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Gestão Integrada das Águas Urbanas em Aracaju-SE/Brasil Relatório do Diagnóstico Qualitativo Grupo Técnico de GIAU Setembro 2010

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Gestão Integrada das Águas Urbanas em Aracaju-SE/Brasil

Relatório do Diagnóstico Qualitativo

Grupo Técnico de GIAU Setembro 2010

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju – Diagnóstico Qualitativo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1 Antecedentes 1.2 Objetivos 1.3 Conteúdo do Relatório

2. ESTUDOS PRÉVIOS 3. CARACTERIZAÇÃO

3.1 Localização 3.2 Dados Demográficos 3.3 Condições Socioeconômicas 3.4 Cobertura do solo e meio ambiente 3.5 Recursos Hídricos 3.6 Águas urbanas 3.6.1 Abastecimento de água 3.6.2 Esgotamento sanitário

3.6.3 Drenagem Urbana 3.6.4 Resíduos Sólidos 3.6.7 Aspectos legais e institucionais

4. GESTÃO INTEGRADA DAS ÁGUAS URBANAS EM ARACAJU 4.1 Diagnóstico Qualitativo Referências Bibliográficas Anexo I – Documentos Consultados

Anexo II – Matrizes preenchidas pelo grupos durante a oficina Anexo III – Listas de presença e fotos

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Antecedentes

O presente documento objetiva avaliar a questão das águas urbanas na cidade de Aracaju e grande Aracaju, no Estado de Sergipe, Brasil; considerando os aspectos relacionados à disponibilidade hídrica, os seus diversos usos e a disposição dos efluentes produzidos na área urbana e entorno da capital. Aracaju tem apresentado há décadas sinais claros de problemas relacionados à gestão da água no meio urbano, principalmente relacionados às deficiências de tratamento de esgotos, disponibilidade hídrica e drenagem urbana, com impactos na qualidade dos corpos hídricos e saúde da população.

A Região Metropolitana de Aracaju (RMA) apresenta problemas críticos relacionados à baixa eficiência dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos urbanos (estimado em 35% de cobertura na capital) provocando a degradação de seus rios urbanos e gerando impactos na saúde da população. Cerca de 70% da água consumida na região metropolitana provém do rio São Francisco, situado a mais de 100 km de distância, face à baixa disponibilidade hídrica dos rios locais. Tal fato minimiza os efeitos negativos da gestão hídrica deficiente para a população, uma vez que a poluição decorrente da presença de efluentes, resíduos sólidos e contribuições difusas não atinge diretamente a principal fonte de água para abastecimento, no entanto o estado de degradação de alguns rios já atinge patamares próximos à irreversibilidade.

Localizada na faixa litorânea do Estado, na RMA há predominância do clima quente e úmido, com precipitações concentradas nos meses de março a agosto. As temperaturas giram em torno dos 26 °C e a precipitação média anual é de, aproximadamente, 1.600 mm. Neste período há a ocorrência de eventos intensos que geram alagamentos localizados, alguns de grande porte, agravados muitas vezes pela condição das marés e afogamento dos sistemas de canais. O sistema de drenagem funciona exclusivamente por gravidade e muitas áreas não possuem estrutura de macrodrenagem completamente implantada, principalmente nas zonas de expansão, fato que vem causando prejuízos à população e ações indenizatórias.

A gestão de resíduos sólidos na RMA não se mostra uniforme, com maior cobertura na capital. No entanto não há um destino final adequado para os resíduos coletados, visto que inexiste um aterro sanitário corretamente instituído. A coleta seletiva é muito incipiente, restrita também à Aracaju e predominam os chamados “lixões” a céu aberto, que concentram vetores de doenças e contaminam as águas subterrâneas e superficiais.

Observa-se que os serviços urbanos relacionados à gestão das águas são executados de forma isolada e há pouca articulação entre os municípios e entre as secretarias municipais. Existem planos diretores de ordenamento urbano em todos os municípios da RMA, no entanto os planos setoriais encontram-se defasados ou não foram desenvolvidos.

Neste contexto, a Região Metropolitana de Aracaju foi selecionada para participar de uma proposta do Banco Mundial para a Gestão Integrada das

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Águas Urbanas (GIAU). O processo iniciou-se no mês de agosto de 2010 por meio de uma reunião entre consultores do Banco Mundial e setores públicos relacionados à gestão das águas no meio urbano, coordenados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos – SEMARH, vinculada ao Governo do Estado de Sergipe. Nesta reunião (Etapa A) foram realizados acordos entre as partes, definida a proposta de trabalho, as instituições participantes e estabelecida uma agenda de reuniões para o ano. Após, em setembro de 2010, ocorreu nova visita dos consultores e foi realizado o Workshop de Diagnóstico e Primeiras Estratégias (Etapa B), onde foram preenchidas as matrizes de problemas, causa-efeito e metas, com a participação efetiva de instituições locais na composição de quatro grupos de trabalho.

Este relatório parcial sintetiza as informações obtidas por meio de consultas aos setores públicos responsáveis pela gestão das águas urbanas nas cidades da RMA e os resultados das matrizes preenchidas pelos grupos no na Etapa B.

1.2. Objetivos

O objetivo geral do trabalho é dotar Aracaju de um estudo integrado das águas urbanas que contemple o diagnóstico atualizado dos problemas relacionados à água na capital e entorno, bem como a definição de estratégias de longo prazo para a Gestão Integrada das águas urbanas.

Os objetivos específicos podem ser sintetizados da seguinte forma:

− Desenvolver um levantamento dos dados secundários relacionados às águas urbanas junto às instituições das diversas esferas da administração, para a caracterização do estado atual da gestão das águas urbanas;

− Realizar um diagnóstico qualitativo na forma de tabulação de problemas relacionados às águas urbanas como fruto de uma metodologia participativa e que incentive o diálogo entre os setores públicos responsáveis e relacionados à gestão hídrica na cidade e entorno;

− Propor estratégias de longo prazo que propiciem o desenvolvimento da Gestão Integrada das Águas Urbanas por meio da participação dos agentes locais e permitam a previsão de investimentos acordados com os decisores.

1.3. Conteúdo do Relatório

Este relatório sintetiza a caracterização da gestão das águas urbanas em Aracaju e Região Metropolitana, reunindo em um único local, de forma sintetizada, informações coletadas em documentos disponibilizados pelas

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instituições gestoras dos setores públicos afins bem como apresentando os resultados da aplicação da metodologia de desenvolvimento do diagnóstico e estratégias para a Gestão Integrada das Águas Urbanas na RMA.

Após a Introdução, o item 2 apresenta os documentos consultados e disponibilizados bem como uma classificação de seu conteúdo nos setores relacionados à GIAU.

A caracterização da RMA está descrita no item 3, onde são apresentados aspectos físicos, demográficos, socioeconômicos, relacionados aos recursos hídricos e principalmente caracterizada a situação atual da gestão dos setores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos, bem como apresentados aspectos institucionais ligados à regulamentação de uso dos solos nos municípios componentes da RMA.

O item 4 refere-se à aplicação da metodologia de preparação de uma estratégia de GIAU para a RMA. São apresentadas a metodologia e os resultados obtidos nas oficinas de discussão em grupos envolvendo instituições locais sob a coordenação da consultoria do Banco Mundial. Estes resultados são discutidos e organizados considerando as prioridades que os grupos deram aos problemas, relacionando as suas causas principais e as conseqüências advindas da sua existência sobre as águas urbanas. São também apresentadas metas iniciais a serem atingidas em diferentes horizontes de tempo para cada tema e as estratégias que devem ser adotadas pelos gestores no intuito de buscar as metas propostas.

2. ESTUDOS PRÉVIOS

Um levantamento das informações disponíveis nos diversos órgãos municipais, estaduais e federais, relacionadas ao processo de gestão das águas urbanas na cidade de Aracaju e no seu entorno foi realizada. Foram realizados contatos com representantes dos setores citados, buscando estudos, projetos, relatórios, mapas, cartas, fotografias, imagens orbitais e legislação afim. Ao todo foram obtidos 102 documentos em diversos formatos e abordando diferentes aspectos relacionados à GIAU. Na Tabela 1 estão relatadas as quantidades de materiais disponíveis por tema. O Anexo I apresenta a lista completa dos documentos levantados.

Observou a existência de grande quantidade de informação, em diferentes formatos, muitas dessas de grande importância, como por exemplo as diretrizes para o setor de saneamento, que encontram-se apenas em papel, em virtude de serem documentos elaborados ainda quando não havia meios digitais de armazenamento. Verificou-se ainda muita replicação de esforços, ou seja, estudos desenvolvidos por instituições diferentes, muitas vezes na mesma esfera da administração, com o mesmo objetivo. Isso demonstra a carência de integração entre os setores da gestão e ressalta a importância do desenvolvimento de levantamentos como o aqui realizado.

Analisando as quantidades de documentos obtidos segundo os temas listados, pode-se verificar a grande predominância de informações relacionadas a gestão dos recursos hídricos e ao uso do solo e deficiência de informações sobre resíduos sólidos e gerenciamento costeiro.

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Tabela 1 – Quantificação por tema dos estudos, projetos, relatórios, mapas e imagens orbitais disponíveis nos órgãos públicos

Tema Quantidade

Gestão de recursos hídricos 22

Planejamento urbano 11

Uso e ocupação do solo 25

Abastecimento 10

Saneamento 5

Drenagem Urbana 6

Resíduos Sólidos 3

Meio Ambiente 8

Socioeconomia 9

Gerenciamento Costeiro 3

3. CARACTERIZAÇÃO

3.1. Localização

A cidade de Aracaju é a capital do Estado de Sergipe situado no litoral da região Nordeste do Brasil. O Estado de Sergipe possui 21.910 km2 o que o define como o menor Estado brasileiro, respondendo por cerca de 0,26% da superfície do território nacional, o que corresponde a 2,8% do território da região Nordeste, tendo sua área dividida entre 75 municípios. Sergipe limita-se ao norte com o Estado de Alagoas, separados pelo rio São Francisco e ao sul com a Bahia, com limites definidos pelo curso do rio Real. Aracaju é a maior cidade no estado, cuja região metropolitana é composta ainda pelos municípios de Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão. Na Figura 1 é apresentado um mapa de localização da região metropolitana de Aracaju no Estado de Sergipe/Brasil. A cidade de Aracaju apresenta uma unidade territorial com área de 174 km2. Considerando os demais municípios da região metropolitana: Barra dos Coqueiros, com 91 km2; Nossa Senhora do Socorro, 158 km2 e São Cristóvão, 437 km2; a área total amplia-se para 860 km2. A área urbana no município de Aracaju totaliza aproximadamente 50 km2, considerando toda a região metropolitana esta área tem o valor aproximado de 73 km2.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju

Figura 1 – Localização da região metropolitana de Aracaju/SE/Brasil

3.2. Dados demográficos

A população da cidade de totaliza 544.039 habitantes. Considerando a região metropolitana, a população residente passa a 794.475 habitantes, também pelas estimativas do IBGE. A evolução populacional na capital é apresentada na Figura 2. Ocrescimento significativo a partir da década de 60, com incrementos populacionais da ordem de 50% a cada dez anos até o início da década de 90, a partir da qual são observados aumentos médios de aproximadamente 15% para os decênios. As densidaconsiderando a área total do município é baixa, da ordem de 3130 hab/kmconsiderando toda a região metropolitana este valor reduzhab/km2.

