5º a8º)

2º graucompleto

2º grauincompleto

Supletivo 1ºgrau

Nãoalfabetizado

Renda do Chefe da Família – 38% tem renda de zero a o,5 salário mínimo, 29% tem renda de 0,6 a 1,0 SM, 13% de 1,1 a 1,5 SM, 13% de 1,6 a 2,0 SM, 4% de 2,1 a 3,0 SM, 2% de 3,1 a 4,0 SM e 1% acima de 4,0 SM.

Renda do chefe de família

38%

29%

13%

13%

4%

2%

1% 0 - 0,5 SM

0,6 - 1 SM

1,1 - 1,5 SM

1,6 - 2 SM

2,1 - 3 SM

3,1 - 4 SM

acima de 4SM

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6.2 – População afetada – Moradia em Terra Firme 6.2.1 – Moradia e da Infra-estrutura Regime de Utilização – 88% unifamiliar, 3% multi-familiar e 9% outros.

Regime de Utilização

88%

3%

9% ResidencialUnifamiliarResidencialMultifamiliarOutros

Regime de Ocupação – 97% são de uso próprio e apenas 3% alugados.

Regime de Ocupação

97%

3%

NãoSim

Tipo de Risco – 27% possível desabamento, 73% não apresenta risco.

Risco

27%

73%

Desabamento

Não Existe

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Estado de Conservação – 12% apresenta estado bom de conservação, 25% estão em construção, 32% em estado regular e 31% estado ruim.

Estado de Conservação

12%

25%

32%

31%

Bom

emconstrução

regular

ruim

Número de Pavimentos – 17% possuem 1 pavimento, 33% dois pavimentos e 50% três pavimentos.

Número de Pavimentos

17%

33%

50%123

Material Construtivo das Paredes – 34% são construídas em madeira, 65% em alvenaria e 1% outros.

Tipo de Parede

34%

1%65%

MadeiraOutrosAlvenaria

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Número de Cômodos – 3% apresenta apenas 1 cômodo, 6% dois cômodos, 8% três cômodos, 11% quatro cômodos, 14% cinco cômodos, 17% seis cômodos, 19% sete cômodos e 22% oito cômodos.

Número de Cômodos

3%

6%

8%

11%

14%

17%

19%

22%12345678

Nº de Pessoas por Domicílio – Em 14% dos domicílios habitam de 2 a 5 pessoas, em 38% habitam de 6 a 9 pessoas, e os 48% abrigam 10 ou mais pessoas.

Número de Pessoas

12%

9%

7%

20%

15%

13%10%

0%6%

3%4%

1%

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

Unidade Sanitária – 2% possui unidade sanitária externa e completa, 6% externa e incompleta, 28% interna incompleta, 57% interna e incompleta e 7% não possui.

Unidade Sanitária

2%6%

28%

57%

7%

ExternoCompletoExternoIncompleto InternoCompletoInternoIncompletoNão Tem

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Abastecimento de Água – 6% tem ligação cedida, 55% possuem “gato”, 35% ligado à rede e 4% outros.

Abastecimento de Água

6%

55%

35%

4% Cedida

Gato

Ligada àRede

Outros

Rede de Esgoto – 6% a céu aberto, 53% lança na maré e 41% ligado à rede. Rede de Esgoto

6%

53%

41%

A Céu Aberto

Lança naMaré

Ligado àRede

Fornecimento de Energia – 26% possuem “gato”, 73% ligado à rede, 1% não possuem energia.

Fornecimento de Energia

26%

73%

1%Gato

Ligado àRede

Não Tem

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Coleta de Lixo – 27% possuem coleta na porta, 19% lançam na maré, 49% lançam na via, 5% outros.

Coleta de Lixo

27%

19%

49%

5%Porta

Lançado naMaré

Lançado naVia

Outros

6.2.2 – Chefe da Família Sexo do Chefe da Família – 58% das famílias os chefes são do sexo masculino.

Sexo do chefe de família

58%

42% Masculino

Feminino

Idade do Chefe da Família – 15% dos chefes possuem idade entre 18 e 25 anos, 41% entre 26 e 40 anos, 21% entre 41 e 50 anos, 12% entre 51 e 60 anos e 11% acima de 60 anos.

Idade do chefe de Família

15%

41%21%

12%

11%18 - 25

26 - 40

41 - 50

51 - 60

Acima de 60

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Grau de Instrução – 44% cursaram até a 4a série, 30% até a 8a série, 12% o 2o grau completo, 6% o 2o grau incompleto, 1% 0 2o grau técnico, 1% superior e 6% não são alfabetizados.

Grau de instrução do chefe de família

44%

30%

12%

6%

1%

1%

6%

1º grau (1º a4º)1º grau (5º a8º)2º graucompleto2º grauincompleto2º grautécnicoSuperiorcompletoNãoalfabetizado

Renda do Chefe da Família – 46% tem renda de zero a 0,5 salário mínimo, 20% tem renda de 0,6 a 1,0 SM,11 % de 1,1 a 1,5 SM, 8% de 1,6 a 2,0 SM, 8% de 2,1 a 3,0 SM, 5% de 3,1 a 4,0 SM e 2% acima de 4,0 SM.

Renda do chefe de família

46%

20%

11%

8%

8%

5%

2%

0 - 0,5 SM

0,6 - 1 SM

1,1 - 1,5 SM

1,6 - 2 SM

2,1 - 3 SM

3,1 - 4 SM

acima de 4SM

6.3 – Quadro Comparativo – Perfil População Afetada A seguir apresentam-se quadros comparativos dos dois universos pesquisados, os moradores em terra firme e os moradores em palafitas. Desta forma se evidência as igualdades e desigualdades existentes entre os dois grupos e por isto mesmo, se torna um instrumento fundamental na proposição da política a descrita no capítulo 9 – deste documento.

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DADOS FÍSICOS – HABITAÇÃO E INFRA-ESTRUTURA

Perfil das Palafitas

Afetadas (%)

Perfil das Moradias, em Terra Firme,

Afetadas (%()

COMENTÁRIOS

CONDIÇÃO DE HABITAÇÃO Residencial Unifamiliar 98 88Residencial Multi-familiar 2 3Outros 0 9

Não há discrepâncias significativas entre os dois grupos.

