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GOVERNANÇA CORPORATIVA: uma blindagem contra a crise Após os escândalos corporativos do início da década, e o consequente movimento de autorregulação empresarial e maior controle regulatório dos mercados, acreditava-se que as empresas operariam de modo mais ético, trans- parente e socialmente responsável. Mas a crise atual, que teve origem no sistema financeiro norte-americano e abalou a economia global, demonstra que ainda há um longo caminho para se percorrer na consolidação da ética e da governança corporativa. A crise financeira global traz embutida outra crise: de confiança, de legitimidade e de liderança das instituições. Ela tem sua raiz não apenas no fracasso regulatório, mas ético. Especificamente no lado mau do autointeresse que costuma se aproveitar de legislações frouxas e de mecanismos financeiros complicados para alimentar seu egoísmo e ganância. Um tipo de “enronite”. Essa expressão surgiu com a famosa fraude financeira que quebrou a companhia de energia norte-americana Enron, em 2001, devido à prática contábil ilegal, na qual omitiu 13 bilhões de dólares em passivos e lesou milhões de investidores. O “vírus” espalhou-se numa sucessão de escândalos – Worldcom, Adelphia, Parmalat e Merck – e levou ao surgimento de regulamentações mais rígidas como a Lei Sarbanes-Oxley, de 2002. Um surto parece ter reaparecido no cerne da crise financeira atual que atingiu empresas como Lehman Brothers e Merrill Lynch, obrigou a intervenções de Bancos Centrais e o resgate com dinheiro público de empresas como AIG, General Motors (GM), Fannie Mae e outras. A crise atual, como explica o economista Marcos Arruda, em seu artigo Lucrar sem produzir, tem como causas “um Himalaia de dinheiro especulativo, sem base na economia real e, por isso, sem possibilidade de resgate pelos fundos públicos; a liberdade dos Bancos Centrais e dos agentes financeiros de manipular a taxa de usura a seu bel-prazer; a falta de regulações que garantam que as finanças sejam um instrumento para o investimento produtivo; os refúgios fiscais, as jurisdições secretas e os mil e um canais de evasão fiscal e cambial em todo o mundo para ali refugiar-se; a irresponsabilidade dos grandes bancos e empresas industriais de buscar lucros fáceis e abundantes na especulação financeira; e, envolvendo isto tudo, a compulsão de crescer, de consumir, de crescer mais, de consumir mais, e de Prof. Marco Aurélio Morsch A crise financeira global talvez pudesse ter sido evitada por meio de práticas efetivas de boa governança corporativa 054 PÓS-GRADUAÇÃO

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Page 1: GOVERNANÇA CORPORATIVA · a seu bel-prazer; a falta de regulações que garantam que as fi nanças sejam um instrumento para o investimento ... e fidelização de consumidores,

GOVERNANÇA CORPORATIVA: uma blindagem contra a crise

Após os escândalos corporativos do início da década, e o consequente movimento de autorregulação empresarial e maior controle regulatório dos mercados, acreditava-se que as empresas operariam de modo mais ético, trans-parente e socialmente responsável. Mas a crise atual, que teve origem no sistema fi nanceiro norte-americano e abalou a economia global, demonstra que ainda há um longo caminho para se percorrer na consolidação da ética e da governança corporativa.A crise fi nanceira global traz embutida outra crise: de confi ança, de legitimidade e de liderança das instituições. Ela tem sua raiz não apenas no fracasso regulatório, mas ético. Especifi camente no lado mau do autointeresse que costuma se aproveitar de legislações frouxas e de mecanismos fi nanceiros complicados para alimentar seu egoísmo e ganância. Um tipo de “enronite”. Essa expressão surgiu com a famosa fraude fi nanceira que quebrou a companhia de energia norte-americana Enron, em 2001, devido à prática contábil ilegal, na qual omitiu 13 bilhões de dólares em passivos e lesou milhões de investidores. O “vírus” espalhou-se numa sucessão de escândalos – Worldcom, Adelphia, Parmalat e Merck –

e levou ao surgimento de regulamentações mais rígidas como a Lei Sarbanes-Oxley, de 2002. Um surto parece ter reaparecido no cerne da crise fi nanceira atual que atingiu empresas como Lehman Brothers e Merrill Lynch, obrigou a intervenções de Bancos Centrais e o resgate com dinheiro público de empresas como AIG, General Motors (GM), Fannie Mae e outras.A crise atual, como explica o economista Marcos Arruda, em seu artigo Lucrar sem produzir, tem como causas “um Himalaia de dinheiro especulativo, sem base na economia real e, por isso, sem possibilidade de resgate pelos fundos públicos; a liberdade dos Bancos Centrais e dos agentes fi nanceiros de manipular a taxa de usura a seu bel-prazer; a falta de regulações que garantam que as fi nanças sejam um instrumento para o investimento produtivo; os refúgios fi scais, as jurisdições secretas e os mil e um canais de evasão fi scal e cambial em todo o mundo para ali refugiar-se; a irresponsabilidade dos grandes bancos e empresas industriais de buscar lucros fáceis e abundantes na especulação fi nanceira; e, envolvendo isto tudo, a compulsão de crescer, de consumir, de crescer mais, de consumir mais, e de

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“ Há até fases da vida econômica dos povos modernos em que todos são tomados por uma espécie de vertigem para lucrar sem produzir.” (Karl Marx, 1817)

inundar a terra com lixos e rejeitos de todo tipo”. Em suma: “enronite”.Como defi ne Daniel Greenwood, “enronite” é uma “dis-função da governança corporativa na qual empresas per-seguem o lucro, manipulam mercados, enganam clientes, criam condições de insegurança e poluição, pressionam políticos para mudar regulamentações, violam direitos humanos e operam de modo perigoso e socialmente irresponsável”. Em outras palavras, um desejo psicopata da empresa de prejudicar quem a rodeia, infringindo, inescrupulosamente, a lei, a moralidade, a segurança, o meio ambiente e o bem comum. Joel Bakan, autor do livro A Corporação, descreve o comportamento patológico das grandes empresas por lucro e poder (“um monstro que pode engolir a civiliza-ção: ganancioso, explorador e sem limites”) e sugere que devemos compreender melhor as corporações para controlar seus abusos. O estouro da bolha imobiliária criada pela geração fraudulenta de recursos fi ctícios e lucros ilusórios le-vanta questões sobre a credibilidade, solidez e futuro do sistema bancário global, a ganância dos investidores especuladores e a integridade da cultura fi nanceira do vale tudo. Todavia, essa discussão não é o foco desse artigo. Prefere-se aqui analisar o antídoto que os gesto-res íntegros e éticos podem tomar para se blindar frente

