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GESTÃO DE CANAIS REVERSOS DE CAPTAÇÃO DE RESÍDUOS: O CÂMBIO VERDE EM CURITIBA/PR Andréia Marize Rodrigues (FCAV-UNESP) [email protected] Isabel Cristina Rodrigues (FAN) [email protected] Marcelo Giroto Rebelato (FCAV-UNESP) [email protected] Adriana Fagotte (UniCuritiba) [email protected] Os impactos ambientais de alguns produtos não estão necessariamente vinculados ao seu processo produtivo, mas sim ao seu destino após o uso (descarte). Assim, iniciativas que procurem reentroduzir estes materiais descartados no processo proodutivo, como é o caso da coleta seletiva e reciclagem, devem ser valorizados. Este trabalho estudou os canais reversos de captação de lixo em vigência no município de Curitiba/PR com ênfase no programa Câmbio Verde, que além do viés ambiental, contempla em sua estrutura também aspectos econômicos e sociais. Palavras-chaves: Logística Reversa, Reciclagem, Coleta Seletiva, Câmbio Verde XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

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Page 1: Gestão de Canais Reversos de Captação de Resíduos: O Câmbio Verde em Curitiba/PR

GESTÃO DE CANAIS REVERSOS DE

CAPTAÇÃO DE RESÍDUOS: O CÂMBIO VERDE EM CURITIBA/PR

Andréia Marize Rodrigues (FCAV-UNESP)

[email protected] Isabel Cristina Rodrigues (FAN)

[email protected] Marcelo Giroto Rebelato (FCAV-UNESP)

[email protected] Adriana Fagotte (UniCuritiba) [email protected]

Os impactos ambientais de alguns produtos não estão necessariamente

vinculados ao seu processo produtivo, mas sim ao seu destino após o

uso (descarte). Assim, iniciativas que procurem reentroduzir estes

materiais descartados no processo proodutivo, como é o caso da coleta

seletiva e reciclagem, devem ser valorizados. Este trabalho estudou os

canais reversos de captação de lixo em vigência no município de

Curitiba/PR com ênfase no programa Câmbio Verde, que além do viés

ambiental, contempla em sua estrutura também aspectos econômicos e

sociais.

Palavras-chaves: Logística Reversa, Reciclagem, Coleta Seletiva,

Câmbio Verde

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1.1

1. Introdução

Segundo afirma Epelbaum (2004), já há algum tempo algumas empresas têm redirecionado seus sistemas produtivos rumo a adoção de tecnologias mais limpas, revendo seus projetos de produtos e processos com vistas a redução do impacto ambiental de suas atividades.

Além deste movimento observado com bastante nitidez nos setores produtivos privados, a administração pública também vem sinalizando ações focadas na presevação ambiental, com destaque à gestão das questões ambientais por parte de alguns municípios brasileiros.

Porém, a adequada gestão dos resíduos, sobretudo dos resíduos sólidos, ainda se constitui em um desafio, tanto para a iniciativa privada quanto para a esfera pública, pois como ressalta Rodrigues et al (2006), para a maior parte dos produtos, os maiores impactos ao meio ambiente não ocorrem durante sua produção, mas no seu pós-uso (descarte).

A preocupação com esta questão unida a interesses econômicos, têm levado ao surgimento de empresas interessadas em reciclar materiais e embalagens, que passam a se destacar como matérias-primas, deixando de ser tratados apenas como lixo (BRUSTEIN & BUZZINI, 1999).

Desta maneira, seja por razões ambientais ou econômicas, é desejável que produtos descartados como bens de pós-consumo passem a ter seus componentes ou materiais constituintes reintegrados ao ciclo produtivo ou de negócios, num processo denominado de “logística reversa” (RODRIGUES et al, 2006).

Gerir de forma adequada os chamados canais de distribuição reversos passa, então, a ser de fundamental importância para que se possa garantir a reintegração no processo produtivo de destes materias descartados. Neste contexto, os programas articulados pelos organismos públicos como, por exemplo, a coleta seletiva de resíduos sólidos em âmbito municipal, passa a ter papel relevante, tornando-se coadjuvante no mecanismo de reaproveitamento dos materiais descartados.

