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Gerações Gerações Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste N.º 38 | Janeiro de 2015 Ano 13 www.misericordiadonordeste.com A Festa que nos aproxima A Festa que nos aproxima

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Page 1: Gerações - Misericórdia de Nordeste · nº 45 da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi do papa Paulo VI. O pontífice, de feliz memória, no referido número, refere-se à

GeraçõesGeraçõesEdição da Santa Casa da Misericórdia de NordesteN.º 38 | Janeiro de 2015 Ano 13 www.misericordiadonordeste.com

A Festa que nos aproximaA Festa que nos aproxima

Page 2: Gerações - Misericórdia de Nordeste · nº 45 da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi do papa Paulo VI. O pontífice, de feliz memória, no referido número, refere-se à

Indíce

Gerações - Edição da Santa Casa da Misericórdia de Nordeste

Ano:13Edição nº: 38 Direção: Dr. Eduardo de Medeiros

- Eduardo de Medeiros- Agostinho Lima- Ana Duarte- Elisabete Furtado- Maria do Espírito Santo- Paula Azevedo- Regina Freitas

- Emília Mendonça- Verónica Lima- Tânia Arruda

Morada: Rua dos Clérigos, nº2, 9630 Nordeste

Telefone: 296 480 050

Fax: 296 480 059

Email: [email protected]

Design Gráfico: Milton Furtado

Impressão: Nova Gráfica, LDA

http://misericordiadonordeste.com/

www.facebook.com/MisericordiaDeNordeste

Colaboradores

Ao nosso ritmo - Nobre tarefa

Educar... um ato de amor

Quando termino o dia...

Feira “Idoso Criativo”

Mês das Recordações

Cuidar em casa

Entrevista ao Utente

Deliberações da Mesa Administrativa

Deus quer, a mulher sonha, a obra nasce

Festa de Natal 2014

O fumo da chaminé

Atividades dos CATL’s

São Martinho

Ano internacional da Luz

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Dr. Eduardo de MedeirosProvedor

AO NOSSO RITMO

Mais um ano começou e com ele a azafama do costume. O Natal

congregou a Instituição e possibilitou festa e convívio, a troca de olhares e de amizade de quem já aqui trabalha há anos, faz da Casa o seu posto de trabalho, que lhes ajuda a construir o projecto de vida. A Instituição Santa Casa é um Lar onde vivem vários membros de uma grande família, nas várias valências e serviços, onde os utentes são a nossa verdadeira razão de ser. Ao iniciarmos o ano projetamos as atividades a desenvolver mês a mês, em ocasiões diversas e em locais predeterminados. Começa a lida dos programas e das ações tanto do agrado dos nossos mais velhos, que já carregam os anos da vida, da experiência e do saber. Alguns deles já atormentados pela doença e pelas limitações da idade e que precisam, mais do que nunca, da ajuda e do apoio de todos e de cada um de nós. É por isso que para os que aqui trabalham na Santa Casa é cada vez mais exigente a postura de esforço e a redobrada atenção e profissionalismo, no dia a dia, na empolgante mas cansativa tarefa de ir acompanhando os que estão a nosso lado, no Lar, no Centro de Dia ou noutro serviço da Instituição. Eles precisam muito da nossa atenção do coração e da nossa

persistente vigilância e acompanhamento porque alguns deles já não conseguem colocar em movimento os seus principais órgãos locomotores e a doença também lhes limitou os passos da vida. Vamos, por isso, dar corpo a esta nobre tarefa de ajudar a acrescentar mais anos à vida dos nossos utentes e proporcionar-lhes maior qualidade de vida e sossego de alma, tão necessário àqueles que já carregam uma vida de trabalho, de canseira, de esforço quotidiano para vencer as dificuldades da vida. Vamos, por isso, dar corpo a esta nobre tarefa de não descurar nunca a nossa ação e de procurar, isso sim, quebrar silêncios e solidões, quebrar barreiras e tristezas, dar alento, motivar, na ajuda fraterna, no olhar terno, no exercício das funções de cada um, com competência e profissionalismo, sempre atentos aos outros, para evitar roturas e deslizes, para evitar dissabores e anomalias, que quase sempre acarretam, dificuldades e limitações e, até, roturas! Vamos, por isso, dar corpo a esta nobre tarefa de realizar as 14 obras de Misericórdia prontos, a cada momento, a mudar de lugar, de atitudes e de comportamentos, prontos para abraçar o desafio de um cuidador prestável, humano, atento e paciente, perspicaz e competente. E que 2015 nos traga alento para levarmos a bom porto esta nobre tarefa ombreada por esta nossa Santa Casa.