O crescimento populacional acelerado nas últimas décadas têm se dado de forma pouco ordenada, com o surgimento de periferias sem a infraestrutura adequada de vias, transportes e logicamente, águas urbanas, considerando neste último, o abastecimento doméstico, saneamento, drenagem e coleta de resíduos sólidos. Tais altsurgimento de novos problemas relacionados à gestão hídrica na capital e região metropolitana, com impactos significativos na qualidade ambiental dos recursos naturais e na saúde e segurança da população.

Visualizando a RMA comoduplicou em um período de 20 anos (1980mais acelerado no município de Nossa Senhora do Socorro (Tabela 2 e Figura

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Localização da região metropolitana de Aracaju/SE/Brasil

Dados demográficos

A população da cidade de Aracaju, segundo estimativa do IBGE (2009) totaliza 544.039 habitantes. Considerando a região metropolitana, a população residente passa a 794.475 habitantes, também pelas estimativas do IBGE. A evolução populacional na capital é apresentada na Figura 2. Observacrescimento significativo a partir da década de 60, com incrementos populacionais da ordem de 50% a cada dez anos até o início da década de 90, a partir da qual são observados aumentos médios de aproximadamente 15% para os decênios. As densidades demográficas na capital sergipana, considerando a área total do município é baixa, da ordem de 3130 hab/kmconsiderando toda a região metropolitana este valor reduz-se para 924

O crescimento populacional acelerado nas últimas décadas têm se dado de forma pouco ordenada, com o surgimento de periferias sem a infraestrutura adequada de vias, transportes e logicamente, águas urbanas, considerando neste último, o abastecimento doméstico, saneamento, drenagem e coleta de resíduos sólidos. Tais alterações têm se refletido no surgimento de novos problemas relacionados à gestão hídrica na capital e região metropolitana, com impactos significativos na qualidade ambiental dos recursos naturais e na saúde e segurança da população.

Visualizando a RMA como um todo, observa-se que a sua população duplicou em um período de 20 anos (1980-2000), com um crescimento muito mais acelerado no município de Nossa Senhora do Socorro (Tabela 2 e Figura

AracajuSão Cristóvão

N. Sra. do Socorro

Aracaju, segundo estimativa do IBGE (2009) totaliza 544.039 habitantes. Considerando a região metropolitana, a população residente passa a 794.475 habitantes, também pelas estimativas do IBGE. A

bserva-se um crescimento significativo a partir da década de 60, com incrementos populacionais da ordem de 50% a cada dez anos até o início da década de 90, a partir da qual são observados aumentos médios de aproximadamente 15%

des demográficas na capital sergipana, considerando a área total do município é baixa, da ordem de 3130 hab/km2;

se para 924

O crescimento populacional acelerado nas últimas décadas têm se dado de forma pouco ordenada, com o surgimento de periferias sem a infra-estrutura adequada de vias, transportes e logicamente, águas urbanas, considerando neste último, o abastecimento doméstico, saneamento,

erações têm se refletido no surgimento de novos problemas relacionados à gestão hídrica na capital e região metropolitana, com impactos significativos na qualidade ambiental dos

se que a sua população 2000), com um crescimento muito

mais acelerado no município de Nossa Senhora do Socorro (Tabela 2 e Figura

Aracaju

Barra dos Coqueiros

N. Sra. do Socorro

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3), totalizando um aumento superior a 1000% no período de 1980 a 2009. Ressalte-se que este contingente populacional concentrou-se fora da sede do município, próximo à divisa com Aracaju. Todos os municípios apresentaram maior crescimento populacional na década de oitenta, decaindo nos períodos seguintes. Tal comportamento trouxe consigo uma série de impactos relacionados aos recursos hídricos, iniciando pelo aumento da demanda de água para abastecimento, com conseqüente elevação das cargas efluentes produzidas e áreas impermeabilizadas, resultando na degradação de corpos hídricos e ocorrência de inundações.

Figura 2 – Crescimento populacional na cidade de Aracaju no período de 1872 a 2009 (Adaptado de IBGE(2009))

Tabela 2 – Crescimento Populacional nos municípios da RMA

População (habitantes)

Município/Ano 1980 1991 2000 2009

Aracaju 293.131 402.341 461.534 544.039

Barra dos Coqueiros 7.939 12.762 17.807 19.998

Nossa Senhora do Socorro 13.688 67.501 131.679 155.334

São Cristóvão 24.124 47.490 64.647 75.104

Total 338.882 530.094 675.667 794.475

9559 16330 2113237440

5903178364

115713

183670

293100

402341428194

461534491898

520303544039

0

100000

200000

300000

400000

500000

60000018

72

1890

1900

1920

1940

1950

1960

1970

1980

1991

1996

2000

2004

2007

2009

Po

pu

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o (

hab

)

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Figura 3 – Aumento percentual da população nos municípios da RMA no período de 1980 a 2009 (Adaptado de IBGE(2009))

3.3. Condições socioeconômicas

A Tabela 3 apresenta alguns indicadores sociais e econômicos de Aracaju segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD, 2010). A capital sergipana encontra-se, segundo a classificação do ano 2000 considerando o Índice de Desenvolvimento Humano de 5.507 municípios brasileiros, na posição 689 do ranking; considerando apenas a região Nordeste do Brasil (1.787 municípios), Aracaju apresenta-se na 5a posição. Para efeito comparativo, o IDHM médio do Brasil para o ano 2000 foi de 0,699.

Aracaju atualmente produz 42% da riqueza gerada no Estado. O setor de serviços é o principal, reunindo atividades de telecomunicações, informática e demais serviços especializados, juntamente como atividades de governo e comércio. Estas atividades têm produzido a formação de aglomerações em seu entorno, principalmente nos municípios de Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros. O setor de serviços responde por 81% do Produto Interno Bruto de Aracaju [PIB]. Destaque para o setor público, que responde por 15%; o setor industrial, representa 19% e o setor agrícola apenas 0,2%. Ao lado de atividades tradicionais, tanto no comércio como na indústria, Aracaju sedia as atividades tecnologicamente mais avançadas e os serviços mais sofisticados do Estado, como as atividades de telecomunicações, informática, serviços especializados em saúde, educação e consultoria. Alguns Arranjos Produtivos Locais [APL's] - conjunto de segmentos políticos, econômicos e sociais, localizados em um mesmo território, desenvolvendo atividades econômicas relacionadas - podem ser destacados na economia aracajuana, como os de tecnologia da informação, saúde, serviços para a indústria de petróleo e gás e ainda a construção naval (Aracaju, 2010).

0%

200%

400%

600%

800%

1000%

1200%

1980 - 1991 1991 - 2000 2000 - 2009 1980 - 2009

Aum

ento

pop

ulac

iona

l

Aracaju Barra dos Coqueiros Nossa Senhora do Socorro São Cristóvão RMA

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Tabela 3 – Indicadores sociais e econômicos para a cidade de Aracaju (PNUD,2010)

Indicador Ano Aracaju Barra dos Coqueiros

Nossa Sra. do Socorro

São Cristóvão

Esperança de vida ao nascer (anos)

1991 64,96 55,26 64,27 64,24

2000 68,72 62,87 66,67 66,67

Mortalidade até cinco anos de idade

1991 57,64 109,91 57,64 57,76

2000 48,19 77,68 57,56 57,56

Mortalidade até um ano de idade 1991 44,97 86,81 44,97 45,07

2000 38,95 49,97 36,75 36,75

Renda per Capita (R$) 1991 263,00 102,56 82,74 86,81

2000 352,74 124,35 114,08 128,06

Intensidade da pobreza 1991 43,96 48,83 54,4 55,92

2000 45,03 52,13 47,91 49,29 Percentual de pessoas que

vivem em domicílios com água encanada

1991 85,97 44,31 78,94 64,88

2000 92,7 78,21 89,25 80,12 Percentual de pessoas que

vivem em domicílios com energia elétrica

1991 98,46 83,19 93,69 91,46

2000 99,73 98,39 99,44 97,12 Percentual de pessoas que

vivem em domicílios urbanos com serviço de coleta de lixo

1991 82,18 82,26 50,38 40,23

2000 96,09 90,91 78,65 67,91

Número de médicos residentes por mil habitantes

1991 1,83 0 0 0

2000 2,71 0 0 0

População total 1991 402341 12727 67574 47558

2000 461534 17807 131679 64647

População urbana 1991 402341 7442 67516 46233

2000 461534 15176 131279 63116

Taxa bruta de freqüência à escola

1991 78,31 65,55 63,63 70,57

2000 91,36 87,15 80,46 85,08

Taxa de alfabetização 1991 85,58 71,06 76,36 71,78

2000 89,4 79,18 84,36 80,9

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Educação

1991 0,832 0,692 0,721 0,714

2000 0,901 0,818 0,831 0,823

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Longevidade

1991 0,666 0,504 0,655 0,654

2000 0,729 0,631 0,695 0,695

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-Renda

1991 0,703 0,546 0,510 0,518

2000 0,752 0,578 0,563 0,583

O município de São Cristóvão foi a primeira capital de Sergipe, até a transferência para Aracaju em 17 de março de 1855. E tem o título de quarta cidade mais antiga do Brasil. Trata-se de cidade tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 23 de janeiro de 1967, tendo sido inscrita no livro de tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico, enquanto que em nível estadual já havia sido elevada a categoria de Cidade Histórica pelo Decreto-lei nº. 94 de 22 de junho de 1938. São destaques no Município a agricultura (cana-de-açúcar), a indústria da pesca (peixes, mariscos e camarão), pecuária (bovinos) e turismo (cultural).

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A principal riqueza mineral no município de Nossa Senhora do Socorro é o sal-gema, considerado pelo seu teor de pureza, o único do Brasil. Nossa Senhora do Socorro é também grande produtor de calcário, argila, sal de potássio, magnésio e areia.

No Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro, localizado no Conjunto João Alves Filho, estão concentradas indústrias de alimentos, malharias, artefatos de cimento, renovadoras de pneus, fábricas de velas, de leite de coco, gesso, entre outros. Devido aos incentivos fiscais, a indústria tem crescido muito nos últimos anos. O IBGE divulgou no final de 2004, estatísticas do cadastro central de empresas relativas ao ano de 2002. O município de N. Sra. do Socorro foi o que mais atraiu empresas entre 1997 e 2002. Subindo de de 566 unidades em 1997 para 1.024 até dezembro de 2002. O crescimento percentual foi de 81,0%, bem acima das variações estadual, regional e nacional, que apresentaram crescimento de 36%, 50,5% e 41,7% respectivamente. No setor agrícola destacam-se as produções de banana, coco-da-baía, manga, batata doce, cana-de-açúcar, mandioca e feijão.

3.4. Cobertura do solo e meio ambiente

A Região Metropolitana de Aracaju concentra 39% de toda a população do estado de Sergipe, o que delega a esta região a característica de intensa antropização da cobertura do solo. A Figura 4 apresenta um mosaico de fotos aéreas recentes com a indicação das manchas urbanas na forma de vias implantadas. Observa-se uma tendência de aglomeração das áreas urbanas dentro ou próximo à cidade de Aracaju, onde praticamente toda a área municipal já se encontra ocupada, intensificando-se neste momento a ocupação de sua porção sul, conhecida como Zona de Expansão. O município de São Cristóvão apresenta a maior área territorial e ainda dispõe de espaços não urbanizados, assim como N. Sra. do Socorro e Barra dos Coqueiros, no entanto a pressão para a ocupação de áreas nestes municípios também é intensa. Considerando as manchas urbanas concentradas, observa-se que a cobertura do solo no município de Aracaju tem área considerada urbana próxima aos 50% de toda sua superfície. Para os demais municípios, os valores são: 23% para N. Sra. do Socorro; 8% para Barra dos Coqueiros e menos de 2% para São Cristóvão.

