germinação e dormência de sementes florestais

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  • GERMINAO E DORMNCIA DE SEMENTES FLORESTAIS

    ED U A R D O PA G E L FL O R I A N O

    Santa Rosa, 2004.

  • . . . . . . . . Germinao e dormncia de sementes florestais

    Eduardo Pagel Floriano1 Srie Cadernos Didticos

    ANORGS ASSOCIAO DE PESQUISA, EDUCAO E PROTEO AMBIENTAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Fundada em 17 de maio de 2002. A ANORGS uma associao civil sem fins lucrativos; Tem como principais objetivos: a pesquisa ambiental, a educao ambiental, a proteo ambiental e a melhoria da qualidade de vida do ser humano desta e para as prximas geraes; A ANORGS atende a todos sem discriminao, realizando e apoiando projetos ambientais.

    Floriano, Eduardo Pagel

    Germinao e dormncia de sementes florestais, Caderno Didtico n 2, 1 ed./ Eduardo P. Floriano Santa Rosa, 2004. 19 p. il.

    ANORGS.

    1. Sementes Florestais. 2. Germinao. 3. Dormncia. 4. Srie Didtica 2. II. Ttulo.

    630*2

    1 Engenheiro Florestal, M.Sc.; Doutorando do Programa de Ps-Graduao em Engenharia Florestal da

    Universidade Federal de Santa Maria, RS; Bolsista da CAPES.

  • . . . . ..

    CONTEDO

    INTRODUO............................................................................................... 1 Germinao .......................................................................................................................1 Dormncia .........................................................................................................................2 FATORES AMBIENTAIS QUE INFLUENCIAM A GERMINAO................................. 5 SUPERAO DA DORMNCIA DE SEMENTES.................................................... 7 RECIPIENTES E SUBSTRATOS...................................................................... 12 Recipientes......................................................................................................................13 Substratos .......................................................................................................................16 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS................................................................... 18

  • . . . . ..

    INTRODUO O processo que inicia com a retomada do crescimento pelo embrio das

    sementes, desenvolvendo-se at o ponto em que forma uma nova planta com plenas condies de nutrir-se por si s, tornando-se independente, chamado de germinao (Kramer e Kozlowski, 1972).

    A germinao ocorre numa seqncia de eventos fisiolgicos influenciada por fatores externos (ambientais: luz, temperatura, disponibilidade de gua e de oxignio) e internos (inibidores e promotores da germinao) s sementes, que podem atuar por si ou em interao com os demais. (Kramer e Kozlowski, 1972; Nassif et al., 1998):

    Absoro de gua; Incio da mitose; Acrscimo no teor de enzimas e aumento da sua atividade e da

    digesto das substncias de reserva; Transporte do alimento para as regies de crescimento; Aumento da respirao e da assimilao; Acelerao da mitose; Diferenciao celular.

    As sementes de cerca de um tero das espcies germinam imediatamente em condies favorveis, mas as demais apresentam algum grau de dormncia (Kramer e Kozlowski, 1972).

    O conhecimento de como os fatores internos e externos influenciam a germinao e a dormncia das sementes de cada espcie que permite controlar o armazenamento e a germinao.

    GERMINAO Na germinao, aps a embebio da semente, esta absorve a gua e

    incha, o tegumento hidratado amolece e se rompe, os tecidos de crescimento se desenvolvem com o fornecimento de alimento pelos cotildones, a radcula emerge e se fixa, as folhas comeam a se formar aumentando o potencial

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    fotossinttico da plntula, inicia-se a absoro de nutrientes do ambiente, os cotildones sofrem absciso e a planta passa a se alimentar sozinha. Na germinao epgea, o hipoctilo alonga-se e curva-se para cima, levando os cotildones para fora do solo, que se expandem em rgos fotossintticos, o tegumento se desprende e a plntula forma o caule com as primeiras folhas; na hipgea, no h alongamento do hipoctilo e

    os cotildones se mantm no interior do tegumento, sob a terra, a raz primria penetra o solo para o fundo e o hepictilo cresce para fora do solo emitindo as primeiras folhas fotossintticas (Kramer e Kozlowski, 1972).

    Conforme Smith et al. (2003), h quatro tipos principais de germinao: epgea, hipgea, intermediria e criptgea (Figuras 7.2 a 7.5).

    FIGURA 7.2 Germinao epgea.

    Fonte: (Smith et al. 2003). FIGURA 7.3 Germinao hipgea.

    Fonte: (Smith et al. 2003).

    FIGURA 7.4 Germinao intremediria.

    Fonte: (Smith et al. 2003). FIGURA 7.5 Germinao criptgea.

    Fonte: (Smith et al. 2003).

    DORMNCIA A dormncia um processo que distribui a germinao no tempo como

    resultado da estratgia evolutiva das espcies para garantir que algumas

    Figura 7.1 Morfologia da semente

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    encontrem condies ambientais favorveis para desenvolver plantas adultas, bloqueando a germinao sob condies favorveis imediatas em diferentes graus dentro de uma populao, protegendo as sementes da deteriorao e sendo superada ao longo do tempo e sob condies naturais de clima ou de alteraes climticas. (Bianchetti, 1989). Caracteriza-se pela incapacidade de germinao de sementes mesmo quando so expostas a condies ambientais favorveis, ocorrendo de forma primria, quando j est presente nas sementes colhidas, e de forma secundria, quando causada por alteraes fisiolgicas provocadas por exposio a condies desfavorveis germinao aps a colheita (Vieira e Fernandes, 1997).

    A dormncia impede a germinao, mas uma adaptao para a sobrevivncia das espcies a longo prazo, pois geralmente faz com que as sementes mantenham-se viveis por maior perodo de tempo, sendo quebrada em situaes especiais; para o silvicultor, a dormncia tanto pode servir para manter as sementes por longos perodos, como pode ser um empecilho germinao, impedindo-a ou tornando-a irregular e, como conseqncia, dificultando a produo de mudas por via sexuada. (Kramer e Koslowski, 1972).

