geologia - mineração e desenvolvimento sustentável

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  • Minerao eDesenvolvimento

    Sustentvel

    Minerao eDesenvolvimento

    Sustentvel

    Municpio de Tenente Ananias - RN / 2008

  • - 01 -

    MINERAO E DESENVOLVIMENTOSUSTENTVEL EM

    TENENTE ANANIAS - RIO GRANDE DO NORTE

  • - 02 -

    Ncleo de Estudos Sobre o Trabalho Humano da Universidade Federal de Minas Gerais.

    NESTH / UFMG Telefone: (31) 3409-5069 // e-mail: [email protected]

    Secretaria de Geologia, Minerao e Transformao Mineral do Ministrio de Minas e Energia.

    SGM / MMETelefone: (61) 3319-5134

    2008

  • - 03 -

    O SETOR MINERAL E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL EMTENENTE ANANIAS RIO GRANDE DO NORTE

    DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL

    O desenvolvimento sustentvel (DS) pode ser entendido como sendo oequilbrio entre o crescimento econmico, a preservao ambiental e a eqidade ejustia sociais.

    Para se alcanar o DS, necessrio que a proteo da natureza sejaentendida como parte integrante do processo de desenvolvimento, no podendoser considerada isoladamente. Aqui se impe refletir sobre uma distinoimportante entre crescimento e desenvolvimento. O crescimento econmico noconduz automaticamente eqidade nem justia social, pois no leva emconsiderao nenhum outro aspecto da vida social a no ser o acmulo de riquezas.Historicamente, esta tende a se concentrar na mo de poucos indivduos e grupos.O desenvolvimento, por sua vez, inclui a gerao de riquezas, mas incorpora osobjetivos de distribu-las e de melhorar a qualidade de vida de toda a populao.Nesta perspectiva, leva-se em conta a qualidade ambiental do planeta.

    O DS pressupe ateno constante a aspectos prioritrios da organizaosocial e econmica, que devem ser entendidos como metas a serem promovidaspelos governos. So eles:

    * a satisfao de necessidades bsicas da populao (educao,alimentao, sade, lazer);* a solidariedade para com as geraes futuras (preservao do ambientede modo a que tenham a garantia de condies de vida saudvel);* a participao da populao no planejamento de aes que tenhamalgum impacto ambiental negativo e que afetem diretamente sua qualidadede vida ( o ideal a consolidao de valores da mentalidade comprometidacom os princpios do desenvolvimento sustentvel);* a preservao sistemtica de recursos naturais essenciais, como a gua eo oxignio;* a promoo de polticas econmicas e sociais que garantam emprego,segurana social e respeito a outras culturas (impe-se a erradicao damisria, do preconceito e do massacre de populaes oprimidas, como ocaso de grupos indgenas);* a efetivao de programas educativos que difundam e fortaleam estesvalores.

    dentro deste conceito de desenvolvimento sustentvel que foi idealizadaa chamada Agenda 21.

    DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL E AGENDA 21

    A Agenda 21 traduz em aes o ideal de desenvolvimento sustentvel. Ositens que a compem, definindo reas de interveno necessria para suaconsecuo, foram especificados com a contribuio de governos e de instituiesda sociedade civil de 179 pases. Seu contedo resultou de encontros e debates

  • realizados ao longo de dois anos, culminando na Conferncia das Naes Unidassobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992.Este grande evento ficou conhecido como Rio-92.

    A Agenda 21 um processo de planejamento participativo que devedecorrer de diagnstico da situao scio-econmica de um pas, estado,municpio, regio ou setor produtivo, a partir do qual so reunidos elementos parao planejamento do futuro de curto, mdio e longo prazo, de forma sustentvel. Oprocesso deve envolver toda a sociedade na discusso dos principais problemas ena formao de parcerias e compromissos para sua soluo a curto, mdio e longoprazo. A anlise do cenrio atual e o encaminhamento de propostas para o futurodevem atender s dimenses econmica, social, ambiental e poltico-institucionalda localidade onde as aes sero realizadas. Em outras palavras, o esforo deplanejar o futuro, com base nos princpios da Agenda 21, promove oportunidadespara que a sociedade e os governos possam definir conjuntamente prioridades naspolticas pblicas (no endereo www.mma.gov.br encontra-se o documentointitulado Passo a Passo da Agenda 21 Local, que prope metodologia para aconstruo da Agenda 21 por setor e por localidade).

    A implantao da Agenda 21 deve seguir os seguintes passos:1- mobilizao da sociedade e do poder pblico local para a necessidadede planejar o desenvolvimento sustentvel local;2- organizao de um frum de discusso do qual participem todos ossegmentos sociais, setores econmicos e o poder pblico local;3- realizao de diagnstico sobre os principais problemas e vantagenscomparativas da localidade, tanto do ponto de vista econmico, quantosocial;4- elaborao de planejamento do desenvolvimento local, prevendo aespara o curto, mdio e longo prazo;5- implementao das aes preconizadas em cada item do planejamento;6- monitoramento e avaliao sistemtica das aes previstas no plano dedesenvolvimento sustentvel.

    Nas regies e localidades onde o setor mineral atividade econmicaimportante, o planejamento do DS deve focaliz-lo de modo especfico.

    MINERAO E MEIO AMBIENTE

    Entendendo-se ambiente como o conjunto dos elementos que ocupam asuperfcie terrestre, ou seja, solo, gua, flora, fauna e as diversas formas de vidasocial e humana, verifica-se que a minerao, assim como outras atividadeshumanas, interfere de alguma forma sobre todos eles.

    A minerao pode implicar alterao da paisagem natural por causa daatividade da lavra e da produo e disposio de seus rejeitos. Quando os minriosocorrem acima da superfcie dos solos, o seu aproveitamento exigir o corte dessesafloramentos, surgindo em seu lugar a cava da mina. J na minerao subterrnea,a alterao da paisagem praticamente inexistente, exceto pela instalao deunidades de beneficiamento, da construo de estradas de acesso mina e damovimentao de caminhes, tratores e ps carregadeiras.

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    Barragens de rejeitos so formas deconteno de efeitos destrutivos do meio ambiente, como exemplificado pela barragem de rejeitos da explorao de nibio no municpio de Arax, MG.

    A foto de mina a cu aberto nomunicpio de Catalo, GO, ilustra o processo de acmulo de rejeitos, nafalta de manejo adequado deste aspectoda minerao.

    Lembre-se que as mudanas no meio fsico podem ser provocadas porfenmenos naturais ou pela ao do homem. Em alguns casos, os primeirosresultam em impactos mais graves e destrutivos que a segunda. Assim comoatividades econmicas podem dar origem a desmatamento, poluio do ar e dagua, fenmenos naturais como tornados, maremotos, terremotos e erupesvulcnicas podem provocar danos ambientais locais que modificam intensamenteo ambiente fsico e da vida animal, vegetal e humana.

    A retirada da cobertura vegetal, implicando s vezes desmatamento maisextenso, necessria para a instalao do empreendimento (lavra e unidade debeneficiamento). O impacto do desmatamento maior no caso de lavras a cu aberto.

