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Gestão Hospitalar
Kátia de Lima Passos Ferreira
Residente de Administração do Hospital Universitário
da UFJF – HU/UFJF
O QUE É GESTÃO, afinal?
- Aurélio(do lat. Gestione) = Ato de gerir; gerência, administração
- Em saúde = Gerir, gerenciar, cuidar
De acordo com Chiavenato, cada gestor – seja ele, um diretor, gerente, chefe ou supervisor –
desempenha as quatro funções administrativas que constituem o processo administrativo:
PLANEJAR ORGANIZAR DIRIGIR CONTROLAR
Estrutura de gestão:- Planejamento- Organização- Execução
Esferas de abrangência:- Legal- Ética- Política- Financeira- Administrativa- Operacional
• Segundo Drucker (2002), existem 3 tarefas de igual importância que as instituições devem cuidar para que se tornem capazes de funcionar e de dar a sua contribuição para a sociedade, em todos os níveis:
1 2
3
1 - Atingir a finalidade e a missão específicas da instituição.
2 - Tornar o trabalho produtivo e transformá-lo em realizador.
3 - Administrar os impactos e as responsabilidades sociais.
Premissas de Gestão• Habilidade de analisar, refletir, avaliar de forma crítica e
sistemática sobre o contexto social, político e econômico, bem como sobre o contexto organizacional – cultura, crença, tecnologia, dentre outros.
• Habilidade de visualizar o contexto hospitalar em toda sua amplitude: visão holística
• Habilidade de considerar diferentes cenários futuros e suas implicações com as metas da organização: visão de futuro
• Habilidade de lidar eficientemente com situações em processo de (re)definição, monitorando e avaliando os riscos das posições adotadas nas respectivas situações
• Habilidade de ouvir, captar informações relevantes, compreendê-las e repassá-las adequadamente, verificando o entendimento – feedback: Comunicação e expressão
• Habilidade de desenvolver, acompanhar, avaliar, redimensionar processos e procedimentos de trabalho, incluindo requisitos e padrões de operação, de desempenho e de resultados: padronização e normatização
• Habilidade de apontar direcionamentos, de elaborar planejamentos aliados à capacidade de implementação, utilizando de forma otimizada os recursos, em consonância com o planejamento estratégico, dos parâmetros de qualidade e dos resultados previstos pela instituição: Sentido de administração
• Habilidade de formar, dar suporte, delegar, estimular-motivar, avaliar e recompensar a equipe de trabalho: Condução de equipe
GestãoEstamos necessitando de um tipo de ser humano diferente, capaz de viver em um mundo de eterna mudança, educado para sentir-se à vontade com a mudança de situações, sem conhecimento prévio. A sociedade que puder produzir essas pessoas sobreviverá, as que não puderem, morrerão.
Maslow (2000)
A Gestão Hospitalar, assim como em outros segmentos, vem passando por constantes mudanças e caracteriza-se por envolver a união de recursos humanos e procedimentos muito diversificados.
Gestão Estratégica• A gestão estratégica busca colocar em
evidência soluções e escolher dentre elas aquelas que permitem um maior ganho coletivo ao favorecer o compartilhamento de recursos.
• A gestão estratégica está inserida numa organização que procura definir qual a melhor maneira (estratégia) de se atingir um objetivo.
Áreas de atuação da Gestão Estratégica na
• Planejamento, organização e gerenciamento de hospitais, clínicas médicas, laboratórios de análises clínicas, policlínicas, casas de repouso, farmácias, ou seja, qualquer estabelecimento de serviços de saúde.
• Estabelecimentos públicos ou privados.
Gestão Hospitalar Especificidades da Gestão Hospitalar
• Perfis do mercado e do cliente• É uma das estruturas organizacionais mais
complexas que existe.
“O gerenciamento na área de saúde é mais complexo do que em qualquer outro tipo de organização”
Peter Drucker (2002)
Algumas atividades/responsabilidades de um Gestor
• Administração de recursos humanos, técnicos e financeiros (gestão de pessoas, materiais e equipamentos);
• Direção e coordenação das atividades de um hospital (público ou privado);
• Organização e controle do sistema de compras e dos custos;
• Gerenciamento das áreas de apoio e logística hospitalar;
• Supervisão do dia-a-dia do hospital (questões burocráticas e administrativas);
• Supervisão de contratos e convênios; • Diagnóstico de problemas e busca de suas
soluções;• Trabalhar para manter a infra-estrutura;• Planejar as manutenções preventivas dos
equipamentos;
• Planejar o controle dos estoques de materiais, a limpeza e até a destinação dos resíduos hospitalares;
• Possibilidade de agir em campanhas de saúde para o controle de epidemias;
• Determinar o melhor uso para o espaço físico;
• Definir o número de médicos, enfermeiros e especialidades que o local poderá atender.
