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Sumário Editorial Noélia da Silva Souza Calmon Considerações sobre a função do currículo: uma perspectiva crítica de aprendizagem Sônia Maria de Moraes Ferreira Módulos e Oficinas: atualização em serviço da equipe escolar Vivenciando a PAZ na escola Elaboração: Cleonice da Silva Santos Gilka Santana do Espirito Santo Noélia da Silva Souza Calmon Roberta Adorno Lima Revisão: Denise Abigail Britto Freitas Rocha Dra. Katia Siqueira de Freitas Mara Schwingel Regina Maria de Sousa Fernandes Dicas de Sites Maria Ednalva Araújo Clemente Notícias Laboratório Violência - O que é? O que fazer? Cleonice da Silva Santos XIV Encontro Estadual de Política e Administração da Educação: caminhos e descaminhos da educação e da escola pública brasileira Rosemy Soares Marques Como trabalhar com a inclusão na escola Cáritas Vanucci Batista Santos 3 5 7 10 54 55 55 55 55

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Sumário

EditorialNoélia da Silva Souza Calmon

Considerações sobre a função do currículo: uma perspectivacrítica de aprendizagem

Sônia Maria de Moraes Ferreira

Módulos e Oficinas: atualização em serviço da equipeescolar

Vivenciando a PAZ na escolaElaboração:Cleonice da Silva SantosGilka Santana do Espirito SantoNoélia da Silva Souza CalmonRoberta Adorno Lima

Revisão:Denise Abigail Britto Freitas RochaDra. Katia Siqueira de FreitasMara SchwingelRegina Maria de Sousa Fernandes

Dicas de Sites Maria Ednalva Araújo Clemente

Notícias

Laboratório Violência - O que é? O que fazer?Cleonice da Silva Santos

XIV Encontro Estadual de Política e Administração daEducação: caminhos e descaminhos da educação e daescola pública brasileira

Rosemy Soares Marques

Como trabalhar com a inclusão na escolaCáritas Vanucci Batista Santos

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Oficina Liderança EstratégicaCristiane Farias Barbosa

Oficina sobre violência na Escola Municipal Engenho Velhoda FederaçãoRosemy Soares Marques

Seminário de IntegraçãoFernanda Santos Bastos

Curso sobre Alfabetização e Inclusão na Secretaria Municipalde Educação e Cultura (SMEC)Cáritas Vanucci Batista Santos

Jussiara Xavier Pinheiro

Noélia da Silva Souza Calmon

Programa de Apoio ao Desenvolimento de EducaçãoMunicipal (PRADEM) discute formação inicial em serviçode profissionais da EducaçãoNoélia da Silva Souza Calmon

PGP/LIDERE frente e verso

Entre em contato

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Editorial

Noélia da Silva Souza Calmon1

Uma das grandes preocupações que permeia o cotidi-ano das escolas é o aumento considerável da violênciaem seus múltiplos aspectos. Sendo este um fenômenocomplexo, tem sido motivo de estudos e análise nasdiversas áreas sociais.

Este Gerir traz o Módulo Vivenciando a Paz na escola- desenvolvido pelas estagiárias do PGP/LIDERE,Cleonice da Silva Santos, Gilka Santana do Espirito Santo,Noélia da Silva Souza Calmon e Roberta Adorno Lima- que por meio de oficinas pedagógicas, discute a temáticada paz na escola e na família, colocando-as como co-par-ticipantes na formação dos sujeitos que atuarão na socie-dade.

O trabalho faz alusão às relações interpessoais e a afetividade entre as pessoas, com o intuito doeducador (pai/professor) contribuir para o desenvolvimento de uma cultura de paz no ser que está emformação.

A professora Sônia Maria de Moraes Ferreira faz ‘Considerações sobre a função do currículo’abordando as diversas vertentes sobre o tema, segundo a percepção de vários autores, sem perder devista a criticidade que envolve a aprendizagem e a que ela se destina.

A seção Notícias traz informações sobre os laboratórios e as oficinas realizados pelo PGP/LIDEREe sobre o Seminário de Integração com as escolas parceiras. Há também informações sobre o curso:‘Como trabalhar a inclusão na escola’, oferecido pela Secretaria Municipal de Educação (SMEC) e sobreo II Seminário Temático sobre a formação inicial em serviço de profissionais da educação, oferecidopelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Educação Municipal (PRADEM).

Esperamos que essas informações sejam proveitosas para o leitor.

1 Estudante de Pedagogia - UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.3, nov./dez. 2002.

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1 Pedagoga (UFBA). Mestranda em Educação-FACED/UFBA. Professora da Faculdade de Educação da Bahia (FEBA). Voluntária PGP/LIDERE.

E-mail: [email protected]

Considerações sobre a função do currículo:uma perspectiva crítica de aprendizagem

Sônia Maria de Moraes Ferreira 1

A perspectiva do currículo escolar se depara com a seguinte problemática: “o que ensinar?”. Para umateoria curricular tradicional, com enfoque na aprendizagem, o conhecimento é algo dado e se concentrano “como ensinar” numa visão técnica de escolher as melhores e mais eficientes formas de organizaçãoe seleção de conteúdos, atribuídos a teóricos, como por exemplo Babbitt (1918) e Ralph Tuler (1949).

As teorias críticas, na década de 60, surgiram a partir de movimentos sociais e culturais, sobretudoeuropeus, questionando e criticando as estruturas tradicionais, o “status quo” e as desigualdades e injusti-ças sociais, tais como os dos filósofos franceses Louis Althusser (base para as críticas marxistas de educa-ção), Bourdieu (sociologia crítica) e Passeron (educação e ideologia) na manutenção da sociedade capi-talista ao reproduzir o capital cultural dominante. Esses movimentos propunham uma Pedagogia e umcurrículo igual para todas as classes, mas formaram a base da teoria educacional crítica que iria se desen-volver nos anos seguintes.

As ações contra a concepção técnica de currículo foram nas perspectivas fenomenológicas, hermenêuticas,centradas nas experiências e significações subjetivas que as pessoas dão as suas experiências pedagógicase curriculares, em rompimento total com a estrutura tradicional na possibilidade de múltiplas interpreta-ções de significados e compreensão de um agir conectado nas diversas perspectivas.

Michael Apple, crítico marxista, tece uma análise da burguesia que se beneficia às custas do proletariado,por meio do sistema capitalista. Ele descobre que a organização do currículo está relacionada à econo-mia, na sociedade ativa de produção refletindo os interesses da classe minoritária. Apple contribui parapolitizar a teorização sobre currículo, buscando um currículo que inclua mediações, contradições e ambi-güidades no processo de reprodução cultural e social.

As teorias críticas de contestação e até radicalização de Giroux tratam o currículo como construção designificados, valores culturais, relações de poder e desigualdade social. Também, analisa a classe domi-nante que deixa de lado o caráter histórico, ético e político das ações humanas e sociais, segundarizandoo conhecimento. Giroux (1999) reforça que a dominação e o controle geram marginalidade e desigualda-de. Logo, o conhecimento é questionado e corporificado no currículo, quebrando barreiras e querendosaber quais as verdadeiras razões dele fazer parte do currículo escolar e que interesses e relações de poderincluem alguns conhecimentos, e outros são excluídos. A teoria crítica estabelece conexões entre signi-ficação e poder.

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.5-6, nov./dez. 2002.

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De forma problematizadora, Paulo Freire reverte a educação, onde o conhecimento é intencional, consciente,comunicativo e subjetivo. A dialogicidade é marcante em busca de conhecer o mundo. Educador e educandosão parceiros de trabalho. Na sua visão fenomenológica, o ato de conhecer é “consciência de alguma coisa” etodos devem ter acesso ao conhecimento, priorizando a cultura popular como parte integrante do currículo.

Para a teoria social pós-moderna, o currículo é uma rede de significados identidários e cheios de poder. NoBrasil, a globalização como etapa capitalista, hegemonicamente situada, destrói fronteiras, revolucionando osmeios de comunicação e a informação. A polêmica se instaura na defesa e no respeito ao regionalismo depequenos grupos diferentes, ao lado da necessidade de uma cultura única e comum com ênfase no conheci-mento cotidiano de massa, convivendo com o conhecimento acadêmico e escolar, por meio dos livrosdidáticos e múltiplas formas de comunicação e expressão, embasados em idéias de tolerância e respeito àsetnias e raças.

Silva (1999) analisa a pedagogia como cultura, a cultura como pedagogia e conclui afirmando que na ótica dosEstudos Culturais, todo conhecimento, na medida que se constitui um sistema de significação, é cultural ecarregado de relações de poder.

A aprendizagem da criança é prazerosa, lúdica e caótica. Ela brinca com a linguagem e a domina na apreensãodo objeto de conhecimento. Muitas vezes é natural que haja desinteresse, pois novas aprendizagens vão surgin-do de forma espontânea e natural. Nessa perspectiva, ele nos alerta que o ensino é triste, mas o aprender éalegre, construção de aprendizagens espontâneas e prazerosas. O professor tem momentos de ensino, gestadosno processo de aprender. Mas, ele é um aprendiz e somente em alguns momentos é ensinante, pois oconhecimento não deve ter normas, nem regras. O professor deve ser um estudante ouvinte para despertar nosalunos, o ato de criar e (re)criar, desafiando-o a jogar jogos não realizados.

Na escola, atualmente, há uma violência na formatação de mentes na corrida ao concurso vestibular, trans-formando sujeitos em consumidores e não em cidadãos.

A modernidade é responsável em separar a cultura do grupo e colocar uma dinâmica transcultural. No entanto,a escola é cultural por ser capaz de abrigar múltiplas culturas e montar estratégias de transgressão de novoslugares, novos territórios, novos espaços na luta contra o poder hegemônico, através da comunicação e dodiálogo das múltiplas culturas. O mais educativo é respeitar a diferença nos diferentes caminhos que levam àaprendizagem, pois há uma incompatibilidade na visão moderna, linear, seqüêncial, estática, realista, objetiva,disciplinar, para uma outra pós-moderna, incomodada em radicalizar novas formas de conhecimento, assimi-lação de uma pedagogia crítica e o começo da pedagogia pós-crítica, cuja conexão saber-poder é fundante nomeio sócio-cultural.

Referências Bibliográficas

GIROUX, Henry. Memória e pedagogia no maravilhoso mundo da Disney. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.).Alienígenas na sala de aula. Uma introdução aos estudos culturais em educação. Rio de Janeiro:Vozes, 1995.

GIROUX, Henry; MOGER., Simon. Cultura popular e pedagogia crítica: a vida cotidiana como base o conhecimentocurricular. In: MOREIRA, Antônio F.B; SILVA, Tomaz T. da (Org.). Currículo, sociedade e cultura. São Paulo: Cortez,1999.

SILVA, Tomaz Tadeu da – Documentos de identidades: uma introdução às teorias do currículo, Belo Horizonte:Autêntica, 1999.

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.5-6, nov./dez. 2002.

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Módulos e Oficinas:atualização em serviço

da equipe escolar

INTRODUÇÃO

Os módulos apresentados têm por objetivo aperfeiçoar técnicos, diretores, professores e demais participantesdas comunidades escolar e local, visando a melhoria da qualidade do ensino. A linguagem utilizada é de fácilacesso, permitindo à comunidade escolar e demais interessados difundir os temas tratados, aplicando-osdiretamente à sua prática. A proposta é convidar a escola a um refletir - aprender - fazer coletivo e constantena busca de uma educação cidadã.

A concepção teórica da coleção está fundamentada na gestão compartilhada, a partir da qual a equipetorna-se responsável pelo planejamento, implementação e avaliação de ações decididas coletivamente. Funda-menta-se, também, pela concepção de qualificação permanente e continuada do indivíduo ou da equipe, seja emserviço ou para desenvolver o propósito educativo de forma mais efetiva.

A metodologia utilizada tem como base o trabalho desenvolvido pelo Programa Gestão Participativa (PGP),criado em 1995 na Faculdade de Educação - FACED/UFBA, a partir de convênio entre a UniversidadeFederal da Bahia e a Fundação Ford. Ela consiste em: fortalecer lideranças próativas; desenvolver equipescoesas; aumentar habilidades para solução de problemas em grupos; trabalhar com orçamento e finançaescolar; (re)elaborar o Projeto Pedagógico e o Plano de Desenvolvimento Escolar (PDE); desenvolver temastransversais e Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs); ajudar o cidadão a participar da educação nacional;trabalhar arte, emoção e comunicação; apoiar escolas, secretarias municipais e estaduais de educação, preocu-padas em implementar gestão participativa, Conselhos e Caixas Escolares; desenvolver múltiplas inteligências;estabelecer parcerias com organizações públicas e privadas e construir e reconstruir, juntos, mais e melhor.

O desenvolvimento dessa metodologia é feito através de módulos temáticos, aglutinadores de vivências peda-gógicas. Essas atividades têm o objetivo de ajudar às comunidades escolar e local, no desafio de melhorar aqualidade dos seus processos gestor e pedagógico, com foco no progresso do aluno.

O PGP/LIDERE considera a gestão escolar como responsável pelos processos administrativo, financeiro epedagógico. Nesse sentido, as atividades preparam o gestor e a equipe para a superação de desafios.

A coleção é composta atualmente por mais de quinze módulos, sumarizados a seguir. Outros módulos estãoem construção e testagem, como por exemplo: Educação ambiental, Oficina de leitura para alunos, educaçãoSexual etc.

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.7-9, nov./dez. 2002.

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8 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.7-9, nov./dez. 2002.

MÓDULOS PUBLICADOS E EM CONSTRUÇÃO

1. Liderança EducacionalDesenvolve competências básicas em liderança educacional mediante reflexão-ação-reflexão.

2. Liderança InterpessoalEstá em processo de elaboração pela equipe PGP/LIDERE.

3. A força da equipe: gestão compartilhada como um diferencial de qualidadeAnalisa teoria e prática da gestão compartilhada, características e condições requeridas para uma gestão eficaz. Desenvolveatitudes e valores: comunicação, processo de identificação, análise, priorização e resolução de problemas, liderança democrática,funções do líder, fortalecimento da equipe escolar, condução de reuniões, uso do tempo, registro da memória e portifólio.Módulo publicado no Gerir v.7, n. 21, set./out. 2001 (Parte I) e Gerir v. 7, n.22, nov./dez. 2001 (Parte II).

4. A LDB 9394/96 e o desenvolvimento escolarAnalisa as implicações da Lei 9394/96, a escola e os sistemas de ensino, o planejamento e a avaliação de programas educacionais.O que mudou na prática? O que ainda pode mudar?Está sendo atualizado pela equipe PGP/LIDERE.

5. Gestão compartilhada na prática: o Colegiado/Conselho EscolarDesenvolve o potencial dos conselheiros para o exercício de responsabilidades e funções do Colegiado/Conselho Escolar (CE),processo em grupo e construção de equipes, organização e condução de reunião, planejamento, acompanhamento, avaliação econdução do trabalho do CE para atingir maior efetividade.Publicado pela Secretaria de Educação e Cultura SEC em 1998.Módulo publicado no Gerir v. 8 n. 25, mar./abr. 2002.

6. Mudança consentida: Projeto Pedagógico e o Plano de Desenvolvimento EscolarDiscute planejamento e desenvolvimento do projeto pedagógico, abordando o currículo, temas transversais e parâmetros curricularesnacionais para construção de quadro analítico e delineamento da realidade escolar; (re)elaboraração do “Plano de Desenvolvimen-to da Escola”- PDE, definindo os princípios, objetivos e metas, definidos pelo projeto pedagógico, bem como a avaliação do seudesenvolvimento.Módulo publicado no Gerir v. 7, n.18, mar./abr. 2001.

