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Gestão Financeira e Orçamentária no Setor Público

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Gestão Financeirae Orçamentáriano Setor Público

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Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Prof. Ms. Fabiano Siqueira dos Prazeres

Revisão Textual:Profa. Ms. Fátima Furlan

Análise das Demonstrações Financeiras

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• Introdução

• Conceitos

• Demonstraçõesfinanceiras

• Índiceseconômico-financeirosdeanálise

• Diagramasdeindicadoresdedesempenho

· Estudar as Análises das Demonstrações Financeiras, com o objetivo de apresentar os Índices Financeiros, ferramentas que auxiliam as empresas a controlar suas decisões, abordando as principais questões que abrangem o amplo e complexo debate sobre as deficiências que o Administrador Financeiro encontra em um ambiente organizacional.

Nesta Unidade, vamos aprender um pouco mais sobre a Administração Financeira e as suas Demonstrações.

Então procure ler, com atenção, o conteúdo disponibilizado e o material complementar. Não esqueça! A leitura é um momento oportuno para registrar suas dúvidas; por isso, não deixe de registrá-las e transmiti-las ao professor tutor.

Análise das Demonstrações Financeiras

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

Contextualização

A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo de desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, em consequência, sua posição atual e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras.

Na realidade, o que se pretende avaliar são os reflexos que as decisões tomadas por uma empresa determinam sobre sua liquidez, estrutura patrimonial e rentabilidade.

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Introdução

A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao estudo de desempenho econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, em consequência, sua posição atual e produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências futuras.

Na realidade, o que se pretende avaliar são os reflexos que as decisões tomadas por uma empresa determinam sobre sua liquidez, estrutura patrimonial e rentabilidade.

Conceitos

Apesar da existência de alguns critérios sofisticados, o uso de índices constitui-se na técnica mais comumente empregada nesse estudo. No entanto, algumas precauções devem ser tomadas. Inicialmente, aponta-se que um simples índice, isolado de outros complementares ou que ilustram a causa de seu comportamento, não fornece elementos suficientes para uma conclusão satisfatória (ASSAF, 2010, p. 102). Um índice isolado, na realidade, dificilmente contribui com informações relevantes para o analista. Ressalta-se também que, mesmo que se tenha mensurado um conjunto de índices complementares, é necessário efetuar uma comparação temporal e setorial. A comparação temporal envolve conhecer a evolução desses indicadores nos últimos anos, normalmente de 3 a 5 anos, como forma de se avaliar, de maneira dinâmica, o desempenho da empresa e as tendências que servem de base para estudo prospectivo. A comparação setorial é desenvolvida por meio de um confronto dos resultados da empresa em análise com os de seus principais concorrentes e, também, com as médias de mercado e de seu setor de atividade. Para esse estudo são utilizadas, normalmente, como fontes de informações, as principais publicações de índices setoriais disponíveis, como Melhores e Maiores, Estudos Setoriais Serasa, Instituto Assaf, Conjuntura Econômica etc.

O enfoque segundo o qual a análise das demonstrações financeiras é desenvolvida pode mudar de acordo com o interesse do analista. Por exemplo, o administrador da empresa, ao medir resultados, procura avaliar o impacto determinado pelas decisões financeiras sobre o desempenho global da empresa. Em principio, está interessado igualmente em todos os seus aspectos econômico- financeiros, sem atribuir relevância maior ou menor a qualquer deles. Para os acionistas atuais da empresa, ou os interessados em investir em suas ações, o objetivo da análise centra-se com maior nível de preferência sobre seus lucros líquidos e desempenho de suas ações no mercado e dividendos. Evidentemente, demonstram interesse também no risco financeiro, visualizado pelo dimensionamento de alavancagem financeira, como formas de melhor avaliar a taxa de retorno exigida, e na liquidez que fornece a capacidade financeira da empresa em distribuir dividendos. Os credores atuais ou futuros da empresa costumam dar atenção especial a sua capacidade de liquidar, conforme previstos os compromissos financeiros assumidos ou que venham a assumir, e não dispensam secundariamente a preocupação quanto a seus resultados econômicos como forma de indicarem capacidade de continuidade.

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

Os dados básicos para a análise do desempenho econômico-financeiro, baseiam-se nos diversos valores e rubricas constantes das demonstrações financeiras normalmente levantadas pelas empresas. Com essas informações, complementadas com índices agregados de mercado, são aplicados os vários critérios de análise, visando-se obter conclusões sobre o desempenho retrospectivo, presente e futuro da empresa.

Importante!