RISCO Desabamento 88 27Inundação 1 0Não Existe 11 73Outros 0 0

As moradias palafitadas são moradias de risco. Em terra firme o risco reduz

significativamente.

ESTADO DE CONSERVAÇÃO Bom 0 12Regular 1 32Ruim 96 31Ruína 2 0Em Construção 1 25

As moradias palafitadas tem estado de conservação praticamente o mesmo, precário.

As de alvenaria apresentam variações.

REGIME DE OCUPAÇÃO Próprio 97 97Alugado 3 3

Imóveis com a finalidade de uso próprio. Baixa índice de especulação na área

NÚMERO DE PAVIMENTOS Um (sobre palafitas) 100 17Dois 0 33Mais de Dois 0 50

Nas moradias sobre terra firme observa-se forte tendência à verticalização. Isto não

ocorre nas palafitadas devido às restrições

NÚMERO DE CÔMODOS Um 4 3Dois 7 6Três 11 8Quatro 14 11Cinco 18 14Seis 21 17Mais de Seis 25 41

Quase 60% das moradias em terra firme possui mais de 6 cômodos. Este índice para as

palafitadas é de 46% o que indica que as moradias tem 3 ou mais quartos, ou seja,

famílias numerosas.

NÚMERO DE PESSOAS POR DOMICÍLIO Vazio 0 0Uma 0 0Duas 1 1Três 3 3Quatro 4 4Cinco 5 6Seis a Oito 23 26Nove e Dez 21 25Mais de Dez 43 35

A grande maioria das famílias são numerosas (mais de 6 membros)

MATERIAL CONSTRUTIVO - DAS PAREDES Alvenaria 1 65Madeira 99 34Taipa 0 0Outros 0 1

As palafitas são sempre de madeira e já as situadas em terra firme apresentam

diversificação em termos de materiais construtivos.

UNIDADE SANITÁRIA Interna Completa 0 28Externa Completa 1 2Interna Incompleta 61 57Externa Incompleta 15 6Não Tem 23 7

Observa-se um certo distanciamento entre os 2 grupos no que se refere à existência de

instalação sanitária domiciliar.

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DADOS FÍSICOS – HABITAÇÃO E INFRA-ESTRUTURA

Perfil das Palafitas

Afetadas (%)

Perfil das Moradias, em Terra Firme,

Afetadas (%()

COMENTÁRIOS

ABASTECIMENTO DE ÁGUA Ligado à rede 1 35Gato 84 55Cedida 13 6Outros 2 4

Nos 2 grupos é bastante elevado o índice de ligação por "Gato".

ESGOTAMENTO SANITÁRIO A Céu Aberto 2 6Lança na Maré 98 53Ligado à Rede 0 41Fossa 0 0

As palafitas lançam diretamente na maré. As moradias em terra firme, algumas possuem à

possibilidade de ligar à rede.

ENERGIA ELÉTRICA Ligado à rede 17 73Gato 81 26Não Tem 2 1Outros 0 0

Só as palafitas situadas mais próximo da terra firme tem possibilidade de ligar na rede, o que

explica o elevado índice de "Gato".

COLETA DE LIXO Porta 8 27Lança na Maré 78 19Lança na Via 12 49Outros 2 5

A maré e via pública são os grandes pontos de lançamento dos dejetos sólidos.

PERFIL DO CHEFE DA FAMÍLIA Morador das Palafitas Afetadas

Morador, Casa de Alvenaria ou

Madeira, em Terra Firme, Afetadas

COMENTÁRIOS

SEXO Masculino 64 58Feminino 36 42

Não há discrepâncias significativas entre os dois grupos.

IDADE 16 a 25 anos 29 1526 - 40 anos 48 4141 - 50 anos 15 2151 - 60 anos 5 12Acima de 60 anos 2 11Menores de 18 anos 1 0

Há uma tendência de chefes de família mais jovens entre o grupo residente em palafitas.

GRAU DE INSTRUÇÃO 1º Grau (1a a 4a Série) 35 441º Grau (5a a 8a Série) 44 402º Grau Completo e 2º Grau Técnico 5 132º Grau Incompleto 9 6Superior 2 1Não Alfabetizado 5 6

A grande maioria ainda alcança apenas o 1º Grau.

RENDA 0 a 0 5 Salário Mínimo 38 460 6 a 1 0 Salário Mínimo 29 201 1 a 2 0 Salário Mínimo 26 192 1 a 4 0 Salário Mínimo 6 13Acima de 4 0 Salário Mínimo 1 2

Não há discrepâncias significativas entre os dois grupos.

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7. Participação da Comunidade A implementação de um projeto de desapropriação e reassentamento involuntário é um trabalho predominantemente social, ainda que alguns aspectos de cunho jurídico e técnico sejam bastante relevantes. Por isto mesmo, as opiniões, sugestões e reflexões da população, principalmente a da população afetada, são muito importantes e devem ser devidamente consideradas. No atual estágio do projeto vários contatos foram estabelecidos com as famílias afetadas, ou seja, a Conder fez saber as comunidades sobre o Projeto Viver Melhor II. Dentre as ações de comunicação / interação e participação das comunidades podemos citar os seguintes momentos mais relevantes3:

Visitas domiciliares para aplicação do formulário da pesquisa sócio-econômica e cadastro – realizados de forma censitária, no período de outubro/ 2003 a Janeiro de 2004, durante as entrevistas os cadastristas foram treinados para prestarem informações sobre o Projeto Viver Melhor II; Reuniões com lideranças e comunidade para apresentação do Programa

Viver Melhor II, na área de Alagados VI (nos dias 17/06/04, com 55 pessoas presentes, 18/06/04, com participação de 70 pessoas, 16/07/04 com a presença de 91 pessoas); Reuniões com as lideranças formais e não formais sobre o conjunto Joanes

Azul (uma das áreas de reassentamento do Programa, vide item 9.1 deste documento), nos dias 07/06/2004 com a participação de 25 pessoas, dia 29/06/04 com 42 pessoas e dia 30/06/04 com 47 pessoas. Assuntos tratados: seleção das famílias, partido urbanístico do loteamento, tipologia das habitações, local para implantação da creche; Reuniões com as lideranças formais e não formais e comunidade sobre a

versão preliminar do partido urbanístico do conjunto Massaranduba (uma das áreas de reassentamento do Programa, vide item 9.1 deste documento). Assuntos tratados: partido urbanístico do loteamento, tipologia das unidades habitacionais.

