gerenciamento de frotas - unidade 3

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Gerenciamento de Transporte e Frotas – Unidade 3 – Dimensionamento da Frota Considerações Gerais •A produtividade no setor de transportes é, em linhas gerais, menor do que de outros setores da economia, devido, principalmente, aos seguintes fatores: Veículos com características inadequadas ao tipo de transporte a que se destinam; Má conservação das vias; Congestionamentos; Lentidão nas operações de carga ou descarga, embarque ou desembarque. •As pesquisas revelam que o transporte rodoviário de cargas apresenta uma média de apenas 43% de ocupação de sua capacidade total; •A inadequação dos veículos dá-se por dois motivos principais: Empresários compram os veículos mais preocupados com o preço de revenda do que com a adequação ao serviço; Alocação de veículos de grande porte para viagens aos centros urbanos. Previsão de Demanda •As informações sobre a demanda são essenciais para o correto dimensionamento da frota; •A projeção da demanda futura para os sistemas de transporte está sujeita a margens de erro, que variam conforme as mudanças de mercado;

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Consideraes Gerais

A produtividade no setor de transportes , em linhas gerais, menor do que de outros setores da economia, devido, principalmente, aos seguintes fatores:

Veculos com caractersticas inadequadas ao tipo de transporte a que se destinam;

M conservao das vias;

Congestionamentos;

Lentido nas operaes de carga ou descarga, embarque ou desembarque.

As pesquisas revelam que o transporte rodovirio de cargas apresenta uma mdia de apenas 43% de ocupao de sua capacidade total;

A inadequao dos veculos d-se por dois motivos principais:

Empresrios compram os veculos mais preocupados com o preo de revenda do que com a adequao ao servio;

Alocao de veculos de grande porte para viagens aos centros urbanos. Gerenciamento de Transporte e Frotas Unidade 3 Dimensionamento da Frota

Previso de Demanda

As informaes sobre a demanda so essenciais para o correto dimensionamento da frota;

A projeo da demanda futura para os sistemas de transporte est sujeita a margens de erro, que variam conforme as mudanas de mercado;

O grau de certeza dos resultados depende da finalidade e da amplitude do estudo realizado, devendo a anlise abranger os seguintes itens:

Estudo de todo o setor dentro do qual ser efetuado o clculo da demanda;

Identificao das informaes que possibilitem decidir o que interessa ou no para a previso da demanda por transportes;

Estudo especfico dos meios ou sistemas envolvidos no plano, bem como todas as variveis que possam afetar a demanda.

As caractersticas do mercado podem influenciar bastante o comportamento da demanda.

Caractersticas do Mercado

De acordo com a natureza da concorrncia existente, os mercados podem ser classificados em mercados de concorrncia perfeita e mercados de concorrncia imperfeita: Concorrncia Perfeita; Nenhuma empresa consegue, sozinha, influenciar os preos, em funo do grande nmero de compradores e vendedores;

O preo o principal fator para a compra dos produtos ou servios;

Existe mobilidade perfeita dos seus integrantes, pois o ingresso e a sada so livres;

No Brasil, o transporte rodovirio de cargas apresenta uma situao prxima desse ideal.

Caractersticas do Mercado

Concorrncia Imperfeita

Os mercados de concorrncia imperfeita so aqueles em que ocorre:

Monoplio: Quando h apenas uma empresa no mercado, que passa a determinar os preos e a qualidade dos servios;

Oligoplio: Quando h um conjunto de poucas empresas, todas interdependentes e sensveis a mudanas de preos. Geralmente agem em conjunto para determinarem suas atuaes no mercado e evitarem a guerra de preos.

Tcnicas de Previso da Demanda

Tcnicas Qualitativas: Baseiam-se fortemente na experincia e no conhecimento especializado. Ideais para situaes onde h pequena disponibilidade de dados histricos.

Tcnicas Baseadas em Sries Temporais: Mtodos estatsticos que usam dados histricos de vendas representativos de relaes e tendncias estveis. Assumem que o futuro similar ao passado.

Tcnicas Causais: Utiliza a anlise de regresso, estimando as quantidades vendidas de cada produto ou servio com base em outras variveis independentes. Funcionam bem quando pode ser identificada uma varivel representativa, sendo a mais adequada para previses de demanda para transportes.

