geração de energia elétrica - notas de aula - vesão 10

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  2011 WELDON CARLOS ELIAS TEIXEIRA IFPA  CAMPUS INDUSTRIAL DE MARABÁ  7/8/2011 GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

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2011 

WELDON CARLOS ELIAS TEIX

IFPA – CAMPUS INDUSTRIAL DE MA

7/8/2011

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS INDUSTRIAL DE MARABÁ 

DIRETORIA DE ENSINO COORDENAÇÃO DE ELETROTÉCNICA

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

NOTAS DE AULA 

Prof° M.Sc. WELDON CARLOS ELIAS TEIXEIRA 

Marabá, 07 de agosto de 2011. 

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Sumário 

1   Noções básicas sobre Mercado de Energia Elétrica no Brasil...................................... 8 

1.1  Histórico do Setor Elétrico Brasileiro ................................................................... 8 

1.2  Instituições do Setor Elétrico Brasileiro.............................................................. 10 

1.3  Legislação............................................................................................................ 12 

1.4  Análise da Legislação.......................................................................................... 21 

1.4.1  Lei 8.987/95..................................................................................................... 21 

1.4.2  Lei 9.074/95..................................................................................................... 22 

1.4.3 

Lei 9.427/96..................................................................................................... 23 

1.4.4  Lei 9.648/1998................................................................................................. 24 

1.4.5  Lei 10.438/02................................................................................................... 31 

1.4.6  Lei 10.604/02................................................................................................... 34 

1.4.7  Lei 10.762/03................................................................................................... 35 

1.4.8  Lei 10.847/04................................................................................................... 35 

1.4.9  Lei 10.848/04................................................................................................... 36 

2  Modelo atual do Setor Elétrico Brasileiro o Planejamento e a Oferta de Energia ..... 39 

2.1  Alterações na Atuação do Poder Público ............................................................ 40 

2.2  O processo de comercialização ........................................................................... 41 

3  Vocação da Amazônia para Hidroeletricidade............................................................ 44 

3.1  Potencial hidroelétrico brasileiro ........................................................................ 44 

4  Componentes básicos de uma usina hidrelétrica de queda alta e queda baixa ........... 48 

4.1  Barragens e Vertedouros...................................................................................... 49 

4.1.1  Barragens ......................................................................................................... 50 

4.1.2  Vertedouros ...................................................................................................... 57 

4.2  Regulador de velocidade ..................................................................................... 60 

4.2.1  Sistema Eletro-Eletrônico-Digital ................................................................... 60 

4.2.2  Sistema Hidráulico .......................................................................................... 61 

4.3  Turbinas hidráulicas ............................................................................................ 62 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  3 

4.3.1  Turbina hidráulica Pelton ................................................................................ 63 

4.3.2  Turbina hidráulica Francis ............................................................................... 66 

4.3.3  Turbina hidráulica Kaplan ............................................................................... 68 

4.3.4  Turbina hidráulica Bulbo ................................................................................. 71 

4.3.5  Turbina Turgo .................................................................................................. 73 

4.3.6  Turbina de fluxo cruzado ................................................................................. 75 

5  Usina Hidrelétrica de Tucuruí..................................................................................... 77 

5.1  Projeto ................................................................................................................. 77 

5.2  O vertedouro........................................................................................................ 78 

5.3  Construção........................................................................................................... 79 

5.4  Ações Ambientais em Tucuruí ............................................................................ 79 

5.4.1  Compensação Ambiental ................................................................................. 80 

5.4.2  Estudos Sócios Ambientais de Jusante de Tucuruí.......................................... 81 

5.4.3  Programa de Educação Ambiental................................................................... 82 

5.4.4  Programa de Fiscalização dos Recursos Naturais ........................................... 84 

5.4.5  Programa de Limnologia e Qualidade da Água............................................... 84 

5.4.6  Programa de Mitigação dos Efeitos do Deplecionamento............................... 85 

5.4.7  Programa de Recuperação de Áreas Degradadas ............................................ 85 

5.4.8  Programa de Revitalização do Banco de Germoplasma.................................. 86 

5.4.9  Programa de Saúde .......................................................................................... 87 

5.4.10  Programa de Vigilância Entomológica .......................................................... 88 

5.4.11  Projetos de Implantação das Unidades Complementares do CPA ................. 88 

5.4.12  Programa relativo à Fauna ............................................................................. 89 

5.4.13  Resgate de Fauna ........................................................................................... 91 

5.4.14  Programas de Pesca e Ictiofauna ................................................................... 94 

6  Fontes naturais de energia elétrica – renováveis e não renováveis ............................ 98 

6.1  Renováveis .......................................................................................................... 98 

6.1.1  A energia solar ................................................................................................. 98 

6.2   Não renováveis .................................................................................................... 99 

6.2.1  UTE – Usina Termoelétrica a vapor (convencional) ..................................... 100 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  4 

6.2.2  UTE – Usina Termoelétrica a diesel .............................................................. 100 

6.2.3  UTE – Usina Termoelétrica com turbina a gás.............................................. 100 

6.2.4  Có-geração de energia elétrica....................................................................... 100 

7  Bibliografia............................................................................................................... 101 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  5 

Lista de Figuras 

Figura 1 – Instituições que compõem o Setor Elétrico Brasileiro. ...................................... 10 

Figura 2 - Concessões feitas sem exclusividade de fornecimento de energia elétrica aconsumidores atendidos. ............................................................................................................... 23 

Figura 3 – Terão por objeto principal deter participação acionária nas companhias degeração criadas conforme os itens que se seguem e na de geração relativa à usina hidrelétrica deTucuruí. ......................................................................................................................................... 25 

Figura 4 – tendo uma como objeto social a geração e a outra como objeto a transmissão deenergia elétrica. ............................................................................................................................. 26 

Figura 5 – até três sociedades por ações, a partir da reestruturação da Furnas CentraisElétricas S/A, tendo até duas como objeto social a geração e outra como objeto a transmissão de

energia elétrica. ............................................................................................................................. 26 

Figura 6 – Duas para geração, transmissão e distribuição relativamente aos sistemaselétricos isolados de Manaus e de Boa Vista, uma para a geração pela usina hidrelétrica deTucuruí, uma para a geração nos sistemas elétricos dos Estados do Acre e Rondônia, uma parageração no Estado do Amapá e outra para a transmissão de energia elétrica. .............................. 27 

Figura 7 – até três sociedades por ações, a partir da reestruturação da CHESF, tendo atéduas como objeto social a geração e outra como objeto a transmissão de energia elétrica. ......... 28 

Figura 8 – Representação das atribuições transferidas progressivamente do GCOI e CCON para o ONS.................................................................................................................................... 30 

Figura 9 – Órgãos do MAE. ................................................................................................ 31 

Figura 10 - Modelo atual do Setor Elétrico Brasileiro. ....................................................... 39 

Figura 11 – Modelo de Geração e Comercialização de Energia Elétrica no Brasil. ........... 40 

Figura 12 – Mercado de Curto prazo ou Spot. .................................................................... 42 

Figura 13 - Potencial tecnicamente aproveitável para geração de energia hidrelétrica naAmérica do Sul. ............................................................................................................................ 44 

Figura 14 – Método utilizado para determinar o potencial hidrelétrico brasileiro. ............. 45 

Figura 15 – Usinas em diferentes níveis de estudos que fazem parte da parcelainventariada................................................................................................................................... 45 

Figura 16 – Principais sub- bacias da região Amazônica. .................................................... 47 

Figura 17 – Matriz energética dos Estados Unidos. ............................................................ 48 

Figura 18 – Principais elementos constituintes de uma hidrelétrica. .................................. 49 

Figura 19 – Classificação estrutural das barragens. ............................................................ 50 

Figura 20 – PCH de Santa Fé. ............................................................................................. 52 

Figura 21 – Seção transversal de uma BEVC. .................................................................... 52 

Figura 22 – Barragem de enrocamento com face de concreto – Barragem de foz da Areia........................................................................................................................................................ 53 

Figura 23 – Vista transversal de uma barragem de enrocamento com face de concreto. .... 54 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  6 

Figura 24 – Barragem do tipo concreto gravidade. ............................................................. 55 

Figura 25 – Forças atuantes na seção de uma barragem à gravidade. ................................. 55 

Figura 26 – Usina com barragem do tipo abóbada de concreto, com dupla curvatura. ...... 56 

Figura 27 – Barragem do tipo contraforte. .......................................................................... 57 

Figura 28 - Vertedouro da usina hidrelétrica de Tucuruí. .................................................... 57 

Figura 29 – Vertedouro em forma de comporta................................................................... 58 

Figura 30 – (a) Vertedouros de superfície de crista livre. (b) vertedouro por crista livre dotipo “tulipa”................................................................................................................................... 59 

Figura 31 – Regulador de velocidade. ................................................................................. 61 

Figura 32 – Principais tipos de queda das hidrelétricas. (a) baixa queda. (b) média queda.(c) alta queda. ................................................................................................................................ 62 

Figura 33 – Diagrama de aplicação de turbinas queda (m) versus fluxo (m3/s).................. 63 

Figura 34 – Pequena turbina Pelton com eixo horizontal. (a) com dois injetores. (b) com 6

injetores......................................................................................................................................... 65 

Figura 35 – Turbina Francis. (a) Turbina acoplada com o eixo de interconexão com ogerador e saída. (b) Detalhe das paletas de controle de fluxo e pás. (c) vista lateral em forma decaracol e mecanismos de controle das paletas. (d) Paletas que recebem o impulso de água........ 67 

Figura 36 – Detalhes do rotor do gerador e das pás de impulsão da turbina Francis. ......... 67 

Figura 37 – Turbina Kaplan. (a) Controlador de fluxo d’água. (b) Detalhes doscontroladores interconectados em anel para acionamento simultâneo. ........................................ 69 

Figura 38 – Turbina Kaplan da usina do Estreito – MA...................................................... 69 

Figura 39 – Turbina Kaplan em outras formas não convencionais. (a) e (d) jusante vertical.(b) e (e) montante vertical. (c) e (f) open pit. ................................................................................ 70 

Figura 40 – Turbina bulbo. .................................................................................................. 71 

Figura 41 – Descrição das partes principais de uma turbina bulbo. .................................... 71 

Figura 42 – Turbina turgo. (a) detalhe de uma turbina turgo e a extremidade da agulha deinjeção de água de alta velocidade. (b) diagrama em corte demostrando o ângulo de injeção daágua. (c) turgo de pás não inter -conectadas. (c) turgo de pás interconectadas. ............................ 74 

Figura 43 – Turbina de fluxo cruzado. (a) turbina de fluxo cruzado conectada a um gerador.(b) detalhes internos de uma turbina de fluxo cruzado. ................................................................ 75 

Figura 44 – Usina hidrelétrica de Tucuruí. .......................................................................... 77 

Figura 45 – Capacitação de horticultores para confecção de túneis plásticos.

Sustentabilidade da produção no período chuvoso. ...................................................................... 83 Figura 46 – Etapas do ciclo de recuperação e regeneração ambiental. Acima da esquerda

 para direita: área degradada e erodida, viveiro de mudas de espécies vegetais nativas; Embaixoda esquerda para direita: colocação de "almofadas" para o plantio das espécies veg .................. 86 

Figura 47 – Espécies identificadas na região. ..................................................................... 89 

Figura 48 - Espécies da região de Tucuruí. ......................................................................... 90 

Figura 49 - Espécies de aves. .............................................................................................. 90 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  7 

Figura 50 – Resgate da fauna. ............................................................................................. 91 

Figura 51 - Qualificação da mão de obra da região do setor pesqueiro. ............................. 96 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  8 

1  Noções básicas sobre Mercado de Energia Elétrica no Brasil 

Para entender o Mercado de Energia Elétrica do Brasil é necessário primeiramenteconsiderar os fatores históricos que influenciaram em sua trajetória de formação até checar naforma atual, considerar as Instituições que o compõe, o processo de comercialização e alegislação que dá suporte jurídico. 

1.1  Histórico do Setor Elétrico Brasileiro 

A reforma do Setor Elétrico Brasileiro teve as seguintes bases legais: 

•  Em 1993 a Lei nº 8.631: extinguiu a equalização tarifária vigente e criou os contratos de

suprimento entre geradores e distribuidores; •  Em 1995 a Lei nº 9.074: criou o Produtor Independente de Energia e o conceito de

Consumidor Livre ; 

Neste processo de mudanças, as principais conclusões foram: 

•  Desverticalização das empresas de energia elétrica (segmentá-las em geração,transmissão e distribuição); 

•  Incentivar a competição nos segmentos de geração e comercialização; 

•  Manter sob regulação os setores de distribuição e transmissão de energia  elétrica,considerados como monopólios naturais, sob regulação do Estado; 

•  Criação de um órgão regulador (a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL); 

•  Operador para o sistema elétrico nacional (Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS); 

•  Ambiente para a realização das transações de compra e venda de energia elétrica (oMercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE); 

Em agosto de 1998, o Projeto RE-SEB definiu o arcabouço conceitual e institucional domodelo a ser implantado no Setor Elétrico Brasileiro: 

•  Em 2001, o setor elétrico sofreu uma grave crise de abastecimento que culminou em um plano de racionamento de energia elétrica; 

•  Em 2002 o Comitê de Revitalização do Modelo do Setor Elétrico. 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  9 

Durante os anos de 2003 e 2004 o Governo Federal lançou as bases de um novo modelo para o Setor Elétrico Brasileiro através das seguintes meios: 

•  Leis nº 10.847 e 10.848, de 15 de março de 2004; 

•  Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004. 

Em termos Institucionais: 

•  Criação de uma instituição responsável pelo planejamento do setor elétrico a longo prazo(a Empresa de Pesquisa Energética - EPE); 

•  Uma Instituição com a função de avaliar permanentemente a segurança do suprimento deenergia elétrica (o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE); 

•  Uma instituição para dar continuidade às atividades do MAE, relativas à comercializaçãode energia elétrica no sistema interligado (a Câmara de Comercialização de EnergiaElétrica - CCEE); 

Tabela 1 – Resumo dos principais Modelos do setor de Energia Elétrica do Brasil .  

Modelo Antigo (até 1995) Modelo de Livre Mercado

(1995 a 2003) Novo Modelo (2004) 

Financiamento através de recursospúblicos

Financiamento através derecursos públicos e privados

Financiamento através de recursos públicos eprivados

Empresas verticalizadasEmpresas divididas poratividade: geração, transmissão,distribuição e comercialização

Empresas divididas por atividade: geração,transmissão, distribuição, comercialização,

importação e exportação.

Empresas predominantemente EstataisAbertura e ênfase na

privatização das EmpresasConvivência entre Empresas Estatais e

Privadas

Monopólios - Competição inexistenteCompetição na geração ecomercialização

Competição na geração e comercialização

Consumidores Cativos Consumidores Livres e Cativos Consumidores Livres e Cativos

Tarifas reguladas em todos ossegmentos

Preços livremente negociados nageração e comercialização

No ambiente livre: Preços livrementenegociados na geração e comercialização. No

ambiente regulado: leilão e licitação pelamenor tarifa

Mercado Regulado Mercado Livre Convivência entre Mercados Livre e Regulado

Planejamento Determinativo - GrupoCoordenador do Planejamento dos

Sistemas Elétricos (GCPS)

Planejamento Indicativo peloConselho Nacional de Política

Energética (CNPE)

Planejamento pela Empresa de Pesquisa

Energética (EPE)

Contratação: 100% do MercadoContratação : 85% do mercado

(até agosto/2003) e 95%mercado (até dez./2004)

Contratação: 100% do mercado + reserva

Sobras/déficits do balanço energéticorateados entre compradores

Sobras/déficits do balançoenergético liquidados no MAE

Sobras/déficits do balanço energéticoliquidados na CCEE. Mecanismo de

Compensação de Sobras e Déficits (MCSD)para as Distribuidoras.

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1.2  Instituições do Setor Elétrico Brasileiro 

Figura 1 – Instituições que compõem o Setor Elétrico Brasileiro.  

CNPE – Conselho Nacional de Política Energética 

O CNPE é um órgão interministerial de assessoramento à Presidência da República: 

•  formular políticas e diretrizes de energia•  assegurar o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso

 país •  revisar periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do país 

O CNPE é um órgão interministerial de assessoramento à Presidência da República: 

•  formular políticas e diretrizes de energia•  assegurar o suprimento de insumos energéticos às áreas mais remotas ou de difícil acesso

 país •  revisar periodicamente as matrizes energéticas aplicadas às diversas regiões do país 

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MME – Ministério de Minas e Energia 

O MME é o órgão do Governo Federal responsável pela condução das políticas energéticasdo país: 

•  formulação e implementação de políticas para o setor energético •  estabelecer o planejamento do setor energético nacional •  monitorar a segurança do suprimento do Setor Elétrico Brasileiro •  definir ações preventivas para restauração da segurança de suprimento no caso de

desequilíbrios conjunturais entre oferta e demanda de energia 

EPE – Empresa de Pesquisa Energética 

A EPE é uma empresa vinculada ao MME: 

•  realização de estudos e projeções da matriz energética brasileira •  execução de estudos que propiciem o planejamento integrado de recursos energéticos •  desenvolvimento de estudos que propiciem o planejamento de expansão da geração e da

transmissão de energia elétrica de curto, médio e longo prazos •  realização de análises de viabilidade técnico-econômica e sócio-ambiental de usinas •  obtenção da licença ambiental prévia para aproveitamentos hidrelétricos e de transmissão

de energia elétrica 

CMSE – Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico 

O CMSE é um órgão criado no âmbito do MME, sob sua coordenação direta: 

•  acompanhar o desenvolvimento das atividades de geração, transmissão, distribuição,comercialização, importação e exportação de energia elétrica 

•  avaliar as condições de abastecimento e de atendimento •  realizar periodicamente a análise integrada de segurança de abastecimento e de

atendimento •  identificar dificuldades e obstáculos que afetem a regularidade e a segurança de

abastecimento e expansão do setor  •  elaborar propostas para ajustes e ações preventivas que possam restaurar a segurança no

abastecimento e no atendimento elétrico 

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica 

•  regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energiaelétrica 

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Zelar pela: 

• 

qualidade dos serviços prestados •  universalização do atendimento •  estabelecimento das tarifas para os consumidores finais •   preservar a viabilidade econômica e financeira dos Agentes e da indústria 

CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica 

A CCEE absorveu as funções do MAE e suas estruturas organizacionais e operacionais: 

•  apuração do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) 

•  realização da contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados  •  a liquidação financeira dos valores decorrentes das operações de compra e venda de

energia elétrica realizadas no mercado de curto prazo •  realização de leilões de compra e venda de energia no ACR , por delegação da ANEEL 

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico 

O ONS foi, para operar, supervisionar e controlar a geração de energia elétrica no SIN, eadministrar a rede básica de transmissão de energia elétrica no Brasil.

Tem como objetivo principal, atender os requisitos de carga, otimizar custos e garantir aconfiabilidade do sistema, definindo ainda, as condições de acesso à malha de transmissão emalta-tensão do país 

1.3  Legislação 

A Legislação é composta por: 

•  Leis; 

•  Decretos; •  Resoluções; •  Convênios; •  Documentos Societários.

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Dada a enorme complexidade e grande número de instituições atuantes, o Setor Elétrico éregido por uma série de normativos. Aqui, você poderá conhecer parte da regulamentação dosetor.

Leis 

8.987/95 - Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências.

9.074/95 - Estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões deserviços públicos e dá outras providências. 

9.427/96 - Institui a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, disciplina o regimedas concessões de serviços públicos de energia elétrica e dá outras providências. 

9.648/98 - Altera dispositivos das Leis no 3.890-A, de 25 de abril de 1961, no 8.666, de 21de junho de 1993, no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no 9.074, de 7 de julho de 1995, no9.427, de 26 de dezembro de 1996, e autoriza o Poder Executivo a promover a reestruturação daCentrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS e de suas subsidiárias e dá outras providências. 

10.433/02 - Dispõe sobre a autorização para a criação do Mercado Atacadista deEnergia Elétrica – MAE, pessoa jurídica de direito privado, e dá outras providências. 

10.438/02 - Dispõe sobre a expansão da oferta de energia elétrica emergencial,recomposição tarifária extraordinária, cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas deEnergia Elétrica (PROINFA), a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), dispõe sobre auniversalização do serviço público de energia elétrica, dá nova redação às Leis no 9.427, de 26de dezembro de 1996, no 9.648, de 27 de maio de 1998, no 3.890-A, de 25 de abril de 1961, no5.655, de 20 de maio de 1971, no 5.899, de 5 de julho de 1973, no 9.991, de 24 de julho de 2000,e dá outras providências. 

