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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Magnus Bliesner TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Gestão de Custos na Saúde Pública: análise dos custos dos serviços de fisioterapia prestados pelo CEFIR do município de Balneário Camboriú – SC Administração Financeira ITAJAÍ (SC) 2008

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – GESTÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Magnus Bliesner

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

Gestão de Custos na Saúde Pública: análise dos custos dos serviços de fisioterapia prestados

pelo CEFIR do município de Balneário Camboriú – SC

Administração Financeira

ITAJAÍ (SC) 2008

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MAGNUS BLIESNER

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO

GESTÃO DE CUSTOS NA SAÚDE PÚBLICA: ANÁLISE DOS CUSTOS DOS SERVIÇOS DE FISIOTERAPIA PRESTADOS PELO CEFIR

DO MUNICÍPIO DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ – SC

Trabalho de Conclusão de Estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí.

ITAJAÍ – SC, 2008

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Agradeço a compreensão e paciência de meus pais

durante a realização deste trabalho. Eles que são os

responsáveis pela minha formação e caráter .

Ao meu orientador André Graf de Almeida pelo apoio,

dedicação e oportunidade de compartilhar uma pequena

parte de sua experiência e conhecimento.

À todos os professores pelas excelentes contribuições.

Enfim, àqueles que fizeram parte da minha jornada

universitária, fica o meu reconhecimento e gratidão!

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EQUIPE TÉCNICA

a) Nome do estagiário

Magnus Bliesner

b) Área de Estágio

Administração Financeira

c) Supervisor de Campo

Lázaro Juliano Teixeira

d) Orientador

Prof. André Graf de Almeida, MSc

e) Responsável pelos Estágios em Administração

Prof. Eduardo Krieger da Silva, MSc

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão Social

Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú

b) Endereço

Rua 1.500, número 1.100 – Centro – Balneário Camboriú

c) Setor de desenvolvimento do estágio

Centro de Fisioterapia e Reabilitação (CEFIR) - Secretaria de Saúde

d) Duração do estágio

240 horas

f) Nome e cargo do orientador de campo

Lázaro Juliano Teixeira

Gerente Administrativo do CEFIR

f) Carimbo e visto da empresa

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RESUMO

A gestão de custos nas organizações públicas é uma fonte de grande importância para auxiliar nas tomadas de decisão. Além de proporcionar uma melhor visualização da situação financeira, continuamente está em busca de melhor eficiência no direcionamento dos recursos e suas aplicações nas diversas atividades. A pesquisa teve como principais objetivos verificar os gastos gerais do CEFIR no primeiro semestre de 2008; separar os gastos gerais em custos e despesas; verificar a quantidade de atendimentos (procedimentos) realizados no período; encontrar e calcular os custos de cada serviço prestado; e comparar com a possibilidade de terceirização. Foi utilizada como forma de abordagem o método qualitativo, com aporte quantitativo. Quanto à tipologia, foi utilizada a pesquisa-diagnóstico. A coleta de dados foi realizada através de fontes primárias e secundárias. Como técnica de análise de dados utilizou-se a análise de conteúdo. Através dos levantamentos e cálculos realizados, foi possível verificar que a terceirização é uma alternativa viável e economicamente interessante, visto que os valores podem ser aplicados de outras formas em benefício da sociedade. Na Secretaria de Saúde do município de Balneário Camboriú, esta questão referente à viabilidade de terceirização de serviços fisioterapêuticos nunca havia sido analisada. Concluindo, a pesquisa foi importante, pois possibilitou um estudo mais apurado sobre a Contabilidade de Custos, auxiliando na construção de uma visão mais crítica e analítica. Poderá servir de parâmetro para novos trabalhos que objetivem investigar e analisar a aplicação dos recursos nos diversos âmbitos da administração pública e áreas afins. PALAVRAS-CHAVE: Contabilidade de Custos; Administração Pública; Saúde Pública.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Gastos totais do CEFIR no 1º semestre de 2008............................................ 38

Tabela 02 – Despesa administrativa total no 1º semestre de 2008..................................... 40

Tabela 03 – Custo total da produção no 1º semestre de 2008.............................................41

Tabela 04 – Descrição procedimentos realizados pelo CEFIR........................................... 42

Tabela 05 – Custo unitário mão-de-obra produção.............................................................46

Tabela 06 – Custo unitário da produção............................................................................. 47

Tabela 07 – Gasto unitário por procedimento.................................................................... 49

Tabela 08 – Valor unitário mão-de-obra produção, outros custos e despesas.................... 50

Tabela 09 – Comparação custo total CEFIR, SUS e CREFITO........................................ 51

Tabela 10 – Comparação custo unitário CEFIR, SUS e CREFITO................................... 53

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Fachada principal do CEFIR.............................. ............................................ 38

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................10

1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa...............................................................................11

1.2 Objetivos do trabalho.......................................................................................................12

1.3 Aspectos metodológicos....................................................................................................13

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio .............................................................................13

1.3.2 Descrição do contexto e participantes da pesquisa..........................................................14

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados...........................................................14

1.3.4 Tratamento e análise de dados.........................................................................................15

2 REVISÃO TEÓRICA .........................................................................................................16

2.1 Administração...................................................................................................................16

2.1.1 Funções da administração................................................................................................17

2.2 Administração Pública .....................................................................................................18

2.2.1 Estrutura da Administração Pública ................................................................................19

2.2.2 Controle na Administração Pública.................................................................................20

2.3 Administração da Saúde Pública ....................................................................................21

2.3.1 Conceito de Saúde ...........................................................................................................21

2.3.2 Conceito de Saúde Pública ..............................................................................................21

2.3.3 Breve histórico da Saúde Pública no Brasil.....................................................................22

2.3.4 A criação do SUS ............................................................................................................23

2.3.5 Diretrizes do SUS ............................................................................................................24

2.3.6 Atribuições do SUS .........................................................................................................25

2.3.7 Os gestores do SUS .........................................................................................................25

2.3.8 O Plano Municipal de Saúde ...........................................................................................26

2.3.9 O Conselho Municipal de Saúde .....................................................................................26

2.3.10 A terceirização na Saúde Pública ..................................................................................27

2.4 Fisioterapia........................................................................................................................27

2.5 Contabilidade de Custos ..................................................................................................28

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2.5.1 Termos utilizados ............................................................................................................29

2.5.2 Classificação dos Custos .................................................................................................30

2.5.3 Métodos de custeio ..........................................................................................................31

2.5.4 Cálculo do Custo da Mão-de-obra...................................................................................32

2.5.5 Depreciação .....................................................................................................................32

2.6 Gestão de Custos na Área da Saúde Pública..................................................................33

3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO ...................................................34

3.1 Município de Balneário Camboriú .................................................................................34

3.2 Secretaria de Saúde ..........................................................................................................36

3.3 Centro de Fisioterapia e Reabilitação – CEFIR ............................................................37

3.2 Resultados da pesquisa.....................................................................................................38

3.3 Sugestões............................................................................................................................57

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................60

DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO........................................................62

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...............................................................................63

APÊNDICES ...........................................................................................................................64

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1 INTRODUÇÃO

No contexto da globalização, onde prosperam a eficácia e a qualificação, cabe as

instituições públicas se adequarem às mudanças de tal maneira que possam se adaptar melhor

às novas conjunturas, mercados, tecnologias, problemas e desafios que estão surgindo em uma

crescente progressão, e estão sendo exigidos de forma mais rígida pela população, a qual

depende de um serviço com funcionalidade e qualidade.

A gestão de custos nas organizações públicas é uma fonte de grande importância para

auxiliar nas tomadas de decisão. Indispensável para programar adequadamente os recursos

financeiros que são disponibilizados para a concretização das estratégias e atividades, uma

correta contabilização dos gastos pode com certeza colaborar na promoção de um crescimento

sólido.

Nos diversos tipos de organização, especialmente do setor público, a gestão de custos

além de proporcionar uma melhor visualização da situação financeira, continuamente está em

busca de melhor eficiência no direcionamento dos recursos e suas aplicações nas diversas

atividades.

Permanecer em estado de imobilização ou inércia, caracteriza uma situação de

incompatibilidade para com o mercado, que já não comporta a permanência de organizações e

instituições públicas e privadas que não possuam missão e visão de longo prazo.

A Contabilidade de Custos pode auxiliar e muito no Controle e nas tomadas de

decisões, sendo estas duas funções muito importantes. Com base nisto, Martins (2001, p. 22)

diz que sobre o Controle, sua mais importante missão é “fornecer dados para o

estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, [...] acompanhar o

efetivamente acontecido para comparação com valores anteriormente definidos”.

Através das modificações e conquistas pelo qual a população vem passando desde o

século XX, a expectativa de vida tem sido postergada cada vez mais através da evolução da

medicina e das tecnologias, aumentando conseqüentemente a demanda por serviços de saúde,

principalmente de saúde pública.

Na área da saúde pública, a gestão de custos pode oferecer soluções ou amenizar

problemas relacionados ao desafio de se conciliar escassez de recursos com uma demanda

crescente pelos serviços, acreditando-se que quanto maior a faixa etária, crescentes também

são os gastos. Apesar de ser de grande importância para as organizações do setor público, a

gestão de custos que busca atribuir maior eficiência e qualidade aos controles dos gastos e

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despesas, não é muito aplicada, sendo substituída por métodos mais simples, e que não

proporcionam o mesmo resultado, o que pode significar desperdícios e alocações incoerentes

de recursos públicos.

A Organização Mundial da Saúde reconhece alguns desafios para Saúde Pública,

como o de manter a independência e a vida ativa com o envelhecimento, além de fortalecer

políticas de prevenção e promoção da saúde, especialmente aquelas voltadas para os idosos, e

manter e/ou melhorar a qualidade de vida.

De acordo com a Prefeitura Municipal de Balneário Camboriú (2007), a Secretaria de

Saúde, criada oficialmente em 1984, está à disposição dos usuários através do Sistema Único

de Saúde (SUS), e oferta cerca de um milhão de procedimentos/atendimentos ao ano entre

consultas médicas, procedimentos de enfermagem, assistência social, fisioterapia, tratamento

dentário, ações de prevenção, exames, entre outros, contando com 17 unidades de saúde,

sendo administrada pelo Secretário Municipal de Saúde e pelo Gestor do Fundo Municipal de

Saúde, com colaboração e fiscalização do Conselho Municipal da Saúde. A Secretaria de

Saúde de Balneário Camboriú oferece à comunidade nove unidades especializadas de

atendimento, sendo uma delas o Centro de Fisioterapia e Reabilitação (CEFIR), local em que

foi desenvolvido o presente trabalho de estágio.

Com muito esforço, responsabilidade e intensa prática, as organizações públicas

podem fazer desta importante ferramenta financeira, um mecanismo ideal para se estabelecer

e cumprir metas com maior precisão e eficiência. Acredita-se que o processo de apuração de

custos possa exercer grande influência nos planejamentos e decisões organizacionais.

1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa

De acordo com Roesch (2007, p. 90), um problema “é uma situação não resolvida,

mas também pode ser a identificação de oportunidades até então não percebidas pela

organização”.

Ainda Segundo Roesch (2007), na justificativa apresentam-se os motivos para a

existência do presente trabalho, refletindo sobre o mesmo de forma mais abrangente,

utilizando-se dos critérios importância, oportunidade e viabilidade.

O setor privado objetiva reduzir custos visando maior lucratividade, já na

administração pública, procura-se gerenciar mais eficientemente os custos com a intenção de

promover maior eficiência e qualidade na alocação dos recursos, beneficiando a população.

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Em vista da grande contribuição da gestão de custos na tomada de decisão, uma

correta aplicação desta nos serviços governamentais, pode possibilitar não só a redução de

custos, como uma melhor aplicação de recursos traduzindo-se em maior quantidade e melhor

qualidade nos serviços prestados à população. Deste modo, este trabalho buscou responder o

seguinte problema de pesquisa: os custos de funcionamento do CEFIR são inferiores aos

custos de terceirização dos atendimentos realizados no primeiro semestre de 2008?

O presente trabalho de pesquisa foi de grande importância para o acadêmico, diante

da necessidade de se aprender a controlar melhor os custos, agregando grandes conhecimentos

à respeito do tema e do funcionamento deste no setor público. Também contribuiu de forma

científica, pois os estudos sobre gestão de custos na administração pública são ainda em

pequeno número, apesar da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000)

exigir que haja esta correta gestão dos gastos no governo. Pode ser útil também à Secretaria

da Saúde e ao supervisor do CEFIR, pois apresentou um paralelo entre os custos da unidade e

os custos de possível terceirização dos serviços, podendo auxiliar nos planejamentos e, em

algumas decisões importantes e necessárias para a execução das atividades.

O presente estudo realizado na unidade especializada do CEFIR foi original, pois na

literatura não se encontrou registros de realização de alguma pesquisa com este foco, onde

foram comparados os custos de funcionamento do CEFIR de Balneário Camboriú e os custos

de terceirização de serviços de fisioterapia no primeiro semestre de 2008.

O estudo foi viável, pois o supervisor, os fisioterapeutas e demais funcionários do

CEFIR disponibilizam os dados e informações necessárias para a realização do mesmo.

1.2 Objetivos do trabalho

Serão apresentados nesta etapa do trabalho os objetivos gerais e específicos, os quais

segundo Richardson (1999), devem ser extraídos dos problemas de pesquisa.

O objetivo geral, de acordo com Roesch (2007) define o propósito do trabalho, é

amplo e dificilmente pode ser avaliado, não sendo suficiente apenas a sua definição.

O presente projeto de estágio tem como objetivo geral comparar os custos de

funcionamento do CEFIR e os custos de terceirização dos atendimentos realizados no

primeiro semestre de 2008.

Segundo Roesch (2007, p. 97), os objetivos específicos “especificam o modo como

se pretende atingir um objetivo geral”.

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Objetivos específicos:

- Verificar os gastos gerais do CEFIR no período;

- Separar os gastos gerais em custos e despesas;

- Verificar a quantidade de atendimentos (procedimentos) realizados no período;

- Encontrar e calcular os custos de cada serviço prestado;

- Comparar com a possibilidade de terceirização.

1.3 Aspectos metodológicos

Nesta etapa, serão apresentados os aspectos metodológicos para conduzir a pesquisa,

desde a caracterização do trabalho de estágio até o tratamento e análise dos dados.

De acordo com Roesch (2007, p. 82), o método

não significa apenas o instrumento de coleta ou análise de dados, mas é algo muito mais abrangente. A escolha entre a lógica dedutiva e a lógica indutiva vai determinar a abordagem do projeto, a perspectiva de investigação da realidade.

1.3.1 Caracterização do trabalho de estágio

A presente pesquisa utilizou como forma de abordagem o método qualitativo, com

aporte quantitativo.

De acordo com Richardson (1999, p. 79), um aspecto qualitativo pode

estar presente até mesmo nas informações colhidas por estudos essencialmente quantitativos, não obstante perderem seu caráter qualitativo quando são transformadas em dados quantificáveis, na tentativa de se assegurar a exatidão no plano dos resultados.

O aporte quantitativo ao método qualitativo pode beneficiar a análise de

informações, pois segundo Richardson (1999, p. 89) as “técnicas estatísticas podem contribuir

para verificar informações e reinterpretar observações qualitativas, permitindo conclusões

menos objetivas”.

Quanto à tipologia do trabalho de pesquisa, em relação aos objetivos propostos, foi

utilizada a pesquisa-diagnóstico, que conforme Roesch (2007, p. 72), “apresenta um conjunto

de técnicas e instrumentos de análise que permitem não só o diagnóstico, como também a

racionalização dos sistemas”. Especificamente na área financeira, Roesch (2007, p. 73) diz

que o diagnóstico “visa ao melhor planejamento e ao melhor controle de recursos”.

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A natureza da pesquisa foi descritiva, que segundo Gil (2007, p. 44) “salientam-se

aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo”. Descritivas também são

aquelas que procuram encontrar associação entre variáveis (GIL, 2007).

O aspecto quantitativo se justifica pela necessidade de coletar dados objetivos, para

utilizá-los como base para encontrar possíveis associações entre variáveis que exerçam

influência nos custos.

1.3.2 Descrição do contexto e participantes da pesquisa

O trabalho em questão foi realizado no CEFIR, centro este ligado à Secretaria de

Saúde de Balneário Camboriú. Foram coletadas informações gerais sobre os serviços

prestados junto ao supervisor do CEFIR, fisioterapeutas do quadro e demais funcionários,

além de funcionários do setor de custos da Secretaria de Saúde, para formação do banco de

dados que possibilitou a comparação das informações.

1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

A coleta de dados foi realizada através de fontes primárias e secundárias.

Segundo Roesch (2007), dados secundários são aqueles criados pelo pesquisador,

como índices ou relatórios, e dados primários são diretamente colhidos nas formas de

entrevista, questionário, observação, entre outras.

As fontes de dados primárias foram recolhidas através de observação não

participante e entrevistas informais realizadas com os funcionários.

De acordo com Roesch (2007), as entrevistas possibilitam atingir de uma maior taxa

de respostas, devido à aspectos como melhor convencimento do entrevistado, alcance dos

vários níveis de instrução, e como o impedimento de equívocos nas respostas.

De acordo com Richardson (1999), na observação não participante o investigador

atua como espectador atento, assistindo e registrando as ocorrências interessantes ao estudo.

Os dados secundários foram obtidos através de relatórios da contabilidade, valores,

tabelas, arquivos, notas fiscais e de softwares contábeis existentes na secretaria.

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1.3.4 Tratamento e análise de dados

Nesta pesquisa, foi utilizada a análise de conteúdo como técnica de análise de dados.

De acordo com Roesch (2007, p. 73), depois de analisar individualmente as perguntas, deve-

se descrever diferentes aspectos ou matizes do problema.

A observação além de colocar o pesquisador no local em que os eventos estão

ocorrendo, segundo Roesch (2007, p. 169) “permite ao pesquisador analisar com

profundidade e detalhe os eventos; descrever o que aconteceu e como aconteceu”.