Tcnicas de Previso da Demanda

Modelos de Previso aplicveis ao Transporte

A determinao da demanda por transportes feita a partir de fatores externos que a afetam, em virtude de um profundo relacionamento existente entre a demanda e demais variveis da atividade econmica;

Os modelos matemticos causais geralmente tm a seguinte forma:

Y a varivel (explicada) de transporte sobre a qual se deseja estudar o comportamento, como, por exemplo, a tonelagem mdia diria a ser transportada por uma empresa daqui a dois anos, ou o nmero de passageiros a serem atendidos em dezembro do corrente ano;

(X1,X2,...,Xn) so variveis explicativas, que podem influenciar a demanda por transportes, tais como populao, renda per capita, PIB, produo industrial, safra etc.

Modelos de Previso aplicveis ao Transporte

Os modelos que relacionam as variveis que se quer prever com outras variveis, chamadas explicativas, so denominados do tipo cross section;

Um modelo que relaciona a varivel que se quer projetar com o tempo ou perodo chama-se modelo de srie temporal. Nesse caso, a varivel X corresponder a um determinado perodo;

Ao se construir um modelo, os seguintes aspectos devem ser observados:

As variveis explicativas devem realmente estar relacionadas com o que se quer prever;

As variveis explicativas devem ter comportamento futuro passvel de previso com bom grau de certeza;

Os modelos devem fornecer os resultados mais precisos possveis, devendo-se exigir um perfeito ajustamento das variveis funo especificada para explicar a demanda.

Modelos de Previso aplicveis ao Transporte

Busca-se ajustar uma funo ao conjunto de pares ordenados (x,y) dispostos em um diagrama de disperso;

Modelos de Previso aplicveis ao Transporte

O mtodo mais utilizado para o ajustamento o dos mnimos quadrados.

Modelos de Previso aplicveis ao Transporte

O grau de ajustamento de uma curva ao diagrama de disperso dado pelo coeficiente de correlao (R), o qual varia de zero a um:

Modelos de Previso aplicveis ao Transporte Tipos de Regresso

Regresso Linear

Simples: uma varivel independente

Mltipla: duas ou mais variveis independentes

Regresso No Linear: curvilnea

Regresso Linear - Objetivos

Encontrar uma funo matemtica que permita: Descrever e compreender a relao entre duas ou mais variveis aleatrias;

Projetar ou estimar uma nova observao

Ajustar uma reta a partir dos dados amostrais.

Regresso Linear Exemplos de Aplicao

Exemplo 1: A tabela abaixo mostra a quantidade de carga transportada por uma empresa, com dados hipotticos, entre 2003 e 2012. Deseja-se que sejam determinados: (a) a reta de regresso; (b) o coeficiente de correlao e; (c) a previso de transporte para 2018.

Exemplo 2: Verificar se a evoluo da movimentao total de cargas nos portos de Fortaleza e Pecm (Fonte: ANTAQ) pode ser explicada, isoladamente ou em conjunto, pela evoluo das seguintes variveis:

(1)PIB do Cear (Fonte: IPECE);

(2)Cotao do dlar em 31/12 do ano analisado (Fontes diversas);

(3)Populao residente estimada na Regio Metropolitana de Fortaleza (Fonte: IPECE ou IBGE)

Dimensionamento com Demanda Conhecida

Transporte de Cargas

Deve-se executar os seguintes procedimentos:

Determinar a demanda mensal;

Fixas os dias de trabalho/ms e as horas de trabalho/dia;

Verificar as rotas a serem utilizadas (condies de trfego, tipo de estrada) e, a partir dos dados, determinar a velocidade de cruzeiro no percurso;

Determinar os tempos de carga, descarga, espera, refeio, descanso etc.;

Analisar as especificaes tcnicas dos veculos para determinar o que atende melhor s exigncias;

Identificar a capacidade de carga til do veculo escolhido;

Calcular o nmero de viagens/ms possveis de serem realizadas por veculo;

Determinar o nmero de toneladas transportadas por veculo.