às motivações perversas provocadas pela “enronite”. Independente de soluções de melhoria ou reinvenção do sistema fi nanceiro global e da introdução de novos mecanismos regulatórios, a governança corporativa (GC) é uma poderosa ferramenta de gestão para inibir a manipulação, o descontrole ou o abuso organizacional em favor de interesses pessoais às expensas públicas. A GC vem ganhando interesse crescente em todo o mun-do, inclusive no Brasil. Ainda pouco compreendida, a GC refere-se às regras, estruturas e processos formais para o exercício de autoridade sobre os membros da comunida-de empresarial. Ela tem como propósito regular o controle e defi nir as práticas e responsabilidades dos membros do conselho de administração e da diretoria executiva da empresa, com vistas a assegurar os direitos e interesses dos proprietários e acionistas do negócio. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC): “Governança corporativa é o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas / cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fi scal. As boas práticas de governança têm a fi nalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua perenidade.”A GC é sustentada por quatro valores básicos:Fairness (senso de justiça) – Refere-se à equidade no tratamento dos acionistas. Respeito aos direitos dos minoritários, por participação equânime como a dos majoritários, tanto no aumento da riqueza corporativa, quanto nos resultados das operações e presença ativa em assembléias gerais.Disclosure (transparência) – É a transparência das informações, especialmente das de alta relevância, que impactam os negócios corporativos e envolvem riscos.Accountability (prestação responsável de contas) – Funda-menta-se nas melhores práticas contábeis e de auditoria.Compliance (conformidade) – Envolve a conformidade no cumprimento de normas regulatórias, expressas nos estatutos sociais, nos regimentos internos e nas institui-ções legais do País.

Marco Aurélio Morsch. Professor nos cursos de graduação e pós-gradua-ção da FAAP. Mestre em Administração de Empre-sas. Coautor dos livros Comportamento do Consu-midor: conceitos e casos e Marketing estratégico.

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Dez consiDerações para aDoção Da GcTalvez as instituições financeiras norte-americanas não tivessem provocado o estopim da crise se operassem com base em valores e pautadas na transparência, equi-dade e responsabilidade. Por isso, introduzir princípios de GC e códigos de melhores práticas é crucial para a estabilidade e credibilidade das instituições financeiras e das empresas em geral, principalmente na proteção dos direitos dos acionistas, práticas de prestação de contas, controles internos e transparência. Por meio da autorregulação ética e do controle de abusos e excessos gerenciais, a GC pode servir como uma blindagem corpo-rativa contra crises, pelas seguintes razões:

1ª) Da gestão para os shareholders à gestão com stakeholders – Para ser efetiva, a GC requer uma mudan-ça de paradigma na gestão dos negócios - da estreita visão clássica de que a empresa existe somente para maximizar os lucros dos proprietários e acionistas (shareholders), que é apoiada no princípio do dever fiduciário dos ges-tores, para uma ampla visão socioeconômica na qual a organização tem obrigações para com todos stakeholders (partes interessadas) do negócio, com base no princípio da legitimidade. Segundo sir Adrian Cadbury, a GC preocupa-se em manter o equilíbrio entre objetivos econômicos e sociais e entre objetivos individuais e comuns. A estrutura da GC existe para encorajar o uso eficiente de recursos e para exigir responsabilização pelo gerenciamento desses recursos. O alvo é alinhar tanto quanto possível os inte-resses de indivíduos, empresas e sociedade.

2ª) a sociedade em rede e o maior poder das em-presas – Vivemos numa sociedade em rede, proclama Manuel Castels. No mundo globalizado, as empresas são teias de relacionamentos entre fornecedores, colabora-dores, consumidores, governo e sociedade, alocando recursos e produzindo de modo interconectado e inte-grado seus produtos e serviços. A integração global de mercados financeiros promoveu uma interdependência do sistema econômico, potencializando riscos de insta-bilidade. A corporação se tornou a instituição econômica

dominante do mundo. Grandes empresas têm mais poder do que muitos países. Por exemplo, o Wal-Mart emprega mais de dois milhões de pessoas e fatura 410 bilhões de dólares, receita maior que o Produto Interno Bruto (PIB) de países como Portugal, Grécia ou Argentina. Empresas poderosas têm maior poder de transformar o mundo, para o mal ou para o bem.

3ª) o imperativo da sustentabilidade corporativa – A noção de que o real valor das empresas está em seus ati-vos intangíveis e que o futuro socioambiental do planeta está em perigo, tem levado as empresas a adotarem uma abordagem voltada para o triple bottom line (resultado econômico, social e ambiental), com a incorporação de práticas de GC, ética e desempenho socioambiental. Como confirmam diversas pesquisas, empresas susten-táveis são recompensadas, elas exercem maior atração e fidelização de consumidores, geram retenção e orgulho de seus talentos, criam maior valor econômico no longo prazo e melhoram sua reputação corporativa junto à sociedade em geral.

4ª) o surgimento dos níveis diferenciados de merca-do – A Bovespa implantou, em 2000, níveis diferenciados para negociações de empresas comprometidas com a adoção de práticas de governança corporativa e nível de transparência adicionais ao que é exigido pela legislação: nível 1, nível 2 e novo mercado. Entre as empresas com um estágio mais maduro de desenvolvimento estão Banco Itaú, Natura, Sadia, Marcopolo, Pão de Açúcar, Gerdau e Gol Linhas Aéreas. Os benefícios para essas empresas incluem: maior percepção de valor relativo pelo mercado, melhorias no gerenciamento da companhia, redução de riscos e de custos de capital, maior facilidade de acesso a capital e maior liquidez das ações.