De acordo com Roesch (2007), na análise de conteúdo indicadores quantitativos são

criados, devendo o pesquisador interpretar e explicar, através de teorias fundamentadas, os

resultados encontrados.

Os dados pesquisados foram representados em tabelas, com comentários que foram

analisados de acordo com os conhecimentos da contabilidade de custos abordados na

fundamentação teórica deste trabalho.

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2 REVISÃO TEÓRICA

Este capítulo tem como objetivo realizar uma revisão teórica do tema em questão.

2.1 Administração

As Escolas Clássicas de Administração iniciaram seus estudos através da

administração científica, a qual direcionou seus esforços para o objetivo de melhoria da

eficiência do trabalhador, da onde surgiram duas formas, descritas como a administração do

trabalho e a administração das organizações.

Na administração do trabalho encontrava-se Frederick W. Taylor (1856-1915),

considerado pai da administração científica. Ele direcionou-se para o estudo das atividades,

dividindo-as em tarefas e criando o processo chamado de fracionamento de atividades,

originando assim seus famosos estudos de tempos e movimentos. Através destes e de um

sistema de pagamentos por quantidade produzida, Taylor conseguiu melhorar de forma

radical a eficiência dos trabalhadores (MONTANA e CHARNOV, 2003).

De acordo com Chiavenato (2001), a administração está diretamente relacionada com

organizações, as quais são instituições que precisam ser administradas, e são formadas por

pessoas que administram conhecimentos, recursos físicos e materiais, financeiros,

mercadológicos, tecnológicos, entre outros. E para que tenham como ser administradas

adequadamente, as organizações necessitam primeiramente ser averiguadas, estudadas e

analisadas.

Aos poucos o mundo está se tornando uniformemente desenvolvido, com uma

diversidade maior de mudanças rápidas que estão criando uma economia global. Mesmo que

o crescimento rápido ocorrido após a Segunda Guerra Mundial não se repita, e continue

progredindo no ritmo em que está, a necessidade de se administrar as novas organizações e

suas tendências torna-se a cada dia um novo desafio.

A administração das organizações surgiu da necessidade de se entender como uma

organização poderia exercer suas operações com mais eficácia, visto que após a Revolução

Industrial as organizações vinham crescendo rapidamente. Foi Henri Fayol (1841-1925) quem

mais se destacou nesta área da administração das organizações.

Segundo Montana e Charnov (2003), ele tinha sua preocupação direcionada à

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eficiência e eficácia da organização como um todo. Fayol contribuiu sobremaneira para a

teoria da administração, distinguindo supervisão de gerenciamento, contribuindo para o papel

do gerente e para a formação da hierarquia organizacional; denominou de funções da

administração as atividades gerenciais; enfatizou sobre a necessidade de flexibilidade e

afirmou que era possível aprender a gerenciar, quebrando assim o paradigma de que gerentes

nascem prontos.

Diante da importância da Administração e suas responsabilidades na moderna

sociedade, Chiavenato (2001, grifo do autor, p. 15), diz que

A Administração tornou-se importante na condução da sociedade moderna. Ela não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma, com o menor custo e com a maior eficiência e eficácia. Fazer cada vez mais com cada vez menos. Nesse sentido, a Administração agrega valor e riqueza às organizações e às pessoas.

De acordo com Montana e Charnov (2003), Fayol apontava que a administração

caracterizava-se por cinco funções específicas, as quais definiam o gerente e proporcionavam

uma definição funcional de administração. As funções eram planejamento, organização,

comando, coordenação e controle, sendo hoje a forma que mais contribui para se compreender

a administração.

2.1.1 Funções da administração

O planejamento pode ser considerado uma das mais importantes tarefas a ser

realizada pelo gerente. O planejamento estratégico e planejamento operacional são os dois

principais tipos de planejamento na administração.

De acordo como Montana e Charnov (2003), o planejamento operacional tem como

princípio a definição de metas, mas em níveis operacionais, ou seja, em escalas hierárquicas

mais baixas, diferentemente do planejamento estratégico, que estabelece metas para

organização como um todo.

A organização surge através do propósito de satisfação dos desejos ou necessidades

dos clientes. Para a realização desse propósito, criam-se planos de ação e estruturas, e por

meio de análise e identificação definem-se objetivos comuns a serem alcançados.

(MONTANA e CHARNOV, 2003).

A direção é vista por meio de um desempenho de destaque em uma função gerencial,

pois o mesmo depende muito da habilidade e competência administrativa. Além disto,

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algumas habilidades como liderança, auto-objetividade e comunicação, são importantes para o

sucesso. Montana e Charnov (2003, p. 08) afirmam também que

é por meio do compartilhamento de responsabilidade, pela atribuição e delegação de autoridade, que um gerente pode fazer com que outros níveis (pessoas) sejam responsáveis pela realização do trabalho.

Com o objetivo de se garantir o alcance das metas, o controle surge depois de

planejamento como a atividade que tem como compromisso o uso eficaz e eficiente dos

recursos utilizados para conciliação dos resultados com as metas. (MONTANA e

CHARNOV, 2003).

De acordo com Martins (2003, p. 323), o conceito de controle pode ser “conhecer a

realidade, compará-la com o que deveria ser, tomar conhecimento rápido das divergências e

suas origens e tomar atitudes para sua correção”.

2.2 Administração Pública

De acordo com Araújo e Arruda (2006), a administração pública pode ser

considerada o conjunto de funções coordenadas que almejam a gestão eficiente da coisa

pública e a satisfação das necessidades coletivas, através da realização dos serviços que

envolvem o aparelhamento do Estado.

Segundo Kohama (1991, p. 27), a administração pública “é todo o aparelhamento do

Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando a satisfação das necessidades

coletivas”.

É possível ainda dizer que para administrar não é suficiente a prestação e execução

de serviços, sendo necessário também governar e exercer a vontade objetivando o alcance de

um resultado com valor, um resultado útil, ou seja, para administrar é necessário gerir os

serviços públicos. (KOHAMA, 1991).

Araújo e Arruda (2006, p. 02, grifos do autor) afirmam que a administração pública

assume uma conotação de processo, com o propósito de possibilitar o cumprimento das funções básicas do Estado, especialmente os serviços indispensáveis à satisfação das necessidades coletivas. Este instrumental de ação do Estado funciona como um conjunto de processos por meio dos quais os recursos públicos – sejam eles materiais, humanos, financeiros ou institucionais – são combinados e coordenados com vistas a definir e implementar as políticas públicas [...] e a realizar as obras e os serviços demandados pelas necessidades coletivas.

Segundo Araújo e Arruda (2006), a administração pública surge perante o Estado,

por ser um conjunto de órgãos destinados a cumprir as finalidades do mesmo, na busca da

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“realização do bem comum”.

O Estado corresponde à organização político-jurídica de uma sociedade com a

finalidade de realização do bem público, com o governo próprio e território determinado.

Apesar da complexidade social, pode-se conceituar como a nação politicamente organizada

por leis próprias. (ARAÚJO e ARRUDA, 2006).

Conforme Heady (1996, p.13), a administração pública “como um aspecto da

atividade governamental existe desde que os sistemas políticos funcionem e tentem alcançar

objetivos programados estabelecidos pelos que tomam decisões políticas”.

Ainda Heady (1996), conceitua a administração pública como um setor da

administração existente num contexto político, e está relacionada basicamente com a

execução das decisões da política do governo, por pessoas de autoridade na tomada de

decisão.

No contexto da Administração Pública em geral, o estudo da estrutura e das

atividades

deve partir do conceito de Estado, sobre o qual repousa toda a concepção moderna de organização e funcionamento dos serviços públicos a serem prestados aos administrados. (MEIRELLES, 2006, p. 59, grifos do autor).

Meirelles (2006) comenta que de acordo com o Código Civil, Estado é pessoa

jurídica de Direito Público Interno, podendo atuar tanto no campo do Direito Público quanto

no do Privado, mas mantendo sua personalidade única de Direito Público.

2.2.1 Estrutura da Administração Pública

De acordo com Araújo e Arruda (2006), é o administrador público, um servidor

legalmente dotado em cargo público, tanto efetivo quanto temporário, o responsável pela

administração da coisa pública, dos negócios do Estado, pela representação dos interesses da

sociedade, da coletividade, através da administração pública. O orçamento e as finanças do

setor governamental, constituído por União, Estados e Municípios, são gerenciados através da

administração financeira e orçamentária, com o objetivo primo de manter o equilíbrio, a

economia, a eficiência e a eficácia na gestão da coisa pública, compreendendo toda a infra-

estrutura composta de recursos humanos, materiais e tecnológicos.

Segundo Araújo e Arruda (2006, p. 06), cabe ao administrador público

desenvolver ação de planejar, dirigir, fiscalizar, acompanhar e controlar os projetos, as atividades e os programas governamentais com a finalidade de garantir o

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cumprimento de metas preestabelecidas no plano de governo quanto aos aspectos da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade.

Para Kohama (1991, p.32), o campo da atuação da Administração Pública “conforme

delineado pela organização da execução dos serviços, compreende os órgãos da

Administração Direta ou Centralizada e os da Administração Indireta ou Descentralizada”.

Sendo que, Kohama (1991) conceitua Administração direta ou centralizada como aquela que

se encontra integrada e ligada na estrutura da organização, diretamente ao chefe do Poder

Executivo, apresentando uma estrutura de pirâmide, onde do ponto mais alto são dirigidos

todos os serviços.

A Administração indireta ou descentralizada é a atividade administrativa, que se

caracteriza como serviço de interesse público, sendo transferida do Estado para outra entidade

criada por ele, onde a execução da atividade pública por outras pessoas jurídicas de direito

público ou privado é exercida de forma descentralizada. (KOHAMA, 1991).

2.2.2 Controle na Administração Pública

Para um sistema qualquer que pretenda existir ou continuar a existir, o controle

torna-se indispensável. Araújo e Arruda (2006, p. 11), conceituam controle como o “conjunto

de medidas necessárias ao perfeito funcionamento de um sistema, seja ele simples ou

complexo, de modo que sejam alcançados seus fins e objetivos”. As operações de um sistema

não se sustentam sem a função de controle, pois a mesma transmite a segurança de que

determinadas ações estão sendo executadas de maneira correta, de acordo com o

planejamento, e direcionadas aos objetivos e metas.

Em todos os níveis de uma organização é possível visualizar o controle, pois envolve

inúmeras pessoas em escalas de gerenciamento e comando, em diversos processos. Seguindo

a linha de raciocínio, pode-se afirmar que o controle delimita medidas para o real e efetivo

alcance do resultado planejado. (ARAÚJO e ARRUDA, 2006).

Já na área da administração pública, afirmam Araújo e Arruda (2006, p. 13) que

controle pode ser conceituado como “a atribuição de acompanhamento, vigilância,

verificação, orientação e correção que um poder, órgão ou agente público exerce sobre a

atuação de outro ou sobre sua própria atuação”. O controle ainda pode ser dividido em

controle externo (heterocontrole), no qual um ente externo à organização, dotado de

especialização nas atividades de auditoria, fiscalização, inspeção e acompanhamento o exerce;

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e controle interno (autocontrole), onde a própria organização exerce o controle, em seus atos,

processos, atividades, normas, estruturas etc., a cargo de uma unidade especializada de

assessoria e consultoria junto à administração central.

2.3 Administração da Saúde Pública

Este capítulo tem como objetivo abordar questões sobre a administração da Saúde

Pública. Será iniciado com o conceito de saúde, o conceito de Saúde Pública, uma descrição

breve sobre o histórico do desenvolvimento da Saúde Pública no Brasil, além de algumas

considerações sobre a atual estrutura do SUS – Sistema Único de Saúde.

2.3.1 Conceito de Saúde

O conceito de saúde foi definido na 8ª Conferência Nacional de Saúde, precedida por

um amplo debate e pré-conferências. “Em seu sentido mais abrangente, a saúde é resultante,

entre outras, das condições de habitação, alimentação, educação, renda, meio ambiente,

trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra, acesso a serviços de

saúde”. (SANTA CATARINA, 2002).

A 8ª Conferência Nacional de Saúde foi realizada em 1986, e contou com a presença

de representantes dos governos federal, estaduais e municipais; empresas fabricantes de

medicamentos e equipamentos médicos; prestadores de serviços na área da saúde, e usuários

dos serviços.

2.3.2 Conceito de Saúde Pública

A saúde visa um padrão de vida adequado, onde é necessário que haja garantia das

condições de subsistência, além da promoção de questões no âmbito da educação e da prática

de hábitos de vida sadios.

Com o surgimento do corpo social, onde a sociedade passa a possuir certa

complexidade e organização para englobar diversos grupos sociais, ocorre também uma

divisão de trabalho e um sistema de poder, e devido a urbanização e industrialização, surgem

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antigos e novos problemas, novas tecnologias, além da necessidade de novas formas de

assistência e de uma visão mais social dos problemas de saúde, a saúde pública. (SCLIAR,

2005).

O poder público passou a exercer um importante papel na saúde dos brasileiros após

a Constituição Federal de 1988. A Saúde Pública pode ser entendida sob dois aspectos:

a) No que diz respeito à função pública, a saúde é direito de todos e dever do Estado enquanto oferta de serviços e ações de promoção, proteção e recuperação; b) No que diz respeito às ações de preservação da saúde como dever do cidadão, da sociedade, das empresas e da família através de hábitos e atitudes de promoção da saúde. (SANTA CATARINA, 2002, p.13)

2.3.3 Breve histórico da Saúde Pública no Brasil

Antes da Constituição de 1988, só poderia utilizar a assistência médica quem possuía

carteira assinada e pagava a Previdência Social, ou seja, a saúde não era direito de todos e

aqueles que não podiam pagar e não contribuíam para a Previdência eram classificados como

indigentes ou carentes.

Em 1979, surgiu através dos profissionais de saúde, o movimento sanitário (CEBES),

que discutiu e propôs uma reorientação do sistema de saúde, já chamado de Sistema Único de

Saúde.

Nos anos 80 ocorreu uma crise econômica, a população que já se organizava estava

lutando pela democratização, e exercendo pressão sobre o Governo para que este alterasse o

sistema de saúde.

Em 1982 o Governo alterou a forma de pagamento do setor privado e passou a

estabelecer convênios com estados e municípios através de repasse de recursos. Surgem as

Ações Integradas de Saúde – AIS, onde as instituições públicas poderiam realizar um

planejamento mais articulado e integrado. Foram criadas as Comissões Interinstitucionais –

CIS e CIMS, como base do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde.

Em 1986 foi realizada a 8ª Conferência Nacional de Saúde, que discutiu através de

uma ampla participação a situação da saúde no País, aprovando um relatório que contribuiu

para a constituição do projeto da Reforma Sanitária Brasileira, sendo que esta tinha como

proposta a implantação do Sistema Único de Saúde – SUS, para reorientação do sistema de

saúde.

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Em 1988, a saúde foi consagrada como produto social através do texto

constitucional, o qual também estabeleceu as bases legais dos municípios como responsáveis

pela elaboração da política de saúde.

A Constituição Federal de 1988, apresentou através do Artigo 196 uma grande

conquista dos brasileiros:

A saúde é um direito de todos e um dever do Estado, garantido por políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. (CONSTITUIÇÃO FEDERAL de 1988).

Após a Constituição Federal de 1988, o Governo Federal e Estados passaram a

fiscalizar e distribuir os recursos financeiros e os Municípios a executar ações de saúde dentro

dos próprios limites territoriais, além de compartilhar os recursos. O INSS então ficou com a

responsabilidade das aposentadorias e pensões, ficando o mesmo sem vínculos aos serviços

de atendimento à saúde.

A saúde foi incluída no capítulo da Seguridade Social, que corresponde ao conjunto

das ações de Saúde, Previdência Social e Assistência Social, com financiamento comum e,

foram elaboradas e aprovadas as Leis Orgânicas da Saúde: Lei nº 8.080/90 e Lei nº 8.142/90,

com o intuito de organizar o funcionamento do SUS.

2.3.4 A criação do SUS

O SUS (Sistema Único de Saúde) foi criado e é até hoje norteado pela Lei nº 8.080

de 19 de Setembro de 1990, dois anos depois de promulgada a Constituição Federal de 1988.

Art. 4º. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público, constitui o Sistema Único de Saúde – SUS. (LEI 8.080/90)

Os gestores municipais apresentam maior competência para efetuar programação das

ações de saúde compatíveis com as questões de saúde na área de abrangência, por se

apresentarem mais próximo da população. (SANTA CATARINA, 2002).

Aos Municípios foi incumbida a responsabilidade pelo planejamento, execução e

controle das ações de saúde em sua área de abrangência, ou seja, eles ficaram com a

responsabilidade de programar, executar e avaliar as ações de promoção (realizadas através de

atividades de educação em saúde), proteção (vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e

vacinações) e recuperação (diagnóstico e tratamento de doenças e acidentes) da saúde. Para a

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carga de atribuições agora impostas, os Municípios tiveram que se organizar e reestruturar as

Secretarias de Saúde.

Ocorreu a descentralização e municipalização dos serviços de Saúde Pública, sendo

que as Secretarias Municipais de Saúde obtiveram responsabilidade de definição e gestão de

ações, possibilidade de participação social para estabelecimento de estratégicas e ações, além

de controle da sociedade através do controle social do Prefeito e Secretário Municipal de

Saúde.

2.3.5 Diretrizes do SUS

Na Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/90) é visto que a descentralização político-

administrativa ganha destaque na forma de municipalização dos serviços e ações de saúde,

por meio de uma distribuição de poder, competências e recursos em direção aos municípios.

As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou

conveniados, que integram o SUS, serão desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas

no Artigo 198 da Constituição Federal e Artigo 7º da Lei nº 8.080/90. Estas diretrizes podem

ser classificadas em princípios doutrinários e princípios organizativos que estabelecem

parâmetros de conduta e desempenho, contemplando referências de gestão, a saber: (SANTA

CATARINA, 2002, p.18-20).