7. Dinheiro na escola: a gestão dos recursos financeirosEnfatiza os princípios e etapas orçamentárias envolvidas no processo de execução dos recursos da escola, legislação vigente,conceitos e elementos de receita e despesas, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorizaçãodo Magistério - FUNDEF e desenvolvimento prático dos conteúdos abordados.Módulo publicado no Gerir v. 7, n.19, mai./jun. 2001.

8. Do sonho à realidade da escola: elaboração, desenvolvimento, avaliação e acompanhamento deprojetos educacionais.Aborda temas relativos ao processo de planejamento compartilhado: elementos constitutivos, identificação da realidade, estabe-lecimento de metas e objetivos; processo de acompanhamento, avaliação e implementação de projetos para a melhoria daqualidade da educação, elaboração do plano de ação e a sua execução.

9. Educação aqui, ali e acolá - ontem, hoje e amanhãRevisa o referencial teórico da educação a distância, sua interface com o ensino presencial e aplicação vinculada ao conceito deeducação continuada; analisa sua relevância e aplicação no mundo contemporâneo, caracterizado por mudanças; discute pontospositivos, negativos e possibilidades de superação de programas governamentais para desenvolvimento profissional de gestores eprofessores, a utilização de multi-meios na educação continuada presencial e a distância.Módulo publicado no Gerir v. 7, n. 20, jul./ago. 2001.

10. Passar de ano ou de conteúdo? A avaliação do processo ensino-aprendizagemAborda a (re)compreensão da avaliação como processo permanente de (re)pensar a prática da organização escolar, seus objetivose funcionalidade e o processo ensino-aprendizagem.Está sendo atualizado pela equipe PGP/LIDERE.

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9GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.7-9, nov./dez. 2002.

11. Vôo, e volto, criando...Trabalha a arte, liberando e (re)construindo emoções, (re)unindo cognição e emoção na (re)construção do cidadão pleno.Módulo publicado no Gerir v. 7, n. 17, jan./fev. 2001.

12. Educação para a SaúdePreservação da saúde, cuidados básicos com a saúde emocional, sexualidade e higiene.Está sendo atualizado pela equipe PGP/LIDERE.

13. Como transformar um grupo em uma equipe de sucesso.Oportuniza reflexão sobre quais os instrumentos, e como utilizá-los a favor da construção de uma equipe de sucesso.Módulo publicado no Gerir v. 8, n. 23, jan./fev. 2002.

14. Grêmio EstudantilInstrumentaliza a implantação/fortalecimento do grêmio em escolas públicas baianas contribuindo assim para a formação do alunocrítico, criativo e participativo.Módulo publicado no Gerir v. 8, n. 24, mar./abr. 2002.

15. Comunicação em educação e interpessoalAnalisa a importância, os princípios, processos e desafios da comunicação no âmbito educacional.

16. Vivenciando a PAZ na escolaPromove discussões sobre situações de violência que permeiam a escola, a família e a sociedade, provocando reflexões entre pais,alunos e educadores sobre as reais possibilidades da construção de uma cultura de paz.

17. Planejamento EducacionalAborda aspectos históricos sobre o planejamento da educação no Brasil; apresenta situações e atividades concretas com vistas àvivência do processo participativo visando enriquecer, aprofundar e favorecer a construção do Planejamento Educacional.

18. Pedagogia de ProjetosEnfatiza um estudo reflexivo sobre a Pedagogia de Projetos, orientando a equipe gestora das escolas públicas na construção do seuprojeto de trabalho, tendo em vista a valorização da diversidade e singularidade apresentada por cada indivíduo, consolidando umespaço democrático que conduz à compreensão de um novo agir.

19. Instrumento de Coleta de dados - questionários e pesquisaReúne vários instrumentos de coleta de dados, utilizados pela equipe PGP/LIDERE, alunos da pós-graduação da FACED/UFBA e de outras Universidades Estaduais. A utilização destes instrumentos não se restringe apenas às atividades realizadas peloPGP/LIDERE como também podem ser adaptados de acordo a situação.

20. Educação EspecialApresenta orientações e estratégias para a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais no ensino regular,priorizando a valorização da criança cidadã, autônoma e inserida em um contexto sócio, histórico e cultural, garantindo os seusdireitos e deveres fundamentais.

21. Oficina de Leitura para alunosOportuniza a discussão e a análise sobre as dificuldades enfrentadas pelos alunos na interpretação e compreensão de textos,experimentando novas metodologias para facilitar a aprendizagem.

22. AvaliaçãoAborda temas relacionados a avaliação da aprendizagem escolar dentro de uma perspectiva construtivista, buscando a definiçãode um conceito de avaliação correlacionado com a prática do educador, visando o pleno desenvolvimento do educando.

A seguir será apresentado o módulo Vivenciando a Paz na escola, elaborado para

contribuir com pais, alunos e educadores para a reflexão sobre as ações que possibili-

tem desenvolver uma cultura de paz na escola e na família

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10 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

COORDENAÇÃO:Katia Siqueira de Freitas1

VICE - COORDENAÇÃO:Mara Schwingel2

EQUIPE DE ELABORAÇÃO:Cleonice da Silva Santos3

Gilka Santana do Espirito Santo4

Noélia da Silva Souza Calmon5

Roberta Adorno Lima6

REVISÃO:Denise Abigail Britto Freitas Rocha7

Dra. Katia Siqueira de Freitas1

Mara Schwingel2

Regina Maria de Sousa Fernandes8

1 Ph.D em Administração da Educação. Coordenadora do PGP/LIDERE. E-mail: [email protected] Pedagoga,UFBA. Especialista em Educação Inclusiva, UNIVATES/RS.Vice-coordenadora do PGP/LIDERE. E-mail: [email protected] Estudante de Pedagogia,UFBA. Voluntária do PGP/LIDERE.E-mail:[email protected] Estudante de Administração, Fundação Visconde de Cayru.Estagiária do PGP/LIDERE.E-mail:[email protected] Estudante de Pedagogia,UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail:[email protected] Estudante de Pedagogia,UFBA. Estagiária do PGP/LIDERE. E-mail:[email protected] Pedagoga,UNEB. Mestranda em Educação/UFBA. Líder de Cursos e Oficinas do PGP/LIDERE. E-mail: [email protected] Licenciada em Letras,UFBA. Bolsista do PGP/LIDERE. Bolsista PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

Vivenciando aPAZ na escola

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“As crianças aprendem aquilo que vivem”

Se uma criança vive criticada,Aprende a condenar.

Se uma criança vive com maus tratos,Aprende a brigar.

Se uma criança vive humilhada,Aprende a se sentir culpada.Se uma criança é estimulada,

Aprende a confiar.

Se uma criança é valorizada,Aprende a valorizar.

Se uma criança vive no equilíbrio,Aprende a ser justa.

Se uma criança vive em segurança,Aprende a ter fé.

Se uma criança é bem aceita,Aprende a respeitar.

Se uma criança vive na amizade,Aprende a ser amiga,

Aprende a encontrar o amor no mundo.

1Edições Paulinas -Gratuidade

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

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Sumário

Apresentação

Objetivo

Estrutura do módulo

Fundamentação Teórica

Oficina 1: "Violência. O que é? O que fazer?"

Objetivos

Desenvolvimento da oficina

Dinâmica do Olhar

Referencial Teórico

Música: Novo TempoAvaliaçãoReferências

Oficina 2: "Educando para a Paz"

Objetivo

Desenvolvimento da oficina

Fantoches

Referencial Teórico

Trabalho em grupo

Jogo 1 - “Na trilha da paz”

Jogo 2 - “O que você faria...”

Sensibilização das velas

Avaliação

Considerações Finais

Exemplo de Oficina realizada pelo Programa Escola Efetiva: a equipegestora liderando o sucesso

Referências

Sites consultados

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

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Apêndice

Jogo - “Na trilha da paz”

Jogo - “O que você faria...”

Modelos de cartões para divisão de grupos

Educar para a paz e para a cidadania democrática

Reconhecendo comportamento indesejado

Anexos

Aspectos Legais

Declaração dos Direitos da Criança

Por uma cultura da PAZ

Do combate às causas da violência ao encontro com a paz

Reconhecendo os diferentes tipos de violência

Indisciplina, sociedade e escola

Indisciplina e violência na escola

Violência e paz: a exigência de novas políticas e ações integradas

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 13 anos

ECA - Leitura poética.

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ApresentaçãoNoélia da Silva Souza Calmon1

"Paz na terra aos homens de boa vontade".“Paz! Paz! Peace!” 2

O mundo inteiro grita por paz. Qual será mesmo o motivo deste grito?

Quando a sociedade se preocupa em refletir sobre a paz, quando os meios de comunicação passam a divulgá-la,certamente devemos fazê-lo com responsabilidade, pois quando um tema entra em destaque está apresen-tando situações preocupantes, que exigem de todos uma tomada de posição.

Quando necessitamos refletir sobre a vivência de paz na escola, seja através de palestras para alunos, pais,professores, comunidade, seja produzindo algum material ou atividade, torna-se motivo de indagação ecuidado.

No lugar onde há ausência de paz, certamente há presença de ações violentas e estas podem ser das maisdiversas (física, psicológica, sexual).

A família e a escola, instituições responsáveis que são pela educação e pela formação das crianças e conseqüen-temente dos jovens, devem assumir este papel com responsabilidade.

Há mais de 2500 anos, Pitágoras já dizia: "Eduquem as crianças para não punir os homens". Assim,educar é a chave para a resolução do problema da violência para a vivência de um mundo de paz.

Mas o que é mesmo educar? Educar vem do latim ‘educere’ que significa conduzir de um estado a outro,isto é, modificar. Educar para a paz não é uma tarefa simples, é preciso ser persistente. Exige paciência ecompromisso de todos.

A educação que ocorre na escola é de caráter formal, ou seja, é uma educação intencional, que tem porobjetivo transmitir os conhecimentos acumulados, bem como confrontá-los e modificá-los de acordo com ocontexto histórico.

A família também educa, mas educa de maneira informal. Esse tipo de educação se dá a partir das vivênciasque buscam socializar a criança para viver no contexto social. As influências da família na educação da criançapodem ser deliberadas e casuais ou acidentais: "deliberadas quando transparece a intenção de formar umdeterminado tipo de comportamento" e casuais ou acidentais "quando a aprendizagem de determinadocomportamento não resulta de intenção explícita" (ARANHA, 1996, p. 57).

Então, cabe a todos os educadores (pais ou responsáveis e professores) a missão de também refletirsobre a paz e fazer com que ela aconteça no ambiente onde são responsáveis.

Diante de o compromisso de auxiliar as escolas públicas e não calar frente a este assunto que permeia ocotidiano escolar, o programa PGP/LIDERE busca, através desta oficina, contribuir com a reflexão1 Estudante de Pedagogia,UFBA.Estagiária PGP/LIDERE.E-mail: [email protected] Paz em português, espanhol e inglês.

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

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deste tema e sugere algumas atividades a serem desenvolvidas com pais e responsáveis, alunos, profes-sores e equipe gestora, incluindo referências bibliográfica e eletrônica para aqueles que desejem se inteirardo assunto.

Desejamos uma boa leitura e um bom trabalho!

Objetivo

Provocar uma discussão, entre pais e educadores, sobre a possibilidade da construção de uma cultura depaz que neutralize as ações violentas que perpassam no mundo contemporâneo.

Estrutura do modulo

Este módulo está organizado em duas oficinas que poderão ser aplicadas em momentos diferentes hajavista a segunda complementa a primeira. A primeira oficina, "Violência. O que é? O que fazer?", possibi-lita a reflexão sobre o que é a violência e o que fazer para minimiza-la; a segunda, "Educando para a Paz",oportuniza aos participantes a compreensão de elementos que auxiliam a construção de uma cultura depaz.

O módulo possui também fundamentação teórica, que não se esgota em si mesma, apresenta o modelodas transparências originais em miniatura e indicações bibliográfica e eletrônica para melhorinstrumentalização dos facilitadores em sua aplicação.

Nos anexos, o facilitador encontrará textos pertinentes ao tema abordado e os jogos utilizados na segun-da oficina. Contudo, o facilitador deverá utilizar sua criatividade para enriquecer e adequar o módulo àrealidade na qual será aplicado.

Fundamentação teórica

Cleonice da Silva Santos3

Pensar em violência é estar disposto a abrir os olhos para compreender e erradicar a sua presença.

Falar de violência não é falar apenas de realidades concretas possíveis de mediação. Trata-se de umfenômeno complexo, histórica e culturalmente constituído; (...) refere-se a conduta de abuso o podermuitas vezes invisível e/ou encoberto, que envolve situações de força e tensão, assimetria e desigual-dades sociais danosas para a constituição do indivíduo e da sociedade. Sendo a violência um fenôme-no complexo, torna-se alvo de estudo por profissionais de diversas áreas como sociologia, antropo-logia, psicologia, filosofia e historiadores que buscam conceituar a família e assim contribuir para acompreensão do que é a violência e até onde a família tem participação na formação de atos violentos.Contudo, situar o problema exclusivamente na família, é mascarar a questão da desigualdade social.(VENCINA, 2002, p.612).

Não é difícil perceber que muitas vezes comete-se ato violento que já estão arraigados no ser humano e quenem sempre são vistos como tal. A violência não é somente mutilação de corpos, ela é explicitada tambématravés do desrespeito a dignidade humana.

3 Estudante de Pedagogia,UFBA.Estagiária PGP/LIDERE.E-mail:[email protected]

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A violência não se manifesta só nas ruas. Dentro do próprio ambiente familiar, ela se faz presente,impulsionando em muitos casos ao abandono do próprio lar. Apresenta-se de diversas formas: física,sexual ou psicológica (negligência e abandono). A violência física representa a utilização de força físicaexcessiva e inapropriada; a violência sexual representa os contatos entre crianças, adolescentes e adultosnos quais os primeiros são utilizados para as necessidades ou desejos sexuais do adulto pertencentes ounão à família; a violência psicológica representa situação de constrangimentos como agressões verbais,ameaças e humilhações.

Qualquer tipo de violência tem conseqüências a curto e longo prazo, que variam de problemas físicos àconduta criminal e violenta no futuro. A violência doméstica é considerada um dos fatores que mais temestimulado criança e o adolescente a viverem nas ruas. Se ambos não conseguem encontrar segurança eestabilidade em suas próprias casas, que visão levarão para o mundo lá fora?

A raiz do comportamento agressivo começa na infância e está alicerçada na relação de afeto com as figurasmaterna e paterna, devido aos filhos buscarem na figura do pai e da mãe um modelo a ser seguido.

Dessa forma, faz-se necessário que os pais, desde a mais tenra idade dos filhos, desenvolvam um clima deconfiança e respeito visando-lhes à elevação do caráter e propiciando-lhes uma educação para uma vidaequilibrada na sociedade.

A escola sendo uma extensão da educação iniciada na família é co-responsável pela formação e preparação doeducando para o exercício de cidadania. A escola deve educar para a socialização e prevenção não para arepressão. A violência explícita nas escolas tem se apresentado como um dos problemas mais sérios enfrenta-dos pela educação, o que reflete de certa forma a violência em outros espaços sociais, nos quais a populaçãotorna-se testemunha e vítima.

Portanto, reafirma-se que, a violência na escola não pode ser analisada como um fenômeno isolado; aconte-cendo de forma sutil e tantas vezes escondida na evasão, é também parte de um processo mais amplo queperpassa pelos muros da escola, pois implica em uma série de fatores que dizem respeito ao contexto socialcomo um todo.

No cenário atual, de intolerância e agressividade, a educação apresenta-se como uma alternativa, não paraoperar milagres em um mundo de incertezas e perplexidades, mas pela compreensão dos problemas para quese possa equacioná-los.

Uma das formas para auxiliar essa compreensão pode vir a ser o estudo, reflexão e valorização do Estatuto daCriança e do Adolescente (ECA), da Declaração Universal dos Direitos da Criança e da própria DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos por educadores, o que possibilitaria a sua efetivação uma vez que estesapresentam direitos assegurados que quando seguidos apontam perspectivas de mudança de comportamento,viabilizando a transformação do discurso do papel à prática cotidiana das crianças e adolescentes nas escolas,na família e na sociedade.