    Em relao alterao do meio fsico, a extrao de minrios produzrejeitos, que devem ter algum tipo de destinao final. O ideal para qualquerempreendimento industrial que no produza rejeitos. No caso da minerao, oideal seria que todos os minerais contidos na rocha extrada tivessem algum tipo deaproveitamento econmico. Nem sempre isto ocorre. Usualmente, os minerais quetm valor econmico vm acompanhados, na rocha, de outros no aproveitveis,que constituem os rejeitos. H dois tipos de rejeitos, a saber, os formados porpartculas mais grossas e os finos. Os primeiros so arranjados como pilhas e ossegundos vo para as chamadas barragens de rejeitos. Ambas as formas dedisposio tm de ser bem monitoradas para que no produzam acidentes comimpacto negativo sobre o meio ambiente e sobre a vida dos trabalhadores emoradores das localidades prximas. O rompimento de barragens de rejeitos deminerao, por exemplo, um dos maiores problemas ambientais que a atividadepode causar. Mas, j h conhecimentos e tecnologia que, se utilizados, reduzemsubstancialmente o risco desse tipo de acidente.

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    A minerao provoca mudanas tambm nas rotinas da vida da localidadeprxima. Aumenta a populao e o movimento de veculos, impondo a necessidade decriao de novos servios ou a ampliao dos j existentes no municpio. Tal efeitopode ter impacto positivo, medida que dinamiza a economia local. Note-se,entretanto, que a atividade mineral temporria, mesmo que sua durao possa serconsiderada longa, variando de 30 a 100 anos. Portanto, torna-se necessrio que apopulao local prepare-se para a etapa do fechamento das minas, buscando diversificara economia local com a incluso de atividades que sejam mais permanentes.

    As fotos mostram rea de explorao mineral: esquerda, foto tirada durante afase de extrao, direita, foto tirada aps recomposio da cobertura vegetal damesma rea.

    No caso da minerao, as mudanas que afetam a flora e a fauna solocalizadas e restritas. Isso acontece porque os bens minerais no ocorremdisseminadamente por todo o territrio, mas nos lugares onde processosgeolgicos concentraram determinadas formaes. Caracterizam-se pelo que sechama de rigidez locacional, ou seja, naquele lugar e no em outro quedeterminado bem mineral encontrado.

    A minerao tambm provoca impactos nos recursos hdricos, pois amaioria das operaes de extrao faz uso da gua. Esta usualmente captada emcursos dgua prximos localizao da mina e, aps seu uso, devolvida aoambiente. Segundo o ideal do desenvolvimento sustentvel, deve-se garantir queseja devolvida em condies saudveis. Os procedimentos necessrios purificao so previstos em leis de diversos pases.

    Algumas vezes, em razo da localizao dos minrios, requer-se o desviode cursos dgua, procedimento que pode ser executado sem provocar a drenagemdo rio. Outro problema referido ao uso da gua na minerao decorre doaprofundamento da lavra, que pode eventualmente atingir o lenol fretico,resultando em perigo de inundao das cavas e galerias da mina. Surge anecessidade de bombeamento da gua, que pode ser utilizada na prpria operaomineira, reduzindo a necessidade de captao de outras fontes. O excedentetambm pode ser utilizado para consumo de populaes prximas aoempreendimento mineiro, para irrigao ou abastecimento de outras indstrias. NoBrasil, no entanto, essa prtica no ainda muito difundida.

    As fotos abaixo mostram exemplos de recuperao de reas degradadaspela minerao.

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    Conclui-se, ento, que a atividade mineral pode ser um importante vetor dedesenvolvimento sustentvel. Faz-se necessrio, no entanto, que a sociedade localconhea melhor a atividade, discuta publicamente seus principais problemas esolues viveis, bem como as oportunidades que podem ser exploradas para odesenvolvimento local no presente e no futuro. Para tanto, necessrio promoverdebates abertos e participativos. A Agenda 21 do Setor Mineral abre caminho paraa efetivao desse ideal.

    Turma de alunos em capacitaopara aes de polcia ambiental(curso patrocinado peloDNPM/MMA).

    Nem todos os empreendimentos mineiros tm recursos financeiros e pessoalcapacitado para utilizar a tecnologia que permita diminuir o impacto ambiental daatividade. Esto nessa categoria, por exemplo, garimpeiros e extratores artesanais deargila, areia e cascalho, que operam unidades informais de produo. Mesmo que sejamatividades de pequeno porte, h impactos negativos no meio ambiente e na sade esegurana dos trabalhadores. No Brasil, dado o contexto social em que ocorrem taisatividades informais, que absorvem grande nmero de pessoas com pouca qualificaoprofissional, o Ministrio das Minas e Energia vem preconizando a adoo de polticaspblicas que facilitem sua regularizao legal, bem como a capacitao tcnica egerencial dos trabalhadores e no simplesmente seu fechamento ou interdio.

    As fotos mostram uma forma de criar conteno para a rocha em explorao, que uma vala construda para recolhimento do rejeito e da gua pluvial (rea deminerao explorada em Vila Pavo, ES).

    Hoje se sabe que a minerao pode diminuir para nveis aceitveis os impactosambientais negativos, se for bem planejada e fizer uso de tecnologias j disponveis.Em vrios pases, a includo o Brasil, leis bastante restritivas determinam aresponsabilidade ambiental dos mineradores. Varia, no entanto, o grau de eficciado controle pblico do cumprimento dessas leis.

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    Exemplos de eventos essenciais para apromoo da Agenda 21 Mineral soseminrios de sensibilizao, como ocaso do promovido pelo Programa deIncentivo aos Pequenos Mineradoresda Paraba.

    A AGENDA 21 MINERAL

    O Ministrio das Minas e Energia, por meio da Secretaria de Geologia,Minerao e Transformao Mineral, vem, desde 2005, incentivando e fomentandoa implantao de Agendas 21 que incluam a discusso de formas de organizaoe funcionamento das atividades de minerao no pas. Esta diretiva leva em contaa utilidade de promover as seguintes aes:

    1) a discusso, com a populao do local onde a minerao instala-se, deseus impactos sobre o meio ambiente e sobre o cotidiano da localidade;2) a transferncia de informaes tcnicas e cientficas que facilitem aelaborao de plano de desenvolvimento sustentvel sob aresponsabilidade do poder pblico local;3) o planejamento da desativao da(s) mina(s), a ser feito com aparticipao da comunidade local.

    Esta ltima ao fundamental, j que a minerao uma atividade queexplora recursos naturais que se esgotam. Pensar o que fazer nesse momentofinal e aps o meio de evitar problemas com graves conseqncias sociais,verificados em muitos lugares, isto , desemprego, empobrecimento daspessoas e da localidade, movimentos migratrios desordenados, surgimento decidades fantasmas.

    Este o esprito da Agenda 21 aplicada ao setor mineral. Ela prev odiagnstico de cada situao como primeiro passo para o que se poderiachamar de intervenes restauradoras. Estas teriam como objetivo assegurar omonitoramento e gesto permanente da minerao, visando a garantir aqualidade de vida das populaes, o nvel adequado de produtividade daexplorao e a preservao do equilbrio natural. Com as iniciativaspreconizadas pela Agenda 21 do Setor Mineral, todos os envolvidos tm aganhar: o consumidor que se beneficia com a variedade e qualidade de bensque incluem componentes minerais diversos, os trabalhadores que daminerao tiram seu sustento, os empresrios, pequenos e grandes, quedependem da natureza para o sucesso de seus negcios, as populaes dasreas de minerao, que vo continuar l, mesmo se e quando esta parte daeconomia local se esgote.

