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GIDJ/RJ Grupo de Profissionais em Informação e Documentação Jurídica do Rio de Janeiro GIDJ/RJ Grupo de Discussão em Coleções Especiais Jurídicas GDCEJ GDCEJ | dezembro de 2018 Acesse: gidjrj.com.br | www.gdcej.wordpress.com ACERVOS EM PAPEL E SITUAÇÕES DE RISCO EM AMBIENTES DE GUARDA: BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AÇÕES ANTES DO DANO POR INCÊNDIO Thiago Cirne Mestre em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGB/UNIRIO). Possui Especialização em Jornalismo Cultural pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCS/UERJ). Bibliotecário do Centro de Estudos Jurídicos da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (CEJUR/PGE-RJ). Integra a diretoria do Grupo de Profissionais em Informação e Documentação Jurídica (GIDJ/RJ), onde também coordena o Grupo de Discussão em Coleções Especiais Jurídicas (GDCEJ). RESUMO O objetivo deste artigo é motivar uma reflexão sobre os riscos de perda e dano, causados por incêndio, presentes em instituições responsáveis pela guarda de acervos em papel, mais destacadamente, bibliotecas e arquivos. Considera a abordagem pretérita sobre o tema, a partir das observações de Costa (1943) e Albani (1968) e as aproximações pertinentes com trabalhos mais recentes. A ênfase, portanto, concentra-se sob a ótica da gestão do espaço-acervo, revelando a importância de uma postura de prevenção constante, diálogo e participação, tanto do profissional de informação como dos demais atores da instituição. 1 INTRODUÇÃO O título deste artigo não pretende oferecer ao leitor a ideia de atributos heroicos e inatingíveis. Não há, sequer, satisfação em seu debate, embora de grande necessidade, principalmente se considerarmos as circunstâncias nas quais sua escrita se elabora: decorre, aproximadamente, quatro meses após o incêndio de grandes proporções que destruiu o Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro. Este fato motivou o tema da 8ª reunião do Grupo de Discussão em Coleções Especiais Jurídicas (GDCEJ), vinculado ao Grupo de Profissionais em Informação e Documentação Jurídica do Rio de Janeiro (GIDJ/RJ). O objetivo deste encontro e, por desdobramento, deste artigo, passa a ser uma reflexão sobre os riscos de possíveis perdas por incêndio, bem como os danos causados pela ação do fogo, presentes em instituições responsáveis pela guarda de acervos em papel, mais destacadamente, bibliotecas e arquivos. A ênfase, portanto, concentra-se sob a ótica da gestão do espaço-acervo a partir da prevenção. Para isto, é necessário buscar respostas a perguntas simples e fundamentais: Como gestores de unidades que armazenam testemunhos materiais bibliográficos e arquivísticos, qual a nossa função? Até onde vai nossa responsabilidade? Qual o nosso olhar sobre essa questão? Despertar a consciência, consequentemente,

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ACERVOS EM PAPEL E

SITUAÇÕES DE RISCO EM

AMBIENTES DE GUARDA:

BREVES CONSIDERAÇÕES

SOBRE AÇÕES ANTES DO

DANO POR INCÊNDIO

Thiago Cirne

Mestre em Biblioteconomia pela

Universidade Federal do Estado do Rio

de Janeiro (PPGB/UNIRIO). Possui

Especialização em Jornalismo Cultural

pela Universidade do Estado do Rio de

Janeiro (FCS/UERJ). Bibliotecário do

Centro de Estudos Jurídicos da

Procuradoria Geral do Estado do Rio de

Janeiro (CEJUR/PGE-RJ). Integra a

diretoria do Grupo de Profissionais em

Informação e Documentação Jurídica

(GIDJ/RJ), onde também coordena o

Grupo de Discussão em Coleções

Especiais Jurídicas (GDCEJ).