Perante essa realidade, cabe ao educador, seja pai, mãe, responsável tutelar, professores e/ou orientadoresespirituais, cuidar para que a violência não se perpetue e fazer cumprir o Artigo 53 do Estatuto da Criança e doAdolescente, Lei Federal n.º 8069 de 13 de julho de 1990, que diz: "A criança e o adolescente têm direito àeducação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualifica-ção para o trabalho, assegurando-se-lhes o direito de ser respeitado por seus educadores (...)".

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Entende-se que a cidadania não se limita a uma palavra, uma idéia, um discurso, nem está fora da vida daspessoas. Ao contrário, ela começa na relação do homem e da mulher consigo mesmo e em seguidaexpande-se até o outro e ao seu contexto social.

Assim, cria-se um novo olhar sobre o mundo tendo como foco os direitos humanos e o compromisso socialna construção de um mundo de paz. A cidadania é construída no exercício das pequenas coisas do cotidiano,abrangendo não apenas os direitos, mas, também, os deveres, gerando compromisso, responsabilidade eparticipação.

É nesse sentido, que algumas organizações não governamentais e governamentais, nas esferas municipal, esta-dual e federal vêm desenvolvendo ações para erradicar a violência e construir uma cultura de paz.

Como exemplo citamos alguns projetos criados para minimizar a violência nas escolas/comunidades: "Abrin-do Espaços: Educação e Cultura da Paz" (UNESCO), "Prevenção da Violência" - Instituto Nacional deEducação para a Paz(INPAZ), "Educação para a Paz" (UNIPAZ), dentre outros.

Nesse contexto, o módulo "Vivenciando a Paz na escola" pretende levantar questões que possamcontribuir para uma reflexão sobre o fenômeno da violência, bem como, suscitar o debate sobre aquestão dos direitos humanos oportunizando a construção de um novo olhar sobre a convivênciasocial, cujo objetivo é provocar uma discussão ampla sobre o que pensam professores e responsáveisa respeito dos altos índices de violência, que permeiam na família, na escola e na comunidade e assimbuscar novos caminhos para trabalhar esta temática nos contextos escolar e familiar.

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Oficina 1“Violência. O que é? O que fazer?”

Objetivos:

• Refletir sobre os fatores que contribuem para que o educandoapresente comportamento indesejado;

• Apresentar a família e a escola como co-responsáveis peloprocesso de formação do educando;

• Identificar tipos de violência e refletir sobre possibilidades desuperação.

Pauta:

• Cumprimentos (apresentação do módulo e da oficina) 5'• Leitura da pauta 5'• Leitura do objetivo da oficina 5'• Desenvolvimento da Oficina:

1.Dinâmica do Olhar 15'2.Referencial Teórico: transparências 35'

3.Música ambiente (a escolher) e reflexão 10'• Avaliação 10'• Encerramento 5'

Público Alvo: comunidades escolar e local.

Número médio de participantes: 50 pessoas.

Habilidades requeridas para os facilitadores: compreensão teórica e/ou prática do tema a sertrabalhado.

Duração: 1h30.

Recursos necessários:• aparelho de som;• cd-play (música ambiente);• quadro de giz;• giz ou pincéis;• música ambiente;• flip-chart;• piloto;• aparelho retroprojetor e lâminas de transparências;• cópia da música " No novo tempo" de Ivan Lins para os participantes.

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Figura retirada do site:http://www.abrapia.org.br/homepage/

cartilhas_e_cartazes

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Desenvolvimento da oficina

Dinâmica do olhar

Objetivo:Despertar a importância da utilização dos sentidos no contato com o outro, usando a visão, apercepção e o diálogo como forma de integração e afetividade entre os seres humanos.

Tempo Aproximado: 15 minutos.

Material Necessário:• aparelho de som;• cd-play (música ambiente).

Processo de trabalho:

O facilitador deverá:

1. Pedir para que os participantes formem dois círculos, com a mesma quantidade de pessoas,um dentro do outro;

2. Colocar uma música ambiente e pedir que os dois círculos girem um no sentido horário eoutro no sentido anti-horário, pensando no que mais gostam no ser humano;

3. Interromper a música e pedir que as pessoas do círculo de dentro fiquem de frente para asque estão no círculo de fora e respondam a pergunta feita (o que você mais gosta no serhumano?);

4. Em seguida, ao som da música, pedir que o grupo reflita sobre as seguintes questões:a) o que você gosta e não gosta em si mesmo (a);b) o que mais admira numa criança;c) o que mais admira no seu filho (a) ou aluno (a).

5. Interromper, novamente, a música e pedir para que os participantes respondam para os seuspares as perguntas do passo anterior;

6. Pedir que girem mais uma vez, ao som da música, e ao parar, solicitar que a dupla se despeçacom um olhar;

7. Pedir para que voltem aos seus lugares e que algumas pessoas digam qual foi a parte maisdifícil de ser realizada;

8. Concluir a dinâmica fazendo associações com a convivência familiar, social e escolar,enfatizando a necessidade da afetividade em suas relações cotidianas.

Coroação:O facilitador poderá conduzir a discussão mostrando que muitas vezes se convive junto, masnão percebe o outro, não está atento às suas necessidades, pois não se vive num ambienteharmonioso sem vínculos afetivos, cumplicidade e respeito mútuo.

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Referencial teórico

Chuva de palavras

Objetivo:Construir junto com os participantes um conceito de violência, identificando seus tipos e possi-bilidades de superação.

Tempo Aproximado: 45 minutos.

Material Necessário:• Quadro de giz;• Giz ou pincéis;• Música ambiente;• Transparências.

Processo de trabalho:O facilitador deverá:

1. Pedir que os participantes citem palavras que estejam relacionadas com o contexto da violência;

2. Anotar as palavras no quadro de giz, ou flip-chart e explorá-las formando um conceito coletivode violência;

3.Utilizar a transparência n.º 1 para analisar o conceito de teóricos sobre violência e compará-lo como elaborado pelos participantes; utilizar as transparências 2 , 3 e 4 para uma melhor fundamentaçãoteórica.

Dica:

Para melhor condução das transparências recomenda-se a leitura prévia dos textos de apoio, bem como doECA, (Estatuto da Criança e do Adolescente), para melhor condução desta temática, cuja finalidade éauxiliar o(a) facilitador(a), oferecendo subsídios teóricos para que ele possa aprofundar seus conhecimentossobre o tema abordado.

Violência

É o emprego ilegítimo ou ilegal da força.(Dicionário Aurélio Buarque de Holanda)

É a transgressão onde se passa dos limites do outro através do abuso, da força e do poder.(Içami Tiba, 1999)

Toda essência da violência tem um começo, um meio e um fim.

(Verniere, 1996).

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Música Novo Tempo

Objetivo:Contribuir com a reflexão das possibilidades de ações que, desenvolvidas por pais, mães, responsá-veis, promovam um ambiente de harmonia.

Tempo Aproximado: 10 minutos.

Material Necessário:• aparelho de som, CD ou instrumento para acompanhamento;• cópia da música para todos os participantes.

Processo de trabalho:

O facilitador deverá:

1. Distribuir cópia da música para todos os participantes;2. Convidar todos a acompanharem a música;3. Conversar suscitando exemplo de atitudes no cotidiano que podem ser realizadas para evitarações violentas.

Coroação:O facilitador deverá conduzir a conversa com os participantes a fim de levantar possibilidades desuperação de comportamentos indesejados. Durante a conversa é importante dizer que a violêncianão pode ser corrigida com outra violência. E que devemos refletir sempre sobre as nossas ações,pois inconscientemente cometemos atos violentos em nossas vidas, mas que é possível superar talcomportamento.

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Aspecto Legal

Artigo 18 – É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente,pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,vexatório ou constrangedor.

(ECA 8069/90)

Aspecto Legal

Artigo 129 - Medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis:

VII – Advertência;

VIII – Perda da guarda;

IX – Destituição da tutela;

X – Suspensão ou destituição do pátrio poder.

(ECA 8060/90)

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Novo Tempo

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

No novo tempo, apesar dos castigosEstamos crescidos, estamos atentos,

estamos mais vivosPra nos socorrer, pra nos socorrer,

pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigosDa força mais bruta, da noite que assusta,

estamos na luta.

Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviverPra que nossa esperança seja mais que vingança

Seja sempre um caminho que se deixa de herança

No novo tempo, apesar dos castigosDe toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga

Pra nos socorrer, pra nos socorrer,pra nos socorrer.

No novo tempo, apesar dos perigosDe todos os pecados, de todos enganos,

estamos marcados

Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviverPra que nossa esperança seja mais que vingança

Seja sempre um caminho que se deixa de herança

No novo tempo, apesar dos castigosEstamos em cena, estamos nas ruas,

quebrando as algemasPra nos socorrer, pra nos socorrer,

pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigosA gente se encontra cantando na praça,

fazendo pirraçaPra nos socorrer, pra nos socorrer,

pra nos socorrer.

Ivan Lins e Vitor Martins

Referências:

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. LEI FEDERAL N. 8069/1990. CentroBrasileiro para a Infância e a Adolescência-Bahia. Agosto de 1990.

BRASIL. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil-1988. Brasília, DF: CentroGráfico, 1988.

Iten s E xcelente Bom Razo ável Deficiente Ruim Não se aplica

A bertura da oficinaD inâm ica-S ensibilizaçãoT rabalho em E quipeC ondições físicas/localC ondições dos recursos técnicosM inistrante(s)M aterial D idáticoO bjetiv o propostoC arga horáriaT em aC onteúdo

Avaliação

Atividade: __________________________________________Local : _____________________________________________ Data: ___/___/___

Precisamos receber seus comentários e percepções para melhoria contínua do nosso trabalho.

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Oficina 2“Educando para a Paz”

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Gravura retirada do site: www.criançascriativas.com.br.

"A indisciplina é o grito de alguém que quer ser sujeito".Pedro Demo (1995).

Objetivo:

Refletir sobre ações que visem promover uma cultura de paz na escola e na família.

Pauta:• Cumprimentos (apresentação da oficina) 5'• Leitura da pauta 5'• Objetivo 5'• Desenvolvimento da oficina:

1. Fantoches 20'2. Referencial teórico 30'3. Trabalho em grupo 30'4. Sensibilização da velas 10'

• Avaliação 5'• Encerramento 5'

Público Alvo: comunidades escolar e local.

Habilidades requeridas para os facilitadores: compreensão teórica e/ou prática do tema a sertrabalhado.

Duração da oficina: 1h55.

Recursos necessários:• três bonecos fantoches;• cenário para fantoches (pode ser um lençol liso);• música " Marcas do que se foi" de Felipe Cerquize;• cópia da música para os participantes;• transparências;• painel contendo uma trilha (poderá ser feita com papelão) com perguntas variadas;

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Recursos necessários(continuação):

• dois dados;• miniaturas plásticas de carrinhos de corrida ou tampinhas coloridas de garrafas PET;• caixinha, envelope ou saco contendo as questões do jogo "O que você faria..." (sugestões

de perguntas nos anexos);• 5 velas grandes (7 dias) - uma de cada cor;• velas pequenas (de bolo de aniversário ou outra) - uma para cada participante;• música "Depende de Nós" de Ivan Lins;• aparelho de som;• cópia da música para todos os participantes.

Desenvolvimento da oficina :

FantochesObjetivo:Apresentar de forma lúdica aspectos importantes para a construção de uma vivência de paz.

Tempo Aproximado: 20 minutos.

Material Necessário:• três bonecos fantoches;• cenário para fantoches (pode ser um lençol liso);• música " Marcas do que se foi" de Felipe Cerquize;• cópia da música para os participantes.

Processo de trabalho:1. O facilitador convidará os participantes para prestarem atenção a apresentação dos fantoches

que já deverão está a postos para começar;2. Serão necessárias três pessoas para movimentar os bonecos e executar a fala;3. Os bonecos deverão relatar uma situação, em que ocorreu um ato violento e tentar refletir

para ajudar a superação da situação violenta com um comportamento não violento.

Seguem, abaixo, exemplos das falas que devem ser ensaiadas antes da apresentação. Os atores deverão usar acriatividade para enriquecer o diálogo.

Cena: 03 bonecos em uma escola

João - Hoje, eu estou a fim de bagunçar, nada de aula. Hoje eu vou perturbar todo mundo na escola;vou jogar bolinha de papel na sala, pichar os banheiros...

Entra em cena Pedro.

João - E aí Pedro? Hoje eu estou a fim de bagunçar. Vamos lá meu rei!

Pedro - Não sei. Eu não acho certo e não é isso que minha mãe e minha professora me ensinam, tambémnão quero levar suspensão e ficar na diretoria.

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Após a música: concluir a atividade focalizando que a paz para acontecer depende da ação individual nocontexto coletivo.

Coroação:O facilitador poderá concluir esta etapa reforçando a idéia de que a violência só gera violência. Épreciso que os educadores tenham em mente que a violência praticada por crianças e adolescentes é,antes de tudo, o reflexo do meio em que está inserida e por isso, devem estar atentos para neutralizarqualquer ato violento.

Entra em cena Maria que observava a conversa:

Maria-Pessoal! Parem com isso! O que vocês pensam que estão fazendo?

João - Qual é Maria? Você é boboca, eu estou chamando Pedro para bagunçar muiiito nessa escola, hoje.

Maria - E você acha essa atitude correta? Quem bagunça na escola nada tem a ganhar, só a perder. Todosperdem com o mau comportamento: a escola, a família e você mesmo.

Pedro - É verdade Maria. A escola é nossa e precisamos cuidar bem dela, deixando-a limpa e tratandobem os colegas, professores, funcionários e todos que trabalham na escola. Assim, podemos ter umambiente de paz, alegria e união.

João - É verdade! Eu não tinha pensado nisso.

Pedro - Gente! Eu estou ouvindo um barulho diferente. Você está ouvindo Maria?

Maria - Não.

Todos silenciam por um momento para ouvir o barulho.

Maria - Ouçam bem! É ela que está chegando... é a paz.

Todos cantam juntos com a platéia, a música Marcas do que se foi.

Marcas do que se foiFelipe Cerquize

Esse anoQuero paz no meu coraçãoQuem quiser ter um amigo

Que me dê a mãoO tempo passa

E com ele caminhamos todos juntos

Sem pararNossos passos pelo chão vão ficar

Marcas do que se foiSonhos que vamos ter

Como todo dia nasce comoem cada amanhecer.

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Referencial Teórico:

O referencial teórico será feito com apoio de transparências. É necessário que o facilitador leia omaterial de apoio para ajudar na condução das transparências. No final do módulo serão dadasreferências bibliográficas e eletrônicas que auxiliarão no aprofundamento do tema, bem como textosauxiliares que possibilitam uma melhor compreensão da temática.

Transparências:

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Objetivo

Refletir sobre ações que visem promover uma cultura de paz na escola e na família.

A Criança tem direito à Educação para desenvolver suas aptidões,suas opiniões e o seu sentimento de responsabilidade

Declaração Universal dos Direitos da Criança. Princípio VII

Para construir a paz é preciso:

Analisar as situações violentas e agressoras queacontecem no interior da escola.

Medidas aplicáveis a pais e responsáveis :

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou perda do pátrio poder.

Educação para a paz

É preciso educar os jovens apresentando-lhes princípios morais e éticosnorteadores de suas vidas.

J.R. Paiva

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Trabalho em Grupo

Objetivo:

Discutir questões do cotidiano que impedem o ser humano de trilhar um caminho de paz e simultane-

amente propor alternativas de mudanças.

Jogo 1 - “Na trilha da paz”

Tempo Aproximado: 30 minutos

Material Necessário:• um painel contendo a trilha (poderá ser feito em cartaz) com perguntas variadas;• dois dados;• miniaturas plásticas de carrinhos de corrida ou tampinhas de garrafas PET, na quantidade

dos participantes.