    A adaptao das espcies quanto ao hbitat e ao estgio sucessional tem forte relao quanto ao tipo de sementes que desenvolveram e ao perodo de durao da dormncia. A maioria das espcies de clima rido desenvolveram sementes ortodoxas e poucas intermedirias, mas nunca recalcitrantes. Nos climas midos as espcies podem desenvolver qualquer tipo de semente; nos trpicos midos, h tendncia para maior nmero de espcies com sementes recalcitrantes; nos temperados midos, so mais comuns as ortodoxas com perodo de dormncia longo. Espcies pioneiras, geralmente, tm sementes ortodoxas que apresentam dormencia irregular; e, em geral, produzem uma enorme quantidade de sementes que germinam estratgicamente durante um perodo de tempo mais ou menos longo, varivel de espcie para espcie, podendo chegar a vrios anos. Espcies clmax, geralmente, tm sementes recalcitrantes; em geral, produzem sementes grandes que iniciam a germinao assim que caem ao solo, ou mesmo antes de cair, e o perodo de germinao dificilmente passa de 2 meses. Espcies secundrias, geralmente, possuem sementes intermedirias, com diversos graus de dormncia entre as espcies e mesmo variando o grau de dormncia nas sementes de uma mesma rvore. (Smith et al., 2003; Hong e Ellis, 2003; Berjak e Pammeter, 2003; Nappo et al., 2001).

    A dormncia de sementes pode ser causada por substncias inibidoras, por resistncia mecnica dos tecidos externos ao embrio, pela imaturidade do embrio ou pela dormncia do prprio embrio (Kramer e Kozlowski, 1972); h

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    sementes que apresentam combinaes de dois ou mais destes fatores (Vieira e Fernandes, 1997).

    Causas da dormncia

    A dormncia pode ser tegumentar ou exgena e embrionria ou endgena, podendo ocorrer independentemente uma da outra ou simultaneamente na mesma semente (Fowler e Bianchetti, 2000), neste caso chamada de dupla dormncia (Kramer e Kozlowski, 1972).

    A dormncia exgena devida impermeabilidade do tegumento gua ou gases e a endgena pode ser devida imaturidade do embrio, ou inibio fisiolgica que o impea de se desenvolver. H espcies que desenvolvem mecanismos complexos, nos quais cada uma das partes do eixo embrionrio da semente apresenta uma diferente intensidade de dormncia; em alguns casos, a radcula se desenvolve e o epictilo no, ao que se denomina de dormncia epicotelial; noutras, a radcula apresenta alguma dormncia, porm menos intensa que a do epictilo, representando um caso especial de dormncia dupla. (Fowler e Bianchetti, 2000).

    Tipos de dormncia

    A dormncia pode ser fsica, qumica, mecnica, morfolgica ou fisiolgica (Kramer e Kozlowski, 1972; Fowler e Bianchetti, 2000; Smith et al., 2003):

    Fsica caracterizada pela impermeabilidade do tegumento agua e gases; pode ser superada atravs de escarificao;

    Qumica devida presena de fatores inibidores no pericarpo; supera-se removendo o pericarpo;

    Mecnica provocada por resistncia do tegumento ao crescimento do embrio; deve-se remover o pericarpo para super-la;

    Morfolgica Devida imaturidade do embrio; superada atravs de processos de ps-maturao do embrio;

    Fisiolgica Deve-se a mecanismos fisiolgicos de inibio da germinao; so usados diversos mtodos para super-la, como adio de hormnios e fitoreguladores, lavagem das sementes por longos perodos, tratamento trmico, etc.

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    FATORES AMBIENTAIS QUE INFLUENCIAM A GERMINAO Conhecer e controlar os fatores ambientais permite otimizar a

    quantidade, velocidade e uniformidade da germinao e produzir mudas vigorosas de baixo custo. Os principais fatores do ambiente que influem na germinao so: luz, temperatura, gua, meio de crescimento, recipiente, nutrientes, alelopatia, fauna e micro-organismos.

    L u z Existe grande variao na resposta das sementes luminosidade; a

    germinao das sementes de algumas espcies inibida pela luz, enquanto que em outras a germinao estimulada; algumas germinam com extensa exposio luz, outras com breve exposio e outras se apresentam indiferentes luminosidade; algumas germinam somente no escuro, outras necessitam de um longo ou curto fotoperodo dirio; a germinao est relacionada tambm com a qualidade de luz; esta, durante a maturao da semente, um importante fator controlador da germinao. Geralmente os fatores luz e temperatura tm efeito interativo sobre a germinao de sementes fotossensveis (Nassif et al., 1998).

    T e mp e r a t u r a A temperatura pode afetar as reaes bioqumicas que determinam todo

    o processo germinativo. A germinao de cada espcie depende da temperatura e ocorre dentro de limites definidos (mnimo, timo e mximo), que caracterizam sua distribuio geogrfica. H espcies que respondem bem tanto temperatura constante como alternada. A alternncia de temperatura corresponde, provavelmente, uma adaptao s flutuaes naturais do ambiente. A temperatura tima de germinao de espcies tropicais encontra-se entre 15 C e 30C, a mxima entre 35 C e 40 C e a mnima pode chegar 0 C. A velocidade de germinao e uniformidade de emergncia diminuem com temperaturas abaixo da tima e temperaturas acima da tima aumentam a velocidade de germinao, embora somente as sementes mais vigorosas consigam germinar. (Nassif et al., 1998).

    gua A gua o fator de maior influncia sobre o processo de germinao.

    Com a absoro de gua, por embebio, ocorre a reidratao dos tecidos e, consequentemente, a intensificao da respirao e de todas as outras atividades metablicas, que resultam com o fornecimento de energia e nutrientes necessrios para a retomada de crescimento por parte do eixo embrionrio. Por outro lado, o excesso de umidade pode provocar decrscimo

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    na germinao, pois impede a penetrao do oxignio e reduz todo o processo metablico resultante. A velocidade de absoro de gua varia com a espcie, com o nmero de poros distribudos sobre a superfcie do tegumento, disponibilidade de gua, temperatura, presso hidrosttica, rea de contato semente/gua, foras intermoleculares, composio qumica e qualidade fisiolgica da semente. O movimento da gua para o interior da semente devido tanto ao processo de capilaridade quanto de difuso e ocorre do sentido do maior para o menor potencial hdrico. A embebio essencialmente um processo fsico relacionado s caractersticas de permeabilidade do tegumento e das propriedades dos colides que constituem as sementes, cuja hidratao uma de suas primeiras conseqncias. (Nassif et al., 1998).

