geologia e geomorfolia associadas ao turismo sustentável

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AS PONTECIALIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS PARA O GEOTURISMO NA CACHOEIRA DO OURICURI Jailson da silva CARDOSO Graduando em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira [email protected] José Eldis Pereira dos SANTOS Graduando em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira [email protected] Gilvânia Ribeiro ROCHA Graduanda em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira [email protected] Rômulo Sérgio Macedo LINS Prof.Ms. em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira (orientador) [email protected] RESUMO Área da Cachoeira de Ouricuri é de característica própria apresentar em sua estrutura geológica rochas, que se encontra polidas e estriadas, bem como, os espelhos de falhas que são perceptíveis e possíveis de ser encontrada na superfície terrestre, onde aconteceram falhamentos. Além desse potencial geológico a cachoeira encanta seus visitantes pela exuberância da cobertura vegetal de mata fechada com uma tipologia de caatinga brejeira, a vegetação encontra-se entremeada das encostas e serras rochosas. Ao longo do curso o rio oscila seu volume hidrológico é volumoso no inverno e nas estiagens permanece com o fluxo menor, mas não seca, seu relevo é com formação de vale “V” com altitudes de 450 metros o que irá propiciar um clima mais ameno devido a este potencial geológico, geomorfológico e climático. Já existe o projeto “Caminhos do frio rota cultual”, e a Cachoeira de Ouricuri encontra-se inserida neste projeto situada nos domínios da bacia hidrográfica do Mamanguape e do rio Araçagi, sendo um dos seus afluentes na Paraíba. Nesta pesquisa objetivou-se em fazer um levantamento do potencial geológico e geomorfológico que há na Cachoeira de Ouricuri, Pilões/PB, na expectativa da implantação do geoturismo, no intuito de amenizar a degradação ambiental que já se encontra bastante acelerada, podendo contribuir para uma educação ambiental dos moradores, dos visitantes e das gerações futuras. Na metodologia procurou-se valorizar a pesquisa qualitativa somada a pesquisa empírica: com aplicação de questionários, ocorreu registro fotográfico e conversas informais com os moradores próximos da cachoeira, com visitas in locus nos períodos de estiagens e chuvas, além da pesquisa de gabinete. Foi realizado um levantamento bibliográfico que nos auxiliou na definição desse segmento de pesquisa. As principais ideias foram utilizadas nos procedimentos teóricos e metodológicos. Os resultados nos deram conta que existe um potencial natural da cachoeira, que a presença de muitos visitantes é nos feriados e finais de semana que se banham nas águas da Cachoeira de Ouricuri e até acampam nas margens da mesma, o que está faltando planejamento e efetivação de parceria com instituições governamentais. Podemos concluir que existe toda uma riqueza geológica e geomorfológica na área em estudo, que pode gerar renda

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Geologia e Geomorfologia associando para o desenvolvimento turístico sustentável

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AS PONTECIALIDADES GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS PARA O

GEOTURISMO NA CACHOEIRA DO OURICURI

Jailson da silva CARDOSO

Graduando em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira

[email protected]

José Eldis Pereira dos SANTOS

Graduando em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira

[email protected]

Gilvânia Ribeiro ROCHA

Graduanda em Geografia do Depto. de Geografia, UEPB/Guarabira

[email protected]

Rômulo Sérgio Macedo LINS

Prof.Ms. em Geografia do Depto. de Geografia,

UEPB/Guarabira (orientador)

[email protected]

RESUMO

Área da Cachoeira de Ouricuri é de característica própria apresentar em sua estrutura

geológica rochas, que se encontra polidas e estriadas, bem como, os espelhos de falhas

que são perceptíveis e possíveis de ser encontrada na superfície terrestre, onde

aconteceram falhamentos. Além desse potencial geológico a cachoeira encanta seus

visitantes pela exuberância da cobertura vegetal de mata fechada com uma tipologia de

caatinga brejeira, a vegetação encontra-se entremeada das encostas e serras rochosas.