No município de Aracaju predomina a vegetação de restinga em sua porção sul e mangues ao centro e no limite norte do município. Estas áreas vêm sendo aceleradamente submetidas ao processo de crescimento urbano, com a execução de aterros, cargas de sedimentos e de esgotos domésticos. Em Aracaju, está localizada ainda a Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu, limitando-se ao Norte com o rio do Sal, ao Leste com o rio Sergipe, e ao Sul e Oeste com as áreas urbanas da zona Norte do município. Trata-se de uma região onde originalmente predominava a Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, além de enclaves de Cerrado. Criada e regulamentada pelos Decretos 13.713, de 14/07/93, e 15.505, de 13/07/95, a área vem sofrendo pressão urbana e se descaracterizando cada vez mais. O complexo de vegetação encontra-se hoje bastante comprometido, sobretudo pela invasão, construção e urbanização das favelas na área.

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Gestão Integrada das Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju

Verifica-se a predominância de áreas de pastagem no município de São Cristóvão, espalhadas em toda a sua superfície, bem como a ocorráreas agrícolas dedicadas à canaocorrência de vegetação de mangues junto ao rio Vazanos rios Pitanga e Poxim-Açu. No município de Nossa Senhora do Socorro, há a predominância de pastagleste, margeando os rios Cotinguiba e Sergipe, presença de vegetação de mangue, também muito sujeita a pressão urbana. No município de Barra dos Coqueiros, predomina a vegetação de restinga e mangues.30 de julho de 1990, define como "Paisagem Natural Notável" e área de especial proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as margens e todo o leito do rio Sergipe, tanto na parte permanente coberta pelas águas, tanto naquela que somente o é por efeito dos movimentos de maré, tanto no segmento que se estende até o mar, quanto naquele que sai em demanda do rio Poxim.

Figura 4 – Manchas urbanas e vias n

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se a predominância de áreas de pastagem no município de São Cristóvão, espalhadas em toda a sua superfície, bem como a ocorráreas agrícolas dedicadas à cana-de-açúcar em sua maioria. Há ainda a ocorrência de vegetação de mangues junto ao rio Vaza-Barris e matas ciliares

Açu. No município de Nossa Senhora do Socorro, há a predominância de pastagens e culturas agrícolas. Em sua porção norte e leste, margeando os rios Cotinguiba e Sergipe, presença de vegetação de mangue, também muito sujeita a pressão urbana. No município de Barra dos Coqueiros, predomina a vegetação de restinga e mangues. A Lei nº 2.825 de 30 de julho de 1990, define como "Paisagem Natural Notável" e área de especial proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as

rio Sergipe, tanto na parte permanente coberta pelas águas, tanto naquela que somente o é por efeito dos movimentos de maré, tanto no segmento que se estende até o mar, quanto naquele que sai em

Manchas urbanas e vias nos municípios da RMA

se a predominância de áreas de pastagem no município de São Cristóvão, espalhadas em toda a sua superfície, bem como a ocorrência de

açúcar em sua maioria. Há ainda a Barris e matas ciliares

Açu. No município de Nossa Senhora do Socorro, há ens e culturas agrícolas. Em sua porção norte e

leste, margeando os rios Cotinguiba e Sergipe, presença de vegetação de mangue, também muito sujeita a pressão urbana. No município de Barra dos

º 2.825 de 30 de julho de 1990, define como "Paisagem Natural Notável" e área de especial proteção ambiental todo o trecho do rio Sergipe, que serve de divisa entre os municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros, compreendendo as

rio Sergipe, tanto na parte permanente coberta pelas águas, tanto naquela que somente o é por efeito dos movimentos de maré, tanto no segmento que se estende até o mar, quanto naquele que sai em

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3.5. Recursos Hídricos

A Região Metropolitana de Aracaju está localizada em áreas de três das principais bacias hidrográficas do Estado de Sergipe: bacias dos rios Sergipe, Vaza-Barris e Japaratuba (Figura 5). A zona urbana da cidade de Aracaju desenvolveu-se junto à foz do rio Sergipe no Oceano Atlântico. O rio Sergipe nasce próximo à fronteira do estado de Sergipe com a Bahia e segue cerca de 210 km em direção ao Oceano Atlântico, onde desemboca na praia de Atalaia Nova. A área da bacia hidrográfica é de 3.673 km², ocupando aproximadamente 16,7% da área do Estado. Em Aracaju e região metropolitana, os principais tributários são os rios do Sal, Poxim e Cotinguiba, pela margem direita e o rio Pomonga pela margem esquerda do rio Sergipe (Figura 6).

A bacia do rio Sergipe contém áreas de 26 municípios, incluindo os quatro que compõem a RMA, com uma densidade populacional significativa nas áreas urbanas, concentrando assim os problemas relacionados às águas urbanas no estado. Quanto ao abastecimento de água urbano e grande rural a bacia do rio Sergipe tem 54,9 mil m³/dia de água produzidos dentro da bacia principalmente pelo rio Jacarecica e poços profundos. Desta fonte hídrica, 52,6 mil m³/dia (96%) de água são fornecidos à própria bacia e 2,3 mil m³/dia (4%) a outras bacias. Dos 259,4 m³/dia de água consumida, 80% provém de outras bacias (principalmente do rio São Francisco) e 20% de dentro da bacia. É, portanto, a bacia que mais depende de água proveniente de outras bacias hidrográficas. De acordo com a contagem populacional do IBGE, de 2007, a região da bacia do rio Sergipe apresentava uma população de 1.117.935 habitantes (SERGIPE, 2010).

As principais atividades econômicas presentes na bacia são: agropecuária olericultura, monocultura de cana-de-açúcar, com usinas e destilarias, exploração de petróleo, atividades de mineração (areia, calcário) e atividade industrial na região metropolitana de Aracaju. Os rios Poxim e Pitanga fornecem parte da água para o abastecimento da região metropolitana. O rio Sergipe e seus afluentes vem sendo impactados pelo despejo indiscriminado de esgotos domésticos das áreas urbanas e pelo desmatamento de suas matas ciliares e manguezais.

O limite sul dos municípios de Aracaju e São Cristóvão está inserido em outra bacia, a do rio Vaza-Barris, que, ao contrário do rio Sergipe, é de domínio federal. O rio Vaza-Barris apresenta em sua foz um estuário caracterizado pela sua biodiversidade, e faz limite entre os municípios de Aracaju e Itaporanga da Ajuda. A bacia do rio Vaza-Barris apresenta dentro do estado de Sergipe uma área de 2.559 km2, compreendendo 11,6% da área do Estado. Apresenta uma população de aproximadamente 160.000 habitantes, dos quais 61% estão concentrados nas cidades, incluindo municípios como Itaporanga D’Ajuda, São Domingos, Campo Brito e Carira.

No limite nordeste do município de Barra dos Coqueiros encontra-se a foz do rio Japaratuba, que é a única bacia do estado completamente contida em seus limites. A bacia do rio Japaratuba apresenta processos de degradação avançados em alguns trechos, resultado de avanços históricos nas atividades agropecuárias, de extração mineral e despejos industriais sem o devido controle. Possui uma extensão territorial de 1.722 km2, o que

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representa 7,8% da área do Estado de Sergipe. O rio Japaratuba tem aproximadamente 92 km de extensão, nasce na Serra da Boa Vista, na divisa entre os municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso, e deságua no Oceano Atlântico. Seus principais afluentes são os rios Japaratuba-Mirim, pela margem esquerda, e Siriri, pela direita. A população residente na bacia é de aproximadamente 92.200 habitantes, o que representa 5,6% da população do Estado, dos quais cerca de 61% moram nas parcelas urbanas de municípios como Capela, Japaratuba, Carmópolis, Rosário do Catete e Siriri, entre outros.

As bacias de domínio estadual (Sergipe e Japaratuba) têm a gestão de suas águas sob tutela da SEMARH/SE por meio da Superintendência de Recursos Hídricos. As bacias já possuem comitês instituídos que tem apoiado a SEMARH no desenvolvimento de ações de mitigação dos impactos ambientais existentes.

Figura 5 – Bacias hidrográficas que contém a RMA no Estado de Sergipe

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Figura 6 – Bacias hidrográficas principais no município de Aracaju (Fonte: Mapa Geoambiental de Aracaju)

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Bacias hidrográficas principais no município de Aracaju (Fonte: Mapa Geoambiental de Aracaju)

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Bacias hidrográficas principais no município de Aracaju (Fonte: Mapa Geoambiental de Aracaju)

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3.6. Águas Urbanas

3.6.1. Abastecimento de água

O Sistema de Abastecimento de água na região metropolitana de Aracaju (RMA) é controlado pela Companhia de Saneamento de Sergipe – DESO, empresa de economia mista criada em 25/08/69, responsável por estudos, projetos e execução de serviços de abastecimento de água, esgotos e obras de saneamento em todo o estado de Sergipe. A exploração dos serviços ocorre através de contratos de concessão, firmados com os municípios.

Em 25 de Agosto de 1969, através do Decreto-Lei nº 109, o então Departamento transformou-se em Companhia de Saneamento de Sergipe, conservando a sigla DESO devido à grande aceitação por parte da comunidade. A DESO é composta pela Presidência, Diretoria de Administração e Finanças, Diretoria Técnica, Diretoria de Operações, Superintendência Comercial e Diretoria de Gestão Ambiental. A DESO conta hoje no seu quadro funcional com 980 empregados, que atuam nas áreas Administrativa, Operacionais e Técnica dos Sistemas. Se faz presente em 70 Sedes Municipais, 270 Povoados, beneficiando a 1.355.626 habitantes, que corresponde a 77% da população do Estado de Sergipe.

O abastecimento de água na RMA é feito, principalmente, por um sistema integrado de adutoras, complementado por 3 (três) sistemas isolados conforme Tabela 4. A oferta total para a RMA é de 72.655 x 10³ m³/ano de água tratada.