Nobre tarefa

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Pe. Agostinho Lima

“Os métodos, obviamente, hão de ser adaptados à idade, à cultura e à capacidade das pessoas, procurando sempre fazer com que elas retenham na memória, na inteligência e no coração, aquelas verdades essenciais que deverão depois impregnar toda a sua vida. ”A frase transcrita é apresentada no nº 45 da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi do papa Paulo VI. O pontífice, de feliz memória, no referido número, refere-se à catequese. E não transcreveria a frase se ela não incluísse o 3º dos destinos a serem comtemplados na transmissão do referido ensino: memória, inteligência e… coração! Memória e inteligência não costumam faltar em qualquer sequência do ensino-aprendizagem. Mas o coração, o coração, como ele está distante! A sociedade hodierna descura o

perdão. É desconfiada! Revanchista. Perde tempo com questões menores. Os jornais, amiúde, trazem notícias de crimes, violências, detenções, prisões…E logo na primeira página! E logo a abrir os noticiários e os telejornais! Há que investir no perdão! Há que ser misericordioso! Há que acreditar no outro! Mas, para isso, há que investir no coração. Ensinar a partir do coração. Nas escolas. Nas catequeses. Um pouco por todo o lado. E sempre que possível.Memória, inteligência e… coração! O tripé da genuína educação. “ A educação é uma ação que persegue objetivos; sem isso, não é senão um absurdo e uma agitação estéril.” A frase de Clausse na obra La Relativité educationnelle,p.167, ilustra bem o que acima se afirma. Sem se atingir o coração, a verdadeira educação não se alcançará.

“Educar a mente sem educar o coração não é educação”Aristóteles

OPINIÃO

Educar...Um ato de amor

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Quando naquela manhã de primavera os sinos tocaram, a aldeia calou-se para os ouvir… A seguir veio o silêncio, envolto em gritos que ainda hoje ecoam na memória de uns tantos! As lágrimas que caíram, os sonhos que não

se realizaram. E hoje, são tudo memórias e recordações daquele dia trágico que assolou aquela aldeia distante, longe de tudo e que muitos não sabem que existe. Mas aquele dia nunca será esquecido por quem o viveu e ainda hoje vive, nas lembranças que dele restaram e que nem o tempo, nem as mutações naturais da vida irão apagar. Era noite. A aldeia dormia sossegadamente ao som do silêncio. A calma e a paz reinavam. Não havia vivalma deambulando nas ruas. E veio a madrugada, o sol a nascer, os pássaros a chilrear… Novo dia acabara de começar! Mais um dia, como tantos outros, pensavam… Ai mas os gritos daquela mulher, ainda hoje arrepiam o corpo e arrasam a alma… Pobres crianças… Meninos que brincavam inocentemente “à bola, ao peão, às escolas e às mães”… Que tinham as mãos, embora pequeninas, carregadas de sonhos lindos que só elas poderiam deslindar. Seres que na inocência própria da idade que seus corpos revelavam, sonhavam… Era noite. Mais uma vez, José sentiu aquele aperto no peito e faltou-lhe o ar. Maria, preocupada, acompanhou-o ao hospital. Já não era novidade que José sofria de problemas cardíacos, que o levavam ao hospital com alguma frequência. - Meninos quando forem nove horas vão dormir! A mãe não sabe se demora. E mais uma vez, aquelas crianças ficavam sozinhas a aguardar que a mãe regressasse e que, com ela, o pai também voltasse a casa depois de mais um susto. Mas naquela noite… Oh, maldita noite…

Tudo havia de ser diferente.- Ainda é cedo! Vamos brincar! – disse Violeta, a mais nova dos três irmãos.E assim foi. Brincaram, brincaram, riram e cantaram. E de repente, já era tarde. Tão tarde que olhando pela janela da cozinha apenas se avistava a lua cheia, grande e brilhante, linda como o rosto daqueles meninos felizes.Mas naquela noite… Oh, maldita noite… Tudo havia de ser diferente. A luz acabara de faltar. Mas o irmão mais velho logo providenciou duas velas que, conjuntamente com a luz da lua cheia, devolveram a iluminação à casa. Embora identificado como o mais velho dos irmãos, carregava naquele pequenino corpo, apenas, nove anos de vida. Já era tarde e seus corpos reclamavam uma boa noite de sono, para recuperar a proeminente energia de uma criança. E enquanto os seus olhos se fechavam na certeza que na manhã seguinte se voltariam a abrir… E enquanto os seus pensamentos viajavam por terras distantes e imaginárias, que só uma criança consegue sonhar…Tinham o mundo nas mãos…-Aaaaaaaaaaaaaaaii i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i i iii………………………………..Ainda hoje se ouvem os gritos… A voz desolada daquela pobre mulher… Ainda se sente o cheiro fétido a queimado… Ai e o fumo… O fumo negro que saia pela chaminé daquela casa… Fumo que levava consigo a vida daquelas crianças… Daqueles inocentes que adormeceram na certeza de acordar e que ainda hoje permanecem adormecidos à luz das duas velas acesas naquela maldita noite… Ai… a imagem daquele fumo negro que saia pela chaminé permanecerá para sempre na memória de todos os que viveram mais que as crianças levadas no fumo da chaminé em direção ao céu…

O fumo da chaminéCONTO

Dr.ª Ana Duarte(Téc. Superior de Serviço Social)