Mercado de trabalho
• Em todo o país, mas principalmente nas regiões Sudeste e Sul.
• Locais de maior demanda: hospitais, laboratórios de análises clínicas, policlínicas e casas de saúde para idosos.
• São contratados (economista e administrador), para atuarem junto à gerência / administração.
• Para tecnólogos, há uma boa perspectiva nas empresas de seguro hospitalar, que vêm procurando esse profissional para atuar na venda dos planos.
Um bom gestor hospitalar é indispensável para a Medicina
“É nos hospitais e clínicas que as pessoas procuram a cura de suas vidas. Sem eles, uma cidade não funciona, não há como sustentar a vida saudável e o desenvolvimento de uma localidade. Mas as instituições hospitalares não funcionam sozinhas. É preciso alguém que gerencie os procedimentos, os funcionários, os horários, os equipamentos e estoques.”
Esta pessoa é o gestor hospitalar, que trabalha em prol da evolução do sistema de saúde e das novas funções e papéis do hospital.
Perfil do profissional
• Possuir conhecimentos na área de políticas públicas de saúde e administração.
• Para o bom desempenho de suas funções, deve ter habilidades como criatividade e ser proativo.
• É uma profissão que exige dedicação, iniciativa, relacionamento interpessoal, liderança e raciocínio crítico.
Sobre a temática hospitalar• É por demais conhecida e identificada uma crise no
Sistema de Saúde Brasileiro expressa por ineficiência, ineficácia e pela inadequação desse às necessidades de saúde demandadas;
• Uma gestão bem feita auxilia na redução e/ou extinção desses problemas;
INSERÇÃO DOS HOSPITAIS NESTE CONTEXTO
• O hospital, mais do que uma ‘empresa’ que precisa sobreviver no mercado, deverá estar comprometido com a efetivação da política de saúde global como parte de um complexo jogo de interesses econômicos, culturais, políticos, entre outros;
• Esta outra ‘razão de ser’ do hospital, e em particular do ‘público’, apresenta o desafio de ter que lidar com temas como a universalidade e a qualidade do atendimento para cidadãos no exercício de seus direitos;
• Trata-se, então, de um novo lugar do hospital no sistema de saúde e não no mercado.
Refletindo …. Quando nos detemos em problematizar determinado setor do
hospital, em particular alguma unidade assistencial (um pronto-atendimento por exemplo), damo-nos conta do quão complexos são os seus mecanismos de gestão.
Ficamos, muitas vezes, com a sensação de uma orquestra funcionando sem um regente.
Apesar de tudo, constatamos que, afinal, ‘a coisa funciona’, isto é, a atenção é realizada, o hospital mantém-se com as portas abertas.
• Se a gestão de uma unidade já é difícil, imagine de vários serviços ou unidades de forma integrada;
• Na maioria dos hospitais, encontra-se facilmente problemas gerenciais, os quais resultam em diversos problemas para a direção geral;
• A total falta de gestão reflete a impossibilidade de realizar o cuidado devido à interdependência dos serviços -> gestão do serviço em si e de suas interações com os demais serviços.
A Efetividade/Eficiência/Eficácia de um Hospital serão alcançadas com o emprego de:
- tecnologia organizacional;- recursos e instrumentos de uma administração moderna, inovadora;- com o emprego de instrumentos eficazes;- e com profissionais preparados.
Eficiência = fazer certo as coisas => ProcessosEficácia = fazer as coisas certas => ResultadosEfetividade = Eficiência + Eficácia
Hospitais no Brasil
Fonte: Confederação Nacional de Saúde – 11/2013 http://www.cns.org.br
HOSPITAIS NO BRASILMunicipais 21,00% 1444Estaduais 8,00% 550Federais 1,00% 68Privados 70,00% 4815
Total 6877
Fonte: Federação Brasileira de Hospitais http://fbh.com.br/2011/04/15/hospitais-disponiveis-ao-sus/Acesso em: 11/2013
O QUE ERAM E O QUE SE TORNARAM OS HOSPITAIS NOS ÚLTIMOS ANOS?
A Ciência tem evoluído com a tecnologia
• Breve histórico
Origem: instituições asilares dos séculos XVII e XVIII– Surgimento: final do século XVIII– Inicialmente, instituições de cunho caritativo, e não
curativo– Objetivo principal: assistência aos pobres e separação e
exclusão dos indivíduos do convívio social– Até meados do século XVIII, Hospital e Medicina
permaneceram independentes (consultas privadas)
• “A formação de uma medicina hospitalar deve-se, por um lado, à disciplinarização do espaço hospitalar, e, por outro, à transformação, nesta época, do saber e da prática médica.”
