gil em revista

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GIL EM REVISTA fora da caixa Pense Intercâmbios internacionais, formação em tempo integral, projeto social e desenvolvimento de produtos. O que você acha desse curso? PUBLICAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO: GESTÃO PARA INOVAÇÃO E LIDERANÇA (GIL) DA UNISINOS SÃO LEOPOLDO - RS - DEZEMBRO/2012 Alunos estudam no Chile e no Canadá Notícias divulgam resultados de pesquisas da área Entrevistas com profissional da área, alunos egressos e professor

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Revista piloto do curso de Administração - ênfase em Gestão para Inovação e Liderança !

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Page 1: GIL em Revista

GILEM REVISTA

fora da caixaPense

Intercâmbios internacionais, formação em tempo integral, projeto sociale desenvolvimento de produtos. O que você acha desse curso?

PUBLICAÇÃO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO: GESTÃO PARA INOVAÇÃO E LIDERANÇA (GIL) DA UNISINOS

SÃO LEOPOLDO - RS - DEZEMBRO/2012

Alunos estudam noChile e no Canadá

Notícias divulgam resultados de pesquisas da área

Entrevistas com profissional da área,

alunos egressos e professor

Page 2: GIL em Revista
Page 3: GIL em Revista

3GIL em Revista - Dezembro/2012

EDITORIAL / SUMÁRIO

Um dos projetos propostos aos alu-nos do GIL em seu primeiro ano de formação é a elaboração de

uma pesquisa e a redação de um artigo científico a fim de descrever os resulta-dos do estudo. Em seus dois semestres de realização, esse projeto integra co-nhecimentos de várias oficinas do cur-so. Na oficina de Comunicação e Expres-são, por exemplo, os alunos aprendem os componentes do texto científico em atividades de leitura e de análise de arti-gos científicos da área da Administração.

Uma das propostas relacionadas à produção do artigo científico é a elabo-ração individual, também na oficina de Comunicação e Expressão, de um tex-to que divulgue os resultados de algu-ma pesquisa a que se relacione o estudo conduzido pelos alunos. Assim, no mês de maio, quando propus às duas tur-mas do primeiro semestre a produção do texto de divulgação científica, ouvi dos alunos: “Professora, quem lerá nos-sos textos?”. Assim nasceu o projeto da GIL em Revista.

Além das notícias de divulgação científica, redigidas individualmente pe-los alunos, a revista é constituída por textos coletivos que descrevem alguns projetos de destaque do GIL, como, por exemplo, o projeto social (realizado no segundo semestre), a criação e a venda de produtos (desenvolvidos no quarto semestre) e os intercâmbios (ocorridos no quarto e no sexto semestres).

Há, ainda, uma extraordinária nar-rativa do intercâmbio à Coreia do Sul re-alizado, no mês de julho deste ano, por três de nossos alunos. Quatro entrevis-tas também integram a revista: um pro-fissional da área, um professor do curso e dois estudantes egressos respondem a perguntas elaboradas e propostas pe-

los próprios alunos do primeiro semes-tre. Outro texto fornece dicas de leitu-ra sobre temas pertencentes à área da Administração. Além disso, algumas pa-lavras da coordenação antecipam algu-mas transformações do GIL, que está sempre em busca das mais qualificadas oportunidades para o desenvolvimento da excelência do nosso aluno.

Coordenar o projeto de uma revista a ser lançada em sete meses poderia ter sido uma tarefa árdua. Coordenar o pro-jeto de uma revista planejada e elabora-da por sujeitos autônomos, inovadores e responsáveis foi uma experiência sur-preendente. Por isso, agradeço às duas turmas do primeiro semestre de 2012, que transformaram um projeto-piloto em um projeto de admirável qualida-de editorial. E agradeço à coordenação do curso — especialmente à professo-ra Cristiane Carbonell Rabello — e aos coordenadores do primeiro e do segun-do semestres — professores Ana Karina Marimon da Cunha e Rodrigo Rocha Gu-terres — por terem apostado em nosso ousado projeto.

Janaína Pimenta Lemos BeckerProfessora orientadora

GIL EM REVISTA é uma publicação experimental direcionada aos alunos e aos professores do curso de Administração: Gestão para Inovação e Li-derança (GIL) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Essa revista foi produzida por alunos das duas turmas – São Leopoldo e Porto Alegre – do ano de 2012 do GIL. Coordenação do Curso: Cristiane Carbonell Rabello e Marcelo Jacques Fonseca. REDAÇÃO – Professora orienta-dora: Janaína Pimenta Lemos Becker. Alunos: Áxel Cássio Musso, Carolina Junges Coutinho, Diogo de Souza, Felipe Etges de Carvalho, Fernando Bitencourt Patias, Francisco Maia Battastini, Getúlio Baseggio, Gilson Alves Bernardo, Glauce Laira Gobatto, Guilherme Hommerding Massena, Isadora Longo Makariewicz, Leonardo Baum, Lucas O’Donnell Silveira Martins, Maria Luísa dos Santos Exenberger, Natália da Silva Américo, Ni-cole Darde Gregory, Raul de Souza e Tales Lindoso e Silva Tavares. Colaboração: Daniel Sarmento, Emiliano Baseggio, Isadora Longo Makariewicz, Luise Cezar Blatt, Rodrigo Bisognin Castilhos, Simone Diefenthaeler Leite e Tamara Hoff Vicentin. ARTE: Agência Experimental de Comunicação da Unisinos (Agexcom). Projeto gráfico e diagramação: jornalista Marcelo Garcia. AGRADECIMENTOS: agradecimentos especiais à coordenação do curso – professores Cristiane Carbonell Rabello e Marcelo Jacques Fonseca – e aos coordenadores do primeiro e do segundo semestres – pro-fessores Ana Karina Marimon da Cunha e Rodrigo Rocha Guterres.

O percurso NOTÍCIAS

Está satisfeito com sua profissão? .....................................7

Concluí a graduação, e agora? ...........................................7

Mulheres no Recife são foco de estudo sobre empreendedorismo ...........................................................8

As mulheres e o empreendedorismo ................................8

Sucessão empresarial: a que você deve estar atento? ....10

Analisando o processo de sucessão em empresas familiares ...................................................10

Qual a relação entre incubadoras e empresas? ..............12

Existem mais empreendedores por oportunidade ou necessidade? ...................................................................13

(Ex)cubadoras ..................................................................13

Agências de comunicação e a prática de posicionamento de marca ..........................................16

A nova maneira de olhar resultados ................................16

Influência do clima organizacional sobre a inovação ......17

Com quem comprar meu imóvel? ...................................17

Motivação por recompensas: errado como dar bananas para macacos! ...................................20

Motivação. You’re doing it wrong! ..................................20

O enfermeiro é um gerente? ...........................................21

Belo Monte: produtora de energia limpa ou de gases do efeito estufa? ................................21

ENTREVISTAS

Emiliano Baseggio ..............................................................5

Tamara Hoff Vicentin .........................................................5

Rodrigo Bisognin Castilhos ................................................9

Simone Diefenthaeler Leite .............................................18

PRODUTOS: GIL empreende ..............................................6

COREIA: Um mergulho no oriente ...................................11

INTERCÂMBIO: GIL no mundo ........................................14

PROJETO SOCIAL: GIL ajuda ............................................22

GILEM REVISTA

CARLOS AN

DRÉ BECKER

Page 4: GIL em Revista

4 GIL em Revista - Dezembro/2012

RECADO DO GIL

Palavras da coordenação

Em 2002, a partir de uma diretriz esta-belecida pela reitoria da UNISINOS, um grupo de professores de diferentes áreas

assumiu o desafio de criar um curso de Ad-ministração que fosse radicalmente inovador em sua proposta. Em 2003, houve o ingres-so da primeira turma do curso de Bachare-lado em Administração – Linha de Formação Específica: Gestão para Inovação e Liderança. O GIL, como passou a ser chamado desde en-tão, caracterizava-se pelo foco no desenvol-vimento de competências, pelo projeto ine-rentemente transdisciplinar, pelo sistema de avaliação processual, pela orientação para a formação integral da pessoa humana e por uma série de outros diferenciais – incluindo formação em tempo integral e em língua in-glesa e, pelo menos, duas experiências inter-nacionais. Entendia-se que um grande curso estava sendo construído, mas era cedo para comemorar. Os frutos desse projeto só pode-riam ser colhidos quando a primeira turma entrasse no mercado de trabalho e mostras-se, na prática, o diferencial de sua formação.

Passados dez anos, com sete turmas for-madas, pode-se dizer que o sonho de uns se tornou a realidade de muitos. Os egressos do GIL são protagonistas em suas experiências profissionais, e o curso passou a ser ofereci-do também no campus de Porto Alegre. En-tão, hora de aproveitar e colher? Jamais. Em-balados pela certeza de que se tem um dos melhores cursos nessa área (longe, porém, de tudo que ainda é possível), o GIL iniciou 2012 disposto a aprender e a continuar inovando. Novamente, a orientação e o encorajamento institucional, agora via Unidade de Gradua-ção, são o de pensar longe. Com a coordena-ção renovada e a disposição para um traba-lho conjunto, estabeleceu-se um processo de detalhada escuta a alunos, que sempre foram responsáveis pelo constante aprimoramento do curso. Os resultados dessa escuta, combi-nados com as sugestões dos professores do curso e de demais parceiros, subsidiou o pla-nejamento de uma série de ações voltadas à qualificação da experiência de aprendizagem atualmente realizada, processo que já come-ça a ser implantado.

Ao mesmo tempo, a formalização de tais esforços resultou na criação de um novo projeto político-pedagógico. Ofertado para os ingressantes de 2013, ano em que o cur-

so comemora seu décimo aniversário, o novo projeto nasce com os desafios de manter a excelência pedagógica que marca a história do curso e de, ao mesmo tempo, implemen-tar ações de maior alinhamento com a dina-micidade das expectativas dos alunos e da re-alidade do mercado. A ampliação para oito semestres possibilitará mais oportunidades de experiências profissionais durante o curso, bem como a realização de um intercâmbio in-ternacional de um semestre inteiro (mais de-talhes do novo projeto estarão disponíveis em breve em nosso site).

O curso se destaca entre os das melho-res instituições de ensino superior do Brasil: no mês de novembro, foi finalista do prêmio Destaques do Ano, do Guia do Estudante, que recebeu 814 inscrições de 350 instituições de ensino superior de todo o país. O GIL foi um dos três finalistas da categoria “internaciona-lização”, e estamos certos de que as modifica-ções curriculares a vigorarem a partir do pró-ximo semestre potencializarão, ainda mais, os diferenciais do curso. O lançamento do primeiro número da GIL em Revista coincide com a transição para uma nova fase do GIL. E esperamos que esta publicação seja o marco dessa nova etapa.

Cristiane Carbonell Rabello

Marcelo Jacques Fonseca

MARCELLA SO

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IVO PESSO

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Page 5: GIL em Revista

5GIL em Revista - Dezembro/2012

ENTREVISTA

EMILIANO BASEGGIO /

TAMARA HOFF VICENTIN /

DEISE D

E OLIVEIRA

CT PROD

Uçõ

ES

Iniciou o GIL no ano de 2006, formou-se em 2009 e atualmenteé o coordenador de vendas da linha Lar da Tramontina

Recém formada no GIL

GIL EM REVISTA — Poderias con-tar como conseguiste emprego após a conclusão do curso?Baseggio — Na verdade, eu havia feito o estágio na empresa em que trabalho atualmente, mas em uma área diferente. Depois de formado, entreguei meu currículo na empre-sa, aguardei um tempo e fui chama-do para uma entrevista. Poucos dias após a entrevista, veio a resposta afirmativa, com a necessidade de mudança para Belo Horizonte.