    G a s e s Entre os gases que influenciam a germinao esto o O2 e o CO2. A

    necessidade de oxignio para a germinao varia de espcie para espcie, mas as plantas lenhosas que crescem em terra firme necessitam de solo bem aerado com boa disponibilidade de oxignio e muitas plantas que suportam perodos de submerso s germinam durante perodos mais secos (Kramer e Kozlowski, 1972).

    M e i o d e c r e s c i me n t o ( s u b s t r a t o ) Tm influncia sobre a disponibilidade de gua, de gases e de nutrientes

    e age sobre a temperatura.

    Rec ip i en te Age principalmente sobre a temperatura, aerao das razes, umidade,

    luz e tm influncia sobre a conformao do sistema radicular em desenvolvimento.

    N u t r i e n t e s Influenciam diretamente o desenvolvimento da nova plntula.

    I n i b i d o r e s b i o q u m ic o s Substncias alelopticas, entre outras, podem estar presentes no

    substrato e impedir a germinao.

    Fauna Formigas, pssaros, roedores, lagartas, herbvoros,etc, podem danificar

    as sementes impedindo a germinao ou dificultando-a, ou podem romper o tegumento impermevel e facilitar a germinao.

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    M i c r o - o r g a n i s mo s Os fungos e as bactrias presentes no solo tanto podem impedir a

    concluso da germinao, retardar o crecimento, ou deformar a plntula, ou mesmo lev-la morte aps a germinao, como podem minimizar a dormncia tegumentar, degradando o tegumento das sementes (Fowler e Bianchetti, 2000).

    SUPERAO DA DORMNCIA DE SEMENTES Entre os processos mais comuns para superao da dormncia de

    sementes esto a escarificao qumica, escarificao mecnica, estratificao fria e quente-fria, choque trmico, exposio luz intensa, imerso em gua quente e embebio em gua fria (Kramer e Kozlowski, 1972; Fowler e Binchetti, 2000).

    No caso de embries imaturos, so utilizados processos especiais, chamados de ps-maturao de embries, para for-los a completar o desenvolvimento at o ponto de possibilitar a germinao da semente (Kramer e Kozlowski, 1972).

    Sementes de Araucaria angustifolia tem a dormncia superada deixando-se os pinhes mergulhados em gua temperatura ambiente por 24 horas, provocando a sua embebio, o que facilita o rompimento do tegumento externo das sementes (Angeli e Stape, 2003). O perodo e a taxa de germinao so desuniformes, podendo variando de 20 a 110 dias, com taxas de germinao de quase zero at 90% (kunioshi apud Angeli e Stape, 2003). A superao da dormncia de outras espcies descrita na tabela 7.1.

    Tabela 7.1 Tratamentos para superar a dormncia de sementes de algumas espcies arbreas

    Nome vulgar Espcie Tratamento para superao da dormncia Ref. bibl. Accia auriculiformis Acacia auriculiformis

    Imerso em gua a temperatura inicial de 80C, seguida de repouso na mesma gua, fora do aquecimento por 24 horas. 2

    Accia mangium Acacia mangium Imerso em gua fervente, por 36 segundos. 2

    Accia trinervis Acacia longifolia, Acacia trinervis Escarificao mecnica com lixa, por 2 minutos, seguida da lavagem rpida das sementes. 2

    Accia-assis-brasil Acacia melanoxylon Imerso em gua a 100 C e permanncia fora do aquecimento por 24 horas. 2

    Accia-gomfera Acacia senegala Imerso em H2SO4 por 3 minutos seguido de lavagem em gua corrente. 2

    Accia-mimosa Acacia podalyriaefolia Imerso em gua fervente e manuteno por 12 horas na mesma gua. 2

    Accia-negra Acacia mearnsii Imerso em gua a 90C e permanncia fora do aquecimento por 24 horas, ou Escarificao mecnica por 4 segundos, em lixa de xido de aluminio n 80.

    2

    Acer Acer negundo Estratificao por 90 dias a 5C em areia mida. 2

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    Albizia Albizia lebbeck Escarificao mecnica, ou Imerso em gua a temperatura inicial de 80C, seguida de repouso por 24 horas. 2

    Albizia Albizia guachupele Imerso em gua a temperatura inicial de 80C, seguida de repouso at que a gua esfrie. 2

    Albizia-branca Albizia policephala Imerso em gua a temperatura ambiente (25C) por 24 horas. 2 Alfeneiro Ligustrum japonicum Estratificao em areia mida de 2 a 3C por 60 a 90 dias. 2

    Algaroba Prosopis juliflora Imerso em H2SO4 concentrado por 30 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Amendoim- do campo Pterogyne nitens cido Sulfrico - 5 min 1

    Amendoim-do-campo Pterogyne nitens

    Imerso em H2SO4 por 30 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Ang Sclerolobium rugosum Escarificao mecnica, ou Imerso em gua a 96C, seguida de permanncia fora do aquecimento por 24 horas. 2

    Angelim da mata Hymenolobium excelsum Corte do tegumento na extremidade oposta ao eixo embrionrio. 2

    Angelin-pedra Dinizia excelsa Imerso em H2SO4 por 30 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Anileira Indigofera truxillensis Imerso em gua temperatura inicial de 96C de 120 a 180 segundos. 2

    Ara Psidium sp. Imerso em gua temperatura ambiente (25C) por 48 horas. 2 Ararib Centrolobium tomentosum Imerso em gua temperatura de 25C por 48 horas. 2 Aroeira-do-serto Myracrodruon urundeuva Imerso em gua a 25C, por 48 horas. 2 Aroeira-piriquita Schinus molle Remoo da casca do fruto e lavagem em gua corrente. 2

    Bagua Talauma ovata Imerso das sementes em gua temperatura ambiente (25C) por 48 horas. 2

    Blsamo Myroxylon balsamum Desponte com tesoura de poda manual 1

    Barbatimo Stryphnodendron adstringens Imerso em H2SO4, por 5 minutos, seguida de lavagem em gua corrente e permanncia em gua, por 24 horas. 2

    Bicuba Virola gardneri Escarificao em meio mido (190 g de vermiculita/500 ml de gua/25 sementes) a 10C, por 60 dias. 2

    Boleira Joannesia princeps Trincagem do tegumento da semente. 2

    Bracatinga Mimosa scabrella Imerso em gua a 80C e permanncia fora do aquecimento, por 18 horas. 2

    Bracatinga Mimosa scabrella gua ( 70C ) - 5 min 1 Bracatinga-de-campomouro Mimosa flocculosa

    Imerso em gua temperatura entre 60C e 70C seguida de repouso na mesma gua, por 18 horas. 2

    Bracatinga-mida Mimosa pilulifera Imerso em gua entre 75C e 96C seguida de repouso, por 18 horas. 2

    Braquiquito Brachychyton populneus Escarificao mecnica por 2 segundos. 2

    Canafstula Cassia ferruginea Escarificao em H2SO4 comercial de 60 a 90 minutos seguido de lavagem em gua corrente. 2

    Canafstula Peltophorum dubium Escarificao mecnica por 6 segundos, em lixa n 80, ou Imerso em H2SO4 concentrado por 8 minutos seguida de lavagem em gua corrente.

