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A Qualidade na Engenharia Estrutural CONCRETE SHOW -27/08/2008

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A Qualidade na Engenharia Estrutural

CONCRETE SHOW -27/08/2008

O Impacto da Qualidade do Projeto na Qualidade da Obra e no Desempenho das Estruturas.

Engenheiro Jorge Batlouni Neto

PARTE 1

O momento atual da construção civil (2007/08) e suas implicações nos projetos e nas obras.

CONDIÇÕES PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Aspectos Econômicos e Financeiros -

- Estabilidade econômica desde 1994.- Redução da taxa de juros SELIC(BACEN) – era 11,25% 2007 e 13%(?) em 2008.- Empréstimos com prazo de 15,18, 20,25 e até 30 anos.- Capitalização das incorporadoras/construtoras – 22 empresas

com abertura de capital (2006/2007).- Fundos estrangeiros / PRIVATE EQUITY.- Redução do IPI sobre 41 itens de materiais de construção (2006).- Crédito FARTO!- Valor da prestação menor.- Menor exigência de renda na concessão de financiamentos.

CONDIÇÕES PARA O CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Aspectos Jurídicos -

- Patrimônio de afetação.- Sociedade por Propósito Específico (SPE).- Melhoria das condições de segurança jurídica.- Alienação fiduciária.

Os bancos para fornecerem o capital para os financiamentosexigiram um ambiente jurídico mais favorável.

Há a percepção de um forte crescimento da

CONSTRUÇÃO CIVIL !

O QUE MOSTRAM OS NÚMEROS?

Nos últimos 12 meses, SBPE financiou 227.600 unidades num valor de R$ 22,49 bilhões (93,3% a mais que no período anterior)

Estimativa

Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo

ANO Unidades lançadas Venda sobre oferta (VSO)

1997 39.426 --1999 26.358 7,52000 29.666 8,62006 25.389 12,12007 38.035 16,22008 12.512 (até maio/08) 15,2

Fonte: Secovi-SP / Embraesp

Lançamentos Mercado Imobiliário – cidade de São Paulo

1999 – 40.166.000 ton2003 – 33.562.000 ton2005 – 35.422.000 ton2006 – 38.332.000 ton2007 – 46.500.000 ton 2008 – 48.600.000 ton (estimativa)

Últimos 12 meses, marca histórica de 47,8 milhões de toneladas. Fonte: Sinduscon-sp/SNIC

Consumo de Cimento (Brasil)

90

95

100

105

110

115

120

125

130

135Emprego na construção civil paulista

Emprego na construEmprego na construçção civil paulista ão civil paulista

Fonte: Sinduscon-SP / FGV-Projetos

Crise Imobiliária EUA

DEZ/05 = 100Jun/07 – 467.000Jun/08 – 578.518

Maio/08 - 2 milhões de trabalhadores Brasil

E os materiais básicos, cimentícios, aço?

- Areia , pedra – inviáveis de importar pelo frete.

- Blocos de alvenaria estrutural – demanda já está atingindo a capacidade instalada.

- Cimento – Qual é a real capacidade instalada?

- Concreto – produção estimada de concreto dosado em central para 2007 de 23.500.000 m³. Capacidade instalada usina + caminhões é de 26.000.000 m³. (Fonte: ABESC)

- Aço

MATERIAIS “DIFÍCEIS” DE IMPORTAR

E a logística?

Muitas vezes o aumento da produção de um determinado material depende de fatores diversos relacionados inclusive, com a logística de abastecimento e transporte.

Ex. 1: concreto dosado em central – as usinas dosadoras ou misturadoras podem estar com capacidade suficiente, mas faltam caminhões betoneiras ou bombas de concretopara o transporte.

Ex. 2: produção do cimento – podem existir fornos suficientes para a produção do clínquer, mas faltarem moinhos para continuar a produção.

Ex. 3: rodízio ampliado na cidade de São Paulo – ZMRC (zonade restrição máxima de circulação). Recebimento de aço só a noite!

E a mão-de-obra?

Jornal O Estado de São Paulo – 16/Set/07

Agosto/2008 – O cenário está mudando?

• Taxa de juros SELIC (Bacen) -11,25% para 13% (julho/08)

• IGP-M – 1,76 (julho/08-FGV)• INCC – últimos 12 meses – 9,12%

• O aumento de juros pretende retrair a economia para inibir a inflação.

• Isso aumentará o desemprego e a inadimplência do mercado imobiliário?

