gerenciamento e avaliação de risco sanitário e possíveis riscos e agravos relacionados

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  • 7/25/2019 Gerenciamento e Avaliao de Risco Sanitrio e Possveis Riscos e Agravos Relacionados

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    EDSON CARNEIRO DA COSTA FILHO

    GERENCIAMENTO E AVALIAO DE RISCO SANITRIO E

    POSSVEIS RISCOS E AGRAVOS RELACIONADOS

    RIO BRANCO-AC2006

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    zzz

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACREDEPARTAMENTO DE CINCIAS DA SADE

    COORDENAO DA PS-GRADUAO DO DCS

    LATO SENSUEM GESTO DE SISTEMAS E SERVIOS DE SADE

    GERENCIAMENTO E AVALIAO DE RISCO SANITRIO E

    POSSVEIS RISCOS E AGRAVOS RELACIONADOS

    Monografia apresentada ao Departamento deCincias da Sade da Universidade Federal do Acre,como pr-requisito obrigatrio para obteno do ttulode Especialista em Gesto de Sistemas e Servios deSade, sob a orientao do Prof. MSc. EstanislauPaulo Klein.

    RIO BRANCO-AC

    2006

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    AGRADECIMENTOS

    Ao tempo e a sublime lio de aprender

    A minha Me, Paulo e meus Irmos

    Gabriela e Benjamin

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    DEDICATRIA

    A luz que me guia

    e que me presenteia

    todo dia com a fora;A famlia, o amor, a alegria,

    a paz e os amigos;

    Bendita luz que nos guia.

    Grato a todos vocs

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    1. INTRODU O

    ................................................................................................

    7

    2. OBJETIVOS

    ....................................................................................................

    9

    2.1. Geral

    ....................................................................................................

    9

    2.2. Especficos

    ...........................................................................................

    9

    3. JUSTIFICATIVA

    ..............................................................................................

    10

    4. METODOLOGIA

    .............................................................................................

    11

    5. REVISO BIBLIOGRFICA

    ...........................................................................

    12

    5.1. CAPTULO I

    ..........................................................................................

    12

    5.1.1. Breve histrico do surgimento e estruturao das prticas de

    Vigilncia Sanitria no Brasil e no mundo

    ................................ 12

    5.2. CAPTULO II

    ..........................................................................................

    15

    5.2.1. A municipalizao das aes de Vigilncia Sanitria e a

    categorizao por complexidade

    ............................................. 15

    5.2.2. As aes bsicas de Vigilncia Sanitria e a inverso entre

    proporcionalidade do risco e densidade tecnolgica das

    aes

    ....................................................................................... 16

    5.3. CAPTULO III

    .........................................................................................

    17

    5.3.1. Risco sanitrio e os procedimentos bsicos de Vigilncia

    Sanitria

    ................................................................................... 17

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    6

    SUMRIO

    5.3.2. Riscos e possveis agravos relacionados

    ................................

    20

    6. CONCLUSO

    .................................................................................................

    376

    7. GLOSSRIO

    ...................................................................................................

    44

    8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ...............................................................

    45

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    RESUMO

    O presente estudo tem como objetivo fazer a correlao entre as aes bsicas de

    Vigilncia Sanitria dispostas na tabela SIA/SUS e os riscos e agravos a elas

    relacionados, abordando de forma conceitual e crtica a categorizao das aes por

    nvel de complexidade e construindo segundo o perfil da gesto em Vigilncia

    Sanitria, um instrumento de conhecimento sobre as diferentes realidades de riscos

    e agravos relacionados s aes bsicas de Vigilncia Sanitria. O mtodo

    empregado foi o da pesquisa bibliogrfica, que subsidiou a construo da correlao

    proposta, confluindo numa disposio didtica e sistemtica da complexidade de

    risco presente nas aes e de propostas e discusses acerca dos temas derecategorizao e fortalecimento das aes bsicas de Vigilncia Sanitria.

    Palavras-chave:Vigilncia Sanitria, aes bsicas de Vigilncia Sanitria, riscos

    sade, agravos sade, gestoVigilncia Sanitria.

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    ABSTRACT

    This study aims to make a correlation between basic actions of Sanitary Vigilance

    present in SIA/SUS table, as well as the risks and injuries related to them, broaching

    in a conceptual and critical way the position of the actions through the complexity

    level, and building - according to the profile of the management in Sanitary Vigilance

    - an instrument of knowledge about the different realities on risk and injuries related

    to basic actions of Sanitary Vigilance. It was used the bibliography method what

    helped to build up the proposed correlation, covering a didactic and systematic

    disposition of risk complexity in the actions, and yet propositions and discussions

    about the recategorizations and reinforcement of those basic actions.

    Key-Words:Sanitary Vigilance, basic actions of Sanitary Vigilance, risks of health,

    injuries, management - Sanitary Vigilance.

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    COSTA FILHO, E. C. 2006.

    Ficha catalogrfica preparada pela Biblioteca Central da Universidade Federal doAcre

    C837gCOSTA FILHO, Edson Carneiro da. Gerenciamento eavaliao de risco sanitrio e possveis riscos e agravosrelacionados. 2006. 48f. Monografia (Especializao emGesto de Sistemas e Servios de Sade) UniversidadeFederal do Acre, Departamento de Cincias da Sade, RioBranco-Acre, 2006.

    Orientador. Prof. M.Sc. Estanislau Paulo Klein

    1. Vigilncia Sanitria, 2. Aes Bsicas Vigilncia

    sanitria, 3. Risco sade, 4. Agravos sade, 5.GestoVigilncia sanitria, I. Ttulo.

    CDU 351.77: 614

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    INTRODUO

    A regulao de risco sanitrio ao implementada pela Vigilncia Sanitria,organismo de sade de todos os nveis governamentais, em decorrncia do controle

    sanitrio de servios, produtos e ambientes de interesse sade.

    Conforme criao e competncia do Sistema nico de Sade garantido pela

    Constituio Brasileira de 1988, atribuio do SUS, dentre outras, a execuo das

    aes de Vigilncia Sanitria e conseqentemente o controle e a fiscalizao de

    procedimentos, produtos e substncias de interesse para a sade e a participao

    da produo de medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos, hemoderivados e

    outros insumos.

    Esta ao constituda teve como marco regulatrio e operacional, aps a

    criao do SUS, a Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, que dispe sobre as

    condies, objetivos, atribuies deste campo de atuao, e que a estabelece nas

    trs esferas governamentais, conforme princpios de organizao, direo e gesto

    a responsabilidade pertinente. Sendo definido posteriormente, pela Lei 9.782 de 06

    de janeiro de 1999, como Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria.

    O Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria uma decorrncia lgica da

    obrigao de o Estado executar aes e prestar servios destinados a diminuir,

    eliminar e prevenir riscos sade (Dallari 2001), sendo, no entanto, a regulao de

    risco, historicamente, uma questo mundial que provoca discusses, no nvel de

    controle da circulao de bens e servios de interesse sade em todas as

    fronteiras do globo.

    Nesse contexto, o deslocamento de decises de avaliao e gerenciamento

    de risco sanitrio para espaos internacionais tem reflexos no plano da soberania e

    da democracia dos Estados, em particular, nos pases perifricos ou em

    desenvolvimento (LUCHEESE, 2001).

    No sculo XXI, as necessidades de consumo e a oferta de produtos e

    servios vm, cada vez mais, sendo abordadas pelos rgos de controle sanitrio,

    que dotados de arcabouo legal, regulam e gerenciam o risco relacionado a toda a

    cadeia produtiva e de circulao de bens.

    Condizentes a ao/ foco dos rgos fiscalizadores e ao nvel decomplexidade pactuado pela esfera governamental respectiva, dispe-se no Brasil

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    atravs do Ministrio da Sade, uma tabela de procedimentos que so realizados

    visando o gerenciamento, a avaliao do risco e a preveno de possveis agravos,

    na tnica da promoo e da proteo sade.

    Estes procedimentos de proteo sade caracterizam, portanto, a Vigilncia

    Sanitria como ao coletiva de sade, podendo ser vista como exigncia do

    processo civilizatrio contemporneo, dentro da qual a tcnica, como instrumento de

    ao produtiva, permite ao homem superar sua carncia biolgica e ter um contato

    transformador com a natureza, assegurando melhores condies de sobrevivncia.

    Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivos detalhar os

    procedimentos bsicos de Vigilncia Sanitria descritos na tabela SIA/ SUS e

    relaciona-los aos possveis riscos e agravos presentes em produtos, ambientes eservios de interesse sade de maneira a disponibilizar este conhecimento de

    forma consolidada, fazer uma abordagem conceitual do panorama de complexidade

    das aes de vigilncia sanitria adotados at recentemente pelo Ministrio da

    Sade e traar um perfil da relativa problemtica do gerenciamento de risco nas

    aes bsicas de Vigilncia Sanitria.

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    2. OBJETIVOS

    2.1. Geral

    Classificar as aes bsicas de Vigilncia Sanitria dispostas na tabela

    SIA/SUS de acordo com os riscos e agravos relacionados a produtos, servios e

    ambientes, conforme levantamento bibliogrfico.

    2.2. Especficos

    Abordar de forma conceitual e crtica a categorizao das aes de Vigilncia

    Sanitria por nvel de complexidade.

    Construir segundo o perfil da gesto em Vigilncia Sanitria, um instrumento

    de conhecimento sobre as diferentes realidades de riscos e agravos relacionados s

    aes bsicas de Vigilncia Sanitria.