Princípios doutrinários:

a) Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de

assistência, isto é, que todos os cidadãos têm direito à assistência à saúde,

independente de vínculo empregatício ou de contribuir ou não para a

Previdência Social;

b) Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e

contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,

exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema, ou

seja, o sistema de saúde deve proporcionar ao indivíduo e a coletividade as

condições de atendimento de acordo com as suas necessidades;

c) Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e

moral;

d) Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer

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espécie;

e) Direito à informação, para as pessoas assistidas, sobre sua saúde;

f) Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua

utilização pelo usuário.

Princípios organizativos:

g) Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridade, a alocação

de recursos e a orientação programática;

h) Participação da comunidade;

i) Descentralização político-administrativa com direção única em cada esfera de

governo, com ênfase na descentralização dos serviços para os municípios,

regionalizando e hierarquizando a rede de serviços;

j) Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e

saneamento básico;

k) Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da

União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios na prestação dos

serviços de assistência à saúde da população;

l) Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência;

m) Organização dos serviços públicos, de modo a evitar duplicidade de meios

para fins idênticos.

2.3.6 Atribuições do SUS

São definidos os objetivos e atribuições do SUS no Capítulo I da Lei nº 8.080/90,

sendo que o mesmo deve atuar tanto na assistência às pessoas, através das ações de promoção,

proteção e recuperação, quanto na execução de ações de vigilância, formulação de políticas,

controle e fiscalização de produtos e serviços relacionados ao consumo humano, divulgando e

possibilitando o acesso aos bens e serviços essenciais. (SANTA CATARINA, 2002).

2.3.7 Os gestores do SUS

As funções que se enquadram como gestores do SUS, no âmbito dos municípios,

segundo o caderno de informações básicas para gestores do SUS, são: Secretário Municipal

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de Saúde, Diretores da Secretaria Municipal de Saúde, Gerentes de Unidades Básicas e

Chefias de Postos de Saúde. Na esfera municipal os gestores devem planejar, executar e

avaliar as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. (SANTA CATARINA, 2002)

No âmbito do município, ainda vale lembrar quem não é gestor do SUS: Direção de

hospitais, Consórcios intermunicipais, Clínicas e instituições de serviços da rede pública e

privada. Estes devem ser contratados pelo gestor, pois são prestadores de serviços ao SUS.

(SANTA CATARINA, 2002)

2.3.8 O Plano Municipal de Saúde

O Plano Municipal de Saúde deve corresponder à linha de tempo da gestão em cada

esfera de governo, sendo revisto anualmente em função da Agenda de Saúde e da PPI

(Programação Pactuada e Integrada). É um documento de intenções políticas, de diagnóstico,

de estratégias de prioridades e de metas, vistos sob uma ótica analítica. Deve ser elaborado

pelo Gestor Municipal, ficando sob responsabilidade do Conselho Municipal de Saúde a

apreciação e a proposição de alterações, caso necessário. (SANTA CATARINA, 2002)

2.3.9 O Conselho Municipal de Saúde

O Conselho de Saúde teve sua criação instituída pela Lei nº 8.142/90, Artigo 1º,

inciso II, parágrafos 2º e 4º, que diz:

Art. 1º. O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégicas e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera de Governo. (LEI 8.142/90)

O Conselho Municipal de Saúde é vinculado à Secretaria Municipal e deve garantir o

controle social do Sistema de Saúde dos municípios. O Conselho tem entre suas principais

atribuições, a atuação na formulação de estratégias para elaboração dos planos de saúde e o

controle das políticas definidas. A participação popular no controle social do planejamento, na

decisão, na execução e na avaliação do SUS é realizada pelo Conselho. Representantes do

governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários, fazem parte dos

Conselhos, e atuam na elaboração das diretrizes gerais da política de saúde, na formulação das

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estratégias de implementação dessas políticas, no controle da execução e na mobilização da

população.

2.3.10 A terceirização na Saúde Pública

Os serviços públicos de saúde são prestados utilizando uma estrutura própria, com

equipamentos e profissionais pertencentes ao quadro de funcionários públicos, ou ainda

podem ser complementados pelo setor privado, através de contratos de credenciamento. Os

Artigos 24, 25 e 26 da Lei nº 8.080/90 estabelecem os critérios e condições para a

participação e contratação de serviços complementares, através de contrato ou convênio,

sendo que entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos têm preferência de participação.

Art. 24. § único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público. Art., 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde – SUS. (LEI 8.080/90)

2.4 Fisioterapia

A fisioterapia tem suas ações fundamentadas em mecanismos terapêuticos próprios,

baseados em estudos de diversas fontes, como da biologia, das ciências morfológicas, das

ciências fisiológicas, da bioquímica, das patologias, da biofísica, da biomecânica, da sinergia

funcional, da cinesia, da cinesia patológica de órgãos e sistemas do corpo humano e, das

disciplinas comportamentais e sociais.

De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional –

COFFITO, a fisioterapia pode ser definida como “uma ciência da Saúde que estuda, previne e

trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano,

gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas”.

O fisioterapeuta deve possuir formação acadêmica superior, para então ser um

profissional de saúde com habilitação à construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos

funcionais (Diagnóstico Cinesiológico Funcional), à prescrição das condutas fisioterapêuticas,

a sua ordenação e indução nos pacientes, assim como no acompanhamento da evolução do

quadro clínico funcional e das condições para alta do serviço.

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De acordo com o COFFITO, o fisioterapeuta exerce atividade de saúde

regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO, Decreto

9.640/84 e Lei 8.856/94.

A assistência fisioterapêutica encontra-se presente em hospitais, clínicas,

ambulatórios, consultórios e em centros de recuperação bio-psico-social (reabilitação).

As atribuições profissionais do fisioterapeuta vão da fisioterapia clínica, saúde

coletiva, educação, até no trabalho com equipamentos e produtos para fisioterapia

(industrialização e comercialização) e no esporte, prestando assistência à atletas.

Segundo o COFFITO, para o exercício da atividade profissional de Fisioterapeuta no

país, é exigível além da formação em curso universitário superior, o registro do seu título no

Conselho Profissional da categoria. E sua atividade é permitida somente após o trâmite

processual e a concessão de Carteira de Identidade Profissional de Fisioterapeuta (Lei nº

6.316/75).

2.5 Contabilidade de Custos

Logo no início da revolução industrial, época em que surgiu a Contabilidade de

Custos, esta estava direcionada basicamente à avaliação de inventários, sendo que com o

rápido crescimento e complexidade, notou-se que as informações fornecidas tinham caráter

altamente útil no auxílio gerencial, tanto no controle quanto nas tomadas de decisões.

(BORNIA, 2002).

Em vista do crescimento das organizações, do distanciamento das pessoas na mesma,

e da necessidade de se obter informações além de estoques e resultados, a Contabilidade de

Custos passou a ter que desempenhar também uma missão gerencial, auxiliando no Controle e

fornecendo informações de suma importância às tomadas de decisões, tanto para curto quanto

para longo prazo. (MARTINS, 2003).

Segundo Leone (2000, p.25) “A Contabilidade de Custos produz informações

gerenciais para que os diversos níveis hierárquicos da administração sejam capazes de

planejar, controlar e decidir com maior eficiência e eficácia”.

A Contabilidade de Custos atua hoje das mais diversas formas, estando presente

também na coleta e fornecimento de informações essenciais para as tomadas de decisão, em

qualquer que seja o âmbito, do estratégico ao operacional. (LEONE, 2000).

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2.5.1 Termos utilizados

Na contabilidade de custos, é muito comum se deparar diante de termos como custo,

gasto, despesa, investimento, desperdício e custo de oportunidade. Diante da dificuldade de

distinção do significado destes termos, torna-se muito importante o entendimento para

facilitar a interpretação de diversas informações gerenciais.

De acordo com Martins (2001, p. 25), gasto é um “sacrifício financeiro com que a

entidade arca para obtenção de um produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado

por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”.

O termo custo, ainda segundo Martins (2001, p.25), é um “gasto relativo a bem ou

serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços”. Isto quer dizer que custo também é

gasto, mas a partir do momento em que é utilizado na fabricação de produtos ou execução de

serviços, é tido como custo. Leone (2000, p. 54), afirma que custo é “o consumo de um fator

de produção, medido em termos monetários para a obtenção de um produto, de um serviço ou

de uma atividade que poderá ou não gerar renda”.

Afirma Leone (2000), que despesa é um gasto utilizado numa atividade com o intuito

de geração de renda efetiva ou talvez teórica. Através de uma definição mais concisa, Martins

(2001, p. 26), coloca que despesa é um “bem ou serviço consumido direta ou indiretamente

para a obtenção de receitas”, como a comissão de um vendedor, que passa imediatamente de

gasto para receita.

Segundo Martins (2001, p. 25), o termo investimento pode ser conceituado como um

“gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s)”.

São gastos realizados para naturezas diversas e períodos variados, recebendo denominações

como investimento circulante (matérias-primas), investimento permanente (máquinas), ou

podem variar dependendo da intenção (aquisição de ações).

Os esforços dentro de uma empresa podem ser caracterizados como trabalho e

desperdício. Os desperdícios, além de não agregar valor aos produtos e serem desnecessários,

podem até mesmo reduzir o valor do trabalho. Itens que possuam defeitos, movimentações

não necessárias ao trabalho efetivo, inspeção de qualidade e capacidade ociosa podem ser

alguns exemplos de desperdício dentro da organização. (BORNIA, 2002).

Segundo Bornia (2002), é importante ainda ressaltar que os desperdícios são

diferentes das perdas, sendo que estas compreendem os insumos consumidos de forma

anormal, enquanto dos desperdícios incluem ainda as ineficiências normais do processo.

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O custo de oportunidade representa uma comparação realizada entre dois

investimentos diferentes, onde se verifica o quanto alguém deixa de ganhar ao optar por

determinado investimento ao invés de optar pelo outro. (BORNIA, 2002).

2.5.2 Classificação dos Custos

Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis quando averiguados em

relação ao volume de produção. De acordo com Bornia (2002, p.42), os custos fixos “são

aqueles que independem do nível de atividade da empresa no curto prazo, ou seja, não variam

com alterações no volume de produção, como o salário do gerente, por exemplo”. Já os custos

variáveis, de forma contrária, exercem relação com a produção, ou seja, sofrem influências

diretas quanto ocorrem ajustes nos custos de matérias-primas, por exemplo.

Os custos fixos e variáveis são de grande importância para a tomada de decisões,

sendo que a separação destes caracteriza um fundamento chamado de custos para a tomada de

decisões. (BORNIA, 2002).

Sobre os custos fixos e variáveis, Leone (2000, p. 73), diz que

Um custo variável é um custo que é proporcional ao nível da atividade (o custo total aumenta à medida que a atividade aumenta) e um custo fixo é constante no total, na faixa de volume relevante da atividade esperada que está sendo considerada.

Não menos importantes para as tomadas de decisões são os custos diretos e indiretos,

e suas corretas identificações. Os custos diretos, podem de forma muito fácil, serem

relacionados a determinada unidade de alocação de custos, como produtos, processos,

clientes, setores, entre outros. Os custos indiretos necessitam de alocações, pois não podem

ser alocados às unidades de forma fácil. Alocações podem gerar dificuldades e até mesmo

deficiências em alguns sistemas de custos, pois são vários os critérios para alocação.

Exemplos de alocação de custos diretos na produção são a matéria-prima e a mão-de-obra

direta, já na alocação dos indiretos são a mão-de-obra indireta e o aluguel. (BORNIA, 2002).

Segundo Leone (2000), os custos diretos (como material e mão-de-obra) devem ser

relevantes e facilmente identificados, sendo considerados quando se quer estabelecer o custo

dos produtos fabricados, ou dos processos responsáveis pela fabricação dos mesmos. Já os

custos indiretos

constituem o consumo dos fatores de produção que não são identificados aos produtos porque não são relevantes, porque o processo de identificação é dispendioso e porque a relação custo-benefício não é favorável ao trabalho de identificação. (LEONE, 2000, p. 183).

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2.5.3 Métodos de custeio

Segundo Maher (2001), no custeio baseado em atividades, os custos de fabricação de

um produto são atribuídos às atividades necessárias à fabricação deste, e para isto são

somados os custos de tais atividades. Estas podem ser compreendidas por distribuição aos

clientes e reparos de equipamentos, por exemplo. O mesmo autor ainda afirma que o custeio

baseado em atividades, possibilita a tomada de decisões de forma mais embasada, por

apresentar custos mais detalhados.

O custeio baseado em atividades tem a intenção de reduzir distorções causadas por

um rateio muitas vezes incorreto dos custos indiretos, sendo recomendável também sua

aplicação aos custos diretos. Possui visão funcional e de custeio de produtos, sendo uma

ferramenta muito importante na gestão de custos. (MARTINS, 2001).

No método de custeio variável ou custeio direto, ocorre somente a alocação dos

custos variáveis aos produtos, sendo que custos fixos são tratados separadamente como

despesas do período, sendo lançados para o Resultado, enquanto os custos variáveis são

direcionados para os estoques. Portanto, se baseia na “apropriação de todos os Custos

Variáveis, quer diretos quer indiretos, e tão-somente dos variáveis”. (MARTINS, 2001, grifo

do autor, p. 215).

Afirma Bornia (2002, p. 55), que no custeio variável, ou direto, “apenas os custos

variáveis são relacionados aos produtos, sendo os custos fixos considerados como custos do

período”. Bornia (2002), diz também que no custeio variável os custos servem de auxílio a

decisões de curto prazo, não tendo relevância os custos fixos, mas somente os variáveis.

Para Hong (2001, p. 29), o custeio por absorção ou total consiste na “apropriação de

todos os custos de produção aos bens produzidos ou serviços prestados”. Após classificar os

custos em diretos e indiretos, relaciona-se os diretos diretamente aos produtos ou serviços, e

os indiretos de maneira indireta, por meio de critérios de rateio, estimativas, ou da forma mais

adequada a cada caso.

De acordo com Martins (2001, p. 41), o custeio por absorção se caracteriza

basicamente pela “apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de

produção; todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os

produtos feitos”.

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32

2.5.4 Cálculo do Custo da Mão-de-obra

Segundo Martins (2001, p. 144), o “custo de Mão-de-obra Direta varia com a

produção, enquanto a Folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa. Essa distinção é de

absoluta importância para inúmeras finalidades”.

A Folha de pagamento em grande parte dos casos é um gasto fixo (por legislações

trabalhistas), mas a Mão-de-obra Direta não, pois esta se refere ao tempo que realmente se

utiliza de forma direta no processo de produção. Na ocorrência de ociosidades, estas podem

ser alocadas de formas diferentes, como por exemplo em custo indireto para rateio à

produção, ou ainda em perda do período, no caso de grandes valores. (MARTINS, 2001).

No Brasil, os encargos sociais podem ser considerados um custo variável diretamente

proporcional à mão-de-obra, devido à relação de dependência estabelecida com o pagamento.

Considerando que os encargos como 13º salário, férias, INSS, feriados remunerados e outros

estejam incluídos no montante da Mão-de-obra Direta, o cálculo mais simples do valor de tal

montante é a divisão deste gasto anual da empresa pelo número efetivo de horas que o

funcionário está à disposição da mesma. (MARTINS, 2001).

2.5.5 Depreciação

A depreciação de um equipamento é vista e considerada pelo valor que é

“consumido” do mesmo em determinado período. Segundo Bornia (2002, p. 169), “a

depreciação representa a perda de valor do equipamento no período considerado”. No modelo

linear de depreciação, divide-se o valor do equipamento pela vida útil.

Considerando o tempo cronológico, a depreciação pode ser um custo fixo, sendo ela

constante. Ou a depreciação ainda pode ser considerada um custo variável quando se utiliza o

tempo efetivo (em horas) de utilização do equipamento.

Existem situações em que podem ser criados modelos próprios de depreciação, com

base no valor de mercado, por exemplo, sendo importante que se apresente o modelo mais

correto em relação à realidade, estabelecendo uma boa relação custo X benefício. (BORNIA,

2002).

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33

2.6 Gestão de Custos na Área da Saúde Pública

A globalização proporciona a cada momento novos e enormes crescimentos na

sociedade e no mercado global, fazendo com que se desenvolvam cada vez mais organizações

diversificadas e complexas, por exigência e demanda cada vez maiores da sociedade.

Drucker (1998) comenta que em uma organização de saúde, constituída de

especialistas, não se pode dizer como fazer o trabalho. Ele coloca o hospital como sendo a

organização do futuro, composta em grande parte por especialistas que dirigem e disciplinam

o seu próprio desempenho. Para que cada membro possa realizar um autocontrole, estas

organizações precisam ser estruturadas em torno de metas que indiquem claramente as

expectativas da direção para cada especialista, em torno de uma realimentação organizada que

compare os resultados com estas expectativas de desempenho.

A gestão de custos na área da saúde pública é composta por vários tipos de atividades

e procedimentos complexos. Um dos principais problemas enfrentados na gestão das

organizações de saúde, é que normalmente a administração é exercida por profissionais da

área da saúde, muitas vezes médicos, os quais não possuem o conhecimento técnico

necessário para tratar de questões administrativas complexas, existentes neste tipo de

organização.

De acordo com Carpintéro (1999) apud Almeida (2006), o crescimento observado

nos dias atuais ocorreu devido a diversos aspectos, dentre eles a extensão dos serviços de

saúde a novas parcelas da população; do aumento da expectativa de vida da população e das

mudanças no campo da tecnologia médica; em razão também do aumento na renda per capita

se traduzindo em aumento dos gastos em saúde; assim como o crescente número de

cooperados aos planos de saúde.

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3 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

Este capítulo tem como objetivo demonstrar os resultados do trabalho de campo

desta pesquisa, iniciando pela caracterização da organização, em seguida a apresentação dos

resultados e conclusões, para finalmente responder aos objetivos propostos.