• Retrairá também a construção?

PARTE 2

Como a parceria projetista-construtor pode enfrentar o momento atual da construção civil garantindo qualidade e desempenho?

O MOMENTO ATUAL E OS PROJETOS- forte aumento da demanda por projetos.- falta de escritórios capacitados.- falta de profissional capacitado (engenheiro,projetistas).- atraso nos projetos.- aumento de salários. - falta de ética no aliciamento de profissionais.- aumento no custo dos projetos.

Está afetando a qualidade???

- norma NBR6118 reconhecida pela ISO.- aumento dos honorários de projeto - valorização do profissional.- possibilidade de crescimento dos escritórios.- possibilidade de investir em melhorias: programas (software), treinamento da equipe, revisões (qualidade), detalhes especiais.O Brasil tem programas de cálculo (software) dos melhores do mundo

PROBLEMA(gargalo)

OPORTUNIDADE

PARCERIA

A parceria construtora-projetista, pela repetitividade na relação da prestação de serviços, gera confiabilidade e aprimoramento nas decisões de projeto, permitindo retomar as boas soluções e evitar as soluções insatisfatórias, produzindo um

projeto com melhor desempenho.

PROJETO EFICIENTE

ParceriaProjetista

Parcerias projetistas de Parcerias projetistas de estruturaestrutura--construtorconstrutor

+ melhoria contínua (retroalimentaçãodos acertos e dos erros)- repetição

+ melhores soluções+ melhor detalhamento+ produtividade+melhor comunicação- custo- patologia

No atual momento de demanda excessiva de trabalho a parceria é uma ação fundamental para melhorar a produtividade e a qualidade.

O que as construtoras desejam de um projeto?

- Aspectos Técnicos: eficiência tecnológica / desempenho / atendimento às normas técnicas / evitar patologias.

- Aspectos Construtivos: possibilitar uma boa produtividade e segurança do trabalhador.

- Custo: o projeto deve atender a uma meta orçamentária.

O partido arquitetônico influencia decisivamente o custo da estrutura

O projeto deve ser elaborado com uma meta orçamentáriaa ser alcançada.

Índices orientativos:- espessura média- área de influência dos pilares- taxa de aço, etc...

““Cada traCada traçço realizado no projeto de um edifo realizado no projeto de um edifíício cio tem um tem um custocusto””

MASCARMASCARÓÓ (1998)(1998)

O que as construtoras desejam dos escritórios de projeto?

ITENS AVALIADOS

1) Cumprimento de prazos.

2) Rapidez em solucionar adequações.

3) Disponibilidade p/ consultas, reuniões, visitas à obra

4) Entrosamento c/ outros projetistas.

5) Custo na implementação (Orçamento).

6) Qualidade na apresentação.

7) Qualidade técnica na solução do projeto.

8) Projeto adequado à produção (segurança do trabalhador).

9) Nível de detalhamento (qualidade na descrição da solução)

10) Facilidade de entendimento do projeto (qualidade na descrição da solução)

O que as construtoras desejam de um projeto?

- Projetos mais detalhados e bem revisados – o engenheirotem menos tempo para elucidar dúvidas e é menos

experiente.

Projetos com erros = comprometimento no prazo da obraEx.: a viga com uma altura na fôrma e outra na armação

Projetos mais definidos permitem orçamentos mais precisos

Como as construtoras/incorporadoras podem ajudar os projetistas de estrutura?

- Pagando honorários juntos. - Antecipando o início dos projetos.- Evitando alterações de projeto.- Fazendo o projeto “fluir”.

Custos médios de projetos em relação ao custo da obra(sem levar em conta o fator repetitividade)

Disciplinas %

Estrutura 0,7

Instalações 0,4

Fundações 0,25

Pressurização e 0,15ar condicionado

Arquitetura 1 a 3

Será que esses valores serão alterados com a forte demanda?Será que os projetistas voltarão a ser remunerados como na

década de 80?Fonte: estudo com 20 projetos de 1996 a 2003.

Sapata apoiada em nSapata apoiada em níível inferior ao projetadovel inferior ao projetado

O projetista foi avisado?O projetista foi avisado?

Exemplo 2

• Muitos terrenos adquiridos pela incorporação (neste momento de economia aquecida) são os que sobraram: têm minas d’água, solos moles, aterros de grande proporções e de entulhos, solos contaminados.

• Mostrar sondagem, perfil.