No entanto, apesar de todo o trabalho já realizado muito ainda tem-se a desenvolver em termos de participação e desenvolvimento comunitário, uma vez que se sabe que desenvolvimento comunitário é um processo.

3 No anexo III – deste documento apresentam-se cópias das atas de reuniões realizadas com a comunidade pela Conder.

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Esta prevista a intensificação dos trabalhos de participação comunitária nas próximas etapas do projeto. Para isto a Conder implantará um escritório para atendimento exclusivo das famílias afetadas e alocará uma equipe multidisciplinar com dedicação exclusiva para as atividades de reassentamento. Pois, a Conder tem por princípio que o Plano de Reassentamento e seus critérios de atendimento devem ser amplamente divulgados. Para que isto ocorra é necessário que comunicação com as famílias afetadas seja sempre clara e esclarecedora proporcionando uma relação de confiabilidade entre as partes. A relação poder público e comunidade em processo de reassentamento deve ser construída diariamente. A Conder desenvolverá ações de forma a garantir que os grupos mais vulneráveis (velhos, famílias chefiadas por mulheres, viúvos (as), famílias chefiadas por muito jovens, etc.) sejam ouvidos e possam ter seus direitos garantidos. A Política de Compensação a ser implantada contemplará ações de inserção destes grupos, com atendimento específico a estes casos. Estabelecer critérios de negociação adequados e divulga-los é meta da Política de Compensação, a ser desenvolvida pela Conder, pois só assim pode-se evitar os atendimentos advindos muitas vezes de critérios pouco claros. Canal de comunicação transparente, acessível e critérios de negociação definidos são a base para o estabelecimento de uma relação saudável entre poder público e comunidade, e a Conder buscará esta pratica durante todo o processo. A participação comunitária deve ocorrer em todas as fases do projeto, porque só desta maneira é possível garantir o sucesso do Projeto.A seguir fotos de algumas das reuniões realizadas.

Fotos 1, 2 e 3 : Explicações da proposta habitacional – utilizando maquete e plantas

Foto 3: Reunião com Lideranças Fotos 4 e 5: Predominância da presença das mulheres na reuniões

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8. Questão da Documentação Documentação fundiária e pessoal, do proprietário e/ou posseiro, regularizadas são condições imprescindíveis para o processamento de um projeto de reassentamento involuntário. A legislação brasileira é bastante clara quanto aos critérios para pagamento de créditos indenizatórios. É necessário que seja comprovada a propriedade do bem e identificado o seu proprietário e/ou posseiro. Para isto é necessário um mínimo de documentação, que nem sempre a população afetada possui. Por outro lado, um dos fundamentos deste Plano de Reassentamento Involuntário, vide Capítulo 3 – Fundamentos, objetiva garantir o direito de que quem tem acesso a terra continuar a tê-lo. No caso específico de Alagados VI a ocupação se deu de forma espontânea, sem planejamento, através da ocupação da área de antigos mangues. Portanto, não houve nenhuma preocupação no aspecto regularização fundiária. Além disto, deve-se considerar que o Programa Viver Melhor II propõe a regularizar e a titular os ocupantes da área, trabalho que já vem sendo desenvolvido pela Conder. A fim de viabilizar esta situação a CONDER oferecerá assessoramento e/ou suporte jurídico as famílias afetadas, sem qualquer ônus, ou seja, a CONDER disponibilizará uma equipe de advogados e assistentes sociais que trabalharão auxiliando as famílias afetadas na resolução de problemas jurídicos, como por exemplo, proprietário menor de idade, inventário, etc. O assessoramento jurídico além de gerar credibilidade junto à população afetada torna a relação poder público e cidadão mais transparente, respeitosa e de confiança entre as partes. Esse trabalho é um grande facilitador da etapa de negociação!

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9. Política de Atendimento A Política de Atendimento ou de Compensação de um Plano de Reassentamento Involuntário deve alvejar possibilitar à reconstrução dos laços comunitários e também a recuperação ou melhoria da qualidade de vida, da capacidade produtiva, das condições de moradia, compensando ao máximo todas as perdas ocasionadas. Uma outra questão de grande relevância é o fato de apesar das famílias estarem inseridas num mesmo contexto, isto não significa que suas realidades e suas necessidades sejam exatamente as mesmas e por isto mesmo demandam soluções diferenciadas. Portanto, a Política de Compensação proposta contempla opções de atendimento, de forma a oferecer soluções que atendam os diferentes perfis de composição familiar. Vale ressaltar, que o perfil social da população afetada indica que os moradores de habitações palafitadas apresentam vulnerabilidade social maior que os moradores em terra firme. No entanto, esta vulnerabilidade maior não configura uma realidade social muito distante da vivida pelas famílias moradoras da terra firme, pois alguns indicadores são muito semelhantes. Desta análise pode-se concluir que há necessidade de se propor uma política de atendimento, adequadamente elaborada, para atendimento as famílias afetadas pelo projeto. A política de atendimento a ser implementada pela Conder está baseada em 3 linhas de básicas:

• Reassentamento em Conjunto Habitacional • Reassentamento Monitorado • Indenização

Durante as diversas reuniões realizadas com a Comunidade houve manifestações de grande interesse pelo reassentamento em conjunto habitacional de preferência na própria área ou em área bastante próxima da atual. 9.1 – Opção 1 – Reassentamento em Conjunto Habitacional Ofertar reassentamento em conjunto habitacional para a população afetada significa adotar uma série de medidas necessárias desde a fase de planejamento até a de re-inserção destas famílias no novo local de moradia, dentro de um cronograma que deve ter sua execução sempre monitorada, pois a experiência demonstra a execução das diversas atividades previstas dentro da cronologia e na seqüência planejadas, são condicionantes das boas praticas de Projeto de Reassentamento Involuntário. PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

Escolha dos Locais de Reassentamento e Modelo Habitacional – A Conder já identificou áreas para o reassentamento são elas:

• Conjunto Joanes Azul – A 1000m de Alagados VI, possui 189 unidades, em fase final de execução. Para as famílias de Alagados VI serão destinadas 120 unidades, com 35 m2, tipo unifamiliares, 2 quartos, sala / cozinha;

• Conjunto Massaranduba – Área contínua a alagados VI, 1,32 há, de propriedade particular, com processo desapropriação em tramitação. Estudos urbanísticos têm indicado que o padrão habitacional verticalizado, apenas 2 andares, permite a construção de 313 unidades, com área de 36,0 m2;

• Área do Antigo Estaleiro Corema (desativado) – Área, com 1,9 ha., a 500m de alagados VI, está sendo estudada para desapropriação. Os estudos iniciais indicam a possibilidade de receber até 300 unidades habitacionais.