10.604/02 - Dispõe sobre recursos para subvenção aos consumidores de energia elétrica daSubclasse Baixa Renda, dá nova redação aos arts. 27 e 28 da Lei no 10.438, de 26 de abril de2002, e dá outras providências. 

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10.762/03 - Dispõe sobre a criação do Programa Emergencial e Excepcional de Apoio àsConcessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica, altera as Leis nos8.631, de 4 de março de 1993, 9.427, de 26 de dezembro de 1996, 10.438, de 26 de abril de2002, e dá outras providências. 

10.847/04 - Autoriza a criação da Empresa de Pesquisa Energética - EPE e dá outras providências. 

10.848/04 - Dispõe sobre a comercialização de energia elétrica, altera as Leis nos 5.655, de20 de maio de 1971, 8.631, de 4 de março de 1993, 9.074, de 7 de julho de 1995, 9.427, de 26 dedezembro de 1996, 9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.648, de 27 de maio de 1998, 9.991, de 24 de julho de 2000, 10.438, de 26 de abril de 2002, e dá outras providências. 

Decretos 

2.335/97 - Constitui a Agência Nacional de Energia Elétrica -ANEEL, autarquia sobregime especial, aprova sua Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos emComissão e Funções de Confiança e dá outras providências.

2.655/98 - Regulamenta o Mercado Atacadista de Energia Elétrica, define as regras deorganização do Operador Nacional do Sistema Elétrico, de que trata a Lei nº 9.648, de 27 demaio de 1998, e dá outras providências. 

4.541/02 - Regulamenta os arts. 3º, 13, 17 e 23 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002,que dispõe sobre a expansão da oferta de energia elétrica emergencial, recomposição tarifáriaextraordinária, cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA e a Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, e dá outras providências. 

4.550/02 - Regulamenta a comercialização de energia elétrica gerada pela EletrobrásTermonuclear S.A. - ELETRONUCLEAR, por ITAIPU Binacional e dá outras providências. 

4.562/02 - Estabelece normas gerais para celebração, substituição e aditamento doscontratos de fornecimento de energia elétrica; para tarifação e preço de energia elétrica; dispõesobre compra de energia elétrica das concessionárias de serviço público de distribuição; valoresnormativos; estabelece a redução do número de submercados; diretrizes para revisão dametodologia de cálculo das Tarifas de Uso do Sistema de Transmissão - TUST e dá outras providências. 

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4.667/03 - Altera o Decreto no 4.562, de 31 de dezembro de 2002, que estabelece normasgerais para celebração, substituição e aditamento dos contratos de fornecimento de energiaelétrica; para tarifação e preço de energia elétrica; dispõe sobre compra de energia elétrica das

concessionárias de serviço público de distribuição; valores normativos; estabelece a redução donúmero de submercados; diretrizes para revisão da metodologia de cálculo das Tarifas de Uso doSistema de Transmissão - TUST; o Decreto no 62.724, de 17 de maio de 1968, que estabelecenormas gerais de tarifação para as empresas concessionárias de serviços públicos de energiaelétrica, e dá outras providências.

4.767/03 - Regulamenta o § 7º do art. 27 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002, altera oinciso VI do art. 6º do Decreto nº 4.562, de 31 de dezembro de 2002, e dá outras providências.

5.081/04 - Regulamenta os arts. 13 e 14 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, e o art. 23da Lei no 10.848, de 15 de março de 2004, que tratam do Operador Nacional do Sistema Elétrico- ONS.

5.163/04 - Regulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga deconcessões e de autorizações de geração de energia elétrica, e dá outras providências.

5.175/04 - Constitui o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE de que trata oart. 14 da Lei no 10.848, de 15 de março de 2004.

5.177/04 - Regulamenta os arts. 4o e 5o da Lei nº 10.848, de 15 de março de 2004, e dispõesobre a organização, as atribuições e o funcionamento da Câmara de Comercialização de EnergiaElétrica - CCEE.

5.184/04 - Cria a Empresa de Pesquisa Energética - EPE, aprova seu Estatuto Social e dáoutras providências.

5.249/04 - Dá nova redação ao inciso XI do § 2o do art. 1o do Decreto no 5.163, de 30 de julho de 2004, que regulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga deconcessões e de autorizações de geração de energia elétrica. 

5.271/04 - Altera dispositivos do Decreto no 5.163, de 30 de julho de 2004, queregulamenta a comercialização de energia elétrica, o processo de outorga de concessões e deautorizações de geração de energia elétrica, e dá outras providências.

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Resoluções 

290/00 - Homologa as Regras do Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE efixa as diretrizes para a sua implantação gradual.

456/00 - Estabelece, de forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais deFornecimento de Energia Elétrica. 

102/02 - Institui a Convenção do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE). 

103/02 - Autoriza o Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE) - Pessoa Jurídica dedireito privado, sem fins lucrativos, a atuar segundo regras e procedimentos de mercadoestabelecidos pela ANEEL.

395/02 - Aprova as Regras de Mercado, componentes da versão 2.2b, para fins decontabilização e liquidação das transações no período de 1o de setembro de 2000 a 30 de junhode 2001, no âmbito do Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE. 

445/02 - Aprova as Regras do Mercado, componentes da versão 3.0, para fins de

contabilização e liquidação das transações de compra e venda de energia elétrica no período de1o de julho de 2001 até 31 de dezembro de 2003 no âmbito do Mercado Atacadista de EnergiaElétrica - MAE 

447/02 - Estabelece as condições gerais para implementação do que dispõe o art. 2o da Leino 10.438, de 26 de abril de 2002. 

552/02 - Estabelece os procedimentos relativos à liquidação das operações de compra evenda de energia elétrica, no mercado de curto prazo, no âmbito do Mercado Atacadista de

Energia Elétrica - MAE e trata das garantias financeiras e penalidades. 

023/03 - Estabelece critérios para a definição, de forma transitória, das garantiasfinanceiras a que se refere o art. 2o da Convenção do Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE e dá outras providências. 

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040/03 - Aprova as Regras de Mercado, componentes da versão 3.1, que estabelecem amodulação “ex-ante” de Contratos Iniciais, para fins de contabilização e liquidação dastransações no período de 1o de janeiro até 30 de junho de 2003. 

091/03 - Estabelece as condições para implementação do limite de contratação de energiaelétrica para agentes participantes do Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE, conformedefinido no Decreto no 4.562, de 31 de dezembro de 2002.

237/03 - Determina ajustes no cronograma para implantação das Regras do MercadoAtacadista de Energia Elétrica - MAE, estabelecido por meio da Resolução. 

258/03 - Estabelece critérios e procedimentos a serem adotados por concessionária ou

 permissionária de distribuição de energia elétrica que optar por instalação de equipamentos demedição em local externo à unidade consumidora. 

265/03 - Estabelece os procedimentos para prestação de serviços ancilares de geração etransmissão. 

352/03 - Estabelece as condições para implementação da sistemática de verificação dolastro de contratos de venda de energia elétrica, registrados no Mercado Atacadista de EnergiaElétrica - MAE, conforme diretriz estabelecida no art. 5o da Resolução no 249, de 11 de agosto

de 1998. 

433/03 - Estabelece os procedimentos e as condições para início da operação em teste e daoperação comercial de empreendimentos de geração de energia elétrica. 

462/03 - Aprova as Regras do Mercado, componentes da versão 3.1.b, que considera aalteração da sistemática de estabelecimento do Preço Mínimo do Mercado de Curto Prazo(PMAE_min), de que trata a Resolução no 377, de 30 de julho de 2003. 

577/03 - Aprova as Regras do Mercado, componentes da versão 3.1.c, que incorpora autilização dos recursos decorrentes da aplicação de penalidades por insuficiência de contrataçãoe/ou de lastro de venda. 

652/03 - Estabelece os critérios para o enquadramento de aproveitamento hidrelétrico nacondição de Pequena Central Hidrelétrica (PCH). 

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686/03 - Estabelece procedimentos e critérios para a implementação do mecanismo derepresentação da aversão ao risco de racionamento no Programa Mensal de Operação - PMO e

no cálculo do preço do mercado de curto prazo do MAE - PMAE, conforme disposto naResolução CNPE no 10, de 16 de dezembro de 2003, aprovada pelo Presidente da República em18 de dezembro de 2003. 

688/03 - Aprova as Regras do Mercado, componentes da versão 3.5, que incorporaincentivo à eficiência de usinas participantes do Mecanismo de Realocação Energia - MRE. 

040/04 - Estabelece critérios para determinação dos limites de disponibilidade de geração ede lastro das usinas térmicas da Região Nordeste participantes do Programa Prioritário de

Termeletricidade – PPT, aplicados ao período 2004/2005. 

055/04 - Estabelece a metodologia de cálculo do Fator X na revisão tarifária periódica daconcessionária do serviço público de distribuição de energia elétrica. 

061/04 - Estabelece as disposições relativas ao ressarcimento de danos elétricos emequipamentos elétricos instalados em unidades consumidoras, causados por perturbação ocorridano sistema elétrico. 

063/04 - Aprova procedimentos para regular a imposição de penalidades aosconcessionários, permissionários, autorizados e demais agentes de instalações e serviços deenergia elétrica, bem como às entidades responsáveis pela operação do sistema, pelacomercialização de energia elétrica e pela gestão de recursos provenientes de encargos setoriais.

074/04 - Estabelece os critérios e procedimentos para que as concessionárias detransmissão que atendam consumidor livre e/ou autoprodutor, com unidade de consumoconectada às respectivas instalações de transmissão integrantes da Rede Básica do SistemaInterligado Nacional, passem a ser quotistas da Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis - 

CCC e da Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, em atendimento ao art. 13 da Lei no5.899, de 5 de julho de 1973, e ao art. 13 da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, com redaçãodada pela Lei no 10.848, de 15 de março de 2004.

075/04 - Dá nova redação ao § 7º do art. 3º da Resolução nº 688, de 24 de dezembro de2003, no que diz respeito ao tratamento a ser dado às indisponibilidades programadas de longa

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duração, devido modernizações e reformas em usinas participantes do Mecanismo de Realocaçãode Energia - MRE

082/04 - Estabelece as condições para atendimento com redes de energia elétrica nos lotessituados em loteamentos urbanos, nos parcelamentos situados em zonas habitacionais deinteresse social e nos parcelamentos populares, bem como para incorporação dos bens einstalações ao ativo de concessionária ou permissionária de serviço público de distribuição. 

087/04 - Aprova a Norma de Organização que trata dos procedimentos gerais referentes àsReuniões Deliberativas Públicas da Diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL. 

088/04 - Aprova sobre o Código de Ética da Agência Nacional de Energia Elétrica. 

089/04 - Estabelece, com a finalidade de contribuir para a modicidade da tarifa defornecimento de energia elétrica, metodologia para o cálculo de subvenção econômica a ser concedida a concessionária ou permissionária de distribuição de energia elétrica ou de montantea ser utilizado para a redução do nível das suas tarifas, de forma a contrabalançar os efeitos de política tarifária aplicável a unidades consumidoras integrantes da Subclasse Residencial BaixaRenda. 

109/04 - Institui a Convenção de Comercialização de Energia Elétrica. 

127/04 - Estabelece os procedimentos para o rateio do custo do Programa de Incentivo àsFontes Alternativas de Energia Elétrica - PROINFA, bem como para a definição das respectivasquotas de energia elétrica, nos termos do Decreto no 5.025, de 30 de março de 2004.

145/05 - Aprova as Regras de Comercialização de Energia Elétrica, versão janeiro/2005, deque trata a Convenção de Comercialização de Energia Elétrica instituída pela Resolução Normativa no 109, de 26 de outubro de 2004. 

149/05 - Estabelece os procedimentos para solicitação de anuência, pelos agentes prestadores de serviço de energia elétrica, para alteração de atos constitutivos, e indica os casos previamente autorizados. 

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150/05 - Altera a forma de cálculo de garantias financeiras das Regras de Comercializaçãode Energia Elétrica, versão janeiro/2005, aprovadas pela Resolução Normativa no 145, de 1o defevereiro de 2005. 

152/05 - Autoriza alterações em um subconjunto de expressões algébricas das Regras deComercialização de Energia Elétrica, versão janeiro/2005, aprovadas pela Resolução Norm ativano 145, de 1o de fevereiro de 2005. 

160/05 - Altera os §§ 5o a 7o do art. 3o da Resolução no 688, de 24 de dezembro de 2003,que dispõem sobre a apuração da indisponibilidade de usinas participantes do Mecanismo deRealocação de Energia - MRE, e revoga a Resolução Normativa no 75, de 29 de julho de 2004. 

161/05 - Aprova as Regras de Comercialização de Energia Elétrica, referentes aoMecanismo de Compensação de Sobras e Déficits, de que trata o art. 45 da Convenção deComercialização de Energia Elétrica.

162/05 - Aprova o edital dos leilões de ajuste para compra de energia elétrica e delega aexecução à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE. 

168/05 - Aprova as Regras de Comercialização de Energia Elétrica, referentes aos módulosde Penalidades e ao de Cálculo das Garantias Financeiras e Rateio de Inadimplência. 

Convênios 

ICMS 15/04 - Dispõe sobre o cumprimento de obrigações tributárias em operações comenergia elétrica, inclusive aquelas cuja liquidação financeira ocorra no âmbito da Câmara deComercialização de Energia Elétrica - CCEE.

ICMS 06/04 - Dispõe sobre o cumprimento de obrigações tributárias em operações comenergia elétrica, inclusive aquelas cuja liquidação financeira ocorra no âmbito do MercadoAtacadista de Energia - MAE. (Revogado) 

Documentos Societários 

Estatuto Social - Estatuto social da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica.

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1.4  Análise da Legislação 

1.4.1  Lei 8.987/95 

A Lei 8.987/95 dispõe sobre o regime de Concessão e Permissão da prestação de serviços  públicos previstos no Art. 175 da Constituição Federal e dá outras providências. É válidoressaltar que esta lei dispõe de forma generalizada da competência do Estado em realizar aConcessão e a Permissão, de forma que pode transferir atividades anteriormentedesempenhadas pelo Estado para a iniciativa privada. Neste sentido, o Estado (União, Estadoou Município), é denominado de Poder Concedente. 

A Concessão de serviço público deve ser realizada por meio de licitação (ver leis das

licitação 8.666/1993) através do Poder Concedente à pessoa jurídica ou consórcio de empresas.  A Permissão  de serviço público, a delegação, a título precário, é feita mediante a

licitação da prestação de serviços públicos, realizada também pelo Poder Concedente à pessoafísica ou jurídica. 

  É importante ressaltar que as Distribuidoras de Energia (CELPA, CELG, etc), deeconomia mista ou não, normalmente são do tipo Concessão  , por isso a denominaçãoConcessionária. É por isso, que estas não são retiradas ou trocadas periodicamente, posto quenão é uma forma  precária como é o caso da  Permissão.   Nestas modalidades ainda pode- seencontrar a modalidade Autorização.

Esta lei, desta forma, aborda de forma generalizada os meios de repassar para particularesserviços públicos, não especificamente para os casos relacionados à Geração, Transmissão eDistribuição de Energia Elétrica. De qualquer forma trata dos seguintes pontos importantes: 

  Da necessidade de haver serviço Adequado; (Capítulo II)

  Dos Direitos e Obrigações dos Usuários; (Capítulo III)

  Da Política Tarifária; mesmo que não seja Tarifa de Energia El (Capítulo IV)

  Da necessidade de haver Licitação na concessão de Serviços Públicos; (Capítulo V)

  Necessidade de um Contrato  de Concessão, no qual tem que haver cláusulas que

enumerem uma série de essenciais, tais como objeto, área, prazos, a forma, preços, etc.(Capítulo VI)

  Encargos do Poder Concedente; (Capítulo VII)

  Dos Encargos da Concessionária; (Capítulo VIII)

  Da possibilidade de intervenção do Poder Concedente caso necessário; (Capítulo IX)

  Da Extinção da Concessão; (Capítulo X)  Das Permissões; (Capítulo XI)

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  Disposições Finais e Transitórias; (Capítulo XII)

1.4.2  Lei 9.074/95 

A Lei 9.074/95 que estabelece normas para outorga e prorrogações das concessões epermissões de serviços  públicos e dá outras providências, têm em sua estrutura diversasreferências diretas ao Setor  Elétrico Brasileiro, e em seu Art. 1º faz referência a Leianteriormente analisada (Lei 8.987/95). 

Em seu Capítulo II (DOS SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA) tem as seguintesseções:

  SEÇÃO I - Das Concessões, Permissões e Autorizações; 

  SEÇÃO II - Do Produtor Independente de Energia Elétrica;   SEÇÃO III - Das Opções de Compra de Energia Elétrica por parte dos Consumidores;   SEÇÃO IV - Das Instalações de Transmissão e dos Consórcios de Geração;   SEÇÃO V - Da Prorrogação das Concessões Atuais; 

Informações interessantes desta Lei: 

  As concessões de geração de energia elétrica poderão ter prazos de até 35 anos! Podendoser prorrogado por igual período!!!

  As concessões de transmissão e de distribuição de energia elétrica ter prazos de até 30anos! Podendo ser prorrogado por igual período!!!  Para o aproveitamento de potenciais hidráulicos, (dependendo das potências envolvidas)

que se relacionam com o Poder Público, ou seja, que é de interesse público direto (paraexecução de serviço público ou de uso de bem público) ou para produção independente são objetos de concessão.

  As restrições são menores quando, dependendo das potências envolvidas, se trata deimplantação de usinas termoelétricas (UTE) ou quando destinados a uso exclusivo doautoprodutor.

  O aproveitamento de potenciais hidráulicos, iguais ou inferiores a 1.000 KW, e aimplantação de usinas termelétricas de potência igual ou inferior a 5.000 KW, estão

dispensados de concessão, permissão ou autorização, devendo apenas ser comunicadosao poder concedente.

  Define-se o que é um Produtor Independente de Energia Elétrica.   Das Opções de Compra de Energia Elétrica por parte dos Consumidores: 

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Figura 2 - Concessões feitas sem exclusividade de fornecimento de energia elétrica a consumidores atendidos.  

1.4.3  Lei 9.427/96 

A Lei 9.427/96 institui a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL que disciplina oregime das concessões de serviços públicos de energia elétrica e dá outras providências. 

  Vinculada ao MME (Ministério de Minas e Energia);  Sede em Brasília;

A ANEEL tem por finalidade regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição ecomercialização de energia elétrica, em conformidade com as políticas e diretrizes do governofederal. 

Além disso, a ANEEL tem a função de: 

  realizar as políticas e diretrizes do governo federal para a exploração da energia elétrica e oaproveitamento dos potenciais hidráulicos;

  Promover as licitações destinadas à contratação de concessionárias de serviço público paraa produção, transmissão e distribuição de energia elétrica e para a outorga de concessãopara o aproveitamento de potenciais hidráulicos;

Publicação Lei9.074/95 

(Sem contratos

vigentes) 

Com contratosinicialmente

vigentes

Tempo (anos) 3  5  8 

69 kV  69 kV  69 kV  Qualquertensão 

SIN 

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  celebrar e gerir os contratos de concessão ou de permissão de serviços públicos de energiaelétrica, de concessão de uso de bem público, expedir as autorizações, bem como fiscalizar,diretamente ou mediante convênios com órgãos estaduais, as concessões e a prestação dosserviços de energia elétrica;

  dirimir divergências entre concessionárias, permissionárias, autorizadas, produtoresindependentes e autoprodutores, bem como entre esses agentes e seus consumidores;

  fixar os critérios para cálculo do preço de transporte;

  No capítulo II, na seção que trata das receitas e do acervo da autarquia, dentre asdiversas modalidades que constituem receitas da ANEEL, existem taxas específicas defiscalização de serviços de energia elétrica para os seguintes casos: 

  taxa de fiscalização da concessão de geração, que depende da potência instalada;  taxa de fiscalização da concessão de transmissão, que depende da potencia instalada para o

serviço de transmissão;  taxa de fiscalização da concessão de distribuição, que depende da energia anual faturada 

em megawatt-hora e do fator de carga médio anual das instalações de distribuição;

  No capítulo V, na seção que trata das  disposições finais e transitórias, depende deautorização da ANEEL: 

  o aproveitamento de potencial hidráulico de potência superior a mil kW e igual ou inferiora dez mil kW destinado à produção independente;

  a importação e a exportação de energia elétrica por produtor independente, bem como aimplantação do sistema de transmissão associado;

  a realização de estudados de viabilidade, anteprojetos ou projetos de aproveitamentos depotenciais hidráulicos deverá ser informada à ANEEL para fins de registro, não gerandodireito de preferência para a obtenção de concessão para serviço público ou uso de bempúblico;

  os proprietários ou possuidores de terrenos marginais a potenciais de energia hidráulica edas rotas dos correspondentes sistemas de transmissão só estão obrigados a permitir arealização de levantamento de campo quando o interessado dispuser de autorizaçãoespecífica da ANEEL;

  A autorização mencionada no parágrafo anterior não confere exclusividade ao interessado,podendo a ANEEL estipular a prestação de caução em dinheiro para eventuais indenizaçõesde danos causados à propriedade onde se localize o sítio objeto dos levantamentos;

1.4.4  Lei 9.648/1998 

A Lei Nº 9.648/1998 que altera dispositivos das Leis nº 3.890-A, de 25 de abril de 1961, nº8.666, de 21 de junho de 1993, nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, nº 9.074, de 7 de julho de1995, nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, autoriza o Poder Executivo a promover a

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reestruturação da Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS e de suas subsidiárias e dáoutras providências. 