GeR — Estavas preparado para essa inserção no mercado de tra-balho? Por quê?Baseggio — Certamente o GIL contribuiu muito para minha inser-ção no mercado de trabalho, toda-via creio que os jovens que nunca trabalharam não estão 100% prepa-rados para iniciar. No entanto, a ex-periência é fundamental, e hoje me considero muito melhor do que na época em que comecei a trabalhar.

GeR — Tua formação contribuiu para a entrada no mercado de tra-balho? Em tua opinião, quais con-teúdos foram mais relevantes?Baseggio — Sim, minha for-mação contribuiu decisivamente para minha entrada no mercado de trabalho. Entre os conteúdos estudados, inovação e liderança foram aspectos que contribuíram para minha entrada na empresa, além dos intercâmbios interna-cionais e da oficina de desenvolvi-mento de produto.

GeR — Dentre os conteúdos de-senvolvidos no GIL, quais são mais importantes hoje em teu trabalho?Baseggio — Todos, de alguma forma, são importantes, mas, em minha atual função (coordenador de vendas), destaco a importância dos estudos sobre liderança, es-pecialmente sobre como liderar uma equipe para atingir os objeti-

vos propostos. Também não pos-so deixar de falar da inovação re-ferente à criação de novas ideias e projetos em vendas. A experiência que o GIL nos proporciona de falar em público também está sendo

muito útil em meu atual empre-go, visto que é fundamental saber transmitir as informações de for-ma clara e objetiva.

GeR — O GIL contribui para o crescimento profissional e para o pessoal. Quais competências fo-ram desenvolvidas e como elas te ajudam em tua vida pessoal e profissional?Baseggio — A seriedade com que todos os conteúdos foram trabalhados no GIL permitiu um rápido amadurecimento, que cer-tamente repercute até hoje no âmbito profissional e pessoal. A vivência internacional também foi muito importante, além do alto nível dos trabalhos realizados e da exigência dos professores para melhorarmos cada dia mais. Essa seriedade e profissionalismo con-tinuam até hoje em meu perfil, contribuindo para minha evolu-ção profissional e pessoal.

GIL EM REVISTA — O que te in-fluenciou na escolha do curso?TamaRa — Eu queria fazer Ad-ministração, mas, ao mesmo tem-po, percebia que todo mundo fazia esse curso e quem não tinha cer-teza de qual curso fazer também ia para a Administração. Na verda-de, eu também estava com aque-la dúvida: Administração, Relações Internacionais ou Comércio Exte-rior? Então, quando descobri que o GIL juntava tudo e tinha também intercâmbios, fiz minha escolha.

GeR — Como foi tua adaptação no GIL? TamaRa — Foi tranquila, mas, no começo, eu achei bem puxa-do porque as aulas ocorriam o dia inteiro e, até entrar no ritmo, de-mora um pouco. No entanto, de-pois, tu pegas o ritmo. Em relação à turma, havia pessoas que eu já conhecia, mas, com o tempo, me aproximei muito de todos pois o GIL é um curso com turmas pe-quenas e que exige a elaboração de muitos trabalhos em grupo.

GeR — Durante o curso, passas-te por alguma dificuldade? Como a superaste?TamaRa — No PA5, precisei desenvolver um business model, que foi um dos trabalhos mais di-fíceis do curso, mas dificuldades eu não tive.

GeR — Tu te sentes preparada para entrar no mercado de trabalho?TamaRa — Eu trabalho, mas o faço na empresa da minha família. Muitas pessoas estão sem empre-go e não há uma empresa familiar em que possam trabalhar. Eu tra-balho na empresa da minha família porque eu quero e porque eu gos-to, mas o mais legal é que eu real-mente me sinto muito preparada.

GeR — O GIL contribui para o crescimento profissional e para o pessoal. Quais competências fo-ram desenvolvidas e como elas poderão te ajudar em tua trajetó-ria futura?TamaRa — Eu acho que desen-volvi especialmente a capacidade de lidar com as pessoas, indepen-dentemente de sua posição hie-rárquica. Tu aprendes a lidar com as pessoas e a falar sobre as coi-sas que te incomodam. Quando eu entrei no GIL, eu não conse-guia falar, e o curso te deixa mui-to preparado. Eu mudei muito: no começo do curso, eu tinha muito

medo de me expressar e, com fre-quência, pensava: “o que o pro-fessor quer?”, “como é que eu vou fazer?”. Além disso, eu me preo-cupava demais com a avaliação. Ao longo do curso, percebi que é preciso fazer mesmo. O diferen-cial do GIL é o desenvolvimento da capacidade de “fazer”. E o cur-so elimina esse medo de “fazer”.

GeR — Tens sugestões para obter-mos bons resultados no curso?TamaRa — Eu acho que, acima de tudo, nunca se deve deixar as coisas para a última hora, porque é muita coisa. Por isso, é impor-tante se organizar. Eu sou muito suspeita para falar porque eu sou organizada demais: meus colegas até brincavam comigo por causa disso. No entanto, eu sinto que, se tu te organizas, tu fazes as coisas no tempo certo. Acho importan-te também não utilizar o compu-tador durante o tempo todo das aulas, porque, às vezes, tu perdes coisas e depois tu percebes que infelizmente as coisas não voltam.

Emiliano Baseggio

Tamara Hoff Vicentin

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6 GIL em Revista - Dezembro/2012

PROJETO SOCIAL

O projeto social é uma pro-posta do segundo semestre do GIL em que os alunos se

dividem em grupos e se organizam para auxiliar instituições carentes. Essa atividade não apenas contri-bui para o gerenciamento das ins-tituições como também proporcio-na a integração entre as empresas que necessitam de ajuda e os alu-nos do curso.

Coordenador do PA2, Rodri-go Rocha Guterres ressalta a im-portância do projeto para os alunos desenvolverem as competências propostas na oficina de Projeto So-cial e ampliarem suas percepções de mundo. Segundo ele, a proposta possibilita experienciar uma ação social e perceber que fazer o bem é uma via de mão dupla, pois, além de o aluno estar praticando uma boa ação, também aprende com a convivência com outras realidades.

No segundo semestre de 2011, os alunos do PA2 consideraram a experiência muito positiva. Três grupos integraram o projeto e reali-zaram ações distintas, já que dois se dedicaram a instituições para crian-ças e outro atuou com uma institui-ção para idosos. Lourenço de Pauli, um dos alunos, avalia a atividade re-alizada por seu grupo:

“A nossa expectativa era con-seguir fazer diferença para a vida daquelas crianças. Por isso, nós re-alizamos diversas oficinas, como de informática e de culinária. Que-ríamos fazer algo que extrapolas-se nossa presença lá, algo que elas pudessem levar para sempre em suas vidas”.

Até 2011, a escolha da institui-ção era feita pelos próprios alunos. Neste ano, porém, o GIL estabele-ceu uma parceria com a Parceiros Voluntários, uma instituição que facilita a relação entre os interes-sados em ajudar e os que necessi-tam de ajuda.

É importante lembrar que se dedicar ao trabalho voluntário traz benefícios não apenas à consciên-cia do indivíduo, já que as empre-sas cada vez mais investem na res-ponsabilidade social, valorizando o profissional que participa de pro-jetos sociais e se preocupa com

os problemas da sociedade. Esse é, por exemplo, o caso da TAM: no cadastro para vagas em seu site, há um campo para o candidato des-crever sua atuação como volun-tário. Por isso, na hora de organi-zar seu currículo para qualquer vaga de qualquer empresa, suge-re-se descrever se você já partici-pou de algum projeto e por quan-to tempo.

As turmas do PA2 deste ano estão muito empolgadas com a união com a Parceiros Voluntários e com o início do projeto social.

A Parceiros Voluntários facilitou o projeto, fazendo uma pré-seleção das instituições que se adequam ao perfil de cada turma e ao obje-tivo do projeto. Depois, as institui-ções foram apresentadas aos alu-nos, escolhidas e, então, visitadas para se analisar como se estabele-ceria a relação com os alunos. As instituições em que serão realiza-dos os trabalhos serão a AACD e VIAVIDA, pela turma de Porto Ale-gre, e o Instituto Educacional Espí-rita e a Associação Turma do So-pão, pela turma de São Leopoldo.

GIL ajuda

ROG

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7GIL em Revista - Dezembro/2012

NOTÍCIAS > CARREIRA

Muitos jovens, ao se depara-rem com o término do en-sino superior, ficam à mer-

cê da transição entre a universidade e o mundo do trabalho. Com o pro-pósito de compreender quais são os aspectos relevantes para a satis-fação pessoal dos jovens, professo-ras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) realizaram uma pesquisa em 2006 com estu-dantes recém-formados, investi-gando a trajetória acadêmica, as di-ficuldades percebidas para o início da carreira e a percepção do benefí-cio da orientação profissional.

Participaram do estudo 340 formandos de 16 cursos da UFRGS com idade média de 25 anos. As educadoras aplicaram um ques-tionário composto por 26 pergun-tas (algumas objetivas e outras abertas).

A pesquisa revela que alunos que possuem uma atividade profis-sional ligada ao curso tendem a se-guir carreira na profissão, provavel-mente por acrescentarem ao seu conhecimento informações prove-nientes de seu trabalho.

Os alunos pouco satisfeitos ou insatisfeitos com a escolha da pro-fissão apresentaram justificativas referentes ao mercado, como falta de oportunidade de emprego, re-muneração inadequada e concor-rência, por exemplo.

Entretanto, a maioria dos parti-cipantes tem planos de seguir carreira na profissão, não sendo necessaria-mente afetados pelo nível de satisfa-

ção com a escolha. Mesmo aqueles alunos pouco satisfeitos ou insatis-feitos e que apontam inúmeras di-ficuldades no mercado de trabalho manifestam a intenção de atuar na profissão, demonstrando que aspec-tos como os anos dispensados à for-mação, o investimento financeiro, as expectativas familiares e sociais, en-tre outros, podem ter uma maior re-levância nessa tomada de decisão.

está satisfeito com sua profissão?Pesquisa demonstra os principais motivos de satisfação ou de insatisfação na carreira pretendida

Texto:Getúlio Baseggio

LEIA MAIS:

BARDAGL, Marúcia; LASSANCE, Maria Célia Pacheco; PARADISO, Ângela Carina; DE MENEZES, Ioneide Almeida. Escolha profissional e inserção no mercado de trabalho: percepções de estudantes formandos – satisfação profissional de formandos. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), v. 10, n. 1, p. 69-82, jan./jun. 2006.

A dúvida referente ao que fa-zer ao término da formação acadêmica faz parte da re-

alidade da maioria dos jovens re-cém formados que querem in-gressar no mercado de trabalho.

“Trainee” significa “em trei-namento” e corresponde a um tipo de cargo de uma empresa em que se investe na capacitação e no desenvolvimento dos jovens

recém formados. Os progra-

mas de trainee (PGT) contribuem para o esclareci-mento dessa dú-vida, oferecendo uma oportunida-

de diferenciada para quem está entrando no mercado de traba-lho, pois as empresas consideram o trainee um líder em potencial. Através desse programa, o jovem

terá mais condições de usufruir in-vestimentos em capacitação, ten-do um contanto mais próximo com os líderes das empresas, as-sim tendo mais chances de cresci-mento na carreira.