3.1 Município de Balneário Camboriú

Neste tópico serão abordados assuntos relacionados à história do município de

Balneário Camboriú, desde os primeiros habitantes e colonizadores, a evolução da economia,

até a criação do município e o desenvolvimento da sua administração, retirados do site da

Prefeitura de Balneário Camboriú (2008).

Os índios tupy-guaranis foram os primeiros a desfrutar da terra onde se encontra-se

hoje a cidade de Balneário Camboriú. Como em todo o litoral brasileiro, os índios

encontraram aqui lugar ideal para moradia, já que no local da Praia de Laranjeiras a pesca era

farta, o clima agradável e no rio a água doce.

Relata-se que há colonização desde 1758, com algumas famílias que já moravam na

margem esquerda do rio. Mas somente em 1826, o colono Baltazar Pinto Corrêa (de Porto

Belo) recebeu do Governo da Província de Santa Catarina uma área de terra, onde hoje está o

Bairro dos Pioneiros. Por volta de 1840, foi autorizada a construção de uma Igreja, iniciada

apenas em 1849, no atual Bairro da Barra.

Em 05 de abril de 1884, através da Lei nº 1.076, foi criado o MUNICÍPIO DE

CAMBORIÚ (antes pertencente a Porto Belo e Itajaí) que tinha como sede a localidade da

Barra.

A forte economia cafeeira encontrou em Camboriú o lugar ideal. Por muito tempo o

município foi o principal produtor de café do Estado. A exploração das jazidas de mármore,

granito e calcário também se destacaram na atividade econômica. A agricultura era valorizada

e a faixa litorânea desprezada.

Em 1926 começam a surgir as primeiras casas de veraneio no Centro da Praia,

pertencentes a moradores de Blumenau. Surge, em 1928, o primeiro hotel e seis anos após o

segundo empreendimento hoteleiro. Os alemães do Vale do Itajaí trouxeram para a cidade o

hábito de ir a praia, pois, até então, o banho de mar só era conhecido como tratamento

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medicinal ou pesca. Para os nativos, mandar alguém ir a praia era uma ofensa.

Mas foi na década de 1960 que a atividade turística tomou impulso, colocando a

cidade como grande centro turístico brasileiro. Assim, em 18 de fevereiro de 1959, foi

aprovado pela Câmara Municipal o projeto de resolução para criação do DISTRITO DA

PRAIA DE CAMBORIÚ, que abrangia toda a faixa litorânea. É sancionada a Lei n° 960, em

08 de abril de 1964, que cria definitivamente o Município de BALNEÁRIO DE

CAMBORIÚ. É fixada a data de 20 de julho de 1964 para a instalação do município. Quatro

anos mais tarde suprime-se o “de” do nome do município.

O cartório no Brasil foi instituído em 1860 e no ano seguinte já tinha um

funcionando em Camboriú.

Com secretarias responsáveis por setores estratégicos, a administração municipal tem

se destacado em diversos níveis, especialmente no que se refere à qualidade de vida e ao

desenvolvimento humano. O Relatório do Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento (PNUD/ONU) classifica Balneário Camboriú entre os 10 municípios

brasileiros com melhor qualidade de vida, e em segundo lugar entre os 293 municípios

catarinenses. Isto foi possível graças aos programas sociais, aos investimentos em saúde,

saneamento, equipamentos turísticos e educação.

O município tem como prefeito Rubens Spernau, e segundo o IBGE, possui 94.344

habitantes com PIB Per Capita estimado em R$ 4.827,41, e os domicílios apresentam ótimos

índices de água encanada (94,1%), esgoto sanitário (85%) e coleta de lixo (99,5%).

Estão relacionadas abaixo as secretarias do município de Balneário Camboriú, dados

estes retirados do site da Prefeitura de Balneário Camboriú. Estas são as Secretarias

envolvidas na administração do município:

- Secretaria da Fazenda;

- Secretaria da Mulher, Criança, Adolescente, Idoso, Trabalho e Desenvolvimento

Comunitário;

- Secretaria da Saúde;

- Secretaria de Administração;

- Secretaria de Educação;

- Secretaria de Obras;

- Secretaria de Turismo e Comércio;

- Secretaria do Gabinete do Prefeito;

- Secretaria do Meio Ambiente;

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36

- Secretaria de Planejamento.

3.2 Secretaria de Saúde

A Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú atende cerca de um milhão de

procedimentos/atendimentos ao ano entre consultas médicas, procedimentos de enfermagem,

assistência social, fisioterapia, tratamento dentário, ações de prevenção, exames, entre outros.

Criada oficialmente em 1984, a Secretaria da Saúde é administrada pelo Secretário

Municipal de Saúde e pelo Gestor do Fundo Municipal de Saúde, com colaboração e

fiscalização do Conselho Municipal da Saúde. Nos últimos 17 anos o número de unidades de

saúde saltou de três - nos bairros Nova Esperança, Vila Real e Nações - para 17 unidades à

disposição dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Conselho Municipal de Saúde de Balneário Camboriú (COMUS-BC) é um órgão

ligado à saúde do Município, deliberativo, permanente e composto por um colegiado de

pessoas que se reúnem regularmente, uma vez por mês, para discutir ações gerais de sua

comunidade e procurar soluções para os problemas expostos. Além disso, aprova a prestação

de contas da Secretaria Municipal da Saúde. O COMUS-BC é regulamentado pela lei Federal

nº 8.142 e pela lei Municipal nº 1074 de 31/07/91, e modificado pela lei nº 2063 de 21/08/91.

O município de Balneário Camboriú está habilitado desde 1998 na Gestão Plena do

Sistema Municipal de Saúde. Isso significa que o município é responsável pela gestão e

administração de todos os recursos destinados aos serviços e ações do Sistema Único de

Saúde no âmbito municipal.

A Secretaria da Saúde mantém postos de saúde nos bairros das Nações, Municípios,

Barra, Nova Esperança e Vila Real, um ambulatório com 19 especialidades médicas e uma

unidade de Apoio e Orientação na Praia Central. Além disso, oferece unidades especializadas

de atendimento como o Núcleo de Atenção à Mulher II (NAM II), o Núcleo de Atenção ao

Idoso (NAI), o Posto de Atenção Infantil (PAI), o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), o

Centro Integrado Solidariedade e Saúde (CISS), o Centro de Testagem e Aconselhamento

(CTA), o Centro de Fisioterapia e Reabilitação (CEFIR), o Centro de Diagnose, o Centro

Odontológico Especializado (COE) e a Unidade de Saúde da Família das Nações e dos

Estados. A população também tem à disposição farmácia e laboratório municipais.

A Secretaria possui ainda um moderno Laboratório de Análises de Água e

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Alimentos, que periodicamente monitora a balneabilidade de todas as praias da cidade, e um

departamento de Vigilância Sanitária e Epidemiologia.

3.3 Centro de Fisioterapia e Reabilitação – CEFIR

O Centro de Fisioterapia e Reabilitação (CEFIR) foi a 1ª clínica de fisioterapia em

Santa Catarina mantida por uma prefeitura. O centro de fisioterapia está equipado com os

mais modernos recursos e equipamentos para a reabilitação física.

O CEFIR foi inaugurado em 23 de julho de 1997, quando tinha somente um

fisioterapeuta durante o período matutino a serviço da sociedade. Do ano 1998 em diante, o

contingente de profissionais foi se ampliando e, em 2004 o horário de atendimento também

foi estendido, passando a atender das 7 às 19 horas.

Em 06 de junho de 2007 foi reinaugurado o CEFIR, que sofreu grande ampliação

física, alterando de pouco mais de 100 para mais de 500 metros quadrados seu espaço físico,

proporcionando maior capacidade de atendimento e conforto, tanto aos usuários, quanto aos

profissionais que ali desempenham suas atividades. Além das especialidades de ortopedia e

neurologia anteriormente oferecidas, passaram a ser disponibilizadas após a reforma mais três

especialidades, sendo: respiratória, urologia e acupuntura.

O Centro conta com quatro funcionários atuando no administrativo, oito

fisioterapeutas e dois responsáveis pelos serviços gerais, além do atual gerente administrativo

e também fisioterapeuta.

O CEFIR está à disposição dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)

encaminhados por médicos, através de laudos que indiquem a necessidade de utilização dos

serviços prestados.

O Centro está ligado ao almoxarifado da Secretaria de Saúde do Município, portanto

não possui fornecedores diretos. Sendo um serviço de caráter público, suas práticas não são

voltadas à concorrência, e sim ao atendimento da demanda do município.

A unidade que está localizada na Rua México, Bairro das Nações, também atua

através de ações preventivas, alertando a sociedade para problemas posturais, principalmente

os de coluna vertebral, quanto à importância de hábitos saudáveis e exercícios físicos. A

seguir encontra-se uma foto da fachada principal do CEFIR.

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Figura 01: Fachada principal do CEFIR Fonte: obtida pelo estagiário

3.2 Resultados da pesquisa

A seguir apresenta-se na Tabela 01 os gastos totais do CEFIR durante o primeiro

semestre do ano de 2008, identificando os materiais utilizados e despesas com serviços

diversos.

Tabela 01 – Gastos totais do CEFIR no 1º semestre de 2008

MATERIAL DE CONSUMO Valor Total Percentual Cozinha (material) 434,63 0,18% Diversos (material) 490,00 0,21% Enfermagem (material) 3.686,64 1,54% Expediente (material) 119,13 0,05% Impressos 95,36 0,04% Informática (material) 292,81 0,12% Limpeza (material) 618,68 0,26% Material manutenção predial 1.339,00 0,56%

Subtotal 7.076,25 2,96% SERVIÇOS Valor Total Percentual

Água e esgoto 1.639,42 0,69% Continua na página seguinte

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Continuação (...) Comunicação de dados 2.819,13 1,18% Consertos equip médicos e ambulatoriais 200,00 0,08% Energia elétrica 7.890,88 3,30% Manutenção predial 685,00 0,29% Telefone 2.221,82 0,93% Serviços adm diversos 52,00 0,02% Mão-de-obra 195.529,12 81,84% Depreciação 20.815,57 8,71%

Subtotal 231.852,94 97,04% TOTAL 238.929,19 100,00%

Fontes: Setor de Custos

Pode-se verificar na Tabela acima que dentre os materiais de consumo utilizados, os

custos com material de enfermagem representam o maior montante (R$ 3.686,64), e em

seguida aparece o material utilizado para a manutenção predial (R$ 1.339,00), sendo que os

demais valores oferecem certo equilíbrio, não tendo muito destaque.

Quando se observa os valores referentes aos serviços diversos utilizados, é possível

verificar que o total referente à mão-de-obra (R$ 195.529,12) no período é o valor destaque

absoluto, representando 84,33% do valor total dos serviços do período, e 81,84% dos gastos

totais do CEFIR. É interessante ainda destacar que em segundo está o valor da depreciação

(R$ 20.815,57), tendo participação de 8,98% na composição do valor total dos serviços, e

8,71% na formação dos gastos totais do CEFIR.

Importante ainda ressaltar a grande diferença na composição dos gastos gerais do

CEFIR, sendo que os serviços representam 97,04% do montante (R$ 238.929,19), e o material

de consumo participa com o restante de apenas 2,96% na formação de tal valor.

Os valores da tabela anterior foram fornecidos pelo Setor de Custos da Secretaria de

Saúde do município, referente ao período entre 1o janeiro de 2008 à 30 de junho de 2008, com

exceção dos valores da mão-de-obra (apêndice A) e depreciação (apêndice B). Para formação

do montante da mão-de-obra, foi utilizado o salário base de cada função, acrescido dos

respectivos encargos como 13º salário, férias patronais da contribuição previdenciária e

contribuição para o plano de saúde, calculado valor médio mensal e então multiplicado pelos

meses trabalhados por cada funcionário. Para encontrar a depreciação, foram levantados todos

os equipamentos e utensílios administrativos e de produção, encontrados os respectivos

valores de compra, estabelecida vida útil aproximada e então calculada a depreciação

semestral.

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Na Tabela 02 a seguir, é apresentada a despesa administrativa do CEFIR nos

primeiros seis meses de 2008, identificando os totais referentes ao material de consumo e

serviços pertinentes a parte administrativa do CEFIR, que não tem relação direta com os

atendimentos realizados.

Tabela 02 – Despesa administrativa total no 1º semestre de 2008

TIPO DE CUSTO Valor Total Percentual Cozinha (material) 434,63 0,64% Diversos (material) 490,00 0,72% Expediente (material) 119,13 0,17% Impressos 95,36 0,14% Informática (material) 292,81 0,43% Limpeza (material) 618,68 0,91% Material manutenção predial 1.339,00 1,96% Água e esgoto 1.639,42 2,40% Comunicação de dados 2.819,13 4,12% Energia elétrica 6.815,97 9,97% Manutenção predial 685,00 1,00% Telefone 2.221,82 3,25% Serviços adm diversos 52,00 0,08% Mão-de-obra administrativa 37.424,16 54,75% Depreciação administrativa 13.309,21 19,47%

Total 68.356,32 100,00%

Fontes: Setor de Custos

Observando a Tabela anterior, nota-se que a mão-de-obra (R$ 37.424,16) representa

a despesa mais alta no período, aproximadamente 55% do total. A depreciação dos

equipamentos do administrativo (R$ 13.309,21), assim como o total da despesa com energia

elétrica (R$ 6.815,97) no período, também se destacam dos outros valores, com 19,47% e

9,97% respectivamente. Os demais itens somados (R$ 10.806,98) representam apenas 15,81%

do total.

As informações sobre mão-de-obra e depreciação administrativa podem ser melhor

visualizadas, respectivamente, nos apêndices A e B.

A seguir encontra-se a Tabela 03, que demonstra o custo total da produção do CEFIR

no primeiro semestre de 2008, identificando os materiais de consumo assim como os valores

referentes aos serviços relacionados diretamente com os atendimentos realizados.

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Tabela 03 – Custo total dos serviços no 1º semestre de 2008

TIPO DE CUSTO Valor Total Percentual Enfermagem (material) 3.686,64 2,16% Consertos equip médicos e ambulatoriais 200,00 0,12% Energia elétrica equipamentos produção 1.074,91 0,63% Mão-de-obra produção 158.104,96 92,69% Depreciação produção 7.506,36 4,40%

Total 170.572,87 100,00%

Fontes: Setor de Custos

Diante da tabela acima se verifica que novamente o custo com a mão-de-obra (R$

158.104,96) se destaca fortemente dos demais itens, representando 92,69% do total. Neste

momento observa-se especificamente a mão-de-obra dos fisioterapeutas, a qual faz parte da

composição dos custos dos serviços. A depreciação dos equipamentos e utensílios utilizados

na prestação dos serviços aparece com o segundo maior valor (R$ 7.506,36), o que significa

apenas 4,40% do total.

O custo total dos serviços é formado somente pelos 05 itens expostos na tabela, pois

são estes os custos diretamente relacionados. O material de enfermagem é composto pelos

produtos utilizados diretamente na fisioterapia, como gel específico utilizado na eletroterapia,

álcool, gaze, entre outros. Os consertos de equipamentos médicos referem-se especificamente

aos equipamentos utilizados no atendimento fisioterapêutico. A energia elétrica refere-se ao

cálculo de consumo dos aparelhos de maior potência (apêndice C) utilizados na fisioterapia.

Para chegar ao valor do consumo de energia elétrica dos equipamentos, foi verificada a

potência em KW/hora de cada um e o tempo de utilização em cada procedimento. A potência

foi multiplicada pelo valor do KW/hora, encontrando assim o consumo por hora (R$/hora).

Então se multiplicou o consumo por hora pelo tempo de cada procedimento e pela quantidade

de procedimentos realizados. Por último, é realizada a soma do consumo de cada equipamento

para se chegar no total por procedimento, e no custo total.

A mão-de-obra da produção, que consta no apêndice A, indica somente os custos

com fisioterapeutas e, portanto, custos ligados diretamente à prestação de serviços. A

depreciação da produção refere-se à depreciação dos equipamentos e utensílios utilizados

exclusivamente nos procedimentos fisioterápicos, e pode ser visualizada no apêndice B.

Em seguida, apresenta-se na Tabela 04 a descrição dos procedimentos realizados

pelo CEFIR de janeiro a junho de 2008, demonstrando a quantidade de procedimentos no

período, e a abreviação dos mesmos.

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Tabela 04 – Descrição procedimentos realizados pelo CEFIR

NOME COMPLETO QTDE ABREVIAÇÃO Atendimento fisioterapêutico em paciente com cuidados paliativos 38 cuidados paliativos Atendimento fisioterapêutico em paciente com distúrbios neuro-cinético-funcionais sem complicações sistêmicas 62 distúrbios neuro-cinet-func s/ complic Atendimento fisioterapêutico em paciente com distúrbios neuro-cinético-funcionais com complicações sistêmicas 366 dist neuro-cinet-func c/ complic Atendimento fisioterapêutico nas desordens do desenvolvimento neuro motor 123 desordens desenv neuro motor Atendimento fisioterapêutico em paciente com transtorno respiratório com complicações sistêmicas 145 transtorno resp c/ complic Atendimento fisioterapêutico em paciente com transtorno respiratório sem complicações sistêmicas 80 transtorno resp s/ complic Atendimento fisioterapêutico em paciente com transtorno clínico cardiovascular 79 transtorno clínico cardiovasc Atendimento fisioterapêutico em paciente no pré e pós- cirurgia oncológica 22 pré e pós-cirurgia oncológica Atendimento fisioterapêutico em paciente com disfunções uroginecológicas 236 disfunções uroginecológicas Atendimento fisioterapêutico em paciente no pré e pós-operatório nas disfunções músculo esqueléticas 975 pré e pós-oper disf músc esquelet Atendimento fisioterapêutico nas alterações motoras 3170 alterações motoras Atendimento fisioterapêutico nas disfunções vasculares periféricas 25 disf vasculares periféricas Sessão de acupuntura com inserção de agulhas 199 acupuntura Tratamento conservador de lesão de coluna toraco-lombo-sacra com imobilização 19 trat lesão coluna t-l-s c/ imob Atividade educativa / orientação em grupo na atenção especializada 4 ativid educat/ orientação grupo Prática corporal / atividade física em grupo 1 prática corp / ativid física grupo Visita domiciliar institucional em reabiltação - por profissional de nível superior 11 visita domiciliar instituc reabilit Consulta de profissionais de nível superior na atenção especializada exceto médico 490 consultas

Total 6.045

Fonte: Relatório de Produção do Sistema SaúdeTech

Pode-se verificar na Tabela anterior os 18 procedimentos que o CEFIR está

atualmente habilitado e capacitado a atender. Observa-se também as quantidades de

procedimentos realizados no primeiro semestre de 2008, totalizando 6.045 procedimentos, o

que representa uma média mensal aproximada de 1.007. Na coluna da direita encontram-se

abreviações formatadas pelo acadêmico, para facilitar a visualização e entendimento das

tabelas que apresentam custos relacionados aos procedimentos.