Obs: É necessário que o facilitador prepare o jogo com antecedência. As perguntas sugeridaspara trilha encontram-se nos anexos.

Processo de trabalho:O facilitador indicará as regras do jogo:

1. Distribuir uma miniatura para cada participante;2. Decidir junto com os participantes quem começa. Podem ser lançados os dados e se

escolher aquele que fizer o maior ou o menor número de pontos.3. Iniciar o jogo lançando o dado e respondendo a indicação da trilha. A resposta pode ser

complementada pelos demais membros do grupo.4. Avisar que não terá nenhum ganhador em específico. Mas que todos são ganhadores à

medida que levantam reflexões para melhor vivenciar a paz.

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Sugestões para diminuir a violência na escola

• Respeitar as diferenças;

• Lembrar à família o seu importante papel de formar os filhos para a cidadania;

• Desenvolver dinâmicas para melhorar o entrosamento entre a família, aescola e a sociedade.

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Jogo 2 - “O que você faria...”

Tempo Aproximado: 30 minutos.

Material Necessário:• caixinha, envelope ou saco;• fichas contendo questões sobre situações reais vivenciadas no cotidiano.

Obs: É necessário que o facilitador prepare o jogo com antecedência. As questões sugeridas parao jogo "O que você faria..." encontram-se nos anexos.

Processo de trabalho:O facilitador deverá:1. Entregar as questões dentro da caixinha, saco ou envelope para o grupo;2. Pedir que o grupo decida quem vai começar;3. Pedir para quem for começar retirar uma ficha de dentro da caixinha (saco ou envelope),

ler em voz alta e completar com sua resposta;4. Solicitar o grupo que complemente ou sugira outra resposta.

Coroação:O facilitador poderá convidar participantes dos dois jogos para socializarem o que foi discutido emseus grupos, destacando o(s) ponto(s) de maior relevância.

O facilitador conclui a atividade reforçando as idéias/sugestões positivas apresentadas pelos repre-sentantes dos grupos e se necessário, acrescentando outras.

Sensibilização das Velas

Objetivo:Sensibilizar os participantes a resgatarem a esperança dentro de si, para que possam buscar auxílionos outros e juntos enfrentarem a problemática da violência.

Tempo Aproximado: 20 minutos

Material Necessário:• 5 velas grandes (7 dias) - uma de cada cor;• velas pequenas (de bolo de aniversário ou outra) - uma para cada participante;• música "Depende de nós" de Ivan Lins;• aparelho de som,• cópia da música para todos os participantes.

Processo de trabalho:O Facilitador deverá:1. Escolher 5 participantes com antecedência e distribuir uma fala para cada um;2. Distribuir uma vela pequena e uma cópia da música para todos os participantes (menos os

cinco já escolhidos);3. Entregar, a cada um dos cinco participantes, uma vela correspondendo a um personagem:

professor, aluno, escola, família e esperança;

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4. Pedir para que os participantes entre um de cada vez, com a vela acesa, e recite a sua falacomo um desabafo, apagando a vela em seguida;

5. Ao final da fala do último personagem, (a esperança) todos acendem as velas e cantam juntos.

Falas:

Professor - Eu sou o professor. Dizem que a evasão está alta porque não consigo segurar o aluno nasala, mas eu faço o que posso, se ele não quer aprender eu não tenho culpa, estou terrivelmente triste,não consigo me manter acesa. Vou apagar!

Aluno - Eu sou o aluno. Dizem que sou bagunceiro, que não quero nada com o estudo, ninguémobserva que preciso de atenção, de orientação, pois me sinto perdido nessa vida, não gostaria de mesentir assim, mas não tem outro jeito. Vou apagar!

Escola - Eu sou a escola! gostaria muito de ser um local mais agradável, limpo e bonito para todos. Sóque às vezes sou maltratada, depredada, minhas paredes são riscadas, não consigo me manter conserva-da. Sem a ajuda de todos vocês eu vou apagar!

Família - Eu sou a família. Falam por aí que não sei criar meus filhos como deveria, mas eu sei que façoo que posso, mas sinto que preciso de orientação e ajuda da escola e da sociedade, sozinha, com certeza,vou apagar!

Entra em cena a última vela (esperança) e pergunta as demais:

Esperança - O que está acontecendo? Por que vocês não estão acesas aquecendo e irradiando o mundocom ações positivas? Vamos! Acendam suas chamas (neste momento ele acende as outras velas e segueacendendo a de todos os participantes) e vamos mostrar a todos que ainda existe esperança, quedepende de cada um de nós.

Pedir para que todos cantem a música "Depende de nós".

Depende de NósIvan Lins e Vitor Martins

Coroação:O facilitador poderá encerrar compartilhando com todos o sentimento de alegria e comoção,solicitando que as pessoas se abracem, desejando que esse momento se prolongue por muitotempo na vida de cada uma delas.

Obs: É importante que se faça avaliação ao término da aplicação do módulo. Assim o(a/s) facilitador(a/s)poderá(ão) utilizá-la para aperfeiçoar numa próxima aplicação.

Sem que a gente precise sonhar...Que os ventos cantem nos galhosQue as folhas bebam o orvalho

Que o sol descortine mais as manhãs

Depende de nósSe este mundo ainda tem jeito

Apesar do que o homem tem feitoSe a vida sobreviverá.

Depende de nósQuem já foi ou ainda é criançaQue acredita ou tem esperança

Quem faz tudo pr'um mundo melhor

Depende de nósQue o circo esteja armado

Que o palhaço esteja engraçadoQue o riso esteja no ar

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Considerações Finais

Gilka Santana do Espirito Santo

Noélia da Silva Souza Calmon

Devemos ressaltar que o envolvimento e a divisão de responsabilidade entre os pais e professores sãoimportantes para a construção de uma cultura de paz.

Concluímos esse trabalho com a esperança de que realmente venha atingir os objetivos propostos, nãopor nós organizadores, mas pela sociedade que clama por um mundo que venha através das relaçõesentre os seres possibilitar a construção de uma cultura de paz.

Devemos ir construindo a paz individualmente, à medida que vamos construindo-a coletivamente. A pazse constrói com coerência entre o pensar e o agir, com reais ações concretas, atitudes e não só com boasintenções.

Sabemos que o caráter do indivíduo é formado de acordo com a educação que ele recebe na infância.

O destino das criaturas humanas que compõem a sociedade está em conexão com os princípios educa-cionais que lhes foram inculcados na infância e na adolescência.

Aí está a co-responsabilidade de pais e educadores no sujeito que será formado para a sociedade. Preci-samos, portanto, desenvolver uma cultura de paz através de ações integradas, capaz de gerar impactoscom resultados positivos que proporcionem mais tranqüilidade e respeito mútuo, além de mobilizar econscientizar todos os segmentos da sociedade para que juntos desenvolvam ações que viabilize a cons-trução da cultura de paz.

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Avaliação

Atividade: __________________________________________Local : _____________________________________________ Data: ___/___/___

Precisamos receber seus comentários e percepções para melhoria contínua do nosso trabalho.

Iten s Excelente Bo m Razoável Deficien te Ruim Não se aplica

A bertura da oficinaD inâm ica-SensibilizaçãoT rabalho em E quipeC ondições físicas/localC ondições dos recursos técnicosM inistrante(s)M aterial DidáticoO bjetiv o propostoC arga horáriaT em aC onteúdo

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31GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Passos da atividade:• Cantar coletivamente a música;• Relacionar a letra da música com a temática: cultura de paz;• Concluir a atividade enfatizando que a construção de uma cultura de paz depende de ações conjuntas,onde cada um deve oferecer o melhor de si e lembrar sempre que é possível cultivar a paz.

3- Palestra: A paz na escola - Ministrada pelo Tenente Elison Santos Oliveira, Comandante da CompanhiaOperacional do Nordeste de Amaralina./ Abertura para debate sobre a palestra.

4- Apresentação do coral da Escola Municipal Abrigo do Salvador.

5- Intervalo.

Aos jovens é necessário apresentar-lhes valores (éticos, morais e religiosos) de convivência pacífica quesão norteadores da vida. Devem ser dirigidos para o desenvolvimento de um espírito de cooperação, ea partir do momento em que se permear desses valores, a transformação e a cultura de paz estarãoasseguradas.

Acreditamos também que a escola, sendo agente de transformação, deve oferecer possibilidades para aconstrução do verdadeiro sentido de paz e para o fortalecimento das relações dentro e fora do ambienteescolar.

Uma educação eficiente e eficaz, certamente, será a solução.

Exemplo de oficina realizada pelo Projeto Escola Efetiva:a equipe gestora liderando o sucesso (PEEF).

Local: Centro de Aperfeiçoamento Pedagógico de Salvador - CAPSPúblico alvo: equipes gestoras, alunos e pais das escolas parceiras do PEEF.

1. Abertura pelo coordenador da tarde de trabalho.

2. Sensibilização inicial: Música (Depende de nós)

Depende de nósQuem já foi ou ainda é criançaQue acredita ou tem esperança

Quem faz tudo pr'um mundo melhor

Depende de nósQue o circo esteja armado

Que o palhaço esteja engraçadoQue o riso esteja no ar

Sem que a gente precise sonhar...

Que os ventos cantem nos galhosQue as folhas bebam o orvalho

Que o sol descortine mais as manhãs

Depende de nósSe este mundo ainda tem jeito

Apesar do que o homem tem feitoSe a vida sobreviverá.

Ivan Lins e Vitor Martins

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6- Jogos: “Na trilha da paz” e “O que você faria...”

a) apresentação com fantoches

Objetivo:Apresentar de forma lúdica aspectos importantes para a construção de uma vivência de paz.

Material necessário:• três bonecos fantoches;• cenário para fantoches (pode ser um lençol liso);• música "Marcas do que se foi" de Felipe Cerquize;• cópia da música para os participantes;

Procedimentos:• o mediador convidará os participantes para prestarem atenção à apresentação dos fantoches,

os quais, deverão estar a postos;• será necessário três pessoas para movimentar os bonecos e executar a fala;• os bonecos deverão relatar uma situação conflituosa que leve os ouvintes à reflexão para superá-la

vivenciando uma construção de cultura de paz.

Exemplo de falas que poderão ser enriquecidas conforme o contexto em que a atividade fordesenvolvida.

Cena: 03 bonecos em uma escola

João - Hoje, eu estou a fim de bagunçar, nada de aula. Hoje eu vou perturbar todo mundo na escola;vou jogar bolinha de papel na sala, pichar os banheiros...

Entra em cena Pedro.

João- E aí Pedro? Hoje, eu estou a fim de bagunçar. Vamos lá meu rei!

Pedro- Não sei. Eu não acho certo e não é isso que minha mãe e minha professora me ensinam,também não quero levar suspensão e ficar na diretoria.

Entra em cena Maria que observava a conversa:

Maria- Pessoal!!! Pare com isso! O que vocês pensam que estão fazendo?

João - Qual é Maria? Você é boboca, eu estou chamando Pedro para bagunçar muiiito nessa escola, hoje.

Maria - E você acha essa atitude correta? Quem bagunça na escola nada tem a ganhar, só a perder.

Todos perdem com o mau comportamento: a escola, a família e você mesmo.

Pedro - É verdade Maria. A escola é nossa e precisamos cuidar bem dela, deixando-a limpa e tratandobem os colegas, professores, funcionários e todos que trabalham nela. Assim, podemos ter um ambientede paz, alegria e união.

João - É verdade! Eu não tinha pensado nisso.

Pedro - Gente! Eu estou ouvindo um barulho diferente. Você está ouvindo, Maria?

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33GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Atividade prática

Objetivo:Discutir questões do cotidiano que impedem o ser humano de trilhar um caminho de paz e, simultane-amente, propor alternativas de mudanças.

Jogo 1 - “Na trilha da paz”

Material Necessário:• um painel contendo a trilha (feito com papelão) com perguntas variadas;• dois dados;• miniaturas de carrinhos de corrida ou tampinhas de garrafas PET coloridas na quantidade dos participantes.

Procedimentos:O mediador indicará as regras do jogo.1. distribuir uma miniatura de carrinho de corrida para cada participante;2. decidir junto com os participantes quem começa. Pode ser lançado os dados e escolher aquele que fizer o maior

ou o menor número de pontos;3. iniciar o jogo lançando o dado e respondendo a indicação da trilha. A resposta pode ser complementada

pelos demais membros do grupo;4. socialização pelos grupos das reflexões que foram estimuladas pelo jogo.5. jogo indicado para 5 ou 8 pessoas.

Obs: Lembrar que não haverá ganhador. Todos são ganhadores na medida em que levantam reflexões para melhorvivenciar a paz.

Jogo 2 - “O que você faria...”

Material Necessário:• caixinha, envelope ou saco;• fichas contendo questões sobre situações reais vivenciadas no cotidiano.

Maria - não.

Todos silenciam por um momento para ouvir o barulho.

Maria - Ouçam bem! É ela que está chegando... é a paz.

Todos cantam juntos com a platéia a música Marcas do que se foi.

Marcas do que se foiFelipe Cerquize

Esse anoQuero paz no meu coraçãoQuem quiser ter um amigo

Que me dê a mão

O tempo passaE com ele caminhamos todos juntos

Sem pararNossos passos pelo chão vão ficar

Marcas do que se foiSonhos que vamos ter

Como todo dia nasce comoem cada amanhecer.

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34 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Procedimentos:• Entregar para cada grupo, um conjunto de fichas com questões relacionadas com o cotidiano da escola.• Colocar as fichas num saco ou envelope.• Cada participante do grupo, um por vez, deverá retirar uma ficha do saco ou envelope, ler a pergunta e responder.

Os outros participantes podem completar a resposta. E assim sucessivamente até todos participarem do jogo.

Modelos de questões para o jogo (“O que você faria...”)

Obs: no final do jogo, um representante do grupo socializará com o grande grupo ações positivas e incentivadoras paraa tomada de decisões

Leitura do Texto: “Por uma Cultura da Paz”, de Vera Maria Candau (ver Anexos).

7- Momento da coordenação.

8 - A voz das escolas.

9- Confraternização

10 - Coral com os alunos da Escola Municipal Brigadeiro Eduardo Gomes.

11- Avaliação.

... SE VISSE UM ADULTOESPANCANDO UMA

CRIANÇA?

... PARA APROXIMAR A

FAMÍLIA DA ESCOLA?

... PARA ORIENTAR SEU FILHO (A) OU

ALUNO(A) QUE PEGOU ALGUM OBJETO

ESCONDIDO DE UM COLEGA?

... SE SUSPEITASSE QUE SEU(A)FILHO(A) ESTÁ SOFRENDO ABUSO

SEXUAL?

... SE ENCONTRASSE DUAS CRIANÇASNA RUA BRIGANDO E XINGANDO SEUS

PRÓPRIOS PAIS?

... SE ALGUÉM PEDISSE UMA OPINIÃO SOBRE COMOFAZER COM UMA CRIANÇA QUE NÃO

RESPEITA SEU PRÓXIMO?

... SE SEU FILHO(A)/ALUNO(A) CONTASSE

UMA MENTIRA GRAVE?

... PARA TORNAR A

ESCOLA UM AMBIENTE

MAIS PRAZEROSO?

... SE FOSSE CONVIDADO(A) PARA AJUDAR A

ORGANIZAR UMA ATIVIDADE QUE DESPERTASSE A BUSCA

PELA PAZ?

... SE SUSPEITASSE QUE OSEU(A) FILHO(A) ESTÁ

USANDO DROGAS?

... SE VOCÊ ESTIVESSE NUM CARROE O MOTORISTA AVANÇASSE O

SINAL VERMELHO?

... PARA DIMINUIRA INDISCIPLINA NA

ESCOLA?