Uma pesquisa realizada por Betina Magalhães Bitencourt em 2011 descreveu exatamente a contribuição que os programas de trainee oferecem para os jovens que vislumbram, nessa oportuni-dade, uma forma diferenciada de iniciar a consolidação da carreira profissional. Eis um dos recursos bastante utilizados pelas empre-sas para recrutar novos talentos, dando a oportunidade de jovens iniciarem sua carreira.

Concluí a graduação, e agora?Trainee auxilia os recém-formados na inserção no mercado de trabalho

Texto:Natália Américo

LEIA MAIS:

BITENCOURT, Daiane Magalhães. Programas trainee com forma de inserção no mercado de trabalho e construção de carreira. 194 p. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.

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8 GIL em Revista - Dezembro/2012

NOTÍCIAS

Não é de hoje que se sabe que as mulheres nordesti-nas têm um papel impor-

tante na complementação da ren-da familiar, o que ocorre devido à confecção de produtos têxteis, mais especificamente, das rendas.

Segundo pesquisa realizada por concluintes do curso de Admi-

nistração da Faculdade de Ciências da Administração de Pernambuco – da Uni-versidade de Pernambuco –, que analisou o perfil em-preendedor de mulheres proprietárias de peque-nos e de micronegócios na cidade do Recife, há um crescimento consistente da presença das mulheres na esfera econômica.

Os pesquisadores ve-rificaram quais eram as di-

ficuldades encontradas na criação do empreendimento, os fatores motivacionais e as oportunidades, as formas de gerenciamento por elas utilizadas, suas perspectivas

de crescimento e seu grau de sa-tisfação com o negócio.

A análise dos dados coleta-dos através de um questionário permitiu concluir que as mulhe-res entrevistadas são empreen-dedoras por necessidade. A pes-quisa também mostrou que a crescente participação da mulher no mercado, segundo Edilene e Tito, “não são apenas episódios de ingresso no mercado de traba-lho para complementar a renda familiar, embora essa motivação esteja também presente”. Trata--se de uma mudança de grandes proporções, que envolve transfor-mações nas expectativas de vida pessoal, nas relações familiares e nas demandas por serviços pú-blicos. Esse comportamento vem impactando positivamente na economia regional.

Mulheres no Recife são foco deestudo sobre empreendedorismoAs mulheres rendeiras estão rendendo mais

Texto:Glauce Laira Gobatto

LEIA MAIS:

Hoje em dia, o número de mu-lheres empreendedoras é equivalente ao de homens

empreendedores no Brasil, mas o que leva as mulheres a empre-ender? O que ocasionou um cres-cimento tão grande de mulheres com empreendimentos? Um estu-do aponta os principais motivos e também os recursos utilizados por elas para a criação de empreendi-mentos nos anos 90.

A pesquisa foi realizada em âmbito internacional pelas profes-soras Hilka Vier Machado, Louise St-Cyr, Anne Mione e Marcia Cris-tina Moita Alves. Os três países es-colhidos para a execução do estu-do foram Brasil, Canadá e França.

De acordo com as pesquisa-doras, utilizou-se o método quan-titativo na realização da análise, com a pretensão de buscar mais

informações sobre a abertura de empresas pelas mulheres com uma amostra diversificada. Em cada um dos três países, foram se-lecionadas 30 entrevistadas dividi-das igualmente nos ramos de co-mércio, de indústria e de serviços.

Os resultados apresentados pela pesquisa foram que a prin-cipal razão para as mulheres em-preenderem é a realização pes-soal (30%), tendo a maioria das entrevistadas pais e mães empre-endedores, e que o dinheiro usa-do para a criação da empresa se conseguiu através de economias pessoais (35,6%). É possível ob-servar, pois, uma maior autono-mia feminina, já que, em décadas anteriores, a maioria das empre-sas abertas por elas se devia sim-plesmente à mera necessidade de empreender.

As mulheres e o empreendedorismoEstudo mostra principais motivos que levam as mulheres a criarem suas empresas

Texto:Francisco Maia Battastini

LEIA MAIS:

MACHADO, Hilka Vier et al. O processo de criação de empresas por mulheres. RAE-eletrônica, São Paulo, v. 2, n. 2, jul./dez. 2003. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/raeel/v2n2/v2n2a07.pdf>. Acesso em 31 mar. 2012.

SANTOS, Edilene Félix dos; SALES; Tito Leonardo de. Empreendedorismo feminino: o caso das mulheres empreendedoras na cidade de Recife. Revista do Programa de Iniciação Científica. Recife, v. 1, jan./jun. 2011. Disponível em <http://fcap.adm.br/revistas/RPIC/PDF/Art4%20EMPREENDEDORISMOFEMININO.pdf> Acesso em 14 ago. 2012.

PINK SH

ERBET PHO

TOG

RAPHY

MULHERES> NO PODER

Page 9: GIL em Revista

9GIL em Revista - Dezembro/2012

ENTREVISTA

Quantas vezes já nos per-guntamos que caminho escolher para enfrentar o

tão temido mercado de trabalho? Essas dúvidas são comuns, ainda mais entre nós, jovens. Esse tor-mento nos persegue dia após dia, e cada vez mais as decisões que tomamos afetarão diretamente nossa carreira profissional.

Pensando nessa questão, re-solvemos analisar e mostrar, sob a perspectiva de um professor, o que existe de diferente em um aluno formado pelo GIL e como uma escolha certa pode poten-cializar a carreira dos jovens.

Rodrigo Bisognin Castilhos – professor da UNISINOS, gradu-ado em Administração e Mestre em Administração com foco em Marketing pela Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul (UFR-GS) – conta um pouco sobre o GIL e sobre as principais carac-terísticas do perfil desse futuro profissional.

GIL EM REVISTA — Quais as competências principais que ca-racterizam um aluno formado no GIL?CASTILHOS — Pela própria natu-reza do curso, as principais com-petências são obviamente ligadas à capacidade de inovação e lide-rança. Pessoalmente, julgo que o GIL é o curso com o maior po-tencial para formar pessoas com muita consistência teórica e com capacidade de articulação des-sa consistência com o dia a dia do mundo dos negócios. O GIL é diferente porque coloca o aluno na posição de protagonista dede o primeiro semestre, formando, assim, uma pessoa que tem a ca-pacidade de assumir responsa-bilidades, de colocar-se inteira-mente como líder nas diferentes esferas em que se envolve.

GeR — Quais são as princi-pais características de lecio-nar no GIL?CASTILHOS — Em minha opi-nião, o GIL possui um corpo do-cente bastante diversificado, e isso é uma grande riqueza para o curso. Não acredito que haja um perfil fechado do que venha a ser o professor do GIL. Cabe às co-ordenações geral e dos PAs con-tribuir para que esses diferentes perfis possam se adequar à es-trutura do curso e ao seu proje-to pedagógico – que são o ver-dadeiro diferencial. É claro que, como a convivência é muito in-tensa e a relação com os alunos é muito próxima, o professor pre-cisa gostar muito de estar com os alunos. Mas isso talvez seja o re-quisito para qualquer professor em qualquer curso.

GeR — No GIL, tudo parece ser muito intenso. Como é sua con-vivência com os alunos? CASTILHOS — Sim, tudo é mui-to intenso (risos). Eu gosto mui-

to dessa convivência. Como eu já falei para os alunos, eu ainda me sinto mais aluno do que profes-sor, então consigo me identificar com a maioria das angústias, das dificuldades e das alegrias deles. E isso é muito gostoso. É claro que precisa haver cobrança, que eu preciso exercer meus múlti-plos papéis dentro do curso, mas sempre pensando nos alunos, no aprendizado, em torná-los me-lhores pessoas e, consequente-mente, melhores profissionais. Posso dizer que, nesse processo todo, eu me divirto bastante.

GeR — Em sua opinião, por que os alunos optam pelo GIL?CASTILHOS — Penso que os alunos têm múltiplas razões, mas é evi-dente que a proposta diferenciada do curso é sedutora, seja porque promove um processo de forma-ção muito interessante e cheio de oportunidades (estágios, intercâm-bios, visitas etc.), seja porque, lá no final, o aluno consegue visuali-zar uma carreira de sucesso.

GeR — Fale, espontaneamente, sobre algumas oficinas do giL como “História e Arte”, “Filoso-fia”, “Pensamento sistêmico” e “Língua Inglesa”.CASTILHOS — O GIL é um dos poucos cursos que dão a oportu-nidade ao aluno de realizar ofici-nas que não sejam exclusivamen-te voltadas ao desenvolvimento de competências diretamente ligadas à gestão. Isso me pare-ce absolutamente fundamental para um estudante universitá-rio. Eu não tive isso e sinto que, se não tivesse buscado por mim, hoje eu teria uma cultura ge-ral muito mais estreita. Confes-so que, durante o meu período como aluno de Administração, eu comprei muito mais livros de literatura do que de gestão e que assisti a infinitamente mais fil-mes dos meus diretores preferi-dos que a documentários sobre economia ou qualquer coisa que estivesse mais ligada instrumen-talmente à aquisição de compe-tências de gestão. Sinceramente, acredito que isso teve um impac-to muito positivo para mim. É sempre nesse sentido que pen-so nessas oficinas, como grandes possibilidades de abertura de horizontes para os alunos.

GeR — Em sua opinião, quais são as principais contribui-ções do projeto “GIL em Revis-ta” para os alunos e para o cur-so em geral?CASTILHOS — Não sei ao certo, mas novamente vejo nesse pro-jeto uma excelente oportunida-de do exercício do protagonismo e da busca pela autonomia inte-lectual e também como uma for-ma de fazer com que vocês se sintam e ainda mais parte do cur-so. Enfim, nesse sentido, o proje-to é maravilhoso!

A escolha certa na buscado sucesso profissional

RODRIGO BISOGNIN CASTILHOS / Professor

YANN

DO

LBEC

Rodrigo Bisognin Castilhos

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10 GIL em Revista - Dezembro/2012

NOTÍCIAS

“As empresas fa-miliares, em es-pecial as de pe-

queno porte, ocupam um lugar de destaque no con-texto mundial dos negó-cios, o que pode ser ex-plicado, em princípio, por sua elevada participação nesse universo de em-presas”, afirmam “Adeli-no Bortoli Neto e Arman-do Lourenzo Moreira Jr. em pesquisa realizada so-bre a sucessão empresa-rial, processo que deve ser cuidado-samente planejado.

Com o objetivo de compreen-der melhor o cotidiano dessas em-presas, a pesquisa examinou dez organizações familiares de peque-no porte, localizadas na grande São Paulo, dentro das quais a tro-ca de comando da primeira para a segunda geração já havia ocorrido ou estava em andamento. Foram entrevistados fundadores na faixa

etária de 51 a 60 anos e sucessores de 20 a 40 anos.

O estudo constatou que, de acordo com empresários, sucedidos e sucessores, a falta de planejamen-to, a incompatibilidade entre a visão estratégica dos sucessores e a dos fundadores e a centralização do po-der pelo fundador são as maiores di-ficuldades encontradas por empre-sas quando o assunto é sucessão.

Outro destaque do artigo é a apresentação das características

mais comuns em empre-sas familiares, o que, de fato, enriqueceu o traba-lho. Os pesquisadores, ba-seados nas entrevistas re-alizadas, apontam que as características mais cita-das foram a confiança mú-tua entre os participantes da empresa, os valores da empresa identificados aos da família e fatores emo-cionais que interferem no comportamento e nas de-cisões da empresa.

