geografia patos

100

Upload: glauber-alves

Post on 31-Mar-2016

326 views

Category:

Documents


49 download

DESCRIPTION

Publicação do professor Luíz Lima de Aquino. Informações muito importantes e imagens que nos ensina um pouco mais sobre o espaço geografico de Patos.

TRANSCRIPT

GeografiaBases para compreensão

do espaço

Luiz Lima de Aquino

1ª Edição

Patos-PB | 2012

Patos

Geografia PatosBases para compreensão do espaço

Direção editorialLuiz Lima de Aquino

Arte/ Capa/ Diagramação Glauber Cley Alves Costa

Revisão gramaticalValdise de Assis Dantas Candeia

Revisão de textoDr. Otavio Brilhante de Sousa Mc. Edílson Mendes NevesMa. Maria Alves Medeiros de Sousa

DigitaçãoAntônio Carlos Candeia VieiraBetânia Candeia Torres

ImpressãoGráfica e Editora Real

Catalogação na Fonte Dados de Acordo com AACR2, CDU e CUTTER

Aquino, Luiz Lima de.

A657g Geografia Patos; bases para compreensão do espaço / Luiz Lima de Aquino. – Patos – PB, 2011.

96 fls.

ISBN: 978-85-913380-0-9

1. Geografia 2. Geografia Regional 3. Patos - PB. I. Título II. Aquino, Luiz Lima de.

CDU: 91

Laureno Marques Sales – Bibliotecário. CRB 15/121

5

A Deus, Grande arquiteto do universo, o todo poderoso, que tanto tem me ofertado e na maioria das vezes eu pouco soube agradecer sua infinita bondade. Aos meus pais, que mesmo com uma cria¬ção modesta me ensinou o mais importante: ser justo e honesto. A minha esposa Rosa, que incansavelmen¬te nos proporciona um lar de qualidade e amor e aos meus filhos Danniel e Luiza, que im¬pulsionam o meu viver e trazem sempre a esperan¬ça de que o mundo pode ser melhor. Aos meus irmãos, que são tantos e tão importantes e que embora ás vezes fisica¬mente ausentes, estão sempre presentes e espero poder contar com todos por muitos anos. Ao casal Antonio Carlos e Valdise Candeia que ajudaram em momentos importantes desta obra. Aos amigos Reginaldo Félix e Ricardo Me¬deiros, guias que proporcionaram uma facilitação no desenvol-vimento desta obra através da incorpo¬ração dos seus conhecimentos nas áreas rurais de Patos. Ao policial Silvano e Edilma que contribuíram de forma contundente nos momentos de pesquisas e apro-fundamento teórico, agradeço ainda a Betânia Torres Candeia pela digitação e paciência. Aos inúmeros professores do passado e do presen-te, os quais cotidianamente tenho desfruta¬do de suas amizades e conhecimentos, em especial aos professo-res Edilson Mendes, Osman Batista, Otavio Brilhante, Maria Alves (Da Paz), Ronaldo Lima e João Batista. A Kleber Nobre, Valdemir Nunes, Saúde, Dayana Asevedo, Aurélio Filho, Alarcon, Ayslan Re¬nedy, Ro-naldo Queiroz e Glauber Alves que cederam trabalho e criações para enriquecer esta simples publicação. Agradeço aos diretores das escolas; Centro Educ. Rosa Mística, Instituto Educ. Branca de Neve, Instituto Educ. Maria do Socorro, Vera Cruz, CACCI e Instituto Educ. Diego Dantas, Agradeço em especial aos diretores do Colégio Geo. Patos, Edileny Medeiros e Redy Soares e Colégio Cristo Rei, a Ir. Aparecida. Pela generosidade e tolerância para comigo. Não poderia deixar de agradecer aos inú¬meros amigos e a todos que apoiaram e contribu-íram para a realização desta obra. A

GR

AD

ECIM

ENTO

Dedico este trabalho em especial a Deus, Ser proeminente e generoso e aos meus filhos, que já nasceram penaliza-dos com minha ausência, mesmo assim preenchem toda a amplidão dos meus pensamentos.

É com enorme satisfação que apresentamos a 1ª edi-ção do Geografia Patos, bases para compreensão do espaço, o objetivo maior desta obra é atender aos professores, alunos e leitores que buscam a leitura e o conhecimento, especificamen-te na área de Geografia, imprescindível para a compreensão do espaço onde vivemos e assim criar uma facilitação para o conhecimento dos espaços nacionais e internacionais, ao qual estamos inseridos de forma globalizada. Na busca da elaboração desta obra, buscou-se contato com professores do Ensino básico e médio de escolas públi-cas e privadas, logo constatou-se a ausência de um material que pudesse suprir a carência de informações sobre os temas abordados, por isso tratamos de viabilizar e acumular algumas referências bibliográficas sobre o Brasil, o estado da Paraíba, jornais, revistas e periódicos locais e selecionar bases eletrôni-cas que pudessem proporcionar uma visão ampla dos principais temas que envolveriam a Geografia física e humana da cidade de Patos, dentro de um amplo contexto. Como estudioso desta área, reconhecemos que existe a necessidade de uma publicação que aborde as diversidades ambientais e culturais, as características demográficas, o espa-ço econômico, a população e precisamente o Rio Espinharas, abordar ainda outros temas que pudessem favorecer a facilita-ção, a observação, o conhecimento e a reflexão sobre as ca-racterísticas do lugar onde vivemos na certeza de que, quando o ser humano possuir uma base para compreender o próprio espaço, ele estará preparado para interpretar e entender os demais espaços.

Apresentação

Luiz Lima de Aquino

Sumário

CAPITULO I-PATOS....................................................................................14Caracterização geral.......................................................................................15O distrito de Santa Gertrudes..........................................................................16Os aspectos territoriais da cidade de Patos.......................................................17

CAPITULO II –OS ASPECTOS NATURAIS DA CIDADE DE PATOS ............22Os aspectos climáticos....................................................................................23A influência do Planalto da Borborema no clima do município ...........................24Leitura complementar. ...................................................................................25O tempo e o clima .........................................................................................25Geologia e recursos minerais. .........................................................................26Biogeografia; vegetação de caatinga................................................................28Leitura complementar. ...................................................................................29Mudanças no Código Florestal Brasileiro...........................................................29Leitura complementar. ...................................................................................30Declaração Universal dos Direitos dos Animais..................................................30Hidrografia ....................................................................................................30O Rio Espinharas ...........................................................................................32A origem do nome Espinharas ........................................................................33Diagnóstico das fontes poluidoras do Rio Espinharas ........................................33Os principais problemas ecológicos que o Rio Espinharas apresenta. ................34A extinção de mata ciliar..................................................................................34O assoreamento do rio....................................................................................35O lixo depositado nas margens e no leito do rio ...............................................37Eutrofização: o excesso de plantas no leito do rio ............................................37Os esgotos que estão correndo a céu aberto para o leito do rio ........................38A irrigação do capim com água poluída ...........................................................38O uso de agrotóxicos no capim plantado nas margens do rio ............................38Uso do leito do rio e a degradação de suas margens.........................................39Leitura complementar. ...................................................................................39Recordando o passado: Uma enchente assustadora. ........................................39A retirada de barro e areia do leito do rio para construção.................................39A falta de oxigenação na água........................................................................ 40A água empossada.........................................................................................40As queimadas às margens e no leito seco do rio...............................................40O Rio Espinharas precisa de revitalização.........................................................41A Microbacia do Jatobá ..................................................................................43O riacho dos Mares, um dos principais afluentes do açude Jatobá. ....................44A barragem de Tubarão subafluente do açude Jatobá........................................45A Barragem da Farinha....................................................................................46A Barragem de Capoeira.................................................................................47

O Rio da Cruz.................................................................................................48Leitura complementar. ...................................................................................48Vejamos o que diz as leis com relação às águas...............................................48Os aspectos geomorfológicos..........................................................................48

CAPITULO III – OS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DE PATOS......54Sítio urbano, situação, função da cidade e a rede urbana..................................55O processo eleitoral no município....................................................................56Patos e Ceará na transmissão de energia.........................................................56A população patoense....................................................................................57A destruição do patrimônio histórico e cultural da cidade...................................58Leitura complementar......................................................................................60A Constituição Federal e a preservação dos patrimônios históricos......................60Desemprgo...................................................................................................60A falta de segurança.......................................................................................61A violência urbana..........................................................................................62O transporte coletivo e seus problemas............................................................62A infraestrutura..............................................................................................63A rede de atendimento médico hospitalar e prestação de serviço de saúde.........63Leitura complementar......................................................................................65Doação de córneas em Patos...........................................................................65O crescimento desordenado da cidade..............................................................65A cidade de Patos na rota do tráfico de drogas ................................................ 67Os aspectos econômicos e a divisão da economia em três setores......................68A Embrapa Patos e o desenvolvimento do algodão colorido. ..............................70O turismo.......................................................................................................74O sistema educacional.....................................................................................75A defesa civil .................................................................................................76As comunicações ...........................................................................................76

CAPITULO IV – O MEIO AMBIENTE PATOENSE.........................................78Introdução ....................................................................................................79Ausência de áreas verdes ...............................................................................79O lixo ............................................................................................................79Leitura complementar ....................................................................................80A necessidade de um aterro sanitário na cidade de Patos .................................80A poluição visual ...........................................................................................80A poluição sonora...........................................................................................81A poluição das águas .....................................................................................82A poluição atmosférica ...................................................................................82Leitura complementar ....................................................................................83A amplitude térmica x centro e periferia ..........................................................83O uso de agrotóxicos. ....................................................................................84Leitura complementar......................................................................................85Feira da agroecologia familiar .........................................................................85

Os desmatamentos.........................................................................................85As queimadas.................................................................................................86Análise ambiental rural realizada nas áreas do município de Patos......................86

CAPITULO V – PROJETOS AMBIENTAIS....................................................88Projeto: Papa pilhas ......................................................................................89Projeto: Sabão caseiro com óleo de fritura.......................................................89Projeto: Plante uma árvore; o mais secular dos projetos ..................................90Projeto: Elaboração da cartilha ambiental.........................................................90Projeto: Ambiental interdisciplinar....................................................................90Projeto: Livros e Leis......................................................................................92MINIGLOSSÁRIO ...........................................................................................94REFERÊNCIAS................................................................................................96

12

 

14

CAPÍTULO I

PATOS-PBCaracterização,

Aspectos Territoriaise localização

15

Caracterização Geral

O município de Patos é conhecido regionalmente como a “Morada do Sol”, alusão dada à cidade por apresentar elevadas temperaturas na maior parte do ano, em consequência dos baixos índices pluviométricos e de uma estação de verão que insiste em se manter por quase 10 meses, no entanto tais fatos jamais serviram como base para o processo de mi-gração, pois é comum às pessoas, ao visitarem a nossa cidade, demons-trarem total apreço e simpatia pela população hospitaleira, onde o clima de festividade e tranquilidade abraça a todos que a visitam.

Entre os aspectos que caracterizam a cidade, destacamos algumas ati-vidades que promovem o seu desenvolvimento, O comércio, que embora pareça pequeno, destaca-se como polo comercial, sendo comum constatar que nos dias de feira a população flutuante aumenta em torno de 30%, uma vez que habitantes de mais de 80 municípios paraibanos, além de outros 03 estados do Nordeste, como Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará se deslocam para esta cidade a fim de promover o intercâmbio comercial; outra atividade crescente no município é a universitária, tornando-se cada vez mais forte, com oferta de inúmeros cursos em diversas áreas de nível superior. Estima-se que cerca 84 regiões brasileiras estejam fazendo parte dessa atividade universitária em Patos.

Fig. 1. Mapa da ocupação urbana. Fonte: WIKIPÉDIA

 

16

É imprescindível lembrar a contribuição da BR 230 para o desenvolvimento do município, os acessos que esta via proporciona facilitam o intercâmbio com dife-rentes estados e assim propicia o escoamento da produção primária e secundária, bem como o acesso de outras populações ao setor terciário da cidade, que no mo-mento se encontra bem mais crescente do que os outros setores. O músico e compositor Kleber Nobre retrata a cidade de Patos em uma canção mostrando seus diversos aspectos, desde os naturais aos econômicos, re-cordando o passado, exaltando o presente, promovendo a valorização cultural, o patriotismo e sua religião.

O distrito de Santa Gertrudes O distrito de Santa Gertrudes, localizado na saída norte do município pato-ense, cerca de 16 km da sede municipal, apresenta localização de fácil acesso, às margens da BR 230. Sua área equivale a 206 km², com uma população de 2500 habitantes e uma densidade demográfica de 12,14 hab/km². Ainda é considerada uma área pacata e para ser considerada como distrito de Patos, apresenta níveis de desenvolvimento não peculiares a áreas que recebem esta denominação. A construção junto à BR Transamazônica facilitou o crescimento populacio-nal incomum a áreas rurais; no entanto, são visíveis os problemas sociais comuns na região, onde a falta de planejamento e investimentos públicos faz a população sofrer e conviver com mazelas sociais notadas facilmente nos grandes centros. As características físicas e sociais referentes à cidade de Patos incluem o distrito de Santa Gertrudes. A criação do distrito de Santa Gertrudes está ligada ao desenvolvimento da cotonicultura, e sua denominação se deu em alusão a uma antiga dívida que o Governo do Estado tinha com uma família que fornecia gêneros alimentícios a um grupo de trabalhadores empenhados na construção da estrada de ferro. Em deter-minada data, um membro da família percebeu que a dívida do fornecimento au-mentava gradativamente e não se percebia por parte do governo nenhum interesse

Patos, pedacinho da nação. Morada do sol capital do sertão Aqui tem o patinho e também o verdão Fizeste a história com o algodão Acolhes cidade de toda região O melhor São João também é aqui O calor do teu povo podemos sentir Na religião quem nos alumia Virgem padroeira Senhora da Guia Patos, pedacinho do sertão. Você vive no meu coração Patos, eu vou cantar. Moras em mim Eu sempre em ti, irei morar.

Tens a tradição no ramo coureiro Exportas a arte até pro estrangeiro de intelectuais também és celeiro Teu sol brilha forte o ano inteiro Na tua bandeira o azul e o branco Para santa Francisca, só falta o manto. O passado, o presente o futuro eu canto. Cidade do sol, cidade do encanto. NOBRE, Kleber em CD solo Espelho. Independente, lançado em 2008.

17

em saná-la, Interessado em receber o dinheiro investido, a família resolveu fazer uma promessa, alegando que se voltasse a receber a grande quantia do devedor, construiria uma capela em homenagem à Santa Gertrudes. Acredita-se que, por força sobrenatural, o governo quitou a dívida e, assim, a capela foi construída e o espaço acabou por receber o nome da Santa Gertrudes.

Os aspectos territoriais da cidade de Patos A cidade de Patos está localizada na parte centro-oeste do estado, corres-pondendo a um dos 223 municípios paraibanos. A Paraíba é um dos menores estados da Federação inseridos na região Nordeste do Brasil, a qual é composta de nove estados, o município está situado em uma mesorregião denominada Sertão e na microrregião que recebe também o nome de Patos, a qual é formada por nove municípios sendo: Areia de Baraúna, Passagem, Cacimba de Areia, Quixaba, Mãe D’água, São José do Bonfim, Santa Te-rezinha, São José de Espinharas e Patos, está ainda inserida na porção do extremo leste do subcontinente América do Sul, no Hemisfério Sul ocidental.

Fig. 2. Mapa - Mesorregião sertão onde está inserida a Microrregião Patos. Fonte: YNAKAM, Luis. Nos caminhos da Paraíba. Campina Grande-PB; Vento Nordeste Edições e Cultura; 2008.

 

18

O município de Patos é um espaço pequeno, porém dinâmico, situado em uma depressão relativa, que apresenta uma altitude de 242 metros acima do nível do mar, distante 28O km da capital estadual, possui apenas o distrito de Santa Ger-trudes a 14 km de sua sede. A leitura dos dados abaixo permitirá um melhor entendimento das propor-ções da cidade de Patos:• O Brasil apresenta uma área de 8.547.403 km2• O Nordeste apresenta uma área de 1.561.177 km2• A Paraíba apresenta uma área de 56.439 km2 • A área da cidade de Patos corresponde a 506.5 km2 Pode-se concluir dessa forma que a cidade de Patos representa aproxima-damente uma área de 0,90% do estado paraibano, 0,03% da região nordeste e 0,006% do território brasileiro, é um município pequeno, que ocupa a 4ª economia do estado. Para localizar a cidade de Patos pode-se utilizar ainda o sistema de coor-denadas geográficas, que são também conhecidas como localização absoluta, onde encontramos a Oeste do Meridiano de Greenwich, com 7º 01 min. e 41 seg. de latitude sul e 37º, 16 min. e 40 seg. de longitude oeste. Pode-se utilizar também a localização relativa, através da Rosa dos Ventos, onde se observa: ao norte a cidade de São José de Espinharas, ao sul a cidade de São José do Bonfim, a leste São Mamede, Quixaba e Cacimba de Areia e a oeste as cidades de Santa Terezinha e Malta, todas inseridas na zona tropical ou zona tórrida da terra.

População e área dos municípios da Microrregião de Patos. (IBGE, 2011)

Cidade População Área (Km²) 1- AREIA DE BARAÚNAS 2.096 96 2- CACIMBA DE AREIA 3.557 233 3- MÃE D’ ÁGUA 4.019 177 4- PASSAGEM 2.233 112 5- PATOS 100.732 513 6- QUIXABA 1.699 117 7- SANTA TEREZINHA 4.581 358 8- SÃO JOSÉ DE ESPINHARAS 4 760 726 9- SÃO JOSÉ DO BONFIM 3 239 152 TOTAL 123.168

Tabela 1. Fonte: IBGE 2011.

19

Outros aspectos podem ser observados na cidade de Patos, Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), órgão que se encarrega de medir o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), a cidade de Patos apresenta um índice de aproximadamente 0,678 situando-se na média dos municípios inseridos na região semi árida e com índice superior a áreas localizadas na região do vale do Jequi-tinhonha, no estado de Minas Gerais, porém, aquém dos municípios situados na região sul do Brasil, um PIB (produto interno bruto) muito alto, R$ 542,.837.953 (Dados de 2009) e uma renda per capita igual a 5.429.63 (Estatísticas do IBGE, publicadas em 2009).

 

 

 

  Fig.3 - Rosa dos Ventos

Fig.4

21  

22

CAPÍTULO II

OS ASPECTOS NATURAIS DA CIDADE DE PATOS

Clima, Geologia, Biogeografia, Hidrogeografia e Geomorfologia

23

Neste capítulo há uma abordagem dos elementos formadores da primeira natureza, o clima, e seus elementos como tempo e a temperatu-ra, a vegetação de caatinga abordada de modo geral, o potencial hídrico e seus pontos de armazenamento com destaque para o rio Espinharas e seus problemas, as principais áreas que abastecem o município, o solo, o relevo e uma rica abordagem sobre os mais importantes e imponentes inselberges do Brasil. Os aspectos climáticos O clima é considerado um dos elementos mais importantes de uma região, é determinante na formação dos vegetais. Existem algumas áreas em que basta citar o seu clima que logo se percebe de que espaço se está falando. Percebe-se ainda que elementos como altitude, latitude e relevo são decisivos na formação do clima de qualquer região.