  • A CONTRIBUIO DOS MINERAIS PARA O DESENVOLVIMENTODAS SOCIEDADES

    A procura e a extrao de bens minerais constituem captulo essencial nodesenvolvimento das civilizaes. A prpria classificao dos perodos da chamadapr-histria remete minerao: o paleoltico denota a idade da pedra lascada, oneoltico, a idade da pedra polida. Em todos os registros histricos e arqueolgicosreferidos aos primrdios da histria humana destaca-se a extrao de argilas paraa confeco de utenslios e de tintas para diferentes tipos de pintura.

    Na histria da colonizao espanhola e portuguesa na Amrica aminerao de pedras preciosas teve papel crucial. No perodo nacional, outros bensminerais contriburam para formar a riqueza de vrios pases latinos. A se inclui oBrasil, atualmente colocado entre os cinco maiores produtores mundiais de bensminerais. Oitenta tipos de bens minerais so explorados no pas, contribuindo parao desenvolvimento nacional e para fortalecer o setor exportador da economia.

    O IMPACTO POSITIVO DA ECONOMIA DA MINERAO NOS PADRESMODERNOS DE CONSUMO E DE QUALIDADE DE VIDA

    Tome-se como exemplo para ilustrar a importncia dos bens mineraisna modernidade as condies de vida de uma famlia de classe mdia, quemore em casa ou apartamento numa cidade grande ou de porte mdio. Paravrias finalidades, essa famlia depende de um meio de transporte para sualocomoo, seja automvel, nibus, motocicleta ou bicicleta. Todo o seu modode vida est intrinsecamente ligado a produtos da minerao. A casa feita detijolos, que resultam da queima de argila, unidos por cimento, que produzidoa partir de calcrio, os tijolos depois recobertos por massa colorida com tintas,tambm provenientes de bens minerais, a casa por fim protegida por telhas,feitas com argila.

    Dentro da casa, normalmente h um fogo, uma geladeira e outrosaparelhos eletrodomsticos. Tais aparelhos so feitos de ao, que uma liga dediversos metais como ferro, nquel, nibio, cromo e mangans, ou de diferentestipos de plsticos, provenientes do petrleo, que tambm um bem mineral. Namaioria dos casos, o gs utilizado no fogo tem origem mineral. As crianas da casaestudam, utilizando livros, cadernos, canetas e lpis. A produo do papel do livroe do caderno depende de insumos minerais como o enxofre, a barita, a argila, otalco. A maioria das canetas de plstico e a grafita, que um bem mineral, necessria para a produo do lpis. O giz que usado nas salas de aula tambmresulta de processamento de minerais.

    A lista abaixo exemplifica a presena abrangente de bens minerais nacomposio de artigos essenciais para a boa qualidade de vida da famlia moderna,que vive na cidade.

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  • - 10 -

    1) Automvel: Ferro (95 % APP), alumnio(90% APP), cromo (90% APP) e petrleo(combustveis, plsticos).

    2) Azulejos: caulim e feldspato (95% APP).

    3) Botijo de gs: ferro e mangans (ao),gs natural ou de petrleo (GLP).

    4) Caixa de gua: amianto.

    (70% APP), cimento (Calcrio 90% APP) epetrleo (PVC).

    5) Calha: zinco (80% APP) ou petrleo (PVC).

    6) Cama: ferro ou cobre (90% APP) epetrleo (espuma de PVC).

    7) Chuveiro: liga de cobre e zinco (caixa), argila (95% APP), talco e agalmatolito (isolante 90% APP).

    8) Contrapiso: calcrio (cimento), areia (95%) e brita (90% APP).

    9) Eletrodomsticos: alumnio, cobre e petrleo.

    10) Encanamento: ferro, cobre, zinco e petrleo.

    ELEMENTO BENS MINERAIS PRINCIPAISTijolo argilas e feldspatosTelha argilas e feldspatosVidro areias quartzosasFios eltricos e telefnicos petrleo e cobreMaterial Cermico caulim, calcrio, feldspato, talco, fluoritaCimento e massa calcita, dolomita, gipsita, vermiculita, quartzoTintas calcrio, talco, caulim, titnio, xidos metlicosEncanamentos ferro, cobre, petrleo, calcitaPias e material ornamental Mrmores, granitos, gabros, ferro, nquelPisos Mrmores, ardsias, quartzitos, granitosFogo, geladeira e outros Ferro,nquel, mangans, nibioBujo de gs Ferro, alumnio, mangans, petrleo ou gs naturalCosmticos argilas, talco, bismutoSabo e detergentes Brax (mineral de boro)Televiso Petrleo, monazita, bastnasita e xenotima Pilhas pirolusita, minerais de cdmio, galena, grafitaAutomvel Ferro, nquel, alumnio, petrleo, argilas, etc.

    A figura abaixo detalha melhor esta presena.

  • 11) Estrutura (pilastra): areia e calcrio (cimento).

    12) Fiao: cobre, alumnio e petrleo (capas e conduites de PVC).

    13) Forro: gipsita (gesso 60% APP).

    14) Fundaes: calcrio (cinzento), areia, brita e ferro (armao).

    15) Janela: ferro, alumnio, cobre e estanho.

    16) Laje: ferro, brita, areia e calcrio (cimento).

    17) Lmpada: tungstnio (filamento 95% APP), alumnio (soquete), quartzo (80% APP efeldspato (vidro).

    18) Loua sanitria: caulim, filito (70% APP) e feldspato.

    19) Pia: mrmore (95% APP), granito (95% APP), nquel (95% APP), cobalto (95% APP), cromoe ferro (ao inoxidvel).

    20) Pintura: petrleo (resina), caulim, calcrio e oxido de titnio (pigmento).

    21) Revestimento: argila, caulim, feldspato e xido metlico (pigmento 70% APP).

    22) Tanque: petrleo (plstico), calcrio (cimento), areia e brita.

    23) Telhado: argila (telha), betume, calcrio e areia (acabamento).

    24) Tijolo: argila vermelha.

    25) Vidro: quartzo e feldspato.

    Conclui-se, ento, que a minerao representa um dos pilares dodesenvolvimento econmico e do progresso material da sociedade moderna. Ospadres mais elevados de consumo dependem da incorporao de bens mineraisem produtos acabados e em insumos necessrios para a produo deequipamentos e utenslios sem os quais nossa civilizao tecnolgica no maispassa e sem os quais ela no pode avanar. Este o papel positivo da minerao,que pode ser cada vez mais ressaltado graas afirmao e efetivao dos ideaisdo desenvolvimento sustentvel.

    As estatsticas mostram que, no caso do Brasil, os nveis de consumo debens minerais por habitante ainda esto muito abaixo da mdia registrada nospases desenvolvidos. A promoo de investimentos e de iniciativas em setoresdiversos da economia, bem como a aplicao de medidas polticas destinadas aestimular o consumo em geral ter como efeito o incremento do consumo de bensminerais. Tome-se, por exemplo, o aumento de investimento na construo civil,que absorve grandes volumes de areia e brita. Em 2006, o consumo desses doisbens minerais por habitante, nos pases mais desenvolvidos, era de 10 toneladas(10.000 quilos); no Brasil era de 2 toneladas. Os dados demonstram o dficithabitacional no pas, a ser superado por mais investimento na construo civil. Domesmo modo, outras polticas de incentivo ao crescimento econmico levaro aoaumento geral do consumo de bens minerais por habitante, condio estadiretamente proporcional a nveis mais elevados de desenvolvimento social paratodas as regies e para todas as camadas sociais.