• SONDAGEM

Exemplo de terreno com grande camada de aterro mal compactado ou solo mole

Exemplo de terreno com grande camada de aterro mal compactado ou solo mole

Necessidade de travamento !

PARTE 3

A produtividade como uma das estratégias fundamentais.

É o momento de um choque de produtividade no setor, motivado por novas tecnologias (aumento do uso de equipamentos, concreto auto-adensável, fundações mecanizadas).

• Os projetos precisam propiciar mais produtividade para reduzir a mão de obra no canteiro que está ganhando muito. Ex.: custo do carpinteiro e do mestre de obra com LS

• O aumento do custo da mão-de-obra, dar exemplo do mestre de obra.

• A escassez da mão de -obra

CONSTRUCONSTRUÇÇÃO CIVILÃO CIVIL

- Aprender a medir a produtividade fundamental para controlar o custo.

- Produtividade nas estruturas de concreto. (PRELORENTZOU)

1960 = 72,43 Hh/m³

1980 = 51,92 Hh/m³

1995 = 33,82 Hh/m³

Atividade/Item Início da década de 90 2008

1. Fôrmas As fôrmas eram produzidas no canteiro de obras por meio de tábuas sarrafos e painéis compensados

É adquirido um sistema de fôrma, também de madeira, mas pronto e industrializado.

2. Escoramento e escoramento remanescente

Pontaletes de madeira Torres metálicas e escoramentos metálicos

3. Projeto de fôrmas e de escoramento

Não era feito. O sistema de fôrmas era concebido pelo mestre de obras

Elaborado pela empresa que fornece o siste-ma de fôrmas ou por consultoria especializada

4. Mão-francesa para aprumar os pilares

Sarrafo de madeira Metálica

5. Espaçadores aço/fôrma (“pastilhas”)

De argamassa, produzidos no canteiro De plástico, industrializado.

6. Aço Cortado e dobrado na obra Recebido já cortado, dobrado e identificado

7. Suporte para negativos de laje (“caranguejos”)

Produzidos no canteiro Treliças em aço, industrializadas

8. Equipamentos de transporte vertical.

Elevador / Guincho a cabo de aço Elevador de engrenagem (cremalheira) e grua (algumas obras)

9. Sistema de transporte e lançamento de concreto

Por jericas Por bombeamento / Por caçamba e gruasPor jericas

10. Nivelamento das lajes Por guias/mestras de sarrafos de madeira Por nível a laser, mestras com suporte de altura regulável.

11. Desempeno do concreto Manual, com desempenadeira de madeira Mecânico,com desempenadeiras circulares metálicas (“helicópteros”)

12. Resistência do concreto àcompressão.

18 a 21 MPa 25 a 45 MPa, chegando a 80MPa em obras especiais.

13. Consistência do concreto (“slump”)

5 + 1cm 6 + 1 cm a 14 + 2 cm

14. Segurança do trabalhador Preocupação relativa. Utilização de bandejas ConformeNR-18: proteções individuais e coletivas. Uso intensivo de cinto de segurança, proteções nos vazios e periferias das lajes. Conscientização do trabalhador.

15. Controle da Qualidade Feito pelo mestre-de-obras e pelo engenheiro sem muita sistematização

Feito por técnico em edificações, pelo mestre-de-obras e pelo engenheiro de maneira sistematizada.

EVOLUEVOLUÇÇÃO NA EXECUÃO NA EXECUÇÇÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETOÃO DAS ESTRUTURAS DE CONCRETO

0,70

0,80

0,90

1,00

1,10

1,20

1,30

1,40

INC

C / m

³Evolução do custo de contratação da mão-de-

obra para estruturas de concreto

Custo da mão-de-obra para montagem da fôrma, da armação, transporte e lançamento do concreto, desenforma, limpeza da fôrma e serviços associados da estrutura (montagem das

bandejas e proteções) em obras executadas pela Tecnum Construtora.

Pilar 20 x 50 cm

6 barras de 25mm

10 barras de 20mm

Qual é o mais produtivo?

• Pilares com um menor número de barras de maior diâmetro é mais produtivo.

• É mais seguro?• Desenho comparativo: com barras de dois

diâmetros.• Foto com pilar com barra cortada.

Armação do pilar no processo convencional,barra por barra de aço, armada no

local da fôrma.

Armação do pilar fora das fôrmas, em gaiolas pré-montadas.