Bortoli Neto e Moreira Jr. con-cluem que vários são os agentes que interferem nesse processo de suces-são em empresas familiares: clien-tes, família, fornecedores, emprega-dos, sucessores e fundadores. Essa diversidade cria uma série de situ-ações e de alternativas para a sua efetivação, fazendo com que a su-cessão familiar seja uma das mais difíceis etapas do ciclo de desenvol-vimento dessas empresas.

Sucessão empresarial: a quevocê deve estar atento?Estudo revela quais são as maiores dificuldades encontradas por empresas no processo sucessório

Texto:Lucas Martins

LEIA MAIS:

BORTOLI NETO, Adelino; MOREIRA JR, Armando Lourenzo. Dificuldades para a realização da sucessão: um estudo em empresas familiares de pequeno porte. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, v. 8, n. 4, out./dez. 2001. Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/Cad-pesq/arquivos/v08n4art1.pdf >. Acesso em abr. 2012.

O número de empresas vem crescendo constantemente de-vido a sua importância no mer-

cado atual. Um estudo sobre as em-presas familiares do Mercado Público de Porto Alegre buscou identificar os aspectos que levam os filhos dos pro-prietários das lojas a darem continui-dade ou não aos negócios dos pais.

De acordo com Rossato Neto e Cavedon, os pesquisadores que con-

duziram o estudo, dentre as 59 entre-vistas realizadas com os donos das em-presas, foi possível constatar que “25 empresas (42,37%) pertencem à pri-meira geração de permissionários, 30 (50,85%) constituem a segunda gera-ção, e 3 (5,08%) são da terceira gera-ção. E uma das entrevistas (1,69) foi realizada com o empregado, pois o proprietário não quis colaborar”.

Os pesquisadores identificaram,

também, que muitos dos filhos não se interessam por efetuar a sucessão e que a empresa acaba falindo por falta de sucessor ou acaba deixando de per-tencer à família. Além disso, as empre-sas fraquejam pelo fato de o processo sucessório não ter sido bem planeja-do. Então, essa pesquisa busca justa-mente compreender alguns fatos que acontecem no processo de uma suces-são em empresas familiares.

Analisando o processo de sucessão em empresas familiaresUm estudo de caso no Mercado Público

Texto:Felipe Carvalho

LEIA MAIS:

ROSSATO NETO, Félix João; CAVEDON, Neusa Rolita. Empresas familiares: desfilando seus processos sucessórios. Cadernos EBAPE.BR, v. 2, n. 3, dez. 2004. Disponível em <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/21304/ 000436636.pdf?sequence=1>. Acesso em 30 abr. 2012.

SUCESSÃO> EMPRESARIAL

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11GIL em Revista - Dezembro/2012

COREIA

Quando lançado o edital para o inter-câmbio de verão na SKKU Universi-ty, em Seul (Coreia do Sul), ser sele-

cionado e viajar 20.000 quilômetros até uma terra tão distante parecia um sonho difícil de ser alcançado. No entanto, prevaleceram a esperança e a certeza de que tal jornada se-ria inesquecível. E foi. Dez alunos tiveram a oportunidade de viver um mês em uma so-ciedade especial, cujos cidadãos falam pou-co e pedem, enquanto manuseiam seus modernos smartphones, silêncio aos baru-lhentos brasileiros.

Ainda que tímido, esse é um povo que não mede esforços para ajudar o próximo. Num país asiático incrivelmen-te ocidentalizado, os transeuntes se mos-tram atenciosos e se preocupam em nos guiar ao local do restaurante, do museu e da loja. São capazes até de ligar para amigos com o intuito de auxiliar os per-didos estudantes. Tudo isso – é claro – com um inglês marcado por um forte so-taque. Para se comunicar, muitos gestos, caras e bocas.

Após os primeiros choques culturais e a diferença de fuso horário, foi possível, de fato, entrar no cotidiano local e vivenciar as diferentes experiências que a cidade nos pro-porcionou. Diversão é o que não falta para os

amantes da música, da gastronomia e, prin-cipalmente, da pimenta. Aviso aos amigos brasileiros: pimenta é o sal coreano. Os fa-mosos karaokês coreanos estão em todas as esquinas. É só reunir os amigos, alugar uma sala e preparar a voz para uma lista infinita de músicas para agradar a todos os gostos. São programas indispensáveis aos aventurei-ros escalar montanhas, conhecer o parque de diversão Lotte Word e ir à fronteira do país com a Coreia do Norte. Para os mais sos-segados, a Seoul Tower, os antigos palácios, os museus e as praças são ótimas opções.

Marcada por uma história rica em descobertas e por uma cultura milenar, a Coreia do Sul oferece aos curiosos via-jantes uma experiência única. As inúme-ras programações lotam a agenda de um mês inteiro e fazem qualquer um perder o fôlego. Aos que tiverem a oportunida-de de desfrutar as maravilhas desse país, é necessário livrar as mentes de precon-ceito para viver momentos inesquecíveis. Histórias desse país não faltarão para con-tar aos netos.

(*) Isadora, Luise e Daniel participaram do intercâmbio de verão na SKKU University, em Seul, na Coreia do Sul, no período de 25 de junho a 28 de julho.

Um mergulho nooriente

Texto: Daniel Sarmento, Isadora Longo Makariewicz e Luise Cezar Blatt (*)

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NOTÍCIAS

O termo “incubadora” é mui-to utilizado no contexto hospitalar. Caso um bebê

nasça prematuro, por exemplo, ele ficará incubado por alguns dias até que atinja uma saúde estável.

Se alguém lhe dissesse que esse termo está relacionado ao empreendedorismo, você acre-ditaria? As incubadoras empre-sariais existem e estão voltadas à criação e ao desenvolvimento de empreendimentos, ou seja, ao planejamento e à estruturação de uma empresa.

Dois professores da área da

Administração – Fabiano Maury Raupp e Ilse Maria Beuren – de-senvolveram uma pesquisa que estudou as incubadoras brasi-leiras, o quanto elas podem tra-zer benefícios para as empresas e quais facilidades essa relação pode proporcionar.

A competitividade é um fa-tor muito presente na sociedade atual. Isso significa que, na sua ci-dade, certamente existem mais lojas e mais fábricas do que exis-tiam antigamente. Assim, tornou--se mais difícil um empreendi-mento se diferenciar e se manter

no mercado.Em relação a essa situação,

os autores afirmam: “as micro e pequenas empresas, particular-mente, nem sempre estão prepa-radas para os efeitos do aumento da competitividade”.

A realização desse estudo é importante pois apresenta as in-cubadoras como uma alternativa para quem deseja investir e criar um negócio. Uma empresa, antes mesmo de ser inaugurada, é con-cebida, analisada e planejada para que tenha uma maior probabilida-de de sucesso.

Qual a relação entre incubadoras e empresas?Incubadoras podem potencializar as caracteristicas empreendedoras das empresas

Texto:Maria Luísa Exenberger

LEIA MAIS:

RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. O suporte das incubadoras brasileiras para potencializar as características empreendedoras nas empresas incubadas. Rev. Adm. (São Paulo), São Paulo, v. 41, n. 4, p. 419-430, dez. 2006.

> INCUBADORAS

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13GIL em Revista - Dezembro/2012

O Brasil ocupa uma das maiores posições em nú-mero de empreendedo-

res, que podem ser empreen-dedores por necessidade ou por oportunidade.

Empreendedor por neces-sidade é o indivíduo que em-preende por necessidade de segurança ou, ainda, de sobre-vivência. Além disso, ele pode buscar independência, desen-volvimento pessoal ou autor-realização. Já o empreendedor

por oportunidade é o sujeito que percebe uma lacuna e deci-de preencher esse vazio, caren-te de produtos ou de serviços.

O GEM, relatório que di-vulga dados sobre o empreen-dedorismo no mundo, assegura que, nas regiões de alta renda, as pessoas tendem a empreen-der por oportunidade. Já nas de renda mediana, as pessoas em-preendem mais por questões de necessidade de sobrevivência.

Paulo dos Santos, Josiane Minuzzi, Janaína Garcia e Álvaro Lezana realizaram uma pesquisa em 2007 e publicaram seus re-sultados nos Anais do XXVII En-contro Nacional de Engenharia de Produção em Foz do Iguaçu (PR). Seu objetivo era identifi-car qual tipo de empreendedo-rismo possui maior destaque no estado de Santa Catarina e os

motivos que levam à abertura de organizações.

Os dados utilizados para a realização da pesquisa foram obtidos no banco de dados da pesquisa realizada por Ortigara, em 2006, a partir de uma amos-tra de 1393 empresas. Dessas informações, utilizaram-se ape-nas dados de empresas que ain-da atuassem.

O estudo concluiu que a maioria dos empreendedores alvo da pesquisa abre seus ne-gócios pelas oportunidades e não por necessidade de sobre-vivência. Apenas a região Oeste não se enquadra nesse padrão. Os pesquisadores afirmam que as razões por que há mais em-preendedores por oportunida-de se relacionam ao alto IDH que o Estado de Santa Catarina apresenta.

Existem mais empreendedores por oportunidade ou necessidade?Ideia genial ou bolso vazio: o que nos leva a empreender?

Texto:Nicole Gregory

O empreendedorismo tem sido muito debatido, es-pecialmente quando se

fala em criação de empresas. Ele também é muito abordado quan-do se analisam incubadoras de empresas.

No Brasil, o crescimento das incubadoras tem se mantido cons-tante desde o final dos anos 90, mostrando-se um fenômeno re-levante para a criação de empre-go e de renda. Além de dar apoio a pequenas e a médias empresas, as incubadoras buscam capaci-tar os empreendedores na gestão do empreendimento. Porém, será que o apoio das incubadoras é su-ficiente para o sucesso desses em-preendimentos, ao analisarmos o mercado global, cada vez mais competitivo e horizontalizado?

Os pesquisadores Maria Baêta, Candido Borges e Gabriel-le Tremblay resolveram estudar quais as condições sob as quais empresas que visam à expansão de seu empreendimento inter-nacionalmente se instalam em incubadoras nacionais de base tecnológica.

Para isso, buscaram compre-ender as perspectivas das empre-sas emergentes para sustentar-se no mercado global, baseando-se em estudos sobre o empreende-dorismo internacional e também em pesquisa documental sobre o desempenho das incubadoras bra-sileiras de base tecnológica.

A partir da análise, os pesqui-sadores concluíram que o ambien-te competitivo e as rápidas mu-danças estruturais e tecnológicas

exigem adequação contínua do modo de produção e desafiam as empresas à inovação e à criativida-de. Eles também afirmam que, em relação às empresas de base tec-nológica e intensivas em conheci-mento, deve-se focar o mercado global, visto que, com a globaliza-ção da economia e com a velocida-de das mudanças, produtos e ser-viços de alta tecnologia transpõem rapidamente as fronteiras nacio-nais, reforçando a necessidade de competir em escala global.

Maria Baêta e seus colegas defendem que as incubadoras tec-nológicas precisam acertar o passo com a realidade, a fim de estimu-lar o empreendedorismo interna-cional. Afinal, no mundo globali-zado, é preciso estar em sintonia com o mercado global.

(Ex)cubadorasSeria o apoio das incubadoras suficiente para o sucesso de empreendimentos no mercado global?