Quadro Resumo – Disponibilidade de área para o Reassentamento

ÁREA / CONJUNTO HABITACIONAL

Nº DE UNIDADES

HABITACIONAIS JOANES AZUL 120 MASSARANDUBA 313 ESTALEIRO COREMA 300 TOTAL 733

É importante dizer que todas as áreas indicadas para reassentamento têm disponibilidade de implantação de infra-estrutura urbana, possuem topografia adequada e atendem aos requisitos da legislação vigente. Quanto às unidades habitacionais propriamente dita estas serão construídas dentro das normas técnicas e da legislação vigente além de serem dotadas de toda infra-estrutura urbana (rede de água, rede de esgoto, energia elétrica, coleta de lixo, transporte público, etc.), terão dois quartos, cozinha, instalações hidro-sanitárias completas, caixa de gordura, etc. Modelo de Reposição de Renda - A presença de imóveis de uso - comercial ou misto afetados é muito reduzido e considerando que as áreas indicadas para reassentamento são muito próximas do atual local não deverá haver impacto significativo sobre a renda das famílias afetadas. Mas se ainda assim houver, este será compensado. Quando da elaboração do laudo de avaliação será avaliada a parcela referente ao lucro cessante da atividade, e esta será incorporada ao valor final a ser pago. Ajuda de Mudança - Todas as famílias afetadas receberão uma ajuda de mudança ou ajuda de transferência de bens móveis. O valor estabelecido é de R$300,00.

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9.2 – Opção 2 – Reassentamento Monitorado – Concepção Um projeto de reassentamento deve ser concebido e desenvolvido considerando alguns requisitos básicos, que o tornem de fato uma opção viável e compensatória aos afetados por um processo de relocação involuntária. O projeto de reassentamento não deve ser só compensatório deve ser também uma oportunidade para que as pessoas afetadas possam melhorar de vida. A outra possibilidade de opção é o reassentamento monitorado. Vale lembrar, o quadro resumo, propriedades afetadas já apresentado neste documento.

MOTIVO DA REMOÇÃO Número

de Moradias

% por

Categoria

Risco e Implantação da Via de Borda - (Tipo de Habitação: Palafitas) 546 75,7

Melhoria do Sistema Viário Interno - (Tipo de Habitação: Edificações em alvenaria) 82 11,4

Melhoria do Sistema Viário Interno - (Tipo de Habitação: Edificações em madeira) 42

5,8

Desadensamento - (Tipo de Habitação: Edificações em alvenaria) 22 3,1

Desadensamento - (Tipo de Habitação: Edificações em madeira) 29 4,0

TOTAL 721 100

Dos 721 imóveis afetados, 104 são em alvenaria o que significa que terão valor de mercado bastante superior aos das palafitas. Deste universo de 104 unidades a Conder avaliou 15 unidades, de bom padrão, recentemente, e os valores variam de R$15.500,00 a R$65.918,12 com valor médio de R$35.000,00. Sabe-se que os imóveis com valores de avaliação maiores (acima do valor da casa ofertada pelo reassentamento) normalmente optam pela indenização e os de valores menores poucos optam pela indenização e a grande maioria pelo reassentamento. Considerando que dentre os fundamentos do Plano de Reassentamento, vide capítulo 3 deste documento, existe um que reconhece a necessidade de se oferecer opções diferentes de atendimento as famílias afetadas. Portanto, para que se tenha de fato opção de atendimento faz se necessário que, as opções oferecidas possuam equivalência de atratividade, ou seja, se for oferecido um excelente modelo de reassentamento e a indenização ofertada for insuficiente para uma re-inserção no mercado, haverá uma corrida para o reassentamento, mesmo que esta não seja a opção desejada, se o contrário haverá uma corrida para a indenização. Portanto, é preciso haver equilíbrio na formulação das opções, para que realmente sejam opções, e possibilite de uma

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forma ou de outra a família recompor a sua vida de forma digna dentro da sua conveniência. Por fim, faz se necessário que seja estabelecida uma política de atendimento, a esta população, que não apenas compense as perdas materiais geradas pelo projeto, mas que, sobretudo minimize os impactos negativos gerados por um processo de reassentamento involuntário. Diante disto, é necessário possibilitar a re-inserção no mercado de imobiliário aquelas famílias que preferem buscar por conta própria sua solução habitacional. Portanto, é imperioso adotar um valor inicial de indenização que garanta esta re-inserção no mercado imobiliário e a partir deste valor inicial, denominado P0, construir uma tabela de subsídio progressivo. Com isso, os proprietários e/ou posseiros, das menores e mais precárias moradias, terão possibilidade de receber uma indenização suficiente para recompor e até mesmo melhorar à sua condição de vida e os proprietários de imóveis com valores de avaliação maior terão um subsídio menor. A família optante pelo Reassentamento Monitorado disporá de todo o apoio da Conder para assessorá-la na busca e aquisição de nova moradia, mas caso não utilize este apoio deverá comprovar à aquisição de novo imóvel para fazer jus ao recebimento da compensação financeira. Quando uma mesma pessoa for proprietária e/ou posseira de mais de um imóvel afetado o valor do subsídio incidirá sobre o valor total de todas as propriedades e benfeitorias, ou seja, soma-se o valor de avaliação de todas as propriedades e aplica-se a tabela de compensação uma única vez. A tabela de compensação definitiva será gerada a partir da elaboração dos laudos individuais de avaliação. No entanto, pode se já elaborar uma tabela de compensação que deverá ser analisada após a elaboração dos laudos e sofrer os ajustes que forem necessários. Como já foi dito é necessário que as opções oferecidas tenham a mesma atratividade e que, sobretudo garantam a re-inserção da família no mercado imobiliário. Portanto, é necessário oferecer um valor mínimo, aqui denominado de P0, que permita esta re-inserção. Para determinação do valor do P0 foram estudadas duas referências. A primeira seria que o valor de P0 a ser adotado será equivalente ao valor de construção da moradia, não incluído o valor da infra-estrutura, O valor mínimo adotado será de R$8.500,00. A segunda referência seria de estudar o mercado de oferta de imóveis à venda, atualmente em Alagados VI, os valores encontrados variam de R$6.500,00 a R$9.000,0. É importante considerar, que durante a execução de projetos de desapropriação os valores das propriedades não desapropriadas