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    3. JUSTIFICATIVA

    Lucchese (2001) define que a Vigilncia Sanitria uma rea da sade

    pblica que trata ameaas sade resultantes do modo de vida contemporneo, do

    uso de novos materiais, novos produtos, novas tecnologias, novas necessidades,

    em suma, de hbitos e de formas complexas da vida, que so a conseqncia

    necessria do desenvolvimento industrial e do que lhe imanente: o consumo.

    A pertinncia da temtica deste trabalho se d na proporo que, o Sistema

    nico de Sade - SUS tem como prerrogativa o processo sade-doena e seus

    determinantes, fator gerador da poltica nacional de sade e que deve realmente

    ser revisto e redirecionado, mas que, porm, no deve ser descartado, sendo que patamar e objeto de estudo cientfico da contemporaneidade.Ou seja, trata-se, aqui,

    de discutir um sistema de sade, que tem como objeto s condies de sade da

    populao e seus determinantes, ou seja, o seu processo de sade/doena, tendo

    em vista produzir progressivamente melhores estados e nveis de sade dos

    indivduos e das coletividades, atuando articulada e integralmente nas prevenes

    primria, secundria e terciria, com reduo dos riscos de doena, seqelas e bito

    (ALMEIDA, 1998).Faz-se necessrio destacar, que a relao direta a ser aqui estabelecida entre

    o risco, possveis agravos e as aes bsicas de Vigilncia Sanitria no foi

    realizada pelo Ministrio da Sade, visto que, a regulamentao destas aes feita

    pelo conjunto ANVISA e Secretaria de Vigilncia em Sade ainda no forneceu, de

    forma consolidada, to importante subsdio, alm de que, pela complexidade de se

    dimensionar o risco e relacion-lo a possveis agravos decorrentes, pouco se

    encontra, tambm, de forma consolidada, na literatura, este assunto. Portanto,objetivando contribuir com o suprimento desta necessidade que est posta

    relevncia do presente trabalho. Em especfico, este estudo ir contribuir com o

    conhecimento sobre o tema, reunindo informaes e parmetros sobre riscos e

    agravos decorrentes das aes bsicas de Vigilncia Sanitria, conhecimentos estes

    que podero subsidiar de forma direta, equipes tcnicas e gestores da rea sobre a

    abrangncia das aes e sua perspectiva de preveno e promoo da sade.

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    4. METODOLOGIA

    Atravs de levantamento bibliogrfico, o presente trabalho busca,

    inicialmente, consolidar atravs de uma linha histrico-temporal a prtica e, por

    conseguinte, o estado atual da regulao de risco, a partir de suas duas dimenses:

    a avaliao e o gerenciamento de risco, no Brasil e no SUS, avaliando os

    procedimentos da tabela SIA/ SUS, onde esto discriminadas as aes bsicas de

    Vigilncia Sanitria, de forma a relacion-las com os possveis riscos e agravos

    decorrentes de produtos, servios e ambientes de interesse sade.

    As aes da tabela SIA/ SUS sero destacadas segundo a atividade e o tipo

    de produto, servio e ambiente, de forma a organizar didaticamente e proporcionarmelhor enfoque do objetivo de relacion-las aos riscos e agravos decorrentes.

    Estas aes sero ainda avaliadas em sua aplicabilidade e desenvolvimento,

    no sistema, com objetivo de esclarecer este objeto de gesto e a estrutura de

    gerenciamento de risco sanitrio proposta pelo SUS.

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    5. REVISO BIBLIOGRFICA

    5.1. CAPTULO I

    5.1.1. Breve histrico do surgimento e estruturao

    das prticas de Vigilncia Sanitria no Brasil e no

    mundo

    As primeiras aes desse campo no foram institudas com o modo de

    produo capitalista, tampouco sob o domnio da Medicina, pois desde pocasimemoriais as sociedades, sob os mais diversos modos de produo da vida social,

    vm tentando exercer controle sobre os elementos essenciais vida em coletividade

    e que podem gerar ameaas sade. A ancestralidade dessas prticas remonta s

    preocupaes das organizaes sociais com o nocivo, noo social e historicamente

    definida como fundamento para a imposio de medidas de controle. Desde sua

    origem tais aes visam o controle sanitrio do ambiente, dos alimentos, do

    exerccio da medicina e farmcia e, gradativamente, de numerosos produtos,tecnologias e servios objetos de trocas comerciais intrinsecamente envolvidos

    no complexo sade-doena-cuidado-qualidade de vida (COSTA, 2001).

    Mesmo sem referncia explcita ao direito sade, cuja construo emerge

    com a modernidade (Dallari, 1988), pode-se constatar que desde a Antigidade,

    antes do desenvolvimento do pensamento mdico, houve, no geral, um

    reconhecimento social da importncia dessas aes e que o enfrentamento dos

    problemas como questes do Poder Pblico foi se dando com base no uso de leis

    que, ao serem estabelecidas como mecanismos disciplinadores da vida em

    sociedade, iam impondo medidas de controle mesmo no existindo conhecimento

    elaborado do modo como esses objetos se relacionavam com as doenas. Os mais

    antigos cdigos o de Hamurabi, o de Manu e o Antigo Testamento abrigam

    normas sobre a sade e sanes para os casos de falta de cumprimento. A

    intensificao dessas prticas se deu com o avano das foras produtivas e o

    incremento da funo regulatria, que acompanhou a ampliao da produo de

    bens e servios de interesse da sade, vindo a ocorrer diferenciao em termos

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    institucionais-organizativos com o crescimento e diversificao da produo e maior

    complexidade na diviso social do trabalho (COSTA, 1999).

    No Brasil o histrico do gerenciamento e regulao do risco sanitrio,

    obedece ao crescimento da complexidade do fazer humano, quando desde a

    chegada dos Portugueses a estas terras, desembarcaram boticrios, Jesutas ento

    responsveis pelo exerccio da farmcia e servios ambulatoriais, mdicos e

    responsveis pela fiscalizao do exerccio da medicina e farmcia no Brasil colnia.

    Segue-se um aumento gradativo de responsabilidades e aes sanitrias,

    inclusive com a chegada da Famlia Real (1808). Dar-se a o desencadeamento da

    produo e a normatizao e regulao sanitrias ganham impulso.

    Segundo Edin Costa (1999), at os anos 1920, o controle sanitrio fundamentalmente caracterizado por sucessivas reorganizaes administrativas do

    aparato Estatal, com edio de muitas normas, como resposta privilegiada aos

    problemas sanitrios que emergem do processo social, entre os quais as doenas

    epidmicas se constituem motivao e foco de interveno.

    Rozenfeld (2000) descreve que, neste nterim, foi regulamentado o Decreto n

    16.300 de 31 de Dezembro de 1923, que vigorou por muito tempo com Regulamento

    Sanitrio Federal e normatizou o controle de muitos produtos e servios de interesse sade. O Regulamento incorporou a expresso Vigilncia Sanitria, empregada

    indistintamente para o controle sanitrio de pessoas doentes, ou suspeitas de

    molstias transmissveis, e de estabelecimentos e locais.

    Nos anos 30 ocorrem transformaes econmicas e polticas, h a

    constituio do Estado Novo e o fortalecimento da Indstria, com intensa

    regulamentao do exerccio de farmcia. Na primeira metade da dcada de 40 h

    intensificao da fiscalizao do exerccio de medicina e uma maior preocupaopor parte do Ministrio da Educao e Sade, atravs do Departamento Nacional de

    Sade com os alimentos.

    Na segunda metade dos anos 40 ocorreu uma reordenao normativa

    relevante, que marcou redefinies das prticas sanitrias em todo o mundo.

    Estabelece-se a partir desse perodo a indstria farmacutica no plano mundial

    (Bermudez, 1995), conseqentemente as normatizaes acompanham o

    crescimento do processo industrial e continua a regulao da produo e consumo

    de alimentos no Brasil.

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    criado nos anos 50 pelo governo Caf Filho, o Ministrio da Sade,

    acarretando em re-ordenamento da estrutura de sade e a incorporao de novos

    princpios e conceitos. Um novo Cdigo de Sade com o princpio doutrinrio de

    defesa e proteo da sade como dever do Estado que regulou objetos concretos de

    vigilncia sanitria e promoveu novas prticas de controle.

    Destaca-se ainda, na segunda metade do sculo XX, a crise de insuficincia

    assistencial Previdenciria no Brasil, que prestava os servios de sade crescente

    populao assalariada da dcada de 60, a criao da Secretaria Nacional de

    Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade e a prolfica regulamentao, sanitria de

    medicamentos, saneantes, produtos correlatos, gua de consumo humano,

    alimentos, atividades hemoterpicas e suporte laboratorial Vigilncia Sanitria,ocorridas nas dcadas de 60 e 70.

    O conceito de vigilncia epidemiolgica, desenvolvido nos anos 50, consolida-

    se no final da dcada de 60 (Garcia, 1989), e neste perodo, que Costa (1989)

    afirma que o termo vigilncia sanitria passa a dominar o conjunto de aes de

    controle sanitrio na rea de portos e fronteiras para, em meados dos anos 70, sem

    elaborao, ser incorporado tambm como controle sanitrio de produtos e servios

    de interesse sade.A dcada de 80 marcada pela busca de redefinio do modelo sanitrio do

    pas, com a expresso do Movimento Sanitarista que na Vigilncia Sanitria se

    define no estabelecimento do marco conceitual que faz referncia proteo da

    sade da populao (Costa 1999) e na necessidade de uma poltica nacional de

    vigilncia sanitria.