Janeiro 2015

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A Santa Casa da Misericórdia de Nordeste promoveu, durante três dias, a feira “ Idoso Criativo” que congregou a participação dos Centros de Convívio do concelho, do Lar e Centro de Dia, do Serviço de Apoio ao Domicilio, da Casa de Trabalho e de três Instituições do concelho, Amizade 2000, Casa do Povo de Nordestinho e Sol Nascente, da Salga. Expositores com trabalho em lã, em linho, bordados, pinturas em tela, tecidos em teares, os idosos mostraram grande criatividade e alegria na sua participação na feira, que durante os três dias foi local obrigatório de visita de utentes, familiares e visitantes, que puderam apreciar momentos de animação e música variada, desde as tradicionais cantigas ao desafio e desgarrada até ao folclore e guitarrada. A tarde do segundo dia foi dedicada à atividade física, com uma sessão dinamizada pelo formador Hélder Camarinha que possibilitou a participação ativa dos idosos e crianças presentes, ao ritmo de música apropriada. Muito apreciada foi também a Cozinha d’Avó que ofereceu durante a feira, as tradicionais papas grossas, milho torrado e cozido, rebuçados, compotas, bolos levedos, fatias douradas e castanhas.

A Associação Sol Nascente, da Salga, apresentou no seu espaço, os tão apreciados biscoitos, bolo de forno e malassadas. De apoio à feira, os visitantes puderam usufruir dos serviços da Farmácia local e também da “ Banca da Saúde” onde se media a tensão arterial, diabetes e colesterol. O último dia foi preenchido com a conferência “Ser idoso hoje” proferida pela médica Dr.ª Manuela Rodrigues e que prendeu a atenção do vasto auditório, a que se seguiu um momento de animação com acordeão e guitarras ao ritmo de música tradicional da zona poente do concelho. Nos dias em que decorreu a atividade, registou-se a presença do Diretor Regional do Apoio ao Investimento e Competitividade, do Provedor da Misericórdia, Dr. Eduardo de Medeiros e restantes Membros da Mesa Administrativa, do Presidente da Câmara, Dr. Carlos Mendonça, do Vice-Presidente, Dr. Milton Mendonça, da Presidente da Assembleia Geral da Santa Casa, Insp.ª Emília Mendonça, da representante da Assembleia Municipal, Prof.ª Isabel Oliveira, da representante do ISSA, Dr.ª Natércia Gaspar, representantes da Misericórdia da Povoação e de Instituições locais.

FEIRA “IDOSO CRIATIVO”

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FEIRA “IDOSO CRIATIVO”Intervenção do Provedor Cantigas ao desafio

Intervenção da médica Dr.ª Manuela Rodrigues

Atividade física com crianças e idosos

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À semelhança dos anos anteriores, a Misericórdia de Nordeste celebrou, uma vez mais, o Mês das Recordações. Este ano, a atividade realizou-se na freguesia de Achada e juntou os utentes dos Centros de Convívio, do Lar e do Serviço de Apoio ao Domicílio, assim como Dirigentes e Irmãos da Instituição. Esta atividade iniciou-se com um momento de acolhimento aos participantes, seguido de concelebração Eucarística presidida pelo Vigário Episcopal para a Ilha de S. Miguel, Pe. Doutor Cipriano Pacheco. Concelebraram o Ouvidor de Nordeste, Pe. Agostinho Lima, os Párocos da Ouvidoria e o sacerdote natural da Salga, Pe. Dr. Duarte Melo, pároco de S. José e Diretor do Museu Carlos Machado. A concelebração foi um grato momento de “ Recordar todos os que já partiram”. Depois da missa, os presentes puderam saborear uma refeição “pelas almas”, da gastronomia local inserida no lema “Gostos e Sabores da Nossa Memória”.No decorrer da tarde, o Provedor, Dr. Eduardo de Medeiros, proferiu palavras de agradecimento a todos os presentes e de recordação pelos utentes e funcionários que já faleceram, mostrando-se reconhecido pela participação dos sacerdotes presentes e pelo entusiasmo e empenho

dos funcionários e técnicos que ajudaram a concretizar esta tão apreciada atividade.No final do encontro, registou-se um interessante momento de declamação de poemas alusivos ao tema, da autoria de poetas Nordestenses, por colaboradores e utentes da Misericórdia.

Mês das Recordações

Mesa dos convidados

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Mês das Recordações

Na sociedade atual tem-se verificado que as pessoas estão a viver

cada vez mais, e, é necessário promover e desenvolver estratégias a contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e suas famílias, garantindo condições para a permanência das pessoas no seu ambiente familiar. Em muitos casos, com o avançar da idade, o idoso começa a sofrer de várias limitações, perdendo a capacidade de realizar as atividades de vida diária que os permitem viver autónomos, ficando cada vez mais dependentes e vulneráveis. Neste sentido, é fundamental garantir o bem-estar do idoso, assegurar a satisfação das necessidades básicas e contribuir para a melhoria da qualidade de vida, no seu meio sócio-familiar. O acolhimento e/ou a ajuda familiar é essencial para o conforto do idoso, possibilitando a sua permanência no seu domicílio, mais tempo possível. Contribuindo para retardar ou até, evitar a institucionalização. Sempre, tendo em vista, a satisfação das necessidades básicas que garantem a sua autonomia e independência, ou seja, tornar o mais confortável e segura a vida do idoso em sua casa! As diferentes alterações que se têm verificado na sociedade atual, nomeadamente na organização familiar conduzem a um maior apoio das Instituições de Solidariedade Social, aos