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35GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Referências

ABRAMOVAY, Mirian. et al. Violências nas escolas. Brasília, DF: UNESCO, 2002.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2ed. São Paulo: Moderna, 1996.

CAMPELLO, Cristina Maria Teixeira. Violência na escola: um protesto contra a exclusão social?In.:______ Bahia Análise e dados. Salvador/BA, SEI, v. 11, n.1, junho 2001. p.28-31.

COLOMBIER, C. et al. A violência na escola. 2ed. São Paulo: Summus, 1989.

ESPINHEIRA, Gey. Sociabilidade e violência na vida cotidiana em Salvador. In.:_____ BahiaAnálise e dados. Salvador/BA, SEI, v. 11, n.1, junho 2001. p.8-1 5.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. LEI FEDERAL N.8069/1990. Centro Brasileiropara à Infância e a Adolescência-Bahia. Agosto 1990.

FERRARI, Dalka C. A.; VECINA, Tereza C. C. (Coord.) O fim do silêncio na violência familiar:teoria e prática. São Paulo: Agora, 2002.

PAIM, Zilda Fátima da Silva. Basta! EU (quem) quero paz!. In.: Bahia, Análise e dados. Salvador/BA,SEI, v. 11, n.1, junho 2001. p.129-135.

PORTELA, Patrícia; PAVAN, Ruy. Repensando a violência: a construção de um novo olhar. In.:Bahia Análise e dados. Salvador/BA, SEI, v. 11, n.1, junho 2001. p.63-66.

WEIL, Pierre. Educação para a paz: uma solução para o grande problema da violência. In.:Bahia Análise e dados. Salvador - BA, SEI, v. 11, n1, junho 2001. p. 136-139.

WESPHAL, Márcia Faria (Org.). Violência e criança. Ed. da Universidade de São Paulo, 2002.

VERNIERI, Maria Julia; WAISMAN, Laura. Violencia y agressividad em la escuela. Taller paradocentes. Copyright Adrograf. Buenos Aires: Argentina Editora, junho de 1996.

Sites Consultados

http://www.soudapaz.orgSite da ONG Sou da Paz pela defesa dos Direitos Humanos e pela redução da violência no Brasil, que apresentadados de pesquisas, opiniões e notícias sobre segurança pública. Há diversas informações sobre as frentes deatuação em projetos e campanhas de intervenção e desarmamento em regiões violentas de São Paulo.

http://www.inpaz.cbj.netInstituto Nacional De Educação Para A Paz E Os Direitos Humanos - InpazÉ o site do Instituto- Inpaz, uma rede multidisciplinar de profissionais com reconhecida atuação nos campos dapromoção dos direitos humanos, do fortalecimento de uma cultura de paz e da educação para a cidadaniamundial. Sediado em Salvador-BA.

O objetivo da página é promover discussões, reflexões, apresentando projetos, galerias de arte e livro da paz.Fundação Instituto de Direitos Humanos

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36 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

http://www.idh.org.brSite da Fundação IDH, entidade privada sem fins lucrativos. Tem por objetivo refletir sobre os direitos funda-mentais da pessoa humana, desenvolvendo ações que possam contribuir para a construção de uma sociedadejusta e igualitária.

Há projetos sendo desenvolvidos sobre: o Estatuto da Criança e do Adolescente e combate à fome. Promoveuma variedade de cursos e seminários, disponibilizando, também, diversos artigos.

http://www.unesco.org.brDe fácil navegação, o site da UNESCO proporciona ao usuário entender o trabalho que vem sendo desenvolvidopela organização no Brasil e pelo mundo.

O site apresenta programas, parceiros, publicações, notícias e eventos da Organização das Nações Unidas para aEducação, Ciência e a Cultura. Destacando-se o manifesto a favor da paz no qual o usuário fica consciente deatitudes que podem proporcionar uma convivência pacífica na sociedade.

http://www.fundabrinq.org.br/redeprefeitocriança/index.aspO site informa o que é o programa “Rede Prefeito Amigo da Criança” e tem por objetivo mobilizar, comprometere apoiar as administrações municipais na implementação de políticas públicas de proteção integral às crianças eadolescentes, em sintonia com o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. Traz links sobre o ECA e sobrea Declaração Universal dos Direitos da Criança.

http://www.presidencia.gov.br/gsi/piaps/noticias/noticia_77.htm

O site refere-se ao termo de cooperação assinado pelo então ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro, onde asempresas que fizerem doações para projetos de prevenção da violência para com crianças e adolescentes, possamabater 1% do seu Imposto de Renda.

http://www.crmariocovas.sp.gov.br/amc_a.php?y=001A visita neste site proporciona a leitura do texto de Aída Maria Monteiro Silva iniciado com a seuinte frase "Maisque um caso de polícia, a violência nas escolas é um problema pedagógico" fala sobre a origem da violência ecomo ela é produzida no ambiente escolar.

Sabendo que é impossível erradicar a violência da sociedade, o site aponta algumas pistas do que pode ser feitona escola e conclui com o relato de uma experiência que deu certo em São Paulo e quais foram os seus resultados.

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37GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Apêndice

Jogo "Na trilha da paz"O jogo "Na trilha da paz" está na segunda oficina - Educando para a paz.

Avance duas casas

Em sua escolaexiste ronda

policial?

Como desenvolver uma cultura de paz

na escola?

Partida O que é paz para

você?

Joguenovamente

Joguenovamente

O que você achaessencial no

desenvolvimentoinfantil?

Você já viu algumacriança tendo seus

direitos violados?

O que édiscriminar?

Qual a sua opinião sobre aviolência nos jogos

eletrônicos e nos desenhosanimados?

Discuta com o grupo qual oobjetivo do ECA (Estatuto daCriança e do Adolescente).

Deixe umamensagem de

paz.

Que valores vocêconsidera fundamentais para a for-

mação moral da criança?

Chegada.

Que tipo de livros ou revistas, vocêindicaria para auxiliar no

desenvolvimento social da criança?

Cite uma estratégiapara desenvolver a paz

na família.

Qual a importância domomento recreativo na

escola?

Que programa infantil deTV, você indicaria para

crianças?

Parabéns campeão! Demonstrecantando com seu grupo o que

significa paz para vocês.

Jogo "O que você faria..."

Este jogo pertence à segunda oficina – Educando para a paz.Estas são sugestões de perguntas que podem constar no jogo. Utilize a criatividade e acrescente e/ou troqueperguntas.

... se visse um adulto espancando uma criança?

... se suspeitasse que o seu(a) filho(a) está usando drogas?

... se suspeitasse que seu(a) filho(a) está sofrendo abuso sexual?

... se você estivesse num carro e o motorista avançasse o sinal vermelho?

... se alguém pedisse uma opinião sobre como fazer com uma criança que não respeita seu próximo?

... para tornar a escola um ambiente mais prazeroso?

... para aproximar a família da escola?

... para diminuir a indisciplina na escola?

... se encontrasse duas crianças na rua brigando e xingando seus próprios pais?

... para orientar seu filho(a) ou aluno(a) que pegou algum objeto escondido de um colega?

... se seu filho(a)/ aluno(a) contasse uma mentira grave?

... se fosse convidado(a) para ajudar organizar uma atividade que despertasse a busca pela paz?

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38 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

1Estudante de Pedagogia, UFBA.Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

Textos de Apoio:

Educar para a paz e para a cidadania democrática

Noélia da Silva Souza Calmon1

Vive-se atualmente em uma sociedade complexa e conflituosa e esta complexidade está relacionada ao pró-prio desenvolvimento do ser humano consigo mesmo, com os demais e partindo de estruturas sociais criadaspor ele e o meio social em que está inserido. Nesse aspecto, a educação voltada para a cultura da paz, visadesenvolver no educando a afetividade, a formação sócio-política e também a educação relacional.

Educar para a paz implica se inserir em um processo dinâmico, contínuo e permanente, fundamentadonos conceitos de paz que possibilitem as pessoas ao olharem a realidade em que vivem e conseqüente-mente agir sobre ela.

Entende-se que "paz positiva" é aquela que garante as necessidades humanas básicas para todas as pessoassem nenhum tipo de discriminação. Assim, a paz é criada quando se reconhece a realidade social perversa eexcludente, e se busca superá-la através da prática da justiça social, isso porque a paz não é apenas o antítipode guerra, mas é também a manifestação de justiça e a eliminação de todas as formas de violência, entre elas:

• A violência clássica de guerra ao homicídio;• A pobreza, em geral, as privações no campo das necessidades materiais;• A repressão e a privação dos direitos humanos ligados à democracia;• A alienação e negação de todo e qualquer tipo de necessidade.

A educação para a paz está alicerçada na esperança das manifestações mais puras e completas do ser humanoque é a solidariedade entre os povos.

Modelo de cartões para divisão de grupos.

Cada participante recebe um cartão no início da oficina e, nas atividades em grupo, reúnem-se de acordocom os cartões. (mesma frase)

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Educar para a paz é orientar as pessoas para que não sejam indiferentes com o outro, é não permitir que o serhumano seja tratado como coisa e, sim, como cidadão portador de direitos e deveres.

Os direitos humanos devem também estar no bojo da luta pela dignidade do ser humano e ser um guiaeducativo, tanto do ponto de vista das finalidades educativas quanto da organização da escola.

Cultivando as Relações Interpessoais

Uma educação voltada para o desenvolvimento da cultura de paz deve priorizar as relações interpessoaise a afetividade entre os seres, porque são meios nos quais o educador deve se apoiar para conseguir umaconvivência de paz.

Assim, a educação para paz começa no respeito, na aceitação incondicional do outro, na confiança, nacooperação e na comunicação eficaz. Professor eficaz é aquele que além de possuir um corpo deconhecimentos, desenvolve e estabelece relações humanas com as pessoas às quais ensina. Relações estas,como diz Freire, (1999) "de disponibilidade para o diálogo, de escuta paciente e crítica do outro, de teste-munho ao respeito a si mesmo e ao outro e de querer bem à própria prática educativa e ao educando".

A aprendizagem não só é a apreensão de determinados conhecimentos, mas também de afetos e desafetos,os quais ocorrem nas relações entre indivíduos.

Resolvendo Conflitos

Partindo do princípio de que a educação começa desde a mais tenra idade, faz-se necessário que naeducação infantil os pais e professores utilizem-se de estratégias diversas no sentido de conscientizaçãosobre as diversas situações conflituosas e sua resolução através de meios pacíficos. Entre elas podem serusados textos de livros literários que abordem diferentes conflitos e diferentes modos de resolução,estudo de casos, jogos de papéis e de simulação, dramatizações, jogos cooperativo, etc.

É necessário também que toda a comunidade educativa (incluindo aí os pais) se envolvam na ação deensinar, tornando a educação cooperativa e democrática.

A educação para a paz não pode está ligada apenas à celebração do Dia Mundial da Paz nas Escolas, edepois tudo voltar à rotina normal, quando o poder é imposto sob castigo (instituição familiar). Dentrodesse panorama a paz é vista apenas como enfeite educativo e a violência continua presente implícita ouexplicitamente.

Deste modo, tanto na família quanto na escola, a educação para a paz deve inundar a vida cotidianaem todos os âmbitos.

A família deve passar valores éticos, morais e espirituais (desassociados de dogmas) que serão norteadores davida dos seus filhos.

A escola deve colaborar não apenas com o desenvolvimento cognitivo do estudante, mas também, devebuscar o desenvolvimento no âmbito emocional, espiritual e consensual do aluno.

A escola deve potencializar cidadãos equilibrados, responsáveis, tolerantes e não violentos, e isso só é possívelquando ela se autodeterminar a formar o aluno de forma integral, que vise o aluno como um todo. Deve

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

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1Estudante de Pedagogia, UFBA.Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

assim gerir sua temática em torno de problemas e assuntos de interesse dos próprios alunos por meio deprojetos elaborados e realizados em um contexto democrático e pacífico.

Acredita-se assim que não há melhor maneira de educar para a paz do que demonstrando no dia-a- dia, na salade aula e fora dela, formas de interagir pautadas no respeito e na democracia.

A educação para a paz sugere um meio de aprendizagem no qual os estudantes trabalhem com os demais,agindo juntos para abordar e resolver problemas.

Educar para a paz é uma necessidade e um direito e um dever de todo educador. Um compromisso e umdesafio constantes não isentos de conflitos e de controvérsias. No entanto, o educador deve compreender quenão pode ficar indiferente nem se neutralizar diante da temática abordada, o que redundaria em colapso total,a educação das futuras gerações.

O verdadeiro educador deve conduzir seu educando a identificar alternativas para superar o comportamentoviolento que vem de todos os lados e construir as bases para a criação de uma comunidade baseada na justiçae na liberdade.

Este é o verdadeiro significado de um programa de estudos integrados sobre a paz em qualquer escola/comunidade.

Reconhecendo comportamento indesejadoRoberta Adorno Lima1

Se o educador desejar ser produtor de mudanças deve primeiro ser analisador das situações violentas e agressorasque acontecem no interior da escola.

O professor comprometido com a educação deve diferenciar uma situação conflitante de uma situação vio-lenta, para isso é necessário que ele perceba a essência da violência, porque nem todo problema de disciplina éum ato violento nem todo ato violento é um delito.

Existem casos em que o educando apresenta um comportamento indesejado e às vezes os educadores tentamresolver o problema sem primeiro conhecê-lo e correm o risco de em vez de solucionar, aumentà-lo. O alunopode ser vítima de uma situação violenta e estar usando a indisciplina como forma de expressar os maus tratosrecebidos. A violência pode estar internalizada e ser manifestada de diversas formas no aluno. A agressão emsi mesmo ou no outro é uma das formas dessa manifestação.

Todo comportamento violento deve ser visto como portador de uma queixa que intervém tanto de fatoresindividuais como sociais. Aí está a necessidade do educador estar atento para o comportamento e para perce-ber a evidência da mensagem que o aluno, de forma muitas vezes inconsciente, externaliza.

Os homens não se fazem no silêncio, mas na palavra, no trabalho, no agir e no pensar. Assim, cabe ao educa-dor, pela sua posição privilegiada de acompanhar o aluno cotidianamente, envolver-se no cuidado, proteção epercepção e assim agir como agente preventivo resolvendo conflitos antes que eles se transformem em violência.

As raízes do comportamento agressivo podem estar relacionadas no relacionamento de afeto com as figuras

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

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materna e paterna e no período de socialização. Partindo do princípio de que a criança também aprende pormeio da imitação, é preciso que a família garanta um ambiente onde haja respeito mútuo, valorização, ética esegurança. Os pais que usam o bater como forma pedagógica ou que agridem para impor respeito, podemestar gerando uma repetição ampliada deste comportamento nos filhos.

A escola, como um ambiente socializador, deve propiciar ao aluno condições de aprendizagens e desen-volvimento que possibilitem a formação do caráter para o exercício da cidadania. Deve, portanto, evitarsituações de constrangimento e discriminação que dificultem a sua integração efetiva com o meio.

Para garantir que sejam respeitados os direitos da criança e do adolescente, o Estatuto da Criança e doAdolescente (ECA), Lei Federal n.º 8069/90, como destrinche do Artigo 227 da Constituição Brasileira,apresenta diretrizes que implantam uma cultura de respeito ao público infanto-juvenil, chamando osadultos à responsabilidade.

Assim, a família, a escola e a sociedade devem trabalhar em consonância para garantir a formaçãointegral do ser em desenvolvimento que é a criança. Sabe-se, porém que se a criança não tiver seusdireitos assegurados à aplicabilidade da lei será inevitável, quer seja para pais e responsáveis, quer sejapara educadores. O ECA trata nos artigos de 1 a 102 dos direitos e nos artigos de 103 a 267 doadolescente infrator, dando-lhes deveres. Os artigos 129 e 130 tratam das medidas pertinentes aos paisou responsáveis.