    Na dcada de 90, com a democracia re-instaurada, novos marcos normativos

    so destacveis, entre eles a Lei n 8.078/90 chamada de Cdigo de Defesa doConsumidor, a Lei n 8.080/90, que organiza o Sistema nico de Sade e a Portaria

    1.565/94 que institui o Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria.

    criada a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria que tem por finalidade

    institucional promover a proteo da sade da populao, por intermdio do

    controle sanitrio da produo e da comercializao de produtos e servios

    submetidos Vigilncia Sanitria, inclusive dos ambientes, dos processos a eles

    relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras.

    Definiram-se, ainda, novas atribuies da Vigilncia Sanitria, como o

    monitoramento da qualidade de bens e produtos, por meio de programas especiais,

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    sistemas de vigilncia farmacolgica e toxicolgica, e de sistemas de informao, e

    o controle de produtos fumgeros, como derivados do tabaco, e de resduos de

    medicamentos veterinrios em alimentos (ROZENFELD, 2000).

    5.2. CAPTULO II

    5.2.1. A municipalizao das aes de Vigilncia

    Sanitria e a categorizao por complexidade

    Dando continuidade s diretrizes anteriormente preconizadas pelo SUS, a

    Norma Operacional Bsica do Sistema nico de Sade NOB-SUS n 1, de 1996,

    veio disciplinando as aes de Vigilncia Sanitria e seu custeio a modalidade de

    gesto, fato que estimulou a descentralizao e a organizao dos servios de

    Vigilncia Sanitria consolidando a municipalizao plena da sade.

    Portanto, o financiamento das aes ficou determinado segundo a

    complexidade, por densidade tecnolgica, distribudo nos nveis bsico, de mdiae

    alta complexidade.

    As aes bsicas foram includas no conceito de Piso da Ateno Bsica

    (PAB) sob um fator de financiamento per capita e as aes de mdia e alta

    complexidade passam a ter modalidade prpria de financiamento segundo

    demonstrativo de aes realizadas ao Ministrio da Sade, sendo as aes dos

    trs nveis determinados pela Portaria da Secretaria de Ateno Sade n 18 de

    21 de janeiro de 1999.

    Normatizando a aplicao e o controle dos recursos so criados instrumentos

    de acompanhamento das aes, as Pactuaes. Estes pactos estabelecem acordos

    contratuais ou de gesto entre os rgos ministeriais responsveis pelo

    desenvolvimento e acompanhamento das aes e as demais entidades federadas

    de forma a assegurar a realizao do programado, sendo elas a Programao

    Pactuada e Integrada PPI, atravs da Instruo Normativa Secretaria de

    Vigilncia em Sade do Ministrio da Sade n 1, de 08 de dezembro de 2003,

    respectiva s aes bsicas de Vigilncia Sanitria e o Termo de Ajustes e Metas,

    atravs da Resoluo da Diretoria Colegiada da Agncia Nacional de Vigilncia

    Sanitria RDC/ ANVISA N 200, de 12 de julho de 2002, respectivo s aes demdia e alta complexidade.

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    Para efeito de registro sistemtico no Sistema de Informao Ambulatorial, foi

    instituda pela Secretaria de Ateno Sade do Ministrio da Sade a Portaria N

    277 de Junho de 2004 que reestabelece os procedimentos bsicos de Vigilncia

    Sanitria.

    5.2.2. As aes bsicas de Vigilncia Sanitria e a

    inverso entre proporcionalidade do risco e

    densidade tecnolgica das aes

    Dispostas na tabela de procedimentos do Sistema de Informao Ambulatorial

    do Sistema nico de SadeTabela SIA/SUS, esto s aes bsicas de VigilnciaSanitria, que sero por objetivo maior deste trabalho relacionadas aos possveis

    riscos e agravos a elas vinculados, sendo que, cabe neste nterim uma breve

    abordagem sobre a perspectiva atual deste padro utilizado para categorizar as

    aes de Vigilncia Sanitria.

    A predefinio da complexidade das aes por densidade tecnolgica h

    muito vem sendo questionada, no que tange a abordagem da Vigilncia Sanitria

    sobre o risco de produtos, servios ou ambientes.Segundo Pestana e Mendes (2004) as aes denominadas de mdia e alta

    complexidade so mais densas tecnologicamente e mais custosas, mas

    definitivamente no so mais complexas.

    Na realidade no h uma relao direta entre a densidade tecnolgica dos

    objetos sujeitos a Vigilncia Sanitria, a densidade tecnolgica das aes e a

    complexidade para sua execuo.

    Da mesma forma que a densidade tecnolgica no guarda relao direta coma complexidade das aes de Vigilncia Sanitria, o risco sanitrio tambm segue

    esse padro, podendo ser elevado mesmo para objetos/ aes do nvel bsico de

    complexidade (GT CIT/VISA 2005).

    Desta forma e com o advento do Pacto pela Sade 2006, levanta-se no

    conjunto das Vigilncias que compem o Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria, a

    necessidade de recategorizar as aes pela perspectiva do Municpio e pela nova

    modalidade de gesto de sistema local de sade proposta pelo Pacto. H de ser

    levado em considerao nessa nova perspectiva que a estratgia para subsidiar a

    viabilidade poltica dos Pactos, no concernente Vigilncia Sanitria, se fundamenta

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    17

    no Plano Diretor de Vigilncia SanitriaPD/VISA, instrumento que se configura em

    um processo poltico/ pedaggico que incorpora as discusses conceituais da

    ateno bsica e da categorizao.

    As discusses da recategorizao seguem, atualmente, um fluxo dialgico, na

    Comisso Intergestora Tripartite CIT, atravs do Grupo de Trabalho de Vigilncia

    em Sade, e paralelo a esse frum existem o Comit Consultivo em Vigilncia

    Sanitria, tambm da CIT, e o Ncleo Estratgico de Promoo e Vigilncia do

    Conselho Nacional de Secretrios Municipais de SadeCONASEMS.

    5.3. CAPTULO III

    5.3.1. Risco sanitrio e os procedimentos bsicos

    de Vigilncia Sanitria

    Apesar da diversidade e da disparidade do grau de risco encontrado nos

    procedimentos bsicos de Vigilncia Sanitria dispostos na Tabela SIA/SUS, j

    questionados em sua aplicao no captulo anterior, ser realizado neste trabalho

    um levante de forma a construir um paralelo que possa explicitar de forma didtica

    essa realidade ainda pouca descrita, de forma consolidada, na literatura a respeito

    da Vigilncia Sanitria.

    Para Ferreira (2003) riscos e danos sade, relacionados com o consumo de

    produtos, tecnologias e servios de interesse sanitrio podem ser decorrentes de

    defeitos ou falhas de fabricao, de procedimentos diagnsticos e teraputicos

    inadequados nos servios de sade e de ilicitudes intencionais de fabricantes,comerciantes ou prestadores de servios.

    Segundo Lucchese (2001) so duas as dimenses bsicas para os sistemas

    que desenham polticas regulatrias em sade:

    a) aval iao de ri sco de natureza mais cientfica,

    consiste no uso de bases concretas de dados para

    definir os efeitos de uma exposio (indivduos ou

    populao) a materiais ou situaes; busca medir, porexemplo, o risco associado a uma substncia;

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    b) gernc ia de ris co de orientao mais poltico

    administrativa, o processo de ponderar as alternativas

    de polticas e selecionar ao regulatria mais

    apropriada, integrando os resultados da avaliao do

    risco com as preocupaes sociais, econmicas e

    polticas para chegar a uma deciso; decide o que fazer

    com o risco avaliado.

    Com base nestas definies, relacionam-se aos procedimentos bsicos de

    Vigilncia Sanitria uma srie de riscos prevenidos pela ao de fiscalizao,

    atravs da utilizao de tecnologias de interveno, da avaliao e do

    gerenciamento de risco sanitrio.

    Visando o efeito didtico do detalhamento e da relao que ser estabelecida

    entre as aes bsicas de Vigilncia Sanitria e os possveis riscos e agravos

    relacionados, os procedimentos da tabela SIA/SUS, sero destacados em grupos,

    conforme a natureza, sendo eles de produtos de interesse sade, servios de

    interesse sade e ambientes de interesse sade e a correlao do risco e

    agravos relacionados ser feita conforme a atividade e o tipo de produto, servio ou

    ambiente de interesse sade.

    Ser destacado separadamente o Monitoramento da Qualidade da gua para

    Consumo em Vigilncia Sanitria, enquanto Coleta de Amostras e Produtos e

    Substncias.