É importante saber que, para conseguir efetivamente conclusões confiáveis em nosso ambiente econômico, é necessário que sejam consideradas prioritariamente as demonstrações financeiras com correção integral e o valor presente.

Demonstrações financeiras

A partir dos lançamentos nas contas do Plano de Contas, são elaboradas, periodicamente, as Demonstrações Financeiras, demonstrativos que agrupam informações contábeis de forma a atender às exigências de ordem legal, tributária, societária e gerencial. Com a globalização da economia, foi preciso estabelecer determinados padrões contábeis para que uma Demonstração Financeira elaborada no Brasil pudesse ser lida, compreendida e incorporada a outras Demonstrações Financeiras de empresas atuantes em outros países. (LEMES; CHEROBIM; RIGO, 2015, p. 25).

Do ponto de vista legal e societário, as Demonstrações Financeiras são regulamentadas pela Lei 11.638/2007, cujo texto e regulamentações posteriores podem ser encontrados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No Brasil, o Conselho Federal de Contabilidade emitiu a NBC T.3, “Conceito, Conteúdo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstrações Contábeis”, em que descreve em detalhes a forma de apresentação dessas demonstrações, adaptada ao padrão internacional (LEMES; CHEROBIM; RIGO, 2015, p. 25).

O Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade recomenda que as Demonstrações Financeiras informem sobre a posição financeira, sobre o desempenho e mudança nas posições financeiras e sejam úteis a grande número de usuários em suas tomadas de decisão (LEMES; CHEROBIM; RIGO, 2015, p. 26).

O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), por meio da Norma e Procedimento de Contabilidade NPC 27, “Demonstrações Contábeis – Apresentação e Divulgações” instituiu que as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade; consideradas úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões (LEMES; CHEROBIM; RIGO, 2015, p. 26).

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Ao final de cada exercício social, as empresas devem elaborar as seguintes Demonstrações Financeiras:

• Balanço patrimonial;

• Demonstração do resultado do exercício;

• Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

• Demonstração dos fluxos de caixa;

• Demonstração do valor adicionado, se companhia aberta, exigida a partir da Lei 11.638/2007.

Índices econômico-financeiros de análise

Para melhor compreensão do significado dos indicadores econômico-financeiros, assim como visando estabelecer melhor metodologia de avaliação dos diversos aspectos de desempenho da empresa, dividem-se os índices em grupos homogêneos de análise (ASSAF, 2010, p. 103). Assim, esses indicadores básicos de análise estão classificados em quatro grupos: liquidez e atividade, endividamento e estrutura, rentabilidade e análise de ações.

Indicadoresdeliquidez:

Mede a capacidade de pagamento, folga financeira de uma empresa, ou seja, sua habilidade em cumprir corretamente as obrigações passivas assumidas.

Uma grande restrição que se atribui a esses indicadores é a posição de liquidez estática que revelam, ou seja, não refletem a magnitude e a época em que ocorrerão as diversas entradas e saídas circulantes. Por exemplo: Uma empresa poderá apresentar excelente nível de liquidez, medido formalmente por esses indicadores, e não manter, desde que seus direitos ativos venham a se realizar somente após um trimestre, recursos circulantes suficientes para fazer frente a suas necessidades de caixa nos próximos três meses. Na realidade, os indicadores tradicionais de liquidez exprimem uma posição financeira em dado momento de tempo, na data do levantamento dos valores, e os diversos valores considerados são continuamente alterados em função da dinamicidade natural dos negócios da empresa.

Este item propõe, também, a adoção de um índice de liquidez menos estático, como forma de suavizar a limitação descrita.

Os principais índices que medem a liquidez da empresa são descritos a seguir:

LiquidezCorrenteIndica a relação entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante, possibilitando avaliar se a

empresa terá condições de pagar seus compromissos de curto prazo (LEMES; CHEROBIM; RIGO, 2015, p. 240).

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

É um índice muito divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa. É preciso considerar que no numerador (AC) estão incluídos itens tão diversos como: disponibilidade, valores a receber em curto prazo, estoques e certas despesas pagas antecipadamente. No denominador (PC), estão incluídas as dívidas e obrigações vencíveis em curto prazo. A liquidez corrente relaciona quanto que a empresa tem disponível e quanto que ela pode converter para pagar suas dívidas em curto prazo.

Liquidez Corrente =Ativo Circulante

Passivo Circulante

Se a liquidez corrente for superior a 1,0, demonstra que há capital disponível para uma possível liquidação das obrigações. Se for igual a 1,0, os direitos e obrigações em curto prazo são equivalentes. E se for menor que 1,0, a empresa não terá capital disponível suficiente para quitar as obrigações em curto prazo.