Fig. 1 - Gráfico de zonas térmicas da Terra. Fonte: IBGE. Atlas Geográfico Escolar. 4. Ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p.67.

Observando o gráfico de zonas térmicas da Terra, constata-se que no Brasil predomina o clima Tropical, sendo que esta tropicalidade é influenciada por inúme-ros fatores entre eles: altitude, vegetação, maritimidade, continentalidade e relevo. Em consonância com a região na qual se encontra a cidade de Patos, o clima é semi-árido (Bsh) , apresentando duas características resultantes do baixo índice pluviométrico que se verifica na região. São elas: as baixas umidades e as elevadas temperaturas. Outro fator importante na determinação desse clima é a continentalidade, fenômeno que provoca o aumento das temperaturas e a diminuição da pluviosidade em regiões distantes dos mares. O clima semi-árido apresenta uma média de chu-vas anual inferior a 800 mm, é influenciada por quatro massas de ar, duas massas

 

24

equatoriais: a continental e a Atlântica; e duas massas tropicais, a continental e a Atlântica. A influência dessas massas determina a direção das massas úmidas que acabam por descarregar nuvens úmidas no litoral ou na região da Amazônia.

Fig. 2 Mapa – Massas de ar no Brasil. Fonte: WWW.inmet.gov.br. Acesso em: 12/10/2010. A influência das massas de ar oriundas da região norte e do Oceano Atlântico determina a quantidade de chuvas no estado da Paraíba e na cidade de Patos.

A influência do Planalto da Borborema no clima do município Observando o mapa do estado da Paraíba pode-se perceber que a área conhecida como depressão sertaneja, espaço em que está localizada a cidade de Patos, é rodeada nos sentidos leste e sul pelo Planalto da Borborema. Esta for-mação elevada impede o deslocamento das massas de ar que saem do Oceano

 

25

Atlântico para o sertão, dificultando a chegada de nuvens carregadas de chuva, as quais colidem com o Planalto da Borborema e perdem sua umidade. Estas nuvens se transformam, promovendo uma redução de chuvas na parte oeste do estado, exatamente onde se situa a depressão sertaneja.

Fig. 3

Leitura complementar

O Tempo e o clima Nos raros dias em que chove no município é comum a pronúncia destas frases, “Com a chuva o clima mudou”; “hoje o clima está bom demais”, considerando o contexto das afirmações, percebe-se que há uma troca dos elementos por parte dos pronunciantes. Com a chegada das chuvas, a temperatura muda e passa a oscilar, entre o quente e o menos quente. O clima permanece o mesmo, o que altera são as condições desse clima que passam a agradar a população. Para entender melhor a oscilação do tempo, basta conhecer os con-ceitos de clima e tempo: o clima reflete as condições meteorológicas (temperatura, vento e outros) típicas do estado médio da atmosfera num ponto da superfície terrestre, enquanto o tempo são reflexos das condições do clima. Leia as frases e entenda melhor o uso das expressões tempo e clima.• Hoje a cidade de Patos está muito quente – tempo.• O sertão do nordeste brasileiro é quente e seco – clima. • Ontem choveu muito no município – tempo.• A região central do Brasil possui duas estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa – clima. • Quando não há período de estiagem na depressão sertaneja o mês de janeiro costuma ser o mais frio do ano – tempo.

 

26

Geologia e recursos minerais A geologia é a ciência que se dedica ao estudo da origem e da constituição do solo de uma região e os fenômenos naturais que acontecem no seu interior, en-quanto que o solo é um ambiente extremamente complexo, resultado de alterações de rochas pela ação conjunta de um número limitado de fatores de gênese como: material de origem, clima, organismos vivos, topografia e tempo geológico. (Ran-zani, 1969).

Fig. 4. Mapa geológico da cidade de Patos. Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Geografia do Brasil. Região Nordeste. Rio de Janeiro: Sergraf, 1977.

 

27

Na mesorregião sertaneja, espaço de localização da cidade de Patos, há predominância de formações cristalinas, datada do período pré-cambriano . No en-tanto, devido à localização depressiva, a cidade de Patos apresenta uma formação geológica do tipo sedimentar, que dá origem a aluviões, onde os solos são rasos e pedregosos, geralmente pobres em matéria orgânica e ricos em cálcio e potássio, e que, consequentemente, podem se tornar alcalinos. A elevada quantidade de pedras e as outras características deste tipo de solo apresentado não favorecem o armazenamento de água no solo nos períodos de inverno, o que explica a predominância de rios temporários na região. O processo de colonização acirrou os desmatamentos, as queimadas, o pi-soteio de animais e acarretou o desenfreado processo de erosão e empobrecimento dos solos nos arredores da cidade. De acordo com a classificação genético-natural dos solos que classifica os treze tipos de solos existentes em três ordens (zonal, azonal e intrazonal) o solo do municipio patoense se inseri em duas destas ordens, a ordem zonal e a ordem azonal dos solos. E baseado no SIBCS (Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos) no mu-nicípio se pode encontrar três tipos de solos que compõem o geossistema, são formações pedológicas onde o tipo predominante são os LUVISSOLOS crômicos Ór-ticos, de ordem zonal, que é uma denominação dada aos antigos solos bruno- não cálcicos, e estes são solos que apresentam características pouco profundos e de coloração avermelhada ou amarelada, seguido dos NEOSSOLOS Litólico Eutróficos típicos com horizonte A fraco, são solos jovens e pouco evoluídos e constituídos de material orgânico encontrado em menos de 20 cm de profundidade, são solos da ordem azonal e de antiga nomenclatura LITÓLICOS eutróficos, existem ainda os NEOSSOLOS Flúvicos, com antiga nomenclatura de ALUVIAIS Eutróficos, são solos constituídos de material sedimentar encontrados próximo a rede de drenagem em profundidades com mais de 2 metros.

 Fig.

5. M

apa

da d

iver

sida

de m

iner

alóg

ica

da P

araí

ba

28

Os recursos minerais são um conjunto de toda matéria-prima mineral exis-tente na natureza e são explorados pela atividade humana, São considerados na sua maioria elementos não renováveis. No território que compreende as terras da cidade de Patos podemos encontrar alguns minerais como: ouro, mármore cor-de-rosa, calcário, ferro e cristais de rochas; esse grupo de minerais explorados con-corre diretamente como forte elemento na formação da economia da cidade e do estado da Paraíba, sendo o calcário o que mais se destaca na atualidade.

Biogeografia: vegetação de caatinga A palavra caatinga vem da língua tupi e significa mata branca, onde (Caa= mata + tinga=branca). Muitos autores consideram esta mata como único bioma ambiental exclusivamente brasileiro, isso demonstra que as espécies animais e ve-getais encontrados nesse bioma, não podem ser encontradas em nenhum outro lugar no mundo, pois além de características únicas ele é também adaptado ao clima quente e seco. Em épocas distintas, a caatinga apresenta duas fases diferentes: nos me-ses em que se prolongam as secas ou o baixo índice pluviométrico ela apresenta um aspecto seco, algo semelhante à Savana africana. Nos meses de inverno ou em regiões menos quente do Nordeste, ela se apresenta como uma vegetação verde. A caatinga ocupa uma vasta área que corresponde a cerca de 850.000 km no Nor-deste e isso corresponde a 10% do espaço brasileiro e um registro que chega de 2.000 a 3.000 mil espécies já catalogadas. Em todo o território da cidade de Patos, há uma predominância da vegeta-ção com uma formação do tipo arbustiva esparsa e facilmente se podem identificar algumas espécies bem conhecidas como: favela, angico, marmeleiro, jurema preta e jurema branca, umbuzeiro, catingueira, mororó, juazeiro, aroeira, braúna, perei-ro, mandacaru, xiquexique, coroa de frade, palma forrageira e outras.

Fig. 6/7 Espécies da vegetação da caatinga. Espécies de vegetais encontrados na caatinga, nos arredo-res do município patoense. Fotos: Valdemir Nunes (2010).

   

29

Na vegetação de caatinga, algumas características são bem fáceis de se-rem identificadas, pois sua adaptação a ambientes secos ou as condições de aridez as tornam xerófilas, sendo comum a caatinga perder suas folhas durante a estação seca, características conhecidas por subcaducifólia; baixa ou média estatura, prove-niente de um menor índice pluviométrico; grande quantidade de espinhos, ausência de folhas ou folhas pequenas, para evitar a perda de líquido pela transpiração; galhos finos e retorcidos e excessiva quantidade de arbustos. É fácil perceber que a vegetação da caatinga perde suas folhas em uma época do ano, apresentando um aspecto aparentemente morto, essa característica da caatinga é denominada de latência, e contribui para evitar a perda de líquido. Além de proporcionar uma cobertura ao solo com suas folhas decíduas, as quais contribuirão para a fertilização do solo pela incorporação de matéria orgânica. O processo de desmatamento é intenso, visto que o homem nordestino sempre teve na vegetação uma forma de sobrevivência e isso acarretou problemas enormes ao meio ambiente, principalmente pelo fato de que a vegetação ciliar não foi mantida o que desencadeou outras formas de impactos ambientais. De acordo com o Código Florestal, todas as áreas com matas ciliares ou matas de galeria e nascentes de florestas nativas devem ser preservadas e são consideradas áreas de preservação permanente, (APP) O código ambiental também estabelece largura e extensão diferenciada para cada área do curso do rio. Veja o quadro abaixo.

Tabela 2. Larguras de rios e matas contidas no Código Florestal

Leitura complementar

Mudanças no Código Florestal O Código Florestal é uma lei federal que existe desde 1965 e seu objetivo maior é estabelecer a relação homem e biomas no Brasil. Porém o dia 06 de junho de 2010 esta relação tem sido prejudicada com a criação de mudanças como a não obrigatoriedade da preservação de 30 metros de vegetação nas margens dos rios, ou seja, a vegetação ciliar perderá 15 metros do espaço que seriam destinados a ela e haverá redução para áreas me-nores, outra mudança na nova lei é que não serão mais obrigatórios os replantios em áreas consideradas reservas legais de até quatro módulos, isso significa que é o fim de algumas reservas legais, e com as novas mudanças, os topos dos morros deixam de ser considerados áreas de preservação permanente (APP) e podem ser desmatados.

Largura do rio Largura da mata ciliar ao lado do rio Menos de 10 metros 30 metros Entre 10 e 50 metros 30 metros Entre 50 e 200 metros 100 metros Entre 200 e 600 metros 200 metros

30

Quanto à fauna, estima-se que haja mais de 1000 espécies de diferentes portes de animais na caatinga, divididos entre mamíferos, répteis, aves e anfíbios, sendo que algumas espécies já se encontram protegidas pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) devido à ameaça de extinção, entre eles: a onça, o gato selvagem, o veado catingueira, preá, calango, cascavel, cutia, gambá, mocó, tamanduás, tatu bola, tatu canastra e uma enorme variedade de aves. Lamentavelmente, por falta de políticas públicas que possam suprir as ne-cessidades do homem do campo, a procura por meios de subsistência desencadeou o processo de matança e tráfico de animais da caatinga, contribuindo para o au-mento da terceira maior forma de comércio ilegal. Com este tráfico desenfreado o Brasil ainda continua no topo, ostentando o título de maior exportador de animais de forma ilegal, expondo todo um ecossistema à extinção.

Leitura complementar

Declaração Universal dos Direitos dos Animais Você sabia que existe uma Declaração Universal dos Direitos dos Animais, que foi anunciado pela UNESCO no ano 1978 e um grande número de países assinou este documen-to, inclusive o Brasil? O compêndio é um verdadeiro defensor dos animais, lhes garantido a vida, a pro-teção e coibindo toda forma de destruição, maus tratos, tráfico e toda forma cruel e degra-dante aos quais os animais têm sido submetidos.

Ressaltando o potencial econômico da caatinga, pode-se dizer que é um ecossistema muito explorado e de maneira errônea, algumas espécies contribuem desde os tempos mais antigos da colonização como alimentos para os rebanhos caprinos e bovinos, entre eles: pau ferro, mandacaru, juazeiro, mororó e outros que são espécies bem utilizadas. Já na área medicinal são utilizadas espécies como jatobá, pinhão, coroa de frade, mororó, velame, angico e outras espécies que o conhecimento empírico facilitou o seu uso. Na vegetação de caatinga, a flora e a fauna apresentam uma elevada biodi-versidade, no entanto as mesmas encontram-se em processos avançados de degra-dação, destruindo a flora se castiga a fauna, e esta degradação é fruto do processo de exploração que ocorreu ao longo de décadas.

Hidrografia A hidrografia paraibana, localizada no Polígono das Secas, é marcada pela presença de dois tipos de rios: rios temporários, que são a maioria e secam devido aos longos períodos de estiagem; e uma minoria constituída de rios permanen-tes, esses mantêm seu curso o ano inteiro apresentando duas principais bacias: a bacia do Paraíba, localizada ao lado leste do estado e a bacia que banha o sertão paraibano que é a bacia do Piranhas, ambas fazem parte do complexo das bacias

31

secundárias do norte nordeste composto por um total de nove bacias. É exatamente na bacia hidrográfica do Piranhas que se insere a cidade de Patos, ela drena 60% do estado, privilegiando 102 municípios e uma população es-timada em mais de 1 milhão de habitantes, seu principal rio é o Piranhas - Açu, de domínio federal, pois nasce no município de Santa Fé na Paraíba, seu curso natural segue pelo Rio Grande do Norte e desemboca no Oceano Atlântico.

Fig. 8. Reservas hídricas da Paraíba

Tabela 3

 

Açudes Município Capacidade (m3) Acauã Itatuba 253.000.00 Capoeira Santa Terezinha 54.450.000 Coremas Mãe Dágua Coremas 1.358.000,000 Engenheiro Ávido Cajazeiras 255.000,000 Epitácio Pessoa Boqueirão 411.686,287 Gramame/Mamuaba Conde 56.937,000 Lagoa do Arroz Cajazeiras 80.220,750 São Gonçalo Sousa 44.600,000

32

A Bacia hidrográfica do Piranhas é alimentada por um grande número de rios afluentes, (Rio Piancó, Rio do Peixe, Rios Seridó, Picuí e Rio Espinharas), sub-afluentes e ainda por grandes açudes, dentre eles: • Açude Mãe D´água / Coremas,• Açude Epitácio Pessoa / Boqueirão • Açudes Engenheiro Ávidos / Cajazeiras• Açude Acauã / Itaituba• Açude Lagoa do Arroz/ Cajazeiras. • Apresenta ainda açudes menores como: São Gonçalo, Cordeiro, Capoeira.

O Rio Espinharas A cidade de Patos dispõe da sub-bacia do Rio Espinharas, seu principal rio, o Espinharas, é formado pelos Rio da Cruz, que nasce no município de Imaculada e o Rio Farinha que nasce no município de Salgadinho, o encontro dos dois rios ocorre próximo à cidade de Patos. O curso percorre 45 km de terras paraibanas, atravessa a depressão de Patos e deságua no Rio Piranhas, já no Rio Grande do Norte.

Fig. 9. O Rio Espinharas atravessa a depressão sertaneja e seu curso apresenta impactos ambientais nas áreas urbana e rural da cidade de Patos. Foto: Valdemir Nunes (2010).

 

33

Mesmo sendo considerada como uma sub-bacia pequena, suas águas con-templam quase 20 cidades nos arredores da cidade de Patos, seus limites se tor-nam amplos no momento em que atinge o estado do Rio Grande do Norte e o seu leito arenoso, mesmo temporário, mantém-se úmido e serve para a prática da agri-cultura por quase todo o decorrer do ano. São inúmeros os afluentes que deságuam nesta sub-bacia, entre eles:• Sabonete• São Francisco• Riacho das Moças• Riacho Firmino Gayoso• Riacho das Bastianas. As barragens de Capoeira, Farinha e Jatobá fazem parte da sub bacia do Espinharas e todas fazem parte da bacia do Piranhas. Todas as áreas que pertencem a essa sub-bacia apresentam impactos de origem antrópicas, essas ações vêm provocando alterações na qualidade e na quantidade das águas destes afluentes.

A origem do nome “Espinharas” A primeira versão nasce a partir do encontro do Rio da Cruz com o Rio da Farinha, dando origem a um terceiro curso de rio, que logo foi denominado pelos índios de “Rio dos Pinhais”, que posteriormente com a introdução da colonização portuguesa, a palavra foi traduzida para o português com a pronúncia de Espinha-ras. A segunda versão envolve a família Oliveira Ledo, que durante os deslo-camentos pelo rio encontrou em sua margem a abundância vegetal de um pinhão bravo e logo trataram de chamar esta vegetação de pinhal. A família, que falava um português com dificuldades de pronúncia logo mudou a pronúncia de Pinhal para Pinharas. Com isso o rio passou a se chamar de Rio dos Pinharas. Com a rapidez no falar a pronúncia passou a ser RiodosPinharas (tudo junto) e assim com o passar dos tempos se concretizou Rio Espinharas. A seguir veremos um levantamento sobre a atual situação do rio Espinha-ras e algumas áreas que formam esta sub-bacia.

Diagnóstico das Fontes Poluidoras do Rio Espinharas Os recursos hídricos e o meio ambiente os quais envolvem a sub-bacia do Rio Espinharas apresentam-se bastantes suscetíveis a processos avançados de degradação. Essa sub-bacia possui relevante importância para as populações ri-beirinhas localizadas nas suas margens e suas águas chegam até a bacia do Rio Piranhas suprindo também as necessidades de populações urbanas e rurais loca-lizadas em todo o seu curso. O uso desenfreado desses recursos que contemplam abastecimentos humanos e animais, a produção de alimentos, produção de energia e industrial, irrigação, recreação e turismo demonstram a tamanha importância desta sub-bacia. Mesmo sendo uma sub-bacia importante para a manutenção do Rio Pi-

34

ranhas, é elevada a quantidade de processos degradatórios que se verificam nas margens desse rio, desde a sua nascente até a sua desembocadura: 100% dos esgotos domésticos da cidade de Patos possuem como destino o Rio Espinharas; grande parte do lixo doméstico é jogada no seu curso de área urbana; a destruição da mata ciliar; o represamento das águas; mudanças do curso do rio; uso excessivo de agrotóxicos; retirada de material para construções; o processo desenfreado de especulação imobiliária; a ocupação do leito e das margens do rio com construções e, por fim, o assoreamento e a morte do rio. Esta degradação sem fim, aliada ao crescimento urbano e à total desvalorização do meio ambiente pelo homem, sintetizam o poder do capitalismo, onde tudo tende a ser consumido, destruído e transformado em fonte de renda para o homem.

