geoglifos paisagens da amazonia ocidental

53
GEOGLIFOS PAISAGENS DA AMAZÔNIA OCIDENTAL

Upload: raquel-frota

Post on 19-Oct-2015

96 views

Category:

Documents


8 download

TRANSCRIPT

  • GEOGLIFOSPAISAGENS DA AMAZNIA OCIDENTAL

  • GEOGLIFOSPAISAGENS DA AMAZNIA OCIDENTAL

    Denise Pahl SchaanAlceu Ranzi

    Antonia Damasceno BarbosaOrganizadores

    Fotografias de

    Edison Caetano | Diego GurgelSrgio Vale | Maurcio de Paiva

  • GEOGLIFOSPAISAGENS DA AMAZNIA OCIDENTAL

    GKNORONHARio Branco | Acre | 2010

    Denise Pahl SchaanAlceu Ranzi

    Antonia Damasceno BarbosaOrganizadores

  • Geoglifos: paisagens da Amaznia Ocidental / Denise Pahl Schaan, Alceu Ranzi, Antonia Damasceno Barbosa, organiza-dores. Rio Branco: GKNORONHA, 2010. 100 p. Inclui bibliografias. ISBN 978-85-62913-02-0

    1. Stios arqueolgicos - Acre. 2. Arqueologia - Amaznia. I. Schaan, Denise Pahl. II. Ranzi, Alceu. III. Barbosa, Antonia Damasceno.

    CDD - 22. ed. 930.1098112

    Copyright Denise Pahl Schaan

    ORGANIzADOReSDenise Pahl SchaanAlceu RanziAntonia Damasceno Barbosa

    equIPe eDItORIAlDenise Pahl SchaanAntonia Damasceno Barbosa

    FOtOGRAFIASDenise Pahl SchaanDiego Gurgeledison Caetanoemanuel F. do AmaralMaurcio de PaivaSanna SaunaluomaSergio Vale

    PROjetO GRFICO e eDItORAO eletRNICAGuilherme K. Noronha

    MAPAAntonia Damasceno BarbosaAllana Igina Maia Rodrigues

    ReVISODenise Pahl Schaan

    IMPReSSOGrfica Brasil

    tIRAGeM1.500 exemplares

    PAtROCNIOCNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e tecnolgicoGoverno do estado do Acre

    Fundao elias MansourSecretaria de estado de esporte, turismo e lazer

    DIStRIBuIOPrograma de Ps-Graduao em Antropologiauniversidade Federal do ParCampus universitrio do GuamRua Augusto Correa, 1Belm - PA - Brasile-mail: [email protected]

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca do Instituto de Filosofia e Cincias Humanas da universidade Federal do Par

    SumrioA fora das imagens 7Binho Marques

    Geoglifos: a descoberta e o potencial turstico 9Alceu Ranzi

    Paisagens da Amaznia Ocidental 13Denise Pahl Schaan

    Mapa de distribuio dos Geoglifos 18

    lista de stios 19

    Fotos 21

    lista de fotos 93

    Para saber mais 98

  • 7 bastante difundida a idia de que estamos vivendo uma poca

    dominada pela imagem. No h dvidas de que a fotografia, o cinema

    e a televiso trouxeram a presena vvida do que antes era apenas

    sugerido pelas palavras. Narrativas de viagem, por exemplo, desper-

    tavam mais do que satisfaziam a curiosidade por lugares e povos des-

    conhecidos. Com as imagens da tecnologia moderna, passamos a ver

    os detalhes, como se estivssemos no lugar mostrado.

    O mais surpreendente, entretanto, que as imagens nos reve-

    laram o quanto desconhecamos a respeito de ns mesmos, nossa vi-

    zinhana, o mundo prximo ao nosso redor. Paisagens, comunidades

    e pessoas que faziam parte de nosso cotidiano ou, pelo menos, com as

    quais tnhamos contato freqente, passaram a ter outros significados

    quando suas imagens foram registradas pelas cmeras e publicadas

    pelos jornais e televiso.

    em algum momento, nos anos 70 e 80 do sculo passado, nota-

    mos o espanto do pblico externo com as imagens de ndios, seringuei-

    ros e da floresta amaznica. Percebemos o valor que os estrangeiros da-

    vam quilo que para ns era comum e corriqueiro. levou algum tempo

    at que percebssemos a riqueza sobre a qual vivamos assentados.

    A fora das imagens

    esse impacto da imagem , de certa forma, registrado pelo pro-

    fessor Alceu Ranzi, um dos organizadores desta publicao: tendo parti-

    cipado das primeiras pesquisas sobre os geoglifos, chefiadas pelo pro-

    fessor Ondemar Dias, ele confessa que s teve uma idia mais ampla

    sobre a importncia desses stios geomtricos quando avistou um deles

    da janela de um avio. estar num desses lugares emocionante, tem-se

    uma idia de sua grandeza a partir de uma escala humana, imagina-se

    o trabalho que seus construtores tiveram, as condies em que viviam,

    as tecnologias que empregaram. Mas v-los de cima, num avio ou fo-

    tografia, nos remete a uma escala sobre-humana que faz meditar sobre

    o mistrio ainda no revelado de sua origem e finalidade.

    temos ao nosso dispor a moderna tecnologia: com satlites

    e aeronaves podemos ver, localizar, medir, explorar as diversas possi-

    bilidades da imagem. Mas quero destacar a sensibilidade dos fotgra-

    fos que produziram a maior parte das imagens aqui publicadas. eles

    tiveram no apenas a habilidade tcnica para capturar os melhores

    ngulos em tempo exguo mas tambm, e principalmente, a relao

    dos geoglifos com seu entorno, a floresta e o desflorestamento, as es-

    tradas e habitaes, cursos d`gua e audes, a explorao econmica

    Binho MarquesGovernador do Estado do Acre

  • 8 9

    e a eroso dos terrenos. Alm de sua beleza, as fotografias nos tocam

    pela grande quantidade de informaes.

    Assim, espero que o impacto da imagem possa outra fez nos

    despertar para o que merece e necessita de ateno. Ser necessrio

    um esforo de todos estado, empresas, comunidades- para a con-

    servao dos geoglifos, para pesquis-los e conhec-los melhor, para

    inclu-los em nosso sonho de um desenvolvimento econmico social

    e ambientalmente sustentvel.

