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21 a 25 de Agosto de 2006Belo Horizonte - MG
Gestão de Manutenção das Instalações de
Alta Tensão da Chilectra S.A.
Félix Morales Hernández CHILECTRA S.A. [email protected]
RESUMO
Na primeira parte apresenta-se uma breve visão dos equipamentos que devem ser mantidos nas
Subestações e Linhas de Transmissão da Chilectra S.A.
Logo entrega-se uma síntese do que foi a gestão de manutenção destes equipamentos de Alta Tensão,
destacando-se a utilização do sistema Maximo e a sua interação com outros sistemas corporativos.
Também explica-se como foi realizado o processo de terceirização das atividades de manutenção e a
maneira de trabalhar atualmente com este esquema.
Descreve-se mais adiante a forma de checar e de definir as estratégias de manutenção e como são
gerados e controlados os planos anuais de manutenção.
Explicam-se os Laudos Técnicos dos Trabalhos realizados em terreno e a maneira de registrar na Base
de Dados as medidas efetuadas na inspeção.
São mostrados os esforços que têm sido realizados para a atualização e melhoramento das Bases de
Dados dos equipamentos instalados, incluindo o desenvolvimento do Sistema Integrado de
Manutenção.
Dedica-se um capítulo à gestão da informação de anomalías e falhas e como estes antecedentes podem
ajudar a melhorar a manutenção.
Tambiém são mostrados os resultados obtidos, produto da gestão de manutenção e finalmente são
entregadas conclusões e recomendações.
PALAVRAS-CHAVE
Equipamentos de Alta Tensão, Gestão de Manutenção, Sistemas de Informação.
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho se refere à evolução que teve a gestão de manutenção das instalações de Alta Tensão,
pertencentes à Chilectra S.A.
Chilectra S.A., é uma empresa que distribui energia elétrica na Região Metropolitana e a sua área de
concessão abrange 2.118 km2 (e 33 bairros). Possui cerca de 1.400.000 clientes.
Os equipamentos de Alta Tensão (AT) envolvidos neste trabalho, são aqueles instalados nas
Subestações e nas Linhas de Transmissão, que possuem tensões entre os 220 kV. e 12 kV. Estão
incluídos os chamados equipamentos principais (transformadores, interruptores, desconectores, linhas
de transmissão, etc.), os essenciais ou auxiliares (baterias, carregadores, transformadores de Serviços
Auxiliares, grupos eletrógenos, etc.) e finalmente as proteções e controles.
São excluídos do âmbito deste trabalho os equipamentos instalados nas redes de distribuição, que
possuem tensões de 12 e 23 kV (Média Tensão = MT).
No seguinte quadro, mostra-se a quantidade de equipamentos considerados na manutenção das
instalações de AT, até o dia 31 de dezembro de 2005, sem incluir as suas proteções e controles.
Quadro Nº 1
Equipamento Posição Quantidade Unidade
Linhas de Transmissão 220 kV 4 Linhas 7 Circuitos 91,36 356,04 km 110 kV 18 Linhas 32 Circuitos 250,26 44 kV 1 Linha 1 Circuito 14,42
Transformadores Banco Transformadores (43 Unidades Monofásicas) 11 132 Posições
Transformadores trifásicos 121 Interruptores AT Acopladores AT 32 192 Peças
Linhas e Arranques 105 Transformadores 55
Interruptores MT Acopladores MT 80 851 Peças Alimentadores 464 Banco Condensadores 94 Banco Condensadores (Switch Etapa) 64 Linha MT 1 Transformadores 148
Reconectores MT Alimentadores 33 36 Peças Transformadores 3
Banco Condensadores 65 Posições
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2. BREVE HISTÓRIA DA GESTÃO DE MANUTENÇÃO
2.1. Gestão manual
Até 1996, a planificação, as etapas de programação e o controle de manutenção eram feitos em forma
manual. Isto é, o registro dos equipamentos submetidos a manutenção era feito manualmente, assim
como a elaboração e seguimento dos Planos Anuais de Manuteção Preventiva.