    Seguem os grupos:

    1 Grupo

    PRODUTOS DE INTERESSE SADE

    Atividade Tipo de Produto

    Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou

    Empresa de Transporte

    Alimento

    Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou

    Empresa de Transporte

    Correlatos

    Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou

    Empresa de Transporte

    Saneantes Domissanitrios

    Depsito, Dispensrio, Comrcio,

    Distribuidora e/ou Empresa de

    Transporte

    Medicamentos/ Drogas e Insumos

    Farmacuticos

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    Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou

    Empresa de Transporte

    Cosmticos/ Perfumes e Produtos de

    Higiene Pessoal

    Tabela 1Produtos de interesse sade

    2 Grupo

    SERVIOS DE INTERESSE SADE

    Atividade Tipo de Servio

    Unidade de Sade sem Procedimento

    Invasivo

    Servio Relacionado Sade

    Instituto de Beleza sem

    responsabilidade mdica (pedicuro,barbearia, saunas e congneres)

    Servio Especfico

    Estabelecimento de Massagem /

    Tatuagem

    Servio Especfico

    Creche/ Estabelecimento de Ensino Servio Especfico

    Tabela 2Ambientes de interesse sade

    3 Grupo

    AMBIENTES DE INTERESSE SADE

    Atividade Tipo de Ambiente

    Habitao unifamiliar/ Coletiva/

    Multifamiliar / Locais com fins de Lazer

    ou Religioso/ Logradouros Pblicos

    Locais de Uso Pblico/ Restrito

    Piscina de uso publico / Restrito Locais de Uso Pblico/ Restrito

    Cemitrio / Necrotrio / Crematrio Locais de Uso Pblico/ Restrito

    Terreno baldio Locais de Uso Pblico/ Restrito

    Hotis, Motis e Congneres Locais de Uso Pblico/ Restrito

    Estaes Rodovirias e Rodoferrovirias Locais de Uso Pblico/ Restrito

    Tabela 3Ambientes de interesse sade

    4 Grupo

    COLETA DE AMOSTRAS DE PRODUTOS E SUBSTNCIAS

    Monitoramento da Qualidade da gua para Consumo em Vigilncia Sanitria

    Tabela 4Coleta de amostras de produtos e substncias

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    Fica aqui estabelecido que a interveno prevista no Anexo da Portaria N

    277 prev a realizao da inspeo sanitria, enquanto tecnologia de interveno na

    preveno/erradicao do risco. Tal qual a rotina da Vigilncia Sanitria na

    inspeo da estrutura fsica e da sade do trabalhador, na exigncia de EPI

    (Equipamentos de Proteo individual), na averiguao e orientao sobre a limpeza

    e higiene dentre outras atribuies institudas na portaria, no ser, portanto,

    abrangida neste trabalho a avaliao do risco da estrutura dos estabelecimentos,

    este limite, gera to somente o recorte necessrio ao campo de abordagem a que se

    prope este estudo.

    5.3.2. Riscos e possveis agravos relacionados

    1 Grupo Produtos de Interesse Sade

    Relacionar-se-o, transversalmente as atividades dispostas neste grupo as

    Boas Prticas de Armazenamento e Distribuio, ou seja, aquelas que visam a

    manuteno, segundo procedimentos operacionais padronizados, da qualidade dos

    produtos, atravs da armazenagem e transporte adequados e a preveno dosriscos relacionados a perca da validade do produto e deteriorao, quer seja da

    embalagem, rtulo ou do produto em si.

    Os riscos relacionados ao 1 grupo sero dispostos segundo o Tipo de

    Produto.

    Atividade de Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou Empresa de

    Transporte de Alimentos.

    Nas intervenes realizadas sobre este tipo de produto, o alimento, previne-

    se basicamente trs tipos de contaminao, sendo elas, a contaminao biolgica, a

    contaminao qumica e a contaminao fsica.

    A contaminao biolgica, aquela provocada por agente patognico de

    natureza microbiolgica, como bactrias, bolores, leveduras ou ainda por alguns

    tipos de vrus e protozorios, provocam as conhecidas as DTAs - Doenas

    Transmitidas por Alimentos.

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    A contaminao qumica ou perigo qumico pode ocorrer pela ao de

    contaminantes de natureza qumica, seus resduos, ou produtos de degradao em

    nveis inaceitveis nos alimentos. (SENAI/DN, 2000).

    Estes elementos podem ser toxinas naturais, micotoxinas, substncias

    qumicas introduzidas durante a obteno de matria-prima e/ou produo e

    processamento de alimentos (produtos de limpeza, pesticidas, alrgenos, metais

    txicos, nitratos, nitritos, nitrosaminas, bifelinos policlorados, plastificantes e

    migraes a partir de embalagens, resduos veterinrios, aditivos qumicos e drogas

    para aquacultura).

    Estes dois tipos de contaminaes podem provocar agravos variados que

    podem ser definidos como:

    Intoxicao alimentar - Quando o agente uma toxina

    previamente elaborada por um determinado

    microorganismo no alimento;

    Toxinfeco alimentarSe d por ingesto de clulas

    do microorganismo patognico, colonizao e/ou

    invaso;

    Toxinose alimentar - Quando ocorre colonizao e

    ao de toxinas.

    A contaminao fsica pode se dar pela presena, nos alimentos, de corpos,

    objetos ou matrias estranhas (vidros, metais, pedras, madeiras, plsticos, ossos e

    pragas) em nveis inaceitveis, capazes de, fisicamente, provocar agravos sade do

    consumidor.

    Dispem-se aqui para a conteno, diminuio e eliminao do risco, alm

    das j dispostas como transversais s atividades do 1 grupo, a adoo das BoasPrticas de Manipulao e Fabricao de Alimentos, como medida normativa e

    operacional para a obteno e comercializao de alimentos de qualidade.

    Atividade de Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou Empresa de

    Transporte de Correlatos.

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    Produtos correlatos so por definio, segundo Costa (1999), aparelhos,

    dispositivos, preparaes reagentes e outros materiais relacionados com a prtica

    mdica.

    Conforme a Portaria N 2043, de 12 de dezembro de 1994 da Agncia

    Nacional de Vigilncia Sanitria, os produtos correlatos so enquadrados, segundo o

    potencial de risco que representam sade do usurio, seja paciente ou operador,

    nas classes 1 (baixo risco), 2 (mdio risco) ou 3 (alto risco), e por via de regra,

    define:

    Classe 1 (baixo risco) - Produtos mdicos que, por dispensarem o

    emprego de procedimentos e tcnicas especiais de produo e

    cuidados ou precaues em seu uso ou aplicao, representam baixorisco intrnseco sade de seus usurios, seja paciente ou operador.

    As seguintes regras se aplicam aos produtos desta Classe:

    Regra 1 - Todos os produtos mdicos no-invasivos,

    exceto aqueles aos quais aplicam-se as regras 4, 5, 6,

    19 e 20.

    Regra 2 - Todos os equipamentos de diagnstico ou

    terapia, exceto aqueles aos quais aplicam-se as regras8, 9, 10, 11, 12, 21, 22 e 23.

    Regra 3 - Todos os materiais, artigos e equipamentos de

    apoio mdico-hospitalar, exceto aqueles aos quais

    aplicam-se as regras 13, 14 e 24.

    Classe 2 (mdio risco) - Produtos mdicos que apesar de dispensarem

    o emprego de procedimentos e tcnicas especiais de produo,

    necessitam de cuidados ou precaues em seu uso ou aplicao,

    representando mdio risco intrnseco sade de seus usurios, seja

    paciente ou operador. As seguintes regras se aplicam aos produtos

    desta Classe:

    Regra 4 - Todos os produtos mdicos no invasivos

    destinados a conduzir, transportar, armazenar ou filtrar

    sangue, fludos, gases ou tecidos orgnicos destinados a

    infuso ou introduo no organismo humano.

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    Regra 5 - Todos os produtos mdicos no-invasivos

    destinados ao tratamento ou alvio de queimaduras ou

    ferimentos da derme.

    Regra 6 - Todos os produtos mdicos estreis, invasivos

    ou no, exceto aqueles aos quais aplicam-se as regras

    16, 17, 18, 19, 20 e 25.

    Regra 7 - Todos os produtos mdicos invasivos

    destinados a uso transitrio ou de curto prazo, exceto

    aqueles aos quais aplicam-se as regras 16, 17, 18, 19 e

    25.

    Regra 8 - Todos os equipamentos de diagnstico

    destinados deteco de informaes de sinais

    fisiolgicos vitais, exceto aqueles aos quais aplica-se aregra 21.

    Regra 9 - Todos os equipamentos de diagnstico cujo

    princpio de funcionamento prev a emisso de energias

    que podem ser absorvidas pelo organismo humano,

    exceto os equipamentos para iluminar o corpo do

    paciente na faixa do espectro visvel.

    Regra 10 - Todos os equipamentos de diagnstico

    destinados a fornecer imagens "in-vivo" da distribuio

    de radiofrmacos.

    Regra 11 - Todos os equipamentos de diagnstico ou

    terapia destinados a administrar ou trocar energias com

    o corpo humano, exceto aqueles aos quais aplica-se a

    regra 22.

    Regra 12 - Todos os equipamentos de diagnstico ou

    terapia destinados a administrar ou remover gases,

    medicamentos, fludos ou outras substncias do corpo

    humano, exceto aqueles aos quais aplica-se a regra 23.Regra 13 - Todos os equipamentos de apoio mdico-

    hospitalar utilizados para esterilizao de outros produtos

    mdicos.

    Regra 14 - Todos os equipamentos de apoio mdico-

    hospitalar destinados ao registro de imagens

    diagnsticas.

    Regra 15 - Todos os materiais e artigos implantveis

    destinados a serem fixados exclusivamente nos dentes.

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    Classe 3 (alto risco) - Produtos que por necessitarem do emprego de

    procedimentos e tcnicas especiais de produo, bem como de

    cuidados ou precaues em seu uso ou aplicao, representam alto

    risco intrnseco sade de seus usurios, seja paciente ou operador.

    As seguintes regras se aplicam aos produtos desta Classe:

    Regra 16 Todo produto mdicos invasivos de longo

    prazo.

    Regra 17 - Todos os produtos mdicos invasivos

    destinados a contato direto com o corao, sistema

    circulatrio central ou sistema nervoso cerebral.

    Regra 18 - Todos os produtos mdicos invasivos queutilizam tecidos humanos, tecidos animais ou seus

    derivados.

    Regra 19 - Todos os produtos mdicos usados na

    contracepo ou preveno de doenas sexualmente

    transmissveis.

    Regra 20 - Todos os materiais e artigos no-invasivos

    estreis destinados exclusivamente na desinfeco,

    limpeza ou hidratao de lentes de contato.