Tabela 4 – Sistemas e Mananciais de Abastecimento da Região Metropolitana de Aracaju

Sistema Mananciais Vazão (l/s) ETAs Sedes Urbanas Atendidas

Integrado São Francisco – Aracaju I

Rio São Francisco Rio Poxim

2000 Visgueiro, Oviedo Teixeira e João

Ednaldo

Aracaju Nossa Senhora do

Socorro Integrado Poxim I Rio Poxim

780 Poxim Aracaju São Cristovão

Integrado Ibura I e II

Fonte do Ibura I (Piscina Pública) Ibura II (Poços

Profundos)

500 Simples desinfecção

Aracaju Nossa Senhora do

Socorro

Sistema Isolado São Cristovão

Rio Comprido 17,8 São Cristovão

São Cristovão

Sistema Isolado Cabrita

Rio Pitanga 250 Cabrita Aracaju

Sistema Isolado Barra dos Coqueiros

Aquífero Quaternário

49,5 Filtração direta ascendente Barra dos Coqueiros

Fonte: SNIS, 2007

O Sistema Integrado São Francisco teve em 1980 a implantação da 1ª etapa da Adutora São Francisco, com alcance para 10 anos. Tal obra objetivou atender ao mesmo tempo, o crescimento de demanda de Água da cidade de Aracaju e a implantação de dois grandes projetos industriais: as plantas de Amônia e Uréia , da NITROFÉRTIL e Cloreto e Potássio, da antiga PETROMISA , hoje operada pela Vale. A captação localiza-se na margem direita do Rio São Francisco a aproximadamente 2 km à montante da cidade de

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Própria. O sistema atende os municípios de Aracaju, Nossa Sra. do Socorro, Barra dos Coqueiros, Atalaia Nova, Malhada dos Bois e Muribeca. O sistema de elevação é composto de 05 (cinco) conjuntos moto-bombas com capacidade nominal de 0,347 m3/s. Possui linha de Recalque com tubulacão em aço de diâmetro de 900mm e extensão de 23 km aproximadamente. A adutora por gravidade em ferro fundido dúctil classe k-7, diâmetro 900 a 1.000mm, com extensão aproximada de 67 km, e capacidade para 650 l/s. Abastece a Vale, a ETA Oviêdo Teixeira (em Nossa Sra. do Socorro) e a ETA João Ednaldo. Recentemente foi concluída a obra de duplicação da adutora (Figura 7), aumentando em 70% o fornecimento de água tratada para a Grande Aracaju, assegurando suprimento suficiente e evitando racionamentos nos períodos de estiagem para os próximos 15 anos. A obra significou um investimento superior a R$ 127 milhões por parte dos governos federal e estadual, beneficiando mais de 500 mil pessoas. A duplicação da adutora do São Francisco significa na realidade um conjunto de oito obras, onde a duplicação da tubulação já foi concluída, restando ainda a ampliação da estação de tratamento Oviêdo Teixeira, em N.S. do Socorro, implantação da sétima bomba na adutora do São Francisco e construção da segunda caixa de passagem.

A região metropolitana de Aracaju conta ainda com sistemas complementares de abastecimento, como:

Sistema Cabrita: O Sistema Cabrita foi inaugurado em 1906, sendo o mais antigo sistema de suprimento de água de Aracaju, permanecendo nesta condição até 1959, quando entrou em operacão o Sistema Poxim. O manancial deste sistema é o Rio Pitanga, com uma bacia contribuinte de 75 km2 e capacidade de 130 l/s. Responde atualmente por cerca de 10 % da oferta de água tratada.

Sistema Poxim: Foi projetado pelo Engº Saturnino Brito e inaugurado em 1958. Passou a ser o principal abastecedor de água de Aracaju. Sofreu modificacões em 1968 e 1979 e atualmente contribui com cerca de 27% do volume total de água ofertada. Sua captação localiza-se no Rio Poxim, e sua vazão é de 580 l/s. Encontra-se atualmente em fase final de implantação a barragem do rio Poxim em São Cristóvão, estando com a obra física concluída. Está em andamento o desmatamento da área e o resgate dos animais silvestres, visando o inicio de enchimento da barragem com as chuvas do inverno de 2011. O lago da barragem armazenará 35 milhões de metros cúbicos de água, a uma profundidade média de 25 metros. A área ocupada pelo lago será de 522 hectares, ao longo de 1.125 metros e o vertedouro possui 11,8 metros de largura. Tal obra, que regularizará a vazão do rio Poxim em cerca de 1200 l/s, é resultado de um investimento de R$ 85 milhões, com R$ 70 milhões provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, e R$ 15 milhões do Governo do Estado. Além da obra da barragem, há previsão de duplicação da estação de tratamento de água do Poxim, construção de mais quatro reservatórios na capital e implementação de anéis de reforço na área de expansão.

Sistema do Distrito Industrial de N.S. do Socorro: Foi implantado em 1987, e é abastecido através de uma derivacão da Adutora do São Francisco, por gravidade na altura do Km 35. A capacidade inicial do Sistema foi projetada para 185 l/s, com previsão de ampliação para 370 l/s.

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Sistema Ibura: O Manancial de Ibura é um lençol subterrâneo que surgiu como fonte de água natural, no local foi construída uma piscina de 50m x 25m x 2,5m, utilizada inicialmente para fins de recreacão. A captacão é feita diretamente da piscina com capacidade para 195 l/s, e suas águas são recalcadas para os reservatórios R2, localizado no Bairro 18 do Forte e R8, no Conjunto Jardim.

A tabela 5 apresenta dados gerais relacionados a abastecimento de água para os municípios da região metropolitana de Aracaju, segundo dados do SNIS (2007).

Tabela 5 – Dados gerais de abastecimento de água para a região metropolitana de Aracaju

Município Aracaju Barra dos Coqueiros

Nossa Senhora do

Socorro

São Cristóvão Total/media

População 520303 19218 148546 71931 759998

População total atendida com abastecimento de água 511834 18441 119619 41256 691150

População urbana atendida com abastecimento de água 511834 7289 13874 7189 29634

Quantidade de ligações ativas de água (ligação) 122301 5213 32964 11109 49286

Quantidade de economias ativas de água (economia) 164228 5312 33730 11492 214762

Extensão da rede de água (km) 2187 40 472 134 2833

Índice de atendimento com abastecimento de água (%) 98,37 95,96 80,53 57,35 83,05

Índice de atendimento urbano com abastecimento de água (%) 97,19 97,01 90,76 82,64 91,90

Consumo médio per capita de água (l/(hab./dia) 169,77 98,82 99,13 94,27 97,41

Índice de perdas de faturamento (%) 40,94 44,24 50,06 41,77 45,92

Fonte: SNIS - 2007

Os sistemas produtores têm as suas áreas de influência determinadas pelos reservatórios conforme apresentado na Figura 8. O sistema produtor São Francisco atende os centros de reservação R0, R1, R3, R8, R9, R11, R12 e R13. Estes centros fornecem abastecimento para os bairros Bugio, Jardim Centenário, Parque São José, Santos Dumont, Sobrado, José Conrado de Araujo, Novo Paraíso, Siq. Campos, 13 de Julho, 18 do Forte, Cidade Nova, Cirurgia, Suissa, Atalaia Nova, Centro, Getúlio Vargas, Grageru, Industrial, Japãozinho, Jetimana, Lamarão, Médici, Luzia, Olaria, Palestina, Pereira Lobo, Porto Dantas, Salgado Filho, Sanatório, Santo Antônio, São José, Soledade, América, Conj. Jardim, Parque dos Faróis, Guajará, Lot. Pai André, Rosa de Maio, Nossa Sra. Socorro, Fernando Collor, João Alves, Marcos Freire, Taicoca, Piabeta, Distrito Industrial de Socorro e Barra dos Coqueiros.

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Figura 7 – Duplicação da Adutora do Sistema São Francisco

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Duplicação da Adutora do Sistema São Francisco

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O Sistema Poxim atende os centros de reservação R5, R6, R7 e R10, responsáveis pelo fornecimento de água nos bairros Bairros Santa Maria, Terra Dura, Jardins, Orlando Dantas, Várzea Grande, Santo Inácio, São Conrado, Augusto Franco, Aloque, Capucho, Santa Lúcia, Sol Nascente, DIA, Inácio Barbosa, Jabotiana, Ponto Novo, Eduardo Gomes e Rosa Elze.

Os centros R2, R9 e R11 são cobertos pelo sistema Ibura I. O sistema Cabrita atende em Aracaju os bairros Atalaia, Coroa do Meio, Aeroporto, Aruana e Mosqueiro. O município de São Cristóvão é atendido apenas parcialmente pela DESO, excluindo a sede, cobrindo apenas dois loteamentos na área do município. Segundo a DESO, a utilização de poços como mananciais vem sendo gradativamente abandonada, em virtude dos elevados custos de manutenção, sendo que dos 24 poços previstos para operar, apenas 3 foram implantados. O município da Barra dos Coqueiros e a Atalaia Nova estão atualmente abastecidos por mananciais superficiais, tendo sido abandonados os poços que anteriormente eram utilizados.

As perdas no sistema de abastecimento de água da região metropolitana de Aracaju giram em torno dos 45%. Segundo a DESO, existem atualmente cerca de 2,9 mil quilômetros de redes implantadas, sendo que destas, 106 km ainda são de cimento amianto, necessitando substituição. A micromedição cobre cerca de 89,7% do sistema, no entanto a macromedição ainda apresenta-se deficiente, com cerca de 30 medidores de vazão tipo inserção colocados nas saídas das estações elevatórias e reservatórios, para controle do volume produzido e distribuído. O controle na macromedição vem ocorrendo há apenas um ano.

O Plano Diretor de Abastecimento de Água da grande Aracaju foi idealizado na década de oitenta, encontrando-se desatualizado e em desacordo com a realidade atual de ocupação urbana na região metropolitana. Atualmente vem sendo realizados investimentos para a redução das perdas no sistema bem como ampliação da capacidade de condução e disponibilidade hídrica. Destacam-se as seguintes intervenções:

- Implantação da barragem do rio Poxim: o reservatório tem previsão de entrega para agosto de 2011 e fornecerá uma vazão regularizada de 1.200 l/s;

- Módulo de Tratamento da ETA João Ednaldo: capacidade de 900 l/s;

- Módulo de Tratamento da ETA Oviedo Teixeira: capacidade de 480 l/s;

- Programa de redução de perdas: investimentos em micromedição, macromedição e setorização das redes. Projeto piloto no bairro Atalaia para aprendizado do controle de perdas com substituição de redes e quadros de medições.

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Figura 8 – Setores de abastecimento de água na Grande Aracaju (DESO, 2010)

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Figura 8.1 – Legenda dos setores de abastecimento de água na RMA.

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3.6.2. Esgotamento Sanitário

A Região Metropolitana de Aracaju apresenta um baixo índice de coleta com tratamento de esgotos sanitários, da ordem de 35%, o que se reflete nos impactos na qualidade das águas urbanas, claramente verificados nos corpos hídricos que cortam esses aglomerados. Deve-se ressaltar que nos dados levantados pelo SNIS (2007), são considerados como esgotos os sistemas que considerem as redes pluviais como condutoras de efluentes.

Tabela 6 – Dados gerais sobre esgotamento sanitário

Município Aracaju Nossa Senhora do Socorro

São Cristóvão

População urbana do município (hab.) 520.303 145.001 65.348

População total atendida com esgotamento sanitário (hab.) 175.378 42.362 13.498

Quantidade de ligações ativas de esgoto (ligação) 42.170 11.716 3.672

Quantidade de economias ativas de esgoto (economia) 58.548 11.821 3.725

Extensão da rede de esgoto (km) 420 160 47

Volume de esgoto coletado (1.000 m³/ano) 10.901 1.596 547

Volume de esgoto tratado (1.000 m³/ano) 10.901 1.596 547

Quantidade de ligações totais de esgoto (ligação) 44.279 12.302 3.856

Índice de coleta de esgoto 35 37 39

Índice de tratamento de esgoto (%) 100 100 100

Extensão da rede de esgoto por ligação (m/lig.) 10 14 12 Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios atendidos com esgoto (%) 34 29 21

Fonte: SNIS, 2007

Quanto ao destino final dos efluentes domésticos, a Tabela 7 apresenta as porcentagens de domicílios nos municípios da RMA que utilizam cada tipo. Pode-se perceber que as fossa sépticas recebem a maior parte dos efluentes, no entanto ainda é muito alto o percentual de fossas sépticas rudimentares, que têm, em geral, baixo potencial de abatimento da carga poluidora, excetuando-se a capital, tornando fonte de contaminação dos corpos hídricos urbanos.