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  • Figura 1 - Diagrama mostrando a estruturao da Terra, tanto sob o pontode vista composicional quanto do comportamento fsico.

    Mas, crescimento econmico com boa qualidade de vida para todos epreservao do equilbrio ambiental meta cuja realizao no tem receita nica.Da a importncia do conhecimento e do diagnstico de cada situao e de cadalocalidade, como preparao para a elaborao de um plano bem feito e vivel dedesenvolvimento sustentvel.

    Antes da apresentao do caso de Vila Pavo, municpio do Esprito Santo,que grande produtor de granito, vejamos de que modo a estrutura geolgica decada regio delimita sua potencialidade econmica e condiciona os modos derealizao da vida material do agrupamento humano que nela habita.

    O COMPONENTE GEOLGICO DA NATUREZA

    A Terra o terceiro planeta do Sistema Solar, localizado em uma regioperifrica da chamada Via Lctea, que apenas mais uma galxia dentro do universoconhecido. As principais caractersticas fsicas do Sistema Solar mostram que osistema pode ser dividido em dois grandes conjuntos (desde que no consideremosPluto) separados pelo Cinturo de Asterides: conjunto interno e conjunto externo.Os planetas internos se caracterizam por altas densidades, pequenos dimetros eausncia de anis, com a Terra sendo o nico com um grande satlite, a Lua.

    A Terra um corpo esfrico com dimetro equatorial de 12.756.776 metrose polar de 12.713.824 metros, tendo como maior elevao o Monte Evereste comquase 9.000m e maior depresso a Fossa das Filipinas com quase 11.000m abaixodo nvel do mar. Sua visualizao mostra que ela formada por terras altas(usualmente emersas) e terras baixas, normalmente cobertas por gua, o que explicada pela diferente densidade das suas rochas constituintes. O interior da Terrano pode ser verificado diretamente (os furos mais profundos no chegaram aos 20km), mas suas caractersticas podem ser deduzidas a partir das ondas causadaspelos terremotos, indicando a seguinte diviso (em valores aproximados):

    -a- 5100 km at 6378 km de profundidade Ncleo Interno-b- 2900 km at 5100 km de profundidade Ncleo Externo-c- 670 km at 2883 km de profundidade Manto Inferior-d- 35/40 km at 670 km de profundidade Manto Superior-e- 0 km at 35/40 km de profundidade Crosta

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  • Figura 3 - Esquema exemplificando o movimento relativo das PlacasLitosfricas e suas dinmicas de interao.

    Figura 2 - A Terra e a distribuio das principais Placas Litosfricas.

    A Terra pode ser vista como um corpo em constante transformao, noapenas em movimento, o que confirmado pelas caractersticas de sua evoluo. Istopossibilita individualizar no planeta uma srie de blocos em constante movimento unsem relao aos outros: as Placas Litosfricas (conjuntos de crosta ocenica econtinental e da parte superior do manto litosfera), mostradas nas Figuras 02 e 03.Isto realizado atravs da localizao de vulces (crculo de fogo) e dos focos deterremotos, j que estes movimentos permitem a liberao do calor interno do planeta.

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  • Figura 4 O Ciclo das Rochas. A figura mostra como diferentes tipos rochosos podem setransformar uns nos outros atravs de distintos processos sobre e sob a crosta terrestre.

    Rochas gneas ou magmticas formam-se pela cristalizao do magma,uma massa de rocha fundida que se originou em profundidade na crosta e no mantosuperior. Quando o resfriamento dessas rochas ocorre no interior na crostaterrestre, o produto resultante ser do tipo gnea intrusiva ou plutnica, se o magmachegar superfcie, a rocha resultante ser do tipo gnea extrusiva ou vulcnica.

    Uma das formas mais comuns de classificao das rochas gneas (Figura 5) baseada em duas caractersticas principais: seu carter vulcnico ou plutnico eseu contedo em slica. O granito, que uma das rochas gneas mais abundantesna crosta terrestre, contm cerca de 70% de slica, sendo composta essencialmentepor quartzo, ortoclsio e quantidades mais baixas de plagioclsio e micas.

    Figura 5 Classificao das rochas segundo a quantidade de slica (SiO2) e seucarter vulcnico ou plutnico.

    O municpio de Tenente Ananias est inserido em um ambiente geolgicoconhecido como Provncia Borborema, uma regio formada por rochas muitoantigas afetadas pela Orognese Brasiliana, um evento geolgico marcado pelaformao de cadeia de montanhas, hoje em grande parte erodidas, iniciado hcerca de 900 milhes de anos atrs, na Era Neoproterozica.

    Na regio de Tenente Ananias afloram rochas gneas ou magmticas emetamrficas (Figura 4), pertencentes a dois conjuntos principais, o primeiroassociado ao Embasamento Cristalino e o segundo composto por rochas granticasde idade mais nova. Estas parecem, em boa parte, ser resultantes de choquecontinental, com fuso nas zonas de subduco.

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  • Parte das rochas sedimentares formada a partir da compactao e/oucimentao de fragmentos produzidos pela ao dos agentes de intemperismo epedognese sobre uma rocha preexistente, e aps serem transportados pela aodos ventos, das guas que escoam pela superfcie, ou pelo gelo, do ponto deorigem at o ponto de deposio. A classificao destas rochas sedimentaresdetrticas ou clsticas pode se basear no tamanho de seus principais constituintes,conforme mostrado no Quadro 1.

    Quadro 1 Classificao de rochas sedimentares segundo o tamanho dos constituintes.

    Sedimento Tamanho dos gros (milmetro) Nome da rochaArgila 0,005 Argilito

    Silte 0,005 a 0,062 Siltito

    Areia 0,062 a 2 Arenito

    Seixo redondo Maiores que 2 Conglomerado

    Seixo angular Maiores que 2 Brecha

    J as rochas metamrficas so produzidas quando as altas temperaturas epresses das profundezas da Terra atuam em qualquer tipo de rocha gnea,sedimentar ou outra rocha metamrfica para mudar sua mineralogia, textura e oucomposio qumica, embora mantendo sua forma slida, ou seja, sem atingir oponto de fuso dos minerais.

    Desta forma, o Embasamento Cristalino (equivalente s rochas maisantigas da regio, e que foram intrudidas pelos corpos granticos e pegmatticosneoproterozicos) representado por rochas metamrficas chamadas gnaisses emigmatitos, eventualmente associadas a granitides. Estas so includas noscomplexos Jaguaretama e Caic e na Sute Poo da Cruz.

    Um gnaisse caracterizado pela alternncia de camadas de mineraisflsicos (brancos) e minerais ricos em FeO e MgO (com cor variando de cinza apreto). Essa alternncia denominada bandamento gnissico.

    J um migmatito uma rocha metamrfica que comeou a ter seus cristaisfundidos e recristalizados, sendo, desta forma, formada por pores claras eescuras, com as pores claras apresentando um aspecto gneo e as poresescuras exibindo feies metamrficas, como bandamento.

    As principais ocorrncias minerais no municpio de Tenente Ananias so:feldspato, gua marinha, esmeralda e ametista (Figura 6).

    As rochas do Embasamento Cristalino e dos granitides tambm podemser empregadas como rocha ornamental, especialmente os migmatitos, os quaisso utilizados em pisos e revestimentos, assim como para a produo de brita e derocha dimensionada utilizada na construo civil.