    A publicao destas imagens combina-se com um conjunto

    de iniciativas para ampliar o domnio pblico sobre o assunto, como

    a exposio realizada na Biblioteca da Floresta, o parque temtico na

    expoacre, as reportagens e diversas outras formas de divulgao.

    queremos disseminar um sentimento de responsabilidade sobre essa

    riqueza tatuada na pele de nossa terra. necessrio que cada acreano

    veja e reveja o solo sagrado onde pisa. A cada imagem, mais o possu-

    mos e mais a ele pertencemos.

    Fico feliz de poder, mais uma vez, acompanhar esse importan-

    te trabalho.

    Durante a realizao das pesquisas envolvendo os geoglifos, nos

    chamou ateno a capacidade especial dos povos antigos do Acre de

    lidar com as formas geomtricas. Isso nos leva a imaginar nossos an-

    cestrais manejando esquadro e compasso para executar suas obras, que

    hoje admiramos e buscamos compreender.

    Compartilhamos da idia de que os construtores dos geoglifos

    presentearam a comunidade regional com verdadeiros monumentos da

    engenharia humana. e intrigante saber que esse patrimnio dos bra-

    sileiros, que esteve encoberto pela floresta amaznica por centenas de

    anos, foi construdo muito antes de Cabral aportar no Brasil.

    Com a derrubada e queima da vegetao natural, protagonizada

    pelo avano das frentes pioneiras, a partir da dcada de 1970, os geo-

    glifos comearam a ser revelados para o Acre. essas estruturas de terra,

    desenhadas no solo argiloso da regio, so parte da paisagem do Acre

    e assim precisam ser tratadas, estudadas e cuidadas. So centenas,

    espalhadas pelos campos das fazendas de criao de gado. A mata, que

    pensvamos ser floresta virgem, tem se revelado, na verdade, como ze-

    losa guardi da Pr-histria do Acre.

    estamos j h alguns anos envolvidos com o tema. Particular-

    Geoglifos: a descoberta e o potencial turstico

    mente, tive a oportunidade de participar, em 1977, no Acre, da primeira

    etapa do Projeto PRONAPABA (Programa Nacional de Pesquisas Ar-

    queolgicas na Bacia Amaznica), sob a coordenao do Dr. Ondemar

    Dias e a participao do arquelogo Franklin levy. logo no segundo

    dia, prximo da sede da ento Fazenda Palmares, hoje terras da usina

    lcool Verde, foi localizada a primeira estrutura geomtrica construda

    em forma de crculo, com vala e mureta. A viso ao nvel do solo foi

    parcial, embora esteja marcada na memria de toda a equipe. Mas em

    1986, quando tive a chance de ver uma estrutura dessas do alto, a sim

    fiquei impactado. Foi durante um vo comercial entre Porto Velho e Rio

    Branco. A partir da, busquei apoio junto ao Gabinete Civil do Governo

    do Acre. Conseguimos um avio para sobrevo, graas aos prstimos

    do Prof. Geraldo Gonalo da Costa. Participaram do sobrevo os pale-

    ontlgogos Dr. jonas Pereira de Souza Filho e Dr. Carl Frailey, o bilogo

    jos Carlos Rodrigues dos Santos e o fotgrafo Agenor Mariano. As

    fotos desse sobrevo pioneiro foram publicadas na edio do dia 15 de

    agosto de 1986, do jornal O Rio Branco, na poca o nico jornal da capi-

    tal acreana e retratavam um stio-monumento, de formato semicircular

    duplo, posteriormente registrado como Seu Chiquinho.

    Alceu Ranzi

  • 10 11

    jeto recebeu o nome de Geoglifos Patrimnio Cultural do Acre,

    cujo ttulo surgiu espontaneamente, pois, vistos do alto, os desenhos

    geomtricos nos pareceram geoglifos (Geo=terra/ glifos=desenhos). O

    projeto foi aprovado, financiado e executado, e em 2003, o relatrio

    do mesmo, juntamente com as fotos, foi publicado no livro Western

    Amazonia Amaznia Ocidental, editado por Martti Prssinen e Antti

    Korpisaari da universidade de Helsinki.

    Com o desenvolvimento do Projeto Geoglifos, sob a coordena-

    o geral da Dra. Denise Schaan, as pesquisas arqueolgicas na regio

    atingiram um elevado nvel profissional e conduziram o Acre para o

    centro da discusso da arqueologia amaznica.

    Sugerimos que, ao olhar para as fotos dos geoglifos, o leitor v

    alm da imagem esttica e observe as estruturas sob uma perspectiva

    dinmica. que busque imaginar os construtores dos geoglifos plane-

    jando, organizando e executando a tarefa de esculpir esses desenhos

    em baixo e alto relevo no solo acreano. Acreditamos que foi necess-

    rio um grande esforo coletivo para a construo desses monumentos

    que, como ddiva da tcnica empregada, se preservaram por mais de

    dez sculos.

    em 1999, novamente em vo comercial, entre Porto Velho e

    Rio Branco, foi avistada outra estrutura circular. poca, embora nos-

    sos interesses cientficos fossem outros, resolvemos investigar. Bus-

    camos, como na vez anterior, o Gabinete Civil do Governo do Acre,

    ento sob a direo do Prof. Raimundo Angelim Vasconcelos, nosso

    colega na uFAC (universidade Federal do Acre). Alm das horas de

    sobrevo, conseguimos com o Prof. Anbal Diniz, secretrio de Comu-

    nicao do Governo do Acre, a disponibilidade do fotgrafo edison

    Caetano. Conosco no avio tambm estava o Dr. edson Guilherme,

    ornitlogo, interessado em fotografar a ilha de floresta representada

    pelo Parque zoobotnico da uFAC. esse sobrevo foi realizado no dia

    8 de abril de 2000. localizamos o crculo que buscvamos, o qual se re-

    velou parte de um conjunto - stio arqueolgico denominado Fazenda

    Colorada sob a sigla AC-Iq-13. No mesmo sobrevoo registramos tam-

    bm o stio jac S. As fotos de edison Caetano mereceram manchete

    de capa dos jornais A Gazeta e A tribuna, do dia 16 de abril de 2000.

    essas fotos correram o mundo, sendo reproduzidas por vrios jornais

    e revistas nacionais e internacionais.

