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1 GESTÃO PÚBLICA TRANSPARENTE E O ACESSO DAS CONTAS PÚBLICAS VIA INTERNET VELOSO, JANSEN DE ABREU 1 ; NASCIMENTO, MAKVEL REIS 2 RESUMO Com o número crescente de usuários com acesso à Rede Mundial de Computadores e cidadãos cada vez mais interessados na política do Brasil. Este trabalho tem como objetivo analisar através de produção científica as informações e as prestações de contas que são inseridas nos sites oficiais das prefeituras pertencentes aos Municípios da Microrregião Baixa Mogiana (AMOG). A Lei de Acesso à Informação (12.527/2011) vem regulamentar a inserção de dados públicos nas páginas virtuais das prefeituras. A qualidade que as informações chegam ao usuário e a postagem destes dados são feitos em tempo real, de forma clara e de fácil acesso. Mecanismo que possibilita a população interessada controle das contas públicas, evitando a dilapidação e o desperdício do dinheiro público sem sair de seu domicílio, ou seja, controlando os gastos públicos sem a necessidade de deslocamento até a prefeitura local. Comodidade benéfica que pode proporcionar um controle social da população sobre os bens públicos e cautela por parte do administrador público na gerência do patrimônio alheio. Palavras-Chaves: Administração Pública, Gestão Transparente e Internet. ABSTRACT With the growing number of users with access to the World Wide Web and citizens increasingly interested in the politics of Brazil. This work aims to analyze using scientific information and the accountability that are entered on the official websites of municipalities belonging to the Municípios da Microrregião Baixa Mogiana (AMOG). The Law on Access to Information (12.527/2011) comes regulate the entry of data in the public pages of virtual town halls. The quality information reaches the user and posting of these data are made in real time, in a clear, concise and easy to access. Mechanism that enables the interested population of public accountability, avoiding wastage and wastage of public money without leaving your home and controlling public spending without the need to travel to the local government. Convenience that can provide a beneficial social control of the population on public goods and caution on the part of the public administrator in the management of the assets of others. 1 Discente do Curso de Pós – Graduação em Gestão Pública – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho – e-mail: [email protected] 2 Docente – Orientador – Prof. do Curso de Pós – Graduação em Gestão Pública - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho – e-mail: [email protected]

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GESTÃO PÚBLICA TRANSPARENTE E O ACESSO DAS CONTAS PÚBLICAS VIA

INTERNET

VELOSO, JANSEN DE ABREU1; NASCIMENTO, MAKVEL REIS2

RESUMO

Com o número crescente de usuários com acesso à Rede Mundial de Computadores e cidadãos cada vez mais interessados na política do Brasil. Este trabalho tem como objetivo analisar através de produção científica as informações e as prestações de contas que são inseridas nos sites oficiais das prefeituras pertencentes aos Municípios da Microrregião Baixa Mogiana (AMOG). A Lei de Acesso à Informação (12.527/2011) vem regulamentar a inserção de dados públicos nas páginas virtuais das prefeituras. A qualidade que as informações chegam ao usuário e a postagem destes dados são feitos em tempo real, de forma clara e de fácil acesso. Mecanismo que possibilita a população interessada controle das contas públicas, evitando a dilapidação e o desperdício do dinheiro público sem sair de seu domicílio, ou seja, controlando os gastos públicos sem a necessidade de deslocamento até a prefeitura local. Comodidade benéfica que pode proporcionar um controle social da população sobre os bens públicos e cautela por parte do administrador público na gerência do patrimônio alheio. Palavras-Chaves: Administração Pública, Gestão Transparente e Internet.

ABSTRACT With the growing number of users with access to the World Wide Web and citizens increasingly interested in the politics of Brazil. This work aims to analyze using scientific information and the accountability that are entered on the official websites of municipalities belonging to the Municípios da Microrregião Baixa Mogiana (AMOG). The Law on Access to Information (12.527/2011) comes regulate the entry of data in the public pages of virtual town halls. The quality information reaches the user and posting of these data are made in real time, in a clear, concise and easy to access. Mechanism that enables the interested population of public accountability, avoiding wastage and wastage of public money without leaving your home and controlling public spending without the need to travel to the local government. Convenience that can provide a beneficial social control of the population on public goods and caution on the part of the public administrator in the management of the assets of others.