No que diz respeito a estas iniciciativas o município de Curitiba, capital do Estado do Paraná, merece destaque, uma vez que esta cidade foi a pioneira no país a implantar um programa de coleta seletiva de lixo domiciliar. Denominado “Lixo que não é lixo”, este programa iniciou-se em 1989 e levou o município a receber da ONU o título de capital ecológica. Este programa pode ser considerado como o início da estruturação da coleta seletiva e, consequentemente, da reciclagem, no país.

Segundo Fernandes (2001 p. 94), “reciclagem deve ser considerada, sob todos os aspectos, um processo extremamente vantajoso à humanidade. É a forma mais adequada de tratamento de lixo, por razões ecológicas e também econômicas, pois retira do fluxo terminal os resíduos cujos destinos seriam os aterros, a incineração ou a compostagem, e reintroduz o lixo no processo industrial”.

A coleta seletiva vem sendo considerada uma solução para o problema do lixo, pois através dela pode-se separar os materiais recicláveis dos não recicláveis. Isso quer dizer que uma parte do lixo pode ser reaproveitada, deixando de se tornar uma fonte de degradação para o meio ambiente, podendo se tornar uma solução econômica e social, com geração de empregos e renda (RODRIGUES et al, 2005a).

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Mediante este contexto, surgiu o interesse pelo estudo dos mecanismos associados à coleta seletiva do município de Curitiba. Este artigo apresenta os resultados deste estudo sendo que, dada a amplitude dos mecanismos de coleta seletiva utilizados pelo município, aqui é enfatizado, especificamente, o mecanismo de reintegração de resíduos denominado “Câmbio Verde”. A escolha pela descrição deste mecanismo se deve à sua forte interação com a comunidade envolvida no projeto, proporcionando uma valorização evidente do lixo e de sua coleta, trazendo para esta comunidade ganhos ambientais e sociais.

Na sequência são explorados alguns assuntos considerados inportantes para a compreensão deste trabalho.

2. Política de gestão de resíduos sólidos

Resíduos sólidos são definidos como materiais heterogêneos resultantes das atividades humanas, produtivas e da natureza, podendo ser total ou parcialmente reutilizados, e assim gerando proteção à saúde pública e economia de recursos naturais (LIMA, 2004).

A resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA nº 005/1993, estabelece como “resíduos sólidos” os resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de serviços de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistema de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornam inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos de água, ou exijam, para isso, soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (CONAMA, 1999).

Os resíduos sólidos são classificados com relação à origem e à natureza, sendo separados em dois grandes grupos. O primeiro grupo refere-se aos resíduos sólidos urbanos, compreendendo os resíduos domésticos ou residenciais, os resíduos comerciais e os resíduos públicos. Já o segundo grupo refere-se aos resíduos de fontes especiais, compreendidos pelos resíduos industriais, resíduos da construção civil, resíduos radioativos, resíduos de portos, aeroportos e terminais rodo ferroviários, os resíduos agrícolas e os resíduos de serviços da saúde.

As normas e resoluções existentes classificam os resíduos sólidos em função dos riscos potenciais ao meio ambiente, saúde e em função da natureza de origem. A norma NBR 10.004:2004 da ABNT classifica os resíduos sólidos com relação aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública em duas classes: classe I e classe II-A e classe II-B.

− Classe I – Perigosos: são os que apresentam riscos ao meio ambiente e exigem tratamento e disposição especiais, ou que apresentam riscos à saúde pública.

− Classe II-A – Não-inertes: são basicamente os resíduos com características do lixo doméstico.

− Classe II-B – Inertes: são os resíduos que não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo, são resíduos como restos de construção, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavação (NBR 10.004: 2004).

O Brasil ainda não tem uma lei que regulamente de forma abrangente a gestão de resíduos sólidos no território nacional. No entanto, os órgãos reguladores como o CONAMA e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, vêm exercendo, por meio de resoluções, a regulamentação da gestão de resíduos sólidos (CONAMA, 1999; ANVISA, 2008).

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Enquanto aguardam o país estabelecer sua Política Nacional de Resíduos Sólidos, alguns estados brasileiros (CE, GO, MT, PE, PR, RJ, RO e RS) se anteciparam e estabeleceram suas políticas estaduais de resíduos sólidos por meio de legislação específica. No Paraná, é a Lei nº 12493 de 22/01/1999 que estabelece princípios, procedimentos, normas e critérios referentes à geração, acondicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos, objetivando o controle da poluição, da contaminação e a minimização de seus impactos ambientais, adotando, ainda, outras providências (LEIPARANA, 2007).