idosos e suas famílias. Desenvolvendo as respostas necessárias para que se crie condições para a permanência das pessoas idosas no seu ambiente familiar. Sendo apoiados pela família e Instituição. O Serviço de Apoio ao Domicílio é uma resposta social, que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados, no domicílio, a indivíduos e famílias, que não possam assegurar a satisfação das suas necessidades básicas e atividades da vida diária. Possibilitando, ao idoso, a permanência no seu meio habitual de vida, retardando, ou evitando o recurso a lar. Visa colaborar na prestação de cuidados de higiene pessoal, tratamento de roupa, confeção e distribuição de refeições, higiene habitacional, auxiliar na prestação de cuidados de saúde, aquisição de géneros alimentícios e outros artigos, acompanhamento ao exterior, pagamento de serviços e fomentar o convívio, a animação social e a ocupação de tempos livres. O Serviço de Apoio ao Domicílio pretende promover estratégias de desenvolvimento e melhoria da autonomia do idoso, respeitando a sua individualidade e dignidade humana, reforçando as competências e capacidades das famílias necessárias para a satisfação das necessidades básicas de vida diária, a fim de garantir uma melhor qualidade de vida aos nossos idosos.

Cuidar em casa...

OPINIÃO

Dr.ª Elisabete Furtado(Téc. Superior de Serviço Social)

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Entrevista ao UtenteNome: Maria do Espírito Santo

Há quanto tempo frequenta esta Instituição?Desde Dezembro de 2013 que estou no Lar.

Qual a razão de entrar para o Lar da Santa Casa? Porque não tinha ninguém que cuidasse de mim. Tive uma vizinha que cuidou de mim durante 7 meses.

Que profissão exercia? Trabalhava pelas casas como doméstica; nunca me faltou trabalho.

Como eram os seus dias antes de entrar para o Lar? Na minha casa, trabalhava no meu quintal a cultivar a minha horta, tinha as minhas batatas e couves.

Como se sentiu em saber que foi admitida no Lar? O que haveria de sentir? Não tinha ninguém que cuidasse de mim, tive que vir para cá.

Sentiu-se bem recebida na Instituição? Sim, não posso dizer que não me senti bem recebida.

Pode dizer-nos como é a rotina do seu dia-a-dia aqui no Lar? Acordo e de seguida tomo banho. Neste momento estou a arranjar uma saia. As vezes vou para o Centro de Dia, mas gosto também de estar no meu quarto.

O que costuma fazer nos seus tempos livres? Rezo, canto músicas de igreja baixinho, e lembro-me da vida que tive.

Que familiares costuma receber? Raramente recebo familiares; os meus filhos estão no Canadá, só quando vêm cá de visita. Em Fevereiro deve vir o meu filho.

Como se sente atualmente? Tem dias que me sinto bem, outros estou mais em baixo.

Na sua opinião, qual o principal problema dos idosos? Não ter ninguém, no fim das nossas vidas, que cuide de nós, na nossa casa. Os meus filhos estão no Canadá. Gostava de morrer na minha casinha porque gostava do que era meu, do meu cantinho.

Idade: 95 anosFreguesia de Origem: Fazenda

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Deliberações da Mesa Administrativa

- A Mesa Administrativa deliberou solicitar apoio ao ISSA para aquisição de um exaustor e de uma viatura ligeira.

- Após vistoria realizada aos CATL’S da Instituição, foi autorizada a aquisição e montagem de secadores de mãos naquelas valências.

- A Mesa Administrativa autorizou a aquisição de um frigorífico para o Centro de Convívio da Lomba da Fazenda

- Deliberou, por unanimidade, autorizar a aquisição de um Relógio de Ponto e de um Sistema de Vídeo Vigilância para serem instalados na Farmácia, Posto Farmacêutico e na Loja 3.

- A Mesa Administrativa, em função de documento justificativo, deliberou autorizar o reenquadramento de pessoal ao seu serviço e atualizar a retribuição mínima mensal a alguns dos funcionários.

- Deliberou autorizar a aquisição de um sistema de som à empresa Stand Correia, no valor de 952.00€.

- A Mesa administrativa autorizou a aquisição de uma máquina de lavar roupa para a lavandaria do Lar, pelo valor 8.363.12€ à empresa MilAçores e decidiu apresentar candidatura à DRSS.

- Foi aprovado o regulamento interno dos CATL’S da Instituição, bem como o Contrato de Prestação de Serviços referentes aos mesmos Centros.

- Após reunião da Equipa Técnica da Instituição, foram apresentadas sugestões para alteração do horário das visitas aos utentes do Lar, tendo a Mesa Administrativa

autorizado um novo horário, concedendo mais 30 minutos no período da tarde.

- A Mesa Administrativa, tomou conhecimento, das empresas concorrentes à empreitada de Reabilitação da Cobertura da Casa de Trabalho de Nordeste e Adaptação a Creche, que são em número de 12.