A medida que o sistema elétrico crescia, começava a surgir a consciêcia da necessidade de contar com
um sistema de gestão de manutenção computadorizado.
Por volta de 1990, a Chilectra começou a trabalhar na idéia de possuir um Sistema de Gestão del
Manutenção, pelo que começou a pesquisar o mercado e estudar a possibilidade de um
desenvolvimento à medida.
Somente no ano de 1995, depois de realizar um concurso, foi adquirido o software Maximo, sistema
que oferecia a flexibilidade de realizar modificações para adaptá-lo aos requerimentos particulares da
Chilectra.
2.2. Unidades de Manutenção
No âmbito dos equipamentos de AT indicados no ponto 1, durante 1996 foram criadas as Unidades de
Manutenção, que são usadas até agora e que são um conjunto de equipamentos conectados
elétricamente. Estas Unidades de Manutenção não têm necessáriamente que ser desconectadas como
um conjunto de equipamentos para ser feita a manutenção de forma coletiva, pois isto dependerá da
viabilidade da desconexão, situação que é analisada e definida em conjunto com o Despacho do
Sistema.
No conceito Unidade de Manutenção, também existe uma hierarquia Pai-Filho entre os equipamentos
(Diagrama de árvore), o que permite conhecer a qual conjunto sistêmico ou unidade pertence certo
dispositivo. Isto também se reflete no código de posição de qualquer equipamento.
2.3. Pautas de Manutenção
Todos os trabalhos de manutenção, realizados nessa oportunidade, foram estruturados em Pautas de
Manutenção, permitindo registrar a sua freqüência, as suas diferentes etapas ou operações e o tempo
usado em cada uma delas.
Se para uma atividade qualquer a Pauta não existe, então esa tarefa pode ser estruturada, tomando
como base uma pauta similar, que pode receber as modificações correspondentes.
2.4. Sistema de Informação Econômica
Um fato importante, que afetou a utilização do software Maximo, por não ser um sistema corporativo,
foi a chegada do Sistema de Informação Econômica (SIE-2000), desenvolvimento contável trazido da
Endesa Espanha e que fora aplicado no ano 2000, o que significou que todo o controle de despesas dos
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trabalhos de manutenção fossem apurados por esse método. Isso fez com que as Ordens de Trabalho
não pudessem mais ser assumidas, pois o fato de Maximo ter perdido os vínculos que possuia com as
contas do sistema anterior, obrigava a digitar duas vezes os cargos, situação que não foi realizada.
3. PROCESSO DE TERCEIRIZAÇÃO DOS TRABALHOS DE MANUTENÇÃO
Entre janeiro e abril de 2001 foi concretizado o processo de terceirização de uma grande parte dos
trabalhos de manutenção e de obras, tanto nas Linhas de Transmissão como nas Subestações.
Depois de um processo de concurso internacional, foram assinados dois contratos, um para Obras e
Manutenção das Subestações e outro para Obras e Manutenção das Linhas de Transmissão, que em
2004 foram novamente assinados por quatro anos.
Como as Bases da Licitação assinalavam que as empresas que obtinham os contratos deviam receber
pessoal especialista que seria passado pela Chilectra, uma parte importante deste pessoal foi colocado
nas duas empresas que obtiveram os contratos por três anos. Isto permitiu que a experiência das
diferentes especialidades fosse passada para as empresas colaboradoras.
Tambiém foram passados uma série de equipamentos e ferramentas, que as empresas contratistas
mostraram interese por comprar da Chilectra.
A Chilectra reservou seu pessoal necessário para as inspeções e para algumas tarefas mais
especializadas, como os trabalhos em alguns sistemas de proteções e as atividades de ensaios de
laboratório (análise física e química dos óleos e cromatografia de gases dissolvidos).