RESUMO

O objetivo deste artigo é motivar uma

reflexão sobre os riscos de perda e dano,

causados por incêndio, presentes em

instituições responsáveis pela guarda de

acervos em papel, mais destacadamente,

bibliotecas e arquivos. Considera a

abordagem pretérita sobre o tema, a

partir das observações de Costa (1943) e

Albani (1968) e as aproximações

pertinentes com trabalhos mais recentes.

A ênfase, portanto, concentra-se sob a

ótica da gestão do espaço-acervo,

revelando a importância de uma postura

de prevenção constante, diálogo e

participação, tanto do profissional de

informação como dos demais atores da

instituição.

1 INTRODUÇÃO

O título deste artigo não pretende

oferecer ao leitor a ideia de atributos

heroicos e inatingíveis. Não há, sequer,

satisfação em seu debate, embora de

grande necessidade, principalmente se

considerarmos as circunstâncias nas

quais sua escrita se elabora: decorre,

aproximadamente, quatro meses após o

incêndio de grandes proporções que

destruiu o Museu Nacional, localizado

na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro.

Este fato motivou o tema da 8ª reunião

do Grupo de Discussão em Coleções

Especiais Jurídicas (GDCEJ), vinculado

ao Grupo de Profissionais em

Informação e Documentação Jurídica do

Rio de Janeiro (GIDJ/RJ).

O objetivo deste encontro e, por

desdobramento, deste artigo, passa a ser

uma reflexão sobre os riscos de possíveis

perdas por incêndio, bem como os danos

causados pela ação do fogo, presentes

em instituições responsáveis pela guarda

de acervos em papel, mais

destacadamente, bibliotecas e arquivos.

A ênfase, portanto, concentra-se sob a

ótica da gestão do espaço-acervo a partir

da prevenção.

Para isto, é necessário buscar

respostas a perguntas simples e

fundamentais: Como gestores de

unidades que armazenam testemunhos

materiais bibliográficos e arquivísticos,

qual a nossa função? Até onde vai nossa

responsabilidade? Qual o nosso olhar

sobre essa questão? Despertar a

consciência, consequentemente,

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alertando o profissional para uma

postura de diligência é o que desejamos.

De maneira breve, ressaltamos

importantes contribuições para este

tema, a partir das análises de Joaquim

Costa (1943), Jan Albani (1968), Jayme

Spinelli e José Luiz Pedersolli Jr. (2010).

Incluímos ainda, em anexo, uma

entrevista com o Tenente Coronel do

Corpo de Bombeiros Militar do Estado

do Rio de Janeiro, Fábio Braga, guiada

por perguntas elaboradas com o auxílio

de profissionais e estudantes das áreas de

Arquivologia e Biblioteconomia.

Embora os autores mencionados narrem

experiências no campo

biblioteconômico, há em comum, com as

outras áreas como a Arquivologia, a

fragilidade dos itens em papel, a despeito

de sua tipologia.

A eleição deste tema se dá em

função não apenas do fato ocorrido ao

Museu Nacional, mas das frequentes

notícias sobre perdas da mesma natureza,

em diferentes proporções, mas com a

mesma capacidade: causar a perda, quase

sempre irreversível, do patrimônio

público e privado.

2 PREVENÇÃO COMO PRIMEIRO

RECURSO

É sempre relevante lembrar ao

gestor de espaços de guarda de itens em

papel que a precaução pode ser o melhor

recurso antes do dano. “É doloroso

constatar que o quadro funcional de

instituições culturais muitas vezes só

toma conhecimento das vantagens da

prevenção de emergências depois de

sofridas experiências, mas não há por

que permitir que estas acabem sempre

em calamidade” (OGDEN, 2001, p. 7).

Esta é uma discussão presente

entre profissionais de informação há

algumas décadas. Naturalmente, muito

se produziu nos últimos anos, e em

grande qualidade; questionamos,

todavia, se hoje os gestores e curadores

de acervos têm dado a devida

importância ao tema. Observamos, de

fato, os riscos de incêndio como algo que

nos é próximo? Subestimamos causas e

efeitos de um desastre? Uma rápida

leitura pretérita, de alguns profissionais

que atuaram no século passado, revela tal

inquietação.