(Foucault)
• Transferência da responsabilidade da gestão hospitalar das mãos dos religiosos para as dos médicos.
• Os hospitais evoluíram desde pequenos grupos estruturados informalmente até as grandes e complexas organizações dos dias atuais.
• No início, as modificações observadas buscavam apenas a gestão baseada em critérios racionais para a organização dos esforços humanos, procurando atingir os objetivos definidos.
• Nas sociedades modernas, os hospitais estão incluídos no rol das instituições fundamentais da comunidade, assim como as escolas, as organizações políticas e as instituições religiosas.
• Sua importância pode ser percebida pelo grau de relações que o hospital mantém com os indivíduos em particular e com a coletividade em geral, resultante do papel essencial da instituição hospitalar em momentos fundamentais da vida das pessoas: nascimento, doença e morte.
• Além dos setores encarregados do atendimento no hospital, existem os setores que têm aumentado numericamente e em complexidade, particularmente por força do espantoso desenvolvimento tecnológico que o mundo moderno presencia.
• Esta evolução atingiu tanto o setor de elementos diagnósticos e terapêuticos como os setores de apoio técnico e administrativo.
Alguns setores hospitalares
• Além dos serviços/setores assistenciais, existem os de apoio técnico e administrativo
Recursos Humanos
• Administração de pessoal– Dimensionamento do quadro– Atividades burocráticas
• Desenvolvimento e potencialização de pessoal– Capacitação de colaboradores– Avaliação de desempenho– Humanização
• Acolhimento• Satisfação dos usuários
• As pessoas constituem o principal ativo da organização e a folha de pagamentos traduz o maior percentual nas despesas totais
• A Gestão de Pessoas depende de vários aspectos, como:– a cultura que existe em cada organização– a estrutura organizacional adotada– as características do contexto ambiental– o negócio da organização– a tecnologia utilizada– os processos internos
• Na maioria das empresas, a ‘gestão de pessoas’ é limitada aos aspectos legais da relação governo X empresa X empregado
• Contudo, os gestores devem estar sempre atentos a alguns fatores que são diretamente relacionados com esta área: elevados índices de rotatividade, de absenteísmo e de
acidentes de trabalho problemas com qualidade dos produtos retrabalho desperdício de materiais baixos salários condições de trabalho inadequadas relações de trabalho insatisfatórias
• A Gestão de Pessoas deve contribuir para a eficácia organizacional através dos seguintes meios: – Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua
missão;– Proporcionar competitividade à organização;– Proporcionar à organização empregados bem treinados e bem
motivados;– Aumentar a satisfação dos empregados no trabalho;– Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho;– Administrar a mudança;– Manter políticas éticas e comportamento; socialmente responsável.
• Atenção social à saúde– Clima Organizacional: indica os pontos conflitantes, frutos
das diferenças interpessoais e intersetoriais, que devem ser trabalhados
– Pesquisa de clima
O Diferencial da Gestão Hospitalar Qual seria o diferencial que um hospital poderia ter em relação aos outros?
Primeiramente, vamos analisar o contato ‘paciente – hospital’. Podemos considerá-lo até o mais importante, pois é neste momento que a organização recebe o seu cliente e pode decepcioná-lo ou agradá-lo.
Qual tipo de atendimento ideal que seu cliente está realmente necessitando?
Os estabelecimentos de saúde devem se preocupar primordialmente pela qualidade do atendimento, humanizando filas, evitando demoras no atendimento e tendo menos burocracias. Quando procuramos um hospital ou clínica buscamos pela qualidade no atendimento do médico/recepcionista, ambiente seguro e saudável, conforto e principalmente a paz, sempre buscando a cura definitiva para o problema de saúde.
Relação cliente x atendimento na saúdeSão 3 fatores que fidelizam clientes neste ramo:
Atendimento (Recepção): sempre agradável; cortês; simpático, às vezes tem que ser compreensivo em alguma situação; disponibilizar alguma leitura para que o paciente leia enquanto não é atendido pelo médico.
Atendimento (Médico): imparcial; agradável, fazendo com que o cliente se encante com o seu atendimento e hospitalidade; se possível imprima alguma cartilha que faça com que a pessoa evite esse tipo de doença, assim estará pensando na saúde do paciente.
Ambiente: sempre transmitindo paz, tranquilidade; coloque um som que transmita a paz, evitando os barulhos.
Percebemos como é simples obter o diferencial da Gestão Hospitalar : basta iniciativa, criatividade, liderança e principalmente o empenho de todos os funcionários.
Muito Obrigada !