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Gladson da Silva

Meu salário não chega ao fim do mês!

1 º Edição

Belo Horizonte

2017

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Biblioteca Nacional

Escritório de Direitos Autorais

Registro: 736.132

copyright 2017 – Todos os direitos reservados

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, autor de tudo, a quem devo agradecimentos até o dia da minha

partida, a minha família pelo apoio e a minha esposa, pessoa mais importante do mundo

nesta minha vida.

Ainda existem pessoas boas no mundo. A. G., é alguém que conheci e que nos mostra

que é possível ter fé no ser humano, alguém que conheci numa ONG em Belo Horizonte

e que me estendeu a mão em um momento que precisava, sem nunca me dever nada,

sem querer nada em troca; pelo simples prazer em fazê-lo. Minha surpresa foi ver que

fui apenas mais um de muitos que ela amparou. Que Deus lhe abençoe.

Agradeço também a todos do grupo Kroton, que de alguma forma me incentivaram, me

entenderam e me ajudaram nos momentos difíceis. A todos vocês, muito obrigado.

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Introdução

Minha esposa, Assistente Social, certa vez mencionou a dificuldade que as

famílias a quem ela atendia, em geral de baixa renda, tinham de controlar o orçamento

doméstico. Resolvemos repassar a experiência que temos para fazer nosso suado

dinheirinho chegar ao fim do mês e ajudar estas pessoas, aí nasceu o curso

Administração Financeira Doméstica, inicialmente ministrado em ONGs de bairro.

O que me foi surpresa foi perceber que a dificuldade de administração do

orçamento doméstico não era exclusividade de população de baixa renda, pessoas de

praticamente todas as classes sociais tem esta mesma dificuldade. Então percebi que

não é o quanto você ganha que mais importa, e sim o quanto você gasta.

Adaptei mais uma vez o curso e assim foi, até que surgisse esta obra que você

irá ler. Minhas lições são muito baseadas nos apertos que passeis; claro que a teoria é

importante, e aprendi muito nos vários cursos que fiz, mas sem dúvida, as experiências,

coisas pelas quais já passei, me fizeram capaz de desenvolver este trabalho e escrever.

Ouço várias pessoas reclamando da vida financeira: “o dinheiro não dá!”

Ocorre que, para consertá-la, é necessário que se mudem os hábitos, as atitudes, e que

se tenha disposição para fazer coisas que nunca foram feitas, inclusive algumas que

talvez fossem classificadas como vergonhosas ou até inaceitáveis. Aqui você terá várias

dicas do que fazer para fechar as contas do mês e sair do vermelho, porém, o que fazer

ou não dependerá de você. Costumo brincar em minhas apresentações e dizer que, o

que você estará disposto a fazer ou não, dependerá do seu grau de desespero. Há pessoas

que serão seletivas e aceitarão uma ou outra, não estão dispostas a fazer qualquer coisa,

outras, porém, vão fazer tudo o que está no livro ao pé da letra. E você, até onde está

disposto a ir para resolver de uma vez sua situação financeira?

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“Qual de vós, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço,

para ver se tem dinheiro suficiente para completa-la?

Lucas 14-28

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Sumário

1- Por que meu dinheiro foge? – Nossa relação com o dinheiro .....................15

1.1 Sim, é possível – Corra atrás dele! ......................................................20

1.2 Liberte-se do passado – Apague o backup da sua cabeça....................22

1.3 Esforce-se - Vamos à luta.....................................................................26

1.4 Mãos à obra – Se eu não fizer por mim, ninguém fará........................28

2- Fatores do desequilíbrio financeiro – O que acontece dentro da minha

mente.................................................................... ........................................31

2.1 Fatores psicológicos...............................................................................33

2.2 Fatores econômicos................................................................................41

3- Novos tempos e Redes Sociais.....................................................................45

3.1 Fatores sociais – Vivo em sociedade......................................................48

3.2 Necessidade de autoafirmação ..............................................................48

3.3 Ostentação – O importante é aparecer....................................................49

4- O que eu estou fazendo com meu dinheiro? ................................................51

4.1 Identificação...........................................................................................55

4.2 Aceitação - Tenho que aceitar e trabalhar, não chorar...........................57

5- Não se desespere! ........................................................................................59

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5.1 Chegou a hora de mudar de postura.....................................................62

5.2 Mudança de atitude............................................................... ...............62

5.3 Reveja seus hábitos............................................................... ...............63

6- Como aumentar o dinheiro que entra...........................................................65

6.1. Tem certeza de que isso é possível? .....................................................67

6.2. Dá para ter uma segunda renda? ...........................................................68

6.3 O que é um Freelancer - E como isto poderá lhe ajudar.......................69

7- Como diminuir as despesas - e por quê este capítulo e tão grande? ...........71

7.1. Começou................................................................................................73

7.2. Eu e o banco .........................................................................................74

7.3. Em casa..................................................................................................74

7.4. Na cozinha.............................................................................................75

7.5. No quarto...............................................................................................76

7.6. No banheiro...........................................................................................77

7.7. Na sala...................................................................................................77

7.8. Na área de serviço.................................................................................78

7.9. No transporte.........................................................................................79

7.10. Na garagem..........................................................................................79

7.11. No trabalho..........................................................................................81

7.12. Saúde - E se eu ficar dodói? ...............................................................82

7.13. No supermercado.................................................................................83

7.14. No quintal – Tenha uma hortinha........................................................85

8- Dívidas (e, principalmente, como se livrar delas) ...................................................87

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8.1 Cheque especial – Entrar é fácil, quero ver é sair! ................................92

8.2 Cartão de crédito – O risco....................................................................94

8.3 Empréstimos e financiamentos..............................................................95

9- Diversões – Refresco para o cérebro ......................................................................99

9.1. Existem opções gratuitas? ..................................................................102

9.2 Internet, sites de descontos e compras coletivas ..................................103

9.3. Eu posso tirar férias.............................................................................104

10- Antecipe-se ..........................................................................................................107

10.1 Lucro com compras fora de época...............................................................111

10.2 Dívidas ogramadas.......................................................................................111

11- E eu, que sou meu próprio patrão? ......................................................................113

12- Onde investir........................................................................................................117

12.1 Oba, sobrou um pouquinho! .............................................................119

12.2 CDB e Poupança.................................................................................120

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13- Controle de gastos ...............................................................................................121

13.1 O simples ...........................................................................................123

13.2 O complexo........................................................................................123

14- Prestação de serviços gratuitos............................................................................125

14.1 Entidades do terceiro setor.................................................................127

15- Conclusão.............................................................................................................129

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1- Por que meu

dinheiro foge?

Nossa relação com

o dinheiro

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Ah, o dinheiro! Eterna relação de amor e ódio (quem tem ama; quem não tem

odeia o fato de não ter.).

Acredito que nove em cada dez pessoas devem têm o sonho de ter dinheiro, ou

de ter mais dinheiro do que tem; ser rico; ganhar na Mega Sena; achar um baú de

tesouro... O dinheiro está embutido em quase tudo. Sempre que escuto esta frase “Ser

rico é bom demais, né? ”, minha resposta é automática: “Não sei. Eu não sou. Deve ser,

porque nunca vi ninguém que é reclamando...”

Começo dizendo isso para você, amigo leitor, para que saiba o que irá encontrar

nas próximas páginas deste livro: Possibilidades para consertar sua vida financeira.

Porque eu, o autor, não sou rico, tenho provavelmente condições muito parecidas com

a sua, e é sempre por esta razão eu digo que é possível viver com pouco dinheiro (e

viver bem), desde que você saiba como e com o que gastar. Digo isto porque você leitor,

vive nesse mundo em que é quase impossível sobreviver sem dinheiro.

Antigamente, as trocas (chamadas de escambos) eram muito comuns e

frequentes, mas hoje, sem chance. Precisamos de dinheiro para (quase) tudo na vida.

Não seria demagogo aqui de dizer o contrário.

Creio que você tenha sonhos, coisas que deseja adquirir, viagens...e acho difícil

conseguir realizá-los sem desprender de significativas quantias. E mesmo que você não

tenha sonhos (duvido!), com certeza você tem responsabilidades, e precisa honrar com

seus compromissos mês a mês, a menos que você consiga chegar até o balcão de

atendimento de sua concessionária de energia elétrica e dizer “troco duas galinhas e um

celular antigo pela conta de luz desse mês...” (se conseguir e der certo, me ensine).

Fato é que passamos a vida correndo atrás dessas notinhas, o problema é quando

elas correm mais rápido. Devemos aqui estabelecer uma relação de, até onde, nesta

corrida pelo ouro, estou disposto a ir e também se ela é saudável e, principalmente, do

que estou abrindo mão para vencê-la (família, ver o crescimento dos filhos...), então é

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necessário estabelecer se sua meta é ter uma vida controlada, ter dinheiro sobrando para

fazer a sua felicidade e a da sua família, poder planejar suas viagens, trocar de carro,

comprar casa ou trocar os móveis, ou, quem sabe, aumentar a família.

No entanto, a intenção deste livro é fazer com que seu suado dinheiro chegue

ao fim do mês, que você saiba lidar com suas contas e que no fim do mês sobre (Amém!)

Dinheiro na sua conta. Não estou aqui vendendo a ilusão de que ficará milionário e

nunca mais trabalhará na vida. Ao contrário, aqui estou lhe incentivando a trabalhar e

a gastar com inteligência seu santo dinheirinho...

Dito isto, vamos lá. Durante todo o mês, você tem “n” responsabilidades - não

vou lista-las aqui, porque, se fizer isto, há uma possiblidade muito grande de você

desistir de continuar a ler o livro (não faça isso, coragem!) -A questão é que você tem

que entender que é possível organizar bem suas finanças e, salvo algumas possíveis

exceções (um momento de descontrole extremo, ou um imprevisto grave, como um

acidente por exemplo), e viver bem durante todo o mês e todo o ano.

A teoria é sempre diferente da prática. Por esta razão, durante todo o livro darei

exemplos de coisas que aconteceram comigo, primeiro porque teoria pouco vale sem

prática, segundo para que você veja que não sou diferente de você. Vamos ao primeiro

exemplo: Assim que terminei meu curso técnico de administração de empresas - o que

hoje é o segundo grau, ou ensino médio (poxa, estou ficando velho!) - Pensei logo na

faculdade e, visando não ter gastos com mensalidades, porque venho de uma família

simples que não tinha condições de me ajudar, tentei entrar em uma universidade

pública. Por dois anos, estudei, fiz vestibular e não consegui ingressar. Então, comecei

a pensar nas opções que tinha (Planejamento): tentar de novo, ou partir para as

faculdades privadas. Escolhendo a segunda opção, tinha que manter em mente que, de

forma bem simpática e educada, a faculdade me mandaria uma cartinha todo o mês com

um código de barras, a qual eu deveria levar ao banco ou à casa lotérica... logo,

precisava de recursos financeiros. Em seguida, comecei a me preparar para esta opção.

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Após planejar, a segunda coisa de que precisei foi Atitude. Juntei grana por

alguns meses e, para não ter riscos, deixando apenas na caderneta de poupança (o que

mais tarde entendi que não era um bom investimento), comprei também um carro

seminovo, porque percebi que os novos se desvalorizam rapidamente (explicarei o

porquê em um capítulo mais adiante). Quanto à faculdade, tentei dois vestibulares.

Passei no particular, e, na pública, mais uma vez, não. Bola para frente! Particular então.

Fiz minha matrícula e, como a vida é cheia de surpresas, logo no primeiro semestre veio

o desemprego e só consegui dar sequência ao curso graças à “gordura” que eu tinha

para queimar. Acreditem: atravessei, pela primeira vez, os portões da faculdade com

dinheiro no banco e um veículo seminovo - com três anos de uso - e saí (pasmem), pela

última vez, sem um tostão e de BICICLETA. Na verdade, lembro de que no meu último

semestre eu fui a pé; caminhava cerca de cinco quilômetros para ir e cinco para voltar,

porque não tinha sequer o dinheiro da condução.

Perceba, portanto, que foram necessários todos os meus recursos para dar

sequência ao curso. E aqui incluído todos os estágios remunerados que fiz, porque,

assim como boa parcela dos estudantes do ensino superior, eu tinha que trabalhar

durante o dia para poder estudar à noite. Apesar de tudo, consegui concluir a graduação

do curso de comunicação social, relações públicas (se está passando por esta situação,

não desanime, você também pode conseguir!) Este exemplo serve de referência para as

palavrinhas que citei. Mas agora quero lhe mostrar tudo o que aprendi, na prática, e

dividir com você, para que, assim como eu, você consiga vencer financeiramente.

Que fique claro, mas uma vez, que não estou prometendo que você viverá numa

ilha paradisíaca. A intenção é que você consiga melhorar sua relação com o dinheiro,

saber quanto entra e quanto sai, ver se dá para aumentar o que entra ou diminuir o que

sai, e viver bem com isso. Observe que o título do livro é “Meu salário não chega ao

fim do mês”. Se fosse um livro para lhe ensinar a ficar rico, o título do livro talvez fosse

“Meu salário não dá para virar milionário”.

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1.1 Sim, é possível – Corra atrás dele!

As vexes temos tendência a sermos pessoas negativistas, exceto quando

estamos acompanhando o jogo do nosso time: mesmo que ele esteja muito ruim,

pensamos, ainda assim, que ele ganhará de goleada. Quando o assunto é sobre as nossas

finanças, no entanto, na maioria das vezes olhamos apenas o lado ruim. Tenho que lhe

dizer, que, em partes, pensar de forma negativa nem sempre é culpa nossa. As

experiências ruins que temos na nossa vida fazem com que tenhamos propensão a

pensar assim. É normal, e não é exclusividade sua. Porém é necessário romper com

isso! Pensamentos positivos sempre fazem bem, sonhar faz bem e, óbvio, acreditar

também faz bem (pense, por exemplo, que é você quem está em campo jogando e que

sua vitória financeira é um gol de placa que você marcando). Então a primeira coisa

que irei lhe dizer é: acredite em você; controlar suas finanças é possível.

Tudo começa no cérebro, não na sua carteira. É necessário esforço para que

você consiga, e nosso cérebro aprende melhor quando mesclamos informações por esta

razão sempre darei a você, exemplos de situações que presenciei, e ainda passarei

atividades para você fazer: você fará anotações e rabiscos! Tenha em mente que aqui

você irá participar, e não somente ler. Farei de tudo para que você interaja da melhor

forma possível e que este livro tenha impacto na sua vida.

Não sou poeta e nem da área literária, mas montei um “poema” para elucidar a

sua relação com o dinheiro e o que faremos para tentar facilitar sua vida, o que lhe

ajudará a acreditar de uma vez por todas que sim, é possível:

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Você deve começar pela sua mente; e depois sua conta corrente

Saiba gastar com consciência, para depois não perder a paciência

Organizar as finanças é possível, desde que seu dinheiro não seja invisível

Eu posso e vou conseguir, para, no fim do mês, eu não chorar e sim sorrir

Dizem que é verdade, e realmente eu acredito

Se isso for verdade eu até dou um grito

O salário pode sobrar e não ficar todo mês apertado

Porque entra mês e sai mês sempre estou desesperado

Então digo a você, meu amigo leitor

Fé no papai do céu, fé no criador

Você que agora lê este livro no conforto de seu lar

Esta pindaíba que você passa, acredite, enfim vai acabar

Se você assumir que é possível ter pensamento positivo e foco, você terá uma

ingestão de ânimo e verá que isto conta muito e que energias positivas ajudam em tudo:

vida pessoal, vida familiar, vida profissional, afetiva, sempre! No caso de sua

administração financeira, não poderia ser diferente, seu foco aqui é melhorar a forma

como você administra suas finanças para não passar aquele sufoco no fim do mês.

Quando você disser “Não dá; ganho pouco! ” (Não que eu tenha bola de cristal, mas

posso apostar que em algum momento você já pensou isso), mesmo que você não

consiga mudar o que você ganha, mudar a sua cabeça já será uma grande vitória, porque

assim você terá ciência de que, se não pode mudar com o que você ganha, mudará com

o que você gasta. Falaremos disso em um capítulo um pouco a frente.

Assim como aconselho que você se liberte dos pensamentos negativos, cuidado

com as pessoas negativas. Há pessoas que têm uma aura (ou energia, chame como

quiser) tão carregada que, automaticamente, transferem aquilo para você! Cuidado com

isso e cuidado com o que ouvirá dos outros. É muito difícil conseguir sua estabilidade

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financeira, então as pessoas negativas não querem que você consiga, porque isso fará

com que elas tenham que admitir o seu sucesso (e, obviamente, o fracasso delas) e

ninguém quer admitir isso.

Aqui você deverá fazer um esforço sobre-humano para não ser influenciado por

pessoas assim. Não dê ouvidos a pessoas que afirmam para você que é impossível.