    A repercusso e receptividade das fotografias de edison Cae-

    tano nos levaram a apresentar, em 2001, um projeto para a lei de In-

    centivo Cultura do Governo do Acre, solicitando recursos para mais

    horas de sobrevoo e pagamento do trabalho do fotgrafo. esse pro-

    Na busca de estudar essas estruturas podemos dizer que, at

    o momento, temos mais perguntas do que respostas. No entorno dos

    geoglifos pessoas trabalharam, sonharam, oraram, amaram, consti-

    turam suas famlias e enterraram seus mortos. essas comunidades

    plantaram e colheram, construram suas casas e por alguma razo

    desconhecida, despenderam muita energia para movimentar excep-

    cionais quantidades de terra. Porm, os construtores de geoglifos um

    dia desapareceram e a floresta tomou tudo sob o seu manto.

    um desafio a ser trabalhado pelo Poder Pblico ser a gerncia

    desse acervo patrimonial. Vrios aspectos precisam ser avaliados e le-

    vados em conta, a exemplo do uso da terra onde ocorrem os geoglifos,

    para que os mesmos no sejam vistos como um impedimento ao de-

    senvolvimento de atividades agrcolas e pecurias, mas sim como opor-

    tunidade de gerao de emprego e renda. Com uma gesto planejada

    e orientada, o patrimnio pblico poder ser preservado, ao mesmo

    tempo em que a comunidade possa se beneficiar cultural e material-

    mente dessas ocorrncias. Para isso deve-se contemplar o incremento

    das atividades tursticas organizadas, com visitas aos geoglifos, tanto

    por terra como em sobrevoos. Certamente h um segmento de turistas

  • 12 13

    no mundo que buscaro espontaneamente o Acre para conhecer essas

    maravilhas do engenho humano. Isso exigir a estruturao do setor de

    turismo arqueolgico com aes de marketing e atendimento das de-

    mandas por guias multilnges, transporte, hospedagem, alimentao,

    sobrevoos, torres de observao, implantao de trilhas interpretativas

    para acesso aos geoglifos, entre outras iniciativas.

    As fotografias desse livro, selecionadas entre centenas de to-

    madas em vrias horas de sobrevoos, so de autoria dos fotgrafos

    acreanos edison Caetano, Srgio Vale e Diego Gurgel, e da arqueloga

    finlandesa Sanna Saunaluoma, e foram captadas, por esses artistas

    da lente, num ambiente misto de profissionalismo, camaradagem e

    empolgao. So fotos que circularam o mundo ilustrando reporta-

    gens de importantes jornais e revistas impressas e on-line em vrios

    pases de todos os continentes. Com mais essa publicao, queremos

    reafirmar nosso compromisso constante de divulgar os resultados de

    nossos trabalhos no Acre, no apenas com relatrios e artigos cientfi-

    cos, mas tambm com informaes acessveis ao pblico em geral, a

    exemplo dessas imagens maravilhosas.

    Vale ressaltar que as pesquisas se desenvolvem com financia-

    mento do CNPq, com autorizao do IPHAN e apoio do laboratrio de

    Geoprocessamento do Curso de Geografia da universidade Federal

    do Acre, do Governo do estado do Acre, atravs do Departamento do

    Patrimnio Histrico da Fundao elias Mansour e ainda da FuNtAC

    (Fundao de tecnologia do estado do Acre).

    Nos projetos desenvolvidos com os geoglifos, merecem refe-

    rncia especial o Dr. Martti Prssinen e a Dra. Denise Schaan, por to-

    dos os anos de estreita parceria, colaborao profissional, coleguismo

    e respeito mtuo.

    que as fotografias desse livro propiciem a todos uma viagem praze-

    rosa, atravs da nvoa milenar do tempo, ao mundo pr-histrico do Acre.

    Desde 2005 venho coordenando pesquisas arqueolgicas no

    estado do Acre, investigando, juntamente com pesquisadores brasilei-

    ros e finlandeses, assim como alunos da universidade Federal do Acre

    e universidade Federal do Par, os monumentais stios arqueolgicos

    que foram batizados de geoglifos pelo gegrafo e paleontlogo Alceu

    Ranzi, que os revelou ao pblico e comunidade acadmica nacional

    e internacional. A importncia desses stios inequvoca, pois o traba-

    lho envolvido em sua construo, por parte de grupos indgenas que

    ali viveram h dois mil anos, sem a ajuda de modernas ferramentas

    para escavar e transportar toneladas de solo, indica que teria sido ne-

    cessrio um esforo coordenado de muitos braos, instrudos para a

    construo de gigantescas estruturas cuja preciso geomtrica e con-

    sistncia de medidas indicam planejamento meticuloso. Se pensar-

    mos que para construir tais recintos cercados por valetas e muretas

    seria necessrio ainda derrubar a floresta, teremos a exata dimenso

    do esforo despendido por grupos humanos que s tinham sua mo

    machados de pedra e ps de madeira.

    Aprendemos muita coisa nesses ltimos cinco anos, graas ao

    entusiasmo de nossa equipe - sempre maravilhada com os novos e di-

    Paisagens da Amaznia Ocidental

    versos stios encontrados - e o apoio institucional e financeiro do CNPq

    e do Governo do estado do Acre. Ao tomarmos medidas dos geoglifos

    em campo, aprendemos que existe uma impressionante uniformidade

    no que diz respeito amplitude das valetas, sua profundidade, a altura

    das muretas, as medidas de dimetro e lados das figuras geomtri-

    cas, as larguras das estradas que ligam os geoglifos e marcam suas

    entradas de acesso, o que nos indica que havia uma idia muito clara

    na cabea daqueles antigos engenheiros sobre as maneiras corretas

    de se construrem esses gigantescos espaos de sociabilidade. Desco-

    brimos ainda que esses locais de encontro e rituais foram construdos

    e reconstrudos por mais de mil anos, a partir do incio da era Crist,

    por povos que ocuparam uma grande regio, que vai do leste do Acre

    ao oeste de Rondnia, e do norte da Bolvia ao sul do Amazonas. Ao

    que parece, os recintos circundados por valetas no eram locais de

    moradia, j que identificamos poucos vestgios dentro dos geoglifos,

    e encontramos fragmentos de cermica em volta das estruturas, e em

    camadas anteriores a elas.