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  • Figura 6: Em (A) amostra da variedade de quartzo roxo conhecido como ametistae seu emprego em jias (B) e (C); em (D) exemplar de gua-marinha e sua utilizaona fabricao de jias de grande valor (E) e (F) e em (G) amostra de feldspato e suaaplicao na confeco de peas de cermica.

    As mineralizaes de gua-marinha de Tenente Ananias refletem o grandepotencial do Estado do Rio Grande do Norte para a produo de mineraisgemolgicos, ou seja, minerais empregados na fabricao de jias.

    A rocha na qual so encontrados os cristais de gua-marinha denominadapegmatito, sendo muito semelhante a um granito, mas possuindo minerais bemmaiores. Correspondem aos lquidos finais do magmatismo grantico doNeoproterozico. Na regio de Tenente Ananias a rea que esta rocha ocupa deaproximadamente 460km2, com a maioria deles encaixada em gnaisses e migmattos.

    So 25 os principais pegmatitos desta regio, dentre os quais se destacam ode Nova Descoberta, Mina Velha, Rabo Gordo, Mina do Meio, Jorge, Jerimum eTalhado. Os minerais de pegmatito associados gua-marinha de Tenente Ananiasso o quartzo, a amazonita, a moscovita e, em menor quantidade, a granada.

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  • MAPA GEOLGICO DE TENENTE ANANIAS

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  • A MINERAO EM TENENTE ANANIAS

    Tenente Ananias um municpio do Rio Grande do Norte rico em depsitosde gemas de grande valor comercial, destacando-se a gua marinha, a turmalina ea esmeralda. Junto com os municpios de Lajes Pintadas, Parelhas e Equador,concentra 73,6% do total desse tipo de depsitos j mapeados no estado.

    O povoado de Ipueira, que deu origem a Tenente Ananias, comeou nadcada de 1940, como pequena feira de comercializao de produtos agrcolas noterritrio do municpio de Alexandria. A emancipao ocorreu em 1963, poca emque o potencial de riqueza mineral da regio j era conhecido. O lugar mudou denome, a denominao Tenente Ananias sendo homenagem a filho da terra cujafamlia continuava influente na localidade. Sua vocao econmica principaltambm mudou, passando a ser a minerao de pedras preciosas. Admite-se que oprimeiro achado de gua marinha na regio tenha ocorrido em 1943, na localidadeconhecida como Fazenda da Mata. Mas, a atividade garimpeira s se consolidoucerca de dez anos depois, quando novas descobertas chamaram ateno pela purezae qualidade das pedras encontradas. Rapidamente a gua marinha de TenenteAnanias transformou-se em paradigma de beleza em virtude das tonalidades do azule do talhe grande da mdia do tamanho das gemas. Apesar de no haver registrosconfiveis da produo local, o Anurio Mineral Brasileiro de 1980 d notcia dorpido crescimento do valor da exportao de gua marinha, abundante nessaregio do Rio Grande do Norte, nos anos de 1977, 1978 e 1979. Em Tenente Ananias,a produo atingiu o nvel mximo entre 1981 e 1988. Segundo clculo no oficial,s em 1982, 225 quilos dessa gema saram de veios explorados nos arredores dacidade. Mas, nos anos 1990, as reservas de fcil alcance estavam praticamenteesgotadas. A continuidade da minerao como fonte de dinamismo econmico localpassou a exigir investimentos em pesquisa geolgica e em melhor organizao egesto das unidades produtivas, recursos esses escassos na localidade.

    O maior dinamismo da minerao em Tenente Ananias na dcada de 1980decorreu do incentivo financeiro e do apoio tcnico que o governo estadual entoassegurava. Essas iniciativas de fomento minerao de pedras preciosasbeneficiaram pequenos mineradores em vrios municpios da regio. Cooperativasde garimpeiros foram criadas em So Tom, Serro Cor, Lajes e Equador.Nas cidadesde Currais Novos, Parelhas e Tenente Ananias foram organizados centros delapidao e artesanato mineral. A diminuio ou interrupo de apoio governamental

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    gua marinha em estado bruto, lapidada e semi-lapidada.

  • Extrao de gemas em Tenente Ananias: arrimos precrios (foto esquerda),tcnicas primitivas (foto direita).

    No caso da gua marinha, a comercializao feita em lotes da pedrabruta, tendo maior valor comercial as gemas com tonalidades mais intensas deazul. Nos anos de grande produo em Tenente Ananias e Lajes Pintadas,comerciantes de Minas Gerais e do Rio de Janeiro compravam as pedras nosprprios garimpos. Nos anos de produo menor, os prprios garimpeirospassaram a ir s cidades onde o comrcio de gemas j est bem organizado, como o caso de Tefilo Otoni, em Minas Gerais. Mas, tambm as vendem em dias defeira em Tenente Ananias, So Tom, Parelhas e Equador.

    tem tido como resultado a estagnao da atividade mineradora, j que osgarimpeiros no tm fontes prprias de financiamento para investir em tecnologiase equipamentos mais modernos, requeridos pelo atual estgio de explorao dasgemas. Em tal contexto, retornam lavoura e pecuria, que constituem a base daeconomia de subsistncia local.

    ORGANIZAO DA MINERAO EM TENENTE ANANIAS

    A atividade garimpeira no Rio Grande do Norte intermitente,prevalecendo nos anos de estiagem prolongada. O extrativismo mineral maisintenso quando o perodo de seca coincide com preos atraentes no mercado depedras preciosas.

    De modo geral, a garimpagem feita com uso exclusivo de ferramentasmanuais e aplicao de explosivo caseiro (mistura de nitrato de potssio com umpouco de leo combustvel). Trata-se de trabalho penoso, arriscado e de baixarentabilidade em virtude da disperso das rochas das quais as gemas podem serextradas. Quando os garimpeiros dispem de equipamentos mecnicos, comocompressor, martelete, guincho, bomba dgua, a extrao pode ocorrer em maiorprofundidade e com maior rapidez. O uso de tais equipamentos aumenta a produo.Tm sido utilizados com sucesso na minerao da gua marinha em Tenente Ananias.Mas, se o equipamento mais primitivo, no h controle da emisso de poeira, o quepode provocar a silicose, afeco pulmonar que pode levar morte. Verifica-se, ento,que as condies da atividade minerria na regio so ainda precrias, tanto do pontode vista tecnolgico, quanto do cuidado com a sade dos garimpeiros.

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  • esquerda, equipamento para o esvaziamento do tnel de jazida em explorao; direita, o resultado sob a forma de rejeitos (fotos tiradas em Tenente Ananias).

    O melhor cenrio para a ativao econmica dessa atividade produtivadeve incluir projetos de processamento industrial das gemas no local daextrao. Dessa forma, o municpio se beneficiar integralmente da atividademinerria que nele ocorre.

    Outra forma de minerao que vem sendo desenvolvida em TenenteAnanias a extrao de argila. Esta usada em olarias, que produzem tijolospara consumo local.

    O garimpo uma atividade extrativa que no se organiza sob a forma deempresa registrada, sendo parte da chamada economia informal. A renda que gera comumente assim distribuda: 10% do valor de comercializao do lote de gemas sodestinados ao proprietrio da terra onde se localiza a mina; 50% vo para o financiadorda atividade extrativa e 40% para o(s) garimpeiro(s). As pedras brutas vendidas solapidadas no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, transformando-se em jias de grandevalor agregado. Portanto, o municpio onde se realiza a extrao e o prprio estado doRio Grande do Norte perdem renda por no participarem da etapa mais rentvel dociclo econmico das gemas, que o da transformao da pedra preciosa em jia oupea ornamental, vendida no mercado nacional e no de outros pases.