Quem define sua vida é você; quem controla seus gastos é você, e não os outros.

1.2 Liberte-se do passado - Apague o backup da sua mente

“Não dá! Já tentei. Não vou tentar de novo, porque em 1990 eu tentei fazer

isso...”. Meu querido, século passado! “Ah, mas no mês passado eu tentei fazer isso, no

ano passado eu tentei fazer aquilo. ”. Preste atenção nesta palavra: passado. Então,

mesmo que este seja seu primeiro pensamento, bola para frente. Ouço muito isso nos

lugares onde vou, e até mesmo aqueles que têm vergonha de chegar até mim, têm quase

escrito na testa: “ah, eu estou aqui ouvindo. Para ele pode até dar certo, mas na minha

vida não dará. ”. Se você já começar a ler este livro com esse pensamento de descrença,

meu amigo, você entendeu errado. Discipline sua mente, você consegue! Alguma vez,

lá no fundo, aquela voz já lhe perguntou por que fulano consegue e eu não? E aqui

estou me referindo a tudo: conseguem emagrecer, conseguem passar no vestibular,

conseguem ser aprovadas em um concurso público, e sim: conseguem organizar suas

finanças e não passar apertos... por que elas conseguem?

Elas descobriram como, e não é nada de extraordinário: simplesmente

entenderam que é preciso sair do comodismo, do lugar comum. Fazer algo diferente, e

não sempre a mesma coisa. E, além disso, é preciso se libertar de experiências negativas

do passado (aprenda com o erro e bola para frente), ter disciplina e força de vontade.

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Ponto. Funciona deste jeito. E não é porque seu vizinho, seu primo, seu tio, seu amigo

ou sua avó tentou e não conseguiu que você também não irá conseguir.

Vamos pontuar aqui que não posso investigar e descobrir todo seu histórico

financeiro, seu passado, quanto você ganha, sua vida pessoal e principalmente quanto

e com o que você, seu marido, sua mulher ou seus filhos gastam (mas se quiser uma

consultoria particular, podemos conversar). Portanto, se seu problema for uma dívida

impagável dentro de suas condições, ou falência empresarial, ou algo fora do comum,

realmente este livro pouco irá ajudá-lo (pouco, mas ainda assim irá ajudar). Porém, se

seu problema for má administração de suas finanças; seu dinheiro que não rende; o

cheque especial que você paga todo mês; as prestações atrasadas; as contas que você

sempre paga com juros; cartões de crédito; empréstimos e mais empréstimos e por aí

afora, eis aqui uma importante ferramenta para lhe auxiliar em seu projeto. Posso lhe

dizer que, para ainda há tempo de se ajeitar as coisas.

Este é o nosso foco aqui: a administração financeira da sua vida, do seu lar,

administrar seu salário ou sua fonte de renda (salário, pensão, aposentadoria, aluguel,

negócio próprio, ou seja, qual for sua fonte de renda mensal), e como controlá-la dentro

e fora de casa, como fazer com que chegue, enfim, ao fim do mês. Principalmente para

você que tem aquela sensação de que seu salário tem 30 dias, mas, às vezes, parece que

o mês tem 35, 40 ou até 45 dias, porque entra mês e sai mês e a situação é a mesma.

Como já havia lhe informado anteriormente, vou lhe passar, ao longo deste

livro, vários exercícios de fixação. Seu cérebro irá funcionar melhor com interação.

Você, alguma vez, já sentiu aquela sensação de que tentou, tentou, e não

conseguiu? Parece que “o universo conspirava contra você”, já sentiu isso? Sim? Que

ótimo! (Oi? Está doido autor?) Repito, sim, ótimo. Ela será muito será útil agora.

Como eu disse, experiências ensinam muito, inclusive aquelas ruins (na

verdade estas nos ensinam muito mais). Tudo pelo que você passou serviu de

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aprendizado. Agora você verá se aprendeu alguma coisa com seus erros. Abaixo, você

terá que preencher o quadro, de forma bem simples, para se livrar das coisas do passado

e, ao mesmo tempo, ver o que aprendeu com estas experiências negativas. Então, do

lado direito, você deverá escrever o que já tentou fazer para ter controle de gastos, mas

que não deu certo, e, do lado direito, você deverá escrever o que aprendeu com isso.

Darei o primeiro exemplo, para que fique mais fácil visualizar, em seguida você irá

complementar, utilize um caderninho, se preferir:

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O que tentei fazer Porque não deu certo

Controlar meus gastos por uma

Planilha do Excel.

Além de muito complicada, não tenho

paciência para preencher todo dia.

Juntar dinheiro no banco. Sempre que vejo que tenho dinheiro

sobrando, gasto com coisas

supérfluas.

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1.3 Esforce-se – Vamos a luta

Se seus pezinhos e suas mãozinhas não se moverem, dificilmente alguma teoria

será posta em prática na sua vida (viu como fixa mais falando no diminutivo...). Você

concorda comigo que é o seu cérebro que dá a ordem ao seu corpo para se mover para

lá e para cá? Então, exercite seu cérebro, coloque ele para trabalhar, saia do lugar

comum, mova-se! Esforce-se! Coloque na sua cabeça que agora e a hora da virada na

sua vida, chega de desculpas, é hora de mão na massa, ação!

Gostaria de compartilhar uma experiência que tive na adolescência e que lhe

ajudará a entender esta questão. Em 1997, quando eu tinha 17 anos, após alguns bicos,

consegui meu primeiro emprego formal - era um estágio do curso técnico de

Administração de Empresas que eu fazia.

Você consegue se lembrar de quando tinha 17 anos? O mundo de coisas que

passava na sua cabeça? O que fazer depois da maioridade: continuar estudando, ou não,

namorar; curtir a vida? Se não consegue se lembrar (está velho, hein?), tente imaginar:

adolescente- 17 anos! -, primeiro emprego, primeiros salários, tinha um mundo de

coisas que eu queria comprar e fazer! Comprar roupas, ir a festas, viajar, enfim...

Porém, determinei uma meta; quero comprar um carro! Aí você pensa:

“Ganhando salário de estagiário? E isto sem levar em conta que como venho de uma

família humilde uma parte do pouco dinheiro era usado para contribuir com as despesas

da casa.... Nunca vai dar. ”. Pois é, meu querido, mas mesmo assim, deu! Trabalhei por

um ano e meio sem sair de casa para ir a baladas com os amigos (repito, eu era

adolescente). Entreguei-me só ao trabalho e foquei no meu objetivo, andava a pé por 8

km por dia, e o dinheiro da passagem ao trabalho eu transformava no dinheiro da

passagem à escola, que era mais longe. Não comprava comida fora (mesmo ganhando

auxílio alimentação), levava minha famosa marmitinha (na época, era de metal que

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minha mãe fazia com todo carinho). Fiz isso durante um ano e meio e, em 1998, com

18 anos, e para a surpresa de todos, estacionei meu primeiro carro na garagem da minha

casa. Um veículo avaliado na época em torno de 12 salários mínimos, um opala 1979

(que saudade...).

Acho que não preciso lhe dizer que comprar um carro com um salário de

estagiário é uma tarefa quase impossível, mas eu consegui. Como? Foco e disciplina.

Disciplina é tudo! Tomemos um exemplo bem simples e comum: Quando você

se propõe a emagrecer (quem já fez provavelmente irá se identificar aqui), é necessária

uma reeducação alimentar, mudanças de hábito e intensificação da atividade física, não

é? Somente aí os resultados aparecem, e mesmo assim somente com o tempo. Então

aqui, não é diferente, serão necessárias reeducação financeira, mudanças de hábito de

consumo e intensificação de atividade econômica. Pare de dizer “Eu ganho pouco”,

planeje-se. Se ganha pouco, GASTE POUCO. Simples assim. Até porque, já disse

anteriormente, pessoas que ganham muito, por incrível que pareça, sofrem com os

mesmos problemas financeiros que você.

Certa vez, conheci uma pessoa com problemas financeiros e tinha rendimentos

mensais acima de R$15.000! “Ah não. Isso é mentira. Como é que alguém que ganha

tudo isso tem problemas financeiros? ” Amigo leitor, você acha que quem ganha isso

anda de carro popular ou seminovo? O cara financiou um carrão, pagando prestações

gigantescas, estilo de vida altíssimo, mas não se planejou e deu no que deu. Repito: o

problema nem sempre é o quanto entra. Na verdade, na maioria das vezes, é o quanto

sai. É muito comum, nos nossos dias, as pessoas viverem estilos de vida que não são

compatíveis com seus rendimentos apenas para mostrar à sociedade algo que não são e

que não possuem. Falaremos sobre isso em um capítulo mais adiante.

Outra questão que merece atenção: reconhecer onde erramos. Temos tendência

a não admitir nossos erros, e você, que está em dificuldades financeiras, é provável que,

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em algum momento, você errou, de forma grave ou não. Para isso que pedi para você

listar seus erros no capítulo anterior (se pulou a tabelinha, pode voltar lá!). Pode ter sido

um erro de planejamento ou de gestão. Então, tenha humildade e aprenda com seus

erros. É sempre mais fácil colocar a culpa no outro, na empresa, no comercio, no cliente,

no país, no presidente..., mas em nós mesmos, quase nunca. Só os fortes e vencedores

possuem essa característica! Que tal não passar pelos sufocos que você passa no fim do

mês? Primeiro admita que em algum momento você errou. Pronto. Acabou. Já admitiu,

agora, bola para frente.

O que você tem nas mãos são opções. Alegro-me em saber que, se você

comprou este livro, é porque já tomou a iniciativa da mudança. Parabéns! Agora é você

quem define o que irá pegar dentro dessas opções para sua vida. Eu lhe apresentarei

várias e várias maneiras de se economizar, fruto de minhas experiências, mas há

determinadas pessoas que se negarão, por status ou orgulho, e irão dizer “Não, nunca,

isso eu não faço! ”. Aqui é você que decide o que fazer ou não, até onde você está

disposto a ir para enfim equilibrar suas contas, e se terá que romper com o seu orgulho.

1.4 Mãos à obra – Se eu não fizer por mim, ninguém fará

Como a teoria é linda, não é mesmo?! Tudo se encaixa direitinho, tão certinho,

tão perfeitinho..., mas por que, ao transportarmos para o mundo real, este em que nós

vivemos, as coisas não funcionam com essa precisão? Se você se interessou pelo tema,

tenho certeza de que já visitou sites, fez pesquisas, leu sobre o assunto... E aí? Nada

mudou, e por quê? Porque é necessário esforço dessa mãozinha, que está segurando o

livro; desse cérebro, que está pensando; desses olhos que estão lendo (entendeu?). Eu

disse no início que estou lhe passando orientações que foram experimentadas na prática,

por mim. Não critico a teoria, de maneira alguma. Aprendi muita coisa com ela, são

conhecimentos que levarei para a vida inteira e que também serviram de base para este

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livro. Porém, o momento de transição da teoria para a prática requer muito cuidado e

atenção.

Não posso deixar de citar aqui que temos que fugir dos dois maiores inimigos

que você terá nessa caminhada: o desânimo e a frustação. O desânimo começa quando

você não quer sequer ler o livro: “Hoje, não, estou cansado; amanhã, não, tem jogo de

futebol na televisão; depois de amanhã, não posso; semana que vem, não sei; mês que

vem está longe; ah, depois a gente vê” (o “depois a gente vê” é o pior!).

Aqui você vai estabelecer uma meta, e a forma mais simples de formar esta

meta é pensar em algo que você quer e que, para consegui-la, você precise de dinheiro!

Pode ser um carro, uma moto, uma viagem, uma casa, ou simplesmente equilibrar suas

finanças, enfim... definiu? Agora, coloque uma foto disso em um local bem visível: no

seu trabalho ou na sua casa. Este e seu foco! Seu ponto de partida. Agora, diga para

você mesmo, se possível, em voz alta: “Eu consigo! Quem está no controle das minhas

finanças sou eu, então a atitude deve partir de mim e ponto! ” (Não se esqueça de

aumentar o volume do rádio...) fiz isto na minha vida quando defini que iria comprar

um apartamento e deu certo, acredite, o universo conspira a seu favor, quando você está

determinado de verdade a fazer algo (desde que seja algo de bom).

Agora chega de enrolação, e chega de pegar dinheiro emprestado, entrar no

cheque especial todo fim de mês (se, no seu caso, você pega no início do mês, pior

ainda!). Acabe com as desculpas e comece agora, hoje, neste momento!

Agora, adoro esta parte! Você terá que ter um bloquinho de anotações que será

seu companheiro na leitura, aquele que citei no capítulo anterior. Faça anotações,

lembretes, rabiscos, coisas que você lembrar e que achar que sejam úteis. Isto porque

ao reler o livro ou ao foliar procurando algo específico, suas anotações lhe darão um

direcionamento bem mais fácil. Lembre-se: sua vida financeira pode depender disso.

“Ah, mas eu vou ficar anotando tudo? Esse autor é meio doido” não, não sou. Seu

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cérebro irá assimilar melhor assim, acredite. Agora, aqui é você quem define. Não tenho

uma câmera na sua casa para ficar filmando e vendo se você está cumprindo com o

combinado ou não. Se pergunte apenas se você quer continuar passando o mesmo

sufoco para fechar as contas do mês, ou para e fazer anotações que possam lhe ser úteis

para vencer está batalha em sua vida.

Agora, se você é daqueles que gostam de colecionar e ter os livros na prateleira,

ótimo, sem problemas, pegue este bloquinho, que seja de fácil consulta, e que de

preferência fique próximo ao livro, assim você poderá consulta-lo sempre que for

preciso.

Nos próximos capítulos você irá começar a compreender a complexidade da

questão, os fatores internos e externos, resumindo é necessário entender como todo este

processo ocorre, o porquê do endividamento, o porquê da falta de controle e quais os

fatores que levam ao desequilíbrio. Só quando você fizer este diagnóstico, estará

preparado para agir.

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2- Fatores do

desequilíbrio

financeiro – O que

acontece dentro da

minha mente

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Existem vários fatores que podem causar um desequilíbrio financeiro e, nem

sempre, é um fator apenas, por isso a importância de se detectar. Não importa se você

chegou ao fundo do poço, ou se começou a passar aperto agora, alguma razão existe

para isso (e solução também).

Por mais que possa parecer estranho, nem sempre as causas do desequilíbrio

financeiro estão somente no lado econômico. E mesmo que você se identifique apenas

pelo lado econômico, atente também para os outros fatores.

Para identificarmos de forma bem simples, listei alguns dos que considero

principais, para que você entenda que se trata de uma questão complexa e que merece

toda a sua atenção. Muitas pessoas se identificam bem mais com esta parte do livro, e

de cara já descobrem onde está o problema, do que com a parte financeira em si. (Mas

se este for seu caso, ainda assim continue a ler o livro).

2.1 Fatores psicológicos

É aqui que você me pergunta: “O que a psicologia tem a ver com minha vida

financeira? Eu comprei este livro para entender das questões econômicas, financeiras,

e de como fechar as contas do mês, sair do vermelho e respirar. ” Posso lhe responder,

com toda certeza: muita coisa, muita mesmo! E bastante atenção neste ponto do livro,

pois, como já disse lá no início, tudo começa no cérebro.

Toda a correria do dia a dia, instabilidade profissional, problemas familiares

contribuíram para piorar o cenário financeiro em que vivemos. Caso você identifique

que tem um problema aqui, pode ser interessante procurar ajuda de um profissional

capacitado da área, lembre-se: isto não é vergonha. Pode ser que seu problema de

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administração financeira, esteja, na verdade, no seu lado psicológico, não econômico,

propriamente. Não se assuste, é normal, e recomendo que você anotando, caso também

se identifique. Listei três causas principais que, de forma bem simples, irão resumir

como os fatores psicológicos podem minar sua administração financeira e sua conta

corrente. São eles:

• Imediatismo

• Depressão

• Consumismo

O imediatismo parece ser uma tendência mundial do nosso tempo e de que,

infelizmente, está muito difícil fugir. Queremos tudo “para ontem”. E aqui, não me

excluo, você acha que eu não gostaria de trocar meu carro por um carrão importado?

Claro que sim, porém paro e penso, vale a pena entrar em prestações altíssimas para

isso só para ter agora?

Outro ponto que merece atenção é nossa paciência. Parece que ela diminui

sempre, todos os dias quando acordamos ela está menor...crescemos e viramos adultos,

mas, às vezes, parece que somos uma criança pirracenta, aquela que se joga no chão

para conseguir o que quer na hora, e não adianta a mamãe falar que depois compra. E

ainda há um agravante: como não tem mamãe para dizer não, você acaba se endividando

mesmo (“sou eu que pago minhas contas! ”), e só no outro mês, quando chega a primeira

parcela, que você diz “Que besteira que fiz! ” (Usei a palavra besteira porque não posso

utilizar a outra que você provavelmente pensou).