Tabela 7 – Porcentagens de domicílios relacionados ao destino final dos esgotos gerados

Destino dos efluentes Aracaju

Barra dos Coqueiros

Nossa Senhora do

Socorro São

Cristóvão Média Rede geral de esgoto

ou pluvial 55,75% 8,17% 45,04% 22,87% 32,96%

Fossa séptica 27,17% 22,32% 23,05% 21,57% 23,53%

Fossa rudimentar 11,06% 50,73% 16,91% 38,57% 29,32%

Vala 1,06% 5,98% 5,11% 2,83% 3,75%

Rio, lago ou mar 2,43% 3,81% 3,48% 3,95% 3,42%

Outro escoadouro 0,33% 0,51% 1,28% 0,70% 0,71% Não tem instalação

sanitária 2,20% 8,49% 5,13% 9,50% 6,33% Fonte: SNIS (2007)

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Os sistemas de coleta e tratamento de esgotos nas cidades de Nossa Senhora do Socorro e São Cristovão estão ligados ao Sistema de Esgotamento Sanitário de Aracaju – SESA. Na cidade de São Cristóvão, a DESO é responsável pela coleta apenas do centro histórico, sendo as demais regiões cobertas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de forma deficitária. A cidade de Barra dos Coqueiros não apresenta coleta e tratamento de esgoto, assim algumas casas comerciais e residenciais despejam seus dejetos diretamente no rio Sergipe, bem como não há saneamento básico nos bares e restaurantes na Praia da Costa. O esgoto sanitário de parte da sede municipal é escoado por um canal, “Córrego Guaxinim”, atingindo o manguezal, a maré, e por fim o rio Sergipe.

A atual rede de saneamento da RMA é composta pela Estação Orlando Dantas, Estação Eduardo Gomes, Estação Visconde de Maracaju, além das três Estações de Recuperação de Qualidade (ERQ), a ERQ-SUL, ERQ-OESTE e ERQ-NORTE, sendo que a última fica em Nossa Senhora do Socorro e todas as demais em Aracaju. Um complexo sistema que demanda altos custos e investimentos no setor (SERGIPE, 2010). As águas tratadas pela ERQ-NORTE escoam para o rio do Sal, que é um afluente do rio Sergipe. As que são tratadas pela ERQ-OESTE são despejadas no rio Poxim e as tratadas pela ERQ-SUL são despejadas no rio Pitanga, um afluente do rio Poxim (Figura 9).

Desde o inicio da década de 1980 a Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA) passou a exigir sistemas de esgotamento sanitário em todos os empreendimentos públicos ou privados implantados em Sergipe. Muitos desses localizavam-se em áreas afastadas do Sistema de Esgotamento Sanitário de Aracaju – SESA, levando, dessa forma, a construção de sistemas isolados de esgotamento, característica fundamental para adoção do sistema condominial de esgoto.

No ano de 2009 a DESO colocou em operação a Estação de Recuperação da Qualidade da Água (ERQ Oeste), localizada no Distrito Industrial de Aracaju. A estação fará o tratamento dos esgotos sanitários daquela região, beneficiando aproximadamente 15 mil pessoas em bairros populosos como Inácio Barbosa, Ponto Novo, DIA e conjunto Médici, entre outros. A ERQ Oeste trabalha com um sistema de tratamento biológico de esgoto, do tipo digestor anaeróbico de fluxo ascendente (DAFA). A estação tem uma capacidade de projeto de 23.215 quilos de demanda bioquímica por dia (kg DBO/dia) e está funcionando com uma demanda de 638 Kg DBO/dia, o que dá margem para ampliações futuras.

A implantação do Sistema de Esgoto de Aracaju é antiga, com início em 1914. À época, era composta por 20.000 m de rede coletora, 2.000 m de emissário, 3 estações elevatórias e uma estação depuradora do tipo tanque séptico. Esse sistema, que atendia basicamente a região central da cidade, permaneceu praticamente sem ampliação até a década de 80.

Em 1982, foi construído o conjunto habitacional Brigadeiro Eduardo Gomes e a implantação do sistema de esgotos nesse conjunto deveu-se, principalmente, à necessidade de proteção do rio Poxim, utilizado como manancial de abastecimento para Aracaju. A partir desta época, todos os empreendimentos urbanísticos, públicos ou privados, passaram a ser implantados juntamente com o sistema de coleta e tratamento de esgotos.

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Em 1983, o governo do Estado realizou estudos quanto à situação sanitária de Aracaju e foi constatada a grave situação em que se encontrava a cidade. Foram definidas as áreas de atendimento prioritário no município e proposta uma divisão das obras do sistema de esgoto em duas etapas. A primeira, executada entre 1984 e 1987, contemplou a construção de rede coletora, estações elevatórias, linhas de recalque e uma lagoa de estabilização. A segunda etapa iniciou-se em 1987 e vem sendo implantada até hoje. Além dos itens anteriores, construiu ainda emissários por gravidade e uma estação de tratamento de esgotos que utiliza o DAFA – Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente seguido de Lagoas de Maturação.

Todo o esgoto coletado em Aracaju é tratado, apesar de não haver rede pública de atendimento para quase 50% da população urbana. O restante das residências unifamiliares utiliza fossas e sumidouros, o que não é recomendável uma vez que a cidade fica instalada, em grande parte, em uma planície flúvio-marinha, com ocorrência de mangues, baixios inundáveis e pequenas ilhas em canais estuarinos. Entretanto, os prédios residenciais e hotéis vêm utilizando o sistema de fossa séptica, seguida por filtro anaeróbio, com posterior lançamento dos efluentes no sistema de drenagem pluvial. Esse processo, considerado como tratamento secundário, não atinge índices satisfatórios de remoção de coliformes, tornando-se mais uma fonte de poluição a agravar a situação, já bastante crítica de qualidade da água dos rios e das praias da Grande Aracaju.

Ações vêm sendo desenvolvidas ao longo dos últimos anos na forma de investimentos em obras de coleta e tratamento de efluentes. Destaca-se o projeto Águas de Sergipe, que busca a despoluição do rio Sergipe por meio de várias intervenções incluindo o tratamento de esgotos provenientes da Grande Aracaju, incluindo bairros como Piabeta, São Braz, Marcos Freire, recuperação do tratamento no João Alves, redes de esgoto com cobertura de 100% para Barra dos Coqueiros e implantação de uma ETE moderna na região.

Para o início do ano de 2011 há a expectativa da empresa de iniciar obras de esgotamento para Atalaia e Zona de expansão de Aracaju, por meio de recursos do PAC do Governo Federal, incluindo a duplicação da ETE Sul. Como compensação pela implantação da barragem no rio Poxim, está em andamento também o esgotamento do loteamento Parque dos Faróis em Nossa Senhora do Socorro.

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Figura 9 – Sistemas de esgotamento sanitário de Aracaju e Nossa Senhora do Socorro com módulos d(DESO,2010).

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Sistemas de esgotamento sanitário de Aracaju e Nossa Senhora do Socorro com módulos d

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Sistemas de esgotamento sanitário de Aracaju e Nossa Senhora do Socorro com módulos de investimentos

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3.6.3. Drenagem urbana

A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB – IBGE, 2000), indicou que, dentre os municípios que compõem a RMA, 100% eram servidos com redes de drenagem pluvial, sendo os serviços ligados as secretarias municipais de obras e serviços públicos. Nos municípios de Aracaju, Barra dos Coqueiros e São Cristóvão, os sistemas implantados são do tipo separador absoluto. Apenas em Nossa Senhora das Dores o sistema utilizado é do tipo combinado. A maioria dos municípios apresenta um sistema de drenagem do tipo microdrenagem, que corresponde a parte da drenagem urbana que consiste na coleta, na condução e no lançamento final dos deflúvios superficiais ou subterrâneos através de pequenas e médias galerias. Os destinos finais das águas pluviais são corpos hídricos ou áreas livres públicas ou particulares (SERGIPE, 2010).

Na cidade de Aracaju, o processo de implantação deu-se pela ocupação das partes mais elevadas, de forma dispersa e desordenada, e pelo aterro de áreas alagadiças mais baixas, igualmente descontínuos e desordenados. Dessa maneira, os serviços de infra-estrutura e saneamento básico não foram implantados conjuntamente com o crescimento da cidade, o espaço urbano foi sofrendo uma pressão humana e criando diversos problemas de infra-estrutura, dentre eles a questão de enchentes e alagamentos, tão comum no município.

O sistema de drenagem de águas pluviais em Aracaju é coordenado pela Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb). A Emurb foi criada pela Lei n° 429/75 de 22 de setembro de 1975 que na época recebeu o nome de Empresa Municipal de Urbanização, adotando a sigla Emurb. A empresa pública possui personalidade jurídica de direito privado, patrimônio próprio e autonomia administrativa e financeira. Após a Lei n° 1.996/93 de 17 de junho de 1993, a Empresa Municipal de Urbanização passou a denominar-se Empresa Municipal de Obras e Urbanização.

A Emurb foi criada com o objetivo de administrar e regularizar os Terrenos de Marinha e acrescidos, possibilitando a seus ocupantes realizar edificações. Em 1977, a Emurb iniciou a implantação de loteamentos nos antigos Terrenos de Marinha. O primeiro deles foi o Loteamento Coroa do Meio, desenvolvido em três etapas. Ao mesmo tempo, implantava loteamentos no bairro 13 de Julho, no Jardim Atlântico (bairro Atalaia) e o Loteamento Foz do Tramandaí, no atual bairro Jardins. A partir de 1984, a Emurb dá início à urbanização de grandes áreas em diversos bairros da capital, a exemplo do Salgado Filho, 13 de Julho, Índio Palentim, Conjunto Lourival Fontes, dentre outros.

Até o ano de 1992, a Emurb era responsável pela implantação e recuperação da malha viária e da rede de drenagem. Com a extinção, naquele ano, da Secretaria Municipal de Obras, a empresa absorveu uma nova atribuição: a construção, reforma e ampliação das escolas, creches, postos de saúde e prédios da administração municipal, como também a urbanização de praças. Hoje, além desses serviços, a Emurb faz a implantação de iluminação pública e de placas de identificação nos logradouros da cidade.

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A Emurb é composta por uma Diretoria Executiva, com um Presidente, à qual estão submetidas cinco diretorias:

- Diretoria Administrativa: que trata dos assuntos relativos ao funcionamento da empresa, como gestão de recursos humanos e financeira;

- Diretoria de Urbanismo: atua na gestão do espaço municipal, incluindo projetos, fiscalização e licenciamento de empreendimentos;

- Diretoria de Operação: coordena e planeja a execução e controle de todas as atividades relacionadas com a manutenção da malha viária municipal, incluindo a drenagem urbana;

- Diretoria de Obras Públicas: executa e controla as atividades relacionadas com estudos de viabilidade técnica e financeira de projetos, obras, programas urbanísticos e arquitetônicos da Administração Pública Municipal, quando for o caso mediante terceirizações;

A macrodrenagem em Aracaju é composta por mais de 70 canais que deságuam nos diversos corpos hídricos presentes na região da capital, como rios Poxim, Sergipe, Santa Maria, do Sal além do oceano, lagoas e mangues. Este sistema encontra-se parcialmente cadastrado, com destaque para os canais presentes na chamada Zona de Expansão de Aracaju, cujos estudos recentes exigiram levantamentos detalhados na região. Atualmente, a EMURB desenvolve a delimitação das áreas contribuintes aos sistemas de drenagem municipais, visando a delimitação das microbacias urbanas que aportam aos diferentes canais e redes de macrodrenagem (Figuras 10.1 e 10.2).