Alguns pontos importantes que esta lei altera ou estabelece: 

  Altera dispositivos da lei das licitações nº 8.666/1996, também no que se refere às obras eserviços de engenharia e estabelece valores limites em dinheiro para a realização dasmodalidades de licitação: convite, tomada de preços e concorrência;

  Altera a lei anteriormente analisada Lei 9.427/96, inclusive no que se refere à Dependênciade autorização da ANEEL:

o  O aproveitamento de potencial hidráulico de potência superior a 1.000 kW e igualou inferior a 30.000 kW, destinado a produção independente ou autoprodução,mantidas características de pequena central hidrelétrica;

o  A compra e venda de energia elétrica, por agente comercializador;o  A comercialização, eventual e temporária, pelos autoprodutores, de seus excedentes

de energia elétrica.  O poder Executivo promoverá, com vistas à privatização, a reestruturação das Centrais

Elétricas Brasileiras S/A.  –   ELETROBRÁS e de suas subsidiárias Centrais Elétricas doSul do Brasil S/A  –   ELETROSUL, Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A.  –  ELETRONORTE, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco  –   CHESF e FurnasCentrais Elétricas S/A, mediante operações de cisão, fusão, incorporação, redução decapital, ou constituição de subsidiárias integrais, ficando autorizada a criação das seguintessociedades:

Figura 3 – Terão por objeto principal deter participação acionária nas companhias de geração criadas conforme os itensque se seguem e na de geração relativa à usina hidrelétrica de Tucuruí. 

ELETROBRÁS

até 6sociedadespor ações

1

2

3

4

5

6

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Figura 4 – tendo uma como objeto social a geração e a outra como objeto a transmissão de energia elétrica.  

Figura 5 – até três sociedades por ações, a partir da reestruturação da Furnas Centrais Elétricas S/A, tendo até duas comoobjeto social a geração e outra como objeto a transmissão de energia elétrica.  

ELETROSUL

2sociedadespor ações

Geração Transmissão

FURNASCENTRAIS

ELÉTRICAS S/A

até 3sociedades por

ações

Geração

TransmissãoGeração

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Figura 6 – Duas para geração, transmissão e distribuição relativamente aos sistemas elétricos isolados de Manaus e deBoa Vista, uma para a geração pela usina hidrelétrica de Tucuruí, uma para a geração nos sistemas elétricos dos Estados

do Acre e Rondônia, uma para geração no Estado do Amapá e outra para a transmissão de energia elétrica. 

Onde: 

I – Sistemas elétricos isolados de Manaus e de Boa Vista 

II – Pela usina hidrelétrica de Tucuruí 

III – Pelos sistemas elétricos dos Estados do Acre e Rondônia 

IV – Estado do Amapá 

V – Local indefinido 

ELETRONORTE

6 sociedadespor ações

geração

distribuição

transmissão

geração

distribuição

transmissão

geração

geração

geração 

transmissão

II 

III 

IV 

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Figura 7 – até três sociedades por ações, a partir da reestruturação da CHESF, tendo até duas como objeto social ageração e outra como objeto a transmissão de energia elétrica.  

As operações de reestruturação societária que foram previstas anteriormente deverão ser  previamente autorizadas pelo Conselho Nacional de Desestatização – CND, na forma da Lei nº9.491, de 9 de setembro de 1997, e submetidas à respectiva assembleia geral pelo acionistacontrolador. 

Produtores independentes devem pagar mensalmente valor devido pelo uso de bem público para Centrais Elétricas Brasileiras S/A – ELETROBRÁS – Uso de Bem Público – UBP. 

Ainda nesta Lei é importante ressaltar: 

  As transações de compra e venda de energia elétrica nos sistemas elétricos interligados,

serão realizadas no âmbito do Mercado Atacadista de Energia Elétrica  – MAE, instituídomediante Acordo de Mercado a ser firmado entre os interessados;  Cabe à ANEEL definir as regras de participação no MAE, bem como os mecanismos de

proteção aos consumidores;  O Acordo de Mercado, que será submetido à homologação da ANEEL, estabelecerá as

regras comerciais e os critérios de rateio dos custos administrativos de suas atividades, bemassim a forma de solução das eventuais divergências entre os agentes integrantes, semprejuízo da competência da ANEEL para dirimir os impasses;

CHESF

até 3sociedadespor ações

Geração

TransmissãoGeração

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  As atividades de coordenação e controle da operação da geração e transmissão deenergia elétrica nos sistemas interligados, serão executadas pelo Operador Nacional doSistema (ONS) Elétrico, pessoa jurídica de direito privado, mediante autorização daANEEL, a ser integrado por titulares de concessão, permissão ou autorização e

consumidores;

Sem prejuízo de outras funções que lhe forem atribuídas, constituirão atribuições doOperador Nacional do Sistema Elétrico: 

  o planejamento e a programação da operação e o despacho centralizado da geração,com vistas a otimização dos sistemas eletroenergéticos interligados;

  a supervisão e coordenação dos centros de operação de sistemas elétricos;  a supervisão e controle da operação dos sistemas eletroenergéticos nacionais interligados

e das interligações internacionais;  a contratação e administração de serviços de transmissão de energia elétrica e

respectivas condições de acesso, bem como dos serviços ancilares (auxiliar, subsidiário);  propor à ANEEL as ampliações das instalações da rede básica de transmissão, bem

como os reforços dos sistemas existentes, a serem licitados ou autorizados;  a definição de regras para a operação das instalações de transmissão da rede básica dos

sistemas elétricos interligados, a serem aprovadas pela ANEEL.

Cabe ao poder concedente estabelecer a regulamentação do MAE, coordenar aassinatura do Acordo de Mercado pelos agentes, definir as regras da organização inicial doOperador Nacional do Sistema Elétrico e implementar os procedimentos necessários para o seufuncionamento. 

A regulamentação prevista neste artigo abrangerá, dentre outros, os seguintes aspectos:

a) o processo de definição de preços de curto prazo;

 b) a definição de mecanismo de realocação de energia para mitigação do risco hidrológico;

c) as regras para intercâmbios internacionais;

d) o processo de definição das tarifas de uso dos sistemas de transmissão;

e) o tratamento dos serviços ancilares e das restrições de transmissão;

f) os processos de contabilização e liquidação financeira. 

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Constituído o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a ele serão progressivamentetransferidas as atividades e atribuições atualmente exercidas pelo Grupo  Coordenador paraOperação  Interligada –  GCOI, criado pela Lei nº 5.899, de 1973, e a parte correspondente

desenvolvida pelo Comitê  Coordenador de Operação do Norte/Nordeste –  CCON. Odiagrama da

Figura 8 – Representação das atribuições transferidas progressivamente do GCOI e CCON para o ONS. 

A Lei 10.433/02 dispõe sobre a autorização para a criação do Mercado Atacadista deEnergia Elétrica – MAE, pessoa jurídica de direito privado (sem fins lucrativos), e dá outras providências.

O MAE é integrado por titulares de concessão, permissão ou autorização e outros agentes,na forma da regulamentação, vinculados aos serviços e às instalações de energia elétrica, com afinalidade de viabilizar as transações de compra e venda de energia elétrica nos sistemasinterligados. 

A regulamentação deverá também abranger: 

  a instituição da Convenção de Mercado;

GCOI

CCON

ONS

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  o estabelecimento das Regras e Procedimentos de Mercado;  a definição das regras de funcionamento do MAE, inclusive a forma de

participação dos agentes nesse Mercado; e  os mecanismos de proteção aos consumidores.

A compra e venda de energia elétrica que não for objeto de contrato bilateral serárealizada a preços determinados, conforme a Convenção e as Regras de Mercado. 

Figura 9 – Órgãos do MAE. 

A Convenção de Mercado e o estatuto são as principais formas de solução das eventuaisdivergências entre os agentes integrantes do MAE. Além disso, as empresas públicas esociedades de economia  mista, suas subsidiárias ou controladas, titulares de concessão,permissão e autorização, foram autorizadas a aderirem ao MAE, inclusive ao mecanismo e àconvenção de arbitragem previstos. 

1.4.5  Lei 10.438/02 

A Lei 10.438/02 dispõe sobre a expansão da oferta de energia  elétrica  emergencial,recomposição tarifária extraordinária, cria o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia  Elétrica (PROINFA), a Conta de Desenvolvimento  Energético (CDE), dispõesobre a universalização do serviço público de energia elétrica, dá nova redação às Leis no9.427, de 26 de dezembro de 1996 (que estabelece a criação da ANEEL), no 9.648, de 27 demaio de 1998 (reestruturação das Centrais Elétricas Brasileiras – ELETROBRÁS), no 3.890 -A,de 25 de abril de 1961, no 5.655, de 20 de maio de 1971, no 5.899, de 5 de julho de 1973, no9.991, de 24 de julho de 2000, e dá outras providências. 

MAE

Assembléia-GeralConselho de

AdministraçãoSuperintendência

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A Lei 10.438/02 apresentou uma série de providências para diminuir os impactos da CriseEnergética, tais como: 

  Repassar os custos a todas as classes de consumidores. Excetuando os consumidores

integrantes da Subclasse Residencial Baixa Renda e integrantes da Classe Rural. 

“Os custos de natureza operacional, tributária e administrativa, relativos à

aquisição de energia elétrica (kWh) e à contratação de capacidade de geração ou

 potência (kW) pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial - CBEE” 

  Foi criada uma Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial – CBEE;   Foi criado o Programa Prioritário de Termeletricidade – PPT;   Foi criada a Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica – GCE;   Foi instituído o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica

 –  PROINFA produzida por empreendimentos de Produtores IndependentesAutônomos, concebidos com base em fontes  eólica, pequenas  centrais hidrelétricas e biomassa, no Sistema Elétrico Interligado Nacional;

  Criação da chamada recomposição tarifária extraordinária (vigorar por 12 meses) que foi aplicada ao Programa Emergencial de Redução do Consumo de EnergiaElétrica  –  PERCEE;

  A pedido da GCE, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  –  BNDES disponibilizou recursos financeiros para as concessionárias de serviçospúblicos de distribuição, geração e produtores independentes de energia elétrica;

  A UNIÃO ficou autorizada a emitir títulos da Dívida Pública Federal diretamente àCBEE (até 11 bilhões de reais); 

 Foi concedia autorização para aumento do capital social da CBEE por meio daDívida Pública Federal;

  A UNIÃO ficou autorizada a emitir sob a forma de colocação direta, em favor doBNDES títulos da Dívida Pública Federal (até 7 bilhões);

  Foi criada a Conta de Desenvolvimento Energético  –  CDE (25 anos de duração) que visou o desenvolvimento energético dos Estados e a competitividade da energiaproduzida a partir de fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, gásnatural e carvão mineral nacional: 

o  para a cobertura do custo de combustível de empreendimentostermelétricos;

o  no pagamento do custo das instalações de transporte de gás natura;o 

para pagamento ao agente produtor de energia elétrica a partir de fonteseólica, térmicas a gás natural, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas;

  A Eletrobrás destinará os recursos da Reserva Global de Reversão  – RGR para osseguintes fins:

o  para expansão dos serviços de distribuição de energia elétrica;

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o  para instalações de produção a partir de fontes eólica, solar, biomassa epequenas centrais hidrelétricas, termelétrica associada a pequenascentrais hidrelétricas e conclusão de obras já iniciadas de geraçãotermonuclear (10% dos recursos disponíveis);

o  para estudos de inventário e viabilidade de aproveitamento de potenciaishidráulicos, mediante projetos específicos de investimento;

o  para implantação de centrais geradoras de potência até 5.000 kW,destinadas exclusivamente ao serviço público em comunidadespopulacionais atendidas por sistema elétrico isolado;

o  para o desenvolvimento e implantação de programas e projetosdestinados ao combate ao desperdício e uso eficiente da energia elétrica,de acordo com as políticas e diretrizes estabelecidas para o ProgramaNacional de Conservação de Energia Elétrica – Procel;

  A quota anual da Reserva Global de Reversão  –  RGR ficará extinta ao final do

exercício de 2010;  A Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás, foi autorizada a incluir no seu objeto social 

as atividades vinculadas à energia;

As medidas para enfrentar a Crise de Energia Elétrica forma divididas em três etapas: 

I. Primeira Etapa do Programa: Implantação de 3.300 MW de capacidade, em instalaçõesde produção com início de funcionamento previsto para até 30 de dezembro de 2006,assegurando a compra da energia a ser produzida no prazo de 15 (quinze) anos, a partirda data de entrada em operação definida no contrato. Terão prioridade na contratação asinstalações as que já tiverem a Licença Ambiental de Instalação  –  LI e posteriormente as

que tiverem a Licença Prévia Ambiental – LP.

II. Segunda Etapa do Programa: atingida a meta de 3.300 MW, o desenvolvimento doPrograma será realizado de forma que as fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas ebiomassa atendam a 10% (dez por cento) do consumo anual de energia elétrica do País,objetivo a ser alcançado em até 20 (vinte) anos, inclusos os prazos e resultados da primeiraetapa.

É importante ressaltar que os produtores emitirão um Certificado de EnergiaRenovável – CER, em que conste, no mínimo, a qualificação jurídica do agente produtor, o tipo de fonte de energia primária utilizada e a quantidade de energia elétrica efetivamente

comercializada no exercício anterior, a ser apresentado à ANEEL para fiscalização econtrole das metas anuais;

Mais uma vez os custos para pagamento da energia elétrica adquirida e os custosadministrativos incorridos pela Eletrobrás na contratação são rateados entre todas asclasses de consumidores finais atendidos pelo SIN.

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Produtor Independente Autônomo: é aquele cuja sociedade não é controlada oucoligada de concessionária de geração, transmissão ou distribuição de energia elétrica, nem deseus controladores ou de outra sociedade controlada ou coligada com o controlador comum.

III. ?????

Uma medida importante desta lei, que altera a (O art. 4º da Lei nº 5.899, de 5 de julho de1973), foi a designação da Eletrobrás para ser o Agente Comercializador de Energia deItaipu, ficando encarregada de realizar a comercialização da totalidade dos mencionadosserviços de eletricidade, nos termos da regulamentação da Aneel. 

As concessionárias de geração e empresas autorizadas à produção  independente deenergia elétrica ficam obrigadas a aplicar, anualmente, o montante de, no mínimo, 1% (um por

cento) de sua receita  operacional  líquida em pesquisa e desenvolvimento (P&D) do setor elétrico, excluindo-se, por isenção, as empresas que gerem energia exclusivamente a partir deinstalações eólica, solar, biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e cogeração qualificada. 

1.4.6  Lei 10.604/02 

A Lei 10.604/02 que dispõe sobre recursos para subvenção aos consumidores de energiaelétrica da Subclasse Baixa Renda, dá nova redação aos arts. 27 e 28 da Lei no 10.438, de 26 deabril de 2002, e dá outras providências. 

Esta lei autoriza: 

  autorizada a concessão de subsídio para redução da tarifa de transportes de gásnatural com recursos  provenientes de parcela do produto da arrecadação daContribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) (sobre os combustíveis!)(máximo de 500 milhões de reais);

  a concessão de subvenção aos consumidores de energia elétrica da Subclasse BaixaRenda, com recursos financeiros provenientes:

o  do adicional de dividendos devidos à União pela Centrais Elétricas BrasileirasS.A. –  Eletrobrás; 

o  com recursos da Reserva Global de Reversão – RGR; 

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1.4.7  Lei 10.762/03 

A Lei 10.762/03 dispõe sobre a criação do Programa Emergencial e Excepcional deApoio às Concessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica , altera asLeis nos 8.631, de 4 de março de 1993, 9.427, de 26 de dezembro de 1996, 10.438, de 26 de abrilde 2002, e dá outras providências. 

  Os recursos para o Programa Emergencial e Excepcional de Apoio àsConcessionárias de Serviços Públicos de Distribuição de Energia Elétrica foramconcedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  –  BNDES;

  Ficou a União autorizada a conceder financiamento ao BNDES para atender oPrograma;

  A ANEEL estipulará percentual de redução não inferior a cinquenta  por cento a seraplicado às tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e de distribuição,incidindo na produção e no consumo da energia comercializada pelos aproveitamentosrelacionados empreendimentos hidroelétricos com potência igual ou inferior a 1.000kW e aqueles com base em fontes  solar, eólica, biomassa e cogeração  qualificada,conforme regulamentação da ANEEL, cuja potência instalada seja menor ou igual a30.000 kW (Alterações da Lei n o 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a redaçãodada pela Lei n o 10.438, de 26 de abril de 2002);

 Altera, os artigos 3o , 5o , 13, 14 e 25 da Lei n o 10.438, de 26 de abril de 2002,previamente estudada relacionados com as etapas (I, II e III) de estímulos;

  Dentre as outras providências, relacionadas à universalização dos serviços públicos deenergia elétrica, estabelece prioridade ao atendimento de municípios com índices deatendimento inferiores a 80% (baseado no CENSO de 2000). Parte dos investimentosnecessários podendo ser subvencionada pela Reserva Global de Reversão e da Conta deDesenvolvimento Energético – CDE.

1.4.8  Lei 10.847/04 

A Lei 10.847/04 autoriza a criação da Empresa de Pesquisa Energética – EPE e dáoutras providências. 

A Empresa de Pesquisa Energética –  EPE tem por finalidade prestar serviços na área deestudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energético, tais comoenergia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados, carvão mineral, fontes energéticasrenováveis e eficiência energética, dentre outras. 

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Dentre as atribuições mais importantes, compete à EPE: 

  realizar estudos e projeções da matriz energética brasileira;  elaborar e publicar o balanço energético nacional (BEN);  identificar e quantificar os potenciais de recursos energéticos;  dar suporte e participar das articulações relativas ao aproveitamento energético de rios

compartilhados com países limítrofes;  realizar estudos para a determinação dos aproveitamentos ótimos dos potenciais hidráulicos;  obter a licença prévia ambiental e a declaração de disponibilidade hídrica necessárias às

licitações envolvendo empreendimentos de geração hidrelétrica e de transmissão de energiaelétrica, selecionados pela EPE;

  elaborar estudos necessários para o desenvolvimento dos planos de expansão da geração etransmissão de energia elétrica de curto, médio e longo prazos;

 promover estudos para dar suporte ao gerenciamento da relação reserva e produção dehidrocarbonetos no Brasil, visando à auto-suficiência sustentável;

  promover estudos de mercado visando definir cenários de demanda e oferta de petróleo, seusderivados e produtos petroquímicos;

  desenvolver estudos de impacto social, viabilidade técnico-econômica e socioambiental paraos empreendimentos de energia elétrica e de fontes renováveis;

  efetuar o acompanhamento da execução de projetos e estudos de viabilidade realizados poragentes interessados e devidamente autorizados;

  elaborar estudos relativos ao plano diretor para o desenvolvimento da indústria de gás naturalno Brasil;

  desenvolver estudos para avaliar e incrementar a utilização de energia proveniente de fontes

renováveis;  dar suporte e participar nas articulações visando à integração energética com outros países;  promover estudos e produzir informações para subsidiar planos e programas de

desenvolvimento energético ambientalmente sustentável, inclusive, de eficiência energética;  promover planos de metas voltadas para a utilização racional e conservação de energia,

podendo estabelecer parcerias de cooperação para este fim;  promover estudos voltados para programas de apoio para a modernização e capacitação da

indústria nacional, visando maximizar a participação desta no esforço de fornecimento dosbens e equipamentos necessários para a expansão do setor energético;

  desenvolver estudos para incrementar a utilização de carvão mineral nacional.