A influência do projeto do processo na produtividade

Criar a rotina de medir a produtividade!!!!!Criar a rotina de medir a produtividade!!!!!

Não Não éé feita uma anfeita uma anáálise correta da produtividadelise correta da produtividadePOTENCIALPOTENCIAL que serque seráá obtida durante a execuobtida durante a execuçção doão doserviserviçço (RUPo (RUP--Potencial).Potencial).

DeveDeve--se analisar os fatores que influem na se analisar os fatores que influem na produtiviprodutivi--dadedade, conforme lista anterior., conforme lista anterior.Ganhos de produtividade decorrentes de projetos Ganhos de produtividade decorrentes de projetos mais eficientes não são levados em conta pelo emmais eficientes não são levados em conta pelo em--preiteiropreiteiro..

Exemplo: LAJE Exemplo: LAJE ““PLANAPLANA”” X ESTRUTURA X ESTRUTURA RETICULADAS TRADICIONALRETICULADAS TRADICIONAL

Qual Qual éé mais econômica?mais econômica?

LAJE PLANA: LAJE PLANA: -- maior produtividade.maior produtividade.-- maiores vãos de laje.maiores vãos de laje.

-- espessuras maiores de lajes.espessuras maiores de lajes.-- maiores espessuras mmaiores espessuras méédias (edias (emm = vol/= vol/áárea).rea).-- cimbramentoscimbramentos mais robustos.mais robustos.-- maior maior deformabilidadedeformabilidade..-- maior atenmaior atençção ão ààs interfaces com a vedas interfaces com a vedaçção.ão.

HHáá pontos positivos e negativos ! pontos positivos e negativos !

CONTRATACONTRATAÇÇÃO: FormaÃO: Formaçção do preão do preçço da mãoo da mão--dede--obra da estruturaobra da estrutura

OpOpçção 1:ão 1: (Mais usada) (Mais usada) –– empreitada por volume (mempreitada por volume (m³³) de ) de estruestru--turatura executada executada –– Inclui: fôrma, armaInclui: fôrma, armaçção, transporte,ão, transporte,adensamento e desenforma e serviadensamento e desenforma e serviçços os complemencomplemen--tares (protetares (proteçção de periferia e poão de periferia e poçços de elevadores,os de elevadores,bandejas pbandejas páárara--lixo, limpeza, outros). lixo, limpeza, outros).

OpOpçção 2:ão 2: empreitada por preempreitada por preçços unitos unitáários dos servirios dos serviçços os principrinci--pais pais –– áárea de fôrma (mrea de fôrma (m²²); peso de a); peso de açço (Kg) para o (Kg) para armaarmaçção e volume de concreto (mão e volume de concreto (m³³) para transporte,) para transporte,lanlanççamento e adensamento.amento e adensamento.

A opA opçção 1 não considera a eficiência do ão 1 não considera a eficiência do projeto quanto projeto quanto àà produtividade ! produtividade !

AS DECISÕES DE PROJETO E O MÉTODO CONSTRUTIVO

3 tipos de estrutura para periferia de um edifício

Parte 4 –qualidade da descrição da solução

• Realidade:A falta de engenheiros civis qualificados tem propiciado que , em algumas obras, as conferências sejam feitas por engenheiros inexperientes

• É hora dos projetos virem com uma ótima qualidade de descrição, chamando a atenção aos pontos chaves.

• È hora de não avançar nos limites do coeficiente de segurança! Há preocupação na qualidade das decisões no canteiro

Análise do Projeto

Comentários:

Parceria – ajuda mútua !

1º ANÁLISE

100 COMENTÁRIOS2º ANÁLISE

30 COMENTÁRIOS3º ANÁLISE

5 COMENTÁRIOSRevisão Revisão

DESISTE!

RESSALVA NO PROJETO

Parceria – ajuda mútua !

Parceria – ajuda mútua !

DETALHES EM 3 DIMENSÕES AJUDAM O ENTENDIMENTO DO PROJETO.

Necessidade de detalhes em 3 dimensões nos nós.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

1) No atual momento de grande atividade no setor daconstrução, a parceria projetista de estrutura-construtoré fundamental para os dois parceiros.

2) Os projetos precisam vir detalhados da melhor maneirapossível para evitar interpretações erradas no canteiro,principalmente pela equipe pouco experiente.

3) A qualidade da execução das obras poderá estar com-prometida pela falta de uma equipe qualificada. Portanto,os coeficientes de segurança são fundamentais para nãose entrar na zona de risco.