A EMURB desenvolveu em 2007 um mapeamento de pontos críticos de alagamentos em Aracaju, sendo contabilizados 64 pontos de recorrência freqüente de acumulo de água durante os eventos de precipitação. A Figura 11 apresenta o mapa com os pontos citados. Na época de chuvas, um Programa de Prevenção de Alagamentos é desenvolvido pela EMURB. No total, 10 equipes trabalham diariamente em toda a capital realizando serviços de limpeza em áreas de escoamento, substituição de tubos, assentamento de grelhas e desobstruções na rede de drenagem. No ano de 2009, cerca de 130 logradouros foram beneficiados.

Os principais problemas relacionados as inundações urbanas tem ocorrido na Zona de Expansão de Aracaju, onde a implantação do sistema de macrodrenagem não acompanhou a rápida ocupação do solo na região, ocasionando sérios danos à residências ali instaladas. Atualmente existem projetos para a implantação de canais de macrodrenagem e previsão de recursos para iniciar as obras (Figura 12).

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Figura 10.1 – Cadastro de canais do município de Aracaju (Parte 1/2)

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Cadastro de canais do município de Aracaju (Parte 1/2)

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Figura 10.2 – Cadastro de canais do município de Aracaju (Parte 2/2)

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Cadastro de canais do município de Aracaju (Parte 2/2)

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Figura 11 - Pontos críticos de alagamentos em Aracaju (EMURB, 2011)

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alagamentos em Aracaju (EMURB, 2011)

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Figura 11.1 – Legenda de identificação dos pontos críticos de alagamentos em Aracaju (EMURB, 2011)

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Legenda de identificação dos pontos críticos de alagamentos em

Legenda de identificação dos pontos críticos de alagamentos em

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Figura 12 – Projeto de Macrodrenagem para a Zona de Expansão de Aracaju (E

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Projeto de Macrodrenagem para a Zona de Expansão de Aracaju (E

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Projeto de Macrodrenagem para a Zona de Expansão de Aracaju (EMURB/2010)

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3.6.4. Resíduos sólidos

A região metropolitana de Aracaju tem apresentado ao longo dos anos problemas relacionados a gestão de resíduos sólidos, agravados pela inexistência de um aterro sanitário adequado, predominando os chamados “lixões”, que trazem consigo uma série de impactos ao meio ambiente, recursos hídricos e danos à saúde das populações. Conforme o Plano Estadual de Regionalização da Gestão dos Resíduos Sólidos de Sergipe, realizado em 2009 por meio de oficinas territoriais, os municípios de Aracaju, São Cristóvão, Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora do Socorro, apresentam-se da seguinte forma com relação aos “lixões”:

Tabela 8 – Quantidade de lixões nos municípios da Grande Aracaju

Município Lixão

Sede Povoados Desativado

Aracaju 1 - 1

Barra dos Coqueiros - - -

São Cristóvão 1 - -

N.S.do Socorro 1 - 2

Os debates ocorridos durante a elaboração do Plano citado para a região metropolitana, centraram-se nas questões principais:

- Localização ideal para o aterro metropolitano de Aracaju;

- Insipiência ou ausência de coleta seletiva;

- Resíduos industriais;

- Remediação de lixões desativados;

- Resíduos de serviços de saúde;

- Falta de recursos financeiros de alguns municípios.

A gestão dos resíduos sólidos na capital é realizada pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (EMSURB). A EMSURB foi regularmente autorizada a constituir-se pela Lei Municipal nº. 1.659 e 1.668 de 26/12/1990 e teve seus estatutos aprovados pelo Decreto nº. 56 de 18/03/1991. Constituída enquanto pessoa jurídica de direito privado é uma empresa pública, integralmente pertencente ao Município de Aracaju. A receita da EMSURB é originária da Prefeitura Municipal de Aracaju, que é utilizada na produção de bens e serviços.

A EMSURB tem como atribuições: Administrar e gerenciar espaços públicos pertencentes à municipalidade; e Planejar, coordenar e executar atividades referentes aos serviços de limpeza pública. Segundo a EMSURB, a produção de resíduos média em Aracaju tem a seguinte configuração:

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- Produção diária de resíduos domiciliares: 450 ton/dia

- Produção diária de entulho: 435 ton/dia

- Média per capita domiciliar: 800g/hab/dia

As coletas são realizadas em três setores em Aracaju: coleta domiciliar noturna, que abrange a região do Centro e entorno; coleta domiciliar diurna (segundas, quartas e sextas) nas região norte e zona de expansão da capital e coleta diurna (terças, quintas e sábados) na porção sul. A Figura 13 apresenta a localização dos setores citados. Desta forma, Aracaju apresenta uma cobertura de 100% na coleta de resíduos domiciliares.

A coleta seletiva em Aracaju é realizada de duas formas:

- De porta em porta: esta coleta atende 26 localidades entre bairros e conjuntos residenciais, totalizando aproximadamente 22.000 domicílios;

- Pontos de entregas voluntárias (PEV): 10 pontos

Atualmente a coleta seletiva abrange cerca de 30% da área do município, totalizando uma produção média de mensal de 120 toneladas. A coleta é realizada pelo município em parceria com a Cooperativa de Catadores (CARE). Na Figura 14 pode ser observada a distribuição da coleta seletiva no município de Aracaju.

A coleta de deposições irregulares, tais como resíduos da construção e demolição, resíduos domiciliares e volumosos. A coleta é executada regularmente através de 03 equipes e pontos de entrega com acondicionamento em contêineres de 5 e 30 m³ para posterior recolhimento. Esta coleta tem freqüência semanal, com produção média mensal de 11.000 toneladas. Atualmente estão cadastrados mais de 300 pontos de descarte, com 22 contêineres com volume de 30 m³ e 35 de 5 m³.

Os resíduos de serviços de saúde em Aracaju são de responsabilidade do próprio gerador, cabendo a EMSURB apenas recolher dos Postos de Saúde do Município. Os resíduos são disponibilizados na Vala Séptica do Aterro Controlado do Bairro Santa Maria. Em média, anualmente são descartadas cerca de 1.200 toneladas de resíduos deste tipo por serviços privados de saúde e aproximadamente 90 toneladas pela EMSURB.

Anualmente, são depositados no aterro controlado do Bairro Santa Maria cerca de 340 mil toneladas de resíduos. Os resíduos disponibilizados no aterro são pesados na balança localizada na entrada e são encaminhados para células, de acordo com a tipologia dos resíduos. O aterro em funcionamento não possui base impermeabilizada e não promove o tratamento do lixiviado nem dos gases.

A proposta de melhorias para a gestão de resíduos sólidos na região metropolitana passa pelo seguinte:

- Proposta para o Aterro Sanitário Metropolitano, que através de consórcio, atenderá as cidades de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros.;

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- Implantação de 22 Ecopontos na cidade de Aracaju para o recebimento de resíduos da construção civil;

- Implantação do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;

- Implantação do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção e Demolição;

- Ampliação da Coleta Seletiva;

- Tratamento dos Resíduos Sólidos de Saúde por meio de autoclavagem;

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Figura 13 - Setores de coleta de resíduos domiciliares em Aracaju (EMSURB, 2010)

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Setores de coleta de resíduos domiciliares em Aracaju (EMSURB, 2010)

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Figura 14 – Coleta seletiva no município de Aracaju (EMSURB, 2010)

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A Tabela 9 apresenta as quantidades de resíduos sólidos produzidos na RMA, considerando dados do IBGE(2007) (SERGIPE, 2010). Observa-se que e que a média de produção de resíduos sólidos por habitante por dia na RMA é de 800 gramas, totalizando aproximadamente 646 toneladas de resíduos produzidos por dia. A informação do IBGE quanto a Aracaju diverge daquela obtida junto a EMSURB, uma vez que a produção per capta seria de 900 g/hab/dia. Aracaju responde por 72% deste total, seguido por Nossa Senhora do Socorro com 17%. Em todos os municípios, a gestão dos resíduos sólidos é responsabilidade das prefeituras, sendo que os serviços relacionados são terceirizados. A coleta é diária em todos os municípios.

Tabela 9 – Produção de resíduos sólidos na RMA (IBGE, 2007)

Município População

Urbana Per Capita Geração

IBGE (2007) (kg/hab./dia) T/dia

Aracaju 520303 0,9 468,27

Barra dos Coqueiros 16136 0,6 9,68

Nossa Senhora do Socorro 145005 0,8 116,00

São Cristóvão 65359 0,8 52,29

TOTAL/media 746803 0,8 646,24

Fonte: IBGE

A Tabela 10 apresenta a destinação dos resíduos domésticos produzidos pela população residente na RMA. Observa-se que 83,6% dos resíduos produzidos são coletados pelos sistemas municipais de coleta domiciliar. No entanto ainda há grandes quantidades de resíduos com destinação inadequada, principalmente depositados em terrenos baldios ou logradouros.

Tabela 10 – Destinação de resíduos sólidos domésticos na RMA (IBGE, 2007)

Município

Coletado

Coletado (%)

Destinação Inadequada

Serviço Inadequa

do (%)

Queimado

(na propried

ade) (hab.)

Enterrado

(na propried

ade) (hab.)

Jogado em

terreno baldio ou logradou

ro (hab.)

Jogado em rio, lago ou

mar (hab.)

Outro destino (hab.)

Por Serviço

de Limpeza

(hab.)

Por Caçamb

a de Serviço

de Limpeza

(hab.)

Aracaju 41.7351 23.567 95,53% 5.645 1.044 6.899 4.75 300 4,04%

Barra dos Coqueiros 13.096 809 91,62% 502 27 518 170 36 8,26%

Nossa Senhora

do Socorro 95.453 7.769 78,63% 7.725 944 14.856 2.653 558 20,37%

São Cristóvão 40.553 2.743 68,60% 8.447 1.005 8.838 844 215 30,66%

TOTAL 190.837 34.888 83,60% 22.319 3.020 31.111 8.417 1.109 15,83%

Fonte: IBGE - 2000

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Observa-se ainda na RMA a predominância dos “lixões” como destino final dos resíduos coletados. Tal fato é fonte de preocupação constante dos órgãos ambientais locais, em virtude da precariedade do controle da poluição proveniente desses locais, afetando de forma direta os recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Destaca-se o depósito da Terra Dura, que recebe os resíduos das cidades de Aracaju, São Cristóvão e Barra dos Coqueiros. O material depositado permanece a céu aberto, onde há grande presença de catadores e animais, caracterizando-se o potencial muito alto de contaminação nas áreas próximas, pois há córregos que recebem a drenagem da área. Recentemente observa-se uma busca de articulação entre municípios para o estabelecimento de consórcios com a finalidade de definição de uma área adequada para implantação de aterro sanitário compartilhado.