    Regra 21 - Todos os equipamentos de diagnsticos

    destinados a deteco de informaes de sinais

    fisiolgicos vitais em procedimentos ou condies de

    risco imediato vida do paciente.

    Regra 22 - Todos os equipamentos de diagnstico ou

    terapia destinados a administrar tipos ou nveis de

    energia intrinsecamente perigosa ao organismo humano,

    considerado a parte do corpo a absorver a energia e a

    densidade de energia.

    Regra 23 - Todos os equipamentos de diagnstico ou

    terapia destinados a administrar ou remover gases,

    medicamentos, fluidos ou outras substncias de forma

    intrinsecamente perigosa, considerando a natureza de

    substncia e a parte do organismo envolvida no

    processo, bem como as condies de aplicao ou

    remoo.

    Regra 24 - Todos os materiais, artigos ou equipamentos

    de apoio mdico-hospitalar destinados a controlar,monitorar ou que influem diretamente no desempenho

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    dos equipamentos de diagnstico ou terapia

    enquadrados na classe 3.

    Regra 25 - Todos os materiais e artigos implantveis.

    Implementao das Regras

    1. Os produtos mdicos e seus acessrios enquadrados

    em classes distintas, quando integrados ou conectados,

    tero seu conjunto enquadrado na classe mais crtica.

    2. O produto mdico destinado e diferentes usos ou

    aplicaes no organismo humano, dever ser

    classificado segundo seu uso ou aplicao mais crtica.

    3. Caso duas regras sejam aplicadas a um mesmo

    produto mdico, com base nas especificaes fornecidas

    pelo fornecedor, este produto dever adotar a regra queo enquadra ma classe mais crtica.

    Como objetivo integral desta ao, objetiva-se reduzir

    o uso incorreto dos correlatos, garantir a qualidade do

    produto (eficcia, comprovao cientfica e registro no

    Ministrio da Sade) e reduzir a morbi-mortalidade por

    uso tcnico inadequado.

    Na execuo desta ao a Vigilncia Sanitria monitora a qualidade dessas

    tecnologias atravs da fiscalizao dos servios de sade, buscando reduzir o

    uso incorreto e apontar, atravs de Programas de Garantia de Qualidade, a

    utilidade ou obsolescncia dessas tecnologias.

    Com isso, reduz a morbi-mortalidade por erros diagnsticos, leses ou danos

    sade por uso tcnico inadequado, por defeitos de fabricao, por ausncia de

    manuteno ou controles de qualidade ou por tecnologias clandestinas, alm de

    combater as tecnologias sem comprovao cientfica e sem registro no Ministrio

    da Sade e a propaganda enganosa.

    Atividade de Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou Empresa de

    Transporte de Saneantes Domissanitrios.

    Entende-se por Produtos Saneantes Domissanitrios e Afins mencionados no

    art. 1 da Lei 6360/76, as substncias ou preparaes destinadas higienizao,

    desinfeco, desinfestao, desodorizao, odorizao, de ambientes domiciliares,

    coletivos e/ou pblicos, para utilizao por qualquer pessoa, para fins domsticos,

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    para aplicao ou manipulao por pessoas ou entidades especializadas, para fins

    profissionais.

    Ser tomada como base para a descrio tcnica dos riscos relacionados a

    esta ao a RDC N 184, de 22 de Outubro de 2001ANVISA.

    Portanto, leva-se em considerao na avaliao de risco:

    A toxicidade das substncias e suas concentraes no produto;

    A finalidade de uso dos produtos;

    As condies de uso;

    A ocorrncia de problemas anteriores;

    A populao provavelmente exposta;

    A freqncia de exposio e a sua durao.

    Para efeitos de registro na Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria, os

    produtos so classificados como de Risco I e Risco II.

    Sendo que os produtos de Risco I compreendem os saneantes

    domissanitrios e afins em geral, excetuando-se os classificados como de Risco II.

    Os produtos classificados de Risco I devem atender ao disposto em legislaes

    especficas e aos seguintes requisitos:

    Produtos formulados com substncias que no

    apresentem efeitos comprovadamente mutagnicos,

    teratognicos ou carcinognicos em mamferos.

    Produtos com DL50 oral para ratos, superiores a

    2000mg/kg de peso corpreo para produtos lquidos e

    500mg/kg de peso corpreo para produtos slidos. Ser

    admitido o mtodo de clculo de DL50 estabelecido pela

    OMS.

    Produtos cujo valor de pH, em soluo a 1% p/p

    temperatura de 25 C (vinte e cinco graus Celsius), seja

    maior que 2 ou menor que 11,5.

    Os produtos de Risco II compreendem os saneantes domissanitrios e afins

    que sejam custicos, corrosivos, os produtos cujo valor de pH, em soluo a 1% p/p

    temperatura de 25 C (vinte e cinco graus Celsius), seja igual ou menor que 2 e

    igual ou maior que 11,5, aqueles com atividade antimicrobiana, os desinfestantes e

    os produtos biolgicos base de microorganismos. Os produtos classificados de

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    Risco II devem atender ao disposto em legislaes especficas e aos seguintes

    requisitos:

    Produtos formulados com substncias que noapresentem efeitos comprovadamente mutagnicos,

    teratognicos ou carcinognicos em mamferos.

    Produtos com DL50 oral para ratos, superiores a

    2000mg/kg de peso corpreo para produtos lquidos e

    500mg/kg de peso corpreo para produtos slidos, na

    diluio final de uso. Ser admitido o mtodo de clculo

    de DL50 estabelecido pela OMS.

    A ao da Vigilncia Sanitria sobre esses produtos busca reduzir ou eliminaros fatores de risco que possam comprometer a qualidade dos saneantes, e com isso

    prevenir quanto a possveis intoxicaes, leses alrgicas ou contaminaes

    microbiolgicas.

    Atividade de Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou Empresa de

    Transporte de Medicamentos/ Drogas e Insumos Farmacuticos.

    Os produtos medicamentosos ou insumos que se destinam a essa finalidade

    proporcionam risco direto sade, quanto ao uso, portanto, define-se aqui, como

    produto de risco inerente ao consumo.

    O propsito da Vigilncia Sanitria de Medicamentos e Outros Insumos

    Farmacuticos a proteo da populao no sentido de se evitar o consumo de

    substncias ineficazes ou perigosas para a sade, onde esto inclusas, asiatrogenias farmacolgicas, ou seja, a morbi-mortalidade por intoxicaes

    medicamentosas, a automedicao, a eficcia dos medicamentos e as reaes

    adversas(EDUARDO, 1998).

    Aos produtos desta categoria, dispe-se tambm a necessidade de garantir o

    controle sanitrio sobre a aquisio, armazenamento, conservao e dispensao

    de produtos industrializados, fazendo-se necessria adoo das Boas Prticas de

    Dispensao, como medida de preveno de danos relacionados atividade.

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    Atividade de Depsito, Comrcio, Distribuidora e/ou Empresa de

    Transporte de Cosmticos/ Perfumes e Produtos de Higiene

    Pessoal.

    Segundo a RDC N 343 de 13 de Dezembro de 2005, produtos de higiene

    pessoal, cosmticos e perfumes so preparaes constitudas por substncias

    naturais ou sintticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele,

    sistema capilar, unhas, lbios, rgos genitais externos, dentes e membranas

    mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limp-los,

    perfum-los, alterar sua aparncia e ou corrigir odores corporais e ou proteg-los ou

    mant-los em bom estado.A classificao destes produtos se d pelo risco que oferecem dada a

    sua finalidade de uso e ficam subdivididos em categorias, quais sejam:

    Produtos de Higiene

    Cosmtico

    Perfume

    Produto de uso infantil

    Os critrios utilizados para a classificao de risco definem-se em funo

    da finalidade do uso do produto, rea do corpo abrangida, modo de usar e cuidados

    a serem observados, quando da sua utilizao. Os produtos podem ser Grau de

    Risco 1 quando o risco mnimo ou Grau de Risco 2 quando o risco potencial,

    mais especificamente:

    Produtos Grau de Risco 1: Produtos de Higiene

    Pessoal Cosmticos e Perfumes cuja formulao cumpre

    com a definio adotada e se caracterizam por

    possurem propriedades bsicas ou elementares, cuja

    comprovao no seja inicialmente necessria e no

    requeiram informaes detalhadas quanto ao seu modo

    de usar e suas restries de uso, devido s

    caractersticas intrnsecas do produto.

    Produtos Grau de Risco 2: Produtos de Higiene

    Pessoal Cosmticos e Perfumes cuja formulao cumpre

    com a definio adotada e possuem indicaes

    especficas, cujas caractersticas exigem comprovaode segurana e/ou eficcia, bem como informaes e

    cuidados, modo e restries de uso.

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    Nesta ao em especfico o objetivo maior, a semelhana dos saneantes a

    garantia de qualidade dos produtos a serem consumidos pela populao.

    No Brasil, no temos taxas de ocorrncia de danos sade em decorrncia

    do uso desses produtos. Mas, freqentemente, h denncias de casos de leses

    alrgicas, queimaduras, quedas de cabelos, produtos com contaminantes

    microbiolgicos ou fraudes, isto , produtos que no produzem os resultados

    propagandeados.

    Alm disso, o controle sanitrio tem como objetivo prover a populao de

    conhecimentos sobre os produtos, bem como sobre as exigncias e direitos como

    consumidora de produtos industrializados e comercializados (EDUARDO, 1998).

    2 Grupo Servios de Interesse Sade

    Os riscos relacionados ao 2 grupo sero dispostos segundo a Atividade.