Para financiar os trabalhos de manutenção e obras nos contratos, aplica-se o conceito de Baremo, que
é uma unidade de trabalho (por exemplo manutenção preventiva de um interruptor de MT) que
considera a mão-de-obra mobilizada e os materiais fungíveis, necessários para desenvolver a
atividade. Apresentam-se abaixo no Quadro Nº 2, dois exemplos de Baremos.
Para armar estes Baremos, no caso dos trabalhos de manutenção foram aproveitadas, em grande parte,
as Pautas que tinham sido definidas no Maximo.
Devido a que desde o momento da terceirização em adiante seriam utilizados os Baremos nas Ordens
de Trabalho, procedeu-se a carregar no Maximo o conjunto completo de Baremos com os seus custos,
o que permite financiar estas Ordens, pelo menos naquelas executadas pelo contratista.
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Quadro Nº2
Nº BAREMO
DESCRIÇÃO BAREMO
VALOR BAREMO ($)
DESCRIÇÃO LONGA
526735 REVISÃO COMPLETA DO TRANSFORM.
246.044 Esta revisão consiste em gestionar a desconexão do Transformador e efetuar as seguintes atividades: * Desconexão de chicotes AT/MT do Transformador. * Limpeza manual de Bushing AT/MT, pára-raios AT/MT e outros isolantes. * Ensaios elétricos.
526706 MANUT. PREV. REV. PERIÓDICA INTERRUP DE MT
199.239 Inclui uma intervenção programada com desconexão do equipamento, para efetuar uma manutenção geral a um interruptor tipo VCB, MCB, GCB de M.T., entre as tarefas a realizar, encontram-se: Limpeza e verificação estado de bushings, Limpeza do mecanismo.
Com respeito à execução dos Planos Anuais de Manutenção por parte dos contratistas, deve ser
indicado que, uma vez que forem emitidos estes Planos, que contém o detalhe planificado dos
trabalhos mês a mês, eles são enviados às empresas para que organizem os seus recursos e possam
cumprir, com uma tolerância adequada.
Cabe assinalar que cada contratista torna-se responsável de solicitar e gestionar as desconexões
necessárias com o Despacho do Sistema, para poder cumprir com os trabalhos do Plano e com aqueles
que sejam do tipo corretivo.
Isto significa que está em permanente contato com os Administradores do Contrato e com o Despacho
do Sistema da Chilectra.
4. ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO
As estratégias de manutenção são revisadas anualmente na Chilectra, tomando em consideração as
estatísticas das anomalías apresentadas nos equipamentos, a experiência dos especialistas, de outras
empresas distribuidoras do grupo e os critérios de manutenção estabelecidos para a Endesa España.
As diferencias nos períodos definidos para Chilectra e os estabelecidos para Endesa Espanha ou otras
distribuidoras, baseiam-se geralmente nas diferentes realidades entre as empresas. Por exemplo, nas
distribuidoras da Endesa Espanha existe um maior número de instalações redundantes que no caso da
Chilectra; portanto, havendo mais risco controlado, os períodos de revisão podem ser mais
distanciados.
É assim como, por um lado, são revisados os períodos de manutenção de alguns equipamentos e por
outro, tem sido aplicadas algumas técnicas preditivas, que permitem detectar anomalías antes que elas
ocorram e determinar as intervenções quando algum parâmetro haja saído da sua margem.
Alguns casos de distanciamento dos períodos de manutenção preventiva são:
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a) Revisões completas dos transformadores de poder (de três a seis anos).
b) Inspeções visuais aos transformadores de poder (de seis a doze meses).
c) Inspeções termográficas de Linhas de Transmissão de 220 kV (de seis a doze meses).
d) Lavado de isolantes em Linhas de Transmissão de 220 kV (de um a dois anos).
e) Limpeza manual de isolantes de Linhas de Transmissão (de quatro a seis anos).
f) Verificação massiva de isolantes a distância, em Linhas de Transmissão de 220 kV (de
seis a doze meses).
g) Ensaios elétricos e gases dissolvidos em óleo em Cabos 110 kV (de um a três anos).
h) Revisão geral de carregadores de baterias (de quatro a seis anos).