2.1 Gestão de resíduos sólidos: a logística reversa

Quando se fala em gestão de resíduos sólidos, a logística reversa passa a ser um instrumento de grande valia para o planejamento da re-inserção no processo produtivo de, pelo menos, parte dos resíduos sólidos coletados.

Define-se a logística reversa como o planejamento, a operação e o controle do fluxo responsável por dar destino a produtos já consumidos e que podem voltar a sua origem para serem reutilizados e reciclados, ou que necessitam ser depositados em locais adequados.

Segundo Leite (2003, p.16) a logística reversa se constitui na "área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo de informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros”.

Os canais de distribuição reversos, por sua vez, se constituem nas formas e meios em que os produtos pós-consumo e pós-venda retornam ao ciclo produtivo ou de negócios, readquirindo valor em mercados ditos secundários pelo reuso ou pela reciclagem de seus constituintes.

Porém, para desenvolver a rede de distribuição reversa e saber qual o destino a ser dado a cada material coletado, é preciso conhecer aspectos importantes de seu ciclo de vida. Um bem é considerado durável quando se trata de um produto que pode ser usado diversas vezes, desde que sua vida útil esteja compreendida entre dois anos e algumas décadas. Já os ditos semiduráveis se referem os produtos que podem ser utilizados diversas vezes, mas sua vida útil não ultrapassa dois anos. Por fim, a classificação descartável é dada ao produto que se utiliza apenas uma vez ou limitado há algumas semanas (LEITE, 2003).

Desta maneira, a logística reversa vai além da distribuição em si, pois a vida dos produtos não termina quando da sua entrega ao cliente; ela tem sua continuidade nos processos chamados de pós-venda e de pós-consumo, discutidos a seguir.

2.1.1 Canais de distribuição reversos de bens de pós-venda (CDR-PV)

Os bens de pós-venda são caracterizados pelo pouco ou nenhum uso, podendo retornar à cadeia produtiva em seus diferentes elos, devido geralmente a problemas relacionados à qualidade do produto, término de validade, estoques excessivos no canal de distribuição, consignação, questões comerciais e à substituição de componentes.

O destino dos bens de pós-venda pode ser a reciclagem, a remanufatura, o ciclo de negócios partindo do mercado secundário ou um destino final quanto não houver possibilidade de reaproveitamento (RODRIGUES et al, 2005b).

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2.1.2 Canais de distribuição reversos de bens de pós-consumo (CDR-PC)

São aqueles utilizados extensivamente e então descartados ainda em condição de uso ou aqueles que chegam ao final da sua vida útil seja pelo desinteresse do consumidor ou pela inutilização do mesmo. Os bens pós-consumo se originam tanto de bens duráveis quanto de descartáveis, podendo ser destinados ao reuso ou desmanche, ou ainda remanufaturados e, após o processo de desmanche, destinados à reciclagem ou à disposição final em aterros sanitários, lixões ou incineração (LEITE, 2003).

O fluxo inverso de bens pós-consumo tem sido bastante observado nas últimas décadas, sendo conhecido por muitas empresas e pessoas como processo de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens. A logística reversa de pós-consumo cuida do equacionamento e da operacionalização do fluxo físico e de informações dos bens descartados pela sociedade depois de utilizados. Assim, após sua coleta, dependendo das condições apresentadas pelo bem pós-consumo, ele pode tomar dois caminhos em sua volta ao ciclo produtivo de negócios: reuso ou desmanche.

Os produtos que ainda apresentarem condições de serem utilizados são reaproveitados em mercados chamados de segunda mão. Já os produtos que chegam ao final de sua vida útil podem ser destinados ao desmanche, para o reaproveitamento de suas peças e componentes, ou seguem o destino da reciclagem (RODRIGUES et al, 2005b).

O retorno destes produtos aos ciclos produtivos ou de negócios, no entanto, ocorre por meio de canais de distribuição reversos específicos, tais como por meio da coleta seletiva de inservíveis praticada tanto por órgãos públicos quanto pelos chamados catadores de lixo (LEITE, 2003).

Para detalhar o processo de retorno ao ciclo de negócio de um bem pós-consumo, a Figura 1 ilustra os diferentes caminhos que um bem percorre logo após o seu descarte.

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Indústria

Comércio

Bens de pós-consumo

Fim da vida útil Em condição de uso

Desmanche Reuso

Componentes Mercado de segunda mão

Disposição final Reciclagem Remanufatura

Mercado secundário de matérias-primas

Disposição final

Retorno ao ciclo produtivo

Fonte: Adaptado de Leite (2003).