Os principais problemas ecológicos que o Rio Espinharas apresenta

A extinção da Mata Ciliar É um dos principais problemas enfrentados pelos rios brasileiros. No Rio Espinharas, esse tipo de vegetação foi retirada ou substituída em quase 80 % de sua área, dentro do município de Patos. Ademais não há uma preocupação por parte da população ou das autorida-des em preservar esse tipo de mata, que é imprescindível para a manutenção dos rios e dos animais que povoam suas margens. Essa falta de mata ainda causa o desaparecimento de aves, mamíferos e peixes, (isso levando em consideração os mais conhecidos, quanto aos répteis e os anfíbios não se pode fazer um estimativa) alguns que eram comuns, hoje já não se veem mais. Essa mata foi retirada no intuito de favorecer a urbanização e a agricultura, o que tornou o solo cada vez mais frágil e menos fértil. Nos locais onde a mata ciliar foi substituída, existem plantações de capim e plantas invasoras, que impedem a proliferação e fixação de plantas nativas. Para tentar reduzir ou impedir a destruição das matas ciliares ou florestas, a Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) adotou a resolução A /RES/61/93 em 20 de dezembro de 2011, declarando o ano de 2011 como o Ano Internacional das Florestas. Com esta ideia, sugere-se uma maior mobilização das comunidades mundiais para que se busquem a promoção do manejo sustentá-vel, a conservação e o desenvolvimento das florestas em todo o mundo.

35

Fig. 10. Plantações de capim às margens do rio Espinharas. Foto: Valdemir Nunes (2010).

Além da desestruturação do bioma, suas margens ficam mais suscetíveis aos processos erosivos. A mata ciliar que existia oferecia condições para uma atividade extrativa, além de ecologicamente correta, ajudaria na renda das pessoas mais carentes, que viviam próximas ás margens do rio.

O assoreamento do rio Com a devastação das margens do rio, elimina-se um anteparo natural que protege o solo e propicia uma queda suave das gotas de águas da chuva. As folhas das árvores amortecem o impacto dos pingos e permitem o tempo necessário para que o solo absorva o excesso de água, evitando, assim, que ela escoa com muita força para dentro do rio e leve consigo parte do solo. Com a inexistência da floresta, a água que cai, faz com muita força e provoca a erosão do solo, assoreando rios e nascentes e sobretudo eliminando o reabastecimento natural dos lençóis subterrâ-neos, diminuindo, portanto, o volume do líquido disponível para o reabastecimento dos corpos de água.

 

36

Fig. 11. Margem direita do Rio Espinharas em total processo de assoreamento devido à retirada da co-bertura vegetal. Foto: Valdemir Nunes (2010).

Os solos vegetados mal ou bem conseguem desempenhar a função de propiciar a infiltração das águas nos solos. Sem a mata o solo fica desprotegido, sujeito às intempéries e com isso, aos poucos, ocorre à deposição de sedimentos que escoam para o leito do rio, isso cau-sando problemas: a perda do solo fértil que poderia ser manejado de forma correta ou usado para o reflorestamento e o arrasamento do rio. A perda do solo é algo que pode acabar com muitas atividades ribeirinhas, além de causar um prejuízo ambiental: a ausência de solo fértil impedirá a fixação da mata, sem mata o assoreamento tende a aumentar e com isso se expurga o ciclo onde o mais prejudicado é o meio ambiente e, por conseguinte, o homem.Em alguns lugares, ao longo do Rio Espinharas, a situação é complicada, pois se torna evidente que uma recuperação dessa área é demorada e dispendiosa, sem falar que se não forem tomadas às devidas providências, o problema tende a piorar. Os principais agentes erosivos são: o vento, a chuva e as ações antrópicas; nestas ações quando o homem usa o rio como depósito provoca um problema enor-me. A tendência é que, havendo o depósito desse material no leito do rio, esse se torna raso e propicia o aparecimento de poços de água nas áreas do leito. No Rio Espinharas o processo está tão avançado que mesmo em épocas de muita chu-va, sua profundidade mal ultrapassa 1,5m.

 

 

 

37

O lixo depositado nas margens e no leito do rio Esse problema é puramente educacional, já que por diversas vezes houve campanhas para despoluição das margens do rio. A prefeitura já promoveu em di-versos pontos, a limpeza de lugares onde mais se deposita lixo. Porém o que acon-tece é que se “limpa” e não se faz trabalho de conscientização junto à população. Sendo assim, o lixo acumula-se, aparece o mau cheiro, as pessoas que vivem pró-ximas às margens ficam mais suscetíveis a doenças causadas por insetos e ratos.

Fig. 12. Um sofá, um animal morto e outros tipos de lixo jogados no curso do Rio Espinharas proporcio-nando a destruição do ambiente. Foto: Valdemir Nunes (2010).

Eutrofização: o excesso de plantas no leito do rio É bem verdade que esse fenômeno tem sua parte boa: evita que a água do rio evapore totalmente. Alguns ti-pos de plantas absorvem certas substâncias químicas presentes na água e os animais herbívo-ros que ali vivem ainda podem alimentar-se de algumas dessas plantas. Fig.13. A grande quantidade de vegetais cobre todo o curso do Rio Espinharas e impede a oxigenação das águas. Foto: Valdemir Nunes (2010).

 

 

38

Mas a verdade é que com esta grande quantidade de plantas também con-tribui para o desequilíbrio do ecossistema, impedindo que outros tipos de plantas se fixem, impossibilitando que as águas recebam luz solar; evitando assim que os organismos ali existentes realizem a fotossíntese e liberem oxigênio na água e com isso se concretiza o processo de eutrofização.

Os esgotos que estão correndo a céu abertopara o leito do rio Esse é um dos principais problemas apurados. Quando um esgoto escorre para dentro de um rio ele carrega substâncias orgâni-cas e inorgânicas. Essas substân-cias tornam a água do rio imprópria para o aproveitamento humano di-reto (consumo) e indireto (animais e irrigação). Esse fenômeno é de difícil resolução, pois não depende ape-nas da população. Depende prin-cipalmente de uma infra-estrutura como do tipo estação de tratamen-to (ETA) e recuperação sanitária das águas, que são necessárias para sanar o problema. Porém é sabido também que os rios possuem uma capacidade de autorrecupera-ção; o que torna o simples fator de se parar de jogar o esgoto dentro do rio, um bom auxílio para sua recuperação.

A irrigação do capim com água poluída “Esse é um problema muito grave pois a água contaminada é absorvida pela planta que se contamina, e é ingerida pelos animais e pelo homem que por sua vez corre sérios riscos de se contaminar pelo processo de contaminação cruzada.Em toda sua extensão, dentro do município de Patos, o Rio Espinharas serve de fonte de água para irrigação do capim consumido pelo gado na região. Como já foi dito anteriormente, essa prática deveria ser proibida pelas autoridades, pois falta qualidade àquela água para tal uso.

O uso de agrotóxicos no capim plantado nas margens do rio O uso indiscriminado de agrotóxico às margens do rio causa dois proble-mas: o primeiro é a contaminação direta da água do rio; a segunda é a contamina-ção do lençol freático. Nesses processos ocorre algo denominado de “contaminação cruzada”, pois ao se usar o agrotóxico com um objetivo de eliminar as pragas da

 

Fig. 14. Esgoto localizado próximo ao Largo Rodoviário escoando diretamente no curso do

Rio Espinharas. Foto: Valdemir Nunes (2010)

39

lavoura, termina-se poluindo o solo, as águas e os alimentos, que consumidos pelo homem acabam se contaminando de forma indireta. Nesse caso a descontaminação se torna muito difícil e bem mais demorada, podendo levar o homem e todo o meio ambiente à morte.

Uso do leito do rio e a degradação de suas margens É uma prática bastante comum nos trechos verificados dentro do perímetro urbano da cidade. Agravada principalmente devido o crescimento indiscriminado da cidade, que formou uma grande demanda de metralha, cujos responsáveis não têm onde colocar e depositam no leito do rio ou em suas margens. O referido ato causa o entupimento do curso do rio e provoca a contaminação por cal e por outros elementos, além de cobrir toda vegetação rasteira da margem do rio. Ainda neste âmbito algo que chama muita atenção ao longo do rio, é a construção de pontilhões sobre o seu leito. É visível que estas construções não obedecem a nenhum padrão, tampouco obedecem ao ideal, isto é, são feitos de forma que não respeitam o curso do rio e se colocam como verdadeiras barreiras, inclusive para o material que sedimenta e o lixo que vem junto, todo isso vai for-mando uma montanha de entulho assoreando o rio. Com o entupimento do curso do rio, consequências desastrosas podem ser trazidas para o homem, agravadas pela poluição dos mananciais, a erosão e o assoreamento alastrado, provocando o escoamento superficial e as enchentes.

Leitura complementar

Recordando o passado: uma enchente assustadora A noite de 13 de abril do ano de 2009 entra para a história do município com gran-de tristeza e pesar, foi inicio de tarde e noite de terror, parecia uma chuva tranquila, mas a demora em finalizar provocou espanto e medo na população. Os altos índices pluviométri-cos ultrapassaram os limites dos riachos e barragens nos arredores da cidade, provocaram inundações e enchentes, casas foram alagadas, famílias inteiras perderam tudo que tinham construído, em menos de duas horas de chuva, pessoas morreram, outras ficaram desapare-

cidas, um grande número de animais não pôde se salvar, o prejuízo foi enorme.

A retirada de barro e areia do leito do rio para construções A retirada de material (barro e areia) para construções, tem efeito direto sobre o avanço do assoreamento. As áreas que passam por retiradas de material ficam descobertas e logo cedem e são depositadas de forma lenta no leito do rio. Essas retiradas, aos pouco, matam o rio promovendo o aparecimento de voçorocas e assoreamento intenso e rápido do rio. Esse processo está relacionado ao cresci-mento urbano no município, mas há um preço ambiental muito elevado.

40

A falta de oxigenação na água Nesse caso, o problema é com os organismos que vivem na água e pre-cisam de oxigênio. A falta de movimento das águas e o depósito de substâncias químicas reagem com o oxigênio, transformando-os em novos elementos e dificul-tando assim a respiração dos animais aeróbicos.

A água empossada O empossamento de águas revela o grau de com-prometimento do rio, é bem provável que esta água em-possada no leito do Rio Es-pinharas seja a grande res-ponsável pelas ocorrências de surto de dengue que tem afli-gido a população nos últimos anos. Essa água apresenta mau cheiro, e na sua maioria, acumula-se nos tempos de seca pelo grande número de esgotos urbanos despejados no curso do rio.

As queimadas às margens e no leito seco do Rio Espinharas

 Fig.15. Trecho urbano no centro da cidade de Patos apresentando água empossada e grande quantidade de lixo. Foto: Luiz Aquino (2010).

 

Fig. 16. Focos de queima-das ao longo da margem do Rio Espinharas. Foto: Luiz Aquino (2010).

41

As queimadas são problemas em qualquer lugar. No leito do rio, produzem efeitos danosos como à diminuição da qualidade do solo. A interferência negativa na formação, crescimento e manutenção da mata ciliar favorecem a erosão, o as-soreamento do rio e a poluição do ar. O aparecimento da fuligem gerada pelas queimadas implica no desenvolvi-mento de doenças crônicas ligadas ao aparelho respiratório. Nos grandes centros, e nas áreas em que ocorrem incêndios, outros elementos poluem o ar e destroem a qualidade de vida nesse bioma.

O Rio Espinharas precisa de revitalização

Diante dos inúmeros problemas apresentados, constata-se que o Rio Es-pinharas agoniza, devido à insanidade humana, daí a necessidade de se buscar maneiras vitais para prevenir a morte desse rio através de ações rápidas e eficazes por parte da sociedade. Não se acredita na falta de conscientização, todo ser humano adulto sabe como não poluir, nas escolas o tema é tratado desde as séries iniciais, as crianças aprendem facilmente como os rios se tornam poluídos, mas essas crianças crescem num contexto em que observa em seus pais e adultos a ação de poluírem como se fosse algo corriqueiro e assim acabam por se inserir nesse processo. Sabe-se que não é fácil mudar a consciência da população da clausura e do estigma da destruição, mas é de cunho notório querer um rio despoluído, revitali-zado, com margens e mata ciliar respeitadas e preservadas, com uma exploração racional empregada de forma ampla e principalmente onde o conceito de sustenta-bilidade, na forma mais pura e ampla, seja respeitada. E na busca por esta revitalização, realizou-se no dia 05 de novembro do ano de 2010 um Ato Público na Praça Getúlio Vargas, no centro da cidade de Pa-tos, fruto de uma Caminhada em Prol da revitalização do Rio Espinharas reunindo escolas públicas e privadas e um grande número de entidades civis e militares, corpo de bombeiros, ONGs e clubes de serviços, representantes de universidade e faculdades, representantes dos poderes legislativos e executivos. O propósito da caminhada era sensibilizar os poderes públicos e a sociedade sobre os atuais pro-blemas ambientais que o Rio Espinharas apresenta e solicitar do poder executivo através de um abaixo assinado, ções concretas que possam promover melhorias no degradado Rio Espinharas.

42

 

43

Principais reservatórios que abastecem a cidade de Patos e alguns afluentes

Quadro 7. Fonte: AESA

A Microbacia do Jatobá O Jatobá é um importante açude que pertence a sub-bacia do Espinha-ras, localizado nas margens da Rodovia estadual -262 no acesso Patos – Teixeira. Construído na década de 50, no então governo de Osvaldo Trigueiro, sua nascente ocorre do encontro do Rio da Cruz com o Rio Tubarão e percorre extenso caminho ao longo dessa sub-bacia. Na formação da sub-bacia do Espinharas participam importantes rios e riachos que ao se cruzarem em trechos da depressão sertaneja, formam os afluentes e subafluente que deságuam diretamente no seu reservatório, são eles: Riacho dos Mares, Riacho do Barro Verde e Riacho dos Anteros e outros. Alguns desses rios e riachos ainda mantêm suas qualidades naturais, porém os impactos ambientais são visíveis e provocados por ações antrópicas, que são: des-truição e substituição da mata ciliar por outras culturas, erosão e assoreamento do rio, poluição das águas com uso indiscriminado de agrotóxicos, uso inadequado das águas.

Fig.17. Açude Jatobá em época de cheia. Foto: Alarcon Leitão (2010)

Açudes Município Capacidade em m3

Jatobá Patos 18,000 m3 Farinha Patos 25.700,000 m3 Capoeira Santa Terezinha 54,450,000 m3 Coremas- Mãe Dágua Coremas 1,358,000,000 m3

44

A micro-bacia do Jatobá apresenta uma capacidade de aproximadamente 18.000 metros cúbicos e foi construído pelo Departamento Nacional de Obras Con-tra a Seca (DNOCS). Como o problema da escassez de águas que se agrava a cada ano, devido à ocorrência de secas prolongadas, a cidade de Patos em algumas oportunidades, já chegou a ser abastecida pelas águas do Jatobá. Atualmente suas margens estão ocupadas por chácaras, onde o processo de desmatamento acirrado deu lugar a construções residenciais criadouros de animais; ainda é comum, também, durante o dia, em suas margens próximas à rodovia, a lavagem ilegal de veículos.

O riacho dos mares, um dos principais afluentes do Jatobá O Riacho dos Mares recebe as águas que vêm do Açude Farinha através do canal, que, por conseguinte, deságua no Açude do Jatobá, devido aos longos períodos de estiagem, geralmente seu leito encontra-se seco apresentando solo sedimentar arenoso, e isso propicia a retirada de material (areia) que será utilizado nas construções das áreas urbanas. A vegetação rasteira, aparentemente morta, deixa aflorar o solo em elevado processo de erosão e um claro assoreamento, estas ações reduzem o espaço do rio, onde sua parte mais larga apresenta um trecho com apenas 6m e 32 cm de largura e 3m e 46 cm de profundidade. Nas laterais, é visível a perda de profundidade, que apresenta apenas 30 cm. O processo de desmatamento deu lugar a construções de casas e plan-tações de capim, mas ainda são facilmente encontradas algumas espécies como oiticicas, unidas a plantações secundárias de cajueiros, mangueiras e algarobas.

Fig. 18. Leito do canal do riacho dos Mares que deságua no Açude do Jatobá. Foto: Luiz Aquino (2010)  

45

Segundo os moradores da localidade Mares, nos períodos de cheia, o curso das águas ocupa aproximadamente 60m nas laterais do riacho, com profundidade entre 30 e 40 cm; mas nos últimos anos têm sido observada a redução nos níveis das águas, as quais secam mais rapidamente nos períodos de estiagem.

A Barragem de Tubarão subafluente do Açude Jatobá A barragem de Tubarão, localizado entre as cidades de São José do Bonfim e Patos, faz parte de um conjunto de aproximadamente 24 açudes que circundam os reservatórios hídricos e que rodeiam o município de Patos. Esse açude recebe as águas de aproximadamente seis riachos que unidos completam seu curso de-saguando no Açude do Jatobá. Sua importância é incalculável, pois a sangria do Jatobá depende diretamente da quantidade de águas que este açude possa receber e liberar para o Jatobá.

Fig. 19. Barragem de Tubarão em período de seca. Foto: Luiz Aquino (2010).

No ano de 2009, o açude do Tubarão chegou a sangrar durante noventa dias e isso estimulou o desenvolvimento da agricultura de subsistência nas suas margens, garantido a sobrevivência de um número reduzido de moradores que resistem à seca e ao êxodo rural.

 

46

Fig. 20. Grande reservatório hídrico que em épocas de estiagem abastece a cidade de Patos. Foto: Luiz Aquino (2010).

A Barragem da Farinha Considerado como um dos principais reservatórios que compõem a sub-ba-cia do Espinharas e um dos principais reservatórios de águas do sertão, a Barragem da Farinha possui uma capacidade hídrica de 25. 700,000 metros cúbicos de água. Foi construída na década de 70 pelo então governador patoense Ernani Sátyro, sen-do uma das principais obras do seu governo e a realização de sonho político, que acompanhava desde criança. Suas águas abastecem a cidade de Patos nos longos períodos de estiagens. A falta de uma política de revitalização e recuperação dos açudes demonstra a necessidade de implantação de obras de infraestrutura hídrica para conservar e manter um controle sobre os riscos de cheias e inundações. Com a implantação dessa política seria possível obter uma exploração racional dos pe-quenos reservatórios, a normatização do uso da água para irrigação e fiscalização do uso da mesma. Há ainda uma necessidade de melhorar a parede de contenção da água, que ora apresenta grandes sulcos, oriundos dos processos de erosão e voçorocas que se ampliam há décadas.

47

A Barragem de Capoeira

Fig. 21. Barragem de Capoeira localizada nas terras do município de Santa Terezinha. PB. Um dos reser-vatórios que abastece a cidade de Patos. Foto: Luiz Aquino (2010)

A principal fonte de abastecimento de águas da cidade de Santa Terezinha, também faz parte da sub-bacia do Espinharas, recebe águas dos rios e riachos que deságuam no Rio da Cruz, que nasce no município de Imaculada. Foi construída na década de 80 pelo então governador, Wilson Braga, fruto do Projeto Canaã que construiu grandes açudes e barragens no estado. A Barragem de Capoeira apresen-ta uma capacidade para 54.45.000 milhões de metros cúbicos de água, é considera-do o 4ª maior reservatório de água do estado, atualmente encontra-se monitorada pela Agência Executiva de Gestão das Águas (AESA). O espaço apresenta uma enorme singular beleza, devido a sua localização estratégica entre montanhas que represam as águas, o visual é um esplendor, as matas ciliares continuam preservadas, as melhorias na parede de contenção de água descartam qualquer perigo, porém uma grande quantidade de águas se eva-pora e reduz a quantidade dos recursos hídricos

 

48

O Rio da Cruz O Rio da Cruz tem sua nascente no Planalto da Borborema junto ao sopé do Pico do Jabre e une-se a outro pequeno riacho que nasce em Santo Aleixo, formando um curso d’água, que já em terras das espinharas conflui com o Rio da Farinha e passa a ser denominado de Rio Espinharas, suas águas banham as terras da cidade de São José de Espinharas no sentido sul-norte e atravessa um número de chácaras e fazendas nos limites entre Patos e São José de Espinharas. Em seu curso ainda se pode encontrar água de qualidade e consumida por populações ribeirinhas que vivem ao redor de suas margens. exclusivamente em áreas rurais.