    2

    Canafstula Peltophorum dubium gua ( 80 C ) - 5 min 1 Canduva Trema micrantha gua ( 50 C ) - 5 min 1 Canduva Trema micrantha cido Sulfrico - 5 min 1 Canela-batalha Cryptocarya aschersoniana Trincagem do tegumento da semente. 2

    Canela-guaic Ocotea puberula Imerso em H2SO4 concentrado por 5 minutos, seguida de lavagem em gua corrente e estratificao em areia por 150 dias em ambiente natural.

    2

    Canjarana Cabralea canjerana Remoo da polpa e lavagem em gua corrente. 2

    Capororoca Rapanea ferruginea Colocar em estufa por 12 horas temperatura de 20C e 12 horas temperatura de 30C. 2

    Carne-de-vaca Styrax leprosus Imerso em H2SO4 (75%) por 30 minutos, seguida de lavagem em gua corrente, ou Escarificao mecnica, por 2 segundos. 2

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    Cssia Cassia fistula Escarificao mecnica na lateral da semente. 2

    Cssia Cassia javanica Imerso em H2SO4 concentrado por 3 horas seguida de lavagem em gua corrente, ou Escarificao manual. 2

    Cssia Cassia leptophylla Corte do tegumento na extremidade onde emitida a radicular, ou escarificao mecnica por 3 a 30 minutos. 2

    Cssia Cassia nodosa Escarificao mecnica. 2

    Cssia Cassia siamea Imerso em gua temperatura inicial de 100C, seguida da permanncia por 24 horas. 2

    Cssia Cassia speciosa Imerso em H2SO4 concentrado por 2 horas seguida de lavagem em gua corrente, ou Escarificao manual. 2

    Cassia rsea Cassia grandis Imerso em H2SO4 por 30 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Cssia-carnaval Senna spectabilis Imerso em H2SO4 concentrado por 5 minutos, seguida de lavagem em gua corrente por uma hora e imerso em gua temperatura ambiente por 24 horas.

    2

    Cassia-verrugosa Senna multijuga Imerso em gua a 100C e permanncia fora do aquecimento, por 48 horas. 2

    Cerejeira Amburana cearensis Imerso em gua temperatura inicial de 80C, seguida de repouso na mesma gua fora do aquecimento por 24 horas. 2

    Cipreste Cupressus lusitanica Imerso em gua por 24 a 48 horas, ou Estratificao mida de 30 a 60 dias a 4C. 2

    Colvlea Colvillea racemosa Imerso em gua temperatura de 80C, seguida da permanncia na mesma gua, fora do aquecimento, por 24 horas. 2

    Copaba Copaifera langsdorffii Estratificao em areia por 15 dias, ou Imerso em gua por 96 horas. 2 Copaba Copaifera languisdorffii Escarificao Mecnica 1 Cortia Duguetia lanceolata Escarificao mecnica. 2

    Corticeira da serra Erythrina falcata Imerso das sementes em gua temperatura de 80C, seguida de repouso na mesma gua, por 24 horas, ou Imerso em gua temperatura de 25C por 48 horas.

    2

    Crindiva Trema micrantha Imerso em H2SO4 por 10 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Cumar Coumarona sp. Extrao do invlucro do fruto. 2

    Cunh Clitorea ternatea Imerso em H2SO4 por 15 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Cupiuba Goupia glabra Imerso em gua temperatura ambiente por 11 horas e permanncia em gua a 65C por 2 horas e choque trmico em estufa a 80 C, por um minuto.

    2

    Dend Elaeis guimeensis Secagem da semente at 17% de umidade seguida de 80 dias em embalagem plstica hermtica, em ambiente a 40C. Aps, reidratar as sementes at 25% umidade.

    2

    Erva-mate Ilex paraguariensis Estratificao em areia mida por 150 dias. 2

    Falso-pau-brasil Caesalpinia spinosa Imerso em gua temperatura inicial de 80C, seguida de permanncia na mesma gua, fora do aquecimento, por 24 horas, ou Escarificao mecnica.

    2

    Farinha-seca Albizia hasslerii Imerso em H2SO4 concentrado de 1 a 3 minutos seguido de lavagem em gua corrente. 2

    Fava barbatimo Stryphnodendron adstringens cido Sulfrico - 15 min 1 Fava barbatimo Stryphnodendron adstringens gua - Ambiente - 12:00 h 1

    Faveira-camuz Stryphnodendron pulcherrimum Imerso em H2SO4 por 5 minutos seguida de lavagem em gua corrente, ou Escarificao manual e imerso em gua, por 6 horas. 2

    Faveira-rsea Parkia oppositifolia Imerso em H2SO4,concentrado de 20 a 40 minutos, seguido de lavagem em gua corrente, ou Escarificao mecnica na poro terminal da semente, seguida da aplicao de fungicida (Benomil a 0,1%).

    2

    Fedegoso Senna occidentalis Imerso em gua temperatura inicial de 96C, seguida de permanncia na mesma gua, fora do aquecimento, por 18 horas, ou Imerso em H2SO4 concentrado por 20 minutos.