1.4.9  Lei 10.848/04 

A Lei 10.848/04 dispõe sobre a comercialização de energia elétrica, altera as Leis nos5.655, de 20 de maio de 1971, 8.631, de 4 de março de 1993, 9.074, de 7 de julho de 1995,9.427, de 26 de dezembro de 1996, 9.478, de 6 de agosto de 1997, 9.648, de 27 de maio de 1998,9.991, de 24 de julho de 2000, 10.438, de 26 de abril de 2002, e dá outras providências.  

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  37 

Esta lei dispõe sobre:

  condições gerais e processos de contratação regulada;  condições de contratação livre;  processos de definição de preços e condições de contabilização e liquidação das

operações realizadas no mercado de curto prazo;  instituição da convenção de comercialização;  regras e procedimentos de comercialização, inclusive as relativas ao intercâmbio

internacional de energia elétrica;  mecanismos destinados à aplicação do disposto no art. 3º, inciso X, da Lei nº 9.427, de

26 de dezembro de 1996, por descumprimento do previsto neste artigo;  tratamento para os serviços ancilares (auxiliares) de energia elétrica e para as restrições

de transmissão; 

mecanismo de realocação de energia para mitigação (diminuir, atenuar, suavizar, etc)do risco hidrológico;  limites de contratação vinculados a instalações de geração ou à importação de energia

elétrica, mediante critérios de garantia de suprimento;  critérios gerais de garantia de suprimento de energia elétrica que assegurem o equilíbrio

adequado entre confiabilidade de fornecimento e modicidade de tarifas e preços, a serempropostos pelo Conselho Nacional de Política Energética - CNPE; e

  mecanismos de proteção aos consumidores.

Pontos importantes estabelecidos por esta lei: 

  Foi autorizada a criação da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE,pessoa jurídica de direito  privado, sem fins lucrativos, sob autorização do PoderConcedente;

  A CCEE sucederá ao Mercado Atacadista de Energia Elétrica – MAE;   É interessante notar que a revisão ou reajuste tarifário (exceto a extraordinária), assim

como de recebimento de recursos provenientes da RGR, CDE e CCC, estãocondicionados ao pagamento dos seguintes encargos pelas concessionárias,permissionárias e autorizadas:

o  RGR  – parcelas das quotas anuais de Reserva Global de Reversão;o  PROINFA  – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica;o 

CDE – Conta de Desenvolvimento Energético;o  CCC – Conta de Consumo de Combustíveis;o  compensação financeira pela utilização de recursos hídricos e outros encargos

tarifários criados por lei;o  pagamento pela aquisição de energia elétrica contratada de forma regulada e da

Itaipu Binacional;

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  38 

  constituição do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico  – CMSE, com a funçãoprecípua de acompanhar e avaliar permanentemente a continuidade e a segurança dosuprimento eletroenergético em todo o território nacional;

  O Operador Nacional do Sistema Elétrico  –   ONS deverá adotar todas as medidas

necessárias para dar cumprimento ao disposto nesta Lei;  FIM DAS PRIVATIZAÇÕES, foi revogado o art. 5º da Lei nº 9.648, de 27 de maio de

1998:“Ficam excluídas do Programa Nacional de Desestatização –  PND 

 ELETROBRÁS e suas controladas: Furnas Centrais Elétricas S/A , CHESF  , ELETRONORTE e ELETROSUL e CGTEE ”; 

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2  Modelo atual do Setor Elétrico Brasileiro o Planejamento e a Oferta deEnergia 

Em linhas gerais o modelo atual do Setor Elétrico Brasileiro, o Planejamento e a Oferta deEnergia refletem as características do processo histórico apresentado no capítulo 1, o qual estáintimamente relacionado com os a política energética e fatores geográficos. É importanteressaltar a dificuldade de dissociar o Mercado do Modelo atual do Setor Elétrico do Brasil. Nestesentido, no Cap. 1 já foi apresentada uma tabela-resumo do Novo Modelo (2004) do Setor Elétrico do Brasil Tabela 4. 

 No âmbito político, nota-se que as leis apresentadas buscaram durante o governo do FHC1 um processo de abertura para investimentos da iniciativa privada, mas, por questões de lentidãodas ações ou algum interesse obscuro não foi rápido o suficiente para atendar diversasnecessidades relacionadas ao aumento do consumo de energia elétrica e sua universalização para

regiões pouco desenvolvidas, zona rural ou no sistema isolado, posto que em 2002 as açõestivessem que ser mais rápidas e efetivas para o enfrentamento da Crise Energética. Esse processo  político de abertura para o capital privado pode ser claramente observado nas diversas leis,decretos, resoluções normativas e resoluções.

Como o processo de abertura ter sido paralisado, o modelo atual do Setor ElétricoBrasileiro tenta manter um convívio entre investimentos públicos e privados, bem como a participação tanto do setor público quanto privado nas três divisões principais por atividade queo setor elétrico está dividido, quais sejam geração, transmissão e distribuição. A Figura 10 mostrade forma simplificada o modelo atual do Sistema Elétrico Brasileira e a tentativa de convívioentre os Setores Público e Privado. 

Quanto à influência geográfica reflete características regionais, climáticas, regime dechuvas, desenvolvimento regional, questões ambientais, etc. 

Figura 10 - Modelo atual do Setor Elétrico Brasileiro. 

1 FHC acrônimo para Fernando Henrique Cardoso 

Geração 

Transmissão 

Distribuição 

Privado 

Público 

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Quanto aos aspectos relacionados à Oferta de Energia Elétrica, podem ser observadas asseguintes características: 

A Figura 11 mostra de forma simplificada os representantes principais da composição da

matriz elétrica do Brasil no Sistema Interligado Nacional. 

Figura 11 – Modelo de Geração e Comercialização de Energia Elétrica no Brasil. 

Sendo que: 

PIE: Produtor Independente de Energia Elétrica. UTE: Usina Termoelétrica. PCH: Pequena Central Hidrelétrica. 

2.1  Alterações na Atuação do Poder Público 

Embora tenha ocorrido uma abertura significativa para participação nos investimentos pelainiciativa privada, não se pode dizer que o Estado Reduziu seu grau de influência nas questões

energéticas do país. Isso por que, o Estado manteve e reforçou seu papel de fiscalização,  planejamento e oferta de energia, sendo que as leis, decretos e outros instrumentos jurídicosnormativos demostram. 

Para ampliar a capacidade fiscalizadora e de gerenciamento o Governo Federal, criou aANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) a qual apresenta em sua lei de criação e estatuto

SIN 

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suas funções de fiscalizadora das diversas ações governamentais relacionas com as questões daenergia elétrica.

Como pode ser observado na Figura 1, a ANEEL tem influência direta no sistema de

transmissão, posto que o Operador Nacional do Sistema Elétrico –  ONS (pessoa jurídica dedireito privado) está sob sua subordinação. Quanto às questões de comercialização da foi criadaa Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE (pessoa jurídica de direito privado) que também está sob a subordinação da ANEEL. 

Para ampliar o campo de atuação do Governo Federal foram criados mecanismos paraevitar problemas no fornecimento futuros e solucionar problemas iminentes com o suprimento deenergia elétrica. Dentre os mecanismos estão a Empresa de Pesquisa Energética –  EPE e oComitê de Monitoramento do Setor Elétrico – CMSE, ambos vinculados ao Ministério de Minase Energia – MME. 

2.2  Planejamento no Setor Elétrico Brasileiro 

Como pode ser observado no Capitulo 1, a EPE tem papel fundamental no planejamentodo setor elétrico brasileiro em decorrência de suas atribuições. Com o objetivo de propiciar o planejamento para expansão da geração e da transmissão de energia elétrico em curto, médio elongo prazo, a EPE realiza estudo que compõem o Boletim Energético Nacional –  BEN,  participou do Grupo Núcleo que elaborou o Manual de Inventário Hidroelétrico de Bacias

Hidrográficas (de 2007), bem como do documento Matriz Energética Nacional  2030  (de2007), e o Plano Decenal de Expansão de Energia 2019 (de 2010). 

2.3  O processo de comercialização 

O Processo de Comercialização de Energia Elétrica ocorre de acordo com parâmetrosestabelecidos pela: 

•  Lei nº 10848/2004; 

•  Decreto nº 5163/2004; 

•  Decreto nº 5.177/2004 (o qual instituiu a CCEE); 

•  Resolução Normativa ANEEL nº 109/2004, que instituiu a Convenção deComercialização de Energia Elétrica; 

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As relações comerciais entre os Agentes participantes da CCEE são regidas predominantemente por contratos de compra e venda de energia, e todos os contratos celebradosentre os Agentes no âmbito do Sistema Interligado Nacional devem ser registrados na CCEE.

Esse registro inclui apenas as partes envolvidas, os montantes de energia e o período de vigência.  Os preços de energia dos contratos não são registrados na CCEE, sendo utilizados

especificamente pelas partes envolvidas em suas liquidações bilaterais. 

A CCEE contabiliza as diferenças entre o que foi produzido ou consumido e o que foicontratado. 

As diferenças positivas ou negativas são liquidadas no Mercado de Curto Prazo e valoradoao PLD (Preço de Liquidação das Diferenças). 

Determinado semanalmente para cada patamar de carga e para cada submercado, tendocomo base o custo marginal de operação do sistema, este limitado por um preço mínimo e por um preço máximo. 

O mercado de curto prazo é o mercado das diferenças entre montantes contratados emontantes medidos, conforme ilustração abaixo: 

Figura 12 – Mercado de Curto prazo ou Spot.  

Principais atribuições da CCEE: 

•  Manter o registro de todos os contratos fechados nos Ambientes de ContrataçãoRegulada (ACR ) e de Contratação Livre (ACL); 

•  Promover a medição e registro dos dados de geração e consumo de todos os Agentes da CCEE; 

•  Apurar o Preço de Liquidação de Diferenças –  PLD  - do Mercado de Curto Prazo por submercado; 

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•  Efetuar a Contabilização dos montantes de energia elétrica comercializados no Mercadode Curto Prazo e a Liquidação Financeira; 

•  Apurar o descumprimento de limites de contratação de energia elétrica e outras

infrações e, quando for o caso, por delegação da ANEEL, nos termos da Convenção deComercialização, aplicar as respectivas penalidades; •  Apurar os montantes e promover as ações necessárias para a realização do depósito, da

custódia e da execução de Garantias Financeiras, relativas às Liquidações Financeiras doMercado de Curto Prazo, nos termos da Convenção de Comercialização; 

•  Promover  Leilões de Compra e Venda de energia elétrica, conforme delegação daANEEL; 

•  Promover o monitoramento das ações empreendidas pelos Agentes, no âmbito da CCEE,visando à verificação de sua conformidade com as Regras e Procedimentos deComercialização, e com outras disposições regulatórias, conforme definido pela ANEEL; 

•  Executar outras atividades, expressamente determinadas pela ANEEL, pela Assembleia

Geral ou por determinação legal, conforme o art. 3º do Estatuto Social da CCEE.  

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3  Vocação da Amazônia para Hidroeletricidade 

Para testificar a vocação da Amazônia para Hidroeletricidade podem ser citados, o Atlas deEnergia Elétrica do Brasil [1] e o livro Pequenos Aproveitamentos Hidroelétricos – SoluçõesEnergéticas para a Amazônia Hidroelétrico (MME, 2008).

 No Atlas de Energia Elétrica do Brasil, pode-se encontrar em seu capítulo 4, cujo título é Energia Hidráulica, informações dos principais potencias hidrelétricos no contexto mundial enacional. 

 No Brasil de uma forma global apresenta um expressivo potencial tecnicamente aproveitável para geração de energia hidrelétrica, conforme a Figura 13. 

Figura 13 - Potencial tecnicamente aproveitável para geração de energia hidrelétrica na América do Sul.  

3.1  Potencial hidroelétrico brasileiro 

A contribuição da energia hidráulica na matriz energética nacional, segundo o BalançoEnergético Nacional (2003), é da ordem de 14%, participando com quase 83% de toda a energiaelétrica gerada no País. O que demostra ser muito significativo, mas, ainda há muitos outros  potenciais hidrográficos ainda não explorados em muitas bacias hidrográficas espalhadas pelo

  país, principalmente na região Estima-se que, nos próximos anos, pelo menos 50% danecessidade de expansão da capacidade de geração seja de origem hídrica.  

O potencial hidrelétrico brasileiro é composto pela soma da parcela estimada (Remanescente + individualizada) com a inventariada. Conforme indicado na Figura 14. 

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Figura 14 – Método utilizado para determinar o potencial hidrelétrico brasileiro.  

O potencial estimado é resultante da somatória dos estudos:

• De potencial remanescente – resultado de estimativa realizada em escritório, a partir dedados existentes – sem qualquer levantamento complementar – considerando-se um trecho de umcurso d’água, via de regra situado na cabeceira, sem determinar o local de implantação doaproveitamento; 

• Individualizados – resultado de estimativa realizada em escritório para um determinadolocal, a partir de dados existentes ou levantamentos expeditos, sem qualquer levantamentodetalhado.

A parcela inventariada inclui usinas em diferentes níveis de estudos – inventário,viabilidade e projeto básico – além de aproveitamentos em construção e operação(ELETROBRÁS, 2004), conforme ilustrado na Figura 15 e descrito na Tabela 2. 

Figura 15 – Usinas em diferentes níveis de estudos que fazem parte da parcela inventariada. 

Tabela 2 – Composição da parcela inventariada. 

apenas em inventário I  com estudo de viabilidade 

III  com projeto básico IV  em construção V  em operação 

Inventariada

Estimada 

(Remanescente

+Individualizada)

Potencial

Hidrelétrico

VIVIIIIIIInv.

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Apenas em inventário – resultado de estudo da bacia hidrográfica, realizado para adeterminação do seu potencial hidrelétrico, mediante a escolha da melhor alternativa de divisãode queda, que constitui o conjunto de aproveitamentos compatíveis, entre si e com projetos

desenvolvidos, de forma a se obter uma avaliação da energia disponível, dos impactos ambientaise dos custos de implantação dos empreendimentos; 

Com estudo de viabilidade – resultado da concepção global do aproveitamento,considerada sua otimização técnico-econômica, de modo a permitir a elaboração dos documentos para licitação. Esse estudo compreende o dimensionamento das estruturas principais e das obrasde infraestrutura local e a definição da respectiva área de influência, do uso múltiplo da água edos efeitos sobre o meio ambiente; 

Com projeto básico – aproveitamento detalhado e em profundidade, com orçamentodefinido, que permita a elaboração dos documentos de licitação das obras civis e do

fornecimento dos equipamentos eletromecânicos; 

Em construção – aproveitamento que teve suas obras iniciadas, sem nenhuma unidadegeradora em operação; e 

Em operação – os empreendimentos em operação constituem a capacidade instalada. 

Os três primeiros itens (nos estágios de “inventário”, “viabilidade” ou “projeto básico”)somente são considerados para fins estatísticos somente se os respectivos estudos tiverem sidoaprovados pelo poder concedente. 

Tabela 3 –  Potencial hidrelétrico brasileiro por bacia hidrográfica – situação em março de 2003.  

Bacias  Código

Estimado Inventariado Total (MW) 

(MW)%

relativoao total

(MW)%

relativoao total

(MW)%

relativoao total

Bacia do Rio Amazonas 1 64.164,49 78,8 40.883,07 23 105.047,56 40,6

Bacia do Rio Tocantins 2 2.018,80 2,5 24.620,65 13,9 26.639,45 10,3

Bacia do AtlânticoNorte/Nordeste

3 1.070,50 1,3 2.127,85 1,2 3.198,35 1,2

Bacia do Rio SãoFrancisco

4 1.917,28 2,4 24.299,84 13,7 26.217,12 10,1

Bacia do Atlântico Leste 5 1.779,20 2,2 12.759,81 7,2 14.539,01 5,6

Bacia do Rio Paraná 6 7.119,29 8,7 53.783,42 30,3 60.902,71 23,5

Bacia do Rio Uruguai 7 1.151,70 1,4 11.664,16 6,6 12.815,86 5

Bacia do AtlânticoSudeste

8 2.169,16 2,7 7.296,77 4,1 9.465,93 3,7

Total  - 81.390,42 100 177.435,57 100 258.825,99 100

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O potencial hidrelétrico brasileiro situa-se ao redor de 260 GW. Contudo apenas 68%desse potencial foram inventariados (Tabela 3). Entre as bacias com maior potencial destacam-seas do Rio Amazonas e do Rio Paraná.

É interessante notar que para cada grande bacia hidrográfica foi associada um código para sua correta identificação. Da mesma forma, as principais sub-bacias também apresentamcódigos; e são iniciados a partir de 10 (dez).  

Para destacar o grande potencial hidrelétrico na Bacia Amazônica, inclusive no Estado doPará, temos: 

  Sub-bacia18 (Rio Xingu), com 12,7% do potencial inventariado no país;  Sub-bacia 17 (Rio Tapajós), com 34,7 do potencial estimado no país;  Sub-bacia 15 (Rio Madeira), com 14,9 do potencial estimado no país; 

Sub-bacia 14 (Rio Negro), com 14,8 do potencial estimado no país;  Sub-bacia 29 (Rio Itacaiúnas e outros), com 6,1% do potencial inventariado no país;

Figura 16 – Principais sub-bacias da região Amazônica. 

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4  Componentes básicos de uma usina hidrelétrica de queda alta e quedabaixa 

Domar as energias que a natureza dispõe pode significar para o ser humano reduzir significativamente a aplicação de força motriz animal e humana. A energia potencial hidráulicafoi uma das primeiras formas de energia utilizada para substituir o trabalho animal e humano.

Em diversos aspectos, a conversão da energia potencial hidráulica em energia elétrica semostra muito mais versátil do que sua aplicação de forma direta, tais como: 

  Renovável;  Grande disponibilidade no Brasil;  Facilidade para realização de sua conversão; 

Fácil transporte;  Na facilidade para conversão em outras formas de energia:

o  térmica;o  luminosa;o  eletromagnética;o  cinética (em máquinas elétricas pulsantes, lineares ou rotativas);o  química (em baterias, na eletrólise);

  Na aplicação em diversidade de aparelhos elétrico-eletrônicos;

A contribuição da energia hidráulica na matriz nacional, segundo o Balanco Energético Nacional – BEN (2003), é da ordem de 14%, participando com quase 83% da energia elétrica gerada no

Brasil. Embora os mairores potenciais que ainda restam estejam localizados em regiões comrestrições ambientais e distantes (região amazônica) dos principais centros de consumo, estima-se que, nos próximo anos, pelo menos 50% da necessidade da expansão da campacidade degeraçaõ seja de origem hídrica [1]. 

Enquanto que no Brasil ahidrogeração de eneriga elétrica está próxima de 80% nos Estados Unidosesta porcentagem é muito menor considerando dados de 2001 é de

apenas 7%, conforme pode ser vistona Figura 17. 

Figura 17 – Matriz energética dos Estados Unidos.  

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Os principais elementos de uma usina hidrelétrica são, conforme pode ser observado naFigura 18 [2]: 

  barragem;  vertedouro;  tomada d’água;   canal de adução;  conduto forçado;  canal de fuga;

  gerador;  regulador de velocidade;  turbina para acionar o gerador;  subestação elevadora para

transmissão;

 

Figura 18 – Principais elementos constituintes de uma hidrelétrica.  

4.1  Barragens e Vertedouros 

Das obras civis que compõe uma usina hidrelétrica, os dois principais são a barragem e overtedouro.

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4.1.1  Barragens 

Ao se considerar o aspecto estrutural, as barragens podem ser classificadas em rígidas ou

flexíveis. A escolha do tipo de barragem deve levar em consideração diversos fatores, os maisimportantes são a topologia, a forma do vale, fundação do terreno e a existência de material paraa construção. Como o maior objetivo é o armazenamento de água o fator preponderante é atopografia de tal forma que a capacidade de reservatória seja máxima com o menor volume de  barragem possível [3]. A Figura 19 mostra uma classificação dos diversos tipos de barragensatravés do aspecto estrutural. 

Figura 19 – Classificação estrutural das barragens. 

Existem cinco tipos principais de barragens, embora possam ser utilizadas de formacombinada ou variantes das diferentes soluções, quais sejam [4]. 

  Barragem de Enrocamento com Núcleo de Argila;  Barragem de Enrocamento com Face de Concreto;  Barragem de Gravidade em Concreto Convencional;  Barragem em Concreto Compactado com Rolo – CCR; e  Barragem em Arco. 

A escolha do tipo de barragem a ser utilizada em uma hidroelétrica deve levar emconsideração diversos aspectos de caráter técnico, mas, deve procurar aproveitar dadisponibilidade de materiais no local da construção. Além disso, são necessários estudosgeológicos para se chegar a uma escolha definitiva. 