    Os stios que temos encontrado so em sua maioria circulares e

    retangulares, mas outras formas tambm ocorrem, como elipses, he-

    Denise Schaan

  • 14 15

    xgonos, octgonos, figuras em u e em D. Alm disso, ocorrem

    figuras associadas, ligadas por estradas de cerca de 20m de largura e

    comprimentos que chegam a 800m, tambm muradas, assim como

    montculos circulares e lineares, formando conjuntos complexos. em

    alguns conjuntos se percebem diferentes episdios de construo,

    que indicam que em pocas distintas as estruturas foram reformadas,

    e que novas estruturas foram construdas sobre as primeiras.

    estruturas de terra formadas por valetas e muretas no so no-

    vidade na antiguidade. Na europa Ocidental ocorrem durante o per-

    odo neoltico (incio da agricultura), cercando casas e vilas. l suas

    funes so ainda objeto de debate: s vezes esto associadas a cemi-

    trios, outras vezes a contextos domsticos ou rituais. No possuem

    formatos geomtricos, nem so contnuas como as do Acre, mas so

    em geral muretas e valetas circulares, com a provvel funo de de-

    limitar um espao social. So genericamente chamadas de enclosu-

    res (recintos). Na Bolvia, stios semelhantes so chamados de zan-

    jas circundantes (trincheiras circulares).

    Os geoglifos que tem sido encontrados no Acre so estruturas

    de terra que demarcavam espaos de sociabilidade, de incluso e ex-

    cluso, pois possuam vias de entrada e sada de ambientes pblicos

    e privados, disciplinando a movimentao dos indivduos no espao.

    Acredita-se que os geoglifos tenham sido abandonados por seus cons-

    trutores por volta do sculo XVI ou XVII, como conseqncia da chega-

    da dos espanhis nas Amricas.

    At o momento, temos descoberto esses stios por causa do

    desmatamento, j que depois de seu abandono as estruturas foram

    cobertas pela vegetao, permanecendo durante sculos escondidas

    no meio da mata. Dessa maneira, fica claro que as lacunas geogrficas

    que possumos com relao ocorrncia desses stios podem ser de-

    vidas cobertura vegetal e que um grande nmero de stios ainda se

    encontra encoberto sob a floresta.

    Nossa capacidade de localizar os geoglifos aumentou significati-

    vamente quando Alceu Ranzi, Roberto Feres e Foster Brown descobri-

    ram que poderiam utilizar o Google earth, disponvel gratuitamente na

    internet, como recurso de prospeco remota. Desta maneira, empre-

    endendo varreduras sistemticas nas imagens de satlite, foi possvel

    multiplicar rapidamente o nmero de estruturas conhecidas. em 2005

    conhecia-se 32, em 2007 esse nmero j era de 150 e em 2010 j temos

    cerca de 270 estruturas registradas, mas nem todas ainda visitadas e

    nomeadas. A partir de 2007, com o apoio do Governo do estado do Acre

    obtivemos acesso a imagens de outro satlite, o Formosat, que possui

    cobertura melhor do que o Google e que possibilitou abarcar todas as

    reas sem vegetao. Atravs das imagens de satlite, localizamos geo-

    glifos tambm no sul do Amazonas, na Bolvia, e em Rondnia.

    Percebeu-se uma tendncia que vinha sendo delineada desde

    o incio do projeto, de concentrao de estruturas circulares ao sul e

    quadragulares ao norte, com a ocorrncia de ambas as formas na zona

    de contato entre essas duas regies. A distribuio geogrfica indica

    a preferncia por reas de plat, com altitudes que variam entre 180 e

    230m, sobre os divisores de gua. Os stios esto em geral localizados

    junto a nascentes de gua de boa qualidade, distando entre 2 e 8 km

    dos rios principais. Ao ocuparem as bordas dos plats, a partir dos

    stios se obtem uma vista impressionante do vale, com 180 graus ou

    mais de amplitude. A implantao dos stios na paisagem indica preo-

    cupaes com defesa, alm da inteno de se colocar em locais altos

    e prximos das divindades.

    Os geoglifos em geral delimitam um espao interno que varia

    entre 1 e 3 hectares. O tamanho varia entre 20 e 385 metros de dime-

    tro/lado, com mdia de 137,5m. H uma tendncia de que as figuras de

    menor tamanho sejam crculos, mas em tamanhos grandes h tanto

    crculos quanto quadrados.

    Constatou-se ainda que a amplitude da valeta varia entre 1,75

    e 20m, com mdia de 11,61m e mediana de 12m. j a profundidade

    mdia das valetas de 1,40m, variando entre 0,35 e 5m de profun-

    Imagem FormosatImagem Google Earth

  • 16 17

    didade. Fica claro, entretanto, que a profundidade medida hoje no

    reflete a situao original, tendo em vista a deposio de sedimentos

    que vem ocorrendo no interior da valeta. Por exemplo, recentemente

    escavamos transversalmente a valeta do geoglifo maior da Fazenda

    Oeste (stio Ramal do Capatar), constatando que, apesar da valeta

    possuir hoje cerca de 50cm de profundidade com relao superfcie

    do interior do recinto, sua profundidade original era de 2,20m.

    Com o solo retirado durante a escavao da valeta foi formada

    uma mureta externa (em raros casos h tambm uma mureta inter-

    na) com alturas que hoje tem em mdia 0,55m, variando entre 0,15 e

    1,47m. tambm as muretas sofreram processos erosivos e eram pro-

    vavelmente pelo menos 50cm mais altas originalmente.

    Apesar da variabilidade observada, percebe-se uma espantosa

    regularidade em termos de tcnicas construtivas, refletidas tambm

    nas medidas utilizadas. Infere-se que algum instrumento de medida e

    clculo matemtico era empregado para decidir sobre as dimenses

    das valetas e das figuras resultantes. Os crculos eram construdos

    provavelmente com a ajuda de um compasso humano, com o uso

    de um cip cujas pontas eram assumidas por duas pessoas, uma

    que permanecia no centro da figura e outra que a desenhava, exe-

    cutando um movimento de translao em torno do centro. Figuras

    hexagonais ou octogonais podem ser feitas a partir de um crculo

    inicial, sobre o qual se estica um cip que depois dividido em 6 ou

    8 partes, usados para seccionar o crculo em 6 ou 8 lados iguais. j os

    ngulos retos, necessrios aos quadrados e retngulos, podem ser

    feitos a partir do traado de perpendiculares. Por exemplo, conside-

    remos uma linha reta de sentido oeste-leste, demarcada por um cip

    esticado entre dois pontos aleatrios e um ponto ao norte dessa reta,

    a que chamaremos ponto X. Primeiramente usa-se um cip maior do

    que a distncia de X ao ponto mais prximo da reta e usa-se X como

    centro do compasso, traando-se um semicrculo que toque a reta

    em dois pontos (A e B). Com outro cip de mesmo tamanho da dis-

    tncia entre A e B, traa-se novamente um semicrculo a partir de A e

    outro semicrculo a partir de B. O ponto onde esses dois semicrculos

    se encontram, a sul da linha A-B o ponto C. A reta formada entre

    X e C perpendicular reta formada por A e B. O mesmo procedi-

    mento pode ser repetido para os outros ngulos retos necessrios.

