geometria das pipas

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Informática Educativa I :: Tarefa da Semana 4 (B) :: Projeto Final Nome do Projeto: Geometria das Pipas Aluno: Heliomara Rodrigues Limias Aprendendo geometria com pipas Este projeto visa contemplar os conteúdos de geometria primitiva: ponto, reta (reta, semirreta, segmento de reta), plano. Retas paralelas, concorrentes e perpendiculares, retas concorrentes e não perpendiculares. Áreas de figuras planas, retas paralelas interceptadas por duas transversais, além de simetria, reflexão e ângulos. 2. Objetivos Com esta atividade pretende-se ampliar os estudos e conhecimentos sobre geometria abordados no 7º ano do Ensino Fundamental II de acordo com a proposta curricular de matemática. Com base em duas vertentes da Teoria sociocrítica, Teorias sócio-cultural e sócio-cognitiva, propõe-se uma sequência de situações de aprendizagens em que os alunos realizarão atividades que contemplem um aspecto da cultura nacional que é a confecção de pipas. Assim, eles compartilharão suas ideias, procedimentos e objetivos, além de conjecturas e verificações de resultados dos postulados da geometria aplicados nas situações que terão por finalidade as construções das pipas. Pretende-se, através da interação e trabalho em grupos, que fortaleçam os conhecimentos de geometria. 3. Público alvo Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II. 4. Quando utilizar Deve ser aplicado no decorrer do 3º e 4ªº bimestres do 7º ano quando as noções de geometria primitiva já tiverem sido estudadas e quando se aprofunda os estudos geometria e medidas. 5. Local a usar Sala de aula, laboratório de informática.

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Projeto desenvolvido para o curso de Especialização em Novas Tecnologias em Educação Matemática da Universidade Federal Fluminense. São Paulo, 2014.

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Page 1: Geometria das pipas

Informática Educativa I :: Tarefa da Semana 4 (B) :: Projeto Final

Nome do Projeto: Geometria das Pipas

Aluno: Heliomara Rodrigues Limias

Aprendendo geometria com pipas

Este projeto visa contemplar os conteúdos de geometria primitiva: ponto, reta

(reta, semirreta, segmento de reta), plano. Retas paralelas, concorrentes e

perpendiculares, retas concorrentes e não perpendiculares. Áreas de figuras planas,

retas paralelas interceptadas por duas transversais, além de simetria, reflexão e

ângulos.

2. Objetivos

Com esta atividade pretende-se ampliar os estudos e conhecimentos sobre

geometria abordados no 7º ano do Ensino Fundamental II de acordo com a proposta

curricular de matemática.

Com base em duas vertentes da Teoria sociocrítica, Teorias sócio-cultural e

sócio-cognitiva, propõe-se uma sequência de situações de aprendizagens em que os

alunos realizarão atividades que contemplem um aspecto da cultura nacional que é a

confecção de pipas. Assim, eles compartilharão suas ideias, procedimentos e

objetivos, além de conjecturas e verificações de resultados dos postulados da

geometria aplicados nas situações que terão por finalidade as construções das pipas.

Pretende-se, através da interação e trabalho em grupos, que fortaleçam os

conhecimentos de geometria.

3. Público alvo

Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II.

4. Quando utilizar

Deve ser aplicado no decorrer do 3º e 4ªº bimestres do 7º ano quando as

noções de geometria primitiva já tiverem sido estudadas e quando se aprofunda os

estudos geometria e medidas.5. Local a usar

Sala de aula, laboratório de informática.

Page 2: Geometria das pipas

6. Custo do projeto

Serão necessários: régua, folhas de sulfite, papel de seda de diversas cores,

lápis, cola, sacolas de supermercados para as rabiolas, varetas, linhas para pipas,

transferidor, esquadros e computadores com o software SuperLogo instalado.

7. Descrição da forma de emprego do projeto

1ª Etapa: Avaliação diagnostica afim de verificar os conhecimentos dos alunos

sobre geometria primitiva. Eles poderão responder um questionário aonde deverão

expor seus conhecimentos sobre ponto, reta e plano, polígonos e ângulos.

2ª Etapa: Reforço e revisão dos conteúdos diagnosticados e introdução de novos

conceitos. Isso poderá ser feito em sala de aula com régua, lápis, compasso,

esquadro e transferidor. O professor ajudará os alunos a fazer algumas construções

que explorem estes conceitos. Nesse momento já poderá ampliar para retas paralelas

interceptadas por duas transversais e polígonos.