3.7. Aspectos legais e institucionais

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Aracaju (PDDUA) foi instituído pela Lei Complementar 042/2000 e constitui-se no instrumento estratégico da Política de Desenvolvimento Urbano, que orienta a ação dos agentes públicos e privados, na produção e gestão do espaço urbano do município. O PDDUA encontra-se atualmente em revisão, tendo passado por diversas plenárias de discussão e nesta etapa tramita na Câmara de Vereadores de Aracaju para discussão e posterior aprovação. Segundo estabelece o Art. 3, o PDDUA deve entre outros objetivos:

“III - Estabelecer mecanismos para atuação conjunta dos setores públicos e privados em empreendimentos de interesse público que promovam transformações urbanísticas na cidade, especialmente relativas a transporte coletivo, política habitacional, abastecimento d’água, tratamento de esgotos, destinação final do lixo, sistemas de educação e saúde;”.

“XVI - preservar e proteger o meio ambiente natural dentro do território do município, observando-se sempre o que dispuser a legislação federal, estadual e municipal, priorizando a implantação da Agenda 21 local, com ênfase, no desenvolvimento auto-sustentável;”

“XX - promover e consolidar a imagem turística de Aracaju, dentro da concepção de cidade saudável, mediante a valorização de seus atributos, a saber:...

...b) presença da água na paisagem urbana, promovendo a despoluição das águas dos mangues e dos rios e a balneabilidade das praias;”

Assim, o PDDUA prevê em seus objetivos, ações que podem minimizar os impactos que a urbanização tenha sobre o meio ambiente, especialmente sobre os recursos hídricos, no entanto carece de regulamentações na forma de planos setoriais. Para atingir os seus objetivos o plano define como diretrizes relacionadas:

“VII - Definir áreas que deverão ser objeto de tratamento especial em função de condições de fragilidade ambiental, do valor paisagístico, histórico-cultural e de interesse social;

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VIII - Definir diretrizes para o desenvolvimento ambiental das áreas de preservação e de proteção, incluindo-se paisagens notáveis, parques, praças e similares;”

O plano estabelece ainda as Áreas de Preservação e de Proteção:

“Art. 24 - Consideram-se áreas de preservação, para os efeitos desta lei, aquelas destinadas à preservação dos ecossistemas naturais do município.

I - preservação da vegetação nativa e ao equilíbrio do sistema de drenagem natural;

II - preservação da diversidade das espécies;

III - refúgio da fauna e proteção dos cursos d’água;

IV - resguardo de áreas de riscos geodinâmicos e geotécnicos.

§ 2º - Para fins desta lei, consideram-se áreas de preservação de que trata o “caput” deste artigo:

I - mangues;

II – dunas acima de 10,00m;

III - cursos d’água, mananciais subterrâneos e lacustres, e lagoas reservadas para drenagem pluvial;

IV - talvegues;

V - encostas com ângulo superior a 30% de inclinação;

VI - outras previstas em lei.

Art. 25 - As áreas de preservação, nos termos desta lei, são áreas não parceláveis e “non- aedificandi”, sendo vedado o corte ou retirada de vegetação natural existente.”

:

“Art. 28 - As Áreas de Proteção classificam-se em:

I - parques ecológicos;

II - faixas circundantes às dunas isoladas com mais de 10m (dez metros), aos mangues e às lagoas interdunares, bem como aquelas ao longo dos cursos d’água;

III - áreas de risco;

IV - lagoas interdunares, indicadas no Anexo V;

V - paisagens notáveis.”

Além das áreas de preservação e proteção, o PDDUA estabelece as lagoas de drenagem como linhas básicas do sistema de macrodrenagem da Zona de Expansão Urbana da cidade e define a presença de faixas circundantes as estas.

Com relação à impermeabilização dos solos na zona urbana, o PDDUA mostra-se incipiente no controle tendo como meta a minimização das inundações urbanas, pois estabelece o valor mínimo de permeabilidade do solo em 5%, apesar de estimular uma redução da ocupação por incentivo fiscal:

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“Art. 169 - Será obrigatória a manutenção de uma taxa mínima de permeabilidade do lote igual a 5% (cinco por cento) de sua área, à exceção da ZAP-1 onde é isenta.

Art. 170 – Se a taxa de ocupação não ultrapassar a 30% (trinta por cento) da área do lote, o proprietário terá redução de 50% (cinqüenta por cento), sobre o valor da taxa de alvará de construção.”

No parcelamento do solo, os loteamentos devem doar ao Município 35% de área, sendo 15% para manutenção como área verde:

“Art. 191 Somente serão aprovados os Loteamentos acima de 40.000,00m2 que reservarem para doação ao Poder Público Municipal, 35% (trinta por cento) no mínimo, da área total a ser parcelada, dos quais 15% (quinze por cento) serão destinados a áreas verdes e destes 1/3 (um terço) poderão ser utilizados para equipamentos comunitários de uso público, e os 20% (vinte por cento) restantes, destinados à ruas, passeios e urbanização.”

Os demais municípios da RMA possuem Planos Diretores similares, que abordam a proteção a áreas frágeis ambientalmente, com destaque para o Plano de São Cristóvão, recentemente aprovado (Lei Municipal 44/2009) que apresenta em seu texto citações sobre os sistemas de abastecimento e tratamento de esgotos e a política de resíduos sólidos a ser realizada de forma integrada com os municípios da Grande Aracaju:

“Art. 15. Constituem diretrizes da Política Municipal de Meio Ambiente:

I – promover o uso sustentável dos recursos naturais;....

:

:

§ 2° A Agenda 21 Local deve dispor sobre:

I – o uso racional da água, aí compreendidos:

a) o sistema municipal de abastecimento de água e a responsabilidade das concessionárias do serviço;

b) o sistema municipal de tratamento de esgotos e estratégia para implantação de estações de tratamento;

c) a preservação e recuperação dos recursos hídricos existentes, em especial os rios Poxim e Paramopama, as fontes de água mineral e as áreas de proteção de mananciais;

d) o controle de poluição das águas;

II – o manejo de resíduos sólidos, aí compreendidos:

a) a política municipal de limpeza urbana, coleta e deposição de resíduos;

b) a implantação gradativa de coleta seletiva de resíduos sólidos;

c) a eliminação de prática de queima de resíduos;

d) a articulação com municípios da Grande Aracaju para implantação do aterro sanitário por meio de consórcio intermunicipal;

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III – a drenagem urbana;”

Observa-se que os Planos Diretores em vigor nos municípios da RMA possuem elementos disciplinadores do uso do solo que valorizam as características particulares de cada local e buscam dispor o poder público de mecanismos ágeis de proteção ao meio ambiente, no entanto ainda carecem de considerar de forma mais direta as conseqüências da impermeabilização do solo sobre a drenagem urbana, carecendo de planos setoriais específicos e regulamentações de controle efetivo do impacto da urbanização no balanço hídrico das bacias hidrográficas.

4. GESTÃO INTEGRADA DAS ÁGUAS URBANAS EM ARACAJU

4.1. Diagnóstico Qualitativo

O estudo de implementação do diagnóstico visando a definição da GIAU em Aracaju seguiu a metodologia apresentada no documento Tucci, C. and Porto, M., Integrated Urban Water Management – Latin America and the Caribbean Case Studies, draft, June 2010. Esta metodologia pode ser sintetizada na por meio da Figura 15:

Figura 15 – Metodologia para desenvolvimento de GIAU em Aracaju

A etapa de ACORDOS foi realiza no mês de agosto de 2010 por meio de uma missão do Banco Mundial composta por Thadeu Abicalil, líder da equipe do projeto Águas de Sergipe, e pelos consultores Carlos Tucci e Monica Porto, responsáveis pelos estudos e desenvolvimento de metodologia para a gestão integrada de águas urbanas, se reuniu com a Secretaria de Meio Ambiente e

Reuniões

participativas

Identificação e discussão participativa

das ações

Caracterização dos sistemas urbanos

Avaliação dos principais problemas relativos a águas

urbanas Detalhamento do Plano de Águas

Urbanas

Versão final do Plano Estratégico

Detalhamento do diagnóstico

Equipe local

Treinamento em GIAU

ACORDO

Plano estratégico prieliminar

DIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIA PRELIMINAR

ATUALIZAÇÃO DO

DIAGNÓSTICO E PLANO

ESTRATÉGICO

Detalhamento do Plano Estrtégico

Definição da Estratégia de Implantação

PLANO ESTRATÉGICO

Implantação do Plano Estratégico

Monitoramento e acompanhamento dos resultados

IMPLEMENTAÇÃO E

MONITORAMENTO

0 1 2 18 60 4

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dos Recursos Hídricos de Sergipe e com a Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal de Aracaju.

No primeiro dia da missão, houve uma reunião com representantes técnicos de SEMARH, SEPLAN/PMA, SEINFRA, SEAGRI, ADEMA, ASMANE, CONDEMA, CREA-SE, DER, DESO, EMSURB, EMURB, IBAMA, ITPS, PETROBRAS, PRONESE entidades com interesse em Gestão Integrada de Águas Urbanas em Sergipe. Nesta reunião os consultores do Banco Mundial apresentaram os conceitos de Gestão Integrada de Águas Urbanas e o projeto em desenvolvimento pelo Banco na América Latina onde Aracaju foi escolhida como estudo de caso, com suas diferentes etapas. Foi apresentada e discutida a proposta de trabalho do Banco Mundial para o desenvolvimento do estudo de caso para Aracaju e sua área metropolitana, identificados os atores a serem convidados para participar do processo de preparação de um diagnóstico e estratégia para a Gestão Integrada de Águas Urbanas da Região Metropolitana de Aracaju.

No segundo dia desenvolveu-se uma reunião de nível decisório envolvendo a SEMARH e a SEPLAN/PMA. O Secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos abriu a reunião destacando os problemas de águas urbanas de Aracaju e a relevância da atividade a ser desenvolvida sobre Gestão Integrada de Águas Urbanas. Ressaltou ainda a importância do trabalho conjunto e a necessidade da gestão integrada urbana em Aracaju.

O representante do Banco Mundial Marcos Tadeu Abicail apresentou um resumo da importância do projeto e sua relação com o empréstimo proposto para financiar o projeto "Águas de Sergipe". Ressaltou ainda que esta dinâmica e o documento final permitirão fornecer subsídios para uma gestão integrada e eficiente de longo prazo para a cidade e o Banco Mundial terá como beneficio o resultado da experiência e sua disseminação. Os consultores fizerem uma apresentação sobre os principais temas envolvidos, os conceitos e a metodologia de abordagem e de desenvolvimento do estudo de caso para Aracaju. Foram acordados ainda um cronograma para as etapas seguintes e designados representantes da SEMARH e SEPLAN para compor o grupo local de trabalho. As etapas seguintes foram assim definidas:

1 - Workshop para seleção dos principais problemas, relações causa-efeito e primeiras estratégias envolvendo os atores locais e os consultores do Banco Mundial;

2 - Atividades locais para aprimoramento da análise preliminar e preparação do diagnóstico com os atores locais;

3 - Revisão e consolidação do Diagnóstico, destaque das linhas principais de estratégias e capacitação com os atores locais e consultores do Banco Mundial;

4 - Preparação da versão final do documento de Avaliação e Estratégia pelos atores locais, principalmente destacando as estratégias. Atividade desenvolvida pelos atores locais;

5 - Validação final do documento pelos atores locais e equipe de consultores do Banco Mundial

A etapa de Diagnóstico e Estratégia Preliminar teve seu início com a realização de um Workshop nos dias 13 e 14 de setembro de 2010. O

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evento contou com a abertura do Secretário de Meio Ambiente. Na parte da manhã foram apresentados, pelo consultor do Banco Mundial Carlos Tucci, os conceitos de gestão integrada, o projeto do Banco e estudos de casos. No período da tarde, cerca de 35 representantes de várias entidades, incluindo sociedade civil, trabalharam nas matrizes de problemas. No dia seguinte cada um dos quatro grupos apresentou os resultados de sua discussão. Na sequência os grupos prepararam uma planilha com: problema identificado, causa, estratégia e metas a serem atingidas. Ainda pela manhã os grupos apresentaram os resultados. No início da tarde com a presença do Secretário de Meio Ambiente e do Secretário do Município foram apresentados os resultados e discutidas os encaminhamentos. Os secretários manifestaram o sucesso do evento e o encerraram.