- A Mesa Administrativa tomou conhecimento do grau de satisfação dos utentes do Centro de Dia e registou, com apreço, o resultado desta mesma avaliação que mereceu nota elevada.

- A Mesa Administrativa, tomou conhecimento, do apoio concedido pela DRSS para aquisição de camas articuladas elétricas e para reparação e manutenção dos elevadores do Lar.

- Foi presente o Plano e Orçamento para o ano 2015, na reunião de 13 de Novembro, o qual foi apreciado detalhadamente e aprovado por unanimidade. O documento apresenta um valor na receita de 2.734.269.00€ e na despesa de 2.841.552.00€.

- Foi presente uma proposta para redução do consumo de água, pelo que a Mesa Administrativa deliberou, autorizar, a aquisição do equipamento que permite aquela redução.

- A Mesa Administrativa tomou conhecimento do Diagnóstico de Necessidade de Formação dos colaboradores do Lar e Centro de Dia, e após análise dos questionários aplicados aos colaboradores da Instituição, foi decidido introduzir no Plano de Formação para o ano 2015 uma Ação de Sensibilização intitulada: “ Como lidar com as demências de Alzheimer e Parkinson”.

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6h00 da manhã: toca o despertador, imploro para que se cale. Tenho sono, raios partam, parece que caí na cama, há meia hora atrás, e já são 06h00 da manhã. Bem, lá vai ter de ser, não há outra hipótese. Levanto-me. Vou até à casa de banho, pé ante pé - para não acordar os miúdos e o maridão (este último, ainda ronca), olho no espelho e reconheço, alguém, inchado de sono. Sou eu! Lavo a cara, os dentes e visto o fato de treino - coloco os phones - e vou, tentar, correr, durante meia hora.Consegui, sobrevivi ao treino, com o frio que apanhei…acho que, efetivamente, já acordei. Ainda passei pela padaria, do vizinho, e comprei pão fresco. Alguém tinha de o fazer! Chego a casa, 07h45, silêncio, tudo a dormir. Ponho o café a fazer - precioso café que dará, espero eu, toda a energia que preciso -, tiro o leite, cereais e o necessário para o pequeno-almoço da família. Tomo o meu banho. E grito alvorada, para que os filhos e o papá acordem. Costumam fazer ronha, por isso, em vez de pronunciar: alvorada, num tom menos grave, três ou quatro vezes, grito, a alto e bom som, apenas uma (vez). Todos se levantam, a roupa para cada um dos miúdos já ficou separada no dia anterior. Apenas certifico-me que não vestiram a roupa do avesso e, se, bate a bota com a perdigota. Neste entretanto, papá tomou o seu banho e vestiu-se. Ok, oficialmente estão todos, na mesa da cozinha, a tomar o pequeno almoço, menos eu. O Diniz a brincar com os cereais e nada de comer, rsrsrs, despacha-te.

Bebo o café, pego na lancheira e levo um iogurte líquido para o caminho. Saio de casa e vou trabalhar. Agora cabe ao maridão certificar-se de que os miúdos lavaram, bem, os dentes. Depois, deixa-os na Escola e vai ele, próprio, trabalhar. 09h10: estou a chegar ao trabalho, com 10 minutos de atraso. Tive de parar no posto de combustível, para abastecer o veículo – já o ando para fazer há uns 3 dias, pelo menos -, antes que fique pelo caminho. Enquanto o gentil funcionário abastece o carro, eu, com a ajuda do retrovisor, abasteço os meus olhos, com um pouco de cor - agora inventaram umas sombras tipo caneta, ultra práticas - e rímel. Um olhar, por vezes, vale mais que mil palavras. Pronto, o telefone já está a tocar – é o chefe – e, já tenho mais de vinte e-mail’s para ler. “Jasus”. 12h30: Já li e despachei os benditos mail’s e reuni com aquele cliente chato, que ninguém aguenta, vá lá…fechei negócio. Aqueço a comida, enquanto falo, ao telemóvel, com a psicóloga do meu filho, mais novo, para combinar nova sessão de acompanhamento – ele sofre de défice de concentração. Finalmente como. Estou faminta. 15h20: a minha mãe liga-me com mais um daqueles dramas familiares típicos – o irmão que fez, a tia que disse…tento, com calma e bom senso, minimizar o problema, mas não descurando o trabalho em mãos. 17h00 – Saio do trabalho, sem fazer tudo o que queria ter feito, mas tenho de ir buscar a Sara (a minha filhota, a mais velha) ao ATL, para deixá-la na natação. Do complexo da natação, paro no

Deus quer, a mulher sonha, a obra nasce.

OPINIÃO

Dr.ª Paula Azevedo(Téc. Superior de Serviço Social)

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supermercado e compro, o que está em falta para preparar o jantar. Não deu para fazer a lista de compras, já sei que vou esquecer-me de alguma coisa. Certo e sabido! 18h15: cheguei a casa, lar doce lar, que serias tão mais doce, se eu pudesse estirar-me no sofá e dormir, como se não houvesse amanhã. Mas não, ala fazer a janta.