Leitura complementar

Vejamos o que dizem as leis com relação às águas. Segundo a Constituição Federal, aprovada em 1988, conhecida como a Constituição do povo, em seu art. 20. Declara que os rios, lagos e quaisquer correntes de água em terre-nos de seu domínio, ou que banhem mais de um estado sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais são bens da união. A mesma constituição declara, ainda, no seu art. 23 no inciso VI, que é competência comum da união, dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios a proteção do Meio Am-biente e isso incluem as águas. O Código Municipal do Meio Ambiente atribui ao município o dever de fiscalizar, zelar, proteger e recuperar os ecossistemas aquáticos e principalmente as nascentes, lagoas e açudes essenciais à vida e prevê o enquadramento dos agentes poluidores nas penalidades legais previstas na legislação específica. O Código de Águas criado por um decreto lei de 1930, ainda no governo do então Presidente Getúlio Vargas, foi totalmente revisado, visto que era uma legislação obsoleta e não acompanhava as necessidades e o interesse da coletividade nacional. Essas mudanças dotaram o país de uma legislação adequada e de acordo com as tendências atuais, e permi-tiram ao Poder Público controlar e incentivar o aproveitamento das águas. Sua execução é de total competência do Ministério da Agricultura.

Fonte: Constituição Federal brasileira, Código Municipal do Meio Ambiente, Código de Águas

Os aspectos geomorfológicos A cidade de Patos e os demais municípios que formam a microrregião de Patos estão inseridos na depressão sertaneja (do tipo relativa, ou seja, está acima do nível do mar) e a oeste do Estado paraibano. Seus terrenos apresentam cotas situadas entre 240 a 580m de altitude, e localiza-se exatamente na área denomina-da de Polígono das secas, com relevo de predominância ondulada a suavemente ondulada. Sua declividade varia de média a baixa, e é constituído por uma baixa extensão de terras, com predominância dos LUVISSOLOS e dos NEOSSOLOS Litóli-cos e Flúvicos que de forma ampla apresentam-se com as seguintes características: raso, pedregoso e apresentando grandes influências com os processos naturais e eutróficos.

49

 Fig. 22. Perfil topográfico do Estado da Paraíba destacando a depressão sertaneja, espaço onde se insere a cidade de Patos.

Perfil topográfico do município patoense em números e porcentagem Fonte: Emater-Patos

Com essa topografia aliada a um maciço rochoso que o cerca, as tem-peraturas tendem a variar entre 30º e 38º, essa elevada variação pode também ser explicada pelo conjunto de mudanças climáticas que ora o globo apresenta, contudo apresenta uma baixa amplitude térmica. Na depressão sertaneja, área intermontana, podem-se encontrar morros isolados de formação cristalina conhecidos por inselbergs, destacáveis na depres-são, imponentes e de elevada beleza, raros, porém comuns a regiões de climas áridos, semi-áridos e tropicais de savanas, também podem aparecer em áreas de latitudes médias e climas equatoriais, os mais belos inselbergs do mundo podem ser encontra principalmente em três estados nordestinos, precisamente três cida-des se destacam nesse conjunto, são elas: Patos (PB), Milagres (BA) e Quixadá (CE), e poucas áreas no globo, daí sua importância na sua geomorfologia regional.

• Plana (declive até 3%) ...........................................................................8,00 • Suave ondulada (declive de 3% a 8%) ................................................50,00 • Ondulado (declive de 8% a 20%) .......................................................30,00• Forte ondulada (declive de 20% a 30%) .............................................10,00 • Montanhoso (declive acima de 30%) ....................................................2,00

Categoria

TOTAL 100,00

%

50

Fig. 23. Vista panorâmica da depressão sertaneja. PB Foto: Valdemir Nunes (2010)

Rodeando o município de Patos, encontram-se alguns inselbergs, entre eles: o Serrote do Espinho Branco e Forquilha, o Serrote Serra Negra, Campo Ale-gre, Trapiá, Serrote da Onça, Serrote de Pedro Augustinho e outros. Segundo alguns autores os inselbergs podem receber outras denominações: “Pe-dimentos ou Glacis”; já no Nordeste brasileiro, eles podem ser classificados de serrotes, serras, mares de morros ou maciço residual.

O Serrote do Espinho Branco

Fig. 24. Inselbergs do Espinho Branco localizado ao sudoeste do município de Patos-PB, na depressão sertaneja ocupa uma área de aproximadamente 12,94 ha. É a elevação desse tipo com maior proximidade do centro da cidade, apresenta altitude máxima de aproximadamente 417m. Foto: Valdemir Nunes (2010).

 

 

51

 

O Serrote de Pedro Augustinho

Fig. 25. Serrote de Pedro Augustinho localizado na área rural do município na comunidade denominada de Poço Cercado, apresenta Lat. 07º04’19’’ Sul / Long. 37º13’36’’ Oeste, e uma Altitude equivalente a 464m, com isso acredita-se que esse seja o ponto culminante da cidade de Patos-PB. Foto: Ronaldo Queiroz (2010).

Fig. 26. Imagem da Depressão Sertaneja retratando os Inselbergues denominados de Serrotes Lisos e Espinho Branco tendo entre ambos o açude do Jatobá. Foto: Ronaldo Queiroz (2010).

 

 

52

O termo inselberg provém de dois vocábulos alemães Insel (ilha) e Berg (montanha, monte), foi criado pelo cientista alemão J.Budel e adotado pela grande maioria dos geomorfologistas e geólogos do mundo inteiro. Em seu conceito ele afirma que os inselbergs são formas de relevo bastante diversificadas, quanto ao tamanho, forma e litologia. As mais comuns são os domos rochosos estudados por A.Bornhardt (1900), na África Oriental. Esse naturalista foi um dos primeiros cientistas a concluir que este tipo de relevo emerge como ilhas acima das planícies circundantes. Durante muito tempo (e ainda hoje, alguns geomorfologistas ainda os denominam desse modo) empregou-se o termo “bornhardt” para designar essas formas de relevo. (GALVÃO, 1967). A partir dos estudos elaborados pelo alemão Budel, novos estudos foram se aprimorando e se destacando na área sapiencial, e com isso novos conceitos foram aparecendo, vejamos: Para Melo (1994) os inselbergs são formados em rochas intrusivas ácidas, básicas, ultrabásicas solidificadas em profundidade entre as rochas preexistentes ou então constituem núcleos de anticlinais (Granitos de anestesia, embrechitos, gnaisses, graníticos, migmatitos). Excepcionalmente eles podem se formar em con-glomerados do paleozóico superior. Já o geomofólogo inglês, Lester King (1948) diferenciou o que ele conside-rou como verdadeiros inselbergs, (domos, pães de açúcar, dorsos de baleias) das formas degradadas existentes na África do Sul, Essa formas são representadas por colinas rochosas, baixas, irregulares que derivam da desagregação e da alteração dos afloramentos em domos com juntas regulares, que resultam do alívio de pres-são ou de subida do magma (TRICART, 1984). Mesmo que se tenha uma série de conceitos, é possível que a observação e a reflexão sejam capazes de elaborar outro conceito; observando esta paisagem sertaneja, percebe-se uma grande formação rochosa, cristalina, com pouca ou qua-se nenhuma formação vegetal, sua base é ampla se comparada com seu topo, que é arredondado, modelo de uma grande bexiga que emergiu do solo, espalhando-se sobre a área e solidificando-se. Como nos arredores o relevo é mais baixo, acabou por se destacar do entorno.

53

 

54

CAPÍTULO III

OS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS DA CIDADE DE PATOS

Caracterização geral

55

Os aspectos econômicos e sociais de uma região referem-se à se-gunda natureza e está diretamente atrelada à primeira natureza, elemen-tos do tipo; sítio urbano, função da cidade e rede urbana. Tais elementos influem diretamente no processo de formação do espaço e da sociedade, inferem no crescimento e contribuem para a formação de problemas so-ciais.

No processo de urbanização patoense se percebe a presença de três ele-mentos distintos: O Sítio urbano, A Situação e a Função da cidade. O Sítio urbano se refere à área em que a cidade ocupa destacando suas características de relevo, o município está localizado em uma depressão rodea-do por serras e com grande quantidade de terras devolutas, isso tem facilitado o processo de expansão desordenada e com ausência de infraestrutura, destacando na sua paisagem o aparecimento de lixões e favelas, contudo, o aparecimento de favelas concorre para o crescimento horizontal, atualmente o município se amplia de forma vertical e horizontal Contrário ao Crescimento Horizontal e destacando-se na paisagem, apare-ce o Crescimento Vertical ou Verticalização, atualmente estima-se que a pai-sagem urbana está marcada por aproximadamente 20 edifícios, todos com altura média de 10 metros, os quais priorizam áreas nobres. A tendência é construir em áreas que disponham de infraestrutura, para que seja facilitado o processo de construção, acesso, valorização e venda. Um dos elementos que mais tem facilitado à aquisição dessas áreas é a falta de segurança que cresce a cada dia, mesmo tendo conhecimento que haverá restrição de liberdade, espaço e o custo do imóvel poderá se elevar. O segundo elemento é a situação, este destaca a localização geográfica da cidade e sua posição em relação aos grandes centros e elementos importantes ao seu redor, usando este termo, o município facilita o acesso por outros municípios aos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, seu posto de cidade polo na hierarquia das cidades lhe concede esta posição, apenas 310 km separa o município da região metropolitana de João Pessoa, e a capital regional Campina Grande está distante apenas 180 km do município. Sua localização favoreceu seu desenvolvimento, mas lhe concedeu algo negativo, serve como Rota do Tráfico de entorpecentes, oriundo do estado de Per-nambuco, e distribuídos ilegalmente aos municípios e estados vizinhos. O fato de ser considerado como rota do tráfico contribuiu para o aumento da criminalidade, apreensões de drogas e armas, com envolvimento de crianças, jovens e adultos de ambos os sexos. Em consequência desses fatos a cidade dispõe de dois presídios e com elevada população carcerária Porém, a situação é um fator dinâmico; em épocas passadas à cidade era pacata, apresentava baixos índices de criminalidade, raramente acontecia apre-ensões de drogas, roubos ou assaltos. Nos hediornes a cidade apresenta diversas formas de criminalidade, conforme constatam as estatísticas da Superintendência de Polícia Civil da cidade. O ano de 2009 foi considerado muito violento, embora 2010 supere os dados dos anos anteriores.

56

O terceiro elemento se refere à Função da Cidade, são os itens pelos quais a cidade centraliza seu desenvolvimento, no passado o município despontou como Polo Comercial, atraiu cidades e estados com uma área ampla e diversifica-da e que ainda demonstra crescimento. No presente é importante destacar que o comércio é um dos polos mais importantes que a cidade de Patos dispõe, sua população aumenta nos dias de feira livre e atrai cidades dos estados vizinhos. Outro destaque é o Polo Educacional, com um número elevado de escolas públicas e privado, de ensino fundamental e médio, cursos profissionalizantes, fa-culdades e universidades com cursos em áreas diversas, este polo atrai diariamente populações de cidades e estados do Nordeste e de outras regiões. A rede urbana é um conjunto de relações econômicas, culturais, políticas e administrativas que envolvem as cidades, países, regiões e outras áreas. Atual-mente o município encontra-se ligado a uma série de outras áreas, exercendo papel importante no processo de desenvolvimento, interligada as cidades maiores como Campina Grande, Caruaru e Recife e à grande região metropolitana de João Pessoa. Este vínculo se entrelaça no dia a dia, centralizado no processo migratório pendular, destacando-se como cidade polo, abrangendo um número elevado de municípios e estados. Seu destaque plural está nas áreas comercial, educacional e de saúde.

O processo eleitoral no município Segundo dados do censo 2010, publicados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o município é considerado o maior colégio eleitoral do interior e o quarto maior do estado. A população de Patos apresenta 100.732 habitantes, mas ape-nas 66.534 habitantes estão aptos a participar do processo eleitoral, desse total, 54,15% são mulheres e 45,85%, são homens. As mulheres representam os grupos de eleitores em que há predominância de formação superior e também daqueles que se declaram analfabetas, nos demais níveis educacionais as mulheres mais uma vez superam os homens. Os eleitores que possuem idade entre 25 e 34 anos estão em maior número. A eleição é coordenada por dois juízes estaduais que controlam uma vara especial, que é a justiça eleitoral e continuam a desempenhar suas funções na vara da justiça comum. O município possui duas zonas eleitorais, cada uma delas com 98 secções: a 28ª zona abrange o município de Patos e as cidades de Quixaba e São José de Espinharas; e a 65ª zona abrange a outra parte do município patoense e as cidades de Areia de Baraúna, Salgadinho, Passagem, Cacimba de Areia, São José do Bonfim e Santa Terezinha, configurando um total de 11 municípios e 196 secções.

Patos e Ceará na transmissão de energia Os estados do Ceará e Paraíba mantêm um forte elo na cadeia de dis-tribuição de energia elétrica no nordeste brasileiro a Subestação de Milagres, localizado no sertão do Cariri no Estado do Ceará, local de onde parte um complexo sistema de transmissão de energia através de cabos e condutores para a região oeste do estado da Paraíba, onde está localizada a cidade de Patos. A energia é produzida pelo complexo de hidrelétricas de produção de ener-

57

gia Paulo Afonso localizado na bacia do São Francisco, no estado da Bahia, que através de uma ampla rede de transmissão envia energia para a subestação de Milagres, esta subestação por sua vez utiliza os cabos de transmissão para chegar à Subestação de Curemas, localizada na cidade de Coremas, já no estado da Paraíba, de onde a energia elétrica é conduzida em alta tensão para as zonas de consumo, havendo necessidade de baixar a tensão elétrica para poder ser distribu-ída ao consumidor.

A população patoense O termo população é usado para designar o número de habitantes de um espaço, território, país, estado ou município. O estudo desta população ocorre por meio de uma ciência denominada de Demografia (Demo=povo e grafia= estudo) e pode ser avaliada através de diversos aspectos, entre eles; sexo, idade, processo migratório, taxas de natalidade e de mortalidade, crescimento natural ou vegetativo, população absoluta e relativa ou densidade demográfica, adoção da pirâmide etária e outros elementos. A população absoluta do município, segundo os dados do censo do IBGE 2010, é estimada em 100.732 habitantes, representando a 4ª (quarta) maior popu-lação do estado e a 261ª (ducentésima sexagésima primeira) no Brasil, distribuídos em uma área de 513 km2, onde a população relativa ou densidade demográfica gira em torno de 196,37 habitantes por Km2. Desse total populacional, 47.809 são homens e 52.874 são mulheres; com isso, observa-se que existem 5.074 mais mulheres do que homens.Devido ao processo de desenvolvimento industrial baseado principalmente no be-neficiamento do algodão e a falta de políticas que pudessem garantir a fixação do homem no campo, Constata-se que 97% da população patoense é urbana, enquan-to que apenas 3% residem na zona rural, algo que concretiza o êxodo rural. O processo conhecido como êxodo rural foi intenso no Brasil, e principal-mente nos estados que formam o Nordeste, que foram considerados fornecedores de mão-de-obra. Fato comum nesse processo migratório, foi o deslocamento do homem do campo para as cidades, e posteriormente a concretização da migração interregional, tendo como destino a região sudeste, exatamente, os estados de Rio de Janeiro e São Paulo. Outro destino que acentuou o processo migratório foi a construção de Brasília, a qual recebeu um elevado número de patoenses. Com a 4ª (quarta) maior população da Paraíba ficando atrás somente de João Pessoa, Campina Grande e Santa Rita, o município apresenta a sexta maior economia do estado. apesar de o êxodo rural caracterizar o abandono do homem do campo.

58

A população do município apresenta números crescentes. ANO POPULAÇÃO CRESCIMENTO %1845 1524 1851 35066 3,542 232,421940 41,850 3,678 7.611950 49,540 7,690 18,381960 61,241 10,701 21,61985 74,507 14,266 23,681991 81,298 6,791 9,121996 85,631 4,333 5,332000 91,403 5,772 6,742004 97,129 5,726 6,262005 98,403 1,274 1,312007 97,276 1,127 1,152009 100,732 3,456 3,552010 100,732 3,456 3,55

Quadro1 O ano de 1985 apresenta a mais elevada taxa de crescimento demográfico nos anos apresen-tados, enquanto que o ano de 2005 apresentou o mais baixo índice de crescimento demográfico. Fonte IBGE. Adaptado com crescimento e %.

Com o crescimento do processo de urbanização que se acentua a cada ano, aliado a falta de políticas de infraestrutura que facilitasse a organização dos espaços e um planejamento adequado das construções surgiram vários problemas que afetam a sociedade, entre eles;

A Destruição do Patrimônio Histórico e Cultural de Patos O intenso processo de urbanização que atinge as cidades de médio e gran-de porte traz uma característica indesejável para a população: a perda da identida-de histórica do espaço. Ainda falta aos municípios uma política que possa garantir a preservação e manutenção dos patrimônios culturais que retratam a origem e mantêm viva a história da cidade. No município patoense é comum o abandono, a destruição e a venda de edifícios antigos. Também são frequentes as restaurações que modificam totalmen-te as características das áreas, consideradas patrimônios históricos da cidade, e isso vem contribuindo de forma decisiva para a perda da identidade dessa secular cidade, ressaltando que, uma cidade sem passado, torna-se uma cidade sem histó-ria.

59

Fig. 1/2 Antigo Cine São Francisco e a Estação Ferroviária ambos no centro da cidade. Fotos: Luiz Aquino (2010).

As áreas que podem ser consideradas patrimônios históricos incluem casas, edifícios, sobrados, antigas construções rurais e urbanas entre outros locais. No entanto algumas delas já foram destruídas e outras modificadas. A perda é incalcu-lável, vejamos alguns nomes: • Os Cines São Francisco e Eldorado. (ambos destruídos)• O Colégio Cristo Rei • As igrejas de Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora da Guia, Nossa Senhora da Conceição Santo Antonio. • A Estação Ferroviária • O Hotel JK• A Estação Rodoviária Municipal

 

 

60

O município necessita fazer valer a lei que possa garantir a preservação de dezenas de edificações e, desta forma, manter a história viva deste município. O IPHAEP (Instituto Histórico e Artístico da Paraíba) auxilia na luta pela preservação destas áreas, entretanto o trabalho é lento e depende muito do poder público. In-felizmente a cidade conta somente com uma área que está totalmente tombada: a Estação Ferroviária de Patos e mais quatros outras áreas que já estão cadastradas para serem tombadas, e assim não podem mais sofrer danos, são elas: • A Igreja de Nossa Senhora da Conceição.• Igreja de Nossa Senhora da Guia• O Parque Cruz da Menina• A Prefeitura Municipal de Patos Atualmente são cinco áreas que deixam de correr riscos de destruição e com isso exercem um forte papel na preservação da história desta cidade. Apesar de que, estas áreas já foram quase que totalmente reformadas, maquiando a ideia de uma restauração, elementos diferentes no processo de restaurar ou reformar.