LiquidezSecaSabe-se que os estoques, apesar de serem classificados como itens circulantes, não

apresentam normalmente liquidez compatível com o grupo patrimonial em que estão incluídos. Sua realização é, muitas vezes, mais demorada e difícil que a dos demais elementos que compõem o ativo circulante. As despesas pagas antecipadamente, não representam valores a receber, mas, basicamente, serviços utilidades e benefícios a receber. Assim, são também eliminadas para este cálculo.

Atenção

Visando, dessa maneira, extrair da análise de curto prazo da empresa a baixa liquidez dos estoques e das despesas antecipadas, criou-se o índice de liquidez seca, que é obtido mediante o relacionamento dos ativos circulantes de maior liquidez, disponível, valores a receber e aplicações financeiras de curto e curtíssimo prazo, com o total do passivo circulante (ASSAF, 2010, p. 1045).

Liquidez Seca =Ativo Circulante – Estoque – Desp. Antecipadas

Passivo Circulante

O índice indica o percentual das dividas de curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez.

LiquidezImediatarelaciona os ativos de liquidez imediata e as disponibilidades com o passivo circulante,

tornando mais dura a análise da capacidade de pagamento da empresa (LEMES; CHEROBIM; RIGO, 2015, p. 41).

Liquidez Imediata =Disponível

Passivo Circulante

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Demonstra a porcentagem das dividas de curto prazo, passivo circulante, que pode ser saldada imediatamente pela empresa, por suas disponibilidades de caixa. Quanto maior se apresentar esse índice, maiores serão os recursos disponíveis mantidos pela empresa. Pouco significado apresenta esse índice para os analistas externos.

LiquidezGeralEsse índice é determinado pela seguinte equação:

Liquidez Geral =Ativo Circulante + Realizável em Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível em Longo Prazo

Esse indicador financeiro demonstra a saúde financeira em longo prazo da empresa. Como observado nos demais indicadores de liquidez, a importância desse índice para a análise de folga financeira pode ser prejudicada se os prazos dos ativos e passivos, considerados em seu cálculo, forem muito diferentes.

É recomendado que a análise da liquidez seja desenvolvida de maneira mais integrada, associando-se todos os indicadores financeiros com vista em melhor interpretação de folga financeira da empresa.

Indicadoresdeatividade:

Visam à mensuração das diversas durações de um ciclo operacional, o qual envolve todas as fases operacionais típicas de uma empresa, que vão desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o recebimento das vendas realizadas. Para a redução desse período e, consequentemente, das necessidades de investimentos, as empresas utilizam-se normalmente de prazos para pagamentos de estoques adquiridos e de operações bancárias de desconto de duplicatas representativas das vendas a crédito (ASSAF, 2010, p. 105).

É determinada a liquidez dos estoques, dos valores a receber de clientes e devidos a fornecedores, assim como suas respectivas rotações, giros.

PrazomédiodeestocagemMostra o tempo médio necessário para a renovação de todo o estoque da empresa. É obtido,

admitindo demonstrações financeiras anuais, da seguinte forma:

Prazo Médio de Estocagem = x 3602Estoque Médio

Custo dos Produtos Vendidos

Saiba MaisQuanto maior esse índice, maior o prazo em que os diversos produtos permanecerão estocados e consequentemente, mais elevadas serão as necessidades de investimentos em estoques. Esse indicador afere, na realidade, a eficiência com que os estoques são administrados e a influência que exercem sobre o retorno global da empresa, retorno sobre o ativo. Em outras palavras, um prazo maior de estocagem acarreta a necessidade de maiores investimentos no ativo, constituindo, em consequência, um fator redutor de seu retorno.

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

PrazomédiodepagamentoafornecedoresDestaca o tempo médio, em meses ou dias, que a empresa tarda em pagar suas dividas

de fornecedores.

Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores = x 360Contas a Pagar a Fornecedores

Compras Anuais a Prazo

Desde que os encargos atribuídos às compras a prazo não excedam a taxa inflacionária verificada, ou as taxas de juros de mercado, se estas estiverem eventualmente aquém da inflação, torna-se atraente à empresa apresentar um prazo de pagamento mais elevado. Com isso, a empresa pode financiar suas necessidades de capital de giro com recursos menos onerosos, na realidade com fundos a custo real negativo (ASSAF, 2010, p. 106).

O custo de oportunidade para as decisões de compras, compras à vista versus compras à prazo, é geralmente definido pela taxa de juros da melhor aplicação financeira disponível no mercado.