Exemplos das técnicas de manutenção preditiva que foram aplicadas na Chilectra nos últimos dezoito
anos são:
a) Cromatografia de gases dissolvidos em óleo
b) Inspeções Termográficas das instalações.
c) Análise da operação de interruptores.
d) Mediçaõ de rádio-interferência e ultrasom nas Linhas de Transmissão.
e) Medição de corrente de fuga em pára-raios de AT
f) Medição de impedância interna das baterias.
As estratégias de manutenção estão em permanente revisão, mas as modificações aos períodos de
manutenção são realizadas antes de começar o ano, para que sejam refletidas no Plano de Manutenção
anual, que é emitido ao finalizar o ano anterior.
No módulo de manutenção preventiva do Maximo, são definidos os períodos de cada atividade de
manutenção preventiva e os equipametos envolvidos nessas tarefas.
Este módulo é o responsável de gerar, na data que corresponda, as órdens de trabalho do Plano de
Manutenção, de acordo ao período definido para a atividade e de acordo à data do último trabalho
realizado.
5. GERAÇÃO E CUMPRIMENTO DO PLANO DE MANUTENÇÃO INTEGRAL
Como já haviamos adiantado no ponto anterior, o Plano de Manutenção, chamado Plano de
Manutenção Integral (PMI), é emitido anualmente em forma quase total, excluindo aquelas atividades
que tem uma freqüência inferior a seis meses, cujas Ordens de Trabalho vão sendo geradas durante o
ano, à medida que avança o cumprimento das tarefas anteriores.
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O nome Plano de Manutenção Integral é devido a que este plano é armado considerando,
integralmente, todos os equipamentos associados, para minimizar as desconexões. Em outras palavras,
se um transformador deve passar por uma revisão completa e deve ser desconectado, é lógico que o
trabalho seja realizado junto com a revisão dos interruptores e desconectores associados, incluindo as
suas proteções e controles.
O PMI do ano, que é entregado ao contratista encarregado, é uma lista de Ordens de Trabalho,
ordenadas por mês, nos quais é indicado o equipamento afetado, a sua localização no sistema, a
descrição do trabalho que realiza, o Código do Baremo, o Número da Ordem de Trabalho (OT) e o
Centro de Custo (CECO).
O controle de avanço do PMI, é realizado através de uma consulta à Base de Dados, na qual podem ser
comparadas as Ordens de Trabalho (OT’s) planificadas, versus as OT’s realizadas, para cada tipo de
especialidade. Para que a consulta à Base de Dados possa refletir adequadamente a realidade, é
necessáario que os inspetores completem as OT’s, quando é recebido em conformidade o Laudo
Técnico de terreno do trabalho correspondente.
Outro aspecto interessante de destacar, é que no controle de avanço é preciso distinguir, quantas OT’s
devem ser realizadas com desconexão do componente a ser mantido e quantas outras podem ser
executadas sem desconexão.
A razão desta distinção é que a execução daqueles trabalhos sem desconexão depende exclusivamente
da disponibilidade de recursos do contratista, enquanto que aquelas atividades que requerem
desconexão só poderão ser executadas na medida em que o Sistema Elétrico permita a desenergização
do equipamento envolvido.
6. LAUDOS TÉCNICOS DE TRABALHOS
Os Laudos Técnicos dos trabalhos realizados pelos Contratistas, são documentos em papel ou em
arquivo magnético, no qual são anotados todos os parâmetros medidos durante cada trabalho e é
registrada qualquer observação importante encontrada na inspeção.
Estes Laudos Técnicos, possuem um formato que, nos últimos anos, têm sido feito em acordo com os
contratistas, a fim de dispôr de um documento no arquivo magnético que pode ser carregado, em lugar
de ser digitado, na Base de Dados.