19h30: lá vêm eles. O maridão e os filhotes, a mesa já está posta e o jantar quase, quase pronto. Hoje é bolonhesa, não deu para preparar algo mais elaborado. Jantamos, mais ou menos, tranquilamente. A Sara conta algumas peripécias que aconteceram na Escola, esta miúda faz com cada uma. O Diniz brinca com o esparguete, que mania que o miúdo tem de brincar com a comida. Pocha.Enquanto o papá lava a loiça e arruma a cozinha, dou banhos aos miúdos. Ainda tenho de preparar as lancheiras, para amanhã, e separar a roupa para os pequenotes vestirem. Os miúdos deliram com o “Panda” na sala, até que os chamo porque está na hora dos TPC’s. Primeiro que os arranque da frente da TV, é o cabo dos trabalhos. O pai, geralmente, é quem supervisiona os trabalhos de casa. Menos uma missão dolorosa para mim.21h00: segue-se a seleção da roupa suja, para pôr a lavar e, claro está, aproveitar o

dito “horário económico”, porque a vida não está para gastos. 22h00: tomo mais um banho a ver se relaxo e, enquanto isso, conjeturo os meus afazeres do dia seguinte. 23h00: o papá já conseguiu que os miúdos dormissem. Hoje estavam tão cansados, quanto eu, nem foi preciso ler historinha. 23h30: hora de ir para a cama, a caminho ainda encontro uns peúgos que deviam estar no cesto da roupa suja. E não é que toca o telemóvel - esse bichinho -, som de lembrete…esteticista, amanhã, às 17h30. Oh não, tenho reunião com as chefias às 17h00, não chegarei a tempo. Logo vejo o que fazer. Verifico se liguei o despertador. Aconchego-me no meu marido, agradeço ao universo mais um dia de vida e, conto as horas que, ainda sobram, para dormir. No próximo fim de semana, acampamos em casa dos meus pais…só quero saber de sopas, chá e descanso. E o chefe que não invente nada de última hora. Este é o protótipo do dia a dia da, grande maioria, das mulheres, nas quais também me revejo, em determinados aspetos. Posto isto, e muito mais, quis, de certa forma, homenagear, as mulheres. As verdadeiras “bimby’s” humanas: profissionais dedicadas, esposas cuidadas e amistosas, mães exemplares e donas de casa, completamente, “desesperadas”.Um bem haja a todos os homens que nos acompanham, nesta luta diária.Deus quer, a mulher sonha, a obra nasce.

Paula Azevedo

Regresso a casa

Assembleia aprova Plano A reunião da Assembleia Geral da Santa Casa, de Novembro último, aprovou, por unanimidade, o Programa de Ação e Orçamento para 2015. A reunião foi presidida pelo Dr. Milton Mendonça, na ausência da Insp.ª Emília Mendonça, que faltou por razões justificadas, e constou da apresentação

do Plano pelo Provedor, Dr. Eduardo de Medeiros, e do Orçamento que totaliza o valor de 2.841.552.00€. O Projeto de Atividades é idêntico ao de 2014 e prevê várias atividades no concelho destinadas aos utentes das várias valências da Instituição.

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A Misericórdia de Nordeste, promoveu, no passado sábado, dia 13 de Dezembro, a sua tradicional Festa de Natal que contou com a presença de cerca de duas centenas e meia de utentes de todo o concelho, dos diversos serviços e valências da Instituição. A cerimónia teve início com a concelebração da Eucaristia Natalícia, que este ano foi presidida pelo jovem Pe. Jason Gouveia e concelebrada pelo Ouvidor de Nordeste, Pe. Agostinho Lima, por Mons. Augusto Cabral, Reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, pelos párocos locais, Pe. Valter Correia e Pe. Leonardo Cabral e animada no canto pelo Grupo Coral da Misericórdia que solenizou a Eucaristia com cânticos alusivos à quadra natalícia. A Festa Natalícia contou com a presença do Diretor Regional da Solidariedade Social, Eng.º Frederico Sousa, em representação do Presidente do Governo dos Açores, do Dr. Carlos Mendonça, Presidente da Câmara

Municipal de Nordeste, de responsáveis de Instituições concelhias e de Dirigentes, Irmãos e Equipa Técnica da Santa Casa. Seguiu-se à Eucaristia um almoço convívio alusivo ao tema “Sabores da Nossa Memória” e as intervenções das principais entidades presentes. O Provedor, Dr. Eduardo Medeiros, agradeceu a presença dos convidados e congratulou-se por poder proporcionar mais uma oportunidade de convívio e festa aos utentes, citando o Papa Francisco no que concerne à sabedoria do idoso e aos redobrados cuidados a ter com eles nos lares. Sucedeu-se uma encenação de Natal representada por utentes e funcionários da Instituição e um agradável momento de animação musical que contou com a atuação do Grupo de Cantares de S. Vicente Ferreira. A festa terminou com a visita do Pai Natal que distribuiu pequenas lembranças aos utentes.