Texto:Raul de Souza

LEIA MAIS:

BAÊTA, Adelaide Maria Coelho; BORGES, Candido Vieira; TREMBLAY Diane Gabrielle. Empreendedorismo nas incubadoras: reflexões sobre tendências atuais. Comportamento organizacional e gestão, Lisboa, v. 12, n. 1, p. 7-18, 2006.

NOTÍCIAS > INCUBADORAS

LEIA MAIS:

DOS SANTOS, Paulo da Cruz Freire; MINUZZI, Josiane; GARCIA, Janaína Renata; LEZANA, Álvaro Guillermo Rojas. Empreendedor por oportunidade versus necessidade. In: XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. A energia que move a produção: um diálogo sobre integração, projeto e sustentabilidade, 2007. Foz do Iguaçu: Associação Brasileira de Engenharia de Produção, 2007. Disponível em http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2007_TR630470_9378.pdf. Acesso em maio 2012.

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INTERCÂMBIO

Sem dúvida, um dos diferen-ciais do GIL são os intercâm-bios. Em dois momentos ao

longo da trajetória do curso, o aluno se depara com a oportuni-dade de estudar em universida-des fora do país: a primeira para o Chile, no quarto semestre, e a segunda para o Canadá, no sexto semestre. O que os ex-alunos que já participaram dos intercâmbios acharam das experiências? E será que as expectativas para as ocor-ridas neste ano foram satisfeitas?

A turma do PA4 estava mui-to ansiosa para a viagem que co-meçou em 24 de setembro. Para Maicon Borges, aluno da turma de São Leopoldo, as expectativas eram as melhores possíveis, vis-to que a turma estava muito uni-da. A ideia de estar fazendo um intercâmbio em outro país é mui-to significativa. Eles também sa-bem a importância de se adap-tar à língua, o que irá contribuir muito para a futura qualificação e formação profissional.

Como preparação para a via-gem, os alunos tiveram um mês

com diversos compromissos, co-ordenados pelo professor Ro-drigo Castilhos, coordenador do PA4. Para ele, as atividades aju-dam os alunos a chegarem cons-cientes de problemas e de tradi-ções do local, sabendo respeitar os cidadãos e ter capacidade de entender melhor a cultura, o que os faz aproveitar melhor a via-gem. Entre as atividades de pre-paração, os estudantes assisti-ram a dois filmes que retratam a cultura chilena; além disso, as-sistiram, na oficina de Comunica-ção e Expressão, a aulas de uma professora de língua e de litera-tura de expressão hispânica, que

abordou a cultura e a língua do país.

O professor Rodrigo apon-ta como principais objetivos do intercâmbio ampliar os horizon-tes dos acadêmicos e fazer com que entrem em contato com no-vas culturas, para que pratiquem a diferença e entendam as reali-dades e os contextos de outros países.

Para o estudante Rodrigo Paim, aluno do PA4 de Porto Ale-gre, os objetivos que não estão escritos nem formalizados são tão importantes quanto os que estão. Ele ressaltou a importân-cia, para sua carreira, de estu-

dar fora e de conhecer empresas chilenas e também reconheceu a importância de conhecer a cultu-ra de um país com as característi-cas do Chile.

Neste ano, os alunos do PA4 conversaram com a turma do PA6, que realizou o mesmo in-tercâmbio em 2011, para saber como eram as instalações e para esclarecer dúvidas sobre as au-las. Foram assunto da conversa os protestos públicos que ocorre-ram durante o intercâmbio e re-comendações sobre comida tí-pica e locais turísticos. Uma das possibilidades do intercâmbio ao Chile neste ano foi a realização de uma viagem para conhecer outra cidade chilena além de Santiago, local de hospedagem dos alunos.

Henrique Garrido, aluno do PA6 que participou do inter-câmbio ao Chile em 2011, afir-mou que, como qualquer via-gem, esse país lhe proporcionou um aprendizado muito significa-tivo, não apenas pessoal – pelo convívio com seus colegas – mas também profissional – devido às

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INTERCÂMBIO

aulas, às visitas guiadas às em-presas e ao contato com uma cul-tura tão distinta da brasileira. Os costumes e a língua, por exem-plo, fizeram com que a turma percebesse a administração e entendesse aspectos da globali-zação na realidade.

Já com relação à viagem do Canadá, que iniciou em novem-bro, Henrique acredita que será uma viagem que amadurece-rá mais a turma, uma vez que os alunos terão aulas na terceira me-lhor universidade de Administra-ção do mundo: a HEC (École dês Hautes Études Commerciales de Montréal). Além disso, os alunos têm um domínio muito maior da língua inglesa, o que facilitará o networking e o aprendizado. O aluno ainda destaca que não há como comparar a importância de cada intercâmbio, visto que am-bas as experiências são muito ri-cas, mas, em termos profissio-nais, a segunda viagem, em sua opinião, os desenvolverá como administradores de uma forma muito mais intensa.

Letícia Cassel, formanda da turma de 2012/1, acredita que a viagem ao Chile contribuiu muito para o aprimoramen-to da convivência entre os alu-nos. Além disso, de acordo com a egressa, foi fundamental sa-ber como se comportar em ou-tro país e ter conhecimentos básicos do lugar aonde se vai.

Ela destaca, ademais, que a convivência com diferenças culturais, a quebra de para-digmas, a proatividade, o aprimo-ramento das línguas espanhola e inglesa, a autonomia e a resiliên-cia foram algumas competências adquiridas durante as viagens, além de os alunos aprenderem que não existe o certo e o erra-do, mas diferentes perspectivas sobre o mesmo aspecto.

Para Letícia, as expectativas que existiam antes das viagens fo-ram atendidas. Os dois intercâm-bios foram sensacionais, tanto profissional quanto pessoalmen-te, mas ela acredita que o pri-meiro intercâmbio superou ainda mais suas expectativas visto que o Chile é um país culturalmente muito rico e possui uma econo-mia muito diferente da brasilei-

ra. A egressa ainda ressalta que as atividades preparatórias para as viagens foram fundamentais, porque forneceram aos alunos informações imprescindíveis so-bre os respectivos países.

Aliás, em relação ao inter-câmbio ao Canadá, a oficina preparatória se intitula “Progra-ma Preparatório para o Canadá” e é ministrada por Ana Luiza de Freitas (Professora Mestre em Linguagem no Contexto Social pela UFRGS). A oficina ocor-re durante quatro meses, de agosto a novembro, até a vés-pera do embarque.

A professora Ana Luiza destaca que as aulas são im-portantes, pois descrevem o contexto em que os alunos estudarão, além de possibili-

tarem a interação com os colegas e com os professores que rece-berão os alunos do GIL no Cana-dá. Nas oficinas, também se co-nhecem aspectos gerais acerca da formação política, geográfica, econômica e social do Canadá e da região do Quebéc, onde fica a universidade em que os discentes estudarão.

O intercâmbio ao Canadá é, na opinião da professora Ana, uma experiência significativa em termos de amadurecimen-to, pois os alunos representam a UNISINOS e o Brasil no Canadá, o que significa uma responsa-bilidade em termos de articula-ção e postura. Trata-se, também, de uma oportunidade de inser-ção em um centro de formação que está entre os mais reconhe-cidos do mundo na área de Ges-tão para Inovação, assim como abre portas em relação a possí-veis contatos para estudos futu-ros e mesmo em termos de co-nhecimento da estrutura dos negócios e da inovação em Montreal.

Por fim, um intercâmbio como o que o curso proporcio-na com certeza fará muita dife-rença no currículo dos alunos. A experiência de conhecer cul-turas diferentes e economias diferentes e estudar em óti-mas faculdades de Adminis-tração no exterior é um di-ferencial que poucos cursos proporcionam no Brasil.

HENRIQUE STUMPF

> CANADÁ

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NOTÍCIAS

Sabemos que a área da comu-nicação é muito ampla e leva a diversos caminhos, porém

muitas agências não conseguem crescer e evoluir no mercado. Uma pesquisa feita no primeiro semes-tre do ano de 2005 por Lia Mathias Ludwig, especialista em Gestão Es-tratégica em Comunicação Organi-zacional e Relações Públicas pela ECA (Escola de Comunicação e Ar-tes), na Universidade de São Paulo, e executiva da Edelman Brasil, bus-cou esclarecer os esforços realiza-dos pelas agências de comunica-ção na mensuração de resultados. Além disso, a pesquisa ainda reve-lou o pensamento dos especialis-tas da área, através de entrevistas com essas renomadas figuras do cenário nacional e mundial.

Lia Ludwig selecionou doze profissionais da área da comuni-

cação: cinco representantes de agências no mercado e sete espe-cialistas. Essas entrevistas possi-bilitaram à pesquisadora a iden-tificação de algumas falhas nas empresas com relação à mensura-ção de seus resultados. A pesqui-sa comprovou, também, a falta de importância que nós, brasileiros, damos à análise dos produtos fi-nais de qualquer projeto, que, nes-se caso, se refere às campanhas de marketing.

Por outro lado, as grandes agências de comunicação do país estão desenvolvendo mecanismos para se diferenciarem no mercado. Os entrevistados identificaram que é muito importante uma análise do produto final e da imagem da mar-ca, deixando um pouco de lado a importância dada ao processo. Lia Ludwig afirma que “algumas em-

presas saíram na frente, investiram e disponibilizaram ferramentas in-teressantes aos seus clientes.”

A pesquisa aponta dois mo-tivos principais para o mercado entender a importância da men-suração de resultados: motivos eco-nômico-financeiros e uma maior compreensão do empresário em saber qual imagem sua empre-sa passa aos clientes. Ou seja, falta dinheiro e capacidade de compre-ensão sobre o efeito gerado pelas campanhas de marketing por parte dos agentes publicitários.

No fim do artigo, Lia Ludwig afirma que “a mensuração dos resultados ainda é muito restri-ta” e que a pesquisa de merca-do é a mais importante forma de mostrar, de forma mais comple-ta, os resultados de uma empre-sa e sua imagem.

O posicionamento de marcas ou de produtos em organizações de serviços é fundamental para

a elaboração de uma campanha de publicidade. Um posicionamento sem a ajuda de uma organização de serviço tem efeitos negativos que podem pre-judicar a marca, pois a função da agên-cia de publicidade é criar a identidade da empresa e ajudar a remodelar sua identidade visual preexistente.

Foi em relação a isso que Aléssio Bessa Sarquis e Ana Akemi Ikeda ela-boraram uma pesquisa em 2007, pu-blicada na Revista de Negócios, de Blu-menau, que buscou conhecer a prática de posicionamento de marca de agên-cias de comunicação do Estado de Santa Catarina. Além disso, a pesquisa ainda buscou identificar a opinião das agências sobre a importância da utili-zação da estratégia de posicionamen-to de marca e reconhecer a prática

desse posicionamento recomendada por pesquisadores e especialistas em marketing de serviços.

Sarquis e Ikeda entrevistaram as oito principais agências de comu-nicação de Santa Catarina. As entre-vistas possibilitaram identificar que a maioria das agências de comunicação pesquisadas não dispõe de um posi-cionamento desejado definido para a marca ou para os serviços de orga-nização (identidade da marca). Con-cluiu-se que as organizações de ser-viços investigadas utilizam estratégias de posicionamento de marca e care-cem de métodos de implementação mais apropriados.

A visão que as agências de co-municação pesquisadas têm sobre o posicionamento de marca percebi-do pelo mercado está principalmente baseada em informações eventuais, informais e não objetivas. As agências

de comunicação que não apresen-taram um posicionamento definido para suas marcas ou para seus ser-viços podem não estar efetivamen-te utilizando o posicionamento como estratégia de marketing, o que con-traria as recomendações de especia-listas como Al Ries e Graham J. Hoo-ley. O processo de posicionamento de marca implica a seleção de uma estra-tégia adequada.