5ª) o boom dos investimentos socialmente respon-sáveis (isr) – Na última década houve grande expansão dos fundos de investimentos socialmente responsáveis. Considerados como investimentos éticos, os ISRs repre-sentam uma prática existente no mercado financeiro que inclui a avaliação de questões éticas, sociais e ambientais na análise e seleção de produtos financeiros, como com-pra de ações e formação de portfólio. Os ISRs incluem também os investimentos comunitários e o microcrédito para pequenos empreendedores. Somente nos Estados Unidos da América (EUA), o segmento de ISR cresceu mais de 320% entre 1995 e 2007, e atinge quase 3 tri-lhões de dólares em ativos investidos, 10,76% dos 25,1 trilhões de dólares dos investimentos totais, o que revela que os investidores estão mais conscientes. Atualmen-te, há cerca de mil fundos éticos, rankings e índices de sustentabilidade no mundo – entre eles o (ISE) Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa.

6ª) pulverização da participação acionária – No crescente mercado de capitais, as ações das empresas

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estão sendo cada vez mais pulverizadas entre inúmeros acionistas, com diversidade de perfis - desde pequenos in-vestidores até gigantes fundos de pensão - influenciando as decisões estratégicas e democratizando o poder nas organizações. Investidores institucionais influenciam o futuro do negócio. Por exemplo, a PREVI, fundo de pensão do Banco do Brasil, participa de quase uma centena de conselhos de administração de companhias abertas.

7ª) Militância e ativismo societário – Muitos investido-res não esperam apenas bons lucros, eles querem fazer valer sua voz. Para exercer seu direito e responsabilidade, utilizam comportamentos de pressão e táticas ativistas para advogar mudanças específicas nas políticas de GC, justiça econômica e práticas éticas e socioambientais das empresas em que detêm participação. Sua mobilização, por exemplo, tem levado à aprovação resoluções que obri-guem a empresa a adotar políticas de conformidade com o Protocolo de Kyoto ou proibir a instalação de fábricas em países com violação aos direitos humanos.

8ª) Gestão baseada em valores e efetividade dos códigos de ética – Nenhum mercado pode ser verdadeiramente livre sem ética”, diz o professor Simon Longstaff. A adoção das práticas de ética, responsabilidade socioambiental e GC tem sido motivada pelo desejo das empresas de institucionalizar e perpetuar seu modelo de negócios, implementar estratégias eficazes, agregar valor para seus acionistas, possibilitar maior captação de recursos financeiros e melhorar sua credibilidade e reputação junto ao mercado nacional e internacional, inclusive, com a atração de novos investidores estrangeiros. Uma gestão baseada em valores, com a formalização e efetividade de conduta ética e de melhores práticas de GC minimizam os riscos do negócio e atraem investidores.

9ª) internacionalização do capital de empresas bra-sileiras – Uma empresa que almeja o crescimento e a expansão global, mais cedo ou mais tarde, terá de abrir seu capital ao público. A crescente internacionalização

do capital das empresas brasileiras, seja por meio de fusões e aquisições, seja pela transação de papéis em bolsas norte-americanas e europeias, não só aperfeiçoam o modelo de negócios das companhias brasileiras, mas também pressionam a elevação de seus padrões de GC visando adequar às exigências legais estrangeiras. 10ª) capitalismo consciente – Para alguns especia-listas, o mundo está vivendo o alvorecer de um novo capitalismo - consciencioso e responsável, orientado não só pelo capital financeiro, mas também por valores mo-rais, prosperidade social e riqueza natural-. Como define Patrícia Aburdene, em Megatrends 2010, o capitalismo consciencioso é “uma cruzada popular, descentralizada, apta a curar, usando os valores humanos transcendentes, os excessos do capitalismo”.

John Elkington, autor de Canibais com Garfo, afirma que “a transição para o capitalismo sustentável será uma das mais complexas revoluções que a nossa espécie já vivenciou. Estamos embarcando em uma revolução cul-tural global, que tem como epicentro a sustentabilidade. Ela tem a ver com valores, mercados, transparência, ciclos de vida de tecnologias e produtos e tensões entre o longo e o curto prazo. E as empresas, mais do que governos ou outras organizações, estarão no comando destas revoluções. Um comando que se exercerá pelos princípios da governança”.Hazel Henderson, autora de Mercado Ético, vê a crise atu-al como uma oportunidade para o salto evolucionário para o próximo estágio do desenvolvimento humano: “mudança do crescimento defeituoso do PIB medido pelo dinheiro para economias mais limpas, verdes e sustentáveis”. Uma combinação sinérgica entre ética, integridade e participação dos stakeholders, supervisionada por uma GC efetiva e democrática pode aplainar o caminho para maior transparência e responsabilidade corporativas, mi-nimizando a instabilidade e riscos empresariais, e quem sabe, assegurando um mundo sem injustiça social e sem obsessão pelo lucro a qualquer preço (veja a Tabela 1).

alGuns teMas que refleteM a qualiDaDe Da Governança corporativa (Gc)

á Estrutura de propriedade e controle da empresa (exemplo: cada ação um voto).

á Código de ética efetivo.

á Nível de disclosure das informações.

á Existência de benefícios privados advindos do controle.

á Qualidade e independência da auditoria.

á Existência de conselhos fiscais e comitês.

á Composição do conselho de administração (qualificação e participação).

á Política de remuneração e de avaliação de desempenho dos conselheiros e diretores.

á Existência de investidor institucional ativista.

á Equidade e nível de proteção dos minoritários.

á Nível de desenvolvimento do mercado financeiro.