    Sabemos ento, que os construtores dos geoglifos dominavam os

    princpios bsicos da geometria.

    O estudo dos geoglifos do Acre demanda compreender o pro-

    cesso de formao das paisagens da regio nos ltimos dois mil anos.

    Ao que tudo indica, a regio foi ocupada por grupos ceramistas que, a

    partir de um determinado momento, passaram a construir espaos so-

    ciais cercados por valetas e muretas de terra, com vias de entrada e sa-

    da. esses espaos conectavam-se a outros e aos rios por um sistema

    de estradas retilneas escavadas e muradas de longa extenso. tais

    construes fizeram parte da cultura arquitetnica de diversos povos

    habitantes dos vales dos rios Abun, Acre e Iquiri, que expandiram-se

    at a foz do rio Acre durante o primeiro milnio da era Crist. Os ge-

    oglifos acreanos possuem similaridades com as trincheiras circulares

    bolivianas, podendo ser produto dos mesmos grupos tnicos.

    H poucas referncias cronolgicas para a construo dessas

    estruturas, e a variao das dataes obtidas por diversos pesquisado-

    res at o momento pode indicar que os geoglifos foram construdos ao

    longo de extensos perodos de tempo. Nesse sentido, no somente

    possvel, mas mesmo provvel que tenham cumprido funes diver-

    sas ao longo desse perodo. As grandes distncias que separam es-

    tas estruturas tornam difcil estudar as relaes entre elas, tarefa que

    demandar nos prximos anos uma diminuio do foco da pesquisa

    para reas menores, com estudos detalhados de cada stio.

    O estudo dos stios tipo geoglifos nos faz refletir sobre duas

    dimenses da vida humana espao e tempo que de fato no po-

    dem ser dissociadas. As paisagens so produto da modificao e apro-

    priao por parte das sociedades humanas do seu entorno ao longo

    do tempo e nos mostram quo tnue a linha que separa natureza e

    cultura, se que ela existe. As paisagens acreanas so paisagens an-

    tropognicas que oferecem hoje um belo espetculo aos nossos olhos,

    que contemplam fascinados a engenhosidade dos que aqui viveram

    muito antes que essa terra se chamasse Brasil.

    Eram os Deuses geomtricos?

    em 1887, o governador de Manaus ordenou ao Coronel Antonio

    labre que subisse o rio Madeira e que encontrasse uma rota por terra

    entre os entrepostos de produo de borracha no rio Madre de Dios e

    algum ponto navegvel no rio Acre, de forma a construrem uma estra-

    da de ferro que proporcionaria uma conexo entre a Bolvia e Manaus

    via o rio Purus. A partir do porto Maravilha, no Madre de Dios, labre

    seguiu por terra at o rio Acre e, em seu caminho, passou por vrias vi-

    las Araona (famlia lingustica tacana), algumas delas j abandonadas

    devido aos descimentos para misses religiosas e o aproveitamento

    dos ndios na extrao da borracha. No entanto, a poucos quilme-

    tros da fronteira com o Acre, labre encontrou uma vila povoada por

    cerca de 200 pessoas e se impressionou com sua organizao social.

    Ali aprendeu que aqueles povos adoravam deuses de formatos geo-

    mtricos, esculpidos em madeira. tais efgies eram mantidas em tem-

    plos no meio da floresta. O pai dos deuses tinha formato elptico e era

    chamado epymar. Os templos no foram descritos, mas o episdio

    nos leva a cogitar sobre as possveis funes religiosas dos geoglifos,

    encontrados no muito longe daquelas antigas aldeias Araona.

  • 18 19

    N Nome Oficial N. Estruturas

    1 Cinco de Novembro 1

    2 Sem nome 1

    3 AC-Iq-18 1

    4 AC-XA-19 1

    5 Aeroporto 1

    6 gua Boa 1

    7 gua Fria 1

    8 guas Claras 1

    9 Alto Alegre 1

    10 Andir I 1

    11 Andir II 1

    12 Angelim 1

    13 Aparecida do Norte 2

    14 Assuero 1

    15 Balnerio quinau 2

    16 Bela Vista 1

    17 Benfica 1

    Lista de stios

    18 Bimbarra 1

    19 Boa esperana 1

    20 Boa Sorte 2

    21 BR-317 1

    22 Bujari 1

    23 Cacau 1

    24 Cachimbo 1

    25 Califrnia 2

    26 Camilla 1

    27 Campo da Maloca 1

    28 Campo da Ona 5

    29 Campo das Panelas 1

    30 Campo esperana 1

    31 Campo lindo 2

    32 Campo Verde 1

    33 Capoeira dos ndios 1

    34 Chinsio 1

    35 Ccero Cara de Pau 1

    36 Crculo e Delta 2

    37 Circulo Ramal encrenca 1

    38 Colonia Belo Monte 1

    39 Colnia Deus Bom 1

    40 Colnia jarina 1

    41 Colnia Ouro Verde 1

    42 Colnia Santa Maria 1

    43 Colnia So Francisco 1

    44 Conjunto 7

    45 Coqueiral 1

    46 Coquinho 1

    47 Corassal 1

    48 Distrao 1

    49 Dois crculos 2

    50 Dona Maria 1

    51 eletrnica 1

    52 eletronorte I 2

    53 eletronorte II 1

    54 eletronorte III 1

    55 encrenca I 1

    56 estncia Santa terezinha 3

    57 estrada Velha 1

    58 estrada Velha de Xapuri 1

    59 Fazenda Aref 1

    60 Fazenda Atlntica 2

    61 Fazenda Baixa Verde I 2

    62 Fazenda Baixa Verde II 1

    63 Fazenda Baixa Verde III 1

    64 Fazenda Boa Vista I 1

    65 Fazenda Boa Vista II 1

    66 Fazenda Boi Verde 1

    67 Fazenda Colorada 3

    68 Fazenda Crix 3

    69 Fazenda Dois Irmos 4

    70 Fazenda DVt 1

    71 Fazenda estela I 1

    72 Fazenda estela II 1

    73 Fazenda Iquiri 4

    74 Fazenda liberato 1

    75 Fazenda Misses 4

    76 Fazenda Mustang 2

    77 Fazenda Nictheroy 4

    78 Fazenda Paran 2

    79 Fazenda Ponteio 1

    80 Fazenda So Paulo 3

    81 Fazenda trs Meninas 2

    82 Fazenda Vitria 1

    83 Floresta 1

    Numerao dos stios de acordo com o mapa ao lado.