1 Discente do Curso de Pós – Graduação em Gestão Pública – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho – e-mail: [email protected] 2 Docente – Orientador – Prof. do Curso de Pós – Graduação em Gestão Pública - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Muzambinho – e-mail: [email protected]

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Keywords: Public Administration, Transparent Management and Internet.

INTRODUÇÃO

Pretende-se neste estudo de caso, suscitar indagações sobre a qualidade da informação

que esta disposta nos sites das prefeituras pertencentes aos Municípios da Microrregião Baixa

Mogiana (AMOG) e sua compatibilidade com a Lei de Acesso à Informação. A Lei garante

que as prefeituras terão que dispor em suas páginas virtuais os dados financeiros, contábeis e

as respectivas prestações de contas. Analisamos através de pesquisa doutrinária, documental e

produção cientifica abordar os principais erros encontrados nas três maiores prefeituras de

AMOG com relação à publicação das contas Públicas e o modo que estes dados públicos são

inseridos na Rede Mundial de Computadores.

A transparência dos atos públicos se faz necessários para controle da população, dono

da coisa pública tem o direito de obter a prestação de contas e o gestor administrativo a

obrigação de informar todos os seus atos. A publicação das contas na Rede Mundial de

Computadores através dos sites oficiais das instituições Públicas tornaria mais ampla, barato e

eficaz o controle dos gastos públicos. A Lei de Acesso à Informação possibilitou

regulamentar a obrigatoriedade dos órgãos públicos a divulgação de suas contas via internet,

de forma que qualquer cidadão com requisitos mínimos possa analisar as contas públicas de

sua respectiva prefeitura. Estas Instituições Públicas serão à base deste artigo.

O trabalho vem demonstrar as condições de acesso dos usuários pertencentes aos

municípios que fazem parte da AMOG. Os princípios e garantias constitucionais estão sendo

cumpridos, observando a conformidade com a Lei e se realmente os dados e as informações

estão sendo postadas em tempo real, de forma simples e clara, trazendo ao seu leitor

compreensão dos dados ali inseridos em seus sites oficiais.

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2 NATUREZA E FINS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Oportuno começar este tópico descrevendo o que é Administração Pública. Existem

várias doutrinas e diversos conceitos, alguns amplos e outros restritos. De modo geral o

entendimento referente ao conceito de Administração Pública é bem diferente de Governo ou

de Poder Público. Existem pontos em comum, mas já é pacificada pela doutrina brasileira e de

acordo com: Em sentido lato, administrar é gerir interesses, segundo a lei, a moral e a finalidade dos bens entregues à guarda e conservação alheias; a Administração Pública, portanto, é a gestão de bens e interesses qualificados da comunidade no âmbito federal, estadual ou municipal, segundo preceitos de Direito e da Moral, visando o bem comum. (MEIRELLES, 2007, p. 49).

Temos doutrinadores atuais que descrevem conceitos e também tem o mesmo

entendimento dos estudiosos mais tradicionais como: “Atualmente, Administração Pública

designa o conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa,

independentemente se são pertencentes ao Poder Executivo, ao Legislativo, ao Judiciário, ou

qualquer outro organismo estatal” (MAZZA, 2012, p. 43).

No trato jurídico, o conceito de Administração Pública indica a atividade daquele que

gerencia os interesses alheios, muito embora o proprietário seja, na maioria dos casos, o

próprio gestor de seus bens e interesses; por aí se vê que os poderes normais da

Administração Pública são simplesmente de conservação e utilização dos bens confiados à

sua gestão, necessitando sempre de consentimento especial do titular de tais bens e interesses

que neste caso é povo brasileiro.