Tabela 1

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A escolha dos

INDICADORES DE DESEMPENHO de projetos

Ministrando aula na pós-graduação em Gestão Estratégi-ca de Projetos, lancei a seguinte pergunta aos estudantes: “Como vocês já notaram, as empresas estão trabalhando cada vez mais utilizando o conceito de projetos. Por quê?” As respostas foram as mais diversas: desde “por modis-mo”, passando por “padrão de mercado, como PMI”, e chegando em “abordagem científica”.O fato é que as empresas perceberam que trabalhar por projeto é algo extremamente pragmático, ou seja, todo projeto tem um ou vários entregáveis (delivery), é um empreendimento temporário (finito em termos de prazos), envolve recursos (materiais, logísticos, humanos, entre outros) e, por isso, exige orçamento prévio e gestão financeira dos investimentos realizados.Assim, em um determinado espaço de tempo, um produto ou serviço é gerado dentro de um orçamento definido, ou seja, é muito melhor do que aquilo que se fazia an-tigamente, com execução de planos infindáveis, com desembolsos que cresciam a cada nova etapa e com resultados discutíveis na análise do custo-benefício.

Armando Terribili Filho afirma neste artigo que a utilização de indicadores no gerenciamento de projetos é indispensável para o efetivo acompanhamento e tomada de decisões, e conta quais os tipos de indicadores importantes, que precisam ser vistos recorrentemente.

O conceito de projetos trouxe a reboque, novas metodo-logias, o estabelecimento de padrões de mercado com base em best practices (PMBOK – Project Management Body of Knowledge, do PMI), capacitação de profissio-nais e abordagens mais abrangentes nas organizações, envolvendo estrutura organizacional projetizada, gestão de riscos e gestão da comunicação. Evidentemente, todo projeto deve estar alinhado ao contexto estratégico da empresa ou, melhor dizendo, o conjunto de projetos pode ser considerado como a “tática” para atingimento dos objetivos organizacionais.Se, por um lado, hoje temos no País um cenário de amadu-recimento da área de projetos, evidenciado pelo intenso crescimento dos cursos de pós-graduação na área, de publicações recentes, das certificações etc., por outro, nota-se que há lacunas que exigem ação imediata dos administradores e gerentes de projetos, com destaque para os indicadores de desempenho dos mesmos.É evidente que antes de se iniciar um projeto se faz necessária uma avaliação de custo-benefício, a fim de

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tomar a decisão do go ou no-go. Este conceito já está amplamente disseminado no mercado e a grande maioria das empresas o realiza com métodos criteriosos e especí-ficos. O que se discute é quanto ao acompanhamento do projeto durante sua existência ou ao seu final. Quando se efetua uma avaliação do projeto durante seu ciclo de vida por meio de indicadores (isto não elimina as revisões de qualidade) é possível tomar decisões para mudar o rumo do projeto ou mesmo para paralisá-lo, pois os indicadores mostram a situação atual e indicam tendências.Na área de projetos, entre os indicadores, fala-se muito em CPI (Cost Performance Index) e SPI (Schedule Perfor-mance Index), que respectivamente representam: o índice de desempenho de custos em um projeto e o índice de desempenho de cronograma no projeto, com base na execução de atividades e custos planejados/incorridos. Entretanto, poucas empresas fazem uso destes indicado-res ou de outros criados internamente por elas, impossi-bilitando uma avaliação dos progressos em curso.Há, no entanto, quatro tipos de indicadores de projeto importantes que precisam ser vistos recorrentemente: de impacto, de efetividade, de desempenho e operacionais todos muito bem definidos pelo professor e sociólogo Do-mingos Armani. Os de impacto medem o objetivo geral do projeto com resultados em longo prazo e sua contribuição para a organização; os indicadores de efetividade medem os resultados dos objetivos propostos em um determina-do período de tempo; já os de desempenho evidenciam

se os resultados planejados foram alcançados — cita-se ROI (Return of Investment), o CPI e o SPI obtidos ao final do projeto. Os indicadores operacionais devem funcionar como ferramentas de monitoração dos projetos em seu dia a dia, sobretudo quanto ao orçamento e cronograma — o CPI e o SPI se encaixam também neste item.Se um indicador é uma medição e se é possível estabe-lecer um padrão (valor esperado) para cada indicador, então as variações determinam que algo está fora das condições de normalidade, exigindo do gerente de pro-jetos avaliação da variação, análise dos agressores que causam as variações e elaboração/execução de planos de ação para ajuste da rota. Por exemplo: o CPI e o SPI têm como padrão de normalidade o número 1,0. Qualquer variação para cima indica que o projeto está melhor que o planejado em termos de custos (CPI) ou em termos de prazos (SPI); porém, se abaixo de 1,0 indicam situação adversa em uma ou em ambas as dimensões citadas.A utilização de indicadores de desempenho no gerencia-mento de projetos é, na atualidade, indispensável para o efetivo acompanhamento e tomada de decisões. A não-utilização seria o mesmo que monitorar a febre de uma pessoa sem utilizar um termômetro, usando apenas o contato físico ou a aparência da pessoa para efetuar a avaliação. Naturalmente que pode funcionar mesmo com baixo nível de precisão, mas, também, pode falhar, com impacto gravíssimo.Em projetos, a situação é a mesma, os indicadores são fotografias instantâneas dos projetos, mas que indicam tendências. Utilize os indicadores que considere como os mais adequados: aqueles que foram criados na própria empresa, ou os usuais do mercado, lembrando-se que gerenciar projetos deixou, há muito, de ser algo intuiti-vo, pois exige do gerente, a aplicação de metodologias, gestão do conhecimento e profissionalismo.

Armando Terribili Filho é diretor de Projetos na Unisys Brasil, doutor em Educação pela UNESP, mestre em Administração de Empresas pela FECAP, e docente em cursos de graduação e pós-graduação na FAAP.