Figura 1 - Caminhos percorrido por um bem após descarte

Na seqüência descrevem-se os canais reversos utilizados para a coleta de resíduos sólidos no município de Curitiba/PR.

3. Mapeamento dos canais reversos do município de Curitiba/PR

3.1 Metodologia de pesquisa

O presente estudo consistiu em pesquisar, descrever e analisar os mecanismos formais e informais de coleta de resíduos sólidos do município de Curitiba. O trabalho abordou todo o ciclo logístico reverso, desde o descarte até seu recolhimento.

Para sua realização, foram utilizados tanto dados primários quanto secundários, como demonstrado resumidamente na Tabela 1. Com relação às entrevistas, citadas na referida tabela, como o município não possui um detalhamento do processo dos canais reversos, optou-se pela entrevista não estruturada para conferir maior flexibilidade e obter a maior gama de conhecimento qualitativo possível, fornecendo informações que não seriam possíveis em outro tipo de entrevistas.

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FONTE DOS

DADOS

TÉCNICA DE COLETA

ALVO DA COLETA

Primários

Entrevista pessoal e visita aos locais onde se aplicam os programas

Profissionais qualificados, selecionados dentre grupos representantes da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Abastecimento e da Fundação de Ação Social (FAS) do município de Curitiba/PR e empresas da iniciativa privada.

Secundários

Pesquisa Bibliográfica

Literatura sobre logística, logística reversa, gestão ambiental, lixo e processos de reciclagem do lixo urbano.

Análise Documental

Fontes disponíveis nos sites relacionados à prefeitura do município, apostilas distribuídas à população, matérias publicadas em jornais e revistas da cidade.

Fonte: Fagotte (2007). Tabela 1: Estratégias de coletas de dados.

3.2 Estrutura geral da coleta de resíduos sólidos do município

De acordo com dados coletados na pesquisa de campo, o município de Curitiba produz por volta de 2.034 toneladas de lixo domiciliar por dia. A gestão total dos resíduos do município é executada, desde 1995, pela CAVO Serviço e Meio Ambiente S.A., empresa do Grupo Camargo Corrêa especializada na prestação de serviços ambientais. Suas atividades incluem a Gestão Total dos Resíduos (GTR) do município, serviço da saúde, indústrias e grandes geradores.

A estrutura dos canais reversos de bens pós-consumo do município está representada na Figura 2. Nesta ilustração é possível notar duas estruturas de coleta que conduzem os resíduos sólidos recolhidos a caminhos distintos, denominados na figura por A e B.

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Fonte: Rodrigues et al (2006); Fagotte (2007). Figura 2 - Estrutura dos canais reversos de bens pós-consumo do município de Curitiba/PR

A ramificação A ilustra o caminho da coleta domiciliar tradicional realizada pela prefeitura do município, representando aproximadamente 68% do lixo domiciliar coletado (1.589 toneladas). Esta coleta é realizada sem nenhuma separação prévia entre os resíduos, e coletados tanto o lixo orgânico quanto o inorgânico. Estes resíduos coletados não sofrerão qualquer tipo de triagem ou aproveitamento, sendo seu destino o fim tradicional, aterramento.

O aterramento é feito no chamado Aterro Sanitário do Cachimba, que, além de Curitiba, recebe resíduos de 14 outros municípios de sua região metropolitana. Além deste serviço, a

Bens de pós-consumo

Descartáveis / Semiduráveis

Duráveis / Semiduráveis

Atravessa-dores

Outros serviços

Coleta seletiva Coleta informal Coleta domiciliar do lixo

Intermediários

Catadores (Carrinheiros)

Coopera-tivas

Aterro do Cachimba

Incineração

Compra lixo

Câmbio verde

PEV Caminhão Condo-mínio

Indústria da Reciclagem

A B

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coleta tradicional ainda agrega outros serviços como: varrição manual, limpeza de feiras-livres, programa compra do lixo e os Resíduos de Serviço da Saúde (RSS). Sendo este último encaminhado para a central de tratamento de resíduos industriais de Curitiba (C.T.R.I.).

Já a ramificação B representa a coleta seletiva, realizada no município, que é composta pelos programas: Câmbio Verde, Lixo que não é Lixo, Ponto de Entrega Voluntária (PEV), Grandes Geradores e a Coleta de Resíduos vegetais.