Ao longo do curso o rio oscila seu volume hidrológico é volumoso no inverno e nas

estiagens permanece com o fluxo menor, mas não seca, seu relevo é com formação de

vale “V” com altitudes de 450 metros o que irá propiciar um clima mais ameno devido

a este potencial geológico, geomorfológico e climático. Já existe o projeto “Caminhos

do frio rota cultual”, e a Cachoeira de Ouricuri encontra-se inserida neste

projeto situada nos domínios da bacia hidrográfica do Mamanguape e do rio Araçagi,

sendo um dos seus afluentes na Paraíba. Nesta pesquisa objetivou-se em fazer um

levantamento do potencial geológico e geomorfológico que há na Cachoeira de

Ouricuri, Pilões/PB, na expectativa da implantação do geoturismo, no intuito de

amenizar a degradação ambiental que já se encontra bastante acelerada, podendo

contribuir para uma educação ambiental dos moradores, dos visitantes e das gerações

futuras. Na metodologia procurou-se valorizar a pesquisa qualitativa somada a pesquisa

empírica: com aplicação de questionários, ocorreu registro fotográfico e conversas

informais com os moradores próximos da cachoeira, com visitas in locus nos períodos

de estiagens e chuvas, além da pesquisa de gabinete. Foi realizado um levantamento

bibliográfico que nos auxiliou na definição desse segmento de pesquisa. As principais

ideias foram utilizadas nos procedimentos teóricos e metodológicos. Os resultados nos

deram conta que existe um potencial natural da cachoeira, que a presença de muitos

visitantes é nos feriados e finais de semana que se banham nas águas da Cachoeira de

Ouricuri e até acampam nas margens da mesma, o que está faltando planejamento e

efetivação de parceria com instituições governamentais. Podemos concluir que existe

toda uma riqueza geológica e geomorfológica na área em estudo, que pode gerar renda

para a comunidade, se montada por uma estrutura que abrigue os turistas e ao mesmo

tempo se preocupe com a preservação da cobertura vegetal, e a implantação da

educação ambiental, para os moradores bem como esse legado para as futuras gerações.

Palavras- Chave: Cachoeira de Ouricuri, geológica e geomorfológica.

INTRODUÇÃO

As estruturas dos relevos cada uma com suas características próprias passaram

por grandes transformações ao longo dos anos e séculos, vários fatores contribuíram

para cada formação dessas que ao longo dos horizontes podemos perceber alguns

relevos mais pontiagudos, outros mais suaves e planos, além de se submeterem aos

processos erosivos naturais, que também modificados pela ação do homem, que por

aqui passou a tirar os próprios meios de subsistências e sobrevivências. Dá área ao redor

da cachoeira comprometendo seu equilíbrio natural. A natureza foi a principal agente

modeladora responsável pela dinâmica, estrutura e diversas formas variadas dos relevos

encontrados na superfície terrestre, sendo possível enxergar na sua formação de relevo,

afloramentos rochosos, com falhas e escarpa de falhas que devido ao soerguimento

tectônico do interior da Terra, subiu um material inorgânico para a superfície e daí foi

surgiram às elevações que se destacam no município de Pilões/PB, o seu relevo é

caracterizado por vales encaixados acidentado e marcado por falhas e dobras ao longo

das serras. Para Leinz e Amaral, (2003 p. 351):

As falhas são fraturas que ocorrem devido a certo deslocamento que é

perceptível das partes, que se dá ao longo do plano de fraturas e esse deslocamento pode

ter certa amplitude que varia de milímetro e centenas de metros, sua formação pode ser

por meio tectônico ou atectônico. Mas na sua formação de relevo no entorno da

Cachoeira de Ouricurí e na Serra do Espinho o que predomina de fato são as feições

geológicas que comprovam que ocorreram grandes forças gravitacionais e que

atualmente encontra-se mascarado pelo processo erosivo, mas podem-se perceber os

planos de falhas em sua estrutura a olho nu. Para Souza (2011) o mesmo enfatiza:

Que a área de estudo apresenta uma topografia de planalto com movimentação

ligeiramente ondulada em dobras e falhas antigas (Pré-cambriana e Paleomesozóica).