Na obra Elementos de

Biblioteconomia, publicada em Portugal,

Joaquim Costa (1943, p. 18-20) analisa

alguns riscos. Dizia, categoricamente,

que “um dos maiores flagelos a combater

nas Bibliotecas (...) é a ameaça e o perigo

dos incêndios”. Assim, considerava o

autor:

1. Convém (...) adoptar severas

medidas de protecção a estes

Estabelecimentos [bibliotecas] e a

prática de actos de previdência que

conduzam aos melhores resultados.

2. De um modo geral, deverá ser

banido o uso do fumo em todas as

dependências onde houver pavimentos

que não sejam incombustíveis, porque

uma imprudência pode fazer deflagrar

uma catástrofe.

3. Deverá igualmente velar-se, o

mais possível, pelo estado das

instalações eléctricas, evitando-se o

perigo dos curto-circuitos.

4. Fora das horas regulares de

trabalho, impôr-se-á o corte da corrente

eléctrica, conservando desligada essa

corrente, sempre que as circunstâncias

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do seu imediato aproveitamento não

exijam que a ligação se restabeleça.

5. A vigilância dos técnicos é

sempre de aconselhar em todos os casos

em que as instalações não tenham sido

providas de tubos de aço ou o material

eléctrico não tenha sido renovado

periòdicamente, como a prudência

aconselha.

6. Toda a economia das

administrações em matéria de segurança

nas instalações eléctricas, será, não só

contraproducente, mas ainda perigosa e

ameaçadora para estes estabelecimentos

e para os tesouros que nêles se recolhem.

7. Como medida de recurso

extremo, convém que as Bibliotecas

sejam providas, nas suas dependências,

de extintores de incêndio, que funcionem

de preferência com pó, pois os de carga

líquida são altamente nocivos para os

livros; mas uns e outros se aceitam, pela

necessidade de combater, de súbito, um

tão terrível flagelo, que se não deve, em

caso algum, deixar alastrar.

8. É ainda muito de aconselhar a

vigilância, durante a noite, por meio de

guardas, de probidade indiscutível, que

dêem alarme, ao mínimo sinal de

incêndio que venha a manifestar-se na

Biblioteca ou na sua vizinhança.

9. O facto de poder dar-se um

incêndio em prédios ou instalações

contíguos de uma Biblioteca aconselha,

naturalmente, a manter isolados os

institutos desta índole.

10. Não será nunca de bom

critério manter perto estabelecimentos

ou edifícios que, por todos os motivos,

possam vir a tornar-se funestos.

11. Quando se origina um

incêndio, nunca se sabe a extensão que

êle poderá atingir; e a melhor decisão a

tal respeito consistirá em o evitar, por

todas as formas.

Um bom exemplo a destacarmos

na literatura latino-americana está no

livro Manual de Bibliotecología, editado

em Buenos Aires. Nesta obra, Juan

Albani (1968, p. 54-55, tradução nossa)

chamava a atenção para os efeitos

causados pelo incêndio, ressaltando

importantes tópicos sobre prevenção

praticados e difundidos à época:

1. A extinção do fogo tende a ter

efeitos tão devastadores para as coleções

quanto o próprio incêndio.

2. O edifício deve estar longe de

fábricas e, na medida do possível,

cercado por jardins.

3. Em sua construção, você deve

preferir alvenaria e ferro, mesmo para

portas e janelas. Pequenos ambientes

permitem controlar melhor os incêndios.

Para-raios serão colocados. Toda a

chaminé ficará do lado de fora do prédio.

4. A instalação elétrica será

protegida e embutida, com fusíveis e

uma chave geral, que será desligada à

noite.

5. As dependências de apoio

(oficina de encadernação, sala de

higienização, etc.) estarão no subsolo e

separadas.