    Unidade de Sadesem Procedimento Invasivo.

    Esto enquadrados neste tipo de estabelecimento de sade, as clnicas e

    consultrios mdicos que no realizam nenhum tipo de procedimento invasivo.

    Considera-se procedimento invasivo todo aquele que quando realizado leva total ou

    parcialmente ao interior do corpo humano, substncias, instrumentos, produtos ou

    radiaes.

    No entanto, esta ao perpassa a abordagem de tecnologias avanadas

    como a ultra-sonografia, tomografia computadorizada, ressonncia magntica, fatoque extrapola a condio do limiar tecnolgico imposto as aes bsicas de

    Vigilncia Sanitria.

    Quanto ao risco, conforme Ferreira (2003), o controle dos servios direta ou

    indiretamente relacionados com a sade deve proteger a sade contra iatrogenias

    doenas relacionadas com os servios de sade que podem atingir no s os

    usurios e trabalhadores de sade, mas tambm os circunstantes. Tambm devem

    proteger o ambiente de externalidades negativas resultantes do processo de

    produo de servios, como lixo hospitalar, esgotamento sanitrio, resduos de

    materiais radioativos, etc.

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    Nesta situao em especfico, onde o tipo do servio no apresenta forte

    probabilidade da ocorrncia de infeces hospitalares em virtude da ausncia de

    procedimentos invasivos, fica subordinada Vigilncia Sanitria como um ponto

    facilitador de controle de iatrogenias, quando, no entanto, a dificuldade da ao est

    na abordagem sobre procedimentos tcnicos e funcionamento adequado de

    equipamentos, por exemplo.

    Instituto de Belezasem responsabilidade mdica (pedicuro, barbearia,

    saunas e congneres).

    A questo essencial nestes servios d-se quando da limpeza e/ouesterilizao dos instrumentais e utenslios, que entram em contato direto com o

    usurio, constituindo-se no principal ponto crtico de controle de riscos e/ou

    possveis agentes contaminantes.

    A preveno frente as possveis contaminaes se d tambm nos nveis da

    higiene dos prestadores de servio, que tem contato direto com o usurio e na

    utilizao dos produtos cosmticos, de uso constante pra oferta deste tipo de

    servio.Existem algumas doenas que podem ser transmitidas em sales de beleza,

    barbearias, manicures e similares, quando estes deixam de fazer a limpeza e

    desinfeco adequada dos materiais que utilizam. As doenas mais comuns so

    micoses e infeces de pele e couro cabeludo. No entanto, h que incluir a AIDS e a

    HEPATITE B e C, que embora sem registro de transmisso nestes

    estabelecimentos, devem ser consideradas, pelo fato da transmissibilidade pelo

    sangue infectado (DIRETORIA DE VIGILNCIA SANITRIA, 2006).

    Creche/Estabelecimento de Ensino

    Este tipo de estabelecimento tem como objetivo prestar servio educacional

    de acolhimento, desenvolvimento e ensino. Nessa lgica caracterizam-se enquanto

    estabelecimento prestador de servio de interesse sade, por agrupar, indivduos

    em suas diferentes fases de desenvolvimento, fato este que chama ateno da

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    sade publicar por ser, a escola, um local potencial para a veiculao e rpida

    transmisso de doenas.

    Questes de saneamento bsico, infra-estrutura adequada e em bom estado,

    controle de pragas e roedores e demais vetores de doenas, alimentao livre de

    contaminantes e sade dos colaboradores/ servidores destas instituies, so

    objetos diretos da ao da interveno da Vigilncia Sanitria (DIRETORIA DE

    VIGILNCIA SANITRIA, 2006).

    Portanto, constituem-se como perigo sade das pessoas que utilizam este

    servio, o esgotamento sanitrio no adequado, infra-estrutura precarizada ou em

    mau estado de conservao, alimentos contaminados e os possveis casos de

    servidores ou usurios portadores de doenas infecto-contagiosas.

    Estabelecimentos de Massagem/ Tatuagem

    Esta categoria relaciona dois tipos de servio de natureza distinta quanto

    qualidade do risco e dos agravos relacionados.

    Os estabelecimentos de Tatuagem / Aplicao de Pircing enquadrar-se-iam,mais propriamente, no grupo dos sales de beleza, manicures e pedicuros, por

    fazerem de forma semelhante, procedimentos invasivos na obteno de um

    resultado de melhora esttica.

    Conforme, diversas citaes, por exemplo, Souza (2004) e Tengan (1998),

    descrevem em seus estudos sobre infectologia o risco de transmisso de doenas

    infecto-contagiosas, tais quais HIV, infeces bacterianas e hepatites virais nesses

    tipos de procedimentos de embelezamento.Agravos cutneos tais quais reaes alrgicas provocadas pela tinta,

    dermatites e queloides, so outros tipos possveis.

    Nestes casos os procedimentos de desinfeco e esterilizao de

    equipamentos e utenslios so primordiais para o controle das possveis infeces,

    quando, no entanto, as questes de reaes s aplicaes de tinta ou de objetos

    metlicos possuem uma natureza mdica mias complexa.

    Nos estabelecimentos de massagem, o risco ergonmico de contuses e

    leses apresenta-se em funo da prtica e habilitao do massagista e dos

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    equipamentos utilizados. Questes de higiene pessoal e dos equipamentos

    permeiam a preveno do risco (PARAN, 2002).

    3 Grupo Ambientes de Interesse Sade

    Habitao unifamiliar/ Coletiva/ Multifamiliar / Locais com fins de

    Lazer ouReligioso/ Logradouros Pblicos

    Para melhor detalhamento, este subgrupo ser dividido em dois:

    Habitao Unifamiliar/ Coletiva/ Multifamiliar/ Logradouros

    Pblicos e;

    Locais com fins de Lazer ou Religioso.

    1 subgrupo

    HabitaoUnifamiliar/ Coletiva/ Multifamiliar/ Logradouros

    Pblicos

    A Autoridade sanitria deve avaliar estes tipos de estabelecimentos segundo

    os aspectos da salubridade, drenagem e infra-estrutura sanitria (PARAN, 2002).

    Tal qual o citado por Netto (1991), a salubridade das habitaes e demais

    logradouros pblicos, que envolve o saneamento, qualidade da gua e disposio

    adequada de dejetos humanos pr-requisito fundamental para uma boa condio

    de sade.

    O gerenciamento do risco relacionado salubridade das habitaes permeiaas demais aes bsicas de Vigilncia Sanitria, vide a relevncia da situao ou

    condio dos estabelecimentos e ambientes onde esto funcionando os servios.

    A falta ou ausncia de saneamento e a m disposio de lixo, constituem-se

    fatores que influenciam diretamente, na multiplicao de vetores transmissores de

    patogenias como a malria, dengue, febre amarela e filariose (elefantase) e na

    contaminao de guas superficiais e subterrneas.

    Patgenos presentes em guas contaminadas com dejetos, que ora so

    encaminhadas ao solo, sarjetas e cursos dgua podem constituir perigosos focos de

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    disseminao de molstias graves como a clera, febre tifide, diarrias,

    leptospirose, giardase, alm de outras enterites gastrointestinais (NETTO, 1991).

    2 subgrupo

    Locais com fins de LazerouReligioso

    So abrangidos neste tipo de ambiente, tanto estabelecimento que oferecem

    servios como academias, locais onde se pratique ou se desenvolva atividades

    fsico-desportivas-recretaivas, como, ambientes de recreao, praas, parques e

    etc., propriamente ditos.Nos locais onde ocorrem praticas esportivas como nas academias de

    ginstica, o licenciamento sanitrio prev que haja no estabelecimento a assistncia

    de responsvel tcnico - RT, e a partir deste critrio previne sob a orientao do

    mesmo a prtica esportiva livre de riscos ergonmicos decorrentes da m postura

    corporal e riscos mecnicos, quando da utilizao inadequada de equipamentos de

    ginstica corporal, considerando-se, portanto, os tipos de procedimentos, servios e

    a obedincia tcnica de cada modalidade oferecida.O trabalho do RT associado ao acompanhamento mdico, para avaliao das

    condies de sade das pessoas que se expem s atividades fsicas, nestes tipos

    de servio, tambm condio necessria para a realizao da atividade.

    O uso indevido de anabolizantes, esterides e outros medicamentos devem

    ser coibidos pela Autoridade Sanitria, sendo que a reposio alimentar e de

    lquidos, fator de orientao para boa nutrio e desenvoltura dos praticantes.

    A degermao pessoal e do ambiente, tanto nos locais com fins de lazercomo saunas e clubes (Diretoria de Vigilncia Sanitria, 2006), quanto nas igrejas

    preventivo de doenas dermatolgicas como micoses.

    Piscina de uso Pblico/ Restrito

    O controle sobre a desinfeco de piscinas, alm de assegurar a qualidade

    bacteriolgica da gua, tem ao sobre a cor das guas, odor e controle de algas

    (NETTO, 1991).

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    Evita-se, portanto, com um processo adequado de desinfeco, atravs de

    tcnico habilitado, a proliferao de microrganismos patgenos e a transmisso de

    doenas de veiculao hdrica, como as j citadas no item das habitaes.

    No se descarta o perigo de acidentes ou afogamentos, principalmente com

    crianas em piscinas, portanto, divisrias de proteo, piso antiderrapante, dentre

    outras so medidas de preveno a serem observadas.