 4.1.1.1   Barragem de Enrocamento com Núcleo de Argila 

Tipos de

Barragens

Rígidas

Tipo

GravidadeEm Arco

Flexíveis

Homogêneas Zonadas Enrocamento

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As barragens de enrocamento de uma forma geral tem as seguintes características: 

  apresentam aterro constituído com fragmentos de rocha e cascalho compactado em camadascom rolos vibratórios;

  algumas possuem núcleo de argila impermeável;  deslizamentos são menos comuns devido ao ângulo de atrito ser maior;  devem ser construídas sobre fundações de rocha sã, mas, podem ser feitas sobre rocha

alterada, aluviões compactados e outros materiais resistentes;  são de duas formas principais:

o  barragens de enrocamento com núcleo de argila (ECRD –   Earth Core Rock Dams);o  barragens de enrocamento com face de concreto (CFRD  –   Concrete Face Rock 

 Dams).

As barragens de enrocamento com núcleo de argila utilizam-se da argila como material

 para vedação e o enrocamento se presta para propiciar a estabilidade da barragem. O fato de oenrocamento ter maior ângulo de atrito e normalmente boas condições de ser trabalhado permitediminuir as quantidades de materiais se comparadas a barragens de terra. Os taludes2 do núcleoargiloso podem ser mais verticais porque são executados concomitantemente aos espaldares3 demontante e jusante, mantendo-se estável nesta condição. 

 Neste tipo de solução é muito importante a disponibilidade dos materiais nas proximidadesdo local do barramento. A existência de material disponível de escavações obrigatórias das outrasestruturas, tais como, canal de aproximação, vertedouro, tomada, d’água, acessos, etc., conduzema esta solução permitindo o adequado balanceamento de materiais. Condições particulares da

topografia, disponibilidade de materiais, geologia da fundação e ombreiras condicionam o  projeto do barramento. A Figura 20 mostra um exemplo de barragem de enrocamento comnúcleo de argila localizada no rio Itapemirim – Braços Norte Direito e Norte Esquerdo – Alegre - Espírito Santo [5]. 

2 talude 

s. m. 1. Declive ou inclinação que se dá à superfície do revestimento de um muro, de um paredão, de um

fosso, etc.

2. Escarpa; rampa.

3 espaldar 

s. m. 1. Costas da cadeira.

2. Peça de armadura que protege as costas.

3. Espaldeira.

4. Guarnição superior ao dossel.

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Figura 20 – PCH de Santa Fé. 

A Figura 21 mostra a seção transversal de uma Barragem de enrocamento com vedaçãocentral (BEVC) [6]. 

Figura 21 – Seção transversal de uma BEVC. 

 4.1.1.2   Barragem de Enrocamento com Face de Concreto 

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A partir de 1970 o desenvolvimento de barragens de enrocamento com face de concreto(BEFCs) teve grande desenvolvimento [7].

Este tipo de estrutura se mostra segura em longo prazo em termos de estabilidade estática e

dinâmica, até mesmo contra grandes terremotos, como pode ser observado em eventos de talnatureza na China. A construção de BEFCs tem demostrando ser economicamente competitivacom barragens de enrocamento com núcleo impermeável (argila, asfalto) ou concreto por gravidade, concreto compactado a rolo (CCR) ou de duplo arco [7]. 

A Figura 22 mostra a barragem de enrocamento com face de concreto no rio foz da Areia[3]. 

Figura 22 – Barragem de enrocamento com face de concreto – Barragem de foz da Areia. 

A Figura 23 mostra a vista transversal simplificada de uma barragem de enrocamento comvedação a montante (BEVM) [6].

É importante ressaltar que a vedação, das barragens de vedação a montante também podemfeita com asfalto. 

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Figura 23 – Vista transversal de uma barragem de enrocamento com face de concreto. 

 4.1.1.3    Barragem de Gravidade em Concreto Convencional e Concreto Compactado com Rolo – CCR 

As barragens de gravidade de concreto são estruturas de sólidas de concreto que mantémsua estabilidade contra cargas de projeto devido a sua forma geométrica, à sua massa e a suaresistência devido ao concreto. Normalmente construídas em um perfil triangular, ou levemente

curvas, ou anguladas para acomodar as condições específicas do campo [8].O perfil transversal deve satisfazer a duas condições principais, (i) as tensões atuantes

devem estar dentro de limites pré-estabelecidos e proporcionar estabilidade para o corpo da  barragem, impedindo o deslizamento da fundação e (ii) deve buscar uma seção ótima paragarantir a estabilidade com menor gasto de concreto possível. Sua estabilidade é garantida pelaforça gravitacional, de onde vem sua denominação [8]. 

  Nas barragens de gravidade em concreto, são adotados dois sistemas construtivos  principais, um que usa concreto em massa convencional (CCV) e outro denominado concretocompactado a rolo (CCR).

A Figura 24 mostra a usina hidrelétrica de Ust-Ilimsk, localizada em próximo à Ust-Ilimsk,Irkutsk Oblast na Rússia. Esta barragem é do tipo concreto à gravidade. 

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Figura 24 – Barragem do tipo concreto gravidade. 

A Figura 25 mostra as forças atuantes em uma barragem à gravidade [9]. 

Figura 25 – Forças atuantes na seção de uma barragem à gravidade. 

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 4.1.1.4   Barragem em Arco 

A Usina Hidrelétrica de Funil apresenta uma arquitetura diferente das demais usinas deFURNAS. Com uma barragem do tipo abóbada de concreto, com dupla curvatura, única noBrasil, ela foi construída no rio Paraíba do Sul, no local conhecido como “Salto do Funil”, emResende, no Estado do Rio de Janeiro [10]. 

Figura 26 – Usina com barragem do tipo abóbada de concreto, com dupla curvatura. 

 4.1.1.5   Barragem em contraforte 

Barragens em contraforte (buttress  dam) têm as seguintes ficam em sub-  pressão paraconter a força da água, devido à pequena área da base. Desta forma, sua fundação fica submetidaá uma maior compressão. Outra consequência é que é exigido maior tratamento das fundaçõescomo tirantes e injeção de calda de cimento. Entretanto, propicia maior economia de concreto. 

A barragem principal de Itaipu é do tipo contraforte duplo [11]. A Figura 27 mostra a

 barragem Daniel-Johnson ( Daniel - Johnson Dam) que mostra de forma mais evidente a estruturade uma barragem do tipo contraforte e está localizada no norte deu Baie -Comeau em Quebec,Canada [12].

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Figura 27 – Barragem do tipo contraforte. 

4.1.2  Vertedouros 

O vertedouro também é um elemento indispensável em uma usina hidrelétrica e seu papelestá associado ao controle do nível do reservatório por meio da redução ou extinção do fluxo deágua através de comportas que podem ser acionadas de forma independente. É comum as pessoas confundirem o fluxo de água através dos vertedouros com a água utilizada para geraçãode energia elétrica. Mas, a forma mais utilizada para geração de energia elétrica é forçar a  passagem da água através de turbinas hidráulicas em condutos forçados. Embora, em muitoscasos a fluxo de água através dos vertedouros é a parte que chama mais atenção em razão da beleza. A Figura 28 mostra o vertedouro da usina hidrelétrica de Tucuruí. 

Figura 28 - Vertedouro da usina hidrelétrica de Tucuruí. 

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Em função do tamanho da obra, nos projeto de PCH podem ser adotados três tipos desolução para o extravasamento do excesso de água não aproveitada para geração de energiaelétrica [2]: 

  por canal lateral;  por sobre o próprio corpo da barragem, ao logo de toda a extensão da crista ou parte dela;  da combinação dos itens anteriores.

Todas as usinas apresentam em seus dados técnicos, informações relacionadas com overtedouro [13] 

 4.1.2.1  Vertedouros de superfície com comportas 

A maioria dos vertedouros é constituída por comportas tipo segmento, e são erguidasquando se deseja que a água flua por baixo das comportas. 

A comporta deve ter altura que permita acumular água no reservatório, até que atinja suacota máxima à montante. Desta forma, as comportas permitem o ajuste do nível de água doreservatório à montante. O ajuste da velocidade de vazão pode ser realizado através da aberturaou fechamento simultâneo de diversas comportas. Entretanto, caso a cota da água a montanteesteja abaixo da abertura das comportas, não é possível fluir água da montante para jusanteatravés do vertedouro [13]. AFigura 29 mostra um vertedouro em forma de comporta [14]. 

Figura 29 – Vertedouro em forma de comporta. 

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 4.1.2.2  Vertedouros de superfície de crista livre 

Algumas barragens possuem um dique cuja cota de elevação de construção máxima éexatamente na altura da cota máxima que se deseja que o reservatório opere. Este tipo deconstrução é conhecido como vertedouro de crista livre, pois quando a água atinge valoresmaiores que este limite, toda ela flui por cima desta crista em direção à jusante, ou seja, a águatransborda por uma seção do dique especialmente construído para este fim [13]. 

Quando o nível do reservatório tende a ser mais alto que o nível da crista, toda a águaexcedente flui por cima desta em direção à jusante, transbordando, o que impossibilita controleda vasão. Uma variante deste vertedouro por crista livre é o do tipo “tulipa” (morning glory

 spillway) [15]. A Figura 32 mostra as duas formas de vertedouros. 

(a)  (b) 

Figura 30 – (a) Vertedouros de superfície de crista livre. (b) vertedouro por crista livre do tipo “tulipa”. 

 4.1.2.3  Vertedouros de fundo ou descarregadores de fundo 

Algumas barragens apresentam vertedouros do tipo descarga de fundo. A entrada de águaneste se dá por meio de um sistema comunicante por meio de dutos entre montante e jusante. Sãoimportantes em barragens que apresentam vertedouros de crista livre, principalmente em  períodos de estiagem, quando não vazão suficiente para verter água, ou quando as turbinas

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estiverem paradas. Esses vertedouros de fundo garantem uma vazão mínima sanitária do rio a jusante [13].

Em razão das grandes pressões da água é comum a instalação de válvula dispersora, que

transforma um jato concentrado em jatos menores e dispersos [13]. 

4.2  Regulador de velocidade 

A frequência da rede elétrica do sistema de distribuição adotada no Brasil é de 60 Hz. Estafrequência deve permanecer o mais próximo possível de 60 Hz, entretanto, são admitidas pequenas variações em torno deste valor. Como se sabe, grande parte dos equipamentos elétricossão projetados para operar de forma eficiente em frequências específicas, denominada frequência

nominal.Para controlar a frequência da rede elétrica é necessário atuar na velocidade de rotação da

fonte geradora ou gerador. Mas, a velocidade do gerador, por sua vez, é imposta pela turbinahidráulica em se tratando de hidrogeração.

Com o objetivo de controlar a velocidade das turbinas hidrogeradoras foram projetadoscontroladores de velocidade. Que no final das contas deve resultar no controle da frequência, emvalores nominais, do sinal elétrico de tensão do sistema de distribuição de energia, que édisponível para os equipamentos elétricos e eletrônicos. 

Unidades Hidráulicas do Regulador de Velocidade (UHRV) são utilizadas para que, por meio de pressão hidráulica, seja possível efetuar abertura e fechamentos de pás diretrizes, pásde rotor KAPLAN (tipo de turbina) e válvulas borboleta, ou seja, todos os controles necessários para o funcionamento adequado da turbina [16]. 

A UHRV é composta basicamente por duas partes distintas: 

4.2.1  Sistema Eletro-Eletrônico-Digital 

A unidade é comandada pelo RV – Regulador de Velocidade, equipamento eletrônico delógica programável e deve ter compatibilidade com os outros equipamentos [16]. 

O RV é responsável pelo processamento dos dados adquiridos a partir das condições defuncionamento do sistema, ou das predefinições do operador. Estes dados são transformados emsinais que comandam válvulas do sistema hidráulico. Além de comandar as ações de regulagem,o software realiza o monitoramento das condições de operação da turbina e periféricos por meio

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de um sistema de sensoriamento, acionando proteções sempre que os valores excedam os limitesde operação predefinidos [16].

4.2.2  Sistema Hidráulico 

Formado basicamente por moto- bombas, reservatório, válvulas e servomotor, sua principalfunção é acionar o mecanismo de regulação da turbina através de servos hidráulicos. Deve permitir através de potência hidráulica, uma operação segura e suave, com uma ampla gama deopções de uso do sistema e regulagem das turbinas hidráulicas [16]. 

Para aplicações em turbinas com rotor KAPLAN, o sistema hidráulico também comanda aregulagem das pás do rotor [16]. 

Para aplicações com válvula borboleta ou válvula esférica o sistema hidráulico também pode controlar a abertura e fechamento em regime normal e emergencial [16]. 

  Normalmente é fabricada com um complexo de acumulação hidráulica que garante aoperação emergencial, mesmo com a parada das moto- bombas ou válvulas [16]. 

A Figura 31 mostra um regulador de velocidade da marca HACKER [16]. 

Figura 31 – Regulador de velocidade. 

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4.3  Turbinas hidráulicas 

Dentre os elementos mais importantes que compõem uma usina hidrelétrica, destaca -se a

turbina hidráulica. Quando acoplada adequadamente a um gerador elétrico pode atingir mais de90% de eficiência e são as máquinas mais eficientes para conversão de energias primária emsecundária.

Existe uma grande variedade de turbinas hidráulicas, que podem variar bastante em suasformas e tamanhos. Dentre os diversos fatores que influenciam na escolha da turbina hidráulicaadequada, destacam-se: o tipo de usina hidrelétrica na qual será empregada, de alta, média ou baixa queda. A Figura 32 mostra de forma simplificada esses três tipos de usinas hidrelétricas. 

(a)  baixa (b)  média (c)  alta

Figura 32 – Principais tipos de queda das hidrelétricas. (a) baixa queda. (b) média queda. (c) alta queda. 

 Não há consenso para a classificação do tipo de queda. O Centro Nacional de Referênciaem Pequenas Centrais Hidrelétricas – CERPCH, da Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI,faz a seguinte consideração [1]: 

  baixa queda: instalação de até 15 m;  média queda: entre 15 m até 150 m;  alta queda: acima de 150 m;

Entre outros modelos de turbinas hidráulicas, destacam-se o Kaplan, adequada para locais

de baixa queda (10 m a 70 m), e o Pelton, mais apropriado para locais de queda elevada (200 ma 1.500 m). 

As turbinas hidráulicas também podem ser divididas em duas categorias: 

  Turbinas de Reação:o  Obtém potência da queda de pressão através da turbina;o  Fica totalmente imersa na água;o  Movimento angular e linear convertido para potência no eixo;

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o  Turbinas Propulsoras, Francis, e Kaplan;  Turbinas de Impulsão:

o  Converte energia cinética de jatos de água que batem em paletas;o  Não há queda de pressão na turbina;o  Turbinas, Pelton, Turgo, e de Fluxo Cruzado;

A Figura 33 mostra o diagrama, queda (m) versus fluxo (m3/s), de aplicação das principaisturbinas usadas em hidrogeração na conversão de energia. 

Figura 33 – Diagrama de aplicação de turbinas queda (m) versus fluxo (m3/s). 

4.3.1 

Turbina hidráulica Pelton 

Juntamente com as turbinas Turgo e de fluxo cruzado, a turbina Pelton é uma turbina deação. A principal característica é a velocidade do jato de saída do bocal, que pode chegar,dependendo da queda entre 150 a 180 m/s e da admissão parcial na turbina.  

 Na turbina Pelton, o torque é gerado pela ação de um jato livre sobre a dupla concha dorotor. Por essa razão a turbina Pelton também é chamada de turbina de jato livre. Essa turbina foi

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idealizada cerca de 1880 pelo americano Pelton de onde se originou o nome. Em grandesaproveitamentos as turbinas Pelton são consideradas para alturas superiores a 150 m podendochegar até 2000, neste caso para alturas menores que 250 m podem-se tornar mais conveniente o

uso da turbina Francis. Para mini e micro aplicações, entretanto, a turbina Pelton pode ser usada para baixas

quedas em alguns casos até menos de 20 m. Para grande vazão e pequena queda a roda daturbina pode-se tornar demasiadamente grande em relação à potência; neste caso deve-se usar uma das três soluções: 

1.  Aumentar o número de jatos. Com o uso de dois ou mais jatos, pode-se ainda admitir ummenor diâmetro do rotor para a mesma vazão;

2.  Utilizar rotores gêmeos. Dois rotores podem ser usados lado a lado montados no mesmoeixo ou nos extremos do gerador montados também sobre o mesmo eixo. Essa opção

normalmente só é utilizada quando não existem condições de maximizar o número de jatos.3.  Pode-se ainda, bifurcar uma única tubulação principal, o mais próximo da turbina e

instalar duas turbinas independentes, com geração independente.

O gerador é acoplado diretamente ao eixo da turbina, por meio de acoplamentos rígidos,mas um ajuste de rotações pode ser feito com o uso de transmissão por correias ou redutores deengrenagens. No caso da utilização de correias, para pequenas potências dá-se preferência àscorreias padronizadas em V, que são mais versáteis e baratas que as correias planas,recomendadas para potências maiores. 

A turbina apresenta as seguintes partes consideradas principais: o rotor, o bocal e a caixa. 

Os rotores atuais são fundidos em uma só peça, com as conchas e a roda formando um sóconjunto. Entretanto é possível a fabricação separada das conchas e da roda e a fixação por meiode pinos e parafusos. No primeiro caso, caso haja uma concha danificada o rotor precisa ser substituído por inteiro, enquanto no segundo caso, basta substituir a pá danificada. O materialutilizado para a fabricação das conchas é o aço fundido com adição de 13% de cromo. Ageometria das conchas é bastante complicada o que torna sua fabricação um serviço quaseartesanal principalmente a etapa de acabamento. A concha deve ter a capacidade de absorver convenientemente a energia cinética transmitida pela ação do jato que sai do bocal e ao mesmo

tempo distribuí-la no seu retorno, sem interferir com a pá subsequente. 

A Figura 34 (a) e a Figura 34 (c) mostram uma turbinas Pelton de dois injetores. A Figura34 (b) e a Figura 34 (d) mostram uma turbinas Pelton de seis injetores 

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(a)  (b) 

(c)  (d) Figura 34 – Pequena turbina Pelton com eixo horizontal. (a) com dois injetores. (b) com 6 injetores. 

 No bocal, a pressão da água é convertida em velocidade. O bocal consiste em uma peçacónica fixada ao extremo da tubulação e uma agulha interna acionada por uma haste, a qualregula o fluxo de saída da água para a roda da turbina. 

Tanto o bocal quanto a agulha sofrem severo desgaste, sendo feitos de material de altaqualidade, normalmente um aço com manganésio, que apresenta grande resistência ao desgaste,

 provocado por partículas como areia. 

Algumas máquinas possuem a agulha do bocal construída em bronze, apresenta boaresistência ao desgaste. 

Existem no Brasil várias centrais hidroelétricas, principalmente no campo das pequenascentrais, funcionam com esse tipo de turbina, porém o número é bastante reduzido quandocomparado com as tradicionais Francis e Kaplan. 

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4.3.2  Turbina hidráulica Francis 

A turbina Francis foi idealizada em 1849, tendo o nome do seu inventor, sendo que a

  primeira turbina foi construída pela firma J.M. Voith em 1873, passando desde então por aperfeiçoamentos constantes, como a utilização das pás diretrizes, também chamadas de pásFink. 

Tem ampla aplicação, pelo fato das suas características cobrirem um grande campo derotação específica. Atualmente se constroem para grandes aproveitamentos, podendo ultrapassar a potência unitária de 750 MW. As turbinas construídas entre 1930 a 1950 não possuíamrendimentos superiores a 85%, hoje ultrapassam a 92% para grandes máquinas. 

A Figura 35 mostra diversas partes que compõem a turbina do tipo Francis. 

(a)  (b) 

(c)  (d) 

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Figura 35 – Turbina Francis. (a) Turbina acoplada com o eixo de interconexão com o gerador e saída. (b) Detalhe daspaletas de controle de fluxo e pás. (c) vista lateral em forma de caracol e mecanismos de controle das paletas. (d) Paletas

que recebem o impulso de água.  

A Figura 36 mostra alguns detalhes do rotor do gerador e das pás de impulsão da turbinaFrancis. 

Figura 36 – Detalhes do rotor do gerador e das pás de impulsão da turbina Francis.  

A turbina Francis é considerada uma turbina de reação, ou seja, funciona com umadiferença de pressão entre os dois lados do rotor. 