PrazomédiodecobrançaDiferente do indicador anterior, o prazo médio de cobrança revela o tempo médio, meses

ou dias, que a empresa despende em receber suas vendas realizadas a prazo.

Prazo Médio de Cobrança = x 360

Valores a Receber Provenientes de Vendas a Prazo (média)

Vendas Anuais a Prazo

A empresa deve reduzir sempre que possível, o prazo de recebimento de suas vendas. Assim, poderá manter recursos disponíveis para outras aplicações mais rentáveis por prazos maiores, e elevar o giro de seus ativos, o que determina maior nível de rentabilidade. O custo de manter recursos aplicados em itens realizáveis pode ser identificado pela taxa de juros cobrada pelo mercado em empréstimos para giro.

O volume total das aplicações em valores a receber, por sua vez, poderá ser reduzido mediante o desconto de duplicatas nos bancos comerciais. Uma dinamização maior dessas operações depende da necessidade de liquidez imediata da empresa, e principalmente, do custo efetivamente cobrado por essas instituições financeiras.

De forma idêntica à efetuada nas outras medidas de atividade, o giro dos valores a receber é obtido dividindo-se 360 pelo prazo médio de cobrança.

Algumasobservaçõessobrevaloresmédios:Nas várias medidas de atividade apresentadas, considerou-se em suas expressões de cálculo

o uso de média dos estoques, dos valores a pagar e a receber. Nesses métodos de avaliação deve-se evitar, sempre que possível, o uso da média aritmética em períodos maiores envolvendo unicamente dois valores extremos, saldo inicial mais saldo final dividido por 2. Apesar de esse critério ser praticamente o único viável para o analista externo, o qual baseia seus estudos

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nas demonstrações de final de exercício publicadas pelas empresas, incentiva-se o uso de um número maior de valores para o calculo da média. O ideal para a análise é o calculo da média baseado nos valores mensais constantes do exercício social. No entanto, esse critério mais aconselhável acarreta a necessidade de se ter acesso a balancetes mensais de verificação, o que nem sempre é possível na prática.

ReflitaUma sugestão, para o caso de companhias abertas, é levantar os balancetes trimestrais das sociedades anônimas junto à Comissão de Valores Mobiliários, CVM. Com isso, é possível determinar a média com base nos cinco valores trimestrais: início do exercício social e final de cada trimestre do ano, reduzindo o viés do cálculo da medida.

Indicadoresdeendividamentoeestrutura

Estes indicadores são utilizados para aferir a composição das fontes passivas de recursos de uma empresa. Ilustram, com isso, a forma pela qual os recursos de terceiros são usados pela empresa e sua participação relativa em relação ao capital próprio. Fornecem, ainda, elementos para avaliar o grau de comprometimento financeiro de uma empresa perante seus credores, principalmente instituições financeiras, e sua capacidade de cumprir os compromissos financeiros assumidos em longo prazo (ASSAF, 2010, p. 107).

As principais medidas de endividamento e estrutura são descritas a seguir:

RelaçãoCapitaldeTerceiros/CapitalPróprioDestaca o nível de endividamento da empresa em relação a seu financiamento por meio de

recursos próprios.

=Relação Capital de Terceiros/Capital Próprio

Exigível Total (PC + Exigível a Longo Prazo)

Patrimônio Líquido

A comparação do endividamento poderá ser efetuada pelo exigível total, conforme sugerido, ou por uma das partes desse item, passivo circulante/patrimônio líquido e exigível em longo prazo/patrimônio liquido. A relação indica, para cada uma das formas de cálculo, quanto a empresa possui de recursos de terceiros, em curto prazo, longo prazo ou total, para cada unidade monetária aplicada de capital próprio. Em princípio, um resultado superior a 1 denota maior o grau de dependência financeira da empresa em relação aos recursos de terceiros (ASSAF, 2010, p. 107).

RelaçãoCapitaldeTerceiros/PassivoTotalCalcula a porcentagem dos recursos totais da empresa que se encontra financiada por

capital de terceiros. Para cada unidade monetária de recursos captada pela empresa, calcula-se quanto provém de fontes de financiamento não próprias.

=Relação Capital de Terceiros/Passivo Total

Exigível Total

Passivo Total (Exigível Total + PL)

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

Sabendo que o passivo total incorpora todos os recursos captados pela empresa e que suas aplicações encontram-se identificadas no ativo, essa medida demonstra também a proporção dos ativos totais, total do investimento da empresa, financiada mediante capital de terceiros. Evidentemente, ao diminuir-se de 1 o resultado desse índice, obtém-se a porcentagem do ativo total financiada mediante capital próprio.