As quantidades acima mencionadas foram fornecidas pelo Setor de Custos da

Secretaria de Saúde do município, e são referentes ao período de janeiro à junho de 2008.

Interessante observar que os procedimentos de ‘alterações motoras’ (3.170) e ‘pré e

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pós-oper disf músc esquelet’ correspondem respectivamente à 52,44% e 16,13%, enquanto os

demais procedimentos somados equivalem à 31,43% do total de procedimentos realizados no

período.

Para auxiliar um pouco o entendimento dos procedimentos, seguem definições

breves sobre os mesmos:

- Atendimento fisioterapêutico em paciente com cuidados paliativos: consiste no

atendimento do paciente em acompanhamento oncológico que realiza quimioterapia e/ou

radioterapia e que apresenta disfunções causadas pelo câncer ou pelo tratamento oncológico,

neuropatias periféricas, fibrose pulmonar e miocardiopatias. A indicação do quantitativo a ser

realizado na assistência ambulatorial é de no máximo 20 procedimentos por pessoa/mês e para

internação é de 05 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente com distúrbios neuro-cinético-funcionais

sem complicações sistêmicas: atendimento fisioterapêutico, visando manutenção do tônus

muscular, minimizando as alterações sensorial e/ou perceptual, treinamento das alterações de

equilíbrio, coordenação motora, marcha e reeducação cardiorrespiratória. A indicação do

quantitativo a ser realizado na assistência ambulatorial é de no máximo 20 procedimentos por

pessoa/mês e para a internação é de 03 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente com distúrbios neuro-cinético-funcionais

com complicações sistêmicas: atendimento fisioterapêutico em pacientes no pré-operatório,

pós-operatório ou clínica que apresentam complicações sistêmicas, visando manter a

capacidade física não acometida, evitar complicações da imobilização, estimulação sensório-

motora e maximizar a função respiratória. A indicação do quantitativo a ser realizado na

assistência ambulatorial é de no máximo 20 procedimentos por pessoa/mês e para a internação

é de 05 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico nas desordens do desenvolvimento neuro motor:

atendimento fisioterapêutico em pacientes que apresentam alterações de controle sensório

motor, visando a estimulação sensório-motora, alterações do tônus muscular, alterações

sensorial e/ou perceptual, treinamento das alterações de equilíbrio, coordenação motora,

marcha, reeducação cardiorrespiratória. A indicação do quantitativo a ser realizado na

assistência ambulatorial é de no máximo 20 procedimentos/mês, e na internação é de 03

procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente com transtorno respiratório com

complicações sistêmicas: atendimento fisioterapêutico em paciente com transtorno

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respiratório de natureza clínica ou pré/pós-cirúrgica, com disfunção pulmonar e insuficiência

respiratória, necessitando de monitorização cardíaca e/ou ventilo-respiratória. A indicação do

quantitativo a ser realizado ambulatorialmente é de 20 procedimentos/mês e na internação é

de 05 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente com transtorno respiratório sem

complicações sistêmicas: consiste na assistência fisioterapêutica em pacientes com transtorno

respiratório clínico, requerendo reexpansibilidade pulmonar e reeducação da cinesia

respiratória, proporcionando a boa função respiratória e favorecendo a melhora na capacidade

física geral. A indicação do quantitativo a ser realizado na assistência ambulatorial é de no

máximo 20 procedimentos por pessoa/mês e para internação é de 03 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente com transtorno clínico cardiovascular:

atendimento fisioterapêutico para prevenção da cinética-vascular aos efeitos da imobilidade

prolongada e recondicionamento cardiovascular. A indicação do quantitativo a ser realizado

na assistência ambulatorial é de no máximo 20 procedimentos por pessoa/mês e na internação

é de 03 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente no pré e pós-cirurgia oncológica: preparo

para a cirurgia e redução de complicações, minimizando e tratando complicações

respiratórias, motoras e circulatórias. A indicação do quantitativo a ser realizado

ambulatorialmente é de 20 procedimentos/mês e na internação é de 03 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente com disfunções uroginecológicas:

atendimento fisioterapêutico para minimizar e tratar complicações da musculatura do assoalho

pélvico e para melhora do tônus muscular e das transmissões de pressões dos esfíncteres

uretral e/ou anal. A indicação do quantitativo a ser realizado na assistência ambulatorial é de

no máximo 20 procedimentos por pessoa/mês e para a internação é de 03 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico em paciente no pré e pós-operatório nas disfunções

músculo esqueléticas: atendimento fisioterapêutico visando o preparo para a cirurgia e

redução de complicações respiratórias, motoras e circulatórias. A indicação do quantitativo a

ser realizado na assistência ambulatorial é de no máximo 20 procedimentos por pessoa/mês e

para a internação é de 03 procedimentos/dia;

- Atendimento fisioterapêutico nas alterações motoras: atendimento fisioterapêutico

em paciente com alterações motoras de origem traumatológica, ortopédicas, reumatológicas,

hematológica, infecciosa, visando o preparo para a cirurgia e minimizando e tratando as

complicações respiratórias, motoras e circulatórias. A indicação do quantitativo a ser

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45

realizado na assistência ambulatorial é de no máximo 20 procedimentos por pessoa;

- Atendimento fisioterapêutico nas disfunções vasculares periféricas: atendimento

fisioterapêutico para prevenir e/ou tratar a trombose venosa profunda (TVP), favorecer a

absorção do excesso de fluído intersticial, evitar os efeitos deletérios da imobilidade, diminuir

a resistência vascular e aumentar o fluxo sanguíneo periférico reduzindo a estase circulatória.

A indicação do quantitativo a ser realizado na assistência ambulatorial é de no máximo 20

procedimentos por pessoa/mês e na internação é de 03 procedimentos/dia;

- Sessão de acupuntura com inserção de agulhas: utilização de princípios da

Medicina Tradicional Chinesa no tratamento de alterações cinesiológico-funcionais através do

agulhamento de pontos específicos do corpo, visando o reequilíbrio energético do indivíduo;

- Tratamento conservador de lesão de coluna toraco-lombo-sacra com imobilização:

qualquer complemento do tratamento com acupuntura pelo fisioterapeuta, feito com recursos

fisioterapêuticos convencionais.

- Atividade educativa / orientação em grupo na atenção especializada: conjunto de

procedimentos educativos, informativos, de orientação visando aprendizado de ações, atitudes

e enfrentamento de distúrbios da saúde de indivíduos com alterações semelhantes, realizado

em grupo, na unidade de saúde.

- Prática corporal / atividade física em grupo: treinamento e aprendizado de

movimentos, gestos e ações, fortalecimento, alongamento e relaxamento muscular visando

aprendizado de ações, atitudes e enfrentamento de distúrbios da saúde de indivíduos com

alterações semelhantes, realizado em grupo, na unidade de saúde;

- Visita domiciliar institucional em reabilitação - por profissional de nível superior:

atendimento fisioterapêutico domiciliar do paciente incapaz de ser transferido para a unidade

de saúde por razões técnicas;

- Consulta de profissionais de nível superior na atenção especializada exceto médico:

avaliação das condições físicas, cinesiológicas e funcionais do indivíduo, situação ou

ambiente ergonômico. Precede qualquer intervenção fisioterapêutica. Objetivos: construir o

diagnóstico e o prognóstico cinético-funcional, analisar a qualidade do movimento, sua

amplitude, sua precisão, os graus de repercussões funcionais e sistêmicas e as estruturas

anatômicas envolvidas com fins de possibilitar ao profissional, com segurança,

responsabilidade e resolutividade, estabelecer os procedimentos fisioterapêuticos indicados e,

etapas terapêuticas à serem superadas pelo paciente, de acordo com a demanda de saúde

funcional apresentada e ainda, identificar a necessidade ou não da indicação de ações

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46

fisioterapêuticas em cada caso apresentado. Componentes: anamnese, análise de padrões

locomotores agregados à mecânica do movimento, identificação de distúrbios sensório-

motores e/ou viso-motores, análise do equilíbrio biomecânico das estruturas cinético-

funcionais, análise antropométrica, sinergismo e capacitação ventilatória funcional,

capacidade aeróbia, avaliação e quantificação da potencialidade das cadeias musculares

concorrentes aos desequilíbrios cinético-funcionais.

A seguir apresenta-se na Tabela 05 o custo unitário da mão-de-obra de produção,

identificando quantidade de procedimentos, custos totais com mão-de-obra e os respectivos

custos unitários.

Tabela 05 – Custo unitário mão-de-obra produção

PROCEDIMENTOS QUANTIDADE MÃO-DE-OBRA CUSTO UNIT. cuidados paliativos 38 6.663,75 175,36 dist neuro-cinet-func s/ complic 62 1.125,96 18,16 dist neuro-cinet-func c/ complic 366 13.792,33 37,68 desordens desenv neuro motor 123 3.400,49 27,65 transtorno resp c/ complic 145 3.683,89 25,41 transtorno resp s/ complic 80 1.354,99 16,94 transtorno clínico cardiovasc 79 669,03 8,47 pré e pós-cirurgia oncológica 22 279,02 12,68 disfunções uroginecológicas 236 2.993,12 12,68 pré e pós-oper disf músc esquelet 975 23.909,95 24,52 alterações motoras 3.170 38.367,98 12,10 disf vasculares periféricas 25 201,49 8,06 acupuntura 199 37.872,57 190,31 trat lesão coluna t-l-s c/ imob 19 3.817,67 200,93 ativid educat/ orientação grupo 4 87,19 21,80 prática corp / ativid física grupo 1 30,11 30,11 visita domiciliar instituc reabilit 11 279,47 25,41 consultas 490 19.575,96 39,95

Total 6.045 158.104,96 X

Fontes: Setor de Custos e Entrevista Informal

Observando os dados da Tabela acima, nota-se claramente que os custos unitários

mais altos são dos procedimentos: ‘trat lesão coluna t-l-s c/ imob’, ‘acupuntura’ e ‘cuidados

paliativos’, respectivamente R$ 200,93; R$ 190,31; e R$ 175,36. Estes valores devem-se ao

fato do custo da mão-de-obra empregada para tais ser bem superior ao dos demais, e ainda em

contrapartida, a produção (quantidade de procedimentos) dos mesmos ser proporcionalmente

inferior aos outros. A produção dos três procedimentos equivale à 4,23% (256) do total,

enquanto o valor da mão-de-obra dos mesmos equivale à 30,58% (R$ 48.353,99) do total.

Para se obter os valores totais referentes à mão-de-obra para cada procedimento,

foram estabelecidos, em entrevista não-estruturada com o gerente administrativo, pesos de

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atenção necessária ao paciente para cada procedimento, de 1 à 3, onde 1 significa menor

atenção e 3 maior atenção. A próxima etapa foi a multiplicação dos pesos pela quantidade de

cada procedimento, sendo então o custo total de cada fisioterapeuta dividido pelos totais de

pesos encontrados, chegando-se a um custo unitário por procedimento para cada

fisioterapeuta. Por último, foi multiplicado este custo pelos totais dos pesos, encontrado o

custo total da mão-de-obra por procedimento e realizada a divisão pela produção, chegando

finalmente ao custo unitário por procedimento. Estas etapas encontram-se no apêndice D.

Na Tabela 06, a seguir, é apresentado o custo unitário da produção nos primeiros seis

meses de 2008, identificando os valores unitários referentes à depreciação, mão-de-obra,

materiais de consumo e consumos dos equipamentos pertinentes à produção.

Tabela 06 – Custo unitário da produção

PROCEDIMENTOS Qtde Deprec Mão-de-

obra Material consumo

Consumo equip Custo total

Custo unit

cuidados paliativos

38

20,11

6.663,75

24,43

-

6.708,29

176,53

dist neuro-cinet-func s/ complic

62

51,53

1.125,96

39,86

-

1.217,36

19,63

dist neuro-cinet-func c/ complic

366

225,95

13.792,33

235,32

2,05

14.255,65

38,95

desordens desenv neuro motor

123

23,28

3.400,49

79,08

-

3.502,86

28,48

transtorno resp c/ complic

145

343,88

3.683,89

93,23

-

4.121,00

28,42

transtorno resp s/ complic

80

133,97

1.354,99

51,44

-

1.540,40

19,26

transtorno clínico cardiovasc

79

105,06

669,03

50,79

2,05

826,94

10,47

pré e pós-cirurgia oncológica

22

25,08

279,02

14,14

10,00

328,24

14,92

disfunções uroginecológicas

236

1.024,10

2.993,12

151,74

-

4.168,95

17,67

pré e pós-oper disf músc esquelet

975

1.629,30

23.909,95

626,88

566,93

26.733,06

27,42

alterações motoras

3.170

3.666,87

38.367,98

2.038,16

493,87

44.566,87

14,06

disf vasculares periféricas

25

62,25

201,49

16,07

-

279,81

11,19

acupuntura

199

20,78

37.872,57

127,95

-

38.021,30

191,06

trat lesão coluna t-l-s c/ imob

19

1,95

3.817,67

12,22

-

3.831,84

201,68

ativid educat/ orientação grupo

4

7,77

87,19

2,57

-

97,53

24,38

prática corp / ativid física grupo

1

0,05

30,11

0,64

-

30,81

30,81

visita domiciliar instituc reabilit

11

0,54

279,47

7,07

-

287,08

26,10

consultas

490

163,89

19.575,96

315,05

-

20.054,89

40,93

Total

6.045

7.506,36

158.104,96

3.886,64

1.074,91

170.572,87 X

Fontes: Pesquisa de campo

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48

Através da observação da Tabela anterior, percebe-se que três procedimentos

possuem um custo unitário de produção mais relevante, os quais: ‘trat lesão coluna t-l-s c/

imobilização’, ‘acupuntura’ e ‘cuidados paliativos’, sendo R$201,68, R$ 191,06, e R$ 176,53

respectivamente. Importante destacar também os três procedimentos com menor custo, os

quais: ‘transtorno clínico cardiovasc’ (R$ 10,47); ‘disf vasculares periféricas’ (R$ 11,19); e

‘alterações motoras’ (R$ 14,06). Interessante observar que ‘alterações motoras’ tem um custo

total de R$ 44.566,87 (26,13% do total), enquanto ‘acupuntura’ tem um custo total de R$

38.021,30 (22,29% do total), sendo que ‘alterações motoras’ tem custo unitário de R$ 14,06 e

‘acupuntura’ de R$ 191,06, ou seja, ‘alterações motoras’ tem um custo unitário 92,64%

inferior, com um custo total apenas 17,22% superior, devido principalmente à relação custo

da mão-de-obra e produção no período.

Para se obter os valores referentes a depreciação por procedimento, foi estabelecida

através do conhecimento dos fisioterapeutas, a quantidade aproximada de procedimentos em

que o equipamento é utilizado, e realizou-se a soma dos procedimentos por equipamento.

Então o valor da depreciação total de cada equipamento no período foi dividido pelo resultado

da soma anterior, sendo encontrado o valor da depreciação por procedimento para cada

aparelho. Este por sua vez foi multiplicado pela quantidade de procedimentos na relação

equipamento X procedimento, sendo realizada finalmente a soma total do valor da

depreciação por procedimento. O rateio da depreciação da produção encontra-se no apêndice

E.

As etapas para obtenção dos valores da mão-de-obra constam na Tabela 05.

Quanto ao valor do material de consumo, foi realizado um rateio simples, sendo

dividido o valor total do material de consumo da produção pela produção do período, o

resultado foi multiplicado pelos totais por procedimento, chegando ao resultado desejado

(apêndice F).

Para chegar ao valor do consumo de energia elétrica dos equipamentos (apêndice C),

foi verificada a potência em KW/hora de cada um e o tempo de utilização em cada

procedimento. A potência foi multiplicada pelo valor do KW/hora, encontrando assim o

consumo por hora (R$/hora). Então se multiplicou o consumo por hora pelo tempo de cada

procedimento e pela quantidade de procedimentos realizados. Por último, é realizada a soma

do consumo de cada equipamento para se chegar no total por procedimento. O custo unitário é

encontrado pela divisão do custo total pela produção.

A seguir encontra-se a Tabela 07, que demonstra o gasto unitário por procedimento,

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49

incluindo os custos e as despesas administrativas no período analisado.

