“GESTÃO MULTIDISCIPLINAR DO USO DE

ANTIMICROBIANOS - COMO FAZER?”.

O papel da equipe de Enfermagem

Claudia Souza

Equipe de Enfermagem e Gestão

do Uso de Antimicrobianos

Gestão de antimicrobianos é uma abordagem multidisciplinar

para minimizar o desenvolvimento da resistência antimicrobiana

através da seleção de antimicrobianos apropriados, optimizando a

dose e duração , e minimizando toxicidade e efeitos colaterais( knox et al , 2002; macdougall & polk , 2005)

Qual é o papel da enfermagem?

Qual é o conhecimento da enfermagem

sobre o tema?

Que pontos são essenciais para atingir

uma prática segura?

Como a enfermagem pode contribuir para a redução das

IRAS e resistência antimicrobiana através da participação na

gestão de antimicrobianos?

A equipe de enfermagem é responsável por assegurar uma

monitorização rigorosa da administração de antimicrobianos

com o controle dos horários, diluições e intervalos entre as

doses, evitando a seleção de micro organismos resistentes

devido a níveis plasmáticos inadequados.

Hoefel & Lautert (2006)

Gestão de antimicrobianos X Segurança

no uso de antimicrobianos

Os erros de medicação comprometem a segurança do paciente e a

qualidade do cuidado, assim como o uso inadequado de

medicamentos, passaram a ser considerados um problema de saúde pública

em função do impacto assistencial e da elevada incidência nos serviços de

saúde.

(Bates et al., 1995)

METAS

INTERNACIONAIS

DE SEGURANÇA

DO PACIENTE

Equipe de enfermagem

Alto envolvimento desta equipe nas falhas que ocorrem na assistência ao

paciente, dentre elas: erros de medicação.

Ações multiprofissionais de equipe

médica, de enfermagem e farmacêutica.

ADMINISTRAÇÃO: omissão/erro de dose/horário

DISPENSAÇÃO

PRESCRIÇÃO

Adaptado de Barreiras como queijo suíço, in Reason (1990)

Os fatores que aumentam o potencial para erros de medicação são

múltiplos:

• Falta de profissionais de saúde

• Excesso de trabalho;

• Carga horária pesada;

•Maior número de pacientes exigindo cuidados de alta complexidade e com

polifarmacoterapia;

•Crescimento no número, variedade e potencial de toxicidade dos

medicamentos;

•Complexidade tecnológica para o cuidado

• Aumento da pressão para reduzir custos e aumentar resultados

•Falta de conhecimento da equipe de enfermagem

•Papel do enfermeiro na gestão do uso de antimicrobianos

(Hatcher et al., 2004; Miasso et al., 2006)

Objetivo: Identificar e analisar os erros durante o processo de administração de

medicamentos em cinco hospitais brasileiros, e determinar as características

farmacológicas dos antimicrobianos associados a erros.

Metodologia: Estudo multicêntrico, descritivo e exploratório, realizado em unidades

clínicas

Classificação de erro: dose, medicamento não prescrito, via, paciente e horário.

Erro: qualquer discrepância entre o que estava prescrito e o que foi administrado pela

enfermagem ao paciente.

Resultados: 4958 observações ; 1500 (30,24%) erros de

medicação, sendo 277 (18,5%) erros envolveram medicamentos

antimicrobianos.

140 (57,6%) foram administrados com antecedência em relação ao horário planejado.

Concentração maior período da manhã/ à alta demanda de serviço )

Atrasos na entrega dos medicamentos

Desconhecimento das especificidades dos Antimicrobianos

→ PK :(tempo de dose) diretamente relacionada ao intervalo de administração do

antimicrobiano

→PD : padronização de doses e de intervalos de administração

Erros de dose foram a segunda categoria mais freqüente

Medicamentos de uso parenteral foram os mais freqüentemente

envolvidas nos erros com antimicrobianos

Erros de dose e

de horário podem

comprometer a resposta

terapêutica do

antimicrobiano

Medicamentos de intervalo

terapêutico estreito necessitam

de monitorização terapêutica, a

fim de determinar a dose que

produza o máximo de

efetividade aliada ao mínimo de

efeitos tóxicos

Intervalo terapêutico estreito?

garantir administração correta

preparo correto do paciente

decisão e programação

multidisciplinar de coleta das

amostras sanguíneas, quando a

monitorização laboratorial for

necessária.