6. Se velará pela ordem. Nenhum

documento será tolerado no chão. Como

é inútil proibir fumar, o uso de cinzeiros

será obrigatório.

7. Em locais estratégicos, serão

colocados extintores químicos ou, na

falta deste, baldes de areia (não de água).

Grandes bibliotecas devem ter um corpo

de bombeiros permanente.

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8. É aconselhável contratar

seguro contra o incêndio do edifício e as

coleções.

Já na literatura atual, podemos

citar, entre outras publicações, o livro

Biblioteca Nacional: Plano de

gerenciamento de riscos: salvaguarda &

emergência, (2010). Nele, Jayme

Spinelli e José Luiz Pedersolli JR

ressaltam algumas deficiências e a

necessidade de corrigi-las:

1. As instituições patrimoniais no

país, em não poucos casos, se encontram

sob elevado risco de incêndio, devido a

deficiências na sua prevenção, detecção

e contenção.

2. Fatores como a falta de

manutenção preventiva em edificações e

equipamentos, a natureza dos acervos

(materiais altamente combustíveis) e dos

edifícios (sem compartimentação e,

muitas vezes, construídos em madeira), a

falta de sistemas de detecção e supressão

automática de incêndios e a falta de

capacitação de funcionários para

responder em caso de (princípio de)

incêndio contribuem para esse risco.

3. Os incêndios podem ser de

pequenas proporções até a queima total

do edifício e dos materiais existentes em

seu interior. Suas causas podem ser

naturais ou antropogênicas.

4. As consequências da ação do

fogo sobre acervos e outros elementos

patrimoniais incluem a queima total ou

parcial, deposição de fuligem e

deformação.

5. Danos colaterais por forças

físicas (devido a explosões e ao colapso

de estruturas afetadas pelo fogo) e por

água (utilizada no combate ao fogo)

também podem ocorrer.

6. Evitar as fontes e atratores dos

agentes de deterioração. Inclui a

remoção, na medida do possível, das

fontes de ignição (incêndio) [...], de

materiais combustíveis desnecessários

[...]; manutenção preventiva dos

sistemas de segurança eletrônica, de

detecção de presença e de detecção e

alarme de incêndio.

As recomendações e

apontamentos enumerados nos dão uma

dúbia impressão de alívio e preocupação.

Se, por um lado, temos possíveis

caminhos para resolução de problemas

de diversas ordens, que vão da estrutura

do edifício ao pessoal responsável por

tomar decisões na iminência de um

incêndio, precisamos também gerar

ações.

Atualmente, vários estudos

corroboram a preocupação já sinalizada

em outras épocas. A tomada de decisão

centrada, com conhecimento sobre

métodos e práticas de prevenção

apresenta-se, sempre, como um recurso

razoável. “Um número cada vez maior

de profissionais sabe que as pequenas

emergências podem ser contidas quando

os membros da equipe estão preparados

para agir com rapidez. Os danos podem

ser limitados, mesmo em casos de

calamidades de grande alcance”

(OGDEN, 2001, p. 7).

3 ACERVO: PERDAS RECENTES

Neste tópico foi realizado um

levantamento das últimas notícias

publicadas na internet sobre incêndios

em locais de guarda de acervos em papel.

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*Informações apresentadas nas reportagens. Compilação: Thiago Cirne, 2018.

Levantamento realizado em novembro de 2018.

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No levantamento foram

analisadas as cinco primeiras páginas de

resultados no serviço de busca do

Google, para a expressão “incêndio”

seguida de “biblioteca”, “arquivo” e

“centro de documentação”, no Brasil,

pesquisados separadamente.

Houve grande repercussão de

notícias sobre sinistros deste gênero em

espaços de guarda de acervos em papel

no ano de 2018. Observou-se que tanto

bibliotecas como arquivos ou centros de

documentação sofreram danos com

basicamente duas motivações.