    2

  • 10

    Flamboyant Delonix regia Corte do tegumento na extremidade do ponto de insero na vagem. 2 Flamboyant Delonix regia gua ( 80o C ) - 5 min 1

    Genipapo Genipa americana Imerso das sementes em gua temperatura ambiente (25C) por 48 horas. 2

    Gmelina Gmelina arborea Imerso em soluo de cido giberlico (100 ml/l) por um dia. 2 Goiaba Psidium guajava Imerso em gua temperatura ambiente (25C) por 48 horas. 2 Granandi Calophyllum brasiliense Estratificao em areia, sombra, por 60 dias. 2

    Grpia Apuleia leiocarpa Imerso em H2SO4 concentrado de 6 a 20 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Guapuruvu Schizolobium parahyba Imerso em gua a 96C e permanncia fora do aquecimento, por 48 horas. 2

    Guapuruvu Schizolobium parahyba gua ( 90C ) -1 min 1 Guapuruvu Schizolobium parahyba Escarificao Mecnica 1 Guaran Paulinia cupana var. sorbilis Imerso em gua, por 48 horas. 2 Guariroba Syagrus oleracea Despolpar os frutos recm-colhidos. 2 Guatambu Aspidosperma ramiforum Imerso em gua parada por 4:00 h 1

    Imbuia Ocotea porosa Escarificao mecnica, ou estratificao em areia mida, sombra, por 60 dias. 2

    Imburana-de-cambo Commiphora leptophloes

    Secagem por 168 horas em cmara com 15% de umidade relativa do ar. 2

    Ip-felpudo Zeyhera tuberculosa Imerso em gua parada por 15:00 h 1 Jacatiro-a Miconia cinnamomifolia Germinao em presena de luz branca contnua. 2 Jatob Hymenaea stilbocarpa Imerso em gua temperatura ambiente por 10 dias. 2 Jatob Hymenaea courbaril Escarificao com lixa 1 Jatob-do-cerrado Hymenaea stignocarpa Imerso em gua temperatura ambiente por 2 dias. 2 Jeriv Syagrus romanzoffianum Imerso em gua temperatura de 25C por 96 horas. 2 Juc Caesalpinia ferrea Escarificao mecnica por 3 segundos. 2

    Juquiri Mimosa regnellii Imerso em gua temperatura inicial entre 50C e 96C, seguida de permanncia na mesma gua, fora do aquecimento por 12 horas, ou Imerso em H2SO4 concentrado, por 10 minutos.

    2

    Jurema-preta Mimosa hostilis Escarificao mecnica com lixa n100, por 40 segundos. 2

    Juta-a Hymenaea courbaril Escarificao em H2SO4 comercial por 35 minutos, seguida de lavagem em gua corrente e imerso em gua por 12 horas. 2

    Juta-mirim Hymenaea parviflora Escarificao em H2SO4 comercial por 35 minutos seguida de lavagem em gua corrente e imerso em gua por 12 horas. 2

    Leucena Leucaena leucocephala Imerso em gua a 100C e permanncia fora do aquecimento por 24 horas. 2

    Leucena Leucena leucocephala cido Sulfrico - 20 min 1 Leucena Leucena leucocephala gua - Ambiente - 12:00 h 1

    Liriodendron Liriodendron tulipifera Estratificao em areia mida durante os meses de inverno temperatura ambiente. 2

    Louro-pardo Cordia trichotoma Escarificao mecnica por 2 segundos. 2 Magnlia Magnolia grandiflora Estratificao em areia de 4C a 5C por 90 a 150 dias. 2 Manduirana Senna macranthera Imerso em H2SO4 concentrado, por 50 minutos. 2

    Maric Mimosa bimucronata Imerso em gua a 80C por 1 minuto e permanncia fora do aquecimento por 18 horas. 2

    Mulungu Erythrina velutina Escarificao mecnica por 5 segundos. 2

    Mutamba Guazuma ulmifolia Escarificao em H2SO4 concentrado por 50 minutos seguida de lavagem em gua corrente e imerso em gua por 12 horas. 2

    Mutambo Guazuma ulmifolia cido Sulfrico - 5 min 1 Mutambo Guazuma ulmifolia gua ( 90C ) -1 min 1 Nogueira-de-iguape Aleurites molucana Escarificao mecnica. 2 Olho-de-cabra Ormosia arborea Escarificao mecnica com lixa de madeira. 2 Olho-de-cabra Ormosia arborea Escarificao Mecnica 1

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    Olho-de-cabra Ormosia arborea cido Sulfrico - 35 min 1 Olho-de-drago Adenanthera pavonina Escarificao Mecnica 1 Olho-de-drago Adenanthera pavonina cido Sulfrico - 35 min 1 Orelha de negro Enterolobium contortisiliquum cido Sulfrico - 90 min 1 Orelha de negro Enterolobium contortisiliquum Escarificao Mecnica 1

    Orelha-de-negro Enterolobium contorstisiliquum Imerso em H2SO4 (75%) por 30 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Palmeira-inaj Maximiliana regia Despolpamento dos frutos. 2

    Palmiteiro Euterpe edulis Escarificao mecnica por um minuto e germinao a 25C de temperatura. 2

    Paric Schizolobium amazonicum Imerso em H2SO4 por 60 minutos seguida de lavagem em gua corrente, ou imerso em gua a 80 C e permanncia por 24 horas. 2

    Pau ferro Caesalpinia leiostachya cido Sulfrico - 45 segundos 1 Pau marfim Balfourodendron riedelianum Escarificao Mecnica 1

    Pau-de-balsa Ochroma pyramidale Escarificao manual e imerso em gua a 80C e permanncia fora do aquecimento, por 6 horas. 2

    Pau-de-pombo Tapirira guianensis Extrao do pericarpo. 2

    Pau-ferro Caesalpinia leiostachya Imerso em H2SO4 por 40 minutos seguido de lavagem em gua corrente. 2

    Pau-jacar Piptadenia gonoacantha Imerso em gua temperatura ambiente (25C) por 48 horas. 2 Pau-tanino Maquira sclerophylla Extrao do pericarpo. 2 Pinha Annona squamosa Imerso em gua por 24 horas. 2 Pinus Pinus elliottii var elliottii Imerso em gua, por 16 horas, e 15 dias de frio (0 a 5C). 2 Pinus Pinus taeda Imerso em gua por 24 horas, e 50 dias de frio (0 a 5C). 2

    Pinus tropical Pinus caribaea var. bahamensis Estratificao a 12C por 21 dias. 2

    Pltano Platanus acerifolia Imerso em gua por 4 dias. 2

    Quereutria Koelreuteria paniculata Imerso em H2SO4 por uma hora seguida de lavagem em gua corrente, ou Imerso em gua a 80C e permanncia fora do aquecimento at o resfriamento, ou Estratificao em areia mida a 5C por 90 dias.