QUAL O NOSSO VERDADEIRO

PAPEL?

Enfermagem X Antimicrobianos

1.Foco principal : seguir a prescrição médica

2. Administração do(s) medicamento(s)

3.Institucionalização dos horários ( até quando?)

4.(In)Compatibilidade e interações o que sabemos?

5.Como proceder com o preparo e administração de medicamentos?

6.5 Certos X 9 Certos:

• 5 certos: Paciente certo; 2. Medicamento certo; 3. Dose certa 4. Via de adm.

Certa 5. Horário certo

•9 certos: Paciente certo; Medicamento certo; Dose certa; Via de adm. Certa;

Horário certo; Registro certo; Devolução certa; Orientação e informação certa

ao paciente; Compatibilidade certa;

7. Segurança na administração de medicamentos por via intravenosa

8. Ao aprazar o Enfermeiro deve:

• Conhecer a ação do medicamento;

• Implementar barreira de erros de medicação;

• Garantir o intervalo prescrito é suficiente para obter os resultados

esperados pelos medicamentos;

• Saber que alguns medicamentos podem interagir entre si caso sejam

administrados no mesmo horário

QUAL O NOSSO VERDADEIRO

PAPEL?

Enfermagem X Antimicrobianos

A equipe de enfermagem deve conhecer a política institucional

de antimicrobianos e protocolos de utilização para assegurar

que a terapêutica antimicrobiana seja realizada segundo

as melhores práticas clínicas.

Medidas preventivas efetivas

Dupla checagem das diluições e cálculos da dosagem

dos medicamentos

Atenção aos erros de comunicação advindos da prescrição

médica,

Cuidado com as informações verbais,

Identificação segura do paciente bem como a orientação sobre

sua farmacoterapia

Bisset (2006)

É de responsabilidade do enfermeiro assegurar que todas as ocorrências e

dados referentes ao paciente e seu tratamento sejam registrados de forma

correta, garantindo a disponibilidade de informações necessárias à avaliação

do paciente, eficácia do tratamento e rastreamento em casos de eventos

adversos.

Anvisa

Enfermeiros são fundamentais na administração da medicação prescrita pela equipe

médica e preenchidas por funcionários de farmácia. Foram avaliadas as atitudes de

enfermagem e conhecimento antes e depois de uma intervenção educativa que

focou no envolvimento da enfermagem na gestão antimicrobiana.

Envolver enfermeiros neste programa de educação levou a um aumento do

conhecimento da gestão de antimicrobianos e a capacidade potencial de

influenciar a gestão antibióticos nos hospitais onde foi desenvolvido o estudo

Resultados

Revisão bibliográfica sistematizada: artigos de 1994 a 2005

58 artigos que apresentaram correlação com a enfermagem

Categoria 1: aspectos gerais sobre resistência bacteriana e antibioticoterapia

Categoria 2:administração de medicamentos e falhas controlar os passos do

processo de preparo e administração é o caminho lógico para a

prevenção da resistência bacteriana

Custos, infecções hospitalares e antibióticos

Desenvolvimento da resistência bacteriana

Estratégias para prevenção da resistência

bacteriana

Administração de medicamentos e falhas

Erros de doses

Erros de prescrição

Concentração e níveis de absorção de

antibióticos

Enfermagem e a administração de antibióticos

A administração de antibióticos requer controle rigoroso da

enfermagem dos horários, diluições e intervalos entre doses para que o

efeito entre o pico máximo de ação e o nível mínimo requerido para

morte bacteriana seja o esperado para terapêutica eficaz evitando

seleção de organismos resistentes.

O objetivo deste estudo foi avaliar entre os enfermeiros clínicos

atitudes , percepções e conhecimento em relação ao uso de

antibiótico , resistência antimicrobiana, e gestão de

antimicrobianos intervenções em um , universitário , de cuidados

terciários grande, hospital urbano

•A maioria dos entrevistados concordou que a resistência antimicrobiana é um

problema localmente e nacionalmente ,

•Resistência na comunidade quando se prescreve antibióticos,

•Uso mais adequado de antibióticos contribuiria para diminuir a resistência

• Há uma escassez de conhecimento na gestão de infecções anaeróbias e

bacteremia por gram-negativos

Historicamente a equipe de enfermagem especializada na prevenção de

infecção e controle de Infecção nos EUA, não posuem um papel de destaque

nos programas de gestaõ de antimicrobianos.