Tabela 07 – Gasto unitário por procedimento

PROCEDIMENTOS Qtde Custos Despesas Gasto total Gasto unit

cuidados paliativos 38 6.708,29 429,70 7.137,99 187,84

dist neuro-cinet-func s/ complic 62 1.217,36 701,09 1.918,45 30,94

dist neuro-cinet-func c/ complic 366 14.255,65 4.138,70 18.394,35 50,26

desordens desenv neuro motor 123 3.502,86 1.390,87 4.893,73 39,79

transtorno resp c/ complic 145 4.121,00 1.639,65 5.760,64 39,73

transtorno resp s/ complic 80 1.540,40 904,63 2.445,04 30,56

transtorno clínico cardiovasc 79 826,94 893,32 1.720,26 21,78

pré e pós-cirurgia oncológica 22 328,24 248,77 577,01 26,23

disfunções uroginecológicas 236 4.168,95 2.668,67 6.837,62 28,97

pré e pós-oper disf músc esquelet 975 26.733,06 11.025,21 37.758,27 38,73

alterações motoras 3.170 44.566,87 35.846,08 80.412,94 25,37

disf vasculares periféricas 25 279,81 282,70 562,51 22,50

Acupuntura 199 38.021,30 2.250,27 40.271,58 202,37

trat lesão coluna t-l-s c/ imob 19 3.831,84 214,85 4.046,69 212,98

ativid educat/ orientação grupo 4 97,53 45,23 142,76 35,69

prática corp / ativid física grupo 1 30,81 11,31 42,11 42,11

visita domiciliar instituc reabilit 11 287,08 124,39 411,47 37,41

Consultas 490 20.054,89 5.540,88 25.595,77 52,24

Total 6.045 170.572,87 68.356,32 238.929,19 X

Fontes: Pesquisa de campo

Diante da tabela acima é possível observar que o gasto unitário nos procedimentos

‘trat lesão coluna t-l-s c/ imobilização’(R$ 212,98), ‘acupuntura’ (R$ 202,37), e ‘cuidados

paliativos’ (R$ 187,84) continuam em destaque com valores bem superiores aos demais.

Interessante verificar como o valor dos custos (R$ 170.572,87) é bem superior ao das

despesas (R$ 68.356,32) na composição do custo total, representando 71,39%.

Para formação dos custos (R$ 170.572,87), foram considerados os valores referentes

à produção, tais como: depreciação dos equipamentos da produção, mão-de-obra dos

fisioterapeutas, materiais de consumo e serviços, assim como consumo dos aparelhos

pertinentes à produção. Essa informações estão mais detalhadas no apêndice G.

O total das despesas é composto pela depreciação dos equipamentos e pela mão-de-

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50

obra dos funcionários de caráter administrativo, assim como pelo material de consumo e

serviços destinados à administração. Para distribuir o valor das despesas (R$ 68.356,32) para

cada procedimento, foi utilizado critério de rateio simples, realizando a divisão dos totais das

despesas pela produção total, e a multiplicação deste resultado pela produção de cada

procedimento, obtendo assim o valor das despesas para cada procedimento. Tal critério de

rateio foi utilizado, por não haver nenhum procedimento que utilize maior quantidade de

materiais ou serviços, ou até mesmo exija maior carga de trabalho por parte dos funcionários

administrativos, ou seja, os procedimentos utilizam igualmente os recursos administrativos

que estão à disposição, variando apenas a produção dos mesmos.

O gasto unitário é encontrado através da divisão do gasto total pela produção.

Na Tabela 08, a seguir, são apresentados o valor unitário da mão-de-obra da

produção, dos demais custos da produção e das despesas administrativas nos primeiros seis

meses de 2008, possibilitando breve comparação dos custos com mão-de-obra da produção

com os demais custos e despesas.

Tabela 08 – Valor unitário mão-de-obra produção, outros custos e despesas

PROCEDIMENTOS Mão-de-obra

produção Outros custos Despesas cuidados paliativos 175,36 1,17 11,31 dist neuro-cinet-func s/ complic 18,16 1,47 11,31 dist neuro-cinet-func c/ complic 37,68 1,27 11,31 desordens desenv neuro motor 27,65 0,83 11,31 transtorno resp c/ complic 25,41 3,01 11,31 transtorno resp s/ complic 16,94 2,32 11,31 transtorno clínico cardiovasc 8,47 2,00 11,31 pré e pós-cirurgia oncológica 12,68 2,24 11,31 disfunções uroginecológicas 12,68 4,98 11,31 pré e pós-oper disf músc esquelet 24,52 2,90 11,31 alterações motoras 12,10 1,96 11,31 disf vasculares periféricas 8,06 3,13 11,31 acupuntura 190,31 0,75 11,31 trat lesão coluna t-l-s c/ imob 200,93 0,75 11,31 ativid educat/ orientação grupo 21,80 2,59 11,31 prática corp / ativid física grupo 30,11 0,69 11,31 visita domiciliar instituc reabilit 25,41 0,69 11,31 consultas 39,95 0,98 11,31

Fontes: Pesquisa de campo

Observando os dados da Tabela 08, nota-se que para ‘trat lesão coluna t-l-s c/ imob’,

‘acupuntura’ e ‘cuidados paliativos’, o custo unitário com a mão-de-obra da produção

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51

apresenta as diferenças mais relevantes em relação aos demais custos (R$ 200,18; R$ 189,57;

e R$ 174,19) e também em relação às despesas (R$ 189,62; R$ 179,01; e R$ 164,05). O custo

com mão-de-obra representa então, na mesma ordem, 94,34%, 94,04% e 93,36% na formação

do gasto unitário destes procedimentos.

De forma unânime, os custos unitários com mão-de-obra da produção são superiores

aos demais custos, ficando as diferenças menos significativas para ‘disf vasculares

periféricas’ (R$ 4,93), ‘transtorno clínico cardiovasc’ (R$ 6,47) e ‘disfunções

uroginecológicas’ (R$ 7,70).

Interessante observar que dois procedimentos apresentam valores inferiores do custo

com a mão-de-obra da produção em relação às despesas, sendo ‘transtorno clínico cardiovasc’

e ‘disf vasculares periféricas’, com diferenças negativas de R$ 2,84 e R$ 3,25

respectivamente. Apesar dos valores inferiores, o custo com mão-de-obra destes

procedimentos participa ainda com 35,82% e 38,89% na formação do gasto unitário dos

mesmos.

Em geral, assim como na tabelas anteriores, é visível que os custos com mão-de-obra

são superiores aos demais custos e às despesas, sendo os mais significantes tanto na formação

dos custos totais, quanto dos gastos totais do CEFIR.

Os custos unitários com a mão-de-obra da produção são provenientes da Tabela 05.

Os outros custos resultam da diferença entre o custo unitário da produção e o custo unitário da

mão-de-obra da produção. Os valores unitários referentes às despesas são encontrados através

da divisão das despesas totais pela produção total de cada procedimento.

A seguir apresenta-se na Tabela 09 a comparação do custo total do CEFIR, com os

valores praticados pela tabela SUS e também pela tabela do CREFITO (Conselho Regional de

Fisioterapia e Terapia Ocupacional), no período de janeiro a junho de 2008, demonstrando a

quantidade de atendimentos no período, o custo total do CEFIR, da tabela SUS e do

CREFITO (pelo valor mínimo e máximo).

Tabela 09 – Comparação custo total CEFIR, SUS e CREFITO

PROCEDIMENTOS Qtde Total CEFIR Total SUS

Total CREFITO

(mín.)

Total CREFITO

(máx.)

cuidados paliativos 38 7.137,99 229,90

475,00

1.140,00

dist neuro-cinet-func s/ complic 62 1.918,45 275,90

744,00

1.054,00

Continua na página seguinte

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52

Continuação (...)

dist neuro-cinet-func c/ complic 366 18.394,35 2.214,30

8.235,00

12.810,00

desordens desenv neuro motor 123 4.893,73 547,35

3.690,00

4.305,00

transtorno resp c/ complic 145 5.760,64 877,25

3.262,50

4.350,00

transtorno resp s/ complic 80 2.445,04 356,00

1.000,00

1.360,00

transtorno clínico cardiovasc 79 1.720,26 351,55

987,50

2.370,00

pré e pós-cirurgia oncológica 22 577,01 133,10

275,00

660,00

disfunções uroginecológicas 236 6.837,62 1.050,20

2.950,00

7.080,00

pré e pós-oper disf músc esquelet 975 37.758,27 5.898,75

21.937,50

29.250,00

alterações motoras 3.170 80.412,94 14.106,50

39.625,00

53.890,00

disf vasculares periféricas 25 562,51 111,25

312,50

750,00

acupuntura 199 40.271,58 746,25

5.970,00

11.940,00

trat lesão coluna t-l-s c/ imob 19 4.046,69 860,89

237,50

570,00

ativid educat/ orientação grupo 4 142,76 10,80

240,00

240,00

prática corp / ativid física grupo 1 42,11 -

60,00

60,00

visita domiciliar instituc reabilit 11 411,47 -

660,00

660,00

consultas 490 25.595,77 2.940,00

14.700,00

14.700,00

Total 6.045 238.929,19 30.709,99

105.361,50

147.189,00

Fonte: Pesquisa de campo

Pode-se verificar na Tabela acima que o custo total do CEFIR (R$ 238.929,19) no

período é muito superior ao custo dos demais. Verifica-se que o custo do CEFIR é equivalente

a aproximadamente 7,8 vezes o custo do SUS. Em relação ao valor máximo praticado pelo

CREFITO, observa-se que o valor do CEFIR é 62,33% superior.

Ao final do primeiro semestre de 2008, calcula-se que se fossem credenciados e

remunerados serviços terceirizados pelo valor da tabela SUS, poderiam ser economizados

cerca de R$ 208.219,20 (87,15%). Pelo valor CREFITO-máximo poderiam ser economizados

em torno de R$ 91.740,19 (38,40%).

Os valores unitários da tabela SUS, foram obtidos junto ao DATASUS, que é o

órgão de processamento de dados e informática do SUS.

Os valores totais de cada unidade foram encontrados pelo resultado da multiplicação

do valor unitário de cada procedimento pela produção correspondente.

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53

Na Tabela 10, a seguir, é apresentado o comparativo do custo unitário do CEFIR, da

tabela SUS e tabela CREFITO.

Tabela 10 – Comparação custo unitário CEFIR, SUS e CREFITO

PROCEDIMENTOS Qtde CEFIR SUS CREFITO

(mín.) CREFITO

(máx.)

cuidados paliativos 38 187,84 6,05 12,50 30,00

dist neuro-cinet-func s/ complic 62 30,94 4,45 12,00 17,00

dist neuro-cinet-func c/ complic 366 50,26 6,05 22,50 35,00

desordens desenv neuro motor 123 39,79 4,45 30,00 35,00

transtorno resp c/ complic 145 39,73 6,05 22,50 30,00

transtorno resp s/ complic 80 30,56 4,45 12,50 17,00

transtorno clínico cardiovasc 79 21,78 4,45 12,50 30,00

pré e pós-cirurgia oncológica 22 26,23 6,05 12,50 30,00

disfunções uroginecológicas 236 28,97 4,45 12,50 30,00

pré e pós-oper disf músc esquelet 975 38,73 6,05 22,50 30,00

alterações motoras 3.170 25,37 4,45 12,50 17,00

disf vasculares periféricas 25 22,50 4,45 12,50 30,00

acupuntura 199 202,37 3,75 30,00 60,00

trat lesão coluna t-l-s c/ imob 19 212,98 45,31 12,50 30,00

ativid educat/ orientação grupo 4 35,69 2,70 60,00 60,00

prática corp / ativid física grupo 1 42,11 - 60,00 60,00

visita domiciliar instituc reabilit 11 37,41 - 60,00 60,00

consultas 490 52,24 6,00 30,00 30,00

Fonte: Pesquisa de campo

Observando os dados da Tabela 10, nota-se que ‘cuidados paliativos’ com custo

unitário R$ 187,84, apresenta grande discrepância para o valor do SUS (R$ 6,05) e do

CREFITO-máximo (R$ 30,00), o que corresponde a aproximadamente 31 vezes o valor do

SUS e 6,3 vezes o valor do CREFITO. Segunda maior discrepância em relação ao CREFITO

e ao SUS. Esse procedimento representa apenas 0,63% (38) dos 6.045 procedimentos

realizados pelo CEFIR no período.

Para o procedimento ‘dist neuro-cinet-func s/ complic’ (R$ 30,94), percebe-se que há

diferença bastante significativa, de 82,02% do custo do CEFIR para o custo unitário do

CREFITO (R$ 17,00) e, é equivalente a 6,95 vezes o valor do SUS (R$ 4,45). Representa

1,03% dos procedimentos realizados pelo CEFIR.

Ao observar o custo unitário para ‘dist neuro-cinet-func c/ complic’ (R$ 50,26), é

notável a diferença de 8,31 vezes para o valor do SUS, que é de R$ 6,05. Em relação ao custo

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unitário do CREFITO-máximo (R$ 35,00), encontra-se diferença de R$ 15,26 ou 43,59%.

Pode-se considerar a diferença bastante significativa tanto em relação ao CREFITO quanto ao

SUS, levando-se em conta a representatividade de 6,05% do total de procedimentos realizados

no período.

Para as ‘desordens desenv neuro motor’, verifica-se o custo unitário do CEFIR na

ordem dos R$ 39,79, do SUS em R$ 4,45 e do CREFITO-máximo em R$ 35,00, sendo a

diferença menos significativa (13,68% superior) em relação ao CREFITO, mas bastante

significativa em relação ao SUS (794,08% superior). Este procedimento representa 2,03% dos

serviços prestados pelo CEFIR no período.

Em ‘transtorno resp c/ complic’ (R$ 39,73), percebe-se grande semelhança ao

procedimento anterior, pois é o terceiro com diferença menos significativa (32,43%) em

relação ao valor do CREFITO-máximo (R$ 30,00), mas com valor 556,67% superior ao SUS.

A representatividade do procedimento em questão é de 2,40% do total do período.

Em observação ao ‘transtorno resp s/ complic’ (R$ 30,56), encontra-se diferença

bastante significativa (79,78% superior) em relação ao valor CREFITO-máximo (R$ 17,00), e

diferença muito considerável de 6,87 vezes o valor do SUS (R$ 4,45). O procedimento

representa 1,32% dos procedimentos realizados pelo CEFIR no período.

Para o procedimento ‘transtorno clínico cardiovasc’, o valor do CEFIR (R$ 21,78) é

27,42% inferior ao do CREFITO-máximo (R$ 30,00), e em relação ao SUS (R$ 4,45) é a

terceira menor diferença (389,34%). Com percentual muito próximo ao anterior, este

procedimento equivale à 1,31% dos 6.045.

Para o ‘pré e pós-cirurgia oncológica’, nota-se que o valor do CEFIR (R$ 26,23) é

inferior ao do CREFITO-máximo (R$ 30,00) em 12,57%, e em relação ao SUS, é a terceira

menor diferença (333,52%), com pouca relevância, pois o procedimento significa apenas

0,36% da produção do CEFIR no período.

Nas ‘disfunções uroginecológicas’, verifica-se que o valor de R$ 28,97 do CEFIR é

pouco inferior (3,42%) aos R$ 30,00 do CREFITO-máximo, e é igual a 6,51 vezes o valor do

SUS (R$ 4,45), o que é considerado de média relevância, visto que engloba 3,90% dos

procedimentos realizados pelo CEFIR.

Ao verificar o ‘pré e pós-oper disf músc esquelet’, é possível perceber diferença

menos significativa (29,09%) do custo do CEFIR (R$ 38,73) em relação ao CREFITO-

máximo (R$ 30,00). Em relação ao SUS (R$ 6,05) visualiza-se divergência de 540,11%. Tais

valores são bastante consideráveis, visto que este é o segundo procedimento mais realizado,

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55

totalizando 16,13% da produção. Na Tabela 09 nota-se que na formação do custo total, o

procedimento em questão compõe 15,80% do valor total do CEFIR (terceira maior

participação), 19,21% do SUS (segunda maior participação), e 19,87% do CREFITO-máximo

(segunda maior participação).

Nas ‘alterações motoras’, encontra-se a quarta menor diferença (470,04%) em

relação ao SUS (R$ 4,45), e o custo do CEFIR (R$ 25,37) transmite diferença bastante

relevante de 49,22% em relação ao CREFITO-máximo (R$ 17,00), considerando que é o

procedimento mais realizado, com representatividade de 52,44% (3.170) do total de 6.045

realizados pelo CEFIR. Na Tabela 09 observa-se que na formação do custo total, as

‘alterações motoras’ representam 33,66% do valor total do CEFIR, 45,93% do SUS, e 36,61%

do CREFITO-máximo, portanto, tendo a maior participação na composição do custo total.

Para as ‘disf vasculares periféricas’, o valor do CEFIR (R$ 22,50) é 25% inferior ao

do CREFITO-máximo (R$ 30,00), possuindo a terceira menor diferença (405,63%) em

relação ao SUS (R$ 4,45). A representatividade deste procedimento é de apenas 0,41% do

montante realizado no período.

Na ‘acupuntura’ encontra-se a terceira maior discrepância (237,28%) em relação ao

CREFITO-máximo (R$ 60,00). O custo do CEFIR (R$ 202,37) é igual a 53,96 vezes o valor

do SUS (R$ 3,75), destacando-se neste procedimento o valor mais divergente entre o CEFIR e

o SUS. Este representa 3,29% do total de procedimentos realizados pelo CEFIR. Na Tabela

09 percebe-se que na formação do custo total, o procedimento em questão compõe 16,86% do

total do CEFIR, com a segunda participação; 2,43% do SUS, com apenas a oitava; e 8,11% do

CREFITO-máximo, com a quinta, o que demonstra grandes diferenças no impacto que tal

procedimento tem para as três dimensões analisadas.

Nota-se no ‘trat lesão coluna t-l-s c/ imob’, que o custo do CEFIR (R$ 212,98)

apresenta sua maior discrepância (609,95%) em relação ao CREFITO-máximo (R$ 30,00), e

em contrapartida, a segunda menor diferença (370,06%) em relação ao SUS (R$ 45,31).

Importante comentar que neste caso, o valor SUS é 51,03% superior ao CREFITO-máximo.

Vale ressaltar também, que este procedimento representa apenas 0,31% do total no período.

A ‘ativid educat/ orientação grupo’ aparece com valor de R$ 35,69 do total do

CEFIR, 40,52% inferior ao do CREFITO (R$ 60,00). Há diferença significativa de 13,22

vezes o valor do SUS (R$ 2,70), mas é importante lembrar que este é o segundo procedimento

menos realizado, com somente 0,07% da produção total do CEFIR.