Aconselho, novamente, a procurar um profissional, existem várias opções, pode

ser um atendimento particular, pelo plano de saúde, pode ser algum que atue em uma

ONG, algum convênio com faculdade ou um que cobre mais barato, mas acredite, este

profissional é muito importante

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Outro ponto importante são as constantes mudanças a que estamos sujeitos,

principalmente as que envolvem tecnologia. Já reparou que as mudanças tecnológicas

nos tornaram bem mais ansiosos? Não temos paciência para nada! Se o cursor do mouse

ficar rodando por 5 segundos, já ficamos batendo na mesa e alguns mais ansiosos até

querem jogar o monitor no chão (cinco segundos!).

Isso ocorre porque temos acesso à informação de forma muito rápida. Parece

que, com isso, nosso cérebro quer tudo também de forma rápida, assim como a resposta

do computador. Porém, nós não somos máquinas e nossa vida não cabe em um HD.

Isso se reflete no nosso consumo. Nossa constante falta de paciência em não

saber esperar faz com que nos tornemos consumidores imediatistas. E muito cuidado:

pois os meios de comunicação e as empresas já sabem disso!

Vou dar um exemplo bem simples: eu quero trocar meu aparelho de TV.

Perfeito, quem disse que isso é um problema? Você trabalha (provavelmente muito) e

tem direito de querer ter um luxo a mais, pode ser a de 40, 50 ou até 70 polegadas com

acesso à internet e tela em curva. A pergunta que lhe faço é: tem que ser agora? Porque,

se você quer e não tem dinheiro, você sabe o que vai fazer. Consultou sua conta corrente

e viu que não dá para comprar à vista, você faz o quê? Divide no cartão, ou no carnê,

ou ainda arranca do cheque especial. Mas, e depois, quando as prestações vierem? Aí

você diz “Ah, depois é depois. A gente dá um jeito! ”. E ainda tem aqueles casos que

você nem vê o valor total, pensa apenas no valor da prestação, sem nem se dar conta do

quanto irá sair o valor final do produto (não posso achar normal dividir uma cueca que

custa R$ 21,00 em 3 parcelas de R$ 7,00). Poderia, aqui, ampliar esse exemplo para

infinitas coisas (geladeira, sofá, moto, carro etc.), mas acredito que você já entendeu o

que quis dizer.

Como muita gente não gosta de matemática, então tentarei ser bem simples e

objetivo. Observe o quanto você perde em um financiamento: uma TV que custa

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R$4.000 na loja, quando financiada, dependendo da quantidade de parcelas, pode sair

por quase R$5.000! Enquanto a mesma TV, comprada à vista, lhe dá um poder de

barganha para desconto e pode sair por R$3.800! São mais de R$1.000 de diferença.

Será que é pouco? Pense, por um momento, o que você pode fazer com mil reais em

um mês, o problema aqui é você ter paciência para esperar juntar os R$ 3.800 e comprar

à vista.

Viu o que o imediatismo faz com você? Faz com que você perca dinheiro! E

faz isso sorrindo, sem perceber o quanto está jogando pela janela.

Você terá que trabalhar para ter a consciência de que tudo tem seu tempo e de

que você não terá tudo o que quer na hora que quiser. Tudo o que é planejado sai mais

em conta.

O segundo fator psicológico que é tão sério quanto o imediatismo é a depressão.

Tema delicado e complexo, a depressão pode desencadear vários problemas na sua

saúde, na sua família, no seu convívio social e, também, na sua vida financeira.

A cobrança que constantemente recebemos de todos os lados da sociedade,

daqueles que estão ao nosso redor e até de nós mesmos nos faz perder o foco da vida e,

muitas vezes, a nossa felicidade. Acontece que, com isso, nós buscamos sempre algo

que possa aliviar a nossa dor e nos trazer prazer, de preferência, prazer de forma rápida.

Este é o problema.

A compra nos dá uma sensação de prazer, passa muito rápido, mas dá. Então,

passeios a shoppings são, na verdade, para algumas pessoas, uma fuga da realidade que

muitas querem esquecer, e o cartão de crédito é o passaporte para a resolução dos

problemas, pelo menos naquela hora. O problema é que há um efeito colateral muito

grave dentro deste processo de compra enviado pelo correio que se chama fatura do

cartão de crédito.

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Não são poucas as situações em que as pessoas criam um universo paralelo

voltado para o consumo afim de que esqueçam o que lhes deixam triste. Então, aquela

famosa frase “Vou ao shopping para esquecer meus problemas. ” Não é exclusividade

sua.

Tenho aqui que lhe perguntar: você está fugindo da sua realidade atrás de um

cartão de crédito e sacolas de shopping? Pense nisso. Em alguns casos, isto pode se

tornar uma doença e deve ser tratada, ou pode ser diagnóstico de alguma outra, como a

depressão. Isso inclui a compulsão por comprar, apenas pelo prazer temporário que a

compra lhe proporciona. Questão é que, ao retornar a sua casa, os problemas e tudo que

antes o estava incomodando estarão lá, do mesmo jeito, repito: observe se não é

adequado procurar um profissional da área.

Por último, mas não menos grave, temos o consumismo como fator psicológico

que pode influenciar na sua situação financeira.

Vivemos bombardeados de estímulos para o consumo a todo o momento. São

milhares de mensagens publicitárias, visuais, sonoras provenientes de vários meios de

comunicação, como outdoors, busdoors, TVs, rádios, internet etc. Quando eu saio da

minha casa para trabalhar já tenho informações de outdoor logo na minha frente, e

assim será até chegar ao meu destino. Portanto, é necessária muita atenção para não

cairmos nessas armadilhas! É imprescindível muito tato para lidar com essa questão,

porque sabemos que, para a sociedade, nada estará bom o suficiente!

Raciocine comigo. Se você não tem veículo próprio e anda de ônibus,

provavelmente quer um veículo. Então, sem dinheiro, digamos que sua primeira opção

seja uma moto. Ao passar os meses iniciais, você começará a colocar defeitos na sua

aquisição (isso quando nem acabou de pagar ainda) e já estará pensando “um carro é

que seria bom”. Com um tempinho você consegue! Trocou a moto em um carro

seminovo com motor 1.0. Meses depois, seu cérebro começa “Nossa, que motor fraco.

E esse carro nem tem cheirinho de novo...”. Passam se os anos, e lá está você,

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comprando um carro zero e potente. Oba! Seis meses depois, lá está você novamente

com o seguinte pensamento: “Bom mesmo seria uma caminhonete daquelas bonitonas,

grandonas...” Então, vai você trabalhar anos a fio para tentar comprar uma caminhonete.

Cinco anos depois, você consegue: “Nossa, que lindona! ”. Eu lhe dou, no máximo, um

ano para que você esteja dizendo que quer trocar por outro. Entendeu onde quero

chegar? Nunca está bom! É a pressão da sociedade que faz você pensar assim. Você

passará a vida inteira pagando prestações e nunca estará satisfeito com o que tem no

momento. Reserve um tempo para pensar nisso. É uma cilada e devemos estar prontos

para não cair nelas.

Quando vou ao shopping, sei exatamente onde quero ir e o que comprar, porque

já conheço boa parte das estratégias de vendas. Mas sei que sou exceção à regra. Então,

seja no shopping, no supermercado, ou na venda da esquina, os estímulos nos

perseguem. Não há como fugir deles, mas é possível lidar com eles sem que sejamos

diretamente influenciados em nossas decisões de compra. Há pessoas que têm uma

fragilidade natural para isso e caem com mais facilidade. Neste caso, se você é uma

delas, sua atenção deve ser redobrada a este tema. Há outras pessoas em que o

consumismo em excesso já está enraizado no seu cotidiano. Como venho dizendo, não

posso identificar suas razões. Você deve fazer um exame de consciência e pensar no

seu histórico familiar. Como seus pais lidavam com o dinheiro e como você passou a

ver como lidar com ele quando foi crescendo e adquirindo sua independência? Qual o

valor do dinheiro para você? É suado, difícil de ser ganho? Ou sempre foi fácil e, por

isso, gasta tão rapidamente? Há muita gente que compra algo de que não precisa e,

quando está voltando para casa, dentro do carro, já se arrepende da compra. Compra

por compulsão, e não por necessidade.

Agora, gostaria que você refletisse com calma, revendo seu histórico. Conhecer

como foi a relação que você teve com seus pais, sua família, poderá lhe ajudar a buscar

soluções para sua vida hoje.

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Em minha infância tive o exemplo de meu pai, que sempre trabalhou muito na

vida. Desde adolescente, quando trabalha ainda na roça até a idade adulta, onde

trabalhou por longos anos, até meados de 65 anos em indústria metalúrgica, trabalho

pesado, árduo. Isto me fez ver o valor do trabalho, e principalmente o valor do dinheiro.

Da mesma forma minha mãe, que teve que se desdobrar para criar a mim e minha irmã,

e por diversas vezes, além de trabalhar em casa, ainda arrumava tempo para desenvolver

trabalhos autônomos como venda de joias e cosméticos para complementar a renda da

casa. Tudo isto contribuiu para formar minhas primeiras impressões sobre a

administração financeira doméstica. Como foi a sua relação? Pode ser que não tenha

sido positiva, mas ainda assim é necessário que você identifique e percebe estes

aspectos, reforço que, se necessário, um profissional deve ser solicitado. Gostaria de

ressaltar que as tarefas que proponho são necessárias para que possamos entrar em

outros assuntos, mais adiante. Reserve, ao menos, 30 minutos para refletir sobre a

questão, de preferência em um local calmo e tranquilo, e anote suas conclusões aqui ou

em um bloquinho de anotações (aquele que sugeri no capítulo anterior). Atenção, pular

etapas só fará com que você fique mais ansioso e não contribuirá para seu sucesso, todo

o progresso vem em etapas.

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Fatores históricos (como foi a relação

da minha família com o dinheiro)

Como isso refletiu em mim

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2.2 Fatores econômicos

Agora que você já aprendeu sobre os fatores psicológicos e como eles lhe

influenciam, vamos fazer a análise dos fatores econômicos. Para isto, temos que

considerar todos os fatores econômicos e não somente os seus (nada de egoísmo!), mas

da família e também de toda a conjuntura na qual você está inserido, ou seja, o que

acontece com a economia a sua volta, de forma mais íntima, mas também do país e no

mundo.

Analisar o seu contexto econômico é fundamental, porque a economia local irá

definir se seu salário irá render ao longo do mês ou não, por exemplo: um salário de R$

3.000 pode ser suficiente para se viver bem em uma cidade do interior de Minas Gerais,

que tem o custo de vida mais baixo, mas dificilmente será bom para se morar em São

Paulo ou em Brasília, locais onde o custo de vida é altíssimo. Veja qual é a realidade

da sua cidade, do seu estado ou região, e como os conhecimentos descritos aqui podem

lhe auxiliar.

• Economia do país

O universo ao seu redor deve ser analisado. E, a menos que você esteja

pensando em sair do país, a economia atual deve ser observada. E mesmo que você

esteja pensando em sair do país, é necessária uma reflexão sobre as particularidades do

local para onde você está indo. Contextualizando, no país e no mundo, nessa segunda

metade da década, a economia não está colaborando e é um fator externo que não

conseguimos controlar, mas podemos acompanhar e tentar nos adaptar. Se

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conseguirmos nos adiantar e conseguir perceber as tendências econômicas, melhor

ainda. Mas como é que se pode prever?

Sabendo que o país está em crise, podemos considerar que o que a população

compra provavelmente vai diminuir. Logo, menos dinheiro será injetado no mercado,

então, comprar um imóvel financiando-o, por exemplo, a perder de vista, pode não ser

uma boa ideia no momento (pode, é você que irá definir isso, pode ser por exemplo,

que você encontrou um imóvel muito barato e aí sim, valha a pena) mas, ainda assim,

é necessário observar. Cada caso é um caso. Se, no entanto, neste mesmo cenário, você

dispõe de uma quantia financeira significativa e não precisa financiar: comprar um

carro à vista pode ser um excelente investimento, porque, com dinheiro na mão, a

possiblidade de ter um grande desconto é enorme, como dito anteriormente. Então,

aprenda com tudo, porque nem mesmo a economia instável como se encontra pode

servir como desculpa.

Você não tem que ser economista, mas é necessário que entenda de algumas

questões, nem que seja do básico. Por exemplo, tem que saber que as variações do dólar

influenciam nos preços praticados dentro do país, principalmente o preço de produtos

que são importados ou que têm algum componente importado. Então, quanto mais alto

o dólar, mais caro este produto poderá estar. Isto pode ocorrer com produtos

industrializados ou até mesmo com o pãozinho que você compra na padaria da esquina.

Uma rápida pesquisa sobre o assunto lhe dirá o panorama da situação, e poderá

lhe influenciar em decisões importantes, como na compra da casa própria, de veículo,

abrir uma empresa ou na hora de fazer viagens. Devido a isso, é necessário que você

pesquise sempre se o momento é favorável aos seus planos.

Partiremos, portanto, do princípio de que existem no mercado financeiro, assim

como na vida, momentos favoráveis ou não, e você deve estar preparado para momentos

não favoráveis. Adotemos a história do vendedor de picolé: no verão, época de calor,

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de férias, as vendas estão em alta, clientela farta e bons lucros, mas e depois? E no

inverno? Vendas em baixa, pouco lucro ou até, na maioria das vezes, prejuízo. Pois

bem, o momento econômico do país é esse: recessão, juros altos, desemprego e retração

econômica. Estamos no inverno, e agora é a hora de gastar aquele lucro que foi

acumulado no verão, quando as vendas estavam em alta, então a pergunta é: você se

lembrou de acumular seu lucro do período de verão para utilizar agora, no período de

inverno?

“Ai, não; eu não fiz isso. Já era...”. Calma, não se desespere. Agora você já sabe

que é necessário se planejar e ter sempre uma reserva estratégica para momentos de

“inverno”, o que passou, passou, mas, daqui para frente, não há desculpas.

• Desemprego (ou falta da renda mensal)

Quem trabalha pelo regime de CLT sabe muito bem que desempregar é uma

situação que pode acontecer a quase todos. Porém, nas outras formas de obtenção de

renda, há também a possiblidade de você ficar sem sua remuneração mensal.

Antigamente, as pessoas buscavam um emprego público para ter estabilidade e

não ter surpresas desagradáveis como essa. Porém, a realidade mudou. Vimos,

recentemente no país, que funcionários públicos ficam meses sem receber, ou, quando

recebem, o valor vem parcelado, situação que também acontece com aposentados ou

pensionistas. E, se você é autônomo, ou microempresário, sabe que há meses em que

a renda simplesmente não entra! (O livro tem uma parte só para vocês também)

embora ninguém espere, devemos estar preparados. Mas, como se preparar para a

falta de sua renda mensal?

Lembra quando contei como entrei na faculdade? O desemprego bateu logo no

primeiro semestre, mas eu estava preparado. Então digo a você, guarde uma parte de

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seu salário ou de sua renda. “De novo? Você já disse isso! ” Sim, e continuarei

dizendo. Eu sei, é difícil, porém, necessário. Sua reserva lhe dará tranquilidade

quando não houver uma renda mensal, e, com inteligência, você ainda pode fazer essa

reserva financeira lhe render bons dividendos em investimentos! Falaremos sobre a

modalidade de investimentos nos capítulos a seguir. Outro ponto importante que deve

ser considerado é o investimento no networking.

Para você que não sabe o que é, networking é uma espécie de rede com

contatos entre indivíduos com o mesmo interesse ou até de interesses diferentes.

Quanto maior sua rede de contatos, maior será sua chance de se recolocar no mercado

de trabalho ou de divulgar seus produtos e serviços. Temos vários meios pelos quais

se pode fazer isso. No entanto, um dos maiores erros é o fato de as pessoas só

manterem contato quando precisam. Isso, de certa forma, mancha a imagem.

Quantas pessoas você ajudou quando elas estavam precisando? Não deixe

para tentar buscar contatos apenas quando VOCÊ estiver precisando. Seus contatos

devem ser diários, semanais ou, no mínimo, mensais. Assim como você pode precisar,

no futuro, hoje existem pessoas precisando e, se você puder ajudá-las, além de fazer

bem para sua rede, você estará sendo uma pessoa que pratica gentilezas, e isso nunca

se perde. As redes sociais, tópico do próximo capítulo, podem ser importantes aliadas.

Existem várias que são voltadas para este tipo de interesse (profissional). Cadastre-

se, aumente suas chances, use-as a seu favor, eu mesmo tenho cadastrado em

inúmeras delas, e grande parte já me rendeu bons contatos.