3ª Etapa: No laboratório de informática, com o software SuperLogo os alunos farão

os desenhos das pipas com os formatos de suas escolhas, quadrada, estrelar,

hexagonal, etc. Seguindo as orientações do professor sobre os comandos que serão

utilizados no programa para que tartaruga desenhe os modelos de pipas desejados

eles deverão explorar os conceitos de geometria. Importante nesse momento que o

professor utilize sempre os termos da geometria para descrever a trajetória da

tartaruga, por exemplo: “para esta etapa da pipa a tartaruga deve traçar uma reta

paralela ou perpendicular a de cima” ou ainda “o ângulo formado por estas varetas

(segmentos de retas) deverá ser de 30º”.

4ª Etapa: Os alunos analisarão os desenhos dos colegas fazendo observações e

apontamentos sobre o que podem melhorar ou corrigir.

5ª Etapa: Impressão e confecção das pipas. Com os modelos das pipas escolhidas

desenhadas e impressas os alunos confeccionarão as pipas em sala de aula e

verificarão se os resultados são os esperados.

Page 3: Geometria das pipas

Relato do projeto executado em sala de aula

Considerações iniciais e público-alvo: O projeto foi aplicado aos alunos da 6ª

série/7º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Maria José, localizada no

bairro central, Bela Vista, na cidade de São Paulo.

Este relato discorre apenas sobre uma parte do projeto que já foi executado,

sendo que o restante deverá ser finalizado ao longo da primeira semana do mês de

outubro de 2014. O projeto foi adaptado devido as condições dos alunos e a falta de

recursos disponibilizados pela escola. Participam 42 alunos.

As crianças contempladas pelo projeto, dentro do contexto social em que

vivem, não têm acesso a computadores e nem muitas atividades ligadas a

brincadeiras infantis. Vivem em uma região central/urbana onde não há muitas

possibilidades neste aspecto. Os pais trabalham o dia todo e as atividades educativas

e de lazer limitam-se ao ambiente escolar e aos projetos sociais dos quais,

infelizmente, não são todas que podem participar. A maioria vive em quartos de

pensões com suas famílias.

Portanto, diante desse cenário cabe a escola proporcionar meios de

aprendizagens que levem em consideração essas características e propiciem

situações que estimulem a criatividade dos alunos, sejam prazerosas e, ao mesmo

tempo, desenvolva as competências direcionadas pelo currículo do Estado de São

Paulo.

Exposto isto, o projeto Geometria das Pipas tem sido providencial no

sentido de: proporcionar um primeiro contato com o ambiente da informática;

estimular atividades em grupo; explorar e ampliar conhecimentos matemáticos de

maneira lúdica e divertida; desenvolver competências e habilidades requeridas pelo

currículo de matemática para o Ensino Fundamental do Estado de São Paulo; entre

outros.

Este projeto, descrito o contexto social dos alunos, teve como base as teorias

sociocríticas, que enfatizam as interações sociais, o currículo como instrumento de

poder, transformação social, transmissão de cultura, linguagens e responsabilidades

em ajudar o aluno no desenvolvimento de suas próprias capacidade de aprender

(…), em especial a Teoria sócio-cognitiva:

Page 4: Geometria das pipas

Na teoria sócio-cognitiva são postas em relevo as condições culturais e

sociais da aprendizagem, visando o desenvolvimento da sociabilidade por

meio de processos socioculturais. A questão importante da escola não é o

funcionamento psíquico ou os conteúdos de ensino, mas a organização de

um ambiente educativo de solidariedade, relações comunicativas, com base

nas experiências cotidianas, nas manifestações da cultura popular. Um

projeto de escola nessa orientação consistiria em criar situações pedagógicas

interativas para propiciar uma formação democrática e inclusiva, vale dizer,

uma “vivência” democrática (comportamentos solidários, de justiça, de vida

comunitária etc.), portanto, com características mais informais em que se

valorizam mais experiências socioculturais do que o currículo formal.

(Bertrand, 1991) (Libâneo, 2005)

Desenvolvimento do projeto: Inicialmente foi aplicado um questionário

diagnóstico para aferir os conhecimentos dos alunos acerca da geometria primitiva,

polígonos, ângulos, simetrias. Em seguida foi proposto a construção de 3 modelos

de pipas na lousa. As crianças escolheram um dos modelos para construir no papel e

no software SuperLogo 3.0. Na construção no papel elas deveriam identificar os

polígonos, os ângulos, as posições relativas entre as retas bem como figuras

simétricas. Neste momento estes conteúdos eram reforçados pelo professor.