Ao observar a ‘prática corp / ativid física grupo’, nota-se que o valor do CEFIR (R$

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56

42,11) é inferior em 29,81% ao do CREFITO-máximo (R$ 60,00). Tal procedimento foi

realizado apenas 01 vez, representando somente 0,02% do total do CEFIR no período. Não é

informado o valor unitário pago pelo SUS para este procedimento, pois está entre outros que

compõem o pacote recebido do Estado, e é de responsabilidade do município realizar a

distribuição dos recursos recebidos como lhe for mais conveniente.

Na ‘visita domiciliar instituc reabilit’, o valor do CEFIR (R$ 37,41) é 37,66%

inferior ao do CREFITO-máximo (R$ 60,00). É o terceiro procedimento menos realizado,

contribuindo com apenas 0,18% dos procedimentos realizados pelo CEFIR. Assim como no

procedimento anterior, não é informado o valor unitário pago pelo SUS para este, pois está

entre outros que compõem o pacote recebido do Estado, e é de responsabilidade do município

realizar a distribuição dos recursos recebidos como lhe for mais conveniente.

Para as ‘consultas’, percebe-se diferença relevante de 74,12% do valor de R$ 52,24

do CEFIR, em relação aos R$ 30,00 do CREFITO-máximo. É equivalente à 8,81 vezes o

valor do SUS (R$ 6,00). Nota-se que é o terceiro procedimento mais realizado, com 16,13%

dos 6.045 realizados no período.

Analisando a Tabela 10, nota-se que os custos unitários onde há menor diferença

para os valores SUS são nos procedimentos ‘transtorno clínico cardiovasc’, ‘disf vasculares

periféricas’ e ‘pré e pós-cirurgia oncológica’, sendo que a diferença é de R$ 17,33, R$ 18,05 e

R$ 20,18.

Vale lembrar que ‘trat lesão coluna t-l-s c/ imob’ (R$ 212,98), ‘acupuntura’ (R$

202,37) e ‘cuidados paliativos’ (R$ 187,84), assim como nas análises anteriores, apresentam

os custos unitários mais elevados para o CEFIR, e em relação aos valores do SUS e

CREFITO, possuem as maiores diferenças, respectivamente (R$ 167,67, R$ 198,62 e R$

181,79) para o SUS e (R$ 182,98, R$ 142,37 e R$ 157,84) para o CREFITO. Importante

ressaltar que os 03 procedimentos em questão apresentam maior divergência, por um dos

funcionários ter um custo superior aos demais.

Interessante destacar que sete procedimentos do CEFIR apresentam valores abaixo

aos do CREFITO-máximo, sendo: ‘transtorno clínico cardiovasc’, ‘pré e pós-cirurgia

oncológica’, ‘disfunções uroginecológicas’, ‘disf vasculares periféricas’, ‘ativid educat/

orientação grupo’, ‘prática corp / ativid física grupo’, e ‘visita domiciliar instituc reabilit’.

Destes, os três últimos citados possuem valores mais baixos inclusive do que a tabela

CREFITO-mínimo, devido ao fato de não possuir variação entre mínimo e máximo para os

valores supracitados. É necessário ressaltar, porém, que os 07 procedimentos em questão, de

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57

um total de 18, somam juntos apenas 6,25% (378) da produção total de 6.045 procedimentos

no semestre.

3.3 Sugestões

O presente trabalho tem grande importância, no momento em que possibilita, através

da Contabilidade de Custos, uma ampla visualização da forma como são administrados os

recursos públicos, neste caso, especificamente aqueles destinados à saúde pública.

Através dos levantamentos e cálculos realizados, foi possível verificar que a

terceirização é uma alternativa viável e economicamente interessante, visto que os valores

podem ser aplicados de outras formas em benefício da sociedade. Na Secretaria de Saúde do

município de Balneário Camboriú, esta questão referente à viabilidade de terceirização de

serviços fisioterapêuticos nunca havia sido analisada.

Outra alternativa seria buscar formas de reduzir os custos, entretanto a redução do

quadro de funcionários não é pertinente, por estes gozarem de garantia de estabilidade, e pela

alta e crescente demanda de pacientes.

Não é cogitada a possibilidade de transferência gradativa dos procedimentos para

locais terceirizados visando a paralisação das atividades do Centro, visto que todo o

investimento e estrutura de ponta necessários para o atendimento da sociedade já estão

devidamente prontos e em pleno funcionamento.

Por meio dos resultados deste trabalho, é possível verificar que ao final de um ano, se

os serviços realizados pelo CEFIR fossem terceirizados e remunerados pelo valor da tabela

SUS, poderiam ser economizados cerca de R$ 416.438,39. Praticando o valor mínimo do

Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos do CREFITO para as clínicas

particulares, a economia poderia chegar em torno de R$ 267.135,37. Até mesmo se a

remuneração ocorresse com base no valor máximo praticado pelas clínicas, o município

poderia reduzir R$ 183.480,37 com os serviços fisioterapêuticos, para aplicação em outros

serviços da saúde.

O CEFIR consegue alcançar altos níveis de satisfação e qualidade nos atendimentos,

segundo pesquisa realizada pelo próprio Centro. Quando se opta por terceirização, é muito

importante verificar se serão proporcionados níveis iguais ou superiores de qualidade e

satisfação. É interessante ainda adotar uma forma de controle da qualidade do serviço

prestado, de maneira que se verifique a quantidade de sessões realmente necessárias para o

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58

adequado tratamento.

Em levantamento da demanda reprimida na quarta semana de outubro de 2008, nota-

se que existe um total de 366 pacientes aguardando atendimento para a especialidade de

ortopedia, 06 para neurologia e 03 para acupuntura. No CEFIR é realizada triagem com base

nos critérios de alta, média e baixa prioridade, sendo respectivamente estabelecidas as cores

vermelho, amarelo e verde. Para acupuntura não há triagem por prioridade.

Sugere-se então que seja estudada a possibilidade de credenciamento junto às

clínicas particulares já em atividade, para o atendimento da demanda reprimida existente,

assim como da demanda excedente que surgirá, proporcionando o crescimento dessas clínicas,

e o surgimento de outras novas, até pelo aumento de profissionais formados a cada semestre,

possibilitando por conseqüência uma maior movimentação e arrecadação financeira para o

município. Caso o mesmo considere a possibilidade de construção de um novo CEFIR, deve-

se analisar que através do credenciamento de clínicas não seriam necessários investimentos

tão altos para a construção, assim como o grande espaço de tempo para a implantação e

atendimento da demanda.

É provável que os profissionais não aceitem o credenciamento a partir dos valores da

tabela SUS. Portanto, a análise de custos realizada pode ainda servir de base para a

formulação de preços mais adequados, podendo se estabelecer acordos com valores

intermediários, ou até mesmo valores do CREFITO.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral e os objetivos específicos foram alcançados, sendo que foram

comparados os custos de funcionamento do CEFIR e os custos de terceirização dos

atendimentos no primeiro semestre de 2008, assim como verificados os gastos gerais do

CEFIR, separados os gastos gerais em custos e despesas, verificada a quantidade de

atendimentos realizados no período, encontrados e calculados os custos de cada serviço

prestado, e por fim comparados com a possibilidade de terceirização. Por esses fatores, este

trabalho serve de base para que novos estudos direcionados à Contabilidade de Custos possam

se tornar realidade.

Este trabalho conseguiu responder ao problema de pesquisa, o qual questionava se os

custos de funcionamento do CEFIR são inferiores aos custos de terceirização dos

atendimentos realizados no primeiro semestre de 2008. Sendo assim, foi possível verificar que

os custos do CEFIR são superiores nos dois casos, ou seja, tanto na comparação aos valores

do SUS, quanto em relação aos valores do CREFITO.

O CEFIR foi a 1ª clínica de fisioterapia em Santa Catarina mantida por uma

prefeitura, servindo de modelo para estudos desta natureza. Embora os custos dos

procedimentos realizados pelo CEFIR tenham se apresentado mais altos que os valores do

CREFITO e da tabela SUS, possui, conforme pesquisa realizada pela própria instituição,

níveis elevados de satisfação e qualidade nos atendimentos. Para a terceirização não se deve

analisar apenas as questões financeiras, mas também a qualidade e garantia na prestação de

serviço, pois na terceirização total, existe a possibilidade de paralisação dos serviços.

A pesquisa torna-se importante para o acadêmico, pois possibilitou um estudo mais

apurado sobre a Contabilidade de Custos, auxiliando na construção de uma visão mais crítica

e analítica. Para a instituição, pois poderá servir de parâmetro para novos trabalhos que

objetivem investigar e analisar a aplicação dos recursos nos diversos âmbitos da

administração pública e áreas afins. E para a organização, pois serve como base para a tomada

de decisões e no planejamento de novas políticas e investimentos, e se adequadamente

utilizado, pode proporcionar redução de custos e uma gestão mais eficiente dos recursos

disponíveis.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

SECRETARIA DA SAÚDE

DECLARAÇÃO DE DESEMPENHO DE ESTÁGIO

A organização cedente de estágio Centro de Fisioterapia e Reabilitação (CEFIR) -

Secretaria de Saúde declara, para os devidos fins, que o estagiário Magnus Bliesner,

acadêmico do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas –

CECIESA/Gestão da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, de 01/07/2008 a

24/10/2008, cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período, seguiu o cronograma

de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas.

Balneário Camboriú, 24 de outubro de 2008.

Lázaro Juliano Teixeira

Gerente Administrativo do CEFIR

Rua 1.500, nº 1.100 – Fone: (47) 3261-6200 – 88.330-526 – Balneário Camboriú – SC

[email protected]

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63

ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS

Magnus Bliesner

Sr. Lázaro Juliano Teixeira

Prof. André Graf de Almeida

Prof. Eduardo Krieger da Silva

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APÊNDICES

Apêndice A – Composição da mão-de-obra....................................................................... 65

Apêndice B – Composição da depreciação........................................................................ 66

Apêndice C – Rateio consumo aparelhos........................................................................... 68

Apêndice D – Rateio mão-de-obra produção..................................................................... 69

Apêndice E – Rateio depreciação produção....................................................................... 72

Apêndice F – Rateio material de consumo......................................................................... 74

Apêndice G – Custo por procedimento.............................................................................. 75

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Apêndice A: Composição da mão-de-obra Produção

Fisiot. 1 Fisiot. 2 Fisiot. 3 Fisiot. 4 Fisiot. 5 Fisiot. 6 Fisiot. 7 Fisiot. 8 Fisiot. 9 Fisiot. 10 Fisiot. 11 Salário Base 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 8.100,00 1.390,39 Salários/ano 16.684,68 16.684,68 16.684,68 16.684,68 16.684,68 16.684,68 16.684,68 16.684,68 16.684,68 97.200,00 16.684,68 13º salário 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 1.390,39 8.100,00 1.390,39 1/3 Férias 463,46 463,46 463,46 463,46 463,46 463,46 463,46 463,46 463,46 2.700,00 463,46

Sub Total 18.538,53 18.538,53 18.538,53 18.538,53 18.538,53 18.538,53 18.538,53 18.538,53 18.538,53 108.000,00 18.538,53 Encargos 28% 5.190,79 5.190,79 5.190,79 5.190,79 5.190,79 5.190,79 5.190,79 5.190,79 5.190,79 30.240,00 5.190,79

Total anual 23.729,32 23.729,32 23.729,32 23.729,32 23.729,32 23.729,32 23.729,32 23.729,32 23.729,32 138.240,00 23.729,32 Mensal 1.977,44 1.977,44 1.977,44 1.977,44 1.977,44 1.977,44 1.977,44 1.977,44 1.977,44 11.520,00 1.977,44

Qtde de meses 6 6 6 6 6 1 6 1 1 6 6 Custo total 11.864,66 11.864,66 11.864,66 11.864,66 11.864,66 1.977,44 11.864,66 1.977,44 1.977,44 69.120,00 11.864,66

Produção (pesos) 1433 1182 1544 1336 1871 218 1401 125 48 344 1173 Custo Unitário 8,28 10,04 7,68 8,88 6,34 9,07 8,47 15,82 41,20 200,93 10,11

Administrativo Administ. 1 Administ. 2 Administ. 3 Administ. 4 Administ. 5 Administ. 6 Salário Base 569,24 672,06 572,35 572,35 572,35 1808,86 Salários/ano 6.830,88 8.064,72 6.868,20 6.868,20 6.868,20 21.706,32 13º salário 569,24 672,06 572,35 572,35 572,35 1.808,86 1/3 Férias 189,75 224,02 190,78 190,78 190,78 602,95

Sub Total 7.589,87 8.960,80 7.631,33 7.631,33 7.631,33 24.118,13 Encargos 28% 2.125,16 2.509,02 2.136,77 2.136,77 2.136,77 6.753,08

Total anual 9.715,03 11.469,82 9.768,11 9.768,11 9.768,11 30.871,21 Mensal 809,59 955,82 814,01 814,01 814,01 2.572,60

Qtde de meses 6 6 6 6 2 6 Custo total 4.857,51 5.734,91 4.884,05 4.884,05 1.628,02 15.435,61

Produção (pesos) 10.675

Custo Total Produção 158.104,96 Administrativo 37.424,16 195.529,12

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Apêndice B: Composição da depreciação Depreciação produção

Equipamentos Qtde Vida Útil

(anos) Individual Total Anual Semestral Manovacuômetro Analógico 1 5 496,80 496,80 99,36 49,68 Oxímetro de dedo/pulso 1 3 1.087,00 1.087,00 362,33 181,17 Inalador Ultrassônico 3 3 138,00 414,00 138,00 69,00 Inspirômetro (Voldyne) 4 5 78,15 312,60 62,52 31,26 Inspirômetro (Respiron) 5 5 31,40 157,00 31,40 15,70 Incentivador respiratório tipo Shaker 3 5 84,90 254,70 50,94 25,47 EPAP adulto kit c/ máscara 4 3 326,65 1.306,60 435,53 217,77 Tubos de oxigênio 3 5 341,50 1.024,50 204,90 102,45 Miofeedback eletromiográfico 1 7 12.100,00 12.100,00 1.728,57 864,29 Dualpex URO 1 7 1.956,15 1.956,15 279,45 139,73 Ondas Curtas 5 7 3.554,00 17.770,00 2.538,57 1.269,29 KLD - Ultrasom p/ terapia 1 7 2.800,00 2.800,00 400,00 200,00 Ultrasom 1 e 3 Mhz 2 7 1.341,00 2.682,00 383,14 191,57 Ultrasom 1 Mhz 2 7 732,00 1.464,00 209,14 104,57 TENS/FES de mesa (4 canais) 4 7 632,00 2.528,00 361,14 180,57 TENS (2 canais) 4 7 377,00 1.508,00 215,43 107,71 TENS/FES portátil 3 7 733,00 2.199,00 314,14 157,07 Laser Dual Caneta 660+904nm 1 7 3.800,00 3.800,00 542,86 271,43 Óculos para laser 2 7 333,00 666,00 95,14 47,57 Infra-vermelho 6 7 204,00 1.224,00 174,86 87,43 Bola terapêutica (95cm diâmetro) 1 10 103,00 103,00 10,30 5,15 Bola terapêutica (85cm diâmetro) 2 10 103,00 206,00 20,60 10,30 Bola terapêutica (75cm diâmetro) 2 10 78,00 156,00 15,60 7,80 Bola terapêutica (65cm diâmetro) 2 10 78,00 156,00 15,60 7,80 Rolo terapêutico feijão (1,45x0,85) 1 10 760,42 760,42 76,04 38,02 Rolo terapêutico feijão (0,96x0,55) 1 10 509,00 509,00 50,90 25,45 Disco para propriocepção 38cm 3 10 64,00 192,00 19,20 9,60 Cadeira ergonômica p/ quick massage 1 10 341,00 341,00 34,10 17,05 Balancinho 2 10 150,00 300,00 30,00 15,00 Prancha de alongamento 4 10 71,00 284,00 28,40 14,20 Pranchas de equilíbrio (50x85x15) 1 10 75,00 75,00 7,50 3,75 Pranchas de equilíbrio (60x40x15) 1 10 61,00 61,00 6,10 3,05 Pranchas de equilíbrio (40cm diâmetro) 1 10 39,00 39,00 3,90 1,95 Tração cervical de parece c/ mentoneira 2 7 147,00 294,00 42,00 21,00 Cama elástica 96cm 2 7 253,00 506,00 72,29 36,14 Colchonetes 20 7 100,00 2.000,00 285,71 142,86 Exercitador elástico 14 1 30,00 420,00 420,00 210,00 Tornozeleiras (1kg o par) 4 5 23,00 92,00 18,40 9,20 Tornozeleiras (2kg o par) 4 5 26,00 104,00 20,80 10,40 Tornozeleiras (4kg o par) 4 5 29,00 116,00 23,20 11,60 Halteres (1kg o par) 2 10 20,00 40,00 4,00 2,00 Halteres (2kg o par) 2 10 23,00 46,00 4,60 2,30 Halteres (3kg o par) 2 10 27,00 54,00 5,40 2,70 Halteres (4kg o par) 2 10 31,00 62,00 6,20 3,10 Cunhas posicionamento (50x50x30)8mm 8 5 66,00 528,00 105,60 52,80 Cunhas posicionamento (50x50x15)8mm 4 5 48,00 192,00 38,40 19,20 Relógio minuteiro 10 2 20,00 200,00 100,00 50,00 Bicicleta magnética horizontal 1 7 2.860,00 2.860,00 408,57 204,29 Esteira ergonométrica 1 7 3.178,00 3.178,00 454,00 227,00 Turbilhão fibra 3 5 3.448,00 10.344,00 2.068,80 1.034,40 Simetrógrafo 1 10 286,00 286,00 28,60 14,30 Macas 12 7 250,00 3.000,00 428,57 214,29 Macas p/ ondas curtas 3 7 399,00 1.197,00 171,00 85,50 Degraus p/ macas metal 12 7 49,00 588,00 84,00 42,00 Degraus p/ macas ondas curtas 3 7 73,00 219,00 31,29 15,64 Mesa madeira p/ aparelhos 3 7 232,00 696,00 99,43 49,71 Maca de osteopatia 2 7 180,00 360,00 51,43 25,71 Mesa de aparelhos de metal 12 7 95,50 1.146,00 163,71 81,86 Negatoscópio 6 7 212,67 1.276,02 182,29 91,14 Banco de rodinhas 4 7 83,69 334,76 47,82 23,91