Por fim, Sarquis e Ikeda afir-mam que é irônico constatar que agências de publicidade que auxi-liam seus clientes na elaboração de posicionamentos de marcas não se utilizam apropriadamente, em be-nefício próprio, de uma estratégia de marketing. O estudo revelou que, embora o posicionamento de mar-ca seja uma estratégia fundamental, há falhas em sua implementação nas agências de comunicação.

A nova maneira de olhar resultados

Agências de comunicação e aprática de posicionamento de marca

Pesquisa mostra os problemas na mensuração de resultados nas agências de comunicação

Pesquisa mostra os problemas na mensuração de resultados nas agências de comunicação

Texto:Guilherme Massena

Texto:Leonardo Baum

LEIA MAIS:

LEIA MAIS:

LUDWIG, Lia Mathias. Avaliação de resultados: o desafio das agências de comunicação. Organicom, São Paulo, v. 2, p. 166, segundo semestre de 2005.

SARQUIS, Aléssio Bessa; IKEDA, Ana Akemi. A prática de posicionamento de marca em agências de comunicação. Revista de Negócios, Blumenau, v. 12, n. 4, p. 55-70, out./dez. 2007.

> MARKETING

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17GIL em Revista - Dezembro/2012

NOTÍCIAS

Quem não pensou em ad-quirir um imóvel ou teve algum conhecido que

passou por essa experiência? De algum modo, muitos sonham em adquirir algum imóvel, seja como investimento seja para a abolição do aluguel.

A partir de dados cole-tados, Ana Carolina Santana examinou as formas de aten-dimento ao público, desde o

simples “bom dia” até a assina-tura do contrato de compra ou de venda.

Questionados a respeito do sucesso das negociações, 90% dos entrevistados garantem considerar o atendimento pro-porcionado pela empresa como “bom” ou “ótimo”. Perguntados sobre o preço dos imóveis, eles disseram que os preços exigi-dos eram “regulares” ou “bons” e que as condições do financia-mento eram excelentes.

Os clientes entrevistados mostraram-se satisfeitos com as localizações dos imóveis, e ape-nas um quarto dos entrevista-dos apontou o fator local como desfavorável. A pesquisadora

chama à atenção para as con-dições de pagamento, visto que esse quesito foi determinante na escolha da empresa e no fe-chamento da transação.

A pesquisadora afirma que “a satisfação dos clientes de um modo geral foi positiva, ao contrário do que ocorreu com a percepção dos entrevista-dos pela marca da empresa na maioria das cidades mineiras onde a empresa atua”.

Dessa forma, a pesquisa re-comenda que os empresários devem fazer mais divulgação de sua marca nos meios de comu-nicação de massa, como atri-buto essencial para fidelizar e atrair novos clientes.

Com quem comprar meu imóvel?

influência do clima organizacional sobre a inovação

Pesquisa mercadológica auxilia as empresas na conquista de novos clientes no sul de Minas Gerais

Texto:Gilson Alves Bernardo

LEIA MAIS:

SANTANA, Ana Carolina. O marketing estratégico na gestão imobiliária: a pesquisa mercadológica auxiliando a empresa na conquista de novos clientes e no fortalecimento de sua marca. Minas Gerais, 2007. Disponível em <http://www.convibra.com.br/2007/congresso/artigos/354.pdf>. Acesso em 9 maio 2012.

Foi publicada em 2011, na re-vista “Gestão e Regionalida-de”, uma pesquisa feita por

dois professores, Marilsa Tadeuc-ci e Moacir dos Santos, e por uma mestranda, Rosana de Oliveira, que procuravam analisar, no Campus Universitário de Gurupi da Univer-sidade Federal de Tocantins (UFT), a influência dos fatores do clima or-ganizacional sobre a esfera da ino-vação. Com os resultados da pes-quisa, feita a partir do ponto de vista dos docentes, buscava-se apresentar qual era a importância do gerenciamento desses fatores no campus de Gurupi.

Foram participantes da pes-quisa 51 docentes, os quais respon-deram a um questionário com de-zessete sentenças, relacionando o clima organizacional à possibilida-de da influência sobre o ambiente inovativo em geral, e classificaram cada uma em uma escala que varia-va de “discordo totalmente” (valor

representativo 1) a “concordo to-talmente” (valor representativo 5). Após a análise de dados, os pesqui-sadores concluem que “o ambiente inovador do Campus de Gurupi não pode ser taxado de prejudicado, uma vez que 88,24% das médias situaram-se acima de 3, tendo no

caso o valor máximo em 5”. A par-tir dos resultados obtidos, os pes-quisadores acreditam que existem fatores na UFT que precisam ser aprimorados e gerenciados caute-losamente, como a disponibilidade de recursos humanos e materiais e a cooperação entre os setores.

E aí, pintou um clima?

Texto:Carolina Coutinho

LEIA MAIS:

OLIVEIRA, Rosana Augusta de; SANTOS, Moacir José dos; TADEUCCI, Marilsa de Sá Rodrigues. Correlação entre clima organizacional e inovação: importância do gerenciamento de variáveis que influenciam o ambiente inovativo de uma universidade pública federal. Portal Periódicos USCS, São Caetano do Sul, v. 27, n. 81, p. 87-97, 2011.

CLIMA E > IMÓVEIS

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18 GIL em Revista - Dezembro/2012

ENTREVISTA

giL em RevisTa — As pessoas sa-bem da existência de um vice-pre-sidente, mas não fazem ideia do que isso representa. Você poderia nos explicar sua função no cargo que ocupa na FEDERASUL?simone — Além de vice-presi-dente, coordeno uma área chama-da de Integração do Sistema Fede-rasul. Sou a ponte com o interior, junto aos presidentes das 240 asso-ciações comerciais e aos vice-pre-sidentes regionais. Na Federasul, o Estado é dividido em 24 regiões. Faço a integração, uma função es-tratégica, principalmente pela im-portância da entidade no nosso in-terior. É para esse interior que nós trabalhamos e servimos. Tenho via-jado, coordenando muitas reuni-

ões, porque temos o propósito de, juntamente com as lideranças em-presariais, apurar as demandas e suas necessidades para trazê-las para Porto Alegre. A ideia é buscar as soluções.

GeR — Como é essa parceria com a presidência?simone — Ela é ampla e diversifi-cada. Muitas vezes, temos momen-tos de dificuldades, e, nessa hora, o vice-presidente tem que ser o par-ceiro do presidente. Nem sempre é possível estar em todos os luga-res, entender de todos os assuntos e fazer um trabalho. Tudo funcio-na em equipe. Numa democracia e até mesmo num regime presi-dencialista, o presidente não man-

da sozinho. Ele se aconselha muito com seu vice-presidente, que, nes-se caso, tem a função de falar para o presidente coisas que são impor-tantes e sugerir quais os melhores caminhos para a entidade.

GeR — Conte um pouco da sua tra-jetória profissional.simone — Sou professora de for-mação. Quando concluí o ensino médio, tive o sonho de ser profes-sora de História. Avisei a minha fa-mília que havia optado por ser pro-fessora, o que preocupou meu pai, que desejava para mim uma car-reira melhor remunerada. Respon-di para ele que iria fazer o curso de História, pois aquilo era um sonho, um ideal. Dessa forma, fui traba-lhar, paguei meu curso de História e me formei na UNISINOS. Quando fui para o mercado de trabalho e fi-quei conhecendo a realidade, dei-me conta de que ele tinha razão. GeR — Como a gestão entrou na sua vida?simone – Ao trabalhar na empre-sa do meu pai, percebei muitas afi-nidades com a área de gestão. Des-sa maneira, resolvi fazer o curso de Administração de Empresas. Con-tinuei trabalhando em outras duas empresas – em uma, de manhã e, em outra, à tarde –, sobrando a noi-te para estudar. A paixão pela ges-tão foi aumentando, e eu consu-mia toda literatura sobre o assunto. Isso já faz doze anos. Desde então, acompanho as mudanças na área da gestão e da administração.

GeR — Há algum episódio que você pode compartilhar conosco

que serviu como desafio ou obstá-culo na sua caminhada como ges-tora?simone — Depois da formação profissional, casei e fui morar em Canoas (RS). Comecei a trabalhar na empresa do meu marido, quebran-do um paradigma pois não existiam mulheres à frente de nenhuma em-presa do setor onde atua a Urano. Lembro-me de um episódio em que participei de uma reunião de traba-lho, numa certa associação, essen-cialmente masculina. Fui questiona-da de maneira direta: “O que você está fazendo aqui? Não é lugar para mulheres!”. Respondi: “Não! Aqui é o lugar das pessoas que estão à frente de suas empresas”. Eu nunca mais vou esquecer aquela reunião porque, daquele dia em diante, eu tinha mais um desafio: o de provar que a mulher é capaz de exercer tal função. Desde então, passei a parti-cipar de algumas associações da ci-dade e fui convidada para ser a vi-ce-presidente da CICS. Após duas gestões, sou a presidente da insti-tuição. Fui eleita para o cargo que ocupo hoje.

GeR — Como foi na FEDERASUL?simone — Fui participar da enti-dade representando a CICS. Entrei na diretoria da Federasul na gestão do presidente José Paulo Dornel-les Cairoli, com quem tive uma ex-celente sintonia, já que ele elegeu como um dos pontos fortes de seu mandato o interior e realmente se aproximou das CICS e ACIS. Nesse contexto, participei, com meu gru-po, auxiliando o presidente, no pro-cesso de integração através de pro-gramas de interiorização que ele

O sucesso e a qualidade não dependem do gênero

SIMONE DIEFENTHAELER LEITE / Presidente da Câmara de Indústriae Comércio de Canoas (CICS)

Não precisa ser homem ou mulher para ser competente. Basta saber fazer bem feito, diz a presidente da CICS de Canoas, Simone Leite

As tradições perdem seu valor com o tempo. Um bom exemplo des-sa afirmação aconteceu neste ano, com a chegada da primeira presidente na Câmara de Indústria e Comércio de Canoas (RS).

A entidade – uma das mais antigas do Estado – foi comandada duran-te sete décadas por homens. No entanto, em sintonia com seu tempo, a CICS elegeu e empossou a empresária Simone Leite como presiden-te. Ela já participava da diretoria, porém sua eleição quebrou um para-digma e abriu, de vez, as portas para as mulheres que já somavam nas decisões junto com os homens mas que ainda não lideravam a condu-ção da entidade empresarial, que se revela, com essa atitude, moderna, plural e comprometida com o presente, mostrando também estar pron-ta para o futuro.