Das 8 matérias, 5 apresentam

possíveis causas. Destas, 3 se referem a

“pane elétrica” ou “curto-circuito”; 2

mencionam incêndios possivelmente

causados por terceiros.

De fato, o caso do Museu

Nacional, na noite de 2 de setembro do

mesmo ano, pautou esta abordagem em

diversos veículos de comunicação. No

entanto, as datas sinalizadas em

vermelho destacam matérias publicadas

no período anterior ao caso do MN,

afastando a hipótese de uma “caça às

notícias com essa temática” e reforçando

as perdas de patrimônios públicos e

privados.

4 EDIFÍCIO, INSTALAÇÕES E

RECURSOS

Devemos considerar que muitos

edifícios que abrigam acervos não foram

construídos com esse propósito em uma

época em que os requisitos de segurança

tinham pouca importância em seus

projetos originais. Além disso, um

tombamento de um edifício também

restringe alterações a menos que se possa

obter autorização legal (RESOURCE,

2003). Essa é uma, realidade bastante

comum, vivida por arquivos, bibliotecas

e museus.

Este panorama deve implicar em

preocupações constantes. Algumas delas

podem ser destacadas (OGDEN, 2001, p.

8):

Dentro do prédio, os sistemas de proteção

contra incêndio e os sistemas elétrico,

hidráulico e ambiental constituem

preocupação primária. Os extintores de

incêndio são em número suficiente e

inspecionados regularmente? O prédio

dispõe de alarmes contra incêndio e de

um sistema de extinção de incêndio? É

boa sua manutenção? São monitorados

24 horas por dia? As saídas de incêndio

estão desbloqueadas? Qual a idade da

fiação elétrica? As redes elétricas estão

sobrecarregadas? Os aparelhos elétricos

são desligados das tomadas à noite?

Além dos bibliotecários ou

arquivistas responsáveis, vários atores

devem participar do preparo do espaço

que receberá ou irá manter os acervos.

Desta forma, “projetistas e órgãos

fiscalizadores da segurança contra

incêndio (departamento de edificações e

obras e/ou corpo de bombeiros)

deveriam verificar se os métodos de

segurança adequados a cada tipo de

edifício sob sua jurisdição estão sendo

implementados corretamente”

(EVANGELISTA, 2008, p. 25).

Entretanto, como destaca

Evangelista, somente essa fiscalização

não garante a segurança necessária aos

edifícios que abrigam patrimônio

histórico, artístico ou cultural – dadas as

peculiaridades dos acervos. Para a

autora, “faz-se imprescindível uma

completa integração dos órgãos

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envolvidos, seja no projeto, na execução,

na fiscalização ou na manutenção da

segurança contra incêndio desses

edifícios” (EVANGELISTA, 2008, p.

25).

Outro documento fundamental é

o Plano de Emergência, que tem como

objetivo

identificar a vulnerabilidade do edifício

às possíveis situações de emergência,

antecipar seus potenciais efeitos, apontar

maneiras de preveni-los, delegar

responsabilidades e sugerir um plano de

ação e de recuperação em caso de

emergência. O plano possui um papel

essencial na proteção do patrimônio, pois

além de contar com um programa de

prevenção contra incêndios, deve possuir

um programa de salvamento e

recuperação deste patrimônio, prevendo,

inclusive, como minimizar os efeitos

causados pela própria supressão do

incêndio. O plano deve ser documentado

e disponibilizado a todos os funcionários

da instituição (EVANGELISTA, 2008, p.

26-27).

A preocupação do responsável

pelo acervo e espaço deve girar em torno

dos sistemas elétrico, hidráulico,

ambiental e de segurança contra

incêndio. “A manutenção destes

sistemas deve ser realizada

regularmente, a fim de garantir que suas

condições sejam as melhores possíveis”

(EVANGELISTA, 2008, p. 29).