Administração Pública Brasileira atua de forma estritamente subordinada à lei, e

assim, vivemos no Estado democrático-social, decorrente disso, a Administração atua em

vários setores e por isso, como gestora da coisa publica possui poderes especiais para que

possa atingir seus objetivos. Estes poderes garantem uma administração voltada para a

sociedade. Segundo Paulo “Sociedade é o conjunto de relações mediante as quais vários

indivíduos vivem e atuam solidariamente em ordem a formar uma entidade nova e superior,

oferece-nos ele um conceito de sociedade basicamente organista” (DEL VECCHIO, APUD

BONAVIDES, 2000, p. 64). Ainda reafirma que os interesses particulares devem ser suprimidos pelo interesse

público. Segundo doutrinador Hely Lopes Meirelles:

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Administração Pública é, pois, todo aparelhamento do Estado preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Administração não pratica atos de governo, mas somente atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo competência de seus órgãos e de seus agentes. (MEIRELLES, 2007, p. 56).

Seguindo uma analise lógica, Administração Pública ao gerir os bens públicos, deve

nortear a execução de seus atos observando Leis esparsas e as consubstanciadas no texto da

Constituição de 1988, visto que, as regras previstas de controle e os princípios existentes que

estruturam o agir do administrador público. “[...] o agente público exerce função, pois atua em

nome próprio na defesa dos interesses da coletividade [...]” (MAZZA, 2012, p. 58). Os

administradores que não agem de acordo com os interesses públicos, por exclusão, estão

agindo com algum interesse particular próprio ou de outrem, e por isso, podem sofrem

sansões administrativos, cíveis e até penais. A lei é rígida neste tipo de caso concreto onde

não há interesse público, vejamos como retrata os ilustres doutrinadores Marcelo e Paulo “O

dever de probidade exige que o administrador público no exercício e desempenho de suas

atividades, atue sempre com ética, honestidade e boa-fé, em consonância com o principio da

moralidade administrativa” (ALEXANDRINO; VICENTE, 2008, p. 215).

A Natureza da Administração é pública, ou seja, de um múnus público para quem a

exerce, isto é, a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos bens, serviços e

interesses da coletividade, nas palavras de Hely Lopes Meirelles: “A regra é universal: quem

gere dinheiro público ou administra dinheiro ou administra bens ou interesse da comunidade

deve prestar contas ao órgão competente para a fiscalização” (ALEXANDRINO; VICENTE,

apud MEIRELLES, 2008, p. 221). Com esta analise, o administrador público tem a obrigação

de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da Moral administrativa que regem sua

atuação, pois tais preceitos é que expressam a vontade do titular dos interesses administrativos

é a coletividade, povo brasileiro, e condicionam os atos a serem praticados no desempenho do

múnus público que lhe é confiado.

Os Fins da Administração Pública resumem-se nos seguintes objetivos: o bem comum

ou interesse público da coletividade. Existem supraprincípios capazes de colocar este binômio

(Bens/Interesses) em todos os atos praticados pela Administração Pública e que deve ser

orientada para esse objetivo, sendo que todo ato administrativo que não for praticado no

interesse da coletividade será ilícito.

Para alcançar estes objetivos, vamos mencionar de forma bem sintética os princípios

da supremacia do interesse público e que podem também ter a nomenclatura como de

finalidade pública, nada mais é do que o interesse público é mais importante que os interesses

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individuais. Outro princípio é da indisponibilidade do interesse público, que também, é aqui

relatada de forma bem singela: os agentes públicos não são donos do interesse por eles

defendidos. No desempenho dos encargos administrativos o agente do Poder Público não tem

a liberdade de procurar outro objetivo, ou de dar fim diverso daquele que esta prescrita em lei

para a atividade; descumpri-los ou renunciá-los equivalerá a desconsiderar a incumbência que

aceitou ao empossar-se no cargo ou função pública.

Em uma última observação, os fins da Administração esta totalmente voltada para a

defesa do interesse público, sempre procurando aquelas aspirações ou vantagens licitamente

almejadas por toda a sociedade, ou por parte expressiva da coletividade; o ato ou contrato

administrativo realizado sem interesse público configura desvio de finalidade.

2.1 Publicidade dos atos na Administração Pública

“Divulgação de fatos ou informações a respeito de pessoas, idéias, serviços, produtos

ou instituições, utilizando-se os veículos normais de comunicação. Podendo ser toda forma de

divulgação de mensagens, por meio de anúncios com o fim de influenciar o público como

consumidor” (Dicionário Michaelis, 2013, p.310).