As pás do rotor são perfiladas de uma maneira complexa e uma caixa em espiral ou em

forma de caracol, normalmente fundida para as turbinas pequenas, distribuí a água ao redor dorotor. 

Em operação, a água entra no rotor pela periferia, após passar através das pás diretrizes asquais guiam o líquido em um ângulo adequado para a entrada das pás do rotor, deixando omesmo axialmente em relação ao eixo. 

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A turbina Francis pode ser fabricada tanto com eixo na horizontal quanto na vertical. Aconstrução com eixo na horizontal, ou seja, a roda trabalhando verticalmente é utilizada para  pequenas unidades, nesse caso apoiados em mancais de deslizamentos radiais e dispensa a

utilização de mancais guias, utilizados quando a construção é de eixo vertical, além da utilizaçãodo mancal de escora axial. 

A água transfere parte da sua energia para o rotor e deixa a turbina pelo tubo de sucção. 

As turbinas Francis modernas estão sempre ajustadas com as pás diretrizes tambémchamadas de distribuidoras, e as mesmas são comandadas pelo conjunto regulador que ajustam avazão à carga da turbina. 

A turbina Francis é uma das mais difundidas e utilizadas no Brasil tanto para grandesquanto para pequenas, mini e microcentrais hidrelétricas. 

O rotor da turbina Francis de tamanhos pequenos e médios pode ser construído em uma só peça totalmente fundida. O material utilizado é o aço fundido com 12 a 15% de cromo, mas emalguns casos é construída em aço inoxidável. 

Dependendo do tamanho esperado para o rotor, motivado por uma grande vazão de projeto, pode-se dimensionar uma única turbina utilizando-se de um rotor duplo (dupla sucção). Talconstrução, porém, só é viável para a turbina funcionando com eixo na horizontal. 

A curvatura das pás é relativamente complexa seguindo perfis pré-estabelecidos conformea admissão da água no rotor. 

As pás diretrizes são construídas para as pequenas turbinas em uma só peça fundidasolidárias ao eixo de acionamento das mesmas. 

A caixa espiral para as turbinas de pequeno porte normalmente é fundida em aço ou ferrofundido e bipartida para facilitar a montagem e desmontagem do conjunto. 

4.3.3  Turbina hidráulica Kaplan

A turbina do tipo Kaplan ou Axial foi desenvolvida por volta de 1915, por um engenheiroaustríaco Viktor Kaplan (1876-1934), é constituída por uma câmara de entrada que pode ser aberta ou fechada e pode ter duas ou mais pás, cujo ângulo de inclinação é ajustável; se parececom um propulsor de um naval. Podem ser reguladas através da ação do distribuidor e comauxílio da variação do ângulo de ataque das pás do rotor o que lhes confere uma grandecapacidade de regulação.

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A Figura 37 (a) mostra vista externa do controlador de fluxo d’água. A Figura 37 (b)mostra em detalhe os controladores interconectados em anel para que sejam acionadossimultaneamente. 

(a)  (b) 

Figura 37 – Turbina Kaplan. (a) Controlador de fluxo d’água. (b) Detalhes dos controladores interconectados em anelpara acionamento simultâneo. 

A Figura 38 mostra uma turbina Kaplan da usinado Estreito localizada no Maranhão, Brasil. 

As turbinas Kaplan são turbinas de reaçãoe são adequadas para situações nas quais há uma baixa queda líquida e uma grande quantidade deágua. As pás ajustáveis do propulsor permite altaeficiência até mesmo com carga parcial (fora dacarga nominal), e há pequena queda deeficiência em razão da variação da queda oucarga. 

Como resultado de pesquisas ressentes a

faixa de aplicação da turbina Kaplan foiampliada significativamente. Elas têm sidoaplicadas, por exemplo, na exploração de muitas  potencias hidráulicos previamente descartados  por razões econômicas ou ambientais. As pásajustáveis acarreta a turbina Kaplancomplexidade adicional em sua construção. O

 

Figura 38 – Turbina Kaplan da usina do Estreito – MA. 

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mecanismo de funcionamento das pás do propulsor consiste de um sistema de pressão a óleo(hidráulico), um servomotor, e uma vareta de operação dentro do eixo.

Quando estas pás são fixas diz-se que a turbina é do tipo Hélice. 

Se as pás são móveis, o que permite variar o ângulo de ataque por meio de um mecanismode orientação que é controlado pelo regulador da turbina, diz-se que a turbina é do tipo Kaplan. 

Se a turbina Kaplan for montada num eixo horizontal e possuir o alternador acopladodiretamente, temos o chamado grupo bulbo. É importante ressaltar, que o alternador acopladodiretamente à turbina, fica submerso. 

A Figura 39 mostra três outras formas não convencionais que as turbinas Kaplan podem ser montadas, que resultam nas seguintes denominações: 

  Kaplan: S de jusante e vertical;  Kaplan: S de montante e vertical;  Open pit (aberta);

(a)  (b)  (c) 

(d)  (e)  (f) 

Figura 39 – Turbina Kaplan em outras formas não convencionais. (a) e (d) jusante vertical. (b) e (e) montante vertical. (c)e (f) open pit. 

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4.3.4  Turbina hidráulica Bulbo

A turbina bulbo é uma solução compacta da turbina Kaplan, pode ser utilizada tanto para

 pequenos quanto grandes aproveitamentos. Tem o gerador montado na mesma linha da turbinaem posição quase horizontal e envolto por um casulo que o protege do fluxo normal da água. AFigura 40 mostra de forma simplificada uma turbina do tipo bulbo. 

Figura 40 – Turbina bulbo. 

A Tabela 4 mostra a descrição dos principais componentes enumerados na Figura 41[17]. 

Figura 41 – Descrição das partes principais de uma turbina bulbo. 

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Tabela 4 – Descrição dos principais componentes de uma turbine bulbo. 

Número  Componente  Número  Componente 

1  Cápsula ou Bulbo  6  Tubo de Acesso à Turbina 

2  Tubo de Acesso ao Gerador   7 e 9  Mancais 

3  Câmara de Adução  10  Distribuidor  

4  Sistema de Óleo do Rotor   11  Pás do Rotor  

5  Gerador Síncrono  12  Cone ou Ogiva 

6 e 8 Estruturas de Sustentação e Pré-distribuidor  

13  Cubo 

14  Tubo de Descarga 

É empregada na maioria das vezes para aproveitamentos de baixa queda e quase sempre afio de água. Sua concepção compacta de uma turbina Kaplan reduz consideravelmente o volumedas obras civis, o que também resulta em redução de custos. Em compensação, os custos doequipamento eletromecânico, turbina e gerador, são maiores que os das turbinas convencionais, pela tecnologia e processos de fabricação aplicáveis em termos de ajustes e vedações. 

O distribuidor é um conjunto de elementos que tem por finalidade dirigir o escoamento econtrolar a vazão que incide no rotor. É formada por um anel externo e outro interno e por pásdiretrizes. 

O rotor Kaplan é o elemento rotativo da turbina no qual a energia do escoamento da água

se transforma em trabalho mecânico [17]. 

Quanto às pás do rotor das turbinas bulbo, em sua maioria, possuem pás móveis,semelhantes às Kaplan. Mas, há construções com pás fixas, do tipo hélice. Rotor do tipo hélice éraro, porque mínimas fluxo hidráulico e consequentemente, da altura da lâmina d’água. Orotor apresente três partes principais: cubo, ogiva (cone) ou pás [17]. 

O sistema de controle do distribuidor está relacionado com a movimentação das pás dodistribuidor, e existem duas formas principais, (i) individualizado para cada aleta ou pá dodistribuidor que tem próprio servomotor, (ii) ligação em forma de um anel que realiza

simultaneamente a movimentação das pás por meio de um, dois ou três servomotores [17].Este sistema, acionado por anel, com ligações mecânicas e alavancas, é similar ao controle

do distribuidor de uma turbina Francis. O anel é movimentado por servomotores quemovimentam todas as pás simultaneamente [17]. 

O sistema de controle de velocidade de uma turbina bulbo é semelhante ao controle demuitas outras turbinas. Compara-se a rotação da turbina com uma velocidade de referência

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ajustado e de acordo com o erro encontrado, atua-se de forma a reduzir ou elevar a quantidade deágua que passa pela turbina. Os reguladores podem ser do tipo mecânico-hidráulico (em desuso)ou digital. Mas, o sistema hidráulico para movimentação das pás não podem ser dispensados,

mesmo em reguladores digitais [17]. Os principais componentes de um regulador de velocidade digital são: 

• sensores (velocidade, tensão, etc); 

• unidade de processamento; 

• dispositivos de controle (atuadores, válvulas, servomotores, etc); 

• sistema hidráulico (bomba, tanque de óleo sob pressão, etc). 

4.3.5  Turbina Turgo 

A turbina Turgo é uma máquina de impulso similar à turbina Pelton. Entretanto, o jato é  projetado para atingir o plano do rotor em um determinado ângulo (na prática se usanormalmente 20 graus) [18]. 

  Neste tipo de turbina a água entra por um lado do rotor e sai pelo lado oposto. Comoconsequência dessa passagem, o fluxo total de água que o rotor da turbina turgo pode aceitar, nãoestá limitado pela interferência de sua saída das pás o que acontece com o retorno do jato nas pás

da turbina Pelton ou mesmo interferindo com o próprio jato de entrada. 

Assim, a turbina Turgo pode ter um rotor de diâmetro menor que o rotor da turbina Pelton, para uma potência equivalente. Possui, portanto uma alta rotação. 

Como a turbina Pelton, a turbina Turgo trabalha em uma grande faixa de rotações e nãonecessita de vedações especiais nos mancais, uma vez que a câmara não trabalha com pressãomaior que atmosférica. 

A Figura 42 (a) mostra detalhe de uma turbina turgo e a extremidade da agulha de injeçãode água de alta velocidade. A Figura 42 (b) mostra um diagrama em corte que demonstra o

ângulo de injeção da água. A Figura 42 (c) mostra uma turbina turgo de pás não inter -conectadas.Enquanto que a Figura 42 (c) turgo de pás interconectadas. 

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(a)  (b) 

(c)  (d) 

Figura 42 – Turbina turgo. (a) detalhe de uma turbina turgo e a extremidade da agulha de injeção de água de altavelocidade. (b) diagrama em corte demostrando o ângulo de injeção da água. (c) turgo de pás não interconectadas. (c)

turgo de pás interconectadas. 

A turbina Turgo possui também certas desvantagens com relação à turbina Pelton: (i) émais difícil de fabricar que a turbina Pelton, uma vez que as pás possuem forma complexa,sobrepostas e mais frágeis que as conchas da turbina Pelton; (ii) a força resultante da incidência

do jato nas pás causa uma reação axial nos mancais além do esforço radial normal. Isso provocará o uso de mancais de rolamentos autocompensadores ou mesmo de rolos cônicos aoinvés de rolamentos simples de esferas normalmente adoptados. 

O rotor da turbina Turgo pode fundido, em aço junto com as pás, o que requer uma pequena fundição, necessitando de modelo, moldes e todo aparato de uma pequena oficina defundição, não sendo assim de grande praticidade para a maioria das pequenas oficinas. 

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  Na relação de inventário do SIPOT (Sistema de Informação do Potencial HidrelétricoBrasileiro), não se encontra menção de qualquer instalação com a utilização desse tipo de

turbina. Mas, na Índia é bem difunda sua utilização. 

4.3.6  Turbina de fluxo cruzado 

A turbina de fluxo cruzado, conhecida também por turbina de fluxo transversal, Michel -Banki, Michel – Ossberger, ou simplesmente Banki, tem o comportamento de uma turbina deação, estando no mesmo nível de classificação das turbinas Pelton e Turgo. 

(a)  (b) Figura 43 – Turbina de fluxo cruzado. (a) turbina de fluxo cruzado conectada a um gerador. (b) detalhes internos de uma

turbina de fluxo cruzado. 

A turbina de fluxo cruzado não apresenta grande penetração no Brasil. No SIPOT, não seencontra registro oficial desta turbina. 

A turbina de fluxo cruzado é do tipo radial. Podem ser aplicadas em quedas de 3 a 200metros, e fluxo de 0,03 até 13 m3 e potências que podem variar de 5 até 2.000 kW. E em razão desua velocidade baixa ela é classificada como uma turbina de baixa velocidade. A forma que ofluxo de água passa através da turbina tem a vantagem de deixar passar, grama, e outras coisasque podem obstruir com o auxílio de forças centrífugas, assim, dificilmente fica obstruída. 

Onde o fornecimento de água exige, a turbina de fluxo cruzado é construída como umaturbina de muitas células. A divisão normal é de 1:2. As turbinas com pequenas células usa pequeno fluxo de água, enquanto que as de células grandes usa um fluxo de água médio. Com

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este contratempo, qualquer fluxo de admissão de 1/6 até 1/1 é processado com eficiência ótima.Isso explica o porquê este tipo de turbina usa suprimentos de água com grande variação comeficiência diferenciada.

A eficiência média de uma turbina de fluxo cruzado é por volta de 80% para pequenas

  potências de saída por toda a faixa de operação. Essa eficiência é superada em unidades detamanho médio e pode chegar até 86%. Em carga parcial sua eficiência pode ser muito maior queturbinas do tipo Francis.

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5  Usina Hidrelétrica de Tucuruí  

A vocação da Amazônia para hidrelétricas não está somente associada aos potenciais aindanão explorados, mas, também aos que já existem. A usina Hidrelétrica de Tucuruí é um grandeexemplo da capacidade de geração de energia elétrica na região amazônica.

A Usina Hidrelétrica de Tucuruí é a maior usina hidrelétrica em potência 100% brasileira(8.370 MW), uma vez que Itaipu é binacional. Está localizada no Rio Tocantins, no município deTucuruí, no estado do Pará. Foi construída para a geração de energia elétrica e para tornar navegável um trecho do rio cheio de corredeiras, ultrapassadas por meio de uma eclusa. Aextensão total da barragem de terra tem 11 km. A Figura 44 mostra a usina hidrelétrica deTucuruí. 

Figura 44 – Usina hidrelétrica de Tucuruí. 

5.1  Projeto 

Por volta de 1957, começaram os primeiros estudos, realizados por equipes de engenheiros  brasileiros, para a construção de uma hidrelétrica e assim aproveitar o potencial do Rio

Tocantins. Esses estudos iniciais continuaram pela década de sessenta. Mas os trabalhos para aconstrução da hidrelétrica só foram intensificados a partir da década seguinte. 

Foi concebida segundo as estratégias estabelecidas pela política do Governo Federal para odesenvolvimento da região Norte, a partir da década de 1960, em busca do crescimentoeconômico da região. Seu objetivo foi o de atender o mercado de energia elétrica polarizado por Belém e as elevadas cargas que seriam instaladas em decorrência da implantação de

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empreendimentos eletrointensivos, tendo como base o complexo alumínio-alumina. A linha detransmissão entre Presidente Dutra (Maranhão) e Boa Esperança (Piauí), promoveu a interligaçãocom a região Nordeste. 

Para abrigar famílias de operários que trabalharam na sua construção e suas famílias,inclusive oriundos de outros estados brasileiros, foram criadas as vilas residenciais Pioneira,Temporária I e Temporária II. A Vila Temporária I, construída em madeira, possuía, além dasresidências, um centro comercial com lanchonetes, supermercados, lojas variadas e um cinema.Possuía também a Escola Infantil Chapeuzinho Vermelho e um hospital. Construída anos maistarde, em alvenaria, a Vila Permanente contava com infraestrutura para absorver também osmoradores da Vila Pioneira, que seria extinta. Em seguida, houve a construção da VilaTemporária II, nos padrões da Vila Temporária I, e incluindo um clube para festas e shows. 

A construção da Vila Permanente para abrigar os operários, engenheiros e demais

funcionários da obra foi executada juntamente com um aeroporto, um porto fluvial e um grandehospital, para atender a todas as pessoas da região, além de funcionários. 

As vilas da Eletronorte, verdadeiros condomínios fechados no meio da selva amazônica,receberam água e esgoto tratados, ruas pavimentadas, supermercados, escolas de diversos níveis,inclusive escolas técnicas e creches. 

5.2  O vertedouro 

O vertedouro de Tucuruí é o maior do mundo, com sua vazão de projeto calculada para aenchente decamilenar de 110.000 m3/s, e pode no limite dar passagem à vazão de até 120.000m3/s; esta vazão só é igualada pelo vertedouro da Usina de Três Gargantas na China. Tanto o projeto civil quanto a construção foram totalmente realizados por firmas brasileiras, o ConsórcioProjetista Engevix-Themag e a Construtora Camargo Corrêa. 

Os estudos hidráulicos em modelos reduzidos foram realizados no Rio de Janeiro noLaboratório de Hidráulica Saturnino de Brito, conduzidos pelos engenheiros André Balança eJorge Rios. Alguns trabalhos técnicos importantes sobre esses estudos e sobre esse projeto foram publicados, por eles e por outros autores no Icold - Comitê Internacional de Grandes Barragens e

ainda no Comitê Brasileiro de Grandes Barragens (CBGB). 

Os estudos hidráulicos e o projeto das turbinas foram realizados na França pelo laboratórioda Neyterc na cidade de Grenoble. Seis turbinas foram construídas no Brasil e as outras seis naFrança. 

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5.3  Construção 

Sua construção foi iniciada em 1975. A obra principal, sendo uma barragem de terra,

quebrou todos os recordes mundiais de terraplenagem. Podem-se destacar ainda as obras da casade força, do vertedouro (o 2ª maior do mundo, o primeiro é a Three Gorges- China), da eclusa eda grande linha de transmissão que interliga Tucuruí à usina hidrelétrica de Sobradinho no Nordeste do Brasil, via Boa Esperança. 

Finalizada a primeira etapa da construção da hidrelétrica, com 4.000 MW, em 1984, adesativação gradual das vilas temporárias propiciaram uma melhoria na infra-estrutura urbana dacidade de Tucuruí. 

A usina hidrelétrica de Tucuruí foi inaugurada em 22 de novembro de 1984 pelo presidenteJoão Batista de Oliveira Figueiredo. Com os royalties da produção de energia elétrica e da áreainundada pela barragem, o município de Tucuruí só perde em arrecadação para a capital doEstado. Assim é que a cidade, a partir dos anos noventa, muda radicalmente a sua face. Passandoa dispor de uma belíssima urbanização e a gozar de uma boa infra-estrutura governamental. 

A construção da segunda etapa da usina elevou a capacidade final instalada para cerca de8.000 MW, em meados de 2010. 

É importante ressaltar que a construção da barragem interrompeu o curso da HidroviaAraguaia-Tocantins, um trecho vital para o escoamento da produção do Centro -Oeste do Brasil.O desnível deve ser vencido pelas Eclusas de Tucuruí cuja construção foi iniciada em 1981 e por 

falta de recursos encontrava-se incompleta. O Governo Federal concluiu esta obra em novembrode 2010, criando uma alternativa para o transporte de produtos até o Porto de Vila do Conde. 

5.4  Ações Ambientais em Tucuruí  

Todo o processo de desenvolvimento socioeconômico tem um impacto direto sobre o meioambiente, com conseqüências que muitas vezes se refletem de forma negativa e em determinadosgrupos sociais de forma mais pronunciada. Os projetos de infra-estrutura para energia elétrica,embora sejam planejados para benefício direto da sociedade, também causam impactos negativossignificativos sobre o meio ambiente e às populações próximas aos empreendimentos [19]. 

Os impactos de uma usina hidrelétrica sobre o meio ambiente, bem como os efeitos do usodos recursos naturais em suas áreas de influência, têm diversas magnitudes e abrangências. Oselementos de projeto potencialmente causadores de impacto ambiental ocorrem nas fases de  planejamento, construção, enchimento do reservatório, desativação do canteiro de obras eoperação do empreendimento. 

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Os impactos ambientais previstos devem ser demarcados no tempo, de forma a permitir que as medidas mitigadoras ou compensatórias possam ser implementadas no momentoadequado. 

Monitoramento 

A viabilização destas medidas faz-se através de programas integrados para ambiental naárea de influência, com o objetivo de acompanhar a evolução da qualidade ambiental e permitir aadoção de medidas complementares de controle. 

UHE TUCURUÍ – 2ª ETAPA 

O gerenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica de Tucuruí – 2ª Etapa está orientado por um Plano de Ações Ambientais, que é a ferramenta de gestão utilizada pela EletrobrasEletronorte para ordenar as ações, demandas e compromissos da Eletrobras Eletronorte quanto àsquestões ambientais deste empreendimento. Trata-se do instrumento que demonstra oscompromissos da empresa com a sociedade no que se refere ao meio ambiente e também é o balizador do licenciamento ambiental da usina junto à Secretaria de Ciência, Tecnologia e MeioAmbiente do Estado do Pará – SECTAM. As ações propostas no plano têm como objetivomitigar, compensar, monitorar ou controlar os impactos ambientais da Usina de sua primeira esegunda etapa. 