No caso da possibilidade de

incêndio, principal sinistro tratado neste

artigo, destacamos alguns dos principais

sistemas da categoria “ativa”:

SISTEMAS DE PROTEÇÃO ATIVA:

Rápida detecção do incêndio, o alerta aos ocupantes da biblioteca (abandono em segurança) e/ou o eficiente combate e controle do fogo.

a) Sistema de alarme manual de incêndio

(botoeiras)

Modelo de Botoeira Acionador Manual

b) Sistema de detecção e alarme

automáticos de incêndio (detector de

fumaça, temperatura, raios

infravermelhos, entre outros, ligados a

alarmes automáticos)

Detectores de fumaça com a emissão de raios

infravermelhos

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c) Sistemas de combate manual de

incêndio (extintores e hidrantes)

Extintores e caixa de hidrante

d) Sistemas de extinção automática de

incêndio (chuveiros automáticos –

sprinklers – e outros sistemas especiais

de água ou gases)

Chuveiros Automáticos ou Sprinklers

e) Sistema de iluminação de emergência

Modelos de iluminação de emergência

f) Sistema de controle/exaustão da

fumaça de incêndio

Liberação de vapor, fumaça e ar em

ambientes fechados

Fonte: ONO, 2004, apud EVANGELISTA,

2008, p. 30.

Adaptação: Thiago Cirne, 2018.

Imagens: Reprodução.

Há ainda a categoria de proteção

passiva, que são soluções incorporadas

ao sistema construtivo de uma

edificação, formadas por um conjunto de

materiais resistentes ao fogo, como

destacam Santos e Musardo (2014).

“Quanto mais investimentos em

proteção menor será o prejuízo no caso

de incêndio e mais rapidamente a

edificação poderá retornar as suas

atividades”.

A proteção passiva inclui as medidas de

proteção incorporadas ao edifício - não é

necessário acioná-las; por exemplo, a

acessibilidade ao edifício, elemento

poucas vezes considerado pelo projetista,

é fundamental à rapidez das atividades de

salvamento e combate ao fogo pelos

bombeiros; rotas de fuga estabelecidas

durante o projeto de construção ou

restauração do edifício; escolha de

materiais de construção que apresentem

alto grau de resistência ao fogo, a fim de

limitar ou conter o crescimento do

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incêndio; o controle da qualidade e da

quantidade de materiais combustíveis

utilizados no acabamento interno e no

conteúdo do edifício – designado como

reação ao fogo, já que estes materiais são

decisivos na velocidade de

desenvolvimento, intensidade e duração

do incêndio (EVANGELISTA, 2008, p.

30).

A partir dos grandes incêndios da

década de 1970, como do Edifício

Joelma (1974) e Edifício Andraus

(1972), ambos em São Paulo, foram

intensificadas as medidas de proteção e

combate a incêndio em edificações com

foco na proteção ativa, exemplificados

anteriormente (PROTEÇÃO..., [2018?]).

Os sistemas de proteção passiva

passaram a ser aplicados no Brasil no

setor de indústria, a partir de 2001. Nesse

mesmo ano foram criadas as Its –

Instruções Técnicas do Corpo de

Bombeiros de São Paulo. Em 2013 foi

publicada a Norma de Desempenho das

Edificações e essas soluções chegaram

até edifícios comerciais, residenciais e de

atração ao público (PROTEÇÃO...,

[2018?]).

5 CONCLUSÕES

Podemos considerar 2018 como

um “ano cinza” no que diz respeito à

grande ocorrência de incêndios em

instituições que atuam na guarda de

acervos em papel. Uma postura alerta,

positivamente questionadora e até

mesmo curiosa, aliada a um diálogo

permanente com setores como brigada

de incêndio, vigilância e administração,

são essenciais à prática da gestão

responsável em bibliotecas, arquivos e

centros de documentação.

Não há neste artigo a pretensão

de assumirmos responsabilidades que

não cabem à formação biblioteconômica

e arquivística, mas agregar informações

relevantes aos detalhes do dia a dia;

formas simples e práticas de mitigar a

perda e dano por incêndio, não

menosprezando, desta forma, o risco

real.