Ao adentrar neste tópico, veremos que a Constituição Federal de 1988 alterou a forma

de controle dos atos administrativos ao gerir a coisa pública. Tornando mais rígida e eficaz

para que a sociedade, dono dos bens e interesses possa fiscalizar o gestor, representação dada

pelo povo e em contra partida exige a prestação de contas que lhe é devido.

Muitos são os princípios que regem Administração Pública, porquanto os mais

importantes estão descritos na Constituição Federal transcrito abaixo:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...] (BRASIL, 1988, p.46).

Existem princípios infraconstitucionais como esta na Lei nº. 9.784/99, em seu artigo

2°, parágrafo único, pelo qual são citados por quase todas as doutrinas de Direito

Administrativo, Portanto o desenvolvimento será apenas observando o princípio da

publicidade, determinando sua importância dentro de um contexto social e necessário para os

fins da Administração Pública. Pouco se comenta deste princípio nos meios acadêmicos,

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talvez seja, porque tenha sentido e extensão claros e definidos ou até de fácil compreensão

como: Enfim, a publicidade, como princípio da administração pública [diz Hely Lopes Meirelles], abrange toda a atuação estatal, não só sob o aspecto da divulgação oficial de seus atos, como também de propiciação de conhecimento da conduta interna de seus agentes. (SILVA, 2003, APUD MEIRELLES, 2006, p. 670).

Mas observamos que o conceito de publicidade pode ter uma forma concisa e definida

relacionada na Lei nº. 9.784/99 no art. 2°, parágrafo único, inciso V, que esclarece o seguinte:

Art. 2 Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição ;[...].

Doutrinadores tradicionais e modernos também têm conceitos sobre o princípio da

Publicidade, estudos apontam dois caminhos para o entendimento do assunto: temos a

corrente majoritária que sustenta ser condição de eficácia do ato administrativo e a corrente

minoritária que na falta de publicidade dos atos públicos constitui elementos de existência,

porque antes da publicação, o ato não ingressa no mundo jurídico e por isso sendo um vazio

de significado no mundo do Direito.

Contudo, os vários conceitos que se encontra na doutrina, no final de tudo o que se

busca é a informação, encontrar efetivação do direito da coletividade, através do princípio da

publicidade. Este traz consigo uma relação estreita com o direito de informação que esta

prevista na Constituição Federal, além de ser uma garantia fundamental:

Art. 5, inc. XXXIII Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. (BRASIL, 1988, p. 22).

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Também estabelece um estreitamento com o princípio da publicidade, no artigo 5°, inc. XXXIV da Constituição Federal:

Art. 5, inc. XXXIV São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. (BRASIL, 1988, p. 22).

Composição da estrutura da Administração Pública esta totalmente detalhada na

Constituição Federal de 1988, no art. 37. Poder Constituinte Originário determinou que a

publicação dos atos administrativos dos três poderes que são: Executivo, Legislativo e

Judiciário. Trazendo uma visão analítica da atuação destes entes em benefício da sociedade,

pois visto que, os conteúdos dos atos são extremamente importantes para o conhecimento do

povo brasileiro para gerenciar a coisa pública. Destinatário este que tem legitimidade de

requerer dos órgãos públicos a prestação de contas e analisar a efetivação dos direitos em prol

da coletividade.

3 METODOLOGIA

O presente artigo, esta composto por analises de documentos, Leis Federais, dados

estatísticos e pesquisa direta nos sites das prefeituras que fazem parte da Associação dos

Municípios da Microrregião Baixa Mogiana (AMOG) sobre o acesso as Informações

Contábeis e Financeiras desses municípios através da Rede Mundial de Computadores

(INTERNET). O enquadramento legal das informações dispostas nos sites das prefeituras,

frente à Lei de Acesso à Informação (Lei n°. 12.527 de novembro de 2011).

Os dados exposto na internet serão analisados tendo como parâmetro do artigo 6º ao 8º

da Lei de Acesso à Informação, observando os pontos pertinentes e verificação de adequação

com a lei.