O mais importante é que todos assumam o compromisso com a ética no sentido de compreender evivenciar o conceito de justiça baseado na eqüidade e sensibilizar-se pela necessidade da construção deuma sociedade mais justa, bem como adotar no dia a dia atitudes de solidariedade, cooperação e repúdioàs injustiças e discriminações, compreender a vida escolar como participação no espaço público, utilizandoe aplicando os conhecimentos adquiridos na construção de uma sociedade democrática e solidária.

Anexos

Aspectos legais

Constituição Federal de 1988.

Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e dafamília, será promovida e incentivada com a colaboração dasociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seupreparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para otrabalho.

Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado assegu-rar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direi-to à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberda-de e à convivência familiar e comunitária além de coloca-los asalvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,violência, crueldade, opressão.

Gravura retirada do site: www.dhnet.org.br/direitos/sos/c-a/estatuto-textos.html

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

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42 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Art. 18 - É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo dequalquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

Art. 53 - A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de suapessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolaressuperiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

PARÁGRAFO ÚNICO - É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico,bem como participar da definição das propostas educacionais.

Art. 129 - São medidas aplicáveis aos pais ou responsáveis:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de promoção à família;II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento

a alcoólatras e toxicômanos;III- encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e

aproveitamento escolar;VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII - advertência;VIII - perda da guarda;IX - destituição da tutela;X - suspensão ou destituição do pátrio poder.

PARÁGRAFO ÚNICO - Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

Art. 130 - Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ouresponsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressorda moradia comum.

Declaração dos Direitos da Criança

Preâmbulo

Visto que os povos das Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, nadignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover os progressos sociais e melhores condições devida dentro de uma liberdade mais ampla.As Nações Unidas, na Declaração

Universal dos Direitos Humanos proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e asliberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua religião, opiniãopolítica ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição.

Visto que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de proteção e cuidadosespeciais, inclusive proteção legal apropriada, antes e depois do nascimento, visto que a necessidade de talproteção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na

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43GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Declaração Universal dois Direitos Humanos e nos estatutos das agências especializadas e organizaçõesinternacionais interessadas no bem-estar da criança, visto que a humanidade deve à criança o melhor de seusesforços.

ASSIM, A ASSEMBLÉIA GERAL PROCLAMA a Declaração dos Direitos da Criança, visando que acriança tenha uma infância feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e asliberdades aqui enunciadas e apela que os pais, os homens e mulheres em sua qualidade de indivíduos, e asorganizações voluntárias, as autoridades locais e os Governos nacionais reconheçam estes direitos e se empe-nhem pela sua observância mediante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, deconformidade com os seguintes princípios:

Princípio 1.ºA criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração. Todas as crianças, absolutamente,sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo deraça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, rique-za, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

Princípio 2.ºA criança gozará proteção social e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidades e facilidades, por lei epor outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, deforma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. Na instituição das leis visando esteobjetivo levar-se-ão em conta, sobretudo os melhores interesses da criança.

Princípio 3.ºDesde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

Princípio 4.ºA criança gozará os benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e criar-se com saúde; paraisto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e proteção especial, inclusive ade-quados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito à alimentação, recreação e assistência médicaadequadas.

Princípio 5.ºÀ criança incapacitada física, mental ou socialmente serão proporcionados o tratamento, a educação eos cuidados especiais exigidos pela sua condição.

Princípio 6.ºPara o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor ecompreensão. Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, emqualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e material, salvo circunstâncias excep-cionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicascaberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem demeios adequados de subsistência, é desejável a prestação de ajuda e de outra natureza em prol damanutenção dos filhos de famílias numerosas.

Princípio 7.ºA criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário.Ser-lhes-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condi-ções de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu sensode responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.

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Os melhores interesses da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orien-tação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.

A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da suaeducação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

Princípio 8.ºA criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e socorro.

Princípio 9.ºA criança gozará proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não serájamais objeto de tráfico, sob qualquer forma.

Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma formaserá levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe pre-judique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

Princípio 10.ºA criança gozará proteção contra atos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualqueroutra natureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, depaz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos aserviço de seus semelhantes.

Por uma cultura da PAZ

Vera Maria Candau(Capturado do site http://www.dhnet.org.br/

direitos/bibpaz/Textos/cpaz.htm.)

Não é fácil nos situar diante da questão da paz na atual situação do mundo e do nosso país. Corremos orisco ou de negar a realidade ou de não reconhecer o sentido profundamente antropológico e político-social do anseio de paz presente nos indivíduos e nos grupos sociais.

Numa contraposição clássica, paz se opõe à guerra. Depois da Segunda Guerra Mundial até praticamenteo final da década de oitenta, o mundo viveu sob a tensão da chamada Guerra Fria. Expressão certamentecuriosa que tentava distinguir situações onde a guerra passava por operações bélicas, cada vez maissofisticadas, daquelas em que as "armas" em "frias", se situavam no plano ideológico, científico e cultural.Certamente neste período não faltaram também as guerras "quentes" que ceifaram muitas vidas... Noentanto, com a queda do Muro de Berlim, com a derrota do socialismo real, a afirmação da hegemoniaabsoluta do capitalismo como sistema econômico em sua fase neoliberal, da democracia formal e daperspectiva do "fim da história", tudo parecia resolvido em sua dinâmica fundamental e a verdadeira pazseria alcançada. Era somente uma questão de tempo. O caminho estava traçado.

A década dos 90 veio desmanchar este sonho. As guerras "quentes" não desapareceram. Multiplicaram-se.Com uma característica especial: a maioria se desenvolve principalmente no interior dos países, entre grupos

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sociais, culturais, religiosos, étnicos etc. As formas de violência se multiplicaram. Além disso, hoje pode-mos falar também das "guerras surdas" da fome, da exclusão, da pobreza, do narcotráfico, da intolerânciaracial, da marginalização e do preconceito. Estas guerras não matam menos nem criam melhores condi-ções para se construir a paz. Os tratados negociados entre governos, por mais frágeis que muitas vezessão, significam um passo importante para buscar solução, construir a paz, nas guerras convencionais. Noentanto, a "guerra surda" é um fenômeno diluído na sociedade, que penetra os diferentes espaços sociais.Afeta comportamentos pessoais e coletivos, mentes, corpos e corações. Necessita outros processos denegociação e outras categorias para ser enfrentada. É neste contexto que a educação tem de se perguntarqual é o seu papel e como pode colaborar para a construção de uma cultura da paz.

A paz nao exclui o conflito

É freqüente a afirmação de que paz é ausência de conflito. Se nos colocamos nesta perspectiva, idealiza-mos a paz, pois o conflito é inerente à vida humana. Não há crescimento pessoal sem que passemos pormomentos de crise e conflito. Também no plano social, o conflito é parte da dinâmica de relações econfronto de interesses. Numa sociedade pluralista, o reconhecimento da diferença, em suas diversasconfigurações passa por processos de confronto social, sem os quais é impossível que o reconhecimentoe a conquista de direitos se dê.

Para Federico Mayor (1999:2) , atual presidente da UNESCO, não pode haver paz sustentável, semdesenvolvimento sustentável. Não pode haver desenvolvimento sem educação ao longo da vida. Nãopode haver desenvolvimento sem democracia, sem uma distribuição mais eqüitativa dos recursos,sem a eliminação das disparidades que separam os países avançados daqueles menos desenvolvidos.

Nesta perspectiva a construção da paz exige uma postura ativa. Não pode ser reduzida a uma cidada-nia passiva, se é possível chamá-la de cidadania, que se limite aos aspectos formais dos ritos democrá-ticos. Construir a paz supõe ação, respeito pelos direitos humanos, luta não violenta contra tudo quedesconhece a dignidade humana, afirmação do estado de direito, articulação entre políticas de igualdadee de identidade, entre igualdade social e diferença cultural.

Educar para a paz

É neste horizonte de preocupações que nos queremos situar para procurar identificar algumas notascaracterísticas de uma educação para uma cultura da paz.

Não se pode falar de educar para a paz se, em primeiro lugar, não se favorecer a análise da realidade.Abrir os olhos, ser capaz de reconhecer as contradições do mundo em que vivemos, é fundamental. Umaeducação para a paz não pode ser um processo que leva, de alguma forma, a velar a realidade, a calar asdiferentes vozes, particularmente às dos excluídos, a não enfrentar a desigualdade e a exclusão crescentesna nossa sociedade. O primeiro passo para uma educação para a paz é andar com os olhos abertos, nãose negar a enfrentar a realidade por mais dura e desconcertante que seja e não querer " proteger" ascrianças e adolescentes da dimensão dura da vida. No entanto, não basta ser capaz de ver, analisar,conhecer, é necessário também se situar diante desta realidade, compreender os mecanismos que perpe-tuam a exclusão e as desigualdades e produzem violência., assim como os esforços de tantas pessoas,grupos, organizações para criar uma realidade diferente.

GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

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A paz não pode ser construída como um elemento isolado. É indissociável da justiça e da solidariedade.Paz, justiça e solidariedade constituem um conjunto e não se pode separar quaisquer destes elementosdos demais. Querer a paz exige favorecer à justiça e construir solidariedade. A paz é um produto que seconstrói com estes diferentes componentes. Não é somente uma meta a ser alcançada. É também umprocesso, um caminho. Neste sentido, é importante radicalizar a capacidade de diálogo e de negociação.Não construiremos a paz se não nos desarmarmos das nossas armas materiais, mas também se nãodesarmarmos nossos espíritos, nossos sentimentos, tudo o que há em nós de negação do outro, de nãoreconhecimento, de prepotência, de exclusão dos "diferentes". Para educar para a paz é fundamentaldesenvolver a capacidade de diálogo e de negociação sem limites. Sempre é possível conversar, expressara sua palavra, resgatar o melhor de nossas experiências, ressituar as questões, construir plataformas denegociação no plano interpessoal, grupal e social. Trata-se de trabalhar muito a capacidade de escuta dooutro, de deixar-se afetar, de repensar as próprias convicções, idéias, sentimentos, de desenvolver acapacidade de negociação básica para construir com outros, conjuntamente. Em sociedades e culturasautoritárias como a nossa esta é uma dimensão fundamental.

A cultura da violência está cada vez mais presente nos diferentes ambientes sociais, da família ao Estado.A escola não está imune a esta dinâmica. A solução para esta problemática é, em geral, buscada acentuan-do-se as políticas de segurança. As situações passam a ser exclusivamente uma questão de segurança, deresponsabilidade da polícia. Mais polícia nas ruas e nas escolas, mais repressão e punição, mais controle.É reforçada a lógica da contraposição de forças, o que é antagônico a uma cultura de paz. Uma educaçãopara a paz procura desenvolver uma cultura dos direitos humanos, que passa pelo reconhecimento dadignidade de cada pessoa, pelo resgate da memória histórica, por nomear os mecanismos que favorecemem cada um de nós e no corpo social as reações violentas, pela expressão de sonhos partilhados, pelaconstrução de um horizonte comum de vida e de sociedade que assuma a diferença positivamente.

No seminário promovido em novembro de 1999 pelo Instituto Interamericano de Direitos Humanos(IIDH) da Costa Rica, sobre a Educação em Direitos Humanos na década de 90 no continente latino-americano, se afirmou que hoje era importante reforçar três dimensões da educação em Direitos Huma-nos. A primeira diz respeito à formação de sujeitos de direito. A maior parte dos cidadãos latino-ameri-canos temos pouca consciência de que somos sujeitos de direito. Outro elemento fundamental na educa-ção de Direitos Humanos é favorecer o processo de "empoderamento" ("empowermwnt") principal-mente orientado aos atores sociais que historicamente tiveram menos poder na sociedade, ou seja, menoscapacidade de influir nas decisões e nos processos coletivos. O "empoderamento" começa por liberar apossibilidade, o poder, a potência que cada pessoa tem para que ela possa ser sujeito de sua vida e atorsocial. O "empoderamento" tem também uma dimensão coletiva, trabalha com grupos sociais minoritários,discriminados, marginalizados, etc, favorecendo sua organização e participação ativa na sociedade civil.O terceiro elemento diz respeito aos processos de mudança, de transformação necessários para a cons-trução de sociedades verdadeiramente democráticas e humanas. Um dos componentes fundamentaisdestes processos se relaciona a "educar para o nunca mais", para resgatar a memória histórica, rompercom a cultura do silêncio e da impunidade que ainda está muito presente em nossos países. Somenteassim é possível construir a identidade de um povo, na pluralidade de suas etnias, e culturas. Estes com-ponentes, formar sujeitos de direito, favorecer processos de empoderamento e educar para o "nuncamais", constituem hoje o horizonte de sentido da educação em Direitos Humanos.

Uma quarta característica da educação para a paz é o reconhecimento da pluralidade. Não querer unifor-mizar, não querer que todos pensem da mesma maneira, nem atuem do mesmo modo. Supõe manejar apluralidade e a diferença. Romper com o etnocentrismo, não hierarquizar os "outros", pessoas, grupossociais ou culturas, como inferiores ou superiores a mim, ao meu grupo ou cultura. Procura reconhecera contribuição de cada um a partir da diferença.

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47GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Uma educação para a paz supõe uma educação para o reconhecimento da pluralidade e da diferença,exige uma educação intercultural, que promova o diálogo entre diferentes grupos e culturas.

A paz é uma aspiração humana profunda. Todos queremos a paz. Com nós mesmos e com os demais.A paz social e a paz na dimensão planetária. Aspiramos a um amadurecimento humano pleno que nãoesteja bloqueado pelo medo, a insegurança, a falta de confiança nos demais, por sentir-se excluído, pelafalta de auto-estima e pelas diferentes formas de violência. A educação para a paz supõe liberar o dina-mismo profundo de crescimento de cada pessoa e de cada grupo humano, indispensável para se assumira vida como uma aventura positiva, para enfrentar riscos e empenhar-se em construir com outros novaspossibilidades de futuro. A sociedade nova que sonhamos exige atores sociais comprometidos, proces-sos coerentes com o que se pretende alcançar, que enfatizem métodos pacíficos e não-violentos - a pazé processo e produto.

A paz é um modo de viver o humano, de enfrentar os problemas e conflitos, de promover umamaneira não violenta de lutar pelos direitos humanos, capazes de reconhecer o outro e de realizarações e processos coletivos. A paz é responsabilidade de todos. Governo e sociedade civil. Homens emulheres. Crianças, adultos e idosos. Afrodescendentes, indígenas, brancos, mestiços, etc. Todos temos queexpressar nossa voz. Somente na sinfonia de diferentes vozes podemos construir a paz.Texto capturado do site http://www.dhnet.org.br/direitos/bibpaz/Textos/cpaz.htm.