Assim a ramificação B consiste em sistema de recolhimento de materiais potencialmente recicláveis (papéis, plásticos, vidros e metais), onde os resíduos coletados são encaminhados para depósitos cadastrados e para a Unidade de Valorização de Rejeitos (UVR) que após o trabalho de separação e vendido a Intermediários e para a Indústria da Reciclagem.

Além desta coleta seletiva formalizada, realizada pelo município, aponta-se também a existência da chamada coleta informal. O que diferencia estes dois canais de coleta é a sua formalização no município: enquanto a coleta seletiva é realizada sob responsabilidade da Prefeitura Municipal, a coleta informal é realizada pelos chamados catadores (carrinheiros). O material coletado nestas duas vias segue o mesmo destino: a indústria da reciclagem. Ressalta-se, entretanto, que o material coletado pelos catadores acaba sempre nas mãos de atravessadores (sucateiros) que os repassa para a indústria da reciclagem.

Todas as vias que compõem os canais reversos da coleta seletiva no município de Curitiba têm suas características próprias com seus meios de coleta e o destino dos resíduos coletados. No entanto, o presente trabalho tem como proposta descrever em detalhes o programa Câmbio Verde. A escolha por explorar com maior profundidade este programa deve-se às suas características peculiares e à sua originalidade no que tange aos mecanismos usados para incentivar a participação da sociedade na coleta seletiva.

3.3 Programa Câmbio Verde

O programa nasceu em junho de 1991 como uma derivação do Programa Compra do Lixo. O programa consiste na troca de material reciclável por produtos hortifrutigranjeiros e, além de incentivar os moradores a separarem os resíduos orgânicos dos inorgânicos, visa à promoção do reforço alimentar de famílias carentes, através da troca de seus recicláveis por produtos hortifrutigranjeiros de época.

A idéia surgiu pela constatação da dificuldade prática e técnica em se fazer a coleta de lixo junto às populações localizadas em regiões precárias como favelas, áreas de risco ou áreas invadidas. Nestas regiões pode-se observar problemas intrinsicamente correlacionados que são os problemas de baixa renda e precariedade na saúde e problemas de degradação ambiental. De fato, as áreas escolhidas na ocasião da implantação do projeto eram marcadas por surtos de doençãs infecto-contagiosas e problemas ambientais decorrentes da não coleta de lixo, tais como degradação física do meio ambiente e cheias na época de chuvas (OLIVEIRA, 2001).

Além destas motivações, o programa visa atender a outra demanda regional: a colocação no mercado da produção de hortifrutigranjeiros de pequenos produtores da região metropolitana de Curitiba, atendendo a uma antiga reinvidicação deste segmento, que tinha nesta produção sua única fonte de renda e, às vezes, destruíam sua produção antes mesmo da colheita pela falta de perspectiva de mercado ou de remuneração.

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Hoje em dia, o programa evoluiu em seu discurso e incorporou aspectos mais abragentes. Seu objetivo geral agora é "estabelecer bases para a sustentabilidade da vida no planeta", enquanto seus objetivos específicos são "promover a educação ambiental, gerar empregos diretos e indiretos, prolongar a vida útil do aterro sanitário, racionalizar a exploração dos recursos naturais, melhorar a limpeza do ambiente e facilitar o escoamento da safra de hortifrutigranjeiros do cinturão verde de Curitiba" (PMC, 2008).

No período compreendido entre 1991 até inicio de 2007, a prefeitura do minicípio destaca que recolheu e encaminhou para reciclagem cerca de 45.125 toneladas de lixo (PMC, 2008). Ainda segundo a prefeitura, esta quantidade de material reciclado representa uma economia de 195.252.646 litros de água que teriam sido utilizados caso 45 mil toneladas de novos materiais tivessem que ser produzidos.

Um dos resíduos recuperados pelo projeto são o papel e o papelão. É importante destacar que a cada 50 quilos de papel reciclado evita-se o corte de uma árvore. Assim, é possível afirmar que as 4.513 toneladas de papel encaminhadas pelo Câmbio Verde para a reciclagem evitaram o corte de 90.263 árvores.

Outra economia proporcionada pela reciclagem é a de petróleo. A reciclagem do plástico economiza 50% de petróleo em comparação à produção do plástico a partir da matéria prima virgem. Foram coletadas no Câmbio Verde 10.379 toneladas de plástico, encaminhados para a reciclagem, o que representa economia de 5.190 toneladas de petróleo.