Respeitadas as atribuições de

cada setor dentro de um órgão público ou

privado, vale sempre ressaltar que

ninguém conhece melhor o ambiente de

trabalho que aquele que nele desenvolve

suas atividades diárias. Assim,

problemas como curto-circuitos, panes

recorrentes, estado de conservação de

fios e tomadas e oscilações na energia

podem ser indicativos da necessidade de

manutenção preventiva – notada pela

equipe e pelo gestor do local.

Outro fator relevante é o

conhecimento da edificação na qual está

instalada a unidade de informação.

Administrar bibliotecas ou arquivos é

lidar com fluxo de pessoas e de materiais

naturalmente combustíveis. Saber

colaborar diante de uma necessidade de

rápido abandono do edifício ou mesmo

ter noções básicas de como utilizar

extintores ou as rotas de emergência,

ainda que pareçam ações simples, podem

otimizar toda uma situação antes que se

instale um quadro de pânico,

favorecendo a ação da equipe brigadista.

Incentivamos, ainda, a

participação de todos da equipe em

eventos como treinamentos e palestras

ministrados pelo Corpo de Bombeiros

Militar da cidade ou por empresa

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especializada, que ocorram na

instituição.

Desta maneira, consideramos

que, entre todas as posturas necessárias,

a prevenção é a mais importante, pois

gera desdobramentos positivos,

resultando em um círculo virtuoso.

Negligenciar o espaço, o

movimento de visitantes e os detalhes de

segurança gera um círculo vicioso. A

responsabilidade deve ser compartilhada

a partir de bons exemplos. Como

profissionais de informação, somos

levados a pensar a construção, em todos

os sentidos possíveis, do ambiente onde

exercemos nossas funções.

REFERÊNCIAS

ALBANI, Juan. et al. Manual de Bibliotecología.

Buenos Aires: Kapelusz, 1968.

COSTA, Joaquim. Elementos de Biblioteconomia.

Porto: Tavares Martins, 1943.

EVANGELISTA, Fernanda Mayer. Incêndios em

bibliotecas: a perda da memória patrimonial e os

prós e contras dos métodos de prevenção e controle.

Porto Alegre: UFRGS, 2008. Trabalho de Conclusão

de Curso apresentado na Faculdade de

Biblioteconomia e Comunicação da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul.

OGDEN, Sherelyn. Administração de emergências.

2.ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva

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MARTINS, Fábio Braga. Entrevista - informações

[sobre guarda de acervos e situações de risco,

mensagem pessoal]. Mensagem recebida por

<[email protected]> em 31 out. 2018.

PROTEÇÃO Passiva Contra Incêndio X Proteção

Ativa Contra Incêndio. In: HD Portas, [2018]?

Disponível em: <http://www.hdportas.com.br

/blog/prote% C3%A7%C3%A3o-passiva-contra

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SANTOS, Sergio Roberto; Tatiane Musardo. O que é

proteção passiva contra incêndio (PPI). In:

Abracopel, 2014. Disponível em: <http://abracopel.

org/artigos-tecnicos/o-que-e-protecao-passiva-contra-

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SPINELLI, Jayme; PEDERSOLLI JR, José Luiz.

Biblioteca Nacional: Plano de gerenciamento de

riscos: salvaguarda & emergência. Rio de Janeiro:

Fundação Biblioteca Nacional, 2010.

Nota: Este artigo foi texto-base em uma das

palestras promovidas pelo GDCEJ. As opiniões

expressas nas publicações são de responsabilidade

de seus respectivos autores.

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ANEXO: ENTREVISTA

Para atender de forma mais

específica às dúvidas comuns de

profissionais e estudantes que atuam em

ambientes que armazenam acervos em

papel, foi realizada uma entrevista,

modelo questionário, com Fábio Braga

Martins, Tenente Coronel do Corpo de

Bombeiros Militar do Estado do Rio de

Janeiro e Assessor de Segurança da

Procuradoria Geral do Estado do Rio de

Janeiro.