    2

    Sabo-de-soldad Sapindus saponaria cido Sulfrico - 1:00 h 1

    Sabi Mimosa caesalpiniaefolia Escarificao mecnica com lixa, seguida de imerso em gua a 60C, por 3 minutos. 2

    Saboneteira Sapindus saponaria Escarificao manual com lixa n 60, por 30 segundos. 2 Sabugueiro Sambucus nigra Estratificao em areia temperatura de 5C por 90 dias. 2 Saguaragi Colubrina glandulosa gua ( 90C ) - 1 min 1 Sangra D'gua Croton urucurana Choque Trmico 1 Sapucaia Lecythis pisonis Retirar o arilo 1

    Sesbania Sesbania punicea Escarificao mecnica das sementes com lixa de madeira, seguida de imerso em gua, por 72 horas. 2

    Sesbania Sesbania sesban Imerso em gua temperatura inicial de 96C seguida de repouso por 24 horas. 2

    Sesbania Sesbania virgata Imerso em H2SO4 concentrado de 40 a 50 minutos. 2

    Sete-cascas Pithecelobium inopinathum Imerso em H2SO4 de 1 a 5 minutos, seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Sobrasil Colubrina glandulosa Imerso em H2SO4 concentrado por 2 horas seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Sucupira Pterodon pubescens Corte do tegumento na extremidade onde emitida a radcula. 2

    Sucupira-preta Bowdichia virgilioides Imerso em H2SO4 por 10 minutos seguida de lavagem em gua corrente. 2

    Suin Erythrina speciosa Escarificao mecnica por um minuto. 2 Tamarindo Tamarindus indica Escarificao manual com lixa e imerso em gua, por 48 horas. 2

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    Taxi-branco Sclerolobium paniculatum Sementes nuas: Remoo da poro do tegumento na extremidade oposta ao eixo embrionrio, ou Escarificao com H2SO4 concentrado, por 10 minutos, seguida de lavagem em gua corrente.

    2

    Taxdio Taxodium distichum Estratificao em areia mida, de 4C a 5C por at 60 dias. 2

    Tento-carolina Adenanthera pavonina Imerso em H2SO4 (70%) por 10 minutos seguida de lavagem em gua corrente e imerso em cido giberlico (100 ppm) por 3 horas 2

    Tipuana Tipuana tipu Imerso das sementes em gua temperatura ambiente (25C) por 48 horas. 2

    Topa Ochroma pyramidales gua ( 80C ) - 15 segundos 1 Tungue Aleurites fordii Corte do tegumento da semente na extremidade oposta da radcula. 2

    Turco Parkinsonia aculeata Escarificao mecnica por 1 minuto seguida de imerso em gua com 80 a 90C por 2 minutos. 2

    Umbu Spondias tuberosa Imerso em gua a 50C por 21 minutos. 2

    Uva-do-japo Hovenia dulcis Imerso em gua fervente e permanncia por 12 horas na mesma gua. 2

    Virola Virola surinamensis Imerso em gua corrente por, 7 dias. 2

    Visgueiro Parkia pendula Desponte das sementes no lado oposto ao da emisso da radcula seguida de imerso em H2SO4, por 20 minutos, e lavagem em gua corrente.

    2

    Fontes: (1) Vieira e Fernandes (1997); (2) Fowler e Binchetti (2000).

    RECIPIENTES E SUBSTRATOS Os recipientes para mudas tm como principais funes o suporte do

    meio de crescimento das mudas e a moldagem das razes em desenvolvimento, devendo proteg-las de danos mecnicos, da desidratao e da incidncia de luz, assim como facilitar o manuseio das mudas, at o plantio definitivo (Carneiro, 1995; Simo, 1998).

    Diferentes tipos de recipientes e substratos para mudas j foram utilizados. Mudas de rvores podem ser produzidas com raz nua, em torres, ou em recipientes apropriados ou improvisados. Nas dcadas de 1960 e 1970 era comum produzir mudas em torro-paulista, sem recipiente, mas por necessitar de certo grau de compactao para permanecer agregado, o emprego do torro foi abandonado, pois prejudicava o desenvolvimento inicial das razes das mudas devido compactao. Algumas espcies suportam o plantio com a raz nua; nesse sistema, semeia-se diretamente num canteiro e quando as mudas esto com o porte desejado, so transplantadas diretamente para o campo sem uso de recipiente ou torro. Mas, a maioria das espcies precisa de maior proteo, necessitando que as mudas sejam formadas em um recipiente com um substrato adequado, de forma a proporcionar maior sobrevivncia e melhor desenvolvimento tanto no viveiro quanto no campo.

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    RECIPIENTES Atualmente, h grande preocupao com o impacto que o uso de

    recipientes possa causar ao ambiente e, portanto, pode-se classific-los da seguinte forma:

    Degradveis natural exemplo: taquara; artificial exemplo: tubo ou bandeja de papelo;

    tubo de madeira laminada.

    Persistentes reutilizvel exemplo: tubete; reciclvel exemplo: sacola plstica.

    O tipo de recipiente a utilizar est relacionado com a espcie, quantidade de mudas a ser produzida e com o grau tecnolgico a ser empregado. Alguns tipos de recipientes so listados na Tabela 7.2.

    Os tubos de papelo surgiram na dcada de 1970, mas apresentavam problemas para no se desintegrar e manter a forma at o plantio; tinham como vantagem a rpida degradao e baixo custo, sem ter de ser retirados no momento do plantio no campo.

    A taquara, quando disponvel em grande quantidade, sendo adequada espcie da qual se deseja produzir mudas, muitas vezes se torna mais econmica que a prpria sacola plstica, pois envolve menor quantidade de mo-de-obra. Taquaras podem ser cortadas em comprimento padro com uma serra circular dupla, vazadas dos dois lados, sendo encanteiradas vazias e depois preenchidas com o substrato todas de uma s vez. Algumas espcies de taquara so frgeis, apodrecem rapidamente e podem ser quebradas com leve aperto de mo, sem necessitar ser retiradas no momento do plantio definitivo; outras so mais resistentes e necessitam ser retiradas, o que nem sempre uma tarefa fcil, principalmente se o apodrecimento no houver iniciado.

    Sacolas plsticas necessitam de equipamento especial para depositar o substrato e facilitar o seu enchimento; o rendimento no ensacolamento no grande. Sacolas so razoavelmente fceis de retirar no campo e devem ser recicladas, ou enviadas para aterro sanitrio aps o uso. Em geral, a quantidade de substrato necessria para preenchimento maior para sacolas plsticas do que para taquaras e tubetes. Adicionalmente, como tem fundo, h risco de enovelamento das razes, que aumenta com o perodo de tempo que as mudas ficam estocadas.