O módulo monitoramento de condições de Maximo permite ir registrando nele as medidas tomadas em
terreno, como parâmetros históricos ou parâmetros que podem ser controlados ou monitorados. Para
controlar um parâmetro, é indispensável colocar neste módulo o ou os valores permitidos.
Lamentávelmente, nem sempre é possível carregar com sucesso estes parâmetros desde os Laudos
Técnicos, pelas mudanças que sofrem os formatos destes Laudos ou pela falta de alguns dados
importantes, o que implica que este módulo não pudesse ter sido utilizado com todas as suas
potencialidades.
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Têm sido proposto, num futuro próximo, normalizar todos os formatos destes Laudos Técnicos, com a
finalidade de realizar oportunamente a carga automática dos dados medidos em terreno, para tê-los
atualizados na Base de Dados para qualquer pessoa que deseje consultá-los.
7. ATUALIZAÇÃO E MELHORAMENTO DAS BASES DE DADOS DOS EQUIPAMENTOS
INSTALADOS
Quando os equipamentos elétricos eram instalados pelo pessoal próprio da Chilectra, para a construção
de novas instalações em AT ou para a substituição de equipamentos por falha, era possível manter
mais atualizada a Base de Dados.
Com a terceirização das funções de obras e de manutenção tem sido mais difícil manter atualizados
estes dados, pelo que foi necessário efetuar, durante o ano de 2004, uma verificação e levantamento
em terreno das características técnicas básicas dos equipamentos instalados no último tempo, para logo
ingressá-los à Base de Dados.
Para os equipamentos novos instalados no começo de 2004, foi criado um procedimento para que a
área encarregada das obras solicitasse ao contratista a entrega dos antecedentes básicos dos
equipamentos instalados, num formato pré-definido, com a finalidade de carregá-los na base de dados.
Por outra parte, há três anos, terminou de desenvolver-se no âmbito dos equipamentos de AT, a
aplicação SIMA (Sistema Integrado de Manutenção), que permitiu integrar numa única Base de Dados
em Oracle, várias bases particulares realizadas em Access, que continham os protocolos de testes dos
equipamentos de poder, os ajustes de proteções e os antecedentes técnicos das Linhas de Transmissão.
O SIMA permite contar com uma Base de Dados integrada onde, como cada dado é único, todos os
usuários possuem a mesma informação que é compartilhada por todos, sem existir duplicidades.
O SIMA foi desenhado de modo que somente a informação básica das proteções e das linhas de
transmissão, possa ser vista no Maximo. Se forem requeridos maiores antecedentes destes
equipamentos, deve ser aberto o SIMA e ir ao módulo respectivo.
Atualmente, a fidelidade dos dados tem melhorado, tanto no Maximo como no SIMA, embora hajam
aspectos por resolver, relativos às atualizações pendentes e aos procedimentos para a entrega oportuna
dos antecedentes de terreno.
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8. GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ANOMALÍAS E FALHAS
A pesar de que Maximo possui as ferramentas para o registro e processamento adequado da
informação de anomalías e falhas, foi tomada como opção manter um arquivo separado, no qual são
classificadas as anomalías e falhas mais importantes, informadas pelo Despacho do Sistema.
O anterior, tem a desvantagem de que não ficam registradas em nenhum sistema as anomalías menores
que, pelo geral, são informadas pelo pessoal de terreno depois das inspeções. Também não é possível
ver na história de cada equipamento, no Maximo, as anomalías que este sofreu ao longo da sua vida
útil.
A classificação de anomalías realizada neste arquivo separado, está mais orientada à causa, que é
registrada e contabilizada, a fim de emitir uma análise mensal, cujos eventos possuem, na maior parte
dos casos, os seus respectivos documentos de respaldo, chamados Laudos de Atenção de Anomalías,
que são elaborados para cada evento com a área operativa correspondente e o contratista que atendeu a
falha.