Quais as situações de risco mais

comuns? E os principais pontos que o

gestor de bibliotecas e arquivos deve

observar para evitar desastres como o

que ocorreu ao Museu Nacional?

O acumulado de papéis e o uso de

materiais combustíveis... Também a falta

de investimento em sistema de prevenção

contra incêndio e pânico e a legalização

do estabelecimento. O principal será

buscar junto ao Corpo de Bombeiro a

legalização do seu estabelecimento.

Como o bibliotecário/arquivista

podem colaborar na gestão do espaço

e no fluxo de pessoal em um caso de

evacuação, por exemplo? Como o

senhor analisa a participação destes

profissionais em brigadas

voluntárias?

Ele tem que buscar uma capacitação na

área. Contratar uma empresa que faça a

preparação da equipe em casos de

evacuação... essa é a melhor forma de

reação a qualquer ameaça. A

participação deve focar na prevenção.

Buscar legalização do estabelecimento e

se preparar para análise de risco,

mitiga-los e em caso de necessidade,

fazer a evacuação do local.

Conhecer o edifício, rotas de fuga,

saídas de emergência é fundamental.

Ainda é comum funcionários

desconhecerem o local onde

trabalham? Por quais razões?

É comum o desconhecimento. A

principal razão é não acreditar que

possa ocorrer um sinistro.

Como o bibliotecário/arquivista

podem auxiliar na conscientização de

colegas e usuários?

Prepararando as pessoas através de

palestras, folder e simulados, orientado

por equipes especializadas, toda a

equipe na área de prevenção, análise de

risco e na evacuação. A principal

conscientização é acreditar que o

sinistro pode ocorrer.

Em caso de irregularidades como, por

exemplo, falta de manutenção elétrica,

como proceder de forma eficaz? Quais

os principais canais de contato para

quem observar irregularidades?

Nesse caso, é importante buscar

orientações com o Corpo de Bombeiros

e empresas credenciadas por este órgão.

No estado do Rio de Janeiro, através do

http://www.cbmerj.rj.gov.br/148-

diretoria-geral-servicos-tecnicos ou

entrar em contato com o quartel da área

operacional do seu estabelecimento.

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Existe a necessidade de um plano

específico de emergência para espaços

que armazenam acervos em papel?

Quem irá orientar quais dispositivos

necessários é o Corpo de Bombeiros e

empresas credenciadas. Mas existem

extintores específicos que podem agir de

forma mais eficiente. Porém a prevenção

é sempre a melhor opção.

As brigadas de incêndio adotam

alguma tomada de decisão específica

para acervos com obras raras? Existe

algum tipo de mobiliário mais

adequado para o armazenamento

acervos em papel?

Lembro sempre que a ações de

prevenção são as melhores medidas,

como manutenção da parte elétrica, não

fumar nesses recintos ou uso de qualquer

agente combustível ou de ignição. Para

reação existem extintores específicos

como CO2, FM200 e detectores de

fumaça. Construir uma sala segura com

portas corta fogo e materiais

retardantes, para obras de raridade, de

grande valor... E a principal medida da

brigada em caso de incêndio é solicitar

apoio ao Corpo de Bombeiros e fazer a

evacuação do estabelecimento, após

combate ao incêndio. O ideal é

transformar [o espaço] em uma sala

segura...

Até onde vai nossa responsabilidade?

Quais os nossos limites na gestão de

espaços desta natureza?

A responsabilidade maior está na falta

de legalização do estabelecimento. Caso

tenha alguma irregularidade, é

importante a notificação ao órgão

fiscalizador ou correção do problema.

Colaboraram na elaboração das perguntas: Alessandra

Oliveira (Bibliotecária), Jamille Passalini

(Arquivista), Nathália Leal e Luis Gustavo Souza

(Estudantes de Biblioteconomia).