Leitura complementar

Fonte: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 05 de dezembro de 1988, Cap. III Seção II_ Da Cultura.

O desemprego A alta taxa de desemprego que o município apresenta não é apenas uma realidade local, as políticas nacionais que visam à geração de emprego e renda não abrangem grande parcela da população; e isso se reflete nas altas taxas de desem-prego, especialmente nos municípios interiores das regiões Norte e Nordeste do país, Apesar do processo migratório dos habitantes para outras regiões a procura de trabalho. A cidade ainda possui pequena oferta de emprego para a população local. A falta de indústrias, de investimentos no setor primário e as pequenas ofertas de empregos no setor terciário provocam um alarmante desemprego, faltam investimentos que garantam emprego, mesmo para aqueles que não necessitam de mão-de-obra qualificada. O setor da construção civil, o comércio e as atividades voltadas ao polo coureiro calçadista ainda apresentam oferta de emprego, pois são áreas que estão impulsionando a economia.

A Constituição Federal e a Preservação dos Patrimônios Históricos. O Artigo 216 da Constituição Federal declara que constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmen-te ou em conjunto, portadores de referência á identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nas quais se incluem: [...] V – Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, ar-queológico, paleontológico e científico.

61

A falta de segurança

Fig. 3. Design: Aurélio Filho. A questão da segurança pública consiste em mais um problema gravíssimo na cidade de Patos, em linhas gerais, um problema nacional. As repressões contra o crime organizado ou não organizado nos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, forçaram a marginalidade a deixar os grandes centros e a se implantar no interior dos estados, onde a segurança demonstra mais fragilidade e menos poder de repressão A cidade de Patos, reconhecida como área pacata, nos últimos anos per-deu de forma explosiva esse perfil. A proximidade a uma região grande produtora de maconha no estado pernambucano, a localização estratégica das estradas que rodeiam o município, facilitando a migração para outros estados; o tráfico e o con-sumo interno das drogas fazem da cidade um verdadeiro ponto comercial de venda de entorpecentes. A droga, considerada como “a célula embrionária de todos os crimes”, Estimula o comércio ilegal de armas, roubos, homicídios e toda forma de criminalidade que, no momento, provocam a total falta de segurança na população. Com o grande compromisso de manter a segurança pública, o município conta com a Superintendência Regional de Patos, dividida em duas circunscrições, cada uma delas com um delegado titular e três delegados adjuntos. O III Bata-lhão de Polícia Militar com aproximadamente 380 profissionais realiza trabalhos em turnos diversos. Uma Delegacia de Polícia Federal, que há cerca de cinco anos se instalou no município e uma Delegacia de Polícia Rodoviária que pertence a Supe-rintendência Regional de Polícia (PRF). Cada setor com suas diferentes incumbên-cias e buscando melhorar a qualidade da segurança na cidade.

62

A sociedade reclama o direito a segurança, e os órgãos de segurança apon-tam limitações como a falta de condições físicas, melhores salários e treinamentos que possam capacitar o profissional. Enquanto a população reclama de um lado, e os órgãos de segurança retrucam do outro, o crime organizado se acentua e a população padece. Segundo as estatísticas colhidas junto à Secretaria de Segurança Pública, o ano de 2010 apresentou altos índices de criminalidade onde os furtos, os roubos, a desordem e os homicídios foram os crimes mais comuns na cidade, todos aliados ao tráfico de drogas.

A Violência urbana O termo violência urbana se refere a um conjunto de elementos ora bem destacados em Patos; assassinatos, arrombamentos de residências, assaltos à mão armada, estupros, roubos, furtos e acidentes de trânsito fazem parte desse con-junto. Essas ações prejudicam o desenvolvimento e trazem medo e mudanças de hábitos à população. Os acidentes de trânsito no Brasil matam o equivalente a qualquer guerra que ocorra no mundo. No município de Patos, as estatísticas mostram que a cada ano estes números tendem a aumentar, e tal fato se deve a um conjunto de fato-res: o aumento considerável da frota, devido ao crescimento do poder aquisitivo da população, a cidade polarizar um número de 84 municípios e vários estados, os habitantes dessas áreas freqüentam o município em busca de atendimento médico hospitalar, estudar e participar do comércio; tais fatores aliados à facilidade dos acessos por estradas estaduais e federias contribuem para um número maior de acidentes. Segundo alguns autores, alia-se aos crimes de trânsito e outros problemas já citados uma carga elevada de fatores visíveis em todo o contexto brasileiro, entre eles:• A má distribuição de renda • A existência de leis inadequadas e detalhistas que facilitam a impunidade e os serviços de hábeis advogados. • As frequentes notícias sobre corrupção, criando na sociedade um sentimento de revolta e desobediência. • Aumento das taxas de desemprego.• Um sistema judiciário que só consegue manter nas cadeias pobres, negros e menos favorecidos. Outros fatores sociais como a embriaguês e o descrédito nas leis podem incentivar o homem a envolver-se com a inobservância penal, no entanto o ideal é que haja na sociedade um espírito ordeiro e justo para que se possa facilitar a justiça e o desenvolvimento amplo da humanidade. O Transporte coletivo e seus problemas O Transporte coletivo ou popularmente conhecido como transporte de mas-sa é considerado como ou dos mais graves problemas sociais que os trabalhadores

63

têm enfrentado, seja nas cidades do interior ou mesmo nos grandes centros do país. A exploração dos transportes coletivos de que a cidade ora dispõe conta com uma frota de 14 veículos executando duas linhas nos sentido norte/centro/sul e centro/leste. Visando suprir esta necessidade de transportes é realizado no município a exploração do serviço mototaxi, são 84 praças e 950 profissionais visando suprir a necessidade de deslocamento de uma população de aproximadamente 110 mil habitantes, há ainda a exploração do serviço de táxi, considerado como o mais antigo do município, são 23 praças distribuídas em pontos estratégicos e em ruas consideradas principais, principalmente em setores que privilegiam o comércio. Segundo dados fornecidos pelo DENATRAN, a frota de veículo da cidade de Patos é de 30.631 veículos, esses dados retratam o município como a terceira maior frota do estado, com isso o município torna-se vulnerável a uma série de problemas. Entre os problemas que se verificam neste setor é comum a citação de uma falta de regularidade nos horários dos transportes, e a inexistência destes trans-portes de massa, caracterizando um espaço a mais para a exploração de outros serviços considerados caros e de alto risco dentro de vias que se tornam cada vez mais perigosas. Altos índices de acidentes de trânsito.

A infraestrutura Alguns itens que se referem ao termo infraestrutura são essenciais, são eles: água encanada e tratada que possa refletir uma boa qualidade de vida, pa-vimentação (calçamento) de áreas, eletricidade, rede de esgoto e telefonia. Esses são elementos fundamentais para o desenvolvimento de uma população. Na cidade de Patos, esses elementos ainda necessitam de investimentos, principalmente os setores das periferias. Infelizmente, esgotos correm a céu aberto, a eletricidade existe, porém com valores elevados. No setor da telefonia, houve um avanço se comparado a tempos passados, quando a dificuldade era enorme, telefone era algo que só a classe alta possuía, hoje é algo comum, o barateamento na telefonia facilitou o acesso e ampliou as comunicações isso se deu graças ao processo de privatização de setores nas comunicações.

A Rede de atendimento médico hospitalar ea prestação de serviço de saúde. Além de ser considerado um forte destaque na Mesorregião Sertão como um verdadeiro polo educacional e comercial, a cidade de Patos também se destaca dentro do contexto como polo de saúde, são 03 hospitais públicos e um particular, inúmeras clínicas especializadas e consultórios médicos, quase três dezenas de laboratórios para exames diversos, postos municipais de saúde distribuídos por bairros e especializados na saúde do homem, da mulher e da família, participação direta na distribuição gratuita de vacinas, realização de cirurgias eletivas e de ur-gência, recebe pacientes de 05 estados do nordeste e aproximadamente 100 cida-

64

des nos arredores do município deslocam seus moradores para buscar atendimento público ou particular na cidade de Patos. É imprescindível também destacar a atuação do Serviço Móvel de Urgência (SAMU), projeto federal com parceria com os governos municipais, tendo Patos como cidade base e atendendo solicitações de 21 cidades nos arredores do municí-pio, dispondo de uma frota de 13 veículos ambulância, 10 desses veículos prestam atendimento básico e 03 atendimento de UTI, diariamente o serviço móvel de ur-gência atende entre 30 a 40 solicitações.

Fonte: Unidades de saúde da cidade de Patos/PB HRP; HRI, HSF.

Orgã

oTip

o do

Orgã

oPú

blico

alvo

Total de

Le

itos

Total

deFu

ncion

ários

UTI e

Capa

cidad

eAb

rang

ência

Esta

dual

eM

unici

pal

Urgê

ncia

Princ

ipai s

espe

cialid

ades

C urio

sidad

es

Hosp

ital

Regio

nal d

ePa

tos

Hosp

ital

Infan

tilNo

aldo L

eite

Mater

nidad

ePe

r egr

inoFil

ho

Hosp

ital S

ãoFr

ancis

co

Comp

lexo d

eSa

úde M

aria

Marq

ues

Públi

coEs

tadua

l

Públi

coEs

tadua

l

Partic

ular

P úbli

co

Mun

icipa

l

Públi

coEs

tadua

l

Aten

dimen

todiv

ersif

icado

Aten

dimen

todiv

ersif

icado

Aten

dimen

todiv

ersif

icado

ees

pecia

lizad

oem

cardi

ologia

Aten

dimen

toes

pecia

lizad

o(ge

stante

s)

Aten

dimen

toes

pecia

lizad

o(cr

iança

)

150 50 50 40 40

São

287

35 34

Ativa

com

06lei

tos

Ativa falta

Ativa

, são

17lei

tos,

para

cr

iança

s e a

dulto

s

Não a

tivad

a

Não h

á

03 E

stado

sPB

, PE

e R N

65 m

inicíp

ios

02 E

stado

sPE

e P

B30

mun

icípio

s

03 E

stado

sPB

, PE

e RN

50 m

unicí

pios

04 E

stado

sPE

, PB,

RN,

e C

E50

Mun

icípio

s

Só o

munic

ípio

de P

atos

Ativa

Núm

erodiá

rio

Ativa

Núm

erodiá

rio

A tiva

Não

ativa

da

Ativa

Ciru

rgia

gera

lRa

diolog

iaD

erm

atol

ogia

Anes

tesio

logi

aTr

aum

atol

ogia

Pedia

triaO b

stetrí

ciaCi

rurgia

gera

lCl

ínico

gera

l

Gine

colog

iaPe

diatria

Obste

trícia

Clíni

co ge

ral

Card

iolog

iaCi

rurgi

a ger

a lPs

icolog

ia

Me d

icin

a d

o Tr

aba

l ho

e F

amíli

a,

Gin

ecol

ogia

,O

bste

tríc

ia e

Clín

ica

Ger

al

O HR

P co

ntaco

m a

centr

al de

trans

plan

tes n

aca

ptaç

ão d

ecó

rnea

s

Conc

orre

diariam

ente c

oma r

ealiza

ção de

cirurg

ias ele

tivas.

A taxa

de ób

itoé q

uase in

existe

ntee c

onta c

om

uma e

quipe

multid

isci pli

nar

Única

área

especi

alizada

dareg

ião em

doença

s de c

hagas

É pron

to ate

ndime

nto no

sfin

a is de

sema

nae P

SF no

s dias

úteis

Veja o

quadr

o e en

tenda

melho

r esta

divisã

o dos

órgãos

de sa

úde em

Patos

100

100

65

Mesmo apresentando uma infraestrutura invejável para outros municípios é comum a falta de atendimento médico hospitalar com qualidade, isso configura um problema crônico que a população busca soluções junto às autoridades a curto pra-zo, os telejornais propagam todos os dias péssimas notícias envolvendo esse tema, por um lado os profissionais da saúde reclamam da desvalorização e das elevadas cargas de trabalho, do outro lado a população, que alega pagar seus altos impostos e que não vê onde esses impostos são empregados, pois na hora mais necessária, mais vulnerável, em que procura atendimento, não existe o esperado, há anos que a cidade sofre com esse mal, no entanto o município recebe pacientes oriundos de outros estados e de vários municípios, com isso a procura é ampla e diversificada, enquanto a oferta ainda é curta e demorada. Mesmo apresentando problemas, o município conta com profissionais es-pecializados e dinâmicos e com tecnologia que é empregada nos grandes centros, inclusive destacando-se no processo de captação de córneas realizado no município onde o Hospital Regional é pioneiro no sertão. Veja o texto.

Leitura complementar

Doação de córneas em Patos O avanço tecnológico aliado ao elevado conhecimento na área da medicina tem facilitado a vida do homem em todas as áreas, o município de Patos é pioneiro na captação de córneas no sertão nesse processo. A enucleação é o procedimento em que ocorre a retirada do glóbulo ocular. Esse procedimento é realizado no Hospital Regional de Patos, com o consentimento da família ou se o paciente for declaradamente doador, após o processo de enucleação, o glóbulo ocular é enviado para o Hospital de Traumas em João Pessoa, onde se realiza a separação da córnea dos outros órgãos através de procedimento médico e posteriormente é destinado a pacientes que estão na fila estadual para recebimento de córnea. No estado da Paraíba, a fila é bem pequena e algumas vezes já chegou a zerar.

Fonte: HRP/PB

O crescimento desordenado da cidade A falta de organização no processo de urbanização e crescimento das ci-dades ocasionou uma série de problemas sociais e ambientais. O surgimento das favelas, as construções em áreas de risco, a ocupação do leito e curso dos rios, a destruição da mata ciliar, os aglomerados urbanos com total ausência de infraes-trutura, são fatos percebíveis em nosso município, principalmente nas áreas mais distantes do centro e nas raras épocas de cheias dos rios locais. Há necessidade de fiscalização municipal, capaz de coibir as construções em áreas de risco, leito de rios, ocupação de áreas destinadas à vegetação. A cidade de Patos na rota do tráfico de drogas Foi a partir da década de 2000 que o tráfico de drogas começou a se in-tensificar na cidade de Patos. A sua posição geográfica, no centro da Microrregião

66

Patos e o fato de ser a cidade polo mais importante da Mesorregião do Sertão, aliada a uma outra posição estratégica, no entremeio dos estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, Fizeram de Patos um ponto crucial para a rota do tráfico de drogas. Esses estados apresentando funções diferentes no tocante ao tráfico de drogas: o primeiro é considerado um dos maiores produtores de maconha no Brasil, e para isso dispõe da exploração das várzeas do Rio São Francisco onde se realiza o plantio da maconha que abastece grande parte dos estados do Brasil, destacando-se as cidades de Cabrobó, Garanhuns, Caruaru e Floresta, as quais auxiliam a distribuição através de estradas estaduais e federais e vias sem pavimentação, que poderão facilitar o escoamento da produção, tendo como pontos fundamentais as Brs 230 e 116, podendo chegar à cidade de Patos através do acesso oeste, justa-mente nas cidades de Cajazeiras e Catolé do Rocha. Outro fácil acesso e declaradamente o mais utilizado é a cidade de Teixeira, através da PB 110 e as outras cidades situadas na parte sul da Mesorregião Sertão do estado paraibano: (Desterro, Maturéia, Imaculada, Água Branca, Jurú, Tavares, Manaíra e Princesa Isabel) as quais fazem fronteira com as cidades do estado de Pernambuco e estima-se que 80% da maconha consumida e apreendida em ope-rações policiais na Paraíba sejam oriundas do estado de Pernambuco e advêm da fronteira destas cidades.

Fig. 4. Mapa do tráfico de drogas envolvendo Patos.

 

67

Outro grande distribuidor de drogas para a cidade de Patos é Campina Grande. É comum a utilização da BR 230 para fazer chegar a droga ao interior da Mesorregião sertão e outras cidades da mesorregião da Borborema, tendo Patos como principal comprador e distribuidor. No entanto, parte dessa droga é deixada na cidade de Santa Luzia, que completa o elo de compra e venda com a cidade de Caicó (RN). O segundo estado é o Rio Grande do Norte, que se apresenta como forte mercado consumidor e porta de entrada para o tráfico, através do aeroporto inter-nacional de Natal. Da capital do Rio Grande do Norte, a droga é posteriormente distribuída para as cidades do interior do estado, principalmente a cidade de Caicó, que facilmente completa a ligação do tráfico com a cidade de São Bento. A qual redistribui até a cidade de Patos. Nesse percurso são usadas as tradicionais “mu-las” (pessoas contratadas para levar a droga para lugares diferentes a preço muito baixo) e para isso utilizam modos diversos, como: fundo falso de veículos, de bol-sas, encherto em pneus, e os mais atípicos modos. O tráfico de maconha, crack e cocaína é realizado em horários diversos, e em grandes ou pequenas quantidades, o importante é não permitir o prejuízo ao tráfico e burlar a fiscalização.

Fig. 5. Batalhões que prestam segurança à sociedade paraibana. Infelizmente a cidade de Patos é rota do tráfico na distribuição de drogas para quase uma centena de cidades. O município detém a fama de comprar gran-des quantidades de drogas, daí a razão do domínio do tráfico sobre as demais cida-des, Com esse comércio ilegal, o valor da droga no interior da cidade pode variar de

 

68

acordo com o abastecimento do mercado, é a tradicional lei da oferta e da procura mercadoria em excesso, baixo valor, se houver perdas do tráfico com as operações das policias, o valor da droga aumenta para repor as perdas. Atualmente o valor pode variar entre 5, 7 e 10 R$, isso levando em consideração o horário, o local onde será entregue ao cliente e a troca por produtos roubados. O que importa mesmo para o tráfico é a expansão do mercado, para que se possa garantir o abastecimen-to. A seguir trechos jornalísticos estaduais que demonstram esta realidade.