Simone Diefenthaeler Leite (35), a grande responsável pela quebra desse tabu (que já durava 73 anos), é casada com Zenon Leite Neto e mãe de Zenon Diefenthaeler Leite (8). Pelas suas qualidades profissio-nais, Simone é a primeira mulher a assumir a presidência da CICS, acu-mulando também as funções de vice-presidente da FEDERASUL (Fede-ração das Associações das Indústrias e Comércio e de Serviços do Rio Grande do Sul) e diretora do Grupo Urano. Numa conversa descontraída e amigável, nossa protagonista conta sua trajetória e os obstáculos que superou para se firmar como umas maiores lideranças femininas do Rio Grande do Sul – um Estado que ainda tem poucas mulheres na liderança das empresas e das entidades. Ela diz, no entanto, que a situação come-ça a mudar. Confira na íntegra a entrevista:

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ENTREVISTA

capitaneava. A participação na Fede-rasul foi crescendo e promovemos a sintonia entre filiados e federação. Mobilizamos o interior e surgiram as esperadas mudanças para que o processo fosse o mais democrático possível. Mudamos o estatuto junto com Cairoli e ampliamos a participa-ção dos líderes empresariais do Es-tado, permitindo, inclusive, que se-jam eleitos presidentes da entidade. Foi um marco importante na gestão, pois realizamos uma assembleia em janeiro deste ano, que bateu o re-corde em número de participantes do interior. Nunca na história dos 85 anos da Federasul, uma AGE rece-beu tantos presidentes. Como resul-tado daquele movimento, a Federa-sul já pode ser comandada por um representante do interior do Estado.

geR — Foi difícil entender e aplicar os conceitos de gestão?simone — A faculdade dá o em-basamento científico, ensina a teo-ria. Mas o resto é na prática que se aprende. Há uma receita sob medi-da para cada empresa, claro que sob a chancela de normas. É como che-gar à empresa em crise, e muda a si-tuação. É no desafio do dia a dia que você vai aprendendo. É lógico que

a teoria é muito importante, mas a prática é fundamental. Defendo a necessidade de mais estágios práti-cos nas faculdades. As entidades de classe poderiam estar junto com as universidades para ampliar esse es-pectro. Tudo, claro, sob a coordena-ção dos professores, que ajudariam os alunos a buscar as soluções ne-cessárias. Diria: tempos iguais para prática e teoria seriam o ideal para as pessoas que almejam estar à frente das empresas.

GeR — Como você considera a ges-tão hoje?simone — A teoria ganhou excep-cionais avanços de conceitos e práti-cas desde o tratamento dos proble-mas contábeis e financeiros até o de recursos humanos. Estes, especial-mente, evoluíram muito. Mas de-fendo uma urgente revisão nas leis trabalhistas, que são muito antigas, ainda do tempo de Getúlio Vargas. Na prática, a gestão agrega, com a teoria, o feeling para perceber e adotar a receita certa para cada caso. O mercado de trabalho foi en-riquecido com novas funções e abriu seu leque de atuação com as consul-torias, que proliferaram com a pos-sibilidade que surgiu através da ter-

ceirização. Há um novo formato de administrar. Mas é preciso ir devagar porque cada caso é um caso. Outra questão importante é que, no Brasil, a abertura de mercados e a globali-zação propiciaram o acesso a todos os conceitos, mas penso que existe um desafio na articulação entre a te-oria e a prática.

GeR — Como você considera a tec-nologia e o conhecimento em rela-ção a nossa mão de obra?simone — Temos uma tecnologia boa, o que tem modificado as rela-ções no trabalho e a administração das empresas. Mas nos falta um pro-grama educacional, uma educação de base que possibilite a formação de mão de obra, a qualificação pro-fissional, principalmente no nível téc-nico. Não basta termos bons chefes e diretores se não temos trabalha-dores que compreendem o que eles dizem e não sabem utilizar as má-quinas e, por isso, nem são respeita-dos. Eu diria que uma das urgências no País, neste momento, é qualificar melhor seus trabalhadores. E, aí, a educação é prioridade absoluta.

geR — os profissionais de adminis-tração que entram no mercado es-tão realmente preparados?simone — Na teoria, sem dúvida estão. A faculdade ou a universida-de, enfim, preparam muito bem o aluno, mas vai muito de profissio-nal para profissional, de pessoa para pessoa. Por isso, é fundamental que o aluno possa colocar na prática a teoria que vai aprendendo para per-ceber como tudo funciona. O mais importante é ter o conhecimento resultante da sintonia entre elas e aplicar medidas que realmente se-jam aplicáveis e cheguem a uma so-lução. Acho que precisamos de mais preparo neste aspecto. É impor-tante um equilíbrio entre o que se aprende e como se aplica dentro do ambiente de trabalho. Eu diria aos estudantes que não esperem aca-bar o curso para ingressar no merca-do de trabalho.

GeR — Se lhe fosse dada uma chan-ce de fazer de novo, o que você al-teraria na sua carreira administrati-va?simone — Eu daria mais aten-ção a alguns detalhes que só perce-bi depois, na prática. A primeira coi-

sa que faria é conhecer tudo sobre a empresa e sua história, sobre o mer-cado e suas circunstâncias. Agrega-ria, sem dúvida, a prática à teoria para ter um resultado satisfatório e uma formação mais realista e me-nos sonhadora. No entanto, valori-zo a experiência que tive em sala de aula com os alunos e a convivência com as pessoas e, sobretudo, com as entidades de classe. Elas me en-riqueceram muito. A troca de infor-mações com outros colegas é uma ótima oportunidade, e estou saben-do aproveitar bem.

GeR — Conte-nos qual o modelo ideal de administrador na sua vi-são. simone — Não existe um modelo pronto. Tudo depende da alquimia entre a teoria e a sensibilidade do administrador. Cada empresa é uma empresa diferente. Desse modo, para mim, também não existe um modelo ideal de administrador. Se formos analisar referências na pró-pria literatura, veremos que o que se aplica para as empresas refere-se a sua necessidade naquele momen-to. Cada etapa que a empresa está vivendo e o universo econômico e político são fundamentais para in-tervenções. Por esse motivo, não há um modelo ideal. Quando lemos so-bre soluções vitoriosas, percebemos que valeu muito o conhecimento, mas foram fundamentais a coragem e a sensibilidade do administrador para promover as mudanças.

GeR — Existe alguém que seja re-ferência em administração para você? Quem e por quê?simone — Procuro buscar os exemplos que deram certo, sempre na perspectiva de que a criatividade e a ousadia estiveram presentes no momento das decisões. Não tenho especificamente um nome, mas vá-rios bons exemplos de sucesso que respeito e admiro.

GeR — Cite uma frase que a descre-ve ou inspira.simone — É do Mahatma Gan-dhi. Gosto dela porque coloca a pes-soa como ferramenta da mudança e a mudança como instrumento de transformação. Mostra que as atitu-des valem muito. Diz mais ou menos assim: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

SÉRGIO

GO

NZALES

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NOTÍCIAS

20 GIL em Revista - Dezembro/2012

Desde os primórdios da adminis-tração, e de toda a sociedade, temos a ideia de que, se você

quer motivar alguém, é necessário oferecer dinheiro ou bens materiais. Porém, somos muito mais do que uma pilha de dinheiro, e numerosos estudos psicológicos e sociológicos têm investido tempo para quebrar o paradigma da motivação. Afinal, o que realmente nos motiva?

Em seu livro Motivação 3.0 (Dri-ve: The surprising truth about what really motivates us), Daniel Pink que-bra diversos paradigmas em que os modelos de gestão atuais estão em-basados. Ele se apropria de diversos estudos psicológicos, sociais e neu-rocientíficos para analisar quais as-pectos realmente nos trazem o âni-

mo para o trabalho, a real motivação.Em Motivação 3.0, Pink mos-

tra para onde o trabalho está ca-minhando, apontando a tendência do “trabalho do futuro”. Nesse ca-minho, cada vez mais alguns aspec-tos ganharão força, como a autono-mia, o propósito da organização e a vontade de crescer profissional e in-telectualmente. A partir de estudos descritos no livro, ele defende que, para tarefas que envolvam o hemis-fério direito do cérebro, a recom-pensa por dinheiro só atrapalha. Es-sas tarefas envolvem criatividade, visão ampla, coisas não lógicas, ta-refas não lineares.

Ele também apresenta a que-da de importância de atividades de cunho linear, nas quais todo nos-

so sistema de educação está base-ado. Essas tarefas são aquelas que envolvem coisas lineares, rotinei-ras e burocráticas e que não necessi-tam de uma mente humana – todas elas vêm sendo substituídas por má-quinas – como contas matemáticas, questões de engenharia e de outras áreas lógicas.

Através da exposição de estu-dos de alta qualidade, feitos nas uni-versidades mais consagradas da atu-alidade, como Harvard e Oxford, ele demonstra os perigos de seguir pelos caminhos em que estamos e como esse nem tão novo sistema vem tra-zendo enormes benefícios para em-presas como a Google, Facebook, Wikipedia e Apple. E aí, está dispos-to a sair da caixinha?

motivação. You’re doing it wrong!Descubra por que, muitas vezes, mais dinheiro traz menos resultados positivos

Texto:Diogo de Souza

LEIA MAIS:

PINK, Daniel. Motivação 3.0. São Paulo: Campus, 2010.

motivação por recompensas: errado como dar bananas para macacos!

Grande parte das organizações gostaria de entender todos os meios possíveis de motivar

seus funcionários. Contudo, o méto-do mais utilizado por elas é recom-pensá-los com dinheiro – conhecido também por motivação extrínseca, quando é necessária uma “força” ex-terior para motivar – por seus feitos. Porém, um experimento feito no fi-nal do século XX demonstra que esse estilo motivador – pelo menos em primatas – não motiva a longo prazo.

Harry Harlow, o autor do ex-perimento, queria entender o com-portamento dos macacos. Com isso, disponibilizou aos primatas um que-bra-cabeça igual ao da figura para analisar seus comportamentos ao realizá-lo. Os resultados foram inte-ressantes. Sem nenhum incentivo dado aos macacos, começaram a re-solver o jogo com muito gosto e de forma constante, conseguindo fazê-lo em poucos segundos.

O pesquisador revela um dado importante: “a solução (do que-bra-cabeça) não conduzia à comi-da, à água ou à gratificação sexual.”. Com base nisto, Harlow introduziu passas como forma de recompensa aos primatas. Entretanto, o resulta-do obtido foi que eles passaram a cometer erros antes não cometidos e também realizaram o jogo com uma menor frequência e de forma preguiçosa.

Pode-se concluir, então, que os

meios extrínsecos de motivação não são aqueles que mais motivam fun-cionários, e um exemplo disto é que colaboradores, hoje, acabam bus-cando não somente o ganho mate-rial, como salários, bônus etc., mas sim espaços para que possam mani-festar suas opiniões sobre o desen-volvimento das atividades rotineiras da empresa, por exemplo. Portanto, cabe à empresa procurar por meios intrínsecos de motivar seus funcio-nários e conseguir implantá-los.

Mais bananas (leia-se “dinheiro”), menos trabalho!

Texto:Áxel Cássio Musso

LEIA MAIS:

PINK, Daniel. Motivação 3.0. São Paulo: Campus, 2010.

O quebra-cabeça de Harlow na posição inicial (esq.) e resolvido

> MOTIVAçÃO

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NOTÍCIAS

21GIL em Revista - Dezembro/2012

O enfermeiro é um gerente?

Belo Monte: produtora de energia limpa ou de gases do efeito estufa?

J á está mais do que consta-tado que o enfermeiro tem parte fundamental no ge-

renciamento de uma organiza-ção hospitalar, mas geralmente suas atitudes passam desper-cebidas. Uma pesquisa feita em um hospital de ensino pú-blico de Curitiba (PR) em outu-bro de 2009 buscou analisar os diferentes instrumentos geren-ciais como a comunicação, o gerenciamento do trabalho em equipe, a liderança, a motiva-ção da equipe, a administração do tempo e a força de trabalho dos enfermeiros e como são utilizados no cotidiano desses profissionais para auxiliar nas suas ações com os pacientes.