As encostas correspondem a espelhos de falhas, soerguidas por forças endógenas de

esforços tectônicos na formação da Província Borborema, atualmente mascaradas pelos

processos exógenos e pela cobertura vegetal. De acordo com Ferreira (2010 p. 39):

O rebordo oriental dessa província apresenta e configura-se de um modelado

perfil de relevo côncavo- convexo interceptado por vales estreitos e encaixados

adaptados à morfologia local, e ao mesmo tempo é marcado por meandros e terraços

fluvial nos vales. Guerra e Cunha (2008 p. 83) irão enfatizar que:

Nas áreas tectonicamente ativadas, a erosão vigoriza na frente da escarpa, que

consequentemente irá dar origem a vales estreitos e paralelos, que proporcionam, em

alguns casos, o aparecimento de feições triangulares nos interflúvios escarpados. Com a

vegetação típica da região e com toda predominância dos afloramentos rochosos na

própria superfície, a paisagem se destaca com uma vista belíssima com que há ainda da

cobertura vegetal se destacando por uma vegetação que permanece verde o ano todo

,Ab’saber (2003 p. 146) vai assegurar que:

“Na ocasião, fáceis espinhentos das caatingas as fixaram em pequenos setores

rochosos de serrinhas, piemontes de pães de açúcar e eventuais lajedos de rochas

graníticas ou similares.”

Nesta pesquisa objetivou-se em fazer um levantamento do potencial geológico

e geomorfológico que há na Cachoeira de Ouricuri, Pilões/PB, na expectativa da

implantação do geoturismo, no intuito de amenizar a degradação ambiental que já se

encontra bastante acelerada e poder contribuir para uma educação ambiental dos

moradores, dos visitantes e das gerações futuras.

FUNDAMENTAÇÃO TEORICA METODOLOGICA

De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) o relevo

do Estado da Paraíba destaca-se pelas formas diversificadas constituindo-se por

formação de relevos bastante diferenciados que foram trabalhadas por diferentes

processos, atuando com climas distintos e sobre rochas poucas ou muito caracterizados.

A topografia assume sua importância, com interferência de formas significativas no

tocante ao clima, o que de certa maneira tem atuado nas ocorrências de diversificações

climáticas existentes no Estado.

O falhamentos é sempre acompanhado de um deslocamento ao longo do plano

de ruptura, que pode assumir dimensões as mais variadas, até de centenas de

quilômetros, jatobá e Lins (2003).

Segundo Ferreira (2010 p. 37) afirma que o material geológico na Serra do

Espinho é composto por granítico e gnáissico, que compõe de forma geral o arcabouço,

com uma estruturação compacta e homogênea, mas é possível enumerar diversos pontos

desse material rochoso que aflora e apresentam significantes planos de fraturas,

diáclases e pequenas dobras.

Segundo (Press etal 2006.p 341) Um dos principais agentes geológicos que

atuam na superfície da Terra são os rios, na medida em que as erosões das rochas

ocorrem no seu substrato e transportam e depositam areia, lama e cascalho, todos os rios

desde que sejam pequenos riachos até caudalosos, são todos proeminentes escultores da

paisagem.

De acordo com o Geoturismo Brasil (2007) ressalta que o patrimônio

geológico são recursos naturais em transformação pelos processos geológicos que

necessita de cuidados para sua preservação levando em conta que alguns afloramentos

podem ser tão frágeis quanto um habitat do meio biótico, os mesmos patrimônios são os

afloramentos de rochas, a ocorrência de fosseis, minerais, estruturas geológicas e até

mesmo paisagens que apresentem um significado didático, científico, cultural ou

turístico, conhecidos como geossítios.