Além disso, o Câmbio Verde também ajuda diretamente na preservação do meio ambiente, pois evita que o lixo seja descartado em córregos, ruas e terrenos vazios, fazendo com que a reciclagem seja vista como uma alternativa para amenizar as conseqüências do lixo gerado pela sociedade. A Tabela 2 mostra a composição do lixo recolhido de 1991 ao início de 2007.

MATERIAL % TONELADAS

Sucata 35 15.794

Vidro 15 6.769

Plástico 23 10.379

Papel 10 4.513

Tetrapack 2 903

Rejeito 15 6.769

TOTAL 100 45.125

Fonte: PMC (2008).

Tabela 2 - Quantidade dos materiais coletados no programa Câmbio Verde (1991 a março/2007)

Além das associações de moradores, os pontos de troca se localizam nas áreas externas dos supermercados e dos órgãos municipais e funcionam em data e horários pré-determinados. Cada pessoa deve levar cinco quilos de material reciclável para receber em troca uma sacola com um quilo de produto hortifrutigranjeiro.

O câmbio e realizado através de 8 caminhões de 40m³ em 80 postos volantes de troca, e em dias e horários pré-determinados, com freqüência semanal ou quinzenal, sempre de dois em dois, pois enquanto um pesa e recolhe os resíduos sólidos o outro distribui os produtos hortifrutigranjeiros.

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O programa sempre oferece no mínimo três produtos diferentes, sendo que em datas especiais como dia da criança a troca é feita por brinquedo e no Natal por produtos natalinos. Além da coleta de material tradicional como papéis, plásticos, vidros e metais, coleta-se todo tipo de materiais inusitados: fogões, bicicletas, óleo descartado, entre outros.

Após a troca os resíduos coletados são transportados até a balança onde são feitas a pesagem e a distribuição. A Tabela 3 mostra a quantidade de resíduos coletados, em cada mês, nos período de 2000 a 2005.

Resultados do programa câmbio verde de 2000 a 2005 (em toneladas)

Mês 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Janeiro 265,78 310,24 230,07 188,34 194,70 139,40

Fevereiro 349,99 306,63 309,56 312,90 224,54 174,31

Março 376,20 414,44 308,41 280,31 251,81 194,50

Abril 321,01 264,50 297,43 242,49 179,74 186,94

Maio 373,67 328,97 279,86 269,99 218,44 157,31

Junho 361,03 308,96 285,74 209,17 217,08 181,87

Julho 364,60 295,89 287,07 267,44 223,51 178,41

Agosto 392,88 351,34 308,74 259,79 192,60 162,88

Setembro 340,87 274,66 243,01 229,83 190,58 162,61

Outubro 358,54 297,81 289,37 288,75 200,02 166,68

Novembro 365,77 268,89 271,77 244,31 165,17 171,97

Dezembro 338,35 251,28 249,99 200,59 130,38 147,51

Total Anual 4.208,69 3.673,61 3.361,02 2.993,91 2.388,57 2.024,39

Ton/ Mês 350,72 306,13 280,09 249,49 199,05 168,70

Ton/Dia 14,03 12,25 11,20 9,98 7,96 6,75

Fonte: Fagotte (2007).

Tabela 3 – Quantidade de lixo recolhido no programa Câmbio Verde de 2000 a 2005, em toneladas.

Em 2000 foram distribuídos aproximadamente 70 ton/mês de produtos hortifrutigranjeiros à população. No entanto, a partir da Figura 3 é possível observar que a coleta vem diminuindo ano a ano e que em 2005 deixaram de ser distribuídos aproximadamente 37 ton/mês de produtos hortifrutigranjeiros a população.

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Fonte: Fagotte (2007)

Figura 3 - Evolução do programa Câmbio Verde de 2000 a 2005

A pesquisa de campo mostrou que a população tem preferido vender os materiais de maior valor agregado, como o papelão e a latinha de alumínio, e trocar somente material com baixo ou sem valor agregado no programa câmbio verde, isto explica a queda na coleta do programa.

De certa forma isto é compreensível pois notoriamente as populações de baixa renda têm diversas demandas a serem atendenidas e a remuneração que estes materiais de maior valor agregado oferencem tem crescido ao longo do tempo na medida que a reciclagem se ampliou.