Festa de Natal 2014

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Festa de Natal 2014

Concelebração Natalícia

Os nossos utentes

Encenação do Presépio Momento de Animação

O Padre Jason mostra o Menino

O Coral da Misericórdia

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Oi pessoal aqui vou contar como terminam os meus dias. Para mim não

basta começar bem, tem que terminar bem.Sou Regina Pimentel Freitas funcionária da Santa Casa da Misercicórdia de Nordeste com a categoria de Ajudante de Reabilitação, sim trabalho com idosos e com muito gosto. Já vos digo este trabalho necessita de muito empenho e no gosto tem de predominar a humanitude para que seja um trabalho eficiente. Trabalho com seres humanos que estão a passar por uma etapa da vida, mas que não é o fim como já disse é uma etapa da vida onde deve estar presente uma boa qualidade de vida tranformada em felicidade. Termino o meu trabalho pelas 17:30 horas, por vezes cansada, triste ou alegre, próprio de um ser humano, mas sempre de consciência tranquila que executei o meu trabalho com

profisssionalismo e humanitude. Depois rumo a casa, ao meu santuário onde entro mais o meu marido e sinto que o dia não termina e felizes, continuamos nossas tarefas domésticas. Ha...não esquecendo a entrada em casa dos meus pais onde estão os meus sobrinhos que me cobrem de beijinhos, lá é o ponto de encontro familiar nem que seja por uns minutos trocamos uns dedos de conversa, peço a benção a meus pais e sigo o caminho para casa. Agora, sim, a porta fecha-se, jantamos e o serão é passado de diversas formas, entre a tv, internet, conversas e desabafos. E assim termino o meu dia contente com ele. Fiz o que pude, talvez alguns enganos e tolices estiveram presentes neste dia mas com a plena consciência de ter dado o meu melhor. Amanhã novo dia, procuro sempre motivos para que o encanto de viver nunca termine.

No passado dia 23 de Janeiro, teve lugar na Santa Casa da Misericórdia de Nordeste, a cerimónia de assinatura do contrato da empreitada de “Reabilitação da cobertura do edifício da Casa de Trabalho de Nordeste e adaptação a Creche”, estando presentes o Provedor, Dr. Eduardo de Medeiros, o Diretor Regional da Solidariedade Social, Eng.º Frederico Sousa, o Presidente da Câmara Municipal de Nordeste, Dr. Carlos Mendonça, a Inspetora Emília Mendonça, na qualidade de Presidente da Assembleia Geral da Instituição, Norberto Leite, Presidente da Direção da Casa de Trabalho de Nordeste, entre outros elementos. Após concurso público, a obra foi adjudicada ao Empreiteiro do concelho José de Simas Moniz, representado, na cerimónia,

pelo Eng.º Pedro Moniz e a mesma terá lugar no edifício da Casa de Trabalho de Nordeste, precisamente no espaço onde anteriormente funcionava o Jardim de Infância “Alegria”. O início da obra está previsto para os finais do mês de fevereiro, sendo o seu prazo de execução de 8 meses, com um orçamento no valor de cerca de 400.000,00€, totalmente financiado pelo Governo dos Açores. Durante a cerimónia, o Provedor, bem como o Diretor Regional e o Presidente da Câmara, realçaram a importância da obra para o concelho, visto que a mesma é a única estrutura do género no Nordeste, contribuindo para dar resposta às necessidades das famílias com crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 3 anos de idade, tendo capacidade máxima para 23 crianças.

Quando termino o dia...

Obra da Creche arranca em breve

Regina Freitas(Trab. Aux. SAD- Reabilitação)

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A 11 de Novembro de 2014, idosos, crianças e funcionários da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste tiveram um lanche partilhado. Esta iniciativa surgiu no sentido de perpetuar uma tradição popular: o São Martinho.As atividades tiveram o seu início em redor de um bidão com lenha onde, como manda a tradição, os envolvidos assaram castanhas. Depois, saborearam-nas “quentes e boas” como bem manda a tradição. As crianças do CATL Alegria entoaram canções alusivas à festividade que foram acompanhadas pelos idosos entre um feliz

alvoroço. O lanche foi enriquecido com um bolo em forma de castanha e as castanhas chegaram em cones adornados pelas crianças. O lanche teve como objetivo conseguido a comemoração desta festividade pelo envolvimento de toda a comunidade institucional (crianças, idosos e funcionários). Tratou-se de mais uma oportunidade para o convívio e a confraternização o que, por sua vez, permitiu a consolidação dos laços nesta instituição.

São Martinho

A celebração do Dia Mundial da Alimentação foi estabelecida em novembro de 1979, pelos países membros, na 20ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. Por forma a celebrar e perpetuar este dia, são realizadas diversas atividades alusivas aos cuidados alimentares e de nutrição. Como não poderia deixar de ser, os CATLS da Santa Casa de Misericórdia do Nordeste juntaram-se para comemorar este dia; tendo como propósito a sensibilização das crianças para uma boa alimentação e para hábitos de vida saudável. Enquadrada neste momento comemorativo, a educadora Verónica, vestiu-se a rigor e contou a história “A Lagarta Comilona”. Com esta atividade pretendeu-se desenvolver a imaginação, o gosto pela leitura, a concentração, estimular o espírito crítico e, acima de tudo, contribuir para que as crianças adquirissem maior noção da importância da alimentação saudável para o seu desenvolvimento. De seguida, foram apresentadas adivinhas sobre alimentos. Estas, para além de divertidas, tinham como propósito que as crianças assimilassem conceitos

associados ao tema, estabelecessem relação entre ideias e palavras, aumentassem o seu vocabulário, entre outros. Após este momento de diversão e aprendizagem, procedeu-se a um convívio final, onde as crianças se deixaram deliciar por uma deliciosa salada de fruta.