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A FAAP Pós-Graduação entrelaça temas sobre gestão, tecnologia, comunicação, criatividade, inovação, marketing, empreendedorismo, pessoas, sustentabilidade, entre outros, conectando os participantes a novas ideias e debates, proferidos por reconhecidos profissionais que fazem a diferença no mundo corporativo. Nesse compromisso, organizou 22 eventos no mês de maio, realizados em seus campi Centro de Excelência/SP, SJC e RP.Tendo em vista a necessidade crescente de aperfeiçoa-mento e capacitação na era do conhecimento, a FAAP oferece o projeto pense MelHor, que consiste de uma série de atividades desenvolvidas por especialistas da Instituição, cursos abertos com o objetivo de auxiliar na formação de habilidades e competências de seu público-alvo, em programas com quatro horas de dura-ção, baseados em livros sobre temas ligados ao mundo corporativo e à vida profissional. Somando-se à aquisi-ção de conhecimento, desenvolvimento de habilidades e competências, o participante tem a oportunidade de incrementar sua rede de relacionamentos; recebe o cer-tificado de participação, e também o livro relacionado a cada tema. Confira os 8 cursos que aconteceram no mês

de maio (saiba mais sobre o projeto PENSE MELHOR em: http://pos.faap.br/pensemelhor):eMpreenDer É a solução, com Victor Mirshawka, diretor-cultural da FAAP. O objetivo principal deste curso é promover o espírito empreendedor nas corporações, a fim de estimular os colaboradores a se transformarem em empreendedores de oportunidades e inovações. (5/5 – SJC e 6/5 – SP) pense MelHor, com Celi Langhi, docente da FAAP. O curso trata do como pensar mais eficazmente e mais produtivamente; aborda critérios para o desenvolvimento de competência e habilidades do pensamento produtivo para favorecer a criatividade, a inovação e a resolução de problemas nas organizações; demonstra também como incorporar e aplicar as etapas do pensamento produtivo nas organizações, em conformidade com a diversidade cultural, globalização e processos de mudança. (11/5 – SP, 18/5 – SJC e 25/5 – RP)seDuziDo pelo sucesso, com Laerte José Tadeu Temple, docente da FAAP. Este curso identifica as nove armadilhas que surgem com o sucesso e indica como evitá-las, conta que o sucesso é decorrência do exce-

Compromisso com a

CONStRuçãO DO CONHECIMENtOPor Márcia Dias

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0O prof. Victor Mirshawka, diretor-cultural da FAAP apresentando a palestrante Dulce Magalhães.

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lente trabalho de uma equipe, mas recomenda que todo cuidado é pouco. (13/5 – SP e 29/5 – RP)atituDe YES!, com Humberto Massareto, docente da FAAP. Neste curso exercita-se as diversas formas de en-contrar, construir e manter uma atitude verdadeiramente positiva e proativa nas dimensões pessoal e profissional para uma vida de sucesso. Atitude Yes! é o poder de assumir que tudo o que você diz e faz começa com um sim, mesmo quanto for um não. (14/5 – SP)a era Da velociDaDe, com Victor Mirshawka Junior, diretor da FAAP Pós-Graduação. A velocidade é um desejo e uma necessidade de todos. Neste curso o participante aprende a utilizar a velocidade do mundo moderno como aliada no processo de gestão estratégica de sua carreira. Afinal, ninguém quer desperdiçar o seu bem mais valioso: o próprio tempo. (21/5 – RP, 28/5 – SJC)coMpetÊncias e talentos, com Claudio Queiroz, docente da FAAP. O programa apresenta as competên-cias exigidas pelo mercado em que cada indivíduo se encontra, pessoal e profissionalmente, já que para as organizações, conscientes do impacto que a falta de capital humano exerce na sustentação de sua vantagem competitiva, ter colaboradores competentes é ter aliados no alcance dos resultados. (22/5 – SJC)inteliGÊncia eMocional para o GerenciaMento De proJetos, com Marcos Alberto de Oliveira, docente da FAAP. Este curso se propõe a demonstrar como o uso da inteligência emocional contribui para que o gerente de projetos exerça adequadamente suas habilidades inter-pessoais e com isso consiga obter mais dos membros de sua equipe, atingindo os resultados desejados em seus projetos. (26/5 – SJC, 29/5 – SP)

Além dos cursos do projeto, também oferecemos:

lavaGeM – evasão De Divisas. Uma palestra do curso de pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal, com o dr. Fernando A. Albino de Oliveira.

superDicas para falar BeM e ter uMa carreira De sucesso, com o re-nomado especialista no ensino de oratória no Brasil, Reinaldo Polito. A palestra teve como objetivo central elu-cidar as melhores técnicas de expressão verbal. Polito exaltou a importância de uma expressão natural, que conduza o receptor a entender que o emissor domina o assunto e confia no que fala. Os participantes receberam dicas sobre como conquistar o sucesso comunicando-se com eficiência, aprendendo a improvisar, a se comportar diante de reuniões de negó-cios, contatos sociais e se apresentar de forma adequada. Usar o humor, a criativi-dade, contar histórias e, claro, convencer o receptor, de acordo com o palestrante

Reinaldo Polito, são alguns dos artifícios para se falar bem diante de uma pessoa.Seguem as dez técnicas principais para ter sucesso na hora de falar em público:1ª) prepare-se para falar - Saiba o máximo sobre o assunto e planeje o seu discurso de modo que saiba falar mais do que o tempo previsto.2ª) seja natural - Respeite o seu estilo de comunica-ção e haja de maneira natural, até se cometer erros na apresentação.3ª) não confie na memória - Sempre leve um roteiro como apoio e use sempre que necessário. Tente não decorar o texto.4ª) use uma linguagem correta - Evite erros grosseiros (“menas”, “fazem tantos anos”, “a nível de”).5ª) saiba quem são os ouvintes - Ajuste-se ao nível intelectual e às características do seu público.6ª) tenha começo, meio e fim - Anuncie o assunto e conte sobre o que vai falar, assim, a plateia acompanhará melhor o seu raciocínio.7ª) tenha uma postura correta - Faça movimentos que chamem a atenção para algum assunto mais importante ou para reconquistar a plateia e nunca se sente à mesa ou fique com o semblante inexpressivo.8ª) seja bem humorado - Prenda a atenção da plateia para a apresentação se tornar mais leve, mas não abuse das gracinhas para não perder a credibilidade.9ª) use recursos audiovisuais - Pessoas se lembram mais das palestras com recursos audiovisuais do que apenas aquelas apenas verbais.10ª) fale com emoção - Use o entusiasmo. A emoção envolve a plateia no assunto a ser tratado.ninGuÉM É eMpreenDeDor sozinHo – o novo homo habilis. Uma palestra que trata dos desafios do empreender, das características principais dos profis-sionais mais procurados pelas empresas e como agir de forma empreendedora na condução da carreira em busca do sucesso, com Luiz Almeida Marins Filho.