Do combate às causas da violência ao encontro com a paz.( Capturado do site:http://www.evirt.com.br/desafio/cap08.htm )

Ao agirmos naturalmente, mecanicamente, como a natureza deseja e nos programa, só conseguiremosdesenvolver, mais ou menos, uns 10% de nossa capacidade cognitiva, como se consta nos anais científi-cos, ante aos sucessivos eventos, que a todos nós se apresentam, ao longo de nossa existência, por maisque vivamos neste mundo e por mais que nos desenvolvamos cognitivamente. Então, desperdiçamosum potencial cógnito de cerca de 90% de nossa capacidade intelectiva. E para tudo isto queimamospoucas células disponíveis para tal propósito, mesmo que façamos nossa trajetória escolar, desde doJardim da Infância ao Doutorado, aproveitando todas as oportunidades de aprendizagem que aí seapresentam. Então, apesar do avanço das ciências sociais através de todos os tempos até hoje, seconhece muito pouco acerca do universo psíquico do ente humano. Conhecemos muito pouco sobretudo o que existe e quase nada sobre nós mesmos. Em números, não conseguimos ultrapassar 10% denossa capacidade cerebral, isto é, não conseguimos despertar a nossa consciência além do limite de 3%.Conseqüentemente, estamos submergidos a um estado de ilusão, de subconsciência total, com 97% denossa capacidade cônscia totalmente em inatividade. Isto em realidade chama-nos atenção para o fato deque estamos dormindo, mesmo em plena luz do dia. Vivemos sonhando, não só quando estamos dor-mindo, mas também, quando estamos acordados, como diz o Mestre Samael em seu Tratado de Psico-logia Revolucionária. Assim, as maiorias das coisas, reais, são para nós ocultadas. Nossas faculdadesmentais, atrofiadas em 97% de seu potencial, não permitem ver a realidade, não possuem conexão coma Verdade. Por isso Shakespeare dizia que há muito mais mistérios entre o Céu e a Terra, do que a nossavã filosofia pode imaginar. Para a essência desperta, para a consciência, não há mistério, não há o oculto,conforme nos ensina o Mestre Rabolu, em sua Ciência Gnóstica. Tudo é desnudado com a luz da Cons-ciência! A Consciência é a conexão direta com a Realidade, que é em si a própria Verdade. A subconsci-ência , substrato do Ego, não tem acesso às coisas reais. O subconsciente (Ego) somente se conecta com a

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obscuridade, com a ilusão, com a fantasia que é o mundo que perfilamos. Partindo-se do Ego, não se chega aouniverso Absoluto da realidade, somente se chega ao Cosmo Relativo da ilusão, que é o mundo Maya, omundo da fantasia, da Irrealidade. Como dizia Eistein: "do mundo dos fatos (Ego) não se conduz nenhumcaminho para o mundo dos valores" (Consciência). Aí reside o mistério shakespeareano Ser ou Não Ser, Eisa Questão. O nosso nível de Ser, a nossa Seidade, é diretamente proporcional ao percentual de consciência, deessência desperta, menos de 3% em média. E o nosso Não Ser é preponderante, é proporcional ao nossopercentual de ego, 97% de consciência aprisionada nos eus, 97% de consciência adormecida, inoperante.

Enquanto na essência cônscia residem as sementes das virtudes, no ego moram os germes dos defeitos.Pertencemos a uma espécie do Cosmo, à raça humana, que possui tão somente menos de 3% de cons-ciência, em média, em cada cidadão. O que nos leva a nos constituirmos em uma sociedade demasiadamenteviolenta, caótica, complicada etc., porque é desproporcional a quantidade de defeitos que possuímos emrelação às qualidades, às virtudes. Com uns 10% de consciência, só para se ter uma idéia, a humanidadejá se safaria da guerra, da miséria, da fome, dos regimes políticos absurdos e de todo tipo de violência.Haveria paz na face da Terra, não haveria injustiça social e a Felicidade reinaria para sempre e em suaplenitude, conforme nos assevera Samael em suas obras científicas.

Todavia, é bom que todos nós saibamos que, existe um meio revolucionário de elevar a nossa consciênciade 3% a 100% , por meio dos Três e trabalhar em prol de nossos semelhantes, caritativamente e por meiode uma Componentes Vetoriais de Revolução Cognitiva morrer em defeitos, nascer em virtudes verda-deira educação centrípeta, a Educação Revolucionária.

Mostrar este caminho de verdadeira revolução cognitiva, ampliar o conhecimento e a compreensão do universopsicológico do ente humano, contribuindo para o avanço das ciências sociais se constituem em objetivo destelivro, que propõe uma Pedagogia Revolucionária, uma Ciência Revolucionária, que promove um ensino-aprendizagem para dissolução das causas da violência, por intermédio de uma Educação Revolucionária.

Esta Educação Revolucionária que se propõe, está apoiada sobre as colunas da Psicologia Revolucio-nária que foi restaurada pelo Mestre Samael nos tempos modernos, possui predicados para promoveruma verdadeira educação capaz de erradicar a violência escolar e a violência generalizada, que tantoinfelicitam a todos nós seres humanos. Denominamos de Pedagogia Revolucionária, nos termosaristotélicos, à ciência que propicia educar o estudantado para extirpar de dentro de si mesmo ascausas da violência, por meio de uma Didática Centrípeta.A Pedagogia Revolucionária, que propor-ciona uma educação revolucionária, por estar em conexão com a Psicologia Revolucionária, é uma ciênciaque busca a causa intrapsicológica da violência, que dá origem ao fenômeno da violência escolar e daviolência generalizada. Uma ciência nestes moldes, como se configura a Pedagogia Revolucionária, está emconsonância com o realismo de Aristóteles, cientista, filósofo e educador grego, que apregoava que aciência é a busca das causas universais dos acontecimentos, das causas que originam os fenômenos.Texto capturado do site:http://www.evirt.com.br/desafio/cap08.htm

Reconhecendo os diferentes tipos de violência( Disponível no site: http://www.abrapia.com.br)

Violência físicaUso da força ou atos de omissão praticados pelos pais ou responsáveis, com o objetivo claro ou não deferir, deixando ou não marcas evidentes. São comuns murros e tapas, agressões com diversos objetos equeimaduras causados por objetos ou líquidos quentes.

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49GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Violência psicológicaRejeição, depreciação, discriminação, desrespeito e punições exageradas são formas comuns desse tipo deagressão, que não deixa marcas visíveis, mas marca por toda a vida.

NegligênciaAto de omissão do responsável pela criança ou adolescente em prover as necessidades básicas para seu desen-volvimento.

Violência sexualAbuso de poder no qual a criança ou adolescente é usado para gratificação sexual de um adulto, sendoinduzida ou forçada a práticas sexuais com ou sem violência física.site: http://www.abrapia.com.br.

Indisciplina, Sociedade e Escola

Ana Parracho BritoSociedade Portuguesa de Ciências da Educação

Texto retirado do site: http://www.abrapia.com.br

Atualmente, quando falamos dos jovens, na sociedade contemporânea ocidental, há a idéia de que lidamoscom areias movediças: eles são crianças, meio-criança, meio adulto ou nem uma coisa nem outra.

Simultaneamente, é atribuído aos jovens um conjunto de signos e de representações, de rótulos e deestereótipos, quantas vezes, inventados, associados à escolaridade, aos comportamentos e à sociedade,que os transformam em demônios e olham-nos como intermináveis adolescentes, isto é, como umproblema pertinente que desafia às práticas educativas.

Por outro lado, se a sociedade fosse mais equilibrada e se os recursos pudessem estar melhor distribuídosnão haveria tantas famílias com carências sociais, econômicas e culturais, com ausência e/ou menor oportuni-dade de sucesso e, portanto, marcadas pela marginalidade.

Como a cultura da escola não corresponde à cultura que alguns alunos transportam de casa é natural queesta discrepância contribua para aumentar as dificuldades de adaptação, porque enquanto há alunos quemanifestam uma certa apatia, outros reagem com uma agressividade que sugere o prolongamento dasvivências de violência familiar e, portanto, a diferenciação de valores provoca, em contexto escolar,conseqüências negativas e um ambiente de insegurança que não pode ser ignorado.

Seguramente, no cruzamento entre a indisciplina e a violência nas escolas, habita a miséria humana, isto é, amiséria econômico-financeiro e a miséria afetiva das famílias desfavorecidas e/ou mais abastadas. Outrora,face à miséria e à desgraça lutava-se pela vida, emigrava-se. Hoje, emigra-se para o gigantesco mundo virtual- o paraíso da Net - ou do estupefaciente.

Torna-se, portanto, necessária uma nova aprendizagem, uma auto-regulação que tenha como primeiropalco a casa: é em casa e não na escola que a criança, logo na sua mais tenra idade deve aprender as regras,porque não é possível, no período da adolescência, comprimir o incomprimível. Falar de Indisciplina ede Violência na Escola significa, acima de tudo, reclamar Afeto.

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50 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

Indisciplina e violência na escola

Violência e paz: a exigência de novas políticas e ações integradasNaura Syria Carapeto Ferreira (Texto capturado do site: http://www.educacao.te.pt/dossiertematico/dossier.jsp?idDossier=26)

Examinar a violência, a violência na escola e a relação com o "saber" objetivando criar políticas e açõesintegradas capazes de gerar impactos com resultados positivos para a cultura da paz é o que se propõe estetrabalho que se fundamenta nas investigações realizadas neste âmbito, nas reflexões teóricas de intelectuais quetem se dedicado a este tema e em dados empíricos da realidade brasileira.

Examina as causas da violência que, historicamente, se agrava na contemporaneidade e suas repercussões nafamília, na escola e na sociedade.

Examina e redefine a violência como incivilidade, fruto de uma inversão das condições que, na perspectiva deNorbert Elias, definiram o curso do processo civilizatório. Analisa a incidência das condições históricas sobrea agressividade individual, mostrando que a civilização supõe a passagem de uma situação globalmentedefinida em termos de hetero-violência a uma situação definida em termos de auto-violência.

Nesse sentido, propõe-se a redefinir e ressignificar a paz, como compromisso maior da educação das consci-ências. Para que um indivíduo privilegie a influência e a persuasão ao uso da força, é preciso que ele exerçasobre si mesmo um autocontrole que lhe permita, efetivamente, controlar sua própria agressividade.

Nesse sentido, as categorias de relacionamento próprias do mundo civilizado, indicariam uma reversão doprocesso civilizatório em curso. Nesta via de raciocínio e objetivando criar políticas e ações integradas capazesde gerar impactos com resultados positivos para a cultura da paz encaminha para a seguinte questão propositiva:qual é o patamar de relações na construção da escola e nas trocas humanas?

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 13 anosTexto capturado do site http://www.unicef.org/brazil

Há 13 anos, sempre no mês de julho, comemoramos uma data especial, o aniversário do Estatuto da Criançae do Adolescente. Aprovado pelo Congresso Nacional em 13 de julho de 1990, o Estatuto é a lei brasileira queestabelece os direitos das meninas e meninos brasileiros à vida, à saúde, à educação, à família e à proteção.

Considerado uma das leis sobre os direitos das crianças mais avançadas do mundo, o Estatuto regulamenta oartigo 227 de nossa Constituição que diz que Estado, a sociedade e as famílias têm o dever de cuidar dascrianças e garantir a elas prioridade absoluta. Isso quer dizer, por exemplo, que se um governo municipal tempoucas verbas para implementar programas, deve dar prioridade a programas voltados para as crianças. Ouainda, numa fila de hospital, as crianças devem ser atendidas em primeiro lugar.

SaúdeA criança já desfruta desse direito desde a barriga da mãe. Ao nascer, a criança tem o direito de seramamentada e acalentada pela mãe. O Sistema Único de Saúde é obrigado a atender a todas as crianças,oferecendo assistência médica e odontológica e promover campanhas de educação sanitária.

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51GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez. 2002.

EducaçãoO ensino fundamental é obrigatório dos 7 aos 14 anos e deve preparar a criança e o adolescente para a vidaem sociedade e para o mercado de trabalho. A escola deve promover debates e informar os alunos sobreseus direitos e deveres de cidadãos, respeitando os valores de cada aluno, sua origem e cultura.

Cultura, esportes, lazerO Estatuto considera esses direitos fundamentais para o desenvolvimento pleno da criança. Especialistas,projetos e entidades trabalham para que eles cheguem à infância e à juventude, em especial entre comunida-des carentes. Os resultados são claros: jovens menos agressivos, mais companheiros, com mais auto-estimae mais interessados em estudar.

TrabalhoJovens com menos de 16 anos não podem trabalhar, exceto como aprendizes. Em todo caso, o adolescen-te não deve largar a escola nem realizar atividades perigosas ou cansativas. É dever do governo e dasociedade buscar soluções para que o sustento de famílias carentes não dependa do trabalho infanto-juvenil.

AdoçãoFilhos adotivos têm os mesmos direitos que filhos naturais. Adotar uma criança é garantir seu direito a serreconhecida, educada e protegida por uma família. Se ela tem mais de 12 anos, deve ser ouvida antes dequalquer decisão sobre o seu futuro. Casado ou solteiro quem é maior de 21 anos pode adotar umacriança, desde que tenha 16 anos a mais do que ela.

Criança com deficiênciaTodas as crianças com alguma deficiência têm o direito de receber um atendimento hospitalar especializa-do, independentemente de qual seja o seu problema. Aos adolescentes também é assegurado o trabalhoprotegido, como aprendiz ou não.

Crimes contra a criançaMuitos crimes contra crianças podem ser vistos à luz do dia: crianças exploradas em trabalhos penosos,jovens infratores jogados em presídios, crianças vítimas de violência em casa. Toda a sociedade tem odever de erradicar esses crimes do cotidiano brasileiro. Ninguém deve se omitir, pois a omissão é crime!

Medidas de proteçãoSempre que os direitos das crianças e dos adolescentes forem violados ou ameaçados, o Estatuto garantemedidas de proteção, em que são levadas em conta as necessidades pedagógicas da criança, entre outrosfatores. Medidas como a inclusão em programa comunitário, colocação em família substituta e requisiçãode tratamento médico podem ser adotadas.

Entidades de defesa e garantia dos direitos e deveresCom a implantação do Estatuto, as crianças e os adolescentes passaram a contar com a ajuda de órgãosespecializados para lutarem por seus direitos e deveres. São entidades como os Conselhos Tutelares e asVaras da Infância, que são responsáveis pelo planejamento e pela manutenção de programas sócio-educativose de proteção.

Permissão para viajarNão é permitido à criança viajar desacompanhada dos pais ou responsáveis, sem expressa autorizaçãojudicial. Quando a viagem for ao exterior, a autorização só é dispensável se a criança estiver acompanhadado pai e da mãe. Caso ela esteja com apenas um dos pais, é necessário que haja autorização expressa dooutro responsável, com firma reconhecida.

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52 GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez.2002.

Vendas proibidasComo forma de garantir sua integridade física e moral, crianças e adolescentes não podem ter acesso aprodutos como bebidas alcoólicas, explosivos, armas, bilhetes de loteria, revistas pornográficas, entreoutros. A pena para quem desrespeitar esta medida e vender esses produtos a crianças é de seis meses a doisanos de detenção.

Crimes contra a criança IIPrivar crianças e adolescentes de sua liberdade, submetê-los à vexame e constrangimento são crimes. Foto-grafar e publicar cena de sexo explícito, envolvendo meninos e meninas também. A punição para osresponsáveis pode variar entre dois meses e trinta anos de detenção.

Medidas socioeducativasO Estatuto é rigoroso com o adolescente infrator. Ele prevê punições que variam de acordo com agravidade da infração, como restituição de danos e prestação de serviços comunitários. Em casos graves,o jovem deve ser internado em entidade de reeducação. O Estatuto respeita a Declaração Universal dosDireitos Humanos que entende que é preciso punir, mas com dignidade.

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53GERIR, Salvador, v. 8, n.28, p.10-53, nov./dez.2002.