    IMPACTO DA MINERAO EM TENENTE ANANIAS

    Os depsitos de gemas no Rio Grande do Norte tm dimenses modestas,mas so significativos para minerao de pequena escala, genericamente chamadade garimpo. Este tipo de atividade econmica torna-se importante em pases eregies nos quais h necessidade de fomento de formas estveis de absoro demo-de-obra pouco qualificada com o objetivo de gerar oportunidades de trabalhoe de gerao de renda. No agreste nordestino, esta opo econmica tambm secoloca como forma de compensao do impacto negativo da seca no setor agrcola.

    A extrao de gemas gera rejeitos e pode levar poluio de cursos dgua.Mas, o planejamento da atividade segundo os princpios do desenvolvimentosustentvel pode contribuir para minimizar ou mesmo neutralizar os aspectosnegativos da pequena minerao. Tal planejamento deve incluir iniciativas derevitalizao de cooperativas de garimpeiros e a retomada de programas de crditoe de apoio tcnico para os investimentos demandados, cujo custo no elevado.

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  • INFORMAES IMPORTANTES SOBRE A LEGISLAO QUE REGULAMENTAA MINERAO NO BRASIL

    De acordo com a Constituio brasileira de 1988, os recursos minerais sode propriedade da Unio. Os direitos de lavra e de comercializao podem serconcedidos a empresas, que devem ser organizadas e geridas de acordo com o que disposto em leis e regulamentos especficos. Esto excludos desta condio osbens minerais explorados por empresas estatais, em regime de monoplio. Emgeral, tais bens so considerados estratgicos para o desenvolvimento do pas epara a segurana nacional. Este o caso do petrleo e de minerais nucleares.

    O Cdigo de Minerao, sistematizado pelo decreto-lei 227, de 27 defevereiro de 1967, estabeleceu os princpios gerais da propriedade mineral e dasformas legais de explorao e comercializao de bens minerais. Segundo estalegislao, a pesquisa e a lavra somente podem ocorrer aps autorizao ouconcesso por rgo especfico do Governo Federal. A empresa deve estarconstituda segundo a legislao brasileira que define a nacionalidade dosinvestidores e o percentual de capital estrangeiro autorizado. O Cdigo determinaque o aproveitamento de jazidas dependa de alvar de autorizao de pesquisaconcedido pelo Diretor- Geral do Departamento Nacional de Produo Mineral -DNPM, rgo do Ministrio das Minas e Energia. A concesso de lavra deve seroutorgada pelo prprio Ministro de Estado das Minas e Energia.

    A Constituio tambm prev que parte do lucro com a comercializao dobem mineral seja entregue ao proprietrio do solo. Exige-se, ainda, que a empresapague tributo de at 3% sobre o faturamento lquido do negcio ao GovernoFederal. Trata-se da Compensao Financeira pela Explorao Mineral CFEM. Dovalor arrecadado, 65% vo para a Prefeitura do municpio onde se localiza a jazida.

    As autorizaes de pesquisa e o direito de lavra so concedidos por prazosdeterminados. Podem ser transferidos para outras empresas, desde que haja prviaautorizao da autoridade pblica.

    Como o cuidado como o meio ambiente e a preservao do uso adequadodo solo so responsabilidades compartilhadas pelos governos municipais,estaduais e pelo governo federal, algumas etapas da economia da mineraoocorrem fora da esfera da Unio. A avaliao e aprovao de Estudos de ImpactoAmbiental e de Planos de Recuperao de rea Degradada cabem a rgos decontrole ambiental de prefeituras e de governos estaduais. O governo municipal a instncia final para a aprovao da concesso de licena ambiental para extraode bens minerais em seu territrio.

    tambm o governo municipal o responsvel pela concesso de licenaespecfica que autoriza a extrao de areia, cascalho e saibro para uso naconstruo civil. A validade da licena concedida depende, no entanto, deconhecimento e registro prvio no DNPM. Este tipo de autorizao assegura quergos governamentais possam promover a extrao de bens minerais paraconstruo de obras pblicas, respeitados os direitos minerrios nas reas onde asobras sero executadas, sendo vedada a comercializao de recursos mineraisextrados sob esta modalidade.

    O Cdigo tambm prev a chamada permisso de lavra garimpeira. Trata-se docaso de aproveitamento imediato de jazimento mineral que, por sua natureza, dimenso,localizao e utilizao econmica, pode ser lavrado sem prvio trabalho de pesquisa.

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  • Esta permisso pode ser outorgada a brasileiros e a cooperativas de garimpeiros,autorizadas a funcionar como empresas de minerao. A permisso tem prazodefinido de cinco anos, podendo ser renovada sem limitao. A rea a ser exploradano pode exceder 50 hectares, salvo quando outorgada a cooperativa de garimpeiros.

    As concesses de lavra para empresas podem ser sucessivamenterenovadas. Uma mesma empresa pode requerer e receber nmero ilimitado deconcesses de pesquisa e de lavra.

    No caso da extrao, as seguintes etapas devem ser cumpridas, com odevido conhecimento e aprovao do DNPM: 1- pesquisa da potencialidade mineralda regio e da jazida; esta deve indicar a expresso econmica da reserva e doempreendimento proposto; 2- produo de relatrio sobre o potencial mineral eda(s) jazida(s), protocolado no DNPM; 3- apresentao de Plano de AproveitamentoEconmico, que deve ser aprovado pelo DNPM; 4- publicao da portariaautorizando a lavra; 5- obteno da Licena Ambiental de Operao.

    Mais informaes sobre a legislao mineral e procedimentos para aobteno de alvar de licena para pesquisa e lavra nos seguintesendereos eletrnicos:

    http://www.dnpm.gov.br/ - Departamento Nacional da Produo Mineral, ondeso disponibilizados dados sobre a produo mineral brasileira, textos de leis,decretos e normas legais. No link Economia Mineral tem-se acesso aoAnurio mineral Brasileiro. O Guia do Minerador acessvel emhttp://www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/Guia/indice.php. A busca de processos podeser realizada em https://sistemas.dnpm.gov.br/sicom/sicom.asp. O Sigmine um verdadeiro local de informaes geogrficas da minerao brasileira(https://sistemas.dnpm.gov.br/sicom/sicom.asp).

    http://www.cprm.gov.br/ - o endereo do Servio Geolgico do Brasil. Nele,muitas informaes importantes podem ser encontradas, inclusive mapas erelatrios geolgicos (pelo caminho geologia geologia bsica projetosdisponveis em CDROM), o livro Geologia, Tectnica e Recursos Minerais do Brasil,e livros, mapas e relatrios sobre Paleontologia, Geocronologia e Hidrogeologia.Ressalte-se o GEOBANK (http://geobank.sa.cprm.gov.br/) , um impressionantebanco de dados geolgicos.

    www.igc.usp.br/geologia - textos de professores e bolsistas da USP cominformaes a respeito do planeta e das formas de seu estudo.

    http://www.ibram.org.br/ - O Instituto Brasileiro de Minerao (IBRAM) aentidade nacional representativa das empresas e instituies que atuam naindstria da minerao.

    http://paginas.terra.com.br/educacao/br_recursosminerais/ - Dezenas de endereossobre geologia e recursos minerais do Brasil e de outros pases.

    http://www2.petrobras.com.br/portugues/index.asp - endereo da Petrobrs, estatalbrasileira de Petrleo, e uma das mais importantes do mundo.

    http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br/index.htm - Endereo de projeto da Embrapa,onde podem ser encontradas imagens de relevo e imagens de satlite de todo o Brasil.