    Rio

    Iquir

    i

    RIO AC

    RE

    Rio Acre

    Rio In

    RIO

    ABU

    N

    Riozin

    ho do

    Andir

    Igarap R

    apirr

    Rio

    Ituixi

    ou

    Iquir

    i

    Rio Xipamanu

    Riozinh

    o do R

    ola

    Rio Abun

    Rio Novo

    Varz

    ea A

    legr

    e

    Igarap Bom Futuro

    Igarap Bom F

    uturo

    Igar

    ap

    Bom

    Fut

    uro

    9

    87

    6

    5

    4

    3

    2

    1

    99

    98

    97

    96

    95

    94

    93

    92

    91

    90

    8988

    87

    86

    85

    84

    82

    81

    80

    79

    78

    7776

    75

    74

    73

    7271

    70

    69

    68

    67

    66

    6564

    6362

    6160

    59

    58

    57

    56

    55

    54

    53

    52

    51

    50

    49

    48

    47

    46

    45

    44

    43

    42

    41

    40

    3938

    37

    36

    35

    34

    33

    31

    30

    2928

    27

    26

    25

    24

    23

    22

    21

    20

    19

    18

    17

    16

    15

    14

    13

    12

    181180

    179

    178

    177

    176

    175

    174

    173

    172

    170

    169 168167

    165

    164

    163

    161

    160

    159158

    157

    156

    155

    154

    153

    152

    151150

    149

    148

    147

    146

    145

    143

    142

    141

    140

    139

    138

    136

    135

    134

    133

    131

    130

    129

    128

    127

    126

    125

    124

    122

    121

    120

    119118

    117

    116

    115

    114

    113

    112

    111

    110

    109

    107

    106

    105

    103

    102

    101

    100

    Distribuio dos Stios Arqueolgicos do tipo Geoglifo no Estado do Acre

    AMAZONAS

    B O L

    V I A

    RONDNIA

    0 19.000 38.000 57.0009.500M

    Geoglifos

    Limite Estadual

    Limite Nacional

    Rios

    ESCALA:Base de dados ZEE e Projeto Geoglifos 1:500.000

    DATA:MAI/2010

    FONTE:

    Allana MaiaRESPONSVEL:

  • 20 21

    84 Fonte Boa 1

    85 Franciele 3

    86 Fronteira 1

    87 Gavio 3

    88 Sem nome 1

    89 Sem nome 1

    90 Sem nome 1

    91 Guarani 1

    92 Guarant 1

    93 Hortigranjeira 2

    94 Independncia 2

    95 Irmos Nunes 2

    96 It 1

    97 jac S 2

    98 jarina 1

    99 jD 2

    100 jK 1

    101 joo Pessoa 1

    102 jos Maiste 1

    103 limeira 1

    104 lobo 1

    105 los Angeles 1

    106 Macei 1

    107 Manoel Arajo 2

    108 Marcolino 1

    109 Marimbondo 1

    110 Mauro Ribeiro 1

    111 Monte Alegre 1

    112 Monte Verde 2

    113 Morro Alto 1

    114 Mutum 1

    115 Nascentes do quinau 2

    116 Negreli 1

    117 Neuto lamego 1

    118 Nova Aldeia 2

    119 Novo Horizonte 1

    120 Oco do Mundo 1

    121 Osvaldo Ribeiro 3

    122 Sem nome 1

    123 PA Canary 1

    124 Pantanal 3

    125 Pedra Verde 2

    126 Pedro Peixoto 1

    127 Piarreira 1

    128 Piloto 1

    129 Plcido de Castro 1

    130 Poligono Delta 1

    131 Ponto 1

    132 Porvir Novo 1

    133 Prohevea 1

    134 Sem nome 1

    135 quadrado do Bujari 1

    136 quadrado e crculo 1

    137 quadrado em Porto Acre 1

    138 quadrado Senador Guiomard 1

    139 quinari 1

    140 quixad 1

    141 Ramal Apu 1

    142 Ramal Batista 1

    143 Ramal do Beb 1

    144 Ramal do Capatar 5

    145 Ramal do Iquiri 1

    146 Ramal dos Batalhas 1

    147 Ramal dos Pretos 1

    148 Ramal Floresta 1

    149 Ramal Granada 1

    150 Ramal jarina 1

    151 Rapir 2

    152 Retangulo Plcido 1

    153 Rio Ina 1

    154 Riozinho do Andir 1

    155 Riozinho do Rola 3

    156 Santa Isabel 1

    157 Santa Rita de Cssia 1

    158 Santa teresinha 3

    159 Santo Antnio 1

    160 So Francisco 1

    161 So Grabriel 2

    162 So jos 1

    163 So Miguel 1

    164 Sapucaia 1

    165 Sapucaia I 1

    166 Seu Chiquinho 1

    167 Severino Batista 1

    168 Severino Calazans 1

    169 Soberana 2

    170 Sol de Maio 1

    171 Sol do Alceu 1

    172 Sol do Iquiri 1

    173 tnue 1

    174 tequinho 3

    175 transacreana 1

    176 trs Marias 4

    177 Vila do V 1

    178 Vila Pia 1

    179 Xanadu 3

    180 Xipamanu I 1

    181 Xipamanu II 1

    Fotos dos geoglifos

  • 22 23

  • 24 25

  • 26 27

  • 28 29

  • 30 31

  • 32 33

  • 34 35

  • 36 37

  • 38 39

  • 40 41

  • 42 43

  • 44 45

  • 46 47

  • 48 49

  • 50 51

  • 52 53

  • 54 55

  • 56 57

  • 58 59

  • 60 61

  • 62 63

  • 64 65

  • 66 67

  • 68 69

  • 70 71

  • 72 73

  • 74 75

  • 76 77

  • 78 79

  • 80 81

  • 82 83

  • 84 85

  • 86 87

  • 88 89

  • 90 91

  • 93

    Lista de fotos

    gua FriaPorto AcreFoto: Diego Gurgel

    HortigranjeiraCapixabaFoto: Maurcio de Paiva

    Fazenda ColoradaRio BrancoFoto: Sergio Vale

    JKAcrelndiaFoto: Denise Schaan

    SapucaiaSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Nvoa XapuriFoto: Diego Gurgel