Para examinar esse pro-cesso, um grupo de pesquisa-doras entrevistou seis enfer-meiras da área gerencial e da

área assistencial a fim de ava-liar o quanto as teorias de Ad-ministração ajudavam nas suas tomadas de decisão. De acor-do com Maria de Lourdes, uma das pesquisadoras, as enfer-meiras percebem que o supor-te teórico é essencial nas suas atividades diárias, mas não sa-bem quando o estão utilizando, o que prejudica, assim, seu tra-balho diário.

As pesquisadoras constata-ram uma falha no ensino teóri-co ministrado aos enfermeiros, que não adquirem um conheci-mento de gestão hospitalar. To-davia, o sistema de saúde tem a possibilidade de suprir a ne-cessidade de conhecimentos da Administração, estimulan-do e capacitando mais efetiva-mente esses profissionais nas decisões do seu trabalho.

Muito se tem falado so-bre a hidrelétrica de Belo Monte. A polêmica cons-

trução no rio Xingu (um afluen-te do rio Amazonas no Estado do Pará) é assunto de muitas discus-sões sobre sua real eficiência e so-bre sua emissão de gases do efei-to estufa.

Philip Fearnside, do Institu-to Nacional de Pesquisas da Ama-zônia, realizou uma pesquisa com o intuito de entender a quantida-de de gases do efeito estufa a ser produzida pela hidrelétrica.

A área relativamente peque-na da usina de Belo Monte (440 km2) aponta para uma emissão de gases pequena se comparada à quantidade de energia que se-ria gerada: mais de 11 181 MW. O grande problema é que, para o

funcionamento pleno da hidrelé-trica, a represa de Babaquara, que será responsável por controlar a vazão do rio Xingu, a fim de se ge-rar mais energia, inundará uma área de 6 140 km2.

A pesquisa revelou que as hi-póteses mais otimistas indicam

que seriam necessários mais de quarenta anos para que o comple-xo tivesse um saldo positivo em se tratando de aquecimento global. Ao contrário, os estudos mais pes-simistas preveem que a obra da hi-drelétrica somente teria um saldo positivo depois de cinquenta anos.

Conforme a con-clusão do estudo, a construção de hidre-létricas necessita de uma vasta discussão antes mesmo do início do projeto, pois, uma vez inundada, a área afetada não se recu-pera mais.

Estudos mostram a importância da percepção do uso de instrumentos gerencias na atividade hospitalar

Pesquisa avalia o impacto ambiental da polêmica hidrelétrica no Brasil

Texto:Fernando Bitencourt

Texto:Tales Tavares

LEIA MAIS:

ALMEIDA de, Maria de Lourdes et al. Instrumentos gerenciais utilizados na tomada de decisão do enfermeiro no contexto hospitalar. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 20 (esp.), p. 131-136, 2011.

GERÊNCIA/> ENERGIA

LEIA MAIS:

FEARNSIDE; Philip M. As hidrelétricas de Belo Monte e Altamira (Babaquara) como fontes de gases de efeito estufa. Novos Cadernos NAEA, Amazonas, v. 12, n. 2, p. 5-56, dez. 2009.

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22 GIL em Revista - Dezembro/2012

PRODUTOS

> Guapa >

> Paisano >

> Panello >

GU

ILHERM

E FRESINA D

IAS

WILLIAN WAGNER

AUGUSTO MOLON

No PA4, os alunos do GIL têm um contato maior com o tão esperado mundo dos

negócios. Nesse semestre, ocor-re um projeto em que os alunos devem desenvolver um produto que será colocado no mercado. Os objetivos não são apenas pro-duzir algo, mas especialmente, a partir dessa produção, atender às necessidades dos consumidores conhecidas mediante pesquisas realizadas no PA3.

O desafio está, no entanto, no processo de produção, desde a elaboração da ideia até a colo-cação do produto à venda. Entre essas etapas, os alunos buscam recursos financeiros, local para a produção, mão de obra – en-fim, tudo. É possível afirmar que os alunos do PA4 criam algumas pequenas empresas que efetiva-mente adentram o mercado.

Tudo isso ocorre sob o acom-panhamento e a supervisão dos professores, que buscam desen-volver certas competências dos alunos durante o projeto. Algu-mas delas são habilidades e atitu-des individuais e coletivas, além da integração entre diferentes co-nhecimentos apreendidos nas vá-rias oficinas do curso.

Rodrigo Castilhos, professor do curso e coordenador do pro-jeto, afirma que os principais de-safios internos são “gerenciar o tempo e conseguir coordenar as diferentes áreas e o trabalho em grupo. Porém, há um fator exter-no que também dificulta o pro-jeto: os grupos de alunos são pequenos em relação a fornece-dores grandes”.

Neste ano, a turma de São Leopoldo formou três grupos, que desenvolveram “Panello” (pano com luva de assadeiro), “Pantu-fas Floki” e “Porta-Espetos Paisa-no”. O aluno Daniel Lobl acredita que o maior aprendizado é a apro-ximação que existe com o “merca-do verdadeiro”, que, segundo ele, é bem diferente da universidade. Ele frisa que o projeto é desgas-tante, pois os alunos devem de-senvolver o produto, testá-lo, mu-dá-lo e repetir esse processo até

que se chegue à perfeição. Da-niel também considera a organi-zação e o planejamento outros grandes aprendizados, pois tudo deve ocorrer no prazo estabeleci-do e da maneira como os alunos desejam.

Já a turma de Porto Alegre é constituída por dois grupos, cujos

produtos desenvolvidos são “Gua-pa Alpargatas” e o site “estabana-dos.com”. Augusto Loureiro, do primeiro grupo, afirma que seu maior aprendizado no projeto de desenvolvimento do produto ocorreu a partir da troca de conhe-cimento que houve com a turma de Design Estratégico: afinal, para

Augusto, “o Design e o GIL se com-pletam, já que um tem o pensa-mento artístico enquanto o outro conhece a lógica da administração e o pensamento mais teórico”.

Os alunos já iniciaram a ven-da dos produtos. Esperamos que, como em todos os anos anterio-res, seja um sucesso.

GIL empreende

SAIBA MAIS:Os links do Facebook para contato estão disponíveis a seguir:

Estabanados –Guapa Alpargatas –

Panello – Pantufas Floki –

Porta Espetos Paisano –

facebook.com/#!/estabanados?fref=tsfacebook.com/guapaalpargatasfacebook.com/PanelloOfficialfacebook.com/pages/Chinelos-Floki/421376874592501facebook.com/portaespetospaisano?ref=ts&fref=ts

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DICAS DE LEITURA

l Líder Criador de Líder: a gestão de ta-lentos para garantir o futuro e a sucessãoAutor: Ram CharamEditora: Campus

Criar líderes? Não é algo nato? Podemos criá-los? Esse livro está repleto de conse-lhos práticos e exemplos do mundo real, proporcionando as ferramentas necessárias para criar um legado duradouro de excelên-cia na liderança.

l Invasão de Campo: três listras, dois ir-mãos, uma briga. Adidas, Puma e os basti-dores do esporte moderno.Autora: Barbara SmitEditora: Zahar

A concorrência pode estar ao seu lado, in-clusive na sua casa. A jornalista Barbara Smit narra uma incrível história de supera-ção e rivalidade entre irmãos, revelando os bastidores de um mercado que nem sem-pre joga limpo na corrida por lucros cada vez maiores. Inovações técnicas, estratégias de marketing, concorrentes de peso como Nike e Reebok, tramas políticas e os nomes mais famosos do mundo do esporte são pe-ças importantes num tabuleiro armado com astúcia e interesses, sedimentando a estra-da em que essas empresas trilharam o ca-minho para a consolidação de suas marcas.

l Deus, Dinheiro e consciência: diálogo entre um monge e um executivo.Autor: Anseln Grüm, Jochen ZeitzEditora: Vozes

O que é mais forte em nossa consciência: Deus ou o dinheiro? Um monge beneditino e um diretor-executivo dialogam sobre te-mas fundamentais de nosso mundo que os inquietam e que afetam a todos nós: suces-so e responsabilidade, economia e prospe-ridade, cultura e valores sobre Deus, dinhei-ro e consciência.

l O corpo falaAutores: Pierre Weil, Roland TompakowEditora: Vozes

É possível o corpo falar sem abrirmos a boca? Esse livro tenta desvendar a comuni-cação não verbal do corpo humano, primei-ramente analisando os princípios que re-gem e conduzem o corpo. A partir desses

princípios, aparecem as expres-sões, os gestos e os atos corpo-rais que, de modos característi-cos, estilizados ou inovadores, expressam sentimentos, con-cepções ou posicionamentos in-ternos.

l Dealing with people you can’t stand: how to bring out the best in people at their worst Autores: Dr. Rick Brinkman e Dr. Rick Kirschner. Editora: Mcgraw-Hill Trade

Isso parece psicologia! Na rea-lidade, não se trata psicologia pura. O livro apresenta os dez ti-pos de comportamento que fazem com que pessoas fiquem estressadas e tornem seu dia totalmente desagradável. Além disso, fornece dicas para lidar com esses compor-tamentos e conseguir extrair o melhor des-sas pessoas “problemáticas”.

l Os princípios de liderança de Jack Wel-ch: 24 lições do maior executivo do mundoAutor: Jeffrey A. Krames.Editora: Você S/A Coleção Desenvolvimen-to Profissional

Por que ler esse livro? Considerado um dos líderes empresariais mais bem sucedidos do século XX, Jack Welch comandou, du-rante duas décadas, a General Electric. Nes-se livro, Welch revela importantes concei-tos que desenvolveu para promover a maior mudança corporativa da história, ensinan-do como uma liderança inovadora e despre-tensiosa pode incentivar as pessoas a con-tribuir além do normal.

l O monge e o executivo: uma história so-bre a essência da liderança Autor: James C. Hunter.Editora: Sextante

Esse livro é interessante? Você poderá res-ponder após checar um dos maiores clássi-cos da literatura sobre liderança, que conta a história de um famoso empresário, Leo-nard Hoffman, que abandonou sua brilhan-te carreira para se tornar monge em um monastério. É uma narrativa envolvente em que Hoffman ensina, de forma clara e agra-

dável, os princípios fundamentais dos ver-dadeiros líderes.

l O verdadeiro poder: práticas de gestão que conduzem a resultados revolucioná-rios Autor: Vicente Falconi.Editora: INDG

“Práticas de gestão”? Isso é um passo a pas-so para ser um bom gestor? Não chega a ser tão extremo, e, também, isso não é uma “receita de bolo”. O livro relata, por meio de cases e exemplos em que o autor esteve envolvido, todas as questões importantes para que uma empresa ou um projeto pos-sa se desenvolver e crescer. Vicente Falco-ni relata as experiências que teve entre os anos de 1997 a 2009, período em que atuou como conselheiro de empresas como Am-Bev e Sadia.

l Fora de série – Outliers: por que algu-mas pessoas têm sucesso e outras não Autor: Malcom Gladwell. Editora: Sextante

O sucesso para aqueles que têm o dom! Na verdade, não é somente isso. O livro baseia--se na história de celebridades como Bill Ga-tes, os Beatles e Mozart e demonstra que ninguém “se faz sozinho”. Todos os que se destacaram em qualquer profissão que seja se beneficiaram de oportunidades incríveis, vantagens ocultas e heranças culturais. Nes-se livro, você entenderá o que foi que tornou essas pessoas foras de série – the outliers.

1 Thot, escritor do “Livro dos mortos”, é símbolo da sabedoria e da aprendizagem.

What’s new, Thot1?

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