Para (Amorim, 2009) o serviço geológico do Brasil define a geodiversidade

como sendo o estudo da natureza abiótica (meio físico) constituída por uma variedade

de ambientes, composição, fenômenos e processos geológicos que dão origem às

paisagens, rochas, minerais, águas, fósseis, solos, clima e outros depósitos superficiais

que propiciam o desenvolvimento da vida na Terra, tendo como valores intrínsecos a

cultura, o estético, o econômico, o científico, o educativo e o turístico.

Ab’saber (2009) ressalta que no Planalto da Borborema uma espécie de

“maciço central” do Nordeste, posição para o leste, há a predominância de matas de

encostas na vertente leste e sudeste no platô cristalino. E que em alguns casos, a

umidade vinda de sudeste e leste contribuem para o desenvolvimento de matas cimeiras,

de encostas e de piemonte. Na região do Agreste as espécies de matas da caatinga são

constituídas por uma vegetação arbóreas e por matinhas entremeadas típica do tropical.

3 MATERIAL E MÉTODO

Segundo a Companhia de Pesquisa e de Recursos Minerais (CPRM, 2005), a

cachoeira de Ouricurí pertence ao município de Pilões que está localizado no estado da

Paraíba inserido na Microrregião do Brejo e na Mesorregião do Agreste Paraibano, na

unidade geoambiental no Planalto da Borborema. Sua formação de relevo é de vales

profundos, estreitos e dissecados, e possui afloramentos das rochas, há uma variação

com altitude entre 0 á 20 metros de espessura. A sede do município possui uma altitude

aproximada de 334 metros, com distância da capital de 117 km com acesso a partir das

três vias estaduais, duas delas asfaltadas, que ligam o município aos seus vizinhos e

demais regiões do país, que são a PB 077 (João Pessoa – Guarabira – Cuitegi); PB 087

(Campina Grande – Areia – Pilões); (Natal – Bananeiras – Borborema – Pilões). A área

em estudo encontra-se no município de Pilões, inserido nos domínios da bacia

hidrográfica do rio Mamanguape.

A pesquisa desenvolveu-se com base nos seguintes procedimentos:

levantamento bibliográfico fundamentado em autores que abordam as discussões que

destacam as potencialidades naturais: Brilha (2005) que ressalta a importância do

Patrimônio Geológico e sua Geoconservação; CPRM (2008) enfatiza a importância do

patrimônio geológico e o turismo sustentável; Amorim (2009) relaciona à geologia, a

geodiversidade, a geoconservação e o geoturismo, dentre outros conteúdos, trabalha

com o conceito de patrimônio ambiental, implicações e exploração turística dos recursos

naturais; Seabra (2001) faz uma abordagem do turismo ecológico; Guerra e Marçal

(2006) com ênfase no meio ambiente;. Ab’saber (2009) ecossistemas do Brasil.

Caracterização da área em estudo

Clima

É o tropical chuvoso e com verão seco, a estação chuvosa se inicia em

Janeiro/Fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até Outubro, volta a

apresentar índices pluviométricos anuais bem aproximados daqueles do litoral, sua

precipitação média anual na Microrregião do Brejo é de 1400 mm, o que favorece a

perenidade e fluxo d’água dos seus rios, chega apresentar uma umidade relativa do ar de

85%, sua temperatura média anual é de 22°C, com sua mínima atingindo menos de

15°C, isto nos anos mais frios.

Vegetação

Todos os elementos apontam e asseguram a ocorrência de uma mata típica do

local, ou seja, Mata de Brejo, bem parecida com a Mata Atlântica e apresenta árvores de

grande porte e algumas de suas espécies, com Pau Santo, Pau D’arco entre outras

espécies, a exemplos de alguma palmácea (macaíba, pindoba, catolé e etc.) e ainda o

cedro, o bálsamo, entre outras. A vegetação é da tipologia de caatinga hipoxerófila desta

unidade é formada por florestas típicas das áreas agrestes que são Subcaducif´dica e

Caducif´dica.