Os aspectos econômicos e a divisão daeconomia em três setores A economia da cidade de Patos não apresenta grandes diferenças das de-mais regiões do Nordeste brasileiro, O vínculo de origem sempre esteve atrelado ao processo colonial, isto é, ao desenvolvimento da agricultura de subsistência, à cultura do algodão e à pecuarização. A economia é um conjunto amplo de atividades, que basicamente visa à produção e comercialização de bens e serviços, os quais usufruiu diariamente o homem. Os bens produzidos pela economia são desfrutados pela população e po-dem ser facilmente adquiridos. Seus valores variam de acordo com a oferta e a procura. Os serviços são as atividades prestadas pelo homem. São inúmeras e per-tencem ao setor terciário, são elas: escolas, bancos, farmácias, serviços de segu-rança, hospitais, clínicas, bombeiros, militares e outras. A economia e todas as suas atividades sempre fizeram parte dos processos de transformações que envolvem

 

69

a sociedade, desde os tempos mais antigos até a nossa realidade. As mudanças se refletem de forma progressiva e na sua maioria, não respeitam o conjunto de elementos que formam o meio em que o homem se desenvolve. A economia é dividida em três setores: o primário, o secundário e o ter-ciário. Todos estão interligados, pois um setor necessita do outro para continuar existindo: o setor primário se encarrega da produção de matéria-prima, que por sua vez, é enviada para o setor secundário e será transformada em mercadoria ou produtos; posteriormente o setor terciário se encarrega da comercialização e do consumo. Na tabela abaixo o fluxo de matéria-prima produzida em Patos e seu desti-no. Entenda a relação existente entre os setores econômicos.

Setor primário Desde os tempos mais antigos que o homem dispõe das atividades do setor primário como fonte de alimentação e sustento. As mais antigas ações econômicas desenvolvidas e relacionadas ao campo sempre estiveram presentes no cotidiano paraibano e consequentemente no patoense. O desenvolvimento da agricultura e da pecuária se destacaram fortemente e elevaram a economia do município a um patamar de destaque dentro do estado e até internacionalmente. No setor primário, se destaca a agricultura de subsistência, onde a produ-ção de grãos, como feijão e milho sempre existiram e fizeram parte do cardápio nordestino; há ainda a produção de verduras nas várzeas dos rios e açudes. O elemento de maior destaque foi o algodão, com as variedades arbóreas e mocó que, no passado, elevou o nome da cidade como a “Capital Mundial do Algodão”. mas com a chegada do bicudo, (besouro da família dos curculionídeos, originário da América Central, de coloração cinzenta ou castanha, tido como uma das maiores pragas agrícola nos EUA, essa espécie foi introduzida o Brasil em 1993 e causou enormes prejuízos nas plantações de algodão do Nordeste) o setor da cotonicultura apresentou decadência. Porém, mais tarde, os elevados investimentos de grupos empresariais, de empresas públicas e privadas resultaram no desenvolvimento do algodão colorido. Essas ações tiveram como base de desenvolvimento a Embrapa Patos, localizada na saída norte da cidade.

Setor primário Setor secundário setor terciário

Produção de leite Transformado em queijos,

Danones, Manteiga e outros Comércio e consumo humano

Extração mineral Indústria de transformação Uso humano, artístico, comercial e

imobiliário

Cultivo do feijão Selecionamento e ensacamento Comércio consumo humano

Plantio do milho Selecionamento e transformação Comércio e Consumo humano e animal

Produção de verduras Selecionamento e embalagem Comércio e consumo humano

70

No setor do extrativismo, percebeu-se um enorme potencial do mineral não-metálico, o calcário, utilizado na produção de caulim, cimento e fertilizantes. Atualmente tem sido explorado na área norte e leste do município. Outros minerais se destacam nessa exploração, o mármore cor-de-rosa, o ouro, ferro e cristais de rochas. No extrativismo vegetal, a extração da madeira como fonte de renda tor-nou-se primordial para a subsistência do homem do campo. O algodão é considerado como um dos principais produtos cultivados no Nordeste, sua história vem desde os primórdios, da era colonial. O desenvolvimento dessa cultura alcançou números elevados, onde o tipo arbóreo se adaptou às con-dições climáticas da região Nordeste e assim posteriormente passou por processos de transformação e beneficiamento na região Sudeste. O algodão tipo herbáceo tornou-se um dos principais cultivos do Brasil.

A Embrapa Patos e o desenvolvimento do algodão colorido O ano de 1989 foi decisivo no desenvolvimento do algodão colorido para a cidade de Patos, foi neste ano que o estado recebeu a visita de um grupo de ja-poneses especializados na indústria têxtil e interessados em adquirir a fibra de cor marrom que ora se desenvolvia entre os pés de algodão de cor branco. Mas foi a partir do ano de 2002 que a Embrapa Algodão Campina Grande, aliada a um grupo de empresários, entidades públicas (federais, estaduais e munici-pais) e privadas, técnicos, especialistas, outras entidades interessadas viabilizaram o desenvolvimento laboratorial dos genes com melhoramento genético que permi-tia o processo de plantio do algodão colorido. Mas os estudos com o algodão colorido revelaram que o plantio do algodão necessitava de condições ambientais e regionais especificas, assim, observou-se que a região do semi-árido nordestino, exatamente as regiões do Sertão e Seri-dó, seriam adequadas por apresentar clima quente e seco, longos períodos de estiagem e serem espaços onde as doenças dos algodoeiros apresentam menor expressão econômica, assim estava montado o cenário para o desenvolvimento do algodão colorido. Com o processo de melhoramento genético do algodão, a Embrapa Campi-na Grande começou a realizar cultivos experimentais com o algodão de cor marrom. Nos primeiros meses do ano de 2002, o algodão colorido geneticamente modificado, começou a ser cultivado pela Embrapa Patos, exatamente no assenta-mento Campo Comprido. A área ocupada foi de 69 hectares, e com isso o município patoense tornou-se a primeira área do mundo a cultivar o algodão colorido em nível de produção rural, a matéria-prima conhecida como ouro branco passou a apresen-tar a cor marrom e posteriormente surgiram as cores rosa e verde. O cultivo do algodão colorido apresenta inúmeras vantagens. A principal delas é dispensar o uso do material sintético que seria utilizado para o tingimento da malha. Considerado ecologicamente correto, é um produto a que facilmente se agregam valores, apresenta qualidade e estabilidade de coloração, possui um ciclo produtivo de três anos, alto nível de resistência à seca e por fim promove equidade social e econômica entre os trabalhadores.

71

No setor de criação se destaca a pecuária extensiva. A criação dos reba-nhos caprinos e bovinos é realizada em pastagens naturais e com poucos cuidados. Os animais são criados soltos e em geral nesse tipo de criação os rendimentos são menores. Outra característica deste tipo de criação. é que os animais se destinam ao corte e à produção do leite para o consumo da família, daí a denominação de pecuária de subsistência, familiar ou extensiva. Setor Secundário O município de Patos, como os demais estados do Brasil possui economia de mercado, baseada no capitalismo e na lei da oferta e da procura. A industriali-zação é do tipo tardia, pois depois que começou na Europa, demorou dois séculos para que esse processo tivesse início no Brasil O setor secundário refere-se exclusivamente à industrialização. Esse setor apresenta um grande vínculo com os demais setores, ou seja, um necessita do ou-tro para sobreviver. A partir desse setor ocorre a transformação da matéria-prima em mercadoria ou produtos. Com esta transformação, a mercadoria ou produtos são enviados para o setor terciário, e assim serão destinados ao comércio e consu-mo da população. Seguindo uma linha estadual, o município apresenta uma industrialização pouco expressiva, os investimentos nessa área sempre foram destinados à região Sudeste ou ao litoral, em consequência, o interior dos estados apresenta baixo de-senvolvimento industrial ou mesmo nenhum investimento. Mesmo apresentando pequenos investimentos, o município de Patos se

 

 

Fig. 6. Algodão colorido de cor marrom cultivado na Embrapa Patos, de enorme aceitação no mercado comercial. Foto: Val-demir Nunes (2010).

Fig. 7. Algodão de coloração verde apre-senta época certa para cultivo para evitar a perda da coloração. Cultivado na Embrapa Patos Foto: Valdemir Nunes (2010)

72

destaca por apresentar o melhor e mais rápido desenvolvimento industrial do ser-tão. Segundo dados fornecidos pela Coletoria Estadual de Patos, o município conta com 252 estabelecimentos industriais e alguns deles já situados no Distrito Indus-trial, localizado junto à Br 230, saída norte da cidade de Patos, caracteriza-se como o mais importante polo industrial do sertão. O Polo coureiro calçadista e afins se destaca de forma nacional e interna-cional, fazendo parte dos produtos de exportação de maior destaque na economia nacional. Seus produtos são consumidos no comércio interno brasileiro, nos países do Mercosul e na Europa. São calçados (botas, tênis, chuteiras, sandálias e sapati-lhas), bolsas, bolas, cintos e outros produtos, Nesta área o destaque é a tradicional indústria Carreiros Calçados. Ainda há um destaque para a construção civil, esse setor não para de crescer. A área imobiliária recebe investimentos que partem das áreas públicas e privadas, outra área é a indústria extrativa, onde a extração de minerais concorre no auxílio para outros setores facilitando o desenvolvimento do setor secundário. Outro destaque na industrialização é a filial da Souza Cruz unidade Patos, investindo na industrialização de bens não-duráveis. Essa área se preocupa em produzir mercadorias consideradas de primeira necessidade e de consumo genera-lizado ou mesmo produtos considerados perecíveis. A unidade trabalha o beneficia-mento do fumo plantado em algumas cidades do interior como: Itaporanga, Catolé do Rocha, regiões do Brejo, áreas próximas a Campina Grande, Garanhuns e outras. Nos períodos de colheita, o fumo é repassado à sede em Patos onde ocorrem os processos de seleção, fermentação e embalagem da matéria, que posteriormente é enviada a cidade de Teixeira, onde a temperatura irá proporcionar uma melhoria na qualidade da matéria- prima, daí o fumo é enviado a Uberlândia no estado de Minas Gerais, onde é realizado o processo final de fabricação do próprio cigarro. O cultivo do fumo é realizado por inúmeras famílias que semanalmente re-cebem assistência técnica da empresa visando melhorar cada vez mais a qualidade da matéria-prima e assim fornecer produtos de boa qualidade e boa aceitação. O destaque na área extrativa é a indústria CALMISA Mineração de Cal Ltda, localizada na Fazenda Trapiá, no km 407 próximo à cidade de Patos. O mi-nério pode ser usado em diversos setores desde que sejam observados o seu grau de pureza, composição e teores de cálcio e magnésio, podendo ser utilizado para correção de pH (potencial de hidrogênio) de solo, fabricação de medicamentos, tintas, vidros e outros. Centralizando o processo industrial que envolve a cidade de Patos, o minério extraído, tem como destino a construção civil, a qual é utilizada em revestimentos, rebocos, assentamento de tijolos, cerâmicas, ladrilhos, azulejos e ainda na pintura e fabricação de massa corrida. O produto é de fácil aceitação, pois combinou completamente com as necessidades da construção civil que se amplia na cidade. A cal que é comercializada no município, tem sua origem nos estados do Rio Grande do Norte e na Paraíba, destacando a cidade de São José de Espinharas, onde se explora o minério Há ainda outro destaque na industrialização de bens de consumo não-duráveis, especificamente na área alimentícia; trata-se do Moinho Patoense Ltda. Com mais de 40 anos no mercado patoense abastecendo toda região polarizada,

73

seus investimentos iniciais ocorreram no despolpamento do arroz e fabricação de fubá. posteriormente passou a trabalhar a torrefação do café e fabricação dos subprodutos do milho, macarrão, biscoitos, massas e outros. Grande parte do estado paraibano é considerado forte consumidor dos pro-dutos patoense que assim se espalham por inúmeros estados do nordeste, pois a empresa conseguiu implantar filiais nas cidades de Campina Grande e João Pessoa, visando abastecer o comércio polarizado por estas duas cidades. É louvável destacar ainda na industrialização de bens não-duráveis a mais tradicional das indústrias patoense, A Coroa Ltda. Com sede em Patos, centraliza-da na produção de bebidas. A empresa teve seu marco inicial no ano de 1973 com a produção de um único produto, e com o passar do tempo à empresa desenvolveu significativas mudanças, aprimorando sua tecnologia, investindo em qualidade e mantendo fácil aceitação no comércio de outros estados, atualmente são nove es-tados que fazem a distribuição dos inúmeros produtos Coroa Ltda Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Outro destaque na área de produção é a indústria de produtos de limpeza Quasar, localizada no Complexo Industrial Patoense, à margem direita da Br 230. Desde o ano 2000, esta empresa passou a desenvolver produtos voltados para lim-peza, perfume, desinfecção e com isso conseguiu aceitação no mercado e ampliou seu poder de venda na maioria dos estados do Nordeste brasileiro.

Setor Terciário Abrange diversas áreas que estão diretamente ligadas ao crescimento hu-mano, é altamente diversificado e complexo, seu desenvolvimento completa um ciclo de produção, transformação e consumo que partem do setor primário além do grande número de serviços que se desenvolve neste setor. Falando da abrangência desse setor, percebe-se sua importância: médicos, policiais, bombeiros, enfermeiros, comerciante, bancários, além do turismo e outros fazem parte do mesmo. A seguir algumas minúcias sobre estes setores: O comércio é considerado como a melhor área que representa o setor terciário. A compra, venda e troca de mercadorias fazem deste setor polo atrativo, com abrangência e diversidade de produtos e lojas que as inúmeras cidades que rodeiam o município ora não dispõem, o setor possui destacadamente e de forma notória um desenvolvimento implementado por grandes empresários e pequenos investidores de ramos diversos, que a cada dia ampliam e recebem cada vez mais consumidores de diferentes regiões. São facilmente encontrados marcas e produtos reconhecidos nacionalmente que dispondo de mercado consumidor e mão de obra barata se instalam no município, no entanto, em épocas passadas esse comércio já foi bem mais amplo,a exemplo da antiga feira do gado que atraía criadores e consumidores da região, e que devido ao avanço de outros setores, provocou de-cadência a este empreendimento, elevando a necessidade de expandir o número de lojas com produtos variados, lanchonetes, farmácias, óticas e pizzarias, lojas de roupas e calçados, panificadoras e lojas de conveniências, que poderão suprir as necessidades de consumo desse mercado formado por Patos e cidades por este polarizadas.

74

Segundo dados revelados pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), o comércio é o setor que mais emprega em Patos, seguido pela indústria de constru-ção civil.(Dados referentes a 2010)

O turismo O turismo é considerado uma atividade muito antiga, mas foi a partir do século XX que começou a se destacar como fator econômico e gerar rentabilidade para o homem. Existem dois tipos de turismo: o doméstico e o internacional, ambos podem ser utilizados como fonte de diversão, aprendizado, prática de esportes, negócios, encontros e principalmente conhecimento, porém seguindo uma linha nacional, o município apresenta poucos investimentos nesse setor.No município o turismo doméstico, o religioso e o cultural apresentam destaques. O primeiro deles é o Santuário da Cruz da Menina, localizado na saída norte da cida-de, um lugar muito visitado por pessoas da cidade, do estado e da região, apresen-ta uma estrutura física bem acolhedora com temperatura agradável e diferenciada do que se percebe no centro da cidade, além do clima espiritual encontrado. A peregrinação ao santuário ocorre diariamente e principalmente nos finais de semana, os louvores são destinados a uma menina que morrera estranhamente e posteriormente começou a atender pedidos de peregrinos locais. Já no turismo cultural o destaque são as tradicionais festas populares e reli-giosas que ocorrem no município, o São João, o carnaval e a Festa de Nossa Senho-ra da Guia conhecida como Festa de Setembro; os três eventos atraem multidões, geram renda e emprego para a cidade, elevam o índice populacional e garantem alegria e diversão em diferentes meses do ano.

Fig. 8. Parque Religioso Cruz da Menina.Foto: Glauber Alves (2010).

75

O sistema educacional É no setor educacional que a cidade de Patos hoje se consolida como sendo o mais importante centro educacional do sertão, um verdadeiro polo educacional que se amplia a cada ano, fruto dos investimentos que partem dos setores públicos e privados e com isso intensifica o aprimoramento de escolas e universidades que, há décadas, se fixaram no município e conseguiram revelar ao cenário estadual e nacional nomes importantes em diversos setores sapienciais. O setor de creches e os anos iniciais do ensino fundamental possuem o município como provedor e dispõem da Supervisão da 6ª Gerencia Regional de Ensino, com sede em Patos, visando melhor administrar este setor, dividem-se em quatro setores educacionais as escolas supervisionadas pela 6ª Região de Ensino, a área do Belo Horizonte, que abrange 10 escolas, a área do São Sebastião, com 13 escolas, 09 escolas na área do Frei Damião e mais 14 escolas na área do Jatobá, totalizando um número de 46 escolas na área urbana e 9.874 alunos matriculados no ano de 2010. Já na área rural há também uma divisão em que 16 se distribuem em 04 áreas, 05 escolas na área de Santa Gertrudes, apenas uma delas é mantida com verbas do município patoense e apresenta 90 alunos, 04 na área de São José de Espinharas, 02 na área de Cacimba de Areia e 05 escolas na área de São José do Bonfim, totalizado 57 escolas supervisionadas pela 6ª Gerência Regional de Ensino. A partir do Ensino fundamental II e Ensino Médio os investimentos partem do município e do estado, a 6ª Regional de Ensino com sede em Patos, conta com 18 escolas, configurando 17 na área urbana e apenas uma escola na área rural, localizada no Distrito de Santa Gertrudes, no ano de 2010. O número de alunos matriculados foi de 10, 471 alunos. Além deste elevado número há ainda as escolas particulares, totalizando 35 escolas com 7,710 alunos, unindo as escolas particula-res e públicas configura-se um total de 17,111 alunos. Com relação aos professores, algo bem importante, a saber, é que o muni-cípio não mais dispõe de professores leigos, o pequeno número que existia recorreu à licenciatura curta e se habilitou, outro ponto é que a maioria dos professores possui licenciatura plena nas áreas de Geografia, História, Pedagogia e Letras e um elevado número de professores possui diploma de pós-graduação No município, o maior destaque educacional é quando nos referimos ao ensino superior, a cidade conta com quase uma dezena de faculdades e universi-dades públicas e privadas, são quase três dezenas de cursos superiores nas mais diversas áreas, que facilitam a fixação dos estudantes no polo patoense, estima-se que alunos de 14 estados do Brasil e de três diferentes regiões estejam cursando no município. Além das áreas de licenciatura e bacharelado as universidades con-tam ainda com cursos de pós-graduação, como especialização e mestrado, todos reconhecidos pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura). Com toda essa diversidade na área educacional, acreditar-se que Patos seja um verdadeiro polo educacional, o de maior destaque em todo o sertão paraibano, digno de grandes investimentos. Anualmente a cidade têm mostrado que consegue unir investimentos, aprimora qualidade e agrega valores aos pro-fissionais que aqui conseguem formação, tais fatos podem ser constatados pelo grande número de estudantes e profissionais que praticam a migração pendular

76

entre cidades e estados vizinhos a Patos e à Paraíba.

A Defesa Civil A Defesa Civil do município é composta por diversos órgãos que fazem parte da sociedade, entidades filantrópicas, associações civis, grupos de ações co-munitárias, órgãos de segurança públicos e privados, clubes de serviços e outros, mas o que encabeça esta defesa é a Coordenadoria de Defesa Civil (CODECOM) órgão que pertence ao município, coordena os Conselhos Municipais de Defesa Ci-vil, Outro órgão estadual é representado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba, 4ª BBM com sede Patos, fundado em 24 de outubro de 1991 desde sua fundação tem honrado o título nacional de organização com maior credibilidade em todo o território nacional. O Corpo de Bombeiros também coordena todas as funções da Defesa Civil e outras que são determinadas por lei e empenha-se em seu objetivo maior que é de busca e salvamento, composto apenas por 84 homens, que possui incumbências de atender 47 cidades, 550 mil pessoas, ou seja, 14,6% dos habitantes do estado; trata-se de uma representação pequena, com uma incumbência ampla, mas que tem conseguido respeito e demonstrado aptidão para desenvolver tão honrosa fun-ção de que a sociedade tanto necessita.