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    Os recipientes do tipo tubo de papelo, taquara, tubo de madeira laminada e sacola plstica so utilizados para pequena at mdia escala de produo e geralmente so utilizados em viveiros de baixo nvel tecnolgico.

    aconselhvel que a produo de mudas em grande quantidade seja realizada em tubetes. O uso de tubetes apresenta as seguintes vantagens (Sturion et al., 2000; Nappo et al., 2001):

    Permite automao de vrias fases do processo; Envolve menor volume de substrato; Permite melhor formao do sistema radicular por possuir raias

    internas; Permite a poda das razes durante a fase de viveiro e antes do

    plantio; Facilita a assepsia e o manuseio; Facilita a retirada da muda para o plantio; Ocupa mnimo espao em viveiro; Facilita o acondicionamento para o transporte, podendo-se

    transportar grande quantidade de mudas em pequeno espao; reutilizvel.

    Os tubetes presentam como desvantagens (Sturion et al., 2000; Nappo et al., 2001):

    Armazenamento de pequena quantidade de gua, devido pequena quantidade de substrato, tornando necessrio irrigar com maior freqncia;

    H necessidade de adubao mais frequente para suprir as necessidades das mudas e para compensar a lixiviao de nutrientes causada pela maior irrigao envolvida;

    Necessita de irrigao no transporte de mudas mdia e grande distncias para evitar ressecamento;

    Em dia quente e seco, h necessidade de irrigar as mudas levadas para o campo at que sejam plantadas;

    Dependendo da espcie, a irrigao das mudas plantadas no campo praticamente obrigatria em dias secos.

    O tamanho dos recipitentes varia com o objetivo das mudas e com a espcie. Para arborizao devem ser plantadas em recipientes grandes, enquanto que para plantios comerciais so usados recipientes pequenos que facilitam o transporte e manuseio. Espcies que desenvolvem muito o sistema radicular na fase de viveiro devem ser plantadas em recipientes maiores, assim como as espcies que apresentam sensibilidade mudana de ambiente do viveiro para o campo. Problemas de sobrevivncia das mudas no campo podem estar relacionados ao tamanho da embalagem e ao tipo de substrato, alm de depender do clima, da espcie, do solo e de aspectos sanitrios.

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    A semeadura da Araucaria angustifolia, por exemplo, pode ser feita diretamente em recipientes como sacos de polietileno, que devem ter dimenses de 20 cm de altura por 7 cm de dimetro, contendo, no mnimo 300 ml de substrato; tubetes de polipropileno, devem ter volume de 100 a 200 ml. O uso de recipientes com menor volume no aconselhvel, pois a falta de espao pode impedir o desenvolvimento adequado do sistema radicular vigoroso do pinheiro. A repicagem no recomendada. (Angeli e Stape, 2003).

    Um bom recipiente deve ter essencialmente as seguintes qualidades (Carneiro, 1995; Nappo et al., 2001):

    Direcionar o desenvolvimento do sistema radicular adequadamente;

    Proporcionar espao tridimensional adequado para o desenvol-vimento do sistema radicular;

    Apresentar facilidade de manuseio; No se decompor at o plantio; Oferecer proteo para o sistema radicular at o plantio; No ser txico para as mudas (nota: nem para a fauna e flora, ou

    para o homem) ; Ter garantia de suprimento e baixo custo.

    TABELA 7.2 Tipos de recipientes para mudas de plantas lenhosas

    Nome Tipo Aspecto ambiental Orgem Material Adequao

    para produo

    Torro paulista* Torro Degradvel Mista Torro de terra de subsolo prensada e fertilizantes. Mdia escala

    Pote frtil* Fertil pot

    Tubo Degradvel Mista Turfa e pasta de madeira. Mdia escala

    PXCL* Tubo Degradvel Mista Fibras vegetais e fertilizantes qumicos. Mdia escala

    Tubo de papel Paper pot Tubo Degradvel Artificial

    Pasta de madeira e fertilizantes qumicos. Mdia escala

    Laminado* Tubo Degradvel Natural Madeira laminada. Larga escala Sacola plstica Sacola Reciclvel Artificial Polietileno. Mdia escala Tubete Tubo Reutilizvel Artificial Polipropileno. Larga escala Molde de isopor Bandeja Reutilizvel Artificial Poliestireno. Mdia escala Taquara Tubo Degradvel Natural Colmo da taquara. Pequena escala Sistema VAPO* Bloco Degradvel Natural Bloco de turfa prensada. Larga escala Outros Togaflora*, Peat pot, Nebramuda* e Torronete*. (*) Nota: Fora de uso. Fonte: Carneiro, 1995.

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    SUBSTRATOS Os substratos tm a funo de servir de suporte para a muda, favorecer

    o desenvolvimento do sistema radicular, possibilitar a formao de um torro firme, ter capacidade de reteno de nutrientes e umidade (Nappo et al., 2001).

    cada tipo de recipiente h uma gama de tipos de substratos adequados. Os chamados substratos so os meios de crescimento que substituem o solo nas sementeiras e nos recipientes. Testes com uma infinidade de tipos de substratos para produo de mudas j foram realizados, mas poucos so realmente adequados.

    Um substrato adequado aquele que permite um bom desenvolvimento das mudas e deve apresentar as seguintes qualidades (Sturion et al., 2000; Nappo et al., 2001):

    Ser de fcil manuseio, permitindo rpido enchimento dos recipientes;

    Ser de fcil assepsia para evitar pragas e doenas; Reter suficiente umidade e nutrientes para abastecer as mudas; Permitir compactao/aerao adequada para o desenvolvimento

    do sistema radicular das espcies envolvidas; Proporcionar a formao de um torro resistente para o manuseio

    at o plantio, sem prejudicar o desenvolvimento do sistema radicular;

    Ser de baixo custo, facilidade de obteno e ter garantia de suprimento regular.

    Usualmente, para produo de mudas em sacolas plsticas, utiliza-se uma mistura de solo com matria orgnica decomposta e adubo qumico. Em tubetes, geralmente utilizada a vermiculita com adubao qumica somente atravs da irrigao. Dependendo da espcie, pode ser realizada a inoculao do substrato com simbiontes (bactrias fixadoras de nitrognio e fungos que fornecem fosfato s razes das plantas, por exemplo).