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tendem a se elevar em função da demanda gerada pelos desapropriados, que buscam repor a propriedade. As palafitas foram avaliadas com valores no intervalo de R$1.500,00 a R$2.500,00. Vale lembrar que o valor da unidade habitacional a ser construída para o reassentamento deverá ter custo final (terreno, moradia e infra-estrutura) de R$21.955,50. A tabela do projeto para indenização com compensação é a seguinte:

Valor de Avaliação Valor de Indenização com Compensação Até R$ 6000,00 R$8 500,00 R$6001,00 a R$ 7000,00 R$10000,00 R$7501,00 a R$ 8000,00 R$10500,00 R$8001,00 a R$ 9000,00 R$11000,00 R$9001,00 a R$ 10000,00 R$12500,00 Acima de R$ 10001,00 25% e arredondamento *** *** Este valor não pode exceder R$ 15 000,00

Todas as famílias afetadas receberão uma ajuda de mudança, optantes pelo reassentamento e conjunto habitacional, reassentamento monitorado ou pela indenização, no valor de R$300,00. A presença de inquilinos ou de famílias vivendo em regime de cessão é muito reduzida. Os inquilinos e as famílias cedidas estas receberão o equivalente a 6 meses do aluguel médio da região, ou seja, cerca de R$1800,00, acrescido do valor de mudança R$300,00, perfazendo um total de R$2100,00. 9.3 – Opção 3 – Indenização A terceira e última opção oferecida pelo Programa é a indenização. Esta opção consiste no recebimento do valor de avaliação do imóvel não sendo necessário que o proprietário e/ou posseiro comprove a destinação dos recursos. O pagamento da indenização deverá ser prévio e no valor de reposição do bem. 9.4 – Quadro – Política de Atendimento A seguir, quadro contendo a aplicação das opções ofertadas e os casos em que elas se aplicam. PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

QUADRO - POLÍTICA DE ATENDIMENTO

Item Situação Atual Situação de Afetação Política de Atendimento

1.0 MORADIAS - USO RESIDENCIAL Opção 1 - Reassentamento em conjunto habitacional + ajuda de mudança Reassentamento Monitorado + ajuda de mudança

Opção 2 - Reassentamento Monitorado + ajuda de mudança Diretamente

Opção 3 - Indenização + ajuda de mudança Afetados Totalmente

Indiretamente por tempo

determinado

Opção 1 - Ajuda de manutenção durante o período de interrupção da atividade (calculada dentro dos critérios do programa e das Normas Técnicas de avaliação), pagamento de aluguel de moradia por falta de acesso ou qualquer outro transtorno, durante todo período. Opção1 - Reassentamento em conjunto habitacional + ajuda de Mudança, se a parte afetada comprometer a sua permanência no restante da área, perdendo o direito sobre a área remanescente. Opção 2 – Reassentamento Monitorado + ajuda de mudança, se a parte afetada comprometer a sua permanência no restante da área, perdendo o direito sobre a área remanescente. Opção 3 – Reassentamento Monitorado sobre a área afetada e pagamento do valor de avaliação sobre a remanescente caso o proprietário / posseiro opte por não permanecer na área remanescente

Diretamente

Opção 4 – Indenização sobre a área afetada.

1.1 Proprietários/ Posseiros

Afetado

Parcial mente

Indiretamente por tempo

determinado

Opção 1 - Ajuda de Manutenção durante o período de interrupção de atividade (calculada dentro dos critérios do programa e das Normas Técnicas de avaliação), pagamento de aluguel de moradia por falta de acesso ou qualquer outro transtorno, durante todo período.

1.2 Inquilinos / Cedidos

Afetados Totalmente ou Parcialmente

Direta ou Indiretamente Opção 1 - Pagamento de Ajuda de Moradia + Ajuda de Mudança

2.0 IMÓVEIS - USO MISTO / COMERCIAL Opção 1 – Reassentamento em conjunto habitacional pela parte residencial+ indenização (desmembrar o valor do laudo de avaliação) pela parte comercial+ ajuda de mudança (1 ou 2 analisar caso a caso) Opção 2 - Reassentamento Monitorado para todo o imóvel (considerada a parcela de lucro cessante) + ajuda de mudança

Diretamente

Opção 3 - Indenização para todo o imóvel (considerada a parcela de lucro cessante) + ajuda de mudança

Afetados Totalmente

Indiretamente por tempo

determinado

Opção 1 - Ajuda de Manutenção durante o período de interrupção de atividade (calculada dentro dos critérios do programa e das Normas Técnicas de avaliação), pagamento de aluguel de outro imóvel por falta de acesso ou qualquer outro transtorno, durante todo o período.