    Cemitrio/ Necrotrio/ Crematrio

    Para os cemitrios o gerenciamento do risco prev um controle sobre a

    possvel contaminao de reas edificveis, logradouros, e lenis dgua (Paran,

    2002), com regras observveis de localizao, controle da gua e deposio de

    cadveres.

    Cemitrios, Crematrios e Necrotrios devem obedecer a normas tcnicas

    sobre inumao, exumao, e deposio de cadveres com a previso de evitar a

    contaminao do meio ambiente.

    Terreno Baldio

    Abordando a condio do saneamento, no exemplo do balnerio de

    Canasvieiras, na Ilha de Santa Catarina, Silva (2000) descreve a problemtica da

    proliferao de roedores, odores desagradveis e pssimo aspecto esttico, como

    decorrentes da presena de resduos nas reas urbanas.

    Alves (2004) considera terrenos baldios como um problema ambiental, pelofato de que a simples presena desse tipo de terreno, sem os devidos cuidados de

    limpeza com presena de vegetao, um local onde podem estar presentes

    animais peonhentos, insetos e roedores, o que j os tornam um problema de sade

    pblica e ambiental.

    De maneira geral, a medida sanitria aplicvel para terrenos baldios faz frente

    deposio de lixo e aos problemas que essa disposio inadequada pode

    acarretar.

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    Hotis, Motise Congneres

    Interessam Vigilncia Sanitria os espaos destinados a receber hspedes,

    efetivamente, s instalaes prediais, sob o ponto de vista de condies de

    segurana contra acidentes e incndios, de higiene e salubridade e de outros

    (ESPRITO SANTO, 2005).

    Sistematicamente, o risco nestes espaos previne-se quando da adequao

    da estruturas fsica e de saneamento, de sistemas de combate a incndios, da

    segurana dos alimentos comercializados, e principalmente da salubridade e higiene

    do ambiente, dos utenslios, materiais que suportam o servio, como colches,

    toalhas de banho, lenis e etc.

    Estaes Rodoviriase Ferrovirias

    Na mesma proporo de outros ambientes, confluem nas estaes

    rodovirias e ferrovirias, produtos de interesse sade, como os alimentos e

    estruturas que presumem habitabilidade saudvel, quanto a saneamento, higienedas instalaes sanitrias (Pernambuco, 1998) e salubridade geral do ambiente.

    ambiente de grande circulao de pessoas e de cargas e, portanto, foco

    do controle sanitrio sobre os riscos provenientes da migrao. Constituem-se,

    portanto, rota de circulao de possveis agravos, principalmente de doenas

    infecto-contagiosas.

    4 Grupo

    Coleta de Amostras de Produtos e Substncias

    Monitoramento da Qualidade da guapara Consumo em Vigilncia

    Sanitria

    O monitoramento da gua para consumo humano prev segundo a Portaria

    N 518, de 25 de Maro de 2004, um padro microbiolgico para a gua potvel.

    Este padro determina a ausncia de patgenos como, Escherichia coli e

    demais coliformes termotolerantes e totais.

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    Alm destes agentes infecciosos, as demais patogenias como a clera, febre

    tifide, diarrias, leptospirose, giardase, e outras enterites gastrointestinais (Netto,

    1991), so tambm prevenidas neste sistema de monitoramento.

    Portanto constitui-se como fator de risco, a utilizao de gua fora dos

    padres de potabilidade, sendo este, o monitoramento da gua para consumo

    humano, um dos mais importantes objetos de controle da Vigilncia Sanitria, na

    medida da segurana e da proteo da sade da populao.

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    6. CONCLUSO

    Traar um perfil do risco e dos agravos relacionados s aes bsicas de

    Vigilncia Sanitria, num momento histrico de avaliao e recategorizao, alm de

    ser complexo, pela pouca concretude das citaes sobre a avaliao de risco, alis,

    muito mais bem trabalhada nos Cdigos Sanitrios Municipais e Estaduais e pela

    parca ou pouqussima literatura sobre os agravos prevenidos por essas aes, data

    este trabalho, assim compreendo, simplesmente pela busca do esclarecimento da

    correlao entre gerenciamento e avaliao risco, possveis agravos relacionados e

    as aes bsicas de Vigilncia Sanitria.

    Segundo Freitas (2004), a compreenso da finalidade das aes de VigilnciaSanitria torna-se essencial para a reflexo de suas prticas. Essas objetivam a

    proteo da sade contra provveis riscos decorrentes do viver em sociedade, da o

    necessrio disciplinamento das atividades de produo e servios.

    Por isso, conflui considerar que este paralelo evidencia contradies no

    padro de categorizao destas aes, visto que, os nveis de risco sanitrio a que

    so propostos para o gerenciamento, so dispares, de complexidades distintas e

    mais propriamente, difusas.A Portaria N 277 de 22/06/2004, que restabelece os Procedimentos Bsicos

    de Vigilncia Sanitria, agrupa sem maiores critrios, estes muitos tipos de

    estabelecimento que, possuem natureza distinta, explicitando o critrio simplista de

    registro do realizado no Sistema de Informao Ambulatorial.

    Este fator de difuso de complexidades, no tocante ao risco gerenciado, gera

    grandes necessidades para os Municpios habilitados, como a de aplicao de

    tecnologias leve-duras, ou seja, aquelas referentes aos saberes agrupados que

    direcionam o trabalho, como as normas, os protocolos e o conhecimento produzido

    em reas especficas do saber (Pereira, 2003), aportando, portanto, na necessidade

    de uma equipe multidisciplinar, permanentemente capacitada e num modelo de

    gesto que consiga direcionar tantas atividades dispares.

    Na realidade, este universo das aes bsicas de Vigilncia Sanitria parte

    da totalidade das atividades da Vigilncia Sanitria, que conta ainda, com a mdia e

    alta complexidades, constituindo um sem nmero de estabelecimentos alvo.

    Alm disto, surgem frequentemente no mercado novas atividades de

    interesse sade, tornando ainda mais complexa a tarefa da Vigilncia Sanitria.

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    Os agravos que permeiam produtos de interesse sade tm exemplar

    disparidade, visto que, a natureza do produto, seja ele saneante, medicamento,

    cosmtico, correlato, alimento ou outro qualquer, representam risco proporcional

    composio e ao efeito da aplicao e uso do produto.

    Estruturas modernas de notificao de agravos, eventos adversos e queixas

    tcnicas, compem novas modalidades de identificao dos perigos sade

    oferecidos por estes e outros produtos e servios de interesse sade.

    A complexidade do risco se intensifica quando o objeto de vigilncia so os

    servios e ambientes de interesse sade.

    Nestes, miscigenam-se riscos relacionados a alimentos, saneamento bsico,

    estrutura fsica e servios especializados, fazendo destes estabelecimentos celeirosde risco potencial, a ser contido atravs da regulamentao de profisses, estrutura

    fsica adequada, gerenciamento de resduos, monitoramento da qualidade da gua

    para consumo humano e do controle da qualidade dos produtos utilizados na oferta

    de servios e nas estruturas de funcionamento de ambientes de interesse sade.

    Para maior visibilidade do j tratado neste trabalho segue a tabela que

    explicita a correlao proposta inicialmente.

    Atividade Risco relacionado Agravo prevenido

    Depsito, Comrcio,

    Distribuidora e/ou Empresa

    de Transporte de Alimentos

    Contaminao

    qumica, biolgica e fsica

    Deteriorao da

    embalagem, rtulo e/ou

    produto

    Produto fora do prazo

    de validade

    Doenas

    Transmitidas por Alimentos

    DTA (Intoxicao alimentar,

    Toxinfeco alimentar e

    Toxinose alimentar)

    Agravos pela

    ingesto de objetos

    estranhos.

    Depsito, Comrcio,

    Distribuidora e/ou Empresa

    de Transporte de Correlatos

    Uso incorreto

    Erro diagnstico

    Defeitos de

    fabricao

    Ausncia de

    manuteno ou controle de

    qualidade

    Tecnologiasclandestinas

    Morbi-mortalidade

    por erros diagnsticos

    Leses ou danos

    sade por uso tcnico

    inadequado, defeitos de

    fabricao, ausncia de

    manuteno ou controles de

    qualidade, ou, portecnologias clandestinas.

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    Deteriorao da

    embalagem, rtulo e/ou

    produto

    Produto fora do prazo

    de validade

    Depsito, Comrcio,

    Distribuidora e/ou Empresa

    de Transporte de Saneantes

    Domissanitrios

    A toxicidade das

    substncias e suas

    concentraes no produto

    A finalidade de uso

    dos produtos

    As condies de uso

    A freqncia de

    exposio e a sua durao

    Produtos

    clandestinos.

    Deteriorao da

    embalagem, rtulo e/ou

    produto

    Produto fora do prazo

    de validade

    Intoxicaes

    Leses alrgicas

    Contaminaes

    microbiolgicas.

    Depsito, Comrcio,Distribuidora e/ou Empresa

    de Transporte de

    Medicamentos/ Drogas e

    Insumos Farmacuticos

    Substnciasineficazes ou perigosas

    Automedicao

    Deteriorao da

    embalagem, rtulo e/ou

    produto

    Produto fora do prazo

    de validade

    Dispensao

    inadequada

    Iatrogeniasfarmacolgicas: morbi-

    mortalidade por intoxicaes

    medicamentosas

    Reaes adversas

    Depsito, Comrcio,

    Distribuidora e/ou Empresa

    de Transporte Cosmticos/

    Perfumes e Produtos de

    Higiene Pessoal

    Finalidade do uso do

    produto

    rea do corpo

    abrangida

    Modo de usar

    Cuidados a serem

    observados quando da

    utilizao

    Fraudes ou produtos

    clandestinos

    Leses alrgicas

    Queimaduras

    Quedas de cabelos

    Produtos com

    contaminantes microbiolgicos

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    Tabela 5Produtos de interesse sade e possveis riscos e agravos relacionados

    Atividade Risco relacionado Agravo prevenido

    Unidade de Sadesem

    Procedimento Invasivo

    Externalidades

    negativas (lixo hospitalar,

    esgotamento sanitrio e etc.)