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  • http://www.ige.unicamp.br/ - Endereo eletrnico do Instituto de Geocincias daUNICAMP, onde podem ser acessadas aulas e apresentaes (no caminhograduao download de aulas).

    http://www.ibge.gov.br Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica. Destaquespara a seo de download, onde podem ser obtidos mapas topogrficos emdiversas escalas; para o endereo http://www.ibge.gov.br/cidadesat/default.php,onde se encontram informaes sobre todos os municpios brasileiros; e para oendereo http://www.ibge.gov.br/paisesat/, onde informaes atualizadas sobretodos os pases so apresentadas.)

    GLOSSRIO DE TERMOS MAIS USADOS NA DESCRIO DASCARACTERSTICAS GEOLGICAS DAS REGIES RICAS EM BENS MINERAIS

    AAO: liga de ferro com carbono e outros metais (nquel, cromo, nibio e outros).AFLORAMENTO: exposio natural ou artificial das rochas.ALVIO: depsito fluvial de argila, areia e cascalho.ATMOSFERA: camada de ar que envolve a Terra.BBACIA SEDIMENTAR: regio rebaixada da crosta terrestre, onde o material proveniente daalterao e desagregao das rochas depositado e preservado.BATLITO: grandes corpos de rochas plutnicas contnuas, em profundidade.BENEFICIAMENTO: qualquer processo de concentrao de metal ou substncia mineral objetode interesse econmico;BIODIVERSIDADE: variedade dos componentes biolgicos da natureza. A biodiversidade de umaregio compreende o total de genes, espcies, populaes e ecossistemas nela contidos; CCOMBUSTVEL FSSIL: nome para os bens minerais originados de rochas sedimentaresbiognicas. Refere-se ao petrleo, gs, carvo, linhito, turfa e folhelho betuminoso; CONDICIONADOR DE SOLO: produto que aumenta a capacidade do solo de absoro defertilizantes, reteno de gua, aerao e contedo orgnico;CRTON: parte da crosta terrestre pouco deformada por longos perodos geolgicos;DDEPSITOS DETRTICOS: resultam da concentrao gravimtrica de bens minerais liberadoscomo fragmento das rochas originais;DIAGNESE: processos geolgicos de baixa temperatura que sucedem deposio desedimentos, levando, geralmente, transformao destes em rochas sedimentares(litificao).DORSAIS OCENICAS: faixa contnua, ssmica e vulcnica de relevo positivo compondocadeias montanhosas no fundo ocenico.EECOSSISTEMA: unidade territorial que inclui todos os organismos, interagindo com oambiente fsico;EFLUENTE: lquidos ou gases que escoam de um sistema de coleta artificial;ELVIO: material residual superficial que resultou do intemperismo da rocha no local onde aflora;EROSO: processos degradacionais da superfcie terrestre, incluindo transporte, ao mecnica equmica tendo como causadores a gua corrente, vento, gelo ou organismos;ESTRIL: material no aproveitvel descartado na frente de lavra;EVENTOS ENDGENOS: fenmenos que ocorrem em profundidade, onde os materiaissofrem grandes variaes de temperatura e presso. Por exemplo, as atividades magmticase os terremotos;

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  • EVENTOS EXGENOS: fenmenos que ocorrem na superfcie, com nveis de presso etemperatura baixa. Por exemplo, o intemperismo e a eroso.EXAUSTO: esgotamento do minrio com condies econmicas para serem extrados.FFERTILIZANTE: substncia mineral ou orgnica, natural ou sinttica, fornecedora de um ou maisnutrientes s plantas;FSSIL: testemunho de vida no tempo geolgico, encontrado nas rochas; GGARIMPO: depsito que permite aproveitamento imediato do bem mineral que, por suanatureza, dimenso e localizao pode ser lavrado com poucos trabalhos prvios de pesquisa.Empregado como sinnimo de minerao informal e minerao artesanal;GEMA: mineral passvel de ser transformado em jia, ornamento ou objeto de arte;GEODIVERSIDADE: variedade dos componentes que formam e caracterizam o solo e o subsolode uma regio. A geodiversidade compreende o total dos solos, rochas, minerais e fsseis quecaracterizam a superfcie fsica de uma regio e conformam o relevo e as principaiscaractersticas que servem de fundamento para sua paisagem e riquezas minerais;GEOGRAFIA: cincia que estuda a superfcie da Terra, seus acidentes fsicos, climas, solos evegetaes alm das inter-relaes entre o meio natural e os grupos humanos;GEOLOGIA: cincia que estuda a histria, a composio, a estrutura, as forma e as riquezasminerais da Terra;GUSA: produto da reduo do minrio de ferro em alto-forno, contendo silcio, mangans,fsforo e enxofre.HHIDROCARBONETO: substncia orgnica formada por cadeias de hidrognio e carbono: petrleo,gs e asfalto;IINTEMPERISMO: processos de alterao e quebra das rochas, como resultado da exposio aagentes naturais fsicos, qumicos e orgnicos;JJAZIDA: massa individualizada de substncia mineral ou fssil com valor econmicoencontrada na superfcie ou no interior da Terra.LLAVRA: conjunto de operaes para a extrao dos bens minerais para aproveitamentoeconmico;LAVRA AMBICIOSA: lavra onde o minerador extrai exclusivamente os bens minerais de maiorteor;LITIFICAO: consolidao de material lquido ou de partculas em rochas slidas;LITOSFERA: poro superior do planeta Terra constituda pela crosta continental, crostaocenica e parte superior do manto;MMAGMA: material rochoso em estado de fuso que, ao se consolidar, d origem s rochasmagmticas;MANTO: camada do globo terrestre situada entre a descontinuidade de Mohorovicic (~35 kmde profundidade) e a de Gutemberg (~2.900 km de profundidade);METAL: materiais slidos geralmente possuindo alto ponto de fuso e sendo bons condutorestrmicos e eltricos;METAMORFISMO: processo de reajustamento qumico, mineralgico e estrutural de rochasslidas em condies fsicas e qumicas impostas externamente;METASSOMATISMO: substituio qumica por dissoluo de um mineral ou rocha pr-existente;MINA: local de extrao de bens minerais. Pode ser a cu aberto, subterrnea, em leito de riosou por processos especiais de extrao;MINERAL: elemento ou substncia inorgnica natural com composio qumica e propriedadesfsicas definidas;