RESULTADO E DISCURSSÃO

A geomorfologia da Cachoeira de Ouricuri, bem como, da Serra do Espinho é

caracterizada por espelho de falha, ou seja, ocorreram fraturas e falhas quando ocorreu o

soerguimento do material inorgânico através de movimentação internas, que ao expelir

o material geológico para fora da superfície deu forma a topografia atual, esse fenômeno

é conhecido por endógenos ou processos endogenéticos.

Figura (1) vista frontal da Pedra do Espinho Pilões/ PB Fonte: Márcia Albuquerque, 2012.

Para Penha (2008 p. 61) o mesmo ressalta que deve ficar entendido que tanto o

dobramento como o falhamento são fenômenos endógenos, processos que acontecem no

interior da crosta e não na superfície, como logo ao observar aparentam ser. E através

dessa movimentação interna surgiu a cachoeira e consigo a estrutura de um relevo ainda

jovem, mas que já se encontra em processo erosivo, onde o calor, o frio, a umidade, o

rio que é um dos principais agentes responsáveis pela transformação do relevo e entre

outros.

Guerra e Guerra (2008) mencionam: A cachoeira como sendo, uma queda

d’água no curso de um rio, ocasionada pela existência de um degrau no perfil

longitudinal do mesmo. As causas da existência dessas diferenças de nível no leito do

rio podem estar ligadas a falhas, dobras, erosão diferencial e diques. No sopé da

cachoeira geralmente há o aparecimento de marmitas ou caldeirões, produzidos

pelochoque das correntes fluviais. Geralmente as águas carregam sedimentos de

diversas dimensões depositados em suspensão, que são responsáveis pela escavação das

marmitas de turbilhonamento. No caso da cachoeira do Ouricuri as marmitas

encontram-se num espelho de falha da encosta oriental do Planalto da Borborema,

embora o degrau tectônico esteja muito mascarado pela erosão.

Essa movimentação é responsável pela forma de relevo que predomina no

município de Pilões em si, e torna-se importante para geólogos, como para a população

entender o seu passado, para compreender o presente, embora que seja um laboratório

físico e natural, mais ainda pouco explorado pelos os pesquisadores, ao contrário o que

percebemos na localidade em estudo e ao seu entorno são fatores que só nos preocupam

que é a retirada da cobertura vegetal, queimadas irregulares, criação de agropastoris,

plantação de monocultura e entre outros.

Para Brilha (2005 p. 40) as atividades de exploração aos recursos minerais

podem constituir uma ameaça a geodiversidade, em dois níveis conhecidos, como as

explorações das paisagens e dos afloramentos rochosos. Na exploração da paisagem,

quando não se utiliza nenhuma estratégia para minimizar os impactos negativos da

paisagem natural implantada na região, ou então dos afloramentos das rochas, ocorrida

pela realização das atividades extrativas, que pode de igual modo destruir as formações

e as estruturas das rochas, que por alguma razão venha conter um valor particular. O

que se necessita atualmente e com urgência é a educação ambiental voltada para a

sustentabilidade da comunidade já que o turismo encontra-se implantado de forma

aleatória e sem aplicação das leis vigentes ao patrimônio geológico natural, embora que

já exista, mas tem que existir além dos papéis e ser aplicadas de fato.