    Utilizao de tcnicas

    ou procedimentos sem

    comprovao cientfica

    Funcionamento

    inadequado dos

    equipamentos

    Iatrogenias

    Infeces

    hospitalares

    Instituto de Beleza sem

    responsabilidade mdica

    (pedicuro, barbearia, saunas

    e congneres).

    Desinfeco

    inadequada do instrumental e

    utenslios que entram em

    contato com o cliente

    Higiene pessoal

    inadequada dos prestadores

    do servio

    Aplicao

    inadequada dos cosmticos

    Utilizao de produtos sem

    registro na ANVISA/MS

    Micoses e infeces

    de pele e couro cabeludo

    AIDS e HEPATITE B

    e C (sem registro de

    transmisso nestes

    estabelecimentos, devem ser

    consideradas, pelo fato da

    transmissibilidade pelo

    sangue infectado).

    Creche/ Estabelecimento

    de Ensino

    Esgotamento

    sanitrio no adequado Infra-estrutura

    precarizada ou em mau

    estado de conservao

    Alimentos

    contaminados

    Possveis casos de

    servidores ou usurios

    portadores de doenasinfecto-contagiosas

    Doenas infecto-

    contagiosas Doenas

    Transmitidas por Alimentos

    Deteriorao da

    embalagem, rtulo e/ou

    produto

    Produto fora do prazo

    de validade

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    Estabelecimentos de

    Massagem/ Tatuagem

    Esterilizao

    inadequada do instrumental e

    utenslios que entram em

    contato com o cliente

    Reaes s

    aplicaes de tinta ou de

    objetos metlicos

    Doenas infecto-

    contagiosas, tais quais HIV,

    infeces bacterianas e

    hepatites virais.

    Agravos cutneos

    tais quais reaes alrgicas

    provocadas pela tinta,

    dermatites e queloides.

    Tabela 6Servios de interesse sade e possveis riscos e agravos relacionados

    Atividade Risco relacionado Agravo prevenido

    Habitao unifamiliar/

    Coletiva/ Multifamiliar/

    Logradouros Pblicos

    Falta ou ausncia de

    saneamento (disposio

    inadequada de dejetos

    humanos)

    Qualidade da gua

    imprpria ao consumo

    Disposio

    inadequada de lixo

    Proliferao de

    vetores de doenas.

    Doenas de veiculao

    hdrica: clera, febre tifide,

    diarrias,leptospirose,giardase,

    alm de outras enterites

    gastrointestinais

    Doenas transmitidas

    por vetores que se relacionam

    com a gua: malria, dengue,

    febre amarela e filariose

    (elefantase).

    Locais com fins de Lazer ou

    Religioso

    Risco ergonmico

    Uso indevido de

    anabolizantes, esterides e

    outros medicamentos

    Automedicao

    Prestao de servio

    por estabelecimento sem

    responsvel tcnico

    Realizao deatividade fsica sem avaliao

    mdica

    Degermao

    inadequada de equipamentos

    e utenslios

    Leses ou danos

    fsicos por utilizao

    inadequada de equipamentos

    Micoses

    Iatrogenias

    farmacolgicas: morbi-

    mortalidade por intoxicaes

    medicamentosas

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    Piscina de uso publico /

    Restrito

    Proliferao de

    microrganismos patgenos

    Transmisso de

    doenas de veiculao

    hdrica

    Proliferao de

    vetores que se relacionam

    com a gua

    Doenas de veiculao

    hdrica: clera, febre tifide,

    diarrias,leptospirose,giardase,

    alm de outras enterites

    gastrointestinais

    Doenas transmitidas

    por vetores que se relacionam

    com a gua: malria, dengue,

    febre amarela e filariose

    (elefantase).

    Cemitrio / Necrotrio /Crematrio

    Contaminao de

    reas edificveis,

    logradouros, e lenis dgua

    Doenas de veiculao

    hdrica

    Terreno baldio Proliferao de

    roedores, insetos e animais

    peonhentos

    Odores

    desagradveis

    Doenas transmitidas

    por vetores: dengue, febre

    amarela, leptospirose e etc.

    Acidentes com animais

    peonhentos

    Hotis, Motis e Congneres Instalaes prediais

    inadequadas, sob o ponto de

    vista de condies de

    segurana contra acidentes e

    incndios, de higiene e

    salubridade

    Segurana dos

    alimentos comercializados

    Higienizao

    inadequada do material de

    quarto (colches, toalhas de

    banho, lenis e etc.)

    Possveis acidentes

    relacionados s instalaes

    prediais por falta de

    sinalizao, extintores e etc.

    Doenas transmitidas

    por alimentosDTA

    Micoses

    Estaes Rodovirias e

    Rodoferrovirias

    Condies de

    inadequadas de

    habitabilidade, saneamento e

    higiene das instalaes

    sanitrias

    Segurana dos

    alimentos comercializados

    Migrao e circulao de

    pessoas

    Doenas de:

    veiculao hdrica, transmitidas

    por vetores, transmitidas por

    alimentos

    Doenas infecto-

    contagiosas

    Tabela 7Ambientes de interesse sade e possveis riscos e agravos relacionados

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    Monitoramento da qualidade

    da gua para consumo em

    Vigilncia Sanitria

    Consumo de gua

    fora dos padres de

    potabilidade

    Doenas de

    veiculao hdrica

    Tabela 8Coleta de amostras de produtos e substncias

    Afluem, portanto, na oferta de servios da Vigilncia Sanitria desafios de

    modernizao que j foram identificados pelas estruturas, Fruns e Colegiados que

    compem e subsidiam o Sistema Nacional de Vigilncia Sanitria, sendo muitos os

    pontos a serem fortalecidos para a Municipalizao efetiva da gesto plena das

    aes de Vigilncia Sanitria.

    Esta leitura da correlao entre risco evitado e agravo prevenido clara e nounicamente, o subsdio para a formao dos servios de inteligncia sanitria,

    porm pode tambm, para maior visibilidade das aes de Vigilncia Sanitria,

    transformar-se atravs da formatao tecnolgica oferecida pelos Sistemas de

    Informao, em instrumento que trace esse perfil/diagnstico e que d maior

    visibilidade ao impacto proporcionado pelo gerenciamento de risco sanitrio.

    Outro ponto importante a assimilao destes conhecimentos, pelos

    servidores do SUS e, portanto privilegia-se aqui a Estratgia de Sade da Famlia eas Equipes que a compe, como ponto de aporte e de retransmisso do

    conhecimento sobre a preveno do risco sanitrio e promoo sade, oferecido

    pelas equipes da Vigilncia Sanitria, sendo que esta proposta j est iniciada

    segundo a PPI da Vigilncia em Sade, que busca reforar e contribuir com a

    consolidao da Estratgia de Sade da Famlia como mecanismo de distribuio

    mais eficiente e propagao dos servios de sade do SUS.

    Ficam evidentes as variadas as dimenses e a aplicabilidade deste

    conhecimento, sendo, no entanto necessria a traduo deste saber na prtica do

    SUS e conseqentemente na vida dos usurios deste servio, proposto

    universalidade do atendimento.

    O SUS pautado numa dinmica de construo e de formao de um servio

    especializado, abrangente e municipalizado, fatores que geram, como j exposto

    necessidades gerenciais bsicas sobre o conhecimento e a abrangncia deste

    sistema, estando a Vigilncia Sanitria inserida nesta dinmica, que segue da

    estratificao regionalizao e a assuno de responsabilidades sobre as

    condies e a oferta de servios que venham a suprir as necessidades de sade da

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    populao, sendo o presente trabalho mais um instrumento que busca contribuir

    com a supresso destas necessidades gerenciais e com a consolidao do SUS.

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    7. GLOSSRIO

    Boas Prticas: So procedimentos necessrios para garantir a qualidade dos

    produtos.

    Cosmticos: Substncias de uso externo, destinadas proteo e

    embelezamento das diferentes partes do corpo.

    Efeito Carcinognico: Resultado da ao de agente fsico, qumico ou

    biolgico capaz de causar cncer.

    Efeito Mutagnico: Resultado da ao de agente fsico, qumico ou biolgico

    que em exposio s clulas, pode causar mutao.

    Efeito Teratognico: Resultado da ao de agente fsico, qumico ou biolgicoque pode provocar malformaes congnitas.

    Iatrogenia: Qualquer alterao patolgica provocada no paciente pela m

    prtica mdica.

    Perfumes: So produtos de composio aromtica obtida base de

    substncias naturais ou sintticas, que, em concentrao e veculos apropriados,

    tm como finalidade a odorizao de pessoas ou ambientes.

    Produtos de higiene pessoal: So produtos de uso externo, antisspticos ouno, destinados ao asseio ou desinfeco corporal.

    Reao adversa: Qualquer condio indesejvel ou a piora de uma doena j

    existente aps ou durante o uso de um medicamento.

    Saneantes Domissanitrios: Substncias ou preparaes destinadas

    higienizao, desinfeco ou desinfestao domiciliar, em ambientes coletivos e

    pblicos, em lugares de uso comum e no tratamento de gua, como os inseticidas,

    raticidas, desinfetantes e detergentes.

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