Transporte de Passageiros Frota Total

A operao de uma linha de transporte pblico exige que haja uma quantidade suficiente de veculos para assegurar o atendimento da demanda no nvel de servio previsto, nos perodos de pico, constituindo a chamada frota efetiva (FE); Alm disso, deve existir uma frota de reserva, geralmente estimada em 10% da frota efetiva. Ento, calcula-se a frota total: FT = 1,10 x FE.

Transporte de Passageiros Frota Operacional

Em uma linha de transporte pblico existe uma movimentao cclica dos veculos, de forma que, aps determinado perodo de tempo, o veculo retorno posio original para incio de uma nova viagem;

Esse perodo chamado de tempo de ciclo (Tc), o qual considera os tempos de viagem (ida e volta) e os tempos nos pontos de parada e terminais (extremos da linha).

Em razo da variao temporal da demanda, notadamente nas linhas urbanas, h necessidade de ajuste nas frotas em operao para os diferentes perodos tpicos do dia (H). Essas so as frotas operacionais (FO) do perodo;

Para determinar as frotas necessrias operao de uma linha em estudo, deve-se comparar os tempos de ciclo (Tc), com as duraes dos perodos tpicos (H);

Entende-se por perodo tpico (H) aquele em que os intervalos entre as partidas dos veculos so iguais, como, por exemplo, a cada 5 minutos, a cada 10 minutos etc.

Podem ocorrer duas diferentes situaes:

Situao 1: H >= Tc Situao 2: H < Tc

Alternativas para Ampliao da Frota

Nem sempre a demanda por servios de transporte estvel ao longo do tempo;

A necessidade de utilizao de uma quantidade de veculos maior do que a dimensionada leva as empresas a pensarem em alternativas operacionais, de forma a preservar a produtividade e evitar aumentos significativos nos custos;

Quando da ocorrncia de picos de demanda, uma boa alternativa operar uma parte da frota com veculos prprios e outra com veculos de terceiros;

No caso do transporte de passageiros, o dimensionamento feito a partir das tabelas de horrios das linhas, devendo as tarifas absorverem os impactos causados pelas variaes na demanda. Entretanto, existem situaes que exigem cautela e racionalidade no dimensionamento. Ex.: Carnaval e Natal.

Parcerias

Ocorre quando duas ou mais empresas se unem para a realizao de um servio. So agregados, ento, as demandas e o uso das frotas, sendo a receita dividida de forma proporcional aos custos operacionais incorridos.

Terceirizao

Torna-se mais conveniente em mercados que apresentam maiores incertezas e/ou oscilaes;

Franchising Nesse sistema, uma empresa abre as portas a interessados em atuar em regies at ento situadas fora das rotas de seus caminhes, ostentando seu nome, tradio e know-how acumulados;

Leasing

Operao de crdito de longo prazo para pessoas fsicas e jurdicas, em que a empresa de Leasing adquire um bem determinado pelo cliente e para uso deste por arrendamento. Ao final, o cliente pode adquirir o bem por um valor residual garantido, preestabelecido em contrato;

FINAME

Financiamento de longo prazo para pessoas fsicas e jurdicas de mquinas e equipamentos novos, nacionais, com cadastro na Finame;

O pagamento ao fornecedor feito aps o repasse do recurso pela Finame. Os prazos para financiamento so flexveis e o vencimento das parcelas ocorre todo dia 15. Durante o perodo do contrato, o bem fica alienado;

Alm de oferecer custos reduzidos e de admitir carncia no fluxo de pagamentos, no h incidncia de impostos sobre a operao de Finame;

Financiamento CDC

Linha de crdito, para pessoas fsicas e jurdicas, para aquisio de bens de consumo durveis, mquinas e veculos novos e usados, nacionais ou importados, desde que, a aquisio seja devidamente comprovada por nota fiscal ou recibo. Durante o perodo do contrato, o bem fica alienado ao Banco;

Com o pagamento vista ao fornecedor, o cliente consegue melhores preos e usufruto imediato do bem;

O CDC ainda oferece prazos flexveis para pagamento e possibilidade de liquidao antecipada do contrato e possui as seguintes caractersticas:

Prazo mnimo: 01 ms. Prazo mximo: 36 meses. Taxa: Prefixada.