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Geografia Conflitualidades Múltiplas: Hoje em Dia, em vez de haver progresso da ciência e mobilidade, existe desrespeito pelo outro e pelo próprio ambiente e as conflitualidades estão patentes e assumem contornos diversos. Os povos de diferentes raças, línguas, religiões e culturas parecem ter muita dificuldade em conviver, em usufruir de igual forma e (de formas sustentável) os recursos naturais. Se por vezes a sobrevivência está em causa – luta pela água, solos férteis, noutros casos, o que se pretende é afirmar o poder perante os outros, menosprezando o outro, irracionalidade. O conflito israelo-palestiniano é a síntese de todos os conflitos: islamismo, judaísmo, escassez de água e existência de petróleo, ânsia de

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Geografia

Conflitualidades Múltiplas:

Hoje em Dia, em vez de haver progresso da ciência e mobilidade, existe desrespeito pelo outro e pelo próprio ambiente e as conflitualidades estão patentes e assumem contornos diversos.

Os povos de diferentes raças, línguas, religiões e culturas parecem ter muita dificuldade em conviver, em usufruir de igual forma e (de formas sustentável) os recursos naturais.

Se por vezes a sobrevivência está em causa – luta pela água, solos férteis, noutros casos, o que se pretende é afirmar o poder perante os outros, menosprezando o outro, irracionalidade.O conflito israelo-palestiniano é a síntese de todos os conflitos: islamismo, judaísmo, escassez de água e existência de petróleo, ânsia de afirmação e conquista do poder – uma das áreas mais problemáticas do planeta.

Nacionalismos – o nacionalismo pode ser verificado em 2 lados, conotação positiva: enquanto principio político e doutrina e sentimento de exaltação da própria nação, ou

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conotação negativa: doença social, atitude agressiva, intolerante, xenófoba, que tende para o racismo.

Xenofobia – aversão, frequentemente agressiva, face ao estrangeiroPatriotismo – genericamente, assume-se como mais inócuo e ingénuo, sendo o amor pela terra natal e pelos seus.

No século XX, assistimos a 2 períodos nacionalistas e de cariz independentista:- Pós 2ªGuerra Mundial levou á descolonização de maior parte dos estados africanos- Sequência final da Guerra Fria, a Europa foi palco de profundas alterações do mapa político (desintegração da ex-URSS, da ex-Jugoslávia e a divisão da Checoslováquia)

As questões nacionalistas encontram-se na ordem do dia podem apresentar-se num estado aparente de letargia: Curdistão, Tibete, entre outros, ou assumem situações de conflitualidade marcada – País Basco, Irlanda do Norte, Córsega, Caxemira, Cáucaso, etc…

CURDOS, UM POVO SEM ESTADO

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Os curdos são um povo de origem indo-europeia que tem uma longa história ligada à perseguição e subjugação. Concentram-se principalmente na Turquia, Irão e Iraque.Marcam também presença na Alemanha e França.

O Curdistão autónomo (Norte do Iraque) é de criação recente e pode ser a peça-chave no evoluir do xadrez geopolítico do Médio Oriente.No início dos anos 90, a derrota do Iraque na Guerra do Golfo (Kuwait), levou a minoria curda do Iraque a revoltar-se com Saddam Hussein. Veio a repressão e o êxodo para o Irão e Turquia foram consequência imediata.

A Turquia não aceitava campos de refugiados curdos e promoveu o regresso deles ao Norte do Iraque, para uma zona inteiramente protegida.Os curdos estão fortemente reprimidos na Turquia, no Irão a República de Mahabad, foi efémera e somente no Iraque os Curdos gozam de certa autonomia.Este povo tem padecido de “guerrilhas” internas no Curdistão Autónomo, apesar de os líderes dos partidos PDK e UPK, tenham anunciado a reunificação do território.

A questão curda ainda é uma incógnita para os próprios curdos, para os países mais directamente envolvidos –

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Turquia, Irão e Iraque, Médio e Próximo Oriente, e talvez para a União Europeia e o mundo ocidental em geral.