    HortigranjeiraCapixabaFoto: Maurcio de Paiva

    CachimboAcrelndiaFoto: Denise Schaan

    Capa

    p. 11

    p. 5

    p. 11

    p. 6

    p. 12 p. 14

    p. 10

    PiarreiraXapuriFoto: Maurcio de Paiva

    p. 8

    Plcido de Castro IIIPlcido de CastroImagem: Google Earth

    p. 15

  • 94 95

    Fazenda So PauloXapuriFoto: Edison Caetano

    p. 39

    Fazenda Trs MeninasPlcido de CastroFoto: Diego Gurgel

    Iquiri IISenador GuiomardFoto: Diego Gurgel

    JKAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    Fazenda Trs MeninasPlcido de CastroFoto: Maurcio de Paiva

    HortigranjeiraCapixabaFoto: Edison Caetano

    JKAcrelndiaFoto: Denise Schaan

    Osvaldo RibeiroCapixabaFoto: Edison Caetano

    Faz. VitriaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    JKAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    FrancieleAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    Seu ChiquinhoSenador GuiomardFoto: Srgio Vale

    JKAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    GavioCapixabaFoto: Edison Caetano

    Seu Chiquinho e Jac S Sen. Guiomard / Rio BrancoFoto: Sanna Saunaluoma

    Jos MaistaSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel

    Jos MaistaSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel

    Nova AldeiaSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Plcido de Castro IIIPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    Ramal BatistaCapixabaFoto: Edison Caetano

    p. 40

    p. 50

    p. 45

    p. 53

    p. 41

    p. 50

    p. 46

    p. 54

    p. 42

    p. 50

    p. 47

    p. 55

    p. 43

    p. 51

    p. 48

    p. 56

    p. 44

    p. 52

    p. 49

    Geoglifo ConjuntoPlcido de CastroImagem: Formosat

    CachimboAcrelndiaFoto: Denise Schaan

    Alto AlegreSenador GuiomardFoto: Denise Schaan

    XipamanuXapuriFoto: Edison Caetano

    CachimboAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    Alto AlegreSenador GuiomardFoto: Srgio Vale

    BimbarraCapixabaFoto: Edison Caetano

    CalifrniaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    PiarreiraXapuriFoto: Denise Schaan

    Eletronorte IIXapuriFoto: Edison Caetano

    ChinsioPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    Sta. TerezinhaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    Los AngelesXapuriFoto: Edison Caetano

    Faz. Dois IrmosPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    Fazenda ArefAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    Ramal do IquiriSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Fazenda AtlnticaRio BrancoFoto: Sanna Saunaluoma

    XipamanuXapuriFoto: Edison Caetano

    Fazenda QuinauSenador GuiomardFoto: Sanna Saunaluoma

    p. 15

    p. 30

    p. 26

    p. 35

    p. 17

    p. 31

    p. 26

    p. 36

    p. 23

    p. 32

    p. 27

    p. 37

    p. 24

    p. 33

    p. 28

    p. 38

    p. 25

    p. 34

    p. 29

    AssueroCapixabaFoto: Edison Caetano

    p. 22

  • 96 97

    Sem NomePlcido de CastroFoto: Diego Gurgel

    p. 77

    Bela VistaPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Sanna Saunaluoma

    Xanadu IRio BrancoFoto: Srgio Vale

    Sem nomeAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Srgio Vale

    Riozinho do Rola IIRio BrancoFoto: Edison Caetano

    Fazenda ParanSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Srgio Vale

    AeroportoRio BrancoFoto: Edison Caetano

    Fazenda ParanSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel

    Encrenca IPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    Sem NomeRio BrancoFoto: Edison Caetano

    Fazenda ColoradaSenador GuiomardFoto: Sanna Saunaluoma

    Riozinho do Rola IRio BrancoFoto: Edison Caetano

    Pedro PeixotoSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Baixa Verde ISenador GuiomardFoto: Srgio Vale

    p. 78

    p. 86

    p. 82

    p. 91

    p. 79

    p. 87

    p. 82

    p. 80

    p. 88

    p. 83

    p. 81

    p. 89

    p. 84p. 82

    p. 90

    p. 85

    Ramal GranadaAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    Severino CalazansRio BrancoFoto: Diego Gurgel

    Fazenda Crix CapixabaFoto: Emanuel F. do Amaral

    RapirPlcido de CastroFoto: Edison Caetano

    JDSenador GuiomardFoto: Diego Gurgel

    Iquiri IIISenador GuiomardFoto: Diego Gurgel

    Santa IzabelCapixabaFoto: Edison Caetano

    Sol do IquiriSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Sem NomePorto AcreFoto: Edison Caetano

    Sapucaia ISenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    TequinhoSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Aparecida do Norte IIAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    So FranciscoAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    TequinhoSenador GuiomardFoto: Edison Caetano

    Eletronorte ICapixabaFoto: Edison Caetano

    Cinco de NovembroPlcido de CastroFoto: Diego Gurgel

    Novo HorizontePlcido de CastroFoto: Diego Gurgel

    PilotoRio BrancoFoto: Edison Caetano

    Ramal do BebPorto AcreFoto: Edison Caetano

    p. 58

    p. 68

    p. 63

    p. 73

    p. 59

    p. 69

    p. 64

    p. 74

    p. 60

    p. 70

    p. 65

    p. 75

    p. 61

    p. 71

    p. 66

    p. 76

    p. 62

    p. 72

    p. 67

    Ramal FlorestaAcrelndiaFoto: Diego Gurgel

    p. 57

  • 98 99

    Prssinen, Martti; Ranzi, Alceu; Saunaluoma, Sanna; Siiriinen, Ari. Geometrically patterned ancient earthworks in the Rio Branco region of Acre, Brazil. Renvall Institute Publications. university of Helsinki 14:97-133, 2003.

    Parssinen, Martti; Schaan, Denise P.; Ranzi, Alceu. Pre-Columbian ge-ometric earthworks in the upper Purus: a complex society in western Amazonia. Antiquity 83:1084-1095, 2009.

    Ranzi, Alceu. Geoglifos. Patrimnio cultural do Acre. Renvall Institute Publications. University of Helsinki 14:135-172, 2003.