Um aspecto dos participantes, ouvindo atentamente o expositor Luiz Marins.

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O LÍDER DIAMANTE – O sétimo sentido, com Marco Aurélio Ferrei-ra Viana, um dos mais importantes pensadores da administração do País. Apresenta a essência do pensamento de grandes líderes brasileiros, proporcionando aos par-ticipantes uma profunda reflexão. A ARTE DE GERENCIAR SEU TEM-PO E APROVEITAR A VIDA, com Dulce Magalhães. Ao contrário do que se imagina, o tempo não é uma lei física. Mas, sim, uma construção cultural e está intimamente ligado à forma de organizar a vida. É preciso criar técnicas e modos de tirar o melhor proveito dele, para viver me-lhor e crescer, tanto pessoal como profissionalmente. Esta palestrare-alizada no dia 13 de maio de 2009 trouxe ensinamentos para se obter sucesso nas várias facetas do dia a dia: na organização familiar, na maneira de distribuir as atividades e até na administração do próprio tempo de lazer, de estudo ou de trabalho. Recomendou a palestrante: “É preciso criar técnicas e modos para extrair o melhor do tempo”, e essa é uma decisão individual, “exige uma postura que leva o indiví-

duo a crescer em todos os sentidos e ter qualidade de vida pessoal e profissional.Essas dicas podem trazer a oportunidade de desfragmen-tação do ser e do ter. Portanto, duvide, faça perguntas, aprenda, ensine, divirta-se, mude e ouse. Organize-se, administre seu tempo, seja dono dele, aproveite e tenha uma vida melhor.”

Os participantes entregando as suas doações.Luiz Almeida Marins Filho fala sobre as características do homo habilis.

O prof. Victor Mirshawka, diretor-cultural da FAAP, a gestora do campus de Ribeirão Preto, Maria Izabel Barretto e o renomado palestrante Marco Aurélio Ferreira Viana.

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Acesse o site e conheça a programação do Núcleo de Eventos da FAAP Pós-Graduação: www.faap.br/pos

Para saber mais sobre o programa Pense Melhor, acesse: pos.faap.br/pensemelhor. A palestrante Dulce Magalhães explicou em detalhes o que está no seu

livro Superdicas para Administrar o Tempo e Aproveitar melhor a Vida.

venDas e neGociação – a magia dos grandes negociadores, com Carlos Alberto Julio, presidente da Tecnisa. O palestrante oferece uma receita prática usada pelos bons negociadores para gerar credibilidade, contornar objeções e tratar clientes diferentes e formas diferentes. encontro coM a coorDenação Dos cursos De pós-GraDuação eM aDMinistração De Marke-tinG, Gestão De MarketinG De serviços e Ges-tão eM venDas e neGociação – O Encontro é uma oportunidade para conhecer o conteúdo, o perfil do corpo docente e como os programas poderão contribuir para o desenvolvimento profissional e pessoal do interessado; apresenta também a infraestrutura física e tecnológica e os serviços disponibilizados aos alunos FAAP. seMinÁrio De MarketinG. Temas: Gestão Estratégica da Embalagem, com Fábio Mestriner; O Comportamento do Consumidor e as Novas Tendências, com Marco Aurélio Morsch; Comunicação Integrada de Marketing e as Novas Mídias, com Edson Crescitelli; e Marketing Olho no Olho, com Richard Vinic.

Participantes do evento A Arte de Gerenciar seu Tempo e Aproveitar a Vida.

“ É preciso criar técnicas e modos para extrair o melhor do tempo”

Livro de Dulce Magalhães que foram sorteados para os participantes.

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No dia 1º de abril de 2009 teve início o curso de Ex-tensão para a Formação de Executivos na Infoglobo. Após alguns meses de negociação e concorrência com outras Instituições, a FAAP foi a escolhida para desen-volver e aplicar este programa in-company, customizado para atender as necessidades dos participantes e os objetivos estratégicos da empresa.“Ficamos extremamente satisfeitos pela nossa proposta seja a escolhida para atender a Infoglobo neste interes-sante desafio de formar executivos que possam atender às demandas atuais deste segmento de mercado que enfrenta sensíveis transformações”, comentou Richard Vinic, coordenador responsável pelo curso.As aulas acontecem todas as segundas-feiras pela manhã, na sede da Infoglobo em São Paulo, reunindo 30 profis-sionais de diferentes áreas da empresa - da redação, área comercial à área de logística.Com o objetivo de envolver os alunos na atmosfera da FAAP, uma aula por mês, realizada aos sábados, acontece no Centro de Excelência, campus localizado no charmoso Bairro de Higienópolis.