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3 - Novos tempos e

Redes Sociais

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Dizer que as coisas mudam muito rápido e que, nos últimos tempos, viraram de

cabeça para baixo é um clichê bem batido. No entanto, temos que observar que meados

dos anos 90 e início dos anos 2000 colocaram sob os holofotes algo com que não

tínhamos muito contato: as redes sociais. Estas vieram para ficar. Acostume-se,

portanto. Consegue imaginar, hoje, a humanidade sem acesso à internet? O caos que

iria ser? Pois bem, com as redes sociais o processo é idêntico. Se você não tem nenhum

perfil em rede social (o que acho difícil) ainda assim tenho certeza de que você conhece

alguém que tem, então vale a pena ficar ligado nas dicas aqui constantes, porque você,

com certeza, irá se identificar com algumas situações que vou descrever.

“Bem, você já me disse que meu lado psicológico influencia na minha vida

financeira; agora está dizendo que as redes sociais também o fazem? ” Sim, estou.

Assim como os fatores psicológicos, o que chamarei de fatores sociais estão

minando com o orçamento individual e doméstico sem que as pessoas percebam. O

exemplo a seguir irá lhe ajudar a entender o motivo.

Certa vez, ao final de uma apresentação, determinada pessoa me disse que tinha

gostado muito das orientações e que seu problema de descontrole financeiro tinha sido

uma viagem que ela fez e que não foi muito bem planejada. De acordo com ela, a

viagem fez com que ela se descontrolasse, financeiramente, o ano inteiro. Então pedi

para que ela me detalhasse o ocorrido.

Em resumo, ela havia viajado de uma semana para outra sem planejar nada! E,

obviamente, pagou preços absurdos por isso: passagens aéreas compradas com menos

de uma semana de antecedência têm preços muito altos - quase 3 vezes o que você

pagaria, comprando com mais antecedência. Então perguntei o porquê de uma viagem

tão repentina, se a intenção da viagem era divertimento. A resposta foi simples, porém

me deixou bastante perplexo e preocupado. Ela disse: “Porque minha prima viajou para

uma praia linda no Nordeste e postou as fotos em uma rede social, e eu não podia deixar

barato: tive que ir também! ”.

Questionei se o motivo pelo qual ela viajou e se endividou era para somente

responder ao que achou que foi provocação... E o que também descobri ao longo da

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conversa é que ela não gostava de praia, foi até lá apenas para fazer as fotos e postar

também!

Agora, acompanha comigo o raciocínio: a pessoa foi a um lugar que não queria

e gastou o dinheiro que não tinha para agradar alguém de quem não gosta. Para você,

isso faz algum sentido?

Acredito que sua resposta tenha sido não (porque, se foi sim...), então aqui vai

a pulguinha a ser colocada atrás da sua orelha: vai me dizer que, mesmo em uma

situação diferente, você nunca fez isso?

Nunca foi a um restaurante ou a um show apenas para tirar aquela selfie, ou a

uma boate, ou barzinho, somente para postar e compartilhar nas redes sociais? Ou

trocou de carro só porque seu primo trocou? Cuidado com isso. Essa rivalidade social

é uma questão bastante preocupante, e pode estar atrapalhando suas contas do mês sem

que você perceba.

3.1 Fatores sociais – Vivo em sociedade

Vivemos em sociedade, vivemos em grupo, mesmo que você queira é muito

difícil evitar isso, fugir então é quase impossível. Estamos em contato com o outro o

tempo todo, participando dessa interação, gostando ou não. Não por acaso falei,

primeiro, das redes sociais, para só então colocar em pauta os fatores sociais, porque,

por incrível que pareça, o primeiro lhe chama mais atenção do que o segundo... então,

é necessário saber dividir a minha vontade pessoal da vontade coletiva, ou seja, minha

necessidade de interagir com o grupo, ou com os grupos, no qual estou envolvido

(família, trabalho, escola...). Vamos tentar profundar um pouco mais para tentar

entender melhor como se dá este complexo processo.

3.2 Necessidade de autoafirmação

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O ser humano vive em conjunto. Todos nós somos assim, o tempo todo, a não

ser que você que está lendo agora esteja dentro do uma caverna afastada. Ainda assim,

está em contato comigo.

Sendo assim, muitas vezes agimos não como queremos, mas como o grupo no

qual estamos inseridos quer. Fazemos isso consciente ou inconscientemente. Temos um

desejo natural de sermos aceitos no meio social, e isso acende uma luz amarela na nossa

vida, exigindo a nossa atenção para que nos perguntemos: eu sei lidar bem com isso?

Conheço o meu limite de interação? Estou ciente de quem sou e do que preciso, ou

compro o que não preciso, frequento restaurantes que não gosto e viajo para onde não

quero para me adequar ao meio no qual estou inserido?

Estas são questões que exigem cuidados muito grandes. Devemos seguir os

nossos instintos e viver a nossa vida, não aquela que os outros esperam que nós

vivamos. Se fizermos isso, estaremos fadados ao fracasso, porque, acredite: nunca o

que fizermos será o suficiente ou o necessário aos olhos dos outros.

Comprar algo de que não temos necessidade imediata só porque nosso vizinho,

nosso irmão, nosso primo ou amigo tem é muito comum. Você já deve ter visto (ou

pode ser que até você mesmo já tenha feito), no caso da compra de um celular, por

exemplo, alguém trocar de aparelho só porque outro alguém tem um melhor. No

entanto, há casos de pessoas que se endividaram de forma gravíssima, porque quiseram

comprar um carro 0 km, como o vizinho, mas não tinham a mesma condição. Cuidado.

E para você que acha que, por ganhar R$ 1.000, conseguirá honrar com uma dívida de

R$ 600, posso afirmar que não é algo muito inteligente de se fazer e muito menos

aceitável, do ponto de vista contábil.

3.3 Ostentação – O importante é aparecer

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“Ostentação” é uma palavrinha que, ainda nos anos 1990, era muito pouco

utilizada. Porém, virou moda na internet, principalmente nas redes sociais. “Não

importa o que eu tenho, e sim o que eu demonstro ter” é o conceito que ela parece ter

adquirido. O impacto disso é que se tem que mostrar onde, como e com quem está e o

quanto se está gastando.

Sem fazer um prognóstico correto, acredito que posso supor, por simples

dedução, que mais da metade dos perfis das redes sociais são de pessoas que apresentam

um estilo de vida que não existe!

Recordo-me de um amigo que estava morando em outro país e que sempre

postava fotos lindíssimas de lugares e situações, praias, festas e churrascos, tudo muito

bonito. Certo dia, ele me chamou para uma conversa no modo privado, e disse que não

estava suportando, que a vida em outro país estava muito difícil, mas quando perguntei

sobre a contradição que isso gerava pelas fotos glamorosas que ele sempre postava, foi

categórico em dizer: ninguém posta fotos de momentos de tristeza em rede social.

Por trás da “foto ostentação” pode estar alguém que consome menos do que

aparenta e vive bem menos feliz do que suas belas fotos, com montagem ou não,

demonstram.

Cuidado com isso. Há pessoas endividadas porque quiseram demonstrar, para

outros, o que não eram e o que não tinham, e o resultado foi desastroso.

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4- O que eu estou

fazendo com meu

dinheiro?

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Chegamos à questão das finanças pessoais (nossa, até que enfim!)

Ao longo dessa leitura, você já aprendeu a identificar fatores psicológicos e

sociais, e também que esses fatores podem determinar seu sucesso ou fracasso

financeiro. Identificou alguns deles, e, se fez o dever de casa, fez uma reflexão sobre

sua vida, seu histórico familiar e tudo o que lhe influenciou para que suas opiniões

acerca de como gastar seu dinheiro foram formadas.

Agora vamos falar de você, o momento em que nossa leitura chega ao ápice, ao

ponto chave.

Você foi orientado a entrar em um ambiente no qual muitas vezes não gostamos

de entrar para, agora, auxilia-lo a identificar onde está o seu problema de falta de

controle financeiro doméstico e, óbvio, saber o que é possível fazer para resolvê-lo.

Após entendermos todo esse processo econômico, psicológico e social, você

consegue responder como estão suas finanças hoje (não vale dizer “Vixi! ”). Não estou

querendo saber o quanto você ganha, isso, provavelmente, você sabe, porém, lembre-

se de considerar o líquido, não o bruto. Você tem a real noção do quanto você ganha e

do quanto gasta todo mês? Quanto chega no seu bolso após todos os descontos e

impostos?

Escreva abaixo todas as suas receitas, ou seja, tudo o que entra de dinheiro todo

mês na sua conta: salário, receitas de aluguel (quando você RECEBE aluguel de algum

imóvel alugado), pensão, aposentadoria, royalties (“Meu Deus, o que é isso? ”

Dividendos de lucro, investimentos financeiros que gerem receitas mensais), enfim,

tudo o que entra de dinheiro por mês você irá colocar em uma coluna. Na outra, você

fará a mesma coisa: escreva tudo o que você gasta em um mês: prestação da casa, ou

aluguel (quando o imóvel não é seu), prestação do carro, escola particular, cursinho de

idiomas, água, luz, telefone, internet, TV a cabo, gás, supermercado, padaria,

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empréstimos, carnê de prestação de móveis, fatura do cartão de crédito, juros do cheque

especial (Ufa... chega!) E tudo o que se lembrar.

Esta parte é muito importante para a próxima fase, portanto reserve ao menos

uma hora para preencher o quadro abaixo. Darei o primeiro exemplo e você continua.

Se faltarem linhas, pode completar (espero, do fundo do meu coração, que falte linha

na coluna entrada, e não na coluna saída).

Entrada Valor Saída Valor

Salário Aluguel

Total Total

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Vamos agora traçar um ponto inicial para que você tenha a noção exata de onde

está; como estão as coisas; e, principalmente, se sua situação financeira é tranquila,

moderada, grave ou gravíssima!

Se você definir sua situação financeira, hoje, em números, qual seria o

resultado? Se você tem medo da resposta, chegou a hora de se libertar. Há pessoas que

têm receio de responder, porque partem do princípio de que nunca vão conseguir. Você

não será assim. Aqui você terá a exata noção do quanto você ganha e do quanto você

gasta por mês. Este é um excelente ponto de partida para começarmos, Let s go!

4.1 Identificação

Agora é com você. Lembre-se de que eu disse para rabiscar à vontade! Então,

caneta na mão (se o livro não for seu, papel também...). Qual é a sua situação financeira

atual? Qual o seu grau de endividamento real? Lembre-se que aqui você não deve

amenizar, portanto, se estiver com receio de alguém descobrir, utilize um papel a parte,

mas não deixe de fazer. Toda teoria, quando colocada no papel, tende a fazer mais efeito

do que quando fica somente na memória. Analise o quadro abaixo e marque com um

“X” o quanto você ganha mensalmente. Em seguida, marque com outro “X” o quanto

você gasta mensalmente.

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Quanto

eu

ganho

Até

R$

2.000

Até

R$

4.000

Até

R$

6.000

Até

R$

8.000

Até

R$

10.000

Quanto

eu

gasto

Até

R$

2.000

Até

R$

4.000

Até

R$

6.000

Até

R$

8.000

Até

R$

10.000

Agora, após ter sido feita a análise inicial, faço-lhe uma perguntinha bem

simples e que será crucial para darmos sequência aos nossos trabalhos: os dois “X”

estão dentro da mesma coluna? Quanto mais próximos eles estiverem (o X de “Quanto

eu gasto ” Deve estar sempre à esquerda, ou bem próximo ao X de “Quanto eu ganho

”), melhor é sua situação financeira e, obviamente, quanto mais afastados eles

estiverem, maior deve ser o alerta para sua situação real de administração financeira.

Tenha aqui um filtro da sua situação financeira, marque esta página e volte aqui

o quanto precisar. Sua tarefa, para a vida, será como na de um jardim de infância, você

deverá aproximar os dois “x” (olha que lindo!), ou deixar o de baixo sempre à esquerda

do de cima.

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4.2 Aceitação – Tenho que aceitar e trabalhar, não chorar

Agora você sabe o que tem, o quanto ganha e o quanto gasta. Precisa aceitar

sua situação real, seja ela qual for. Descubra como você chegou onde está, aprenda com

seus erros e, principalmente, aceite.

Se precisar, volte ao capítulo anterior, onde digo que sua vida financeira

depende de diversos fatores. Refaça seu histórico para ver como chegou até aqui.

Lembre-se: Isto não é uma corrida para ver quem termina primeiro, terminar e não

resolver seu problema não é seu objetivo, então, pare e volte quantas vezes for preciso.

Muito bem, agora vamos pensar: se você tem uma balança que está pendendo

apenas para um lado, o que você tem que fazer? Equilibrá-la. Portanto, se sua vida

financeira está pendendo somente para um dos lados, o que você tem que fazer para

equilibrá-la?

Tenha em mente que sua vida financeira depende do equilíbrio entre o que entra

e o que sai. Se minha balança financeira está pendendo para um lado, claro que há algo

errado (a não ser que seja para o lado positivo) então, só existem duas opções: tirar de

um lado, ou acrescente do outro. Entendeu como é simples? Resumindo: ou eu aumento

as receitas, ou diminuo as despesas. Simples assim, ou você aumenta o dinheiro que

entra, ou diminui o dinheiro que sai. Ficou claro? Não há uma terceira opção, coloque

na sua cabeça que ganhar na Loteria não é uma opção (a probabilidade é mínima). Se

você marcou esta como sendo a sua situação atual no quadro acima, é provável que

você pensa que, assim como é possível perder peso da noite para o dia sem fazer nada,

é possível resolver todos os seus problemas apostando em jogos. Esta opção, na tabela,

serve única e exclusivamente para que você detecte se sua situação é realmente

preocupante. Aí você me diz assim, “Mas eu tenho fé, um dia vou ganhar” amigo leitor,

eu também, mas não é por isso que eu vou esperar cair do céu! E, se você quiser citar a

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bíblia, verá que, no livro Gênesis, capítulo 3, versículo 19, diz assim: “Do suor do teu

rosto comerás o teu pão”. Vou traduzir, caso você não tenha entendido: Trabalhe.

Existem diversas crenças e religiões no mundo, mas, particularmente, não

conheço nenhuma que diz que você colherá algo diferente do que plantou. Resumindo,

pode rezar o quanto você quiser, mas sem trabalhar, com o corpo e com a mente, pouco

adiantará.

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5-Não se

desespere!

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“Entendi o motivo do endividamento, como cheguei até aqui, a relação de meus

pais com o dinheiro e o quanto isso me afetou. Identifiquei o quanto ganho e o quanto

gasto, coloquei tudo no papel, e, consequentemente... estou desesperado! O que eu faço

agora? ”

Calma, se sua situação for delicada, respire, repense um pouco, faça uma

pequena pausa e depois com calma, aí sim volte a ler o livro. Não adianta colocar mil

ideias na cabeça e no papel se não for cumprir. Com tranquilidade, foco, muito

TRABALHO e disciplina as possibilidades de você conseguir são muito boas.

Quando perdi meu emprego logo no primeiro ano de faculdade fiquei

preocupado, e olha que tinha uma certa reserva. Se você já se sentiu, ou se sente assim,

te digo que este sentimento é normal, também me senti assim. Porém para mim, o pior

dos estudos foi quando sai da faculdade. Esgotei todas as minhas reservas para poder

concluir os estudos, e ao fim de tudo, passado todo o sufoco, depois da colação de grau

e com o diploma de nível superior na mão, me deparei com a minha realidade: não tinha

emprego e nem renda. A vida é assim, não temos como fugir. Qual foi minha solução?

Trabalhar em outra área totalmente diferente, operacional e braçal! Não a área

administrativa que eu sonhava. Porque assim como você eu tinha contas a pagar,

responsabilidades a honrar, e ao contrário do que muita gente pensa, isso não é demérito

nenhum.

Não sei qual é o ponto da sua vida que você está, mas posso te dizer que com

relação ao ofício, trabalho é trabalho. É óbvio que eu estava traçando metas e objetivos

na minha mente para progredir, o que me levou a outros cursos e até a minha pós-

graduação que não estava nos meus planos. E por esta razão que digo que experiências

ruins sempre te ensinam, e muito. Assim como eu fiz, repense onde está agora, como

está sua vida profissional e suas finanças e onde quer chegar. Trace metas e objetivos

atingíveis, aja com determinação e inteligência, não desanime nas primeiras derrotas,

porque sim, infelizmente (ou felizmente) derrotas também fazem parte. Te digo com

certeza que com sua força de vontade, trabalho, inteligência, e também fé em Deus, que

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sabe de todas as coisas e sempre nos abençoa e protege, a hora da sua vitória também

chegará, tenha fé.

5.1 chegou a hora de mudar de postura

Vamos começar com uma mudança de postura. Passo importante a ser seguido.

Não é amanhã, nem semana que vem, nem no ano que vem. A mudança de postura tem

que ser feita agora!