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3.1 Rede Mundial de Computadores como instrumento de transparência na

Administração Pública

No Brasil é aproximadamente 190.732.000 de brasileiros segundo Censo 2010 do

IBGE, podemos verificar que 82.400.000 de usuário tem acesso à internet no Brasil, um

equivalente a 43,20% dos brasileiros, portanto, alcançamos o 5° lugar dentre os países do

mundo com mais conexões e acessos à Rede Mundial de Computadores. Crescimento médio

de 5% a cada ano de acordo com o quadro abaixo:

Tabela 01: Numeros de acessos à internet

Números expressivos que garantem um estudo detalhado do aproveitamento da Rede

Mundial de Computadores na Administração Pública como meio de comunicação de amplo

alcance. Demonstra o poder que tem as mídias eletrônicas de informar os indivíduos, a

coletividade sobre assuntos relevantes que garantem transparência para a sociedade, trás

credibilidade para os gestores públicos e benefícios para todos. Transparência se faz com informação acessível e de qualidade para a população. A vigilância e a participação dos cidadãos são importantes para contribuir com os controles formais interno e externo já existentes, mas que apresentam limitações e não conseguem avaliar todos os atos do administrador público nos diferentes municípios de nosso estado. O controle social também pode estimular o exercício da cidadania, além de ser bastante econômico. (ALCANTARA, 2012, p. 13).

Transparência nunca foi vista com bons olhos, Talvez seja inabilidade com um sistema

complexo de informação, ou pela falta de experiência de nossos gestores ou mesmo até por

causa de travamento político. “A informatização é um fenômeno verdadeiramente

irreversível. Cresce a cada dia a utilização de instrumentos informáticos na realização de

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negócios. Mas deve ser observado que o mundo jurídico sempre foi mais conservador”

(FILGUEIRAS JUNIOR, 2013, p. 2).

Os princípios e garantias fundamentais, o cidadão tem o direito de saber como esta

sendo aproveitados os bens públicos em prol da coletividade através da prestação de contas. A

Rede Mundial de Computadores (internet) vem facilitar a publicação da prestação de contas,

de um modo fácil, barato e eficiente, de modo que, grande parte dos brasileiros que possuem

um computador conectado a rede mundial de computadores. A possibilidade de sem sair de

sua residência tomar conta do patrimônio coletivo contra possíveis abusos que emergirem

como esta descrita na Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº. 8.429/92) descreve no art.

4º “Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita

observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade no trato

dos assuntos que lhe são afetos.” (BRASIL, 1992, p. 3).

3.2 Lei de Acesso à Informação e governo transparente

O Brasil é um Estado Democrático de Direito, portanto, o povo é quem governa!

Vimos o descaso que alguns gestores públicos pelo país a fora têm para com o povo que é

dono da coisa pública, principalmente nas prefeituras de médio e pequeno porte. A falta de

informação, imagem negativa que Administração Pública tem perante a sociedade e o cidadão

brasileiro cada vez mais descrente foram os impulsos que levaram a criação da Lei de Acesso

à Informação.

Publicada em 18 de novembro de 2011, entrando em vigor dia 19 de maio de 2012, à

Lei nº.12.527, mais conhecida como: Lei de Acesso à Informação que foi de iniciativa do

Poder Executivo, mas devendo ser obedecida por todos os demais órgãos do poder público

será regido pela Lei nº. 12.527 que declara no art. 1º, inc. I e II: Art. 1º [...] I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios [...] (BRASIL, 2011, p. 1).

A Lei de acesso considera como regra a divulgação dos dados públicos. O sigilo das

informações é a exceção, como é o caso em alguns exemplos: “[...] dados pessoais (como

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declaração de renda ou prontuários médicos) e informações referentes à segurança nacional,

diplomacia, pesquisas tecnológicas [...]” (A Rede, 2012, p.1).

Figura 01: símbolo da transparência A Lei de Acesso à Informação tem realmente proporcionado uma maior efetividade na

fiscalização do serviço público em especial na prestação de contas, pois o dinheiro pertence

ao povo brasileiro e este é merecedor de todo respeito. Com a informatização dos dados

Contábil e Financeiros das prefeituras, em especial as que fazem parte do grupo representado

pela AMOG-MG. A disposição desde dados via Internet, que é objeto da Lei regulamentar

estas informações nos sites oficiais das instituições.