A gestão da informação das anomalías e falhas, permitiu informar problemas de design de alguns
equipamentos, reformular procedimentos de trabalho, incorporar tecnologias de manutenção, etc.
9. RESULTADOS OBTIDOS
A gestão de manutenção dos equipamentos AT da Chilectra teve, ao longo destes anos, os seguintes
resultados que podem ser destacados:
9.1. Diminuição das taxas de falhas internas de transformadores de poder.
Na Figura Nº 1 apreciamos como a política de manutenção destes equipamentos, centralizada
fundamentalmente nas análises do óleo e na cromatografia de gases, permitiu ir diminuindo
sistemáticamente nos últimos vinte anos, a ocorrência anual média acumulada de falhas internas.
Este indicador, que corresponde à porcentagem média dos transformadores que falham por ano, com
respeito à população total de transformadores em serviço (do tipo 110/12 kV de 10.5, a 25 MVA),
alcançou um 2,9 %, no final de 2004, tal como mostra-se no gráfico. Se for considerado só um
período móvel de 10 anos, este valor é de 0,7% para os últimos 10 anos.
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9.2. Diminuição das taxas de anom
Produto da gestão de manutenção ne
anomalías em 2003 e 2004 (ver F
terceiros no entorno das linhas (estra
9.3. Melhoramento do cumprimen
Através do controle e seguimento p
pelas empresas colaboradoras, conse
anos, que chegou a ser de 99.8 % no
dos trabalhos planificados que não p
Sistema Elétrico.
9.4. Aumento dos períodos de revi
A análise permanente dos resultados
e a introdução de novas técnicas de
intervenções (ver ponto 4).
Figura N° 1: Ocorréncia Anual Média
alías e falhas em Linhas de Transmissão.
stas instalações, podemos apreciar uma diminuição do número de
igura Nº2), apesar do incremento nesses anos de trabalhos de
das, coletores de águas de chuvas).
Figura N° 2: N° Anomalías em LL/TT
to anual do Plano de Manutenção Integral.
eriódico do Plano de Manutenção, cujos trabalhos são realizados
guiu-se recuperar a sua porcentagem de cumprimento nos últimos
ano de 2005. Quer dizer, no último ano, apenas houve um 0.2 %
uderam ser realizados, fundamentalmente devido às limitações do
são de alguns equipamentos.
das estratégias, junto com a comparação com outras experiências
manutenção preditiva, tem permitido distanciar as revisões e as
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9.5. Evolução rumo à manutenção preditiva.
Como já vimos a manutenção dos equipamentos de poder em AT evoluiu na Chilectra e atualmente
continua nesse caminho, rumo a técnicas não invasivas para verificar o estado de um equipamento.
Isto permite ir prolongando os períodos de manutenção e diminuindo o número de intervenções.
Hoje em dia trabalha-se em dois Projetos Pilotos para o monitoramento a distância de
Transformadores de Poder e de Permutadores de Taps Sob Carga.
10. FUTURO DA GESTÃO DE MANUTENÇÃO EM AT
No final de 2006, a Chilectra deve mudar seus dados para um novo sistema de gestão de manutenção
chamado GOM (Gestão de Obras e Manutenção), que faz parte de um sistema maior, denominado
SDA (Sistema Distribuição América), que está sendo aplicado a todas as filiais americanas da Enersis.
De acordo com o que tem sido definido, GOM incluirá todas as facilidades e possibilidades que
Maximo possui, pelo que este sistema deverá desaparecer, quando o novo já esteja em funcionamento.
Entretanto, o SIMA será mantido e será vinculado, através de uma interfase, ao GOM.
Ao estar integrado GOM com o SIE, será possível financiar também as Ordens de Trabalho que
contenham atividades desenvolvidas com o pessoal próprio, como também aquelas que incluem o uso
de peças.
Dado que diferentes áreas da empresa utilizarão o SDA, será possível dispor com maior oportunismo
de uma Base de Dados atualizada, especialmente no caso da construção de novas instalações.