Em princípio, um crescimento no valor desse índice pode denotar, de forma idêntica ao indicador anterior, redução na rentabilidade da empresa. No entanto, essa conclusão não deve ser manipulada de maneira geral e definitiva. É importante que se analise principalmente o custo do endividamento em relação ao retorno produzido pelas aplicações desses recursos no ativo. Conforme será comentado adiante, o retorno da empresa é função da margem operacional e do giro dos ativos. Dessa maneira, desde que o retorno enunciado pelo giro dos ativos suplante o custo do endividamento, pode ser interessante à empresa elevar esse índice, aproveitando-se assim de uma alavancagem financeira favorável. Não obstante isso, essas colocações dependem, ainda, da liquidez da empresa em sustentar um endividamento mais elevado, e da convivência com uma taxa de risco financeiro mais alta, a qual exerce normalmente influências sobre o nível de juros cobrados pelo fornecedores de capital.

ImobilizaçãodeRecursosPermanentesDestaca a porcentagem dos recursos passivos em longo prazo, permanentes que se encontra

imobilizada em itens ativos, ou seja, aplicados no ativo permanente.

=Imobilizado de Recursos Permanentes

Ativo Permanente

Exigível em Longo Prazo + PL

Se esse índice apresentar resultado superior a 1 (100%), indica que os recursos permanentes da empresa não são suficientes para financiarem suas aplicações de permanentes, sendo utilizados nessa situação fundos provenientes do passivo circulante com reflexos negativos sobre o capital de giro.

ObservaçõesAdicionaisDeve-se notar que os valores do ativo permanente e patrimônio liquido considerados nas

várias expressões de cálculo dos índices de endividamento e estrutura são idealmente obtidos em termos de valores médios corrigidos. Para o analista externo, contudo, esse critério mais adequado de correção dos valores é de difícil execução prática, sendo adotado, na falta de melhores informações, o uso da média aritmética simples baseada nos valores disponíveis. Não obstante isso, mesmo que esse critério simplificador seja largamente empregado pelos que não têm acesso à contabilidade da empresa, é importante estar ciente das eventuais contradições que o poderão ocorrer na interpretação dos resultados.

O problema maior, entretanto, reside na não-correção do ativo permanente com reflexos sobre a estrutura patrimonial da empresa. Cada valor a menor no ativo representa um valor a menor no patrimônio líquido, mas cada valor da dívida está sempre devidamente atualizado.

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Indicadoresderentabilidade

Visam avaliar os resultados auferidos por uma empresa em relação a determinados parâmetros que melhor revelem suas dimensões. Uma análise baseada exclusivamente no valor absoluto do lucro liquido traz normalmente sério viés de interpretação ao não refletir se o resultado gerado no exercício foi condizente ou não com o potencial econômico da empresa (ASSAF, 2010, p. 109).

As principais bases de comparação adotadas para o estudo dos resultados empresariais são o ativo total, o patrimônio líquido e as receitas de vendas. Os resultados normalmente utilizados, por sua vez, são o lucro operacional, lucro gerado pelos ativos, e o lucro líquido, após o imposto de renda. Todos esses valores financeiros devem estar expressos em moeda de mesmo poder de compra (ASSAF, 2010, p. 109).

Lembrando, ainda, que os analistas em geral dispensam grandes atenções aos indicadores de rentabilidade, os quais costumam exercer significativamente influências sobre as decisões que envolvem a empresa em análise, tomadas tanto no mercado de crédito como no mercado acionário.

RetornosobreoAtivo(ROA)Revela o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em

seus ativos.

=Retorno Sobre o Ativo (ROA) Lucro Gerado pelos Ativos (Operacional)

Ativo Total Médio

O lucro operacional, numerador de cálculo do retorno sobre o ativo, representa o resultado da empresa antes das despesas financeiras, determinado somente por suas decisões de investimentos. O resultado operacional independe da forma como a empresa é financiada, sendo formado pela remuneração dos proprietários de capital: acionistas, lucro líquido, e credores, despesas financeiras.

Como critério de decisão, o retorno sobre o ativo pode ser interpretado como o custo financeiro máximo que uma empresa poderia incorrer em suas captações de fundos. Se uma empresa obtiver empréstimos a taxas de juros superiores ao retorno gerado por seus ativos, o resultado produzido pela aplicação desses fundos será evidentemente inferior à remuneração devida ao credor, onerando-se, dessa forma, a rentabilidade dos proprietários, acionistas. Deve-se destacar que os acionistas, em função do maior risco que assumem nos negócios da empresa, devem ser remunerados a taxas privilegiadas; se isso não ocorrer, haverá o desestímulo ao investimento em capital de risco. Respeitados os aspectos de risco e liquidez comentados anteriormente, é interessante para a empresa a captação de recursos de terceiros sempre que seu custo for inferior ao retorno produzido por seus ativos.