O cidadão brasileiro poder desempenhar papel de fiscal das contas públicas com

eficácia e otimização de tempo, principalmente com referência ao deslocamento de sua

residência até a sede da administração municipal. A Lei da possibilidade de requerer

quaisquer dados sobre administração pública de qualquer do poderes, independente de

justificativa. Não havendo limites de informação fornecida aos cidadãos pela administração e

muito menos restringir o numero de acesso as informações, mecanismo eficaz de publicidade

dos atos administrativos, como foi mencionado anteriormente é uma garantia fundamental

prevista na Constituição Federal de 1988.

Sem prolongar comentários sobre a norma referida em sua amplitude, visto que,

destacaremos apenas a disponibilidade das informações via internet. Se tais informações em

especial esta em conformidade com que propõe a Lei nº. 12.527 de 2011 e se as prefeituras

municipais que fazem parte da AMOG-MG estão cumprindo o mencionado no texto de lei e

de acordo com Christian M. Alcântara no jornal Gazeta do Povo de 2012:

Quando se pensa em racionalizar o Estado (no Brasil União, estados e municípios) e torná-lo mais eficiente, há consenso nacional e internacional de que é fundamental desenvolver uma cultura na organização pública na qual estejam valores como: transparência, controle e participação por parte do cidadão (ALCANTARA, 2012, p. 14).

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De acordo com a Lei, as informações que forem postadas na internet tenham uma

linguagem clara e de fácil acesso dos dados sobre Administração Pública. Como reza o

seguinte: Art. 8, § 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e entidades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legítimos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios oficiais da rede mundial de computadores (internet) (BRASIL, 2011, p. 3).

Por mais, a Lei nº. 12.527, ainda menciona:

Art. 8, § 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) habitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet a que se refere o § 2º, mantida a obrigatoriedade de divulgação, em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) (BRASIL, 2011, p. 3).

Nos sites oficiais das prefeituras, que é nosso objeto de análise, deve conter, no

mínimo, ferramentas de pesquisa para facilitar o acesso dos dados que pode esta disponível

para consulta. Na internet deverá conter a estrutura organizacional da instituição, telefones

dos departamentos, endereços de acesso físico e horário de atendimento ao público. Os sítios

de pesquisa que as prefeituras municipais têm que dispor, deve incluir; por exemplo,

publicações de dados de repasse ou transferência de recursos financeiros, informações sobre

licitação, editais de convocação entre outros.

A Lei exige ainda que fiquem expostos na internet dados gerais como os de

programas, ações, projetos e obras do Governo municipal, além de respostas a perguntas mais

freqüentes da sociedade devem esta disposta no site. As informações devem ser mantidas

sempre atualizadas e em tempo real como descreve a Lei. Os pequenos municípios com

menos de 10.000 habitantes estão desobrigados de manter informações via internet quando

solicitadas, e sobre tudo, garantir o acesso de conteúdo por parte das pessoas com deficiência.

4 MUNICÍPIOS E EXPOSIÇÃO DE DADOS NA INTERNET

Associação dos Municípios da Microrregião Baixa Mogiana (AMOG) é formada pela

união de 15 municípios dentre quais são: Alterosa, Arceburgo, Areado, Bom Jesus da Penha,

Botelhos, Cabo Verde, Conceição da Aparecida, Guaranésia, Guaxupé, Jacuí, Juruaia, Monte

Belo, Muzambinho, Nova Resende, São Pedro da União. Todas as cidades citadas estão

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localizadas no estado de Minas Gerais, os municípios são na maioria de pequeno porte, mas

cheias de informações que são importantes para a população.

A Lei de Acesso à Informação vem proporcionar um acesso fácil e transparente das

informações, evitando termos técnicos e incompreensíveis da grande maioria da população.

Estas informações serão disponibilizadas na Internet em tempo real pelas prefeituras

municipais, onde o cidadão consciente poderá analisar as contas de sua referida prefeitura, e

assim, ajudar os Controles Externo e Interno da Administração Pública, segundo Fernando

Gallo: “Os governos não têm muita noção da quantidade e também de quais dados têm

armazenados. Quando têm alguma noção, não têm tempo para poder pensar como é que

aqueles dados podem ser aplicados e revertidos em forma de serviços para a população”.