O planejamento é um processo flexível e contínuo, desta forma, ao longo do processo deimplementação do plano este foi adequado a diversas situações e novo contexto da região. As principais modificações ocorridas dizem respeito às exigências do órgão licenciador, durante o processo de licenciamento e a elevação da cota do reservatório em dois metros, o que resultounum estudo de impacto específico, cujas ações foram incorporadas ao Plano. 

5.4.1  Compensação Ambiental 

Os termos de compromisso para a implantação das seguintes Unidades de Conservação:Parque Estadual Serra dos Martírios/Andorinhas - PESAM e do Mosaico de Unidades deConservação do Lago de Tucuruí foram assinados pela SECTAM e Eletrobras Eletronorte,

respectivamente, em abril e agosto de 2004. Foram elaborados e revisados os termos de referências para contratação dos serviços de

demarcação, levantamento fundiário e elaboração do Plano de Manejo para o PESAM, bemcomo para a elaboração dos Planos de Manejo para as Unidades que compõem o Mosaico doLago de Tucuruí. O edital para contratação dos serviços de demarcação e levantamento fundiáriodo PESAM foi publicado e as propostas estão sendo analisadas.  

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Foram selecionados, pela SECTAM, os técnicos e auxiliares administrativos que deverãoser contratados para a implantação das Unidades e realizados os procedimentos para efetivar suacontratação. Várias reuniões foram realizadas com técnicos da SECTAM para organizar as

atividades de implantação do Mosaico e PESAM como estabelecer cronograma e formas detrabalho. Também foram promovidas pela EEMP reuniões entre técnicos do IBAMA, ONG eSECTAM. Nas oportunidades, aportes teóricos e experiências com implantação de APA e RDSforam obtidas, como também subsídios institucionais. 

Para a capacitação dos conselheiros foram contatadas instituições e técnicosespecializados, sendo que o Instituto Internacional de Educação do Brasil - IIEB apresentou uma  proposta para execução dessa atividade que foi submetida à SECTAM para análise. Emnovembro de 2004 os membros dos Conselhos das Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS e Área de Proteção Ambiental - APA foram empossados, sendo que a Eletrobras Eletronorte

tem um representante em cada conselho criado. Foram mantidas as atividades de fiscalização dasÁreas de Soltura 3 e 4, que constituem Zonas de Preservação de Vida Silvestre. Além disso,continuou-se a fornecer apoio logístico a pesquisadores e alunos de pós-graduação daUniversidade Federal do Pará - UFPA, que desenvolvem pesquisa em Primatologia. 

Estão sendo realizadas as análises técnicas das propostas apresentadas no processolicitatório para contratação dos serviços de demarcação e levantamento fundiário e plano demanejo para o PESAM. Está sendo elaborado o edital para contratação do plano de manejo parao mosaico de unidades de conservação do lago de Tucuruí. Foram iniciadas as negociações paraativação de cooperação entre a Eletrobras Eletronorte e Polícia Militar para ações de proteção

ambiental nas zonas de preservação de vida silvestre. Está sendo realizado levantamento fundiário nas reservas de desenvolvimento sustentável e

nas zonas de preservação de vida silvestre do mosaico de unidades de conservação de Tucuruí. 

5.4.2  Estudos Sócios Ambientais de Jusante de Tucuruí  

Em atendimento à Notificação 031-DMA/Sectam, de 15/01/2003, foi instituída, nessemesmo ano, uma proposta de inserção regional no trecho do Baixo Tocantins afetado pela UHETucuruí, que tinha como objetivo promover a qualidade de vida da população, o crescimentoeconômico e a conservação ambiental, num contexto participativo de desenvolvimentosustentável e de reforço à organização da sociedade local e regional. 

 Num primeiro momento, essa proposta incluía ações e preocupações com as interferênciasocorridas e as condições atuais registradas nos municípios de Baião, Mocajuba, Cametá,Limoeiro do Ajurú e Igarapé-Miri. Em seguida, porém, o processo incorporou uma participaçãomais ampla e mais ativa dos movimentos sociais organizados na região, que acabou culminando

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com a realização do Seminário de Cametá, em julho de 2003, onde foi discutida a inclusão deoutros quatro municípios do Baixo Tocantins (Oeiras do Pará, Abaetetuba, Mojú e Barcarena) noentão denominado Plano Popular de Desenvolvimento Sustentável da Região a Jusante da UHE

Turucuí – PPDS-Jus, cuja versão revisada foi emitida em novembro de 2003. Embora esse Plano tenha uma abrangência e um caráter eminentemente interinstitucionais,

no que se refere às ações e aos investimentos específicos que caberão à Eletrobras Eletronorte,fez-se necessária uma fundamentação técnica para dar base legal e coerência contábil à aplicaçãode recursos, conforme definiu a RD-0075, de fevereiro de 2004. 

Com esse objetivo, em agosto de 2004 foram então contratados ao ConsórcioEngevix/Themag os Estudos Socioambientais de Jusante da UHE Tucuruí, cujo escopo principalconsiste da delimitação da área de influência da referida hidrelétrica no trecho a jusante do barramento, bem como a definição de critérios técnicos que possam subsidiar ações e decisões

do PPDS-Jus. 

A partir de um Termo de Referência aprovado pelo Ofício nº 144/DMA -SECTAM, de 31de maio de 2004, foram iniciados no segundo semestre desse ano os trabalhos correspondentes,dentre os quais se destacam, além dos levantamentos de dados secundários (da vasta bibliografia já disponível sobre esse empreendimento), uma ampla campanha de campo desenvolvida no mêsde outubro, de caráter multidisciplinar, em relação à equipe e ao escopo técnico, e de cunho  participativo junto às autoridades locais e representações sociais em cada um dos novemunicípios em foco. 

Esses trabalhos estão em fase de consolidação temática e de avaliação integrada, devendoser brevemente concluídos. 

5.4.3  Programa de Educação Ambiental 

Após reestruturação do programa iniciada em 2003, as atividades passaram a ser direcionadas para comunidades específicas, seguindo como princípios norteadores o  planejamento estratégico participativo com as comunidades atendidas, acompanhamentosistemático das atividades de capacitação e avaliação de resultados obtidos. As atividades de

capacitação têm por objetivo a formação ambiental dos comunitários e uso de recursos naturaisde forma sustentável. 

Essas atividades foram implantadas em comunidades dos municípios de Goianésia do Pará(Vila Janari, C-12, Garrafão e horticultores da periferia urbana), em Tucuruí (ilhas do Caraipé),em Novo Repartimento (Pólo Pesqueiro) e Nova Ipixuna (Gleba Jacaré e Vila Maçaranduba). Asatividades executadas no decorrer de 2004 foram focadas nos processos de produção de

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comunidades rurais e urbanas e de organização social de grupos (associações), tiveram, namaioria dos casos, o apoio de instâncias de planejamento e de execução de políticas públicasmunicipais. Ressaltam-se as atividades realizadas em Goianésia do Pará, onde a articulação e o

alinhamento das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente e de Educação, do gabinete daPrefeitura e da sociedade civil organizada geraram condições favoráveis à execução decontrapartidas previamente negociadas. 

Foram realizadas em janeiro/04 as seguintes Oficinas: avaliação das atividades doPrograma de Educação Ambiental da Eletrobras Eletronorte, desenvolvidas em Goianésia doPará em 2003; Planejamento de Atividades em Goianésia do Pará para 2005; Oficina dePlanejamento 2004 do Programa de Educação Ambiental em Tucuruí, PA, quando foramrevisadas algumas ementas de cursos ministrados pelo Programa. 

Figura 45 – Capacitação de horticultores para confecção de túneis plásticos. Sustentabilidade da produção no períodochuvoso. 

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Outra vertente que merece destaque é a participação no fórum de entidades que constitui aAgenda 21 local de Tucuruí, onde a equipe executiva do PEA desenvolve atividades integradas

com demais entidades partícipes desse fórum. 

A organização e a realização do Seminário Produção em Bases Sustentáveis, a ser realizadoem Goianésia do Pará, está prevista para 2005.  

Está programada, ainda, uma capacitação para jovens de área rural nos temas: sistemasagro-florestais, apicultura, pesca e horticultura, a ser realizada nas escolas rurais. 

5.4.4  Programa de Fiscalização dos Recursos Naturais 

O Programa de Fiscalização dos Recursos Naturais consiste de missões com equipecomposta por fiscais do IBAMA e integrantes da Polícia Militar, acompanhados por agentesambientais contratados para atuarem no programa, que percorrem a área de influência doreservatório, especialmente a Ilha do Banco de Germoplasma e bases 3 e 4, em pontosestratégicos a jusante. 

Em 2004, foram realizadas gestões com o IBAMA, para renovação do convênio que apósnegociações foi aprovado e assinado em maio. 

Também durante este ano, foi solicitada formalmente ao IBAMA a renovação dascredenciais dos atuais agentes ambientais, bem como o fornecimento de credenciais aos recém-contratados. No entanto, o IBAMA está elaborando uma Instrução Normativa que visa àorientação dos procedimentos de fiscalização, das abordagens, além de apresentar informaçõesrelativas à legislação ambiental e somente providenciará novas credenciais após a consecução daInstrução. 

O banco de dados do Programa de Fiscalização está sendo desenvolvido com o objetivo deagregar as informações de campo e atuar de maneira preventiva no sentido de reduzir atividades

 predatórias no reservatório. 

5.4.5  Programa de Limnologia e Qualidade da Água 

O programa foi iniciado em 1985 quando do enchimento do reservatório. Envolve a coletae análise de amostras de água em 12 pontos no reservatório e 6 pontos a jusante da barragem. Os

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resultados são armazenados em um banco de dados desenvolvido especificamente para o  programa. Esse banco permite a emissão de boletins periódicos, que são anualmentesistematizados e condensados em um relatório técnico consolidado. As análises têm demonstrado

que o reservatório está tendendo a um novo equilíbrio limnológico. Em 2004, foram iniciados contatos com consultoria especializada para a elaboração de

análises de comunidades planctônicas representadas em cerca de 350 amostras, com vistas adocumentar o histórico limnológico do lago de Tucuruí e melhor compreender os fenômenosatuais. 

O programa de monitoramento inclui também o acompanhamento da ocupação demacrófitas aquáticas no reservatório mediante a análise de imagens de satélite. Essemonitoramento tem demonstrado que a ocupação do reservatório por macrófitas vem -sereduzindo gradativamente. Sendo que, pela análise das últimas imagens, viu-se que, dos 1.096

km2 do lago ocupados por macrófitas em 1986 (quase 40% da superfície) essa ocupação caiu para menos de 4 km2 (inferior a 0,15% da superfície do lago). 

5.4.6  Programa de Mitigação dos Efeitos do Deplecionamento 

As ações, visando à mitigação dos efeitos do deplecionamento sazonal do reservatório,consistem em vistorias aéreas e fluviais nas áreas mais propícias à ocorrência de macrófitas que podem fechar os canais das drenagens, isolando e causando a mortandade de cardumes de peixes.Quando esta situação é identificada, efetua-se a abertura manual de um canal de comunicaçãoentre o reservatório e a drenagem afluente, de modo a permitir o livre deslocamento doscardumes. 

Está sendo desenvolvido um estudo piloto visando à definição dos métodos de avaliaçãodas áreas críticas, no período do deplecionamento do reservatório da UHE Tucuruí. 

5.4.7  Programa de Recuperação de Áreas Degradadas 

Este programa visa recuperar as áreas degradadas pela extração de solos utilizados naconstrução das barragens da primeira etapa do empreendimento, assim como orientar a extraçãoe recuperar as áreas da segunda etapa. 

O programa teve início em 1999, e em 2003 foram concluídos os trabalhos dereflorestamento em mais de 90% das áreas inicialmente previstas para recuperação. Em 2004, asatividades foram mínimas, devido a não contratação da empresa para executar o reflorestamentonos 10% restantes da área e a manutenção, tratos culturais, reposição de mudas e enriquecimento

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nas áreas já reflorestadas e também foi executado o levantamento topográfico das seçõesimplantadas na ilha do Banco de Germoplasma, ilha do Arroio e no Barro Vermelho, paraacompanhamento da evolução dos processos erosivos nas encostas e faixa de deplecionamento

do reservatório. Em 2005 será contratada empresa especializada para realizar o reflorestamento nos 10%

restantes, do total das áreas a serem recuperadas, e a manutenção, tratos culturais, reposição demudas e enriquecimento nas áreas já reflorestadas. 

Figura 46 – Etapas do ciclo de recuperação e regeneração ambiental. Acima da esquerda para direita: área degradada eerodida, viveiro de mudas de espécies vegetais nativas; Embaixo da esquerda para direita: colocação de "almofadas" para

o plantio das espécies veg 

5.4.8  Programa de Revitalização do Banco de Germoplasma 

O objetivo do programa é a preservação do material genético de espécies florestais

atingidas pela formação do lago, incentivando ainda projetos de reflorestamento com espéciesnativas e envolvimento das populações locais e da população indígena Parakanã. 

 No ano de 2004 as seguintes atividades foram desenvolvidas: 

Seleção das matrizes de espécies florestais destinadas à coleta de sementes para produçãode mudas e reflorestamento na Área de Soltura 4; 

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Monitoramento fenológico das matrizes da Ilha de Germoplasma (in situ e ex situ) e daÁrea de Soltura 4; 

Finalização do texto e diagramação do livro “Ilha de Germoplasma de Tucuruí: uma

reserva de biodiversidade para o futuro”, com resultados dos estudos realizados pelo programa; 

Revisão dos projetos de instalação de infra-estrutura para Ilha de Germoplasma e daUnidade de Propagação e Conservação de Plantas; 

Manutenção das aberturas das parcelas e quadras da Ilha e da Área de Soltura 4; 

Distribuição de sementes e mudas para as comunidades da região de Tucuruí e prefeituraslocais; 

Comercialização de sementes pelos índios Parakanã. 

Está em andamento a elaboração de folders para divulgação da disponibilidade desementes no banco de germoplasma, a identificação das demandas do mercado regional desementes para fins de comercialização, e a elaboração de cartilha/manual para sistematização dos procedimentos de coleta, beneficiamento e armazenamento de sementes produzidas no banco degermoplasma. 

5.4.9  Programa de Saúde 

 5.4.9.1  OBJETIVOS PRINCIPAIS  

Vigilância Epidemiológica nos sete municípios do entorno do lago da UHE Tucuruí; 

Educação em Saúde voltada para a população dos municípios do entorno; 

Apoio às Secretarias Municipais de Saúde nas ações de Prevenção e Controle de Doenças eAgravos; 

Execução e apoio às Secretarias Municipais de Saúde para todas as campanhas oficiais de

saúde recomendadas pelo Ministério da Saúde. 

 5.4.9.2   ATIVIDADES PRINCIPAIS  

Busca ativa de doenças e Agravos à saúde da população nas áreas urbanas e rurais; 

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Realização de campanhas de multivacinação em comunidades das zonas rural e urbana,incluindo a população das ilhas no interior do lago; 

Realização das grandes campanhas de esclarecimentos e combate às endemias, tais como:

Malária, Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Doenças Transmissíveis por Vetores, etc; 

Palestras em escolas, empresas privadas e oficinas educativas versando sobre as principaisdoenças Malária, Dengue, Gravidez Precoce e Prevenção à Mortalidade Infantil; 

Campanha da “SEMANA DE LUTA CONTRA A AIDS”, que incorpora o Dia Mundial deCombate a AIDS em 1o de dezembro, com a realização de Stands em Praças Públicas,Seminários Educativos, Passeatas e Shows Artísticos Noturnos, objetivando levar esclarecimentoe informação de educação em saúde à população em geral. 

Coordenação de treinamentos de projetos implantados para os professores da Rede deEnsino Básico dos municípios, versando sobre sexualidade, DST / AIDS e uso de drogas nasescolas, visando a sensibilização e a multiplicação dos alunos nas salas de aula. 

5.4.10  Programa de Vigilância Entomológica 

Em 2004, foram interpretados os dados coletados do período de monitoramento desetembro de 2002 a dezembro de 2003. Os dados revelam que a população de mosquitos está emqueda progressiva desde a elevação do nível máximo d'água do reservatório da UHE Tucuruí até

a cota 74m, e isso parece ser uma tendência de longo prazo. A densidade de adultos diminuiu40% e a de larvas 10%. Tudo indica que os mosquitos passaram a ter mais dificuldades de sereproduzirem no reservatório depois da elevação da cota. 

A conclusão dos serviços de consolidação dos dados coletados de setembro de 2002 adezembro de 2004 está prevista para 2005, e, diante dos resultados obtidos até o momento,acredita-se que o programa possa ser interrompido e redelineado.  

5.4.11  Projetos de Implantação das Unidades Complementares do CPA 

Os projetos para as unidades complementares são constituídos de: reforma da Base 4,construção da Base 3, construção de Base da Ilha de Germoplasma e construção da Unidade deProgramação e Conservação de Plantas. Os projetos executivos de arquitetura, engenharia,instalações hidráulico-sanitárias, instalações elétricas, especificações e quantificação de

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materiais, orçamento e cronograma de obras foram atualizados e revistos para subsidiar acontratação dos serviços pela ETC. 

Estão em processo de licitação os projetos para a reforma da Base 4, construção da Base 3,

construção de Base da Ilha de Germoplasma e Construção da Unidade de Programação eConservação de Plantas. 

5.4.12  Programa relativo à Fauna 

 5.4.12.1 Convênio firmado com o Museu Emílio Goeldi para estudar a fauna de Tucuruí apresenta primeiros resultados 

Os resultados preliminares do convênio firmado pela Eletrobras Eletronorte com o Museu

Paraense Emílio Goeldi foram apresentados em um seminário realizado no Auditório do Núcleode Altos Estudos Amazônicos (NAEA), em Belém (PA), no dia 20 de outubro. 

Figura 47 – Espécies identificadas na região. 

Os pesquisadores já identificaram cerca de 400 espécies de aves, 37 de mamíferos e 70 deanfíbios e répteis. 

As pesquisas têm como objetivo avaliar os impactos da construção da UHE Tucuruí após20 anos de formação do reservatório sobre os grupos da fauna de vertebrados, bem como

subsidiar ações de manejo e conservação. A parceria conta com a participação da UniversidadeFederal do Pará (UFPA) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), totalizando 25técnicos envolvidos, sendo 12 pesquisadores e 13 alunos dos cursos de pós-graduaçãodesenvolvendo teses de mestrado e doutorado. 

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Cinco equipes foram organizadas para inventariar a fauna da região: vegetação, aves,anfíbios e répteis terrestres, répteis e mamíferos aquáticos e mamíferos terrestres. Este últimogrupo é subdividido em projetos específicos que enfocam o estudo de caça e dos carnívoros. 

Além da fauna, está sendo realizada a caracterização dos habitats e, até o momento, 373espécies de plantas foram registradas, com mais de 2 mil árvores marcadas para omonitoramento da regeneração da floresta. 

Até o momento, 43 expedições de campo foram realizadas, totalizando 455 dias detrabalho. Os levantamentos estão priorizando as áreas de soltura Bases 3 e 4, que hojecorrespondem a Zonas de Preservação de Vida Silvestre da Área de Proteção Ambiental (APA)Estadual do Lago de Tucuruí, criada em 2002. 

Figura 48 - Espécies da região de Tucuruí. 

 5.4.12.2  Espécies 

Entre as 70 espécies de anfíbios e répteis estão 35 de anuros, 16 de lagartos, 13 deserpentes, 4 de quelônios e duas anfisbenias. Destaca-se que 23 espécies foram exclusivas damargem esquerda e 8 da margem direita, comprovando a importância de se manter protegidasduas regiões do reservatório em margens distintas. Mais de 1000 km em censos foram realizados,sendo 484 km em contatem noturna e 589 km diurna em cinco grandes unidades ecológicas dedrenagem. 

O levantamento da avifauna enfocou dois gruposespecíficos: florestal e aquático. Nas 400 espéciesidentificadas, 168 são aquáticas, habitando as margens doreservatório e áreas alagadas. 

Para inventariar os mamíferos terrestres foram realizados339 km de censo em 50 dias de campo. 

Figura 49 - Espécies de aves. 