Segundo Azevedo (2007 p. 21) no Brasil há preocupações com o patrimônio

geológico em forma de lei que se encontra expresso no artigo 4° da lei de número 9.985

de 2000 que logo institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). O

artigo referido coloca em seu incisoVII como um dos objetivos do SNUC “ Proteger as

características relevantes da natureza, geológica, geomorfológica, espeleológicas,

arqueológica, palenteológica e cultural.” Onde foi preciso a junção de academias,

órgãos e outras instituições interessadas no assunto. Ao mesmo tempo a sociedade, a

comunidade em si, terá que está organizada para lutarem pelos os seus direitos,

cobrando das lideranças e autoridades em suas esferas legislativas, com a intenção de

implantação de políticas públicas em prol de um determinado objetivo a ser alcançado,

ou seja, uma política voltada para intervir na ação antrópica que desfruta dos bens

naturais sem nenhuma preocupação com os fatores bióticos e abióticos no ecossistema

presente.

As políticas de gestão ambiental tendem a se concentrar sobre

determinado elementos naturais aos quais se dá maior atenção para a

importância para a civilização, como por exemplo: a biodiversidade e

a unidade de conservação, os recursos hídricos, os solos, as paisagens

excepcionais, os sítios fosseis e entre outros. (Floriano, 2007.p. 32).

Para concretizar de fato uma área de conservação serão necessários alguns cuidados

por parte dos órgãos públicos fazendo fiscalizações concretas da área, além de dar

ênfase à aplicação de conhecimentos técnicos para ajudarem os agricultores nos seus

plantios, ensinando como correlacionar as técnicas dos profissionais com o

conhecimento do homem do campo, evitando as queimadas e ensinar os pequenos

agricultores a plantarem, mas respeitando as curvas de nível do próprio relevo, evitar as

retiradas das matas ciliares do leito do rio, que consequentemente irá evitar a seca dos

rios, bem como seu assoreamento. Será de suma importância os órgãos responsáveis

implantarem uma estrutura para agregar os visitantes turistas e fomentar a importância

de manter a Cachoeira limpa, com a coleta seletiva dos resíduos sólidos, em alguns

locais implantarem lixeiras, e placas de avisos, para evitar os rabiscos nas rochas e a

poluição da mesma, além de incentivarem desde a sala de aula até a comunidade

receptora e produtora desse potencial turístico para os moradores, visitantes e estudantes

do município, modos elementares de conscientização e preservação ecológicas, que são

os portadores indispensáveis para uma educação ambiental, claro que a partir dos

gestores responsáveis pelas aplicações das políticas de incentivos a educação ambiental

que são os principais responsáveis por essas medidas, logo perceberá mudanças que vão

contribuir para a conservação da área protegida, sabendo que o retorno não será de

imediato, mas são necessários os primeiros passos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer do desenvolvimento desta pesquisa, observou-se a presente

atividade dos moradores, turistas e produtores rurais próximos à cachoeira do Oricurí,

tanto no desfrute da mesma pelo seu potencial turístico, quanto também à utilização

irregular das curvas níveis, contribuindo com a retirada da cobertura vegetal, que tem

ocasionado o aceleramento da erosão e o empobrecimento do solo através do cultivo das

monoculturas, seria de suma importância que técnicos na área, incentivassem os

moradores a plantarem corretamente, aproveitando-se do local de modo sustentável sem

comprometer a cobertura vegetal e sua formação topográfica, a modalidade de

“geoturismo”, tem por objetivo mostrar as potencialidades geológicas e

geomorfológicas e ao mesmo tempo em que o turista desfrute e aproveite, onde o

usuário ao mesmo tempo desfrute do lugar e fique bem informado dos aspectos

geológicos e geomorfológicos, no intuito dos mesmos valorizarem essas riquezas e

preservarem para as gerações futuras, com a implantação de uma possível educação

ambiental, sabendo que essa modalidade por si mesmo não contribuirá para uma área de

preservação se os gestores públicos não intervirem com devido planejamento ambiental

integrando o desenvolvimento rural como também a sustentabilidade da comunidade do

Oricurí, com incentivos na própria agricultura familiar e ao mesmo tempo preservar a

identidade local dos moradores.

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