Todavia, há sempre o risco: um empréstimo hoje favorável poderá amanhã não o ser mais, porque a taxa real de juros pode aumentar, ou o retorno dos ativos cair, ou ambas as situações, às vezes liquidando com a empresa (ASSAF, 2010, p. 110).

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

RetornoSobreoInvestimento(ROI)Uma alternativa ao uso do ROA para avaliar o retorno produzido pelo total dos recursos

aplicados por acionistas e credores nos negócios é a medida do retorno sobre o investimento (ROI). Enquanto os ativos incorporam todos os bens e direitos mantidos por uma empresa, o investimento equivale aos recursos deliberadamente levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. É o capital que rigorosamente deve ser remunerado (ASSAF, 2010, p. 110).

O investimento é composto pelos recursos, passivos, onerosos captados por uma empresa, empréstimos e financiamentos, basicamente, e os recursos próprios aplicados por seus proprietários, acionistas, cujos valores são registrados em contas do patrimônio líquido. Os passivos geralmente sem ônus, entendidos como inerentes à atividade da empresa, salários, encargos sociais, fornecedores, impostos, tarifas públicas, dividendos etc. não são recursos efetivamente investidos na empresa por seus credores e acionistas. São mais bem classificados como passivos de funcionamento, não onerosos (ASSAF, 2010, p. 110).

Assim, o investimento pode ser apurado da maneira seguinte:

Investimento = Ativo Total – Passivo de Funcionamento

Ou

Investimento = Passivo Oneroso + Patrimônio Líquido

=Retorno sobre o Investimento (ROI)Lucro Gerado pelos Ativos (Operacional)

Investimento Médio

RetornosobreoPatrimônioLíquido(ROE)Retrata o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários. Para cada

unidade monetária de recursos próprios (PL) investido na empresa, mede-se quanto os acionistas auferem de lucro. É obtido normalmente pela relação entre lucro líquido e o patrimônio liquido.

=Retorno sobre o PL (ROE) Lucro Líquido

Patrimônio Líquido Médio

RentabilidadedasVendasDestaca a eficiência de uma empresa em produzir lucro por meio de suas vendas. Pode

ser apurado em termos operacionais e líquidos, sendo denominado nesses casos margem operacional e margem liquida.

=Margem Operacional Lucro Operacional

Vendas Líquidas

=Margem LíquidaLucro Líquido

Vendas Líquidas

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Por essas expressões de cálculo, esse índice é obtido também quando da análise vertical da demonstração de resultados, e expressa, pelos resultados operacionais ou líquidos, quanto a empresa ganhou em cada unidade monetária de venda realizada.

A grande importância desses índices para a análise econômico-financeira está, principalmente, nas várias explicações sequenciais sobre o desempenho empresarial que podem ser elaboradas por meio deles.

Indicadoresdeanálisedeações

Tem como objetivo avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre suas ações. São de grande utilidade para os analistas de mercado e acionistas, potenciais e atuais, como parâmetros de apoio a suas decisões de investimentos. De forma idêntica, as cotações de mercado são frequentemente sensíveis aos resultados desses indicadores, podendo-se estabelecer inclusive tendências futuras sobre sua maximização.

LucroporAção(LPA)Destaca o beneficio auferido por cada ação emitida pela empresa, ou seja, do lucro líquido

obtido em determinado período, quanto compete a cada ação.

=LPALucro Líquido

Número de Ações Emitidas

O indicador não revela o quanto cada acionista irá efetivamente receber em função do retorno produzido na aplicação de seus capitais. Demonstra a parcela do lucro líquido pertencente a cada ação, sendo que sua distribuição é definida pela política de dividendos adotada pela empresa.

ÍndicePreço/Lucro(P/L)Um dos quocientes mais tradicionais do processo de análise de ações e é muito utilizado

pelos investidores. É calculado pela relação entre o preço de aquisição do titulo e seu lucro unitário anual (lucro por ação).

=P/LPreço de Mercado (aquisição) da Ação

Lucro por Ação (LPA)

Teoricamente, o P/L indica o número de anos que um investidor tardaria em recuperar o capital aplicado. No entanto, algumas restrições ao uso desse indicador devem ser levantadas.