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Os primeiros resultados do Programa de Conservação da Fauna de Tucuruí sãoconsiderados muito positivos pelo coordenador dos Programas Ambientais da UHE TucuruíRubens Ghilard Júnior, da Superintendência de Meio Ambiente da ELN, bem como pelos

técnicos da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará(SECTAM), que presenciaram o seminário. “Este é um projeto pioneiro que gerará diversosdados originais e únicos para reservatórios na região amazônica. As pesquisas vão orientar estratégias para conservação da biodiversidade da região de Tucuruí”, destaca Ghilard. 

Autor das fotos de répteis : Ulisses Galatti e autor das fotos de aves : Sidnei Dantas. 

5.4.13  Resgate de Fauna 

Figura 50 – Resgate da fauna.  

 5.4.13.1  Energia e Amazônia 

Dois temas prioritários nas discussões globais sobre meio ambiente e desenvolvimento. Aenergia é fonte de trabalho, progresso e qualidade de vida. A Amazônia, a maior floresta contínuado planeta, com riquezas históricas e culturais, misteriosa e desafiadora, é uma das últimasfronteiras da ocupação humana. 

A Eletrobras Eletronorte é a Empresa com conhecimentos valiosos sobre a região. Emtodos os seus estudos e empreendimentos de geração ou transmissão de energia elétrica sãorealizados profundos estudos ambientais, sempre em parceria com renomadas instituiçõesnacionais. Seus projetos seguem a linha do progresso aliados a conservação ambiental, sempre priorizando a qualidade de vida dos seres humanos. 

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 5.4.13.2  Respeito ao Meio Ambiente 

Para o planejamento e execução de estudos e programas ambientais, a EletrobrasEletronorte possui em sua estrutura de organização uma Superintendência de Meio Ambiente(EEM). Também dispõe de Centros de Proteção Ambiental - CPA, responsáveis pela execuçãodas ações ambientais em suas maiores usinas hidrelétricas. 

Sua equipe técnica conta com profissionais especializados em diversas áreas, como  biologia, arqueologia, geografia, indigenismo, conservação da natureza, educação ambiental,dentre várias outras. Tudo para garantir um trabalho responsável e de qualidade nas regiões ondeatua. 

Para a Eletrobras Eletronorte não basta trabalhar para proteger e preservar a fauna, a flora,

os peixes, as águas e as tradições da população amazônica, é preciso incentivar a criação e aimplementação de novas alternativas de sobrevivência e de produção que permitam aproveitar o patrimônio natural da região com o mínimo de intervenção sobre a natureza. 

Diante dessa preocupação e seguindo a legislação ambiental brasileira e as políticas  públicas para meio ambiente e desenvolvimento sustentável, a Eletrobras Eletronorte realizavárias atividades, como a criação e implantação de Unidades de Conservação e em alguns casos,o fortalecimento das Unidades já existentes; estudo, proteção e manejo de espécies animais

ameaçadas de extinção como também de espécies florestais de interesse econômico ou social;estudo de ictiofauna (peixes), manejo e ordenamento da pesca; atividades de educação ambiental. 

 5.4.13.3  Resgate de Fauna 

A construção de usinas hidrelétricas modifica a paisagem local em função da criação dosreservatórios, que armazenam a água necessária à geração da energia. Na fase de enchimento dosreservatórios, a Eletrobras Eletronorte realiza o resgate dos animais da área a ser alagada. 

Para isso, a Empresa planejou e executa programas de Resgates de Fauna com os objetivosde conservar as espécies e diminuir a sua mortalidade por afogamento. 

Infelizmente, grande parte dos animais relocados não sobrevive, pois nas áreas de soltura éalta a competição com as populações de animais previamente existentes. 

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Debates sobre operação de resgate, fomentados pelo setor elétrico brasileiro junto àcomunidade científica e conservacionista, resultaram numa estratégia de mitigação dos impactossobre a fauna em empreendimentos hidrelétricos. Essas estratégias de forma pioneira foram

aplicadas no resgate realizado no reservatório da Usina Hidrelétrica de Samuel, em Rondônia. A linha de trabalho que orienta as ações do resgate de fauna é a conservação e o

aproveitamento científico e cultural, compreendendo um conjunto de ações o enchimento doreservatório, como a implantação de áreas de proteção, operação pré-resgate, operação resgate,monitoramento e manejo da fauna. 

A Eletrobras Eletronorte já conduziu três operações de resgate de fauna. Em Tucuruí foirealizada a maior operação de resgate no país, a Operação Curupira, quando foram resgatadoscerca de 300 mil animais. Em Balbina, com a realização da Operação Muiraquitã, foramresgatados cerca de 26 mil animais. Entre as ações desenvolvidas foram realizados o resgate e

soltura desses animais, além do aproveitamento científico dos mesmos. Em Samuel foi realizadoo resgate direcionado e o aproveitamento científico dos animais. A operação denominada Jamariresgatou 16 mil animais. 

Os resultados obtidos no resgate da UHE Samuel com o aproveitamento científicoenvolveu a participação efetiva de aproximadamente 60 instituições nacionais de várias linhas deatuação. As pesquisas conduzidas com os animais resgatados enfocaram importantes temas emvárias áreas de conhecimento como genética, zoologia, fisiologia, taxonomia e sistemática,

ecologia e comportamento animal. 

Assim, o resgate de fauna é conduzido de forma a aproveitar científica e culturalmente asespécies afetadas de modo a compor um programa de manejo e conservação da fauna local. 

Dentre as principais atividades desenvolvidas, destacam-se: 

Triagem e manejo: envolvem a identificação e numeração dos animais em etiquetas comnome científico e vulgar, data de entrada, procedência e destino. Após a triagem, répteis,anfíbios, aves e mamíferos, são colocados em quarentena até a remessa para instituiçõesinteressadas. 

Manejo de filhotes: os filhotes rejeitados pelas mães são aquecidos e alimentados comdietas especificas, bem como acondicionados em caixas adaptadas e posteriormente destinados ainstituições interessadas; 

Atendimento veterinário: os animais doentes ou debilitados são mantidos para tratamento eobservação, sendo soltos ou encaminhado para instituições interessadas, após sua completa

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recuperação. Em casos mais graves, como fraturas ou prostração acentuada, os animais devemser sacrificados e destinados para taxidermização; 

Alimentação: segue os padrões preconizados por zoológicos ou criatórios para a

manutenção de animais em condições de cativeiro; 

Remessa de animais para instituições: após o período de quarentena, os animais sãotransportados para as instituições previamente inscritas e selecionadas, conforme autorizaçõesconcedidas pelo IBAMA. 

Com a experiência adquirida nesses programas de manejo da fauna, têm-se como  principais orientações para resgates futuros(a): a priorização de resgate de espécies da faunaameaçadas de extinção ou raras; (b) a criação e consolidação de unidades de conservação paracompensar a perda de habitats; (c) os estudos e manejo de espécies e hábitats ameaçados ou

frágeis e (d) o investimento na capacitação de profissionais para elaborar, conduzir esupervisionar programas de conservação em hidrelétricas. 

5.4.14  Programas de Pesca e Ictiofauna 

O Programa de Pesca e Ictiofauna da UHE TUCURUÍ tem como objetivo geral propor ações que visem alcançar o desenvolvimento sustentável da pesca na região da UHE TUCURUÍ,mediante ações de preservação das espécies e do estoque pesqueiro, e também da melhoria daqualidade de vida das comunidades de pescadores. As principais linhas de ação do programa são: 

 5.4.14.1  Estudos Estatísticos de Desembarque Pesqueiro 

O objetivo desses estudos é propiciar a análise do comportamento da pesca comercial dasdiversas espécies na região de Tucuruí, possibilitando analisar a evolução da atividade na área.Os dados obtidos serão utilizados como subsídio à regulamentação da atividade pesqueira naárea.

As anotações referentes ao desembarque pesqueiro são realizadas diariamente, emdiferentes portos de desembarque, a montante e a jusante da barragem.

Os resultados (toneladas/ano) dos estudos do desembarque pesqueiro na área de influênciada UHE Tucuruí (após a retomada da obra em 1999) podem ser sumarizados conforme segue: 

Ano Jusante Montante e Reservatório2000 452 4.2002001 472 5.000

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2002 760 6.4002003 820 7.7002004 1.200 5.900

a) Montante do lago de Tucuruí (região de Marabá) 

A montante, as capturas apresentam um padrão sazonal condicionado à dinâmica do rio. A pesca intensifica-se nos meses de maio a setembro, nos períodos de vazante-seca e concentra-senas praias, em geral sobre cardumes de peixes migradores. As espécies mais capturadas sãocurimatãs, maparás, piaus e, em menor escala, pescadas oriundas dos lagos na região deItupiranga. 

 b) Reservatório de Tucuruí (lago) 

A maioria dos pescadores que atuam no lago de Tucuruí são profissionais e, em menor número, aqueles que praticam a pesca artesanal de subsistência. As espécies mais capturadas sãotucunarés, pescadas, curimatãs, piaus e maparás, responsáveis por mais de 90% da produção. 

c) Trecho de Jusante (entre Tucuruí e Cametá) 

A pesca apresenta grande variabilidade sazonal, com picos de produção nos meses de maioa agosto durante a vazante-seca. É caracterizada por uma grande diversidade de espécies devida  principalmente à grande variedade de petrechos utilizados, (pesca multi-específica) incluindomalhadeiras fixas, caceia de bloqueio e à deriva: puçás de arrasto, matapis, caniços, espinhéis,

tarrafas e outros de menor ocorrência. Apesar da grande variedade de espécies capturadas, omapará (pescado principalmente na região de Cametá) e o camarão (em Cametá, Mocajuba eBaião) são responsáveis por cerca de 50% do total da produção. 

 5.4.14.2  Estudos de Biologia Pesqueira 

Os estudos de biologia pesqueira têm, como objetivo, conhecer o comportamento biológicodas principais espécies da região, visando apresentar subsídios para sua preservação e para aregulamentação da atividade pesqueira na área. As coletas dos espécimes necessários aos estudossão realizadas utilizando-se diferentes métodos de pesca (redes tipo malhadeira, redes de arrasto,

tarrafas, linhas e anzóis), em diferentes tipos de ambientes (corredeira, remanso, lagoa marginal,fundo de lama, fundo de pedra, praia, igarapé, região marginal e meio dos canais), sendo oesforço de pesca padronizado tanto no trecho de montante como no trecho de jusante. 

As coletas compreendem o ciclo hidrológico completo (enchente, cheia, vazante e seca) eos dados analisados (espécie, sexo, maturação sexual, conteúdo estomacal, etc.) estão sendoanalisados para permitir uma avaliação completa dos comportamentos da biologia das principaisespécies de peixes. 

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 5.4.14.3 Qualificação da Mão-de-Obra Profissional do Setor Pesqueiro 

A atividade de qualificação de mão-de-obra foi prevista, pelo Programa de Pesca eIctiofauna, com o objetivo de melhorar o desempenho das comunidades de pescadores quanto à

  pesca racionalmente sustentável, buscando a eficiência no gerenciamento da produção e dacomercialização do pescado. A médio e a longo prazo, busca-se a melhoria da renda familiar e oaumento das oportunidades de emprego e fixação do homem no seu meio, dentro do conceito dedesenvolvimento sustentável. A Figura 51 mostra pescadores em atividades para fins qualificaçãona defumação de pescado. 

Figura 51 - Qualificação da mão de obra da região do setor pesqueiro. 

Os cursos são dirigidos às associações de pescadores e estão sendo ministrados levando -seem consideração as diferenças entre as ações prioritárias requeridas para as comunidades demontante e de jusante. 

 5.4.14.4   Parceria entre a Eletrobras Eletronorte e a Secretaria de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP / PR) 

O Protocolo de Intenções assinado entre a SEAP/PR e a ELETROBRAS ELETRONORTEtem por objetivos: 

Desenvolver ações conjuntas entre a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP, aCentrais Elétricas do Norte do Brasil S/A - Eletronorte e a sociedade civil organizada e outrasInstituições afins, para apoiar o desenvolvimento sustentável da aqüicultura e da pesca; 

Articular e implementar ações nas áreas de capacitação técnica e organização dos produtores visando o fomento, manuseio e a higiene e comercialização do pescado, de forma a  propiciar a implantação de unidades produtivas ambiental e economicamente sustentáveis e oadensamento da cadeia produtiva do pescado; 

Estabelecer ações voltadas às questões de normalização e uso dos recursos pesqueiros ecadastro de pescadores e piscicultores; 

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Desenvolver e apoiar pesquisas de reprodução de peixes regionais em cativeiro comtecnologia já dominada, bem como patrocinar pesquisas para outras espécies regionais. 

Além disso, tem o objetivo de incentivar, apoiar e promover ações de conscientização

ambiental buscando melhorar a qualidade de vida da população nas questões relacionadas àsaúde, educação, meio ambiente, identidade cultural, gestão, tecnologia e organização da produção para melhor aproveitamento dos recursos pesqueiros. 

 5.4.14.5   Ações Conjuntas entre a Eletronorte e a SEAP / PR na Delimitação de Parques Aqüícolas no reservatório da UHE Tucuruí  

Em atendimento ao Decreto 4.895 (25/11/2003) a ELETROBRAS ELETRONORTE vem  promovendo reuniões (desde 2004) em conjunto com as comunidades de Tucuruí, onde estãosendo dispensados esforços para a delimitação de parques aqüícolas no reservatório da UHETucuruí. Resultados parciais indicam a ocorrência de áreas propícias nos seguintes braços doreservatório: Breu Branco e Caraipé, sendo que estão sendo concluídos os estudos decaracterização dessas áreas para a posterior homologação e uso comunitário. 

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6  Fontes naturais de energia elétrica – renováveis e não renováveis 

6.1 

Fontes naturais renováveis 

Como foi visto no Capítulo 4 uma das vantagens das usinas hidrelétricas é fato que a suaenergia primária utilizada para geração de energia elétrica ser renovável. Dentre as diversasfontes de energia utilizadas para geração de energia elétrica, destacam-se como renováveis: 

  hidrogeração;  biomassa;  energia eólica;  energia solar;  marés;  ondas marítimas.

É muito importante destacar que uma fonte de energia renovável não significa que não seja  poluidora ou que não gere impactos ambientais. De uma forma ou de outra, a conversão deenergia primária em outra, principalmente em grade escala acarreta algum impacto ambiental emuitas vezes pode causar poluição de mesmo modo. Mas, a grande vantagem das fontes deenergia renovável é que normalmente os danos causados ou impactos associados são menoresque os benefícios auferidos. Além disso, caso a utilização de energias renováveis a umavelocidade maior que a velocidade de renovação acaba por torna-la não renovável. 

6.1.1  A energia solar 

Como se sabe, quase todas as fontes de energia – hidráulica, biomassa, eólica,combustíveis fósseis e energia dos oceanos – são formas indiretas de energia solar. Para evitar dupla conversão de energia, portanto, tornando a utilização da energia solar mais eficiente e sema utilização de equipamentos sofisticados e caros, a radiação solar pode ser utilizada diretamentecomo fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de

  potência mecânica ou elétrica. Pode ainda ser convertida diretamente em energia elétrica, por meio de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e ofotovoltaico [1]. 

Projetos modernos de construções podem tirar vantagens de sua localização geográfica para o aproveitamento da energia luminosa emanada pelo sol. Janelas maiores e de vidro podemreduzir a demanda por iluminação artificial. Em regiões mais frias, com o sul do Brasil, em uma  parte do ano pode-se aproveitar a radiação solar nas para aquecimento durante os dias

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ensolarados. A disposição de aberturas nas edificações pode ajudar na ventilação natural de talforma que possa diminuir a necessidade por iluminação forçada. 

Coletores ou concentradores de raios solares podem ser utilizados para aquecimento de

água. Coletores já estão bem disseminados pelo Brasil, mas, ainda há muito espaço paraaplicação. Quanto aos concentradores, ainda não são populares no Brasil, mas, podem ser utilizados para obtenção de altas temperaturas, inclusive para geração de energia elétrica.

A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelos efeitos da radiação(calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os semicondutores. Entre esses,destacam-se os efeitos termoelétrico e fotovoltaico. O primeiro caracteriza-se pelo surgimento deuma diferença de potencial, provocada pela junção de dois metais, em condições específicas. Nosegundo, os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica, por meio do uso decélulas solares [1]. 

Entre os vários processos de aproveitamento da energia solar, os mais usados atualmentesão o aquecimento de água e a geração fotovoltaica de energia elétrica. No Brasil, o primeiro émais encontrado nas regiões Sul e Sudeste, devido a características climáticas, e o segundo, nasregiões Norte e Nordeste, em comunidades isoladas da rede de energia elétrica [1]. 

6.2  Não renováveis 

As energias não renováveis ainda são as mais importantes na matriz energética de quasetodos os países do mundo. Dentre as diversas fontes de energia utilizadas para geração de energiaelétrica, destacam-se como não-renováveis: 

  petróleo;  gás natural;  carvão mineral;  nuclear.

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6.2.1  UTE – Usina Termoelétrica a vapor (convencional) 

6.2.2  UTE – Usina Termoelétrica a diesel 

6.2.3  UTE – Usina Termoelétrica com turbina a gás 

6.2.4  Có-geração de energia elétrica 

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IFPA  Campus Industrial de Marabá  101 

7  Bibliografia 

[1] ANEEL, Atlas de Energia Elétrica do Brasil , 2nd ed., 2005. 

[2] ELETROBRÁS, DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH, 1999, versão atualizada. 

[3] Pedro Paulo Meireles Ramos, Análise de Deformações Transientes em Misturas Asfálticas Aplicadas como Elemento Impermeabilizante em Barragens de Enrocamtento, (Dissertação)ed. Brasília: UNB, 2009. 

[4] Augusto Roque Dias FERNANDES, RELATO – TEMA 100 – CONSTRUÇÕES DEBARRAGENS, 2007. 

[5] CESBE. (2011) http://www.cesbe.com.br. [Online]. http://www.cesbe.com.br  

[6] Marínis Maria de Almeida, Estudo Tensão Deformação de Barragem de Terra e Enrocamento. Ouro Preto: UFOP, 2010, (Dissertação). 

[7] Paulo T. Cruz, Bayardo Materón, and Manoel Freitas, Barragens de Enrocamento com Facede Concreto, 1st ed.: Oficina De Textos, 2009. 

[8] Daniela Gutstein, Estudo das Tensões em Fundações de Barragens de Gravidade deConcreto pelo Método de Elementos Finitos. Florianópolis, Brasil: UFSC, 2003,(Dissertação). 

[9] Cláudior Marchand Krüger, Análise de Confiabilidade Estrutural Aplicada às Barragens deConcreto. Curitiba, Brasil: UFPr, 2008, (Tese). 

[10] FURNAS. USINA HIDRELÉTRICA DE FUNIL (216 MW). [Online].http://www.furnas.com.br/hotsites/sistemafurnas/usina_hidr_funil.asp 

[11] Trevor Turpin, Dam. London, China: REAKTION BOOKS, 2008. 

[12] WIKIPEDIA. (2011, setembro) Daniel-Johnson Dam. [Online].

http://en.wikipedia.org/wiki/Daniel-Johnson_Dam 

[13] Klaus Peter Heinlein and Miguel Angelo Facchini Dourador, Alterações Tecnológicas a serem implantadas em usinas hidroelétricas, objetivando melhorar a convivência com os peixes. São Paulo, Brasil: USP, 2009, (Monografia de Curso de Especialização). 

[14] WIKIPEDIA. Takato Dam discharge. [Online].

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http://en.wikipedia.org/wiki/File:Takato_Dam_discharge.jpg 

[15] CERB. Sala de Empresa - fotos. [Online]. http://www.cerb.ba.gov.br/sala-de-imprensa/fotos/barragens 

[16] HACKER. Site da HACKER. [Online].http://www.hacker.ind.br/produtos_unidades_reguladores_de_velocidade.php 

[17] E.J.P. MORAIS, P.P.C. MENDES, and C. FERREIRA, "Modelo de Turbinas do Tipo Bulbo para Estudos Estabilidade Eletromecânica de Sistemas Elétricos de Potência - Análise eComparações," XIII ERIAC - DÉCIMO TERCER ENCUENTRO REGIONAL IBEROAMERICANO DE CIGRÉ , maio 2009. 

[18] Celso Penche, Layman guidebook on how to develop a small hydro site, 2º, Ed. Bruselas,

Bélgica, 1998. 

[19] ELETROBRÁS - ELETRONORTE. Site dad ELETRONORTE. 

[20] João Tavares Pinho et al., Sistemas Híbridos - Soluções Energéticas para a Amazônia, 1sted.: MME, 2008. 

[21] WELDON CARLOS TEIXEIRA,.