Estudo de caso concreto, analisando os sites oficiais das três maiores prefeituras da

AMOG-MG no quesito população, onde verificaremos se existe alguma aplicação da Lei de

Acesso no tocante a disponibilização de dados de governo nos sites oficiais ou se os dados da

Receitas e Despesas que é a recomendação básica proposta pela lei esta sendo cumprida e

qualidade que as prefeituras dispõem em seus sites os dados. Tabela 02: População -Censo 2010

MUNICÍPIOS POPULAÇÃO

ALTEROSA 13.717 ARCEBURGO 9.509 AREADO 13.731 BOM JESUS DA PENHA 3.887 BOTELHOS 14.920 CABO VERDE 13.823 CONCEIÇÃO DA APARECIDA 9.820 GUARANÉSIA 18.714 GUAXUPÉ 49.430 JACUÍ 7.502 JURUAIA 9.238 MONTE BELO 13.061 MUZAMBINHO 30.430 NOVA RESENDE 15.374 SÃO PEDRO DA UNIAO 5.040

Como pode ser observado na tabela acima, os três maiores municípios com referência

a população são Guaxupé, Muzambinho e Guaranésia. Estudar-se é a estruturas de divulgação

das informações dos sites oficiais destas prefeituras ou caso as informações esta em desacordo

ou em conformidade com a Lei de Acesso à Informação, visto que, a Lei exige

obrigatoriamente a publicação via Internet de cidades com mais de 10.000 habitantes, de

acordo o artigo 8°, § 4º da Lei nº. 12.527/2011.

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Analisando o site oficial da prefeitura de Guaxupé a maior cidade pertencente a

Associação dos Municípios da Microrregião Baixa Mogiana, ilustrada na figura baixo:

Figura 02: Página Virtual da prefeitura de Guaxupé Como pode ser visto na figura 02 acima, a prefeitura de Guaxupé em seu site oficial

dispõe algumas informações online, inclusive tem um Portal Transparência à direita da figura.

Também é mencionado na pagina virtual da prefeitura de Guaxupé fazendo referência à

informatização das contas municipais na Administração Pública local.

Figura 03: Portal Transparência de Guaxupé Na figura 03, ao entrar no Portal Transparência que fica disposto na página inicial da

prefeitura de Guaxupé, encontramos vários links e algumas informações de modo visível

sobre a prestação de contas, como por exemplo, receita e despesas, inclusive as

extraorçamentárias.

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Figura 04: Relatório de Despesas

Também será analisado o site oficial da prefeitura da cidade de Muzambinho:

Figura 05: Pagina Virtual da prefeitura de Muzambinho No site oficial da prefeitura de Muzambinho, não encontramos nenhum Portal

Transparência, alias, um site totalmente desatualizado, contudo, temos um botão na página

virtual da prefeitura de Muzambinho, como esta na figura 05 acima, chamado de Contas e ao

clicar em Contas aparece mais dois botões interessantes que são da prestação de contas e

relatório de contas.

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Figura 06: Prestação de Contas Muzambinho Em prestação de contas, depois clicar em balancetes mensais de execução, entramos na

página representada pela figura 06, demonstra links com balanço de receitas e despesas de

outubro de 2012, tendo informações importantes, porem desatualizadas, não encerrando ciclo

anual da prestação da contas. Observando que existem arquivos em PDF para visualização

dos relatórios. Em ultima análise dos sites oficiais das três maiores cidades pertencentes à AMOG-

MG, a cidade de Guaranésia que segue:

Figura 07: Página Virtual da prefeitura de Guaranésia Na figura 07 exposta acima, tem a demonstração do site oficial da prefeitura de

Guaranésia, podendo averiguar que semelhante ao site da prefeitura de Guaxupé, a página

virtual de Guaranésia também faz referência a um Portal Transparência na pagina inicial do

site. Portanto no menu de opções do site e com isso traz uma série de botões, nos quais,

destacamos o botão de Contas Públicas.

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Figura 08: Contas públicas de Guaranésia Entretanto, os dados inclusos no site não estão atualizados, com as informações apenas

do 2° bimestre de 2012 de acordo com anexo 2° que esta em PDF e uma curiosidade aparente

na figura 08 é o link do portal transparência. Ao acessar este link abrirá uma nova página que

não trás nenhum dado importante, somente apurando o que deverá aplicar da Lei de Acesso à

Informação.