As comunicações Na área de comunicação o município se inseriu intensamente no processo de globalização. A comunicação é um processo em que ocorre a emissão, trans-missão e receptação de mensagens transferidas por meios de métodos e sistemas tecnológicos convencionados e adaptados a lugares e pessoas de acordo com ca-pacidades financeiras e implementações tecnológicas. O município conta com os mais variados meios de comunicação, dispondo de antigas e novas estações de rádios AMs e FMs, jornais e periódicos on-line locais e estaduais, estabelece conexões com os mais importantes canais de TV do Brasil, acesso a canais fechados e abertos, nacionais e internacionais os quais tem seu acesso facilitado através de assinaturas. Há ainda o uso do mais amplo meio de comunicação já desenvolvido pelo homem, a internet, facilitada pelo uso dos mo-dernos cabos de fibras ópticas, via rádio, internet a cabo e discada, conta também com quatro operadoras na área da telefonia, com antenas que atingem grandes extensões territoriais. Todo esse aparato tecnológico facilita e amplia as conexões da população da cidade com o mundo.

77

 

 

 

Meio Ambiente eseus impactos

78

CAPÍTULO IV

O MEIO AMBIENTE PATOENSECaracterização geral

79

Introdução Desde que o homem passou a desenvolver a revolução industrial, a dominar as tecnologia e aprimorar as técnicas que facilitavam o desen-volvimento do artesanato e da manufatura, os elementos que envolvem o meio ambiente passaram a ser vistos como elementos de transformação e que poderiam ser utilizados como meio para a produção e consequente-mente fonte de renda. Daí surgiu uma natureza transformada em recur-sos, que passou a apresentar inúmeros problemas: desastres ambientais, consumo excessivo, uso inadequado de matéria prima e proliferação da destruição dos meios naturais, ressaltando que nesse processo o homem é o principal agente de destruição ambiental. Assim como as demais cidades, Patos apresenta inúmeros pro-blemas ambientais, fruto das ações antrópicas necessárias ao processo de urbanização, desenvolvimento industrial, crescimento das cidades e desenvolvimento geral. A seguir serão apontados alguns desses problemas ambientais, algo que mostra uma grande preocupação mundial com relação ao meio ambiente e a qualidade de vida no planeta, e concretizando essa ideia a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a Campanha da Fraternidade do ano de 2011, com o tema “Fraternidade e a Vida no Planeta” e como lema “A Criação Geme Como em Dores de Parto”, envol-vendo o tema meio ambiente e vida, é mais uma tentativa de mostrar à sociedade a completa e complexa relação existente entre o meio ambien-te e a manutenção da vida no planeta, algo que durante anos se propa-gou erroneamente que a destruição do meio ambiente em nada poderia afetar a vida humana.

A ausência de áreas verdes Esse é um dos graves problemas que as grandes e médias cidades apresen-tam, a ausência de áreas verdes impede a renovação do ar, concorre para o aumen-to da poluição atmosférica, dificulta e reduz a capacidade de lazer das populações. Por leis internacionais as cidades, no seu planejamento, deveriam estabelecer 16 metros quadrados por habitante, como as cidades crescem sem um planejamento prévio, torna-se impossível a criação dessas áreas. O número de praças ou áreas de lazer é insignificante para o tamanho da cidade, tal fato se deve a falta de uma política voltada para esse empreendimento, essas políticas deveriam ter sido repen-sadas há décadas.

O lixo Alguns autores consideram esse o mais grave de todos os problemas que as cidades apresentam, o consumismo desenfreado aliado à falta de políticas de reciclagem e falta de consciência da população proporcionam às cidades verdadei-ros amontoados de lixo. A coleta seletiva e uma constante coleta do lixo que os municípios deveriam empregar, quase não acontece, isso facilita e induz as popu-

80

lações a jogarem o lixo em qualquer lugar, concorrendo para o aparecimento de lixões em áreas próximas às residências, entupimento de bueiros e proliferação de insetos e animais nocivos ao homem. Atualmente, a cidade de Patos dispõe de uma boa coleta de lixo, embora alguns moradores ainda prefiram jogá-lo em qualquer lugar a ter que esperar o carro coletor passar. Uma série de problemas é causado pelo acumulo de lixo no solo e esses problemas são facilmente encontrados em Patos. • A proliferação de insetos, que podem transmitir várias doenças.• Decomposição bacteriana da matéria orgânica.• Contaminação do solo e das pessoas.• Acúmulo de matéria não biodegradável

Leitura Complementar

A necessidade de um aterro sanitário na cidade de Patos A produção de lixo nos grandes centros se tornou um dos maiores problemas que as cidades pode enfrentar, o destino dado ao lixo geralmente não segue critérios corretos de coleta e depósito com isso a geração de problemas em consequência desse ato torna-se cada vez maior para a população. A necessidade de construir um aterro sanitário é imprescindível em cidades que apresentam médio e grande porte, a década de 1980 é marcada pela elevada produção de embalagens e produtos descartáveis que não foi acompanhada por políticas que implantas-sem a coleta seletiva ou processos de reciclagem. O aterro sanitário é um espaço destinado à deposição de resíduos sólidos, que não podem ser reciclados e que são produzidos por indústrias, residências, hospitais e grandes construções, os critérios para a elaboração de uma aterro sanitário devem ser elaborados por engenheiros especializados e seguindo normas gerais e específicas para que esta construção não venha a provocar impactos ambientais ainda maiores, porém sua construção garante à população um controle rígido ambiental, a redução da quantidade de resíduos nas ruas e elevado controle da saúde pública.

A poluição visual As placas de propaganda, os outdoor, os murais nas paredes, as pinturas que propagam somente marcas famosas, as calçadas interrompidas por placas de metais, mesas e cadeiras configuram uma verdadeira poluição visual, esta busca impregnada e recomendada pelo capitalismo selvagem, onde a propaganda ampla e colocada estrategicamente facilita a venda, vem destruindo o visual das médias e grandes cidades. No município é comum a população se deparar com placas fixada quase ao meio da calçada, exibindo marcas famosas e na sua maioria caras, de difícil acesso às populações carentes, paredes sujas por cartazes que envelheceram e propagandas políticas, porém o Ministério Público por sua vez já realizou algumas campanhas de conscientização aos empresários e conseguiu reduzir o difícil acesso às calçadas e a divulgação de marcas em paredes, mas com pouco tempo o ritual de exibicionismo volta a acontecer.

81

A poluição sonora O desconforto sonoro captados em altos índices de decibéis que infeliz-mente a população é obrigada a tolerar resulta em prejuízos à própria saúde huma-na, os prejuízos na audição já levaram pesquisadores a acreditar que os jovens de hoje são os surdos do amanhã, o barulho provocado por buzinas de veículos, car-ros de som, áudio propagandas nas calçadas, trabalhadores nas ruas propagando barulhos com máquinas, provocam danos irreparáveis a saúde humana, problemas como: insônia, estresse, depressão, gastrites e úlceras, dores de cabeça e aumento da pressão arterial são sintomas ou problemas que afetam a população patoense, tendo a poluição sonora como causa, o barulho é mais comum nos anos de eleição e nos meses em que se propagam as festas na cidade, os altos índices de decibéis se propagam a prejudicam cada vez mais a população, mas não é justo culpar apenas os períodos das festas ou das eleições, a falta de respeito de um prejudica uma comunidade em geral, e nem sempre o Poder Público aparece para resolver, pois a própria omissão da população deixar acentuar ainda mais a poluição sonora.

A tabela apresenta os decibéis aceitáveis a audição humana em diferentes áreas e horários.

Tabela 4

Fig.1 - Design: Aurélio Filho

Zona residencial

Zona industrial

Diurno: 7h às 19h =55 decibéis Diurno: 7h às 19h= 70 decibéis

Noturno: 19h às 22h= 50 decibéis Noturno: 19h às 22h= 60 decibéis

Noturno: 22h às 7h =45 decibéis

Noturno: 22h às 7h= 60 decibéis

 

82

A poluição das águas Este é um dos mais sérios problemas que o mundo enfrenta. Retratando o município de Patos, facilmente se pode visualizar, neste fio de água que atravessa a cidade, ainda denominado de Rio Espinharas 100% dos esgotos da cidade são despejados no curso do rio, a enorme quantidade de lixo jogada diariamente, os antigos curtumes, a presença de metais pesados, a mortandade da fauna e flora, o uso de agrotóxicos (pesticidas, herbicidas, fungicidas) nas lavouras poluem as águas do rio.

Fig. 2. Design: Aurélio Filho.

Consequências claras se afloram sempre que as águas são poluídas, a mais grave delas está relacionada ao consumo humano. Segundo a medicina, a maior parte das doenças que se adquire tem o acesso pela boca e de forma líquida, daí surge à necessidade de se buscar intensamente a melhoraria da qualidade da água.

A Poluição atmosférica A poluição é considerada como toda forma de degradação das característi-cas físicas, químicas ou biológicas de um ecossistema, esta degradação é atribuída a um conjunto de sete poluentes denominados de cítricos, são eles: o monóxido de carbono, o dióxido de enxofre, os particulados, os hidrocarbonetos, o óxido de nitrogênio, o ozônio e o chumbo, o excesso destes elementos no ecossistema pode provocar diversas formas de reação degradantes ao homem, aos animais e ao meio ambiente. A introdução dos componentes cítricos nas áreas urbanas ocorre por meio das chaminés das indústrias, do escapamento dos veículos, das queimadas, da multiplicação de edifícios e asfalto em ruas e avenidas

 

83

Fig. 3. Chaminé de panificadora no centro da cidade. Foto: Paloma Medeiros (2010).

O município de Patos não está livre desse fenômeno da poluição, é visível a circulação de uma frota veicular que cresce a cada instante, nos finais de tarde e início das manhãs se observa facilmente a fuligem que circula no centro da cidade, exalada pela chaminé das panificadoras e de outras indústrias, das queimadas que ocorrem nos arredores da cidade ou mesmo nas ruas, as grandes superfícies de concreto e asfalto e edificação impedem a circulação do ar no centro ou em áreas mais fechadas contribuindo para a elevação de temperatura e outras formas de reações atmosféricas adversas. O ar poluído pode causar sérios problemas à saúde humana, olhos, nariz, garganta e pulmão são as partes mais atingidas, em casos mais extremos provoca processos de má formação humana, em fases do ano se percebe que os consultó-rios ficam cheios de pacientes, à procura de soluções para problemas respiratórios, os quais comumente têm a poluição atmosférica como causa.

Leitura Complementar

A amplitude térmica x centro e periferia A amplitude térmica é a diferença entre a maior e a menor temperatura de uma região, ela pode ser diária, mensal e anual, certa vez foi solicitado de um grupo de alunos que realizassem a medição da temperatura do centro, estava calor e a temperatura estava a 38ºC, no mesmo instante, outro grupo de alunos se deslocou até o Parque da Cruz da Meni-na, área distante de ruas asfaltadas, onde o ar circula livremente e está distante da poluição que as chaminés das indústrias podem causar, a temperatura registrada era de 34ºC, com esta medição se constatou uma amplitude térmica de 4ºC, algo bem considerável dentro dos índices de temperatura,logo as áreas do centro tendem a possuir temperaturas mais elevadas e as áreas de periferias mais amenas.

 

84

A elevação de temperatura está diretamente ligada a uma série de fatores: a poluição atmosférica, as edificações, asfaltos e ausência de áreas verdes, elemen-tos comuns aos centros das grandes cidades e estes elementos não aparecem nas periferias.

O uso de agrotóxicos Os agrotóxicos são substâncias químicas, usadas nas lavouras para comba-ter pragas nocivas ao desenvolvimento agrícola. A melhoria na lavoura pode ser propiciada pelo uso dos agrotóxicos, que também podem ser denominados de defensivos agrícolas, o combate às pragas e pestes facilita o crescimento, a colheita e a qualidade aparente dos produtos, porém, a qualidade e o preço dos produtos cultivados com agrotóxico são bem menores, os cultivados sem agrotóxicos, chamados de produtos orgânicos apre-sentam preços maiores, os produtos com agrotóxicos, apresentam mais beleza e menos qualidade, já os produtos orgânicos possuem menos beleza e muito mais qualidade, reduzem o risco da contaminação cruzada e melhoram a qualidade de vida do homem impedindo o consumo de agrotóxicos que indiretamente poderiam chegar a sua mesa. O uso de agrotóxicos prolifera no meio ambiente a incidência do óxido nitroso, elemento que está diretamente ligado ao aumento de temperaturas e con-sequentemente ao efeito estufa.

Fig. 4. A Feira de Produtos Orgânicos em Patos. Foto: Luiz Aquino. (2010)

 

85

Na contramão do uso intenso dos agrotóxicos se amplia o uso dos produ-tos orgânicos, ou seja, produtos cultivados sem o uso de agrotóxicos, esse cultivo passou a ser uma fonte de renda para famílias que vivem em assentamentos ou mora às margens de açudes e rios, uma alternativa para os pequenos produtores que resistem à seca e aos descasos políticos. Leia o texto e entenda melhor

Leitura complementar

Feira da Agroecologia Familiar em Patos A feira ocorre a cada quinto dia da semana, na Praça Padre Assis, conhe-cida como Correto VI e só podem participar produtores que estejam cultivando produtos totalmente orgânicos, é formada por uma associação de 45 famílias e 24 municípios de áreas diferentes, que se unem e trazem seus produtos para serem comercializados por frequentadores que já começam a visitar a feira na noite ante-rior, o produto é de fácil aceitação, pois utilizam-se técnicas descartando o uso de agrotóxicos e adubos químicos, objetivando proporcionar mais saúde ao consumi-dor dos produtos orgânicos e consequentemente estabelecerem a sustentabilidade natural. Na feira é comum encontrar frutas, verduras, grãos, queijos, bolos e doces, todos cultivados e produzidos de forma orgânica.Fonte: Vendedores da feira agroecológica.

Os Desmatamentos Este é o mais antigo dos problemas ambientais que o Brasil enfrenta, vem desde o processo de colonização, onde a Mata Atlântica existente na região litorâ-nea reduziu-se a menos de 7%. sofrendo grandes impactos. Na vegetação de caatinga não foi diferente, nos ar-redores da cidade de Patos facilmente podem ser encontradas áreas desmatadas, e outras características que o desmatamento pode provocar. O bioma caatinga é considerado o mais devastado de todos, como consequência surgem os processos de erosão e desertificação. As principais consequências dos desmatamentos são:• Destruição da biodiversidade.• Genocídio e etnocídio de populações indígenas.• Erosão e empobrecimento do solo.• Enchentes e assoreamento dos rios.• Diminuição dos índices pluviométricos.• Elevação das temperaturas.• Desertificação.• Proliferação de pragas e doenças. Só a valorização do meio ambiente por parte dos homens é que estes pro-blemas poderão ser reduzidos ou mesmo eliminados.

86

As Queimadas A história do nordestino não pode ser contada, sem que este impacto seja retratado, desde os tempos mais antigos o nordestino usa as queimadas para redu-zir o trabalho na lavoura, a falta de técnicas modernas que pudessem substituir as técnicas arcaicas jamais foram implementadas pelas políticas públicas, daí recorrer às queimadas era uma das saídas para o homem desprovido de de recursos. As queimadas reduzem as camadas vegetais, empobrecem os solos e provoca a erosão, com esse processo a desertificação é cada vez mais ampla e a capacidade de produção fica comprometida.

Análise ambiental rural realizada entre os meses de julho e dezembro de 2010 nas áreas do município patoense• Verifica-se que há um baixo índice pluviométrico nos três reservatórios (Farinha, Jatobá e Capoeira) que podem abastecer a cidade de Patos. • Entre os três reservatórios que abastecem a cidade, as margens do açude Jatobá são as mais ocupadas, isso se deve à proximidade da área urbana e a falta de uma fiscalização que possa impedir esta ocupação.• Constata-se uma reduzida pecuária extensiva de ovinos, caprinos e bovinos, e mais reduzida ainda é a presença dos muares que servem de meios de locomoção e transportes.• A vegetação está desnuda, em completo estado de latência.• A vegetação de caatinga é esparsa e no meio de blocos rochosos que afloram.• A jurema é predominante e resistente em meios a tanto desmatamento• Há um número reduzido de pássaros, resultante da ausência de água e alimentos, e até o homem do campo já não cria mais aves. • O processo de desmatamento é intenso.• No leito dos riachos ainda sobrevivem algumas oiticicas e outros vegetais, oriundos da agricultura de subsistência. • As ações antrópicas de formas negativas e positivas são bem ressaltadas na pai-sagem, muitas delas retratam o intenso desmatamento e queimadas na vegetação. • As cercas delimitam a paisagem intensamente. • Nos raros espaços que ainda apresentam cursos de água, há cultivo de capim, pequenos números de animais ainda tentam sobreviver em meio a um ambiente totalmente hostil. • A imagem seca e árida do sertão faz transparecer a idéia de que a região é inviável.• Os riachos estão secos.• Os solos estão rachados no curso dos riachos e leito dos açudes.• Elevada queda na produção agropecuária.• O êxodo rural provocou o aparecimento de muitas residências abandonadas.• Há poços paralisados e abandonados.• É difícil encontrar ações ou programas que busquem a geração de trabalho, renda e capacitação.• As cisternas ainda abastecem as comunidades, são preservadas e configuram a fonte mais próxima de água que as famílias possuem.

87  

88

CAPÍTULO V

Projetos que desenvolvidos em escolas poderão reduzir a

destruição do meio ambiente e consequentemente a destruição da

vida humana

89

Projeto: Papa pilhas A escola poderá desenvolver este projeto de arrecadação de pilhas e ba-terias de telefones celulares que poderão evitar acintosamente a poluição do meio ambiente, tais elementos possuem substâncias bem nocivas ao meio, como cádmio, chumbo, mercúrio e outros compostos, que lançados ao meio ambiente produzem efeitos irrecuperáveis. Produzindo danos geológicos, hidrológicos e humanos. A escola será ponto de coleta, ou um posto onde o corpo discente e do-cente, bem como a população em geral poderão fazer estas doações e assim des-tinar a um caminho correto, como prevê a Resolução 401 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) “As pilhas e baterias após serem usadas deverão ser encaminhadas aos revendedores ou à rede de assistência técnica autorizada” e posteriormente aos fabricantes, esses órgão por sua vez são responsáveis pelo pro-cesso de reciclagem e quando não for possível, pelo descarte definitivo em aterros sanitários licenciados.