Como disse, costumo brincar em minhas palestras que tudo depende do seu

grau de desespero. Isso porque há várias coisas que ensino que causam repulsa nas

pessoas, seja por vergonha ou por querer manter seu status. Não sei se você vai dizer

que não está disposta a fazer algumas coisas, talvez revendo a fatura do cartão de

crédito, a conta do celular ou da internet ou seu saldo bancário você possa mudar de

ideia...então, como eu já havia dito, aproveite as opções e pegue para você o que julgar

necessário, mas atenção, dica muito importante: liberte-se de preconceitos e de

estereótipos.

5.2 Mudança de atitude

Esta é a parte que você pergunta: “Mudança de atitude é diferente de mudança

de postura? ” E respondo: Sim, perceba: você já definiu que terá uma postura diferente

(bom, com tudo que eu escrevi, eu espero que sim) vamos, agora, às atitudes.

Sua mente tem que trabalhar a seu favor a todo instante. Seus pensamentos

positivos e sua atitude de mudança reforçaram isso a seu cérebro. A cada vitória, você

sentirá aquela sensação de bem-estar, de euforia e alegria, efeitos parecidos com

aqueles que se sente quando vai às compras. Olha que legal!

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Aqui você despenderá de muita dedicação para conseguir chegar a este nível.

Perceba que você já escalou seis degraus desse livro. É como se fosse uma meditação,

e, para chegar neste nível, é necessário muito esforço.

5.3- Reveja seus hábitos

Hábitos referem-se ao que você faz no dia a dia. O pão francês que você compra

sempre na padaria (no qual você pode economizar, comprando, talvez, pão de forma no

supermercado, ou comendo frutas), ou o mesmo café que você toma todo dia na

lanchonete perto do seu trabalho ou da sua escola são gastos que podem ser revistos.

Vou contar como economizei mais de R$ 1.000 por ano deixando de tomar café.

Ao lado da empresa que trabalhava há uns cinco anos atrás, eu tinha o hábito

de tomar um simples café com um pastel (eu amo pastel!), em média, por R$5,00, que,

multiplicados por 5 dias da semana, são R$ 25,00, que, multiplicados por 4 semanas no

mês, são R$100,00, que por sua vez multiplicados por 11 meses no ano (já que em 1

mês estou de férias), darão inacreditáveis R$1.100. “Só com meu cafezinho? ” Isso,

somente com meu cafezinho eu economizei este valor.

Voltando, você terá que mudar seus hábitos em todo o lugar. Só fiz as contas

do cafezinho; imagina se você colocar todos os seus gastos habituais na ponta do lápis?

Almoço, café da tarde, jantar, aquela ida a lojinha da esquina só para comprar “o

básico”...

Tenha em mente que você não conseguirá mudar de atitude e fazer tudo de uma

vez só. Não se cobre isso porque você corre o risco de se frustrar, e já dissemos o quanto

isto é perigoso. Seu progresso virá com o tempo, aos poucos. É interessante, inclusive

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que você anote isto também. Mas atenção: é necessária disciplina, muita disciplina.

Aqui você terá que ter anotado todos os seus pequenos hábitos, mesmo que você não

consiga fazer isto sempre, é necessário que você perceba neste momento por onde seu

dinheiro anda fugindo. Existem hábitos, maus hábitos que você tem hoje que estão

contribuindo para que não sobre dinheiro na sua conta no fim do mês. Anote tudo, o

que entra e o que sai, e principalmente, veja o que dá para cortar, ou substituir por mais

barato. Não diga “não dá”, ao contrário, diga “sim, deve ser possível” Com

comprometimento sério, dará certo. Lembre-se que aqui você não é um mero leitor.

Comece com afinco, se for necessário, envolva todos os que convivem em sua casa, ou

todos os envolvidos na sua vida financeira, só assim, vocês atingirão, juntos, o objetivo,

e muito mais rápido do que vocês poderiam imaginar!

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6- Como aumentar o

dinheiro que entra?

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Já disse que há duas opções: aumentar o dinheiro que entra, ou diminuir o

dinheiro que sai. Pois bem, vamos à primeira. É possível aumentar o dinheiro que entra?

É necessário que você faça uma reflexão sobre o seu tempo. Se você mal tem

tempo para desenvolver sua atividade principal e/ou cuidar da casa, dificilmente você

conseguirá realizar uma segunda atividade para aumentar sua renda. Junto com o

dinheiro, talvez possamos concordar que tempo é algo que nos falta muito nos dias de

hoje. Descobrir como aumentar seu tempo, automaticamente, pode lhe fazer aumentar

sua renda, um está diretamente relacionado ao outro, pense nisto.

Mesmo com muitas responsabilidades, você pode ser programar e ainda assim

conseguir desenvolver outros trabalhos. É difícil? Claro que sim, mas dá. E o principal:

com ética e respeito a todas as instituições que você trabalhar ou prestar serviços.

Caso não consiga fazer, sozinho, esta reflexão, existem vários livros e textos na

internet sobre administração do tempo. Pode ser interessante fazer uma pesquisa sobre

o assunto e reformular suas atividades diárias, quem sabe você não consegue ganhar

preciosíssimas uma ou duas horas no seu dia?

6.1 Tem certeza de que isso e possível?

Cautelosamente, se lhe é possível, avalie a situação de sua empresa e veja se

cabe um pedido de aumento, mas, cuidado: é necessário muito tato para fazer isso. Não

estamos em uma situação favorável no mercado atual para tal. Você deverá analisar se

cabe esta opção.

Depois, é necessário que você faça uma reflexão para ver se você é realmente

um profissional que realmente faz a diferença na empresa. Deu até frio na espinha, não

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é? Mas sim, esta é uma reflexão extremamente necessária, do ponto de vista profissional

e do ponto de vista financeiro, dá medo, mas é necessário.

6.2 Dá para ter uma segunda renda?

“Como posso ganhar dinheiro no meu tempo livre? ”

Em primeiro lugar é necessário que você tenha tempo, já fizemos uma breve

reflexão sobre este tema. Agora, temos que ver o que você sabe fazer e como fazer para

que isso lhe renda algum dinheiro extra. Provavelmente, você trabalha com algo, mais

tem habilidades em outras áreas. Pessoas se formam em determinada área e tem

habilidades fantásticas em outras! O que você pode fazer? Se você é um psicólogo que

trabalha por exemplo na aera de RH, será que não arruma um tempo para atender em

algum lugar? Se você é um profissional de nível técnico ou superior que trabalha em

uma empresa, será que não poderia se tornar um professor e dar aulas no seu tempo

livre? É profissional de informática? Que tal formatar uns PCs no tempo livre? E mesmo

para você que talvez não tenha nível superior, ou técnico, ou qualquer outra

qualificação, tenho certeza de que alguma habilidade você tem.

Um amigo meu descobriu, e depois de mais velho, que tinha ótimas habilidades

para fazer moveis rústicos! Além de terapia, está se tornou uma fonte de renda

alternativa, e posso dizer que os móveis que ele faz são bonitos, resistentes e baratos!

Agora, pergunte a você mesmo qual é o seu talento escondido? Reflita, de

preferência sozinho. E mesmo que você diga que não tem nenhuma dessas habilidades

extras (o que eu acho difícil), existem várias opções de produtos de catálogos para

serem vendidos, perfumes, cosméticos ou afins. Será que vale a pena arriscar?

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6.3 O que é um Freelancer (e como isto irá lhe ajudar)

Vou dar um exemplo que conheço muito bem, além de ser formado em relações

públicas, sou mestre de cerimonias e conheço bem os bastidores de um evento. Então

imaginemos um evento qualquer. Para que ele aconteça, será necessário recepcionista,

porteiro, vigia, garçons, manobristas... é possível que estas pessoas realizem estas

atividades de forma autônoma, trabalhando em empresas diferentes ou captando

clientes e os atendendo de forma livre, independente; é possível que estas atividades

sejam feitas em fins de semana, e geralmente a noite, quando a maioria tem tempo livre.

Isto garante a estas pessoas uma renda extra, que posso lhe dizer que faz uma grande

diferença. Estas pessoas são o que é denominado Freelancer.

Enxergue oportunidades! Elas estão a sua volta, o tempo todo, não feche os

olhos. Tenha uma visão mais centrada e verá que opções existem. Outro ponto

interessante que quero abordar agora é como se divulgar.

Vivemos na era digital. Existem várias ferramentas disponíveis a seu favor.

Faça, portanto, um perfil em uma rede social para divulgar seu trabalho; se tiver

coragem, faça vídeos e publique-os na internet (mas cuidado com o que você vai

colocar...). Ainda assim, mesmo com todas as opções digitais, o famoso cartão de visitas

não está descartado, ele também é uma importante ferramenta de divulgação. Acredite:

as opções não são inatingíveis. Esteja disposto a aceita-las.

Imagine que você é um profissional já consagrado pelo mercado, com ampla

experiência, conhecimento teórico e prático, mas que por algum motivo precisa buscar

outro emprego. Aí você diz que não se sujeitará a trabalhar em algo que não seja na sua

área. A decisão é sua! Daí eu me pergunto: será que passar apertos por causa de dívidas,

e talvez até passar vergonha, é pior do que ter que trabalhar em outra área, mas em um

trabalho honesto e digno? Se você não quiser enxergar, as oportunidades podem passar

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piscando em neon, soltando foguetes em um cavalo cor de rosa com bolinhas amarelas

na sua frente e você fingirá que não viu.

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7. Como diminuir as

despesas – E por

que este capítulo é

tão grande?

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A você que esperou até agora, tenho certeza de que, após ler os 8 capítulos

anteriores, você tem maturidade suficiente para falarmos de como você irá diminuir as

tão temidas despesas que minam seu orçamento.

Não por acaso, este é o maior capítulo desse livro, mas, se você (espertinho)

resolveu pular o livro inteiro e vir direto para cá, atenção! Para tudo na vida é necessária

preparação, estudo, reflexão, planejamento e, aí sim, ação! Consegue imaginar um

arquiteto construindo uma ponte no primeiro período do curso? Você passaria por cima,

ou por baixo dessa ponte? Você permitiria ser operado por um médico que acabou de

entrar na faculdade e está nos primeiros períodos? Todos os conhecimentos teóricos e

práticos que foram passados anteriormente são necessários para agora sim entremos

nesse tema. Sem a leitura deles, dificilmente você irá conseguir grandes resultados, e

este não é nosso objetivo.

7.1 começou!

Após explicarmos os fatores, porque o endividamento acontece, fatores

históricos, aumento de renda, chegou a hora de falar dela: a despesa. Veremos como

diminui-la e, sim, digo ‘como’, porque tenho plenas convicções de que você consegue.

Sei que parece difícil, beirando o impossível, mas não é! Como disse no início

do livro. Mude, portanto, seus pensamentos.

Listarei a seguir os vários locais onde você pode economizar seu tão suado

dinheirinho, e estes são somente alguns, com certeza você pensará em vários outros na

sua vida em particular, onde também pode economizar.

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7.2. Eu e o Banco

Vamos começar pelo banco. Primeiro, responda: em quantos bancos você tem

conta? Há pessoas que tem conta corrente em 3, 4 bancos, apenas por comodidade. Isso

influencia em algumas questões, claro. Por exemplo, se você paga, em média, R$25,00

de manutenção de conta corrente, tendo quatro bancos, estará jogando fora R$100,00,

por mês. Faça uma reflexão e pense se realmente é necessário possuir tantas contas

correntes.

Agora, vejamos como é a relação que você tem com seu banco. Clientes antigos

costumam ter vários benefícios. Você exerce este benefício? Talvez seja a hora de fazer

uma visitinha ao seu gerente de banco. Não pagar anuidade de cartão de crédito, ou não

pagar a famosa taxa de manutenção de conta, por exemplo, é um benefício que você

poderá ter pelos vários anos em que você foi um cliente fiel! Além disso existem outros

benefícios que o banco pode lhe oferecer, convênios com cinemas ou teatros para

pagamento de meia entrada ou até em shows, vale a pena pesquisar se seu banco oferece

isso, se não, trocar de banco pode até ser uma alternativa.

7.3. Em casa

Como eu disse lá no início do livro, tudo vai depender do seu grau de desespero.

Há coisas que, por status, as pessoas não estão dispostas a fazer, ou se sentem

constrangidas ou com vergonha. Sua vida financeira pode estar dependendo de uma

virada. E então, deixar cair por terra algum preceito pode ser necessário por exemplo,

se você possui uma empregada doméstica e precisa de um corte emergencial de

despesas, contratar uma diarista somente em alguns dias do mês pode ser uma opção.

É hora de reunir a família e chamar para aquela conversa sobre as obrigações que cada

um passará a assumir na casa nas atividades domésticas.

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Você paga para lavar o seu carro? Que tal botar a mão na massa? Talvez, passar

a fazer algumas atividades chamadas de braçais pode ser interessante para que todos

possam dar valor ao trabalho. Faça uma reflexão, pode ser uma opção, ou pode ser um

exercício duplo na sua casa. Lembre-se também de sempre tirar os objetos da tomada

sem deixá-los em modo stand by. Assim, a sua conta de energia elétrica virá mais baixa.

7.4 Na cozinha

Como economizo na cozinha?

Primeiro, feche a torneira sempre que for possível (lembre-se sempre de que a

água deve ser economizada em todos os cômodos da casa, não é só uma questão de

economia, é uma questão de escassez do recurso). Segundo, cuide do desperdício.

Perdemos uma quantidade incontável de alimentos ao longo do ano por não observar

nossa geladeira. Se você deixar perder, na geladeira, um tomate ou uma cebola por

semana, terá jogado no lixo mais de 50 no ano! Não dá para desconsiderar, é uma

questão de economia doméstica e de ajudar o planeta, além da economia, pense: toda

vez que você for jogar fora algo que pode, ou podia ser aproveitado e se lembrar de que

há milhares de pessoas passando fome no mundo, sua consciência lhe acusará e sua

mudança será automática. Portanto, tente sempre reaproveitar alimentos. Doces podem

ser feitos com sobras de frutas um pouco passadas (eu disse “um pouco”) não quero

que você tenha nenhum tipo de problema alimentar; aquelas sobras do almoço podem

virar pratos saborosos no jantar; as sobras de pão podem virar pudim ou torradas; arroz

de forno com as sobras do almoço fica ótimo!

Temos muitas opções e muitos meios de pesquisa com a ajuda da internet, para

que os alimentos não sejam simplesmente dispensados. Faça uma busca e verá a

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quantidade impressionante de receitas que podem ser feitas com algo que tenha sobrado

em alguma refeição. Na minha página nas redes sociais você também encontrará

algumas opções.

7.5 No quarto

“No quarto? Gente, mas o que eu posso economizar no meu quarto? Está

doido?”

Torneira lá não tem... certo. Então, que tal olhar para seu guarda roupa?

Comprar roupas sempre foi uma das maiores despesas de uma casa. Então você deverá

ter muita disciplina e desprendimento para pensar antes de comprar mais: realmente

preciso disso? Não tenho nada parecido. E, se em último caso for realmente inevitável,

precisa ser novinho?

Nós, brasileiros, temos complexo de inferioridade e achamos que comprar no

brechó ou bazar é “coisa de pobre”. Irônico é saber que esta é uma prática totalmente

comum e aceitável em países de primeiro mundo. Então, que tal abrir a mente, pesquisar

e incluir esta como uma opção para auxiliar na economia do guarda roupa?

Além disso, existem várias peças no seu guarda roupa que você não utiliza,

certo? Porque não fazer o contrário e anunciar as suas peças para os amigos e descolar

uma grana extra? Existem vários sites na internet de classificados, e mesmo se não

quiser colocar em site de classificados, caso tenha receio, divulgue para seus amigos

próximos. Tire fotos e as divulgue nos vários grupos em que você participa

E, Lembre-se: ao sair do quarto, apague a luz.

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7.6 No banheiro

No banheiro, economize na água. Óbvio e desnecessário dizer? Errado! Embora

saibamos as respostas, não as utilizamos a nosso favor.

A descarga tradicional pode ser substituída por um vaso acoplado, por exemplo.

Em curto prazo, você irá gastar, mas irá economizar em longo prazo. Imagine quantas

descargas são dadas por dia em uma casa com uma família de quatro pessoas?

Se você irá partir para esta opção, lembre-se de que já existem sistemas com

dois tipos de válvulas de descargas, que emitem mais ou menos água, de acordo com a

necessidade. Existem, mesmo que você já tenha uma caixa acoplada, maneiras de

economizar água na descarga, pesquisando, você encontra vários vídeos a respeito, vale

a pena dar uma olhada.

E no banho? Às vezes, não importa o calor que esteja fazendo, temos a mania

de tomar banho com água quente! Existem várias opções alternativas para aquecimento

da agua, o chuveiro é um dos principais vilões na conta de luz. Além disso, você sabia

que banhos mais frios podem fazer bem para a pele e para o cabelo? Converse com seu

médico dermatologista e veja se pode ser interessante para você.

Não se esqueça: ao sair do banheiro, apague a luz.