Da mesma forma que o índice anterior, o P/L é estático, ou seja, seu resultado é válido para a data de sua apuração, não o sendo necessariamente para períodos futuros. Os valores considerados em sua forma de cálculo assumem, normalmente, continuas variações no tempo, que deverão ser incorporadas em sua expressão de cálculo para torná-la mais dinâmica às decisões futuras.

Sabe-se que o LPA, por sua vez, não costuma ser integralmente distribuído. Assim, o índice P/L de uma ação não irá revelar, efetivamente, o número de períodos necessários para um investidor recuperar seu capital aplicado.

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

Algunscuidadosnomanuseiodosindicadores

Observou-se que a análise de empresas é um processo essencialmente comparativo, pouco representando, em termos de conclusões mais apuradas, o estudo de índices de forma isolada de uma tendência temporal ou interempresarial (ASSAF, 2010, p. 112).

Em outras palavras, para um estudo mais eficiente sobre o desempenho de uma empresa, é importante que os indicadores sejam comparados historicamente, com os obtidos da empresa em períodos anteriores, com os padrões estabelecidos pela gerência e com índices de empresas do mesmo ramo e padrões do setor de atividade e da economia em geral.

Importante!É importante também que o analista trabalhe, sempre que possível, com valores depurados da inflação, como forma de avaliar, em bases reais, o desempenho econômico-financeiro da empresa.

São significativos, na maioria das vezes, os desvios dos resultados apurados em bases estritamente nominais em relação aos obtidos em termos corrigidos.

Diagramas de indicadores de desempenho

Um dos mais importantes instrumentos de análise é a construção de diagramas de índices, expostos sequencialmente, de forma que se obtenha não somente os resultados finais do desempenho da empresa ao longo do tempo, mas, principalmente, as causas que determinaram as eventuais variações ocorridas. Procura-se, em outras palavras, melhor detalhamento e nível de compreensão das causas que influíram na evolução apresentada nos indicadores finais de rentabilidade.

Visando explicar melhor a construção e o uso desses diagramas, utilizamos os valores a seguir:

Ativo/Passivo total médio 574.200,00

Patrimônio Líquido médio 320.300,00

Lucro Líquido (após IR) 35.000,00

Lucro Líquido gerado pelos ativos 73.428,00

Vendas Líquidas 2.276.000,00

Admita-se que os valores estejam expressos em moeda de mesmo poder de compra.

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DecomposiçãodoRetornosobreoPatrimônioLíquido(ROE)

A rentabilidade sobre o capital próprio investido numa empresa é determinada, conforme se demonstrou, pela relação verificada entre o lucro líquido e o patrimônio líquido.

Assim, utilizando-se dos valores do exemplo apresentado, tem-se:

ROE = = 10,93%35.000,00

320.300,00

Verifica-se, dessa forma, que os acionistas obtiveram um retorno de 10,93% sobre seu capital aplicado, ou seja, para cada 1,00 empregado, auferiram 0,1093 de retorno.

Comparando esse resultado com os mesmos obtidos em datas anteriores e com os representativos do setor de atividade da empresa, por exemplo, pode-se ter indicações se o desempenho foi ou não satisfatório. No entanto, não é possível identificar, pela expressão considerada, as principais causas que determinaram a rentabilidade calculada.

Na realidade, o comportamento desse indicador é função da rentabilidade das vendas e do giro do patrimônio liquido. Sua expressão de cálculo é obtida, assim, mediante o relacionamento das vendas líquidas com o valor do patrimônio líquido.

Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Rentabilidade das Vendas (Margem Líquida) X Giro do Patrimônio Líquido

Ou seja,

= XLucro Líquido Lucro Líquido Vendas Líquidas

Patrimônio Líquido Vendas Líquidas Patrimônio Líquido

Substituindo pelos valores do exemplo anterior:

= = 35.000,00 35.000,00 2.276.000,00

320.300,00 2.276.000,00 320.300,00

10,93% = 1,54% X 7,10 vezes

Apesar da pequena margem líquida (1,54%), o ROE de 10,93% foi devido, basicamente, ao giro dos recursos próprios (7,10 vezes). Alterações que venham a ocorrer nesse índice de rentabilidade ao longo do tempo podem ser justificadas mediante o cálculo de seus índices associados, concluindo-se por melhor identificação das causas.

DecomposiçãodoRetornosobreoAtivo(ROA)

O retorno sobre o ativo – ROA constitui um dos mais importantes indicadores de rentabilidade de uma empresa, sendo calculado pela relação entre o lucro líquido gerado pelo ativo, lucro

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

operacional, conforme definido, e o ativo total, devendo esses valores estar expressos em moeda de mesma data (ASSAF, 2010, p. 114).