PAÍS BASCO, UMA LUTA REMOTA

Euskadi (país Basco) é uma região essencialmente montanhosa junto aos Pirenéus, virada para o Golfo de Biscaia. Estende-se por terras espanholas – Hegoalde ou País Basco do Sul – e por territórios franceses – Iparralde ou País Basco do Norte. A constituição espanhola de 1978 considera a Comunidade Autónoma Basca (CAB) restringida a 3 províncias – Álava, Biscaia e Guipúzcoa, sendo que Navarra é uma Comunidade Autónoma.

O território basco é o mais antigo da Europa assim como a língua, o Euskera.

A conflitualidade e o isolamento têm marcado a existência deste povo, que no século XX foi oprimido – Guerra Civil Espanhola e o regime franquista.

ETA – Euskadi Ta Azkatasuma – Pátria Basca e Liberdade

Foi em finais do século XIX, com Sabino Arana Goiri, que culminou neste nacionalismo com a criação do Partido Nacionalista Basco (PNV). Fundou um nacionalismo na ideia de raça e pureza de sangue. O PNV veio dar origem

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a movimentos separatistas e afirmação nacionalista: como a ETA e o Herri Batasuna (braço político).EKIN – movimento de raiz estudantil

O Movimento de Libertação Nacional Basco resistiu ao franquismo e ao pós-franquismo e conta com vários organismos e estruturas, legais, paralegais e ilegais (onde se incluí a ETA).Inicialmente a ETA queria defender a língua e tradições bascas, a partir dos anos 70, mostrou a sua facção armada levando a vários ataques terroristas.

No inicio de 2005, promovida mais uma iniciativa nacionalista com o Plano Ibarretxe – proposta de um novo estatuto para o País Basco, com direito á autodeterminação. A proposta foi chumbada pelo Parlamento Espanhol e na própria Comunidade Autónoma Basca.Para os nacionalistas independentistas bascos, a Comunidade Autónoma Basca não o é sem Navarra nem as 3 províncias francesas. Mas nem Navarra nem as províncias francesas aderem a este movimento separatista.Em 1979, Navarra, através do referendo que ligou as 3 províncias bascas – Álava, Biscaia e Guipúzcoa, manifestou a sua vontade de se não unir ao território basco.

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Enfim, os nacionalistas bascos pretendem recuperar e unificar os territórios “originais”, mas os habitantes desses territórios não só os bascos e nem todos os bascos o pretendem.

O CÁUCASO, UM CALDEIRÃO EXPLOSIVO

A Implosão da URSS, em 1991 fez acompanhar a constituição de 3 novos países na área caucasiana – Geórgia, Arménia e Azerbaijão – e da desestabilização da região norte caucasiana, com o recrudescimento de nacionalismos.A reconfiguração territorial e o incremento de migrações têm acentuado a instabilidade e contribuído para uma incrível mistura etnolinguístico-religiosa.

Apesar disto tudo, o Daguestão tem-se mantido estável, ao contrário das suas vizinhas Tchetchénia, Inguchétia e Ossétia do Norte.

A Tchetchénia tem sido palco de violência assustadora nos últimos anos. O desmembramento da URSS, em 1991, fez reavivar antigas resistências e levou à autoproclamação desta república. Seguiu-se nova guerra com a Rússia (1994-1996), saindo a Rússia derrotada.Contudo, novo ataque russo em 1999, prolongou o controlo da Rússia na região.

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A instabilidade nesta região é uma realidade que se vai multiplicar num processo sem fim, Mesmo os países que se tornaram independentes no pós-1991, existem regiões que reivindicam autonomia – a Abecázia e a Ossétia.

O petróleo do Mar Cáspio e os oleodutos da região caucasiana não deixaram indiferentes nem russos, nem ocidentais, contribuindo para o agudizar dos problemas.

OS FUNDAMENTALISMOS

Fundamentalismo – doutrina ou prática social que busca seguir determinados fundamentos tradicionais (livro sagrado ou práticas habituais).

Um fundamentalista vive na convicção plena que a sua doutrina é a única verdadeira, desvalorizando as outras.