7.7 Na sala

“Na sala também não tem torneira, não tem vaso sanitário ou chuveiro, e nem

guarda roupa. Agora não dá! ”

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Temos uma quantidade incontável de serviços em nossas residências, como TV

a cabo, telefone e internet. Tenho vários amigos que resolveram renegociar com sua

operadora esses serviços, ou experimentar serviços compartilhados?

Se você mora em prédio, por exemplo, você pode entrar em acordo com seus

vizinhos e compartilhar a internet, ou a TV a cabo. Se a distância entre as casas permitir,

existem serviços que podem ser compartilhados mesmo estando em bairros distintos.

Tem telefone fixo? Considere se ele é realmente necessário. Há casos em que

tê-lo em casa é extremamente útil: se há idosos, ou pessoas com cuidados especiais ou

crianças em casa, por exemplo. Mas cada caso é um caso. Se seu caso não for de um

telefone para emergências, faça um teste: desligue o aparelho da tomada e fique um

mês sem utilizar o serviço. Fez falta?

E ao deixar o ambiente, apague a luz.

7.8. Na área de serviço

“Você vai falar até da área de serviço? ” Vou sim, não tenha dúvida.

Primeiro, porque a quantidade de água que se utiliza em uma residência é

sempre um problema. Então, se você usar sempre sua máquina de lavar no volume

máximo você já economiza. É muito melhor do que liga-la de tempos em tempos em

quantidade mínima.

Segundo, a maioria das máquinas tem a função “Reaproveitar água”, ajudando

a economizar. Use esta função, pesquise no manual de instruções, e você ainda pode

reutilizar aquela água que sai no final da lavagem, para lavar quintais ou o carro por

exemplo.

Após retirar as roupas da máquina você também pode economizar energia (e

tempo) ao colocar algumas roupas mais simples, de pano mais maleável, para secar

diretamente no cabide e no varal, assim você evita de passa-las.

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Que fique claro que você não poderá utilizar esta opção para tudo. Com

camisetas sociais e calças jeans, por exemplo, dificilmente será possível. Não quero,

portanto, ninguém chegando todo amassado no trabalho e dizendo: “Ah, essa foi uma

dica de um livro que eu li.”. Veja como você poderá utilizar esta dica a seu favor,

com inteligência.

7.9 Transporte

Quanto ao transporte, a questão é sempre complexa e com respostas não tão

simples. Se você tem alguma particularidade, como levar as crianças à escola,

dificilmente poderá optar pelo transporte público. Então reveja seu caso. Se for

possível, lembre-se de que nosso transporte público nem sempre é confortável, mas

você pode considerar algumas opções.

Se você não abre mão do veículo nos dias normais, tente economizar ao menos

nos meses de férias, quando o trânsito é mais tranquilo e você não tem que levar as

crianças à escola. São quase três meses, dezembro, janeiro e julho, uma economia que

pode ser considerável.

Se a distância entre seu trabalho e sua casa não for muito grande, considere a

bicicleta como opção! Verifique se há bicicletário e, principalmente, vestiário com

ducha (fundamental) e comece a pedalar! Você economiza e ainda cuida da saúde.

Em alguns casos, se você considerar como seguro, verifique se trocar o carro

pela moto pode ser uma opção, ela é mais ágil e econômica, mas deve ser utilizada com

muita atenção e cuidado (eu mesmo utilizo).

7.10. Na garagem

“Até da garagem você vai falar? ” Amigo, se você quiser, eu falo até do porão...

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Falando do automóvel que você tem em sua garagem, já parou para pensar se

realmente vale a pena comprar ou manter um? Você já fez as contas para ver quais são

os gastos anuais com IPVA, seguro, estacionamento... na ponta do lápis, é viável?

Quanto à quantidade, já viu se realmente precisa de mais de um carro? Há famílias que

dispõe de três carros sem necessidade! Fazer uma rota e verificar se os trajetos não

podem ser compartilhados é uma alternativa.

• Economizando no combustível

Faça os cálculos para ver se seu carro consome muito combustível. Veja se vale

a pena mantê-lo ou trocar por um modelo mais econômico. Qual é sua real necessidade?

Se você utiliza o carro quase que exclusivamente dentro da cidade, ou tem uma família

pequena, precisa de um modelo SUV (aqueles carros grandões), ou um carro 2.0? Um

carro popular ou mais fraco poderia resolver seu problema?

E na hora de abastecer, hoje praticamente todos os veículos são flex, você sabe

o que é isso? E, principalmente, sabe como usar a seu favor? Carros flex são aqueles

que podem ser abastecidos com dois ou mais combustíveis. Ótimo, agora eu já sei, mas

como saber se abasteço com álcool ou gasolina? Pesquise no seu manual de instruções

de seu veículo como economizar.

Se puder, abasteça sempre no mesmo posto. Muitos problemas mecânicos são

causados por combustível adulterado, se você abastecer em vários postos, nunca saberá

em qual deles o problema está.

Ainda falando em economia de combustível, sabia que o simples fato de manter

os pneus calibrados faz com que você economize combustível? A lógica é a seguinte e

é muito simples: com os pneus descalibrados, o carro fica “mais pesado” e, com isso, o

motor trabalha mais para empurrá-lo.

Outra dica e a manutenção periódica do veículo. Ao contrário do que parece, a

manutenção preventiva é sempre mais barata. Esperar a peça quebrar para trocá-la lhe

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dará mais dor de cabeça, porque todas as peças do veículo são interligadas, então, se

uma quebrar, a possiblidade de a próxima estar defeituosa é imensa!

Se você deixa de alinhar os pneus do carro, por exemplo, fará com que eles

tenham um desgaste maior e, consequentemente, uma vida útil menor, além de ser

muito perigoso.

7.11 No trabalho

” O meu trabalho é minha fonte de renda, é de onde tiro o meu sustento, como é

possível que eu esteja gastando e desperdiçando meu suado dinheiro lá na minha

empresa? ” Você passa em média oito horas, ou mais, por dia lá, então, sim, é possível

economizar enquanto está trabalhando:

• Refeições

As refeições fora de casa podem também ser vilãs do orçamento. Multiplique

o que gasta com refeição por 22 (dias em média) e saberá quanto gasta por mês. Com a

cifra do valor em mãos, verá que levar comida de casa pode ser uma opção saudável e

altamente rentável. Como disse anteriormente, o hábito de levar a famosa “marmitinha”

ou “quentinha” é encarado com certa repulsa, pelo fato de as pessoas considerarem estes

como hábitos que não condizem com determinada classe social. Ledo engano.

Vários são os famosos, artistas e esportistas que não dispensam a refeição feita

em casa para comer no trabalho, alguns por dietas específicas, mas outros por economia

mesmo.

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É claro que você pode ter dificuldades para começar, então sugiro que

estabeleça uma meta, do tipo, pelo menos uma vez por semana eu levo, e aos poucos

você irá aumentando a meta.

7.12 Saúde - E quando eu estou dodói?

“Parou. Aqui não dá. Saúde é primordial! Aceitei que dá para economizar na

sala, no quarto, na cozinha, no banheiro, na garagem, no trabalho..., mas, na saúde,

não!”

Concordo em gênero, número e grau na questão da primordialidade quanto à

saúde, e, que fique claro, não estou dizendo para deixar de ir ao médico (nunca!) Ou

deixar de comprar medicamentos. Porém, ainda assim, é possível economizar.

Quando o gasto com medicamentos realmente for inevitável, pesquisar é

sempre a melhor opção, eu faço isso sempre. E hoje temos internet na palma da mão,

ou seja, não se pode mais admitir a postura de sair do hospital e entrar na primeira

farmácia, e comprar. Isso poderá lhe garantir maiores gastos.

Drogarias também costumam ter programas de fidelidade que lhe dão descontos

de acordo com o valor da compra. Deve-se considerar também esta opção.

Há também a alternativa de compra nas farmácias populares que participam de

programas governamentais (são poucos, mas existem). Nelas há alguns medicamentos

que são distribuídos gratuitamente mediante algumas condições, dependendo da

finalidade. Pesquisar antes de comprar o seu medicamento, portanto, é igualmente

indicado.

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Se você investir em um estilo de vida mais saudável, com alimentação

balanceada e exercícios físicos, poderá no futuro gastar menos com remédios.

No período em que fiquei sem minha moto para ir trabalhar, fiz os cálculos do

quanto eu gastaria com transporte público, e também do quanto eu estava sedentário.

Após colocar tudo no papel, percebi que pegava dois ônibus para ir e dois para voltar e

aí vi que podia resolver duas questões ao mesmo tempo. Para ir ao trabalho, ao invés

de pegar dois ônibus, consegui fazer um trajeto em que eu pegava um ônibus e o metrô.

Assim, já economizava R$2.50 (no mês, consegui fazer uma economia de, mais R$

50,00, no ano R$ 600,00). Porém, para isso, teria que andar a pé por quatro quarteirões,

ao passo que o ônibus me deixaria na portinha (quatro quarteirões, fala sério!). Para

voltar foi ainda melhor: coloquei meu tênis de caminhada na mochila, pegava somente

o metrô e andava 4 km a pé (óbvio que você deve fazer os devidos alongamentos, e, se

não estiver tão bem de saúde, não se arrisque, consulte antes um médico).

7.13 No supermercado

Achou que eu não ia falar dele, o tão temível supermercado?

Vou aqui dizer de coisas que são normais de se encontrar, e não

necessariamente você irá encontrar todas elas ao mesmo tempo no seu supermercado

de costume, mas acho difícil não encontrar algumas.

• Aromas

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Você realmente acha que saem fornadas de pão da padaria a cada 30 minutos

só para você levar para casa pão quentinho? O aroma, principalmente de comida, pode

fazer com que você queira consumir mais, principalmente se for as compras com fome!

Este mesmo raciocínio se aplica ao setor de limpeza, você irá associar aquele cheirinho

de limpeza à cozinha ou ao banheiro de sua casa.

Não recomendo, mas, se quiser, faça o teste: vá com fome e veja o quanto a mais

você irá gastar.

• Layout

Nas prateleiras, os produtos que tem uma saída maior geralmente são

posicionados no centro, próximo à altura dos olhos. Os produtos com preços menores

geralmente são posicionados na parte de baixo ou de cima. Não por acaso, porque, às

vezes (só às vezes), estamos com tanta pressa que pegamos o primeiro que vemos pela

frente. Outro ponto interessante é que você dificilmente verá balas, bombons ou outras

guloseimas na prateleira de cima. Sabe por quê? Porque esses produtos estarão,

geralmente, no alcance dos olhos das crianças. Por isso é bem provável que, se você for

ao supermercado com crianças e passar por essa sessão, sentirá aquele puxão na sua

roupa, acompanhado de olhinhos superfofos que dizem: “Compra para mim? ”.

Se puder deixar as crianças com alguém, será ótimo para o rendimento do seu

suado orçamento doméstico.

• Ambiente

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É comum encontrar em alguns supermercados música ambiente, bem calma e

tranquila, ar condicionado central e um clima agradável. Tudo para que as compras

possam ser prazerosas.

• Dia do mês

Vou dizer, mas acho que essa você já matou! Em que momento do mês você

acha que os preços estão mais baratos e quando você acha que estão mais caros: no

início do mês, quando as pessoas geralmente estão com dinheiro no bolso e saem para

as compras e os estabelecimentos estão cheios, ou no fim do mês, quando quase

ninguém tem um real na carteira e não tem nem fila nos caixas? Atingir o objetivo deste

livro quer dizer que você terá que chegar ao fim do mês com dinheiro para ir ao

supermercado. Difícil, sim. Mas não impossível. Verá coisas em promoção que nunca

viu na sua vida! Falaremos mais sobre este assunto adiante.

7.14 No quintal - Tenha uma hortinha

Ter um quintal é algo que também poderá contribuir muito para a sua economia

doméstica. Não precisa ser, necessariamente, um quintal grande. Pode ser um

pequenininho. Se você mora em apartamento, uma varandinha é suficiente; se for em

uma cobertura (que chique!), lá também dá. E mesmo que seu apartamento seja

minúsculo, um pedacinho lá perto da área de serviço também pode dar.

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“Por que você está insistindo nisso? ” Uma das questões é que nem sempre

nossas hortaliças estão livres de agrotóxicos. Então, se você plantar com umas

sementinhas na sua casa, vai ter a certeza de que são mais saudáveis.

Outra questão é o preço. Claro que não será grande economia, mas aqui você já

aprendeu que toda economia conta, não é mesmo? Se você tem criança em casa, melhor

ainda. É mais uma oportunidade para interagir com seu filho, montando a horta e a

observando crescer. Transforma o trabalho em diversão e ainda ensina algo a seu

pequeno! Opção pedagógica, saudável, inteligente e econômica.

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8.Dívidas

(e,principalmente,

como se livrar

delas)

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Eis que chegou a hora de falar delas: as dívidas! Esta é a parte em que você diz

“Infelizmente seu livro chegou tarde, já estou endividado”. Calma, vamos analisar com

cautela.

Em primeiro lugar, dívida não é o fim do mundo. Em segundo, nada do que foi

dito foi em vão e até aqui você aprendeu muito. Sua visão do que é a administração

doméstica com certeza é diferente do que era antes de você começar a ler o livro.

Conhecimento é algo que nunca se perde, você levará para a vida inteira e poderá passar

de geração em geração, para seus filhos e seus netos.

Depois de bastante tempo, quero, agora, que você anote somente as dívidas,

ou seja, o que você tem que pagar e que está atrasado. Se você tem uma dívida,

financiamento ou algo do tipo que não esteja fazendo com que você tenha que pagar

juros, ainda não chegou a hora de falar delas. Agora, mesmo que você esteja nesta

situação, totalmente endividado, é possível sair dela usando o que eu chamo de reservas

anuais. Estas reservas, eu as divido em três: as aclamadas férias, o aguardado décimo

terceiro e a restituição do IR.

Quantas dessas reservas você tem? Pergunto isso porque estou partindo do

pressuposto de que não são somente pessoas empregadas que leem este livro, há

também empresários e profissionais liberais, então nem todos têm as três opções.

• Férias (ah, minhas férias...)

Meu período de descanso, minha hora de descanso, momento de repouso

merecido para um guerreiro exausto da batalha diária (poético, não?), as férias são o

momento para curtir, relaxar... “E lá vem você, Gladson, de novo querendo estragar

isso? Aff... eu tenho que viajar! ”.

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Não estou aqui para estragar nada, só quero lhe ajudar a pensar e a resolver seu

problema de má gestão financeira.

Antes, porém, vamos deixar algo claro: você não tem que viajar, você quer! É

diferente...não conheço nenhum caso de alguém que tenha sido ameaçado e obrigado a

viajar... disse que você precisa descansar, sim, seu corpo e sua mente, mas existem

várias formas de se fazer isso que não precisam necessariamente passar pelo aeroporto

ou pela praia.

Claro, se sua situação financeira é suficiente para viajar, ótimo! Boa viagem

(falaremos disso daqui a pouco, darei exemplo das minhas viagens). Mas se não é, sair

para aliviar a cabeça por uma semana e voltar devendo duas vezes mais dificilmente

será benéfico para você. Lembre-se do caso que contei nos primeiros capítulos: você,

precisa, quer, ou você simplesmente irá viajar para mostrar a alguém que você pode? E

se você tem dívidas, ou se seu orçamento está, de alguma forma, desregulado, então

que tal pegar esse valor a mais (1/3 de férias, que nem é muito) e pagar algumas

continhas? Mais adiante falarei quais contas são mais importantes e o motivo.

• 13 ° Salário

No fim do ano, recebemos nosso tão sonhado 13° salário, e aí é hora de torrar

tudo de uma só vez, usando a famosa frase: “Eu trabalhei muito, então mereço. Bora

“torrar” tudo no shopping! ”.

Bom, acredito que você mereça mesmo, e acredito que você realmente trabalhe

muito, porem só quero que se atente para dois detalhes: o primeiro é idêntico ao citado

no caso das férias; se você está com dívidas, é mais aconselhável pagar as que já existem

antes de fazer outras... O segundo detalhe é que, apesar de o dinheiro sobrar um

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dezembro (às vezes), é muito comum faltar em janeiro! Ao começar o ano, o primeiro

mês nos reservar “cartinhas” indesejadas: imposto do carro (se você tem mais de um

então...), imposto da casa, seguro, material escolar, matrícula...

Já pensou nisso? Veja se, na verdade, o valor que você recebe em dezembro

não é muito próximo ao que você gasta em janeiro. Há pessoas que comprometem todo

o orçamento anual se descontrolando com estas duas questões e gastam o 13° em

dezembro e esquecem o que vem junto com os fogos de ano novo: as obrigações de

janeiro.

• Restituição IR

Na maioria das vezes, o Imposto de Renda (IR) é descontado direto da fonte.