O anexo II mostra todas as matrizes preenchidas pelos 4 grupos de trabalho durante o workshop. O anexo III contém as listas de presença assinadas pelos participantes.

A tabela xx resume as informações priorizadas pelos grupos ao fim do trabalho de dois dias. A seguir são discutidos de forma resumida os principais pontos citados.

Planejamento Urbano: os grupos informaram em sua maioria que o crescimento urbano desordenado constitui-se no problema de maior gravidade relacionado às águas urbanas. Um aspecto de destaque está relacionado à não institucionalização da Região Metropolitana de Aracaju, a qual não é reconhecida ainda pelo IBGE, por exemplo. Segundo as discussões, esta falha contribui de forma significativa para a falta de ações integradas entre os municípios constituintes da RMA no intuito de gestão dos serviços urbanos e planejamento conjunto do uso do solo em seus limites. Outro ponto citado foi a inexistência de um Plano Municipal de Saneamento bem como planos setoriais atualizados que sejam componentes técnicos complementares do PDDU. As estratégias inicialmente propostas passam pela regulamentação dos PDDUs com elaboração e atualização de planos setoriais bem como a articulação intermunicipal no intuito da institucionalização oficial da Região Metropolitana de Aracaju.

Abastecimento: a baixa eficiência dos sistemas de abastecimento existentes nos municípios foi apontada mais vezes pelos grupos de trabalho como o principal problema relacionado ao abastecimento de água. As causas foram muitas, no entanto a maioria dos representantes nos grupos citou a falta de investimentos como fator primordial, acompanhado pela ausência de mananciais locais adequados. A despeito dos investimentos recentes em obras de melhoria da condição de abastecimento da população da RMA realizados pela empresa de saneamento local (DESO) os grupos sugerem com estratégias para o atingimento das metas a busca de

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recursos externos, proteção de mananciais e atualização de planos de saneamento.

Esgotamento sanitário: indubitavelmente a baixa cobertura efetiva do tratamento de esgotos domésticos foi apontada pela maioria como o principal problema relacionado ao esgotamento sanitário. As causas passam pela falta de investimentos no setor, falta de vontade política, plano defasado e deficiências nas conexões domiciliares às redes implantadas. Tal realidade foi citada como principal fator relacionado à degradação da qualidade das águas dos corpos hídricos locais. Para chegar ás metas de cobertura total das áreas urbanas com coleta e tratamento adequado de efluentes domésticos, os grupos apontam como estratégias iniciais a busca de investimentos, fiscalização e orientação da população quanto a importância das ligações domiciliares corretas, alterações em leis e atualização dos planos de saneamento.

Drenagem: o principal problema relacionado à drenagem foi a ocorrência de inundações urbanas, principalmente na chamada Zona de Expansão do município de Aracaju. As causas para a ocorrência destes alagamentos, segundo a opinião dos grupos, estão relacionadas principalmente ao crescimento desordenado das cidades com a excessiva impermeabilização do solo aliado à falta de planejamento por bacia e baixa priorização de investimentos em obras e manutenção. As estratégias propostas centram-se no aumento da fiscalização ao cumprimento do PDDU, elaboração de um Plano de Drenagem Urbana com levantamento de áreas de risco e captação de recursos financeiros externos para investimentos.

Resíduos sólidos e sedimentos: a disposição dos resíduos sólidos na RMA não é adequada, gerando inúmeros impactos ambientais e consequentemente aos recursos hídricos, principalmente pela não existência de um aterro sanitário licenciado que receba os resíduos gerados nos municípios componentes. A carência de mecanismos legais e institucionais regulamentados também foi citada como causa para os problemas relacionados a resíduos sólidos e sedimentos. Os grupos alertaram para a falta de consciência ambiental da população e de uma política forte de incentivo à reciclagem dos resíduos. A produção de sedimentos foi associada ao desmatamento do solo, falta de fiscalização de obras e ocupações irregulares em áreas de risco. Como estratégias para o atingimento das metas estabelecidas, os grupos priorizaram a integração entre os municípios da RMA para investimentos na implantação e gestão do aterro sanitário, aumento da fiscalização e valorização ambiental, por meio de educação e manutenção das áreas de proteção.

Institucional: o principal problema citado mais vezes pelos grupos foi a baixa capacidade de intervenção das instituições responsáveis por gerir aspectos relacionados à gestão das águas urbanas na RMA. Como causas, foram citadas a falta de integração entre as secretarias dentro do município

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e entre municípios; a ausência de regulamentação e planejamento de ações conjuntas além da carência de investimentos em todas as esferas da administração. As principais estratégias relacionadas o incentivo a integração de ações; a criação de secretarias municipais de meio ambiente e investimentos em treinamento de pessoal e elaboração de planos regulamentados.

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ITEM PROBLEMAS CAUSAS CONSEQUÊNCIAS ESTRATÉGIAS METAS

Planejamento Urbano

Crescimento desordenado das cidades

Falta de fiscalização; Falta de politicas habitacionais para baixa renda; Indefinição da região Metropolitana de Aracaju; Pressão imobiliária; Ausência de Plano Muncipal de Saneamento

Alagamentos; Aterros irregulares; Impermeabilização excessiva; Desmatamento; Assoreamento de mananciais; Desagregação das escostas; Contaminação de mananciais superficiais e subterrâneos.

Atualização, regulamentação e aplicação do Plano Diretor; Aprimorar e ampliar a política de habitação popular; Gestão integrada dos órgão públicos; Estabelecimento de critérios, cadastros de ocupações irregulares e aumento no numero de ficais; Promover a articulação entre gestores municipais da RMA; Criação do Plano Municipal de Saneamento

Minimização da ocupação irregular; RMA instituída oficialmente; Plano Municipal de Saneamento implementado; Fiscalização eficiente

Abastecimento Ineficiência no sistema de abastecimento

Baixo investimento em controle e obras; Operação do sistema deficiente; Mananciais degradados; Carência de Planos de Saneamento atuais; Falta de campanhas educacionais

Perdas de água na rede; Aumento da tarifa; Contaminação da água por esgoto; Falta de manutenção de estações de tratamento; Falta de abastecimento em algumas áreas; Menor oferta de água; Alternativas caras de fornecimento

Realização de diagnósticos dos sistemas de abastecimento; Programas de controle de perdas; Captação de recursos externos e investimento; Compensação aos proprietarios de áreas de manaciais; Reflorestamento de nascentes; Elaboração de planos de saneamento

Fornecer água em quantidade e qualidade adequada com tarifa mínima; Mananciais protegidos; Planejamento adequado

Esgotamento Sanitário

Atendimento do sistema de esgotamento sanitário insuficiente e ineficiente

Falta de investimentos; Falta de exigência legal à conexão domiciliar; Falta de orientação técnica; Falta de vontade politica; Falta de um Plano de Saneamento atual; Ausencia de um Enquadramento de corpos hídricos atualizado

Contaminação dos mananciais superficiais e subterrâneos; Aumento da incidência de doenças de veiculação hídrica; Redução da balneabilidade das praias; Surgimento de ambientes urbanos insalubres

Captação externa de recursos para investimentos em redes e ETEs; Criação de legislação específica para que o usuário interligue a sua rede doméstica à pública; Elaboração e execução de programas de orientação técnica e conscientização à população; Elaboração de planos de saneamento; Estabelecer subsidios ao tratamento de esgotos para baixa renda.

Cobertura total do espaço urbano com sistema de esgotamento adequado; Planejamento definido; Balneabilidade mantida

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ITEM PROBLEMAS CAUSAS CONSEQUÊNCIAS ESTRATÉGIAS METAS

Drenagem Inundações em áreas urbanas

Impermeabilização excessiva do solo; Falta de prioridade para drenagem urbana; Manutenção deficiente; Ausência de planejamento para bacias; Falta de consciência ambiental da população; Sistemas mistos; Ocupação de áreas de risco; Aterros de áreas de armazenamento; Baixa capacidade de investimentos

Redução da capacidade de infiltração do solo; Assoreamento e obstrução do sistema por resíduos sólidos; Prejuízos financeiros à população; Danos à saúde e a vida;

Fiscalização ao cumprimento do Plano Diretor; Elaboração do Plano Diretor de Drenagem Urbana; Aumento da capacidade de investimentos; Levantamento de áreas de risco e retirada de casas; Programas contínuos de educação ambiental; Priorização de ações por parte dos governantes; incentivo ao reuso das águas pluviais; Revitailização de canais e dragagem.

Minimizar a frequência dos alagamentos; Dispor de um planejamento por bacia; Canais naturais valorizados

Resíduos sólidos e Sedimentos

Disposição inadequada dos residuos solidos e erosão excessiva

Falta de um local adequado para a disposição final; Ausência de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos; Falta de regulamentação da Politica Estadual de Residuos Sólidos; Falta de uma politica de recliclagem; Falta de consciência ambiental da população; Deficiências na coleta; Desmatamento; Desarticulação entre os municipios; Inexistência de uma programação de dragagem de canais

Lixo em locais inadequados; Presença de catadores nos lixões; Disseminação de doenças; Contaminação de mananciais e obstrução da drenagem; Retirada de areia dos rios irregularmente

Definicão de local adequado para disposição final; Estabelecimento de consórcios; Implantação da coleta seletiva; Implantação de usina de reciclagem; Campanhas de educação ambiental; Fiscalização efetiva nos locais de despejo de resíduos com aplicação de multas; Manutenção das áreas vegetadas em APP e RL.

Gestão adequada dos resíduos sólidos; Geração de renda com reciclagem; redução da carga de sedimentos

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Institucional Baixa capacidade de intervenção das instituições

Serviços fragmentados na gestão hídrica; Falta de investimentos; Falta de regulamentação; Desconhecimento de competências; Deficiência técnica; Falta de planejamento e monitoramento de ações; Inexistencia de órgão municipal de meio ambiente; Inexistência de agencia reguladora dos serviços; Cultura institucional

Instituições ineficientes; Gestão das águas urbanas inadequada; Impactos transferidos para jusante; Retrabalhos; Dificuldade na aquisição de recursos para investimentos;

Implantação de secretarias de meio ambiente municipais; Treinamento de pessoal; Desenvolvimento de estudos diagnóstico; Desenvolvimento de planos setoriais integrados; Estimulo ao trabalho em equipe; Regulamentação da gestão integrada

Gestão integrada das águas urbanas

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