    Ranzi, Alceu; Aguiar, Rodrigo. Registro de Geoglifos na regio Amaz-nica Brasil. Munda 42: 87-90, 2000.

    ______. Geoglifos da Amaznia - Perspectiva Area. Florianpolis: Fa-culdades energia, 2004.

    Ranzi, Alceu; Feres, Roberto; Brown, Foster. Internet Software Progra-ms aid in search for Amazonian Geoglyphs. Eos 88:226-229, 2007.

    Ranzi, Alceu; Prssinen, Martti. Brazilian Amazon Geogliphs. VI Sim-psio Internacional de Arte Rupestre, San Salvador de Jujuy - Argen-tina, pp. 114-115, 2003.

    Saunaluoma, Sanna. Pre-Columbian earthworks in the Riberalta re-gion of the Bolivian Amazon. Amaznica 2:1. No prelo, 2010.

    Schaan, Denise P. O dilema dos Geoglifos. jornal Pgina 20. Rio Bran-

    co/AC, pp. 24, 2006

    ______. Arqueologia do Acre. Histria e Histria. http://www.historia-

    ehistoria.com.br/materia.cfm?tb=arqueologia&id=16, 2007.

    ______. Paisagens, imagens e memrias da Amaznia pr-colombiana.

    In: Paisagem e Memria. editado por Silveira, Flvio leonel Abreu da;

    Cancela, Cristina Donza, pp. 7-20. Belm: edufpa, 2009.

    ______. Arqueologia do Acre: do Pronapaba s pesquisas sobre os ge-

    oglifos. In: Schaan, D. P., Alceu Ranzi & Martti Prssinen (eds.) Arque-

    ologia da Amaznia Ocidental: os Geoglifos do Acre. Pp. 15-44. Belm,

    uFPA/ Rio Branco, Biblioteca da Floresta Ministra Marina Silva, 2008.

    ______. Os geoglifos e a atuao da eletronorte no Acre. In: Schaan,

    D. P., Alceu Ranzi & Martti Prssinen (eds.) Arqueologia da Amaznia

    Ocidental: os Geoglifos do Acre. Pp. 97-119. Belm, uFPA/ Rio Branco,

    Biblioteca da Floresta Ministra Marina Silva, 2008.

    Schaan, Denise P.; Parssinen, Martti; Ranzi, Alceu. Arqueologia da Amaznia Ocidental: os Geoglifos do Acre. Belm: eDuFPA, Biblioteca da Floresta Ministra Marina Silva, 2008.

    Schaan, Denise P., Alceu Ranzi. 2007. Acrean geoglyphs: Monumen-tal earthworks of Western Amazonia. trabalho apresentado na Socie-ty for American Archaeology 72nd Annual Meeting, 2007, Austin, tX. Abstracts of the SAA 72nd Annual Meeting. Washington, DC: SAA, pp. 368-368, 2007.

    Schaan, D.P., Bueno, M. A. & Ranzi, A. 2008. Geoglifos do Acre: novos desafios para a arqueologia amaznica. In: Amazhommes. Sciences de lHomme et sciences de la nature en Amazonie. Organizado por egle Barone Visigalli e Anna Roosevelt. Matoury, Guyane: Ibis Rouge ditions, 45-58, 2010.

    Schaan, Denise P.; Prssinen, Martti; Ranzi, Alceu; Piccoli, jac Csar. Geoglifos da Amaznia ocidental: evidncia de complexidade social entre povos da terra firme. Revista de Arqueologia 20:67-82, 2007.

    Sosnoski, Fernando & Hudson, Arlan. Geoglifos: Novas Perspectivas sobre a organizao dos Povos Pr-Colombianos da Amaznia Sul-Ocidental. trabalho apresentado no XV ENG - Encontro Nacional de Gegrafos. So Paulo, 20 a 26 de julho de 2008.

    Barbosa, Antonia Damasceno. Geoglifos: um estudo das paisagens an-tropognicas em Capixaba, estado do Acre. trabalho de Concluso de Curso. Departamento de Geografia, universidade Federal do Acre, 2009.

    Barbosa, Antonia Damasceno & Dantas, Maria Alessandra Pinto. Ge-oglifos: uma forma de entender a ocupao pretrita da Amaznia - Metodologia de Campo. trabalho apresentado no XV eNG - Encontro Nacional de Gegrafos. So Paulo, 20 a 26 de julho de 2008.

    Carmo, l. F. z., j. l. lani, C. e. Schaefer, D. P. Schaan, M. R. Francelino. 2009. Caracterizao pedolgica dos geoglifos no sudeste do Acre. Re-sumo em: Simpsio Brasileiro de Geografia Fsica Aplicada. universi-dade Federal de Viosa/MG.

    Dias, Ondemar. Arqueologia da Amaznia Ocidental - Descrio Sum-ria das Caractersticas da tradio quinari (Alto Curso do Rio Purus). In: Estudos Contemporneos de Arqueologia. editado por Dias, Onde-mar; Carvalho, eliana; zimmermann, M., pp. 169-205. Palmas: unitins: IAB, 2006.

    ______. As estruturas Arqueolgicas de terra no estado do Acre - Amaznia Ocidental, Brasil. um Caso de Resilincia? In: Estudos Con-temporneos de Arqueologia. editado por Dias, Ondemar; Carvalho, eliana; zimmermann, M., pp. 59-168. Palmas: unitins: IAB, 2006.

    Dias, Ondemar; Carvalho, eliana. As estruturas de terra da arqueologia do Acre. Srie ArqueoIAB. Publicaes avulsas 1, 1988.

    latini, Rose Mary. Caracterizao, Anlise e Datao de Cermicas Ar-queolgicas da Bacia Amaznica, atravs de tcnicas Nucleares. tese de Doutorado, universidade Federal Fluminense. 1998.

    latini, Rose Mary; Bellido, Alfredo Victor; Vasconcellos, Marina B. A.; Dias, Ondemar F. Classificao de Cermicas Arqueolgicas da Bacia Amaznia. Qumica Nova 24:724-729, 2001.

    Ncoli, Ida Gomes. estudo de cermicas de stios com estrutura de terra circulares do alto curso do rio Purus, por meio de mtodos geo-qumicos: Datao e caracterizao. tese de Doutorado, universidade Federal Fluminense. 2000.

    Para Saber Mais

  • Governo do Estado do Acre