Desta atenção dos CATLS para com as datas comemorativas surgiu, posteriormente, a comemoração do Halloween. Por forma a proporcionar uma festa de Hallowen inesquecível, procedeu-se à decoração do espaço com painéis de parede contendo toda simbologia própria desta efeméride (esqueletos, fantasmas, uma bruxa com vassoura e nariz saliente, etc.). Neste cenário decorreu um baile em que todas as crianças de todos os CATLS da Santa Casa participaram fantasiadas a rigor. Por entre toda a diversão, as crianças tiverem a oportunidade de realizar um lanche partilhado que foi extremamente apreciado por todas elas.

Os CATLS da Santa Casa da Misericórdia estão atentos às datas comemorativas, promovendo-as como forma de interiorização cultural e de sensibilização de temáticas emergentes.

Atividades dos CATL’s

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A Assembleia Geral das Nações Unidas decidiu em Dezembro de 2013 proclamar o ano de 2015, como “O ANO INTERNACIONAL DA LUZ”, cujas cerimónias oficiais de abertura variam de país para país mas, sempre em Janeiro. Em cada país é organizada uma Comissão Nacional para o AIL-2015, a quem cabe organizar um Programa Nacional de Atividades. No que respeita a Portugal, tal programa servirá de base de implementação integrada para todo o país-continente e ilhas, abrangendo várias áreas do conhecimento, cujos conteúdos se destinam ao público em geral e aos mais jovens (comunidades escolares / educativas) em particular. Assim, o boletim Gerações, não quer ficar alheio a tal acontecimento prestando, deste modo tão simples e despretensioso, a sua participação. Participação que nada mais tem por fim, a não ser dar a conhecer a quem o ler, esta grande decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas - levar a refletir, dar a importância devida e repensar a problemática da LUZ, fator decisivo na vida e no progresso da humanidade. Mas o que é a LUZ? Pelo dicionário fica-se a saber que é uma radiação eletromagnética (palavra luz referida à luz visível). A LUZ sempre esteve presente na história do ser humano e está envolvida com a natureza que, segundo vários cientistas, permeia a sua inteira existência nos mais diversos aspetos, o que tem sido um enorme desafio para a ciência. Falar da LUZ é, também, falar dos seus efeitos biológicos; é falar da sua importância na vida e no bem-estar geral¬ - melhoria da qualidade de vida, uma vez que revigora, produz energia, descontrai, acalma, apoia tratamentos médicos, promove concentração no trabalho, etc., etc. Para além de toda a vertente científica à volta do estudo da Luz e de toda a matéria científica produzida e por todos os estudos

feitos desde sempre, falar da LUZ é, também, falar de poesia, é falar de música, é falar de pintura, em suma é falar de arte. Consciente da dificuldade no contributo a dar a tão significativa celebração e, em boa hora, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas - AIL-2015, registam-se algumas curiosidades sobre a LUZ que, no dia-a-dia, nos passam ao lado e de grandes pensadores que se pronunciaram sobre a LUZ e a sua importância nas nossas vidas. A maioria das informações que recebemos de tudo quanto nos rodeia chega-nos pelos olhos, sendo a LUZ o principal meio de receção; A quantidade de LUZ que necessitamos aumenta com a idade e a LUZ certa na hora certa ajuda as funções biológicas; Do atrito de duas pedras faíscas aparecem; das faíscas nasce o fogo; do fogo brota a LUZ; Nada é mais valioso do que a LUZ; mas o excesso ofusca; Há muitas pessoas que são como as velas; sacrificam-se queimando-se para dar LUZ aos outros; O amor é uma LUZ que não deixa a vida escurecer; Só se dá valor à LUZ, após a escuridão; A arquitetura é o jogo sábio, correto e magnífico dos volumes dispostos sob a LUZ; A felicidade é simplesmente uma questão de LUZ interior;Termino com os versos finais do grande poeta Jorge de Sena inspirado na LUZ, intitulado “Uma Pequenina Luz”.… Uma pequenina luz bruxuleante e mudacomo a exactidão como a firmezacomo a justiça.Apenas como elas.Mas brilha.Não na distância. Aquino meio de nós.Brilha

Ano Internacional da Luz – 2015

Emília MendonçaAchadinha, 25 de janeiro de 2015

OPINIÃO

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Horário de Visita aos Utentes

10:00h - 11:00h13:30h - 16:00h

Missa no LarFalecimentosSábados16:30 h

Manuel Duarte Rodrigues (Centro de Acolhimento)

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