Por esta razão, disse que se deve considerar, para fins de cálculos, o que você recebe

todo mês na sua conta, sua receita mensal, o valor líquido, não o bruto. Identifique como

funciona a sua declaração de imposto de renda e, principalmente, como é a sua

restituição (se você tiver direito), para darmos sequencia neste assunto.

Tenho agora que fazer um parêntese: Com internet e mais formas de acesso à

informação, é normal tentarmos fazer algumas coisas nós mesmos, mas é necessário

pontuar. Uma declaração de imposto de renda feita por um profissional da área, (não

aquela pessoa do seu bairro que você conhece que faz para todo mundo e que você nem

sabe em que é formado) pode não ser gasto e sim investimento futuro. Este profissional

está apto a fazer o melhor possível e também conhece melhor a lei e sabe tudo o que

você pode deduzir para ter uma melhor restituição, ele conhece as regras e pode utilizá-

la a seu favor, pense nisso.

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Voltando a falar da restituição, se tudo estiver correto, após a declaração chega

a hora de reaver parte do dinheiro declarado. Lembre-se de que este dinheiro não está

constando na sua lista de entradas mensais, então é muito importante que caso você

esteja com dívidas. Enxergue, então, uma boa oportunidade de quitar algumas continhas

e ficar livre de indesejáveis juros e, se quiser fazer uma “gracinha”, faça, não sou tão

chato assim. Mas lembre-se que ir a um restaurante, teatro ou algo do tipo é aceitável

com essa graninha que entrou. Querer viajar a Europa com esse (pouco) dinheiro já

deixa de ser “gracinha”.

Vamos agora falar das principais dívidas das famílias, aquelas que, por serem

tão fáceis de contrair, acabam sendo a primeira opção no momento em que a conta para

fechar o mês não bate.

8.1 Cheque especial – Entrar é fácil, quero ver é sair!

Que os juros do cheque especial são altíssimo acho que não preciso dizer. Há

reportagens sobre isso o tempo todo, e até acredito que você já tenha sentido na pele.

Explicar é bem simples, mas, se é assim, porque ainda é a opção mais utilizada?

Talvez você não saiba, mas um empréstimo junto ao banco pode (entendeu?

Pode...) ser mais vantagem para você, com juros e condições bem mais atrativos.

Vamos exemplificar, é sempre mais fácil contextualizar a coisa: Imaginemos a seguinte

situação (hipotética, mas nem tanto): o mês ainda não acabou, mas seu salário sim. O

que você faz?

Pois bem, esta é questão, você tem um problema e tem que resolvê-lo, e nosso

cérebro tende a ir para o lado mais fácil e prático. Daí, temos duas opções:

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• Opção A

Desmarcar compromissos, já que provavelmente vai atrasar, se dirigir ao banco

em horário de atendimento (ou seja, o horário de 10:00 às 16:00), gastar com

estacionamento, passar pela porta giratória (aquela que gosta tanto de lhe ver que quase

sempre lhe prende lá dentro), retirar todos os seus objetos de metal, passar, pegar todos

os seus objetos de novo, pegar uma senha, se sentar, aguardar talvez uns 30 minutos,

ser chamada, se sentar na frente de um gerente e começar uma negociação sobre valores,

prazos e juros, lembrando que, na maioria das vezes, ele entende muito mais do que

você sobre condições de empréstimos (às vezes não, mas na maioria sim) e está muito

mais preparado do que você para negociar, e talvez, só talvez, sair com um empréstimos

com boas condições.

• Opção B

Ir ao caixa eletrônico a qualquer hora e pegar o dinheiro que está no limite da

sua conta, quase piscando na tela e falando com você com voz sensual “Me pega...”.

A escolha a ser feita é quase óbvia, e a opção B é a escolhida na maioria das

vezes. Talvez por isso é tão fácil pegar dinheiro do cheque especial. Ninguém quer

empecilhos, queremos o que é rápido e fácil. No entanto, por mais trabalhoso que possa

ser naquele momento, em um futuro não tão distante, seu bolso irá lhe agradecer se

escolher a opção mais inteligente, não a mais rápida.

Pense na quantia que está precisando, e a cada quanto tempo isto está

ocorrendo. Se todo o mês você está entrando no cheque especial, é necessário que você

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faça uma reflexão e veja a razão. Volte ao capítulo anterior, se necessário, e veja onde

você errou.

8.2 Cartão de crédito -o risco

Gostaria de iniciar dizendo que o cartão de crédito nem sempre é um vilão,

sempre tive uma resistência a ele e demorei muito até ter um, mas entendi que pode ser

uma boa, se usado com consciência.

Hoje é considerado como uma extensão do salário, um “Plus” para quando o

dinheiro acaba. Quantas vezes no mês você faz a seguinte pergunta a algum

estabelecimento: “Aceita cartão? Isso só vale se eu necessito fazer uma compra e o

dinheiro acabou (entendeu o que eu disse? Ne-ces-si-to) ”. Aquele vestido espetacular

que está com 50% de desconto não se encaixa como necessidade. Mas se eu realmente

tenho que fazer uma compra, um medicamento de urgência, por exemplo, o que fazer?

Cheque especial ou cartão de credito?

“Qual é a diferença prática do cheque especial para o cartão de crédito, se eu

uso os dois quando o dinheiro acaba? ”

No cheque especial, você já tem a certeza de que irá pagar juros (a menos que

você tenha algum benefício do seu banco), a não ser que seu banco tenha alguns dias

de tolerância. No cartão, se você estiver consciente do quanto está sua fatura, a

probabilidade de que você consiga honrar com seu compromisso de pagar a conta no

próximo mês é muito grande. A maioria dos bancos tem um controle de conta parcial,

disponível via internet. Quando eu digo pagar, estou me referindo ao pagamento

TOTAL e nunca ao pagamento mínimo, com toda aquela complicação de juros.

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Planeje-se sempre para pagar o valor total da fatura. Pagando o mínimo, a chance de

você se enrolar nas contas é enorme.

8.3 Empréstimos e financiamentos

Comecei a falar no início do capítulo sobre financiamentos. Pode ser uma boa

saída? Em alguns casos, pode sim. Desde que seja usado com inteligência. Se negociado

corretamente, você pode ter boas condições. Você deverá pôr em prática o seu poder

de persuasão, ou seja, deverá argumentar bem para obter vantagem, mesmo que

pequena. Lembre-se de que você, enquanto cliente, tem voz ativa. Muitos bancos têm

canais de atendimento especial para clientes, e sua reclamação dificilmente passa sem

retorno. Tenha em mente também que, na maioria das vezes, os funcionários têm metas

a bater e recebem comissões por realizar empréstimos e financiamentos, ao contrário

do que parece, você também tem poder, saiba negociar!

Caso você não saiba, recomendo que pesquise sobre o assunto. Em tudo na vida

negociamos, mesmo sem perceber. E as pessoas que detêm esse poder de persuasão

dificilmente se dão mal na vida, desde que utilizado para o bem. Em alguns casos, sua

negociação com o banco será baseada na seguinte relação: quanto maior o risco de não

pagar as prestações você oferecer, maiores serão as taxas de juros; e quanto menor

forem as chances de você não honrar com seus compromissos, menor será a taxa de

juros.

Você já se perguntou por que aposentados, pensionistas e servidores públicos

têm condições melhores? Porque o risco deles é menor, aqui é você que tem que saber

o que você tem a oferecer como garantia, se você possui imóvel ou veículo já é um bom

indicador.

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• Financiamento de carro

Saiba negociar os juros. Financiamentos automotivos geralmente têm juros

muito altos, é necessário ficar atento. Além disso, pense na desvalorização: Se você

compra um carro de R$35.000, que, ao final de cinco anos, quando você terminar de

pagar o financiamento, valerá, no mercado, R$ 25.000, e você pagou, no total do

financiamento, R$ 40.000, preciso desenhar que foi um mau negócio? Outra questão

que merece atenção: na maioria das vezes, há mais vantagem nos financiamentos de

veículos mais novos do que veículos mais usados. Pesquise sempre.

• Financiamento da casa

É muito difícil conseguir comprar uma casa ou apartamento à vista. Se você

conseguiu, meus parabéns! Então, na hora de sair do aluguel para a casa própria, é um

momento muito delicado e que merece atenção redobrada. Como está o mercado

imobiliário? Está estagnado, está com tendência de alta ou tendência de baixa?

“Mas, por que isso é importante? Eu quero é sair do aluguel! ”

Imagine que você comprou um apartamento antes de 2005, comprou quando o

mercado estava um pouco estagnado, então pagou, por exemplo, R$80.000 naquela

época, é provável que ele esteja valendo hoje mais de R$ 200.000! Isso ocorre porque

o mercado se valorizou nos últimos anos. Hoje, 2016, se você comprá-lo a R$200.000,

é provável que, daqui a oito, dez anos, ele esteja valendo R$ 250.000 (provável, não

posso prever o mercado). “Ué, mais ainda é vantagem...”. Dependendo da taxa REAL

de juros do financiamento, pode ser que não. O que você pagará de juros nesse imóvel

fará com que o valor seja infinitamente mais alto. Agora, você prefere comprar a

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R$80.000, para valer R$ 200.000 e ter 150% de lucro, ou comprar a R$ 200.000, para

valer R$ 250.000, e ter 25% de lucro? Entendeu como analisar o mercado é importante

em uma decisão como essa?

Os financiamentos imobiliários, em sua grande maioria, possuem a opção de

amortização, que é o pagamento de um valor fora das prestações para que seu valor

total do financiamento seja reduzido. Ou seja, se devo R$100.000, pago uma prestação

todo mês, mas se eu, de alguma forma, juntar R$5.000, posso amortizá-lo. Então, ao

invés dos R$100.000, passo a dever R$95.000.

Tudo isso deverá constar no seu contrato, que geralmente tem mais de 200

páginas. Cuidado ao assiná-lo, se não tiver paciência para lê-lo. A contratação de um

profissional especializado pode ser interessante, um gasto a mais para um ganho a mais

é uma dor de cabeça a menos.

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9. Diversões –

Refresco para o

cérebro

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Em sua grande maioria, as pessoas que estão lendo este livro neste momento

são pessoas que, de uma forma ou de outra, trabalham muito, batalham, têm vidas

bastante atarefadas e, por isso mesmo, chega um momento em que estão exaustas,

fisicamente e psicologicamente.

Vivemos em um mundo cheio de pressões, então nunca vou lhe disser que você

deve abdicar de tudo, não se divertir e viver para pagar suas dívidas, eu tenho até medo

da sua reação e do que isso pode causar...

Nosso corpo e nossa mente precisam de uma válvula de escape. Há vários

diagnósticos clínicos relacionados ao stress, causados por trabalho demais,

preocupação demais e diversão de menos. Então, não diria somente que por trabalhar

tanto você merece se divertir. Você PRECISA se divertir; seu corpo e mente precisam

disso.

Devemos ter um refresco para que nosso corpo e mente não entre em

“parafuso”. Então, passeios no parque com as crianças, um churrasquinho no fim de

semana, cineminha a dois, são coisas que podem e devem ser feitas sim, inclusive fora

de suas férias também, aí voltamos a questão da administração do tempo.

E na maioria das vezes, advinha, é necessário que você abra sua carteira para

isso, mas é necessário aproveitar as oportunidades de se divertir gastando pouco, e,

claro, é possível. E não estou falando só de ir à pracinha do seu bairro ficar olhando

para o tempo não.

“Então, eu tenho como me preparar para isso? ” Se programado, tem sim. E não

é difícil.

Mostrarei, a seguir, como é fácil usufruir dos benefícios que não custam muito,

ou não custam nada e podem nos render momentos de prazer e boas risadas. Vou

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mostrar que é possível economizar, mesmo na sua diversão. Seja em opções gratuitas

ou em opções que ficam mais em conta para seu suado dinheirinho.

9.1 Existem opções gratuitas?

Não é mito. É realidade. Você poderá se divertir abrindo bem pouco a carteira,

e também poderá encontrar atividades gratuitas. Mesmo que não encontre 100%

gratuitas, com certeza conseguirá bons descontos.

Como eu disse, pauto minhas dicas no que eu faço. Portanto, lhe darei dicas de

como pesquisar.

• Órgãos públicos

“Olha, que legal! Bem que você disse que este livro tinha um viés engraçado.

Agora que vi que é verdade... você está de brincadeira, não é, Gladson? Quer que eu

utilize os serviços que são oferecidos pela prefeitura da minha cidade? ”

Não, não estou. Porém, se você pesquisar, verá que, às vezes, são oferecidas

diversões gratuitas à população (óbvio que não são totalmente gratuitos, já que são

serviços subsidiados com o dinheiro de seus impostos) e não posso afirmar que em

todos os lugares do Brasil existem. Mas, em alguns lugares, existem sim.

• Shows e exposições

Existem diversos shows gratuitos que são patrocinados por grandes empresas,

ou que são patrocinados por prefeituras e podem ser de artistas renomados ou não, se

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você quiser ir, esta é uma oportunidade, eu já fui a vários e não me arrependi. Agora se

você é chique e só vai de camarote VIP com open bar, prepare o bolso! Há exposições

de artistas de renome internacional que muitas vezes tem entrada gratuita em museus

ou centro de culturas, as vezes pertinho e você nem sabe!

• Meia entrada

Que fique claro aqui que estou falando de opções lícitas, dentro da lei! Nada de

transgredir a lei, dar uma de espertinho e falsificar carteirinha de estudante ou alguma

coisa do gênero (jeitinho brasileiro, não!).

Várias empresas têm convênios que dão direito à meia entrada em cinemas,

teatros e espetáculos, pode ser que você trabalhe ou seja cliente de uma empresa que

oferece este tipo de benefício e nem saiba!

A lei da demanda é feroz! Se você opta por querer um produto ou serviço

quando todo mundo também quer, é obvio que irá pagar mais caro.

Quando você acha que uma caixa de bombons está mais cara, no carnaval ou

na pascoa? Aqui o raciocínio é o mesmo: se você optar por ir ao cinema no fim de

semana, quando está cheio, é obvio que pagará mais caro. Se programar e observar que

o mesmo filme, na mesma sala, porém em um dia de semana e não no fim de semana,

ou pelo menos em um horário diferente, será menor. Pesquise para ver o quanto você

estará economizando.

9.2 Internet, sites de descontos e compras coletivas

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Por várias vezes citei a internet como fonte de consultas para vários tipos de

economia: teatro, cinema, restaurantes, shows. Ah a Internet. Quanta maravilha ela nos

trouxe! Caso você realmente opte por utilizá-la em seu favor, com certeza terá um

retorno financeiro considerável, e aqui estou falando desde coisas pequenas até grandes

negociações.

Sites de compras coletivas, por exemplo, são uma boa opção. É necessário, no

entanto, que você verifique a confiabilidade do site e de sua conexão com a internet.

Mas o raciocínio é simples: se você vende um pastel, cobra um preço “X”, mas se

vender 50 pastéis, poderá cobrar um preço menor, pois terá lucro na quantidade

vendida, o processo é o mesmo que se adota nesses sites. As empresas querem que seus

clientes vão até elas, então oferecem em seus sites cupons de descontos para que tenham

a preferência na hora da compra. E, se você pensa que tem prejuízos, está muito

enganado! Pense bem: se você ganhar 30% de desconto na compra de um hambúrguer,

terá uma probabilidade quase de 100% de pedir um refrigerante, batatas ou sorvete para

acompanhar.

Aproveite as facilidades que a modernidade lhe trouxe.

9.3 Eu posso tirar férias?

Pode. Claro que pode. Me identifico com você leitor, porque provavelmente

minha condição financeira é muito parecida com a sua, ou seja, pouco dinheiro) E eu

consigo, viajar para praias no Nordeste, para a serra gaúcha, e até para os países

vizinhos como argentina e chile (não, isso não é ostentação) digo isso para que você

saiba que também pode, desde que se organize e planeje direitinho.

Meses de férias escolares e feriados prolongados geralmente são muito mais

caros (Falarei disso mais adiante), o ideal são os meses com baixa temporada, daí a

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necessidade de planejamento. E não é porque são suas férias que você pode gastar sem

pensar! Lembre-se que a fatura do cartão chegara no mês seguinte. Então veja o que

tem de diversão gratuita onde você está, parques e museus, e antes de almoçar,

adivinhe? Pesquise.

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10 Antecipe-se

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Nosso comercio funciona sempre no calendário do ano. Como assim Gladson?

Isso é obvio... Calma, eu explico.

Início de ano, janeiro, o que está caro? Opções de lazer. E por quê? É época de

férias. Crianças em casa, as pessoas querem ter algo para fazer para sair de suas casas.

O que fazer? Buscar soluções de entretenimento alternativas e também criativas, de

preferência que aceitem meia entrada, já que estudantes quase sempre pagam meia.