Breve menção incluindo enfermeiros no guideline, no diagrama do

Institute for Health Improvement/Centers for Disease Control and

Prevention(IHI/CDC) apenas é citada as funções da

enfermagem.Esta exclusão interfere na sua participação de forma

mais eficaz,e no alcançe dos objetivos do programa.

Enfermagem já está incorporada em administração hospitalar

, gestão da qualidade, e informática. Integrar enfermeiros traz

uma perspectiva adicional e promove a aceitação de princípios

de manejo antimicrobianos.

O papel central do enfermeiro na assistência rotineira ao paciente e

da comunicação deixa claro que eles realizam numerosas funções

críticas para a operação bem-sucedida da gestão de antimicrobianos

The DH Advisory Committee on Antimicrobial resistance and Healthcare Associated Infection (2013)

Precisamente como os diferentes profissionais de saúde podem contribuir para a gestão de

antimicrobianos é uma questão para a gestão do hospital. Edwards et al (2011) argumentou

que, embora as enfermeiras são o a maioria dos provedores de cuidados consistentes à beira do

leito , o seu envolvimento na gestão de antimicrobianos programas foi muitas vezes limitado

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Falta de reconhecimento de como os enfermeiros podem contribuir para a redução das IRAS

e resistência antimicrobiana:

•Papel fundamental na segurança do paciente

•Presença mais consistente como cuidador a bera do leito.

• Revisão dos prontuários de medicação

•Gestão equipes e contribuir para a gestão multidisciplinar de antimicrobianos em ambientes

de cuidad críticos .

A gestão adequada e administração de antimicrobianos está inserida na

prática de enfermagem , e como tal, os enfermeiros têm a

responsabilidade de garantir que os agentes antimicrobianos sejam

utilizados de forma adequada, que a administração de antimicrobianos

ocorra em conformidade com o plano de tratamento. No entanto , a

exclusão de enfermeiros criou um ambiente em que a gestão

antimicrobiana é considerado fora do âmbito de suas responsabilidades

e de competências, deixando-o a parte e dificultando a abordagem

multidisciplinar da gestão de antimiobianos.

Enfermeiro: avaliar medicamentos como

parte das suas funções de rotina e abrir o

debate sobre o tratamento antibiótico

, indicação e duração com equipe

multiprofissional.

Resposta terapêutica adequada e sem danos

ao paciente é responsabilidade de toda a

equipe de saúde.

prevenção da resistência microbiana envolve ações multidisciplinares centradas

principalmente no uso racional de antimicrobianos e na otimização das ações de

controle de infecções

As publicações internacionais apresentam as atividades do farmacêutico e do médico

no controle da resistência microbiana, porém, apesar de ressaltarem a participação do

enfermeiro no grupo multidisciplinar, não explicitam claramente quais seriam suas

ações no controle do uso de antimicrobianos.

O sucesso da terapêutica com antibióticos e o desenvolvimento da resistência

bacteriana dependem de diversos fatores, sendo que os relacionados ao cuidado de

enfermagem são o seu preparo e a sua administração

Enfermeiros são os fornecedores mais consistentes de cuidado à beira do leito , a sua

participação em programas de gestão de antimicrobianos tem sido muitas vezes

limitada

O QUE APRENDEMOS?

WHO. Task shifting: rational redistribution of tasks among health workforce

teams: global recommendations and guidelines. Geneva (Switzerland): World

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Farley LD, Mlandu N, Ndjeka N, et al. Nurse initiation and management of

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Waga G, Mavoa H, Snowdon W, et al. Knowledge brokering between

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The Role of Behavior Change in Antimicrobial Stewardship Esmita

Charani, MPharm, MSc*, Enrique Castro-Sánchez, MPH, RGN, Alison

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Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática:Agência

Nacional de Vigilância Sanitária Gerência de Vigilância e Monitoramento

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JCI. Joint Commission Resources. Temas e estratégias para a liderança em

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Nascimento CCP, Toffoletto MC, Gonçalves LA, Freitas WG, Padilha KG.

Indicadores de resultados da assistência: análise dos eventos adversos

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OBRIGADA!Claudiacosta@hucff.ufrj.br