Projeto: Fazer sabão caseiro com óleo de frituras A ideia é simples e barata, basta você coletar junto a lanchonetes, restau-rantes e panificadoras ou mesmo com moradores de sua rua, restos de óleos que foram usados para fritar, misturar a alguns materiais e está pronta mais uma solu-ção ambiental, com isso você estará evitando que esta tão nociva substância seja lançada pelo ralo da pia e impedindo que o meio ambiente seja destruído. O óleo, quando lançado no esgoto, tem como destino o curso dos rios, provoca o aquecimento das águas e impede a formação de vegetais necessários ao processo natural e às condições ambientais que facilitam o equilíbrio homeostático e consequentemente o aquecimento das águas facilitando a proliferação excessiva de algas. Material necessário e passos simples para fazer o sabão de óleo de frituras.• 04 litros de óleo de frituras• 10 ml de corante (usado para conferir cor ao produto) • 1 kg de soda cáustica granulado• 50 ml de essência a gosto• 2 litros de água. • 10 ml de essência (usado para conferir cheiro ao produto) Misture tudo em uma balde de plástico, mexa durante uma hora ou até diluir toda a soda cáustica, você vai perceber que toda mistura se transformou em uma massa homogênea e de boa consistência, durante esse processo o balde de plástico começa a esquentar, mas é assim mesmo, após uma hora, despeje a mas-sa em uma caixa de papelão e aguarde de 24 a 48 horas até o sabão endurecer e perder parte da água que se evapora, retire lentamente as bordas da caixa para que ele possa acabar de secar e corte em barras. ATENÇÃO: Muito cuidado com a manipulação da soda cáustica, ela poderá provocar queimaduras na pele e vômitos, não permita que crianças façam à mani-pulação desse produto ou mesmo do sabão durante o processo de fabricação.

90

Projeto: Plante uma árvore: O mais secular dos projetos Este é considerado por todos como o mais antigo e o mais necessário dos projetos, infelizmente o crescimento desordenado das cidades não favoreceu ou sequer privilegiou a presença de áreas verdes, as calçadas curtas, os espaços pe-quenos, a indisposição da população nos cuidados com o plantio de mudas, sempre fizeram parte do contexto denominado urbanização, o crescimento urbano reduziu o espaço destinado às árvores e este fenômeno se acirra ainda mais nas médias e grandes cidades. O plantio de uma árvore favorece a renovação do oxigênio, a redução das temperaturas e melhora o aspecto visual, sem contar com os benefícios espirituais que o ser humano pode adquirir. Cultive qualquer tipo de árvore. Como se reflete na cultura oriental, as árvores possuem alma, espírito inovador, assemelham-se a pessoas, devem ser cuidadas, cativadas e com os anos passam a fazer parte do seio familiar. Uma boa dica é cultivar um bonsai, eles são árvores em miniaturas, culti-vadas em pequenas bandejas, que gastam pouquíssimas quantidades de água, re-querem pouco cuidado, porém muita paciência, sua colocação em lugar estratégico ajuda o ser humano a acompanhar e compreender que as necessidades de uma planta se assemelham às necessidades do próprio homem.

Projeto: Elaboração da cartilha ambiental O maior objetivo deste projeto é levar ao conhecimento da população atra-vés de fotos e relatos a atual situação dos elementos que formam o meio ambiente, destacavelmente a fotografia deve ser constante, essas fotos deverão seguir uma ordem, que poderá ser uma abordagem visual do que é o meio ambiente, busca retratar como o homem vem usando esses elementos, mostrar a degradação am-biental, além dos prejuízos que a população absorve com a destruição ambiental, e por último, que é a fase mais importante, unir todas as ideias e traçar meios de manter, recuperar e usar de forma sustentável o meio ambiente. ATENÇÃO: a cartilha, para mostrar seu verdadeiro valor, deverá se propa-gar pelas áreas mais distantes possíveis e atingir grande público, se várias equipes ficarem responsáveis por partes da revista, a abrangência e o resultado alcança-dos serão maiores . Projeto ambiental interdisciplinar Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, todas as escolas, em todos os seguimentos e em todas as disciplinas deverão trabalhar a transversalidade, en-tre os temas apontados, está o Meio Ambiente unido ao tema Saúde, objetivando a facilitação do planejamento das escolas, centrado na reflexão da prática educativa e de conscientização. Nesse projeto, onde todas as disciplinas farão ações voltadas para a preser-vação ambiental, será mais fácil praticar ações coletivas de valorização da natureza, no entanto esta é apenas uma proposta do que toda sua inteligência poderá desen-volver, fazendo desse projeto um ponto de partida para a implementação de novos

91

projetos que poderão recuperar, manter e reescrever a relação homem-natureza. Português• Elaboração de texto sobre o meio ambiente;• Confecção de história em quadrinhos sobre o meio ambiente; • Redação, (exposição dos trabalhos, com destaque para todos e premiação para os melhores

Gramática• Análise dos recursos linguísticos em textos sobre o meio ambiente;• Operadores argumentativos (conjunções) em textos sobre o meio ambiente;

Matemática • Trabalhar as estatísticas envolvendo os vultosos números ambientais;• Elaboração de gráficos determinando percentagem ;• Interpretação de gráficos relacionados ao meio ambiente.

História• A percepção sobre as mudanças ambientais proporcionadas pelo processo de colonização, onde a exploração desordenada provocou impactos ambientais irrecu-peráveis nos biomas brasileiros, este trabalho pode ser realizado por regiões, veja o exemplo: A Mata Atlântica na Zona da Mata, A Caatinga no Sertão, Os Pampas no Sul do Brasil, O Cerrado no Centro oeste, A Floresta Amazônica na região Norte.

Geografia• É a disciplina mais ampla para se realizar esse projeto, será possível trabalhar os biomas e os ecossistemas com seus impactos, população e sua relação com a revolução industrial que provocou o uso intenso de matéria-prima, a produção de lixo nos grandes centros.

Química• O impacto causado aos alimentos e ao homem originado no uso de agrotóxicos usados nas lavouras;• Biocombustível;• Aterro sanitário, resíduos sólidos e seus destinos. Biologia• Biodiversidade;• Fluxo de ordem de energia nos ecossistemas; • Ciclo biogeoquímico;• Sucessões ecológicas.

Física• A energia;• As formas de energia na degradação do meio ambiente;

92

•O impacto das fontes de energia no meio ambiente;

Artes• Reciclagem;• Pinturas em telas ou papel reciclado que retratem os impactos ambientais ou as belezas da natureza;• Criação de charges • Recuperação de áreas pichadas com pinturas acatáveis;• Criação de novos símbolos que possam reapresentar o bem estar social e am-biental; • Músicas que decorrem sobre o meio ambiente

Ética• A questão da valorização e da conscientização dos elementos formadores do meio ambiente;• Ressaltar a importância do equilíbrio ambiental e humano.

Ciências• O lixo, a conscientização e a produção nas áreas urbanas;• A água, sua importância, poluição e conservação.

Espanhol• Tradução de textos do Espanhol para o Português sobre o meio ambiente;• Uso de textos que busquem a valorização do meio ambiente;• Elaboração de textos em Espanhol enfatizando o meio ambiente.

Educação física• A qualidade de vida;• A realização das atividades físicas em ambiente saudável; • A questão da temperatura adequada nos momentos da realização das atividades físicas, que poderão proporcionar males ou benefícios aos praticantes.

Religião• Destacar os capítulos e versículos bíblicos que se referem ao tema ambiental;• Elaborar um cartaz com estes capítulos, pois a população em alto grau é desco-nhecedora desses temas dentro do contexto bíblico.

Inglês • Usar textos voltados para as questões ambientais;• Tradução e interpretações de textos;• Introduzir as ideias dos países que utilizam o idioma inglês na proteção do meio ambiente.

Projeto: Livros e Leis Este projeto visa aguçar no aluno a busca pelas ideias que grandes legis-

93

ladores da história do homem pensaram e escreveram sobre o tema meio ambien-te, as leis são imprescindíveis na vida do ser humano, infelizmente a maioria das formações não levaram a humanidade a criar o hábito da leitura, conhecendo os direito e deveres, fica mais fácil fazer a defesa dos que sofrem na iniquidade. São vários compêndios, com idéias claras e concisas sobre as questões ambientais, os quais visam à proteção, à valorização, à perpetuação e proteção, o rigor na punição para aqueles que de alguma forma não respeitam os elementos que formam este meio, do qual o homem também faz parte. O projeto livros e leis requer leitura e a melhor forma de realizar o projeto é dividir por grupos, onde a cada um terá a incumbência de ler e apresentar aos demais, proporcionando o conhecimento e visando a conscientização e valorização dos elementos ambientais.• Bíblia Sagrada• Constituição Federal • Constituição Estadual • Código do Meio Ambiente do Município• Código das Águas • Código das Florestas • Código de proteção dos animais • Plano Diretor. • Agenda 21 Se conhece outro livro ou compêndio de leis que é destinado à população e que busque a valorização ambiental, pode acrescentá-lo. Os projetos que buscam a valorização do meio ambiente podem ser de-senvolvidos por escolas, comunidades, associações de bairros, grupos de serviços, organizações não governamentais ou mesmo por pessoas de qualquer idade que desejam valorizar o meio ambiente, podem ser desenvolvidos em qualquer data, mas as datas comemorativas ajudam a programar os projetos e passam a ser mais chamativos. Algumas datas bem propícias à realização de projetos:01 de Março: Dia do turismo ecológico21 de Março: Dia Mundial da água 15 de Abril: Dia da conservação do solo22 de Abril: Dia do Planeta Terra28 de Abril: Dia Nacional da Caatinga 05 de Junho: Dia da Ecologia05 de Junho: Dia Mundial do Meio Ambiente17 de Julho: Dia Nacional de Proteção de Florestas27 de Agosto: Dia da Limpeza Urbana05 de Setembro: Dia da Amazônia 16 de Setembro: Dia Internacional de Preservação da Camada de Ozônio.21 de Setembro: Dia da Árvore04 de Outubro: Dia da Natureza05 de Outubro: Dia Mundial dos Animais24 de Novembro: Dia Municipal do Rio Espinharas.

94

MINIGLOSSÁRIO

Afluentes: pequenos cursos de águas, rios, riachos que deságuam em grandes rios considerados principais em uma bacia. Agrotóxico: mistura líquida e química que é usada para combater os males da lavoura, pode também receber a denominação de defensivo agrícola, herbicida e pesticida. Altitude: elevação vertical de um ponto medido em relação ao nível do mar. Amplitude térmica: diferença entre a maior e a menor temperatura de uma re-gião, ela pode ser diária, semanal, mensal ou anual. Bacias hidrográficas: área drenada pela união de um rio principal, seus afluentes e subafluentes, Biodiversidade: termo relativo à diversidade biológica, isto é, a variedade de organismos vivos de todas as origens compreendendo os ecossistemas terrestres e aquáticos. Bioma: denominação referente ao conjunto de seres vivos de uma determinada região que mesmo em condições geográficas e históricas de mudanças mútuas apresenta uma diversidade biológica própria.Cálcio: é considerado como o quinto elemento químico mais abundante na crosta terrestreClima: é o conjunto das condições meteorológicas e dos fenômenos atmosféricos que caracterizam uma região.Climatologia: é a ciência que estuda os climas da terra.Depressão: relevo plano ou ondulado situado abaixo do nível de regiões vizinhas e elaborado em rochas de origens variadas. Distrito: unidade de menor hierarquia na organização política administrativa bra-sileira, que apresenta sua sede política administrativa no município, do qual este faz parte.Fauna: conjunto de animais de um período geológico.Flora: conjunto de plantas de uma determinada região. Hidrogeologia: parte da hidrologia que se encarrega de estudar as águas subter-râneas.Hidrografia: ramo da geografia que estuda e pesquisa os oceanos, rios e lagos.Hidrologia: é a ciência que se dedica às pesquisas e estudo das águas.Hidrosfera: camada líquida do globo terrestre, constituída por toda massa de água, mares, oceanos, lagoas e rios. Inselberg: morros isolados de formação cristalina existente na depressão sertane-ja e num pequeno número de países no mundo. Intermontana: área localizada entre montanha. Latitude: é a distância angular medida em graus do Equador a um ponto qualquer da terra. Maciço: conjunto formado pela união de serras. Matéria orgânica: nutriente que faz parte de um grupo que forma os solosMesorregião: conjunto de microrregiões geográficas contíguas e contidas na mes-ma unidade da federação, definidas com base no quadro natural, no processo social

95

e na rede de comunicação e de lugares. Microrregião: conjunto de municípios contidos e contíguos na mesma unidade da federação, definidos com base no quadro natural, da organização da produção e de sua integração. Mineral: são substâncias inorgânicas da qual se pode extrair algo a que se pode agregar valor. Minério: mineral ainda bruto, do qual ainda pode se extrair metais ou outras subs-tâncias de elevado ou não valor. Nordeste: uma das cinco regiões ( Nordeste, Norte, Sul Sudeste e Centro Oeste), que foram criadas pelo IBGE usando aspectos naturais e socioeconômicos. E que dividem o espaço brasileiro. Polígono das secas: área formada por um conjunto de estados e municípios, sujeitas a repetidas crises de prolongamento da estiagem. Potássio: substância encontrada no solo de cor branca prateada, mole e pouco densa.Pré Cambriano: uma da Eras do tempo geológico a se atribui a formação das rochas metamórficas.Relevo: conjunto das diferentes que constitui a crosta terrestre. Sistema de coordenadas: um conjunto de elementos que definem a localização de um ponto na superfície terrestre e esta definição se dá através do conhecimento da latitude e longitude. Solo: porção da superfície terrestre constituída por partículas minerais, matéria orgânica e organismos vivos. Sustentabilidade: processo em que se busca o desenvolvimento econômico alia-do à preservação do meio ambiente.Temperatura: é o grau de frio ou de calor de um corpo ou de um ambiente. Tempo: é o momento, o instante, o período, a hora, o dia em que os fatos acon-tecem. Vegetação: conjunto de vegetais existentes em um espaço.

96

REFERÊNCIAS

BERNA, Vilmar. Como fazer educação ambiental. São Paulo: Paulus, 2001.

BRANCO, Samuel Murgel.; MURGEL, Eduardo. Poluição do ar. 2. ed. reform. São Paulo: Moderna, 2004

BRASIL, Ana Maria; Santos, Fátima. O ser humano e o meio ambiente de A Z: dicionário. São Paulo: Faarte Editora, 2005.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. Recursos hídricos: Conjunto de Normas Legais. 3. ed. Brasília, 2004.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria de Recursos Hídricos. Plano Na-cional de Recursos Hídricos: iniciando um processo de debate nacional Brasília-DF, 2005.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacio-nais: meio ambiente saúde. Vol. 9, Brasília, 1997.

CHIAVENATO, José Júlio. O massacre da natureza. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2005.

CRISTINA, Strazacappa, VALDIR, Montanari, Pelos caminhos das águas, Editora moderna 2ª edição. 1999

CORRÊA, Marlene. Caminhando Nordeste: estudos sociais. São Paulo: FTD, 1994.

Constituição da República Federativa l do Brasil, Cap. III Seção II- Da Cul-tura.

DUARTE, Ruth de Gouvêa. Lições da natureza. 6. ed. São Paulo: Atual, 2000.

Faculdades Integradas de Patos. Revista Científica Integração. v. 3, n.3. Patos-PB, 2008.

GUIMARÃES, Mauro A formação de educadores ambientais-Campinas, SP: Pa-pirus, 2004.Fórum Eleitoral de Patos. (TSE) Tribunal Superior EleitoralOLIVEIRA, Iranilsom OLIVEIRA, Catarina. Historia, Paraíba, Meu passado, meu presente, 2ª ed. Curitiba 2009

LIMA, Joedla Rodrigues de.; SILVA, Maria da Conceição da Costa.; ARAÚJO, Denise Lino de. Mata ciliar: o Verde da Caatinga Protegendo as Nascentes do Açu-

97

de jatobá. Patos-PB: SEMADS/UFCG, 2008.

LUCCI, Elian.; BRANCO, Anselmo Lazaro. Viver e aprender Geografia. 1. ed. São Paulo: Saraiva 2001.

MAGOSSI, Luiz Roberto.; BONACELLA, Paulo Henrique. Poluição das águas. São Paulo: Moderna, 1990.

MAGOSSI, Luiz Roberto; BONACELLA, Paulo Henrique, Poluição das águas, Edi-tora Moderna, Coleção desafios 2000.

MARTINS, Elenide de Sousa. Características geoambientais do Iselberg Espi-nho Branco em Patos-PB. Monografia FIP: Patos-PB, 2010.2.

MATEUS, Rodrigo.; VASCONCELLOS, Igor.; LIMA, Thiago A. de. Gilbert. Para vesti-bulares e concursos: GeoPB: história e geografia da Paraíba. 2. ed. Copyright, 2006.

MATTOS, Neide Simões.; GRANATO, Suzana Facchini. Lixo: problema nosso de cada dia.: cidadania, reciclagem e uso sustentável. São Paulo: Saraiva 2004.

NEIMAN, Zysman. Era Verde? Ecossistemas brasileiros ameaçados. 23. Ed. São Paulo: Atual, 1989.

PEREIRA, Guilherme. Paraíba: geografia. São Paulo: FTD, 2008.ROCHA, Ruth; PIRES, Hindenburg da Silva. Minidicionário da Língua Portugue-sa. 13. Ed. São Paulo: Scipione, 2005.

RODRIGUEZ, Janete Lins. Atlas Escolar da Paraíba. 3. ed. João Pessoa: Grafset, 2002.

SEINFRA: Secretaria da Infra-estrutura do Município de Patos.STRAZZACAPPA, Cristina.; MONTANARI, Valdir. Pelos caminhos da água. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2003.

TOLENTINO, Mario.; ROCHA-FILHO, Romeu C.; SILVA, Roberto Ribeiro. A atmos-fera terrestre. 2. ed. reform. São Paulo: Moderna, 2004.

VESENTINI, José Willian; VLACH, Vânia. Geografia espaço e apresentação. En-sino Fundamental 6º Ano. Ed. Moderna. YNAKAM, Luis. Nos caminhos da Paraíba. Campina Grande-PB; Vento Nordeste Edições e Cultura; 2008.

98

BASES ELETRÔNICA DE DADOS

www.ambientebrasil.com.br. Ambiente Brasil

www.ana.gov.br. ANA: agência nacional das águas. Sede Patos.

http://www.bd.clima.cnpm.embrapa.br. Banco de Dados Climáticos do Brasil.

http://www.ibama.gov.br. IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Re-cursos Naturais Renováveis.

http://www.ibge.gov.br. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.

http://www.mma.gov.br. Ministério do Meio Ambiente

www.averdade.org.br . Jornal: A verdade

www.bebidadas coroa.com. br

www.coreirodaparaiba.com.br. Acesso 22 set. 2010-11-07

www.aciapatospb.com.br.

www.wikipédia.com.br : Acesso em 20 set, 03 out., 05 out., 26 out., 03 nov., 03 dez, 21 dez, 22, dez , todos de 2010.

www.sudene.gov.br . Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.

Linha direta com o Autor:

Gostaríamos de receber seus comentários, críticas e sugestões. Eles serão muito bem vindos e aproveitados para melhorarmos ainda mais as próximas edições.

Luiz Lima de AquinoEmail - [email protected]: (83) 9965.0816