Opção 1- Reassentamento pela parte residencial+ indenização (desmembrar o valor do laudo de avaliação) pela parte comercial + ajuda de mudança, caso a área remanescente não seja suficiente para o exercício das funções; Opção 2 – Reassentamento Monitorado sobre todo o imóvel (considerada a parcela de lucro cessante) + ajuda de mudança, sobre toda a área caso a área remanescente não seja suficiente para o exercício das funções;

Diretamente

Opção 3 -Indenização (considerada a parcela de lucro cessante) apenas na área afetada caso esta seja suficiente para a permanência das funções exercidas

2.1 Proprietários /

Posseiros / Cedidos

Afetado Parcialmente

Indiretamente por tempo

determinado

Opção 1 - Ajuda de Manutenção durante o período de interrupção de atividade (calculada dentro dos critérios do programa e das Normas Técnicas de avaliação), pagamento de aluguel de moradia por falta de acesso ou qualquer outro transtorno, durante todo per

2.2 Inquilinos / Cedidos

Afetados Totalmente ou Parcialmente

Direta ou Indiretamente

Opção 1 - Pagamento de Lucro Cessante + Ajuda de Transferência* + Ajuda de Mudança.

* Ajuda de transferência mesmo valor da Ajuda de Moradia

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10. Plano de Ação Definida à política de compensação a ser implementada pelo Plano de Reassentamento Involuntário a etapa seguinte é elaborar o Plano de Ação, que tem por objetivo ordenar as atividades propostas dando-lhes cronologia e definindo as fontes e o volume de recursos necessários para sua realização além de orientar o papel de cada agente envolvido. O plano de ação aqui apresentado é composto dos seguintes instrumentos, que são interdependentes e o gerenciamento desta relação é fundamental para que o projeto ocorra da forma prevista:

• Matriz institucional;

• Cronograma;

• Orçamento;

• Fonte de Recursos A seguir, apresenta-se cada um desses instrumentos de forma detalhada. 10.1 Matriz Institucional O processo de implantação de um Plano de Reassentamento Involuntário envolve atividades de diversas naturezas e que necessitam ser muitas vezes ser realizadas simultaneamente. A Conder implantará um escritório na área de Alagados VI para atendimento específico das famílias atingidas pelo empreendimento com uma equipe multidisciplinar com dedicação exclusiva. Este núcleo estará subordinado diretamente a UGP, que por sua vez, subordina-se diretamente ao Gabinete do Secretário de Desenvolvimento Urbano. Este núcleo será composto em parte por funcionários da Conder com experiência em projetos semelhantes e por uma equipe terceirizada com bastante experiência em projetos de reassentamento involuntário. PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

10.2 Cronograma O cronograma de atividades é um importante instrumento de controle para um projeto de múltiplas tarefas, com relativa complexidade e no qual a questão do tempo é fator vital para a sua realização com sucesso. Realizar a tarefas dentro do prazo desejável é o principal fator de redução dos impactos gerados. A não realização das atividades dentro do prazo previsto acarreta atraso na obra e por via de conseqüência insegurança às famílias afetadas. Cronograma (ver arquivo anexo) PLANO DE REASSENTAMENTO INVOLUNTÁRIO – ALAGADOS VI- BAHIA – BRASIL Março 2005 Versão Final

10.3 Orçamento Foi elaborado um orçamento estimado do projeto de desapropriação e reassentamento involuntário haja vista, que devido a algumas situações pendentes, esta é a versão preliminar do Plano de Reassentamento. O orçamento final será fortemente influenciado pela definição futura destes pontos. No entanto, já pode ter uma ordem de grandeza dos recursos necessários, com elevado grau de precisão. Abaixo segue quadro de orçamento.

Item ATIVIDADES Unidade Quantidade Valor Unitário (R$)

Valor Total (R$)

1.0 Pagamento Indenizações / Reassentamento Monitorado 1.1 Pagamento Indenizações – Terra Firme / Alvenaria

– adesão estimada de 70% do universo um. 73 35.000,00 2.555.000,00

1.2 Pagamento Indenizações – Palafitas – adesão estimada de 5% do universo

um. 28 2.500,00 70.000,00

1.3 Pagamento para Reassentamento Monitorado – Palafitas - adesão estimada de 10% do universo um. 54 8.500,00 459.000,00

1.4 Ajuda de Mudança um. 721 300,00 216.300,001.5 Ajuda de Moradia (Inquilinos e Cedidos) um. 53 1.800,00 95.400,002.0 Construção dos lotes para o Reassentamento 2.1 Construção de Unidades Habitacionais **** um. 566 21.955,50 12.426.813,003.0 Despesas Cartoriais 3.1 Despesas Cartoriais um. 620 500,00 310.000,004.0 Despesas Projetos (Laudos / Cadastro) e

Implementação do Plano (inclusive monitoramento)

gl. 750.000,00 Total 16.882.513,00

*** No valor da moradia estão inclusos: aquisição do terreno, parcelamento da área, construção da casa, caixa de gordura, infra-estrutura urbana. 10.4 Fonte de Recursos As fontes financiadoras do Programa são duas: Governo do Estado da Bahia e Banco Mundial – BIRD. A seguir, apresenta-se a composição das fontes de recursos que será responsável pelo suporte financeiro do desenvolvimento das atividades. Item ATIVIDADES Valor Total (R$) Governo Ba (R$) BIRD (R$) 1.0 Pagamento Indenizações com compensação 3.395.700,00 3.395.700,00 2.0 Construção Moradias do Reassentamento **** 12.426.813,00 2.873.858,00 9.552.955,003.0 Despesas Cartoriais 310.000,00 310.000,00 4.0 Despesas Projetos (Laudos / Cadastro) e

Implementação do Plano 750.000,00 173.477,00 576.553,00

TOTAL 16.882.513,00 6.753.005,00 10.129.508,00**** Inclui o Conjunto Habitacional Joanes Azul em construção com recursos da Caixa Econômica Federal

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11. Monitoramento O monitoramento é a atividade que visa avaliar se os fundamentos e objetivos do Plano de Reassentamento Involuntário estão sendo alcançados e caso isto não ocorra deve orientar as correções / adequações / ajustes a serem realizados. O monitoramento deve alcançar os seguintes objetivos:

• Identificar dificuldades, entraves e oportunidades para implantação das ações, indicando em tempo hábil, o encaminhamento para superação das primeiras e otimização das segundas;

• Avaliar os efeitos do programa sobre a população afetada,

considerando, para isto, os momentos antes, durante e depois do projeto;

• Formar um banco de dados, para que esta experiência venha servir de

referência para projetos futuros. A Conder executará o monitoramento em 3 etapas (vide cronograma item 10.2 – deste documento), a primeira logo após a realização do cadastramento, quando deve se selecionar um grupo de famílias afetadas que deverão ser acompanhadas ao longo do processo. A segunda etapa logo após o processo de negociação, ou seja, em ato contínuo a entrega da moradia ou ao pagamento e a terceira etapa deve ocorrer num prazo mínimo de 6 meses pós- reassentamento e máximo de 18 meses, sendo o desejável entorno de 12 meses. Para isto deverá contratada uma consultoria com a finalidade específica de monitorar as atividades de reassentamento. O monitoramento deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar com experiência em trabalhos de mesma natureza. A Contratada deverá desenvolver instrumentos de monitoramento que possam estabelecer comparação entre as 3 fases do projeto, ou seja, que a análise transpareça a evolução ou involução do processo.