As manifestações fundamentalistas ocupam um papel central: globalização imperante e pelo fundamentalismo suicidário. O fundamentalismo suicidário preconizado pelos radicais islâmicos, tornou-se desinteressante ao capitalismo e vai sendo combatido pela violência (Afeganistão, Tchetchénia, Iraque e onde se manifeste).

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A GLOBALIZAÇÃO IMPERANTE – UMA MANIFESTAÇÃO FUNDAMENTALISTA?

O final do confronto EUA-URSS, a queda do muro de Berlim e a implosão da União Soviética quebraram o sistema bipolar das relações internacionais, permitindo uma emergência e redefinição de uma nova arquitectura do poder e da ordem internacional.O conceito de nova ordem multipolar perde consistência, havendo os EUA que se afirmam como hiperpotência.Assim os EUA, circunscrevem regras e condutas à sua vontade, determinando os limites em função dos seus próprios interesses.

A hegemonia dos EUA estende-se para além do poder militar, para áreas como a política, economia, ciência e cultura.A situação de controlo e poder para decidir é favorecida pelo grande capital de influência e de poder de atracção.

A área que mais se destaca este fundamentalismo é a nível militar: a actual devastação do Iraque, genocídio dos palestinianos, colonização do Afeganistão, penetração nas repúblicas do Cáucaso e Ásia Central, são facetas de um vasto programa militar para controlar o Médio Oriente.

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O combate dos EUA contra os seus inimigos ou potenciais alvos promove a existência de uma guerra assimétrica, à escala mundial.Os atentados de 11 de Setembro de 2001, foram a manifestação dessa guerra assimétrica.

O 11 de Setembro foi o factor detonador para os EUA expandirem o seu poder.Paralelamente ao “factor detonador”, o pensamento único, preconizado pela produção capitalista, justifica o alargamento do poder ao Médio Oriente, no sentido de garantir o avanço da máquina económica.

O alargamento militar/económico ao Médio Oriente, associa-se ao factor estrutural de riqueza e de poder, que o domínio do mercado mundial de petróleo e gás natural representa em termos energéticos.

A tentativa fundamentalista de dominação do Médio Oriente confronta-se com barreiras relacionadas com a incapacidade para prever a amplitude de resistência, tal como a que aconteceu no Iraque, chocou com os interesses capitalistas que se iam esboçando.

Em conclusão, são dois os movimentos geoestratégicos que marcam o mundo actual: a guerra mundial contra o

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terror e o jogo de acções de terror como combate a essa guerra e à hegemonia económico-cultural do Ocidente.

FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO

O fundamentalismo religioso é identificado com o fundamentalismo islâmico, mas não tem nada a haver um com o outro.

Apesar do fundamentalismo religioso, doutrina, se centrar num conjunto de radicalistas norte-americanos de confissões protestantes, em termos de História, a Inquisição praticada pelos católicos na Idade Média assumiu-se como forma de fundamentalismo religioso.

O exacerbar do “eu” esquecendo que o outro é um outro eu, por vezes assume contornos violentos, com recurso sistemático à destruição.No actual cenário mundial, o fundamentalismo islâmico ganha expressão e notoriedade pelo impacto das suas manifestações nomeadamente o caso de actos terroristas.

O fenómeno do terrorismo despoletou as atenções dos governos.

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O fundamentalismo suicidário praticado por muçulmanos, parte da convicção de que o seu inimigo é o Ocidente, porque este se baseia numa perspectiva materialista e imperialista.O termo Islão significa submissão a Deus. A essência do Islamismo acaba por ser distorcida pelos radicais que praticam actos hediondos em nome do Islão.

Sob a guerra santa, grupos extremistas mostram-se empenhados numa luta global contra o inimigo, o Ocidente – corrupto e opressor.

No cenário mundial, são vários os grupos que lançam o terror para fundamentar o seu querer, o seu acreditar, maior parte são países com predominância religiosa muçulmana, alguns grupos multifacetados, proliferam com a violência.