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  • MINERAIS INDUSTRIAIS: rochas e minerais, inclusive os sintticos, predominantemente nometlicos que, por suas propriedades fsicas ou qumicas e no pela energia gerada ou pelosmetais extrados, so utilizados em processos industriais;MINERAIS NUCLEARES: substncias minerais naturalmente radioativas e utilizadas para aobteno de energia nuclear;MINRIO: mineral, rocha ou fssil que tenha, no momento presente, valor econmico. Outradefinio considera minrio todo mineral ou rocha til para a sociedade;OOCORRNCIA: local onde se encontra mineral ou rocha com valor econmico, mas semestudos para dimensionar seu potencial;PPEDRA SABO: nome popular de rocha metamrfica chamada esteatito cujo principalconstituinte o talco. Utilizada para a produo de artesanato e escultura;PELOTIZAO: tratamento prvio dado a alguns bens minerais. Consiste na moagem do minrioat transform-lo em pelotas, seguida de aquecimento para eliminar a umidade;PETRLEO: combustvel fssil gerado por reaes termoqumicas em massas demicroorganismos acumulados, principalmente, em bacias sedimentares ocenicas;PIGMENTO: produtos slidos, naturais ou artificiais, estveis quimicamente e inertes aos agentesatmosfricos e gua. Dotados de poder de cobertura quando aplicados sobre um material;POLUIO AMBIENTAL: introduo no meio ambiente de substncias ou efeitospotencialmente perigosos para a sade e/ou o meio ambiente.QQUILATE: 1. Medida de peso usada para gemas, igual a 0,2 gramas; 2. Proporo do contedo deouro nas ligas onde 24 quilates o ouro puro, ou seja, ouro de 18 quilates significa uma liga de18/24 ou 750 milsimos de ouro e 6/24 ou 250 milsimos de outro metal (cobre, prata, platina, etc).RRADIOATIVIDADE: desintegrao natural de elementos qumicos com a emisso de radiaese formao de novos elementos, com pesos atmicos menores;REAPROVEITAMENTO: processo de aproveitamento dos materiais e produtos descartveisque pode ocorrer por reparo, reuso, refabricao ou reciclagem.RECICLAGEM: aproveitamento das matrias primas constituintes dos produtos descartados.Por exemplo, o alumnio das latinhas de refrigerante e cerveja;REUSO: aproveitamento dos produtos descartveis. Por exemplo, as garrafas de vidro;RECURSO AMBIENTAL: atmosfera, guas interiores, superficiais ou subterrneas, esturios,mar territorial, solo, subsolo, fauna e flora;RECURSO ESPECULATIVO: recurso no descoberto que pode ocorrer em ambiente geolgicofavorvel, onde nenhuma descoberta foi realizada;RECURSO MINERAL: somatrio das reservas conhecidas e no conhecidas de uma regio,pas ou o mundo;RECURSO NATURAL: conjunto das riquezas naturais aproveitadas pela sociedade humana;RECURSOS MINERAIS ENERGTICOS: bens minerais utilizados como fontes energticas:petrleo, carvo e minerais radioativos;REJEITO: material retirado da mina e descartado por no ser aproveitvel;RESERVA: quantidade de minrio presente em uma mina;RIGIDEZ LOCACIONAL: os depsitos minerais so encontrados em locais especficos ondeprocessos geolgicos viabilizaram a concentrao de bens minerais;ROCHA: agregado natural de um ou mais minerais. As rochas se dividem em trs grandesfamlias: magmtica, sedimentar e metamrfica;SSEDIMENTAO: deposio de material natural slido (sedimentos) em condiesfisicoqumicas normais na superfcie terrestre;SINTERIZAO: processo no qual uma mistura de finos de minrio de ferro, carvo e calcrioso queimados sobre uma grelha. A combusto resulta em um produto poroso e resistentedenominado snter.

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  • SOLO: camada superficial da superfcie terrestre possuidora de vida microbiana. Em algunslocais o solo espesso e em outros no foi formado.TTECTNICA DE PLACAS: teoria segundo a qual a superfcie terrestre est dividida em placasque se movimentam umas em relao s outras;TEOR: quantidade de metal presente no minrio. Existem diferentes conceitos de teor: teormdio (mdia dos teores), teor de corte;UUNIDADES DE CONSERVAO: espao territorial institudo pelo poder pblico, comcaractersticas naturais relevantes, tendo como objetivo a conservao dos recursos naturais.VVULCO: abertura na crosta terrestre por onde flui material magmtico (lavas, cinzas, gases).

    ANEXO - O TEMPO GEOLGICO E SUA DETERMINAO

    A determinao correta da idade das rochas e de suas sucesses anica maneira de contarmos a longa (mais de 4,6 bilhes de anos) histria denosso planeta, e ela feita pela geocronologia, que pode ser relativa ouabsoluta. Esta ltima tem permitido que os valores de idades para os diferentesconjuntos rochosos do planeta sejam progressivamente desvendados.

    Alguns dos elementos constituintes do universo apresentamcaractersticas radioativas, sendo marcados por instabilidades que podemocasionar o aparecimento de istopos mais estveis, seja do mesmo elemento,seja de outro. Estudos dos processos radioativos marcados pela desintegrao deelementos-pai para a formao de elementos-filho (radiognicos) mostram que odecaimento radioativo envolve uma constante chamada meia-vida, que o tempodecorrido para que metade da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho. Os principais istopos utilizados atualmente nas dataes radiomtricas(bem como os limites de utilizao) podem ser observados no quadro abaixo. Aitambm so mostrados os limites de cada mtodo (ou seja, para que conjunto deidades o mtodo apropriado).

    ISTOPOS MEIA-VIDA LIMITES DA DATAO (anos) MATERIAIS UTILIZVEIS

    Urnio238 - Chumbo206 4,5 bilhes de anos Entre 10 milhes e 4,6 bilhes Zirco, uraninita, badeleiita

    Urnio235 - Chumbo207 710 milhes de anos idem Zirco, uraninita, badeleiita

    Thorio232 - Chumbo208 14 bilhes de anos idem Zirco, uraninita, badeleiita

    Potssio40 - Argnio40 1,3 bilhes de anos Entre 100 mil e 4,6 bilhes Muscovita, anfiblios, rochas gneas

    Rubdio87 - Estrncio87 48 bilhes de anos Entre 10 milhes e 4,6 bilhes idem

    Samrio147 - Neodmio143 106 bilhes de anos Entre 10 milhes e 4,6 bilhes Rochas gneas, meteoritos

    Rnio187 smio187 42,3 bilhes de anos Entre 10 milhes e 4,6 bilhes Rochas gneas, meteoritos

    Carbono14 - Nitrognio14 5730 anos Entre 100 e 50000 Turfa, carvo, estalactites,gelo, gua, ossos

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  • A partir das determinaes geocronolgicas (inclusive com o estudo de fsseis),passou-se a classificar o tempo segundo perodos que marcam diferentes caractersticasde evoluo biolgica, de posicionamento relativo das placas e de climas dominantes(entre outras). Esta classificao chamada de Coluna do Tempo Geolgico e aceitamundialmente, sendo apresentada simplificadamente no quadro abaixo.

    Eon Era Perodo Incio-fim (milhes de anos)

    FANEROZICO CenozoicoNeogeno 23.0 -Paleogeno 65.5 - 23.0Cretceo 146 - 65.5

    Mesozoico Jurssico 200 - 146Trissico 251 - 200Permiano 299 - 251Carbonfero 359 - 299

    PaleozicoDevoniano 416 - 359Siluriano 444 - 416Ordoviciano 488 - 444Cambriano 542 - 488

    Neoproterozico 1000 - 542PROTEROZICO Mesoproterozico 1600 - 1000

    Paleoproterozoico 2500 - 1600Neoarqueano 2800 - 2500

    ARQUEANO Mesoarqueano 3200 - 2800Paleoarqueano 3800 - 3200

    HADEANO - 3800

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  • Tnel da Mina do Meio.

    Armazenamento de tijolos em processo.

    Rejeitos da Mina do Meio e Velha.

    Pedras de topzio extradas da Mina Velha.

    Tnel da Mina Velha.

    Trabalhador entrando na Mina Velha.

    Vista da IgrejaVista parcial de Tenente Ananias

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