    Alguns tipos de materiais utilizados na composio de substratos para a produo de mudas por via sexuada e assexuada so:

    Terra de subsolo (que deu origem ao termo substrato, usado para o meio de cultura com que os recipientes so preenchidos para receber as mudas, estacas ou sementes);

    Adubo qumico; gua (estaquia, hidroponia); Areia; Brita (hidroponia); Casca de arroz carbonizada;

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    Esfagno (musgo do gnero Sphagnum decomposto e desidratado);

    Gel (micropropagao); Matria orgnica mixta decomposta; Papel (em placas de Petri); Pedra-pomes; Perlita (silicato de alumnio de origem vulcnica); P de carvo (munha); Serragem decomposta; Solo; Turfa; Vermiculita; etc.

    A composio do substrato varia em funo do tipo de recipiente e do processo de produo de mudas, sendo que a maioria composto por matria orgnica decomposta, vermiculita, fertilizantes, terra, inculos de fungos e bactrias, em vrias propores (Paiva e Gomes apud Nappo et al., 2001).

    C a r a c t e r s t i c a s d o s s u b s t r a t o s Assim como os solos, os substratos possuem caractersticas fsicas,

    qumicas e biolgicas que devem ser consideadas na sua escolha. Entre as caractersticas fsicas mais importantes dos substratos para a produo de mudas esto a textura, estrutura, porosidade, densidade aparente, higroscopsidade, teor de matria orgnica e compactao. As caractersticas qumicas que devem ser consideradas so o teor de nutrientes, a frao coloidal, o percentual e tipos de minerais de argila, a capacidade de troca catinica, o pH e a relao Carbono/Nitrognio. Entre as biolgicas esto a presena de patgenos, de organismos decompositores e de micorrizas. (Carneiro, 1995; Landis, 1990).

    Deve-se entender o substrato como um tipo de solo especial, produzido artificialmente, que deve ter todas as caractersticas de um bom tipo de solo, permitindo que as plantas se desenvolvam adequadamente (Landis, 1990).

    A preparao do substrato com mais de um componente em pequena escala pode ser realizada manualmente, mas para grandes quantidades, geralmente se utiliza uma betoneira; s vezes necessrio adio de surfactantes, que reduzem a tenso superficial da gua e permitem que materiais hidrfobos, como a turfa seca e as cascas de pinheiros, sejam hidratados (Landis, 1990).

    A perlita e a vermiculita so naturalmente estreis, mas pode ser necessrio pausterizar ou esterilizar o substrato, quando o material no

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    adquirido com certificado de esterilidade. Nestes casos pode ser realizada qumica ou fsicamente. A pasteurizao realizada aquecendo-se o substrato, geralmente, a uma temperatura de 60 a 82 C por um mnimo de 30 minutos, o que elimina a maioria dos patgenos e mantm muitos simbiontes vivos. (Landis, 1990).

    Tratamentos qumicos do substrato devem ser evitados e realizados somente quando no h opes, preferencialmente para eliminao de patgenos especficos e, em ltimo caso com biocidas, conforme as recomendaes dos fabricantes ou de resultados de pesquisas.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ANGELI, Aline; STAPE, Jos Luis. Araucaria angustifolia (Araucaria). [Piracicaba]: ESALQ/USP, 2003. Disponvel em: . Acesso em: 8/ago/2004. BINCHETTI, Arnaldo. Tratamentos pr-germinativos para sementes florestais. In: 2 Simpsio brasileiro sobre sementes florestais, ANAIS, p. 237-246, Atibaia, 16-19/out/1989. So Paulo: SEMA-SP/IF, 1989. CARNEIRO, J. G. de. Produo e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba: UFPR/FUPEF; Campos: UENF, 1995. 451 p. FOWLER, Joo A. P.; BIANCHETTI, Arnaldo. Dormncia em sementes florestais. Colombo: EMBRAPA-Florestas, doc. 40, 2000. KRAMER, Paul J. e KOZLOWSKI, T. Fisiologia das rvores. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1972. 745 p. LANDIS, Tom D. Containers and growing media, v.2. In: RNGR. In: The container tree nursery manual. Washington: USDA Forest Service, p. 41-85, 1990. NASCIMENTO, W. M. O. do; CARVALHO, J. E. U. de; MLLER, CARLOS H. Caracterizao morfolgica da semente e da plntula de bacurizinho (Rheedia acuminata (Ruiz et Pav.) Plachon et Triana. Revista Brasileira de Fruticultura, v.24, n.2, Jaboticabal, ago-2002. NAPPO, Mauro E.; GOMES, Laura J.; CHAVES, Maria M. F. Reflorestamentos mistos com essncias nativas para recomposio de matas ciliares. Boletim Agropecurio, N 30, p. 5-31, UFLA, Lavras, 2001. NASSIF, Saraia M. L.; VIEIRA, Israel G.; FERNADES, Gelson D. (LARGEA/). Fatores Externos (ambientais) que Influenciam na Germinao de Sementes. Piracicaba: IPEF/LCF/ESALQ/USP, Informativo Sementes IPEF, Abr-1998. Disponvel em: . Acesso em: 07/ago/2004. SIMO, Salim. Tratado de fruticultura. Piracicaba: FEALQ, 1998. 760 p. SMITH, Michael; WANG, T. Ben S.P.; MSANGA, Heriel P. Chapter 5: Dormancy and Germination. In: Tropical Tree Seed Manual. [s.l]: USDA Forest Services/Reforestation, Nurseries, & Genetics Resources, 2003. STURION, J.A.; GRAA, L.R.; ANTUNES, J.B.M. Produo de mudas de espcies de rpido crescimento por pequenos produtores. Colombo: Embrapa Florestas, CT 37, 2000. 20 p.

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    MACEDO, Antnio C.de; KAGEYAMA, Paulo Y.; COSTA, Luiz G. S. da. Produo de Mudas em viveiros florestais. So Paulo: Fundao Florestal, 1993. 18 p. VIEIRA, Israel G.; FERNADES, Gelson D. Mtodos de Quebra de Dormncia de Sementes. Piracicaba: IPEF-LCF/ESALQ/USP, Informativo Sementes IPEF, nov-1997. Disponvel em: . Acesso em: 07/ago/2004.