4.1 Resultados da pesquisa

Analisado os sites dos 03(três) maiores municípios pertencentes à AMOG, detalhando

as páginas, links e acessos disponíveis ao usuário. Os parâmetros utilizados para o estudo dos

sites encontram elencados no art. 6º ao art. 8º da lei nº. 12.527 de novembro de 2011.

Na página virtual da prefeitura de Guaxupé existe um Portal Transparência para a

visualização dos dados de gestão e de acordo com o que dispõe a Lei nº. 12.527 de forma

visível e de fácil acesso. Acessando o Portal Transparência verificam que há dados básicos

como Receitas e Despesas referente ao exercício de 2012 disponíveis para consulta e

formatação bem objetiva e simples, todavia as informações dispostas no site encontram-se

desatualizadas em desacordo com o art. 8, inciso VI da Lei nº. 12.527.

O site oficial da prefeitura de Muzambinho ilustrado na figura 05 não existe um link

ou uma página especifica para visualização dos dados financeiros como acontece em outras

prefeituras no Portal Transparência, logo existe estes dados no corpo da página virtual. As

informações inseridas estão inadequadas, visto que, em desacordo com a Lei nº. 12.527, art. 8,

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parágrafo 3, inciso I. Referente à qualidade das informações esta em desacordo com o art. 8,

parágrafo 1º nos incisos de I ao VI e nos parágrafos 2° e 3°.

E finalmente, analisado a página virtual da prefeitura de Guaranésia (figura 07) foi

verificado que não tem um link especifico para acesso das prestações de contas do município

para acesso imediato do usuário, tem um link correspondente para acesso dos dados

financeiros chamado de Contas Públicas, não correspondendo ao previsto no art. 8º e

principalmente no parágrafo 3º da Lei n°. 12.527. Com relação a qualidade das informações

também não foi diferente ao estudado anteriormente referente as outras prefeituras. Os dados

expostos para consulta esta em desacordo com o art. 8º, parágrafo 1º, nos incisos de I ao VI e

nos parágrafos 2° e 3°.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho não foi tratado de forma ampla e analítica de todos os pontos da

Lei de Acesso a Informação. Uma ênfase na publicação dos atos referente às receitas e

despesas via Internet, disponibilizando os dados financeiros e contábeis das três maiores

prefeituras da AMOG-MG em sites oficiais para consulta da população. Portanto, a Lei esta

em vigor e as prefeituras ainda estão inadequadas com o conteúdo do texto de Lei. Pode ser

observado, em regra, que os dados inseridos para consulta e análise da população é

insuficiente para o estudo e prestação de contas. A desatualização das instituições municipais

com relação disponibilização dos dados financeiros via Internet ainda é crítica.

Nos municípios que pertencem à AMOG-MG ainda faltam muito para alcançar a

excelência na transparência na Administração Pública, como se pode ver nas figuras deste

artigo. A Constituição Federal e outras Leis Infraconstitucionais descrevem que temos o

direito de exigir as prestações de contas dos órgãos públicos e os gestores públicos à

obrigação de atualizar suas finanças e publicar suas contas nos meios de comunicações mais

amplos possíveis. Boas leis não faltam! O que realmente necessitamos e de gente capacitada e

interessada em cumpri-las, da continuidade as garantias fundamentais e princípios norteadores

do nosso direito pátrio. A democracia brasileira que tanto foi almejada no passado, e hoje

podemos desfrutar desta condição que nos foi concedida, controlando o administrador público

na gerência da coisa pública de maneira eficaz, honesta e transparente, evitando as mazelas da

corrupção. O princípio da publicidade que é o instrumento eficaz para controle dos gastos

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públicos se faz necessários em todos os setores da Administração Pública e com o

subprincípio da publicidade (transparência) que é o norte da Lei de Acesso a Informação, vem

regulamentar um anseio da população, a disposição dos dados financeiros e contábeis para

consulta.

Afinal a prestação de contas que o Controle Externo e Interno da Administração

Pública poderia deixar de perceber, olho clínico do auditor natural, que é o dono dos bens e

interesses públicos (povo brasileiro) é capaz de detecta.

REFERÊNCIAS

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