Eliakin RufinoCapturado do site:

http://www.dhnet.org.br

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)(Leitura Poética)

está provado e comprovado não hápor que duvidar o ser humano que

erra pode voltar acertar

nós temos tantos direitos atéo direito de errar o milagre da

existência é a gente poder mudar

Crianças e adolescentes só poderãoser felizes se crescerem sem traumas

sem cortes sem cicatrizes

se os pais tiverem trabalho justiça edignidade ensinarão aos seus filhos o

amor e a liberdade

ser livre é crescer com fé com alegriae esperança é saber olhar o mundo

com os olhos de criança

A lei é linda porque sem lei não háliberdade sem liberdade não pode

existir felicidade

a liberdade não é fazer o que sepretende ser livre é cumprir a lei

assim a gente se entende

crianças e adolescentes merecem serrespeitados para que todos tenham

seus sonhos realizados

Todos nós temos direitos uns menosoutros mais mas existem algunsdireitos chamados fundamentais

direito fundamental é o direito denascer o direito de mamar o direito

de crescer

direitos fundamentais todos temosque saber se quisermos garantir o

direito de viver

Nós temos tantos direitos que nãopodemos contar o direito

de ir e vir o direito de opinar

o direito de brincar de procurardiversão o direito de criar o direito

de expressão

nós temos tantos direitos que éimportante observar se a vida nos dá

direitos direito é participar

Conviver com nossos pais com osamigos e vizinhos é direito e é razão

pra não vivermos sozinhos

os nossos pais verdadeiros ou nossospais adotivos formam a nossa família

nos tornam ainda mais vivos

com amor e amizade é que podemoscrescer faz parte da nossa vida a arte

de conviver

O trabalho é um direito é precisotrabalhar observando a idade o modo

certo e o lugar

crianças e adolescentes têm direito àproteção antes de ter trabalho têm

que ter educação

pois só o conhecimento e uma boaorientação podem possibilitar a

escolha da profissão

Também é nosso direito o direito desaber investigar, pesquisar, observar e

conhecer

não basta a escola da vida paraensinar a viver o professor e o livro

ajudam a compreender

o cinema e o museu a biblioteca ea TV o estudo é permanente ninguém

pára de aprender

Mas em questão de direito temos queter atenção pra que o direito não

sofra ameaça ou violação

está decretado agora e para sempreserá a lei é pra prevenir não dá pra

remediar

crianças e adolescentes são seres emformação quem não cuida da semen-

te perde toda plantação

As crianças têm direitos e nós aobrigação de oferecer atendimento

e especial atenção

pra que ninguém sofra abusocrueldade ou opressão nem seja

submetido a qualquer exploração

a família e a sociedade e estado e aunião todos são responsáveis por

essa proteção

Porém se a criança erra comete umatransgressão o castigo com violência

não é a melhor solução

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Dicas de Sites

Avaliação em EducaçãoUtilizando os recursos de busca proporcionados pela Internet, foi realizada uma pesquisa visando a identificaçãode sites relacionados a esta temática.

Maria Ednalva Araújo Clemente 1

htpp//www.inep.gov.br. Acesso em 02/10/2002 às 13h40’.Neste site, foram encontradas as Matrizes de Referência do SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica),que orientam o processo de construção das provas e dos itens que as compõem. Elas traduzem a associação entre osconteúdos praticados nas escolas brasileiras do ensino fundamental e médio, as competências cognitivas e as habi-lidades utilizadas pelos alunos no processo da construção do conhecimento.

http//www.malhatlantica.pt/ecal-cm/avalia. Acesso em 02/10/2002 às 14h.O site apresenta as funções, as características, a periodicidade e a duração da avaliação especializada que consiste emuma avaliação multidisciplinar e interdisciplinar efetuada por professores e outros técnicos de educação, nos casosem que uma programação individualizada pode contribuir para o sucesso educativo dos alunos.

http/www.crmariocovas.sp.gov.br. Acesso em 02/10/2002 às 14h45’.Este site é bastante interessante para a área de educação, pois apresenta entrevistas, artigos, resumos analíticos, queatravés de links é possível nele encontrar por exemplo um artigo sobre Educação para o século XXI: desafio daqualidade de Maria Helena Guimarães e Castro. Há ainda uma entrevista com Bernardo Toro sobre Educação,conhecimento e Mobilização. Através dos links encontraremos Indicadores de qualidade do ensino e seu papel nosistema nacional de avaliação de João Batista F. Gomes e Lia Rosemberg; Planejamento e avaliação educacionais deBernardo Kipnid e Roberto Algarte, em que os autores analisam e comparam os processos de planejamento edesempenho educacional com base em diversas formas de avaliação.

http/www.planeta.terra.com.br/educação/infantil/avaliação 2.htm. Acesso em 02/10/2002 às 15h42’.Este site aborda a Avaliação na educação infantil que se orienta, prioritariamente, para o reajuste da ação do educador e doprojeto educativo.

http/www.educaçãomoral.hpg.ig.com/escola. Acesso em 02/10/2002 às 16h.Este site do Instituto Brasileiro de Educação Moral - IBEM - fala da ESCOLA DO SENTIMENTO no qual o educandoé levado, pelo sistema de avaliação integral, a promover sua auto-educação, a colocar em ação "querer, saber, poder".

http/www.revistaeducação.com.br. Acesso em 02/10/2002 às 16h35.Este site apresenta a entrevista "avaliar para melhor formar" de Sérgio Rizzo, especialista francês. Sugere que osprofessores troquem "falsas medidas" por "avaliação formativa" do aprendiz. O site ainda apresenta artigos sobreMemória que fala da importância de Fernando Azevedo no cenário nacional da Educação. Também, há no site umartigo sobre a Teleducação: Educação em tempo real de autoria de Guilherme Bryan.

http/www.scipione.com.brAcesso em 02/10/2002 às 16h55.Este site apresenta aspectos resumidos e comentados do PCN - Ensino Médio.

GERIR, Salvador, v. 8, n. 28, p.54, nov./dez 2002.

1Estudante de Pedagogia, UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

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XIV Encontro Estadual de Política e Administra-ção da Educação: caminhos e descaminhos da

educação e da escola pública brasileira

Rosemy Soares Marques 2

Durante os dias 28 a 30 de agosto de 2002, acontecerá emFortaleza o XIV Encontro Estadual de Política e Administra-ção da Educação, seção Ceará, que terá como tema: Caminhose Descaminhos da Educação e da Escola Pública Brasileira. Esseencontro será de grande importância, pois reunirá pesquisadorese educadores brasileiros, bem como de outros países (Portugal,Cuba e Chile), com o objetivo de analisar, discutir e sugerir açõesque viabilize transformações na Educação Brasileira. Para esseencontro irá parte da equipe PGP/LIDERE representada por:Dione Sá Leite Carvalho (bolsista IC/CNPq), Rosemy SoaresMarques (estagiária PGP/LIDERE), Denise Abigail BrittoFreitas Rocha (líder de cursos e oficinas) e profª. Drª. KatiaSiqueira de Freitas (Coordenadora do PGP/LIDERE).

2Estudante de Pedagogia, UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

Notícias

Como trabalhar com a inclusão na escola

Cáritas Vanucci Batista Santos 3

Nos dias 19 e 20, 26 e 27 de julho de 2002, na Editora Vozes – SSA/BA, foiministrado o curso: Como trabalhar com a inclusão na escola, pela pedagogae psicopedagoga Diana Cardoso.

Participaram do curso a vice – coordenadora do PGP/LIDERE, MaraSchwingel, a bolsista do CNPq/PIBIC e voluntária do PGP/LIDERE,Jussiara Xavier Pinheiro e a estagiária do PGP/LIDERE, Cáritas VanucciBatista Santos.

O curso, que durou 16 horas, possibilitou a equipe do PGP/LIDERErefletir sobre as dificuldades e importância da inclusão dos portadores denecessidades educativas especiais nas classes regulares.

3 Estudante de Pedagogia, UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail:[email protected]

GERIR, Salvador, v. 8, n. 28, p.55-57, nov./dez 2002.

Laboratório Violência -o que é? O que fazer?

Cleonice da Silva Santos1

No dia 12 de agosto, na sala deaula do ISP, aconteceu o labora-tório da oficina “Violência – oque é? O que fazer?”. Nesta ativi-dade, coordenada pelas estagiári-as Cleonice da Silva Santos,Noélia da S. Souza Calmon eRosemy Soares Marques estiverampresentes outros estagiários do pro-grama PGP/LIDERE, as líderesde curso Denise Abigail B.F. Rochae Doralice Cerqueira Marques emais algumas pessoas do públicoexterno (professores de escolasparceiras, alunos e professora daFACED/UFBA) que contribuí-ram para o seu melhoramento,fazendo algumas perguntas e lem-brando itens que também poderi-am ser abordados pela equipe,como ênfase ao Estatuto da Cri-ança e do Adolescente.

O laboratório teve como objetivoexperimentar a pauta proposta eser apreciado pelo público presentepara, depois das devidas modifi-cações, ser aplicado em escolas pú-blicas parceiras do programa quesolicitarem o tema.

1 Estudante de Pedagogia, UFBA.

Estagiária PGP/LIDERE.

E-mail: [email protected]

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56 GERIR, Salvador, v. 8, n. 28, p.55-57, nov./dez 2002.

Oficina sobre violência na Escola MunicipalEngenho Velho da Federação

Rosemy S. Marques1

Na Escola Municipal Engenho Velho da Federação, que está localizada narua Marinalva, 47 – Vasco da Gama, aconteceu no dia 16 de agosto de2002, uma oficina sobre Violência. O que é? O que fazer? Voltada para ospais, responsáveis e a equipe gestora da unidade escolar. Essa atividade foiministrada pelas estagiárias do Programa Gestão Participativa com Lideran-ça em Educação – PGP/LIDERE Cleonice da Silva Santos, Noélia daSilva Souza Calmon e Rosemy Soares Marques e teve como objetivos:refletir sobre os fatores que contribuem para que o educando apresentecomportamento indesejado; reconhecer a família e a escola como co-res-ponsáveis pelo processo de formação do educando; identificar tipos deviolência e refletir sobre possibilidades de superação.

O desenvolvimento dessa atividade é resultado da solicitação que a re-ferida escola fez à equipe PGP/LIDERE, devido aos altos índices deviolência nos quais a sociedade tem vivido cotidianamente. A apresenta-ção desse trabalho foi de grande relevância, já que possibilitou aos pais,responsáveis e educadores refletirem sobre os vários tipos de violência,como elas surgem, o que provocam e como podemos preveni-la e quepunições se poderá sofrer caso se cometa alguma infração. Além desalientar a co-responsabilidade de todos quanto ao desenvolvimento doeducando, num ambiente propício e de qualidade.

1 Estudante de Pedagogia - UFBA. Estagiária PGP/LIDERE.E-mail: [email protected]

OficinaLiderança Estratégica

Cristiane Farias Barbosa2

No dia 30 de julho de 2002, no Cen-tro de Estudos Interdisciplinarespara o Setor Público-ISP/UFBA foirealizada a oficina sobre LiderançaEstratégica com o Profº Dr. RobertGirling.

Este encontro foi promovido peloPrograma de Gestão Participativacom Liderança em Educação-PGP/LIDERE. A oficina ressaltou a im-portância de atitudes mais positi-vas diante da liderança educacionalcomo a atenção para oportunidadesque surgem na vida, a autocon fi-ança, mudança de pensamentos epalavras, sendo mais produtivo,visando alcançar o objetivo estra-tégico.

Nesta oportunidade, estavam pre-sentes a equipe do PGP/LIDEREformada por estudantes de Peda-gogia, Licenciaturas e pós-gradua-dos na área de educação.

2Estudante de Pedagogia - UFBA.Estagiária PGP/LIDERE.

E-mail: [email protected]

Seminário de IntegraçãoFernanda Santos Bastos 1

O Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE) realizou no dia 19 de dezembro de2002, no Centro de Aperfeiçoamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador (CAPS/Pituba), das 13h30 às 17h, o XII Seminário de Integração das escolas públicas parceiras do PGP/ LIDERE e IISeminário de Integração das escolas públicas parceiras do Projeto Escola Efetiva: a equipe gestora liderando osucesso. O objetivo da atividade foi socializar as atividades desenvolvidas pelo PGP/LIDERE durante o ano de2002, consolidando a integração entre a Universidade Federal da Bahia e ONGs com as Escolas Públicas da Bahia.

Durante toda tarde foram realizadas atividades, como por exemplo, a apresentação teatral realizada pelos alunos daEscola Municipal Valdomiro Vieira cujo título é “Violência e Paz na Escola” e a apresentação do coral da EscolaMunicipal Esther Félix da Silva.

Estavam presentes no evento representantes das escolas públicas parceiras do PGP/ LIDERE e do Projeto EscolaEfetiva: a equipe gestora liderando o sucesso, representantes das instituições colaboradoras do PGP/LIDERE,equipe PGP/LIDERE e demais convidados. Destacam-se ainda as presenças do professor Robert Verhine (diretordo Centro de Estudos Interdisciplinares para o setor Público – ISP) e Dr. Nigel Brook (representante da FundaçãoFord), que puderam ver de perto a concretização do trabalho desenvolvido pela equipe PGP/LIDERE junto àsescolas.1Estudante de Pedagogia - UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

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57GERIR, Salvador, v. 8, n. 28, p.55-57, nov./dez 2002.

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Educação Municipal (PRADEM) discute formação inicial em serviços de profissionais da educação

Noélia da Silva Souza Calmon1

Nos dias 26 e 27 de setembro de 2002, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Educação Municipal –PRAD-EM, promoveu o II Seminário Temático que versou sobre a formação inicial em serviços de profissio-nais da educação: busca de uma nova qualidade para a educação municipal? O seminário contou com apresença de estagiários e bolsistas do Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação – PGP/LIDERE, profissionais de educação de diversos municípios e convidados.

A professora Guiomar Namo de Melo abriu os trabalhos fazendo uma bela explanação sobre a formação deprofissionais da Educação contextualizando o debate atual.

O seminário contou com a presença de vários coordenadores de cursos de formação inicial em serviço deprofissionais da educação, que apresentaram os novos paradigmas do curso, bem como experiências exitosasrealizadas. O evento foi finalizado com o relato das experiências vivenciadas pelos egressos dos cursos deformação inicial de professor.

Esse seminário trouxe contribuições sobre um debate que nos últimos anos tem permeado a área educacional,possibilitando aos participantes a discussão sobre o tipo e a modalidade do curso, seus aspectos positivos enegativos, bem como das instituições, para que possam analisar o que lhes convém, e assim, tornarem-se aptosao cumprimento das exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

1 Estudante de Pedagogia - UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

Curso sobre alfabetização e inclusão - SMEC

Cáritas Vanucci Batista Santos1

Jussiara Xavier Pinheiro2

Noélia Silva Souza Calmon3

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador (SMEC) em parceria com a Ser Down promoveuo curso de Formação em Alfabetização e Inclusão: vivendo a igualdade com direito àdiferença – a relaçãoTeoria e Prática, entre os dias 23 a 26 de julho de 2002, no Centro Comunitário da Pituba – Salvador/BA. Ocurso foi ministrado por Fabiene Cortijo Salun – pedagoga, especialista em Deficiência Mental e Auditiva eMaria Cecília Ballabem Stegun, Mestre em Psicologia da Educação. Essas duas profissionais fazem parte doNúcleo Inclusivo de Educação para Todos, NIED, em Campinas, SP, como Coordenadoras e MembrosFundadores.

Participaram deste evento, as estagiárias do PGP/LIDERE, Cáritas Vanucci Batista Santos, Noélia Silva SouzaCalmon e Rosemy Soares Marques e a Bolsista do CNPq/ PIBIC Jussiara Xavier Pinheiro.

O curso pelo conteúdo trabalhado, forneceu condições básicas para os presentes professores trabalharem emsuas salas de aula com mais segurança. Os encontros posteriores avaliarão essas práticas e trarão novascontribuições para esses profissionais que estão em busca de uma educação que inclua todos, indistintamente,com qualidade e sucesso.1 Estudante de Pedagogia, UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected] Estudante de Pedagogia, UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected] Estudante de Pedagogia, UFBA. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

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Nome: ___________________________________________ Aniversário: ___/___/___

Endereço: ________________________________________________________________

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Bairro __________________ Cidade: __________________________________ UF:_____

CEP: _______________ E-mail: ______________________________________________

Telefones: ( )_______________________Profissão: ______________________________

Função: _________________________Instituição:________________________________

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InformativoGERIR

UniversidadeFederaldaBahia-UFBA

CentrodeEstudosInterdisciplinaresparaoSetorPúblico-ISP

ProgramaGestãoParticipativacomLiderançaemEducação-PGP/LIDERE

AV.AdhemardeBarros,s/n,PavilhãoIV,CampusUniversitáriodeOndina.

CEP40170-110Salvador–Bahia,Brasil.

v.8,n.28,nov./dez.2002

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