A aplicação de uma GOM extranet para os contratistas, permitirá dispor “on line” na Base de Dados,
dos antecedentes das inspeções de terreno (Laudos Técnicos), sem ter que esperar o carregamento de
dados.
As estatísticas de falhas poderão ajudar a controlar em forma integrada no GOM, ao ser classificados
no sistema os tipos de defeitos e os valores permitidos de vários parâmetros.
Ao ser GOM um sistema corporativo, permitirá dispor de maneira mais oportuna da informação
necessária para planificar a manutenção e as características técnicas dos equipamentos que sejam
substituídos ou colocados em serviço.
11. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
11.1. A incorporação do sistema de gestão de manutenção Maximo, permitiu o controle mais
eficiente dos dados e a tomada de decisões mais segura no que diz respeito à manutenção de
equipamentos de AT.
11.2. A entrada oportuna dos dados nos sistemas de gestão, pode ser melhorada ao ser um sistema
corporativo, que seja utilizado obrigatóriamente por todo o pessoal envolvido no registro de
dados.
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11.3. Ao efetuar comparações entre estratégias de manutenção, e antes de adotar alguma nova
política, é conveniente ter em conta as particularidades de cada empresa distribuidora e a
experiência dos especialistas locais.
11.4. A participação de pessoal contratista nas tarefas de manutenção, tem vantagens, se existir
apoio para a empresa colaboradora, especialmente no início do contrato e se houver
transferência de experiência (know-how).
11.5. A revisão e avaliação permanente das estratégias de manutenção é conveniente para ir
melhorando os planos de manutenção e elas devem considerar os resultados obtidos
(freqüências de falhas ou anomalías, as suas causas, cumprimento dos Planos, despesas
efetuadas nos trabalhos realizados, etc).
11.6. Sendo o pessoal da contratista quem efetua as revisões, medições e trabalhos em terreno, deve
existir um permanente contato com eles, especialmente quando há entrega de informação
obtida em terreno.
11.7. Devemos procurar a forma mais eficiente para que essa informação, entregada pelo contratista,
seja registrada oportunamente nas bases de dados do sistema de gestão.
11.8. Dada a responsabilidade do contratista de cumprir com a execução oportuna do Plano de
Manutenção, é aconselhável facilitar-lhe o contato direto com o Despacho do Sistema, que
conhece totalmente as limitações do Sistema Elétrico.
11.9. Devido à terceirização das atividades de manutenção, junto com uma adequada inspeção da
qualidade do trabalho, é conveniente ter um controle do cumprimento do Plano de
Manutenção.
11.10. Dado o desenvolvimento dos instrumentos para monitoramento em linha de diversos
parâmetros (temperaturas, correntes transitórias e de estado estacionário, vibrações,
concentração de gases no óleo, etc), recomenda-se adotar esta técnica especialmente no caso
de equipamentos estratégicos ou críticos
11.11. Ao existirem linhas de transmissão de desenvolvimento maioritáriamente urbano, é preciso
manter uma contínua revisão destas, com a finalidade de minimizar falhas ou anomalías,
ocasionadas pela intervenção de terceiros.
11.12. As análises do óleo dos transformadores de poder e a cromatografia de gases, permite ir
diminuindo sistemáticamente nos últimos vinte anos, a ocorrência de falhas internas nestes
equipamentos.
11.13. É conveniente buscar a integração de dados entre os sistemas técnicos que sejam utilizados e o
sistema de gestão de manutenção, para que todos os usuários possuam a mesma informação e
que não existam duplicidades ou inconsistências.
11.14. A aplicação de um sistema de gestão corporativo como GOM, no qual trabalha-se atualmente,
permitirá dispor, junto com algumas das atuais propriedades de Maximo, da informação mais
oportuna dos equipamentos e dos parâmetros medidos em terreno. Tambiém poderão ser
controladas as estatísticas de falha em forma integrada.