Um PoUco dE HIstórIaFundado em 1925, o jornal O Globo assumiu a liderança de audiência e publicidade no Rio de Janeiro, na década de 1980. A partir de 1990, teve início a formulação da estratégia de expansão da empresa, baseada em quatro pilares: temático, com o lançamento de novos produtos para diferentes segmentos; geográfico, com a compra do Diário de São Paulo e a atuação em uma praça fora do Rio de Janeiro; digital, com o lançamento do Globo Online e, posteriormente, do Extra Online, além de várias iniciativas atuais; e participações, através das sociedades com a Folha de S.Paulo no Valor Econômico e com o Estado de S.Paulo no Planeta Imóvel, que em 2007 veio a se tornar o ZAP. Outro marco importante foi a inauguração no novo Parque Gráfico em 2008, aumentando significa-tivamente a nossa capacidade de produção.A grande transformação pela qual a Infoglobo passou nos últimos 13 anos foi a migração de uma empresa monoproduto para uma organização que hoje possui um portfólio de produtos, com impactos significativos em nosso desenho organizacional, modelo de produção e

FAAP E InFogloboPreparando executivos para um novo cenárioPor Richard Vinic, professor e coordenador dos cursos de pós-graduação em Administração de Marketing, Gestão de Marketing de Serviços e Marketing e Vendas da FAAP.

O prof. Richard Vinic na aula de abertura do curso para os funcionários do Infoglobo.06

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distribuição de conteúdo, necessidade de conhecimento de diferentes mercados, estratégias de marketing e forma de capacitação das equipes, entre diversas outras mu-danças. Atualmente, o desafio está em aprofundar nosso conhecimento e habilidades no mundo digital, a fim de monetizarmos cada vez mais essa operação, além de mantermos o crescimento e a rentabilidade dos produtos impressos, diz Sergio Abdon, gerente geral de consultoria de RH do Infoglobo.

os dEsaFIos Para o ExEcUtIvo dEstE sEGmEntoO atual cenário dos veículos de comunicação, mais especificamente os jornais não é muito animador. Um grande desafio espera os profissionais deste segmento. Segundo Sérgio Abdon, o segmento vem passando por profundas transformações, com o desafio de consolidar a audiência do mundo digital e, principalmente, monetizá-la. E isso sem desperdiçar todas as oportunidades do modelo impresso, de onde ainda vem a esmagadora maioria dos nossos resultados. Com a crise mundial, o cenário se acentuou, tornando as mudanças mais ur-gentes. “Quando falamos de negócios em plataformas tecnológicas diferentes, o assunto é bem mais amplo do que tecnologia, e os verdadeiros desafios estão relacio-nados às dificuldades de se encararem as mudanças de forma positiva e à imperativa necessidade de se ampliar o conhecimento sobre os consumidores de informação”, analisa o executivo.

a EscolHa PEla FaaP E as ExPEctatIvasSérgio Abdon conta que a escolha pela FAAP considerou aspectos acadêmicos e a flexibilidade na customização do conteúdo e condução do curso: “Conversamos com algumas instituições em São Paulo, em busca de uma que falasse a língua do mercado corporativo, com qualidade de ensino, flexibilidade para adequação do conteúdo e um preço dentro da nossa realidade orçamentária. Valoriza-mos muito também, nas primeiras impressões, facilidade de relacionamento e capacidade de acompanhamento do curso, a fim de que eventuais problemas ao longo do

A FAAP foi a escolhida para desenvolver e aplicar este programa in-company, customizado para atender as necessidades dos participantes e os objetivos estratégicos da empresa

programa sejam rapidamente solucionados. Dentro desse quadro, a FAAP despontou como a solução adequada.”Para Adriana Teixeira, editora executiva, diante de um mercado cada vez mais competitivo, a capacitação de profissionais torna-se imprescindível em qualquer segmento. Elaborado especialmente para o público da Infoglobo, o curso Formação de Executivos Infoglobo é uma valiosa oportunidade de atualização para geren-tes, diretores e editores da empresa. A composição de assuntos - marketing e serviços, liderança, relações de trabalho, comportamento do consumidor, estratégias competitivas e finanças - visa informar o profissional sobre as novas estratégias de gestão no meio corpora-tivo. O curso leva para a sala de aula o comportamento do consumidor e mostra como isso influencia o dia a dia das empresas. Também enfoca a prestação de serviços e detalha a importância da excelência no relacionamento com o cliente. E essa é apenas uma parte importante do treinamento ministrado pela FAAP. Há uma grande expectativa também em relação às aulas que vão tratar, principalmente de temas como liderança e relações no ambiente de trabalho, fundamentais na condução das equipes e, consequentemente, para o desempenho da empresa, analisa a executiva.

Profissionais do Infoglobo refletindo sobre os conceitos apresentados.

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Segundo Lucrécio Brasil, coordenador de Tecnologia, no ambiente em constante mudança que vivemos hoje, é insuficiente tentarmos nos preparar para um cenário conhecido. Precisamos, pela observação e análise das ex-periências vividas, aumentar nosso repertório de soluções nos capacitando para os desafios e oportunidades que se apresentam diferentes a todo o momento. Além disso, não estamos sozinhos. Cada vez mais, somos chamados a integrar equipes com diferentes perfis e experiências, muitas vezes abrangendo várias áreas da empresa.Espero do curso a oportunidade para a troca de experi-ências, para conhecer as teorias e as ferramentas usadas no dia a dia das empresas para inovar, dialogar com os clientes, construir a marca, formar equipes e lideranças e garantir o sucesso das iniciativas do negócio.Neste momento, a empresa exercita a parceria com seus colaboradores, criando um ambiente de troca, zelando pela diversidade das experiências e aumentando a visibilidade do capital humano dentro da própria empresa. Existe a preocupação de adequar o conteúdo às demandas dos participantes da empresa, mas também é reconhecida a importância de uma visão nova, de mercado, oferecida pe-

los professores do curso, agregando um componente novo, externo e provocativo às discussões. Esta iniciativa aponta o caminho do sucesso percebido pela empresa onde é preciso crescer individualmente e como coletividade.Abdon espera que os funcionários sejam estimulados pelos professores a refletir sobre o negócio Infoglobo e sobre a melhor forma de contribuir para a superação dos atuais desafios. “Esperamos que a saudável convivência entre o mundo acadêmico e a realidade corporativa pos-sa gerar novas soluções, e estimular o grupo a estudar, perguntar e ter sede de conhecimento. Ao final do pro-grama, a turma terá que apresentar projetos aplicativos, com o objetivo de aprimorar nossos processos, serviços e produtos. Assim, garantimos maior tangibilização dos benefícios esperados”. Diante de todo este contexto, Richard Vinic entende que o desafio da FAAP Pós-Graduação é dos mais inte-ressantes, contribuindo para um olhar diferenciado que permita ajudar a empresa na construção de um futuro que possa atender as demandas de um consumidor que hoje também comunica, onde cada pessoa é, ao mesmo tempo, alvo, arco e também flecha!