Infelizmente, do ponto de vista social, este fato chama atenção pois justamente a população que o programa visa atender seria a mais benefeciada com a inserção em sua dieta de produtos hortifrutigranjeiros.

4. Considerações Finais.

Em primeiro lugar é preciso destacar a iniciativa que o município de Curitiba teve de enfrentar de forma firme o desafio de equacionar a gestão de seus resíduos sólidos. A reciclagem de parte relevante dos materiais descartados pela sociedade curitibana, só é possível devido a estrutura robusta que o poder público implantou, e vem mantendo ao longo dos anos, que permite que os diversos canais reversos funcionem e se complementem.

Como o trabalho de campo permitiu identificar, os diversos programas de recebimento dos materiais, chamados tecnicnicamente de canais reversos, atuam em diversas frentes e sinalizam, apesar de com um mesmo objetivo, de forma diferente para os diversos estratos da população.

Com relação especificamente ao programa Câmbio Verde, objeto de estudo do presente trabalho, pode-se verificar que sua performance cumpre objetivos que suplantam os de apenas recolher material descartado, assumindo também um relevante papel social na medida em que promove o interesse pela coleta visando a reciclagem do lixo, através de um incentivo econômico.

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XXVIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO A integração de cadeias produtivas com a abordagem da manufatura sustentável.

Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2008

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É bom lembrar que o público alvo deste programa, além de condições socioeconômicas precárias, possuem um nível de conscientização ambiental muito baixo, senão inexistente. Isto faz com que qualquer outro tipo de proposta de sensibilização para a coleta de lixo não tenha o mesmo sucesso. Ao mesmo tempo, são nas localidades que esta população habita (favelas, regiões de risco e invasões), que as condições de saneamento e coleta de lixo deixam mais a desejar, expondo esta população à degradação ambiental e a toda sorte de doenças.

Assim, a coleta de lixo por esta população, com intuito de entregar para o programa, atua também como agente saneador na medida em que colabora nas condições ambientais da localidade.

O programa Câmbio Verde, no entanto, ao contrário de outros programas que também sinalizam com incentivos econômicos, como o de compra do lixo por exemplo, vai além quando “força” que a remuneração vinda do esforço em coletar e entregar o lixo, vá para gêneros alimentícios. Além do mais, por serem produtos hortifrutigranjeiros, estes alimentos acabam melhorando a dieta da população contemplada, que presumidamente é tida como uma dieta carente.

Outro fator que torna este programa peculiar é o fato de aproveitar a produção local de hortifrutisgranjeiros que, no caso dos produtores do cinturão verde do município, sempre tiveram problemas em colocar a totalidade de sua produção.

É importante ainda destacar que a forma como o município decidiu enxergar o lixo, atribuindo a ele valor e possibilidade de reuso/reciclagem, está de acordo com as correntes modernas de gestão ambiental. Valorizar economicamente o lixo ao invés de simplesmente enxergá-lo como um fardo a ser depositado em aterros ou lixões, de preferência bem longe dos olhos da sociedade, mostra um amadurecimento da gestão pública do município.

Portanto o programa Câmbio Verde alcansa metas tanto no plano financeiro, quanto social, tanto na área de saúde quanto na do meio ambiente. Possue pontos positivos que merecem destaque: o meio ambiente é poupado na medida que menos resíduos necessitam ser tratados e menos recursos são consumidos devido à reciclagem; e há também benefícios sociais quando gera renda (ou benefícios) para aqueles que integram o programa, qual sejam: a comunidade e e os pequenos agricultores da localidade.

Isto vem ao encontro do que acredita Cardoso et al (2002 apud RODRIGUES et al , 2005a), quando afirma ter a certeza de que a preservação dos recursos ambientais do planeta precisa andar lado a lado com medidas de combate à pobreza e da promoção da segurança e da dignidade humana.

Finalmente, cabe ressaltar que dados os 19 anos transcorridos desde a implantação do programa “Lixo que não é lixo”, início de todo o processo, pode-se dizer que o município de Curitiba já apresenta junto à sociedade curitibana e perante outros municípios uma tradição na coleta seletiva de resíduos sólidos domiciliares.

Isto permite que o município seja utilizado como exemplo para outras cidades que pretendam transformar sua coleta domiciliar em um canal reverso para o reaproveitamento e reciclagem de materiais, e sobretudo, utilizar o exemplo de Curitiba para enxergar de forma distinta a questão do lixo.

Referências

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