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67

Tatame p/ neurologia 2 7 463,00 926,00 132,29 66,14 Barra paralela 1 10 762,00 762,00 76,20 38,10 Escada de canto 1 10 408,00 408,00 40,80 20,40 Barra de Ling (espaldar) 2 10 218,00 436,00 43,60 21,80 Cadeira de rodas 2 7 725,00 1.450,00 207,14 103,57 Goniômetro 10 5 10,97 109,70 21,94 10,97 Martelo de reflexos 6 5 21,29 127,74 25,55 12,77 Esfigmomanômetro digital 2 5 298,80 597,60 119,52 59,76 Carro p/ cilindro oxigênio 1 5 120,00 120,00 24,00 12,00 Estetoscópio adulto 2 4 19,80 39,60 9,90 4,95 Total 94.048,19 15.012,73 7.506,36

Depreciação administrativo

Equipamentos Qtde Vida Útil

(anos) Individual Total Anual Semestral Conjunto estofado 4 10 860,00 3.440,00 344,00 172,00 Computador 3 5 2.000,00 6.000,00 1.200,00 600,00 Dvd player c/ controle remoto 1 5 220,00 220,00 44,00 22,00 Micro system c/ cd e rádio 2 5 153,00 306,00 61,20 30,60 Telefone c/ fio 7 5 29,45 206,15 41,23 20,62 Telefone sem fio 1 5 89,00 89,00 17,80 8,90 Condicion. de ar - 12000 btus/springer 3 10 1.700,00 5.100,00 510,00 255,00 Condicion. de ar - 30000 btus/springer 2 10 3.500,00 7.000,00 700,00 350,00 Condicion. de ar - 42000 btus/springer 1 10 4.400,00 4.400,00 440,00 220,00 Condicion. de ar - 60000 btus/springer 1 10 5.200,00 5.200,00 520,00 260,00 Condicion. de ar - 6000 btus/springer 2 10 1.300,00 2.600,00 260,00 130,00 Condicion. de ar - 9000 btus/springer 3 10 1.300,00 3.900,00 390,00 195,00 Máquina de gelo 1 10 1.690,00 1.690,00 169,00 84,50 Máquina de lavar 10kg 1 10 1.000,00 1.000,00 100,00 50,00 Secadora 1 10 800,00 800,00 80,00 40,00 Ferro de passar roupas a vapor 1 5 43,80 43,80 8,76 4,38 Aquecedor a gás 1 10 1.000,00 1.000,00 100,00 50,00 Fogão 04 queimadores c/ forno 1 10 404,00 404,00 40,40 20,20 Refrigerador 280litros c/ congelador 1 10 898,00 898,00 89,80 44,90 Suporte p/ TV - Vídeo 1 10 51,50 51,50 5,15 2,58 Tábua de passar roupa 1 10 183,00 183,00 18,30 9,15 Cadeira giratória c/ braço e rodas 7 10 258,00 1.806,00 180,60 90,30 Mesa L (MDF) 1 10 610,00 610,00 61,00 30,50 Televisor 20pol. Cores c/ controle 1 10 573,75 573,75 57,38 28,69 Televisor 14pol. Cores c/ controle 1 10 480,00 480,00 48,00 24,00 Purificador de água (bebedor) 4 10 1.510,33 6.041,32 604,13 302,07 Botijão de gás 45kg (casco) 1 20 245,00 245,00 12,25 6,13 Extintor pqs 4kg 4 10 138,00 552,00 55,20 27,60 Mesa p/ reunião oval chapa melaminica 1 10 334,67 334,67 33,47 16,73 Armário 02 portas, c/chave, 1.6x.40x.93 5 10 290,00 1.450,00 145,00 72,50 Mesa chapa melaminica, 2 gav 1.00x.67x.74 4 10 130,00 520,00 52,00 26,00 Cafeteira elétrica 1 2 87,50 87,50 43,75 21,88 Cadeira estofada 3 lugares 2 10 230,00 460,00 46,00 23,00 Cadeira estofada 4 lugares 5 10 280,00 1.400,00 140,00 70,00 Depreciação Prédio 1 25 500.000,00 500.000,00 20.000,00 10.000,00 Total 559.091,69 26.618,41 13.309,21 TOTAL 653.139,88 41.631,14 20.815,57

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Apêndice C: Rateio consumo aparelhos Qtde procedimentos em que o aparelho é utilizado

Equipamentos

Tem

po p

or p

roce

dim

ento

(m

in)

Tem

po p

or p

roce

dim

ento

(h)

cuid

ados

pal

iativ

os

dist

neu

ro-c

inet

-fun

c s/

co

mpl

ic

dist

neu

ro-c

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-fun

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senv

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s/ c

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ic

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stor

no c

línic

o ca

rdio

vasc

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ógic

a

disf

unçõ

es u

rogi

neco

lógi

cas

pré

e pó

s-op

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isf

mús

c es

quel

et

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raçõ

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otor

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disf

vas

cula

res

peri

féri

cas

acup

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ra

trat

lesã

o co

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t-l-

s c/

imob

ativ

id e

duca

t/ o

rien

taçã

o gr

upo

prát

ica

corp

/ at

ivid

fís

ica

grup

o

visi

ta d

omic

ilia

r in

stit

uc

reab

ilit

cons

ulta

s

Tot

al

Qtde procedimentos 38 62 366 123 145 80 79

22 236 975 3.170 25 199 19 4 1 11 490 6.045 Ondas Curtas 20 0,33 - - - - - - - - - 500 3000 - - - - - - - - Esteira ergonométrica 20 0,33 - - 20 - - - 20 - - 100 200 - - - - - - - - Turbilhão fibra 20 0,33 - - - - - - - 15 - 800 500 - - - - - - - -

Rateio consumo aparelhos

Equipamentos Tem

po p

or p

roce

d. (

min

)

Tem

po p

or p

roce

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h)

cuid

ados

pal

iativ

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pré

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ia o

ncol

ógic

a

disf

unçõ

es u

rogi

neco

lógi

cas

pré

e pó

s-op

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isf

mús

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quel

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alte

raçõ

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otor

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vas

cula

res

peri

féri

cas

acup

untu

ra

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lesã

o co

luna

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s c/

imob

ativ

id e

duca

t/ o

rien

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o gr

upo

prát

ica

corp

/ at

ivid

fís

ica

grup

o

visi

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omic

ilia

r in

stit

uc

reab

ilit

cons

ulta

s

Tot

al

Cus

to p

or h

ora

Qtde procedimentos 38 62 366 123 145 80 79 22 236 975 3170 25 199 19 4 1 11 490 6.045 Ondas Curtas 20 0,33 - - - - - - - - - 23,33 140,00 - - - - - - - 163,33 0,14 Esteira ergonométrica 20 0,33 - - 2,05 - - - 2,05 - - 10,27 20,53 - - - - - - - 34,91 0,31

Turbilhão fibra 20 0,33 - - - - - - -

10,00 - 533,33 333,33 - - - - - - - 876,67 2,00 Total - - 2,05 - - - 2,05 10,00 - 566,93 493,87 - - - - - - - 1.074,91

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69

Apêndice D: Rateio mão-de-obra produção Distribuição produção fisioterapeutas

cuid

ados

pal

iati

vos

dist

neu

ro-c

inet

-fun

c s/

co

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ic

dist

neu

ro-c

inet

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plic

tran

stor

no r

esp

s/

com

plic

tran

stor

no c

líni

co

card

iova

sc

pré

e pó

s-ci

rurg

ia

onco

lógi

ca

disf

unçõ

es

urog

inec

ológ

icas

pré

e pó

s-op

er d

isf

mús

c es

quel

et

alte

raçõ

es m

otor

as

disf

vas

cula

res

peri

féri

cas

acup

untu

ra

trat

lesã

o co

luna

t-l-

s c/

im

ob

ativ

id e

duca

t/

orie

ntaç

ão g

rupo

pr

átic

a co

rp /

ativ

id

físi

ca g

rupo

visi

ta d

omic

ilia

r in

stit

uc

reab

ilit

cons

ulta

s

Tot

al

Cus

to U

nitá

rio

Pro

cedi

men

to

Pesos 1 2 3 3 3 2 1 2 2 3 1 1 1 1 3 3 3 3 24 Qtde procedimentos 38 62 366 123 145 80 79 22 236 975 3170 25 199 19 4 1 11 490 6.045 Fisioterap. 1 1 118 795 94 1.008 8,28 Fisioterap. 2 15 202 57 44 117 1 1 40 477 10,04 Fisioterap. 3 1 296 445 70 812 7,68 Fisioterap. 4 202 517 1 11 67 798 8,88 Fisioterap. 5 4 1 22 236 243 383 5 3 74 971 6,34 Fisioterap. 6 16 47 4 11 78 9,07 Fisioterap. 7 27 110 62 145 80 79 6 19 11 33 572 8,47 Fisioterap. 8 4 83 10 97 15,82 Fisioterap. 9 30 6 36 41,20 Fisioterap. 10 33 6 1 50 188 19 11 308 200,93 Fisioterap. 11 3 67 744 74 888 10,11

Total 38 62 366 123 145 80 79 22 236 975 3.170 25 199 19 4 1 11 490 6.045

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70

Multiplicação da produção pelos pesos

Profissionais cu

idad

os p

alia

tivo

s

dist

neu

ro-c

inet

-fun

c s/

co

mpl

ic

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esp

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stor

no c

líni

co

card

iova

sc

pré

e pó

s-ci

rurg

ia

onco

lógi

ca

disf

unçõ

es

urog

inec

ológ

icas

pré

e pó

s-op

er d

isf

mús

c es

quel

et

alte

raçõ

es m

otor

as

disf

vas

cula

res

peri

féri

cas

acup

untu

ra

trat

lesã

o co

luna

t-l-

s c/

im

ob

ativ

id e

duca

t/ o

rien

taçã

o gr

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prát

ica

corp

/ at

ivid

fís

ica

grup

o

visi

ta d

omic

ilia

r in

stit

uc

reab

ilit

cons

ulta

s

Tot

al

Pesos 1 2 3 3 3 2 1 2 2 3 1 1 1 1 3 3 3 3 24 Qtde procedimentos 38 62 366 123 145 80 79 22 236 975 3170 25 199 19 4 1 11 490 6.045 Fisioterap. 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 354 795 0 0 0 0 0 0 282 1.433 Fisioterap. 2 0 30 606 171 0 0 0 0 0 132 117 0 0 0 3 3 0 120 1.182 Fisioterap. 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 888 445 0 0 0 0 0 0 210 1.544 Fisioterap. 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 606 517 1 11 0 0 0 0 201 1.336 Fisioterap. 5 4 0 3 0 0 0 0 44 472 729 383 5 0 0 9 0 0 222 1.871 Fisioterap. 6 0 32 141 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 33 218 Fisioterap. 7 0 54 330 186 435 160 79 0 0 0 6 19 0 0 0 0 33 99 1.401 Fisioterap. 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 12 83 0 0 0 0 0 0 30 125 Fisioterap. 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 0 0 0 0 0 0 18 48 Fisioterap. 10 33 0 18 0 0 0 0 0 0 3 50 0 188 19 0 0 0 33 344 Fisioterap. 11 0 6 0 0 0 0 0 0 0 201 744 0 0 0 0 0 0 222 1.173

Total 38 124 1.098 369 435 160 79 44 472 2.925 3.170 25 199 19 12 3 33 1.470 10.675

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cu

idad

os p

alia

tivo

s

dist

neu

ro-c

inet

-fun

c s/

com

plic

dist

neu

ro-c

inet

-fun

c c/

com

plic

deso

rden

s de

senv

neu

ro m

otor

tran

stor

no r

esp

c/ c

ompl

ic

tran

stor

no r

esp

s/ c

ompl

ic

tran

stor

no c

líni

co c

ardi

ovas

c

pré

e pó

s-ci

rurg

ia o

ncol

ógic

a

disf

unçõ

es u

rogi

neco

lógi

cas

pré

e pó

s-op

er d

isf

mús

c es

quel

et

alte

raçõ

es m

otor

as

disf

vas

cula

res

peri

féri

cas

acup

untu

ra

trat

lesã

o co

luna

t-l-

s c/

imob

ativ

id e

duca

t/ o

rien

taçã

o gr

upo

prát

ica

corp

/ at

ivid

fís

ica

grup

o

visi

ta d

omic

ilia

r in

stit

uc r

eabi

lit

cons

ulta

s

Tot

al

Qtde procedimentos

38

62

366

123

145 80

79

22

236

975

3170

25

199 19

4 1 11

490

6045

Fisioterap. 1

-

16,5

6

-

-

-

-

-

-

-

2.93

0,98

6.58

2,28

-

-

-

-

-

-

2.33

4,85

11.864,66

Fisioterap. 2

-

301,

13

6.08

2,90

1.71

6,46

-

-

-

-

-

1.32

4,99

1.17

4,42

-

-

-

30,1

1

30,1

1

-

1.20

4,53

11.864,66

Fisioterap. 3

7,68

-

-

-

-

-

-

-

-

6.82

3,72

3.41

9,54

-

-

-

-

-

-

1.61

3,72

11.864,66

Fisioterap. 4

-

-

-

-

-

-

-

-

-

5.38

1,73

4.59

1,34

8,

88

97

,69

-

-

-

-

1.78

5,03

11.864,66

Fisioterap. 5

25,3

7

-

19,0

2

-

-

-

-

279,

02

2.99

3,12

4.62

2,84

2.42

8,74

31,7

1

-

-

57,0

7

-

-

1.40

7,78

11.864,66

Fisioterap. 6

-

290,

27

1.

278,

99

108,

85

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

299,

34

1.977,44

Fisioterap. 7

-

457,

31

2.79

4,67

1.57

5,18

3.68

3,89

1.35

4,99

669,

03

-

-

-

50,8

1

160,

91

-

-

-

-

279,

47

838,

40

11.864,66

Fisioterap. 8

-

-

-

-

-

-

-

-

-

189,

83

1.31

3,02

-

-

-

-

-

-

474,

59

1.977,44

Fisioterap. 9

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

1.23

5,90

-

-

-

-

-

-

741,

54

1.977,44

Fisioterap. 10

6.63

0,70

-

3.61

6,74

-

-

-

-

-

-

602,

79

10.0

46,5

1

-

37.7

74,8

8

3.81

7,67

-

-

-

6.63

0,70

69.120,00

Fisioterap. 11

-

60,6

9

-

-

-

-

-

-

-

2.03

3,07

7.52

5,41

-

-

-

-

-

-

2.24

5,49

11.864,66

Total

6.66

3,75

1.12

5,96

13.7

92,3

3

3.40

0,49

3.68

3,89

1.35

4,99

669,

03

279,

02

2.99

3,12

23.9

09,9

5

38.3

67,9

8

201,

49

37.8

72,5

7

3.81

7,67

87,1

9

30,1

1

279,

47

19.5

75,9

6

158.104,96

Custo unit. Proced. 175

,36

1

8,16

3

7,68

2

7,65

2

5,41

1

6,94

8,47

1

2,68

1

2,68

2

4,52

1

2,10

8,06

190

,31

200

,93

2

1,80

3

0,11

2

5,41

3

9,95

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72

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73

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74

Apêndice F: Rateio material de consumo Gasto Total material de consumo

Procedimentos cuid

ados

pal

iati

vos

dist

neu

ro-c

inet

-fun

c s/

com

plic

dist

neu

ro-c

inet

-fun

c c/

com

plic

deso

rden

s de

senv

neu

ro m

otor

tran

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no r

esp

c/ c

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tran

stor

no r

esp

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ompl

ic

tran

stor

no c

líni

co c

ardi

ovas

c

pré

e pó

s-ci

rurg

ia o

ncol

ógic

a

disf

unçõ

es u

rogi

neco

lógi

cas

pré

e pó

s-op

er d

isf

mús

c es

quel

et

alte

raçõ

es m

otor

as

disf

vas

cula

res

peri

féri

cas

acup

untu

ra

trat

lesã

o co

luna

t-l-

s c/

imob

ativ

id e

duca

t/ o

rien

taçã

o gr

upo

prát

ica

corp

/ at

ivid

fís

ica

grup

o

visi

ta d

omic

ilia

r in

stit

uc r

eabi

lit

cons

ulta

s

Tot

al

Val

or p

/ pro

cedi

men

to

Qtde procedimentos

38

62

3

66

1

23

1

45

80

79

22

2

36

9

75

3.1

70

25

1

99

19

4

1

11

4

90

6.0

45

Total

135

,21

220

,61

1

.302

,32

437

,66

515

,95

284

,66

281

,10

7

8,28

839

,75

3

.469

,29

11

.279

,64

8

8,96

708

,09

6

7,61

1

4,23

3,56

3

9,14

1

.743

,54

21

.509

,59

3

,56

Custo total material de consumo Produção

Qtde procedimentos

38

62

366

123

145

80

79

22

236

975

3.

170

25

199

19

4

1

11

490

6.

045

Total

24,

43

39,

86

235,

32

79,

08

93,

23

51,

44

50,

79

14,

14

151,

74

626,

88

2.

038,

16

16,

07

127,

95

12,

22

2

,57

0

,64

7

,07

315,

05

3.

886,

64

0,

64

Despesa total material de consumo Administrativo

Qtde procedimentos

38

62

366

123

145

80

79

22

236

975

3.

170

25

199

19

4

1

11

490

6.

045

Total

110

,78

180

,75

1

.067

,00

358

,58

422

,72

233

,22

230

,31

6

4,14

688

,01

2

.842

,41

9

.241

,48

7

2,88

580

,14

5

5,39

1

1,66

2,92

3

2,07

1

.428

,49

17

.622

,95

2

,92

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