= ROA = 12,79%73.428,00

574.200,00

Esse indicador, na verdade, é reflexo do desempenho de duas medidas: margem operacional e giro do ativo total. Esse último índice identifica o grau de eficiência com que os ativos são usados para a realização das vendas da empresa. Em outras palavras, revela quantas vezes cobriram, em determinado ano, os ativos totais de uma empresa. Seu cálculo, em consequência, é efetuado por meio da relação entre as vendas líquidas e os ativos totais (ASSAF, 2010, p. 114).

Retorno sobre o Ativo = Margem Operacional X Giro do Ativo Total

= XLucro Operacional (Após IR) Vendas LíquidasLucro Operacional (Após IR)

Ativo Total Médio Vendas Líquidas Ativo Total Médio

= = 73.428,00 73.428,00 2.276.000,00

574.200,00 2.276.000,00 574.200,00

12,79% = 3,23% X 3,96 vezes

Pelo desmembramento efetuado, o analista pode avaliar, com maior grau de detalhes, os motivos que determinaram o retorno alcançado. Se o retorno esteve aquém do esperado, por exemplo, as medidas corretivas poderão ser acionadas diretamente sobre as causas, ou seja, sobre a margem de lucro ou sobre o giro do investimento. Mesmo que o lucro operacional e as vendas mantenham-se inalterados, uma elevação no giro do ativo, pela eliminação ou redução de itens mais ociosos, por exemplo, produz um aumento no retorno.

Com relação ao desempenho da margem, podem ser manejados vários componentes do lucro, de modo que se reproduzam os custos e despesas e se maximize o resultado. Evidentemente, mantendo-se as vendas constantes, decréscimos verificados nos custos e despesas resultarão em margem maior. Da mesma forma, estratégias de marketing que visam incrementar as receitas de vendas também podem determinar maiores margens à empresa.

Uma verificação nas aplicações efetuadas em ativo, notadamente naqueles itens menos rentáveis, pode gerar maior rapidez em seu giro, com reflexos também positivos sobre o retorno.

Uma análise da estrutura de capital da empresa, por meio de rigorosa seleção de fontes de financiamento menos dispendiosas, também produz nítidas influências sobre o retorno de seus proprietários. O retorno sobre o ativo denota-se também em critério de decisão com relação ao custo máximo que a empresa deve assumir em suas captações. Evidentemente, se o custo do endividamento for inferior ao retorno produzido por esses recursos passivos, torna-se interessante manter a relação capital próprio/ativo total a mais baixo possível. No entanto, não devem ser ignorados os limites de endividamento de uma empresa que determinam, a partir de determinado ponto, acréscimos em seu risco financeiro e problemas de liquidez.

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Em sínteseEm suma, o estudo do desempenho de uma empresa, por meio de um diagrama completo de indicadores de giro e margem, relacionados de forma sequencial, é de grande importância para a identificação das efetivas causas do comportamento verificado, permitindo-se ainda que se identifiquem objetivamente as medidas mais carentes de atenção por parte da gerência da empresa.

Outra vertente de análise, expressa pela relação capital próprio/ativo total, introduz uma medida que revela a porcentagem do ativo total que é financiada mediante recursos próprios da empresa.

Quanto maior se apresentar o retorno sobre o investimento total, ativo, e menor a participação do patrimônio líquido, maior será o retorno auferido pelos proprietários. É uma consequência, evidentemente, do efeito da alavancagem financeira.

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

Material Complementar

Sites:Para aprofundar seus estudos sobre o conteúdo visto na Unidade, consulte os sites a seguir:

• www.valor.com

• www.folha.uol.com.br

• www.bndes.gov.br

• www.economatica.com.br

• www.bcb.gov.br

• www.investopedia.com

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Referências

ASSAF NETO, A.; LIMA, F.G. Curso de Administração Financeira. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2009.

ASSAF NETO, A. Finanças Corporativas e Valor. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.

RIGO, C.M. et al. Fundamentos de Finanças Empresariais: Técnicas e Práticas Essenciais. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

NASCIMENTO, A.M.; REGINATO, L. Controladoria: Instrumento de apoio ao processo decisório. São Paulo: Atlas, 2010.

FABRETTI, L.C. Direito Tributário: para os cursos de Administração e Ciências Contábeis. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2011.

OLIVEIRA, D.P.R. Introdução à Administração: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2009.

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Unidade: Análise das Demonstrações Financeiras

Anotações

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