Assim, tenta-se impor a teocracia em terras muçulmanas e eliminar as influências impuras do Ocidente.Segundo a CIA (Agência de Contra-Espionagem dos EUA), a face mais visível e mortífera deste proceder aparece ligada a Bin Laden e à Al-Qaeda, com células identificadas ou suspeitas em 68 países.

Para além da expansão mundial da Al-Qaeda, o clima de ameaça constante provoca um sentimento de

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insegurança e incerteza do acontecimento, não só temporal como espacial.

O mapa de terror alarga-se á escala mundial o que resulta uma guerra sem campo de batalha específico valendo-se de todos os métodos de ataque, o que provoca no cidadão comum o receio dos terroristas fantasmas, que podem estar em todo o lado, ou em lado nenhum.A ousadia crescente e a crueldade sem limites do terror, são os maiores desafios do mundo civilizado.

Os ataques levados a Madrid a 11 de Março de 2004 por um grupo da Al-Qaeda são um exemplo de manifestações do fundamentalismo através de práticas terroristas. Muito dizem, que estes ataques foram praticados devido a detenção de vários suspeitos da Al-Qaeda no rescaldo do 11 de Setembro e da participação da Espanha na guerra com o Iraque.

A Al-Qaeda possui um papel preponderante nas práticas fundamentalistas de carácter violento, estabelecendo contactos estreitos de colaboração com outros grupos que se destacam pela violência exercida.Os rebeldes chechenos têm concretizado diversos ataques sem repercussões que os seus actos podem alcançar (ataque a Beslan, Rússia). – Conexão com a AL-QAEDA.

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O Fundamentalismo religioso manifestado por ataques terroristas ultrapassa os limites da racionalidade humana e tem a religião como papel central.A centralidade da religião decorre da importância da dimensão que os povos agarram para construir uma identidade para combater a hegemonia de guerra dominante, económica e cultural.

As guerras de religião são o espelho das guerras políticas.

ENTRE O BALANÇO E NOVAS EXPRESSÕES

Por um lado, os EUA justificam as suas intervenções como resposta à ameaça do terrorismo, por outro, os movimentos radicais muçulmanos praticam actos terroristas a fim de estancar o domínio capitalista promovido pelos EUA.

Estes alimentam-se entre si e dominam as atenções mundiais.

O fundamentalismo verde assume-se como um movimento de deslegitimação do processo de crescimento económico baseado na exploração económica de recursos naturais. Dá importância a preservação dos ecossistemas naturais. Este movimento

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ganho força devido á degradação das condições naturais de vida pelo sistema capitalista.

CONCLUSÃO: na sociedade reflectem-se vários fundamentalismos a nível político, económico, religião e ambiente. O seu eixo estruturante é que cada uma pensa ser possuidora da verdade e da legitimidade, mesmo que a imposição do outro assuma um carácter violento.

AS GUERRAS DA ÁGUA

Os recursos naturais podem estar na origem de conflitualidades. Recursos como petróleo, diamantes, ouro, etc., ou essenciais para a sobrevivência a luta por eles, pode gerar conflitos.A água é um bem essencial à vida, e a sua escassez, pode provocar tensões ou até mesmo guerra, nas zonas onde ela quase não existe.

A terra é o planeta azul, domínio da água, mas esta não está bem repartida, sendo escassa em várias zonas do Mundo. Existem conflitos na gestão das águas salgadas (mares e oceanos), quer no acesso e gestão de águas doces (glaciares, rios, águas subterrâneas).

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CONFLITOS ASSOCIADOS À PARTILHA E GESTÃO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS Nos conflitos com águas superficiais destacam-se os que ocorrem em situações de águas partilhadas e quando a escassez é acentuada.São numerosos os rios internacionais.

Os rios internacionais colocam problemas na demarcação fronteiriça que estabelece-se segundo a linha do seu talvegue.

Sempre que a partilha da água tendo em conta a relação entre a procura e oferta é desfavorável a uma das partes, estão criadas condições para um conflito.