Em fevereiro, são as viagens que estão em alta: no Carnaval, ninguém quer ficar

em casa. Os preços ficam exorbitantes. Experimente alugar um sitiozinho bem básico

para ver, e aqui nem comento sobre destinos mais requisitados (pesquise nas agências,

pacotes para o nordeste no carnaval, mas fiquei sentado ao pesquisar para não correr o

risco de cair para trás...). O que fazer? Se você realmente quer viajar no carnaval, se

antecipe muito! Compre seu pacote com mais de seis meses (no mínimo) de

antecedência. Agora, a melhor opção é um passeio mais light nesse período, onde quase

tudo está caro.

Março e abril, preparação para semana santa e pascoa, pode observar que as

lojas já começam a colocar os ovos de pascoa do lado de fora. E os pacotes de viagem

para a Semana Santa? Leia o que falei sobre o carnaval. É igualzinho. Com relação aos

presentes de páscoa, tente comprar antes, ou, se conseguir vencer as tentações do

comércio, convencer seu filho de que uma barra tem mais chocolate do que um ovo de

páscoa, troféu para você! Aprendeu direitinho.

Maio, mês das mães. Comércio aquecido para comprar o presentinho da

mamãe. Se deixou para comprar em cima da hora, perdeu dinheiro. Sabe aquelas

promoções? Quase tudo é enganação. Se comprar antes, verá que seu poder de barganha

é bem maior.

Junho, mês dos namorados, todas as opções de presentes para casal apaixonado

estão com preços lá nas nuvens. Chocolates e flores, nossa... experimente reservar um

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bom restaurante ou ir a um motel para ver. Além das filas, os preços fazem quebrar

qualquer clima.

Você, então, precisa necessariamente comemorar na data que o Brasil inteiro

comemora? (Observação, dia 12 de junho é meu aniversário). Por que não fazer a

mesma comemoração no dia de aniversário de casamento, ou de aniversário de namoro,

ou de aniversário de primeiro beijo (aí apertei! Mas a ideia é essa) Fuja do convencional.

Uma data só de vocês - falando para os casais - pode ser muito mais romântica

do que necessariamente todo dia 12 de junho. O comércio nunca vai adivinhar a data

de vocês para aumentar o preço só naquele dia.

Julho, férias de novo. Opções de lazer e viagens caríssimas. Assim como em

janeiro, busque soluções alternativas, e se tiver algum no bolso, já adiante o presente

do papai.

Agosto, mês dos pais, o comércio se prepara para aumentar os preços de roupas

masculinas, sapatos e perfumes. Então se você observou a dica do mês de julho, você

já fugiu das armadilhas desse mês.

Setembro e outubro: preparação para o dia das crianças, data que está perdendo

um pouco a magia, já que as crianças de hoje brincam cada vez menos com brinquedos

e cada vez mais com eletrônicos e celulares. Ainda assim, cuidado: pode ser uma

tendência que eletrônicos estejam mais caros nessa época.

Em novembro, o comercio já se prepara para o fim de ano. De olho nos décimos

terceiros, festas de fim de ano, natal e réveillon, presentes de natal, de todos os tipos, já

começam a ficar salgados. Alimentos típicos de fim de ano, pernil, peru, chester,

champanhe, tudo vai nas alturas. Se você leu tudo e é uma pessoa esperta e perspicaz,

já comprou os presentes em novembro, ou até em outubro, e somente os perecíveis,

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alimentos da ceia, terão ficado para o fim. E atenção, passagens e viagens voltam a ficar

mais caras... E aí, começa janeiro e o ciclo se repete.

10.1 Lucro com compras fora de época

Percebeu como é tudo milimetricamente igual, ano após ano? Utilize isso a seu

favor. Programe-se, agora você já sabe como, e faça compras fora de época. Sobrou

uma graninha? Que tal antecipar as compras de natal, dia dos pais ou dia das mães,

pode-se economizar quase 200%.

Tente negociar folgas ou férias na empresa fora das épocas tradicionais, você

não tem ideia do valor que irá economizar. Tente um programa mais básico no carnaval

e deixe aquela viagem dos sonhos para uma data sem expressão, no meio de algum mês,

ou fora de feriado.

Quando digo a você a palavra feriadão, o que vem à mente? Postos de gasolinas

lotados e com gasolina mais cara, estradas cheias e hotéis mais caros, até os vendedores

ambulantes vendem mais caro, nessa época. Seu suado dinheirinho não merece todo

esse martírio. Mas não estou dizendo para ficar em frente à TV, pense e planeje, sei que

com as dicas desse livro e sua inteligência você irá conseguir.

10.2 Dívidas programadas

“Não tenho ideia do que é isso...”

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Há coisas que não temos como comprar à vista. Acontece com todo mundo. A

diferença é só o que não podemos comprar à vista, mas sempre terá alguma coisa. Se

você me perguntar, direi que só existem duas coisas que justificam um financiamento:

carro e casa. Ponto. As prestações do seu fogão não se justificam, a menos que ele tenha

estragado do nada, de uma hora para outra e você teve que comprar de emergência, o

que, na maioria das vezes, não ocorre. Então, você pode se programar para comprar um,

o mesmo ocorre com a geladeira, sofá ou televisão. Porém, coisas tão grandes realmente

ficam difíceis de serem adquiridas com recursos à vista. Então é necessário ter um

cuidado com este tipo de financiamento, para entender suas particularidades.

Já dissemos nos capítulos anteriores as armadilhas e as vantagens desses

financiamentos, este não é o foco deste capítulo. O que quero que perceba aqui é que,

se você adquiriu um financiamento alto ou de longo prazo, seu planejamento financeiro

mudou totalmente. Seu salário já deve ser programado ao longo do total da dívida.

Exemplo, você ganha R$5.000 líquidos por mês, e comprou um carro para pagar mil

reais por mês durante 60 meses, nos próximos 5 anos você só deverá contar com

R$4.000 do seu salário todo mês. E aqui ainda seria interessante contar com um

pouquinho a mais para emergência, porque sabemos que seu carro precisa de

manutenção, gasolina, seguro... está entendendo?

A partir do momento da criação da dívida, seu salário já mudou, e não se

esqueça de que ainda estamos sujeitos aos riscos de desemprego, questão que já foi

abordada.

O que torna o financiamento realmente complicado é que não sabemos como

estará nossa vida daqui a cinco anos, mas isso faz parte do processo e é assim mesmo

que funciona. Desde que você tenha consciência e bom senso, as coisas irão se encaixar

e fluir bem, daí eu bater tanto na tecla do planejamento para dívidas futuras.

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11 E eu, que sou

meu próprio patrão?

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Para você que tem seu próprio negócio, praticamente tudo o que eu escrevi se

aplica, porém há algumas particularidades.

Uma das principais é que um empreendedor tem que ter uma visão muito mais

apurada de tudo o que acontece a sua volta, tanto no ambiente macroeconômico

(economia do país, economia mundial) quanto no ambiente micro. E saber que o

dinheiro que entra no caixa NÃO é o lucro líquido, é necessário abater todos os custos

e impostos antes de sair gastando tudo.

Outra questão é que a maioria dos ramos de trabalho são instáveis, há altos e

baixos, e para o microempresário é assim também. É necessário que você tenha uma

leitura do mercado para conseguir prever, de alguma maneira, se a hora é de cautela

ou de ousadia, de investimento ou de recuo. Expliquei nos capítulos anteriores que a

economia que está a sua volta irá influenciar, positiva ou negativamente seu negócio,

assim como as tendências futuras do mercado.

Darei um exemplo meu para ficar mais claro: Em meados de 2004, pensei em

abrir um negócio, e observei quais eram as opções. Após minha análise percebi que

um investimento de baixo custo seria montar uma locadora de filmes. Aqui tenho

certeza de que você já sabe que seria uma péssima opção, mas tente imaginar, estamos

falando de 12 anos atrás! Apesar de ser fácil montar percebi que este era um negócio

que estava fadado ao fracasso, e graças a Deus percebi a tempo.

No seu ramo, provavelmente você terá escolhas assim, e é necessária muita

sabedoria, percepção do mercado atual e futuro para se tomar estas decisões.

Além disso, seu rendimento mensal geralmente não é fixo, então você precisa

se policiar porque há meses que o lucro pode ser alto, mas você terá que reservar parte

deles para os meses em que o contrário ocorrer. O caminho é praticamente o mesmo,

guardar uma reserva, poupar e gastar com consciência.

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12 – Onde Investir

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No Brasil, as pessoas têm a ideia de que investir é só para quem tem rios de

dinheiro e pode investir na bolsa de valores, que é algo hipercomplexo, ou em títulos

com nome complicado de banco ou ainda somente para aqueles cujo orçamento sempre

sobra no fim do mês. E se o dinheiro realmente sobrou, a resposta de qual investimento

deve-se fazer está na ponta da língua: coloca na caderneta de poupança. Se você dispõe

de poucos recursos, mas ainda assim quer investir, existem opções, e não somente a

poupança. Podemos poupar começando com mil reais e termos um rendimento

razoável. Falaremos um pouco das outras opções de investimento para que você abra

seu leque.

12.1 Oba, sobrou um pouquinho!

Se você tem pouco dinheiro para investir, você tem outras opções além de

colocar na caderneta de poupança.

Você tem um financiamento de veículo ou imóvel junto ao seu banco a perder

de vista. Você sabe que paga juros desse financiamento, então, se tem aí dois mil reais

disponíveis, provavelmente será mais lucro amortizar parte de sua dívida junto ao banco

do que deixá-lo parado na conta poupança. Isso fará com que você pague menos juros

do seu financiamento o que será um ganho maior do que os ganhos da poupança. Isso

pode valer também para os outros financiamentos.

Lembre-se também das compras planejadas com antecedência. Aqui, quando

sobrar um pouquinho e você não souber o que fazer, antecipar presentes sempre é uma

boa opção, já falamos sobre o quanto você economiza.

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12.2 CDB OU poupança

A caderneta de poupança é considerada um investimento de pouca liquidez

(pouco retorno) e das mais seguras. Concordo com a parte do pouco retorno...

Se você consultar seus livros de história, verá o que aconteceu nos anos 80 com

as cadernetas de poupança. Acho pouco provável termos uma situação parecida, mas

pouco provável não é impossível.

O que pouca gente sabe é que os bancos têm outras formas de investimos

diferentes da caderneta de poupança e que rendem um pouco mais. O CDB, por

exemplo, pode ser uma boa opção. Para resumir de forma bem básica, é como se você

estivesse emprestando dinheiro ao banco, e ele está assumindo a obrigação de lhe pagar.

Para este tipo de investimento você deve observar por quanto tempo você irá deixar o

dinheiro, porque, se planejar e deixar por mais tempo, previamente acordado com o

banco, seu retorno será maior. Os bancos, às vezes, têm mais interesse por quantias por

longos tempos do que por grandes quantias. Os CDI funcionam quase que da mesma

forma, com a diferença de que um banco pode fazer transação com outro banco, assim

torna o risco um pouquinho maior.

Não quero dar um nó na sua cabeça. Muito pelo contrário: acho que aqui você

já percebeu que cabe uma conversa com seu gerente para entender melhor quais são as

opções que você pode ter. Seu dinheiro pode ficar parado debaixo do colhão ou pode

lhe render, a opção é sua.

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13 Controle de

gastos

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Acredito que aqui sua mente já trabalha de outra maneira quando o assunto é

administração financeira.

Vamos, agora, falar de como você vai colocar no papel ou no computador seus

gastos mensais. Tenho certeza de que você já pesquisou na internet e pode ser até que

já tentou planejar seus gastos com uma planilha linda cheia de fórmulas, números e

colunas, mas que nunca resolveu seu problema, porque? Porque ao passar a empolgação

da primeira semana, de dizer que todos os dias você iria anotar os gastos, o que entrou

e o que saiu, você nunca mais colocou a mão nela. Sempre falo baseando-me no que fiz

e deu certo, mas, se você acha que consegue, ótimo! Vamos falar de duas formas de

controle de gastos: a simples e a complexa.

13.1 Simples

Esta é a forma que eu, Gladson, organizo minhas finanças mensais: um

bloquinho pequeno escrito “entrada” de um lado e “saída” do outro. Todo início de mês

coloco de um lado a minha renda mensal e de outro os meus gastos fixos, e quando vou

pagando vou riscando da lista.

“Oi? Só isso? Você, que é especialista, com MBA em sei lá o quê, dá palestras,

cursos, e escreve livro, só faz isso para controlar sua vida financeira? Nada de Excel?

Fórmulas malucas e complicadas? ” Não, eu faço desse jeito, simples assim.

Na verdade, parto do princípio de que quanto mais complexo for, mais você

terá preguiça de mexer (responde para mim: estou errado?). É por isso que eu mesmo

anoto assim, em um bloquinho simples: lado direito, o que entra; lado esquerdo, o que

sai; e, no fim do ano, posso fazer um balanço bem simples e direto que me dá a noção

exata do que preciso.

13.2 Complexo

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Existem casos muito específicos em que para se organizar você terá que recorrer

a outro nível de controle. Pode ser que você esteja neste nível que necessita de um

pouco mais de cuidado, com dívidas e pagando juros, então falaremos também dessa

outra forma.

Se você tem facilidade com novas tecnologias verá que existem várias opções

de aplicativos para smart fone. Faça uma rápida pesquisa e veja qual melhor se adequa

a você. A outra opção são as planilhas do Excel. Complexas? Sim. Então você precisará

de muito mais tempo e disciplina, até organizar seu orçamento em uma planilha

complexa de gastos, para saber o quanto está perdendo com financiamentos

desnecessários, juros de cartões ou empréstimos e por aí afora. Você pode pesquisar na

net ou pode acessar minhas redes sociais que lhe indicarei algumas opções.

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14 Prestação de

serviços gratuitos

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Como eu disse antes, são poucos, mas existem. Assim como existem diversões

gratuitas também existem prestação de serviços gratuitos. Por isso não vou entrar na

questão política. Até porque você pode estar em qualquer lugar do Brasil lendo este

livro e, com certeza, não conheço a realidade da sua cidade. Cabe a você pesquisar.

14.1 Entidades do terceiro setor

Mais uma vez falo com bastante propriedade sobre o tema (está ficando chato,

Gladson!). Digo isso porque trabalhei por dois anos em uma entidade do terceiro setor

e meu TCC – trabalho de conclusão de curso- foi sobre elas. Associações de bairro,

ONGs, entidades de terceiro setor ou entidades sem fins lucrativos, a maioria delas

trabalha de forma voluntária e costuma oferecer diversos serviços gratuitos ou

subsidiados à população. Cursos de informática; corte e costura; ou cabelereiro são

opções não muito difíceis de serem encontradas.

Igrejas também possuem opções de cursos, assim como bazares e brechós têm

opões de roupas usadas. Claro que também não entrarei no viés religioso da coisa, mas

digo que podem ser opções para aquisição de algo, ou para fazer algum curso. As

opções nem sempre são ruins.

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15 – Conclusão

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Chegamos ao fim, correto? Errado! Chegamos à conclusão do livro.

A administração financeira fará parte da sua vida até o dia da sua morte, e

mesmo que eu saiba que você não quer falar sobre isso, até quando você morrer seus

familiares terão que conversar sobre dinheiro para decidir como será seu velório...

perceba que este é um assunto que não tem fim. Não adianta fugir!

O que posso dizer para concluir para você, amigo leitor, em primeiro lugar, é

que estou muito feliz em saber que leu até o fim. Você descobriu o que aconteceu para

que você se descontrolasse, entendeu sua relação com o dinheiro e a relação de seus

pais, entendeu os fatores psicológicos .... Agora você sabe que tem muitas opções sobre

o que fazer com seu dinheiro. Há muitos caminhos que você pode seguir. E o mais

importante: já sabe que é possível! Não desista. Reveja as anotações que você mesmo

fez. Seu cérebro lhe ajudará com as lembranças de tudo o que aprendeu aqui.

Compartilhe estas informações com as pessoas que você gosta, seja no livro ou

em meus canais de contato nas redes sociais que estão logo abaixo. A vida financeira é

sempre um gargalo na vida de quase todo mundo e ajuda sempre é bem-vinda. Se você

conseguiu, outros também podem conseguir.

No entanto, lembre-se: o progresso e contínuo. Pratique, aprenda, leia e

pesquise sobre o assunto sempre. Vivemos em um mundo de mudanças.

Boa sorte e sucesso!

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A maioria das pessoas considera a vida financeira um de seus

maiores problemas. Entender os fatores de um desequilíbrio

financeiro, porque ele ocorre, estar preparado para quando

ocorrer e principalmente saber quais são as alternativas para não

se encontrar em dificuldades pode ser um diferencial para sua

vida.

Neste livro, Gladson Norberto, mostrará a você exemplos práticos

vividos por ele e como foram superados. Te explicará como fazer

seu suado dinheiro render mais e alternativas para conseguir

aumentar o dinheiro que entra e principalmente diminuir o que

sai.