Alunos envolvidos com a aula de comportamento do consumidor e varejo.

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Em 18 de março de 2009, iniciei o curso de pós-gradu-ação em Gestão de Processos Lean, no campus de São José dos Campos. Você deve estar se perguntando: o que há de interessante neste assunto? E aí?Está é a minha segunda pós-graduação na mesma Insti-tuição. Conclui em 2005 o curso de pós-graduação em Administração de Empresas. Durante este período avaliei outros cursos e locais, e o que temos aqui está acima dos padrões observados. O prédio, as instalações, o conjunto arquitetônico, nível do corpo docente, conteúdo progra-mático, preocupação com a melhoria contínua etc., ou seja, excelência no ensino. Também, são 62 anos de experiência na formação de profissionais. Trabalho há 23 anos em uma empresa de grande porte, cuja preocupação com a qualidade e o cliente é foco principal. Acredito que isto esteja no meu “sangue”. Com-partilho que aproveitei bastante no meu local de trabalho, o aprendizado dos cursos realizados na FAAP.Outro ponto a ressaltar é o círculo de amizade entre alunos e o corpo docente. A troca de experiências é constante, trazemos das empresas e de nossa formação vários modelos, filosofias e metodologias, e nossos mes-tres passam seus conhecimentos e nos ajudam a aplicar e/ou enxergar oportunidades no nosso dia a dia.Fiquei muito contente em poder dividir com meus colegas opiniões sobre nossa escola e praticarmos o ato de elogiar pessoas. Afinal, a FAAP é composta por gente comprome-tida e que trabalha muito para proporcionar aos alunos o conhecimento e seu crescimento constante.Quem sabe, após concluir o curso Gestão de Processos

Por Eduardo H. Berdugo, aluno do curso pós-graduação em Gestão de Processos Lean

“O BOM FILHO À CASA TORNA”

Lean em 2010, eu retorne à FAAP para outros cursos. Afinal, “o bom filho à casa torna“.

Parabéns FAAP!

Eduardo H. Berdugo, um profissional feliz com o que tem aprendido na FAAP.

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FAAP amplia projeto de realização de eventos com ingresso revertido a causas sociaisPor Andrea Sendulsky, coordenadora de Comunicação da FAAP

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Reinaldo Polito apresentando as suas dicas sobre a comunicação eficaz aos participantes.

durante todo o ano de 2008, a sede da FAAP em Ri-beirão Preto realizou 30 eventos abertos ao público, cujo ingresso era em benefício de organizações não-governamentais (onGs) e entidades da região. Pela proposta, os participantes deveriam doar R$ 10,00, ou dois quilos de alimentos não perecíveis ou, ainda, uma lata de leite em pó.espelhando-se no sucesso desta ação, que arrecadou 3 toneladas de alimentos e mais de R$ 7 mil, a FAAP re-solveu ampliar o projeto, estendendo-o para as unidades de São José dos Campos e de São Paulo.na entrada de cada palestra, representantes de diferen-tes entidades ficam responsáveis pelas arrecadações, que são transportadas no mesmo dia para seu destino. dessa forma, imprime-se maior transparência às doações, pois os participantes têm a oportunidade de conhecer as onG’s que estão ajudando.

em 28 de abril de 2009, a pós-graduação da FAAP de São Paulo realizou a palestra O Líder Diamante, com Marco Aurélio Vianna, um dos mais importantes pensadores da administração do País, que apresentou reflexões sobre a essência e as tendências da liderança através de lições de sucesso de grandes empresários, empreendedores e líderes brasileiros. 220 pessoas estiveram presentes e foram responsáveis pela doação de 208 quilos de ali-mentos e quantias em dinheiro suficientes para a compra de quase meia tonelada de não perecíveis. A entidade beneficiada foi o Centro de Apoio à Criança Carente com Câncer Cândida Bermejo Camargo, que cuida não só das crianças, mas também de seus acompanhantes.A FAAP de São José dos Campos iniciou a série de eventos com ingressos revertidos para causas sociais com duas palestras que receberam mais de 250 pessoas. A primeira delas, em 23 de abril de 2009, com o tema Superdicas para Falar Bem e Ter uma Carreira de Sucesso, de Reinaldo Polito, arrecadou 162 quilos de alimentos para a ABAP (Associação Beneficente de Ajuda ao Próximo). no dia seguinte, 24 de abril, o Encontro com Ex-Prefeitos e o Atual

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Arrecadação e representantes da beneficiada.

Prefeito de São José dos Campos auxiliou o Fundo Social de Solidariedade de São José dos Campos, entregando 54 latas de leite em pó.Já na sede de Ribeirão Preto, em 15 de abril de 2009 aconte-ceu a palestra O Patinho Feio Vai Trabalhar, com a psicóloga e professora Maria elisa Moreira Costa, que relacionou gran-des clássicos infantis a assuntos empresariais. A entidade beneficiada foi a APAe, que recebeu 283 quilos de alimentos e valores equivalentes a 200 quilos de não perecíveis.

Reinaldo Polito, palestrante e Maria isabel Barretto, gestora do campus FAAP Ribeirão Preto.

Maria elisa Moreira Costa, tirando grandes conclusões das fábulas para a vida real..

Maria elisa M. Costa e representantes da APAe Ribeirão Preto que foi bene-ficiada com as doações dos que vieram para a sua palestra.

Participantes do evento Patinho Feio, aplaudindo em pé a professora Maria elisa M. Costa.

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A APAe recebeu 283 quilos de alimentos e valores equivalentes a 200 quilos de não perecíveis

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