Os principais rios que colocam mais problemas são: Amudária e Sirdária, Nilo, Tigre e Eufrates, Jordão, etc. Também os que se inserem em áreas com excesso de precipitação e de caudais, podem criar conflito (Ganges e Bramaputra, etc.)

AS BACIAS DOS RIOS AMUDÁRIA E SIRDÁRIA

Importância desta região – características climáticas, volume de água per capita e características da agricultura irrigada.

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Estamos perante estados emergente da Ásia Central, marcados por tensões étnicas, por crises políticas e sociais.Estão em transformação para uma economia de mercado, sendo a agricultura um sector fundamental onde se recorre a sistema de irrigação de grande escala.

A forma como a água é utilizada pelos diferentes estados continua a ser a razão do conflito.

O Tajiquistão valorizou a sua produção hidroeléctrica na construção da barragem de Nurek que alterou o regime do rio Amudária, assim no Verão existem penúria de água e no Inverno cheias artificiais, colocando em perigo as agriculturas de irrigação de outros países (jusante).

Nesta região a questão política continuará a marcar as tensões sobre o uso da água.Enquanto esta dupla bacia esteve sob domínio da URSS, havia uma repartição igualitária. Agora com a independência destes estados, os países de montante têm mais controlo sobre as águas, colocando os de jusante em situação desfavorável.

STRESS HÍDRICO – considera-se que há stress hídrico em situações de disponibilidade de água inferior a 1700m3/pessoa/ano

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STRESS HÍDRICO AGUDO – Verifica-se quando os valores são inferiores a 1000 m3/pessoa/ano

A BACIA DO RIO NILO

O Rio Nilo é o rio mais longo de África, desde o Lago Vitória até ao mar Mediterrâneo.

No Egipto a luta pela água assume uma importância vital dado que 98% do seu território é deserto. O problema de repartição da água começou em 1929, quando os ingleses iniciaram a cultura do algodão no Sudão e fizeram uma repartição da água: 4km Sudão, 48km Egipto.

Em 1959, com a independência do Sudão passou de 55,5km para o Egipto e 18,5km para p Sudão.

Mas a Etiópia fez saber que considera o acordo de 1959 nulo, estava instalado conflito.

Com isto, o Egipto mandou construir a barragem de Assuão que não só lhe permitiria suplantar o dilema de falta de água como também conquistar terras ao deserto. Mas também uma tentativa para se libertar da chantagem destes países situados a montante.

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O Sudão também mandou construir a barragem de Roseires e projectado a construção do canal de Jonglei destinado à irrigação e produção de energia hidroeléctrica para ambos os países.

Com a independência dos anos 60, a luta pela água tornou-se uma questão de sobrevivência e desenvolvimento: o rápido crescimento demográfico, a pobreza extrema, os movimentos forçados da população, as situações de guerra civil, a instabilidade política e tensões étnicas que se vivem à beira do Nilo apontam para relações de grande conflito que podem ser agravadas com os níveis de stress hídrico.

BACIA DOS RIOS GANGES E BRAMAPUTRA

O Rio Ganges nasce nos Himalaias e desagua na baía de Bengala sob a forma de um extenso delta.A bacia hidrográfica do rio Ganges é uma das maiores do Mundo e uma das áreas com maior densidade demográfica a nível mundial.

O rio atravessa várias áreas urbanas e intensamente povoadas, o que provoca poluição da população a este rio a níveis catastróficos.

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A agricultura e criação de gado ocupam-se de muita água. E os níveis demográficos da Índia, contribuem para o conflito.Ainda de referir o grande potencial hidroeléctrico do rio Ganges que lhe confere enorme importância económica, e alguma discórdia ao mesmo tempo.

O grande momento de tensão foi quando em 1961 a Índia construiu a barragem de Farakka, a montante da fronteira com Bangladesh.

A partir disto, o Bangladesh, protestou aquela obra, pois provocaria danos na agricultura, indústria e na ecologia do país. Esta obra favorecia a Índia, pois nos Verãos a água seria desviada para si, e no Inverno debitada em Bangladesh. Estes enviaram o assunto para a ONU mas não chegaram a nenhum acordo.

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