Depois, os alunos foram divididos em grupos com um representante que

deveria executar a construção de um dos modelos das pipas no Software SuperLogo

3.0 de acordo com as instruções do professor. Como a escola não dispõe de um

laboratório de informática, o professor usou um notebook de uso pessoal, de modo

que só foi possível que um aluno do grupo executasse o trabalho e os demais o

auxiliaram.

Neste momento foi explicado aos alunos como executar os movimentos da

tartaruga através dos comandos. Exemplos: pf 100 (para frente 100 passos); pd

(para direita 90 graus).

Depois de receber os comandos tiveram que exercitar a criatividade para que

os movimentos da tartaruga correspondessem aos seus objetivos.

Nas próximas aulas os alunos farão as construções de suas pipas.

Page 5: Geometria das pipas

Figura: Modelo de uma das pipas projetadas no SuperLogo 3.0.

Considerações finais: A simples presença de um computador em sala de

aula e o software SuperLogo com uma interface lúdica e muito intuitiva gerou

grande euforia entre os alunos.

A proposta foi bem recebida logo de inicio, tendo em vista a possibilidade

de aprender matemática de uma maneira diferente das quais os alunos estão

habituados. Entretanto, o tempo utilizado para a execução das atividades não foi

suficiente, e a escassez de computadores e materiais não permitiu que todos

pudessem explorar o software. Foram utilizadas 3 aulas de 50 minutos cada.

Na primeira aula fizemos as avaliações diagnósticas, desenhamos as pipas

no papel sulfite e revisamos os conteúdos de geometria. Nas duas últimas aulas os

alunos exploraram o software e construíram os seus modelos de pipas. Apenas um

grupo conseguiu executar a tarefa até o final. Infelizmente gerou muita ansiedade e

frustração para os que não conseguiram executar todo o projeto, o que também

demonstra grande interesse e expectativa em realizar e descobrir um caminho novo

na construção de seus conhecimentos. Verificamos que faz-se necessário ao menos

uma aula de 50 minutos, para que os alunos se familiarizem com os comandos e

com a interface do Software.

Com esta experiência ficou evidente como as tecnologias podem ser grandes

aliadas no contexto escolar. Ao transpormos uma brincadeira que faz parte da

Page 6: Geometria das pipas

cultura e do imaginário da população do Brasil e do mundo para as aulas de

matemática fizemos com que os alunos tivessem contato com uma característica

cultural que muitos dele desconhecem, pois vivem em grandes centros urbanos,

onde não há muitas possibilidades de empinar pipas e aprenderam conteúdos

geométricos de uma maneira divertida, testando seus conhecimentos, fazendo

conjecturas, mensurações, formulando hipóteses e desenvolvendo o espírito criativo

além de atitudes de solidariedade e trabalho em equipe.

Verificamos também que o projeto pode ser estendido para as demais séries

e podemos ampliar os conteúdos matemáticos para plano cartesiano, razões

trigonométricas, razão e proporção etc, além de aliar a interdisciplinaridade entre

Geografia, Artes e outras disciplinas abordando aspectos como as características das

regiões brasileiras em que se faz parte da cultura construir e empinar pipas bem

como os diferentes nomes que ela recebe.

O projeto continua e nas próximas aulas os alunos farão as construções de

suas pipas.

“O aluno deve aprimorar o fazer a partir do saber e aprimorar o

saber a partir do fazer”. Ubiratan D’Ambrósio. In: Etnomatemática: arte

ou técnica de explicar e conhecer. (Ática, 1990)

Page 7: Geometria das pipas

Fotos das Atividades

Figura 1: Desenho da pipa no papel.

Figura 2: Desenho da pipa no papel e exploração dos conteúdos geométricos.

Page 8: Geometria das pipas

Figura 3: Projetos das pipas sendo executado no SuperLogo 3.0.

Figura 4: Projetos das pipas sendo executado no SuperLogo 3.0.

Page 9: Geometria das pipas

Bibliografia

ESDRAS HENRIQUE REGATTI MOTINAGA. Uma proposta do ensino

de geometria construindo pipas. Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao programa de mestrado profissional – PROFMAT – da

Universidade Federal de São Carlos. Disponível em:

http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.phpc

odArquivo=6585. Acesso: 09/09/2014.

LÍBÂNEO. J. C. As teorias pedagógicas modernas designadas pelo debate

contemporâneo da educação. In: Educação na era do conhecimento em rede

e transdisciplinaridade. São Paulo: Alínea, 2005.