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12. Pontos Chaves / Caminhos Críticos Assim como todo projeto, um Plano de Reassentamento Involuntário possui pontos vitais, que necessitam ser tratados com especial atenção para que não venham a comprometer todo o Programa. Para isto, a Conder se compromete a desenvolver ações pró-ativas de forma a evitar qualquer transtorno previsível ao processo. Merecerão especial atenção, os seguintes aspectos do Plano de Reassentamento Involuntário:

a. Realização do cadastro censitário sócio-imobiliário; b. Elaboração dos laudos de avaliação de todos os imóveis e seus respectivos

bens afetados;

c. Documentação Fundiária e Pessoal – Assistência Jurídica;

d. Notificação de todas as famílias afetadas;

e. Disponibilidade de Recursos Financeiros;

f. Manutenção de canal de comunicação entre os órgãos promotores e a população afetada;

g. Inserção das famílias nos conjuntos habitacionais;

h. Pagamento das indenizações dentro dos prazos acordados;

i. Sensibilização de toda a estrutura responsável direta ou indiretamente pelo

reassentamento sobre sua importância.

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Anexo 1 – Definições Utilizadas

Com o objetivo de esclarecer a terminologia utilizada na elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário (PRI) para as Famílias e Atividades Econômicas, situados em Alagados VI / Salvador / Bahia e afetados pelas obras de implantação do Programa Viver Melhor II apresentam-se às definições pertinentes a determinados vocábulos.

Área Afetada área atingida pela obra, podendo ou não incluir o off-set, sendo função da extensão da área e da altura deste

Área Remanescente área que após a desapropriação poderá permanecer de propriedade ou posse do desapropriado, desde que atendida à legislação pertinente

Cadastro Sócio – Econômico

censo realizado em todos os imóveis afetados de forma a identificar e definir quem, quantos, e onde se localizam as pessoas atingidas pelo empreendimento

Compensação Social

conjunto de ações definido para repor as perdas não mensuráveis como, quebra das relações sociais, perda da rede de apoio da vizinhança, mudanças de hábito, prejuízos decorrentes do processo de mudança (quebra ou estrago dos eletrodomésticos)

Comunidade unidade social de identidade reconhecida, independente de tamanho, que compartilha de convívio comum, em instituições de caráter social

Custo de Reprodução da

Benfeitoria

valor do imóvel para sua reposição através de reconstrução ou aquisição de imóvel semelhante

Custo Unitário Padrão

valor do metro quadrado de construção, no padrão construtivo do imóvel afetado normalmente publicado por instituições de credibilidade do Setor

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Off – set linha que determina o limite de afetação da obra

Pesquisa de Mercado Imobiliário

pesquisa do valor das terras na mesma região, de forma a fundamentar a apropriação de preços para o laudo de avaliação imobiliária

Plano de Reassentamento

Involuntário

Plano específico que contempla ações que minimizem os impactos sobre a população localizada na área de off-set da obra

Poligonal linha topográfica que delimita a área de afetação da obra, sendo no mínimo igual à área de off-set da obra

População Afetada ou População

Atingida

são todas as pessoas que são impactadas pela obra, de forma permanente ou temporária, direta ou indiretamente. Para ilustrar, aqueles que terão suas moradias destruídas são diretamente afetados, os que ficarem sem acesso às suas moradias são indiretamente afetados, os que sofrerem transtornos apenas durante o período de execução das obras serão temporariamente afetados, no entanto, estas situações podem combinar, entre si, de formas diversas

Posseiro ocupante do imóvel por ocasião da elaboração do cadastro, podendo ser, ou não proprietário do mesmo. Divide-se em duas categorias: posseiro direto ou indireto

Posseiro Direto dono da benfeitoria, podendo ou não ser proprietário do terreno

Posseiro Indireto pessoa ou família que vive sob o regime de cessão

Processo

conjunto individual de documentos de cada família ou pessoa atingida, podendo ser composto de cadastro sócio-econômico, do laudo de avaliação, de documentos de propriedade (se houver), das atas de reuniões de negociação e acordo, em caso de negociação amigável

Proprietário pessoa que detém o título de propriedade do imóvel

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Reassentamento reposição, pelo órgão promotor do projeto, dos imóveis suprimidos pela desapropriação. É uma das opções de negociação

Regularização Fundiária

conjunto de atividades de natureza urbanística e jurídica, que visam tornar determinado imóvel e seu proprietário oficialmente reconhecidos através de registro

Título ou Registro documento registrado em Cartório de Registro de Imóveis que comprova a propriedade

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Anexo 2 – Experiências Habitacionais e de Infra-estrutura Urbana da CONDER1

PROGRAMAS HABITACIONAIS E DE INFRA-ESTRUTURA URBANA

1- Requalificação Urbanística e Ambiental nas Comunidades que compreendem o

Programa Ribeira Azul – Novos Alagados IIª Etapa e Alagados IV e V O Programa Ribeira Azul compreende um conjunto de bairros situados desde a parte da Península Itapagipana até metade do Subúrbio Ferroviário de Salvador, somando 4km2 e abrigando cerca de 40.000 famílias, sendo que destas 2.500 residem em palafitas e casas/barracos em situação precária, equivalente a aproximadamente 150.000 habitantes (6% da população do município de Salvador). Estas famílias serão beneficiadas com intervenções de ordem física e social. As áreas integrantes do Programa Ribeira Azul são as seguintes: Novos Alagados 1ª Etapa e Mudança, já concluídos; Alagados I, Alagados II, Baixa do Caranguejo, Mangueira, Novos Alagados II Etapa, em fase de conclusão; Alagados IV e V em andamento; Alagados III (em fase de contratação); Alagados VI em fase de elaboração do projeto2. A principal referência do Programa Ribeira Azul nas ações desenvolvidas em todas as suas áreas de abrangências e a metodologia aplicada em Novos Alagados 1ª e 2ª Etapas, que vem sendo financiado pelo Banco Mundial e Governo Italiano. A referida metodologia se caracteriza por sua proposta de integração e participação dos atores sociais locais e da comunidade em geral em todas as suas fases. Um dos principais elementos considerados neste projeto é o fortalecimento e valorização do patrimônio comunitário. Novos Alagados está localizado na Avenida Suburbana, mais precisamente na região da Enseada do Cabrito e abriga o Parque São Bartolomeu. O Parque consiste em uma das últimas áreas mais verdes da cidade de Salvador e caracteriza-se por sua grande diversidade de ambientes. O Projeto de Recuperação Ambiental e Promoção Social de Novos Alagados 2ª Etapa, que se encontra em fase de conclusão, abriga um total de 2.100 domicílios dos quais aproximadamente 600 são palafitas e 2000 em terra firme. A população total é de 8.000 pessoas. As linhas gerais da intervenção são: - Planejamento participativo: envolvimento da população beneficiada nas etapas de

planejamento, execução, avaliação e gestão das intervenções. Para tanto, vêm sendo realizadas reuniões, assembléias com moradores, grupos de moradores eleitos como lideranças de rua e entidades comunitárias que assumem junto com a CONDER e a AVSI o gerenciamento das ações implementadas;

- utilização dos recursos de acordo com a realidade sócio-econômica da área, valorizando a mão de obra local, a cultura e as vocações produtivas e organização social;

- educação e capacitação da comunidade a fim de garantir condições adequadas para a execução das ações dos projetos e para a conservação do meio ambiente recuperado, bem como de prevenção à saúde e formação para a cidadania.

1 Texto extraído do documento CARTA CONSULTA COFIEX – EMPRÉSTIMO BIRD – ANO 2002 – PROGRAMA VIVER MELHOR II.

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2 Mudança, Alagados I e II, Caranguejo e Mangueira são Projetos remanescentes do Programa Viver Melhor.

Os recursos aplicados nesta intervenção são da ordem de R$ 18.000.000,000 (dezoito milhões de reais), distribuídos na construção de aterro, infra-estrutura, habitações, equipamentos e ações sociais. Financiado pelo Programa Habitar Brasil/BID, encontra-se em execução o Projeto de Requalificação Urbanística e Ambiental das comunidades de Alagados IV e V, localizadas em Salvador – Bahia, na Península de Itapagipe. A requalificação Urbanística e Ambiental de Alagados IV e V, vai beneficiar um total de 2.398 famílias, com uma população estimada na ordem de 11.900 pessoas, que será executada em duas etapas interarticuladas. O projeto em execução está dividido em duas etapas. A primeira compreende a área de Alagados V e a segunda Alagados IV. Nesta primeira etapa as obras vão beneficiar as comunidades denominadas Santa Luzia e João Paulo II, cujo objetivo é requalificar urbanística e ambientalmente a região, atrelado a um trabalho social voltado para a organização comunitária, a educação ambiental e a geração de renda, visando a efetiva melhoria das condições de vida da população de maneira sustentável, bem como a uma maior oportunidade de inserção formal da população à cidadania e daquela área ao espaço da cidade. A área de abrangência de intervenção nessa primeira etapa é de 10,5 hectares, beneficiando 1.157 famílias, com uma população de ordem de 5.032 pessoas de baixa renda. Esta etapa do empreendimento tem um custo global de R$ 9 milhões, dos quais R$ 1.758 milhões representa a contra partida do Governo Estadual e R$ 7,241 milhões, o repasse OGU/BTD. As obras físicas perfazem o valor de R$ 8.212 milhões e serão desenvolvidas em 14 meses. A Segunda etapa tem valor estimado de cerca de R$ 10 milhões e se desenvolverá em 14 meses. As obras da primeira e segunda etapa deverão ser executadas em vinte e dois meses dos quais seis serão simultâneos. As ações sociais, por sua vez, se desenvolverão em 37 meses, prevendo-se a fase de preparação anterior ou execução da intervenção física, compreendendo 3 meses iniciais, a fase de implementação das obras – 22 meses – e a fase da pós-intervenção, corresponde a 12 (doze) meses posteriores a conclusão das obras, beneficiando diretamente a totalidade das 2.398 famílias residentes na área. Para atender aos objetivos propostos, a intervenção (física, social, ambiental) deverá ser conduzida num processo de integração interinstitucional aliada a anuência e participação da comunidade local, com o envolvimento da sociedade civil que, comprometidas, darão as condições para o sucesso do empreendimento a sustentabilidade das ações ali implementadas. 2)Implantação do Programa de Melhorias Habitacionais “Viver Melhor” que atua em mais de 80 áreas da cidade de Salvador, beneficiando mais de 104.000 famílias com 15.000 novas unidades habitacionais, 8.435 unidades sanitárias, redes de água, esgoto, drenagem, além de pavimentação e equipamentos, em uma área superior a 18% da área total da cidade e em mais de 60 municípios do interior do Estado da Bahia;

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Anexo 3 – Atas de Reuniões com as Comunidades A seguir apresenta-se cópia das atas de reuniões realizadas com as comunidades pelos técnicos da Conder, quando foram abordados diversos temas relacionados com processo de reassentamento da população.

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Anexo 4 – Planta de alagados VI – Com faixa de Afetação A planta de alagados VI contém a indicação da poligonal de afetação e de todos os imóveis afetados. Esta planta foi construída a partir do projeto básico de engenharia que prevê a implantação de uma via de bordo e da melhoria do sistema viário interno da vila e da planta de cadastramento georeferenciada realizada em 2003/2004. Com estes dados foi possível identificar a situação de afetação ocasionada pelo empreendimento.

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